sublevado forte de coluna chega ao p ......moralização política do brasil. esses militares...

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a Mato Grosso, para de- pois dirigir-se ao Nordes- te. Apesar da forte sensibilização que a Colu- na está exercendo na po- pulação, ainda não foi possível concluir os obje- tivos desta Coluna a não ser o fato de querer der- rubar o governo. A Segunda Re- volta tenen- tista, ocorri- da em São Paulo e lide- rada por Isi- doro Dias Lopes, teve fim após a ocupação da cidade por 23 dias e di- versos motins. O exército legalista bombardeou os quartéis e os tenentistas paulistas foram a Foz do Iguaçu, onde uniram-se com os gaúchos para formar a Coluna Pres- tes, após as derrotas em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Liderados por Luís Carlos Prestes, decidiram fazer a Coluna com o objetivo de ganhar forças para o te- nentismo e derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes. Prestes é hoje conhecido por muitos brasileiros como “Cavaleiro da Esperança”, querendo levar a todo país as ideias de voto secreto e justiça soci- al. Quem está liderando de fato a Co- luna é Miguel Costa, mas por ser o idealizador, Prestes é o ícone da mar- cha. A Coluna pretende sair do Paraguai, retornar ao Brasil em direção C OLUNA CHEGA AO P ARAGUAI F IM DAS O LIGARQUIAS NO CENÁRIO POLÍTICO B RASILEIRO A Revolução de 3/10/30, que pôs fim ao predomínio das oligar- quias paulista e mineira no cenário político brasileiro, conta com uma série de fatores conjunturais que expli- cam esse fato. Em um primeiro mo- mento, podemos avaliar a influência de alguns fatores internos e externos que explicam o movimento. No âmbito internacional, pode- mos destacar a ascensão de algumas práti- cas capitalistas e a própria crise do siste- ma capitalista. A modernização das eco- nomias nacionais, inclusive a brasileira, só era imaginada com a intervenção de um Estado preocupado em implementar um parque industrial autônomo e susten- tador de sua própria economia. Ao mes- mo tempo, o capitalismo vive um mo- mento de crise provocado pelo colapso das especulações financeiras que, in- clusive, provocaram a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 29/10/1929. Nesse contexto, os mercados consu- midores encolheram. Diante da crise, os cafeicultores recorreram ao gover- no, que foi incapaz de protegê-los. T HE V ARGAS S T IMES E D 1 ANO 2011 ANO C TRABALHO DE HISTÓRIA PROF ª REGINA MARTINS COLÉGIO SANTA MARIA Luís Carlos Prestes Jovens de diversos quartéis planejaram um movimento contra o Governo, em 1922, em Copaca- bana (RJ). Era o princípio do Tenentismo, buscando a moralização política do Brasil. Esses militares opuseram -se ao governo oligárquico dos senhores do café da Re- pública Velha. O plano era tomar o controle das principais guarnições do Exército no Rio de Janeiro para pressio- nar o governo de Epitácio Pessoa a anular a eleição em que Arthur Bernardes saiu vencedor. Ao tomar conhecimento da Revolta Militar, o governo brasileiro trocou os comandos militares, con- seguindo unir tropas do exército leal ao governo de Epitácio Pessoa. Percebendo o apuro em que se meteram, dos 301 militares rebeldes, somente um pequeno grupo de revoltosos decidiu continuar com o levante. O Forte de Copacabana foi abandonado após a decisão tomada por 17 militares que marchavam até o Palácio do Catete. Ao sair do Forte, um civil incorpo- rou-se ao grupo; agora com 18 membros. Em desvanta- gem numérica, os tenentes foram facilmente derrota- dos pelas forças legalistas, sobrevivendo apenas os te- nentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos. Caros leitores, devemos aguardar, pois novas revoltas tenentistas surgirão tanto na capital federal como em outros Estados deste Brasil, pois os objetivos do movimento tenentista são claros: querem a depo- sição do Presidente Arthur Bernardes e a moralização da política nacional. S UBLEVADO FORTE DE C OPACABANA

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Page 1: SUBLEVADO FORTE DE COLUNA CHEGA AO P ......moralização política do Brasil. Esses militares opuseram-se ao governo oligárquico dos senhores do café da Re-pública Velha. O plano

a Mato Grosso, para de-pois dirigir-se ao Nordes-te. Apesar da forte sensibilização que a Colu-na está exercendo na po-pulação, ainda não foi possível concluir os obje-tivos desta Coluna a não ser o fato de querer der-rubar o governo.

A Segunda Re-volta tenen-tista, ocorri-da em São Paulo e lide-rada por Isi-doro Dias Lopes, teve fim após a ocupação da cidade por

23 dias e di-versos motins.

O exército legalista bombardeou os quartéis e os tenentistas paulistas foram a Foz do Iguaçu, onde uniram-se com os gaúchos para formar a Coluna Pres-tes, após as derrotas em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Liderados por Luís Carlos Prestes, decidiram fazer a Coluna com o objetivo de ganhar forças para o te-nentismo e derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes. Prestes é hoje conhecido por muitos brasileiros como “Cavaleiro da Esperança”, querendo levar a todo país as ideias de voto secreto e justiça soci-al. Quem está liderando de fato a Co-luna é Miguel Costa, mas por ser o idealizador, Prestes é o ícone da mar-cha. A Coluna pretende sair do Paraguai, retornar ao Brasil em direção

COLUNA CHEGA AO PARAGUAI

FIM DAS OLIGARQUIAS NO CENÁRIO POLÍTICO BRASILEIRO A Revolução de 3/10/30,

que pôs fim ao predomínio das oligar-quias paulista e mineira no cenário político brasileiro, conta com uma série de fatores conjunturais que expli-cam esse fato. Em um primeiro mo-mento, podemos avaliar a influência de alguns fatores internos e externos que explicam o movimento.

No âmbito internacional, pode-

mos destacar a ascensão de algumas práti-cas capitalistas e a própria crise do siste-ma capitalista. A modernização das eco-nomias nacionais, inclusive a brasileira, só era imaginada com a intervenção de um Estado preocupado em implementar um parque industrial autônomo e susten-tador de sua própria economia. Ao mes-

mo tempo, o capitalismo vive um mo-mento de crise provocado pelo colapso das especulações financeiras que, in-clusive, provocaram a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 29/10/1929. Nesse contexto, os mercados consu-midores encolheram. Diante da crise, os cafeicultores recorreram ao gover-no, que foi incapaz de protegê-los.

THE VARGAS ’S TIMES – ED 1ANO 2011

9° ANO C TRABALHO DE HISTÓRIA — PROFª REGINA MARTINS COLÉGIO SANTA MARIA

Luís Carlos Prestes

Jovens de diversos quartéis planejaram um movimento contra o Governo, em 1922, em Copaca-bana (RJ). Era o princípio do Tenentismo, buscando a moralização política do Brasil. Esses militares opuseram-se ao governo oligárquico dos senhores do café da Re-pública Velha.

O plano era tomar o controle das principais guarnições do Exército no Rio de Janeiro para pressio-nar o governo de Epitácio Pessoa a anular a eleição em que Arthur Bernardes saiu vencedor.

Ao tomar conhecimento da Revolta Militar, o governo brasileiro trocou os comandos militares, con-seguindo unir tropas do exército leal ao governo de Epitácio Pessoa.

Percebendo o apuro em que se meteram, dos 301 militares rebeldes, somente um pequeno grupo de revoltosos decidiu continuar com o levante.

O Forte de Copacabana foi abandonado após a decisão tomada por 17 militares que marchavam até o Palácio do Catete. Ao sair do Forte, um civil incorpo-rou-se ao grupo; agora com 18 membros. Em desvanta-gem numérica, os tenentes foram facilmente derrota-dos pelas forças legalistas, sobrevivendo apenas os te-nentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos.

Caros leitores, devemos aguardar, pois novas revoltas tenentistas surgirão tanto na capital federal como em outros Estados deste Brasil, pois os objetivos

do movimento tenentista são claros: querem a depo-sição do Presidente Arthur Bernardes e a moralização da política nacional.

SUBLEVADO FORTE DE COPACABANA

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WASHINGTON LUÍS ELEGE JÚLIO PRES-TES COM FRAUDES

NAS URNAS

Em um período de governo oligárquico, onde o mandato de Wa-shington Luís estava aca-bando, ele deveria apoiar um político mineiro, se-gundo a política do Café-com-leite, mas escolheu Júlio Prestes, um paulista. A eleição presidencial para sucessão de Washington Luís contrapôs as oligarqui-as cafeicultoras paulistas às oligarquias regionais. For-mou-se, então, a Aliança Liberal, que apresentou como candidato Getúlio Vargas. A Aliança Liberal, porém, criticou o resultado eleitoral denunciando a ocorrência de fraudes.

Os políticos mais radicais pertencentes à Aliança Liberal não esta-vam dispostos a aceitar o resultado das urnas e uni-

ram-se para conspirar con-tra a posse do presidente eleito, Júlio Prestes. Entre eles estão os gaúchos Os-waldo Aranha e João Neves da Fontoura, o mineiro Virgílio de Melo Franco e os lideres tenentistas Jua-rez Távora e João Alberto.

Temendo que o movimento conspirador se fortalecesse a ponto de desencadear uma violenta guerra civil, os setores mais conservadores das oligarquias regionais dissi-dentes, que estavam agru-padas na Aliança Liberal, assumiram a condução da conspiração mostrando-se favorável a deposição de Washington Luís e a toma-da do poder por meio de uma revolução. Essa revo-lução foi liderada por Ge-tulio Vargas. Em 24-/10/30, Washington Luís foi deposto e assumiu a presidência uma Junta Mi-litar, que transferiu o go-verno à Getúlio Vargas em 3/11/30.

AÇÃO REVOLUCIONÁRIA IMPEDE POSSE DE JÚLIO PRESTES

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Getúlio Vargas

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entre o governo federal e os paulistas, tendo o governo da União derro-tado os paulistas.

A eleição para a Assembleia será em maio próximo (1933) e esta iniciará seus trabalhos ainda naquele ano, em novembro. Ontem, o Exmo. Sr. Presidente da República convocou e-leições para definir os parlamentares que irão compor a Assembleia Nacional Constituinte. Portanto, como cidadãos paulistas, podemos dizer que São Paulo foi moral-mente vitorioso, pois o Brasil terá uma nova Constituição em breve. A democracia voltará a reinar em nosso país.

Símbolo de luta dos paulistas: os quatro jovens assassina-dos durante protesto Martins, Miragaia, Dráuzio

e Camargo - MMDC

Finalizada em 04\10\32, a Revolução Constitucionalista, levou os paulistas à derrota pelas armas, mas à vitó-ria moral.

Mas, afinal, o que foi essa Revolução? A Revolução Constitu-cionalista foi um protes-to dos cafeicultores e burgueses paulistas, que uniram-se na Frente Ú-nica Paulista, no intuito

de lutar por uma nova constituição para o país, visto que desde 1930, ao assumir o poder, Getúlio suspendeu a constituição de 1891 e passou a go-vernar por decretos-leis. Os paulistas, também, queriam eleições para poderem reaver o poder político perdido com a Revolução de 1930.

O assassinato de quatro jovens, que pro-testavam contra o gover-no em frente a um jornal pró-Vargas, indignou os paulistas. As iniciais de seus nomes foram usa-das como símbolo de luta desse movimento: MMDC (Martins, Mira-gaia, Dráuzio,Camargo).

A Revolução Constitucionalista culmi-nou com a luta armada

Vitória moral dos paulistas – Getúlio convoca eleições!

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cionalista eclodiu.

Hoje, já estamos com dois meses de luta e não há perspectivas de vi-tória dos paulistas, pois frente ao governo federal, estes possuem poucas ar-mas e insuficientes materi-ais bélicos, para enfrentar as forças do governo fede-ral.

Não há também perspectivas dos paulistas atingirem seus objetivos de redemocratização do país, com uma nova Constitui-ção e eleições; e reaver o poder político, que São Paulo perdeu com a Revo-lução de 1930. Os paulistas estão dirigindo-se à região de Itararé, próximo à fron-teira com o Paraná e en-trincheirando-se. Esta re-dação acredita que haverá uma grande batalha com a aproximação dos sulistas. Aguardem mais notícias para os próximos dias.

O Governo Provi-sório de Getúlio Vargas foi entre 1930 e 1934. Getúlio Vargas assumiu o poder após a Revolução de 1930, que impediu a posse do Presidente eleito, Júlio Prestes. Getúlio Vargas, ao assumir a presidência da República, nomeou inter-ventores para os estados, desagradando as elites esta-duais.

Em São Paulo, formou-se a Frente Única Paulista, devido a nomea-ção de João Alberto, inter-ventor pernambucano e militar, que desagradou à população. A Frente Única Paulista exigia uma nova Constituição para o Brasil e

a nomeação de um novo interventor civil e paulista, para o governo do Estado de São Paulo.

Sentindo-se pres-sionado, Vargas nomeou um civil e paulista, Pedro de Toledo, como novo interventor, mas não se rendeu às exigências para a elaboração da nova Consti-tuição. Portanto, continua-ram as oposições, dessa vez, apoiadas por Pedro de Toledo. Mas, o grande estopim para a Revolução Constitucionalista foi a morte de quatro estudan-tes: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, que foram fuzilados, enquanto protestavam em frente à sede de um jornal pró-Vargas. Suas iniciais MMDC tornaram-se sigla do movimento revolucio-nário paulista.

Em 9 de Julho de 1932, os paulistas liderados pelo general Isidoro Dias Lopes e o interventor civil Pedro de Toledo, armaram-se contra o governo fede-ral e a Revolução Constitu-

Governo Provisório leva à Revolução Constitucionalista

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após a revolta comunista no Brasil, segundo se apu-rou auxiliados por comu-nistas soviéticos, outorgou uma nova Constituição, dissolveu o poder legislati-vo, nomeou interventores para os Estados e substituiu os comandos militares. Fez isso, dizendo que se sentia ameaçado por ter desco-berto um plano comunista – o Plano Cohen – para a tomada do poder. Getulio Vargas conseguiu mais au-tonomia e poder. Com grande apoio do povo, cancelou as eleições de 1938 e instalou o “Estado Novo”. Isso marca o fim do governo constitucionalista de Vargas.

A grande contur-bação que vivemos é con-sequência da Revolução Constitucionalista que o-correu em 1932, forçou o governo de Getúlio Vargas a tomar medidas que des-sem normalidade ao regi-me republicano.

A Assembleia Nacional Constituinte, eleita em maio de 1933, atendeu aos anseios políti-cos defendidos desde a queda do regime oligárqui-co.

Em 16 de julho de 1934, uma nova Constitui-ção foi promulgada, com 187 artigos. Em termos gerais, essa Carta preserva-va alguns pontos da Consti-tuição de 1891, principal-mente os princípios federa-listas, mantinha a nação como uma República Fede-rativa.

Na questão traba-lhista, qualquer tipo de distinção salarial baseada em critérios de sexo, ida-de, nacionalidade ou estado civil foi proibido, pela Car-ta Magna. Esta Carta tam-

bém visava novas conquis-tas aos trabalhadores, co-mo a criação do salário mínimo e uma grande re-dução da carga horária. Instituiu-se o repouso se-manal, as férias remunera-das de 15 dias por ano e a proibição do uso de mão de obra de menores de 14 anos.

A Constituição estabeleceu que os mem-bros dos poderes Executivo e Legislativo deveriam ser escolhidos por meio de eleições diretas e voto se-creto. O voto é permitido para maiores 18 anos, in-clusive mulheres. As exce-ções são os analfabetos, militares, padres e indíge-nas.O primeiro presidente, após a promulgação desta Constituição foi eleito por via indireta pelos membros da Assembleia Nacional Constituinte; os demais, por voto direto.

A Assembleia Nacional Constituinte con-firmou o nome do Dr. Getúlio Vargas para o qua-driênio 1934/ 1938.

Getulio Vargas,

CONSTITUIÇÃO DE 1934

O governo constitucional chega ao fim

Neste 11 de no-vembro de 1937, o Brasil acordou diferente. Somos uma ditadura, Getúlio pôs fim ao governo constitu-cional. A notícia veio on-tem pelo rádio. A justifica-tiva foi um suspeito plano elaborado pelos aliancistas, o Plano Cohen. Esse plano seria uma pós-revolta da

Intentona Comunista, onde Prestes e seus aliados, jun-to a militares de baixo es-calão, tinham por objetivo derrubar Vargas e formar um governo popular revo-lucionário. Se necessário fosse, os revoltosos assassi-nariam o Presidente. Pla-nejavam, também, o incên-dio de igrejas e prédios públicos, a invasão de lares

e a libertação de presos políticos pelo governo Var-gas. Segundo o Presidente, para que este plano não fosse executado, havia a necessidade da instalação de uma ditadura, capaz de deter o avanço comunista em nosso país e suas liga-ções com o comunismo internacional..

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Carta Magna Insere os Direi-tos Trabalhistas

A Constituição de 1934 estabeleceu muitas mudanças em relação ao trabalhador. Conheça as principais:

Salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas, proibição de trabalho a menores de 14 anos, re-pouso semanal e férias remu-neradas, indenização ao tra-balhador dispensado sem justa causa, assistência médi-ca e sanitária ao trabalhador e à gestante.

Assim o país dá um grande passo em relação aos avanços sociais e políticos, pois estão inseridos todos os direitos trabalhistas na Carta Magna do país.

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Luiz Carlos Prestes faz um discurso fervoroso,

ordenando a deposição do governo e reclamando todo o poder para a ANL. Com isso, o Presidente aproveita para fechar a organização.

A A N L (Aliança Nacional Libertadora), na ile-galidade, auxilia Par-tido Comunista Bra-sileiro (PCB), em 1935, com a finalida-de de lutar contra o imperialismo e o in-tegralismo; formas de governo que pri-vam a liberdade indi-vidual e coletiva da sociedade.

No ano ante-rior à sua fundação, um grupo de intelec-tuais e militares con-trariados com os ru-mos do governo de Vargas, organizou várias reuniões no Rio com a intenção de criar uma organi-zação política capaz de dar base nacional às lutas que se trava-

vam. Dessas reuniões surgiu a ANL, cujo pri-meiro manifesto políti-co foi lido na Câmara Federal.

A ANL tem co-mo fundamentos:

Interrupção do pa-gamento da dívi-da externa do Brasil;

Nacionalização das corporações es-trangeiras;

Reforma agrária e amparo aos pe-quenos e médios proprietários;

Garantia de amplas liberdades de-mocráticas;

Constituição de um governo popular.

Sem o consenti-mento de muitos diri-gentes da organização,

EXPLODE REVOLTA COMUNISTA NO PAÍS

O AVANÇO DO NAZIFASCISMO NO BRASIL

Getúlio Vargas, nosso presidente, aparenta ser a favor da ideologia nazifascista, pelo co-mentário que fez ontem a respeito da invasão nazista na Polônia: "Marchamos para um futuro diverso de tudo quanto conhecemos em maté-ria de organização econômica, política e social.” Passou a época dos liberalismos imprevi-dentes, das demagogias estéreis, dos personalis-mos inúteis e semeadores da desordem."

Analisando o pas-sado, vemos que há dois anos atrás, no início da ditadura Vargas, muitos aspectos do Estado No-vo eram semelhantes aos das ditaduras nazifas-cistas. Muitos políticos e cidadãos brasileiros ainda acreditam que Vargas utiliza a ditadura fascista como exemplo para a conduta das deci-sões tomadas em seu governo. Neste ano, começou a repressão em nosso país à imprensa, que foi censurada e alguns dos nossos líderes políticos foram presos. Dos imigrantes da Alemanha que têm che-gado ao Brasil, cerca de 5% deles são de ideolo-gia nazista. O nazifascismo não se fortaleceu muito no Brasil, ainda, comparando com os outros países europeus que sofrem séries de ataques nazifas-cistas, porque Getúlio não assumiu abertamen-te esta posição, fechando a AIB. Ainda o combatemos e, até o governo, fez frentes antifascistas, porém para impedir que ele se fortaleça em nosso país e assuma maior importância do que o próprio ditador.

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Governo. A reper-cussão do episódio levou o gover-no,com base na lei de Segurança Na-cional, prender os revoltosos, inclu-sive Luiz Carlos Prestes, líder da Intentona Comu-nista.

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Luiz Carlos Pres-tes retornou de seu exílio na União Soviética de mo-do clandestino, sob o nome de Antônio Vilar, encarre-gado de desenvolver no Brasil um levante armado para estabelecer um gover-no popular. Prestes, ex-líder da Coluna Prestes, apesar de não ter sido o principal líder do movi-mento, tem a consideração do povo, que o chama de “Cavaleiro de Esperança”, por ser um idealizador, que alimenta o sentimento de liberdade política.

A Coluna Prestes foi um movimento político-militar brasileiro, de ori-gem tenentista, que se des-locou pelo Brasil pregando reformas políticas e sociais, que denunciou à população esta situação do país. Exigia o voto secreto, a defesa do ensino público e a obriga-toriedade do ensino básico para toda a população. A Coluna não chegou a atin-gir seus objetivos de pro-vocar a rebelião popular generalizada no interior do

país, pois o povo temia pos-síveis reações do governo.

Desta forma, a co-luna não conseguiu derrubar o governo e acabou disper-sando-se. Seus membros refugiaram-se na Bolívia e no Paraguai .

Luiz Carlos Prestes

LUIS CARLOS PRESTES VOLTA AO

PAÍS APÓS EXÍLIO DE OITO ANOS

GETÚLIO VARGAS É ATACADO PELA INTENTONA INTEGRALISTA

Após o integralis-ta Capitão Olimpio Mou-rão Filho ter escrito o Pla-no Cohen para o Presiden-te do Brasil, Getúlio Var-gas, dar o golpe de estado e instalar o Estado Novo, a AIB foi fechada e posta na ilegalidade. Tal fato gerou a

insatisfação dos adeptos do movimento, que pretendi-am participar de novo go-verno. Estes invadiram o Palácio Guanabara, resi-dência do Presidente, Sr. Getúlio Vargas, com o objetivo de depô-lo ou matá-lo.Por sorte a guarda pessoal do Presidente resis-

tiu até a chegada do exérci-to, que fuzilou, torturou ou prendeu inúmeros integra-listas.Outros foram exila-dos, entre eles, Plínio Salga-do, líder da AIB, que espe-rava ser Ministro da Educa-ção. Hoje a noite, o jornalis-ta Plínio Salgado seguirá para Portugal.

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Intentona Comunista é realizada

por Luís Carlos Prestes

A Intentona Co-munista, foi realizada por Luís Carlos Prestes, nesse 23 novembro de 1935, com o objetivo de derru-bar nosso presidente Getú-lio Vargas, e assumir o poder.

Foi realizada pelo Partido Comunista Brasi-leiro, o PCB. Possuía tam-bém como líder Olga Be-nário. Eles apoiavam uma revolução nacional, e ti-nham influência comunis-ta. Segundo eles, eram pró não-pagamento das dividas externas e favorável a um governo popular. Houve também apoio de militares simpatizantes da ANL. Houve focos da revolução em Natal, Olinda e Recife. No dia 27, a Revolta to-mou a Capital Federal, o Rio de Janeiro. Segundo Prestes, ele esperava apoio popular, o qual não rece-beu. Luis Carlos Prestes foi preso, assim como membros e simpatizantes da ANL. Sua mulher , Ol-ga Benário foi deportada para Almanha, apesar de estar grávida.

Olga Benário, esposa de Prestes

Símbolo da Intentona

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A AIB foi cria-da por, Plínio Salgado no dia 7 de outubro de 1932, e defendia um estado autoritá-rio, influenciada pelo fascismo italiano. Era uma extensão do mo-vimento constitucio-nalista.

Seus integran-tes eram chamados de “camisas verdes”, graças aos seus uni-formes, inspirados nos camisas negras fascistas. Era um mo-vimento de classe média.Os integrantes cumprimentavam –se com a expressão “Anauê”, que em tupi-guarani significa “Salve Irmão!”, imi-tando o cumprimen-to nazista.

Ontem, dia 11 de maio de 1938, cerca de 2h da manhã, o Palá-cio da Guanabara, resi-dência do Presidente da República Getúlio Var-gas, foi atacado por um grupo de integralistas, com cerca de 80 mem-bros, junto a Severo Fournier, com a inten-ção não só de depor Vargas, mas também de matá-lo.

Essa revolta foi um resposta ao fato de Vargas ter fechado to-dos os partidos brasilei-ros, inclusive a AIB, cu-jo líder é o escritor e jornalista, Plínio Salga-do.

Os manifestan-tes estavam a ponto de invadir o palácio, po-rém a competente Po-lícia Especial, conse-

guiu chegar no últi-mo instante e deter a invasão, fuzilando dezenas de integralis-tas e prendendo ou-tras dezenas, ali mes-mo. Outras centenas foram presos em to-do o país, como con-sequência dessa re-volta. Plínio Salgado foi exilado em Portu-gal.

Getúlio fe-chou os partidos po-líticos, inclusive a AIB, com a implanta-ção do Estado Novo.

TENTARAM ASSASSINAR O PRESIDENTE !

DESCOBERTA A FARSA DO GOLPE DE ESTADO!

Ontem, 30 de outubro de 1945, che-gou ao nosso conheci-mento, que o capitão integralista Olímpio Mourão Filho, a pedido de Plínio Salgado, líder da Ação Integralista

Brasileira, escreveu o polêmico Plano Co-hen, que simularia uma tomada socialis-ta do poder no Brasil, para fins de “estudo”. Porém, é também do nosso conhecimento, que o governo fede-

ral utilizou esse plano para amedrontar a população e justificar o Golpe de Estado que Getúlio deu em 10/11/37, para per-petuar-se na presi-dência.

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Palácio da Guanabara , residência de Getúlio Vargas.

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Ontem, Getúlio Vargas sancionou a Consolidação

das leis de Trabalho – CLT, no estádio São Januário

Em 1939, o Presi-dente da República Getúlio Vargas e o Ministro do Trabalho, Alexandre Mar-condes Filho, reuniram-se para avaliar a necessidade de reunir as leis trabalhistas na Consolidação das Leis de Trabalho. A missão foi entregue a vários juristas importantes, que forma-ram uma comissão. Esta comissão de trabalho ficou responsável pela elabora-ção da Consolidação das Leis de Trabalho e da Pre-vidência Social, ligada a relação do trabalhador com o seu empregador; e à pre-vidência, relacionado à aposentadoria do trabalha-dor.

Durante três anos esta comissão de trabalho elaborou uma prévia do que seria o projeto final, e o publicou em 1942, no Diário Oficial da União, jornal que relata os atos importantes do governo, com o objetivo de receber sugestões da sociedade.

Finalmente, o projeto foi sancionado em

1/5/1943, ontem,Dia do

Trabalho, em uma festa promovida pelo Departa-mento de Imprensa e Pro-paganda, no Estádio de São Januário. Este repórter esteve presente à solenida-de e pode constatar a ale-gria dos trabalhadores, ao comemorar a assinatura da CLT pelo Presidente Var-gas.

Governo sanciona a CLT

Vende-se Bar, estabelecimento muito bem conceituado e localizado, com excelente retirada men-sal.Motivo: retorno a Portu-gal. Tratar com Fernandes, à Rua Áurea, 132-Vila Mariana

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VENDE-SE FORD 1922

TEL. 31-4649 - DR. OSCAR

O fim do Estado ocorreu ontem quando Getúlio Vargas saiu do cargo de presidente da República.

Getúlio implantou a ditadura no pais ao dar um Golpe de Estado em 1937. Denominado Plano Cohen. Este plano nos deixou entre o comunismo ou a ditadura. Assim com a escolha da ditadura deu-se início ao Estado Novo.

Esta época foi marcada por diversos conflitos pois a população não tinha o direito de se expressar.

Nesta época Getúlio nomeou interventores para os estados, criou o DIP, fechou os partidos políticos e fe-chou o Congresso Nacional. Isto durou até ontem, 29 de Outubro de 1945, quando Getúlio foi deposto pelas Forças Armadas Brasileira.

Ontem, 28/12/1939, nosso presi-dente Getúlio Vargas, por meio de um de-creto criou o DIP (Departamento de Im-prensa e Propaganda) que substituiu o DPDC (Departamento de Propaganda e Di-visão Cultural) que substitui o DP (Departamento de Propaganda).

Com este novo órgão – DIP - Ge-túlio afirmou que melhorará a publicidade e a cultura de nosso país, valorizando o teatro, cinema, rádio e jornal.

Na verdade, o povo sabe que Getú-lio está fazendo isto para que conheçam suas realizações no Estado Novo, ou seja, através da manipulação e da censura dos meios de comunicação, Getúlio fará propaganda do seu governo e mostrará apenas os bons e bem sucedidos feitos.

Vargas é muito preocupado em mostrar cada detalhe de seu governo, pois sabe que o povo muda de opinião rapida-mente e como quer sempre manter-se pró-ximo ao povo, faz uso de práticas populistas para atingir seus objetivos. O DIP também está encarregado de organizar todas as festas cívicas do país.

POPULISTA SE FORTALECE

COM DIP

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9° ANO C TRABALHO DE HISTÓRIA — PROFª REGINA MARTINS COLÉGIO SANTA MARIA

Estado Novo

Propaganda do Governo de Getúlio

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bém regulamentou o

Dia do Trabalho: 1º de

maio.

Foi recente-

mente outorgada a

quarta Constituição

Brasileira, que está

sendo chamada de Po-

laca, por basear-se na

constituição da Polô-

nia. A constituição faz

parte das ações ditato-

riais de implantação

do novo governo do

presidente Getúlio

Vargas - o Estado No-

vo.

Os Estados

serão governados por

interventores, pessoas

autorizadas pelo go-

verno central; os pre-

feitos, por sua vez,

serão nomeados por

esses interventores. Os

poderes Legislativo e

Executivo ficarão nas

mãos do nosso presi-

dente, pois a Câmara

dos Deputados, o Se-

nado Federal, as As-

sembléias Legislativas

dos Estados e as Câ-

maras Municipais fo-

ram dissolvidas. Isso

significa que o poder

está mais centralizado

nas mãos de Getúlio e

os Estados têm menos

autonomia; é o fim do

federalismo em nosso

país.Alguns coman-

dantes militares foram

substituídos por ele-

mentos favoráveis ao

golpe.

O Presidente

Vargas está fazendo

com que a indústria

assuma um papel de

liderança, que cabia à

agricultura. Devido à

Grande Depressão e à

Segunda Guerra Mun-

dial, o Brasil está fa-

bricando o que antes

importava, pois nos-

sos parceiros comer-

cias estão em crise ou

em guerra.

O Governo

Vargas está adotando

algumas medidas

como: emprést imos

i n d ú s t r i a i s ; d i -

minuição dos im-

postos sobre bens e

equipamentos indus-

triais; abolição dos

i m p o s t o s i n t e r -

estaduais e fixação do

salário mínimo, o que

ameniza o conflito

entre empresários e

trabalhadores.

Vargas tam-

bém criou o Conselho

Nacional do Petróleo,

a Companhia Siderúr-

gica Nacional, a Com-

panhia Vale do Rio

Doce e a Companhia

Hidrelétrica do São

Francisco.

Não deixando

a agricultura de lado,

o Governo Vargas es-

tá mandando queimar

ou lançar ao mar 30

milhões de café e cri-

ando um imposto por

pé de café, a fim de

inibir novos plantios.

Com isso, regula a

oferta e protege os

preços do café.

Vargas tam-

VARGAS ACREDITA NO PROGRESSO DO BRASIL

THE VARGAS ’S TIMES – ED 1ANO 2011

9° ANO C TRABALHO DE HISTÓRIA — PROFª REGINA MARTINS COLÉGIO SANTA MARIA

Os partidos políticos fo-

ram fechados, o que nos

leva a crer que o Estado

Novo permanecera por

alguns anos em nosso país.

Será que o Presi-

dente da Republica respei-

tara a Constituição por ele

mesmo outorgada?Sem

poder legislativo em exer-

cício, como podemos ter

nossos representantes le-

gais? Haverá eleições no

Brasil?Esta e outras per-

guntas, caro leitor, parece-

nos impossíveis de respon-

de-las.Fique atento!

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atuação. O a t u a l

pre s id ent e , Ge tú l io Vargas, diz ter feito o que pode para solapar o alastramento dos ideais de esquerda e para evitar que o c o r r a m g r e v e s e p a r a l i z a ç õ e s d o s trabalhadores.

A direita da base governista convenceu Vargas de que o Brasil está ameaçado a sofrer uma conspiração de esquerda. Vargas decidiu, então, manter o controle da nação com a ditadura do Estado Novo. Impediu a realização de eleições e controla, ostensivamente, o poder Legislativo (fechando-o em todo país), e manipula o poder Judiciário.

Em nome do temor à disseminação global do comunismo, o poder Executivo poderá privar as pessoas de sua liberdade de expressão e ação? Será legítimo isso?

A batalha está sendo realizada sob o comando General Zenobio da Costa. Na noite de anteontem (de 28 para 29 de novembro), unidades se deslocaram e tiveram de percorrer 17 km em sete horas para atacar às 6 horas

da manhã. Falharam mais uma vez na tentativa de tomar Monte Castello, apesar dos batalhões e s t r ean t e s t e r em -se portado com bastante valor e eficiência combativa. O Batalhão Uzeda teve 150 baixas e o Batalhão Cândido, cerca de 30 baixas. Ontem a noite, o inimigo tentou três contra-ataques, porém sendo obrigado a retroceder. O B r a s i l , representado pela FAB e FEB tem tido heróica

GOVERNO TEME

DISSEMINAÇÃO GLOBAL

DO COMUNISMO

Vargas é deposto. Cresce pressão interna contra a ditadura de Vargas

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BATALHA DE MONTE

CASTELLO QUEREMOS GETÚLIO

Já estamos no segundo semestre de 1945 e, desde maio, o movimento chamado "Queremismo", ou seja, "Queremos Getúlio", se expande cada vez mais, pretendendo que a redemocratização seja feita com Vargas no poder. Até o final do primeiro semestre deste ano, a movimentação política tinha como principal foco a campanha eleitoral, mas agora o enfoque é a Assembleia Nacional Constituinte, com reunião prevista para depois das eleições presidenciais de 2 de dezembro.

Grandes manifestações públicas de apoio a Getúlio Vargas estão sendo organizadas em diferentes regiões. Centenas de trabalhistas e comunistas estão rodeando cidades em busca de adiar as eleições, fazendo com que Getúlio fique por mais tempo no poder, atraindo multidões de entusiasmados seguidores do presidente em exercício. Nesta altura dos acontecimentos, Vargas continua tentando convencer de que realmente pretende sair do governo, entregando-o ao eleito no pleito de dezembro. Será que convencerá? Esse movimento pode nos dar uma séria previsão de que ele realmente permanecerá no governo por mais alguns meses, pois está dando seu apoio e entusiasmo.

A partir de 1943, a pressão interna contra a ditadura de Getulio Vargas cresceu. No final daquele ano, um grupo de intelectuais lançou um manifesto dos mineiros exigindo liberdade de pensamento. O documento repercutiu. Nos dois anos seguintes, a luta pela redemocratização intensificou-se, apesar da repressão. Diante das pressões interna e da perspectiva de vitoria dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, no inicio de 1945, Vargas concedeu anistia aos presos políticos, reformou a legislação partidária eleitoral, anunciou eleições gerais e convo-cou uma assembleia constituinte. Também patrocinou a criação do partido trabalhista brasileiro e do partido soci-al democrático, por meio dos quais pretendia basear a sua campanha eleitoral. O PTB ensaiou lançar o ditador como candidato a própria sucessão, manobra que provocou a reação dos adversários do governo. Setores civis e militares articularam um golpe, que resultou, ontem, 29 de outubro de 1945,na deposi-ção do Presidente Vargas.