sumÁrio contexto histÓrico da integraÇÃo latino … · a venezuela apresentou um projeto...
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SUMÁRIO
1. COMUNIDADE DOS ESTADOS LATINO AMERICANOS E CARIBENHOS ........ 3
1.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA ............... 3
1.2 DA ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL: Procedimento para funcionamento
orgânico da CELAC ............................................................................................................... 6
1.3 DAS CUPULAS ............................................................................................................ 9
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1. COMUNIDADE DOS ESTADOS LATINO AMERICANOS E CARIBENHOS
1.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA
A integração regional tornou-se mais intensa principalmente após o advento da
globalização. Porém, no século XIX, depois dos primeiros anos da independência dos
países latino americanos começaram a surgir ideias de integração. A primeira reunião
entre os países latino americanos e caribenhos ocorreu em 1826 no Panamá e foi
liderada por Simon Bolívar. O documento aprovado após as discussões fazia
referência a um pacto de defesa comum e também tratava sobre a integração
comercial.
Bolívar almejava a formação de uma federação latino-americana e caribenha.
Porém tal forma de integração não foi possível, dada a grande fragmentação e o
distanciamento entre os países após o processo de independência. A ascensão de
regimes ditatoriais, a deficiência do desenvolvimento econômico, político e social e a
divisão dos países impediu, por muito tempo, o surgimento do crescimento igualitário
na região.1
Em 1948 o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas criou a CEPAL
(Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe)2 , esta teria por objetivo
monitorar as políticas de desenvolvimento e contribuir nas relações econômicas entre
seus membros. Após a criação da CEPAL o processo de integração ganhou mais força
e no ano de 1960 foi criada a ALALC (Associação Latino-Americana de Livre
Comércio) com o objetivo de estabelecer a longo-prazo uma zona de livre comércio.
Todavia, parte do tratado denominada “cláusula da nação mais favorecida” prejudicou
o andamento das negociações, pois obrigava que uma concessão comercial entre
dois países membros deveria, automaticamente, abranger aos demais. Além disso, a
dificuldade de rompimento de tarifas e o não cumprimento dos prazos estabelecidos,
não permitiu o crescimento da ALALC.
1 Dados coletados do site Brasil no mundo. Disponível em: < http://brasilnomundo.org.br/analises-e-
opiniao/o-mercosul-e-os-processos-de-integracao-da-america-do-sul-e-da-america-latina-integracao-
pela-cidadania-ou-desintegracao-pelas-assimetrias/#.VImVAtLF_TU>. Acesso em: 12 dez. 2014.
2 Dados coletados do site do Escritório da CEPAL em Brasília. < http://www.cepal.org/cgi-bin/getProd.asp?xml=/brasil/noticias/paginas/2/5562/p5562.xml&xsl=/brasil/tpl/p18f.xsl&base=/brasil/tpl/top-bottom.xsl>. Acesso em: 12 dez.2014.
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Em 1980, com necessidade de alterar o modelo de integração comercial anterior
foi criada por meio do Tratado de Montevidéu a ALADI. Sua principal característica
era a flexibilidade, pois permitia acordos entre dois ou mais países- membros sem que
os demais fossem obrigados a acordar com as negociações. Os países possuem
autorização junto à OMC (Organização Mundial do Comércio) para estabelecer
compromissos em ralação ao aumento ou diminuição de tarifas sem a necessidade
de estender o acordo aos membros da OMC.
Mesmo com a criação da ALADI, o processo de integração entre América Latina e
Caribe tornou-se mais intenso a partir da década de 80. A crise do sistema neoliberal
na região e a redemocratização ocorrida nos países da América do Sul provocaram
mudanças na política externa de vários governos, ou seja, o crescimento de uma de
política de maior integração.
Em 1991, por meio do Tratado de Assunção foi estabelecido o Mercosul (Mercado
Comum do Sul) formado inicialmente por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A
criação do bloco foi base para o surgimento de outras formas de integração a exemplo
da CELAC.
1.1.1 A questão da ALCA3
Em 1994, os EUA reuniram 34 países (a exceção de Cuba) do continente a fim de
discutir questões relacionadas a integração e o livre comércio, o objetivo era
estabelecer o livre comércio até o ano de 2005. Entretanto, nas cúpulas ocorridas nos
anos 1995 a 1998 foi possível perceber as grandes divergências entre os países. Uma
das divergências era o interesse dos EUA em atrair individualmente cada país
enquanto o Brasil desejava que as negociações fossem realizadas com os blocos
regionais formados ou em processo de formação. Na terceira Cúpula das Américas
ocorrida no de 2001, as opiniões estavam divididas: de um lado estavam o EUA,
México, Canadá e boa parte dos países latino-americanos e do outro a Venezuela,
Brasil e os pequenos países caribenhos.
As negociações para criação da ALCA fomentaram o debate a respeito das
oportunidades e riscos da integração regional, além de trazer à tona projetos para
valorização do MERCOSUL. Não havia consenso sobre quais seriam os interesses
3 Dados coletados do Brazilian Journal of International Relations. Da ALCA à CELAC: O Brasil e os desafios da integração continental.
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internos da ALCA, portanto, não havia possibilidade de um acordo de integração.
Assim, na última reunião prevista na Cúpula de Miami, a ALCA saiu de pauta e
assuntos a respeito do combate da fome e da pobreza e fortalecimento da democracia
foram retomados.
1.1.2 Integração Latino-Americana e Caribenha: da CALC à CELAC
A tentativa de reunir os países do continente não teve êxito. Assim, alguns
países iniciaram o processo de integração independente dos EUA.
A Venezuela apresentou um projeto denominado Alternativa Bolivariana para
as Américas (ALBA), seu principal objetivo é a redução das desigualdades e o
desenvolvimento por meio do livre comércio. A ALBA possui um banco próprio
(proposta para independência dos recursos do FMI e do Banco Mundial) e também
uma moeda comum conhecida como SUCRE.
No ano de 2008 o Brasil propôs a realização da CALC (Cúpula da América
Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento). A Cúpula contou com a
presença dos seguintes países: Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados,
Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, Dominica, El Salvador,
Equador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves,
São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
As discussões abordaram a crise financeira mundial, combate à pobreza,
fortalecimento da democracia, questões energéticas, promoção do desenvolvimento
sustentável e dos direitos humanos, Ilhas Malvinas e bloqueio econômico a Cuba.
A CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe) foi criada
durante a realização da II CALC, a nova forma de integração daria continuidade ao
Grupo Rio e a CALC. Durante a III CALC ocorreu o lançamento da CELAC, dentre as
decisões tomadas na reunião, foi determinada a criação de um grupo responsável
pela elaboração das regras do novo mecanismo.
A CELAC é um mecanismo intergovernamental de diálogo e acordo político, o
que encontra pela primeira vez de forma permanente em trinta e três países da
América Latina e do Caribe.4 (Tradução livre) Os países e grupos regionais que
4 Dados coletados do site da CELAC Costa Rica. Disponível em:< http://www.rree.go.cr/celac/?sec=celac&cat=celac>. Acesso em: 13 dez.2014.
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dialogam com a CELAC são: União Europeia, Conselho de Cooperação dos Estados
Árabes do Golfo, China, Federação Russa, República da Coréia, Turquia e Japão.
Atualmente, são promovidas reuniões com temas voltados para o
desenvolvimento social, educação, cultura, transportes, energia, entre outros. A
CELAC 5 pode ainda fazer pronunciamentos em ralação a assuntos regionais e
internacionais, além de poder manifestar-se perante a Assembleia Geral das Nações
Unidas.
1.2 DA ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL: Procedimento para funcionamento
orgânico da CELAC
No que tange a estrutura organizacional da CELAC, foi instituído na declaração
de Caracas no “Em bicientenario de la lucha por la independencia hacial el camino de
nuestros libertadores”, no artigo 35, a necessidade de aprovação do “Estatuto de
Procedimentos da CELAC”, como parte da já mencionada declaração, explicitando e
colocando em prática os seus princípios organizacionais, assim como, a sua estrutura
de funcionamento.
Sobre os mecanismos decisórios cumpre expor que as decisões da CELAC são
tomadas por consenso, no entanto, para efeito de simulação, as decisões serão
aprovadas por maioria simples, presente a maioria absoluta.
Ademais, no que se refere a estrutura das decisões, assim reza o documento
de procedimentos: As decisões refletem-se por escrito e podem tomar a forma de
declarações, decisões, comunicados conjuntos e especiais, resoluções ou qualquer
outro instrumento de que, em comum acordo se determine. Todas têm o caráter de
acordos políticos e constituem mandatos.
O documento aprovado na Cúpula de Caracas, em 2011, reafirma a
necessidade de criação de um espaço comum para o aprofundamento dos diálogos
inter-regionais, visando sempre uma maior cooperação e integração no âmbito político,
5 Dados coletados do site do Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: < http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=689:comunidade-de-estados-latino-americanos-e-caribenhos&catid=145:chamada-2&Itemid=434&lang=pt-br>. Acesso em: 13 dez. 2014.
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social, cultural e econômico. Sendo assim, a manutenção da paz, o fortalecimento da
democracia e o desenvolvimento da social-econômico são pilares fundamentais do
organismo supracitado, levando sempre em conta o respeito aos Direitos Humanos.
Quanto aos procedimentos para o funcionamento orgânico da CELAC, está se
divide em seis órgãos:
1.2.1 Cúpula de Chefas e Chefes de Estado e Governo
A Cúpula de Chefas e Chefes de Estado é o órgão de caráter superior, isto é,
constitui a instância suprema da comunidade. As reuniões se dão de forma ordinária
no país que está na Presidência Pro Tempore e de forma extraordinária quando a
Presidência achar necessário, sempre consultando os estados-membros ou com a
Troika Ampliada.
Cabe-lhe as seguintes atribuições: 1. Designar ao Estado sede da reunião
seguinte e que exercerá a Presidência Pro Tempore da CELAC. 2. Definir as diretrizes
e alinhamentos políticos, e estabelecer as prioridades, estratégias e planos de ação
para alcançar os objetivos da CELAC. 3. Adotar os alinhamentos políticos e
estratégias para as relações com terceiros Estados ou outras organizações e foros
intergovernamentais de caráter internacional, regional e sub-regional. 4. Aprovar a
modificação dos procedimentos e modificações que sejam solicitados para o
funcionamento da CELAC. 5. Promover a participação cidadã na CELAC.
1.2.2 Reunião de Ministras e Ministros de Relações Exteriores
Este órgão se reunirá de maneira ordinária duas vezes ao ano, podendo
realizar reuniões extraordinárias quando for necessário. No rol das suas funções,
compete se pronunciar sobre temas de caráter regional, implementar decisões da
cúpula de Chefas e Chefes de Estado e de Governo e encaminhar decisões para
serem aprovadas na cúpula já citada, cabendo-lhe ainda a preparação desta.
Além disso, devem deliberar sobre a formação de grupos de trabalho,
desenvolver o diálogo político sobre temas de interesse da CELAC, avaliar e fazer
cumprir as declarações, decisões e planos de ação, visando sempre a unidade e
cooperação para o desenvolvimento de cada nação, estimular o relacionamento da
CELAC com outros atores regionais/internacionais, aprovar programas, projetos e
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iniciativas que visem sempre a integração e cooperação para o desenvolvimento dos
estados-membros, apresentando as considerações a Cúpula de Chefas e Chefes de
Estado e Governo.
1.2.3 Presidência Pro Tempore
A Presidência Pro Tempore é um órgão de suporte institucional, técnico e
administrativo da CELAC, tendo como principais atribuições preparar, coordenar e
presidir as reuniões de todos os órgãos; dar continuidade aos trabalhos da
comunidade e informar os estados-membros sobre eles; coordenar as atividades
permanentes; e, por fim, desenvolver documentos de trabalho que sejam de interesse
da Comunidade. Vale ressaltar, ainda, que a Presidência pode convocar reuniões com
o intuito de promover a integração em áreas prioritárias para o desenvolvimento
regional.
1.2.4 Reunião dos Coordenadores Nacionais
Os Coordenadores Nacionais são aqueles que estabelecem uma interligação
entre a Presidência e os estados-membros, devendo se reunir ordinariamente duas
vezes ao ano no país que está na Presidência Pro Tempore, dessa forma, compete a
cada estado, credenciar seus coordenadores e os suplentes. Cabe a eles,
essencialmente, implementar as decisões da cúpula e da reunião de ministras de
relações exteriores, além de preparar as reuniões desses últimos. Além de coordenar
seus grupos de trabalho e dar prosseguimento ao diálogo político, sempre em busca
da cooperação e integração regional e internacional.
1.2.5 Reuniões Especializadas
As Reuniões Especializadas podem ser convocadas pela presidência Pro
Tempore para atender a áreas que sejam prioridades para o processo de integração,
unidade e cooperação no contexto regional. As decisões advindas dessas reuniões
devem ser encaminhadas para a Reunião de Coordenadores Nacionais, que por sua
vez, devem transmitir tais as informações para a Reunião dos Ministros de Relações
Exteriores.
1.2.6 Troika Ampliada
A Troika é composta pelo estado que está na Presidência Pro Tempore, pelo
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que precedeu, pelo que sucederá e pelo presidente Pro Tempore da Comunidade do
Caribe (CARICOM).
1.3 DAS CUPULAS
1.3.1 Cúpula de Caracas
A) Comunicados e Declarações Especiais
A cúpula de Caracas constitui o marco de criação da Comunidade dos Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e, desde o primeiro momento, foi capaz de
enfrentar os temas emblemáticos da história latina e caribenha. Nesse sentido, os
chefes de estado e governo reclamaram, por meio de um comunicado especial, a
necessidade de pôr fim ao bloqueio comercial (lei Helms-Burton) feito pelos Estados
Unidos da América à Cuba.
Além disso, ainda no uso do comunicado especial, instaram que as
negociações entre Argentina e o Reino Unido devem prosseguir para superar a
disputa pelas Ilhas Malvinas e reafirmaram o direito da Argentina sobre o território já
citado. Por conseguinte, os países também se comprometeram com a luta do
Paraguai para ter acesso ao mar, pois o acesso a uma região litorânea, ressalvado as
disposições do direito internacional atinentes ao tema, é um fator crucial para reduzir
com as disparidades regionais.
Desse modo, como é possível denotar, os debates da CELAC são amplos e
envolvem as searas mais diversas. Assim, a cúpula também discutiu o problema
nuclear, pondo destaque no Tratado de Tlatelolco, documento no qual a América
Latina se coloca como zona livre das armas nucleares. Nesse comunicado especial
as nações pedem o cumprimento dos três pilares do tratado: o desarmamento nuclear,
a não proliferação e a cooperação para fins pacíficos. Além de solicitar dos Estados a
retirada de eventuais ressalvas feitas ao Tratado de Tlatelolco. Ainda nesse tema, os
países parabenizaram o Brasil e a Argentina pela cooperação por meio da Agência
Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares. Ambos os
países se comprometeram em continuar a fazer uso estritamente pacífico da energia
nuclear.
Também esteve em pauta o desenvolvimento sustentável dos estados-
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membros da Comunidade do Caribe (CARICOM), tendo em vista que essas nações
enfrentam dificuldades para o desenvolvimento, principalmente, por se tratarem de
países insulares, pequenos e isolados. Ainda no contexto da América Central, os
países se solidarizam com os vitimados pelos terremotos na região e prometam auxílio.
Além disso, os líderes se comprometeram com a inclusão social em toda a
América Latina e Caribe, com foco nas políticas sociais para os menos favorecidos,
na saúde e educação para superar o atraso crônico vivido nessa região. Nesse sentido,
também por meio de um comunicado especial, a CELAC abordou o tema da
segurança alimentar e nutricional, pois os processos de produção de alimentos devem
impulsionar a integração, favorecer a melhor distribuição de alimentos, principalmente,
para os mais vulneráveis, além de contribuir para o desenvolvimento da agricultura.
Os bancos regionais têm um papel singular nessas questões, essencialmente,
pela sua capacidade de fomento. Ainda acerca dessa questão, os chefes de Estado
mostram preocupação com a especulação financeira e a alta volatilidade dos preços
dos alimentos. Assim, manifestaram a necessidade de concentrar os esforços para
manter a transparência no funcionamento do mercado de alimentos.
A pauta dos direitos humanos também ocupou uma parte da agenda de debates.
Os mandatários e mandatárias mostraram preocupação com as violações de direitos
humanos aos migrantes e suas famílias. Neste sentido, entenderam que é necessário
reformular as estratégias multilaterais e bilaterais entre os países, combater a
xenofobia e criar mecanismos para regularizar a situação dos migrantes nas nações
de destino.
Consecutivamente, devido a escalada da violência em todos os países, os
lideres viram a necessidade de desenvolver um novo modelo de colaboração
internacional nessa área, incluindo a troca de conhecimentos tecnológicos e
científicos. Ainda nesse contexto, os Chefes de Estado também atentaram para o
problema mundial das drogas, estendendo a responsabilidade dessa questão para
todos os países, dessa forma, a cooperação é necessária, principalmente, com países
que têm territórios com trânsito de drogas. Além das medidas de combate, deve existir
um esforço para fortalecer os sistemas de tratamento e reinserção social.
Tendo em vista as diversas ditaduras militares e a história de exploração
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inerente a América Latina, os líderes regionais se preocuparam em elaborar uma
declaração especial sobre a defesa da democracia e a ordem constitucional nos
países da CELAC, no documento eles afirmam que os retrocessos nas conquistas de
direitos são inadmissíveis e a quebra da democracia compromete o desenvolvimento
dos povos, também reforçaram o papel de organismos como a Organização das
Nações Unidas (ONU) e outros mecanismos regionais com disposições sobre essa
questão.
Por fim, manifestaram apoio à candidatura do Sr. Angelino Garzón para o cargo
de Diretor Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
B) Declaração de Caracas
A Declaração de Caracas é um documento resultante da Cúpula de Caracas e
um dos mais importantes para entender o contexto da criação da CELAC. Inicialmente,
o texto lembra o bicentenário de Simón Bolívar, considerado o libertador da América
Latina, sendo assim é o momento ideal para a criação de um órgão que tem na sua
base o ideal de integração e garantia de direitos para o povo latino.
Por conseguinte, reconheceram a importância das reuniões e declarações
anteriores para a construção da CELAC, como a reunião dos ministros de relações
exteriores. Também enalteceram o papel de outros instrumentos regionais, CARICOM,
por exemplo.
Ademais, os Chefes de Estado lembraram do Haiti, primeiro país a se tornar
independente na América Latina e o seu papel na construção das bases da integração.
Viram na unidade o único meio para reduzir as assimetrias e diferenças entre os
países, enfrentar os inúmeros problemas existentes na região e cumprir os “objetivos
do milênio”. Ressaltaram o avanço no processo de integração e que cada nação é
soberana para escolher o melhor caminho para a unidade. Desse modo os diálogos
devem levam em conta, principalmente, os seguintes aspectos: As normas do direito
internacional; A solução pacífica das controvérsias; A proibição de uso de armas e da
ameaça de seu uso; A autodeterminação dos povos; O respeito à soberania; A
integridade territorial; e a não ingerência nos assuntos internos.
Por consequência, os lideres lembram o papel dos indígenas na construção da
identidade latina e que a CELAC deve avançar não só na unidade, mas também na
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diversidade e no desenvolvimento sustentável.
C) Plano de Ação de Caracas
O plano de ação é um documento no qual são listados os principais pontos
debatidos na Cúpula dos Chefes de Estado e o modo de enfrentamento, segue:
Sobre a crise financeira e nova arquitetura financeira, as principais medidas
foram as decisões de implementar e aprofundar as capacidades internas para se
proteger das crises e avançar nos mecanismos de financiamentos regionais e
intercâmbio de informações.
No que diz respeito a complementaridade e cooperação entre mecanismos
regionais e Sub-regionais de integração, o diálogo foi estruturado em quatro grandes
eixos: econômico, produtivo, social e cultural. Os programas de facilitação comercial
e intercambio de experiências devem guiar o primeiro eixo. No eixo produtivo, a cúpula
deliberou pela realização de uma conferência acerca do tema. A participação da
sociedade civil é um ponto essencial no eixo social, além da criação de um grupo de
trabalho sobre o tema. No último eixo, cultural, o desenvolvimento de indústrias
criativas deve ser incentivado.
No debate sobre energia, a CELAC deliberou pela criação uma instância para
aprofundar o tema, ratificou que o intercâmbio de conhecimentos, principalmente,
sobre biocombustível é fundamental para o desenvolvimento sustentável e econômico.
Na questão da infraestrutura física para a integração de transporte de
telecomunicações e integração fronteiriça, os lideres reconheceram a existência de
uma lacuna de infraestrutura a ser superada na América Latina, para isso a troca de
conhecimentos e experiências entre as noções é necessária, além da regularização e
controle de tráfico multimodal.
Outro tema caro para a América Latina é o desenvolvimento social e
erradicação da fome e pobreza, desse modo, para enfrentar essa problemática os
Chefes de Estado viram a necessidade de criar um fórum ministerial encarregado de
elaborar um plano de ação para erradicar a fome, considerando as experiências
exitosas em vários países. O analfabetismo é outra lacuna a ser enfrentada na
construção de uma América Latina mais igual.
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O meio-ambiente também esteve na pauta. A cúpula entendeu que os ministros
do meio ambiente devem se reunir para debater esse tema e as experiências dos
países devem ser consideradas. Os lideres também afirmaram a necessidade de uma
gestão comum dos recursos hídricos.
Sobre as tecnologias de informação e comunicação, ficou claro o dever de
desenvolver a telefonia rural, o uso banda larga e sua utilização para fins educativos,
sociais e de inovação. Além de fomentar instrumentos para reduzir os preços da
telefonia móvel, voz texto e dados.
Por fim, a Cúpula deliberou pela criação de um grupo de trabalho de
composição aberta para deliberar sobre ações humanitárias, debater a inclusão
cultural e produtiva dos migrantes, sempre em consonância com as legislações locais
e acordaram uma reunião dos ministros da cultura para avançar nas pautas dessa
pasta.
1.3.2 Cúpula de Santiago
A) Comunicados e Declarações Especiais
A Cúpula de Santiago constituiu mais um passo na consolidação da CELAC e
na integração regional. Desse modo, ainda na Reunião de Ministros de Relações
Exteriores, os representantes das diversas nações se comprometeram em redobrar
os esforços no apoio ao Haiti, país atingido por um abalo sísmico em 2010,
respeitando as prioridades postas no seu plano de desenvolvimento estratégico
nacional. Por conseguinte, já na Reunião dos Chefes de Estado e Governo, os lideres
latinos manifestaram seus votos de pesar pela tragédia em Santa Maria, enviando sua
solidariedade ao governo e os familiares das vítimas. Além disso louvaram o natalício
do escritor José Marti, um dos precursores dos movimentos integracionistas.
Outro debate constante foi sobre terrorismo, nessa questão os estados-
membros reafirmaram o seu compromisso em combatê-lo nas suas mais diversas
esferas, respeitando sempre as normas de Direito Internacional, assim como os
direitos humanos. Discutiram também a importância de tomar medidas que visem
prevenir este tipo de prática, considerando o contexto jurídico internacional, incluindo
as resoluções da Assembleia Geral e Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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Ademais, as lideranças reafirmaram muitos compromissos e posicionamentos
firmados na cúpula de Caracas, 2011, vale ressaltar o empenho para o
desenvolvimento dos pequenos estados insulares, afetados pelas mudanças
climáticas e com pouco participação no cenário mundial. Ainda clamaram pelo fim do
bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos da América à Cuba,
tendo em vista que inibe a liberdade do povo cubano, afetam a paz e a convivência
entre as nações americanas e é contrário ao Direito Internacional. Também
reafirmaram o direito soberano da Argentina em relação as Ilhas Malvinas e
ressaltaram a importância de buscar uma solução pacífica para o imbróglio, nesse
contexto, parabenizaram a Argentina pela excelente capacidade de diálogo e debate.
A nível institucional, os líderes regionais resolveram ampliar a Troika, passando
a se chamar “Troika Ampliada”, para a incorporar o Presidência Pro Tempore da
Comunidade do Caribe (CARICOM).
Por fim, tendo em vista o caráter multicultural dos povos americanos, os países
reconheceram o uso tradicional da folha de coca como patrimônio natural da Bolívia.
E em decorrência do ano internacional da quinoa, ressaltaram o seu valor nutricional
e importância para a segurança alimentar, além de contribuir para a erradicação da
pobreza e fome, principalmente, na Bolívia.
B) Declaração de Santiago
A Declaração de Santiago é um documento resultante da Cúpula de Santiago,
marco do comprometimento da CELAC em avançar na integração política, social,
econômica e cultural da América Latina e do Caribe. Desse modo, o texto ratifica a
Cúpula e a Declaração de Caracas, tendo em vista sua importância para identificar os
desafios e vislumbrar soluções para os problemas dos países da CELAC.
Os líderes também reafirmam as declarações aprovadas em outros
instrumentos regionais, CALC, por exemplo, e saúdam as noções, inclusive o Brasil,
que sediaram reuniões regionais, pois foram decisivas para a criação da CELAC.
Nesse contexto, a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos ganha
força no cenário mundial, isso é perceptível pelas atividades dos órgãos da CELAC
com outros países e grupos de países, como o Fórum CELAC-China de Ministros de
Relações Exteriores e a reunião da CELAC-União Europeia.
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Os líderes latinos e caribenhos, por meio da declaração já citada, se
posicionam pela rejeição de decisões unilaterais com efeitos extraterritoriais e
afirmaram que as decisões tomadas por consenso constituem a base de uma ordem
internacional pacífica e segura. Depois pediram o cumprimento do acordo de
incorporação do CARICOM à “Troika Ampliada”. Afirmaram ser necessário avançar na
unidade e integração, mas sem comprometer a diversidade e o direito de escolha da
forma de organização política e econômica de cada país, sempre respeitando os
princípios do Direito Internacional.
No que tange as questões sociais, os mandatários e mandatárias, viram a
necessidade de adotar uma agenda ampla para contemplar as particularidades de
cada nação, focando na erradicação da pobreza, na adoção de indicadores sociais e
econômicos para avaliar cada região. Assim, também se comprometeram em avançar
na segurança alimentar e nutricional dos povos, ressaltando o relatório da
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que coloca a
América Latina e Caribe como a região onde o enfrentamento da fome e pobreza mais
avançou. Desse modo, também demonstraram preocupação com o impacto da crise
financeira internacional nos países em desenvolvimento, principalmente pelo medo de
retrocesso nas conquistas sociais.
Na sequência, o documento clama para que a América Latina seja cada vez
mais um território de paz, onde as diferenças se resolvam de forma democrática e
pacífica. Assim, demonstraram apoio integral ao diálogo entre o governo da Colômbia
e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Assim assevera a
declaração:
"Reiteramos o nosso apoio ao processo de diálogo que ocorre entre o Governo da Colômbia e as FARC que visa acabar com o conflito interno há mais de 50 anos tem afetado o desenvolvimento político, social e econômico dessa nação irmã, esperamos para o sucesso da iniciativa levando a chegar a acordo sobre qualquer um do povo colombiano. "
No documento, os países, mais uma vez, manifestam apoio ao Haiti, arrasado
por um abalo sísmico em 2010, e demonstraram preocupação com a situação da Síria.
Ainda, rejeitam as avaliações de países desenvolvidos em relação a algumas nações
da América Latina e Caribe, especialmente, na questão do terrorismo e tráfico de
drogas.
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No entanto, entenderam que é necessário unir esforços nacionais e regionais
para enfrentar o problema das drogas e da violência, nesse interim, saudaram a
sessão especial sobre esse tema, realizada pela Assembleia Geral da Organização
das Nações Unidas, também clamam por uma maior adesão ao protocolo para
eliminação do comércio ilícito dos produtos do tabaco e pelo fortalecimento da luta
contra o crime organizado transnacional, além do combate as armas ilegais,
respaldado no programa de ação da Organização das Nações Unidas (ONU), sempre
respeitando o Direito Internacional.
Ainda, destacaram a contribuição para a paz produzido pelo Tratado de
Tlatelolco, no referido tratado a América Latina se posiciona como território livre das
armas nucleares.
As questões estrutural, energética e indígena também fizeram parte do
documento. Sobre a primeira, diversificar a ligação entre os países da CELAC pelos
meios aéreos e terrestres, foi o ponto chave. Também apontaram os resultados da
reunião de Ministros de infraestrutura. Na segunda questão, os mandatários
debateram o comércio internacional de produtos energéticos e concluíram que é
fundamental impulsionar a integração energética, respeitando os regulamentos
nacionais, além do intercâmbio de informações sobre experiências exitosas na área
de tecnologia, ciência e inovação. Acerca do terceiro tema, a questão indígena, o texto
ressalta a imprescindibilidade na tomada de medidas para recuperar e proteger os
conhecimentos tradicionais desses povos, pois tem sido registrado por empresas e
outras pessoas.
Ainda sobre o papel da CELAC, o documento ressalta que o órgão é um modo
de responder, de forma coordenada, as diversas transformações do mundo atual. O
compromisso para desenvolver uma governança pautada na paz, segurança e
desenvolvimento, também está no cerne desse organismo. Além disso, o documento
aborda a necessidade de democratização dos outros organismos internacionais, a
ONU, por exemplo. E reiteram o direito da CELAC de apresentar candidaturas para
postos chaves dos mecanismos internacionais.
Por fim, o texto foca nas questões ambientais e financeiras. Com relação a
primeira, destaca a realização da Conferência Rio+20 e o relatório “el futuro que
queremos” resultante dessa reunião. Sobre os problemas financeiros, a Declaração
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destaca os riscos da fragilidade econômica mundial e conclama as instituições
financeiras para colaborar com os países em desenvolvimento.
C) Plano de Ação de Santiago
O Plano de Ação como já foi dito, visa fazer uma síntese dos principais tópicos
discutidos na cúpula. Sendo assim, faz-se necessário enumerar os pontos mais
importantes que foram debatidos na Cúpula de Santiago:
A Assistência Humanitária, internacional em situação de desastre e outras
emergências complexas, visando projetar um plano de ação com o objetivo de
prevenir e diminuir as consequências das catástrofes. Este plano irá incorporar meios
para a coordenação e propostas conjuntas para outras formas de assistência
humanitária na América Latina e no Caribe, incluindo o processo de grupo de
monitoramento Assistência Humanitária Internacional (EHIP), assessorado pelo
Escritório para a Coordenação das Nações Unidas (OCHA - ROLAC).
A questão cultural também foi amplamente discutida, principalmente no que
concerne na realização, durante 2013, da primeira Reunião de Ministros da Cultura
da CELAC em Paramaribo, República do Suriname, associada XIX Fórum de
Ministros da Cultura da América Latina e do Caribe, com o tema "Cultura e
Desenvolvimento Sustentável". Visando assim, proporcionar uma maior interação
cultural entre os países da região.
Sobre o desenvolvimento produtivo e industrial, ficou definido que seria
necessário realizar uma reunião de especialista da CELAC, em 2013, para definir os
objetivos e diretrizes a serem discutidas na Conferência da América Latina e Caribe
sobre o Desenvolvimento Produtivo e Industrial, prevista no Plano de Ação de Caracas.
Quanto ao desenvolvimento social, ficou definido que em 2013 deveriam ser
realizadas a primeira Reunião de Ministros sobre Desenvolvimento Social e
Erradicação da Fome e da Pobreza (previsto no plano de ação de Caracas), assim
como, a primeira Reunião da CELAC sobre a Agricultura Familiar.
A educação também é um grande desafio a ser enfrentado pelos países da
região, visto que o analfabetismo ainda é uma realidade, e por isso, faz-se necessário
debater sobre políticas públicas nessa área. Diante disto, é perceptível a importância
18
da primeira Reunião de Ministros da Educação da CELAC.
Outro tema bastante discutido foi a questão energética, visando realizar em
2013, a segunda Reunião de Ministros de Energia da CELAC com a cooperação
técnica da Organização de Energia da América Latina (OLADE). Com objetivo de
coletar dados para definir diretrizes.
No que tange às finanças, ficou estabelecido que em 2013 seria realizada a
segunda Reunião de Ministros da Fazenda (Finanças) da CELAC para definir medidas
para evitar os efeitos da crise econômica e financeira mundial sobre as economias da
região, adequando-se às características e necessidades da América Latina e do
Caribe. Vale salientar, que também foi colocado em pauta a questão do
estabelecimento de uma tarifa preferencial latino-americano e caribenho.
Quanto à Infraestrutura, ficou estabelecido que em 2013, durante uma reunião
do Grupo de Trabalho desenvolva-se as melhores maneiras de levar adiante o Plano
de Ação de Santiago adotada pela Primeira Reunião Ministerial sobre Infraestrutura
para integração física dos Transportes, Telecomunicações e Integração Fronteiriça da
CELAC, realizada no Chile em 26 de outubro de 2012.
Outros temas que também foram amplamente discutidos são: o Meio Ambiente,
a Migração e o Problema das Drogas. Todas estas questões serão debatidas com a
devida profundidade nas suas respectivas reuniões ministrais.
É importante mencionar, que os ideais de cooperação e integração se fazem
extremamente presentes nas discussões no âmbito da CELAC, visando sempre o
desenvolvimento de mecanismos de coordenação. Dentro da política internacional,
também buscou-se intensificar a integração com outras nações como a China, a Índia,
a Federação Russa e a República da Coreia.
Também houve a pretensão de realizar reuniões da Troika durante o Debate
Geral da 68 Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas com a União Africana,
a Liga dos Estados Árabes, a Troika do Movimento dos Não-Alinhados, o Conselho
de Cooperação dos Estados Golfo Árabe, ASEAN, Fórum do Pacífico, Austrália, Nova
Zelândia, Canadá e Japão.
1.3.3 Cúpula de Havana
19
A) Comunicados e Declarações Especiais
Inicialmente, a Cúpula ratificou diversas declarações e comunicados
publicados e debatidos em reuniões anteriores, vale citar a declaração de que a folha
de coca é um patrimônio dos índios bolivianos, o diálogo de paz entre o governo da
Colômbia e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a soberania
Argentina em relação as Ilhas Malvinas, bem como, as saudações pelo diálogo entre
o país mencionado e o Reino Unido. Reafirmam também a necessidade de pôr fim ao
bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos da América contra a
ilha de Cuba e o compromisso de combater o contrabando de armas pequenas, nesse
ínterim declararam a América Latina e Caribe como um território de paz e livre de
armas nucleares.
Além disso, atentaram para a necessidade de criar mecanismos eficazes para
o desenvolvimento do Paraguai, pois é um país sem acesso a uma região litorânea.
Assim, reforçaram também o compromisso com os pequenos estados insulares em
desenvolvimento, visto que merecem um maior protagonismo no cenário internacional.
Também externaram preocupação com o problema mundial das drogas, saudaram o
Fórum CELAC – China de Ministros de Relações Exteriores e demonstraram apoio
aos povos andinos para promover a quinoa como um alimento nutritivo e essencial
para o combate a fome. Para concluir os temas mais frequentes na cúpula, os países
se comprometeram em continuar enfrentando o problema mundial das drogas, o
combate ao terrorismo e em continuar a desenvolver mecanismos para proteger os
direitos dos migrantes e de suas famílias nos países da CELAC.
Por conseguinte, a questão indígena foi posta na pauta, desse modo, os
mandatários e mandatárias latinos e caribenhos, reafirmaram a declaração da ONU
sobre o direito dos indígenas, condenaram o genocídio dos povos indígenas, um
verdadeiro crime de lesa humanidade. Além disso, reconheceram os direitos dos
agricultores e programaram uma reunião sobre a agenda de integração regional para
o desenvolvimento rural e a agricultura familiar. Ainda nesse contexto, entenderam
que a água potável e o saneamento básico são direitos humanos básicos e pediram
as instâncias de financiamento contribuíssem na concretização de ações que visem a
garantia desses direitos. Ademais, condenaram a pesca ilegal em todas as suas
formas.
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Numa região marcada pela diversidade as questões culturais mereceram um
considerável destaque nessa cúpula da CELAC, isso posto, se comprometeram com
a elaboração de políticas públicas para essa área e em salvaguardar o patrimônio
cultural material e imaterial, além disso, destacaram o papel da cultura para redução
da pobreza. Outra questão que dilacerou a história latina foi a escravidão, nesse
sentido, os lideres regionais apresentaram a iniciativa de construir um monumento em
honra de vítimas de escravidão e do tráfico transatlântico de escravos.
Por fim, se comprometeram com o fortalecimento da integração, com o
enfrentamento das questões climáticas e com o desenvolvimento de inciativas que
visem a igualdade de gênero.
B) Declaração de Havana
A Declaração de Havana é um documento elaborado pelos Chefes de Estado
e de Governo da América Latina e do Caribe, sendo resultado das discussões
acaloradas da Cúpula da CELAC realizada em Cuba, em janeiro de 2014. Vale
destacar, que em dois anos de funcionamento do órgão foram priorizados os ideais
de integração, ampliando-se o espaço de diálogo e de acordos políticos, levando
sempre em consideração a diversidade da própria região e os princípios da
democracia. Diante disto, é de suma importância que se respeite a soberania e a
integridade territorial de cada país, para que a construção da unidade do bloco seja
cada vez mais forte.
O documento citado faz referência a Hugo Rafael Chávez, Presidente da
República Bolivariana da Venezuela, demonstrando os profundos sentimentos de toda
comunidade pelo falecimento deste, que assim como a CELAC, lutou durante toda a
sua vida em prol de uma América Latina e Caribe mais unidos. Quanto ao
desenvolvimento regional, mais uma vez se afirmou a importância do respeito à
pluralidade da região procurando sempre optar por medidas não excludentes e
equitativas, que favoreçam as economias pequenas e vulneráveis, os países em
desenvolvimento sem litoral e os Estados insulares.
Assim como em documentos anteriores, reafirmou-se que para a erradicação
da pobreza e da fome é necessário impulsionar políticas econômicas, que visem
favorecer a produtividade e o desenvolvimento sustentável, e ainda, exigir que os
21
países desenvolvidos se façam mais presentes nessa questão. Foi definido que
haveria uma atenção especial às pessoas em condição de pobreza extrema e em
situações de vulnerabilidade, isto é, povos indígenas, afrodescendentes, mulheres,
crianças, pessoas com deficiência, idosos, jovens e migrantes. No que concerne ao
trabalho infantil foi parabenizado o êxito da III Conferência Global sobre o Trabalho
Infantil, reiterando-se o compromisso da CELAC com a eliminação das piores formas
de trabalho antes 2016.
Outros temas que já foram amplamente discutidos em outros documentos, mas
que sempre são recapitulados devido a sua relevância no contexto latino-americano
e caribenho são: segurança alimentar e nutricional, educação (Alfabetização), saúde
pública, agricultura familiar, questão indígena (valorização cultural e das práticas
locais sustentáveis), direito à moradia, trabalho e a erradicação da fome, da pobreza
e da exclusão social. Diante exposto, é perceptível a importância do apoio a iniciativa
da América Latina e Caribe Sem Fome 2025.
Assim como na Cúpula de Santiago, em Havana também foi debatida a
problemática do Haiti, reafirmando-se o compromisso de contribuir para reconstrução
e desenvolvimento do país em questão, sem interferir em sua soberania e com pleno
respeito a sua autoridade. Foi lembrando ainda a importância do apoio a execução do
Plano de Desenvolvimento Estratégico Nacional (NSDH) do governo do Haiti.
Um dos pontos mais relevantes da Cúpula, foi a ratificação da formulação da
Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, que deverá ser formulada segundo os
princípios defendidos na Carta das Nações Unidas e no Documento Final do Rio +20,
‘’O Futuro que Queremos’’. Esta agenda foi incluída no plano de ação da CELAC 2014.
Outro debate constante foi sobre a corrupção e inclusive foi reafirmada a Declaração
de Santa Cruz, denominada ‘’ Ama Qlhilla, Ama Llulla y Ama Suwa’’ (não roubar, não
mentir, não ser preguiçoso), da primeira Reunião de Especializada de Ministras,
Ministros e Altas Autoridades de Prevenção e Luta contra a Corrupção da Comunidade
dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).
No que tange ao sistema financeiro internacional, discutiu-se a necessidade de
desenvolver meios de fortalecimento deste e foi proposto uma regulação mais estrita
e efetiva das grandes entidades financeiras. Além disso, foi expressa a importância
de atrair investimento estrangeiro para região, para que estes contribuam para o
22
desenvolvimento dos países da CELAC.
Também foi abordado o lançamento do primeiro satélite boliviano e tal pode ser
constatado no artigo 49:
"Nós acolhemos com satisfação o Governo do Estado Plurinacional da Bolívia e do povo boliviano para o sucesso do lançamento para o espaço do primeiro satélite de comunicações boliviano chamado de" Tupac Katari "(TKSAT-1), realizada em 20 de dezembro de 2013 no centro Xichang espaço da RPC, reconhecendo que os benefícios do satélite atingir milhões de bolivianos, fornecendo acesso à educação e à informação e garantir o exercício dos direitos humanos e facilitar o intercâmbio de conhecimentos científicos entre os diferentes povos da América América e do Caribe. "
Faz-se necessário afirmar, que a CELAC demostrou total apoio ao processo de
diálogo que aconteceu em Havana, entre o Governo da Colômbia e as FARC. O
conflito já se prolonga por mais de 50 anos, prejudicando em vários aspetos o país
em questão. Em relação a política internacional, o posicionamento no que concerne a
reforma da estrutura organizacional das Nações Unidas foi mantida, principalmente
no que diz respeito à democratização do processo decisório do Conselho de
Segurança. Também foi expressa a preocupação com situação humanitária da
República Árabe Síria, consequência da guerra vivida. E por fim, foi reconhecido o
Tratado para a Prescrição das Armas Nucleares na América Latina e Caribe e seus
Protocolos (Tratado de Tlatelolco) como essencial para paz e a segurança
internacional.
Um dos grandes avanços da CELAC, no âmbito integracionista foi o
estabelecimento do Foro CELAC-China e do Mecanismo de Diálogo com a Federação
da Rússia, que são ferramentas essenciais para a amplificação dos debates entre os
países. Para concluir, a Cúpula agradeceu a República do Equador por acolher a
Presidência Pro Tempore da CELCA no ano de 2015 e a celebração da IV Cúpula do
órgão/organismo (?). E ainda, menciona oferecimento por parte da República
Dominicana para ser sede da CELAC em 2016, apresentado em fevereiro de 2013.
C) Plano de Ação de Havana
O Plano de Ação da CELAC 2014, elaborado pelos chefes de estado e governo
da América-Latina e Caribe, guarda inúmeras semelhanças com o plano do ano
anterior. Visto que ambos os documentos visam concretizar os compromissos
assumidos pelo órgão, seguindo os princípios fundacionais da comunidade.
23
Sendo assim, mais uma vez, a segurança alimentar, a nutrição, erradicação da
fome e a pobreza, foram alvo de amplos debates. Discutiu-se a promoção da I Feira
de Alimentos e Insumo e da indústria agroalimentar da CELAC, solicitando apoio
técnico da FAO. No que tange a agricultura familiar, os principais objetivos a serem
cumpridos são: a promoção de um desenvolvimento rural sustentável, através do
acesso às ferramentas de trabalho e tecnologias para a otimização do trabalho. A luta
por uma renda mais justa, a questão da terra, a situação hídrica, a fomentação da
produção e a melhoria das condições de vida no campo são alguns dos desafios a
serem enfrentados pela Comunidade. Por isso, a CELAC mostrou total apoio ao Ano
Internacional da Agricultura Familiar (ONU-2014).
A Educação também faz parte do plano de ação de 2014, pois esta constitui um
papel importantíssimo para o desenvolvimento social. Um dos principais objetivos é
alcançar um nível de alfabetização superior a 90%, naqueles países da região que
constituem um nível de alfabetização inferior a referida percentagem, para o ano de
2020 e ainda propender à cobertura universal e gratuita da educação primária e
secundária.
Quanto à Cultura e ao Dialogo Cultural, faz-se necessário proteger o patrimônio
cultural da comunidade e promover o respeito em relação as diversidades culturais
próprias da região, acolhendo a iniciativa do Corredor Cultural do Caribe e convidando
os membros da CELAC a participarem do Instituto Regional de Patrimônio Mundial,
no México. Outro desafio da comunidade é a promoção e a inovação científica e
tecnológica, que poderá contribuir para o desenvolvimento econômico e para
intercâmbio regional. Por isso, é necessário que se faça investimentos na área das
engenharias e ciências básicas, através do financiamento de pesquisas na região.
Por conseguinte, mais uma vez foram debatidas questões relacionadas ao
desenvolvimento produtivo/regional e à infraestrutura. Quanto ao primeiro é
importante que se leve em conta inclusão regional e a sustentabilidade e mencionou-
se a realização da I Conferência Ministerial Latino- americana e Caribenha da CELAC
sobre Desenvolvimento Produtivo e Industrial. Em relação a infraestrutura, um dos
principais objetivos é aumentar os recursos financeiros, humanos e materiais
destinados ao desenvolvimento da Infraestrutura da região e ainda fazer uma
avaliação dos meios de regulamentação de transporte regional e ampliação de
24
Terminais Portuários. E ainda, foi determinado o ano 2014 para desenvolver uma
Preferência Alfandegaria Latino- americana e do Caribe.
A participação ativa na elaboração da agenda pos-2015, já mencionada na
declaração da Havana, constituiu um dos objetivos da CELAC em 2014, visando à
erradicação da pobreza e eliminação das desigualdades sociais da região como
possíveis temas, assim como a violência contra a mulher e a infância. Quanto ao
problema mundial das drogas ilícitas e adições, pode-se afirmar:
‘’Avançar na identificação e análises de pontos comuns na CELAC, como
fórum de diálogo regional sobre o problema mundial das drogas, tendo em
conta um enfoque integral, que aborde equilibradamente todos seus
componentes, tendo em vista os debates do Período Extraordinário de
Sessões Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial
das Drogas, que ter lugar em 2016, tendo como fim último chegar a um
consenso regional sobre o tratamento desta temática em todas suas arestas
e de forma integral colocando as pessoas no centro do problema.’’
A prevenção e o combate a corrupção é um desafio para a comunidade, que
deverá ser enfrentado, através do desenvolvimento de política públicas eficazes,
baseadas na participação popular, na transparência e na ética. Respeitando sempre,
a integridade e o direito de acesso à informação pública. Por isso, é necessário
promover princípios comuns que visem o cumprimento da lei, a honestidade e o
exercício ético das funções governamentais. Outros temas que se mostram
extremamente presentes nos debates da CELAC nos mais diversos níveis são: a
questão energética, a cooperação regional, a assistência humanitária, as migrações
e o meio ambiente
Vale salientar, a importância da participação cidadã no processo integracionista.
Sendo assim, cabe a comunidade impulsionar a participação ativa da cidadania, seja
nas organizações ou movimentos sociais lembrando que tais sujeitos têm direitos e
obrigações diante das legislações nacionais. Por isso, é essencial a institucionalização
de um mecanismo de participação cidadã na CELAC. Além disso, outra grande
preocupação da comunidade é a segurança cidadã, visto que o seu fortalecimento
poderá gerar uma melhor qualidade de vida e desenvolvimento social na região.
Quanto aos mecanismos regionais e sub regionais de integração é necessário
‘’(...) continuar fortalecendo a complementaridade e cooperação entre os
25
mecanismos regionais e sub-regionais de integração e aprofundando a
coordenação entre as Secretarias e Presidências Pró Tempore dos mesmos,
a fim de contribuir à efetividade e evitar repetições não necessárias, conforme
os mandatos da CELAC.’’
E por fim, é essencial continuar promovendo e projetando os principais
interesses da região sobre os temas mais pertinentes da agenda internacional e
procurar diversificar a integração da CELAC com outros países, grupos de países e
organismos internacionais. Além disso, temas de caráter global devem ser
amplamente discutidos como o desarmamento nuclear e a consolidação regional
como zona de paz no contexto latino-americano e caribenho.
26
1.3.4 Cúpula de São José da Costa Rica
A) Comunicados e Declarações Especiais
É possível observar que alguns temas, devido a sua importância para a região,
são sempre reiterados na CELAC. Logo, como já foram expostos detalhadamente nos
resumos das cúpulas anteriores, cabe apenas mencioná-los aqui. Assim, o
desenvolvimento dos pequenos estados insuladores, a iniciativa de erguer
monumentos as vítimas da escravidão, o problema mundial das drogas, a
necessidade de superar as dificuldades do Paraguai por ser um país sem acesso ao
mar, as ilhas malvinas, as mudanças climáticas, a luta contra o terrorismo em todas
as suas formas, a educação para o desenvolvimento sustentável, o problema das
drogas, a necessidade urgente de construir um mundo sem armas nucleares, o tráfico
ilícito de armas, a arquitetura financeira internacional e a situação política no Haiti
estiveram, novamente, presentes na pauta de discussões da CELAC.
Por conseguinte, os Chefes de Estado deliberaram sobre a proteção das
crianças que sofrem preconceito e perseguição tanto no ambiente escolar, como no
espaço virtual. Entenderam ser necessário adotar medidas educativas para combater
essa forma de violência e prestar apoio as crianças e famílias vítimas desse tipo de
perseguição. Além disso, se comprometeram em compartilhar experiências exitosas
para nortear as ações preventivas dos demais países.
Urge ressaltar que em todas as cúpulas da CELAC os Chefes de Estados
sempre manifestaram contrariedade ao embargo submetido pelos Estados Unidos
América ao povo cubano, pois atrasa o desenvolvimento desse país e é contrário ao
direito internacional. Porém, na Cúpula de São José da Costa Rica, esse tema ganhou
um contorno especial, tendo em vista o reestabelecimento das relações diplomáticas
entre os EUA e Cuba, celebrado no dia 17 de dezembro de 2014.
A agenda da CELAC também foi permeada pela questão do desenvolvimento
no âmbito da internet, isso posto, os Chefes de Estado condenaram as ações de
espionagem e vigilância, visto que são contrárias ao direito internacional, ao direito a
privacidade e desrespeita a soberania dos países. Além disso, os países reconhecem
a necessidade da neutralidade da rede e da construção de um ambiente de paz na
internet.
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Ademais, os lideres ressaltaram a importância de uma agenda de
desenvolvimento pós 2015 que leve em conta as especificidades de cada nação, as
suas vantagens se desvantagens. Frisaram também que essa agenda deve ser
pautada por metas a serem cumpridas por cada nação.
Consecutivamente, os Chefes e Chefas de Estado se solidarizaram com a
Argentina e respaldaram o respectivo país para que siga no processo de
reestruturação de sua dívida. Também rechaçaram os grupos que querem por
obstáculos nos acordos entre credores e devedores, pois que estão pondo em risco a
estabilidade financeira do país.
No que concerne a atuação da CELAC frente aos outros organismos que atuam
internacionalmente, os lideres propuseram fortalecer a atuação da CELAC junto com
a Organização das Nações Unidas. Além disso, ratificaram a posição de Trinidad e
Tobago para ser a secretaria do tratado sobre o comércio de armas.
Por fim, a Cúpula da CELAC ressaltou a importância do processo de paz entre
a Colômbia e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e rechaçou as
medidas unilaterais aplicadas pelos EUA contra a Venezuela.
B) Declaração Política de Belém
Mais uma vez, os 33 países que constituem a CELAC reafirmaram o seu
compromisso em desenvolver mecanismos que visem fortalecer a diversidade, a
integração e a cooperação do grupo, através do desenvolvimento sustentável. E foi
dentro deste cenário que as Chefas e Chefes de Estado se reuniram na Costa Rica,
para realização da terceira Cúpula, nos dias 28 e 29 de Janeiro de 2015, cujo lema é
‘’ Construyendo Juntos’’.
Sendo assim, faz-se necessário indagar a respeito da luta contra a pobreza,
tema que teve especial ênfase na Declaração Política de Belém e que se mostra
indispensável para alcançar um desenvolvimento sustentável pleno. O enfrentamento
da pobreza deve-se pautar, principalmente, no problema da fome e da desigualdade
sócio- econômica da região. Nesse sentido, o documento aborda a necessidade de
aplicar Programas Regionais e Nacionais de desenvolvimento, com uma visão de
médio e longo prazo para o seu estabelecimento e comprimento. Outro ponto tratado
nesta declaração foi a pretensão de aprovar o Plano de Segurança Alimentar, Nutrição
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e Erradicação da Fome 2025 da CELAC, que teve o apoio da FAO, da CEPAL e da
ALADI. Vale mencionar o papel de destaque da agricultura familiar dentro do cenário
abordado pelo já mencionado documento.
Na Declaração de Belém os países que compõem a CELAC manifestaram seu
apoio à reeleição de José Graziano da Silva para o cargo de diretor-geral da FAO, que
acontecerá em junho de 2015. Ele foi um dos responsáveis pelo desenho e a
implementação, em 2003, do programa Fome Zero no Brasil. E por fim, foi
parabenizada a realização da Primeira Reunião de Mecanismos Regionais e Sub-
regionais para a Erradicação da Pobreza, coordenada pela ALBA, assim como
estabelecido pelo Plano de Ação de Havana.
É importante mencionar que este documento reafirma certos valores,
defendidos por toda a comunidade e estes são: a garantia e o respeito da ou pela
Democracia, do Estado de Direito e a defesa dos Direitos Humanos. E ainda, é
essencial mencionar que a CELAC pretende fortalecer os mecanismos de combate a
corrupção, defendendo uma maior transparência por parte da gestão pública. E por
isso, o documento aborda a importância da Convenção das Nações Unidas contra a
Corrupção.
Quanto à agenda de Desenvolvimento Global, a CELAC comprometeu-se a
continuar consolidando espaços de reflexão sobre temas de prioridade internacional,
para assim haver um fortalecimento nas relações entre a CELAC e Nações Unidas.
Diante do exposto, faz-se necessário mencionar que a América Latina e o Caribe são
regiões que fazem parte da zona paz e da região livre de armas nucleares. Ainda
dentro do contexto das relações internacionais, faz-se necessário mencionar que a
CELAC repudia qualquer meio de manifestação do terrorismo, que constitui uma
ameaça à paz e a segurança internacional.
A questão da epidemia do Ebola também foi colocada na Declaração de Belém,
assim como a problemática ambiental (aquecimento global). O documento clama com
satisfação restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos,
no entanto condena o embargo econômico realizado por mais de cinco décadas pela
potência americana.
No que tange a integração com outros países, o próprio texto parabeniza a
29
celebração da Primeira Reunião de Ministros e Ministras das Relações Exteriores do
Foro CELAC-China, realizada em Beijing nos dias 8 e 9 de Janeiro de 2015. Também
está em pauta a II Cúpula CELAC-EU, que ocorrerá em Bruxelas, nos dias 10 e 11 de
junho de 2015. E durante este presente ano a CELAC também deverá aprofundar as
relações com a Índia e a Rússia, analisando a viabilidade de criar outros Foros com
estes.
Um dos principais objetivos deste documento é a adoção de um Plano de Ação
da CELAC 2015, que considere o esforço da comunidade em alcançar o
desenvolvimento sustentável dentro da região e erradicar a fome e a pobreza.
E finalmente, anotou-se o oferecimento por parte do Estado Plurinacional da
Bolívia para acolher a Presidência Pro Tempore da CELAC em 2017.
C) O Plano de Ação de Belém
Como já foi dito, visa fazer uma síntese dos principais tópicos discutidos na
cúpula. O Plano de Ação da CELAC 2015 guarda inúmeras semelhanças com os
planos anteriores. Visto que todos os documentos produzidos pelo órgão visam
concretizar os compromissos assumidos no passado e debater sobre os futuros
desafios da região, respeitando sempre os princípios fundacionais da comunidade.
Sendo assim, faz-se necessário enumerar os pontos mais importantes que foram
debatidos na Cúpula de São José:
Um dos principais objetivos do Plano de Ação da CELAC 2015 é a implementação do
Plano para a Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome 2025 da CELAC,
já mencionado pelo Plano de Ação de 2014. E ainda, pretende-se realizar a II Reunião
de Ministros, Ministras e Altas Autoridades de Desenvolvimento Social para a
Erradicação da Fome e da Pobreza da CELAC que ocorrerá na Venezuela, no
segundo semestre do presente ano.
Quanto a agricultura familiar, pretende-se implementar e adotar o Grupo de
Trabalho de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural. Também foi abordada a
importância de promover o dialogo, o intercambio de experiência e cooperação com
iniciativas sub-regionais de integração em Agricultura Familiar, como a Reunião
Especializada de Agricultura Familiar do MERCOSUL. Reitera-se o papel da FAO na
definição de ações a respeito da soberania alimentar.
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No decorrer de 2015 será celebrada a II Reunião Minesterial sobre o Problema
Mundial das Drogas. Vale lembrar que este é um tema bastante pertinente no contexto
latino americano e caribenho e que a CELAC se mostra favorável as decisões
tomadas sobre tal assunto em âmbito internacional, estando assim de acordo com a
própria Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas
(UNGASS 2016).
No que tange ao combate do trafico ilícito de armas pequeno porte e
armamento leve, o presente plano de ação insta:
'' 1. Promover a coordenação da CEPAL, ALADI e as Secretarias-Gerais de mecanismos de integração sub-regional para o desenvolvimento de um estudo estatístico com base no CELAC intra preferencial, a fim de desenvolver uma proposta que contribua para o processo de integração regional América Latina e no Caribe.
2. Solicitar ao CAN, ALBA-TCP e CARICOM para enviar para a ALADI as informações necessárias para concluir a expansão e atualização do documento "Acordos entre países membros da CELAC."
3. Execute a Terceira Reunião do Grupo de Trabalho sobre uma Preferência Tarifária América Latina e Caribe (PALC) durante 2015, a sede a ser definida. ''
É essencial observar que, o Plano de Ação da CELAC 2015 reafirma e reitera
pontos já amplamente debatidos em Planos de Ação e Declarações anteriores, como
por exemplo: a questão da corrupção, o desenvolvimento produtivo e industrial, a
situação financeira regional, a problemática ambiental, a questão energética, a
assistência humanitária internacional em casos de desastres, os mecanismos de
cooperação e integração regional, os relacionamentos extra-regionais, entre outros.