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1 1º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DA SENHORA MARTA SIMÕES (CERIMONIAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011. Autoridades presentes, Senhoras e senhores, Bom dia, Neste momento, daremos início ao I Encontro que a Subcomissão Permanente de Desenvolvimento do Nordeste realizará nos Estados de abrangência da SUDENE, quais sejam os Estados de Alagoas, Paraíba, Piauí, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Minas Gerais. O objetivo das visitas é o de promover um debate amplo, onde o Governo terá a oportunidade de apresentar as suas ações para a região. O Executivo apresentará o seu Plano de Ação e as suas demandas, e será desenvolvido, também, um tema específico que foi previamente sugerido pelo Parlamentar do Estado. Em Alagoas, temos a grata satisfação de anunciar que o Parlamentar anfitrião é o Senador Benedito de Lira, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal. E neste momento, quero convidar o Senador Benedito de Lira, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, para compor a Mesa de honra. (Palmas). Convidamos, também, Excelentíssimo Senhor Teotônio Vilela Filho, Governador do Estado de Alagoas. (Palmas). Convidamos o Senador Wellington Dias, Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste do Senado Federal. (Palmas). Convidamos, também, o Senador Eduardo Amorim, Vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, e Vice-Presidente da Subcomissão Permanente de Desenvolvimento do Nordeste. (Palmas). Convidamos o Vice-Governador do Estado de Alagoas, Senhor José Thomaz Nonô. (Palmas). Convidamos, também, o Senador Fernando Collor de Mello. (Palmas). Convidamos o Senhor Luiz Otávio Gomes, Secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento. (Palmas). Convidamos, também, o Presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, o Senhor José Carlos Lyra. (Palmas). Temos a honra de convidar a Senadora Lídice da Mata, representando o Estado da Bahia. (Palmas). Convidamos, neste momento, os presentes para, de pé, ouvir a execução do Hino Nacional Brasileiro. Registramos a presença, pedindo que se sintam representados à Mesa, o Senador Vital do Rêgo, representante do Estado da Paraíba; o Deputado Federal por Piauí, Marcelo Castro; a Deputada Federal, por Alagoas, Célia Rocha, e temos também a presença da Deputada Federal, por Alagoas, Rosinha.

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1º D

TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DA SENHORA MARTA SIMÕES (CERIMONIAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011. Autoridades presentes, Senhoras e senhores, Bom dia,

Neste momento, daremos início ao I Encontro que a Subcomissão Permanente de

Desenvolvimento do Nordeste realizará nos Estados de abrangência da SUDENE, quais sejam os Estados de Alagoas, Paraíba, Piauí, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Minas Gerais.

O objetivo das visitas é o de promover um debate amplo, onde o Governo terá a oportunidade de apresentar as suas ações para a região. O Executivo apresentará o seu Plano de Ação e as suas demandas, e será desenvolvido, também, um tema específico que foi previamente sugerido pelo Parlamentar do Estado.

Em Alagoas, temos a grata satisfação de anunciar que o Parlamentar anfitrião é o Senador Benedito de Lira, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal.

E neste momento, quero convidar o Senador Benedito de Lira, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, para compor a Mesa de honra. (Palmas).

Convidamos, também, Excelentíssimo Senhor Teotônio Vilela Filho, Governador do Estado de Alagoas. (Palmas).

Convidamos o Senador Wellington Dias, Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste do Senado Federal. (Palmas).

Convidamos, também, o Senador Eduardo Amorim, Vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, e Vice-Presidente da Subcomissão Permanente de Desenvolvimento do Nordeste. (Palmas).

Convidamos o Vice-Governador do Estado de Alagoas, Senhor José Thomaz Nonô. (Palmas).

Convidamos, também, o Senador Fernando Collor de Mello. (Palmas). Convidamos o Senhor Luiz Otávio Gomes, Secretário de Estado do Planejamento

e do Desenvolvimento. (Palmas). Convidamos, também, o Presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, o

Senhor José Carlos Lyra. (Palmas). Temos a honra de convidar a Senadora Lídice da Mata, representando o Estado da

Bahia. (Palmas). Convidamos, neste momento, os presentes para, de pé, ouvir a execução do Hino

Nacional Brasileiro. Registramos a presença, pedindo que se sintam representados à Mesa, o Senador

Vital do Rêgo, representante do Estado da Paraíba; o Deputado Federal por Piauí, Marcelo Castro; a Deputada Federal, por Alagoas, Célia Rocha, e temos também a presença da Deputada Federal, por Alagoas, Rosinha.

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Queremos, também, fazer um agradecimento às entidades presentes, Secretários de Estado, Secretários Municipais e os Deputados Estaduais.

Ouviremos, neste instante, o anfitrião deste Encontro, Sua Excelência o Senhor Senador Benedito de Lira, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal.

2º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR SENADOR BENEDITO DE LIRA (PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO DO SENADO FEDERAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011. Senhor Governador Teotônio Vilela, Vice-Governador José Thomaz Nonô, Senadores Fernando Collor, Eduardo Amorim, Wellington Dias, e Lídice da Mata, respectivamente de Alagoas, Sergipe, Piauí e Bahia, Deputada Célia, Deputado Marcelo Castro, Deputada Rosinha, Secretário Luiz Otávio, em nome de quem quero cumprimentar todos os Secretários da Administração do Governo do Estado, Senhores Secretários do Município de Maceió, Quero cumprimentar o Presidente da CBTU Nacional, Sr. Francisco Colombo, em nome do senhor cumprimento todos os funcionários e diretores da CBTU Nacional e de Maceió, Meu caro Expedito, Superintendente do Banco do Nordeste, Álvaro Almeida, representando o Presidente da Federação Alagoana da Agricultura,

Vou resumir, porque nós já estamos um pouco fora da hora, e quero cumprimentar

todas as autoridades estaduais, municipais e federais que aqui se encontram, para que a gente possa dar sequência a esta reunião.

O Senado Federal, em uma das suas reuniões na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, com a eleição, com a indicação, com a formação de três Subcomissões: a Comissão de Desenvolvimento do Nordeste, que tem sob sua Presidência o Senador Wellington Dias; a Comissão de Desenvolvimento da Região Norte, que tem como Presidenta a Senadora Vanessa, e a Comissão de Desenvolvimento da Região Sul, que tem como Presidenta a Senadora Ana Amélia.

Essa Comissão tem como finalidade incrementar o desenvolvimento da Região Nordeste e Norte, com especialidade. E numa deliberação da Subcomissão, chegamos ao entendimento de fazer visitação aos Estados nordestinos. Por quê? Porque nós temos conversado muito no Senado Federal, particularmente na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, porque nós desejamos, os Senadores que fazem as Bancadas do Nordeste e do Norte, bem como, vamos estender isso para a Câmara Federal, para que a gente possa fazer a unidade

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do Senado e da Câmara, para que possamos reinserir na pauta nacional e do Senado Federal, Norte e Nordeste.

Quero cumprimentar o Deputado Judson Cabral, em nome de V.Exª. cumprimento os Parlamentares da Assembleia Legislativa de Alagoas.

Então, assim é que nós estamos fazendo essa peregrinação. Numa deliberação da Subcomissão, o primeiro Estado a ser visitado é o Estado de Alagoas. Fiquei muito feliz quando o Senador Wellington Dias me comunicou, e eu disse: - Wellington, nós poderíamos fazer outra... E ele disse: - Não, mas nós queremos fazer Alagoas, porque Alagoas é um Estado que, realmente, nos enche os olhos e o nosso coração, apesar de ser piauiense, mas meu coração também está em Alagoas. Quero agradecer, aqui, de público, meu querido Presidente da Subcomissão. Não se preocupe, porque daqui a pouco passarei a Presidência para V.Exª.

Quero, então, dizer aos meus amigos de Alagoas que esse vai ser um trabalho, e tenho certeza absoluta que trará resultados. Trará resultados, porque se juntarmos as Bancadas do Norte e Nordeste é a grande maioria das duas Casas do Congresso Nacional.

Após esse processo de visitação às capitais do Nordeste e do Norte, futuramente, nós entraremos em contato com a Presidenta Dilma para que possamos entregá-la, exatamente, as reivindicações, as necessidades, as urgências, e as ações que terão que ser adotadas para a reinclusão dessas duas regiões do Brasil na pauta nacional, que, infelizmente, por razões que não nos interessa aqui declinar, saíram.

Mas quero, ao agradecer a todos que aqui vieram, dizer ao Governador Teotônio Vilela e as demais autoridades aqui, que nós estamos preocupados com isso. A Comissão que, no primeiro momento, não tinha essas maiores importâncias, mas a Comissão está procurando ocupar os espaços em nível nacional e, particularmente, na região. E é um privilégio para nós, por exemplo, está aqui o Senador Fernando Collor que, na gestão passada da Mesa do Senado Federal, ocupou uma das mais importantes Comissões do Senado Federal, que foi a Comissão de Infraestrutura. Hoje, nós temos o privilégio de tê-lo como Presidente da Comissão de Relações Exteriores. É um importante papel que essa Comissão desempenhará para o desenvolvimento deste País.

E, do outro lado, uma deferência toda especial dos meus companheiros, tenho o privilégio de presidir a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, que vai caminhar, até porque todos nós somos andarilhos. Tem ali a Senadora Lídice da Mata, que é uma coisa fantástica! Essa Senhora Senadora é a incentivadora deste caminhar. Em todos os momentos a Lídice se faz presente, aqui e em outros Estados do Brasil, São Paulo, Rio Grande do Sul. Fico muito feliz, até porque ela faz parte da Comissão, e quando menos espero, ela está viajando para o Rio Grande do Sul para participar de uma reunião em São Paulo, no Rio de Janeiro. Digo: Lídice, V.Exª. vai ter que ser escolhida a musa da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo.

Então, daqui a pouco deverá estar chegando o Senador Wilson Santiago, já me avisou e eu já mandei um carro para o Aeroporto, estará chegando às 10h30, e ficou comprometido de vir, mas por compromissos em João Pessoa estará chegando daqui a pouco. O Senador Renan Calheiros deverá estar chegando daqui a alguns minutos também, porque a agenda ainda não permitiu que ele se deslocasse até este local, mas se comprometeu em vir, aqui. Então, isso nos dar muita força, muito entusiasmo e muita vontade.

Assim sendo, em fazendo este pequeno relato, meu querido amigo Senador Eduardo Amorim, companheiro do Estado de Sergipe, que é Vice-Presidente da Comissão, como a reunião é da Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste, quero fazer uma evidência ao Deputado Marcelo Castro, que foi autor de uma Emenda que estabeleceu uma distribuição do Pré-Sal equanimente para todos os Estados brasileiros, que está aqui e vai fazer manifestações a respeito, e essa Emenda, infelizmente, foi vetada.

Mas, em uma reunião que nós tivemos, semana próxima passada, com o Presidente do Senado Federal, ficou estabelecido que aguardaremos o Projeto de Lei que o Poder Executivo se comprometeu em encaminhar ao Congresso para uma redistribuição dos “royalties”

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e do Pré-Sal, infelizmente até agora não chegou. O Presidente do Senado nos informou que estava cobrando isso da Presidenta Dilma. Na hipótese disso não acontecer, ele tem o compromisso de colocar o Veto ao Pré-Sal para apreciação do Congresso Nacional. Então, é muito importante, o que nós estamos fazendo e o que vamos fazer.

Quero aproveitar a oportunidade, logicamente que quero passar a Presidência dos trabalhos ao Senador Wellington Dias, que é o Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste.

Tenho muito prazer, muita alegria e muita honra, em passar a V.Exª., a Presidência dos trabalhos desta Comissão. (Palmas).

3º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR SENADOR WELLINGTON DIAS (PRESIDENTE DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011. Bom dia,

Quero, também, saudar todas as autoridades, me permitam, saudando o meu dileto amigo Governador Teotônio Vilela, com quem tive o privilégio de partilhar das angústias e de algumas alegrias também, durante o mandato de Governador.

Saudar, aqui, o meu querido Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, o Senador Benedito de Lira que, de forma muito competente, articulada, nos coordena nesse trabalho desafiador de cuidar do desenvolvimento regional do Brasil, não só do Nordeste, no caso dele, mas do Norte, do Centro-Oeste e de outras regiões, mas claro com o coração sempre apaixonado pelo Nordeste, e de modo especial pelo Nordeste. Por isso que não sou bobo, propus logo a criação da Comissão de Desenvolvimento específica do Nordeste.

Saudar, também, o nosso Ex-Presidente Senador Fernando Collor, nossos Senadores Eduardo Amorim, a minha querida Lídice, Senadora por Bahia.

Saudar, aqui, também o Senhor Presidente da Federação da Indústria e da Agricultura.

Saudar os Deputados Estaduais, me permitam, em nome do meu querido Judson Cabral, meu companheiro de Partido, com muita honra.

Prefeitos, lideranças, Vice-Governador. Saudar a Deputada Rosinha que, também, nos alegra com a presença, e tivemos o

privilégio de recebê-la há poucos dias, infelizmente em um momento muito difícil na vida de V.Exª., e manifestamos na terra toda a solidariedade do Piauí, neste momento difícil.

Saudar, também, a Deputada Célia. Com muita alegria, saudar o Deputado Marcelo Castro que nos acompanha neste

trabalho, enfim, saudar as lideranças de vários setores. Temos aqui a representação do Mistério do Planejamento, do Ministério da

Integração Nacional, o Banco do Nordeste, SUDENE; os Secretários de Fazenda, me permitam saudar em nome do Secretário Silvano, também do Fórum dos Secretários do Nordeste, de Planejamento, a Secretária do Turismo, também, aqui presente.

Quero ser bem breve nessa primeira etapa.

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A Comissão, como o Senador Benedito de Lira coloca, tem um objetivo, como expressou tão bem, de colocar na pauta os temas de interesses do Nordeste; e os temas de interesses do Nordeste, do ponto de vista do desenvolvimento.

Fizemos uma reunião em que levantamos, em parceria com a Coordenação da Bancada do Nordeste, o Deputado Gonzaga Patriota que está hoje na Coordenação, tivemos uma preparatória, também, com os órgãos federais que atuam no Nordeste, com o Fórum dos Secretários de Fazenda e Planejamento, e a partir daí, foi elencado um conjunto grande de temas que são de interesses do Nordeste. Tivemos o trabalho de escolher alguns deles. E o objetivo da Comissão, nós fizemos um cronograma de visitação a cada um dos Estados do Nordeste, estamos começando por Alagoas, onde nós deveremos ter uma apresentação do Plano de Desenvolvimento para o Nordeste, e com foco no Estado visitado, a partir do Governo Federal, normalmente o Ministério do Planejamento e o Ministério da Integração fazem a apresentação, em seguida, o desenvolvimento sobre a ótica da região.

Aqui, normalmente, o Governador, nosso Governador anfitrião, o Governador Teotônio Vilela deve fazer uma apresentação, e as outras lideranças, certamente, estarão apresentando. Neste caso, o que desejamos é não só ter um diagnóstico, mas aqueles pontos que são essenciais, não apenas nas áreas das obras estruturantes, mas, também, dos outros pontos que são essenciais para o desenvolvimento, na educação, na saúde, na política nacional.

Discutindo na Bancada, nós verificamos, e o Senador Benedito de Lira levantou muito bem este tema, que um dos graves problemas é a dificuldade, é a capacidade de investimento da região, ou seja, há necessidade de reativarmos instrumentos de desenvolvimento, ao mesmo tempo, trabalhar as condições de que os Estados e Municípios voltem a ter uma maior capacidade de investimento.

A partir daí, foi feita uma análise de que, ao longo do tempo, tanto por conta de determinadas distorções nas Dívidas dos Estados, correção das Dívidas e um conjunto de outros fatores que vamos tratar aqui, mas, também, por conta de uma redução gradativa na receita partilhada, especialmente o Fundo de Participação, nós temos, hoje, vários Estados com dificuldades de investimentos.

E por último, quais as saídas que são apresentadas. Algumas foram lembradas. Está na Ordem do Dia do Congresso Nacional a discussão da Reforma Tributária, se não tivermos cuidado ela pode agravar a situação do Nordeste. Hoje, o Nordeste como o Norte têm os incentivos com o ICMS, especialmente na pauta de incentivo, de formas de atração de investimentos. Qual é o caminho que vai ser colocado nessa reforma, precisamos agir com muito cuidado.

Tem uma decisão do Supremo que coloca 2012, como data-limite para a regra atual do Fundo de Participação dos Estados, impõe ao Congresso Nacional uma solução, e há uma defesa de alguns Estados das Regiões Sul e Sudeste, principalmente, que a distribuição não tenha mais esse fator especial que beneficia o Norte e o Nordeste, e o Centro-Oeste, ou seja, eles querem uma divisão apenas pela proporção da população, e não mais o inverso da pobreza, da renda, como é hoje. E isso coloca, também, um risco muito grande. Então, este é outro tema que temos que tratar.

Estamos para votar, para tomar uma decisão sobre o Pré-Sal. Tenho dito o Pré-Sal, provavelmente, como a única e importante alternativa de receita nova, deste século, e nessa discussão, novamente tem uma proposta de um Veto, que está na pauta do Congresso Nacional, e tem, ao mesmo tempo, um Projeto que o Presidente Lula encaminhou, após o Veto, que tramita na Câmara. Então, estamos buscando uma alternativa: ou votamos um Projeto por entendimento, ou pautar a derrubada do Veto no Congresso Nacional. Então, essa decisão, e o Deputado Marcelo Castro com outros Parlamentares, eu tenho, também, me debruçado sobre esse tema, temos tratado sobre esse tema, e a ideia é de termos essa pactuação.

Enfim, o que nós queremos é agir de forma planejada, organizada. A Bancada do Nordeste, no Senado e na Câmara, articulada com os atores da região, o setor industrial, a representação dos trabalhadores, as lideranças municipais, as Bancadas nas Assembleias, o

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Fórum dos Governadores que tem tido uma pauta já de algum tempo importantíssima, enfim, todas as lideranças. Ou seja, atuarmos em alguns casos unificando a nossa pauta com outras regiões, por exemplo, essa pauta do Pré-Sal, essa pauta do Fundo de Participação podemos ter a região Norte, a Bancada do Norte, a Bancada do Centro-Oeste somando com a Bancada do Nordeste. De tal modo, que possamos com isso assegurar alternativas que possam dar fôlego à região.

Por último, uma preocupação. Nós reconhecemos que tivemos desenvolvimento no Nordeste, tivemos um conjunto de investimentos nos últimos anos, e a preocupação é que tanto do ponto de vista do setor público como do setor privado, a gente possa ter uma ação integrada a olhar o Nordeste como uma região, evitando que a gente tenha desnivelamento dentro da região, ou seja, que se tenha um Estado, a partir da força do Governo Federal, com um apoio maior, colocando o desnivelamento dentro da própria região. E, além disso, nós temos ainda uma situação em que é preciso planejar cada Estado, também, para evitar que se tenha um desnivelamento dentro dos Estados. Então, essa é a visão, grosso modo, do que nós tratamos dentro do Congresso Nacional.

Então, hoje, nós vamos ter a fala dos Senadores, será um prazer ouvi-los, os nossos Parlamentares e as várias lideranças, agora, a ideia central é de termos a seguinte lógica: primeiro, uma apresentação por parte da representação do Governo Federal, que possa nos apresentar sobre o Plano para o Desenvolvimento da Região, com foco no Estado de Alagoas. Vamos discutir, em seguida, essa mesma visão a partir de Alagoas em uma apresentação pelo Governador Teotônio Vilela. E, em seguida, nós vamos ter uma apresentação de um tema específico, que é essa situação do desequilíbrio fiscal e a solução para que a região, a partir dos Estados, a partir dos municípios, volte a ter condições de investimento, e abrimos um debate, também, com a participação dos presentes.

Então, eu quero com essas palavras, dizer, meu querido Senador Benedito de Lira, da nossa alegria em estarmos aqui. Nós vamos visitar, em seguida, a Paraíba, me parece que dia 06 de junho vai ter um evento na Paraíba, onde, além desses temas gerais, o tema específico é a parte de infraestrutura. Em seguida, vamos ao Piauí, vamos a cada um dos Estados do Nordeste. Em cada um deles, tratando de vários temas. Vamos tratar dessa área do potencial energético, da área da viação regional, da Educação. Vamos tratar, enfim, de cada um dos itens que foram considerados a essência para o desenvolvimento.

E a partir daí, ter um norte para atuarmos de forma integrada, toda a Bancada do Nordeste na Câmara e no Senado, e nessa relação com o Governo Federal.

Então, com essas palavras, repassarei a palavra para o cerimonial, para que a gente possa dar sequência.

A Srª. Marta Simões (Cerimonial) – Ouviremos, neste momento, a palavra do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de Alagoas, Teotônio Vilela Filho. (Palmas).

4º D

TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR GOVERNADOR TEOTÔNIO VILELA FILHO (GOVERNADOR POR ALAGOAS), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011. Senador Bendito de Lira, Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, cumprimento parabenizando pela iniciativa de, como Presidente, criar essa Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste,

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José Thomaz Nonô, Vice-Governador do Estado, Senador Wellington Dias, Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste, com muita alegria que recebemos aqui, caríssimo Wellington. Ninguém melhor do que V.Ex.ª para comandar esse trabalho, porque fui testemunha do seu empenho como Governador do Piauí para induzir mudanças institucionais que pudessem resgatar a capacidade de investimento do Nordeste. E agora como Senador, vejo V.Exª. na mesma trilha, só que agora com grandes ferramentas para trazer para o Nordeste uma agenda positiva. Parabéns! Senador Fernando Collor, Senador Eduardo Amorim, Vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, Senadora Lídice da Mata, representando o Estado da Bahia, Senador Vital do Rêgo, da Paraíba, Secretário Luiz Otávio Gomes, do Planejamento e Desenvolvimento, José Carlos Lira, Presidente da Federação das Indústrias, nosso anfitrião e grande parceiro, Marcelo Castro, Deputado Federal do Piauí, Deputada Federal, Célia Rocha das Alagoas, Renan Calheiros Filho, Deputado Federal por Alagoas, Deputada Rosinha, também alagoana, Álvaro Almeida, Presidente da Federação da Agricultura, Guilherme Augusto Orair, Assessor da Secretaria Executiva, representando aqui o Ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra, Francisco Colombo, Presidente Nacional da CBTU, Marcelo Brito, representando o Ministro Maurício Muniz, Secretário do Programa de Arrecadação do Crescimento do Ministério do Planejamento, Senhores Secretários de Estado, Secretários Municipais, Cumprimentar, também, o trade turístico, Senhoras e senhores,

Mais uma vez, Senador Benedito de Lira, cumprimentá-lo por esse esforço, que tenho certeza que será bem sucedido, de colocar no Nordeste na Ordem do Dia do Congresso Nacional, do Senado da República, da Câmara Federal.

Muito importante que os nossos representantes avancem nessas questões institucionais encaminhadas, aqui, em rápidas linhas pelo Senador Wellington Dias, e que se aprofundadas mudarão com certeza a realidade atual e futura do Nordeste que tem sido discriminado, marginalizado mesmo nas instituições que compõem a nossa Federação. É, portanto, com muita satisfação e enorme esperança que Alagoas os recebe, Srs. Senadores e Srs. Deputados.

A satisfação de ter entre nós a qualquer tempo é própria da receptividade alagoana. Nós sentimos prazer em escancarar as portas da nossa morada para receber o visitante, seja ele um ilustre representante do povo, seja um simples cidadão ou cidadã de qualquer lugar do mundo. Sintam-se em casa.

A nossa esperança nesse caso é mais temporal, é sentimento específico voltado para essa representação do Congresso Nacional, a quem repassaremos, agora, nossos problemas, nossos anseios, nossas propostas.

Nossos problemas podem ser resumidos a uma simples leitura de nossos índices sociais. Não me alongarei muito nesses dados negativos. Apenas lembro que a indigência social, a pobreza educacional, as dificuldades na Segurança Pública nunca foram a tradição alagoana. O Estado tido, até os anos 70, como o filé do Nordeste. Isso apenas há quarenta anos! Essas perdas

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institucionais que passamos a ter, tem uma grande parcela de responsabilidade pelas dificuldades atuais do Estado de Alagoas.

Hoje, como poderia dizer a filosofia popular: “Estamos no osso”. Ostentamos o pior IDH de todo o País; figuramos entre os três mais sofridos Estados da Federação nos demais ranking de dificuldades. Porém, somos osso duro de roer. Resistimos, resistimos, lutamos, não nos entregamos, trabalhamos incessantemente para recuperar posições perdidas. Estamos batalhando pela retomada do desenvolvimento.

Nos últimos cinco anos, Srªs. e Srs. Senadores e Deputados, conquistamos expressivos avanços. Esse avançar não é apenas governamental, mas produto de um esforço comum entre os Poderes constituídos, a iniciativa privada, e aqui registro a parceria, sempre permanente, da Federação da Indústria, da Federação da Agricultura, que estão presentes aqui. Não podemos nos esquecer do cidadão comum que, majoritariamente, tem apoiado esse labor.

Nos últimos cinco anos, instalaram-se em Alagoas cinquenta e duas indústrias, vinte grandes empreendimentos comerciais e vinte e cinco hotéis. Essas realizações empresariais nos trouxeram investimentos da ordem de R$ 4,5 bilhões. Interrompemos, assim, um ciclo vicioso de imobilismo, de estagnação, que marcava o nosso cenário econômico e social há, pelo menos, três décadas. E continuamos firmes nessa via. Temos agendado importantes novas iniciativas nas áreas do Turismo, Comércio e Indústria.

Aqui destaco, Projetos de grande porte como o Estaleiro EISA a ser instalado no litoral de Coruripe, a Mineradora Vale Verde incrustada no Agreste alagoano, e já a implantação, destaco a nova Fábrica de PVC da Braskem, obra de alta tecnologia que pode ser traduzida como investimento de R$ 1 bilhão, onde dois mil alagoanos estão trabalhando no canteiro de obras, neste momento.

Esse esforço de recuperar o tempo perdido é o espírito do nosso Programa Alagoas tem Pressa, que lançamos a semana passada, cujas metas ambicionam. O equilíbrio das finanças públicas; alavancar a economia e a capacidade de investimento do Estado; mudança cultural profunda com ênfase no empreendedorismo, sobretudo o pequeno empreendedorismo; uma visão mais sistêmica do Estado; tornar o Estado mais compacto em todas as ações; ajuste e acompanhamento permanente de metas e resultados; compartilhar com a sociedade as ações do Estado. O alvo principal do Alagoas tem Pressa é a erradicação da miséria e, simultaneamente, a redução da pobreza.

Relembro, Srs. Senadores, Deputados, Deputadas e Senadora Lídice, que Alagoas conta com 54% de sua população situada na famigerada linha de pobreza, e abaixo dela. Temos setecentos mil alagoanos sob a miséria extrema, dependentes de Programas Sociais, como O Bolsa Família, e mais novecentos e setenta mil cidadãos sobrevivendo na linha de pobreza à custa de um salário mínimo, por família.

Nossa meta é tirá-los totalmente dessa realidade de pobreza e da pobreza extrema, pelo menos até 2022. O ideal seria fazermos isso até o fim de 2014, e vamos insistir nisso, mas é difícil diante de tantas dificuldades, sobretudo financeiras. Mas só alcançaremos o sucesso, portanto, nessas metas se contar com o apoio do Governo Federal. Com nossas próprias forças temos tido um sucesso, também, em sanear as finanças públicas, um sucesso dramático, registre-se, pois a questão social em Alagoas produz pressões terríveis no sentido contrário.

Temos nos mantido firmes dentro dos parâmetros determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Nesse item das contas públicas, reafirmamos nosso orgulho em reconquistar a confiança de órgãos essenciais, que antes passavam largo de Alagoas, como o Tesouro Nacional, o Banco Mundial, o BID e o BNDES. Todos, hoje, parceiros do Estado.

Temos pago nossas contas religiosamente. Estamos fazendo o nosso dever de casa, mas não superaremos sozinhos obstáculos intransponíveis como, por exemplo, e principalmente, os juros e serviços da Dívida Pública.

Relembro as senhoras e senhores, em 1997 foi promulgada a Lei Nº 9.496 de 1997, autorizando e disciplinando os empréstimos da União para os Estados. Essa Lei estabelecia como indexador o IGPDI mais juros, que variariam de 6% a 9,5%. No caso de Alagoas ficou

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7,5%. Definia, também, como punição pela inadimplência, vejam só, a substituição do IGPDI mais juros pela Selic mais 1% . Naquela época, de 1995 a 1998, a diferença entre a taxa Selic e o IGPDI foi de 25%. Retirando os 7,5% de juros, a penalidade, para o caso de inadimplência, era de 17,5% aproximadamente.

Atualmente, de 2007 a 2010, a média da diferença é de apenas 4,3%. Ora, retirando os 7,5% de juros, a penalidade passa a ser bônus de 3,1%, ou seja, hoje, para o Estado seria melhor ficar inadimplente, pois pagaria menos juros. Olhe a falta de lógica e a desatualização dessa situação! Mas a inadimplência – repito - não é nossa opção. Reconhecemos a Dívida, estamos pagando a Dívida, queremos pagá-la no futuro, mas precisamos de condições adequadas para tal, ou de uma anistia, o que seria melhor evidentemente. Mas ser inadimplente, como política, jamais.

É hora de reflexão! Daí, a grande oportunidade e a satisfação de recebê-los aqui, hoje, em Alagoas, porque sei, Senador Wellington Dias, que V.Exª. está focado nessa questão. É hora de reflexão, porque quando uma pena é mais lucrativa que a adimplência, algo precisa ser feito.

Para discutir a correção dessa distorção, precisamos - quero chamar a atenção para isso - analisar a Lei de Responsabilidade Fiscal que data de 2000, e o seu Art. 35 “impede os Entes Federados de realizar operação de crédito, ainda que sob forma de renovação, refinanciamento ou postergação da Dívida contraída anteriormente”. Discutir esse Artigo da LRF, portanto, não é, como dizem alguns, um retrocesso, mas, sim, uma necessidade para atualizá-la diante do novo cenário mundial.

Outra reflexão necessária sobre a Dívida dos Estados está mais diretamente ligada aos Estados de Alagoas, Minas e Pará. As Dívidas desses Estados evoluem com juros de 7,5%, enquanto que os demais Estados da Federação evoluem com 6%. Isso é uma injustiça! Os recursos dos empréstimos foram capitados na mesma época, portanto, da mesma fonte, além do mais, tais Dívidas não envolvem risco, pois todos têm como garantidor o Fundo de Participação dos Estados, o FPE. O Estado de Alagoas que carrega os piores índices sociais, carrega também os piores juros da Federação. Um absurdo!

Por mais que avance na sua reindustrialização, por mais que invista nas parcerias entre o Poder Público e a iniciativa privada, por mais que aperte o cinto das contas públicas e dos honestos proventos dos servidores, Alagoas não tem como sair do poço onde foi jogado sem um apoio extraordinário da União, que passa por V.Exªs. no Congresso Nacional, porque são questões institucionais.

Reivindicamos conjuntamente com a maioria dos Estados Federados, principalmente do Nordeste, novas metas de distribuição do FPE, como colocaram o Senador Benedito de Lira, o Senador Wellington, assim como a participação na distribuição dos “royalties” do Pré-Sal. Essa partilha é fundamental! Faço aqui um apelo aos Senadores e Deputados para que, no tempo mais curto possível, se resolva no Congresso Nacional essa partilha do Pré-Sal, para que ainda no ano de 2011 os Estados do Nordeste possam, também, partilhar dessa riqueza extraordinária que o Brasil passa a ter com o Pré-Sal, que este ano fatura R$ 22 bilhões aproximadamente, e que na partilha já traria para Alagoas, este ano, R$ 300 milhões. Isso é muito importante!

Trazemos, aqui, o conceito de redistribuição federativa, isso é, que a soma de todas as receitas próprias e de transferências de cada Estado tenha valores “per capita” equivalentes, ou seja, o que equilibrará as receitas, entre Estados com menor arrecadação “per capita” própria e Estados com maior arrecadação “per capita” própria, são as transferências federais.

É hora de olhar para essa oportunidade para se buscar o equilíbrio entre as receitas estaduais, porque as distorções são muito grandes, e sempre estão favorecendo os Estados que têm mais riqueza, mais condições, mais poder econômico.

Distribuir os valores gerados pelo Pré-Sal na busca desse equilíbrio será um grande avanço, como também será um grande avanço corrigir as distorções do SUS, onde muitas

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vezes os Estados do Sul recebem, proporcionalmente, mais do que os do Nordeste; as distorções do FUNDEB da mesma forma; as distorções do ICMS.

A propósito, amanhã, os Governadores do Nordeste estarão com o Ministro Mantega para discutir a Reforma Tributária. É muito importante, Senadores, que tenhamos Senadores e Deputados nordestinos o mesmo discurso, Governadores e Bancada do Nordeste, em relação à Reforma Tributária. Precisamos afinar o pensamento para que não haja polêmica interna dentro do Nordeste. É preciso que haja um consenso sobre a Reforma Tributária, porque isso vai fortalecer muito as nossas idéias, as nossas reivindicações nessa área.

Nesse mesmo rumo, precisamos ampliar os Projetos e financiamentos para Alagoas dentro do PAC II, que também é uma das funções dessa Subcomissão. Aqui necessitamos, urgentemente, de novos e maiores aportes para a infraestrutura, notadamente em água e esgoto, o chamado saneamento, e para os sistemas viários. Além de fortalecimento do Porto, o Aeroporto de Maragogi. Enumerarei, logo mais aqui, essa relação.

Essas são bandeiras estratégicas para o povo alagoano. Não estamos, Srªs. e Srs. Senadores e Deputados, a pedir nada em termos de privilégios ou de política de ocasião. Estamos propondo estratégias locais, nordestinas, integradas à estratégia nacional.

Lembremo-nos que, nos grandes momentos do mundo contemporâneo, a revisão de gigantescas Dívidas Públicas, conjugadas com planos especiais de ajuda econômica, transformou o que era cinza e ossos, em desenvolvimento e equilíbrio regional. Esse foi o caso da Europa e do Japão, inteiramente destruídos durante o fim da Segunda Guerra Mundial, foram devolvidos, em poucos anos, à condição de economias poderosas, graças ao Plano Marshall. Mais recentemente, há menos de 20 anos, a reunificação da Alemanha foi garantida pelo investimento público sólido, gigantesco, do que era da sua parcela ocidental, no que foi a sua parte oriental.

Alagoas, senhoras e senhores, quer se reintegrar ao Nordeste. Alagoas quer se reintegrar à Federação, da qual ficamos fora. Nosso Estado luta, abnegadamente, para fazer parte deste Brasil renovado. Senhoras e senhores, repito o nosso apelo: Alagoas precisa de um apoio excepcional por parte da União. Entregamos nossas esperanças à Senatorial Subcomissão Permanente de Desenvolvimento do Nordeste, aos membros do grupo equivalente na Câmara dos Deputados, à Bancada alagoana. Temos muita confiança, muita confiança, de que ainda neste ano de 2011 nós avançaremos na correção dessas distorções institucionais.

Encerro as minhas palavras, mostrando aqui, rapidamente, as propostas de Alagoas, propostas de investimentos que carecem de recursos que só podem ser obtidos, uma vez que Alagoas tem uma capacidade de investimento mínima, pequeníssima, só podem acontecer com financiamentos, para os quais estamos trabalhando no BNDES, no BID, no Banco Mundial e, também, do Governo Federal.

Depois, farei uma cópia e entregarei para cada um dos senhores. O Canal do Sertão até o trecho 250, ou seja, o Canal como um todo. Isso aqui,

Senador Wellington, é uma proposta do que precisa ser feito. Muito, provavelmente, esses grandes investimentos não serão concluídos até 2014, mas serão continuados pelos outros Governadores que vierem. É importante que nós tenhamos esse Plano Plurianual, e a nossa estratégia é até 2022. Então, aí está toda a conclusão do Canal do Sertão, são R$ 2,79 bilhões.

A implantação da Rodovia Caminhos do Imperador, que vou mostrar no mapa que é uma estrada belíssima e importantíssima para o Baixo São Francisco, R$ 200 milhões.

A duplicação da AL-110, o trecho Arapiraca/BR-101, R$ 40 milhões; duplicação da Rodovia AL-101/Sul, trecho Barra de São Miguel até BR-101, R$ 56 milhões; duplicação da Rodovia AL - Sul, trecho Barra de São Miguel/Penedo, é a duplicação de toda aquela estrada que vai até Penedo, R$ 545 milhões; ampliação do reforço do Sistema de Abastecimento de Água de Maceió, R$ 300 milhões; ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Maceió, R$ 680 milhões.

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Essa questão do esgotamento sanitário é fundamental. Todos sabem que o saneamento salva vidas de criança, limpa a água das lagoas, dos rios e do mar, favorece ao turismo. E por todos os motivos a prioridade é sempre saneamento.

Sistema de Macrodrenagem da região do Município de Maceió; duplicação da Rodovia AL-101/Norte, trecho Maceió/Maragogi, R$ 720 milhões; implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário nos Municípios da Região Norte de Alagoas, R$ 82 milhões; ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário dos Municípios da Região Sul de Alagoas, R$ 60 milhões; construção do Aeroporto Costa Dourada em Maragogi, R$ 60 milhões; construção da Barragem do Rio Coruripe, R$ 120 milhões; desassoreamento das Lagoas Mundaú e Manguaba, R$ 50 milhões; construção das barragens de controle de enchente do Vale do Mundaú e do Vale do Paraíba, R$ 660 milhões.

Esses rios Mundaú e Paraíba foram aqueles da grande enchente do ano passado, que obrigou o Governo Federal a investir para reparar os estragos, aproximadamente R$ 1 bilhão, pois essas barragens de contenção vão não somente evitar enchentes daquela natureza, como criar potencialidades econômicas para a pesca e para a irrigação. É um Projeto muito interessante e necessário!

Construção do Canal Turístico do Porto de Maceió, R$ 50 milhões; implantação do VLT em Maceió, R$ 580 milhões.

Coloque, agora, o mapa, só para a gente situar alguns. Rapidinho, porque sei que já tomei tempo demais.

Aquela linha azul saindo da esquerda em cima e descendo para o centro de Alagoas é o Canal do Sertão, são 250 km, passa por 36 municípios, vai beneficiar um milhão de alagoanos na região mais sofrida do Estado, levando água para beber, água para o gado, água para plantar, água para criar peixes, água para a dessedentação humana, se interligando com as Adutoras dos Municípios que estão saturadas. É, portanto, uma obra estruturante da maior importância para o Estado.

Essas duas linhas paralelas vermelhas no Litoral é a duplicação que nós estamos pleiteando de todo o Litoral. É uma obra necessária e fundamental para o turismo e para o desenvolvimento do Estado de Alagoas.

Essa linha azul margeando o Rio São Francisco, na divisa com Sergipe, é a Estrada do Imperador, uma estrada belíssima que vai levar o desenvolvimento e o turismo, o avanço do turismo, para toda essa margem do São Francisco, que é uma verdadeira piscina, aqui no Estado de Alagoas, lindíssima, se associando as muitas outras potencialidades de desenvolvimento. Ela vai de Penedo até Piranhas, chama-se Estrada do Imperador, porque D. Pedro II, há mais de 100 anos, esteve aqui em Alagoas e andou por aí, sendo que pelo rio, subiu todo esse trecho.

E o saneamento de Maceió, o saneamento das principais regiões, que é fundamental a sua importância, como disse.

Pois bem, encerrando aqui, Srs. Senadores, Sr. Benedito de Lira, Sr. Wellington Dias, quero, em nome de todos os alagoanos, parabenizar V.Exªs. pela iniciativa, e dizer que nós confiamos muito em que essa Comissão vai marcar um momento excepcional para o Nordeste. É possível fazer, está na hora de fazer, é necessário fazer, e as ferramentas estão com os senhores.

Muito obrigado, e que Deus os abençoe. (Palmas).

5º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR SENADOR FERNANDO COLLOR DE MELLO (SENADOR POR ALAGOAS), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO

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SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011. Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, Excelentíssimo Senhor Vice-Governador do Estado de Alagoas, Deputado José Thomaz Nonô, Excelentíssimo Senhor Senador Benedito de Lira, Presidente da Comissão do Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal, Excelentíssimo Senhor Senador Dr. Wellington Dias, Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento Regional, Excelentíssima Senhora Senadora Lídice da Mata, Excelentíssimo Senhor Senador Eduardo Amorim, Excelentíssimas Senhoras Deputadas Rosinha da Adefal e Célia Rocha, Excelentíssimo Senhor Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Dr. José Carlos Lyra, Excelentíssimas autoridades, aqui presentes, Gostaria de cumprimentar a todos os Secretários de Estado, na pessoa do Dr. Luiz Otávio Gomes, Minhas senhoras e meus senhores,

Tive a oportunidade de, 2008 a 2010, ser Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal. Oportunidade em que nos dedicamos a procurar as causas dos grandes estrangulamentos que existiam, e que ainda existem, no desenvolvimento da nossa infraestrutura. Tudo isso, tendo em vista os recursos que estão programados para ingressar na economia, a partir da exploração do óleo na camada do Pré-Sal.

E ficamos surpreendidos, porque dentre esses gargalos, ou principais gargalos, encontramos em primeiro lugar a falta de qualificação da mão-de-obra. Hoje, não temos mão-de-obra qualificada, não digo de ensino de 3º grau, mas digo de ensino técnico, de nível médio, para atender a demanda do mercado, já no momento de hoje com o Brasil crescendo a taxas de 5% a 7% ao ano.

O problema do Nordeste sempre era muito observado. E houve uma preocupação do Presidente Lula, como também há da Presidenta Dilma Rousseff, de que investimentos pesados fossem feitos na nossa região. E aí estão os exemplos os mais variados. Aqui, em Alagoas, está a BR-101 caminhando, andando a todo vapor; aí está a Adutora do Sertão que, depois de um período longo parada, teve suas obras reiniciadas, e é uma obra que diz respeito a mim, muito de perto, porque, como Presidente da República eu tive o orgulho de iniciar essa obra. Enfim, aí estão diversas refinarias, aí está o Estaleiro de Coruripe, estamos às vésperas de ver esse grande sonho concretizado. Em Pernambuco a refinaria, lá no Ceará também, lá no Piauí as obras do Porto Luiz Correia sendo retomadas, enfim, em todos os recantos.

Enfim, houve uma preocupação nesses últimos oito anos do Governo do Presidente Lula em relação a obras para o Nordeste. Ele, como nordestino, com raízes aqui na nossa região, sentindo a dificuldade por que todos nós passamos, foi sensível e trabalhou também na questão da nossa infraestrutura. Não fossem os Programas Sociais que ele implementou, e que geraram, também, um grande avanço na diminuição da desigualdade existente entre aqueles que ganham ou que pertencem as classes A, B e C, para aqueles que pertenciam a classe E, abaixo da linha da pobreza.

Então, todos esses são pontos auspiciosos para nós, mas não são suficientes, como disse o Governador Teotônio Vilela Filho, nós necessitamos de avançar mais. E para que Alagoas e outros Estados possam avançar mais, é fundamental que tenhamos uma solução

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definitiva para a questão da Dívida que sufoca toda e qualquer atividade que os Governos do Nordeste queiram iniciar.

A Presidenta Dilma tem como meta, no seu período de Governo, de erradicar a miséria no País. Diz o seu slogan o seguinte: “País rico é País sem miséria.” A sua meta é erradicar a miséria, e ela vai fazê-la. Já chegou às mãos dela uma das sugestões, para que isso pudesse ser realizado, que seria na cobrança que se faz com juros pesadíssimos das Dívidas dos Estados nordestinos, que se transformasse esse montante de recursos recolhidos a voracidade do Tesouro Nacional, que fossem revertidos para esse Programa, criando um Fundo de Desenvolvimento Humano. E esses recursos seriam, então, aplicados em obras, ou em iniciativas, que pudessem atender a esse seu objetivo, que é o de acabar com a miséria no País, e há inúmeras idéias que podem ser colocadas em prática para isso.

Em relação aos “royalties” do Pré-Sal, que também é outro tema que está muito presente nas discussões, sobretudo, para os Estados que de alguma forma, como o Estado de Alagoas, já recebem “royalties” pela exploração na sua Plataforma Continental e também em terra, para que esses “royalties” sejam repartidos de uma maneira mais equânime, não somente para os Estados que produzem, mas para o conjunto da Federação brasileira.

Aí, entramos também numa outra questão que em algum momento vai ser indispensável debatermos e enfrentarmos, que é a discussão sobre o novo Pacto Federativo, porque o Pacto que aí está inteiramente falido, não resolve os problemas brasileiros.

Mas na questão do Pré-Sal, o Congresso vem avançando com essa discussão, com esse debate. Ela passa também pelos Governadores de Estados produtores de petróleo e, naturalmente, esses Estados não desejam perder a sua receita. Essas receitas dos “royalties” do petróleo são muito importantes para que eles possam avançar com as suas administrações. Mas, também, é indispensável que coloquemos os olhos para o restante do nosso País, e vejamos que, em relação aos “royalties” do Pré-Sal, essa distribuição terá que ser feita de uma maneira mais justa e mais equânime.

O que gostaria de sugerir ao Governador Teotônio Vilela, e isso é partindo até de uma ideia do próprio Senador, hoje Governador, Marconi Perillo, que é do PSDB de Goiás, e conversando com ele, dando ideias e noção da realidade em que encontrou o Estado de Goiás, e o que ele vem fazendo. E ele disse uma coisa, Governador, que acredito seja realmente muito importante, em outras oportunidades já conversávamos sobre isso também, com o Governador Teotônio e alguns integrantes da Bancada, sobre a necessidade de uma maior articulação entre o Governo do Estado e a Bancada Federal de Alagoas, no Congresso.

Então, voltando ao Governador Marconi Perillo disse que “de 15 em 15 dias se reúne - sendo um Governador de Oposição - com toda a sua Bancada”. E ele diz que “independente da questão partidária, naquele dia que encontrei com ele – foi na semana que passou, encontrei com ele à noite -, naquela manhã, daquele dia, ele tinha se reunido os três Senadores do Estado e a totalidade dos Deputados Federais, com exceção de três deles que não estavam presentes por se encontrar em viagem.

E ele disse que “graças a essa articulação tem conseguido alcançar muitos êxitos num curto espaço de tempo - ele que foi um Senador muito aguerrido de Oposição -, e que imaginava que pudesse ter dificuldades no Governo da Presidenta Dilma”. O que realmente não aconteceu, porque a Presidenta Dilma, como o Presidente Lula, deram uma demonstração de absoluto republicanismo tratando a todos de maneira igual, independentemente da questão partidária ou política, de terem com ele estado numa campanha política, ou não. De modo, que essa articulação, tudo isso que aqui nós verificamos, mas sabemos que isso depende, fundamentalmente, de apoio e de coordenação política.

O Líder político do Estado de Alagoas é o Governador do Estado Teotônio Vilela Filho. E nós estamos lá no Legislativo, cada um de nós tentando fazer o que podemos por Alagoas. Um tem uma ideia, uma iniciativa, vai lá e fala, mas sem uma maior interação com os planos que vêm sendo desenvolvidos pelo próprio Governo do Estado de Alagoas.

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Essa apresentação que hoje nos fez o Governador do Estado é uma demonstração de que isso poderia ser feito amiúde com a nossa Bancada Federal de Alagoas, lá em Brasília. Quinzenalmente, não tenho a menor dúvida que V.Ex.ª nos convocando, toda a Bancada de Alagoas na Câmara dos Deputados estará presente, os três Senadores estarão presentes. Hoje, o Senador Renan Calheiros não pôde aqui estar, mas me pediu que trouxesse o abraço a todos que aqui estão, todos os Membros da Comissão, e dizendo do apoio integral às iniciativas que vêm sendo tomadas pelo Governo do Estado, lá em Brasília, enfim.

Acho que desta nossa reunião de hoje, dessa incitativa brilhante do nosso querido amigo Senador Benedito de Lira, que vem trabalhando por Alagoas, por essa iniciativa do Senador conterrâneo Wellington Dias, conterrâneo de nordestinidade, hoje estamos aqui reunidos, e talvez com segurança nós possamos, a partir de agora, fazer essa articulação mais forte, mais coesa, mais unida entre a Bancada de Alagoas e o Governo do Estado para superarmos essas dificuldades.

Não podemos mais continuar assistindo todas essas cenas que nos entristecem, e eu até entendo, a começar pelo próprio Governador, porque o desejo do Governador é o de poder atender a todas as demandas que o chegam diariamente, mas tem as suas limitações, tem as suas dificuldades. E quem sabe, a Bancada Federal de Alagoas não possa trazer um pouco de alento, não possa trazer alguma sugestão, alguma ideia, fruto de uma reunião que seja realizada de forma periódica, em Brasília ou aqui, talvez em Brasília fosse mais fácil, porque qualquer decisão que seja tomada numa reunião como essas, nós temos os Ministros e os Ministérios ali perto, para ir e levar adiante aquela ideia que tenha surgida naquela reunião, mas, enfim, uma maior articulação.

Sinto que alguns de nós sentimos um pouco alijados no processo de trabalhar em favor de Alagoas, de forma conjunta e coordenada. Cada um tendo a sua tarefa, cada um podendo cumprir na órbita da sua especialização profissional ou na órbita dos canais de comunicação, que mantém com o Governo Federal nas suas diversas áreas, uma ajuda para que Alagoas saia da situação em que se encontra. E não somente Alagoas, mas também todos os Estados do Nordeste. Tudo isso poderia ser feito de maneira rápida, e eu tenho certeza que o Governo da Presidenta Dilma Rousseff estará muito sensível a esses apelos que serão feitos de forma integrada, de forma conjunta com os representantes dos diversos Partidos que compõem a nossa Bancada na Câmara Federal e no Senado da República.

Agradeço o convite que me foi feito pelo Senador Benedito de Lira e pelo Senador Wellington Dias, para poder aqui estar presente.

Agradeço o telefonema gentil que recebi do Governador Teotônio Vilela, para podermos, hoje, participar do almoço que seguirá a essa reunião.

E agradecer aqui a todos por ouvirem isso, que julgo muito importante, porque a gente percebe que este é o momento de nos articularmos para conseguir aquilo que Alagoas precisa, e merece de há muito tempo.

Muito obrigado, V.Exªs. (Palmas).

6º D

TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DA SENHORA MARTA SIMÕES (CERIMONIAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

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Teremos agora, dentro da reunião, com o objetivo de apresentar o Balanço do PAC I e II, por meio de representantes do Ministério da Integração e Planejamento, convido para fazer uso da palavra o Senhor Guilherme Augusto Orair, que é Assessor da Secretaria Executiva, representando o Ministro de Estado da Integração Nacional, Fernando Bezerra de Souza Coelho.

7º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR GUILHERME AUGUSTO ORAIR (ASSESSOR DA SECRETARIA EXECUTIVA E REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

Começo cumprimentando a Sua Excelência o Senhor Governador Teotônio Vilela, Vice-Governador Thomaz Nonô, Demais autoridades presentes, Cumprimento o Senador Wellington Dias, Senador Fernando Collor, Senador Eduardo Amorim, Senadora Lídice da Mata, Aproveito para cumprimentar, também, o Senador Benedito de Lira,

Agradeço o convite por estar aqui. Já pedi desculpas pela ausência do Ministro. Vou ser bem breve na apresentação. A ideia é mostrar um pouco das ações que o Ministério de Integração Nacional está trazendo para o Nordeste e, especificamente, para Alagoas.

Primeiro, colocar que o grande desafio do Ministério de Integração Nacional é a Política de Desenvolvimento Regional, que é a grande política do Ministério.

E aí, começar com uma provocação, na verdade: a superação das desigualdades regionais se apresenta como um dos megaobjetivos do novo PPA. Então é recolocar o desenvolvimento regional como desafio para esses quatro anos. Eu acho que a gente caminhou muito, mas os desafios ainda são grandes.

Lembrar, também, do novo eixo de atuação que foi colocado pela Presidenta Dilma, que é da erradicação da pobreza extrema. Está sendo articulado no Governo Federal, um Programa de Erradicação da Pobreza Extrema, coordenado por Tereza Campello, Ministra do Desenvolvimento Social, e cabe, aqui, a todos os Entes Federal, Estaduais e Municipais.

Mostrando só um desenho para localizar o Ministério de Integração Nacional. As principais competências do Ministério. Ali começo com a Política Nacional de

Desenvolvimento Regional que é uma de suas competências. E aí, decorrente dessa grande política, os Planos e os Programas de Desenvolvimento Regional.

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Lembrando, aqui, que um dos grandes instrumentos que o Ministério tem na sua atuação são os Fundos. Aqui, os Fundos de Desenvolvimento, os Fundos Constitucionais, e depois tenho alguns números gerais desses Fundos, para mostrar.

Além disso, a Política Nacional de Defesa Civil. O Ministério é o órgão responsável, onde está localizada a Secretaria Nacional de Defesa Civil.

E as ações de obras de infraestrutura hídrica. Estamos pensando nas grandes obras estruturantes da Infraestrutura Hídrica no País.

A Política Nacional de Irrigação, uma política que envolve a segurança alimentar e nutricional.

E, por último, o ordenamento territorial, a política de desenvolvimento de faixa de fronteira.

A missão do Ministério. Vou ler aqui rapidamente. Estamos iniciando um Projeto no Ministério de um Modelo de Gestão, novo no Ministério. Começa com a definição da estratégia do Ministério, que é a de promover a integração nacional, desenvolvimento sustentável e a superação das igualdades regionais no País, assegurando a inclusão socioeconômica, a melhoria da qualidade de vida, a proteção civil e a segurança hídrica da população. A ideia aqui é a gente apresentar o que é que significa o Ministério, onde que a gente pode ajudar nesse ponto.

Começando, estou apresentando um pouco antes do Ministério do Planejamento, que vai falar do PAC como um todo, mas aqui são os eixos de atuação do PAC, e aqui já está incluído o PAC II. O PAC pretende acelerar o crescimento da economia do País.

E aí, são das linhas de atuação. O que é o Cidade Melhor? Não sei se o Marcelo vai falar um pouco mais à frente, mas o Cidade Melhor é a atuação em grandes aglomerações urbanas, e aqui, nós estamos falando de controle de enchentes, nós estamos falando de atuação de assentamentos precários, de diversas obras nesse sentido.

O Comunidade Cidadã, que é a atuação em bairros populares. E aqui Saúde, Educação, Postos Comunitários, Policiais. O terceiro eixo do Minha Casa Minha Vida, a parte da habitação, com esse grande

Projeto de redução do déficit habitacional. Vou pular para o quinto eixo, que é de transportes, e o sexto eixo, de energia. Então, no caso do Ministério de Integração está localizado naquele quarto eixo,

que é Água e Luz para Todos, com o desafio muito bem claro, apesar de ser muito difícil de ser alcançado. É a universalização do acesso à água tratada no País.

E aqui, dentro desse eixo de atuação do Água e Luz para Todos, nós temos atuação no âmbito do Ministério de Minas e Energia, do Luz para Todos, que é complementar a meta que já tinha sido colocada no Governo do Presidente Lula. Água em áreas urbanas, que é atuação pelo Ministério das Cidades; e o Ministério de Integração se encaixa nos recursos hídricos. Os recursos hídricos envolvem, então, a parte de infraestrutura hídrica, a parte de macrodrenagem.

Então, tenho aqui só os desafios do PAC colocados para o Ministério de Integração Nacional. No âmbito desse PAC, de recursos hídricos, garantir o acesso a água, propiciando desenvolvimento sustentável. E aí, lembrando de um grande projeto, que é o Projeto de Integração do São Francisco, depois tem alguns elementos dele mais à frente.

Além disso, a construção de diversos Canais, Adutoras e Barragens. São quarenta e cinco grandes obras localizadas na Região Nordeste.

A implementação e recuperação de infraestrutura para o desenvolvimento da agricultura irrigada. E aqui, nós temos diversos perímetros irrigados espalhados pelo País; dos vinte e oito, são quatorze na Região Nordeste.

Discutir também a transferência da Gestão dos Perímetros Públicos Irrigados, e lembrar, exclusivamente, do Perímetro de Marituba, que é uma parceria do Governo Federal com o Governo Estadual, aqui nas Alagoas, que é começar criar as condições para que as organizações de produtores sustentem e desenvolvam esse perímetro.

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Depois, tem o Programa de Revitalização, também muito relacionado com o Projeto de Integração do São Francisco, e obras de drenagem urbana sustentável.

Para começar apresentar os números gerais, aqui, o Ministério da Integração, no período do PAC I, 2007 a 2010, investiu R$ 6,2 bilhões na Região Nordeste como um todo. Só em Alagoas foram R$ 500 milhões. E o PAC previsto para o próximo período, 2011 a 2014, alcança na Região Nordeste, R$ 16 bilhões; para Alagoas, R$ 1,3 bilhão.

Aí, trazer alguns empreendimentos, esse é o Chão das Águas no Ceará. Investimento do Governo Federal nesse período do PAC II de R$ 700 milhões para alcançar a PP-100, vai do Castanhão ao P–100. O Sistema produtor Pirapama, na Região Metropolitana de Recife, e o próximo Projeto, que é o Canal do Sertão Alagoano, que aí o Governador já falou alguma coisa dele. Ele começou em 1991, e com o advento do PAC I, em 2007, nós retomamos o investimento nesse Canal do Sertão. Estamos concluindo agora, e aí, o Ministério de Integração Nacional com o Estado das Alagoas, que é o executor desse Projeto, concluindo o primeiro trecho de 45km. Colocamos no PAC II mais R$ 700 milhões para investir. Então vai alcançar, nesses oito anos, R$ 1,75 bilhão, alcançar até os 93 km, o que já está colocado no PAC, já é um grande desafio chegar até os 93km, já é o início do Canal do Sertão.

Outro Projeto aqui, o grande Projeto importante do Ministério, que é o Projeto de Integração do São Francisco, um investimento no PAC, somando o PAC I com o PAC II, R$ 8,9 bilhões. E aqui, só a parte exclusiva das obras do Projeto. O investimento realizado, até ontem, na verdade, R$ 2,3 milhões.

E aqui, para mostrar que os desafios ainda são muito grandes, ainda estamos chegando à metade desse Projeto de Integração, é um Projeto muito grande, e um investimento, nos quatro meses deste ano, de R$ 130 milhões só no Projeto de Integração.

Agora, aproveitando que o Projeto de Integração está aqui, focar um pouco nas Alagoas. Quando a gente fala no Projeto de Integração, colocá-lo na agenda, foi também colocar na agenda o Programa de Revitalização do Rio São Francisco, que envolve a revitalização e a recuperação da Bacia do São Francisco. Lembrando que tem uma Agência Executiva, a Codevasf, que é do Ministério de Integração Nacional, que atua em Alagoas também. E nós estamos colocando, para lembrar ali os pontos 11 e 12, daquele quadro do Governador, atuação para ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário em Alagoas.

Então, são investimentos de R$ 200 milhões que o Ministério da Integração Nacional trouxe, e que nós temos um grande desafio, até 2014, concluir esses vinte Sistemas de Esgotamento Sanitário em Alagoas. Além disso, no âmbito do Governo Federal tem atuação também do Ministério das Cidades e do Ministério da Saúde, para a universalização do acesso ao esgoto no Nordeste, no Brasil e no Estado de Alagoas especificamente.

Outro ponto, que aí não está dentro do PAC exclusivamente, mas é um espaço muito importante para a gente discutir a atuação do desenvolvimento regional de recolocar o Nordeste como um forte executor, com fortes políticas nacionais.

Os Fundos Condicionais, os Fundos do Desenvolvimento Regional são de responsabilidade do Ministério. Então, só para mostrar os valores, aqui, as previsões de desembolsos, contando com o desembolso total, novas aplicações, novos aportes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste de R$ 8,3 bilhões, previstos nesses quatro anos, e do Fundo Condicional do Nordeste, R$ 49,2 bilhões.

Lembrando de outro grande Projeto Estruturante na Região Nordeste, que é a Ferrovia Transnordestina, e a participação do Governo Federal para essa obra. Ali tem recursos de terceiros, é todo o Governo Federal, 60%, destacando ali na FDNE, R$ 2,6 milhões do total de R$ 5,4 milhões. E também do FINOR, que é o Fundo de Incentivo Fiscal. É um recurso do Governo Federal, e aí só no âmbito das Políticas e dos Instrumentos do Desenvolvimento Regional, de R$ 3,7 milhões desses três Fundos. Então são 68% do total estimado.

Já dou por encerrado aqui, coloco à disposição para falar de qualquer empreendimento do PAC que tem na Região Nordeste, nas Alagoas. Então, estamos à disposição

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para falar, dizendo que o PAC começa com uma ideia clara de transformar o País, recolocar o País numa rota de crescimento, de desenvolvimento.

E aqui, nós estamos falando claramente de Planejamento da Ação Estatal, estamos falando de trazer os investimentos e garantir as obras necessárias. Parte-se de um pressuposto, claro, do equilíbrio macroeconômico muito importante, e também de eleger as prioridades. Nós estamos colocando, aqui, que se o PAC é prioritário, a atuação do Governo Federal em trazer os recursos, aqui, tem que estar na agenda da política.

Agradeço de novo o convite, dizendo que a SUDENE tem que se fortalecer como lócus, um espaço necessário e importante para discutir as Políticas de Desenvolvimento Regional do País, os grandes problemas nacionais, os grandes problemas do Nordeste. Lembrando que a presença de diversas autoridades reforça a ideia de um permanente exercício de coordenação. E colocar que o Ministério de Integração Nacional pretende continuar investindo em recolocar o Nordeste dentro do País.

Agradeço. (Palmas).

8º D

TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DA SENHORA MARTA SIMÕES (CERIMONIAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

Quero, neste momento, convidar para fazer parte da Mesa de Honra, o Senador Wilson Santiago, que é Senador pelo Estado da Paraíba. (Palmas).

Quero agradecer, também, a presença do Deputado Federal Givaldo Carimbão; a presença de Carlos Gato, da ABIH – Alagoas; José Reinaldo, que é Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, também, que prestigia esta solenidade.

Convido, neste momento, o Sr. Marcelo Brito, representando o Sr. Maurício Muniz Barreto de Carvalho, Secretário do Programa de Aceleração do Crescimento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

9º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR MARCELO BRITO (COORDENADOR DO PAC), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011. Bom dia a todos, Cumprimento o Senador Benedito de Lira, Senador Wellington Dias, Senador Fernando Collor de Mello, Senadora Lídice da Mata,

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Governador Teotônio Vilela, em nome de quem cumprimento todas as demais autoridades, aqui presentes,

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer, em nome do Secretário Maurício Muniz e da Ministra Miriam Belchior, a oportunidade de discutirmos aqui o PAC, e com foco na Região Nordeste, em um Fórum tão qualificado.

Venho, aqui, trazer a visão do Ministério do Planejamento, como Coordenador do PAC, primeiro, fazendo um breve balanço do que aconteceu entre 2007, 2010, especialmente na Região Nordeste. Olhando, revisitando os nossos compromissos, os resultados, e principalmente as lições que a gente tem para aproveitar melhor os próximos quatro anos, e na nova etapa do PAC II. E depois vou colocar um pouco dos principais investimentos programados para o PAC II, os principais eixos de atuação e as oportunidades que existem, aqui, para a Região Nordeste.

Quando o PAC foi lançado, tinha quatro grandes compromissos, que era incentivar o investimento privado e público, infraestrutura, construir a infraestrutura necessária para sustentar o crescimento, fazer crescer o emprego e a renda, e acelerar o crescimento econômico.

Gostaria de destacar dois pontos especiais nesse compromisso que tem do PAC, que o tornava um pouco diferencial, em relação a outros programas de investimento que já existiram. Primeiro lugar é seu compromisso com o desenvolvimento regional. O PAC não tinha uma visão restrita de simplesmente colocar o investimento público, onde já tinha mercados consolidados, mas tinha uma crença na capacidade indutora do investimento estatal, para catalisar investimentos privados e novos investimentos estatais. Em segundo lugar é uma participação expressiva do eixo social e urbano, olhando a infraestrutura não só no seu objetivo de desenvolvimento econômico, mas, também, na melhoria de qualidade de vida das pessoas.

Como resultados gerais do PAC. O investimento total do PIB saiu da faixa de 16% para 18% em 2010, o investimento público aumentou de 1.6% para 2.9%, em 2009, e de pontos positivos, nós tivemos uma retomada do planejamento, a retomada de importantes investimentos, obras que há muito tempo estavam paralisadas, sendo retomadas, o início de novos investimentos estruturantes e a priorização de investimentos em áreas, há muito abandonadas. Vou dar aqui dois exemplos: a indústria naval, que vários participantes já citaram, aqui, investimentos em estaleiros no Nordeste, e em ferrovia, que também é outra área que há muito tempo não tínhamos investimentos. E temos, também, obras importantes aqui no Nordeste.

Mais um resultado do PAC, em termos de desembolsos financeiros e aprovações de financiamentos do BNDES, que aumentam em mais de 100%, 150% entre 2007 e 2010. Ao que, dois exemplos de aumento de emprego em duas áreas específicas, comparativamente com o aumento médio de emprego no País, que são as áreas de energia, em que o crescimento é de 1.6 vezes maior do que a média, enquanto na construção de edifícios, nós tivemos um crescimento três vezes maior do que a média. Mostrando aí, uma correlação importante entre a retomada do investimento e a geração de emprego.

O legado do PAC, também, ocorre na forma de desoneração tributária, que houve mais de R$ 60 bilhões de desoneração nos primeiros quatro anos, e uma previsão de mais de R$ 20 bilhões para os próximos quatro.

Uma importante articulação com municípios e Estados, sobretudo nos investimentos do eixo social e urbano, saneamento e habitação, seja na seleção, seja na execução das obras, uma melhoria dos Projetos dos Entes Federados. E aqui, nós fazemos um mea-culpa geral. Nós tivemos uma dificuldade, desde o início do PAC, na elaboração de Projetos, e todos os Entes da Federação, União, e talvez esse tenha sido o grande aprendizado que o PAC trouxe, da importância dessa etapa preliminar aos investimentos.

A ampliação das parceiras do setor público com o setor privado é outra marca do PAC. Tivemos aí a retomada de concessões na área de rodovias, por exemplo, tivemos uma

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importante na Bahia, a BR - 116/324; ampliação da contratação de serviços na cadeia do petróleo, dragagem, saneamento, habitação; e a interlocução do saneamento com o setor privado, de uma forma geral, sobre crédito, desoneração, desenvolvimento de políticas, entre outros pontos.

Outros pontos importantes do PAC - vou passar aqui adiante essa tela –, mas, rapidamente, o importante a gente seminou. A importância do monitoramento da transparência dos investimentos públicos. Segundo lugar, consolidou a ideia de que é indispensável ao País o planejamento dos investimentos, aquilo que já falei sobre a lição dos Projetos. Reforçaram-se as equipes de infraestrutura na União, nos Estados também, nos municípios.

Alguns resultados gerais, que vou passar rápido, também, que dos investimentos previstos para concluir até 2010, nós chegamos a um resultado expressivo de 80%.

A execução financeira, também, alcançou um resultado bastante expressivo, cerca de 90% até o final de 2010 do que estava previsto.

Também, aqui, mostro que além de vários empreendimentos terem sido concluídos, chega acerca de 80%. Nós tivemos uma expressiva quantidade de obras que estão em andamento, em execução acelerada.

Aqui, a gente mostra que 66% dos empreendimentos, em andamento, têm mais de 50% em execução. A perspectiva de obras, muitas obras serem entregues nos próximos dois anos.

Na Região Nordeste, especificamente, dos mais de R$ 600 bilhões do PAC, nós tínhamos uma previsão de R$ 115 bilhões, representando cerca de 20% do investimento do PAC na sua primeira etapa, dos quais mais de 90% tiveram a execução financeira realizada, os R$ 109 bilhões, e desses R$ 115 bilhões nós tivemos R$ 65 bilhões em obras concluídas.

Vou citar alguns exemplos de algumas que são emblemáticas. Está aqui, por exemplo, na área rodoviária, vou citar a BR-101, mais de 100 km executados; nos Portos, a dragagem em Recife, Aratu em Salvador, o Cais de Containers aqui em Maceió. Na área de Aeroportos, Fortaleza, Salvador, linhas de transmissão.

Mais algumas obras concluídas: no desenvolvimento de petróleo, o Campo de Pirapemas; a Refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte; o Gasene entre Cacimbas e Catu, na área do gás natural; na área de Recurso Hídricos, o Guilherme já falou bastante, mas destacaria Castanhão, o Eixo de Integração Orós/Feiticeiro. Aqui em Alagoas, a Barragem e a Adutora de Palmeira dos Índios.

E, além disso - passando mais rapidamente -, várias obras que estão em andamento com execução bastante acelerada. A BR-101/ Nordeste, além de nós estarmos praticamente... Devemos concluir este ano do Rio Grande do Norte até Pernambuco. Nós tivemos início o ano passado aqui em Alagoas e em Sergipe, e devemos, ainda este ano, ter a licitação da BR-101/Bahia, o que fecharia a duplicação de toda a BR-101 no Nordeste.

Na área de ferrovias, duas obras essenciais e emblemáticas da retomada de investimentos de ferrovias no País. A Transnordestina já com execução bastante acelerada, e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, essa iniciada no final do ano.

Em Portos, nós temos dragagem em Fortaleza, Natal, Cabedelo. E Aeroportos, destaco o Aeroporto de São Gonçalo de Amarante, que o trecho que o Exército está executando já está bastante avançado, e que nós tivemos, agora, cerca de um mês, a aprovação da primeira concessão Aeroportuária do País aprovada para a Região Nordeste, justamente do Aeroporto São Gonçalo do Amarante, o leilão inclusive já está com o Edital publicado.

Mais algumas obras em andamento. E alguns aprendizados que nós tivemos do PAC I, que ajuda a gente a aproveitar

melhor os próximos quatro anos. O PAC, na sua versão 11 e 14, nós tínhamos três eixos, entre 2007 e 2010, que era

energia, transporte, social e urbano. O 11 e 14 dão um enfoque maior ainda para o eixo social e urbano. Esses quatros novos eixos que o Guilherme aqui já relatou, Água e Luz Para Todos, Minha Casa Minha Vida, Comunidade Cidadã e Cidade Melhor, expandem o tipo de intervenção

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que o PAC faz nessa área do social e urbano. Muitos com seleção iniciada e a ser feita neste ano, com recursos reservados, aqui, para o Nordeste e com ampla oportunidade de investimentos para os próximos anos.

Só comparando com o PAC I. No PAC II, logística manteve, basicamente, o mesmo nível de investimento do PAC I. Em energia, nós saltamos mais de 50%; a carteira para os próximos quatro anos é maior. E no social e urbano, como já mencionei, o salto é maior ainda, supera 60% dos investimentos.

Aqui são os critérios que foram utilizados para a seleção de investimentos no PAC. Não vou passar muito tempo, aqui.

Uma coisa que é importante dizer é o seguinte: nas áreas de logística e energia, nós já tivemos uma pré-seleção no ano passado, com base em critérios que foram discutidos, à época, no lançamento do PAC, e na área social e urbana, como já adiantei, nós temos as seleções sendo realizadas este ano.

Um destaque que gostaria de dar é que essa seleção está sendo feita por grupos de municípios. Nós separamos em três faixas, e aí mostra inclusive a priorização que nós damos para as Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O grupo I, que é aquele que concentra 60% dos recursos a serem selecionados, envolve um pouco menos de 500 municípios, contempla as 11 Regiões Metropolitanas de... e o Distrito Federal, os Municípios do Nordeste, Norte e Centro-Oeste acima de 70 mil habitantes, e os municípios acima de 100 mil habitantes, no Sul e Sudeste. Então, nós temos uma faixa um pouco maior para a região Nordeste e para as demais regiões. E os outros grupos II e III, com uma quantidade de recursos menor e, também, respeitando, basicamente, as mesmas faixas para as diferentes regiões.

Aqui, mostra os três grupos de municípios e os tipos de intervenção, que estão previstos para cada grupo. Como V.Exªs. podem ver o grupo I, que é aquele grupo com 500 municípios, tem intervenções em, praticamente, todas as áreas, com exceção dos equipamentos para estradas vicinais, que são apenas para municípios de menos de 50 mil habitantes.

Isso, aqui, mais uma vez, destacando a oportunidade que nós temos, porque as seleções estão ocorrendo nesse momento aqui. O azul escuro mostra no eixo social e urbano, para cada área, o que está em seleção ou já foi selecionado. O azul claro mostra o que vai ser selecionado. Então, são seleções que devem estar saindo ainda este ano.

Vou dar um exemplo para V.Exªs. Na quinta-feira passada, a Ministra Miriam Belchior em conjunto com o Ministro da Educação e a Ministra da Cultura lançaram a primeira etapa das praças do PAC. Tem lá um site específico “pracasdopac.gov.br”, até rebatizado como praças de educação e cultura, já com recursos separados para o Nordeste, o total é de R$ 800 milhões, e a seleção já disponível para todos os municípios que se encaixem nos critérios abertos na seleção.

Só um destaque: para essas seleções, como a gente viu no aprendizado dos primeiros quatro anos, é muito importante que os municípios saiam na frente, que tenham um Projeto. Quem tem Projeto sai na frente e tem maiores chances de receber uma quantidade maior de recursos. Então, mais uma vez, o aprendizado dos quatro anos, mostrando como nós podemos aproveitar melhor essa oportunidade, que temos nos próximos quatro anos.

Para o Nordeste, nós já tivemos selecionados R$ 200 bilhões; sendo R$ 120 bilhões entre 11 e 14, e temos R$ 7 bilhões que estão para ser selecionados nessas seleções que mencionei anteriormente, o que dá um conjunto total de R$ 127 bilhões até 2014.

Abro aqui, e vou passar rapidamente nos diferentes eixos, destacando algumas obras que estão mais emblemáticas, que nós temos previstas para os próximos quatro anos, sempre para o Nordeste. O azul escuro representam as obras novas, as obras do PAC II, propriamente dita; e o vermelho representa aquelas obras do PAC I, que seguem sendo executadas, aqui no período do PAC II. E, finalmente, nós temos também uma cor roxa, que são aquelas obras do PAC I que já tinham previsão de conclusão após 2010.

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Aqui no eixo rodoviário, o grande destaque, sem dúvida, é a BR-101, como já mencionei, só falta entrar em execução o trecho da Bahia.

Em ferrovias, nós temos aqui as duas obras emblemáticas, que já mencionei, já em execução, e mais Projetos para o futuro bastante importantes, como, por exemplo, da ligação da Ferrovia Transnordestina à Ferrovia Norte-Sul, entre Piauí e Maranhão.

Hidrovias. Nós temos alguns investimentos previstos na Hidrovia de Tocantins. Em Portos, os investimentos de dragagens, Suape, Fortaleza; em Aeroportos; refino, Petroquímica, as Refinarias. Gostaria de destacar as Refinarias, a Premium I e Premium II, no Maranhão e no Ceará, e a Abreu e Lima essa já em um estágio mais avançado de execução.

Exploração e Produção de Petróleo. Vou deixar aqui, como é um conjunto muito grande de slides e o meu tempo já

está estourando, à disposição da organização, para que todos possam ter acesso, e tenham também aberto no site do PAC.

Quero concluir, acho que a gente já passou o principal do que tínhamos que passar e a mensagem que a gente tinha que trazer. Em síntese, a visão do Ministério do Planejamento é que nós tivemos um bom desempenho no PAC no Nordeste, 07 e 10. Tivemos 60% do que estavam previstos, efetivamente concluído, a execução financeira em 90%, mas que nós podemos melhorar muito nos próximos quatro anos. Já temos um conjunto grande de investimentos pré-selecionados, mais de R$ 100 bilhões, que nós temos, aqui, este ano e começo do ano que vem para deslanchar os Projetos, aprimorar os processos de contratação.

E temos esse processo de seleção que se concentra, basicamente, neste ano e no ano que vem, que vão sair na frente aqueles municípios, aqueles Estados, que tiverem aprendido bastante, como a gente acredita que todo mundo aprendeu nos primeiros quatro anos, que tenham projetos, equipes qualificadas para cumprir os requisitos previstos na seleção.

E aproveitar esta oportunidade que nós estamos tendo de desenvolvimento da região com a visão que nós temos do Ministério do Planejamento, do Governo Federal, que um Programa de Investimento não deveria se restringir, simplesmente, a ir atrás daquelas áreas já consolidadas, mas, também, de aproveitar, de expandir fronteiras, e de induzir investimentos públicos e privados, inclusive em regiões ainda não consolidadas.

Agradeço a atenção de V.Exªs., e fico à disposição para qualquer dúvida. (Palmas).

A Srª. Marta Simões (Cerimonial) – Teremos agora a palavra do Senador Wellington Dias.

10º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR SENADOR WELLINGTON DIAS (PRESIDENTE DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

Saudando, aqui, mais uma vez, nós tínhamos contado com a presença do nosso Presidente do Fórum dos Secretários, que é o Carlos Santana, está aqui o nosso querido Silvano, e ele não conseguiu chegar aqui, mas quero só fazer só uma observação, para a gente entender um pouco, com base no trabalho feito pela Consultoria do Senado, com apoio do Etênio, ligado ao Banco do Nordeste, da SUDENE, do BNDES, do Banco do Brasil, vários órgãos que atuam,

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aqui no Nordeste, e no Fórum dos Governadores, para a gente compreender um pouquinho esse desequilíbrio.

Na fala do nosso querido Teotônio Vilela, do nosso Ex-Presidente e Ex-Governador Collor também deve ter sentido muito na pele como Governador, eu vivenciei isso também lá no Piauí. A gente sente a dor da dificuldade, imagine ser Governador e as coisas que chegam a sua mesa, SOS urgente, e não se tem dinheiro, não tem as condições para dar viabilidade. Vejo, lá no meu Estado, também, a dureza do Governador Wilson Martins para tocar as coisas por lá.

E aqui é mais um diagnóstico para a gente entender um pouco disso, e isso tem muito a ver, para que a gente possa firmar uma posição em relação a pontos que a Bancada Federal, tanto na Câmara como no Senado, vai tratar na relação com o Governo Federal de alguns temas, como o do Pré-Sal, o Deputado Marcelo daqui a pouco vai fazer a apresentação, como também em relação à Reforma Fiscal e Tributária, que está aí na pauta, na Ordem do Dia, e outros temas, como o Téo lembrava aqui, vinculados à saúde e à educação.

Esse desequilíbrio, então, está presente, na verdade, em todos os Estados do Nordeste. É claro que há alguns numa situação melhor e, na verdade, os Estados não dispõem de recursos adequados para cumprir com os papéis primordiais no exercício de suas funções, ou seja, os Estados que mais precisam são os que têm maiores dificuldades. Esse é o dilema do desenvolvimento desigual do Brasil, quer dizer, um Estado como Alagoas, como Maranhão, como Piauí ou Paraíba, enfim, têm hoje mais demandas e têm uma incapacidade de investimento menor. Isso é mais grave ainda nos municípios, ou seja, os municípios mais dependentes do Fundo de Participação e de outras receitas vivem um drama ainda maior.

O fato é que a Região Nordeste - não tem uma tabela aí? Para a gente compreender: os Estados mais desenvolvidos têm, hoje, uma presença de receita própria maior; os menos desenvolvidos dependem mais de uma receita partilhada. Significa, primeiro, uma dificuldade, você é Governador, é Secretário de Fazenda, e não tem o controle sobre a maior fatia dos recursos. É a União Federal quem controla suas receitas, mesmo que você queira, você não pode ter nenhum instrumento de influenciar em boa parte das suas receitas.

No Nordeste, para a gente ter uma ideia, 43,8% das receitas, na média, são receitas de transferências federais, 57% são de receitas próprias. No Piauí, em torno de 41% das receitas são próprias; Alagoas 47% próprias, 53% são transferências da União. Para a gente ter uma ideia do que isso significa, um Estado como São Paulo, 90,45% das suas receitas são próprias. O governante tem total controle. Tem a tabela aí? Está lá, olhem: São Paulo 90,24%; o Brasil, 75% das receitas dos Estados brasileiros são próprias, enquanto que no Nordeste 57%, e no Norte 53%. Então, esses Estados, portanto, têm uma dificuldade ainda maior, porque não tem pleno controle sobre as suas receitas. Por que é que isso não acontece?

Primeiro, temos um ponto que considero fundamental. É que é nessa região onde se localiza a maior fatia da pobreza, ou seja, as pessoas em situação de miséria. Agora o Governo acaba de divulgar esse novo dado atualizado, mais de 16 milhões dos brasileiros estão na miséria, têm uma renda per capita abaixo de R$ 70 - é isso que se classifica do ponto de vista da renda -, e o Nordeste tem mais da metade de todos os que se encontram na miséria no Brasil. Então, o que é que isso implica do ponto de vista da economia e da receita?

Tem um estudo que demonstra o seguinte: a população que tem uma fatia de renda até três salários mínimos, como boa parte dos nossos impostos, inclusive os federais, é imposto indireto, quem ganha até três salários mínimos, de forma perversa, tem uma carga tributária na casa de 48%; a carga tributária sobre essa faixa da população com renda até três salários mínimos é maior. Por exemplo, quem tem uma faixa de renda acima de trinta salários mínimos, a carga tributária é em torno de 28%. O que é que isso significa? Significa que há, na verdade, um impacto maior na carga tributária sobre a população da nossa região, do Norte e do Nordeste. Mas quero me ater no fato de a gente ter - diria que hoje em torno de 80% -, pelo menos a nossa população está nessa faixa que paga uma carga tributária maior.

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Aí, para citar um exemplo: São Paulo que responde por 34,9% do PIB Nacional tem um impacto na renda da sua população de 9,2%; o Nordeste 11%. E no caso, isso significa que a taxação do cidadão, que aqui é em torno de 10%, a renda per capita nordestina é cerca de 35%, a renda do Nordeste.

Veja só, o impacto no conjunto da renda do Nordeste, 10,9%; Alagoas, para pegar o exemplo, 11,3%; um Estado como São Paulo, 9,8%. Então, isso termina fazendo um efeito perverso, ou seja, como boa parte dessa tributação é contribuição, ou um conjunto de outras formas de taxações, ela termina transferindo renda líquida das regiões menos desenvolvidas para as mais desenvolvidas.

Isso, como já disse, porque o nosso sistema tributário é regressivo, quem ganha mais está pagando, proporcionalmente, menos, e quem detém a menor renda está pagando, proporcionalmente, mais impostos.

Qual é o problema que isso tem? Estamos em uma fase de crescimento. O Nordeste está crescendo mais do que a média brasileira. Uma coisa boa que gera mais emprego, enfim. Mas, como ainda assim estamos numa fase que temos muito, mesmo as pessoas que ingressam no mercado de trabalho, ingressam nessa faixa de renda abaixo de três salários mínimos, como eu peguei, aqui, como exemplo. O que é que acontece? Para cada real gerado de impostos desse crescimento, isso é sugado para outras regiões do Brasil, através desses impostos indiretos. No nosso caso, dos Estados, o ICMS.

O ICMS, para pegar um exemplo, quando a gente discute a questão da origem e destino, ou seja, de fazer pelo menos no imposto sobre o valor agregado como o ICMS, a cobrança e a maior fatia ficam no destino, e não na origem, ele leva em conta isso, ou seja, se evitar esse sugadouro das regiões menos desenvolvidas. Como os Estados mais desenvolvidos, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outros, têm uma base industrial maior, ou seja, aquilo que consumimos aqui, compramos boa parte de lá, nesse modelo que temos hoje, termina significando um envio de fatia da renda para as regiões menos desenvolvidas.

Final VTS 1 – 5 Então, quando a gente quer colocar o que o mundo inteiro já colocou, uma

Reforma Tributária há correção com a cobrança desse imposto no destino, estamos fazendo uma política de justiça social. Isso é o que a Bancada tem que entender. Não é só uma proposta para poder melhorar a receita dos Estados, ou seja, mesmo que a gente tenha outras políticas de crescimento, enquanto a gente não resolver uma situação como essas, nós vamos ficar com uma transferência de renda líquida sempre. E isso vai ter sempre um impacto e uma dificuldade maior para a geração de renda.

Soma-se a isso, as outras formas de contribuição que são feitas sobre folha de pagamento, sobre o conjunto de outros fatores. Cito só um exemplo, aqui, meu querido Téo, que já levantava isso no Fórum dos Governadores: o pagamento do salário-educação, que é feito sobre a folha de pagamento das empresas, para a gente compreender, tem uma regra que é o seguinte: o tributo do salário-educação é aplicado sobre a folha de pagamento. Vamos imaginar aqui: tem uma Agência do Bradesco em Alagoas sobre a folha de pagamento esses servidores do Bradesco, esses empregados do Bradesco em Maceió, aplica-se a cobrança do salário-educação. Uma parte tem uma destinação específica, mas a outra é para ser distribuída, para ser aplicada na Educação.

A regra existente é de que o recolhimento é feito na matriz, e a matriz do Bradesco, fica lá em São Paulo, é quem faz esse recolhimento. Isso facilita a vida da União, uma coisa boa. Porém, na hora da distribuição, o que é que diz a regra? A regra diz que “o tributo é partilhado pela arrecadação em cada Estado”.

Então, as Agências do Bradesco do Brasil inteiro são recolhidas e são distribuídas para São Paulo, e assim de todas as empresas que têm matriz normalmente nos Estados mais

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desenvolvidos. O resultado é que hoje 2/3 do salário-educação ficam com São Paulo, para a gente compreender.

Quando da discussão da Lei do FUNDEB, isso é que é mais interessante, apresentei uma proposta pelo Fórum dos Governadores e foi aprovada no Art. 6º, dizendo o seguinte: “O bolo nacional, toda a receita nacional, a distribuição é feita proporcional ao número de alunos”. A parte dos municípios, os alunos da rede municipal; a parte dos Estados, de acordo com o número de alunos na rede estadual. Ainda hoje não foi cumprida! Os Governadores tiveram que entrar com uma ação no Supremo para cumprir com uma regra que não tem nenhuma dúvida sobre isso.

Então, cito exemplos como esses para a gente compreender que há um conjunto, exceto o Fundo de Participação que faz uma distribuição pelo inverso da renda, os demais tributos, os demais impostos têm esse problema.

E para a gente compreender também a discussão, por que, às vezes, a gente fica meio acanhado de discutir a questão da CPMF e da CSS. É preferível trocar um tributo como esses, se não quiser aumentar a carga tributária, por outro tributo pela Justiça que ele tem. Como ele, na proposta que está lá no Congresso, coloca uma isenção, para quem movimenta até R$ 3 mil, termina isentando boa fatia das regiões menos desenvolvidas, e termina tributando quem movimenta volumes maiores.

E na hora da distribuição, como vinha pela regra da Saúde de outras regras dos Programas Sociais vinculados à pobreza, terminava fazendo o inverso, uma transferência de renda das regiões mais ricas, para as regiões menos desenvolvidas. Então, um tributo como esse, a gente precisa pensar como a forma do equilíbrio, também, da renda do País. Ele não é só uma discussão de uma nova receita ou de uma receita apenas para a Saúde. Para a gente ver aqui como é que isso impacta também no conjunto das rendas.

Cito, também, que dos Bancos - a gente viu agora a comissão, recebemos lá agora o Senador Luiz Santiago, Benedito de Lira, Eduardo Amorim e a Senadora Lídice - recebemos o BNDES, que teve um crescimento nas aplicações no Nordeste, aplica em torno de 8% dos seus recursos no Nordeste. Nós temos 14% do PIB brasileiro, 28% da população brasileira e ficamos com 8% dos investimentos do bolo.

Veja agora, de novo o Presidente Lula fez uma capitalização de R$ 100 bilhões. De onde vem esse dinheiro? Esse dinheiro vem do conjunto da sociedade brasileira, porém, na hora da aplicação, apenas 8% para o Nordeste, aproximadamente 60% ficam com o Sudeste.

Então são essas desigualdades que a gente precisa estar atentos. A mesma coisa em relação ao Banco do Brasil. O Banco do Nordeste do que faz captação, aplica mais na região; a Caixa Econômica também; o Banco do Brasil é muito pouco. Do que faz captação do Nordeste, boa parte dos depósitos que é feita, é aplicada em outras regiões. Acho que a gente tem que ter uma pactuação com cada instrumento desses de desenvolvimento, porque se não vira um sugador, vira um instrumento de não desenvolvimento, de retirar da economia local para aplicar nas regiões mais desenvolvidas.

Ouvimos de modo muito franco, sincero, com a direção do BNDES, e eles alegam que ainda temos na região muitas dificuldades de Projetos. É algo que vamos ter que vencer. Nos Estados e nos municípios temos uma dificuldade muito grande de apresentar Projetos de Negociação, enfim. Então, tem coisas que dependem, tem que dar a solução dentro da região, mas acho que, politicamente, vamos ter que ter um tratado. Olha, x%. Qual é o ideal? O ideal é aplicar, pelo menos, proporcional à população, ou seja, se temos 28% da população brasileira, devemos reivindicar que 28% dos investimentos do BNDES ocorram nessa região; 28% no mínimo dos investimentos do Banco do Brasil possam ocorrer, aqui, na Região Nordeste.

Isso é só para ter uma idéia. O valor aplicado pelo BNDES no Sudeste, 62,9%; em São Paulo, 25,9%; toda a Região Nordeste, 8,8%, ou seja, se aplica no Estado de São Paulo três vezes mais do que na Região Nordeste.

Lídice!

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A Srª. Lídice da Mata (Senadora) – Lembre-se que nesse Nordeste está incluído Minas Gerais.

O Sr. WELLINGTON DIAS – Não, nesse aqui, não. Nesse aqui, fiz questão de tirar. Quando inclui Minas dava 14%, lembra? Eu estava falando 14%, e estava achando muito. (Risos). Fui olhar lá, e quando se tira Minas e Espírito Santo sobram na verdade 8,8%.

Esse aqui é outro dado interessante. Na área da Saúde, na área da Educação, hoje nós trabalhamos com Fundos. É o FUNDEB, que tem participação dos Estados, dos municípios e da União; uma fatia das receitas do ICMS, com IPI etc, formam um Fundo, e tem um complemento da União.

Então, na verdade, o per capita de saúde, nas regiões em que mais se precisa da saúde - vou dar só um dado aqui para V.Exªs. -, aproximadamente 90% dos alunos da rede de educação do meu Estado do Piauí - 92% para ser mais preciso - estudam na rede pública; 8% na rede privada, por quê? Exatamente isso tem a ver com a renda. Alagoas não deve ser diferente, deve ser algo bem parecido. Porém, na hora de distribuir os recursos, se leva em conta uma regra, como se fosse tudo uniforme. Então se repassa o FUNDEB - quanto é que está hoje? R$ 1.800. É isso, Téo? O per capita/ano do FUNDEB está em quanto? Aproximadamente R$1.800 por ano.

Então, se passa igualmente, os R$ 1.800 para o aluno lá de São Paulo, R$ 1.800 para o aluno de Alagoas, R$ 1.800 para o aluno do Piauí. Era como tivesse tudo igual. Quando se divide isso pela carência, pela necessidade, é uma desigualdade muita grande, ou seja, na verdade, São Paulo fica com R$ 383 per capita; Alagoas com R$ 150, Paraíba R$ 110, ou seja, se tem aí, de novo uma perversidade feita na forma da distribuição. Isso vale para a educação e também para a saúde.

No caso da Saúde, olha aqui Alagoas R$ 153 é o valor per capita repassado pelo SUS. E um Estado como São Paulo R$ 267, ou seja, se tem, de novo, quantos por cento da população de São Paulo já tem plano de saúde, que tem condições de usar a rede privada etc? Quantos por cento da população? 40%. Está me dizendo aqui o Deputado Marcelo, que é bom de conta.

Por isso que eu quero mostrar que se a gente não tiver cuidado, e a gente tem regras que levam... E a gente fica aqui: “Poxa, será que nós somos incompetentes? Será que a gente não tem capacidade de dar contas, de pagar um salário melhor para os nossos professores, de pagar aos nossos profissionais da saúde? Na verdade, isso tem a ver.

Então, tem uma equipe que fez um estudo, mostrando como seria se a gente fosse considerar a pobreza ou considerar a renda ou considerar o uso do sistema público pela população de educação e de saúde.

Veja só, aí está somado educação e saúde. Alagoas R$ 316, é o que passa hoje, é o per capita hoje. Quanto seria R$ 1.113? Ou seja, Alagoas teria que receber dos repasses da distribuição dos recursos para a educação.

Então, teria que ter, meu querido Téo, do FUNDEB, um repasse, um complemento maior do que é feito hoje. Apenas para alguns que não são dessa área, no caso da educação, tira-se x% de ICMS, 20% agora do ICMS, 20% do Fundo de Participação, enfim, forma lá um bolo. E os Estados, hoje, são obrigados a repassar um volume grande. Alagoas deve ser aí uns R$ 300 milhões, que é obrigada compulsoriamente mandar para os seus municípios. A União é para fazer um complemento, como não leva em conta isso, faz ali uma merreca de complemento.

Então, na verdade, era para repassar para cá, para V.Exªs. terem idéia, mais ou menos, uns R$ 300 milhões para Alagoas a mais do que passa hoje, para poder fazer a equalização. Então, a gente precisa, portanto, estar tratando. A ideia de poder ter uma negociação, Presidente Collor, de garantir que haja um equilíbrio maior, ou seja, se nessa região eu tenho mais alunos na rede pública que a outra, eu vou precisar de mais recursos proporcionalmente.

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Se tenho uma rede com 90% dos alunos na rede pública, com 90% da população no Sistema Único de Saúde, como sua única alternativa, então eu vou precisar ali de um per capita maior do que nas outras regiões. Não pode ser uma regra nacional, porque o grande problema é esse. Eles colocam uma regra nacional como se o Brasil fosse todo igual, como se fosse tudo equilibrado. O resultado disso é que enquanto - vou pegar um exemplo aqui - o meu Estado, a gente tinha que repassar para os nossos municípios 65% da receita de Educação; Minas Gerais era 11%, um escândalo! Quer dizer, se não tem condição de colocar regras perversas como essas.

Então, quero trazer essa apresentação para a gente compreender a idéia de termos uma pauta, e que na discussão da Reforma Tributária tem que se levar em conta, exatamente, uma regra. Quer dizer, como é que nós vamos fazer a Reforma Tributária em nome do fim da guerra fiscal, tirando instrumentos que hoje usamos para atrair investimentos? Hoje, a gente compra emprego abrindo mão de receitas, especialmente com ICMS. O que é que vai ficar no lugar?

Lembrar que no último acordo que a gente fez, tinha um Fundo de Desenvolvimento da região, que nunca foi implementado, e precisa ser implementado. Tinha um entendimento para ampliar o FNE, também não foi.

Gostei demais dessa proposta do Senador Collor, de a gente garantir, por exemplo, na negociação da Dívida, que precisa ter, o valor que tiver de ganho para os Estados ser vinculado a investimentos, mas tem que ter o entendimento. É perverso, também, a situação da Dívida, como o Governador Téo lembrava aqui, porque é cobrado o indexador, não sei nem se tem agiota hoje que está cobrando.

Conversava com o Presidente Lula e, recentemente, com a Presidenta Dilma, e dizia: Lembra! Nós somos do Partido dos Trabalhadores. Quantas vezes a gente vinha com as bandeiras “Fora FMI”? Então, daqui a pouco tem que se criar outro movimento Fora Tesouro Nacional, Fora Tesouro Nacional! O Tesouro Nacional age em relação aos Estados nessa questão da Dívida, de forma perversa, como a gente criticava no passado o Fundo Monetário Internacional, que era quem controlava os nossos juros de aumentar e de subir, enfim. Então, é inaceitável.

Queremos rever, tem duas alternativas do Fórum dos Secretários, uma da implantação da Selic não-cumulativa, e o outro é do IPCA como forma de correção, uma das duas para negociações. Isso dá um impacto brutal na dívida. Para V.Exªs. terem uma idéia, quando a Dívida dos Estados foi negociada em 1997 era R$ 94 bilhões. Os Estados já pagaram de lá pra cá, mais ou menos, R$ 92 bilhões, e estão devendo aí uns R$ 300 bilhões.

Então é inaceitável, porque por conta da forma da correção, por conta da forma de juro cumulativo, de uma série de distorções, que precisam ter a revisão. Vai ter amanhã a reunião com o Ministro da Fazenda, acho que esse tema tem que estar na pauta, e nós, no Congresso, temos que apoiar de modo muito firme para esse entendimento.

Então, quero aqui com essa apresentação, apenas que a gente compreenda que temos que alterar algumas distorções. Na área da educação, a proposta é de ter um complemento que leve em conta a proporção dos alunos na rede pública, na área do Sistema Único de Saúde. O Presidente Lula, até começou a fazer uma correção, foi quando teve o fim da CPMF. Ele parou de fazer a correção. Mesmo assim, ainda é muito desigual e precisa ter um complemento maior, levando em conta onde é maior o número de pessoas que usam o Sistema Único de Saúde.

Do salário-educação, já falei aqui. Então, há outras alternativas. E uma delas - para a gente ganhar tempo -, quero aqui passar a palavra ao

Deputado Marcelo Castro. Deputado Marcelo, é em relação a essa alternativa do Pré-Sal. Eu quero apenas abrir aqui, mostrando o seguinte: nós temos um Projeto na Câmara que foi apresentado quando do Veto, e tem o Veto. Eu sou do Partido dos Trabalhadores, já comuniquei a minha Bancada, já comuniquei a minha Presidente. Vamos chegar ao entendimento, porque se não tiver entendimento, eu voto com o meu povo (Palmas), eu voto com o Nordeste, e nós votamos pela derrubada do Veto.

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Todos nós - e eu que já fui Governador sei disso - sabemos que nenhum Estado, hoje, pode abrir mão das receitas que tem. Se tem essas dificuldades com a gente, também eu acho que o Espírito Santo, que Rio de Janeiro tem as suas dificuldades.

E foi pensado nisso, que discutimos dois parâmetros com o Ministro Palocci, para essa negociação. Uma primeira delas é como resguardar os Estados produtores para que não tenham quebra brusca de receita, não tenha queda de receita, na verdade. Segundo, é como fazer uma regra, que também não impacte diretamente com a União, foi o que aconteceu com a Emenda Pedro Simon que, na verdade, distribui o que tem e a União paga a conta. Também a União não suportaria sozinha.

Terceiro, que é um pleito que o Presidente Lula sempre cobrava e a Presidente Dilma mantém a mesma posição, na distribuição é importante, resta saber o pensamento de V.Exª., que esse dinheiro vá com uma destinação pré-determinada. Vai ter “x” para a saúde, vai tem “x” para educação, vai ter “x” para quilo que mude a vida dos brasileiros. Essa é uma receita que, pelo menos, até o que se conhece cientificamente, em algum momento vai findar. O que é que ficou para a humanidade de resultados dessas receitas?

Então, há uma ideia de que também se tem uma regra entre 40% e 50%, no mínimo, para a educação, em torno de 30% voltados para a saúde e outras áreas. E tem o Fórum dos Governadores e dos Municípios, agora na Marcha dos Prefeitos, que também desejo ter pelo menos 30% para infraestrutura. Hoje os municípios e os Estados brasileiros têm dificuldades de bancar a contrapartida, e contrapartida não é nem dinheiro para um projeto sozinho. E discutindo com vários Parlamentares, e coube aqui ao Deputado Marcelo Castro fazer a apresentação com os números dessa proposta.

Quero dizer, na terra das Alagoas, que aprendemos muito, hoje, aqui. E o objetivo da Comissão é este. Nós precisamos colocar a nossa região na pauta do Brasil. Acho que temos que trabalhar juntos, não dá para trabalhar separadamente, porque se de um lado a gente quer resolver o problema da desigualdade com as outras regiões, também não podemos permitir o crescimento da desigualdade dentro da própria região. Acho que isso é inaceitável. Nós temos que ter uma pactuação conjunta. Somos uma Bancada forte, está aqui o Presidente da Comissão de Relações Exteriores, o Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, o Renan que não está aqui, como foi justificado, é Líder do PMDB, o maior Partido com a Bancada no Senado, a segunda maior Bancada na Câmara, enfim. Então nós temos lideranças importantes.

Acho que se a gente tiver um rumo único e atuarmos juntos, e esse é o sentido desse trabalho da Comissão, como piauiense, quero estar defendendo o Estaleiro aqui de Alagoas (palmas); quero, como piauiense, estar defendendo o Canal do Sertão, ou seja, nós não queremos um desenvolvimento apenas para os nossos Estados. É hora de parar de olhar para o nosso umbigo, e pensar no Brasil. E pensar no Brasil tem que ser um Brasil mais igual, e, por isso, que temos que defender com toda força, sem nenhum temor, pelo contrário, com toda indignação que a gente tem aqui na região, a favor do fim dessa desigualdade.

Muito obrigado. (Palmas).

11º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR MARCELO CASTRO (DEPUTADO FEDERAL POR PIAUÍ), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

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Quero dar o meu bom dia a todos, Cumprimentar o nosso Governador Teotônio Vilela Filho, O nosso Vice-Governador, Cumprimentar o Presidente Collor, Senador Benedito de Lira, Senador Wellington Dias, Senador Wilson Santiago, Senador Eduardo Amorim, Senadora Lídice da Mata, Presidente da Federação das Indústrias, José Carlos Lyra, Presidente da Federação da Agricultura,

E dizer aos senhores e senhoras, aqui presentes, que essa luta do Brasil pelo

petróleo, já dista mais de meio século, que começou ainda com a bandeira de Monteiro Lobato de que “O Petróleo é Nosso”, e o Brasil tem uma longa história de investimento, de pesquisa, de desenvolvimento, de tecnologia. E finalmente, 60 anos depois, chegamos à autossuficiência. Então, o Brasil é hoje autossuficiente em petróleo! Nem somos exportadores, nem somos mais importadores de petróleo, mas durante toda a nossa vida, nós fomos importadores de petróleo.

De uma hora para outra, o Brasil descobre o Pré-Sal, e desse Pré-Sal o Brasil se torna uma das maiores reservas petrolíferas do mundo, e há previsão, segundo os técnicos, de que daqui alguns anos o Brasil poderá ser o 6º maior produtor de petróleo do mundo! E hoje, nós estamos produzindo 2 milhões de barris de petróleo/dia, aliás, para ser mais exato, agora em janeiro nós produzimos 2 milhões e 120 mil barris de petróleo/dia. A média do ano passado foi de 2 milhões de barris de petróleo/dia.

Gostaria que passar essa primeira transparência. Essa não! Tem uma anterior. Isso mesmo. Pode colocar essa daí mesmo.

Então, hoje, o Brasil produz, como acabei de dizer, 2 milhões de barris de petróleo/dia. E ano passado de 2010, isso gerou uma receita de R$ 21,6 bilhões. Há previsão, segundo a EPE, Empresa de Pesquisa Energética do Governo Federal, de que em 2016, 2017 - estou colocando 2017 para não errar -, nós estaremos produzindo mais de 4 milhões de barris de petróleo/dia. Uma coisa fantástica! Quer dizer, passamos 60 anos para produzir 2 milhões de barris de petróleo/dia, e com o Pré-Sal vamos dobrar a nossa produção em pouco mais de cinco anos.

E quando estivermos produzindo 4 milhões de barris de petróleo/dia, em 2017, estaremos tendo uma receita de “royalties” e de participação especial, aproximadamente de R$ 60 bilhões, ou seja, praticamente multiplicaremos por três vazes as receitas que o Brasil tem hoje.

E em 2020 e 2022, isso, naturalmente, é um chute aproximado, porque fazer uma previsão para 2020 e 2022 não seria muito exato, nós poderemos estar produzindo 6 milhões de barris de petróleo/dia, e teremos uma receita de R$ 100 bilhões/ano de . 2020, 2022. E calculando o dólar, o barril de petróleo a U$ 70, já estivemos a U$ 150 no passado, outro dia estava U$ 120; se dobrar para U$ 140, ao invés de nós termos uma receita de R$ 100 bilhões, teremos uma receita de R$ 200 bilhões.

A próxima transparência, por favor. Estou falando só de coisa boa, petróleo, riqueza. A parte negativa de tudo isso é

essa tabela que está aí. Quer dizer, em 2010, nós tivemos uma receita de R$ 21,6 bilhões, dos quais R$ 8,6 bilhões ficaram com a União, R$ 9,7 bilhões ficaram com o Rio de Janeiro, mais do que a União, R$ 900 milhões com o Estado do Espírito Santo, todos os Estados do Brasil receberam apenas R$ 600 milhões, e todos os 5.565 municípios do Brasil receberam apenas R$

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800 milhões. Só um município do Rio de Janeiro, o Município de Campos, o ano passado recebeu a bagatela de R$ 1,1 bilhão.

O que eles fazem com esse dinheiro, eu não sei, porque esse dinheiro nas mãos de um Governador competente como o nosso, aqui de Alagoas, acho que seria um trunfo muito grande para promover o desenvolvimento de Alagoas. Imagine só um município, Arapiraca, recebendo R$ 1,1 bilhão. É o que recebe o Município de Campos.

Aqui, embaixo tem essa observação. Em 2010, o Rio de Janeiro sozinho ficou com 80,22% de todas as receitas do petróleo que foram para os 27 Estados e os 5.565 municípios, ou seja, toda a riqueza do petróleo que foi distribuída por todos os Estados brasileiros, por todos os municípios brasileiros, o Rio de Janeiro sozinho ficou com 80%.

E, hoje, das receitas do Brasil, de “royalties” e participação especial, a União fica, aproximadamente, com 40%, e o Rio de Janeiro fica, aproximadamente, com 45%. Qual a razão, a justificativa para isso? Não vejo nenhuma, por quê. Porque a nossa Constituição é muito clara quando diz no seu Artigo 20: “Que os recursos naturais da Plataforma Continental, do mar territorial e da zona econômica exclusiva são bens da União”. Se são da União, têm que ser divididos com todos os Estados e todos os municípios brasileiros.

E o Rio de Janeiro nem o argumento que poderia ter de ser produtor de petróleo, não o é, porque todos os “royalties” do petróleo que vão para o Rio de Janeiro são advindos da exploração no mar. E pela Constituição, quando a produção é no mar, quem está produzindo é a União, e não nenhum Estado, porque nenhum Estado tem mar. O mar é do País, é da União, não é de nenhum Estado em particular.

Vamos para a próxima transparência, por favor. Das receitas do petróleo. Tabela dos recursos do Petróleo. Pode passar mais à

frente. Então, essa tabela aqui é uma demonstração do que é hoje em 2010, o que foi em

2010, porque não são os dados atualizados que a gente tem, e do que seria em 2010, se o Lula não tivesse vetado a nossa Emenda, e do que será em 2017, se o Veto for derrubado.

Então, Alagoas, por exemplo, recebeu R$ 81 milhões em 2010, Governador Teotônio Vilela. Isso por que Alagoas é produtor de petróleo. Então, ela tem uma participação mais expressiva do que os outros Estados que não são produtores de petróleo. Se o Veto não tivesse sido derrubado, Alagoas teria recebido R$ 431 milhões, já em 2010, e em 2017 já estaria recebendo mais de R$ 1 bilhão. Isso aqui é Alagoas, significa o Estado de Alagoas e os municípios de Alagoas somados uns com os outros.

Então, essas receitas são crescentes, quer dizer, hoje, nós estamos em 2011, iria crescendo de R$ 400 e tantos milhões até chegar R$ 1 bilhão e tanto.

Então, olhando a coluna de 2017, V.Exªs. vão perceber que há uma equidade, há uma isonomia, há uma aproximação, mais ou menos os Estados vão receber o mesmo valor. O Estado que mais vai receber recursos do petróleo será a Bahia, por quê? Porque tem uma grande população, R$ 3,2 bilhões, e tem uma baixa renda per capta, porque os “royalties” serão distribuídos em função do FPE e do FPM. O FPM é função da população, mas o FPE é função da população inversamente proporcional a renda per capta.

Então, aí se destaca a Bahia, porque tem uma baixa renda per capta, então, termina recebendo mais, mas todos os Estados receberão valores muito significativos comparando ao que recebem hoje. No nosso Estado do Piauí que, em 2010, recebeu apenas R$ 23 milhões, vai receber em 2017 R$ 1,1 bilhão aproximadamente.

Então, essa é uma das maneiras de se procurar fazer justiça com a riqueza que é nacional. A nossa Emenda, do Deputado Ibsen Pinheiro, do Deputado Humberto Souto e minha, que foi apresentada e votada, não mexe com o petróleo extraído em terra.

Então, o gás produzido pelo Poço de Carmópolis, em Sergipe, esse petróleo é de Sergipe; o petróleo produzido no Rio Grande do Norte, os “royalties” são do Rio Grande do Norte; o petróleo produzido em Urucu, lá no Amazonas, é do Amazonas. Nós só estamos

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dividindo o petróleo produzido no mar, porque partimos da Constituição que o mar é de todos, é da União, não é de nenhum Estado em particular.

A próxima transparência, por favor. Pode seguir. Isso aí é chamando a atenção que esses números que apresentei só estão incluídos

o petróleo produzido, atualmente, no mar, e 28% do Pré-Sal pelo regime de concessão. Os 72% do Pré-Sal que ainda vão ser licitados, através do regime de partilha, não estão nesses cálculos que apresentei na tabela.

Aqui uma passagem ligeira sobre o que os municípios receberiam. Então, o menor município de Alagoas receberia, aproximadamente, R$ 1,2 milhão. Já serve, não é Carimbão? A gente coloca a Emenda para um Prefeito de R$ 200 mil, R$ 300 mil, Thomaz Nonô, o Prefeito já acha bom, não é? Aí vai receber R$ 1,2 milhão, que vai cair diretamente na conta para ele aplicar, o menor município. Acho que Arapiraca é 3,8. Então, receberia em torno de uns R$ 15 milhões. A próxima transparência.

Aqui, seriam as capitais. A capital que mais vai receber recursos no Brasil será Fortaleza, R$ 170 milhões, por quê? Porque tem uma alta população e tem uma baixa renda per capta, e os recursos que são os FPM’s que vão para as capitais é inversamente proporcional a renda per capita da população da capital. Maceió receberia R$ 85 milhões. Já é um bom começo. A próxima transparência.

Agora, aqui, é a proposta que o Senador Wellington Dias está fazendo para um entendimento, porque o conflito está formado. O Rio de Janeiro não quer perder receita; a União não quer compensar o Rio de Janeiro pelas perdas que vai ter em função da Emenda Simon; e os demais Estados e municípios brasileiros, a ampla maioria, não quer ficar como está no Projeto de Lei no Congresso, Governador Teotônio Vilela.

Que o Projeto de Lei que o Governo mandou para o Congresso, só divide os “royalties” do regime de partilha, ou seja, dos 72% do Pré-Sal, que ainda vão ser licitados pelo regime de partilha, e no regime de partilha não tem participação especial, que é a grande receita do Pré-Sal. E aí, o recurso seria pouco, e só começaria a funcionar o regime de partilha a partir de 2019 e 2020. Então, até lá, como se diz comumente: “Ah! Morreu o boi que o tange”. Então, os Estados e os municípios brasileiros querem participar da receita, agora.

E aí, juntamente com o Senador Wellington Dias nós bolamos essa proposta e essa proposta procura atender a todos, ou seja, a União não quer compensar, não vai compensar; o Rio de Janeiro, não quer perder receita, não vai perder receita; e os demais Estados e municípios brasileiros querem participar agora, vão participar agora também.

Então, seria o seguinte: o petróleo extraído do mar gera “royalties” e participação especial; 40% vão para a União e 60% para os Estados e municípios brasileiros. Estou criando alguma coisa? Não. É o que é hoje. A União não recebe nem 40%, ela recebe 39% e tantos, não chega nem aos 40%. Então, a União vai ficar recebendo o que está recebendo e os Estados e municípios brasileiros vão ficar recebendo o que estão recebendo hoje, 60%. Só que de uma maneira distribuída diferentemente.

Previsão das receitas do petróleo extraído do mar para 2011. Então, este ano de 2010, o ano passado, o Brasil arrecadou R$ 22 bilhões de “royalties” e participação especial. Há uma previsão deste ano, devido ao aumento do petróleo, que a gente arrecade uns R$ 27 bilhões, R$ 28 bilhões, alguns técnicos falam até em R$ 30 bilhões este ano. Então, como o Brasil produz, hoje, 91,4% do seu petróleo no mar, estou colocando em números redondos que o petróleo produzido no mar, em 2011, geraria uma receita de, aproximadamente, R$ 25 bilhões. Então, nós temos R$ 25 bilhões para aplicar 60% para os Estados e municípios brasileiros, e 40% para a União. Nós não estamos mexendo com o petróleo produzido em terra, só com o petróleo produzido no mar.

Então, a média das receitas recebidas pelo Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo nos últimos cinco anos: o Rio de Janeiro recebeu este ano aproximadamente R$ 10 bilhões, quer dizer, este ano de 2010, porque foi R$ 9,7 bilhões e tantos milhões, mas a média dos seus cinco últimos anos dá exatamente R$ 8,5 bilhões. A média dos cinco últimos anos do

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Espírito Santo dá R$ 500 milhões. Então, somando os dois são R$ 9 bilhões, é o que eles recebem hoje.

Então, qual é o único argumento que existe a favor do Rio de Janeiro? É que pela nossa Emenda, que foi aprovada, o Rio de Janeiro sairia de R$ 10 bilhões para R$ 300 milhões. Aí todo mundo diz: como é que o Rio de Janeiro vai fazer? Aí eu pergunto? Como é que o Piauí faz sem esse dinheiro? Como vem fazendo? Como é que Alagoas faz sem esse dinheiro?

Mas, esse argumento, ou falso ou verdadeiro, virou verdade absoluta. Todo mundo que converso de Senador a Deputado: “-Ah, mas o Rio de Janeiro não pode perder tudo de uma vez! O Rio de Janeiro não pode perder”.

Então, já que o Rio de Janeiro não pode perder, vamos deixar para uma proposta de conciliação: o Rio de Janeiro e o Espírito Santo recebendo os R$ 9 bilhões. Como nós temos R$ 25 bilhões para dividir este ano, tira os R$ 9 bilhões do Rio de Janeiro e do Espírito Santo; sobram R$ 16 bilhões. Aplica 40% da União, 6,4; a média das receitas da União dos últimos cinco anos são 7,2. Como a União ainda tem participação dos “royalties” em terra, vai ficar a conta pela receita, a União não perde nada. E os Estados e os municípios brasileiros que receberam o ano passado R$ 1,4 bilhão, vão receber este ano R$ 9,4 bilhões.

E o que é mais importante é que as receitas do petróleo vão crescer muito a partir de agora. Então, até 2017, quando vão entrar em funcionamento os 28% do Pré-Sal, que foram licitados pelo regime de concessão que tem “royalties” e participação especial. Um “royalties” corresponde a 10% da produção e a participação especial vai de 10 a 40%. Em média, os poços de petróleo vão gerar 30% de participação especial. Juntando com os 10% dos “royalties” vamos ter aproximadamente 40%, Presidente Collor, de participação especial e de “royalties” dos poços do Pré-Sal, porque essa participação especial só existe em poços de alta vazão e de grande rentabilidade. E os poços do Pré-Sal são todos de alta vazão e de grande rentabilidade, com a participação especial girando em torno de 30%. Por isso que a receita atual vai crescer rapidamente, hoje, de R$ 22 bilhões para R$ 60 bilhões até 2017.

Então, o que é que significa essa fórmula? Acabamos com o argumento principal do Rio de Janeiro; ele não perde um centavo. Acabamos com o argumento principal da União; não vai compensar em nada. E damos o nosso argumento, que vamos receber agora e não deixar para depois. Então, essa é uma proposta para haver um entendimento, para haver uma conciliação. E espero que isso venha ajudar em um movimento articulado que estou me sentindo muito entusiasmado, aqui hoje, nas Alagoas, porque começamos por aqui, para ver o tanto de absurdo e de coisa errada que tem neste País.

Então, se juntarmos todas as nossas forças, fizermos um movimento dos Governadores, da Bancada, formos à Presidenta Dilma, e mostrar que o rico São Paulo, o rico Rio de Janeiro recebe muito mais para saúde per capita, muito mais para educação per capita, do que recebem os Estados do Nordeste, quando nós temos aqui, e o IBGE mostrou agora, que a pobreza no Brasil só existe hoje no Nordeste e no Norte.

Hoje não existe mais no Centro-Oeste, pois está dando um banho de desenvolvimento com os Planaltos dos Parecis, produzindo à vontade em Goiás, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Tem várias cidades do Centro-Oeste que têm as melhores rendas per capita do País. Acabou a pobreza do Centro-Oeste! No Sul já não existia, no Sudeste existe quase nada. Hoje, a pobreza está concentrada na Região Nordeste e na Região Norte.

O primeiro passo é dividir esse recurso do Pré-Sal que estão concentrados no Rio de Janeiro, e trazer para o Nordeste. Acho que já poderia ser um bom começo.

Muito obrigado. (Palmas).

12º D

TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO

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SENHOR SENADOR WELLINGTON DIAS (PRESIDENTE DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

Quero parabenizar o Deputado Marcelo e registrar o trabalho dele, tanto nas discussões que levou o Senado a tomar essa posição, e agora para nos ajudar a chegar a um acordo.

Agradecer, também, as equipes técnicas que têm nos subsidiado. Mas quero, aqui, antes de passar a palavra, Presidente, para V.Ex.ª, já deixar uma

proposta, ou seja, acho que o objetivo agora é a gente encaminhar para fazer as coisas acontecerem.

O nosso Governador Téo apresentou a pauta de Alagoas. É possível que possa ter complementação, mas tem o eixo principal. Acrescentaria só a importância, meu querido Téo, por exemplo, de a gente trabalhar além da infraestrutura, outras áreas. Vai ter a expansão de ensino superior. Para onde devemos fazer expansão em Alagoas? Vai ter expansão de ensino técnico. Para onde vamos fazer expansão de ensino técnico? E assim, em outras áreas que V.Exªs. considerarem importantes.

O Senador Collor colocou, aqui, uma proposta importante neste Encontro da Bancada de Alagoas. Eu acho que, Presidente Benedito de Lira, por todas as razões. Agora, se temos hoje um compromisso de campanha e de Governo da Presidenta Dilma em relação à erradicação da miséria, Brasil sem miséria, eu acho que é mais um argumento para a gente começar por essa região, e começar por Alagoas, começar por essas regiões que mais precisam.

E uma proposta de que possamos nos articular com a Bancada do Norte, como V.Exªs. viram o Norte também é amplamente favorecido. O Centro-Oeste. Estive agora no Rio Grande do Sul, o Governador Tarso Genro topa a parada de lutar com a gente. O nosso Deputado Carimbão esteve lá, conversou com ele, ou seja, nós temos hoje condições.

Então veja, se tem uma alternativa e resolve, no caso do Pré-Sal que resolve os impasses que impediam a votação, então, não há do que se falar de problemas. Acho que temos como andar agora.

Enfim, quero aqui colocar que nós temos coisas para este ano, para este semestre. Conversamos, agora, com o Presidente Benedito de Lira, conversamos com o Presidente Sarney, a proposta é nesta semana articular com as lideranças do Partido, buscar esse entendimento até o próximo dia 20 de junho, Deputada Rosinha. Em condições de entendimento, apresenta-se o Substitutivo no Projeto que está na Câmara, vota em esforço concentrado ainda este semestre, e a partir daí, com o entendimento a gente até mantém o Veto. (risos).

Outro exemplo é em relação à regulamentação da Emenda 29. Está na pauta lá, e vamos ter que tomar uma decisão também sobre isso. E este ano entra na pauta a discussão relacionada à Reforma Tributária. Os Governadores vão estar reunidos, amanhã e quarta-feira, em Brasília, com a equipe do Governo, e vamos ter que estar acompanhando o Fórum de Secretários, enfim, para poder dar esse apoio.

E é claro que temos que colocar na Ordem do Dia os outros problemas. Na área do SUS, na área da Dívida, na área vinculada ao FUNDEB, enfim, além dos “royalties”. Combinado assim?

Então, passo a palavra ao nosso Senador Benedito de Lira.

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13º D

TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DO SENHOR SENADOR BENEDITO DE LIRA (PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E TURISMO DO SENADO FEDERAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE, REALIZADA NA CASA DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

Não se preocupem que eu não vou fazer discurso. Vou encerrar, porque os assuntos que nós estávamos tratando já foram tratados.

Mas tenho um dever de no momento em que estamos chegando ao final deste Encontro, um Encontro de trabalho, em primeiro lugar, quero agradecer aos Senadores Wilson Santiago, a minha querida Senadora Lídice da Mata, ao Eduardo Amorim, Wellington, Senador Collor. Quero agradecer ao Senador Renan Calheiros que, por motivo de ordem de agenda, não pode comparecer, mas comunicou que não poderia comparecer, mas está engajado nesta caminhada.

E como os companheiros Senadores ainda vão se manifestar, eu quero só dizer aos amigos que, aqui, se encontram a minha querida Deputada Rosinha, Deputado Marcelo Castro, meu querido Senador Euclides, a minha querida Célia Rocha, Carimbão, João Lyra, os companheiros da Bancada que compareceram e, que por motivos outros, outros não puderam comparecer, mas terão todos que se engajar nesse caminhar.

Discutia, há poucos instantes, com o Senador Wilson Santiago, quando aqui foi dito, Senador Collor, que os investimentos feitos pelo BNDES, quando o Congresso Nacional colocou a sua disposição R$ 100 bilhões para investimentos em diversos segmentos produtivos do País, o Wilson estava ali até feliz da vida, quando ele disse: - Olhe, o meu Estado da Paraíba, por exemplo, vai receber 1% dos R$ 100 bilhões. Alagoas fica com aproximadamente 2%; Piauí 2%, e os 60% ou mais ficam no Sudeste. Como é que a gente vai acabar com a desigualdade regional desse jeito? Marcelo, como vamos acabar com a desigualdade?

O que é que diz a Constituição? “Não podemos tratar iguais, os desiguais”. E nós vamos continuar sempre tratando iguais, os desiguais. Nunca, se continuarmos neste caminhar, chegaremos a minimizar essas dificuldades.

Estou muito feliz, por quê? Porque estou sentindo, dentro do novo Congresso Nacional, essa disposição do Senado Federal com especialidade, que é a Casa que estamos convivendo atualmente, e não vai ser diferente na Câmara dos Deputados. E nós precisamos fazer ver a quem interessar possa, que nós não somos contra nada nem a ninguém. A hora que a representação do Nordeste, do Norte, se arregimentar, logicamente que nós temos um potencial considerável para irmos, não a uma disputa, mas para definirmos caminhos a andar.

Agora, não podemos mais... E eu dizia, no decorrer da campanha, quando chegava ao Semi-árido de Alagoas, Presidente Collor, eminente Senador, Governador Teotônio Vilela, não é concebível que a essa altura do tempo que estamos vivendo, Senador Wellington, meu querido amigo Wilson, Lídice e Eduardo Amorim, não é possível que ainda tenhamos um brasileiro bebendo água de barreiro!

No Programa da Presidenta Dilma, da erradicação da pobreza e da miséria, está incluído esse Projeto, essa ação governamental, Água para Todos. Foi feito um Programa do Presidente Lula, Luz para Todos. Agora, terá que fazer um Programa Água para Todos, porque água é saúde.

À proporção que um brasileiro, seja ele da periferia de qualquer cidade, e o Senador Wellington me perguntava: - Aqui em Alagoas não tem problema de água? Tem. O

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Agreste de Alagoas, nobre Senador, sofre consideravelmente com a falta d’água. Não é só a Cidade de Arapiraca, que é a maior cidade do interior do Estado, como o entorno. Precisamos fazer investimentos. Vai aí, a ação do PAC II.

Outro problema sério é saneamento básico. Saneamento é saúde pública. À proporção que se faz um saneamento, se gasta menos recursos com a saúde pública. Vai dá dinheiro, vai sobrar dinheiro para atender a outras demandas na área de saúde pública.

Então, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo vai fazer esse trabalho nessa parceira com as Bancadas do Nordeste, para poder, então, a gente procurar encontrar caminhos. E não vai ser difícil, até porque pelo desejo da Presidenta Dilma, tenho certeza absoluta, Wellington, que nós vamos encontrar os caminhos num processo de consenso e de um bom entendimento entre o Governo que tem esse desejo.

E o Nordeste brasileiro, o Norte, Collor? Essas regiões não podem mais ficar na situação que estão. O maior índice de pobreza, de miséria, está nessa região. E é assim que nós vamos ter um País consensualizado? É assim que nós vamos ter um País, onde diga bom, o cara do Sudeste come três vezes por dia. E o cara do Nordeste não é para comer três vezes por dia, é para comer uma vez, de três em três dias. E é assim, é por isso que o compromisso é todo nosso.

E quero agradecer ao Senador Wellington Dias, que é o Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste, em ter elegido Alagoas como o primeiro Estado do Nordeste a ter este Encontro, porque daqui, nós vamos partir, no começo do próximo mês, para a Paraíba. Depois, estaremos, na pauta, e chegaremos se possível, até o final do ano, em todos os Estados do Nordeste.

E vou conversar, Wellington, ao chegar, ao voltar para Brasília, com a Senadora Vanessa para cuidar das ações da Região Norte, que ela é a Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento da Região Norte. Aproveitamos e fazemos uma ação integrada. Então, só me resta agradecer.

E aqui, Governador, V.Exª. falou a respeito que nós precisamos cuidar da parte do perfil da Dívida. Tramita no Senado Federal, o Projeto de Lei Complementar Nº 75, de autoria do Senador Ferraço, que trata de uma alteração no Art. 35 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Quando se procura aperfeiçoar as Leis, que há dez, quinze, vinte anos já têm vigência, começam logo a dizer que a gente quer acabar com a Lei.

Apresentei um Projeto, que está em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos, que é de muita importância para atender os municípios brasileiros, que hoje têm dificuldades enormes, Senadores e Deputados, por que o que é que está criando dificuldades para os municípios brasileiros, com especialidade os municípios de Alagoas, Governador Teotônio Vilela? É que antes não entrava composição do CAUC, Previdência Própria. O que é que tem a ver Previdência Própria com a União? O que é que tem a ver a União com isso? A União tem FGTS, a União tem prestação de contas das verbas recebidas, a União tem INSS, mas não tem nada a ver com Previdência Própria. O município resolveu criar, na sua jurisdição, o Instituto de Previdência dos seus Servidores. Isso está entrando no CAUC. À proporção que entrou no CAUC, acabou com os municípios, por quê? Porque se, hoje, puxar o CAUC, 80% dos municípios de Alagoas estão no CAUC, não recebem recursos.

Qual foi a iniciativa que nós estaremos tomando, através do Senado Federal? Os municípios de até 50 mil habitantes ficarão isentos, não do CAUC, mas de assinar contratos e convênios, mesmo estando no CAUC. Por que isso? Significa dizer - estão aqui os companheiros da Caixa Econômica, que agradeço a presença deles – mas, hoje, o município está muito bem, não está fora do CAUC. Ele tem até amanhã para assinar o convênio de recursos ou de Emendas Parlamentares, ou transferências do Governo Federal. Mas amanhã entra no CAUC, perdeu!

Então, o Estado de Alagoas, é um Estado que não pode perder recursos, Dr. José Carlos. Ele perdeu, agora em dezembro próximo passado, quase R$ 0,5 bilhão. Não fez convênio, não assinou. Já para evitar esse tipo de comportamento, no que diz respeito às obras em andamento, em 2009, através de uma Medida Provisória, foi incluída uma Emenda, dentro da Medida Provisória, se não me falhe a memória é a 532, de 2009, e o Presidente Lula sancionou.

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O que é que dizia a Emenda: “Que os municípios ou o Estado que estivessem com obras iniciadas, não haveria descontinuidade no fluxo dos recursos”. Então, mesmo no CAUC, mas a obra está em andamento, não para de vir os recursos. Mediu, está em ordem a medição? Está. Então, o Governo transfere os recursos.

Então, o que nós estamos propondo, e o que o Senador Ferraço está propondo, é exatamente uma melhoria nas condições da Lei de Responsabilidade Fiscal, e com isso, estão querendo acabar com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que é um instrumento muito importante para disciplinar as ações, no que diz respeito ao Orçamento Fiscal do País e dos Estados.

Por isso, quero dizer, nesta oportunidade, que também a Comissão está fazendo um trabalho muito eficaz, com o Trade Turístico Nacional. E aqui, quero agradecer a presença do Trade Turístico de Alagoas, que também se encontra aqui neste Encontro, para que juntos nós possamos trabalhar para melhorar o Turismo Nacional, porque, Presidente, V.Exª. que é um homem, não internacional, mas que conhece o mundo, que já foi Presidente da República, como o Presidente Lula conhece praticamente 80% do mundo ou 100%, a Presidenta Dilma vai no caminho, enfim, o Chefe de Estado. Como a gente pode conceber que o Brasil, com essa extensão territorial extraordinária, com as maravilhas e belezas que nós temos na natureza, com as estruturas que nós temos, recebamos apenas, cinco milhões de turistas internacionais.

E nós vamos, aqui, para uma República da América do Sul, por exemplo, e lá chegam dez, doze milhões de pessoas. Por que, por exemplo, aqui nós recebemos cinco milhões de estrangeiros para vir fazer turismo no Brasil, e se vai para os Estados Unidos para ver Nova Iorque no gelo - estou dizendo isso, porque sou muito barrista. Mas quando chega lá numa época em Nova Iorque e só vê pau seco, e com uma temperatura de 10º, 15º, 20º, 30º abaixo de zero. Que turismo é esse? Mas você vai para Disney, aí recebe 400 milhões de estrangeiros!

Precisa que a gente tome as providências no que diz respeito às ações no turismo, também, para fazer com que este País possa receber milhões e milhões de estrangeiros, para conhecer as maravilhas do Brasil.

Então, só me resta a agradecer aos companheiros Senadores da Comissão, Senadores do Senado Federal, agradecer aos Deputados Federais que aqui se encontram. Quero dar uma notícia aos Deputados e aos Senadores, porque a única preocupação que eles tinham era de perguntar: - Benedito, como é que a gente volta? Porque o seu Estado não é bom em termo de voos. Não se preocupem, não, vocês vão para Alagoas, e eu garanto que o prestígio que vocês têm, faz com que o Presidente do Senado Federal, que tivemos uma conversa com o Senador Sarney, e eu quero comunicar aos companheiros Deputados Federais, Senadores, os técnicos dos Ministérios que vieram para fazer suas apresentações, que às 14h30, aproximadamente, estará aterrissando, aqui no Aeroporto Zumbi dos Palmares, um Avião da FAB para nos conduzir a Brasília. Não tem problema. Fiquem tranquilos, porque amanhã ninguém vai pegar voo de 4h da madrugada para viajar, não! (Palmas).

Então, quero, nesta oportunidade, agradecer ao Senador Wellington, que o prestígio é dele, Senador Wellington Dias, mas eu já comuniquei isso ao Presidente, Senador Collor, e estou comunicando agora aos demais, que depois do almoço nos deslocaremos.

Quero, aproveitando esta oportunidade, fazer mais um convite. Está em Alagoas o Presidente da CBTU Nacional, Diretor de Planejamento também da CBTU, e quero convidar os Parlamentares e as autoridades que desejarem para as 16h aproximadamente, 15h30, 16h, nós recebermos mais um comboio do VLT de Maceió, está chegando o segundo comboio para o VLT de Maceió.

E é muito importante que a gente possa continuar lutando e brigando por esse meio de transporte em massa, para atender a população que, realmente, utiliza o meio de transporte ferroviário ou rodoviário.

Marcelo, não precisa ficar com inveja, não, que vai chegar ao Piauí também. Mas esse, realmente, é um transporte decente, climatizado, tarifa social, e para privilégio nosso, Senador Collor, Governador Teotônio Vilela, não é absolutamente contra A ou B, mas é privilégio nosso, pelo menos uma veizinha na vida Alagoas ser o primeiro, se não nos primeiros

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índices, mas na aquisição desse meio de transporte é a primeira capital brasileira que está recebendo o VLT, Veículo Leve sobre Trilhos.

Espero, apenas, que a gente possa ter a sensibilidade de implantar esse sistema, e daqui a pouco, vi quando se apresentou a continuidade, não é a implantação, quero fazer a correção. Olha só, Governador, não é a implantação, é a continuidade do VLT para Maceió, que vai custar cerca de quase R$ 0,5 milhão.

Então é este o momento que quero agradecer a todos que aqui vieram, que prestigiaram este Encontro numa demonstração que estão interessados que a coisa aconteçam em Alagoas, e que aconteçam no Nordeste. E não tenham a menor dúvida que nós - eu fiz umas contas aqui, grosso modo - juntando o Norte e Nordeste, basta essas duas regiões, nós somos a maioria do Senado. Se juntarmos a Câmara Federal, Norte e Nordeste, nós somos a maioria no Congresso Nacional.

Então, o que falta? Decisão política, não é ir contra A ou B, mas decisão política para que as coisas possam acontecer é preciso que haja isso. E vai haver, porque tenho certeza absoluta que cada instante (palmas), cada Parlamentar da representação Federal, do Congresso Nacional, está imbuído desse propósito.

E nós vamos, se Deus quiser, ao terminar este mandato de Deputado Federal e de 1/3 do Senado Federal, nós teremos outra história para contar do Nordeste e do Norte. Estou falando isso, Presidente, porque V.Exª. termina o mandato daqui a quatro anos, e daqui a quatro anos, V.Exª. retornará a Alagoas para pedir votos de novo, V.Exª. vai dizer que o Nordeste mudou com a participação de todos nós, trabalhando no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, em benefício dos nordestinos e, particularmente, do Estado de Alagoas, porque esse é o objetivo maior de todos nós.

Não temos a menor importância, se no decorrer do nosso mandato não mudarmos a cara deste Estado, não tirarmos o Estado dessa situação, Presidente. Situação essa, Wellington, que o Estado de Alagoas está qualificado como o último Estado da Federação. E a gente precisa acabar com isso, a gente precisa fazer ver que o Estado de Alagoas... Reputo aqui, me desculpem os companheiros dos outros Estados, mas o melhor pedaço de terra do Nordeste está aqui em Alagoas (palmas), sem nada de ir contra os companheiros, muito pelo contrário, mas é por que também é pequeno, pequeninho, e como pequeno tem quer ser o melhor. E nós somos o melhor pedaço de terra do Nordeste. Tenho dito isso inúmeras vezes.

Pois bem, meus amigos, vou encerrar, mais uma vez, agradecendo a todos, e dizer que daqui vamos para a Paraíba; da Paraíba para o Piauí; do Piauí para o Maranhão, enfim. A Bahia é do coração. Lídice, V.Exª. é uma criatura extraordinária! Olhe, essa Senadora, Collor, tenho dito sempre é uma moça de uma atividade extraordinária. A Lídice está em Maceió hoje, na próxima semana vai para Paraíba, se chamar ela vai para São Paulo, depois, então, vai representar a Comissão no Rio Grande do Sul. Semana passada ela foi para o Paraná. Olhe é uma coisa fantástica! Digo, olhe, eu vou conversar com os companheiros para eleger a Lídice a musa da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo.

Muito obrigado a Lídice, muito obrigado ao Eduardo, muito obrigado ao Wellington, muito obrigado ao meu querido amigo Wilson Santiago, muito obrigado a todos que vieram aqui. Vamos continuar trabalhando para ajudar Alagoas e ajudar o Nordeste brasileiro.

Um grande abraço. (Palmas).

14º D TRANSCRIÇÃO DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DO DISCURSO DE IMPROVISO DA SENHORA MARTA SIMÕES (CERIMONIAL), NO I ENCONTRO DA SUBCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE DO SENADO FEDERAL, REALIZADA NA CASA

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DA INDÚSTRIA, EM ALAGOAS, NO DIA 23 DE MAIO DE 2011.

Só para informar aos convidados. Os Srs. Secretários do Planejamento e Fazenda, ou então seus respectivos representantes, para se dirigirem à recepção da entrada do auditório para responder um questionário que deverá ser entregue à Comissão Organizadora do evento.

Muito obrigada.