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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES……….……………………………….03

2. APRESENTAÇÃO DO SENADO IMPERIAL BRASILEIRO……………….05

2.1. O SENADO IMPERIAL E A DISCUSSÃO PARA A ABOLIÇÃO DA

ESCRAVATURA………………………………………………………………...05

3. LEIS ANTERIORES…………………………………………………………….06

3.1 LEI DO GOVERNO FEIJÓ………………………………………………...06

3.2 LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS……………………………………………...07

3.3 LEI DO VENTRE­LIVRE…………………………………………………...07

3.4 LEI DOS SEXAGENÁRIOS………………………….…………………….08

3.5 LEI PENA DE MORTE……………………………………………………..08

4. CENÁRIO ECONÔMICO……………………………………………………….09

4.1 POPULAÇÃO……………………………………………………………….10

4.2 ATIVIDADE………………………………………………………………….10

4.2.1 Agricultura e regiões…………………………………………...10

4.2.2 Indústria…………………………………………………………..13

4.2.3 Mineração………………………………………………………...15

4.2.4 Serviços…………………………………………………………..15

4.3 ECONOMIA DO FIM DA ÉPOCA COLONIAL………………………….15

4.4 CAPITAL EXTERNO……………………………………………………….17

4.5 COMÉRCIO EXTERIOR…………………………………………………...18

5. CENÁRIO SOCIAL………………………………………………….…………..19

5.1 CLUBE DOS ABOLICIONISTAS………………………………….……...19

5.2 AVANÇO REPUBLICANO………………………………………….……..22

5.3 IGREJA E A ESCRAVIDÃO……………………………………………....23

5.4 COMOÇÃO SOCIAL…………...…………………………………………..25

5.5 IMPORTÂNCIA DO ESCRAVO PARA A SOCIEDADE……………….26

2

6. PRESSÕES EXTERNAS……………………………………………………....28

6.1 GR­BRETANHA…………………………………………………………..28

6.2 ESTADOS UNIDOS………………………………………………………...31

6.3 CUBA………………………………………………………………………...32

6.4 FRANÇA……………………………………………………………………..32

7. QUESTÕES RELEVANTES…………………………………………………...33

REFERÊNCIAS………………………………………………………………….34

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1. APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES

Diretor Geral ­ João Vitor Guaitoline Martins

É com grande satisfação que eu, João Vitor Guaitoline Martins, dou­lhes as

boas­vindas à primeira simulação do Senado Imperial Brasileiro! As problemáticas da

nossa época atual são, sem dúvidas, reflexos de antigas movimentações

político­sociais articuladas de forma, às vezes, não tão cuidadosas. Nessa perspectiva,

é dado aos Senhores o poder de repensar e até mesmo redefinir o rumo da história

brasileira. Sou aluno do quarto ano do curso de Eletrotécnica Integrado ao Ensino

Médio, campus Vitória, e tive contato com o projeto de simulações das Nações

Unidades desde 2013, ano do meu ingresso na instituição. De lá para cá foram duas

participações na SiGI, participação no projeto­piloto SiGIVix, diversas participações em

simulações internas do campus e principalmente duas participações no MINIONU ­

PUC Minas. Por ser meu último ano, abordar um tema que permeia a nossa realidade

de forma tão incisiva é um desafio a ser encarado com as melhores perspectivas

possíveis. Assim, ponho­me inteiramente disponível em esclarecer os diversos

questionamentos que porventura surgirão. Por fim, vale ressaltar que este trabalho só

seria possível graças a ajuda de meus assistentes! Apresento­lhes então:

Diretora Assistente ­ Bruna Joo Hi Cho

Saudações senhores delegados! Me chamo Bruna Joo Hi Cho, sou aluna do terceiro

ano do curso de Eletrotécnica do IFES Vitória e serei Diretora Assistente neste Comitê.

Minha primeira experiência com as simulações geopolíticas foi em 2014, quando

comecei a participar das simulações internas no campus. Me encantei e desde então

estou envolvida neste projeto, assim, participei da SigiVix, SiGI e MINIONU, tendo

ganhado menções honrosas.

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Sinto­me honrada de ser parte desta mesa diretora e coloco­me a disposição para

sanar quaisquer dúvidas que possam surgir. Espero que os senhores gostem e tenham

experiencias tão boas quantos as que eu tive nesses anos. É um imenso prazer tê­lo

conosco!

Diretor Assistente ­ Gabriel Ramos Pereira

Olá, queridos delegados! Me chamo Gabriel Ramos Pereira e sou Diretor Assistente

neste comitê. Sou aluno do quarto ano Eletrotécnica Integrado ao Ensino Médio, do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Esírito Santo, campus Vitória, e

juntamente com os outros diretores, participei de todas as questões no que concerne a

escolha do tema, discussões a respeito e é claro, da escrita deste Guia e dossiês, além

das outras questões que intermediaram o processo de elaboração do comitê. Participo

do projeto SiGI desde o início do terceiro ano, e tenho experiência em todas as funções

no evento, por ter participado de simulações nos campi de Vitória (como voluntário e

diretor) e Aracruz (como delegado, recebendo menção honrosa) e também fui delegado

na PUC­Minas (MINIONU). Fico muito feliz com o andamento do projeto e estou muito

ansioso pelo nosso comitê! Caso tenham qualquer dúvida, sintam­se à vontade para

falar com os diretores. Bons estudos a todos!

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2. APRESENTAÇÃO DO SENADO IMPERIAL BRASILEIRO

O Senado Imperial Brasileiro foi criado em 1824, com a Constituição outorgada por

Dom Pedro I, e faz parte do Poder Legislativo. O Senado brasileiro foi inspirado na

Câmara dos Lordes do Reino Unido da Grã­Bretanha e Irlanda do Norte. Em sua

primeira sessão, estavam presentes 50 senadores (na atual, 71) que representavam as

províncias de forma proporcional à população. Para que pudessem ser senadores,

cargo este vitalício, deveriam ser cidadãos brasileiros natos, possuir mais de 40 anos e

ter uma renda de pelo menos 800 mil réis, sendo escolhidos pelo imperador a partir de

listas tríplices, formadas por candidatos eleitos nas províncias por votação indireta e

majoritária.

Mas a característica de casa nomeada e vitalícia cercou o Senado Imperial de

desconfiança por parte da população. Apesar disso, a Instituição exerceu um papel

importante no primeiro reinado, que durou até a abdicação de Dom Pedro I, em 1831. A

Câmara Alta brasileira foi responsável pelo equilíbrio do jogo político, representando

um contrapeso entre o poder imperial e as vontades populares expressadas pela

Câmara dos Deputados.

Durante o Império, o Senado foi muito importante para a tomada de decisões que iriam

mudar o cenário nacional, como foi o caso da “maioridade de Dom Pedro II”,

determinada pelos senadores em julho de 1840, ao proclamá­lo imperador aos 14

anos.

2.1. O SENADO IMPERIAL E A DISCUSSÃO PARA A ABOLIÇÃO DA

ESCRAVATURA

Logo após a independência do Brasil, surgem no cenário político as primeiras

iniciativas para a libertação dos escravos no território brasileiro. A primeira delas, que

não chega a ser apresentada em razão da dissolução da Constituinte por Dom Pedro I

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em 1823, partiu do deputado José Bonifácio de Andrada, que ia propor o fim

progressivo da escravatura.

A partir daí o Legislativo torna­se palco de uma série de discussões e aprovações de

leis que restringem a escravidão como a “Lei do Governo Feijó”, “Lei do ventre livre” e

outras. Mas é o ano de 1886 que marca o inicio de debates mais acirrados no Senado.

Em julho, diante do ministro da Justiça, Ribeiro da Luz, o senador Souza Dantas sobe à

tribuna para denunciar a morte de cinco escravos na província da Paraíba do Sul, atual

Paraíba. O senador lembra que o Brasil chegava ao final do século XIX como a única

nação do mundo cristão a ter escravos e pede o fim imediato da escravidão no País.

Hoje, dia 8 de maio de 1888, o Poder Executivo envia ao Congresso o projeto de lei

que torna os negros livres no Brasil. É função desta sessão discutir as vantagens e

desvantagens da aprovação, ou da reprovação, desta lei, visando sempre às

consequências da decisão nos cenários nacionais, como o cenário econômico e social.

3. LEIS ANTERIORES

Logo após a independência do Brasil começam a surgir as primeiras iniciativas em

relação a libertação dos escravos e da abolição da escravatura. A primeira tentativa

partiu do deputado José Bonifácio, porém sua representação não chegou a ser

apresentada ao plenário da constituinte pois o imperador acabou por dissolve­la. Seu

texto previa o fim do tráfico de escravos em cinco anos, a humanização dos cativeiros e

a regulação dos castigos, assim, de forma progressiva, promover o fim da escravidão

no país.

3.1 Lei do Governo Feijó

A primeira proposta de restrição ao tráfico foi aprovada pela Assembleia Geral em

1831. A Lei do Governo Feijó declarava livres todos os escravos vindos de fora do

Império e criava penas para os importadores, que passariam a ser chamados de

traficantes. Entretanto, apesar de a proposta ter virado lei nunca vigorou na prática.

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3.2 Lei 581 / Decreto 708 (Eusébio de Queirós)

Executadas pelo imperador em 1850, tais ações deram uma regulamentação mais

completa e rígida ao combate a importação de escravos. Esta lei era o resultado final

de uma coleção de projetos já existentes, que passariam finamente a vigorar.

Entretanto, a proibição do tráfico fez com que os proprietários de regiões como São

Paulo e Rio de Janeiro passassem a comprar escravos de outras regiões do país.

O intercâmbio regional acabou mostrando que a forma de tratar os escravos não era

única, possuindo diferenças entre as regiões. Em alguns lugares os escravos eram

acostumados a possuir certas liberdades concedidas por seus senhores, como por

exemplo a possibilidade de cultivar em roças próprias, ter um dia livre e ainda morar

com a própria família. Como os negros não queriam abrir mão de tais conquistas,

passaram a desenvolver a ideia de um “cativeiro justo” e consequentemente dos

direitos que os mesmos deveriam possuir.

3.3 Lei do Ventre Livre

Tal lei tornava libertos os filhos de escravos nascidos a partir da data da sanção do

texto, 28 de setembro de 1871. Para os mais levianos a lei foi vista com bastante

entusiasmo, porém para os críticos, a mesma foi uma forma encontrada pelo Império

de agradar os abolicionistas e garantir segurança aos proprietários de escravos por

pelo menos uma geração.

Na época em que foi promulgada houve bastante controvérsia em relação a um de

seus tópicos, segundo o texto “os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a

autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão obrigação de criá­los e tratá­los

até a idade de oito anos completos”. Após esta idade, o proprietário teria a opção de

receber do Estado uma indenização de 600 mil réis ou servir­se dos serviços do menor

até que este completasse 21 anos, data em que estaria efetivamente livre.

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Havia a possibilidade ainda da criança ser liberta antes dos 21 anos, caso alguém se

dispusesse a pagar a indenização ao proprietário. A lei também previa que o

proprietário perderia a posse da criança antes dos 21 anos, se ficasse comprovado que

ela era vítima de maus tratos e castigos excessivos. Neste caso, ela teria os serviços

transferidos “à pessoa a quem nas partilhas pertencer à mesma escrava” (mãe da

criança).

Se a mãe da criança viesse a morrer antes que o filho completasse 21 anos, este seria

colocado à disposição do governo, que poderia entregá­lo a associações que tinham a

obrigação de criá­lo e tratá­lo até os 21 anos, e, ao fim desse período, prover a ele a

“apropriada colocação”.

3.4 Lei Saraiva­Cotegipe (Sexagenários)

Promulgada no dia 28 de setembro de 1885, enunciava­se que aos escravos com

idade superior a 60 anos – porém foi acrescido um artigo que dizia que ao atingir os 60

anos ainda deveria trabalhar por mais 3 anos, de forma gratuita, para seu proprietário –

teriam a liberdade concedida. Infelizmente, a lei apresentada por Sousa Dantas não

teve muito efeito prático, pois eram raros os que atingiam esta idade, devido a vida

sofrida que levavam. Aqueles que chegavam aos 60 anos de idade já não tinham mais

condições de trabalho. Portanto, era uma lei que acabava por beneficiar mais os

proprietários, pois podiam libertar os escravos pouco produtivos.

3.5 Lei pena de morte

Na sessão de 10 de junho de 1833, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, Ministro

da Justiça, apresenta uma proposta aplicando a pena de morte aos escravos que

matarem ou ferirem seu senhor – ou sua família –, administrador ou feitor. Na sessão e

no documento apresentado pelo Senador, o mesmo se refere à problemática da

seguinte maneira:

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“Augustos e digníssimos senhores representantes da Nação: As circunstâncias do Império do Brasil, em relação aos escravos africanos, merecem do corpo legislativo a mais séria atenção. Alguns atentados recentemente cometidos, e de que o governo vos dará informação, convencem desta verdade. Se a legislação até agora existente era fraca, e ineficaz para coibir tão grande mal, a que ora existe mais importante é, e menos garantidora da vida de tantos proprietários fazendeiros, que vivendo muito distantes uns dos outros, não poderão contar com a existência, se a punição de tais atentados não for rápida e exemplar, nos mesmos lugares, em que eles tiverem sido cometidos. A vossa penetração e sabedoria escusa quaisquer reflexões mais a tal respeito. É por isso que a regência, em nome do Imperador, o Senhor D. Pedro II, desejando afastar males tão graves (…)”.

O primeiro artigo da proposta já esclarecia de forma contundente os seus principais

objetivos, visto que escravos e escravas “Serão punidos com a pena de morte os que

matarem, por qualquer maneira que seja, ferirem ou fizerem outra grave ofensa física a

seu senhor, administrador, feitor ou a suas mulheres e filhos. Se o ferimento ou ofensa

forem leves, a pena será de açoites e galés perpétuas ou temporárias, segundo as

circunstâncias mais ou menos atenuantes.”

Em 15 de Julho de 1835 o imperador manda executar o decreto sancionado pela

Assembleia Geral, definindo as penas para os escravos que cometerem delitos contra

seus senhores.

4. CENÁRIO ECONÔMICO

O Brasil, desde quando era colônia, aproximadamente em 1850, foi o maior produtor

mundial de açúcar, mantendo essa posição até meados do século XVII, tudo graças ao

trabalho dos escravos africanos. Nas últimas décadas do século, a concorrência

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inglesa, francesa e holandesa no Caribe prejudicou a economia açucareira no Brasil,

que perdeu sua hegemonia. A nova fase próspera do Brasil se dá nos anos 1690, com

a descoberta do ouro, alcançando no século XVIII a posição de maior produtor mundial

de ouro.

Entre a vinda da família imperial ao Brasil, em 1808, e a independência, o café ganhou

valor e tornou­se a terceira maior exportação em valor, perdendo ainda para açúcar e

algodão, ambas produzidas por meio do trabalho escravo, principalmente na região

sudeste.

4.1 POPULAÇÃO

Em 1822, o Brasil tinha provavelmente uma população entre 4,5 e 4,8 milhões sendo

cerca de um terço escrava. Mais tarde, em 1850, a população chegava aos seus 7,5

milhões, mantendo ainda aproximadamente 30% de escravos. O censo de 1872

revelaria 10,1 milhões de habitantes, e a população escrava excedendo 1,5 milhão.

Em 1821, um levantamento estatístico revelou que o estado do Rio de Janeiro tinha

275 mil habitantes, sendo moradores da “Corte”, a cidade do Rio de Janeiro, um total

de 112.695. Nessa época, o Rio de Janeiro se mostrava o maior centro urbano.

Salvador, sendo o segundo maior, contava com 129 mil habitantes, seguido de Recife,

com 117 mil. A porcentagem de analfabetos era de 84,3% no Brasil como um todo.

4.2 ATIVIDADE

4.2.1 Agricultura e regiões

A instalação de um rudimentar sistema administrativo, um banco nacional e umas

poucas outras iniciativas governamentais constituíram o resultado líquido de um

período de severas dificuldades. Então, o mercado de açúcar tornava­se mais

promissor. O açúcar de beterraba, de origem europeia, enraizava­se em interesses

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criados dentro de tradicionais mercados importadores. Nos EUA, que constituíam o

mercado importador com a mais crescente expansão, desenvolvia­se amplamente a

produção da Louisiania, comprada dos franceses em 1803. Por último, cabe citar que

surgia no mercado açucareiro um novo supridor que se definia, dia a dia, como o mais

extraordinário.

Desfrutando de fretes baixíssimos para os EUA, Cuba se tornou a maior supridora dos

estados norte­americanos. Suas exportações, que antes não passavam de 20 mil

toneladas, agora superam a incrível marca de 300 mil toneladas, o triplo das vendas do

Brasil para a mesma época.

Com a decrescente popularidade do açúcar brasileiro, foram declinando também as

exportações de produtos menores e, que estavam mais desvalorizados, como o couro,

o fumo, o algodão, o arroz e o cacau.

Surge então a predominância, um aumento de popularidade de um produto

relativamente novo. O café, introduzido no Brasil desde muito antes do ápice da sua

popularidade e cultivado por todas as partes para fins de consumo local, assume

importância comercial quando ocorre a alta de preços causada pela desorganização do

grande produtor que era a colônia francesa do Haiti.

No primeiro decênio da independência, o café já contribuía com 18 por cento do valor

das exportações, colocando­o em terceiro, depois do açúcar e algodão. Logo após, nos

próximos 2 decênios, incrivelmente alcança o primeiro lugar, representando cerca de

40 por cento do valor.

Ao transformar o café em produto de exportação, o desenvolvimento de sua produção

se concentrou nas regiões montanhosas próximas a capital do país. Nas proximidades

dessa região, existia relativa abundância de mão de obra em consequência da

degradação da economia mineira. Por outro lado, a proximidade do porto tornara

desnecessária a utilização de um transporte que estava sendo utilizada de forma

desordenada: a mula. Dessa forma, a primeira fase da expansão cafeeira usou de

alicerces recursos preexistentes e subutilizados.

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O segundo e principalmente o terceiro quartel do século XIX são basicamente a fase da

gestão da economia cafeeira. A empresa cafeeira muito se assemelha a açucareira

quando se trata da exploração da mão de obra escrava.

Organizada com base no trabalho escravo, a empresa cafeeira se caracterizava por

custos menores, ainda, do que a empresa açucareira. Logo, somente uma forte alta

nos preços da mão de obra podeira frear o seu crescimento, no caso de haver

abundância de terras. Como em sua primeira etapa, a economia cafeeira dispôs do

estoque de mão de obra escrava restada do período de mineração, o que explica o fato

do seu desenvolvimento ter sido tão acelerado, por conta do preço favorável ao senhor

de engenho.

A etapa de gestão econômica cafeeira é também a de formação de uma nova classe

empresária, que desempenhará papel fundamental no desenvolvimento subsequente

do país, classe essa formada inicialmente por homens da região. A cidade do Rio de

Janeiro se mostrava o principal mercado do país, consequência da mudança de hábitos

de seus habitantes depois da chegada da corte portuguesa.

Se compararmos o processo de formação das classes dirigentes na economia

açucareira e cafeeira, percebemos facilmente algumas diferenças fundamentais. Na

época da formação da classe para a economia açucareira, as atividades comerciais

eram monopólio de grupos situados em Portugal ou na Holanda. As fases produtiva e

comercial estavam rigorosamente isoladas, então, os homens que comandavam a

produção, não possuiam qualquer perspectiva positica de conjunto, da economia

açucareira. As decisões fundamentais eram todas tomadas partindo da fase comercial.

Isolados, os homens que dirigiam a produção não puderam desenvolver uma

consciência clara de seus próprios interesses. Com o tempo, tornaram­se obsoletos e

as tarefas diretivas passaram a constituir simples rotina executada por feitores e alguns

outros empregados. Explica­se assim, a facilidade com que os europeus vieram a

tomar tão completamente as atividades comerciais do Nordeste açucareiro.

Já a economia cafeeira, esta formou­se em condições distintas. Desde o começo, sua

vanguarda esteve formada por homens com experiência comercial. Em todas as

13

etapas, os interesses da gestão e comércio estiveram entrelaçados. A nova classe

dirigente formou­se numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de

terras, recrutamento de mão de obra, organização e direção da produção, dentre

outros. A proximidade com a capital era uma grande vantagem para os dirigentes.

Desde cedo, notaram a enorme importância de ter o governo como instrumento de

ação econômica. Esses detalhes fazem com que a segurança de investimento torne a

economia cafeeira algo rentável e de confiança para investimentos. Por isso, a

economia cafeeira cresceu de forma muito rápida, podendo até mesmo o país confiar

suas economias no café.

4.2.2 Indústria

Fomentar a industrialização em meados do século XIX, sem condições nem apoio para

importar e exportar, era impossível num país carente de base técnica. Dom João VI

tentou e fracassou com suas iniciativas de uma indústria siderúrgica pois, além de não

ter mão de obra qualificada para tal, não existia mercado para isso.

Contrariando Dom João VI, a indústria teria que começar em um mercado na qual já

existisse uma certa magnitude, por exemplo os tecidos, que eram a única manufatura

onde o mercado foi tão essencial que foi estendido, até mesmo, aos escravos. Porém,

a extrema baixa dos preços dos tecidos ingleses enfraquece o mercado nacional de

forma que se coloca a subsistência dos trabalhos manuais de tecidos. A baixa foi tão

forte, que se tornou inviável defender qualquer indústria local por meio de tarifas, sendo

necessário estabelecer cotas de importação, para que o mercado interno pudesse se

desenvolver e trazer a economia, ao menos, ao patamar onde estava anteriormente.

Para dificultar, ainda mais, a instalação de uma indústria têxtil, os ingleses dificultavam,

à sua necessidade, a exportação de máquinas.

Mesmo deixando de lado a realidade de que uma política inteligente de industrialização

seria impraticável num país dirigido por uma classe de grandes senhores agrícolas,

escravistas, é necessário reconhecer que a condição, naquela época, de fortalecimento

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de economia, consequentemente de mercado, era implantar uma política ampla e forte

no setor de exportações. Durante esse período, para piorar, a taxa de crescimento

econômico não acompanha, nem perto, a taxa de crescimento populacional, fazendo

assim com que a economia vá se enfraquecendo cada vez mais.

Tal taxa de crescimento nos permite concluir o que estava acontecendo no país, pois

todo o aumento de exportações no período, se dá pelo café. Exceto o café, o valor das

exportações de 1850 é inferior ao que provavelmente foi no começo do século.

Porém, as quedas de preços indicadas não significam tudo. Poderia ter sido diferente:

os preços de importação poderiam estar baixando caso os valores reais das

exportações tivessem sido aplicados.

A baixa nos preços das exportações brasileiras, entre 1821­30 e 1841­50, foi de cerca

de 40 por cento. No que diz respeito às importações, o índice de preços das

exportações da Inglaterra constitui uma boa indicação. Esse índice, entre os dois

decênios referidos, manteve­se perfeitamente estável. Portanto, podemos concluir que

a queda do índice dos termos de intercâmbio foi de 40 por cento, isto é, que a renda

gerada pelas exportações cresceu 40 por cento menos que o volume físico delas.

Os dados proferidos no parágrafo anterior demonstram que a rendaper capitadeclinou

na primeira metade do séc. XIX. Para que se mantivessem o nível da renda, seria

necessário que se implantassem modificações que, evidentemente, não ocorreram.

Com isso, a única solução seria um desenvolvimento de setores não ligados ao

comércio exterior, por exemplo indústrias e serviços nas zonas urbanas, o que

contrabalancearia a situação, positivamente.

Então, ainda podemos afirmar que provavelmente a renda per capita dessa época foi

menor do que em qualquer período da colônia, se se consideram em conjunto as várias

regiões do país.

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4.2.3 Mineração

As minerações no Brasil, durante o Império, principalmente de ouro e diamante, tiveram

seu pico na década de 1850 e depois declinaram lentamente. Na década de 1840, as

três companhias que exploravam no Brasil (Imperial Brazilian Mining Company, a St

John del Rey Mining Company e a Brazilian Mining Company), chegaram a produzir

cerca de 1,5 toneladas de ouro por ano.

Mesmo com elevados números de exploração, o capital gerado era mínimo. As

exportações de ouro e diamantes declinaram de algo em torno de 5% das exportações

totais na década de 1840, para cerca de 1% no final da década de 1880

4.2.4 Serviços

Os investimentos, inclusive estrangeiros, no setor de serviços públicos tornavam­se

importantes à medida que aumentava a importância relativa da população urbana.

Houve grande participação estrangeira principalmente nos serviços de iluminação à

gás, água, bondes e esgoto.

Nesse período, o comercio varejista e atacadista, assim como os serviços domésticos,

ocupavam centenas de milhares de pessoas. O Brasil teve, precocemente, um sistema

postal público, que já despachava milhões de cartas. No entanto, o predomínio do

emprego rural, que ocupava cerca de dois terços da população economicamente ativa

(exclui escravos), limitava, inevitavelmente, o desenvolvimento do setor de serviços.

Outro ponto que limitava era a indústria. Se a indústria se desenvolvesse de maneira

adequada, certamente esse setor demonstraria um crescimento considerável.

4.3 ECONOMIA DO FIM DA ÉPOCA COLONIAL

Na década de 1760 as exportações brasileiras giravam em torno de 5 milhões de libras,

um aumento pouco significativo se comparado com os últimos 25 anos. O carro­chefe

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que guinava os lucros brasileiros enfrentava a maior crise dos últimos dois séculos, o

açúcar definitivamente não poderia ser mais cogitado como base de sustentação da

colônia. Completando o cenário, a exportação do ouro atingiu pouco mais de meio

milhão de libras enquanto a população teve um crescimento de aproximadamente 3

milhões de habitantes. Um detalhe alarmante do período, constatado ao término do

século, é que não existem registros de uma renda per capita menor em todo o período

colonial.

Em âmbito geral, os três principais centros econômicos eram a faixa açucareira, a

região mineira e o Maranhão. Ao final do século apenas o Maranhão conseguiu

transcender ao péssimo momento econômico, graças à ajuda primorosa do governo de

Pombal que criou uma companhia de comércio altamente especializada que deveria

financiar o desenvolvimento da região. A companhia percebendo vantagens na

produção de algodão e arroz dada a Revolução Industrial inglesa e a guerra de

Independência dos EUA, estimulou a produção dos produtos na área. O resultado foi

altamente lucrativo, proporcionando ao Maranhão uma exportação que atingiu a marca

de 1 milhão de libras.

A produção açucareira brasileira obteve nova retomada do crescimento, quando em

1789 a maior colônia açucareira francesa entrou em colapso. Os escravos

concentrados no Haiti beiravam a marca de meio milhão e se revoltaram contra o

domínio espanhol destruindo grande parte da riqueza concentrada naquela região.

As dificuldades nas colônias espanholas, o crescente industrial inglês e as guerras

napoleônicas proporcionaram uma momentânea elevação dos preços dos produtos

tropicais, o que beneficiou diretamente o Brasil. Vale­se ressaltar que o bom momento

vivido pela economia é fruto de uma anormalidade da geopolítica da época, ou seja,

existem questões que precisam avançar em outras direções para que haja uma

economia verdadeiramente sólida.

17

4.4 CAPITAL EXTERNO

Com o crescente produtivo cafeeiro, por volta de 1850, tornou­se evidente a

necessidade do desenvolvimento de infraestrutura para o escoamento da produção

com finalidade de alcançar os principais compradores mundiais. Podemos citar como

parte dos aparatos para exportação do café a construção de pontes, portos, cabos

telegráficos e empresas de navegação a vapor. No setor social, financiado

majoritariamente por capital inglês, expressivos montantes foram destinados ao

saneamento básico, transporte público, telefones etc.. Não se deve desconsiderar que

o governo central, os governos provinciais e alguns capitalistas brasileiros foram

responsáveis também pelo progresso. Por volta da década de 1840 estima­se que o

capital britânico investido no Império era pouco mais de £ 1 milhão, o que aumentou

paulatinamente a partir da implementação da política das taxas de retorno, chegando

próximo de £ 24 milhões em 1885, ano em que as ferrovias britânicas em operação no

Brasil totalizavam 14.

No tocante à infraestrutura fluvial, as empresas que dominavam o cenário imperial

eram de origem britânica. Amazon Steam, Royal Mail e Lamport & Holt eram as

gigantes da época e apesar de existir concorrência estadunidense e alemã,

historicamente a proximidade dos ingleses com a antiga metrópole fez com que a

posição das mesmas fosse dominante. Paralelamente a isso, a navegação a vapor e a

cabotagem normalmente eram financiadas com capital interno, exemplo notório foi a

Companhia Nacional de Navegação a Vapor, criada pelo Barão de Mauá que

entretanto, acabou comprada por capital britânico.

Um dos viabilizadores da atratividade para o investimento de capital externo, e por

conseguinte a melhoria infraestrutural foi sem dúvidas a adoção da política das taxas

de retorno. Com vistas na competitividade de mercado, dada a grande concorrência

entre os países do “bloco” dos primário­exportadores, a garantia de um retorno mínimo

gerou frutos significativos no que se refere a meta de fazer com que os olhos dos

investidores internacionais se voltassem para o Império. As políticas públicas

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propiciadas pelo sucesso da estratégia giravam em torno da implementação de

ferrovias, portos, cabos submarinos, empresas de navegação entre outros

investimentos. O bom diálogo entre o governo central e os governos provinciais

garantia uma repartição do ônus das garantias das taxas de retorno.

O impacto social provocado pelas mudanças advindas dos avanços estruturais pode

ser observado como positiva, sob a ótica do consumidor, visto que obteve­se o

aumento da capacidade, rapidez e pontualidade do transporte e principalmente o

alcance de novas áreas menos acessíveis, o que diretamente desencadeia uma

integração maior a um custo menor. Naturalmente, com a facilidade a um menor gasto

para a locomoção de cargas e pessoas, as exportações cafeeiras e algodoeiras

cresceram estimulando o mercado interno.

4.5 COMÉRCIO EXTERIOR

Num nível global, pode­se destacar a relevância de um país pela sua participação na

economia. Como primário­exportador, o Brasil teve uma redução da sua participação

nas exportações mundiais totais nos primeiros anos de Império, situação que foi

neutralizada com o decorrer do tempo. Os produtos de importação e exportação

tradicionalmente negociados são sabidamente precários, principalmente na década de

1840. No decorrer do império, a estrutura do comércio exterior foi se modificando

consideravelmente, principalmente com a expansão do café como matriz comercial e

por volta de 1850 o mercado mundial de café correspondia a aproximadamente 50%

exclusivamente de café brasileiro. Nos anos de 1880, mais da metade do mercado

cafeeiro do mundo era dominado pelo Império e isso fez com que os competidores

asiáticos fossem duramente afetados, propiciando ainda mais o crescimento das

exportações brasileiras. Na contramão do avanço cafeeiro, as exportações de açúcar,

que correspondiam a mais de 21% do total mundial em 1850, caem para menos de

10% na década de 1880. Um dos fatores externos que explicam a queda seguida de

estagnação das exportações brasileiras de açúcar foi o crescente ganho de mercado

19

do açúcar feito de beterraba, tendo seu ápice na segunda metade do séc. XIX. Quando

se trata de algodão a perspectiva foi análoga ao açúcar, queda acentuada. O bloqueio

da União à Confederação, que abarcava todos os estados produtores de algodão nos

EUA, fez com que a queda nas exportações brasileiras não fossem tão acentuadas

quanto a queda do açúcar. O extrativismo também representou parte significativa da

receita imperial, atingindo cerca de 5% das exportações totais na década de 1870.

A mudança da estrutura de origem das exportações imperiais desencadeou uma queda

relativa da competitividade dos produtos britânicos. Catalisadores desse processo,

também, eram os produtos provenientes da Alemanha e dos EUA. Apesar disso, o

Brasil precisava atender ao seu leque de consumo interno, logo continuava a ser

fortemente dependente de produtos manufaturados estrangeiros, o que causava certo

engessamento e falta de autonomia.

5. CENÁRIO SOCIAL

5.1 CLUBE DOS ABOLICIONISTAS

As primeiras associações e clubes abolicionistas foram criadas por volta de 1852, por

jovens estudantes da Faculdade de Medicina da Bahia. Eles fundaram a Sociedade

Abolicionista Dois de Julho, com o objetivo de alforriar cativos. Ao longo de toda a

segunda metade do século XIX foram fundadas centenas de sociedades abolicionistas

pelo Brasil, que não foram tão conhecidas também.

A Guerra do Paraguai, em toda a sua magnitude, não mobilizou tanto as massas

populares, das mais diversas posições sociais, quanto o movimento abolicionista. Os

comícios, passeatas, manifestações e palanques introjetavam sua mensagem

diretamente nas sessões ordinárias do Parlamento, forçosamente ou não. A imunidade

do sistema escravista às transformações liberais do séc. XIX era contraposta pela

campanha abolicionista. A educadora alemã, contratada para dar aulas aos filhos de

20

cafeicultores do Vale do Paraíba e do Rio Claro, Ina Von Binzer, relatou em seu diário a

dependência brasileira aos escravos quando diz:

“Neste país, os pretos representam o papel principal; acho que, no fundo, são mais senhores do que escravos dos brasileiros (…). Todo o trabalho é realizado pelos pretos, toda riqueza é adquirida por mãos negras, porque brasileiro (branco) não trabalha.”

Depois da Lei Eusébio de Queiroz, o país demorou duas décadas para abrir um novo

capítulo pertinente à causa abolicionista. A Lei do Ventre Livre, de 1871, que em uma

de suas prerrogativas garantia indenização de 600 mil réis caso o proprietário de

escravos quisesse entregar a criança, nascida a partir da data de instauração da lei, à

tutela do governo, foi ineficiente, visto que a maioria dos proprietários preferiu manter

os filhos das escravas em cativeiro após os oito anos, idade limite da lei, em vez de

entregá­los ao governo mediante indenização prometida. No ano de 1882, um relatório

do Ministério da Agricultura informava que apenas 58 crianças em todo o Brasil haviam

sido entregues aos tutores oficiais. Outra prerrogativa da Lei era a de que os

fazendeiros deveriam registrar o nascimento das crianças, para uma melhor

fiscalização; como é de se esperar poucos fizeram isso. Com a ajuda dos párocos da

região, fraudavam as certidões, forjando um nascimento falso anterior à lei.

A causa abolicionista ganhou força repentina se apropriando sistematicamente de mais

espaços em discussões públicas, o que era incomum até então. Os clubes

antiescravistas foram frutos da crescente visibilidade adquirida. Exemplos notáveis são

a Sociedade Abolicionista Cearense, a Libertadora Pernambucana, a Abolicionista do

Espírito Santo e a Libertadora Sul­Rio­Grandense. É de se esperar que as pequenas

células provinciais culminassem na criação da Confederação Abolicionista, composta

por treze associações de menor escalão. Os discursos e palestras dos líderes

abolicionistas inflavam grandes multidões a aderirem a causa. Na província de São

Paulo, Luís da Gama, pautado na lei de 1831, que proibia o tráfico negreiro, organizava

uma campanha jurídica para dar a liberdade aos escravos. O advogado, nos tribunais,

21

provou que boa parte dos escravos existentes nas lavouras paulistas havia entrado

depois de 1831, o que caracterizou um não cumprimento da lei.

Após a morte de Luís da Gama, em 1882, os fundadores da Sociedade Brasileira

contra Escravidão, Joaquim Nabuco e José do Patrocínio dominaram o cenário

abolicionista. Em seus discursos, Nabuco defendia que o atraso brasileiro, em relação

às potências mundiais, só seria compensado se a questão escravocrata fosse resolvida

de forma plena. Não bastava apenas alforriar os escravos, mas sim era preciso uma

imersão social, que passava por uma incorporação dos negros como cidadãos que

teriam direitos e deveres como qualquer um. O fruto da corrupção geral, era como

dizia, a própria escravidão:

“A escravidão não consentiu que organizássemos, e sem povo as instituições não têm raízes, a opinião não tem apoio, a sociedade não tem alicerces.”

Ferrenho defensor das instituições públicas, Nabuco defendeu em campanha

abolicionista, que a saída deveria vir a partir do Parlamento:

“É no Parlamento que a

emancipação deve ser decidida – não das praças. ''

A partir da segunda metade do século XIX é visível também a participação das

mulheres na luta pela libertação dos africanos escravizados no Brasil. Essa luta se

expressou através de assinaturas em diversos livros de ouro, fundações de

associações abolicionistas, organizações de festas beneficentes etc., tudo visando

arrecadar fundos cujo destino era a compra de alforrias. A movimentação dessas

mulheres em favor da abolição ainda contou com publicações em periódicos e

discursos em clubes abolicionistas, atividades que até então eram desempenhadas,

majoritariamente, pelos homens. Em relação aos periódicos, estes foram importantes

22

veículos de propaganda abolicionista, e as mulheres, ainda que em menor número,

foram participantes ativas desse veículo de comunicação.

Na cidade do Rio de Janeiro, Corte Imperial, existiram sete sociedades, clubes e

associações abolicionistas, de composição mista ou feminina, que contaram com o

protagonismo feminino nas ações abolicionistas.

5.2 AVANÇO REPUBLICANO A segunda metade do século XIX caracterizou­se pela crise do Vale do Paraíba ­ até

então, a mais importante região produtora de café brasileira ­ e a emergência dos

cafeicultores do Oeste paulista. Ao contrário dos grandes fazendeiros do Paraíba, que

apoiavam as instituições monárquicas, os dos Oeste paulista faziam oposição à

centralização do Império.

23

De outro lado, ampliou­se a propaganda republicana. Embora a proposta sempre

tivesse tido espaço nas discussões políticas, em 1870 que o Partido Republicano foi

formalmente criado, no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, outros partidos

semelhantes seriam organizados em províncias importantes do Império. Os

republicanos "históricos" criticavam a centralização da Monarquia, seu caráter

hereditário, o poder excessivo nas mãos de Pedro II, a vitaliciedade do Senado e o

sistema político em geral, que excluía a maioria absoluta da população.

5.3 IGREJA E A ESCRAVIDÃO

Desde a chegada do cristianismo no continente latino­americano, são observadas

diversas controvérsias em sua aplicação, principalmente se tratando da relação com o

povo negro. O projeto europeu de cristianização ‘converteu’ compulsoriamente milhares

de dezenas de negros via catequização e batismos cristãos, forçando­os a

abandonarem suas religiões próprias, hábitos milenares e suas raízes. Poucas foram

as exceções em que a Igreja não foi adepta à escravidão a ponto de usufruir da mão de

obra escrava. O mais absurdo, porém, é perceber que a justificação religiosa para a

escravidão era política largamente utilizada na época pela instituição.

A subjugação social africana passava primeiramente pela perda do ambiente familiar,

das relações comunitárias na aldeia, da linhagem e por fim a perda de sua religião.

Diante disso, restava­lhes apenas o mais baixo lugar na pirâmide social. Os traços

culturais, no convívio nas senzalas, com o tempo acabavam se misturando dada a

pluralidade de aldeias e tribos postas juntas no mesmo espaço, porém a revitalização

da individualidade cultural acontecia cada vez que novos escravos chegavam o que

provocou uma manutenção religiosa, apesar da forte aculturação que aqui sofriam.

A primeira ‘evangelização’ católica se deu aos moldes medievais, modelo que primava

a conquista de territórios para a fé cristã. A reconquista do território europeu, outrora

dominado pelos árabes, e a luta contra os muçulmanos inflou de forma tremenda os

missionários que vieram para cá. Assim, constrói­se um cenário onde os árabes e

24

muçulmanos ganham forma como negros infiéis que precisam ser conquistados para a

fé católica. Outro aspecto da conquista da fé era o de que, se conquistado pela fé

católica, o indivíduo se torna automaticamente subjugado pela coroa portuguesa, que

tinha seus interesses econômicos confundindo­se com a expansão do cristianismo.

Esse mutualismo não nos permite fazer distinção entre Igreja e Estado, ambos faziam

parte de uma mesma unidade político­social. Fato é que, muitos escravos, no momento

de captura já eram batizados, ou ao mais tardar quando chegavam aos portos

brasileiros, antes de serem negociados e vendidos. O simbolismo da unidade era tanto,

que a marca da coroa portuguesa, feita a ferro e fogo nos negros, que servia para

provar que o imposto real já havia sido pago também servia para autenticar que o

batismo cristão já havia sido realizado.

Em um texto de 1758, podem ser observadas orientações catequético­pedagógicas,

onde claramente a catequese foi imposta aos negros, utilizando­se da metodologia do

medo e do castigo. A lógica era a de que caso errassem e fossem castigados

severamente se esforçariam mais, agilizando a sedimentação dos ensinamentos

cristãos. A teologia da época cria que a alma dos negros antes de serem batizados era

“habitada” pelo demônio. Em suma, a prática escravista foi aceita pelos membros da

Igreja na época, o que fica evidenciado no texto do Pe. Luís Brandão direcionado à

Alonsa de Sandoval, seu amigo:

“Mesmo que vivemos aqui já faz quarenta anos e temos entre nós padres muito doutos, nunca consideramos esse tráfico ilícito. Os padres do Brasil também não, e sempre houve, naquela província, eminentes pelo saber. Assim tanto nós como os padres do Brasil compramos aqueles escravos sem escrúpulos[…]”

No geral, a postura da Igreja frente a escravidão foi de complacência com o ideal de

inferiorização racial, social e religiosa. A única preocupação efetiva da instituição era a

de sacramentalização efetiva dos negros, o que a longo prazo representa sua própria

garantia de permanência na elite social. Como operária direta da Coroa e,

25

principalmente por ser ela mesma usufruidora das benesses do sistema escravista nos

seus colégios, conventos e fazendas, coube­lhe a função de cercar e podar os

pensamentos que não eram convenientes o suficiente para assentar passivamente a

ideia de normalidade no que diz respeito à condição na qual os negros estavam

submetidos.

5.4 COMOÇÃO SOCIAL

Podemos até pensar que a abolição foi desejada apenas pelos escravos, mas é um

pensamento rude, da mesma forma que pensar que apenas os grandes latifundiários e

suas famílias não queriam a alforria.

Na década de 1880, o cenário era muito diferente de anos atrás. Em suma, nessa

época, os latifundiários estavam satisfeito com o cenário atual, ao contrário dos

abolicionistas.

É de se esperar que os escravos, os mais pobres, suas famílias, já “privilegiadas” com

a lei do ventre livre, fossem a favor da abolição, porém esse cenário de pessoas

favoráveis a abolição, se repetia, até mesmo, nas grandes fazendas. Esposas, filhas e

filhos insatisfeitos com as injustiças que sofriam os escravos, insistiam para que, o

senhor, os alforriassem, podendo, assim, tentar viver uma nova vida, uma vida “em

liberdade”.

Mas, para muitas famílias, o que importava era o lucro mensal, lucro esse vindo de

qualquer atividade. Se pessoas sofriam, eram maltratadas, sacrificadas, para que

tivessem o pão à mesa, pouco importa, o que importa é que tenha o pão à mesa.

Alguns pensavam como iriam se manter sem os escravos, como que, se houvesse a

abolição, manteriam suas terras, suas famílias e, para tentar manter tudo isso, como

manteriam seus trabalhadores assalariados.

Para a época, estes eram minoria. A maioria das famílias e senadores estavam a favor

da abolição. Mas o que esperar de um país que já se mostrava corrupto e, quase,

“falido” desde então? O cenário podia mudar a qualquer momento. A economia, fraca,

26

ainda dava seus frutos, mas até quando? Os escravos, revoltados, para manter a vida,

ainda recebiam ordens dos seus senhores, mas morriam por doenças virais,

bacterianas, psicossomáticas e etc; pois não eram tratados como seres humanos,

então, mesmo depois da lei do ventre livre, que não se mostrou tamanha efetividade,

até quando iriam sobreviver.

Todos esses problemas se somavam e, em sua maioria, constituiam algo muito

importante: A comoção social, uma força extra, e de peso, para o movimento

abolicionista que estava surgindo na época.

5.5 IMPORTÂNCIA DO ESCRAVO PARA A SOCIEDADE

Escravo é aquele que, privado da liberdade, está submetido à vontade de um senhor, a

quem pertence como propriedade. Em outras palavras, é uma mercadoria, com preço,

que exerce atividades a ela designada. Os donos de escravos possuem todos os

direitos do escravo. Ele pode vendê­los, usá­los, alugá­los e fazer das coisas mais

cruéis que se pode imaginar.

Desde o período colonial, o escravo é base econômica do Brasil. É em torno dele que

gira a economia. Ele prepara a terra, planta, cuida, colhe, cuida dos animais, constrói,

faz tarefas domésticas e tudo, exatamente tudo, o que for lhe designado. Com isso, os

senhores, donos de terras, por exemplo, não precisam de se preocupar com gastos

com funcionários. Os escravos são investimentos, altos e únicos que duram até a

morte (o que não demorava muito para acontecer). Nessa época, era possível avaliar o

grau de riqueza de um latifundiário pela quantidade de escravos que ele possuía. Em

média, um escravo custava cerca de 375 mil­réis, enquanto uma escrava, nas mesmas

condições, custava 359, no ano de 1835. Em 1875, a economia escravista valorizou­se

cerca de 235%, por conta da proibição do tráfico de escravos, o que os tornou mais

escassos. O valor para os homens chegava a marca de 1.256 mil­réis e para a mulher,

aproximadamente 1.106.

27

Em meados do século XVI, quando a cana de açúcar começou a substituir o pau­brasil

como principal produto da colonia, tentaram escravizar os índios para que os mesmos

se tornassem escravos dos engenhos. Entretanto, diversos fatores fizeram com que a

tentativa não fosse bem sucedida: Culturalmente, os índios não eram acostumados a

trabalhar mais do que o necessário para garantir a sobrevivência, e havia uma

contradição entre os interesses dos colonizadores e catequizadores (esses visavam

convertê­los ao cristianismo e eram contra as práticas escravistas com índios). Não

somente isso, os índios combatiam as tentativas de escravidão com guerras e eram

extremamente sensíveis as doenças que os portugueses trouxeram com as

embarcações: gripe, sarampo e varíola.

Entretanto, os portugueses já contavam com outra alternativa quando se tratava de

trabalho escravo. Desde a colonização da costa africana, no século XV, os portugueses

já haviam redescoberto o trabalho escravo que desaparecera da Europa na Idade

Média, mas que continuava a existir em algumas sociedades na África.

Um facilitador para a escravidão dos negros é que nem a igreja, muito menos a Coroa,

tiveram objeções para a situação. Justificavam dizendo que eram uma instituição já

existente na África, de modo que os cativos “apenas” seriam transferidos para uma

nova sociedade, uma sociedade cristã, onde seriam civilizados e teriam conhecimento

da verdadeira religião, além do negro ser considerado um ser racialmente inferior.

A partir de 1570, a importação de escravos para o Brasil passou a ser incentivada. O

fluxo tinha uma intensidade variável, pois muito deles não sobreviviam à viagem.

Segundo Boris Fausto, em “História do Brasil”, entre 1550 e 1855, entraram pelos

portos brasileiros 4 milhões de escravos, em sua maioria jovens do sexo masculino.

Alguns outros historiadores chegam a citar cerca de 13 milhões.

Por conta dos fatos supracitados, o escravo era tão importante para a economia quanto

as mercadorias (açúcar, café, etc.) que eram exportadas, pois os escravos eram

símbolo de economia e trabalho e contribuíram para o desenvolvimento econômico do

Império.

28

6. PRESSÕES EXTERNAS

6.1 GRíBRETANHA

No inicio do século XIX, a Grã­Bretanha lançou uma campanha de combate ao tráfico

internacional de escravos com interesses econômicos, na busca de um maior mercado

consumidor devido a Revolução Industrial. Apoiada nos princípios naturais de

liberdade, segundo os quais todos os homens nasciam livres e iguais, procurava

denunciar as péssimas condições de transporte, alimentação, saúde e trabalho a que

eram submetidos os africanos, vítimas da exploração desse “infame comércio”.

O projeto de transformar o comércio de escravos em uma atividade ilegal nos outros

países tornou­se a principal política de Estado para o governo britânico.

Aproveitando­se das divergências entre Portugal e França ­ ofensiva francesa mais

intensa por parte das tropas napoleônicas ­ se vê necesário a transferência da

adminstração portuguesa para a colônia brasileira, com o apoio da Inglaterra. Em troca

da proteção oferecida, o reino português assinaria em 1810 um tratado de aliança e

amizade que, entre outras coisas, definia principios de abolição gradual do comércio de

escravos.

Na verdade, Portugal resistiu a colocar em prática o acordo, tendo em vista que o

comércio de escravos era um dos mais importantes negócios da sua economia

colonial. Diante dessa realidade, a Inglaterra impôs um novo tratado, firmado em 1815,

com medidas mais definidas, tais como a declaração de ilegalidade do tráfico de

escravos ao norte do paralelo do Equador. Outros pontos desse tratado só foram

29

regulamentados mais tarde, na Convenção Adicional de 28 de junho de 1817, que

permitia à marinha britânica a captura de embarcações portuguesas ou brasileiras

carregadas de africanos, além de julgar os seus comandantes e tripulantes nos

tribunais de uma comissão mista.

Com a independência do Brasil, em 1822, a Inglaterra recuperou a esperança de ver

suspenso o tráfico nessa ex­colônia portuguesa e obter um avanço significativo na sua

cruzada internacional, tendo em vista que o Estado brasileiro se destacava nesse

período por apresentar o mais elevado índice de importação de escravos africanos.

Assim, repetindo a prática de negociar o seu auxílio aos interesses específicos de

nações envolvidas com o tráfico em troca da suspensão deste, a Inglaterra definiu,

como condição para reconhecimento da independência do Brasil na comunidade

internacional, a assinatura de um tratado nos moldes dos estabelecidos anteriormente

com Portugal.

Assim, em 1826, o Brasil assumiu com os ingleses o compromisso de tornar o tráfico

ilegal num prazo de três anos e incorporar as cláusulas dos antigos tratados firmados

entre as Coroas da Grã­Bretanha e Portugal. O acordo foi ratificado pelas partes em 13

de março de 1827, porém a insatisfação de alguns deputados com a atitude do governo

de firmar acordos internacionais sem consultá­los, desrespeitando a Constituição, ficou

evidenciada nos discursos registrados em atas durante esses anos. Além desse fator,

assinalavam os parlamentares três consequências básicas prejudiciais ao Estado

brasileiro: primeiro, a ameaça à soberania nacional, ao se absorver de antigos acordos

portugueses a competência de comissões mistas para julgar navios brasileiros

apreendidos com cargas ilegais; segundo, o risco de arruinar a nossa economia de

base agrícola, que tinha como principal mão­de­obra o escravo proveniente do tráfico;

finalmente, a redução das lucrativas divisas comerciais decorrentes das transações de

compra e venda de africanos. Alegavam ainda que, na verdade, as intenções inglesas

não primavam pela filantropia, mas pelo desejo de afastar a influência brasileira na

30

África, visando obter o domínio da região com a finalidade de transformá­la em um

mercado para seus produtos manufaturados e numa fonte de matérias primas.

A partir desse período, a questão da extinção do tráfico atlântico foi um tema constante

na pauta do Legislativo. Sempre que havia oportunidade, alguns deputados, da linha

mais conservadora, protestavam contra o acordo lesivo à pátria firmado pelo governo

brasileiro com os ingleses. Em suas exposições de motivos, ressaltavam

preliminarmente que não estavam em oposição à nova filosofia do século no que dizia

respeito à valorização dos princípios humanitários e ao direito natural, pois

reconheciam que esse tipo de comércio não poderia continuar indefinidamente, porém

entendiam como precipitada a atitude do Poder Executivo de se comprometer em

torná­lo ilegal em um prazo tão curto.

A divulgação do acordo entre o Brasil e a Inglaterra rompeu os limites dos órgãos

oficiais, sendo, durante alguns dias do ano de 1827, matéria principal do Jornal do

Comércio, um novo periódico que começava a se destacar na imprensa carioca da

época. Os artigos apontavam para a data limite do tráfico legal e a atuação das

comissões mistas contra os navios portugueses e brasileiros que trafegavam ao norte

do Equador, proibição esta que já vigorava em consequência de tratados anteriores.

Com a massificação das notícias, despontou entre proprietários e traficantes uma

preocupação mais séria em relação à ameaça de que, em breve, o tráfico estaria

totalmente extinto, fator que resultou em um aumento considerável do preço e da

entrada de africanos no país.

A intensificação do tráfico nesse período, como registram alguns pesquisadores, teve o

apoio das autoridades brasileiras, que facilitavam o contrabando, deixando de aplicar

medidas repressivas em alguns casos. De modo semelhante ao que fizera Portugal no

passado, o governo brasileiro resistiu, na prática, ao cumprimento dos acordos, por

entender que isso resultaria na ruína da economia nacional.

31

6.2 ESTADOS UNIDOS No que diz respeito aos Estados Unidos, somente em dois momentos houve pressão

oficial do Estado republicano ao Império brasileiro. Os Embaixadores James Watson

Webb e Henry W. Hilliard pronunciaram­se publicamente em prol do fim da escravidão

no país, este carregando argumentos liberais que buscavam tranquilizar as oligarquias

acerca das consequências do fim da escravidão para a economia nacional, enquanto

aquele pressionava pessoalmente o Imperador D. Pedro II. O Imperador, por sua vez,

afirmava seu abolicionismo privado, mas evitava posicionar­se publicamente de

maneira definitiva acerca da necessidade de abolição imediata da escravidão no país.

Se por um lado a pressão do Estado estadunidense para com o Imperio Brasileiro não

era incisiva, por outro, os acontecimentos norte­americanos tinham reflexo nos debates

parlamentares brasileiros desde a década de 1820. Em 1848, na ocasião da anexação

do Texas, no Parlamento brasileiro, chamou­se atenção para a maneira gradual com a

qual os Estados Unidos lidavam com o problema da escravidão, sendo esta

considerada exemplo de correta cautela. Já em 1863, abolida a escravidão por Lincoln,

parlamentares brasileiros concordavam acerca da inexorabilidade da abolição no

Brasil, que deveria acontecer mais cedo do que o esperado. Compreende­se, então, a

participação dos Estados Unidos no processo abolicionista brasileiro como uma

influência e um exemplo, muito mais do que como uma pressão organizada de um

Estado sobre outro.

6.3 CUBA O curioso caso da influência cubana diz respeito ao Reglamento de esclavos que, em

1842, estabelecia, dentre outros, o direito de o escravo comprar a própria alforria . Em

32

1852, o sistema de medidas adotadas para a progressiva e total extinção do tráfico e

da escravatura no Brasil reproduzia, em seus artigos 47 e 48, os artigos doReglamento

acerca do direito de compra da alforria . Percebendo­se assim que Cuba funcionou

mais com influências e exemplos para a abolição da escravidão africana no Brasil, do

que com pressão externa de seu Estados sobre o Imperio.

6.4 FRANÇA Um dos momentos em que os franceses tiveram maior influência sobre o processo

abolicionista foi em 1866. Nesse ano, o Comitê Internacional para Abolição da

Escravidão enviou carta ao Imperador D. Pedro II indagando­o a respeito do fim da

escravidão no Brasil. D. Pedro respondeu que a abolição no Brasil era uma questão de

forma e de oportunidade. À época, o Imperador encomendou um projeto para um

abolicionismo que teria cinco fases a seu jurista de confiança, Pimenta Bueno, homem

que, inclusive, havia ocupado importante posto diplomático no Paraguai de Carlos

Lopez.

Posteriormente, em 1880, a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão republicou a

carta em 1866, buscando tranquilizar a elite imperial, público­alvo da Belle Époque,

acerca do apoio da sociedade francesa ao projeto de libertação de cativos no Brasil.

7.QUESTÕES RELEVANTES

O ATUAL SISTEMA ESCRAVOCRATA BRASILEIRO É EFICAZ?

DEVE­SE REFORÇAR O ATUAL SISTEMA ESCRAVISTA OU ENCONTRAR

SOLUÇÕES ALTERNATIVAS/NOVAS LINHAS DE AÇÃO?

AS PROPOSIÇÕES DO SENADO SOBRE O TEMA DEVEM MANTER­SE

GENERALIZANTES OU DEVEM POSSUIR ABORDAGENS DIFERENTES

(PARA PÚBLICOS DIFERENTES)?

33

OS DIREITO HUMANOS DEVEM SE SOBREPOR AO PROBLEMA DA

ESCRAVIDÃO NA SOCIEDADE OU PODE SER RELATIVIZADO QUANDO SE

TRATA DE ESCRAVOS?

QUAIS AS VANTAGENS ECONOMICO/SOCIAIS PROPICIADAS PELA

ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS?

OS IMPOSTOS E BENEFÍCIOS ANGARIADOS PELO GOVERNO SERÃO

SUFICIENTES PARA CONTER O PROBLEMA OU GERARÃO UMA CRISE

SOCIAL?

QUAIS MEDIDAS SÃO NECESSÁRIAS PARA QUE O SISTEMA FINANCEIRO

INTERNACIONAL NÃO ADOTE UMA POSTURA MAIS REPRESSIVA QUANTO

AS DECISÕES DESTA CASA?

EM QUE MEDIDA A ECONOMIA, A SAÚDE E A SEGURANÇA PÚBLICA

DEVEM SER TOMADAS PARA ANALIZAR E FORMULAR POLÍTICAS?

34

REFERÊNCIAS Megaaluno, História do Brasil. (Aula14). Segundo Reinado, Café, Mão de Obra e Tentativas de Industrialização. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nAH6epp4yGI>. Acesso em 03 de julho de 2016; Algo Sobre, Segundo Reinado: economia, política e manifestações culturais. Disponível em:<https://www.algosobre.com.br/historia/segundo­reinado­economia­politica­e­manifestacoes­culturais.html>. Acesso em 03 de julho de 2016; Segundo Reinado, Economia no Segundo Reinado. Disponível em:<http://segundo­reinado.blogspot.com.br/p/economia­no­segundo­reinado.html> Acesso em 03 de julho de 2016; Portal Brasil, Saiba mais sobre o Brasil Império. Disponível em:<http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/imperio>. Acesso em 03 de julho de 2016; Brasil Escola, Brasil Império. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil­monarquia.htm>. Acesso em 03 de julho de 2016; Aulas de História ­ Professora Vanini Lima, Economia Imperial ­ Café. Disponível em:<https://professoravanini.wordpress.com/2012/02/13/economia­imperial­cafe/> Acesso em 03 de julho de 2016; EducaBras, Barão de Mauá e a Insdustrialização. Disponível em:<https://www.educabras.com/vestibular/materia/historia/historia_do_brasil/aulas/barao_de_maua_e_a_industrializacao)>. Acesso em 03 de julho de 2016; Mapa, Constituição de 1824. Disponível em:<http://linux.an.gov.br/mapa/?p=5603>

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35

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