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Sumário

Prefácio 6

Introdução 10

Índice por título 12

Antes de 1960 20

Anos 1960 70

Anos 1970 158

Anos 1980 288

Anos 1990 402

Anos 2000 534

Anos 2010 766

Índice por gênero 948

Colaboradores 956

Créditos das imagens 958

Agradecimentos 960

6 Prefácio

Antigamente, naquele mundo obscuro do passado distante – quando, em vez de pesquisar na internet, tínhamos que pegar um ônibus para ir até a biblioteca –, os programas de televisão simplesmente sumiam. Se você por acaso perdia algum programa em especial, ele desaparecia, para nunca mais ser visto de novo.

Naquele tempo, não havia DVDs, não se podia fazer downloads nem recorrer à Netflix. Não existia sequer gravador de vídeo. A programação da TV vivia mudando e, se você perdesse alguma coisa porque seu ônibus tinha atrasado, porque sua mãe e seu pai ficaram vendo o noticiário ou porque você estava na casa de outra pessoa e os pais do seu amigo tro-caram de canal (que medo de isso acontecer!), não tinha jeito. O filme que você pretendia ver – ou pior, o último capítulo daquela série a que estava assistindo – se perdia para sempre, como um beijo que você nunca soube que deveria ser seu.

Foram essas circunstâncias que geraram livros como este que você está lendo agora. De certa forma, elas também explicam por que essas obras nunca desapareceram: porque, nos primórdios, os telespectadores tinham opiniões, em vez de meios para gravar tudo. Sim, opiniões! Às vezes eu penso que formar uma opinião quanto ao que está sendo exibido é a melhor parte da experiência.

Quando eu era pequeno, assistia a Doctor Who, que foi lançado em 1963, com meu pai. E ele costumava assentir com a cabeça e sorrir, apontando os erros de física cometidos no roteiro – que espero que, a essa altura, não aconteçam mais. Quando terminava, nós dois concordávamos que o pro-grama era ótimo.

“Mas nunca vai ser tão bom quanto The Quatermass Experiment”, dizia sempre. Bem, a série The Quatermass Experiment foi criada e exibida antes mesmo de eu nascer. O que significava, naquela época, que eu não tinha a menor chance de conhecê-la. Aqueles seriados antigos sumiam como navios no fundo do mar e eram muito empolgantes. Eu era fascinado por eles. Meu pai me contou que o melhor episódio tinha sido “Quatermass and the Pit” (1958) e que todo mundo tinha ficado em casa para assistir. Repetidas vezes, ele me falou de cada pedacinho do roteiro, mas só por-que eu o obrigava. Durante essas recontagens, meu pai, é claro, inventava coisas, esquecia outras e se permitia qualquer viagem da imaginação que ele achasse que poderia me entreter. (Inevitavelmente, quando enfim vi o episódio real, muitos anos depois, fiquei decepcionado por eles terem errado tanto a trama do meu pai.)

Mas, quando eu ainda era criança, algo mágico aconteceu. Em uma livraria, enquanto folheava um livro antigo sobre filmes de ficção científica,

PrefácioPor Steven Moffat

Prefácio 7

deparei com uma fotografia do “Quatermass and the Pit”. Fiquei olhando para ela como se fosse um milagre proibido. Um homem grisalho de bigode (facilmente identificável como o próprio Quatermass pela sabedoria que seu chapéu emanava) estava discutindo com um coronel irritado, que, obvia-mente, estava errado com relação a tudo que dizia. Próximo aos dois, havia uma nave espacial enterrada no chão. E ao lado, em letras garrafais, uma breve sinopse da série, que condizia com a história do meu pai, apesar das poucas falhas decepcionantes.

E foi assim que começou minha fascinação por esse tipo de livro. Eu sabia que o seriado estaria fora do meu alcance para sempre, mas isso não me impediu de formar opiniões a respeito dele. Na verdade, foi isso que me ins-pirou. Li livro após livro, sem nunca comprá-los, dentro da livraria mesmo – e espero que você não esteja fazendo isso agora. Descobri que quatro homens interpretaram Quatermass, um ator diferente para cada temporada. Fiquei muito chateado com isso, então decidi escolher um – ele seria o único que eu consideraria legítimo. Depois de ler e absorver o máximo de informações possível, optei pelo André Morell.

Agarrei-me com unhas e dentes a essa opinião e sempre discutia sobre o assunto com outras crianças que, naturalmente, também não tinham assistido à série e só tinham ouvido falar do programa por mim. E então, quando a versão em filme, Uma sepultura na eternidade, chegou à TV (Ah, que confusão isso me causou!), eu concluí que o Andrew Keir não era um Quatermass tão bom quanto o André Morell – que eu nunca tinha visto no papel e, até onde eu sabia, jamais veria. Contudo, graças àqueles livros e às fotografias proibidas, eu já sabia o que pensava e aquilo bastava para mim.

Mas não era só The Quatermass Experiment que capturava minha atenção. Eu estava enlouquecido lendo todos aqueles livros e, ah, como eu curtia os seriados que nunca tinha visto! Tornei-me um fã inveterado do Sherlock Holmes de Basil Rathbone antes mesmo de vê-lo em ação. Fiquei furioso com a decisão de trocá-lo no terceiro filme. Trocar Sherlock Holmes: que espécie de insanidade era essa? Eu também era particularmente aficionado de O prisioneiro (The Prisoner – 1967), sobre o qual li incansavelmente. Fiquei um tanto entusiasmado com o fato de ser um spin-off de outra série, chamada Danger Man (1960), que tinha o mesmo personagem principal (John Drake), mas me senti decepcionado com aquele último episódio confuso e caótico. Quando assisti ao seriado alguns anos depois, descobri que nada disso era verdade – mas, para ser sincero, a versão de O prisioneiro que eu mesmo criei ainda parece mais real do que a produção verdadeira. Da mesma forma, o próprio “Quatermass and the Pit” nunca será tão bom quanto a versão original – aquela que meu pai me contava depois de cada episódio de Doctor Who.

8 Prefácio

Uma loucura, é claro. Mas uma loucura maravilhosa, e é por isso que livros como este são importantes. No fim das contas, todas as séries de tevê são apenas barulho e cores; o que importa é o que continua na sua cabeça depois de cada episódio. As teorias que você elabora, as sequências que imagina, as opiniões sensacionais que desenvolve com o firme propósito de irritar um pouquinho os seus amigos, as conversas no dia seguinte que duram mais tempo do que o seriado em si... Na verdade, o único lugar onde uma série televisiva ganha vida é na mente e no coração dos espectadores, conforme eles se expressam em suas conversas fiadas, em sua alegria ou indignação, seu desprezo ou seu entusiasmo. Ah, e em suas discordâncias, acima de tudo.

Quando dei uma olhada na lista de colaboradores deste livro, fiquei agradavelmente impressionado, pois conheço boa parte deles, mas isso não aconteceu porque existe uma organização secreta que decide todas as questões da mídia. Na verdade, e me perdoe por trazer isso à tona mais uma vez, tudo começou meio que por causa do Doctor Who. Esta série já esteve perdida no fundo do mar, limitando-se a uma piada ou a uma pergunta de um jogo de tabuleiro. Na primeira quinta-feira de cada mês, vários de nós, velhos fãs, íamos ao mesmo bar para rir e conversar sobre esse antigo seria-do televisivo – e sobre todas as outras séries também. E quando a notícia se espalhou, como sempre acontece, pessoas que nunca ouviram falar da TARDIS começaram a aparecer. E assim, ao longo de muitos e muitos anos, na primeira quinta de cada mês, naquele barzinho, discutíamos sobre séries de tevê mais do que você acharia possível.

Por fim, passei a ficar ocupado demais e parei de comparecer. Comecei a escrever os roteiros do Doctor Who, depois de Sherlock, e aí, de repente, nunca mais tive tempo para aqueles encontros. Nem sei se ainda aconte-cem – espero que sim. Mas, caso contrário, sempre existirá este livro que você tem em mãos agora para lhe dar um gostinho das nossas discussões.

Esta obra está fervilhando de opiniões, e está na hora de você entrar aqui e discordar. Escolha uma série que você odeia e leia o verbete; você vai ficar andando de um lado para outro discutindo com ele. Se quiser ficar realmente irritado (e quem não quer?), escolha um seriado que ama e leia a resenha de alguém que o está elogiando pelos motivos errados. Porque é para isso que a televisão serve. Não para as séries em si, mas para toda conversa louca, passional e alucinada que acontece depois. O verdadeiro seriado é o que você pensa que é, não apenas o que você viu na tela.

Um tempinho atrás, fui encurralado numa festa por uma pessoa que que-ria me repreender por tudo que eu já tinha escrito na vida. Isso volta e meia acontece e geralmente acaba com meu crítico pedindo para tirar uma selfie comigo. Mas esse cara, em particular, disse o seguinte:

Prefácio 9

– Os seus seriados… A lógica da geladeira deles é péssima.Aquele era um conceito novo para mim. – Hum, não acho que eu coloque tantas geladeiras assim nos meus rotei-

ros – respondi, pensando que ele deveria ter comprado sua camiseta de Sherlock em um tamanho maior.

– Não, não, não. Lógica da geladeira.– As geladeiras têm isso agora?– Você nunca ouviu falar na lógica da geladeira?Ele riu de mim e a imagem do Benedict Cumberbatch sacudiu empa-

ticamente na barriga dele.– Não, mas tenho uma geladeira, se ajudar. É verde.Ele decidiu esclarecer sua teoria.– É quando você vai até a geladeira depois de assistir a um seriado e

percebe que o episódio não fez sentido algum. Não consigo gostar dos seriados que você escreve porque a lógica da geladeira deles é fraca. Para mim, isso prejudica a diversão.

Pensei por um instante.– Tudo bem – respondi, alegremente. – Mas, pelo lado positivo, torna a

sua ida até a geladeira mais agradável!

10 Introdução

Olá e obrigado por querer descobrir mais sobre o maravilhoso mundo da televisão. Agora, antes que você vá correndo procurar sua coleção de DVDs, acessar seu serviço de streaming ou pegar seu gravador digital, é melhor eu dar um breve alerta. Assistir a absolutamente todos os episódios de cada uma das 1001 séries e programas de televisão que fazem parte deste livro é uma tarefa e tanto. Por exemplo, assistir aos 8.630 episódios de Coronation Street levaria uns bons 30 dias. No mês seguinte, você poderia começar St. Elsewhere – o drama médico americano dos anos 1980 – e todas as suas séries derivadas. Mas falaremos mais disso daqui a pouco.

Preciso deixar algo claro desde o início: este livro não é uma lista de afaze-res. Para cada grande série mencionada aqui, há centenas de outras que você pode conhecer sem nunca ficar sem algo interessante para assistir. Isto aqui é mais como um guia turístico. Veja bem, se você realmente começou com St. Elsewhere, pode ser que descubra aos poucos que alguns dos personagens da série fizeram participações em outros seriados – como Homicídio. Ora, Homicídio era estrelado pelo detetive John Munch, que também apareceu em Arquivo X. Para falar a verdade, Munch apareceu ainda em Law & Order, A escuta, Unbreakable Kimmy Schmidt e outros cinco seriados importantes. Graças a ele, quase 90% da produção televisiva americana dos anos 1990 e até depois disso pode ser considerada a criação fantástica de um paciente que chegou ao hospital no episódio final de St. Elsewhere. Em outras palavras, você está prestes a embarcar em uma jornada longa. Muito longa.

Os países que mais exportam produções televisivas são Estados Unidos e Reino Unido – e é por isso que a maioria dos títulos aqui elencados é desses países. Fizemos uma boa e ampla seleção dos seriados americanos e ingleses de todas as décadas. Alguns são trabalhos reconhecidamente importantes (Fawlty Towers, Família Soprano, A família Bellamy, I Love Lucy), mas entre os grandes sucessos há vários títulos cult obscuros que talvez sejam novidade para você. Contudo, você também vai encontrar clássi-cos inesquecíveis da Escandinávia, da França, da Alemanha, do Brasil e até mesmo da Coreia do Sul.

Qualquer seleção como esta será, é claro, um tanto subjetiva – mas esteja certo de que esta não é uma lista das preferências de uma única pessoa. Levamos em consideração sugestões de gente dos dois lados do Atlântico e de todo o mundo. Mesmo assim, sinto muito se seu seriado do coração não estiver aqui. Pode não ter sido incluído, mas com certeza não foi esquecido.

Nosso foco principal aqui são as séries e os programas televisivos que podem ser assistidos descontroladamente, e inclui de produções curtas a seriados que duraram várias temporadas. Nos Estados Unidos, as séries costumam ter muitas temporadas. Já no Reino Unido e em outros países,

IntroduçãoPor Paul Condon

Introdução 11

há uma longa tradição de seriados curtos e até mesmo produções de tem-porada única de diretores e dramaturgos renomados, então fizemos uma seleção desses casos também. Infelizmente, tivemos que tomar a decisão de não incluir seriados infantis. Apesar de muitos cruzarem gerações, eles não costumam ultrapassar as fronteiras dos próprios países. Então nos ativemos a uma ou duas séries que tiveram alcance além de seu público-alvo original. Veja se você consegue entender o porquê.

A ideia de fazer um livro da coleção 1001 sobre séries de tevê já vinha sendo discutida há quase uma década, mas foi só agora, quando a tecnolo-gia do streaming se popularizou, que chegou a hora certa. Ao contrário do que acontece quando se trata de filmes, que contam com uma divulgação global estratégica, até recentemente teria sido difícil que as pessoas tives-sem acesso aos melhores e mais recentes seriados produzidos ao redor do mundo. Ainda bem que, com o crescimento do serviço de streaming, como Netflix, Amazon Prime, YouTube e BBC Store (e essas são apenas as fontes legítimas), séries que pareciam para sempre fora de alcance estão agora disponíveis para espectadores em qualquer lugar do planeta. Como um fã de televisão em todas as suas formas, acho muito satisfatório ver um monte de produções antigas e arquivadas sendo disponibilizadas. Isso significa que a tevê clássica pode ser classificada como “nova” para os espectadores modernos que tiveram o azar de terem nascido um pouquinho tarde demais. Agora, I Love Lucy ou Eu, Cláudio podem ficar ao lado de Um maluco na TV e Guerra dos Tronos e ainda nos surpreender.

Desde que fechamos a lista das 1001 séries que entrariam nesta edição, já vi alguns novos seriados incríveis que certamente ganhariam espaço aqui: Grace & Frankie, Demolidor, Black Sails, Jonathan Strange & Mister Norrell, Wayward Pines, 1864, The Casual Vacancy e a releitura de Poldark, para citar apenas alguns. E com novas séries ainda mais fantásticas já sendo anuncia-das para o futuro, uma coisa é certa: nós provavelmente nunca ficaremos sem ter coisas ótimas para assistir!

Nota do Editor: Várias das séries citadas neste livro ganharam títulos em português ao serem veiculadas no Brasil. Algumas, no entanto, mantiveram seu nome original. Às vezes, uma mesma série era exibida com o título original nos canais por assinatura e serviços de streaming e com suas versões brasileiras nas emissoras de canal aberto.

Decidimos, então, adotar o título em português no caso das séries que ganharam um nome no Brasil, deixando entre parênteses o original.

Para facilitar a localização dos títulos nos índices (por título e por gênero), listamos, quando era o caso, as duas versões. Quando o programa não possui título em portu-guês, mantivemos o original.

Sullivan com os beatles John Lennon, Ringo Starr e Paul McCartney, durante um ensaio para o programa.

Com sua performance pomposa, sua pronúncia peculiar e uma aparência que lhe conferiu o apelido de “A Grande Cara de Pedra”, o ex-colunista Ed Sullivan não era um apresenta-dor de tevê óbvio. No entanto, seu programa de variedades dominical – que se chamou Toast of the Town até 1955 – apresentou uma verdadeira galáxia de estrelas, com artistas da Broadway a Hollywood e das tendas de circo aos salões de óperas, para um público fascinado.

As participações icônicas de Elvis Presley em 1956 e 1957 e dos Beatles e das Supremes em 1964 foram as mais impactan-tes da história do programa. Contudo, o site Edsullivan.com afirma que “os Rolling Stones foram banidos do programa (temporariamente) depois de sua primeira participação con-turbada e que o diretor pediu que o The Doors deixasse de fora a frase ‘Girl we couldn’t get much higher’ da canção ‘Light My Fire’ (eles concordaram, mas cantaram mesmo assim, e também foram banidos)”.

Os telespectadores também puderam apreciar o ratinho Topo Gigio, Ethel Merman, os Muppets, Richard Pryor e muito mais. Uma aparição no Ed Sullivan frequentemente significava um atalho para a fama, com o apresentador – alcunhado como “um caça-talentos brilhante e um reconhecedor de habilidades” – chamando a atenção dos espectadores tanto na tevê quanto fora dela. Um verdadeiro programa de variedades, ele mistu-rava o mundano com o bizarro, o cômico com o dramático.

A última locação do programa em Nova York – primeiro no Teatro Hammerstein’s, depois no Estúdio 50 da CBS-TV e, a partir de 1967, no Teatro Ed Sullivan – agora é registrada como um local histórico. A série Kate & Allie foi gravada lá de 1984 a 1989, bem como o Late Show, de David Letterman, a partir de 1993. ATB

Elenco | Ed SullivanEmissora original | CBSPrêmios | 1 Emmy, 1 Globo de OuroPara quem gosta de… | The Tonight Show (1954), Late Show with David Letterman (1993)

Senhoras e senhores, curtam um programa realmente grandioso

The Ed Sullivan ShowVariedades | EUA | 1948-71

22 Antes de 1960

James Garner e Jack Kelly na pele dos personagens Bret e Bart Maverick.

Diferente da maioria dos outros heróis de faroeste da época, Bret Maverick (James Garner) era um trapaceiro charmoso que preferia jogar cartas e se safar do perigo com artimanhas a se meter em tiroteios – não que ele não soubesse manejar uma arma, quando a ocasião pedisse.

Criado por Roy Huggins, Maverick era um antídoto leve para o mundo cada vez mais enérgico dos outros faroestes televisivos. Contudo, o cronograma de produção extenuante fez com que Garner não conseguisse dar conta do programa sozinho, então a família Maverick cresceu e passou a incluir o irmão Bart (Jack Kelly), que protagonizou vários episódios. Equipes diferentes filmavam os episódios de Garner e Kelly, e às vezes os dois apareciam juntos. Enquanto o Bart de Kelly ficava com as aventuras de ação mais padrão, o Bret de Gar-ner era um adorável e atento armador de falcatruas.

A série se baseava em materiais de gente como Robert Louis Stevenson e Louis L’Amour, além de apresentar paró-dias tirando sarro dos famosos duelos. O recorrente convi-dado famoso Ben Gage interpretava variações do delegado Matt Dillon, de Gunsmoke, com destaque para um episódio que se baseou nessa série e no seriado Have Gun – Will Travel, intitulado “Gun –Shy”. Huggins saiu após a segunda tempo-rada. Depois do terceiro ano, Garner também abandonou o barco, e um terceiro irmão, Brent (Robert Colbert), e um primo, Beau (Roger Moore), surgiram para dar uma assistên-cia a Bart. Em 1978, um filme para tevê, The New Maverick, e reprises do Maverick de Garner de 1981 a 1982 mantiveram o personagem vivo, enquanto em 1994 uma adaptação para o cinema conta com Mel Gibson como protagonista e Garner fazendo uma ponta como coadjuvante. ATB

Episódio clássicoShady Deal at Sunny Acres | Temporada 2, episódio 10. Este episódio escrito por Roy Huggins, criador da série (que ele acreditava ter inspirado a primeira metade de Golpe de mestre), reúne todos os personagens recorrentes em uma trapaça completa contra um banqueiro inescrupuloso.

Elenco | James Garner, Jack Kelly, Roger Moore, Robert Colbert, Efrem Zimbalist Jr., Diane BrewsterEmissora original | ABCPrêmio | 1 EmmyPara quem gosta de… | Arquivo confidencial (1974)

MaverickFaroeste | EUA | 1957-62

Um faroeste subversivo e satírico totalmente diferente dos clichês do gênero

Antes de 1960 53

Fred, Barney, Wilma e Betty com seus filhos, Pedrita e Bambam, e Dino, o dinossauro.

Primeira série de animação a ser exibida no horário nobre na tevê americana, Os Flintstones era uma comédia sema-nal de meia hora de duração na qual Fred e Wilma, o casal com o sobrenome do título, e seus vizinhos Barney e Betty Rubble moravam em um subúrbio moderno e aconche-gante milhões de anos atrás, quando os dinossauros habi-tavam a Terra.

Criada por William Hanna e Joseph Barbera, a série pas-sou um bom tempo em fase de planejamento, enquanto os produtores consideravam as possibilidades de usar famílias caipiras, romanas ou de peregrinos como base de sua série de humor, até perceberem que a pré-história oferecia o maior número de piadas prontas e relações comicamen-te anacrônicas com a vida contemporânea nos Estados Unidos. No início não foi fácil vender a ideia às emissoras, mas o sucesso da série foi responsável pela infinidade de

comédias temáticas que se seguiu, desde A família Buscapé, em 1962, até Jeannie é um gênio, em 1965.

Fred Flintstone, o patriarca barulhento, um tanto gros-seiro, mas essencialmente bem-intencionado, com seu jar-gão otimista “Iaba-daba-du!”, se tornou um personagem icônico no mundo ocidental. Com a popularidade cres-cente da série, estrelas de Hollywood, como Tony Curtis e Ann-Margaret, emprestaram seus talentos vocais às versões pré-históricas de si mesmos (Stoney Curtis e Ann Margrock, respectivamente). Tecnologias anacrônicas, como o gramo-fone, eram providenciadas pelos dinossauros, ao passo que automóveis de pedra eram movidos apenas com os pés dos motoristas e passageiros. JJJ

As aventuras de um casal suburbano e seus vizinhos da cidade pré-histórica de Bedrock

Elenco | Alan Reed, Mel Blanc, Daws Butler, Jean Vander Pyl, Bea Benaderet, John Stephenson, Harvey KormanEmissora original | ABC Para quem gosta de… | The Honeymooners (1955), A feiticeira (1964), Os Simpsons (1989)

Os Flintstones (The Flintstones)Animação | EUA | 1960-66

Anos 1960 73

O velho carro de 1921 da família Buscapé foi alterado por George Barris, o homem por trás dos icônicos Batmóvel e Munster Koach.

A premissa de A família Buscapé – reiterada toda semana por meio de sua música-tema inesquecível – era de que um pobre homem que morava nas montanhas um dia encon-trou petróleo. Como ficou rico, mudou com toda a família do interior das montanhas Ozark para o parque de diversões dos milionários que era Beverly Hills. Apesar de toda a sua imensa fortuna, o clã Clampett – o pai Jed, a vovó Daisy, a linda e levada Elly May e o tosco e vagaroso Jethro – manteve seus costumes interioranos, contrastando comicamente com os da nova vizinhança. Eles provocaram dores de cabeça cons-tantes no banqueiro sr. Drysdale, que tolerava o caos apenas para continuar com as mãos na fortuna de Jed, ao passo que sua secretária – a solteirona srta. Hathaway – era frequen-temente forçada a lidar com os Clampett e os problemas originários de sua concepção ingênua das “coisas da cidade”.

Criado por Paul Henning, roteirista de muitos episódios de The Bob Cummings Show (1955), A família Buscapé foi estraça-lhada pelos críticos, mas se mostrou um sucesso de audiên-cia. (Henning considerou ambientar o seriado em Nova York, mas percebeu que o custo para uso das locações seria exor-bitante.) A série chegou ao topo dos rankings americanos já no primeiro ano e permaneceu entre as mais assistidas todos os anos até o final dos anos 1960. A marca registrada de Henning, que é fazer uma comédia alegremente simplis-ta, de choques culturais, continuou nos sucessos Petticoat Junction (1963) e O fazendeiro do asfalto (1965), ao passo que séries com o mesmo estilo, como Gomer Pyle: USMC (1964), impulsionaram ainda mais esse subgênero vibrante – do qual os Clampett eram os reis.

Uma versão cinematográfica foi feita em 1993, contan-do com um elenco inteiramente novo e com Buddy Ebsen encarnando outro de seus alter egos televisivos, o detetive Barnaby Jones. DF

Episódio clássicoAnother Neighbor | Temporada 2, episódio 26. Uma condessa (Jean Willes) se muda para a casa ao lado e se apaixona pelo charme montanhesco de Jed. No fim das contas, contudo, ela acaba se casando com seu chofer (Burt Mustin, mais tarde visto em Petticoat Junction).

Elenco | Buddy Ebsen, Irene Ryan, Donna Douglas, Max Baer Jr., Raymond Bailey, Nancy KulpEmissora original | CBSPara quem gosta de… | The Real McCoys (1957), Petticoat Junction (1963), O fazendeiro do asfalto (1965)

A família Buscapé (The Beverly Hillbillies)Comédia | EUA | 1962-71

Uma diversão desconcertante e fabulosa com moradores das montanhas que se tornam milionários

86 Anos 1960