ESTUDO DOS PIGMENTOS CAROTENOIDES DO FENO DE CUNHÃ (Clitoriaternatea L.) EM QUATRO PERI-ODOS DE CORTE *

Abelardo Ribeiro de Azevedo **Juan Francisco Gálvez Morros ***Arnaud Azevêdo Alves * * * *R-afael Caballero García de Arévalo *****

RESUMO SUMMARY

Realizou-se o estudo dos pigmentos caro-tenóides do feno de cunhã (Clitoria ternatea L.)em quatro períodos de corte - 42, 56, 70 e 84dias, seguindo-se o método de Ouacken Busch.A maior quantidade de pigmentos carotenóidestotais foi observada no feno colhido aos 42dias (587, 3 mg/Kg de MS), seguido pelo fenoaos 70 dias (432,7 mg/Kg de MS), 84 dias(393,9 mg/Kg de MS) e 56 dias (368,9 mg/Kgde MS). O feno colhido aos 42 dias apresentoumais alto teor dos pigmentos Caroteno (136,2mg/Kg de MS) e Luteína (306,5 mg/Kg de MS);tendo o mesmo ocorrido para os pigmentosZeaxantina, Violaxantina e Neoxantina. Houveredução nas concentrações de carotenóides como aumento nos períodos de corte.

STUOY OF CAROTENE PIGMENTSOF CUNHÃ HA Y (Clitoria ternatea L.)IN FOUR HARVEST PERIGOS

TERMOS PARA INDEXAÇÃO: cunhã,igfeno, pigmentos carote-nóides.

The carotene pigments of cunhã hay(Clitoria ternatea L.) was studied in fourharvest periods, as follow: 42, 56, 70 and84 days, according with the QuackenBusch's method. The higher quantity oftotal pigments was observed on hay col-lected at 42 days (587, 3 mg/Kg of MS),followed by hays of 70 days (432,7 mg/Kg of MS), 84 days (393, 9 mg/Kg ofMS), and 56 days (368,9 mg/Kg of MS).Hay collected at 42 days had the highestlevels of Carotene (136,2 mg/Kg of MS)and Luteine (306,5 mg/Kg of MS) pig-ments, algo Zeaxantine, Violaxantineand Neoxantine pigments. Is was obser-ved reduction on Carotene levels relatedwith age of cunhã hay.

Key words: cunhã, hay, carotene pig-ments.

INTRODUÇÃO

o estudo dos carotenóides dos ali-mentos utilizados em nutrição animal éde grande importância, devido à reper-

. Parte de Tese apresentada à Universidade Po-

litécnica de Madrirl-Espana. pelo primeiro au-tor. para obtenção do título de Doctor Inge-niero Agrónomo. com bolsa da CAPES.

.. Prot. Adjunto do Departamento de Zootec-

nia/CCA/UFC.... Prot. Catedrático da Universidade Politécnica

de Madrid-Espana.Eng.o Agr.o. Aluno Especial do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia da UFC.Pesquisador do Instituto Nacional de Investi-gação Agrária (INIA) - Madrid-Espana.

141Ciên. A~ron., Fortaleza, 18 (2 ): pág. 141 - 150 - Dezembro, 1987

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Figura 1 - Gráfico dos diferentes pigmentos dos carotenóides totais do ferro de Cunhã (Clitoria ternate8, L.) co-lhida aos 42 dias, separado por cromatografia em capa fina.

,.

Figura 2 - Gráfico dos diferentes pigmentos dos carotenóides totais do feno de Cunhã (Clitoria ternatea, L) colhi.da aos 56 dias, separados por cromatografia em capa fina.

142 Ciên. Agron., Fortaleza, 18 (2 ):pág. 141 - ISO - Dezembro, 1987

Figura 3 - Gráfico dos diferentes pigmentos dos carotenóides totais do feno de Cunhã (Clitoria ternatea, L.) co-lhida aos 70 dias. separados por cromatografia de capa fina.

Figura 4 - Gráfico dos diferentes pigmentos dos carotenóides totais d feno de Cunhã (Clitoria ternatea, L.), co-lhida aos 84 dias, separados por cromatografia em capa fina.

143Ciên. Agron., Fortaleza, 18 (2 ): pág. 141 - 150 - Dezembro, 1987

't

.;e

cussão dos mesmos na coloração dosprodutos de origem animal destinadosao consumo humano, tendo em contaque a cor destes produtos conduz a di-ferente aceitação pelas distintas popula-ções do mundo. Um alimento pode serconsiderado como bom por um determi-nado grupo de pessoas, e rejeitado poroutras, por acreditar que este produtonão apresenta a pigmentação desejada.

Os fenos e ensilados, preparados emcondições técnicas adequadas, represen-tam uma fonte muito rica em carotenos.Os fenos mal conservados ou expostosà intempérie perdem a maior parte doseu valor em caroteno.

A conversão do caroteno em vitami-na A, verificada no intestino dos animais,não se realiza com a mesma eficácia nasdiversas espécies e raças. ~ conhecidoque entre as raças leiteiras, a Guernsey sedistingue por apresentar baixa capacida-de de conversão, tendo em conta quesuas necessidades em vitamina A são asmesmas.

O nome geral dos carotenóides cor-responde a um grupo de pigmentos na-turais, cuja cor vai do amarelo ao verme-lho, sintetizados e capazes de ser meta-bolizados e armazenados pelos animais,segundo KARVER et alii1o & GOOD-WIN9.

Em linhas gerais, as necessidades emcarotenos dos bovinos em pasto, segun-do N. R.C.12 oscilam entre 1,5 mg por kgde peso, em animais em crescimento e 10mg por 45 kg de peso quando são criaslactantes.

AITKEIN & HANKIN1 demonstra-ram que a proporção de carotenóides to-tais e de carotenos e xantofilas em parti-cular, sofre grandes flutuações. Estasproporções variam em função de fatoresambientais, da própria planta ou exter-nos.

Entretanto, antes este nível era de 6,1+ 5,7 mg/100 ml quando recebiam die-tas apenas de grãos.

Com respeito à perda de carotenói-de, B R ITON & GOODWI N7 observa-ram que o material armazenado sofriaperdas devido à atividade enzimática,embora se aprecie maiores perdas porprocesso não enzimático, ativados pe-la radiação solar. A luz ultravioleta,igualmente, produz perdas superioresa 70% de caroteno durante a secagemnum per íodo de 48 horas.

Em nutrição avícola, também é im-portante o estudo dos carotenóides co-mo pigmento. As xantofilas, de interessepigmentário na gema do ovo, são relati-vamente poucas: luteína, zeaxantina,criptoxantina, fluxoxantina, entre asamarelas e capxantina entre as verme-lhas, segundo BOTEY SERRA & GAR-CIAFITE6,

Mc DONALD et alii 13 citam entre oscarotenóides os carotenos (alfa, beta egama) e a criptoxantina, que existe nasplantas superiores e a mixoxantina, con-tida em algas. De todos eles, o que temuma distribuição mais ampla é o carote-no, sendo considerado como mais impor-tante porque suas atividades provitam í-nicas são superiores aos demais.

BONSEMBIANTE et alii5, utilizandobovinos com dietas baixas e altas em ca-roteno comprovaram que a porcentagemde fêmeas prenhas depois da 1.a dose deinseminação aumentou de 38% para 58%para as que receberam alta dose de caro-teno, o que se pode considerar que o ca-roteno, independente da ação provitamí-nica A, tem uma ação específica sobre afertilidade das vacas.

Á medida que avança o desenvolvi-mento da formação de cloroplastos, aprodução de carotenóides continua coma mesma rapidez, especialmente o perío-do inicial de máxima velocidade de cres-cimento. A partir deste momento, aquantidade de carotenóides segue aumen-tando lentamente, embora não seja aomesmo rítmo que a expansão das folhas(formação de matéria seca), pela qual suaconcentração diminui de maneira muito

SA V I LLE & FALK14 observaramem ovelhas deficiências de vitamina A,quando estas foram mantidas durante55 semanas com dietas baseadas emgrãos. Quando essas ovelhas passaramao pasto, o nível de vitamina A, subiuno plasma até 23,53 + 5,7 mg/ 1 00 mio

~

144 ('iên. Agron., I'ortalcza, lI! (2): pág. 141 - ISO - Dc7crnhro, 19H7

ra esta pesquisa o método de OUACKENBUSCH, citado por A.O.A.C.2

Separação e Quantificação dosCarotenóides

Esta operação foi feita por cromato-grafia em camada fina. Para a separaçãocromatográfica das diferentes xantofilasque formam o total dos carotenóides dosfenos utilizou-se o método de OUA-CKEN BUSCH, proposto pela A.O.A.C.2.

Dos gráficos obtidos na leitura dasplacas, escolheu-se o mais representativode cada período de corte, pois, como sepode oaservar nas FIGURAS 1,2,3 e 4,são muito semelhantes, variando unica-mente a altura dos picos que dependedas concentrações.

acentuada; as folhas jovens têm portan-to, uma maior concentração de carote-nóides que as folhas maduras; em conse-qüência, uma planta em estado de desen-volvimento avançado, pode conter umamaior quantidade de carotenóides em va-Iar absoluto, do que uma planta em pe-ríodo jovem de crescimento ativo, embo-ra a concentração, nesta, seja uns 50%superior, segundo BRITTON & GOO-DWIN7.

CARV ALHO et alii8 fazem referên-cia que os fenos obtidos de plantas cor-tadas, inclusive na fase de floração, quan-do desidratada convenientemente, isto é,evitando demasiada exposição ao sol echuvas ocasionais, conservam um consi-derável conteúdo de caroteno. Por ou-tro lado, a exposição prolongada do ma-terial verde ao solou à chuva produzuma perda bastante elevada, ao contrárioda desidratação, artificial do feno queproduz uma pequena perda de caroteno,devido à rapidez do processo desenvolvi-do.

Análise Estatística

Para o estudo estatístico das diferen-ças entre os pigmentos carotenóides dosfenos em estudo, utilizou-se a análise devariância de SNEDECOR 15 , a prova decomparação de médias de Newman-Keuls, citada por KIRK11 , e o modeloabaixo, corresponde ao fator tratamen-to dos diferentes pigmentos carotenói-des estruturais.

MATERIAL E MI:.TODOS

Modelo: Fatorial triplo.

Yijk = .u + Ti + Pj + Rk + TRij + PRjk+ TPRijk

Este trabalho foi desenvolvido naCátedra de Alimentação Animal, da Es-cola Técnica Superior de EngenheirosAgrônomos da Universidade Politécnicade Madrí - Espanha. As análises quími-cas se efetuaram no laboratório da refe-rida Cátedra.

Uti I izou-se materia I procedente doDepartamento de Zootecnia da Universi-dade Federal do Ceará - Fortaleza, Bra-sil. Este material consistiu de feno da le-guminosa cunhã (Clitoria ternatea L.) ex-plorada em um solo de aluvião, irrigada,na fazenda experimental "Vale do Cu-ru", no município de Pentecoste-Ceará,Brasil. As amostras foram colhidas apóso corte de uniformização, a intervalos de14 dias, aos 42, 56, 70 e 84 dias, fenadasem condições naturais de campo.

Sendo:

KYijk

liTi

= neoxantina, violaxantina,zeaxantina, luteína, caro-teno;= 42, 56, 70 e 84 dias;

= 4",= variável dependente a ana-

lisar;= média geral;= efeito fixo correspondente

aos pigmentos isolados(neoxantina, violaxantina,zeaxantina, luteína, caro-teno);

Métodos de Preparação de Amostras

Entre os numerosos métodos paraextração dos carotenóides, se elegeu pa-

('iên. Agron., I;'ortalcza, 18 (2 ): pág. 141 - 150 - Dczembro, 1987 145

Pj Assim, estabeleceu-se a diferença entreos fatores que determinam a proporçãode carotenóides totais (OU de carotenose xantofilas em separado, em cada umdos períodos e as possíveis variações.

Rk

Carotenóides Totais

Os dados de carotenóides totais seencontram na T ABE LA 1, para os quatroperíodos de corte. Observa-se que o pe-ríodo de 42 dias apresenta a maior quan-tidade de carotenóides totais (587,28mg/kg de matéria seca - M.S.), seguidodo período de 70 dias (432,68 mg/kg deM.S.) e do período de 84 dias (393,93mg/kg de M.S.). O período de 56 diasapresentou um valor de 368,86 mg/kg deM.S., o que não concorda com os dadosda literatura3, nos quais se observa umadiminuição quantitativa da proporção decarotenóides totais à medida que aumen-ta a idade da planta.

= efeito fixo correspondenteaos períodos de corte;

= efeito aleatório devido às

repetições;= interação entre pigmentos

isolados e período de cor-te,

= interação entre pigmentosisolados e repetições;

= interação entre os perío-dos de corte e repetições;

= erro residual.

~

TPRijk

il

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Efetuando-se a análise estatísticados resultados (TABELA 2 ), observa-seque a influência dos dois fatores, perío-do de corte e tipo de pigmentos, resultoualtamente significativo (P < 0,01). Acomparação de médias dos pigmentosnos quatro períodos estudados (T ABE-LA 3) indica que a neoxantina (16,60 %)e a zeaxantina (17,44%) não apresenta-ram diferenças estatísticas entre sí, en-

Para os resultados encontrados nopresente estudo, tanto para carotenói-d . Ies totais, como para carotenos e xan-

tofilas isolados, visando conhecer a sig-nificação dos fatores (estado de desen-volvimento e tipo de pigmento) efetuou-se a análise estatística, mediante o méto-do de análise de variância de SNEDE-COR15,

Também se comparou a relação en-tre tipo de pigmento e estado de desen-volvimento. Quando a significação re-sultou positiva para os fatores conside-rados, assim como para a interação ti-po de pigmento "versus" estado de de-senvolvimento, realizou-se a prova decomparação de médias proposta porNewman-Keu Is, citada por K I R K11 .

Tabela 1

Valores Médios dos Pigmentos Carotenóides Isolados (mg/kg de M.S.) do Feno de Cunhã (Clitoria ternatea, L.)em Quatro Períodos de Corte. ,

Madri, Espanha, 1983.

Períodos de ColheitaPigmentos

Caroten6ides-

42 dias 56 dias 70 dias 84 dias

136,21

306,4624,7463,5027,9528,42

90,50

198,94

9,3930,849,96

29,23

85,85242,9426,8357,7815,4313,85

70,29226,55

18,7935,8113,0829,41

.,CarotenosLuteínaZeaxantinaViolaxantinaNeoxantinaNão identificados

TOTAL 587,28 368,86 432,68 393,93

Ciên. Agron., Fortaleza, 18 (2 ):pág. 141 -150 - Dezembro, 1987

Tabela 2

Análise de Variância dos Resultados dos Caro1enóides do Feno de Cunhá (Clitoria ternatea, L.) em QuatroPeríodos de Corte (Dados Baseados na M.S.), Madri, Espanha, 1983.

QuadradosMádios

FCalculado

Soma doQuadrado

Grau deLiberdade

Fontes de

Variação

291.63 ..431888.269.1958017297.78

2961.84811893.88252.31754874.919

4238

126

24

1079992.030.097955765.928370.2310991.156942.05292203.1216

JKLJKJLKLJKL

137.11

4.88

J - Pigmentos;K - Repetição;L - período de colheita

Tabela 3

Comparação de Médias dos Pigmentos Carotenóides do Feno de Cunhã (Clitoria ternatea, L.) em QuatroPeríodos de Corte. (Baseado na M.S.). Madrí, Espanha, 1983.

Carotenóides M~dias N z v c

243,72

95,7046,9817,4416,60

227,12**79.10 **30.38 *

O,84NS

226,28 * *

78,26 **29.54 **

197,28 **

49,26 **

148,02 * *L

CVZN

L - Luteína;C - Carotenos;V - Violaxantina;Z - Zeaxantina;N - Neoxantina

.. (P <0,01);. (P < 0,01);. (P < 0,05);

NS (P > 0,05) não significativo.

Tabela 4

Comparação de Médias Entre os Períodos de Corte do Feno de Cunhã (Clitoria ternatea, L.IMadri, Espanha, 1983.

Médias 56 84 70Períodode corte

111,7783,7672.9067,92

43,85 **15,84 **

4,91 NS

38,87 **10,86 **

28,01 * *42 dias70 dias84 dias56 dias

**(P < Q.01);NS (P > 0,05) não significativo.

Ciên. Agron., Fortaleza, 18 (2 ): pág. 141 - 150 - Dezembro, 1987 147

.

Ir

nhã (Clitoria ternatea L.), por períodode corte, assim como os do gênero "vi-cias" encontrados por BARRO DE NEY-RA3 e os dados de BICKOFF et alii4 pa-ra alfafa, encontram-se na T AB E LA 5.Observa-se que a proporção de luteínanos quatro per íodos, resu Itou superioraos dos gêneros de vicias e da alfafa, en-quanto que a zeaxantina (pigmento degrande interesse como a luteína), foisuperior aos dados de alfafa e inferioraos das três vicias. Os dados de viola-xantina e neaxantina foram inferioresaos do gênero "vicias" e da alfafa. Acriptoxantina encontrada para alfafa,não foi identificada nos fenos de cu-nhã.

O período de 42 dias apresentouquantidade de carotenos (136,21 mg/kgde M.S.) e de xantofilas; luteína, zeaxa-notina, violaxantina e neaxantina (422,65 mg/kg de M.S.) superiores aos demaisper íodos de corte, o que pode estar con-dicionado à idade da planta (relação fo-lhas/talos).

tretanto diferem significativamente(P < 0,05) dos pigmentos neoxantinae violaxantina, (46,98%) como também,os demais entre sí (P < 0,01).

A comparação de médias entre os pe-ríodos de corte (T A8E LA 4), revela queos períodos de 42, 70 e 84 dias de idadeapresentaram diferenças significativas( P < 0,01), por outro lado o corte com56 dias de idade não apresentou diferen-ças significativas com o de 84 dias, e simcom os demais (P < 0,01 ).

O fato do período de 56 dias terapresentado menos carotenóides (67,42mg/kg de M.S.) que os per íodos de 70 e84 dias não parece normal, dado que arelação folhas/ talos diminui com a idadeda planta.

Com exceção do período de 56 diasde idade, a prova de NEWMAN KEULSconfirmou que as diferenças encontra-das na proporção de carotenóides e esta-do de desenvolvimento foram todas sig-nificativas (P < 0,01). Isto mostra que aconcentração de carotenóides totais, di-minui significativamente com o retarda-mento do corte da planta.

A diminuição das concentrações decarotenóides em relação à idade da plan-ta são mais acentuadas que os outroscomponentes qu ímico-bromatológicos.No caso dos fenos em estudo observou-se uma diminuição dô proteína brutacom a idade da planta, de 23,06% (42dias) a 18,71 % (84 dias). O estrato eté-reo diminui de 4,28% a 3,46% nos mes-mos períodos, já a fibra neutro deter-gente (F.N.D), aumentou de 42,39% a54,21 %. As diferenças na proporção depigmentos encontrados em cada perío-do de corte comparadas com as queexistem entre os outros componentesqu ímico-bromatológicos, explicam aíntima relação e dependência entre odesenvolvimento dos carotenóides e osplastídeos, o que comprova as afirmati-vasde BRITTON & GOODWIN7.

CONCLUSOES

Caroteno e Xantofilas

As quantidades de carotenóides to-tais dos fenos da leguminosa Cunhã(Clitoria ternatea, L.), de um modo ge-ral, decresceu com a idade da planta,com exceção da idade de 56 dias. O fenocolhido aos 42 dias apresentou maiorconteúdo de carotenóides.

O conteúdo de caroteno dos fenosdiminui com a idade da planta; enquan-to as quantidades de xantofilas do fenocolhido aos 42 dias foram superiores à"sdemais idades de corte.

O pigmento luteína aumentou com aidade de corte, enquanto que as demaisxantofilas não apresentaram a mesma re-gularidade.

Com base nos resu Itados desta pes-quisa, destaca-se o feno de cunhã comouma das alternativas para a formulaçãode rações para animais.

As porcentagens de cada um dos ca-rotenóides identificados no feno de Cu-

148 Ciên. Agron., Fortaleza, 18 (2 ): pág. .\41 - ISO - Dezembro, 1987

Tabela 5

Valores Médios(1) dos Pigmentos Isolados da Matéria Seca do Feno de Cunhã (Clitoria ternatea, L.), emQuatro idades de Corte, e de Plantas do Genero "vicias" e Alfafa (Medicago sativa,) "in natura". (Em %

Total de Carotenóides).Madri Espanha, 1983.

Zea-xantina

Viola-. fi

xantlnaNeo-

xantinaCripta-xantirl'a

Lute(naCarote-nos

v. sativa (2)

Início floraçãoPlena floração

LegumesMédia

13,8914,0414,73

14,22

11,0011,8912,9411,94

39.5438.2238.55

38.77

6,70

7,87

8,147,57

28,8828,1625,6627,56

V. vi/tosa (2)

Início floraçãoPlena floração

LegumesMédia

14,3013,1510,28

12,91

11,5510,29

10,6310,82

42,0844,4644,6043,71

3,553,736,884,72

27,7428,1727,5927,83

v. monanthos (2)Início floraçãoPlena floraçãoLegumes

Média

9,7210,9613,3511,34

6,449,22

10,698,78

50,9344,1544,7646,61

4,30

6,308,726,44

28,5829,3522,4426,79

v. ervilia (2)Início floraçãoPlena floraçãoLegumes

Média

9,66

9,15

10,01

9,61

7,245,095,305,88

11,247,969,249,48

29,3031,2227,0029,17

42.6346.7548.4645.95

M. sativa (3)Média 3,4015,401,80 27,4020.00 32,00

(1) Estes valores correspondem à f!J,jdia aritm~tica dos fenos nos quatro períodos de corte.

(2) Dados de BARRO DE NEYRA(3) Dados de BICKOFF et. aljj4

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