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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Start-ups de Base Tecnológica no UPTEC

Caracterização e análise das start-ups

Projeto FEUP

Mestrado integrado em Engenharia Informática e Computação

Mestrado integrado em Engenharia Industrial e Gestão

Coordenadores gerais: Armando Sousa e Manuel Firmino

Coordenadores curso: Rosaldo Rosseti (MIEIC) e Pedro Amorim (MIEIG)

Grupo 17:

Supervisor: Vera Miguéis Monitor: Inês Cordeiro

Estudantes & Autores:

Carlos Pinto [email protected] Daniela Pinho [email protected]

João Ferreira [email protected] João Parada [email protected]

João Silva [email protected]

mailto:[email protected]





i Start-ups de Base Tecnológica No UPTEC: Caracterização e Análise das Start-ups

Resumo

Com o emergir de novas necessidades, surgem novas ideias. Pessoas

empreendedoras são capazes de as usar criando empresas de rápido crescimento que

exploram uma falha no mercado: as start-ups.

A sua visão inovadora proporciona um grande impacto no desenvolvimento

económico da região e do país, ao serem responsáveis pela criação de postos de trabalho.

É importante referir que sendo recém-formada, a falta de fundos apresenta-se como

um dilema diário. Desta forma, mais do que em qualquer outra empresa, há uma

necessidade de se sobressair em relação a todas as outras, apresentando estratégias com

enorme potencial de crescimento, fator atraente a investidores. O UPTEC oferece a estas

empresas o apoio necessário para que isto aconteça. Ao longo deste relatório serão

referidas algumas métricas para avaliação de uma start-up que proporcionam valores

numéricos que permitem a fácil comparação quer a nível nacional, quer global.

Para a comparação do desempenho das start-ups do UPTEC com os standards

internacionais foi necessário o envio de e-mails com a finalidade de recolher informações

sobre estas, nomeadamente a taxa de crescimento anual de vendas e o número de meses

necessário para o desenvolvimento do produto. Com estas respostas foi possível enquadrar

a posição das start-ups do UPTEC em relação às médias globais, e concluir acerca do

desempenho destas. Alguns casos sobressaíram, tais como a taxa de crescimento anual da

empresa Uniplaces e o número de meses para o desenvolvimento do produto da empresa

Ideia.M.

Palavras-Chave

Start-ups; UPTEC; incubadora; sectores; métricas

ii Start-ups de Base Tecnológica No UPTEC: Caracterização e Análise das Start-ups

Abstract

With new needs come new ideas. Entrepreneurs are able to use these and create

fast growing companies that explore a lack in the market: start-ups.

Their innovative vision results in a great impact in the economic development of the

region and the country, as they are responsible for the creation of many jobs.

It’s important to mention that being newly formed means that the lack of funds is a

daily struggle. That said, more than in any other company, there is a need to stand-out by

presenting strategies with potential for growth, something very attractive to investors.

UPTEC offers companies the necessary support to make this happen. Throughout this

report some metrics for start-up evaluation will be mentioned. These provide numerical

values that allow easy comparison between national and international companies.

To compare between UPTEC start-ups and international standards it was required

some information gathering which happened by sending out e-mails. These consisted on a

short inquiry with two questions: the annual sales growth evidenced by the companies and

the time it took to develop their main product. With the answers that were provided we were

able to position UPTEC start-ups in relation to global averages and conclude about their

performance. Some cases are worth mentioning, such as the sales growth of Uniplaces and

the number of months that took Ideia.M to develop their product.

Keywords

Start-ups; UPTEC; incubator; sectors; metrics

iii Start-ups de Base Tecnológica No UPTEC: Caracterização e Análise das Start-ups

Agradecimentos

Durante o desenvolvimento deste estudo contamos com o apoio da supervisora Vera

Miguéis e da monitora Inês Cordeiro, tanto em termos da organização do presente projeto

como no fornecimento de sugestões e incentivo para a realização deste relatório.

Para além disso, não poderíamos deixar de agradecer a todas as start-ups que

despenderam do seu tempo para nos fornecerem informações imprescindíveis ao

preencherem inquéritos por nós fornecidos.

iv Start-ups de Base Tecnológica No UPTEC: Caracterização e Análise das Start-ups

Índice

1. Introdução........................................................................................................................ 1

1.1. Contextualização Geral ............................................................................................ 1

1.2. Objetivos ................................................................................................................... 1

1.3. Organização do trabalho .......................................................................................... 2

2. Caracterização e Análise das Start-ups: ........................................................................ 3

2.1. Plano Global ............................................................................................................. 3

2.1.1. As start-ups num contexto global e nacional. ................................................... 3

2.1.2. Setores de atuação das start-ups...................................................................... 4

2.1.3. Métricas para avaliação/monotorização de start-ups ....................................... 6

2.2. UPTEC: ..................................................................................................................... 7

2.2.1. Introdução ao UPTEC ........................................................................................ 7

2.2.2. As start-ups do UPTEC num contexto global e nacional .................................. 7

2.2.3. Serviços e produtos oferecidos pelas start-ups e setores de atuação ............. 8

3. Metodologia ................................................................................................................... 10

4. Apresentação e Interpretação dos Resultados ............................................................ 11

4.1. Caracterização ................................................................................................... 11

4.1.1. Douro Prime ..................................................................................................... 11

4.1.2. Ideia.M.............................................................................................................. 11

4.1.3. LabOrders ........................................................................................................ 11

4.1.4. SiliconGate ....................................................................................................... 11

4.1.5. Strongstep ........................................................................................................ 12

4.1.6. TUIZZI .............................................................................................................. 12

4.1.7. Uniplaces.......................................................................................................... 12

4.2. Desempenho .......................................................................................................... 13

4.2.1. Tempo de desenvolvimento do produto .......................................................... 13

4.2.2. Taxa de Crescimentos Anual de Vendas ........................................................ 14

4. Conclusões .................................................................................................................... 15

Bibliografia e Netgrafia ...................................................................................................... 16

Anexos ............................................................................................................................... 17

Anexo A: E-mail enviado às Start-ups .......................................................................... 17

v Start-ups de Base Tecnológica No UPTEC: Caracterização e Análise das Start-ups

Lista de figuras

Gráfico 1: Distribuição das start-ups do UPTEC pelos vários setores do mercado .......... 8

Gráfico 2: Comparação entre os mercados onde se encontram presentes as start-ups

do UPTEC com os mercados mais promissores para novas empresas .................................. 9

Gráfico 3: Comparação do Número de Meses Necessários para o Desenvolvimento do

Produto entre Start-ups Nacionais e a Média Internacional ................................................... 13

Gráfico 4: Comparação da Taxa de Crescimento Anual de Vendas entre Start-ups

Nacionais e a Média Internacional .......................................................................................... 14

1 Start-ups de Base Tecnológica No UPTEC: Caracterização e Análise das Start-ups

1. Introdução

1.1. Contextualização Geral

De forma a facilitar e amenizar a inserção dos novos estudantes na Faculdade de

Engenharia da Universidade do Porto, foi criada a unidade curricular “Projeto FEUP”, com o

objetivo de os dotar de capacidades a serem utilizadas durante o percurso universitário e a

vida profissional.

A estratégia utilizada consistiu em, numa primeira fase, a apresentação de técnicas

de elaboração de relatórios técnicos, posters e apresentações orais, passando pela

transmissão de aptidões tais como a correta organização do tempo, a utilização cívica de

informação e a realização de pesquisas eficazes.

Seguidamente, de forma a salientar a importância de uma comunicação eficiente

entre membros de um grupo, foram incentivadas diversas atividades de forma a produzir

uma dinâmica útil para a realização de trabalhos completos.

Assim, com uma base bem consolidada, os estudantes tornaram-se capazes de

elaborar um projeto relativo a temas dotados de uma pertinência para a sua situação como

futuros engenheiros.

O presente relatório técnico irá abordar, então, “Start-ups de Base Tecnológica na

UPTEC” focando-se no problema da caracterização e análise das start-ups. Este tema

apresenta uma relevância especial para a mente empreendedora característica dos

estudantes desta área.

1.2. Objetivos

Como guia à realização deste relatório, definiram-se objetivos a referir na realização

deste, com os quais estruturamos a nossa abordagem ao tema:

● Enquadrar as start-ups num contexto global e nacional.

● Recolher informação relativa aos serviços/produtos oferecidos pelas start-ups.

● Identificar os setores de atuação.

● Comparar quantitativamente o desempenho das start-ups do UPTEC com standards

internacionais.


1.3. Organização do trabalho

Uma correta organização de um relatório permite uma fácil leitura e seguimento dos

assuntos apresentados. Desta forma, e com o fim de atingirmos tal objetivo, este foi dividido

em cinco capítulos. Inicialmente, é apresentada uma breve introdução que permite o

esclarecimento sobre o âmbito e o contexto em que este se insere. Os dois capítulos

seguintes dizem respeito à divisão da análise das start-ups num contexto global (nacional e

internacional) e ao caso específico do UPTEC, um plano central do desenvolvimento deste

relatório, não faltando o esclarecimento sobre duas grandes palavras-chave inerentes ao

tema, UPTEC e start-ups. Em ambas as abordagens são identificados os principais setores

da atuação e fornecidos exemplos. Assim, esta parte corresponde a um enquadramento

teórico que permitirá o fornecimento de conceitos e contextualização para a abordagem

analítica consequente.

Segue-se, então, a explicação da metodologia utilizada para proceder à

caracterização e análise de algumas start-ups do UPTEC. Esta é feita numa fase seguinte,

através da apresentação de dados e sua interpretação. O projeto é concluído com uma

reflexão final relativa às ideias abordadas no seguimento do trabalho.


2. Caracterização e Análise das Start-ups:

2.1. Plano Global

“Start-up” é um termo termo inglês que significa começar. Em termos económicos

uma start-up é uma empresa inovadora que se encontra à procura de novas formas de

empreendorismo, potenciadoras de replicar sucessos no tecido empresarial.

Por serem recentes, ou seja, por terem pouco histórico operacional, são empresas

cujo investimento é de risco, a sua probabilidade de sucesso não é elevada, uma vez que, o

investimento é realizado numa empresa sem passado financeiro, o que resulta numa

incógnita em relação à sua expansão económica. Porém, quando uma destas empresas

representa uma ideia de sucesso, isto é, quando o mesmo produto é de interesse para

todos os clientes e alcançável pelos mesmos, o seu crescimento é muito rápido.

O termo tornou-se conhecido durante a “bolha da internet” (“dot-com bubble”), que

decorreu na década de 1990 nos Estados Unidos (Toledo 2011). Nesta época foram criadas

muitas empresas, no setor tecnológico, mais propriamente a nível de páginas web. Embora

algumas destas empresas tenham falido, outras tiveram sucesso, de tal ordem, que o seu

lucro despertou o interesse da bolsa de valores. Nesta altura, concluiu-se, então, que

através de start-ups foi encontrado um novo método de prosperar.

2.1.1. As start-ups num contexto global e nacional.

Todas as start-ups estão dependentes do local onde são fundadas, visto que estão à

mercê de vários fatores locais que tanto podem ajudar na propagação e expansão da

empresa como abrandar ou até mesmo impossibilitar o seu desenvolvimento. As condições

podem variar mesmo dentro do próprio país; em Portugal verifica-se exatamente isso:

“Lisboa cria mais emprego, Norte cria mais empresas” (Boas Notícias 2013)

Um destes fatores é economia interna: uma start-up que é fundada num país

desenvolvido, com uma economia forte vai ter muita mais facilidade em prosperar no

mercado do que uma com a sede num país-em-desenvolvimento. Isto deve-se a várias

razões:

● Necessidade de internacionalização: como o mercado interno não é suficiente para


satisfazer as exigências das start-ups, estas são obrigadas a internacionalizarem-se

no âmbito de procurarem melhores condições.

● Falta de incubadoras: A maior parte das start-ups precisa de uma incubadora que

lhes forneça vários recursos como espaço para os escritórios, apoio financeiro inicial

ou ajuda de empresas mais experientes e já consolidadas.

● Ambição: os recém formados que pretendem fundar empresas têm diferentes

objetivos iniciais: a regra geral é que em países mais pobres o objetivo é criar uma

empresa para conseguir aproveitar um ordenado razoável e estável durante o maior

período de tempo possível, enquanto que as empresas em países ricos apontam

para enriquecer o máximo possível.

2.1.2. Setores de atuação das start-ups

Sendo as “start-ups” empresas inovadoras, criadas para satisfazer necessidades ou

criar novos métodos para a resolução de alguns problemas, podem atuar em vários setores

tais como (Pequenas Empresas & Grandes Negócios 2014):

● “Internet das Coisas”

● Comércio Eletrónico

● Tecnologia Verde

● Tecnologia Educacional

● Aplicações Móveis

● Acessórios tecnológicos

● Segurança Cibernética

2.1.2.1. “Internet das Coisas”

O setor denominado de “internet das coisas” produz aparelhos e desenvolve

softwares para que os dispositivos tecnológicos possam comunicar entre eles, através de

uma rede wireless, sem a intervenção humana.

2.1.2.2. Comércio Eletrónico

O comércio eletrónico proporciona negociações sem limite de distância, isto é, não

importa a distância entre as entidades pertencentes ao negócio para que este possa ocorrer

sem problemas, visto que é realizado através da internet. Este setor encontra-se em


crescimento pois as transações via comércio eletrónico são de fácil acessibilidade e de

grande viabilidade.

2.1.2.3. Tecnologia Verde

Dado o impacto negativo que o ser humano provoca no planeta a nível ambiental,

sentiu-se a necessidade de serem criados novos meios de produzir energia limpa, ou seja,

energia renovável. Com esta finalidade são criadas numerosas empresas focadas na

criação de novas maneiras de produzir esse tipo de energia.

2.1.2.4. Tecnologia Educacional

A sociedade de hoje em dia encontra-se em constante contato com produtos

tecnológicos. A observação deste facto levou ao desejo de dar uso a essa tecnologia de

modo a tirar proveito institucional dela. Para tal fim foram criados softwares educacionais e

criadas novas facilidades para a aprendizagem.

2.1.2.5. Aplicações Móveis

Na atualidade, grande parte da população global possui um dispositivo de

comunicação móvel, sendo que estes são cada vez mais sofisticados. Isto permitiu a

criação de um novo modo de obter lucro: o desenvolvimento de aplicações para enriquecer

as funcionalidades de estes aparelhos.

2.1.2.6. Acessórios tecnológicos

Rodeado de tecnologia, o ser humano já não se satisfaz com apenas um aparelho

eletrónico. Portanto, foram criados outros produtos para atender à necessidade tecnológica

do ser humano, tais como, relógios com reprodutor de músicas e óculos com funções de

computadores.

2.1.2.7. Segurança Cibernética

Com o aumento do uso das tecnologias foram descobertas falhas nos sistemas de

tal modo que é possível invadir a privacidade de outras pessoas. Por isso, para prevenir a

violação dos direitos cívicos dos utilizadores, são criados softwares que previnem esta

situação.


2.1.3. Métricas para avaliação/monotorização de start-ups

Monitorizar alguns indicadores de desempenho é essencial para qualquer negócio.

No entanto, falando de empresas em fase inicial, propícias a um crescimento exponencial, é

especialmente importante que se tenha em conta alguns fatores que podem determinar o

sucesso ou o insucesso de uma start-up.

Um controlo sobre estes ajuda a estabelecer metas realísticas e a corrigir

estratégias erradas a tempo de evitar consequências desastrosas.

Existe uma grande variedade de parâmetros, podendo ser referidos os seguintes (Zuini

2013):

● Custo para aquisição de clientes (CAC): relativo às despesas em captação,

marketing, promoção e atendimento ao consumidor.

● Lifetime Value (LTV): diz respeito aos rendimentos que cada cliente origina.

● Taxa de Churn: permite controlar a saída de clientes.

● Lucro: método mais comum, sendo o mais importante pois a capacidade de o

produzir, financiará a empresa e possibilitará o seu desenvolvimento.

Todas estas métricas são consideradas acionáveis pois se relacionam diretamente

com a economia da empresa e representam números com relação direta com o sucesso da

empresa. No entanto, devido à propagação da tecnologia e com base no mundo acelerado

centrado na Internet, dá-se muitas vezes relevância extrema às métricas de vaidade, como

é referido por Ries (2011). Como exemplos, podemos referir o número de seguidores em

redes sociais e o número de acessos numa página que nada indicam realmente sobre os

clientes e se estes efetivamente compraram o produto.

Apesar de todas as métricas referidas apresentarem uma elevada importância para

uma start-up funcional, no ponto 4.2. deste relatório quando nos dedicamos à análise efetiva

de algumas start-ups do UPTEC, a falta de informação leva-nos à definição de dois novos

critérios: taxa de crescimento das vendas e tempo de desenvolvimento do produto.

O crescimento rápido característico destas empresas torna essencial que isto se

reproduza num sucesso no mercado cada vez maior. A taxa de crescimento das vendas

permite analisar quantitativamente o desempenho ao mostrar claramente se uma start-up se

encontra no caminho para o triunfo ou a derrota. Para além disso, é a capacidade de

originar novos produtos rapidamente que a mantêm no ritmo apressado do mundo

tecnológico.


2.2. UPTEC:

2.2.1. Introdução ao UPTEC

O Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) foi concebido

com o objetivo de criar uma ponte entre o mundo Empresarial e Universitário.

Assim, é dividido em dois tipos de estruturas:

As incubadoras proporcionam aos estudantes e recém-formados contatos e

ajudas de empresas já consolidadas, permitindo o rápido desenvolvimento de

ideias inovadoras.

Nos Centros de Inovação empresarial há a interface oposta ao por em

contato jovens com novas formas de pensar com empresas estabelecidas,

tornando-as atuais. Para além disso, estas encontram aqui um espaço onde

podem sediar as suas operações.

O UPTEC apresenta 4 polos distintos dedicados a áreas diferentes: Pólo Tecnológico,

Pólo das Indústrias Criativas, Pólo de Biotecnologia e Pólo do Mar.

Pólo Tecnológico (UPTEC TECH), focado em projetos de base tecnológica,

acolhe mais de setenta start-ups e centros de inovação (UPTEC 2014).

Pólo das Industrias Criativas (UPTEC PINC), focado em empresas de base

audiovisual, comunicação, design, entre outros, acolhe mais de 30 1.56

projetos empresariais (UPTEC 2014).

Pólo do Mar (UPTEC MAR), focado em empresas ligadas às Ciências e

Tecnologias do Mar.

Pólo de Biotecnologia (UPTEC BIO), focado em projetos na área das

ciências da vida e biotecnologia, apoia start-ups de várias áreas de

especialização: biotecnologia, indústria farmacêutica e cosmética, saúde,

química, indústria agroalimentar, entre outros (UPTEC 2014).

2.2.2. As start-ups do UPTEC num contexto global e nacional

Das várias incubadoras de empresas start-up espalhadas pelo nosso país o UPTEC

destaca-se pela qualidade dos serviços oferecidos, promovendo um ambiente favorável à


inovação e à criação de novas empresas. Atualmente podemos afirmar que o UPTEC é uma

das melhores se não mesmo a melhor incubadora nacional, estando por trás do sucesso de

dezenas de empresas portuguesas.

Para além disso, o UPTEC têm-se distinguido internacionalmente, conseguindo obter

prémios como o “Prémio Europeu RegioStars 2013” e foi ainda considerada como uma das

melhores incubadoras/aceleradoras da Europa nos “Prémios London Web Summit People’s

Choice”. Fora da Europa o UPTEC também chama a atenção, nomeadamente de

empresários dos EUA que vieram procurar no UPTEC empresas onde pudessem investir.

2.2.3. Serviços e produtos oferecidos pelas start-ups e setores de

atuação

No mercado atual, uma ideia inovadora não é o suficiente para criar uma start-up de

sucesso. Nos últimos anos este tipo de empresas tem-se multiplicado, pelo que aquelas que

procuram triunfar financeiramente, quer atraindo investidores ou tornando-se

financeiramente independentes, devem, para além de oferecer um produto ou serviço

inovador, posicionar-se numa posição favorável no mercado.

Neste momento, as start-ups do UPTEC oferecem uma grande variedade de

serviços, muitos deles em mercados emergentes como as energias limpas e as tecnologias

de saúde (UPTEC 2014).

Gráfico 1: Distribuição das start-ups do UPTEC pelos vários setores do mercado

http://ec.europa.eu/regional_policy/videos/video-details.cfm?vid=1202&LAN=EN


No entanto, a análise dos setores de mercado mais aliciantes é uma das tarefas

mais difíceis das start-ups, já que se trata de um campo muito dinâmico. Isto significa que

um setor que seja muito promissor hoje possa já não o ser quando o processo de

investigação e desenvolvimento do produto esteja concluído. É relevante, então, tentar

aferir qual o posicionamento das start-ups do UPTEC de acordo com os setores de mercado

mais promissores atualmente (Forbes 2014).

Através da análise destes dados conseguimos perceber que, embora as start-ups do

UPTEC não sigam completamente a tendência mundial no que diz respeito aos mercados,

encontram-se presentes em vários dos mercados com mais potencial, nomeadamente na

prestação de serviços e criação de equipamentos quer para a gestão de empresas, quer

para a área da saúde.

Gráfico 2: Comparação entre os mercados onde se encontram presentes as start-ups

do UPTEC com os mercados mais promissores para novas empresas


3. Metodologia

Com vista à obtenção de resultados eficazes relativamente ao desempenho das

start-ups procurou-se o melhor método de trabalho possível para tornar eficiente a análise e

caracterização de algumas empresas do UPTEC.

Assim, inicialmente procedeu-se à seleção de todas as start-ups de base tecnológica

sediadas no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto de forma a formar

uma base de dados que permitisse uma comunicação rápida com estas. Seguidamente,

utilizando as diversas plataformas existentes na Web com informação relativa a estas foi

realizado um estudo que permitiu uma caracterização breve acerca do tempo de vida que

estas possuem e a área em que se inserem, não faltando a atenção devida ao

produto/serviço inovador que representam.

De forma a completar a informação obtida e como método de comparação

quantitativa entre as start-ups apresentadas e valores de referência internacionais, foi

realizado um pequeno inquérito. Este foi enviado para os e-mails disponibilizados no site do

UPTEC, sendo selecionadas respostas que se mostravam apropriadas às questões

colocadas, que correspondem às seguintes empresas: Douro Prime, Ideia.M, LabOrders,

SiliconGate, Strongstep, TUIZZI e Uniplaces.

As questões formuladas foram as seguintes:

1ª) Desde a decisão de desenvolver o produto principal até o início da sua

comercialização, quantos meses foram necessários?

2ª) Qual foi a taxa de crescimento anual de vendas do principal produto nos

últimos 12 meses?


4. Apresentação e Interpretação dos Resultados

Nesta secção pretende-se apresentar e analisar os dados obtidos nos inquéritos realizados

a diferentes empresas start-ups. Assim, no ponto 4.1. é feito uma breve descrição de cada

negócio com o intuito de contextualizar a evolução destas empresas. Seguidamente, em

4.2. são comparadas as respostas fornecidas.

4.1. Caracterização

4.1.1. Douro Prime

Douro Prime é uma empresa que nasceu em finais de 2007 e fundada em Julho

de 2008, toma o Douro como a sua inspiração e tem como ambição a produção de

grandes vinhos que façam refletir a beleza do Vale do Douro.

4.1.2. Ideia.M

IdeiaM (fundada em 2008) é uma empresa que, além dos seus desafios, aceita

os desafios propostos pelos seus clientes e com a sua criatividade, imaginação,

rigor, dão origem a produtos desde dispositivos médicos até mobiliário e

instrumentos musicais.

4.1.3. LabOrders

Laborders é uma empresa que tem como alvo a gestão de encomendas e

material de laboratório e para isso conta com uma plataforma online para uma

melhor gestão e assim reunir num único local fornecedores e cientistas.

4.1.4. SiliconGate

SiliconGate é uma empresa que surgiu no Pólo UPTEC TECH em 2008, e é

especializada no desenvolvimento e fornecimento de propriedade intelectual (IP)

focando-se nos principais desafios de Power Management, entre eles a eficiência

dos circuitos, consumo total, entre outros.


4.1.5. Strongstep

Strongstep é uma empresa que contribui para a melhoria da qualidade do

software promovendo cooperação entre as empresas, universidades e instituições

de referência mundial.

4.1.6. TUIZZI

TUIZZI é a primeira plataforma web que facilita gestão de publicidade exterior

(publicidade mostrada em paragens, táxis, etc). TUIZZI cria uma ligação entre

anunciantes e Suportes de Publicidade de uma maneira rápida, cómoda e segura.

4.1.7. Uniplaces

Uniplaces é uma empresa que procura resolver o problema das universidades e

associações em encontrarem alojamento para os seus alunos. Assim de uma forma

rápida e com alguns cliques é possível encontrar um alojamento cómodo, apropriado

ao bem-estar do estudante.


4.2. Desempenho

4.2.1. Tempo de desenvolvimento do produto

As start-ups inquiridas responderam à primeira pergunta do inquérito “Desde a

decisão de desenvolver o produto principal até o início da sua comercialização, quantos

meses foram necessários?” com os valores apresentados no Gráfico 3. Neste podemos

observar os valores fornecidos e uma comparação com dados referentes a start-ups

internacionais (Compass 2013).

Como seria de esperar, os valores não são muito concordantes visto que as

empresas referidas correspondem a diferentes setores. Ideia.M é a empresa que mais se

destaca pelo menor número de meses necessários para o desenvolvimento do produto

contando com apenas um mês, enquanto que Douro Prime é a empresa que se destaca

pelo maior número de meses necessários.

Gráfico 3: Comparação do Número de Meses Necessários para o Desenvolvimento do Produto entre uma amostra de

Start-ups Nacionais e a Média Internacional


4.2.2. Taxa de Crescimentos Anual de Vendas

A segunda pergunta (“Qual foi a taxa de crescimento anual de vendas do principal

produto nos últimos 12 meses?”) obteve as respostas apresentadas no Gráfico 4, que para

além disso também apresenta uma média internacional como método de comparação

(Saljoughian e Maltz 2013).

Gráfico 4: Comparação da Taxa de Crescimento Anual de Vendas entre uma amostra de Start-ups

Nacionais e a Média Internacional

Mais uma vez, é de salientar que o facto de as empresas comparadas pertencerem

a setores diferentes constitui uma limitação da análise apresentada.

É de interpretação intuitiva que as start-ups analisadas apresentam valores bastante

discrepantes. Assim, é de notar o claro crescimento elevado das vendas da Uniplaces,

responsável por elevar a média geral das relativas à UPTEC para um valor maior do que a

média internacional. É importante referir que isto se deve em grande parte ao facto de a

Uniplaces pertencer à área da Internet, plataforma extremamente dinâmica que produz

empresas de crescimento elevado.


4. Conclusões

A análise dos dados fornecidos permite tirar algumas conclusões sobre a posição

das start-ups portuguesas no mundo empresarial. Este tipo de empresas apresentam um

elevado sucesso, sendo de referir que Portugal se encontra ao nível mundial.

Focando-nos nas start-ups do UPTEC inquiridas, nota-se que apesar da taxa de

crescimento anual de vendas ser inferior na maior parte das empresas, a Uniplaces

destaca-se bastante das demais devido à sua área; é um recurso bastante útil e necessário

em várias instituições e universidades, portanto não é de admirar o seu sucesso tremendo.

A duração do desenvolvimento do Produto também tem os seus casos um tanto

peculiares. Ideia.M é a empresa com menos tempo no gráfico, porque é uma empresa que

fornece qualquer produto, já referido, mas, em geral, as empresas necessitaram de mais

meses para o desenvolvimento do seu produto em relação á média internacional. No caso

de Uniplaces pode considerar-se esse tempo bem aproveitado com base na reflexão que

um bom produto teve na sua taxa de crescimento anual.

Como se pode conferir pela análise dos gráficos, há áreas que são melhor recebidas

no mercado, sendo que a área da Internet se destaca por ser um meio bastante acessível,

quer em termos da divulgação, quer em termos da facilidade de acesso pelos

consumidores/clientes.

Podemos, também, concluir que Tecnologias de Saúde é o maior mercado do

UPTEC embora o Mercado mais promissor seja Software e Serviços. Como já se referiu,

esta análise não se mostra intemporal pois o facto de um setor ser muito promissor na

época atual não implica que após o processo de investigação e desenvolvimento do

produto, ainda se mostre a mesma necessidade no mercado.

De pequenos grupos nascem grandes ideias. A dedicação ao projeto, a divulgação e

o espirito de equipa são a chave para o sucesso.

Damos assim o trabalho por concluído, cientes de que cumprimos os objetivos

estabelecidos.


Bibliografia e Netgrafia

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Ries, Eric. 2011. The lean startup : how constant innovation creates radically successful

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Saljoughian, Parsa, e Jules Maltz. 2013. Techcrunch. 24 de 08. Acedido em 15 de 10 de

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Toledo, Marcelo. 2011. Marcelo Toledo. 9 de 5. Acedido em 12 de 10 de 2014.

http://marcelotoledo.com/2011/05/09/startups-o-que-e-uma-startup/.

UPTEC. 2014. Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. Acedido em 8 de

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Zuini, Priscila. 2013. Exame. 19 de 03. Acedido em 14 de 10 de 2014.

http://exame.abril.com.br/pme/noticias/os-indicadores-essenciais-para-medir-o-

sucesso-de-startups.


Anexos

Anexo A: E-mail enviado às Start-ups

Assunto: Inquérito às Start-ups do UPTEC

Exmos. Senhores,

Somos estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto dos cursos de

Engenharia Industrial e Gestão e Engenharia Informática e gostaríamos de requisitar a

Vossa atenção.

Como parte da atividade curricular “Projeto FEUP” foi-nos pedido que elaborássemos um

relatório técnico relativo ao tema “Start-ups de base tecnológica no UPTEC”. Assim, com o

objetivo de reunirmos informação e obtermos dados para análise estatística, agradecíamos

que disponibilizassem alguns minutos do seu tempo para responder de forma breve e

concisa às seguintes questões:

1. Desde a decisão de desenvolver o produto principal até o início da sua

comercialização, quantos meses foram necessários?

2. Qual foi a taxa de crescimento anual de vendas do principal produto nos

últimos 12 meses?

A informação partilhada será usada para comparação do desempenho das start-ups do

UPTEC com standards internacionais.

Agradecemos desde já a atenção disponibilizada.

Sem outros assuntos de momento, despedimo-nos com os melhores cumprimentos.

Daniela Pinho

Pedro Pinto

João Parada

João Ferreira

João Silva

start-ups de base tecnológica no uptecprojfeup/submit_14_15/uploads/relat_gi17.pdf ·...

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