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1 Sugestões para uma aviação militar nacional até o ano de 2030 JOSÉ ALVES DANIEL FILHO, Bacharel em Ciências Econômicas – UPIS-DF, Pós-Graduado em Auditoria Pública pela Faculdade Projeção - DF. [email protected] Introdução Não é novidade para quem acompanha a situação das Forças Armadas nacionais que elas estão em estado precário em todos seus sentidos. Na Marinha a esquadra é antiga e com poucas verbas para movimentar os poucos navios que possui. O Exército está equipado com blindados comprados de segunda mão de outros países e alguns nacionais da década de 1970/1980 totalmente obsoletos. Já a Força Aérea possui grande parte de suas aeronaves no chão por falta de verbas ou por estarem totalmente obsoletas. Cabe lembrar que a arma de aviação, das duas primeiras forças, também enfrentam problemas, ainda mais por não ser suas funções primárias. Como conseqüência, o sucateamento da frota e os recursos escassos têm levado a queda das perspectivas de crescimento profissional juntamente com o não pagamento de uma retribuição pecuniária justa para a tropa ocasionam mudanças que anos atrás não eram esperadas: a baixa de militares. Hoje estamos perdendo até Oficiais para trabalharem no serviço público civil, como Tribunais, Polícias Federal e Rodoviária Federal, pelo fato de pagarem melhores salários. Assim estamos perdendo valiosos cérebros e verbas que foram investidos na formação dos mesmos, prejudicando o futuro das Forças Armadas (FA) nacionais. Para reanimar a tropa e as Forças Armadas tentarem readquirir ao menos parte de sua operacionalidade se faz necessário à retomada de investimentos em reequipamento e modernização, a manutenção de um orçamento mínimo para movimentar seus meios. Esse orçamento deve prever a substituição/modernização gradativa dos meios para não chegar ao caos que encontramos hoje, além de um salário mais justo para seus integrantes. Baseado no que foi exposto, a base desse artigo será é a comunalidade de equipamentos e planejamento conjunto entre as Forças Armadas para a redução do custo operacional com o objetivo de liberar mais recursos para outros fins.

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Sugestões para uma aviação militar nacional até o ano de 2030

JOSÉ ALVES DANIEL FILHO, Bacharel em Ciências Econômicas – UPIS-DF,

Pós-Graduado em Auditoria Pública pela Faculdade Projeção - DF. [email protected]

Introdução

Não é novidade para quem acompanha a situação das Forças Armadas nacionais que elas estão em estado precário em todos seus sentidos. Na Marinha a esquadra é antiga e com poucas verbas para movimentar os poucos navios que possui. O Exército está equipado com blindados comprados de segunda mão de outros países e alguns nacionais da década de 1970/1980 totalmente obsoletos. Já a Força Aérea possui grande parte de suas aeronaves no chão por falta de verbas ou por estarem totalmente obsoletas. Cabe lembrar que a arma de aviação, das duas primeiras forças, também enfrentam problemas, ainda mais por não ser suas funções primárias.

Como conseqüência, o sucateamento da frota e os recursos escassos têm levado a

queda das perspectivas de crescimento profissional juntamente com o não pagamento de uma retribuição pecuniária justa para a tropa ocasionam mudanças que anos atrás não eram esperadas: a baixa de militares.

Hoje estamos perdendo até Oficiais para trabalharem no serviço público civil,

como Tribunais, Polícias Federal e Rodoviária Federal, pelo fato de pagarem melhores salários. Assim estamos perdendo valiosos cérebros e verbas que foram investidos na formação dos mesmos, prejudicando o futuro das Forças Armadas (FA) nacionais.

Para reanimar a tropa e as Forças Armadas tentarem readquirir ao menos parte de

sua operacionalidade se faz necessário à retomada de investimentos em reequipamento e modernização, a manutenção de um orçamento mínimo para movimentar seus meios. Esse orçamento deve prever a substituição/modernização gradativa dos meios para não chegar ao caos que encontramos hoje, além de um salário mais justo para seus integrantes.

Baseado no que foi exposto, a base desse artigo será é a comunalidade de

equipamentos e planejamento conjunto entre as Forças Armadas para a redução do custo operacional com o objetivo de liberar mais recursos para outros fins.

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O objetivo desse artigo é dar uma sugestão do que pode estar sendo feito para

que a aviação militar consiga funcionar a contento até o ano de 2030 quando o país deverá entrar em um outro processo de modernização de suas Forças Armadas ou ao menos terminar o que foi iniciado.

Necessidades comuns

Com a criação do Ministério da Defesa (MD) em 1999, o Brasil aguardava ver uma integração maior entre suas Forças Armadas, o que não ocorreu da forma esperada. As operações conjuntas (treinamentos, manutenção, etc) cada vez mais difundidas nas Forças Armadas pelo mundo afora, tem como um dos objetivos a redução dos gastos e a implementação de uma doutrina única para operações conjuntas de suas armas. No Brasil não tem passado de realização de alguns poucos exercícios combinados com trocas de experiências nesses eventos e não o desenvolvimento de uma integração maior entre elas, como o planejamento comum de projetos, entre outras coisas que podem ser feitas.

O ex-Ministro da Defesa Waldir Pires antes de deixar a pasta, solicitou um

estudo com a finalidade de verificar a possibilidade de compras em conjunto pelas três forças. O estudo ficou parado por um tempo, mas agora deve voltar com força total como parte do “PAC Defesa”, previsto para ser anunciado em breve, ou seja, somente após 9 anos da criação do Ministério que está começando a adotar o raciocínio da integração.

Com os poucos recursos que possuímos a integração de diversos meios em comum pode levar a uma grande economia de recursos em peças, equipamentos e pessoal, além de trazer melhor resultado no curto prazo, uma vez que efetuando compras maiores de peças e equipamentos para as aeronaves é possível conseguir um valor unitário menor desses produtos.

Unificação do treinamento, manutenção e logística da Aviação de Asas Rotativas

Uma das formas que pode contribuir para melhor otimização dos recursos é a criação de um esquadrão de treinamento de helicópteros para as três forças, como semelhantemente é adotado na Inglaterra com o JHC1.

UH-50 Esquilo da FAB em missão Super Puma do 3º/8º GAV

1 Joint Helicopter Command: Comando conjunto de helicópteros;

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Foto: FAB Foto: FAB

No JHC a instrução básica e especializada para o piloto militar é feita no mesmo

local. Na primeira fase é efetuada a formação básica do piloto militar de helicópteros e a fase especializada o piloto adquire os conhecimentos para operar dentro da sua arena de combate que sua Força atua. Esse conceito unificado é utilizado também nos EUA com os pilotos do Exército e da Força Aérea.

Como sugestão desse autor, a subordinação desse esquadrão de instrução poderia

operar onde hoje funciona o 1º/11º GAV em Natal (RN) que é o Centro de Formação de Pilotos de helicópteros da FAB e seria subordinado ao MD e não a I FAE (Primeira Força Aérea) como ocorre atualmente.

A estrutura a ser formada aqui poderia ser semelhante àquela que é utilizada no

JHC, com a FAB repassando a formação básica para os Oficiais-Alunos e a fase especializada seria conduzida por instrutores de cada Força com seus respectivos alunos. Essa interação pode trazer a médio prazo, a uniformização de diversos procedimentos que se tornaria a doutrina única para operações em conjunto das Forças Armadas Brasileiras.

Ao contrário do que ocorre no JHC, que utiliza quatro diferentes modelos de

helicópteros na instrução, aqui poderia ser adotado o Esquilo para essa tarefa. A indicação desse helicóptero deve-se ao fato por ele ser operado em todas nossas FA, facilitando a manutenção e logística da unidade.

Se essa forma de instrução for concretizada a Marinha teria parte seus dezoito

Bell 206B, hoje alocados na instrução, disponíveis para equipar as novas unidades que pretende implantar pelo país.

A distribuição de aeronaves para equipar o esquadrão seria uma proporção dos

alunos que fariam o curso de cada força, mas de qualquer forma, aumentaria a disponibilidade de aeronaves para formar os novos esquadrões ou reforçar aqueles existentes.

Outro ponto a ser destacado, seria a aquisição de simuladores para equipar esse

esquadrão reduzindo gastos com treinamento de equipagens no equipamento, que normalmente é realizado no exterior, gerando altos custos com diárias e passagens aéreas no decorrer do ano, além de menor desgaste das células por não terem que voar o tempo todo.

No caso da unificação da manutenção, a compra de equipamentos e peças em

maior quantidade, com a menor dotação de pessoal envolvido na manutenção, traria economia de gastos, pois seria efetuada em um Centro comum, possibilitando, disponibilizar esses

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recursos economizados para aplicação em outras áreas de interesse, que cada Força achar necessário.

A criação desse modelo traria a redução dos efetivos hoje alocados nas funções

de manutenção em diversos parques espalhados pelo Brasil, que são responsáveis pelos grandes checks das aeronaves, com isso esses militares poderiam ser liberados para exercerem outras funções diretamente na Unidade Aérea como a manutenção orgânica da célula, reduzindo a médio prazo os efetivos envolvidos acarretando também menor despesa em folha de pagamento, com possibilidades de aumento pecuniário.

Como exemplo, podemos citar que a FAB efetua a manutenção de seus dois Bell

206B no PAMA-AF (Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos – RJ) e a Marinha, que também opera essa aeronave, faz a manutenção de suas aeronaves na BAeNSPA (Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia – RJ), mas com uma estrutura para dezoito helicópteros.

Analisando friamente os números de células, é evidente que fica mais fácil e

menos custoso se somente um local fizesse a manutenção desses meios, pois não precisaria disponibilizar de técnicos para manter uma quantidade irrisória de aeronaves em operação, como ocorre na FAB, além de manter prateleiras com peças. Observe a tabela abaixo os vetores em comum utilizados pelas três forças:

Tabela 1: Dotação de helicópteros comuns pela Forças Armadas Brasileiras

Aeronave Qtde Força

Bell 206B Jet Ranger 2 FAB Bell 206B Jet Ranger 18 Marinha

Total 20

Helibras HB-350B Esquilo 25 FAB Helibras HB-350B Esquilo 18 Marinha Helibras HB-350B Esquilo 16 Exército

Total 59

Helibras HB-350B Esquilo Biturbina 3 FAB Helibras HB-350B Esquilo Biturbina 7 Marinha

Total 10

Sikorsky UH-60L Black Hawk 6 FAB Sikorsky S-70A 36 Black Hawk 4 Exército Sikorsky S-70 Sea Hawk2 4 Marinha

Total 143

Eurocopter AS-332/725 Super Puma/Cougar 28 FAB Eurocopter AS-332/725 Super Puma/Cougar 24 Marinha Eurocopter AS-532/725 Cougar 25 Exército

Total4 77

2 A MB adquiriu recentemente quatro helicópteros desse modelo para substituir seus S-3B desativados; 3 A FAB tem intenção de adquirir mais seis UH-60 para equipar o 2º/10º GAV; 4 Incluindo as 51 células a serem incorporadas a partir de 2010 por nossas Forças Armadas;

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Se considerarmos a aplicação desse modelo em questão com relação ao orçamento, haverá uma racionalização de logística, economia de estrutura de física, comunalidade de aviônicos de aeronaves, entre outros, que desoneraria os valores antes destinados a esse fim liberando verbas para novos investimentos.

Na área de projetos, também é importante essa interação para o desenvolvimento de

soluções conjuntas como modernizações, link comum para comunicação e transferência de dados, licitações, etc.

Força Aérea Brasileira

A situação da FAB encontra-se em estado preocupante, apesar dos avanços dos últimos anos, ainda temos um grande gap a ser superado.

A seguir descreveremos as principais necessidades que a FAB possui atualmente:

• Aquisição de novos helicópteros para substituir os veteranos UH-1H ou a modernização destes;

• Aquisição de helicópteros de ataque; • Compra de um caça de última geração para equipar inicialmente o 1º GDA em

Anápolis-GO e depois padronizar a frota nacional; • Substituição dos Xavantes da função de treinamento avançado; • Integração de novo vetor para patrulhamento anti-submarino e modernização dos Bandeirulhas;

• Aquisição de armamentos modernos; • Modernização/Substituição do Bandeirante; • Substituição de alguns C-130H e a complementação dos KC-137, incluindo

modernização ou substituição do modelo.

Essas necessidades são prementes. Levando em consideração até o ano de 2025 se faz necessário incluir o R-99A e B nessas modernizações e aquisição de VANT (Veículos aéreos não tripulados), que não serão tratados aqui por não possuirmos nenhuma especificação dos requerimentos que a FAB tem.

Helicópteros de transporte

No início da década passada, a FAB deu início aos estudos para aquisição de um helicóptero pesado através do projeto CH-X, onde estava prevista a compra de quatro células para equipar uma unidade na Região Norte para apoio ao SIVAM. Passado um período o projeto foi cancelado sem a definição de um vencedor por falta de verbas.

Naquela época os principais concorrentes foram o americano CH-47D Chinook e

o russo Mi-26 Halo, o maior helicóptero do mundo. Ainda se faz necessária a compra desses aparelhos para o emprego naquela região e em locais onde não podem ser utilizados os C-105

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Amazonas ou os C-130 Hércules para o transporte de tropas, onde esses vetores são de suma importância para suprir essa lacuna. Como comparação um Mi-26 é capaz de transportar até 82 soldados, semelhante a capacidade de um C-130 que transporta 88 militares! Um UH-1H transporta cerca de 10 militares.

Para a aquisição de células de médio porte a FAB deu o primeiro passo abrindo a

concorrência para a compra de até 12 modelos sendo apresentado como candidatos o italiano Agusta Westland EH 101 Merlin e o russo Mi-171V. Mas o vencedor concorrência foi o franco-alemão Eurocopter EC-725 Cougar, que saiu da licitação para apresentar uma proposta a parte assumindo o compromisso de abrir uma linha de montagem no país e efetuar a transferência de tecnologia. Para isso o governo se comprometeu a comprar pelo menos 51 unidades do modelo nos próximos 10 anos (17 para cada Força).

O EC-725 tem capacidade de transportar até 31 pessoas entre tripulantes e

militares, ou 12 macas, possui glass cockpit, versões naval e SAR especificas.

EH 101 Merlin Mi-171V

Foto: Agusta Westland Foto: Mil

Nesse caso deve ser reavaliada a intenção da compra de mais um lote de seis

Black Hawk para equipar o 2º/10º GAv, como foi citado no decorrer do ano passado, pois assim criaríamos mais gargalos na manutenção com várias linhas de suprimento, o que torna muito oneroso ou só se justificaria se fosse efetuado a unificação da manutenção entre as forças para reduzir custos, ainda assim, não seria condizente para um país que quer dar uma guinada em sua indústria de defesa.

Com relação ao UH-1H, a substituição de todas as células será muito onerosa no

curto prazo, restando como alternativa a modernização de cerca de 30 células para operarem no 1º/8º GAv e 5º/8º GAv, enquanto o 2º/10º receberia uma versão C-SAR do EC-725 e o 7º/8º GAv substituiria os UH-1H por um helicóptero mais capaz para operar na Região Amazônica, como os EC-725 versão utilitária.

EC-725 UH-1H da FAB

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Foto: Eurocopter Foto: FAB

A alternativa para aquelas Unidades Aéreas que continuariam a operar o UH-1H,

seria a revitalização dos mesmos para o padrão Huey II, como já está sendo efetuado na Argentina, Colômbia, entre outros países, onde há a troca dos motores e parte da fuselagem aumentando sua vida útil. Com base nos dados da modernização que está sendo efetuado na Argentina, cada célula custaria cerca de US$ 2,3 milhões, totalizando um valor próximo a US$ 69 milhões pelo programa.

Efetuada essa modernização a aeronave adquire um ganho real em sua capacidade de carga em cerca de 300 kg, podendo transportar até seis soldados a mais. “Segundo a Bell, o Huey II apresenta uma melhora de até 39% ao realizar um vôo pairado

IGE sob condições normais (ISA), e de até 275%, quando em vôo pairado IGE, em dias

extremamente quentes (ISA + 20º)”5. Essa versão já é utilizada na Colômbia pela Polícia

Nacional Colombiana, que está bastante satisfeita com o ganho em desempenho da aeronave. No Brasil essa modernização é oferecida pela parceria Bell Helicopter e TAM Jatos.

Para aumentar o alcance desse modelo, podemos adquirir kits de tanques de

combustível que ampliam em quase 100% o alcance ou a autonomia do modelo. A Colômbia já está adotando esses kits em suas células e estão sendo adquiridas da Helicopter Support Inc.

Helicópteros de ataque

Também está definida a aquisição de helicópteros de ataque, restando apenas informar o vencedor, sendo que três empresas ofereceram quatro opções de aeronaves para a concorrência e são elas: os italianos Agusta Westland AW 109 LUH e AW 129, o franco-alemão Eurocopter Tigre e o russo Mi-35M. Hoje continua na disputa o Mi-35M e o AW-129, com o anúncio oficial do vencedor sendo esperado para qualquer momento.

Eurocopter Tigre Agusta Westland AW 109 LUH

5 Revista Força Aérea nº 24, 2001, Huey II vida nova para o UH-1H;

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Foto: Eurocopter Foto: Agusta Westland

Segundo informações preliminares, dão como certo a escolha pelo russo Mi-35M ao AW 129, por US$ 240 milhões pelas 12 unidades. O que também já está definido é que essas aeronaves ficarão baseadas na BAPV (Base Aérea de Porto Velho – RO).

Agusta Westland AW 129 Mi-35M

Foto: Agusta Westland Foto: Rosoboronexport

Características técnicas dos finalistas

AW 129 Mi-35M Vel. Máxima 269 km/h 335 km/h Vel. Cruzeiro 229 km/h - Alcance (tanque standart) 561 km ou 3h 450 km Razão subida vertical 838 m/min - Fator de Carga + 3,0/- 0,5 G - Altitude máxima (pés) 18.288 14.750 Motores 2x 1.373 SHP 2x 2.200 SHP Tripulação 2 11

Pela pressão que o governo russo vem fazendo ultimamente ao Brasil para a

compra de equipamentos daquele país, com a possibilidade de embargo nas importações de alguns produtos nacionais, o Brasil poderá perder a oportunidade de adquirir uma célula de asa rotativa especificamente para ataque. Vamos aguardar para verificar como ficará a decisão, mas ressaltando que o Mi-35 não é uma opção ruim, apenas que é um helicóptero muito grande, projeto antigo e sua destinação inicial não era ser aeronave de ataque como o novo Mi-28.

Mas desde já visando uma boa disponibilidade das células é necessário ter

equipamentos de origem nacional, como a aviônica, se possível com vários equipamentos comuns a de outras aeronaves de asas rotativas, como o novo EC-725, que possuirá cockpit nacional.

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Aviação de Caça - Modernização dos sistemas de armas dos caças disponíveis e sua redistribuição

Com o lento, mas contínuo processo de modernização dos F-5 e A-1, o país já está recebendo aeronaves capacitadas a operar com maior eficiência nos mais diversos ambientes da guerra atual, não na quantidade que desejamos, mas está sendo efetuado. Hoje no cenário sul americano ganhamos no quantitativamente em relação às outras nações, mas qualitativamente, estamos bem abaixo da média, principalmente no quesito armamentos.

Comparativo das principais forças da América do Sul

Brasil Venezuela Argentina Peru Chile A-4 23 - 34 - -

F-5/CF-5 51 14 - - 14 AMX 53 - - - - SU-30 - 24 - - -

F-16 A/B - 21 - - 18 F-16 C/D - - - - 10

Mirage 2000 12 - - 12 - SU-25 - - - 18 -

MIG-29 - - - 19 - Mirage III/V/50 - 17 18 - -

IAI Dagger/Finger - - 12 - - Super Etendard - - 9 - -

Total 139 76 73 49 42

F-5M – Tiger O plano de modernização do F-5M trouxe para a FAB uma nova realidade

operacional ao adotar mira montada em capacete, mísseis BVR, capacidade de lançamento de mísseis off-boresing, casulo de designação de alvo e interferência eletrônica, itens esses que não estavam disponíveis no inventário da Força, mas ainda não supre todas as necessidades para os próximos anos que desejamos possuir para fazer frente às possíveis ameaças.

Idealizado no fim da década de 1990, essa modernização era o que tinha de mais

moderna para a região naquela época, mas após a aquisição dos MIG-29 pelo Peru, F-16 Bloco 50 pelo Chile e os Sukhoi SU-30 pela Venezuela, desestabilizou bastante as forças na região, necessitando de uma aeronave mais capaz para enfrentá-las.

Com esse up-grade a célula se tornou bastante eficiente na defesa aérea de ponto,

não sendo tão capaz na guerra assimétrica, pois necessita de armamentos mais eficientes para combater o inimigo e deveria possuir uma maior autonomia, o que limita bastante sua atuação em locais pouco providos de infra-estrutura, como a região Amazônica. Alguns podem argumentar que ele pode ser reabastecido em vôo, mas lembrando que só temos 6 reabastecedores para toda nossa frota de caça e esses mesmos aviões fazem parte da aviação de transporte estratégica da FAB!

O F-5M é nossa aeronave com melhor armamento atualmente, ainda mais se

confirmar às aquisições de mísseis Python 5 e as bombas guiadas Lizard todos de origem israelense, conforme vem sendo anunciado pela imprensa especializada.

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A respeito de armamento ar-ar, no ambiente fora do alcance visual (BVR) seus mísseis Derby tem alcance razoável (cerca de 60-65 km), mas ainda inferior aos AMRAAM americano (75 km) utilizado pelo Chile e os R-77 russos (até 100 km) utilizados pela Venezuela e Peru. O que pode fazer valer a vantagem em um combate é o maior número de aeronaves que possuímos e o apoio do R-99 para delinear a melhor forma de neutralizar o inimigo com emprego de táticas modernas de guerra centrada em rede (NCW).

Mas pelo seu tamanho não temos muito que fazer para integrar um míssil mais

capaz a sua célula, tendo em vista que mísseis BVR normalmente são de grandes dimensões, como os citados acima, provocariam um arrasto aerodinâmico muito alto, prejudicando de sobremaneira a manobrabilidade de aeronave, bem como a perda de desempenho em vôo.

F-5M em vôo de teste

Foto: EMBRAER

Para o combate a curta distância estamos aguardando a definição do armamento

que será adotado no curto prazo com capacidade off-boresing para equipar o F-5M, até a entrada em serviço dos A-Darter e Piranha II – MAA-2 de fabricação nacional. Os que são utilizados atualmente (Piranha – MAA-1 e o Python 3) não possuem essa capacidade. A escolha esperada por todos é pelo Python 5 de origem israelense, um dos mais modernos no seu segmento na atualidade.

No que diz respeito à capacidade de ataque ao solo, anti-radiação e anti-navio, o

primeiro só possui armamentos antigos sem qualquer tipo de guiamento, o segundo está em desenvolvimento e deverá entrar em serviço somente após a entrega do primeiro A-1M e a terceira inexiste.

Para a solução do primeiro problema, uma alternativa seria adquirir kits

israelenses, visto que não tem restrições (ainda não foi confirmado a aquisição da Lizard, apesar de já existir fotos de F-5M armados com ela), para transformarmos nossas bombas em armas guiadas aumentando o alcance e reduzindo possíveis erros durante os ataques e exposição da aeronave em terreno hostil. Como exemplo se o piloto efetuar o lançamento de uma bomba voando nivelado ao solo a 1.000 km/h, atrasando o lançamento em 1 segundo o erro poderá chegar a 270 metros!

Com relação ao armamento anti-navio, temos como opção os mísseis Exocet de

origem francesa, que podem ser utilizados também no Mirage 2000 e a Marinha já os possui integrados em alguns helicópteros e navios da esquadra.

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Para a designação de alvos e interferência eletrônica, o ideal é a padronização e utilização de casulos de guerra eletrônica Sky Shield e os casulos designação de alvo Litening III. A FAB já adquiriu três do primeiro e quatro do segundo para equipar os F-5M do 1º/14º GAv e 1º GAvCa, mas são insuficientes para atender todos seus 146 caças6 de primeira linha que deverá possuir em breve, sendo necessário alocar mais verbas para aquisição desses equipamentos, mas com o cuidado de não ter que manter várias linhas de suprimento, onerando a manutenção.

Com relação à complementação da dotação de 80 F-5 até 2009, a FAB parece

estar mesmo animada a concluir a compra das células que ainda faltam, pois já adquiriu 11 da Jordânia para se juntar aos 46 que possuímos, totalizando 57 e está em busca de outras plataformas. Como sugestão desse autor, a FAB poderia abrir mão desse lote de 23 aeronaves restantes e investir esse dinheiro que seria destinado a esse fim no F-X ou aquisição de armamentos que totalizaria cerca de US$ 284 milhões.

Aeronave Aquisição7 Modernização8 Total F-5M US$ 46 milhões US$ 238 milhões US$ 284,0 milhões

Nesse caso gastaríamos somente os US$ 77 milhões destinados a modernizar o

que já temos em nosso inventário, ou seja, as 11 aeronaves procedentes da Jordânia. Com relação a distribuição das aeronaves F-5M poderíamos ter a seguinte

dotação com as 57 já disponíveis em nosso inventário:

F-5EM F-5FM Total 1º/1º GAvCa 14 - 14 2º/1º GAvCa 14 - 14 1º/14º GAv 14 - 14 1º/4º GAv 9 6 15

Total 51 6 57

As aeronaves destinadas ao 1º/4º GAv seriam utilizadas para a formação de novos pilotos de caça, substituindo assim os longevos AT-26 Xavante, nessa função, com isso teríamos um ganho muito grande em qualidade de instrução e uma quantidade menor de células de linhas de suprimentos diferentes, com clara redução de custos.

.

Mirage 2000 B/C (F-2000)

A plataforma de maior desempenho da FAB, o Mirage 2000 possui boa capacidade de carga e autonomia, mas fica devendo armamento mais moderno com guiamento ativo e ataque ao solo, além de possuirmos poucas células equipando nossos esquadrões (são 12).

6 57 F-5M, 53 A-1M e 36 F-X; 7 O valor foi baseado nas últimas aquisições feitas pela FAB, considerando mais 23 células para o F-5; 8 Estimado pelo valor dos últimos contratos assinados no país. Consideradas 34 células de F-5 para serem modernizadas (11 já adquiridas e 23 a serem compradas);

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Para justificar sua operação por mais alguns anos (até 2030) até a efetiva entrada em serviço do F-X, a modernização das células é imprescindível, mas para isso os custos ficariam inviáveis, algo em torno de US$ 300 milhões para a aquisição de mais 12 células e a modernização das 24 que teríamos disponíveis, ou seja, o valor de 7 aeronaves novas do F-X9, formando quase outro esquadrão.

Uma alternativa para o F-2000 se for investido esse dinheiro em sua

modernização, após a chegada do F-X redistribuiríamos essas aeronaves para outro esquadrão ou repassar para outro país, o que mesmo assim tem que ser bem pensado, pelos custos envolvidos.

Mirage 2000 brasileiro Cockpit Mirage 2000 brasileiro

Foto: FAB Foto: Dassault

A-1M – Falcão

Projetado originalmente para ser um avião de ataque na década de 1980, hoje o A-1 passará por a modernização de meia-vida.

Essa modernização do A-1M não será tão abrangente como gostaríamos, pois

não permitirá o caça utilizar, por exemplo, o míssil Derby já integrado ao F-5M. Apesar de ser uma aeronave com finalidade primária de ataque, em último caso seria possível utilizá-las para combate aéreo fora do alcance visual com atualização de dados do direcionamento do míssil pelo R-99A, não necessitando de radar mais potente e não expondo a aeronave a combates do tipo dogfigth, além de deixá-lo com total capacidade multi-role.

Em relação a sua missão primária hoje seus armamentos se resumem a bombas

“burras” (não guiadas) e nada além de alguns foguetes sem guiamento. A compra de algumas armas inteligentes ou desenvolvidas aqui mesmo, será de grande importância para a efetiva busca da vitória no campo de batalha como já foi verificado em combate pela Força Aérea Italiana em sua missão no Kosovo.

O texto abaixo descreve bem as vantagens na adoção de armamento moderno em

um ataque a uma ponte, por exemplo:

Um AMX equipado com um par de bombas guiadas a laser pode destruir uma ponte que também poderia ser destruída por oito caças AMX equipados cada um com 6 bombas convencionais disparadas com auxílio do computador (CCIP). O custo das

9 A base foi o valor de US$ 2,2 bilhões da concorrência para 36 aeronaves (cerca de US$ 60 milhões por unidade). O valor considerado foi das aquisições feitas pela FAB para os 12 Mirage 2000 B/C;

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armas disparadas seria o mesmo, mas no caso da bomba guiada, outros sete AMX poderiam estar cumprindo outras missões resultando numa maior geração de missões com o uso de armas guiadas. Uma arma guiada aumenta a precisão, diminui o número de armas a serem usadas e conseqüentemente o número de missões, reduzindo os custos e perdas amigas, civis e inimigas (agora é politicamente correto). Uma bomba que cai no lugar errado tem pouco efeito militar e muito efeito político ao aparecer nos noticiários. Cerca de 10% das bombas guiadas por GPS (bombas JDAM) e mísseis Tomahawk tem algum defeito e erram o alvo.10

Além do que foi descrito, tem a vantagem de não expor a aeronave a fogo

inimigo ou caso o faça não será por tanto tempo nem expondo uma maior quantidade de células.

A-1 da FAB totalmente armado com bombas não-guiadas

Foto: FAB

Como a maior parte desses armamentos já estão sendo utilizados por nossos

vizinhos, a nossa aviação de caça deverá possuir meios suficientes para reprimir qualquer ação que venha sofrer, mesmo sendo um oponente assimétrico (maior poder de força), faria ao menos atrasar suas ações, deixando um tempo maior para adoção de novas medidas que sejam realmente eficazes.

Futuramente, com a desativação dos F-5M da função de treinador avançado, a

FAB pode utilizar os A-1AM/BM para essa tarefa, uma vez que são infinitamente mais novos que aquelas aeronaves, mas possuindo eletrônica semelhante.

AT-29 – Super Tucano

Após ganhar fama internacional por ter sido utilizado pela Força Aérea Colombiana para atacar posições da FARC em território equatoriano no último mês de março, o Super Tucano precisa adotar novas tecnologias para uma melhor operação no país.

Nosso Super Tucano, possui menos equipamentos e tecnologia que aqueles vendidos para a Colômbia, necessitando adotar novos meios como emprego de armas guiadas, mais eficientes a ataques ao solo, bem como novos aviônicos e mira montada em capacete para o engajamento a helicópteros complementando a capacidade que será adquirida com a aquisição de helicópteros de ataque pela FAB.

10 Texto retirado do site: http://sistemadearmas.sites.uol.com.br/amx/amx05guiadas.html, em 11/04/2008, com modificações;

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Como a produção ou a integração de equipamentos ao software é totalmente feita

no Brasil, não exigiria muitos custos a compatibilização de mísseis off-boresing para engajamento de helicópteros e mísseis ar-solo guiados para ataque a blindados, oferecendo uma grande poder de fogo em operações na Região Amazônica.

A-29 equipado com lançadores de foguetes ALX demonstrando seu poder de fogo

Fotos: EMBRAER

Com isso os AT-29 estarão preparados para operar por vários anos em

comunalidade com as outras aeronaves de caça utilizadas no país e condizente ao desempenho esperado em sua arena de combate. F-X

Hoje a FAB observa a necessidade de investir pesadamente na compra de uma

nova aeronave de combate para fazer frente às novas ameaças da região, sendo necessário despender de vários milhões de dólares nesse contrato que já deveria ter sido assinado há vários anos e as aeronaves já estarem em operação.

Adquiridos em 1972 os Mirage III brasileiros já deveriam ter sido substituídos

em 1995 por uma nova aeronave de alto desempenho, mas o processo para a aquisição desse novo caça de primeira linha para equipar o 1º GDA vem se arrastando por muito tempo e o Mirage 2000 foi adotado em caráter de urgência até a escolha de um novo vetor. A expectativa agora é que no fim de 2009 seja dada uma resposta em relação ao vencedor, com as primeiras células sendo entregues em 2013.

Em maio deste ano foi dada a largada para a reabertura do processo de compra de

até 36 aeronaves com a expectativa de alcançar até 120 células nos próximos anos. Com isso é esperado inicialmente um empenho de até US$ 2,2 bilhões para a compra de uma das seguintes aeronaves: os americanos Lockheed Martin F-35 Lightning II, Boeing F/A-18 E/F Super Hornet, o europeu Eurofigther Typhoon, o sueco Gripen, o russo Sukhoi SU-35 e o francês Dassault Rafale, com grandes chances dos três últimos.

Sukhoi SU-35 Dassault Rafale

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Foto: Sukhoi Foto: Dassault

Essa concorrência se faz necessária ser concluída o quanto antes, pois nossos

vizinhos vêm adquirindo armamento moderno bem superior ao nosso e ainda nos valemos da vantagem quantitativa e do conceito NCW adquirido com a aquisição dos R-99A, mas que pode ser superado em breve se a Venezuela firmar a compra de um A-50 russo para possuir capacidade semelhante em seu território.

Gripen NG Eurofigther Typhoon

Foto: Saab Foto: EADS

Com a postura de fechar contrato com quem transferir tecnologia, atitude mais sensata a ser feita por um país em desenvolvimento como o nosso, já está rendendo frutos, pois o F-35A Lightning II não será disponibilizado para a concorrência pelo alto grau de transferência tecnológica que o Brasil requer, ele só seria disponibilizado para o país a partir de 2019! Nesse caso a Lockheed Martin apresentou um F-16 com a designação BR11, mas não especificou o que virá nessa aeronave.

F/A-18 F Super Hornet F-16C-60 Falcon

Foto: Boeing Foto: Lockheed Martin

11 Jornal Valor on-line, de 26 Agosto 2008;

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Após essa aquisição e integração da aeronave em nosso sistema de defesa, deveremos manter um programa de fabricação de pequenas quantidades para ir substituindo as células mais velhas dos F-5M e os A-1M visando à padronização da força, mas pesa em seu desfavor a possibilidade de ficar refém de somente um fornecedor.

Segundo fontes do MD, a Rússia apresentou o Sukhoi SU-35 ao preço de US$

50 milhões e a participação do país no desenvolvimento do seu novo caça de 5ª geração, chamado de PAK-FA T-50, com custos na ordem de US$ 20 bilhões, sendo cada célula estimada em US$ 70 milhões. Soma-se a isso a participação no desenvolvimento de radares. Se for confirmado esse valor do SU-35, ainda restarão US$ 400 milhões que podem ser investidos em equipamentos/armamentos para as 36 células, podendo chegar até a 44 e formar dois esquadrões ou transferir esses recursos para o projeto do PAK-FA T-50.

Já a França ofereceu o Rafale F3 (o mais moderno), com preço em torno de € 70

milhões (equivalente a US$ 100 milhões), onde esses seriam fabricados em cooperação com o Brasil e o país participaria no desenvolvimento de Aeronaves de Combate não-tripuladas (Projeto Neuron). Com esse valor apresentado pelo Rafale F3 só poderíamos adquirir 21 aeronaves, mas com a vantagem de ter alguns equipamentos que podem ser compartilhado com as outras aeronaves em uso.

O Gripen NG é uma nova aeronave, totalmente reformulada em relação à

oferecida anteriormente. Solucionou em parte a sua baixa autonomia e aumentou consideravelmente sua carga máxima, hoje é possível transportar até 8 mísseis ar-ar (sendo 6 BVR), além de dois tanques subalares. Com relação às vantagens dessa aeronave para o país está na possibilidade de transferência de parte da tecnologia, além do forte lobby que o grupo sueco possui um na economia nacional, podendo influenciar bastante na decisão. O que não foi divulgado ainda é o desempenho e autonomia da aeronave com carga máxima.

Com isso, entre outras propostas que ainda receberemos, qual caça será adotado

por nossa Força? Só aguardando para ver o desfecho dessa concorrência.

Custos totais dos equipamentos/armamentos para os caças.

Equipamentos12 Qtdo Valor Total Sky Shield 10 US$ 14 milhões US$ 140,00 milhões Litening III 15 US$ 3,25 milhões US$ 48,75 milhões

Total US$ 188,75 milhões

Armamento Qtdo13 Valor Total Derby 57 US$ 600 mil US$ 34,2 milhões

Python 5 110 US$ 500 mil US$ 55,0 milhões WVR F-X 72 US$ 500 mil US$ 36,0 milhões BVR F-X 72 US$ 1 milhão US$ 72,0 milhões

12 Foram dados foram estimados para a seguinte dotação de aeronaves: 1 Sky Shield para cada 10 caças (F-X/F-5M) e um Litening III para cada 10 aeronave de ataque (A-1M/F-5M/F-X); 13 Foram considerados estoques para tempo de paz e defesa imediata contra algum ataque e não a reserva de armamento para combate prolongado. Os armamentos ar-ar são considerados 1 míssil Derby para cada aeronave de caça F-5 (57), um míssil de curto alcance para cada aeronave de caça A-1 (53)/F-5 (57) e quatro kits de bombas guiadas para equipar cada A-1M e dois kits para o F-X e o F-5M. Essa quantia é suficiente para a Força dispor para alerta em suas bases e treinamento de equipagens; O valor do Python 5 é baseado no da versão 4 para alguns operadores estrangeiros e segundo fontes o preço não é muito diferente. No caso do F-X foi considerado 2 mísseis de curto e médio alcance para cada aeronave;

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Kit Bombas guiadas14 390 US$ 150 mil US$ 58,5 milhões MAR-115 50 US$ 1 milhão US$ 50,0 milhões

Total US$ 305,7 milhões

Sem considerar a modernização do A-1, que já teve seu contrato assinado por cerca de US$ 400 milhões e está em execução, esse reforço em nossa Força Aérea custaria somente US$ 494,45 milhões, sem contar claro com mudanças estruturais nas bases, treinamento de equipagens e outros itens que permeiam a operacionalidade da Força.

Também cabe salientar que o valor é aproximadamente um quinto daquele que

será destinado à compra do novo caça, mas que elevará de sobremaneira nossa capacidade ofensiva.

Treinamento

A instrução primária da FAB já tem que ser pensado a substituição dos cansados T-25 Universal, por aeronaves mais modernas, a alternativa mais sensata é a adoção do T-27 Tucano também na instrução primária, capacitando o cadete com um conhecimento adicional e estar melhor preparado para galgar novos conhecimentos no futuro.

Com a aquisição dos AT/T-29 Super Tucano, os T-27 que equipavam os 3º

GAv, podem ser redistribuídos para a AFA, substituindo os T-25. Com relação ao treinamento avançado, os AT-26 Xavantes estão no fim de suas

vidas úteis necessitando urgentemente de substituição por um vetor que faça a transição dos ALX para a primeira linha de caça nacional: F-5M, F-2000 e os futuros A-1M e F-X.

Para dar mais uma sobrevida ao AT-26 a FAB está fazendo um permuta de uma

quantidade ainda não definida de Tucanos pelos Xavantes em operação na Força Aérea Paraguaia, além do Boeing 707 recentemente desativado por eles.

Com isso a opção mais viável financeiramente é redistribuição de algumas

células do F-5M para equipar o 1º/4º GAv, esquadrão que tem a função de formar esses pilotos, conforme já citado anteriormente.

Xavante decolando para mais uma surtida de

treinamento AMX-T em testes

14 O kit aqui informado se refere à estimativa de preço da Lizard israelense, que já foi integrada em aeronaves semelhante as que possuímos; 15 Míssil Anti-Radiação nacional, esse preço deve-se ao fato de ser dos primeiros lotes, normalmente mais caros (valores estimados);

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Foto: FAB Foto: Alenia

Essa opção é mais viável, pois já possuímos uma linha de suprimentos formada

com pessoal experiente na manutenção e instrução da aeronave, além da mesma poder cumprir a função de caça/bombardeiro de grande desempenho ainda não disponível naquela região do país.

Distribuição atual dos caças de primeira linha

Se o caminho a ser seguido for à compra de um novo vetor, esperamos que essa

aeronave seja o AMX-T que é configurado para essa finalidade. Com isso teríamos a reabertura da linha de montagem do AMX além de dar preferência para a indústria nacional facilitando a longo prazo a manutenção e logística das células, inclusive o Ministro da Defesa Nelson Jobim já sinalizou essa possibilidade, mas necessitaria de um investimento de aproximadamente de US$ 300 milhões (US$ 20 milhões a célula).

Patrulha marítima

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É esperada a integração dos P-3BR Orion na função de patrulha marítima na FAB a partir de 2009, mas essas aeronaves necessitam de uma inferior para apoiá-las visto a extensão de nossa “Amazônia azul” e as oito que serão incorporadas serão insuficientes.

Uma das possibilidades é efetuar a modernização dos 19 Badeirulhas que ainda

temos em operação na Força, com equipamentos mais modernos e melhor capacidade para cumprimento de sua missão primária, não necessitando tanto da operação do P-3 deslocado de sua base.

Isso também serviria como forma de progressão operacional dentro da força, mas

sem criar um buraco muito grande entre os sistemas das aeronaves que estão em operação. Outra alternativa é a aquisição de alguns P-99 da EMBRAER para substituir o Bandeirulha que está com vários anos em utilização.

Caso fosse adotada essa aeronave teríamos uma cobertura maior no

esclarecimento e patrulha por desenvolver maior velocidade e possuir maior autonomia aos Bandeirulhas, além de criar maior estoque de peças por possuir comunalidade com os R-99 A/B do 2º/6º GAv, os C-99 do 1º/2º GT e os Legacy operados pelo GTE.

Os P-3BR irão operar a partir de Salvador (1º/7º GAv) segundo informações da FAB. No que se refere à logística é excelente todas as aeronaves concentradas na mesma base, mas se for analisar a questão custos esse poderá ficar bem acima do previsto, uma vez que terá que operar deslocada de sua sede onerando por ter custos com diárias, combustível até o destino e o tempo que foi perdido no deslocamento. A FAB considera a BASC – RJ (4º/7º GAv) como unidade de desdobramento.

Um Bandeirulha em patrulhamento Um P-3A nas cores da FAB

Foto: FAB Foto: Jetphoto.net

Também é interessante a FAB começar a pensar em um substituto para o P-3, pois em 2025/2030 já estará chegando a 60 anos de idade, necessitando de uma atenção maior para continuar sendo operado e provavelmente com custos bem elevados para a manutenção. Como futuras opções, podemos considerar o EMBRAER P-99, CASA C-235, futuramente o Boeing P-8, dentre outros, ou o desenvolvimento de uma nova versão baseado no EMB-195 nessa configuração, com maior capacidade de detecção e autonomia.

Transporte e reabastecimento em vôo

A aviação de transporte da FAB hoje está sucateada e com necessidades prementes para voltar a voar e cumprir suas missões com segurança.

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Um dos itens mais importantes é a substituição ou modernização da espinha

dorsal de transporte da FAB, o C-95 Bandeirante. Foi anunciado que seria efetuada a compra de 50 aviões CASA C-212 para substituí-los, mas por falta de recursos esse contrato ainda não foi para frente. Com isso, todas as células com configuração executiva começarão a serem desativadas a partir de 2010 e será efetuada modernização nos 54 cargueiros que ficará em operação.

É importante salientar que é vantagem para o país não levar o contrato citado

adiante, pelos seguintes motivos:

• Se a EMBRAER não tem interesse em retomar a fabricação de uma aeronave desse porte, a FAB tem totais condições de fazê-lo em seu Parque de Materiais Aeronáutico de São Paulo;

• Temos que possuir total domínio sobre a produção da aeronave, que por sinal é um projeto inteiramente brasileiro e fez muito sucesso enquanto estava em produção, tudo isso para não ficarmos dependente de licenças do fabricante para produzir aquilo que temos total conhecimento;

• O CASA 212 não tem um projeto mais moderno que o C-95 que justifique sua fabricação.

• Priorizar a indústria nacional; • E por fim, são os problemas que a FAB vem enfrentando para manter o C-295 voando.

Como a aeronave foi projetada para operar em condições diversas das que possuímos, ela não está atendendo os requisitos da Força, com isso, será que o C-212 não repetirá tal performance?

Com a reabertura da linha de produção do Bandeirante no país, lançaria no

mercado mais uma aeronave de transporte de pequeno porte para operações civis e militares. A própria EMBRAER tem observado que terá que produzir aeronaves menores turboélices para atender a demanda mundial, devido à alta do petróleo, para o transporte de passageiros no mercado civil.

Caso essa nova empreitada vá em frente, uma sugestão para a remotorização da aeronave que atualmente é equipado com o famoso motor canadense Pratt & Whitney PT6A-27 com 680 SHP, seria substituído pelos motores do T-27 PT6A-25C ou até o PT6A-68C de 1600 SHP do Super Tucano, gerando uma maior velocidade de cruzeiro, maior capacidade paga e está equipado com motores mais modernos e econômicos, caso sua estrutura comporte.

Como um exemplo de um programa mal sucedido em sua condução, foi o da escolha do C-105 – Amazonas (CASA C-295) para substituir os C-115 – Búfalo. Essa aeronave não está conseguindo efetuar as missões daquele pelo simples motivo de não ter condições de operar naquela região, quente e úmida. Uma decisão sensata e que poderia render bons frutos para a indústria aeronáutica nacional, seria a aquisição dos direitos de produção do modelo da De Havilland Canadá, fabricante do Búfalo, remotorizar a aeronave, efetuar a modernização de seus aviônicos e produzi-la em território nacional. Assim teríamos uma ótima aeronave para operar em nosso território, que só foi desativada por problemas logísticos em decorrência da descontinuação de sua linha de montagem, além da possibilidade de aquisição de outros operadores, em virtude de suas excelentes características.

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O problema com os C-105 está tão critica que quatros das 12 células previstas para equipar o 1º/9º GAv em Manaus-AM (Esquadrão Arara), serão redistribuídos para operar no 2º/10º GAv em Campo Grande (Esquadrão Pelicano) em proveito de missões de Busca e Salvamento e um pouco mais distante da Região Amazônica.

A longevidade dos C-130 na FAB é conhecida (desde 1964). Aeronave com grande capacidade de transporte, sofre com a nova demanda que os tempos modernos tem imposto a ela. A alternativa para solucionar seus problemas de projeto seria a aquisição do futuro C-390 da EMBRAER para substituí-lo e complementar os KC-137 na função de reabastecedor.

Apesar da modernização das 22 células do C-130, em certas missões a aeronave

já começa a sentir os efeitos da idade, não permitindo cumpri-las, como por exemplo, o transporte de blindados, por ter a largura diminuta de sua cabine.

Também vale destacar que várias dessas aeronaves estão com problemas de suprimento de peças devido à falta de verbas, bem como a idade de suas células, facilita o aparecimento de problemas logísticos pela dificuldade de encontrar peças.

O projeto do C-390 deve sofrer alguns atrasos, pois o governo cortou verbas para

o desenvolvimento dessa aeronave juntamente com a continuação do projeto do submarino nuclear brasileiro, segundo informou o Jornal Correio Braziliense no dia 09/04/2008. A EMBRAER agora intensifica a busca de apoio de empresas internacionais para dar continuidade ao projeto.

KC-130 em missão de reabastecimento C-390 em configuração de transporte de tropa

Foto: FAB Concepção artística: EMBRAER

Para complementar a função de transporte estratégico pesado, uma das soluções

seria aumentar a frota de KC-137, com a busca de células no mercado internacional, como as cinco unidades do Boeing 707 (sendo quatro cargueiros e um de passageiros) que a Argentina desativou recentemente. A FAB já está negociando mais um Boeing 707 com o Paraguai para aumentar a dotação de grandes cargueiros da Força. Essas aeronaves passariam por um processo de modernização com a troca da aviônica analógica por uma digital (glass cockpit), com itens em comum com outras aeronaves de transporte e a remotorização visando à redução do ruído e adequando as legislações internacionais para operar sem restrições.

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“Como opção para substituição das turbinas Pratt & Whitney JT3D, há disponível no mercado internacional, as turbinas General Eletric/SNECMA CFM-56-2A2 turbofan com hushkits16 e as que equipam o Boeing DC-9. A principal diferença entre elas é que os CFM-56 são maiores ficando assim mais próximos do solo, o que prejudica a operação em aeródromos com pouca infra-estrutura, facilitando o aumento da ingestão de FOD17 que pode trazer danos aos motores em relação às turbinas do Boeing DC-9. Outrossim, a adoção de um HUD18, a exemplo do que ocorre no C-130J, diminuiria a carga de trabalho dos pilotos, como também de um datalink para operar com enlace de dados com as aeronaves R-99 e os caças, de forma a manter silêncio rádio durante as operações de caráter estratégico, elevando a aviação de transporte para um novo patamar de tecnologia e operacionalidade.” 19

Outra alternativa para aumentar a dotação de aeronaves com essas

características, seria a aquisição, por exemplo, de aviões Airbus A-310 MRTT, para serem transformados em reabastecedores e cargueiros de longo alcance. A Airbus já entregou quatro desse modelo para a Força Aérea Alemã (Luftwaffe) e dois para a Força Aerea Canadense, onde recebeu a designação de CC-150 Polaris.

Airbus A-310 reabastecedor KC-137 decolando

Foto: Roberto Portella Bertazzo Foto: FAB

AEW&C e SIGINT (Inteligência de sinais)

Os R-99A/B foram as principais aeronaves no programa de modernização da

FAB nos últimos anos e são sem dúvida alguma o divisor de águas de nossa força de combate. Como possuímos essa capacidade única no Hemisfério Sul, não podemos deixar

de pensar na modernização desse importante vetor, com a possibilidade de adotar uma nova plataforma com maior capacidade, como o EMB-195.

R-99A sobrevoando o Rio de Janeiro R-99B

16 Esse equipamento é capaz de reduzir o nível de ruído emitido pelas turbinas visando atender as regras do “stage 3” da FAA; 17 Foreign Object Damage – Danos por objetos externos; 18 Head Up Display: Display que transmite os dados para o piloto em uma tela na altura dos olhos; 19 Retirado do texto “KC-137 – Uma alternativa para a FAB”, com alterações;

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Foto: FAB Foto: FAB

Os próximos passos são a miniaturizações dos sistemas, reduções no consumo de

energia, maior autonomia e a possibilidade de reabastecimento em vôo e unificação da plataforma nos moldes do Programa ACS20 americano.

Exército Brasileiro

Os principais problemas que podemos visualizar no Exército no médio prazo, é a falta de uma aeronave menor para o treinamento primário e a falta de recursos para modernizar e equipar seus meios disponíveis.

Com relação ao treinamento, já foi abordado que uma das soluções seria a unificação, que acabaria com a dependência de uma nova célula.

No que diz respeito à modernização de seus meios, interessante à adoção da

capacidade de lançamento de armas mais eficazes e longa distância para operar em seu ambiente a partir dos helicópteros que possuem para apoio aéreo aproximado.

Faz-se necessário também a aquisição de um helicóptero de ataque (o mesmo

que a FAB adquirir, por questões de logística) e aeronaves de asa fixa para o transporte de tropa, como o C-390 ou uma aeronave do tipo. Também pode ser considerado o repasse de alguns C-130 da FAB após a aquisição do C-390 para essa Força.

Para o helitransporte terá um alento nos próximos anos, em virtude dos 17 EC-

725 Cougar que receberão da EADS/Helibrás. Para o reequipamento de suas baterias Antiaéreas, hoje com quase todas fora de

operação, o estudo deve ser efetuado em conjunto com as outras armas, visando a aquisição de equipamento em comum, sendo que para a FAB existe a necessidade de equipar suas principais bases como a BAAN, BACO, BASC e a Marinha a BAeNSPA. Já existem estudos no Brasil para utilização do míssil Piranha como uma alternativa no curto prazo, ou alternativas com melhor poder de fogo como o israelense SPYDER ou o russo TOR.

20 ACS: Aerial Common Sensor (Sensor Aéreo Comum);

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Marinha do Brasil (MB) A Marinha necessita urgentemente de reativar sua aviação de asa fixa de

combate, pois por falta de verbas e conseqüentemente falta da manutenção ideal as aeronaves estão sem operar. Também se ressente a falta de aeronaves AEW&C, transporte e helicópteros utilitários.

Força de combate naval – A-4

No fim da década de 1990 a Marinha brasileira obteve novamente o direito de

operar aeronaves de asas fixa conforme o Decreto presidencial nº 2.538 de 08/04/1998 e para isso adquiriu um total de 23 aeronaves (20 células mono tripulado e 3 bi tripulados) do Kuwait em 30/04/1998 uma negociação que envolveu materiais sobressalentes (20 motores extras, peças de reposição) e 217 mísseis AIM-9H Sidewinder (hoje todos obsoletos), ao custo de US$ 70 milhões, sendo essas aeronaves designadas como AF-1 (mono tripulado) e AF-1A (bi tripulado) na MB.

Baseados inicialmente no Porta-Aviões Minas Gerais, que foi logo substituído pelo São Paulo, que possui maior capacidade, a Marinha iniciou a formação de pessoal qualificado para operar a aeronave. Buscando formar seus pilotos no menor tempo possível e sem ter condições de fazê-lo no Brasil no curto prazo, a Força enviou seus alunos que comporiam a primeira turma para centros nos EUA.

O A-4 é uma aeronave extremamente manobrável utilizada por diversas Forças

Aéreas e Forças Navais pelo mundo. Fabricadas a partir da década de 1960 a aeronave é leve e com boa capacidade de carga. Hoje não é considerada uma aeronave moderna e precisa passar urgentemente por um processo de modernização adequando aos novos parâmetros de operação da Guerra moderna.

Inicialmente é necessário à volta da operação dos jatos no porta-aviões São Paulo

que se encontra docado para manutenção e o retorno das aeronaves para a linha de vôo, pois estavam paradas por falta de motores até o dia 10 de março, quando algumas retornaram ao vôo. Hoje a Marinha possui um contrato com a LMAASA (Lockheed Martin Aircraft

Argentina S/A) para efetuarem esse serviço, mas apenas até julho de 2009, posto isto é conveniente um estudo sobre quais providências serão tomadas para quando findar o contrato a Força não fique novamente desprotegida.

Atualmente somente dois A-4 voltaram a operar, os demais estão aguardando

liberação de verbas e solução dos problemas na manutenção dos mesmos. Isso se torna um descaso ainda maior por parte do governo quando pensamos que para a formação de um Oficial aviador naval operacional em A-4 não custa menos que US$ 1 milhão de dólares. Com as aeronaves estacionadas eles poderão perder suas qualificação por não cumprir um mínimo de horas de vôo no decorrer do ano.

A-4 da Marinha pousando no A-12 São Paulo A-4 voando em formação no litoral do Rio de Janeiro

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Foto: Marinha do Brasil Foto: Marinha do Brasil

Para solucionar em parte essa situação eles estão efetuando vôos em aeronaves

da FAB, mantendo ao menos a proficiência de vôo em aeronaves de asa fixa, mas não para operação em porta-aviões, onde precisam se deslocar para os Estados Unidos, aumentando ainda mais os custos.

Se formos levar em conta a progressão operacional e de carreira, em breve esses

oficiais não poderão compor a dotação orgânica da unidade, pelo simples fato da estrutura formada não comportar seus postos na organização.

A modernização dessas aeronaves parece que deverá ser autorizada no decorrer

de 2009 e deve ser incluída como uma das prioridades daquela Força no PAC Defesa. A FAB já está colhendo seus frutos dos esforços que envidou para planejar e

executar a modernização de seus caças F-5, e agora iniciando a do A-1 e que pode ser adotado na modernização dos A-4.

O ideal seria a adoção de vários equipamentos em comum visando à redução de

custos e facilidade de manter uma linha de suprimentos por vários anos eliminando problemas como o descrito acima. Uma equipe da EMBRAER já visitou a BAeNSPA para verificar a situação das células e viabilizar um estudo para modernizar as aeronaves. O principal problema a ser enfrentado pelos A-4 é a compatibilização da aviônica em um espaço bem menor que daquelas aeronaves, pois seu cockpit e o nariz são menores.

Na modernização podem ser utilizados os mesmos aviônicos do ALX/F-5M/A-

1M desonerando a modernização com o desenvolvimento de novos equipamentos, além de facilitar a manutenção a longo prazo, uma vez que teríamos cerca de 230 caças21 com equipamentos similares.

Outrossim, é de suma importância dar preferência à indústria nacional nesse

processo de modernização, não adotando a postura dos nossos vizinhos argentinos, onde a metade do processo de modernização foi efetuada em território americano, além de não ter efetuado a transferência de tecnologia, como de equipamentos sensíveis como o radar AGP 66 não foram liberados os códigos fonte do mesmo.

Possuindo cinco pontos duros em sua fuselagem, sendo três molhados22, a

aeronave tem capacidade de transportar até 4.500 kg de armamentos ar-ar, ar-solo.

21 99 ALX, 54 F-5M, 53 A-1M e 18 A-4M; 22 Pontos que permite o uso de tanques sobressalentes para aumentar a autonomia;

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O radar poderia ser o que é utilizado no F-5M, que possui modos ar-ar, ar-solo e

ar-mar, integrando o míssil BVR Derby (como o utilizado no A-4 da Força Aérea Israelense), além de mísseis de curto alcance como os Python 4 ou 5 de última geração, compensando em parte a limitação que a célula tem em relação à nova geração de caças. E por fim a integração de bombas guiadas e mísseis anti-navio que elevariam a aeronave para um novo patamar de combate.

Para ter um bom desempenho no combate ar-ar é ideal a integração de quatro mísseis BVR Derby para reduzir a exposição da aeronave em um ambiente que as aeronaves modernas são muito mais capazes.

Com relação a mísseis anti-navio a Marinha e a FAB poderiam manter duas

linhas de suprimento do armamento adequando assim suas necessidades comuns. A Marinha equipou seus navios e helicópteros com mísseis franceses Exocet, que poderiam ser utilizados no Rafale (caso venha ser escolhido no F-X) ou no Mirage 2000 em operação no 1º GDA até a entrada em serviço do F-X, necessitando apenas alterações no software.

O outro míssil é o de origem americana, o Harpoon, pois a grande massa das

aeronaves utilizadas pelas duas forças é de origem americana (F-5M/A-4M) ou compatível com padrão OTAN (A-1M). A US Navy já instalou um míssil Harpoon em um A-4M para testes, como podemos ver na imagem abaixo.

Mirage 2000 equipado com Exocet A-4 equipado com míssil Harpoon

Fotos: Dassault Foto: US Navy

Com relação a armamento ar-solo poderiam adotar as bombas inteligentes para

apoio aéreo aproximado que a FAB irá utilizar. Hoje o esquadrão não tem nenhum tipo de armamento ar-solo, as primeiras bombas que receberam, foram doadas por uma empresa inglesa para treinamento (duas unidades da Mk 81 inerte)23. Também pode ser utilizado mísseis MAR-1 em desenvolvimento para missões SEAD24.

Se utilizarmos como base os valores da modernização dos A-1M (com

atualização) e efetuando a modernização de 18 células (15 monoplace e 3 biplace) ao invés das 23 disponíveis (nunca operaram mais que seis aeronaves no A-12), seria orçado em torno de US$ 162 milhões. O que representa um valor menor que o de duas células de uma aeronave moderna como o F-18 E/F que custa cerca de US$ 92 milhões (preço da venda de 24 unidades para Austrália em 2007). Com isso a esquadra receberia um grande up-grade aguardando a

23 Esquadrão VF-1 agora com bombas, 29/03/2008, http://blog.naval.com.br/; 24 Suppression of Enemy Air Defenses - Supressão de Defesas Aéreas Inimigas;

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definição de que meios futuros poderiam ser utilizados pela Força Naval Brasileira, como exemplo: Rafale (com restrições) e F-18 A/C.

Cabe salientar que para substituir os A-4 a MB precisa pensar no substituto do

A-12. Primeiro por sua vida útil (até 2025/2030), depois por não ter condições de operar caças maiores e mais pesados. Sua catapulta tem somente 50 m sendo o ideal nesse casos cerca de 75 m. as linhas que podemos seguir é a fabricação de um novo porta-aviões em território nacional ou a aquisição de um de segunda mão com preços módicos, mas vida útil reduzida. Mas que não deixa de ser um sonho para uma esquadra que hoje está sem condições de colocar sua belonave em operação.

Com relação à operação Rafale, o seu principal problema está no peso maximo

de decolagem que as catapultas do São Paulo permitem. As alternativas são; a decolagem com uma quantidade maior de combustível permitindo maior autonomia, mas estar dotado com um menor número de armas a bordo, ou o inverso para compensar. Já o F-18 A/C tem a seu favor o menor preço de aquisição, mas necessitaria de um bom investimento para modernização de sua estrutura e equipamentos de vôo, integração de armamentos que não possuam restrições, mas ainda assim ficaríamos na dependência do governo americano para autorizar essas modificações. Outro problema do F-18 é seu raio menor que a do Rafale, cerca de 280 a 400 nm, dependendo da configuração, para aumentar sua autonomia, é imprescindível a aquisição de reabastecedores ou a adoção de Buddy-Pack sistem, como os adotados recentemente pelos A-4 nacionais.

Independente da modernização da célula do A-4, a MB já está estudando a

transformação do turbo jato J-52-P-408 para o padrão “A”, usados nos Prowlers (EA-6B) e substituição do gerador por um novo da Allied Signal. A modernização consiste da substituição da seção quente, gerador e outros pequenos itens, custando cerca de US$ 5 milhões para os mais de 40 motores da MB, gerando uma economia de combustível e melhor desempenho e confiabilidade do motor.

Armamentos e equipamentos para os A-4

Foram considerados os equipamentos para designação de alvos e interferência eletrônica utilizados pela FAB

Equipamentos25 Qtdo Valor Total Sky Shield 3 US$ 14 milhões US$ 42 milhões Litening III 3 US$ 3,25 milhões US$ 9,75 milhões

Total US$ 51,75 milhões

Armamento Qtdo26 Valor Total Derby 36 US$ 600 mil US$ 21,6 milhões Python 5 36 US$ 500 mil US$ 18,0 milhões Kit Bombas guiadas 72 US$ 150 mil US$ 10,8 milhões Míssil anti-navio 18 US$ 1,5 milhão US$ 27 milhões

25 Foram dados foram estimados para a seguinte dotação de aeronaves: Um Sky Shield e um Litening III para cada 10 A-4, sendo um reserva; 26 Os armamentos ar-ar são considerados 2 mísseis Derby, 2 mísseis Python 5 e quatro kits de bombas guiadas para cada A-4M;

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MAR-1 20 US$ 1 milhão US$ 20,0 milhões Total US$ 97,4 milhões

AEW&C, Guerra anti-submarino/superfície

Um dos principais entraves que a Marinha possuía nos últimos tempos era a aquisição de um novo helicóptero para guerra anti-submarino e de superfície, mas foi definida com a escolha pelo S-70B Sea Hawk. O contrato no valor de US$ 300 milhões desses helicópteros inclui treinamento, 13 motores T-700-401C, peças de peças de reposição, equipamentos de suporte pós-venda, publicações e boletins técnicos. Os S-70B estarão equipados com MAGE LR-100, sonar, radar APS-143, FLIR SAFIRE III, IMS- Integrated mission system Datalink.

Outro tipo de aeronave que a Marinha ressente sua falta são os de alerta aéreo

antecipado, que operariam conjuntamente com os A-4 modernizados.

Hoje o mercado oferece o E-2 Hawkeye que podem operar embarcado no A-12 ou ainda os S-2T Turbo Tracker como os que operam na Aeronaval Anti-submarina da Armada Argentina. A EMBRAER ofereceu o trabalho de modernização dos S2T para a Marinha nos moldes semelhantes ao que é adotado pelo R-99A da FAB, que facilitaria na questão de logística de peças (radar) e treinamento de equipagens, por terem sistemas semelhantes. O que pesa negativamente é a idade da célula.

O E-2 Hawkeye tem um custo muito maior de aquisição em sua versão “D” (a

mais moderna), mas é a última palavra em AEW&C para operar embarcado. Sua entrada em serviço está previsto para o fim de 2010. A solução mais viável para a Marinha em relação a essa aeronave, seria a aquisição da versão “C” e efetuar uma modernização com equipamentos como dos R-99A.

E-2D Hawkeye da US Navy S-2T Turbo Tracker

Foto: US Navy Foto: Armada Argentina

Existem outras opções, mas os custos de aquisição são maiores e alguns não

podem operar a bordo do A-12, como o russo A-50 e o próprio brasileiro R-99A. Se for adotado um sistema semelhante ao do R-99A poderemos ter operações

conjuntas entre as aeronaves além de fechar todo sistema NCW de combate, com troca de informações entre os aviões de combates das duas forças e navios.

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Do ponto de vista da economicidade, uma célula que poderia suprir várias

missões da MB, seria o S-3B Viking. Como está sendo descomissionados da Marinha Americana até o 2010, temos a informação que foi efetuada a oferta para nossa Marinha na FIDAE 2006 da venda de algumas células a preços módicos, o que não foi confirmado pelo governo brasileiro.

S-3B Viking decolando de um porta-aviões

Foto: USNavy

O S-3 pode cumprir missões de REVO (Reabastecimento em vôo), busca e

resgate, reconhecimento e análise eletrônica, AEW&C (Airborne Early Warning & Control - Alarme Aéreo Antecipado & Controle), apoio à guerra de superfície, submarina, Designação de Alvos Além do Horizonte (OTHT - Over the Horizon Targeting), missões de suporte à frota, etc, ou seja, um grande utilitário para utilizar em um porta-aviões. Se for adotada essa aeronave, só será necessária a revisão geral da célula e a modernização de algumas versões para cumprir da melhor forma sua missão.

Na tentativa de dar pernas longas a sua aviação de caça, a MB adquiriu três pod

ventral para reabastecimento Sargent Fletcher Buddy-Pack, amenizando a deficiência da falta do reabastecedor no curto prazo.

Helicópteros de ataque

É ideal a compra de algumas células de helicópteros de ataque para apoio ao CFN27 (cerca de seis), que em comunalidade com os da FAB e EB (se vierem a adquirir), reduziria os custos com a operação, manutenção e formação de pessoal qualificado. Essas aeronaves ficariam baseadas na Região Amazônica.

Conclusão

Com recursos na ordem de US$ 4,161 bilhões teremos a arma aérea de nossas Forças Armadas com o que há de mais moderno na atualidade, além de possuir uma efetiva capacidade de dissuasão, voltando a ser assim a ponta de lança do continente Sul-Americano.

27 Corpo de Fuzileiros Navais;

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Sem contar com outros projetos que foram citados aqui a serem desenvolvidos, a partir de 2009 até 2020, é necessário cerca de US$ 380 milhões/ano para efetuar esse reequipamento. É uma parcela pequena dos R$ 69 bilhões previstos para os próximos anos que, em teoria, serão destinados a defesa.

Além disso, será necessário um orçamento para manter as equipagens em operação e a manutenção das aeronaves. É esperado também esforço aéreo semelhante aquele autorizado no decorrer das décadas de 1980/1990.

A redistribuição dos militares pelo país e a transferência de unidades aéreas,

contribuirá para a defesa de nossos maiores patrimônios: preservação da floresta, patrulha e vigilância de nossa “Amazônia Azul”, além de coibir tráfico de drogas e armas, que tem trazido tantos problemas internos em nosso país, como também a repressão de possíveis incursos estrangeiras em nosso território.

Com poucos recursos, diante o tamanho do PIB e da arrecadação da máquina

estatal que cresce a cada ano, vale a pena investir na defesa de nossa soberania, mantendo os equipamentos em sintonia com aqueles usados por outras nações. Hoje o país investe somente 1.5% de seu PIB, mas as perspectivas são de investimentos na ordem de 2,5%, um número razoável se compararmos o descaso que vem recebendo essas armas, mas que infelizmente o governo solicitou para ser excluído para não ter seu orçamento comprometido com essa destinação, o que é uma pena.

Também é esperada a retomada dos investimentos em nossa indústria defesa, conforme citação do Ministro da Defesa durante o recebimento do último lote dos Mirage 2000, “As Compras de prateleiras com transferência de tecnologia”28, será de suma importância para a retomada desse processo, pois irá acabar com as compras sem incluir a indústria nacional ou o repasse da tecnologia.

Bem, vamos aguardar para ver que rumos serão tomados para a defesa nacional

para o futuro próximo e que não demore tanto a ser executado o que foi planejado, o que é muito comum em uma nação que a defesa é visto simplesmente uma força “irracional” de gastos governamental.

Termino esse artigo com as palavras do Exmo. Sr. Major-Brigadeiro do Ar Raul

José Ferreira Dias, numa entrevista publicada no site Defesa@Net, no dia 11 de Setembro do corrente ano “Não existe autoridade sem poder coercitivo”29; que essa mensagem possa chegar à aqueles que administram nossos recursos financeiros, defendem nossas fronteiras e planejam um futuro melhor para o nosso País.

28 Brasil recebe 2 últimos Mirage 2000 C/B e encerra ciclo de “compras de prateleira”, em 29/08/2008, http://www.defesanet.com.br/fx2/m2k.htm; 29 http://www.defesanet.com.br/fab1/vcomar.htm;

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