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1 Sumário 1 INTRODUÇÃO________________________________________________ 3 2 A IMPORTÂNCIA DA ENERGIA__________________________________ 7 2.1 Petróleo e fontes alternativas de Energia________________________ 9 2.2 Energia Nuclear ____________________________________________ 11 2.3 Biomassa _________________________________________________ 13 2.4 Biocombustíveis ___________________________________________ 15 2.5 Usinas Hidrelétricas ________________________________________ 16 2.6 Gás Natural________________________________________________ 19 3 O SETOR ELÉTRICO DO BRASIL_______________________________ 22 3.1 Análise do setor energético brasileiro__________________________ 25 3.2 O Plano Nacional de Energia para 2030 ________________________ 25 3.3 População_________________________________________________ 27 3.4 Eficiência Energética e sua Importância para Empresas e Governo_____________________________________________________ 28 4 EVOLUÇÃO DA GESTÃO ENERGÉTICA _________________________ 31 4.1 Conceituando gestão energética _____________________________ 31 4.2 O fator humano na Gestão Energética _________________________ 32 4.3 A Gestão Energética nos países desenvolvidos e no Brasil________________________________________________________ 34 4.4 Tendências da Gestão Energética ____________________________ 38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ____________________________________ 41 REFERÊNCIAS _______________________________________________ 43

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Sumário

1 INTRODUÇÃO________________________________________________ 3

2 A IMPORTÂNCIA DA ENERGIA__________________________________ 7

2.1 Petróleo e fontes alternativas de Energia________________________ 9

2.2 Energia Nuclear ____________________________________________ 11

2.3 Biomassa _________________________________________________ 13

2.4 Biocombustíveis ___________________________________________ 15

2.5 Usinas Hidrelétricas ________________________________________ 16

2.6 Gás Natural________________________________________________ 19

3 O SETOR ELÉTRICO DO BRASIL_______________________________ 22

3.1 Análise do setor energético brasileiro__________________________ 25

3.2 O Plano Nacional de Energia para 2030 ________________________ 25

3.3 População_________________________________________________ 27

3.4 Eficiência Energética e sua Importância para Empresas e

Governo_____________________________________________________ 28

4 EVOLUÇÃO DA GESTÃO ENERGÉTICA _________________________ 31

4.1 Conceituando gestão energética _____________________________ 31

4.2 O fator humano na Gestão Energética _________________________ 32

4.3 A Gestão Energética nos países desenvolvidos e no

Brasil________________________________________________________ 34

4.4 Tendências da Gestão Energética ____________________________ 38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ____________________________________ 41

REFERÊNCIAS _______________________________________________ 43

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Lista de Figuras

Figura 1 – Estrutura do consumo de derivados de Petróleo no ano de

2005 e uma projeção para o ano de 2030 _______________________ 10

Figura 2 – Esquematização da Produção de Energia Nuclear_______11

Figura 3 – Gráfico que compara a projeção da demanda e a produção

da Usina Nuclear Angra 3 para 2030 ___________________________13

Figura 4 – Gráfico comparativo entre a projeção da demanda e a

capacidade de produção para o ano de 2030____________________ 17

Figura 5 – Ilustração que mostra o percentual de utilização dos tipos

de energia no Brasil ________________________________________ 18

Figura 6 – Estrutura do consumo de Gás Natural no

Brasil_____________________________________________________19

Figura 7 - Gráfico que ilustra o cenário da produção e do consumo de

Gás Natural para 2030 ______________________________________ 20

Figura 8 – Gráfico ilustrativo da produção de cada matriz

energética_________________________________________________ 27

Figura 9 – Estrutura da produção de Energia de cada matriz energética

para 2030 _________________________________________________ 35

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1- Introdução

O Brasil encontra-se em um período de desenvolvimento econômico robusto

em processo de mudanças na sua estrutura econômica e de produção de

energia. Em 2006, o país inverteu a balança de importação de petróleo e hoje

tem a possibilidade de se tornar um grande produtor de petróleo e gás natural

com atuação internacional. Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo

(ANP, 2006), de uma reserva nacional total aproximada de 16 bilhões de barris

em 2005, onde 91,6% se localiza no mar (campos “off-Shore”), e o restante

localizado em campos terrestres. Considera-se como reserva total o somatório

de reservas provadas, prováveis e possíveis. Já em relação ao gás-natural,

segundo dados da ANP (2006), cerca de 75% das reservas brasileiras de gás

natural se localizam em campos “off-Shore” e 25% em campos terrestres

(campos “on-shore”).

Além de um enorme potencial na produção de combustíveis fósseis, o Brasil

faz parte do grupo de países em que a produção de eletricidade é proveniente,

na sua maior parte, de usinas hidroelétricas. Essas usinas correspondem a

75% da potência instalada no país e geraram, em 2005, 93% da energia

elétrica requerida no Sistema Interligado Nacional-SNI, sendo que ainda há

uma parcela significativa de potencial a ser aproveitado.

Além disso, o Brasil também possui um grande potencial de exploração de

Urânio para utilização em novas usinas nucleares. No entanto, o processo é

mais complexo devido à questões ambientais, altos custos de investimento e a

importação de tecnologia, atrasando, dessa forma, a construção de novas

usinas nucleares.

Segundo dados do Balanço Energético Nacional [2]., mais de 40% da matriz

energética do Brasil é renovável, enquanto a média mundial não chega a 14%.

No entanto, 90% da energia elétrica do país é gerada em grandes usinas

hidrelétricas, o que provoca grande impactos ambientais, como o alagamento

de grandes áreas e a conseqüente perda da biodiversidade local, além dos

problemas sociais relacionados.

O mercado varejista de energia ainda é pequeno, mas constitui uma alternativa

atraente principalmente para os consumidores das regiões Sul e Sudeste do

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Brasil. No país, se enquadram no mercado varejista os consumidores com

carga maior ou igual a 500 quilowatts (kW), seja qual for a tensão, e que

compram energia de usinas de geração a partir de fontes alternativas (eólica,

biomassa, solar, pequenas centrais hidrelétricas e co-geração qualificada).

Classificados como “consumidores especiais”, os integrantes do mercado

varejista de energia correspondem a menos de 1% do chamado mercado livre,

aquele formado por consumidores com carga igual ou superior a três

megawatts (MW) e tensão acima de 69 quilo volts (kV). De acordo com a

legislação vigente, os consumidores livres podem comprar energia de qualquer

concessionário, permissionário ou autorizado do sistema interligado para suprir

sua demanda. Os consumidores livres, incluindo os auto-geradores (aqueles

que produzem energia para consumo próprio), respondem hoje por 14% da

energia consumida no país, o equivalente a 46 tera watts/hora (TWh) ao ano,

conforme dados da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais

de Energia (Abrace).

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as

Fontes alternativas contam com uma potência instalada de 5.297 MW. O

estudo mostra que o mercado varejista é mais atraente para os consumidores

das regiões Sul e Sudeste – onde as tarifas do mercado cativo são mais

elevadas e que possuem a mesma demanda nos horários de pico e fora deles.

No entanto, uma das dificuldades listadas na pesquisa para mudança do

mercado cativo para o varejista é a exigência de que mesmo consumidores

de500 kW devem se tornar membros da Câmara de Comercialização de

Energia Elétrica, o que requer uma burocracia adicional.

Com a Lei 10762, de 11 de novembro de 2003, foi criado o Programa de

Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o Proinfa [2], cujo

objetivo principal do Programa é financiar, com suporte do BNDES, projetos de

geração de energias a partir dos ventos(eólica), pequenas centrais hidrelétricas

(PCHs) e bagaço da cana, casca de arroz, cavaco de madeira e biogás de lixo

(biomassa). Informações disponibilizadas pelo Ministério de Minas e Energia

indicam que o desenvolvimento dessas fontes inicia uma nova etapa no país. A

iniciativa de caráter estrutural deve promover ganhos de escala, aprendizagem

tecnológica, competitividade industrial e, sobretudo, “a identificação e a

apropriação dos benefícios técnicos, ambientais e socioeconômicos na

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definição da competitividade econômico-energética de projetos de geração de

fontes alternativas”. A proposta governamental, de acordo com a assessoria de

imprensa do Ministério de Minas e Energia, assegura também a participação de

um maior número de estados no Programa, incentivando a indústria nacional.

Uma das exigências da legislação é a obrigatoriedade de um índice mínimo de

nacionalização de 60% do custo total de construção dos projetos.

Permite também maior inserção do pequeno produtor de energia elétrica,

diversificando o número de agentes do setor. Os critérios de regionalização

estabelecem um limite de contratação por estado de 20% da potência total

destinada às fontes eólica e biomassa e 15% para as PCHs. Caso não venha a

ser contratada a totalidade dos 1.100 MW destinados a cada tecnologia, o

potencial não contratado será distribuído entre os estados.

A contratação inicial é para geração de 3.300 MW de energia, sendo 1.100 MW

de cada fonte, com previsão de investimentos na ordem de R$ 8,6 bilhões. A

linha de crédito através do BNDES, prevê financiamento de até 70% do

investimento. Os investidores privados terão que garantir 30% do projeto com

capital próprio. A Eletrobrás, no contrato de compra de energia de longo prazo,

assegurará ao empreendedor uma receita mínima de 70% da energia

contratada durante o período de financiamento e proteção integral quanto

aos riscos de exposição do mercado de curto prazo.

Apesar da grande aceitação e benefícios que o programa prevê, o Ministério de

Minas e Energia informa que não há projeções futuras para o Proinfa. O

próximo programa deverá ser contemplado pelo novo modelo energético. O

número de empresas que se apresentaram para participar do programa foi

maior que o esperado pelo governo. Foram apresentados projetos envolvendo

geração de 6,6 mil MW, o dobro de energia solicitado pela Eletrobrás (3.300

MW), tendo prioridade aqueles que tiverem licença ambiental antiga.

Os empreendimentos devem entrar em funcionamento a partir de dezembro de

2006 e a produção de 3,3 mil MW a partir de fontes alternativas renováveis

dobrará a participação na matriz de energia elétrica brasileira das fontes eólica,

biomassa e PCH, que atualmente respondem por 3,1% do total produzido e

podem chegar a 6%.

Outro importante instrumento de gestão da Política Nacional de Meio Ambiente

é o licenciamento ambiental, que tem, por princípio, a conciliação do

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desenvolvimento econômico com o uso dos recursos naturais, de modo a

assegurar a sustentabilidade ambiental e econômica. Por meio do

licenciamento, a administração pública busca exercer o necessário controle

sobre as atividades humanas que interferem nas condições ambientais, como

um mecanismo para incentivar o diálogo setorial, rompendo com a tendência

de ações corretivas e individualizadas, passando a ter uma postura preventiva,

mais pró-ativa, com os diferentes usuários dos recursos naturais.

As energias alternativas renováveis aparecem não somente como solução para

complementar as energias convencionais, mas para também responder de

forma ecologicamente correta às demandas de populações mais distantes sem

acesso à energia.

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2- A importância da Energia

A energia permeia nossas vidas. Ela é utilizada para aquecer, refrescar,

iluminar, preparar alimentos bem como conservá-los. Serve para movimentar

carros e caminhões, além de outros meios de transporte e faz funcionar nossas

indústrias, comércios, escolas e parques de diversão. Nos países

industrializados, grande parte desta energia é proveniente de combustíveis

fósseis - petróleo, carvão mineral e gás natural – bem como de eletricidade. Ao

ligar máquinas, equipamentos e lâmpadas, raramente associamos a

eletricidade com as conseqüências oriundas de sua geração, da mesma forma

que ao encher o tanque de um automóvel com combustível, não nos

importamos com a procedência do combustível ou com as conseqüências de

seu uso em nossa cultura que, historicamente, utiliza-os intensamente. A

energia afeta nossas vidas de outras formas além do uso direto da energia,

inclusive as relações entre países, interferindo em suas economias e na

distribuição de renda do planeta.

Sem computar impostos, um litro de gasolina custa quase o mesmo que um

litro de água engarrafada.

A história do mundo industrial é recente e inicia com a intervenção humana na

natureza mediante a inovação e criação da tecnologia. As intervenções

deixaram de ser fruto exclusivo de trabalho humano ou animal e foram sendo

substituídas gradualmente por máquinas, oriundas do desenvolvimento da

capacidade humana de dar uma representação numérica razoavelmente

satisfatória aos fenômenos da natureza. Desta maneira, o homem

começou a fazer ciência, que permite a criação da tecnologia. Um dos países

pioneiros neste desenvolvimento foi a Inglaterra que, ainda na primeira metade

do século XVIII, contribuiu com numerosas invenções de grande importância

histórica. Alguns inventores ingleses como Kay, John Wyatt, Lewis Paul, Daniel

Bourn, Hargreaves, Arkwright, Samuel Crompton e Cartwright revolucionaram a

indústria têxtil confirmando o primado industrial têxtil inglês.

Um elenco de invenções e inovações pôde ser registrado para a indústria

metalúrgica a partir do uso do carvão, cujo interesse foi crescente ao se

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descobrir a maneira de transformá-lo em coque. Em 1750, Huntsman

apresentava ao mundo o aço fundido. A fisionomia tradicional da

Inglaterra alterou-se rapidamente com a urbanização do país, e com ela,

aumentaram a superpopulação, insalubridade, exploração, alcoolismo e

violência. A principal qualidade dos negócios era estar próximo à matéria-prima

ou à fonte de energia necessária para a produção de bens de capitais. A

Energia, com efeito, era algo indispensável na nova idade. De forma geral o

recurso havia sido o de apelar para o método eólico ou hidráulico ou de tração

animal, até que em 1769, James Watt patenteou sua máquina a vapor, que iria

substituir, de forma muito mais prática, todas as alternativas anteriores. A

invenção foi de tal forma conveniente, que seu uso já estava generalizado por

volta de 1786, cerca de vinte anos após. Houve, a partir do século XVIII, uma

revolução na maneira de agir do homem. O intenso movimento expansivo que

a Grã-Bretanha experimentou durante o período e que se seguiu, fez com que

ampliasse muito o nível econômico de sua sociedade e alcançasse a liderança

industrial sobre os demais países, alavancado pelos motores da energia e

inovação.

A ruptura do paradigma do extrativismo predatório centrou-se, portanto, na

disponibilidade de energia, primeiramente para o aumento da produtividade e

depois para a melhoria da qualidade de vida. Conversão energética passou a

ser o objetivo primordial daqueles que entendiam a nova época e a busca por

fontes de energia passou a seu objetivo central, pois alavancavam o progresso

e permitiam o comando dos negócios mundiais. Nos últimos cem anos, o

crescimento no uso de energia ocorreu principalmente no mundo

industrializado, que abriga cerca de 20% da população mundial.

O uso de energia no mundo aumentou vinte vezes desde 1850, dez vezes

desde 1900 e mais de 25% desde 1950. Este aumento proporcionou a melhoria

do padrão de vida de uma considerável parcela da crescente população

mundial e alterou consideravelmente a matriz energética mundial nos últimos

50 anos. No século XIX consumia-se basicamente biomassa – lenha, carvão e

resíduos agrícolas – sendo que o carvão teve uma grande expansão no final

deste século. A matriz energética mundial sofreu grande mudança nos últimos

150 anos, desde a biomassa, passando pelo carvão no século XIX - por um

período que durou cerca de 70 anos – até que em meados do século XX,

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intensificou-se o uso de combustíveis fósseis com a produção e uso do

petróleo que se tornou a fonte de energia dominante até os dias

atuais. O uso do gás natural e da energia nuclear cresceu rapidamente nos

últimos 25 anos, representando o dinamismo da importância das fontes de

energéticos.

Os combustíveis fósseis respondem atualmente por 81% do fornecimento

global de energia, sendo que o petróleo é responsável pela maior parcela –

aproximadamente 35%, seguido pelo carvão e o gás natural, com 23% e 21%,

respectivamente. As fontes de energia conhecidas como “sustentáveis”

representam 14% do fornecimento mundial, sendo a hidroelétrica e eólica, além

das fontes modernas de bioenergia, responsáveis por aproximadamente 4,5%

e a nuclear 6% da matriz energética mundial.

Segundo Geller (2003), a demanda mundial de energia deve crescer 54% até o

ano de 2020, representando 84% da matriz mundial. O uso de combustíveis

tradicionais continuaria a crescer, porém mais lentamente e, caso se

mantenham as atuais políticas e tendências energéticas, o uso global de

energia pode dobrar, considerando o período de 1990 até 2025,

triplicar até 2050 e crescer ainda mais na segunda metade do século XXI,

principalmente nos países em desenvolvimento, devido ao seu grande

crescimento demográfico e baixos níveis de consumo energético, podendo

ultrapassar o uso de energia dos países desenvolvidos até 2025.

2.1 - Petróleo e Fontes Alternativas de Energia

A partir da descoberta de petróleo (1859), o uso dessa fonte de energia

alastrou-se pelo mundo e sua utilização tornou-se indispensável para as

sociedades industrializadas. A utilização em larga escala deste hidrocarboneto

fóssil, desde os primórdios até os dias atuais, fez com que emergisse uma

crença duvidosa: de que a Era do Petróleo poderia chegar ao fim.

As reservas de petróleo do mundo, passíveis de serem exploradas com a

tecnologia atual, somam 1,137 trilhão de barris, 78% das quais estão no

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subsolo dos países da OPEP – Organização dos Países Exportadores de

Petróleo [4]. Essas reservas permitem suprir a demanda mundial por

aproximadamente 40 anos, se mantido o atual nível de consumo. A

demanda projetada de energia no mundo indica um aumento 1,7% ao ano, de

2000 a 2030, quando deverá alcançar 15,3 bilhões de toneladas equivalentes

de petróleo (TEQ) por ano.

Nesse contexto, não é admissível imaginar que toda a energia adicional

requerida no futuro possa ser suprida por fontes fósseis.

Apesar de cada vez mais escasso, o petróleo continuará a ser a principal

matriz energética mundial nas próximas duas décadas. Isso tem obrigado os

maiores países produtores a criar novas tecnologias de extração nas reservas

existentes que sejam capazes de suprir a crescente demanda.

Figura 1 - Estrutura dos derivados do Petróleo

Fonte:EPE. Esta figura retrata a estrutura do consumo de algumas matrizes energéticas, no ano de 2005 e uma projeção para o

ano de 2030. Comentaremos os mais relevantes.

No horizonte do PNE 2030, o derivado de petróleo mais consumido, o óleo diesel, deverá permanecer nessa condição

de liderança. Isso se deve a expansão do refino, com perfis que privilegiam a produção de derivados leves e médios, e

o aumento da oferta de biodiesel. O segundo derivado em importância na estrutura do consumo é a gasolina, que terá

um pequeno aumento, devido ao aumento na frota Nacional de veículos.

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O óleo combustível apresenta uma queda acentuada. Primeiramente, a substituição deste se deu pela energia elétrica,

aproveitando uma sobra conjuntural de eletricidade. Posteriormente, a disponibilidade de coque de petróleo a baixos

preços no mercado internacional possibilitou a entrada desse energético no consumo indústria. Por fim, temos a

entrada do Gás Natural com menores custos e menor nível de emissão de gases poluentes, que determinou uma

redução pela demanda do óleo combustível.

O aumento do óleo diesel é por conta do investimento no, no país, na construção de novas refinarias.

O consumo da gasolina sofre um pequeno aumento devido ao aumento da frota Nacional de veículos.

2.2 - Energia Nuclear

Este tipo de energia é obtido a partir da fissão do núcleo de metais pesados

como o urânio e o plutônio, quando passados por um processo de enr-

riquecimento, que consiste basicamente em aumentar o percentual do isótopo

que pode sofrer fissão – no caso do urânio, o de peso molecular 235. As

operações de enriquecimento do urânio têm que ser repetidas várias vezes,

tornando o processo caro e complexo. Poucos países possuem esta tecnologia

para escala industrial.

O metal radioativo é colocado na forma de cilindros dentro do núcleo do reator,

que também precisa conter cilindros ou placas de um material moderador

(geralmente grafite) que absorve parte dos nêutrons emitidos, controlando o

processo para não permitir a reação em cadeia. O resfriamento do reator do

núcleo é realizado por meio de um fluido (líquido ou gás) que circula em seu

interior. Este calor retirado é transferido por permutação para uma segunda

tubulação, onde circula água, transformando-a em vapor superaquecido, que

vai movimentar as pás das turbinas acopladas a um gerador, produzindo

eletricidade. Após movimentar as pás da turbina, este vapor é liquefeito e a

água é reconduzida para a tubulação, onde é novamente aquecida e

vaporizada.

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Figura 2 - Esquematização da Produção da Energia Nuclear

Coppe/UFRJ

No Brasil, a tecnologia da energia nuclear chegou devido aos esforços do

Almirante Álvaro Alberto, que importou, em 1953, duas ultracentrifugadoras da

Alemanha para o enriquecimento do urânio brasileiro. A tramitação para a

implementação, pela Furnas, da primeira usina termonuclear do país aconteceu

em 1969, com grandes interesses do governo militar porque havia a intenção

clara de dominar o ciclo do combustível nuclear, tecnologia esta que na época

era do domínio somente de alguns países no mundo.

Mais tarde, em 1975, com a justificativa de que o país já apontava uma

insuficiência de energia elétrica para meados dos anos 1990, o Brasil assinou o

Acordo de Cooperação Nuclear com a Alemanha, pelo qual compraria oito

usinas nucleares e obteria toda a tecnologia necessária ao seu

desenvolvimento neste setor.

A implantação deste tipo de alternativa não teve como objetivo concorrer, no

curto prazo, com as usinas hidrelétricas, mas sim propiciar uma maior

diversificação da matriz energética brasileira. Uma das evidências que podem

confirmar este fato é a baixa capacidade da região Sudeste, uma das maiores

consumidoras de energia, de expansão das usinas hidrelétricas. As usinas

nucleares de Angra serviriam para estabilizar o fornecimento para essa região

e também, para diminuir os riscos de possíveis blecautes.

Atualmente, existem no Brasil duas usinas nucleares em operação: Angra I e

Angra II. No ano de 1982 entrou em operação o primeiro reator nuclear do país,

construído pela Westinghouse e adquirido através de um acordo assinado

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entre o Brasil e os EUA em 1971. A Usina de Angra I foi muito criticada por sua

construção demorada, pelas questões ambientais e pelos problemas

apresentados nos primeiros anos de seu funcionamento.

A segunda usina nuclear brasileira, Angra II, foi construída com tecnologia

alemã adquirida através do Acordo de Cooperação Nuclear com a Alemanha.

Foi iniciada em 1975 e concluída no governo de Fernando Henrique Cardoso,

porém entrando em operação somente em 2002.

De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2005, (Ministério de Minas e

Energia) a energia nuclear representa 2,7% da oferta de eletricidade no ano de

2005. O Brasil possui uma das maiores reservas globais de urânio e domina

todo ciclo de fabricação do combustível nuclear. No entanto, a exploração está

em fase incipiente e há a necessidade de maiores investimentos em tecnologia

de enriquecimento do urânio. De acordo com as Indústrias Nucleares do Brasil

– INB, os estudos de prospecção de urânio foram realizados somente em 25%

do território nacional.

Uma das restrições na produção nacional de urânio é a capacidade de

processamento que será em 2010 de 60% da demanda total das Usinas Angra

1 e Angra 2. Com a entrada de Angra 3, prevista no plano Decenal de

Expansão de Energia Elétrica 2006-2015, a demanda de urânio aumentará em

torno de 110%. Entretanto, mesmo com a expansão projetada das linhas de

enriquecimento, a capacidade total continuará atendendo somente a 60% da

necessidade de Urânio. Se for levado em conta um cenário para custo de

exploração de Urânio entre U$ 40 e U$ 80/kg tem-se um potencial de 17500

MW em usinas para geração nuclear e a instalação de até 17 unidades. O

gráfico abaixo apresenta a projeção da produção e da demanda, até 2030, se

Brasil continuar com a potência instalada atual e implantar Angra 3.

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Figura 3 - Projeção da demanda e produção com Angra 3

Fonte: Brasil, Ministério de Minas e Energia: Matriz Energética Nacional 2030.

A figura acima representa a projeção do consumo da Energia Nuclear após a construção da Usina de Angra 3. Em

azul, temos a capacidade total de produção; em vermelho temos a demanda.

A grande vantagem da Energia Nuclear é o seu desempenho. Mas para atingir em 2030 a capacidade de produção

desejada, ou seja, para continuar viável como fonte de energia, os novos projetos de sistemas de energia nuclear, que

incluem o reator nuclear e seus sistemas e o ciclo do combustível, devem atender aos desafios impostos de fornecer

no futuro: 1) um rejeito nuclear gerenciável, uma utilização mais efetiva do combustível e um aumento nos benefícios

ambientais; 2) economia competitiva; 3) segurança reconhecida; e 4) resistência à proliferação e proteção física.

Um argumento que pesa contra a produção da Energia Nuclear é o impacto ambiental. Um dos grandes problemas é a

geração do lixo nuclear por parte destas usinas. Este lixo deve ser manipulado, transportado e armazenado, seguindo

todas as normas de segurança. Isso ocorre, pois os resíduos radioativos são extremamente perigosos caso ocorra

contato com seres humanos, fontes de água, terra, ar, etc.

O consumo da Energia Nuclear apresenta uma capacidade de produção elevada devido às perspectivas de construção

de novas Usinas Nucleares. Mostra-se extremamente viável por várias razões:

- não contribui para o efeito estufa;

- não depende de sazonalidade climática;

- é a fonte mais concentrada de energia.

2.3 - Biomassa

Em termos mundiais, os recursos renováveis representam cerca de 20% do

suprimento total de energia, sendo 14% de biomassa. No Brasil, cerca de 25%

da energia total consumida é proveniente de biomassa, significando que os

recursos renováveis suprem pouco menos de dois terços dos requisitos

energéticos do País. Estima-se que existam dois trilhões de toneladas de

biomassa no globo terrestre ou cerca de 400 toneladas por pessoa, o que, em

termos energéticos, corresponde a 8 vezes o consumo anual mundial de

energia. Esses números mostram o grande potencial que essas fontes

renováveis têm para suprir uma demanda de energia crescente.

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Biomassa é ainda um termo pouco conhecido fora dos campos da energia e da

ecologia, mas já faz parte do cotidiano brasileiro. Fonte de energia não

poluente, a biomassa nada mais é do que a matéria orgânica, de origem animal

ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia. Para se ter uma

ideia da sua participação na matriz energética brasileira, a biomassa responde

por um quarto da energia consumida no País. Esse percentual tende a crescer

com a entrada em operação de novas usinas. Até o final de 2006, devem

começar a funcionar 26 novos empreendimentos de geração de energia a partir

da biomassa selecionados pela Eletrobrás para o PROINFA.

Todos os organismos biológicos que podem ser aproveitados como fontes de

energia são chamados de biomassa. Entre as matérias-primas mais utilizadas

estão a cana-de-açúcar, a beterraba e o eucalipto (dos quais se extrai álcool), o

lixo orgânico (que dá origem ao biogás), a lenha e o carvão vegetal, além de

alguns óleos vegetais (amendoim, soja, dendê). Em termos mundiais, os

recursos renováveis representam cerca de 20% do suprimento total de energia,

sendo 14% proveniente de biomassa e 6% de fonte hídrica. No Brasil, a

proporção da energia total consumida é cerca de 35% de origem hídrica e 25%

de origem em biomassa, significando que os recursos renováveis suprem algo

em torno de dois terços dos requisitos energéticos do País.

A biomassa é uma forma indireta de aproveitamento da energia solar absorvida

pelas plantas, já que resulta da conversão da luz do sol em energia química.

Estima-se que existam dois trilhões de toneladas de biomassa no globo

terrestre ou cerca de 400 toneladas por pessoa, o que, em termos energéticos,

corresponde a 8 vezes o consumo anual mundial de energia primária (produtos

energéticos providos pela natureza na sua forma direta, como o petróleo, gás

natural, carvão mineral, minério de urânio, lenha e outros). Em 2004, três novas

centrais geradoras a biomassa (bagaço de cana) entraram em operação

comercial no País, acrescentando 59,44 MW à matriz de energia elétrica

nacional. Projeções da Agência Internacional de Energia indicam que o peso

relativo da biomassa na geração mundial de eletricidade deverá passar de 10

terawatts/hora (TWh), em 1995, para 27 TWh em 2020. Como número

comparativo, o Brasil consumiu 321,6 TWh em 2002.

Segundo o Centro Nacional de Referência em Biomassa (CENBIO), o uso

dessa energia gera empregos e renda ao envolver mão-de-obra local na

Page 16: Sumário · 2- A importância da Energia A energia permeia nossas vidas. Ela é utilizada para aquecer, refrescar, iluminar, preparar alimentos bem como conservá-los. Serve para

16

produção. Mais de 1 milhão de pessoas trabalham com Biomassa no Brasil e o

número tende a crescer.

Embora o campo da biomassa ainda tenha muito a ser explorado, a sua

utilização continua sendo objeto de pesquisa em vários setores, como por

exemplo dos biocombustíveis e da geração de eletricidade. As principais

limitações ao maior uso da biomassa são a baixa eficiência termodinâmica de

algumas plantas e os custos relativamente altos de produção e transporte; a

necessidade de um maior gerenciamento do uso e ocupação do solo devido à

falta de regularidade no suprimento (sazonalidades da produção); a criação de

monoculturas; a perda de biodiversidade; o uso intensivo de defensivos

agrícolas, etc. Esses entraves tendem a ser contornados, a médio e longo

prazos, pelo desenvolvimento, aplicação e aprimoramento de novas e

eficientes tecnologias de conversão energética da biomassa (CORTEZ;

BAJAY; BRAUNBECK apud ANEEL, 2006) e por meio de maiores incentivos

instituídos pelas políticas do setor elétrico.

Além de ambientalmente favorável, o aproveitamento energético e racional da

biomassa tende a promover o desenvolvimento de regiões menos favorecidas

economicamente, por meio da criação de empregos e da geração de receita,

reduzindo o problema do êxodo rural e a dependência externa de energia.

2.4 - Biocombustíveis

As constantes oscilações dos preços do petróleo e o provável esgotamento

deste combustível fóssil fazem com que países dependentes desta matéria-

prima busquem alternativas à sua matriz energética. Como o carvão e o gás

natural, opções encontradas atualmente, são potenciais poluentes e estão

fadadas ao esgotamento devido ao aumento da demanda por energia nos

próximos anos, abrem-se oportunidades para os combustíveis renováveis e

com menores danos ao meio-ambiente: os biocombustíveis.

Os biocombustíveis são fontes de energias renováveis, derivados de produtos

agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e

outras fontes de matéria orgânica. Em alguns casos, os biocombustíveis

podem ser usados tanto isoladamente, como adicionados aos combustíveis

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17

convencionais. (ESALQ, 2007) Como exemplos, pode-se citar o biodiesel, o

etanol, Hbio, entre outros.

Há algumas décadas, a indústria automobilística vem atuando no sentido de

reduzir as emissões de gases pelos veículos, visando atender as crescentes

exigências ambientais.

O setor de transporte é, atualmente, um dos principais responsáveis pelo

lançamento de gases na atmosfera, respondendo por aproximadamente 26%

do total das emissões, o que tem levado a indústria automobilística a promover

grandes investimentos na pesquisa por alternativas à utilização dos derivados

de petróleo.

2.5 - Usinas Hidrelétricas

A história das usinas hidrelétricas vem de longa data, mas o debate da sua

utilização tornou-se mais efetivo com as crises do petróleo, pois essas crises

escasseavam os recursos utilizados nas usinas termoelétricas, para a

produção da energia elétrica, encarecendo a produção com a alta dos preços.

Remonta a década de 1970, de acordo com Ferolla e Metri (2006), a decisão

do país em construir hidrelétricas em detrimento da construção de

termoelétricas a óleo combustível, por prevalecer uma visão estratégica e

soberana. Apesar das termoelétricas necessitarem de um investimento menor

e de seu combustível ser mais barato naquela época, o setor adotou

majoritariamente a solução de usinas hidrelétricas com pequena

complementação térmica, estas em geral implantadas por empresas

estrangeiras; essa solução se justificava devido à tecnologia mais simples

disponível no país, da abundância do insumo básico e da independência em

relação aos combustíveis fósseis, importados, em razão das periódicas crises

cambiais no período, com problemas consequentes de reajustes tarifários e

câmbio duplo (SOUZA, 2002).

A crise petrolífera iniciada em 1973 despertou no governo militar brasileiro a

necessidade de criar alternativas para o petróleo e assim realizar pesados e

simultâneos investimentos no campo energético (Itaipu, Tucuruí, Proálcool,

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Programa Nuclear) visando reverter os impactos negativos causados pela crise

do petróleo.

A insuficiência de recursos e o temor de uma crise de abastecimento de

energia, que realmente se concretizou em 2000, levaram o governo Fernando

Henrique Cardoso a promover a privatização do setor de energia elétrica,

incluindo as empresas de geração.

Figura 4 - Evolução da demanda

Fonte: Brasil, Ministério de Minas e Energia: Matriz Energética Nacional 2030.

Esta figura comprova o potencial hídrico do Brasil. Em azul, temos a capacidade de produção

Em 2030, estima-se um consumo de energia elétrica entre 950 e 1.250 TWh/ano, sendo que o consumo atual situa-se

em torno de 405 TWh (ANEEL, Atlas de Energia Elétrica no Brasil2006).

Uma grande vantagem da produção da Energia Elétrica produzida nas Usinas Hidroelétricas, além do custo, é que não

existe nenhum tipo de poluição. No cenário mundial, o Brasil ocupa uma posição privilegiada: É o único país do mundo

que domina a tecnologia de produção de energia hidroelétrica e reuni condições geoclimáticas para a instalação de

Usinas Hidráulicas.

Um dos problemas que impedem uma maior expansão das Usinas hidrelétricas é que estas exigem a construção de

um lago artificial, com impactos ambientais e sociais significativos. No Brasil, temos por exemplo, o movimento dos

atingidos por barragens, que perderam seus lares devido à construção de hidrelétricas. Outra desvantagem na

produção deste tipo de Energia é a produção de metano já que a decomposição da floresta que ali existia, vai se

transformar em gases produzidos pelas bactérias decompositoras, e um deles é o metano que é altamente inflável e

ajuda no aquecimento global.

As Usinas Hidrelétricas são as grandes produtoras de energia no país. É responsável por mais da metade da produção

de toda energia consumida no país. Por conta disto, quando há um aumento da demanda de energia no país, há

também um aumento no consumo deste tipo de energia.

Esta grande produção de energia hidrelétrica no país se deve ao fato da grande vazão hidrográfica(rios, bacias) e

acidentes geográficos( quedas d’agua) existentes por aqui. Trata-se também de uma energia limpa pois não envolve

nenhum processo de queima de combustível para ser gerada.

Esta intenção ficou comprovada com a inclusão dos ativos federais da geração

elétrica no Programa Nacional de Desestatização (PND) (SAMPAIO, 2005).

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De acordo com Catapan

ocorreu em paralelo à reg

criação da Agência Nacion

considerada como o marco

Mesmo com as modificaçõ

a predominância da utiliza

(2006), a oferta de energi

hidráulica. Um percentua

energia.

Figu

Esta figura representa o percentual de

Destacaremos a seguir as mais impor

Percebemos que a Energia Hídrica n

existentes. Atualmente estão sendo d

chuvas está causando um grande défi

(Foz de Iguaçu) que tem capacidade d

A Energia Nuclear no Brasil, funciona

quantidade que não dá

No âmbito governamental está em disc

país.

A Energia Eólica vem crescendo grad

000 turbinas eólicas de grande porte e

gerar 3 % da energia elétrica a partir d

A demanda pelo Gás Natural tende à c

afirmar que ela deve ser favorecida em

lado, o gás natural deve permanecer c

tapan (2005), o programa de privatizações d

à regulamentação do setor elétrico brasileiro,

Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), pela Le

marco dessa reforma regulatória.

ificações ocorridas no setor elétrico, o Brasil co

utilização do seu potencial hídrico. De acordo

nergia elétrica em 2006 era composta por 75

entual bem mais elevado do que as outra

Figura 5 - Percentual das fontes de energia

Fonte: MME (2009) (adaptado).

ual de produção de energia, no Brasil, de cada matriz energética.

importantes.

rica no Brasil é utilizada em grande escala, devido aos grandes

ndo discutidas fontes alternativas para a produção de energia elé

e déficit na oferta de energia elétrica. A maior usina hidrelétrica d

ade de 12600 MW.

ciona com a Usina Angra 2, sendo que a produção de energia el

dá para abastecer toda a cidade do Ri

m discussão a construção da Usina Nuclear Angra 3 por causa do

gradualmente de vido aos investimentos feitos. Nos dias atuais

orte em operação no mundo (principalmente no Estados Unidos).

artir da eólica, até o ano de 2030.

de à crescer nos próximos anos. Quanto a utilização do gás natur

ida em detrimento de seus principais concorrentes em função de d

ecer com preços inferiores aos do petróleo. De outro, as crescente

19

ões das empresas

ileiro, sendo que a

ela Lei 9.427/96, é

rasil continuou com

acordo com o BEN

r 75,9% da força

outras fontes de

.

ndes mananciais de água

ia elétrica, pois a falta de

trica do Brasil é a de Itaipu

rgia elétrica é em pequena

Rio de Janeiro.

sa do déficit de energia no

tuais, existem mais de 20

idos). No Brasil, espera-se

natural no futuro, pode-se

o de dois aspectos. De um

ntes pressões em favor

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do combate às mudanças climáticas

emitam menos gases de efeito estufa.

2.6 - Gás Natural

O gás natural não teve m

o ano de 1990.

Não se acreditava que o

Outro ponto que não ince

oferta de energia através

começou a mudar a partir

as descobertas de gás n

elétrica impulsionaram a im

Figura

Estrutura do consumo de Gás Natural

projetados para o ano de 2030.

ticas vão estimular o crescimento da participação no mercado d

stufa.

ve maior importância como matriz energética

ue o Brasil possuía recursos significantes de

incentivava a exploração de gás natural era

ravés de usinas hidroelétricas a baixo custo.

partir de 1990, quando o processo de privatiz

gás na bacia de Campos e o racionamento

m a importância do gás natural como matriz e

igura 6 - Estrutura do consumo de Gás Natural

Fonte: EPE

atural em cada setor da economia. Os dados são relativos ao ano

20

ado de combustíveis que

gética nacional até

de gás natural.

al era a abundante

usto. Esse cenário

rivatização parcial,

mento de energia

triz energética.

o ano de 2005 e são

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Nos últimos anos, preocupações com a segurança do suprimento energético levaram vários governos a estimular a

diversificação de fornecedores de gás natural, o que foi feito por meio da construção de terminais de GNL.

A importância do gás natural na matriz energética do mundo já é grande e deve continuar a crescer nas próximas

décadas, devido as suas vantagens ambientais e de preços menores quando comparados com o petróleo. Sua

participação na oferta de energia primária em 2005 foi de 20,9%1 e deve aumentar para 21,2% em 2030, de acordo

com o cenário de referência da Agência Internacional de Energia (IEA, 2009a).

Sob essas condições, o gás natural ganhará participação expressiva na matriz energética brasileira, passando de

pouco mais de 9% em 2005 para mais de 15% em 2030.

O Gás Natural mostra-se como uma alternativa importante no cenário das matrizes energéticas. Possui um viés de alta,

pois é uma fonte segura, de fornecimento contínuo e de baixa densidade comparada ao ar atmosférico, além de ser

mais barata. Aliás, este último benefício proporcionou um aumento acentuado deste combustível por parte das

indústrias.

As reservas de gás natural brasileiras saltaram de 220 bilhões de m3 em 1996

para 312,2 bilhões de m3 em 2005 representando um aumento de 41%,

segundo dados da ANP (2006). A oferta de gás natural passou por momentos

de incertezas, escassez e falta de definições políticas e ainda hoje sua

expansão é dificultada pela falta de infraestrutura necessária para distribuição.

Um dos pontos que vem colocando o gás natural como estratégico na política

energética brasileira, é o de que o Brasil não se encontra mais na zona de

conforto na oferta de energia elétrica através das usinas hidroelétricas. Logo,

as termo- elétricas que utilizam gás natural formam uma espécie de

capacidade disponível para uso na geração de energia em caso de escassez

de chuvas. Segundo a ANEEL, encontra-se em operação no Brasil 11.000 MW

de plantas de geração de energia elétrica a gás natural.

As perspectivas de oferta de gás natural no Brasil se concentram com grande

potencial na bacia de Campos e na Bacia de Santos. A Petrobrás e seus

parceiros, de acordo com seu plano diretor, prometem investir cerca de R$ 18

bilhões nos próximos 10 anos na exploração e produção na Bacia de Santos,

que em curto prazo prevê um acréscimo de 12 milhões de m3/dia no

fornecimento de gás natural até o final de 2008. Até o final de 2010, a projeção

é de aumentar a produção acrescentando 30 milhões de m3/dia o que

diminuirá a dependência do Brasil em gás importado.

Em relação ao consumo de gás natural no Brasil, esse tem crescido a uma taxa

de 10,3% ao ano. A indústria e o setor energético foram os maiores

responsáveis por este crescimento. O setor de transportes também influenciou

no aumento da demanda de gás natural: No ano de 2000, os transportes

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representavam 4% do consumo final de gás natural, já em 2005 esse valor era

de 18%.

Levando em conta o cenário de crescimento do país, projeção de reservas e

intenções de investimentos da produção de gás natural, estima-se que em

2030 a produção pode chegar a 251,7 milhões de m3/dia com crescimento de

5% ano, enquanto que o consumo pode chegar a 4% ao ano.

Em azul temos a capacidade de produção de Gás Natural até o ano de 2030. Em vermelho, temos a demanda.

Devido às grandes descobertas de poços de Petróleo, percebemos que a capacidade de produção é muito

maior que a demanda.

Figura 7 - Cenária da produção de Gás Natural

Fonte: Brasil, Ministério de Minas e Energia: Matriz Energética Nacional 2030.

A continuidade dos investimentos em exploração e produção de gás natural permitirá elevar a produção para mais de

250 milhões de m3 por dia em 2030, com uma taxa de crescimento média de 6,3% ao ano no período em projeção.

Com relação ao consumo de gás natural no Brasil, esse tem crescido a uma taxa aproximada de 10 % ao ano. A

indústria e o setor energético foram os maiores responsáveis por este crescimento. O setor de transportes também

influenciou no aumento da demanda de gás.

Os principais condicionantes da demanda de gás natural são o crescimento da economia, os preços do gás natural, as

políticas públicas e os preços dos energéticos concorrentes.

Levando-se em conta este cenário de crescimento no país, a projeção de reservas e intenções de investimentos da

produção de gás natural, estima-se que em 2030 a produção pode chegar a 251,7 milhões de m3/dia com crescimento

de 5% ano, enquanto que o consumo pode chegar a 4% ao ano.

3 - O Setor Elétrico do Brasil

A história do setor elétrico se confunde com a história do Estado Brasileiro

quando o país entra na sua fase industrial, requerendo do Estado investimento

em infraestrutura e revelando a necessidade de uma legislação sobre energia

elétrica. Sua regulamentação baseou-se, inicialmente, no código de água,

regulamentado pelo Decreto n° 41.019 de 26 de fevereiro de 1957, e na

Constituição de 1934 que vieram disciplinar a exploração dos potenciais

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hidráulicos para fins de geração de energia elétrica. Contudo, a primeira

intervenção direta do governo federal no setor elétrico foi ao final do primeiro

mandato do presidente Getúlio Vargas, com a criação da Companhia Hidro

Elétrica do São Francisco – CHESF, pelo Decreto-lei n° 8.031/1945, com o

propósito de construir a usina de Paulo Afonso para suprir as necessidades

energéticas da região Nordeste.

O governo de Juscelino Kubitschek dá continuidade a este processo e em 1960

é criado o Ministério de Minas e Energia. Em 1962, é criada a Eletrobrás Lei n°

3.890-A/61, controlada pela união federal, com a missão de construir e operar

geradoras, linhas de transmissão e subestações, sendo responsável por

garantir o suprimento energético do país e por coordenar e integrar os diversos

sistemas isolados da época tornando-se o principal vetor de expansão do setor

no país.

Nessa concepção, os serviços de energia elétrica no Brasil eram considerados

serviços públicos, submetidos consequentemente à regulação de tarifas em

todos os segmentos. Regulavam-se duas tarifas: a tarifa de suprimento, que as

distribuidoras pagavam às empresas supridoras pela geração e transmissão da

energia até suas redes, e a tarifa de fornecimento, que os consumidores

pagavam às empresas distribuidoras pela compra da energia no varejo.

No inicio dos anos 1990 um novo modelo para o setor elétrico começou a ser

definido no Brasil. A sua reestruturação era parte das reformas do estado que

marcou a economia mundial nesse período. Em linhas gerais, o novo modelo

seguiu de uma tendência internacional baseada em três vertentes principais:

desestatização, desverticalização das atividades e a busca de maior eficiência,

visto que o setor elétrico brasileiro era composto por grandes empresas

estatais, federais ou estaduais, verticalmente integradas.

O processo de reformas do setor elétrico, iniciado em 1990 com o Programa

Nacional de Desestatização, priorizou o segmento de distribuição visando à

introdução gradual de competitividade a partir do processo de desverticalização

e privatização das empresas do setor. As empresas concessionárias deixaram

de calcular a tarifa pelo custo do serviço e adotou-se a metodologia de price

cap. Esta mudança foi precedida, em 1993, pelo fim da equalização tarifária

que estabelecia uma tarifa única para todo país, resultando em maior eficiência

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nos serviços prestados, o que o consumidor pela melhoria do serviço, maior

remuneração para a empresa e modicidade tarifária para os clientes.

Contudo, o novo modelo de gestão do setor, ao ampliar as alternativas de

fontes de recursos pela via do capital privado, introduz certo grau de incerteza

na implementação do programa de obras como os parâmetros de rentabilidade

e risco próprios do empresariado privado.

O novo modelo institucionalizou as dualidades na geração ao separar os

mercados. Primeiro, aprofundou as diferenças nas formas de contratação de

energia entre os consumidores cativos das distribuidoras dos livres que

buscam fornecedores independentes. Para os livres, a contratação continua

nos moldes de mercado com base em contratos bilaterais. Para os cativos,

criou-se um mercado fortemente regulado onde uma câmara de

comercialização (CCEE), a princípio colegiada e representativa dos agentes do

setor, compra na forma de leilão toda a energia já instalada, a energia velha. E

num outro leilão separado é comprada a energia nova gerada por novos

investimentos.

Sendo assim, o novo modelo do setor elétrico se caracteriza pela

competitividade e foi iniciado em 1995, com a lei das concessões (Lei n°

8.987/95), a instituição do livre acesso aos sistemas de transmissão e

distribuição, criação do produtor independente, consumidor livre (liberdade para

os grandes consumidores escolherem seus fornecedores de energia elétrica) e

rede básica (Lei n° 9.074/95)1, e a definição das regras de organização do

Operador Nacional do Sistema (ONS), Lei n° 9.648/98, resultando na

desverticalização da cadeia produtiva e criação dos agentes de geração,

transmissão, distribuição e comercialização .

Com a criação da ANEEL (Lei n° 9.427/96), com autonomia administrativa, que

está intimamente ligada a autonomia financeira e orçamentária, com mandato

fixo de seus dirigentes e ausência de subordinação hierárquica, alcançou-se

maior eficiência e redução do risco regulatório, criando uma estrutura

regulatória e consistência nas decisões tomadas pelo agente.

Entretanto, as dificuldades em assegurar a competitividade e eficiência do setor

levaram a uma reformulação do setor elétrico, proposta em 2003, com a

instituição de um novo modelo, mediante a Lei n° 10.848/04, que visa

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assegurar a expansão da geração, garantindo o suprimento de energia elétrica,

a modicidade tarifária e a universalização do atendimento.

Neste contexto, a questão energética envolve aspectos que incorporam desde

a competência de explorar os serviços e instalações de energia elétrica, os

custos envolvidos da construção do empreendimento, formas de financiamento,

operação e manutenção, juros durante a construção, medidas mitigadoras de

impactos ambientais decorrentes do aproveitamento das fontes de energia,

comercialização da energia, até os dispositivos legais e regulatórios para

manter investimentos públicos e privados que viabilize tecnologias e processos

produtivos, com vistas ao atendimento de uma demanda por energia crescente.

3.1 - Análise do setor energético brasileiro

O setor energético brasileiro enfrentou vários desafios de ordem política,

institucional e tecnológica nos últimos 35 anos. Após a crise energética de

1973, intensificaram-se as preocupações e pesquisas por novas fontes de

energia, visando à diversificação da matriz energética nacional e,

consequentemente, a independência energética. A questão energética

passou a ser discutida em diferentes meios, por constituir uma parte importante

do processo de desenvolvimento de qualquer nação (BARBOSA, 2004). O

intenso desenvolvimento do parque industrial nacional naquela época,

principalmente das indústrias energo-intensivas, incentivadas por uma política

tarifária extremamente atrativa, contribui para a ampliação do consumo

energético nacional.

De acordo com a Empresa de Pesquisas Energéticas – EPE, as indústrias

brasileiras consumiram 37,05% de toda energia utilizada no Brasil no ano de

2010.

Deste total, os setores energo-intensivos representados por segmentos como

cimento, metalurgia/siderurgia, química e papel/celulose, consumiram 52,20%,

ou seja, 19,80% de todo consumo nacional de energia.

Mesmo com a redução da parcela de consumo desde o ano 2000, com o

estabelecimento do racionamento, o segmento industrial continua

representando uma expressiva parcela do consumo energético do país.

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Naquela época, o cenário de incerteza na oferta e a grande perspectiva de

aumento no preço dos energéticos contribuíram para que muitos grupos

industriais investissem em medidas de eficiência e auto-suficiência energética,

visando garantir a disponibilidade de energia para seus processos. Estes

investimentos contribuíram para a diversificação da matriz energética brasileira

com o aumento do uso de biomassa, gás natural, urânio e força hidráulica,

principalmente para geração de energia elétrica através de termelétricas e

pequenas centrais hidrelétricas.

O setor elétrico brasileiro atravessou uma grave crise no ano de 1995, com

riscos de déficit de energia crescentes e que poderiam ter comprometido o

pleno atendimento ao mercado, inviabilizando o desenvolvimento econômico

do país. Naquela época, o setor era monopolizado pelo estado e passou por

profundas mudanças entre 1995 e 2000, época do racionamento. As principais

mudanças foram as seguintes (HADDAD et ali, 2006):

1. Privatização das concessionárias que não dispunham de recursos para

investir na expansão do sistema;

2. Limitação do monopólio da Petrobrás na extração e distribuição de

combustíveis;

3. Desregulamentação do setor, com a criação do marco regulatório;

4. O Estado passa a exercer a função de órgão regulador através da Agência

Nacional de Petróleo – ANP e da Agência Nacional de Energia Elétrica –

ANEEL;

5. Surge a figura dos produtores independentes, auto-produtores e

concessionários de serviço público.

Estas medidas visavam aumentar a atratividade do setor energético e

conseguir, no setor privado, recursos necessários para expandir a oferta de

energia para atender de forma ágil, a crescente demanda. O Governo esperava

desta forma, que a sociedade fosse beneficiada com a retomada de projetos

paralisados e a viabilização de novos projetos de interesse público, além de

recuperar os atrasos dos programas de infra-estrutura social para o

desenvolvimento do país. No entanto, a realidade resultou mais complicada:

vários investidores abandonaram o país devido às incertezas e falta de

garantias que tranqüilizassem os investidores, a questão dos licenciamentos

ambientais para novos empreendimentos hidrelétricos que eram muito

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demorados devido a demandas de grupos ambientalistas, além dos preços do

MWh no Mercado Atacadista de Energia que era extremamente desanimador

para o investidor. Estas causas, concomitantemente ao crescimento do país,

despontavam possíveis cenários de nova crise no fornecimento de energia nos

anos vindouros (HADDAD et. ali, 2006).

Neste contexto, as grandes indústrias, principalmente as energo-intensivas,

intensificaram medidas e investimentos visando auto-produção e

independência energética da matriz nacional.

3.2 - O Plano Nacional de Energia para 2030

Os estudos de longo prazo são elementos fundamentais e indispensáveis no

processo de planejamento estratégico. O Plano Nacional de energia 2030 -

PNE 2030 é um documento que consolida vários estudos desenvolvidos pela

Empresa Brasileira de Pesquisas Energéticas – EPE para o Ministério de Minas

e Energia – MME e constitui o primeiro estudo de longo prazo do Governo

brasileiro que foi orientado para examinar de forma integrada, o uso dos

recursos energéticos e foi desenvolvido nos anos de 2006 e 2007 mediante a

elaboração de diversas notas técnicas e discussões públicas em seminários

promovidos pelo MME que contaram com diversos especialistas e técnicos de

empresas, universidades e outros agentes da sociedade, utilizando vários

modelos matemáticos para a elaboração dos estudos. As mudanças ocorridas

no setor elétrico, ao longo da última década, trouxeram importantes

alterações institucionais, norteadas pela expectativa de auto-regulação do

mercado que se mostrou frágil durante o racionamento de energia elétrica

ocorrido em 2001. Este fato tornou evidente a necessidade de reorganização

setorial, mediante a apresentação de soluções robustas para os problemas que

colocavam em risco o suprimento de energia brasileiro devido à crescente

demanda e as expansões necessárias para garantir atendimento às projeções

futuras.

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Fundamentado no resgate e no compromisso do Estado em assegurar as

condições de infraestrutura básica para dar sustentação ao desenvolvimento

econômico e social do país, foi estabelecido um novo arranjo institucional do

setor elétrico fundamentado basicamente em:

· Segurança do suprimento de energia elétrica, para dar sustentação ao

desenvolvimento do país;

· Modicidade tarifária, para favorecer a competitividade da economia;

· Inserção social de toda a população no atendimento desse serviço público;

· Estabilidade do marco regulatório, com vistas a atrair investimentos para a

expansão do setor.

Segundo a EPE, historicamente no Brasil, o planejamento integrado dos

recursos energéticos foi tradicionalmente negligenciado, em especial pelas

barreiras institucionais que naturalmente dificultavam promover esse objetivo.

O planejamento integrado dos recursos energéticos é um grande desafio e o

PNE 2030 foi um passo importante nesta direção. O estudo contemplou

análises acerca de recursos e reservas dos diversos energéticos, a

caracterização técnico-econômica de cada um como fonte de energia, bem

como aspectos sócio-ambientais e o potencial de seus usos para o

atendimento da demanda projetada para o ano de 2030, seguindo uma

tendência de análise elaborada nos países mais industrializados e

desenvolvidos como é o caso da Agência Internacional de Energia – IEA1, que

projeta em seus estudos, alguns cenários de referência sobre usos e

demandas energéticas para o cenário mundial. O mais recente foi o 2007

World Energy Outlook.

A elaboração do PNE 2030 se apoiou em uma série de estudos que

envolveram análise das perspectivas da economia mundial e brasileira no

longo prazo e suas consequências para o sistema energético nacional, da

disponibilidade, das perspectivas de uso e da competitividade dos recursos

energéticos, além da segurança do suprimento, dos aspectos socioambientais

inerentes à expansão da oferta, da capacitação industrial, do desenvolvimento

tecnológico e da eficiência energética.

Segue abaixo a capacidade de produção para cada matriz energética:

Page 29: Sumário · 2- A importância da Energia A energia permeia nossas vidas. Ela é utilizada para aquecer, refrescar, iluminar, preparar alimentos bem como conservá-los. Serve para

Figura

Fonte: Brasil, Minis

O gráfico acima representa a capacida

Petróleo, que apresenta uma estabil

elevação maior que as demais. A est

fóssil, não renovável. O crescimento d

governo.

A energia proveniente da cana-de-açú

país, como nos carros por exemplo. O

de desenvolvimento tecnológico do se

A energia hidráulica apresentará um p

construção de novas usinas, como a d

3.3 - População.

Um aspecto extremamen

aumento da densidade po

O crescimento demográfic

estrutura da demanda

vegetativo), seja pelos

econômico e ao desenvo

renda e redução das desig

A taxa de crescimento

referência as mais recente

população brasileira em 2

uma taxa de crescimento m

igura 8- Capacidade de cada matriz energética

, Ministério de Minas e Energia: Matriz Energética Nacional 203

pacidade de produção de cada matriz energética. Duas matrizes m

stabilidade a partir de 2015 e cana-de-açúcar e derivados,

A estabilidade do Petróleo deve-se ao fato de o mesmo se trata

ento da cana-de-açúcar é por conta dos subsídios e outros incenti

açúcar apresenta elevação. Isto é por causa do aumento do co

plo. Outro fator para responsável por esse aumento na produção

do setor sucroalcooleiro.

um pequeno aumento na sua produção devido à política do go

o a de Belo Monte.

amente importante para o planejamento en

de populacional.

ográfico afeta não só o tamanho como tamb

nda de energia, seja de forma direta

los impactos decorrentes ou associados ao

senvolvimento (por exemplo, alteração na

desigualdades regionais).

ento demográfico considerada neste estu

ecentes projeções do IBGE. Tais projeções in

em 2030 superaria 238 milhões de pessoas

ento médio de 1,1% ao ano desde 2000.

29

al 2030.

izes merecem destaque: o

os, que apresentam uma

tratar de um combustível

ncentivos promovidos pelo

do consumo de álcool no

dução é o elevado estágio

do governo em investir na

to energético é o

também a própria

ireta (crescimento

os ao crescimento

na distribuição da

estudo tem por

ões indicam que a

ssoas, perfazendo

Page 30: Sumário · 2- A importância da Energia A energia permeia nossas vidas. Ela é utilizada para aquecer, refrescar, iluminar, preparar alimentos bem como conservá-los. Serve para

30

Interessa observar que a trajetória desse ritmo de crescimento é

continuadamente decrescente, como corroboram os últimos censos

demográficos. Entre 2000 e 2010, estima-se uma taxa de

expansão populacional de aproximadamente 1,4% ao ano. Essa taxa cai para

1,1% ao ano e 0,8% ao ano nos períodos 2010-2020 e 2020-2030,

respectivamente. De qualquer modo, o contingente populacional brasileiro

amplia-se entre 2005 e 2030 de mais de 53 milhões de pessoas, valor

comparável atualmente à população da região Nordeste do país (cerca de 51

milhões), ou mesmo da Espanha (cerca de 40 milhões) e da França (cerca de

61 milhões).

3.4 - Eficiência Energética e sua Importância para Empresas e

Governo

A eficiência no uso da energia, em especial da energia elétrica, faz parte da

agenda mundial desde os choques no preço do petróleo da década de 70,

quando ficou claro que o uso das reservas fósseis teria custos cada vez mais

altos, seja do ponto de vista econômico e comercial, seja do ponto de vista

ambiental. Cedo se reconheceu que o mesmo serviço (iluminação, força

motriz e os usos que proporciona, aquecimento, condicionamento ambiental,

equipamentos eletroeletrônicos, etc.) poderia ser obtido com menor gasto de

energia e, por consequência, com menores impactos econômicos, ambientais,

sociais e, mesmo, culturais. Equipamentos e hábitos de consumo passaram,

assim, a ser analisados também sob o ponto de vista da conservação da

energia e demonstrou-se que muitas medidas na direção de uma maior

eficiência energética eram economicamente viáveis, ou seja, o custo de sua

implantação era menor que o custo da energia cujo consumo seria evitado.

Segundo Sola (2006), em sistemas de conversão de energia, o conceito de

eficiência energética está ligado à minimização de perdas na conversão de

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energia primária em energia útil, que realiza trabalho. As perdas são

intrínsecas a processos de conversão de energia e ocorrem, em maior ou

menor escala, em qualquer tipo de energia disponibilizada, seja térmica,

mecânica ou elétrica. Uma parte importante das perdas deve-se aos

equipamentos e processos obsoletos utilizados em transportes, residências ou

indústrias, que foram desenvolvidos em uma época onde os recursos

energéticos eram fartos, baratos e as questões ambientais eram menos

importantes.

A matriz energética de um país, representada pela estratificação da oferta

interna de energia, é obtida pela soma das perdas e do consumo final. O

estudo destas três variáveis é tão importante para a soberania de um país, que

o Governo brasileiro criou a Empresa de Pesquisas Energéticas – EPE, com a

finalidade de promover estudos e pesquisa de forma a subsidiar o

planejamento energético do país. Estes estudos são consolidados em um

relatório anual chamado de Balanço Energético Nacional – BEN, que aborda

oferta interna, consumo final, reservas, produção e centros de transformação,

além da autoprodução.

A partir de 1970 o BEN vem registrando aumento das perdas na geração,

transmissão, distribuição e no uso final de energia. Em países com grande

geração térmica estas perdas estão entre 25 e 30% da oferta interna de

energia, no caso do Brasil, são atualmente em torno de 11%.

Para o Governo, ser energeticamente eficiente é aproximar a oferta interna de

energia ao consumo final, atuando no lado da oferta pela expansão da oferta e

garantia de disponibilidade de energéticos a preços viáveis, e no lado da

demanda, reduzindo as perdas no sistema de transporte destes energéticos,

garantindo a maior disponibilidade possível.

O ato de reduzir as perdas devido a equipamentos e processos obsoletos

utilizados em transportes, comércios e indústrias, constitui uma das formas de

se obter eficientização energética no consumo final, mesmo que, para as

empresas, a eficiência energética seja motivada normalmente pela redução de

custos decorrentes do mercado competitivo, pela incerteza da disponibilidade

futura ou por restrições ambientais. O uso eficiente da energia interessa pelo

caráter estratégico e determinante que o suprimento de energia apresenta em

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32

todos os processos produtivos, sendo oportunas, todas as medidas de redução

de perdas e racionalização técnico-econômica dos fatores de produção.

A eficiência energética consiste em reduzir perdas e eliminar desperdícios, o

que é, atualmente, uma questão crucial para a humanidade, pois as atuais

fontes de energia disponíveis são insustentáveis para os padrões de uso

atuais, de forma que a eficiência energética crescente, pautada em fontes

energéticas ditas renováveis, pode contribuir com a mitigação dos efeitos

decorrentes do uso “compulsivo” e “despreocupado” historicamente empregado

ao uso da energia pela sociedade desde o início da era industrial.

4 - Evolução da Gestão de Energética

4.1 - Conceituando gestão energética

Há várias definições para gestão energética, e apresentamos uma que traduz

bem seu significado do ponto de vista empresarial: o uso criterioso e eficaz de

energia a fim de maximizar os lucros e aumentar as posições competitivas . O

programa britânico Action Energy (2004) define gestão energética como a

aplicação estruturada de uma série de técnicas de gestão que permite a uma

organização identificar e implementar ações que reduzam o consumo e custos

com energia.

Este novo conceito evidencia que, ao invés de ser encarada como um mero

insumo, a energia passa a ser um fator diferencial para garantir a sobrevivência

e sucesso da empresa. Possui imensas vantagens, por tratar-se de um

processo contínuo e integrado a outras filosofias de gestão tais como

qualidade, meio ambiente, processos, custos. Por este motivo, a ANSI já

editou norma específica (ANSI/MSE 2000). A experiência demonstra que ações

para redução de consumo de energia baseadas somente em mudanças de

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33

equipamentos têm vida curta, obrigando as empresas a adotar uma visão mais

abrangente para redução permanente de custos.

A implantação de um sistema de gestão energética indica a preocupação da

empresa em permanecer competitiva, atraindo mesmo a atenção de novos

investidores e sua valorização.

O anúncio de um projeto relacionado a gestão energética chega a produzir um

aumento superior a 20% no valor das ações da empresa.

Nos processos de gestão energética, o fator humano passa a ter grande

importância, combinando-se com novas tecnologias e equipamentos mais

eficientes. Na verdade, a adoção de novas tecnologias passa a ser vista como

resultado da observação e análise das equipes do cliente. A gestão energética

preconiza, ainda, que as ações devam ser “internalizadas”, ou seja, tomadas

pela própria empresa e não apenas obedecendo a recomendações de

consultores.

Segundo Russell (2005), há várias abordagens possíveis com relação ao uso

de energia:

1. Não fazer nada;

2. Comparar preços de insumos (exemplo: gás natural x óleo combustível);

3. Implementar ações de operação e manutenção;

4. Implementar projetos de investimentos;

5. Gestão energética sustentável.

Ainda segundo este autor, a gestão energética seria a combinação de ações

diárias de operação e manutenção com ações específicas e implementadas em

estágios, impulsionadas por métricas e metas previamente definidas. Empresas

comprometidas com qualidade e melhoria contínua seriam propícias a adoção

de um sistema de gestão energética, maximizando resultados e disseminando

conhecimento pela empresa sobre o uso de energia. A necessidade de pessoal

motivado, cooperativo e talentoso seria exatamente a maior dificuldade.

4.2 - O fator humano na Gestão Energética.

Estes últimos comentários evidenciam a relevância do fator humano para o

sucesso de um sistema de gestão energética. Equipamentos usam energia,

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34

mas são pessoas que controlam os equipamentos. Em outras palavras,

gerenciar energia é no fundo gerenciar pessoas. Como em todo sistema de

gestão, é necessária a definição de atribuições e responsabilidades.

A pesquisa realizada por Bagla (1995) mostra números relevantes, para o setor

industrial (no caso, indiano):

- A responsabilidade pela gestão energética é atribuída na maioria das vezes à

gerência de engenharia e projetos;

- As principais atividades desempenhadas estão associadas à adequada

manutenção e preservação da unidade fabril;

- Valorização de sugestões de empregados e treinamentos de curta duração

como mecanismos fundamentais para redução do consumo;

- Importância da comunicação para sucesso da gestão energética.

Especificamente estes dois últimos pontos são valorizados por Weigmann

(2004). A necessidade de lideranças para eficiência energética (“champions”) é

valorizada por outros autores, como o escritório Energy Efficiency Office

(1993). Esta unidade, que ao longo do tempo teve seu nome alterado mas

permanece como referência internacional de sucesso de programas de longo

prazo, expressa que treinamento e motivação são fatores básicos e devem

ser implementados num primeiro estágio de um programa de gestão

energética, especialmente pela capacidade de produzir resultados efetivos com

baixos custos.

Ainda segundo o Energy Efficiency Office, um gestor de energia introduzirá

mudanças na organização, e um grande desafio é transformar o

comportamento e atitudes das pessoas em economia de energia, sabendo

explorar a cultura da organização. Por exemplo, é possível aproveitar visões de

inovação e empreendedorismo porventura existentes, a favor da gestão

energética. Para organizações mais orientadas ao mercado, devem ser

valorizados aspectos como redução de custos e aumento de competitividade.

A pesquisa de Gelntis, realizada em um ambiente universitário (onde, a

princípio, competitividade seria um aspecto secundário), enfatiza a postura

adotada por diferentes tipos de usuários com relação à preocupação em

economizar com energia. Os estudantes deveriam ser organizados em comitês,

com reuniões periódicas; administradores e pessoal de manutenção teriam

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maiores responsabilidades e especialmente seriam responsáveis por monitorar

os resultados alcançados.

Dada a relevância do fator humano, sua adequada capacitação exige atenção

especial. Dixon e Tripp (2003) elaboraram um “mapa de construção de

competências”, representando a necessidade da organização evoluir para a

posição de alta capacitação, assumindo uma posição de “organização gestora

de energia”. As ações específicas para cada empresa, tal como a construção

de um programa de treinamento, dependeriam de uma avaliação do estágio

atual da empresa quanto a maturidade do sistema de gestão – que pode ser

bastante precário e demandar grandes esforços.

4.3 – A Gestão Energética nos países desenvolvidos e no

Brasil.

O maior crescimento econômico do planeta tem implicado em aumento ao

acesso à energia comercial nos países em desenvolvimento e intensificado seu

uso nos países desenvolvidos, incorrendo numa crescente urbanização e

industrialização sem precedentes na história mundial, mediante a intensificação

dos padrões de consumo intensivo de energia. O drástico aumento do preço do

petróleo nos anos setenta combinado com o aumento das taxas internacionais

de juros terminou com a época da energia barata, que se tornou um forte

limitador do progresso econômico de muitos países. Ainda hoje ela representa

uma preocupação na área econômica e mais recentemente na área ambiental.

A constatação de que aprimoramentos tecnológicos seriam eficazes para o

oferecimento de serviços necessários e menos dependentes da energia,

colocaram em xeque os fundamentos do planejamento energético dominante

até meados da década de setenta, que vinculavam o crescimento econômico

ao consumo mais intenso de energia. No entanto, a maior propaganda da

eficiência energética está no fato de que promovê-la é quase sempre mais

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barata que a produção de

de capital. O custo de con

da mesma quantidade de

da eficiência é uma peque

Fig

Este gráfico representa a evolução da

em 1970 apenas duas fontes de ener

fontes correspondiam a 74% do cons

situação em que quatro fontes serão

hidráulica, cana-de-açúcar e gás natur

ão de energia, mesmo sendo necessários gra

e conservar 1 kWh é geralmente menor do qu

de de energia, de forma que em muitas aplica

pequena fração dos custos da produção de en

Figura 9- Estrutura da Energia para 2030

Fonte: EPE.

ão da estrutura do consumo de energia desde a década de 70. Per

energia, petróleo e lenha, respondiam por 78% do consumo, en

consumo: além de petróleo e lenha, a energia hidráulica. Projet

serão necessárias para satisfazer 77% do consumo: além de

natural — com redução da importância relativa da lenha.

36

ios grandes gastos

do que a produção

aplicações, o custo

energia.

0. Percebemos que

o, enquanto em 2000 três

Projeta-se para 2030 uma

m de petróleo e energia

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37

Destaque-se ainda a reversão da tendência de redução da participação das fontes renováveis na matriz energética

brasileira. Em 1970 essa participação era superior a 58%, em virtude da predominância da lenha. Com a introdução de

recursos energéticos mais eficientes, a participação das fontes renováveis caiu para 53% no ano 2000 e chegou a

44,5% em 2005. Essa tendência deve se manter nos próximos anos, mas visualiza-se a possibilidade de reversão a

partir de 2010.

Podemos perceber que a tendência é que haja uma redução na oferta de energia oriunda do Petróleo e seus

derivados. Isso é porque o Petróleo, assim como o carvão mineral, são combustíveis fósseis. São fontes energéticas

não renováveis.

Isso faz crescer o investimento em desenvolvimento de outras fontes de energia diminuindo assim, o consumo dos

derivados do Petróleo.

O gás natural terá uma elevação acentuada. Os principais condicionantes da demanda de gás natural são o

crescimento da economia, os preços do gás natural, as políticas públicas e principalmente os baixos preços.

A energia produzida pelo Urânio (Nuclear) apresentará um pequeno aumente. Há projetos do governo para investir no

desenvolvimento desta energia, pois ela não contribui para o efeito estufa e possui excelente desempenho.

Entre as décadas de setenta e noventa, países desenvolvidos energo-

dependentes, intensificaram ações no sentido de incentivar as empresas a

promover medidas de eficientização das instalações, principalmente nas

empresas que tinham grande impacto no consumo energético. Estas ações

foram focadas basicamente em melhorias técnicas de equipamentos e

instalações e tinham a finalidade de ampliar a disponibilidade de energia

mediante o uso da técnica de “auditoria energética”. Ao longo da evolução

deste processo de auditoria, observou-se que a efetividade destas ações era

maior quando existia um maior planejamento e coordenação destas ações,

permitindo a evolução das auditorias energéticas para os primeiros sistemas de

gestão de energia.

Atualmente, países desenvolvidos como EUA, Canadá e Austrália incentivam a

gestão de energia nas empresas mediante a disponibilização de várias

ferramentas que auxiliam na implantação da gestão energética em uma

empresa, integrando as dimensões tecnológica, organizacional e

comportamental, permitindo o Planejamento Corporativo de Energia – PCE

(GARCIA, 2008). O Departamento de Energia dos EUA2, em cooperação com

grandes empresas do setor privado energo-intensivo americano, examinaram

aspectos gerenciais e organizacionais de empresas que implantaram

programas de Gestão Energética durante o The Conference Board no ano de

2023. Nesta conferência, governo e empresas, estabeleceram casos-referência

de sucesso para implantar as melhores práticas4 e criar um modelo de gestão

corporativa para incentivar a promoção do uso racional de energia nas

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empresas americanas (BENNETT, 2005; MAYER, 2002; BROWN, 2000;

GORP, 2006; U.S. Department of Energy, 2005; MAGHSOODLOU et al., 2004

e TUNESSEN et al., 2006).

O American National Standards Institute – ANSI foi o primeiro instituto

normalizador do mundo a publicar um modelo específico para a gestão de

energia com abordagem por processos, embasado no processo de melhoria

contínua (PDCA), nos moldes do sistema ISSO 9001 e ISO 1400.

Na época do racionamento de energia elétrica, no início do ano 2001, o cenário

de incerteza na oferta e a grande perspectiva de aumento no preço dos

energéticos contribuíram para que muitos grupos industriais investissem em

medidas de eficiência e autossuficiência energética, visando garantir a

disponibilidade de energia para seus processos e perceberam que podiam

reduzir seus custos produtivos e melhorar sua produtividade.

O governo e os grandes grupos industriais brasileiros observaram que ações

pontuais de eficiência energética nas instalações industriais eram insuficientes

para promover uma economia efetiva dos gastos energéticos e adotaram

procedimentos e métodos em seus programas de energia visando promover a

gestão energética, motivados principalmente pela redução de custos

decorrentes do mercado competitivo, pelas incertezas da disponibilidade

energética e por restrições ambientais. Desta forma, com o amadurecimento do

conceito de análise e diagnóstico, foi introduzida a metodologia de auditoria

energética. Nesta metodologia é proposta a utilização de ferramentas que

auxiliam no diagnóstico, avaliação do desperdício e na elaboração de estudos

de eficiência energética focados nas questões técnicas e operacionais,

permitindo expressivos ganhos energéticos nas indústrias, reduzindo os

desperdícios, aumentando a eficiência de suas instalações e implementando

ações que permitam a gestão energética.

No ano de 2003 o Programa GERBI5, promovido pelo governo Canadense,

trouxe ao Brasil a experiência do Programa de Gestão Energética - PGE6,

mediante palestras e workshops para a divulgação de várias ferramentas que

auxiliam na implantação da gestão energética nas empresas, integrando as

dimensões tecnológica, organizacional e comportamental (GARCIA, 2008).

Em 2005, o Governo Federal por intermédio do PROCEL, em convênio com a

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Efficientia/Fupai e apoio do PNUD7, lançou um guia técnico intitulado de

“Gestão Energética” com o objetivo de incentivar as empresas que desejem

obter redução dos seus custos com energia a implantar, como uma primeira

iniciativa no caminho do uso racional da energia. O guia é baseado na

metodologia da “Auditoria Energética” e propões o uso de algumas ferramentas

padronizadas como:

· Diagnóstico Energético;

· Auto-avaliação dos Pontos de Desperdício de Energia;

· Estudo de Otimização Energética.

As indústrias do setor energo-intensivo, representadas pelos grandes grupos

industriais, são normalmente compostas por várias empresas inseridas em uma

estrutura de administração complexa, onde as ações empresariais são

efetivadas por meio de medidas corporativas. Neste contexto, o corpo diretor

deve ter clareza do ambiente que envolve o negócio, clareza de objetivos,

visão sistêmica e clara compreensão de todos os processos produtivos.

Segundo RIBEIRO NETO (2002) e SOUZA (2002), neste ambiente, a gestão

da energia deve ganhar uma abordagem mais estratégica e tática do que

técnica e operacional.

Os atuais modelos de gestão de energia propostos nos países desenvolvidos

prevêem a criação de uma estrutura dedicada para tratar a gestão de energia

das grandes empresas de forma corporativa, fundamentando suas estruturas

de gestão em modelos clássicos de administração, pautados nos ciclos de

melhoria contínua, amplamente difundidos nos conceitos de qualidade total.

Neste sentido a ANSI, ABNT e BSI instituíram no ano de 2008 um projeto para

a publicação de uma norma nos moldes da ISO 9000 e ISO 14000 com

previsão de ser publicada no ano de 2010 e que deverá ser denominada de

ISO 50001.

Segundo estes institutos normatizadores, esta norma, se aceita, deverá

influenciar 60% de todo uso de energia no mundo e permitirá a intensificação

da promoção da gestão de energia em plantas industriais e grandes

organizações no mundo todo (ABNT, 2008).

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40

4.4 – Tendências da Gestão Energética.

A gestão estratégica de energia vem evoluindo deste a proposta inicial feita por

Brown no ano de 2000 por meio da ANSI, mediante a elaboração de uma

norma chamada de MSE 2000, desenvolvida nos moldes da ISO 9000 e ISO

14000, com o propósito de normatizar e padronizar um sistema de gestão de

energia baseado no processo de melhoria contínua – PDCA.

No ano de 2003, o Governo americano em parceria com grandes empresas

dos EUA, desenvolveram um guia para direcionar ações de empresas

americanas que desejassem implementar seus próprios sistemas de gestão de

energia. Este documento foi elaborado durante o The Conference Board no ano

de 200211, uma conferência feita pelo Departamento de Energia dos EUA12,

em cooperação com grandes empresas do setor privado energointensivo

americano para examinar aspectos gerenciais e organizacionais de empresas

que implantaram programas de Gestão Energética e estabelecer casos-

referência de sucesso para implantar as melhores práticas13, criando um

sistema de gestão corporativa que servisse de modelo para incentivar a

promoção do uso racional de energia nas empresas americanas

(BENNETT, 2005; MAYER, 2002; BROWN,2000; GORP, 2006; U.S.

Department of Energy, 2005; MAGHSOODLOU et al., 2004 e TUNESSEN et

al., 2006).

No Brasil, as primeiras iniciativas do Governo só foram publicadas no ano de

2005, com o apoio da Eletrobrás, por meio do PROCEL Educação, utilizando

uma metodologia “Auditoria Energética”, bastante utilizada nas décadas de

1970 e 1980 nos EUA.

No ano de 2008, a ANSI e a ABNT, estabeleceram o projeto de normatização

denominado de Projeto Comitê 242 – ISO 50001. Este comitê está elaborando

uma norma, nos moldes das ISO 9000 e ISO 14000, para estabelecer

requisitos para Gestão de Energia que, segunda a ABNT, deverá influenciar

60% de todo o uso de energia no mundo e proverá a gestão de energia em

plantas industriais e grandes organizações mundiais (ABNT, 2008).

Atualmente o uso de energia é indispensável para o desenvolvimento dos

processos existentes e torna a sobrevivência do homem na terra uma atividade

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mais fácil e digna. O uso de energia no mundo aumentou vinte vezes desde

1850, dez vezes desde 1900 e mais de 25% desde 1950. Nos últimos 50 anos

a matriz energética mundial sofre grandes alterações, o que nos tornou muito

dependentes do uso de combustíveis fósseis (GELLER, 2003). O Brasil, por

estar inserido neste contexto, vive os mesmos problemas decorrentes do uso

de energia que outros países no mundo.

Entender e aplicar o conceito de eficiência energética é atualmente, uma

questão de sobrevivência econômica e populacional de um país. Neste sentido

quaisquer ações referentes à redução de perdas ou uso racional de energia

devem ser estimuladas pelos Governos.

(KOVALESKI e SOLA, 2004). As projeções feitas pela Empresa de Pesquisas

Energéticas –

EPE apontam no sentido de que, em 2030, o consumo de energéticos seja

aumentado entre 87,40% e 187,20%, em relação aos níveis atuais (PNE 2030,

2007).

O ato de reduzir as perdas devido a equipamentos e processos obsoletos

utilizados em transportes, comércios e indústrias, constitui uma das formas de

se obter eficientização energética no consumo final, mas não a única. O uso

eficiente da energia interessa pelo caráter estratégico e determinante que o

suprimento de energia apresenta em todos os processos produtivos, sendo

oportunas, todas as medidas de redução de perdas e racionalização técnico-

econômica dos fatores de produção (HADDAD et. ali, 2007).

Desta forma, a gestão de energia tem se tornado ao longo dos últimos dez

anos, um assunto de relativa importância no ambiente das grandes empresas

consumidoras de energia e converge para a gestão estratégica de energia,

principalmente nas grandes organizações, onde as ações são tomadas de

forma integrada, envolvendo todas as empresas.

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42

5 - Considerações finais A energia é um bem básico para a integração do ser humano, pois proporciona

o crescimento econômico e, consequentemente, a melhoria do nível de vida

material.

Nessa cultura do crescimento econômico, devido à grande dependência em

combustíveis fosseis do sistema energético mundial contemporâneo e a

preocupação também crescente com o meio ambiente, abre-se espaço para

propostas de tecnologias alternativas para a geração de energia elétrica de

forma mais limpa com menos impacto negativo ao meio ambiente.

Os combustíveis fósseis continuarão atendendo a maior parte das

necessidades mundiais de energia por um longo período. O crescimento da

demanda de petróleo deverá ser atendido, cada vez mais, por um pequeno

grupo de países com grandes reservas, com isso a flexibilidade do suprimento

de petróleo diminuirá e a volatilidade dos preços aumentará.

Se as políticas governamentais correntes não mudarem, as emissões de

dióxido de carbono relacionadas ao uso da energia crescerão rapidamente;

serão 60% superiores em 2030 do que no início do século.

Em 20 anos, o consumo total de energia elétrica no Brasil aproximar-se-á de

1.200 TWh (um mil e duzentos terawatt), o que significa uma expansão média

de 4% ao ano desde 2005.

Em 2030, o setor industrial seguirá como principal segmento do consumo. O

setor terciário responderá por quase 25% do consumo em 2030, e o setor

residencial em torno de 26%. No caso das residências, o desempenho reflete o

cenário de crescimento do nível de renda e da melhoria na sua distribuição,

não obstante os avanços que possam ser obtidos na aérea de eficiência

energética. O índice de consumo de eletricidade residencial per capita era de

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43

apenas 452 kWh em 2005. Em 2030, estima-se que se aproxime de 1.200 kWh

por habitante, valor esse ainda bastante inferior aos parâmetros internacionais.

Com relação às fontes de produção, a energia hidráulica seguirá sua posição

de liderança. Entretanto, sua participação na matriz elétrica, refletindo

principalmente pressões ambientais e também limites de capacitação da

indústria nacional, deverá cair da elevada proporção de 90% em 2005 para

pouco mais de 75% em 2030. Em contrapartida, a geração térmica (nuclear,

gás natural e carvão mineral) deverá mais que dobrar sua participação, dos

atuais 8% para quase de 18%. As fontes renováveis não hidráulicas (biomassa

da cana, centrais eólicas e resíduos urbanos) também experimentarão

crescimento expressivo, passando a responder por cerca de 5% da oferta

interna de eletricidade. Em 2030, a capacidade instalada do país ultrapassará

os 220.000 MW. Ao final de 2005, estava pouco além de 90.000 MW.

Para atingir tais objetivos, é imprescindível que os governos ajam

decisivamente para acelerar a transição para o uso de combustíveis modernos

e diminuir a pobreza energética nos países mais pobres do mundo. Isto

requererá aumentar a disponibilidade e o acesso a fontes modernas de

energia.

Um cenário mais promissor pode se desenhar para todos os países pela

definição de novas políticas voltadas para promover o desenvolvimento mais

rápido e a difusão de tecnologias renováveis, considerando a geração

descentralizada de energia.

Os sistemas elétricos no decorrer da história têm atendido a demanda de uma

forma centralizada, por meio de fontes primárias interligadas aos grandes

centros consumidores por extensas linhas de transmissão.

Por meio de tecnologias apropriadas do ponde vista econômico, social e

ambiental, é possível considerar a geração descentralizada de energia

baseada em combustíveis locais e abundantes para aumentar a confiabilidade

do sistema, além de causar menos impacto ambiental e consumir um menor

tempo de instalação.

Considera-se que a convivência de tecnologias energéticas tradicionais com o

desenvolvimento de novas tecnologias e fontes renováveis de energia é uma

solução perfeitamente viável para tornar o sistema energético global mais

sustentável à longo prazo.

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