srm contas regionais do brasil

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Relatório metodológico PIB estadual

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  • Ministrio do Planejamento, Oramento e GestoInstituto Brasileiro de Geografi a e Estatstica - IBGE

    Diretoria de PesquisasCoordenao de Contas Nacionais

    Srie Relatrios Metodolgicosnmero 37

    Contas Regionais do Brasil

    Rio de Janeiro2008

  • Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatstica - IBGEAv. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil

    ISSN 0101-2843 Srie relatrios metodolgicosDivulga as metodologias empregadas nas diversas fasesdo planejamento e execuo das pesquisas do IBGE

    ISBN 978-85-240-4043-6 (CD-ROM)

    ISBN 978-85-240-4042-9 (meio impresso)

    IBGE. 2008

    Elaborao do arquivo PDFRoberto Cavararo

    Produo da multimdiaMarisa Sigolo MendonaMrcia do Rosrio Brauns

    CapaUbirat O. dos Santos e Marcos Balster Fiore - Coordenao de Marketing/Centro de Documentao e Disseminao de Informaes - CDDI

  • Sumrio

    Apresentao

    Introduo

    Consideraes iniciais

    Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as ContasRegionais

    1.1 Regionalizao das informaes das pesquisas econmicasdo IBGE

    1.1.1 Pesquisa Industrial Anual-Empresa - PIA-Empresa

    1.1.2 Pesquisa Anual de Comrcio - PAC

    1.1.3 Pesquisa Anual de Servios - PAS

    1.1.4 Pesquisa Anual da Indstria da Construo - PAIC

    1.2 Regionalizao das informaes da Declarao deInformaes Econmico-fi scais da Pessoa Jurdica - DIPJ

    1.3 Regionalizaes especiais

    1.3.1 Transporte, armazenagem e correio

    1.3.2 Telecomunicaes

    1.4 Clculo da funo da produo familiar

    Captulo 2 Atividades econmicas

    2.1 Agropecuria

    2.1.1 Agricultura, silvicultura e explorao fl orestal

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    2.1.2 Pecuria e pesca

    2.2 Indstria

    2.2.1 Indstria extrativa mineral

    2.2.2 Indstrias de transformao

    2.2.3 Produo e distribuio de eletricidade, gs e gua,

    e esgoto e limpeza urbana

    2.2.4 Construo civil

    2.3 Servios

    2.3.1 Comrcio e servios de manuteno e reparao

    2.3.2 Servios de alojamento e alimentao

    2.3.3 Transporte, armazenagem e correio

    2.3.4 Servios de informao

    2.3.5 Intermediao fi nanceira, seguros e previdncia

    complementar

    2.3.6 Servios prestados s famlias e associativos

    2.3.7 Servios prestados s empresas

    2.3.8 Atividade imobiliria e aluguel

    2.3.9 Administrao, sade e educao pblicas

    2.3.10 Sade e educao mercantis

    2.3.11 Servios domsticos

    Captulo 3 Impostos sobre produtos lquidos de subsdios

    Referncias

    Anexo

    Variveis da Pesquisa Industrial Anual - Unidade Local que

    compem o algoritmo de clculo do valor da produo e

    do consumo intermedirio

    Glossrio

  • Sumrio __________________________________________________________________________________________________

    Convenes- Dado numrico igual a zero no resultante

    de arredondamento;

    .. No se aplica dado numrico;

    ... Dado numrico no disponvel;

    x Dado numrico omitido a fi m de evitar a individualizao da informao;

    0; 0,0; 0,00 Dado numrico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numrico originalmente positivo; e

    -0; -0,0; -0,00 Dado numrico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numrico originalmente negativo.

  • Apresentao

    O Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatstica - IBGE divulgou, no ano de 2007, as novas sries do Sistema de Contas Nacionais e do Siste-ma de Contas Regionais. A srie regional foi revisada de forma que sua metodologia e a base de dados sejam completamente integradas com a srie do Sistema de Contas Nacionais. Desta forma, passa a incorporar, integralmente, os resultados de pesquisas agropecurias, como o Censo Agropecurio 1995-1996, de pesquisas econmicas anuais nas reas de Indstria, Construo Civil, Comrcio e Servios, e de pesquisas domicilia-res, tais como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios e a Pesquisa de Oramentos Familiares, realizadas pelo IBGE; utiliza dados anuais de Instituies externas, como a Declarao de Informaes Econmico-fi scais da Pessoa Jurdica - DIPJ, obtidos pela Secretaria da Receita Federal; e adota uma classifi cao de atividades e produtos compatvel com a Classifi cao Nacional de Atividades Econmicas - CNAE 1.0.

    A presente publicao divulga a metodologia de construo das Contas Regionais do Brasil referncia 2002, de acordo com as recomendaes das Naes Unidas, expressas no manual System of national accounts 1993 - SNA 93. Apresenta atualizaes de conceitos, mtodos e procedimentos utilizados na elaborao da nova srie, per-mitindo ao usurio maior compreenso no trato das atuais estatsticas de contabilidade regional.

    Agradecemos a todos que, de alguma forma, participaram da elaborao deste trabalho, em especial aos membros da Comisso Tcnica, instituda com as atribuies de decidir sobre procedimentos metodolgicos, quando necessrios, e atestar que os resultados elabo-rados, pelos estados, esto compatveis com a metodologia proposta pelo IBGE para a construo das Contas Regionais do Brasil.

    Wasmlia Bivar Diretora de Pesquisas

  • Introduo

    A disponibilidade de indicadores que retratam a realidade socioeco-nmica regional vem-se constituindo numa necessidade cada vez maior para os responsveis pela formulao de polticas pblicas.

    O atual contexto de crescente globalizao das economias tem contribudo decisivamente para as constantes transformaes que vm ocorrendo no mbito das atividades produtivas e das estratgias competitivas das empresas. Estas, procurando acompanhar a tendncia atual de formao de blocos econmicos de pases, com refl exos sobre a especializao produtiva de cada Unidade da Federao ou regio, precisam conhecer as informaes referentes performance e s ca-pacidades das economias de cada unidade produtiva, para poderem defi nir suas estratgias de expanso e de localizao.

    Da mesma forma, essas informaes tm sido demandadas pe-los estudiosos dos problemas relacionados com a questo federativa, que procuram entender a dinmica dos desequilbrios regionais que caracterizam a economia brasileira.

    O IBGE desenvolve um programa de trabalho conjunto com os rgos Estaduais de Estatstica, para a construo de um Sistema de Contas, por Unidade da Federao, metodologicamente integrado e, portanto, comparvel, no tempo e no espao, atendendo demanda por informaes regionalizadas.

    Para isso, a metodologia adotada nas Contas Regionais foi unifor-mizada por Unidade da Federao e integrada metodologia adotada pelo IBGE no Sistema de Contas Nacionais.

    Em virtude das particularidades das unidades federativas, decidiu-se que, em sua primeira etapa, a estimao de um Sistema de Contas Regionais deveria restringir-se elaborao, apenas, da conta de produ-

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    o das principais atividades econmicas, em consonncia com a metodologia nacional, apresentando as informaes referentes ao processo de gerao da renda regional, cujo valor-sntese foi expresso pelo Produto Interno Bruto - PIB. A atual disponibilidade dos dados para cada Unidade da Federao torna mais factvel calcular o PIB regional de acordo com a tica da produo, a qual determina que o valor agregado bruto resulta da diferena entre o valor bruto da produo e o respectivo consumo intermedirio.

    Apesar dos avanos ocorridos, havia a percepo de que era necessrio atualizar a base do Sistema de Contas Nacionais e, por conseguinte, das Contas Regionais. A recomendao internacional que se atualize o ano-base das Contas Nacionais, no mximo, a cada dez anos e o atual Sistema de Contas Nacionais do Brasil tinha como base o ltimo ano de realizao dos Censos Econmicos, isto , 1985. A atualizao de base tem como um dos objetivos fundamentais a atualizao da base de ponderao, tanto para o Brasil como para as Unidades da Federao.

    A atualizao de uma srie de Contas Regionais, usualmente referida como mudana de base, , normalmente, compreendida como a atualizao dos pesos das atividades econmicas adotados no clculo do PIB dos estados e de seus componentes a preos constantes de um determinado ano. Quando se realiza a chamada mudana de base incorpora-se, tambm, nova classifi cao de bens e servios, novas fontes de dados, e resultados de pesquisas realizadas, visando ao estabelecimento de marcos estruturais que sero referncias para os prximos anos.

    Em geral, a escolha do ano-base deve recair sobre um ano para o qual se dis-ponha de dados sufi cientes para a construo, a partir de uma metodologia homog-nea, da conta de produo de todos os estados. As Contas Regionais do Brasil foram revisadas adotando o ano de 2002 como referncia.

    A escolha de 2002 como ano de referncia deveu-se, dentre vrios fatores, ao fato de que a Pesquisa Nacional por Amostra e Domiclios - PNAD passou a adotar uma nova classifi cao de atividades (Classifi cao Nacional de Atividades Econmi-cas - CNAE-Domiciliar, que uma adaptao da Classifi cao Nacional de Atividades Econmicas - CNAE para as pesquisas domiciliares), fi cando compatvel com os anos subseqentes. Nesse mesmo ano, a Pesquisa Anual da Indstria da Construo - PAIC passou a ser uma pesquisa com perfi l semelhante ao das outras pesquisas econ-micas anuais do IBGE (Pesquisa Industrial Anual-Empresa - PIA-Empresa, Pesquisa Anual de Comrcio - PAC e Pesquisa Anual de Servios - PAS), isto , com estrato amostral e estrato certo, deixando de ser um painel. Dispe-se, tambm, da Pesquisa Industrial Mensal - PIM (de Emprego e Salrio e de Produo Fsica) e da Pesquisa Mensal de Comrcio - PMC, cujos ndices tm importncia de destaque na revelao do desempenho real das atividades industriais e comerciais, respectivamente, da quase totalidade das Unidades da Federao.

    Essa nova possibilidade de utilizao dos dados estatsticos (uso dos valores correntes das pesquisas) um novo paradigma na medida em que, para a maioria das atividades, no haver mais o procedimento de clculo das variveis da conta de produo atravs do mtodo de extrapolao.

    Esta publicao est organizada em trs captulos.

    O primeiro captulo aborda a relao entre a estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais, apresentando os procedimentos de regionalizao das pesquisas utilizadas para a construo dos seus agregados. Est subdividido em quatro sees:

  • Introduo ________________________________________________________________________________________________

    regionalizao das pesquisas econmicas do IBGE; regionalizao das informaes da Declarao de Informaes Econmico-fi scais da Pessoa Jurdica - DIPJ, obtidas pela Secretaria da Receita Federal; regionalizaes especiais; e clculo da funo de produo da produo familiar.

    O segundo captulo dedicado apresentao do tratamento dos dados por atividade e est dividido em trs sees: agropecuria; indstria; e servios.

    O terceiro captulo apresenta os procedimentos utilizados para a estimao dos valores correntes e constantes dos impostos sobre produtos lquidos de subsdios.

  • Consideraes iniciais

    O Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatstica - IBGE vem realizan-do esforos, em parceria com os rgos Estaduais de Estatstica, com o objetivo de implantar uma metodologia de construo de um Sistema de Contas Regionais, compatvel com os conceitos adotados pelo Sistema de Contas Nacionais e comparvel entre as Unidades da Federao.

    Durante a III Conferncia Nacional de Estatstica - CONFEST rea-lizada em 1989, o IBGE assumiu a responsabilidade pela realizao de uma Proposta Metodolgica voltada para a construo de um Sistema de Contas Regionais. Apesar de ter apresentado documento em agosto de 1992, o projeto no seguiu adiante, por isso, alguns estados tomaram a iniciativa de realizar o trabalho de construo do ano-base 1985, mesmo sem o aval institucional do IBGE ou optaram por no construir o novo ano-base. Tal situao criou condies para o surgimento de vrias propostas de clculo do Produto Interno Bruto dos estados, as quais, muitas vezes, eram confl itantes entre si.

    O encontro sobre Contas Regionais durante a IV Conferncia Na-cional de Estatstica - CONFEST, realizada na semana de 27 a 31 de maio de 1996, transformou-se num frum de discusso e refl exo acerca da necessidade do IBGE assumir, de fato, o seu papel de coordenador do programa de construo das Contas Regionais. Desse encontro divulgao das Contas Regionais, foram quatro anos de trabalhos que resultaram na publicao, em 1999, das Contas Regionais do Brasil para a srie 1985-1997, tendo o ano de 1985 como referncia, e a partir de ento tornou-se um projeto contnuo com a divulgao do PIB por Unidade da Federao.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    Com a nova srie de dados nacionais divulgada em maro de 2007, as etapas seguintes no aprimoramento das Contas Regionais do Brasil seriam, naturalmente, introduzir os novos conceitos e a nova base de dados em nveis geogrfi cos mais desagregados. Desta forma, na continuidade deste aperfeioamento, realizou-se a re-viso das Contas Regionais com a divulgao, em novembro de 2007, da nova srie de Contas Regionais para os anos de 2002-2005, tendo o ano de 2002 como referncia.

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais

    O programa de modernizao das estatsticas econmicas, a cargo do IBGE, est apoiado na convico de que a melhor informao produzida por uma instituio de estatstica aquela que til para a sociedade. Essa utilidade, por sua vez, est relacionada com o custo de sua preparao e com o tempo gasto para sua divulgao.

    Para alcanar estes novos objetivos, o IBGE priorizou a realizao de pesquisas anuais por amostragem, assim como recorreu ao uso de regis-tros administrativos, tanto para manter seus cadastros de empresas atua-lizados, quanto para obter informaes socioeconmicas e contbeis.

    A fi m de viabilizar o novo sistema estatstico, foi implantado o Cadastro Central de Empresas - CEMPRE que rene todas as empresas juri-dicamente constitudas, isto , as empresas do setor formal. Conseqen-temente, este modelo deixa de lado as unidades produtivas organizadas em moldes familiares, ou seja, que atuam na economia sem a necessidade de organizao da sua atividade sob a forma de empresa.

    Essa nova orientao implica em alteraes importantes na construo das Contas Nacionais e Regionais, na medida em que as fontes para a estimativa das atividades com forte presena de pequenas empresas e unidades familiares de produo so distintas das fontes usadas para avaliar as atividades realizadas por grandes empresas. O recurso a fontes domiciliares cada vez mais freqente, embora a disponibilidade no seja igual para todos os estados (para a Regio Norte, at 2004, ainda no se dispunha de amostra na Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios - PNAD para a sua rea rural). Brevemente, contar-se- com uma pesquisa domiciliar contnua, em fase de desenvolvimento pelo IBGE, que trar avanos para a anlise dos setores de produo ligados s famlias.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    No que diz respeito ao CEMPRE, do IBGE, cada empresa foi identifi cada a partir das seguintes informaes cadastrais:

    a) endereo;

    b) CNPJ;

    c) cdigo de atividade econmica; e

    d) dados econmicos: receita de venda de bens e servios e pessoal ocupado.

    As empresas deste cadastro foram agrupadas de acordo com os grandes gru-pos de atividade (indstria, comrcio, transporte, construo, servios e outros). A partir da montagem do cadastro, o IBGE no realizou mais censos qinqenais, mas sim pesquisas anuais por amostra, de forma a produzir informaes atualizadas e uniformes ao longo dos anos.

    A introduo das pesquisas anuais do IBGE no escopo de trabalho das Contas Nacionais e Regionais foi a mudana mais signifi cativa no processo de produo dos agregados macroeconmicos. As pesquisas econmicas, por serem anuais, atualizam automaticamente o perfi l econmico regional, no sendo mais necessrias revises do ano de referncia para corrigir eventuais desvios da realidade, em virtude das mu-danas na estrutura econmica. Desta forma, so obtidos os dados do valor bruto da produo e do consumo intermedirio sem necessidade de estimar os anos correntes, extrapolando por ndices de preo e de volume.

    As pesquisas econmicas por amostragem so realizadas com a fi nalidade de coletar informaes anuais relacionadas com a renda gerada (valor adicionado) nas unidades produtivas, a composio dessa renda, o emprego e a formao de capital. As unidades informantes dessas pesquisas so selecionadas a partir do CEMPRE, e seu desenho amostral distingue dois estratos:

    estrato certo: composto pelas empresas com porte acima de determinado corte,

    segundo o nmero total de pessoas ocupadas na empresa (20 no Comrcio e

    nos Servios, e 30 na Indstria e na Construo Civil), as quais so investigadas

    censitariamente; e

    estrato amostral: composto pelas empresas abaixo dos cortes anteriormente

    referidos, as quais so selecionadas por critrios de amostragem probabils-

    tica.

    As amostras foram desenhadas, por classe ou grupo da Classifi cao Nacional de Atividades Econmicas - CNAE 1.0, para garantir representatividade nacional s pesquisas anuais, podendo tambm gerar informaes representativas para alguns estados ou regies.

    Alm dos resultados das pesquisas econmicas do IBGE (Pesquisa Industrial Anual-Empresa - PIA-Empresa, Pesquisa Anual da Indstria da Construo - PAIC, Pesquisa Anual de Comrcio - PAC e Pesquisa Anual de Servios - PAS), as Contas Nacionais e Regionais passaram a incorporar os dados da Declarao de Informaes Econmico-fi scais da Pessoa Jurdica - DIPJ, obtidos pela Secretaria da Receita Federal, para complementar o universo das empresas.

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais _____________________________________________

    1.1 Regionalizao das informaes das pesquisas econmicas do IBGE

    No modelo atual das Contas Regionais, baseado nas pesquisas anuais do IBGE, a informao mais completa refere-se s empresas e, no caso da PIA-Empresa, tam-bm s suas unidades locais. Este modelo tem como vantagem a melhor informao sobre os fatores produtivos necessrios para construo dos agregados com base nos dados contbeis das empresas, que, em ltima instncia, a informao mais prxima da sua estrutura administrativa e organizacional.

    No modelo anterior, baseado em censos, a informao servia melhor no que tange regionalizao, j que advinha do estabelecimento e que poderia no estar na mesma Unidade da Federao da sede da empresa. No entanto, era mais difcil ao informante, j que ele teria que fornecer as informaes em formato no habitual ao seu padro contbil.

    Para melhor adaptar as Contas Regionais ao novo modelo e por saber que se im-pem algumas limitaes no que concerne regionalizao, foi necessrio desenvolver alguns critrios para regionalizar os agregados com base em informaes fornecidas pelas pesquisas. Esses critrios de regionalizao diferem conforme a pesquisa.

    1.1.1 Pesquisa Industrial Anual-Empresa - Pia-EmpresaA pesquisa tem por objetivo identifi car as caractersticas estruturais bsicas do

    segmento empresarial da atividade industrial1 no Pas, bem como sua distribuio espacial e as transformaes no tempo, atravs de levantamentos anuais, tomando como base uma amostra de empresas industriais. O mbito da PIA-Empresa inclui as empresas sediadas no Territrio Nacional, com cinco ou mais pessoas ocupadas em 31 de dezembro do ano de referncia do cadastro bsico de seleo da pesquisa.

    O estrato fi nal certo formado pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e o estrato fi nal amostrado, pelas empresas com cinco a 29 pessoas ocupadas.

    A pesquisa est organizada num esquema de unidades mltiplas com identifi -cao das unidades locais, tendo a empresa como unidade central de investigao e ncleo em torno do qual se articulam as unidades. Para as empresas com mltiplas localizaes e/ou mltiplas atividades econmicas2, completam-se o enfoque centrali-zado na empresa, com a identifi cao das unidades locais, por localizao geogrfi ca e atividade principal exercida, e a informao de um conjunto limitado de variveis referentes s atividades nelas exercidas. com base nessas informaes que foram criados os mtodos de regionalizao.

    O valor da produo (VP) e o consumo intermedirio (CI) foram estimados a partir da compatibilizao das variveis contbeis constantes no questionrio da pes-quisa com os conceitos do Sistema de Contas Nacionais, segundo as recomendaes internacionais contidas no manual System of national accounts 1993 - SNA 93.

    1 Fazem parte do mbito da pesquisa as empresas que tm atividade principal compreendida nas Sees C e D (indstrias extrativas e indstrias de transformao, respectivamente) da CNAE 1.0. Para maiores detalhes, ver o item Notas tcnicas da publicao Pesquisa industrial 2006, n. 1: Empresa, divulgada em 2008.2 Embora a pesquisa tenha como mbito empresas que tm atividade principal compreendida nas Sees C e D da CNAE 1.0, suas unidades locais podem estar classifi cadas em outras sees.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    (A) Tratamento das empresas do estrato amostral com dados expandidos

    Neste conjunto, a unidade de investigao a empresa e no h informao de

    unidade local, portanto seus agregados so auto-regionalizveis.

    (B) Tratamento das empresas do estrato certo

    Neste conjunto de empresas, so pesquisadas informaes para suas unida-

    des locais e pode-se identifi car dois subconjuntos: empresas com unidades locais

    classifi cadas na mesma CNAE e localizadas em uma nica Unidade da Federao; e

    empresas com unidades locais classifi cadas em CNAE diferentes e/ou localizadas em

    mais de uma Unidade da Federao.

    (B.1) Empresas com unidades locais classifi cadas na mesma CNAE e localizadas em

    uma nica Unidade da Federao

    As empresas pertencentes a este conjunto foram tratadas como empresas de

    atuao nica, no sendo necessria a utilizao de qualquer critrio de rateio.

    (B.2) Empresas com unidades locais classifi cadas em CNAE diferentes e/ou localizadas

    em mais de uma Unidade da Federao

    As variveis destas empresas foram rateadas de acordo com as informaes

    de suas unidades locais, que permitiram criar uma funo de produo para cada

    unidade local. A partir dessas funes de produo, foi construda estrutura por uni-

    dade local para ratear cada agregado da empresa: valor da produo (VP), consumo

    intermedirio (CI) e valor adicionado (VA). Essas estruturas foram aplicadas conforme

    os seis mtodos seletivos descritos a seguir.

    Clculo I dos parmetros de rateio com base nos dados das unidades locais

    19902000198019701961 VVVVVVPaux +++= (1)

    0203020202011 VVVCIaux ++= (2)

    111 CIauxVPauxVAaux = (3)

    0195VSALaux = (4)

    0194VPOaux = (5)

    Em seguida, calculou-se para cada varivel da unidade local a sua participao no somatrio das unidades locais da empresa e utilizou-se esta estrutura para ratear os agregados das empresas pelas unidades locais, como segue:

    Mtodo 1: Rateio por valor da produo e consumo intermedirio.

    = )/(* 11 VPauxVPauxVPVPUL (6)= )/(* 11 CIauxCIauxCICIUL (7)

    CIULVPULVAUL = (8)

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais _____________________________________________

    Mtodo 2: Rateio por valor adicionado e consumo intermedirio.

    = )/(* 11 VAauxVAauxVAVAUL (9)= )/(* 11 CIauxCIauxCICIUL (10)

    CIULVAULVPUL += (11)

    Aps estes dois mtodos de rateio, faz-se testes verifi cando qual mtodo gera menor valor adicionado negativo, optando-se por este. As empresas que tm valor adicionado positivo e que apresentam unidade local com valor adicionado negativo nos dois mtodos foram separadas e passaram para os mtodos seguintes. A hip-tese foi de que estas empresas no apropriam adequadamente os custos quando as unidades locais transferem seus produtos para a ponta da cadeia, ou seja, esto subvalorando as transferncias. Neste caso, as unidades locais industriais apresentam valor adicionado negativo, enquanto as unidades locais comerciais, valor adicionado positivo. Para as empresas que apresentam unidades locais agrcolas, estas tm valor adicionado negativo e as industriais, valor adicionado positivo.

    Com base nesta hiptese, calcularam-se novos parmetros de rateio com os dados das unidades locais, compondo o valor da produo da unidade local por seus custos mais salrios e encargos, e calculou-se o somatrio das transferncias destas unidades locais, distribuindo pelas unidades locais com valor adicionado positivo, de acordo com a receita lquida de vendas de cada unidade local.

    Clculo II dos parmetros de rateio com base nos dados das unidades locais

    )01990200()019801970196(..020302020201

    VVVVVULSOCIAISENCSALULVVVTRANSF

    ++++++=

    (12)

    ++= )01980197/()01980197( VVVVPVENDA (13)

    019902000198019701962 VVVVVVPaux +++= (14)

    020302020201*2 VVVPVENDATRANSFCIaux +++= (15)

    222 CIauxVPauxVAaux = (16)

    Mtodo 3: Rateio por valor da produo e consumo intermedirio.

    = )/(* 22 VPauxVPauxVPVPUL (17)= )/(* 22 CIauxCIauxCICIUL (18)

    CIULVPULVAUL = (19)

    Mtodo 4: Rateio por valor adicionado e consumo intermedirio.

    = )/(* 22 VAauxVAauxVAVAUL (20)= )/(* 22 CIauxCIauxCICIUL (21)

    CIULVAULVPUL += (22)

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    Mtodo 5: Rateio por valor adicionado e consumo intermedirio.

    )/(* 22 = VPauxVPauxVAVAUL (23)= )/(* 22 CIauxCIauxCICIUL (24)

    CIULVAULVPUL += (25)

    Mtodo 6: Rateio do valor adicionado por participao dos salrios.

    )/(* = SALauxSALauxVAVAUL (26)= )/(* 22 CIauxCIauxCICIUL (27)

    CIULVAULVPUL += (28)

    Aps realizar os quatro tipos de rateio, eleito o rateio que tornar o valor adicionado das unidades locais positivo ou gerar o menor valor adicionado negativo possvel.

    1.1.2 Pesquisa Anual de Comrcio - PACA pesquisa tem por objetivo identifi car as caractersticas estruturais bsicas do

    segmento empresarial da atividade de comrcio3 no Pas, bem como sua distribuio espacial e as transformaes no tempo, atravs de levantamentos anuais, tomando como base uma amostra de empresas comerciais. O mbito da PAC inclui as empre-sas sediadas no Territrio Nacional. Especifi camente para as Unidades da Federao da Regio Norte (Rondnia, Acre, Amazonas, Roraima, Par, Ama p e Tocantins), so consideradas apenas as que esto sediadas nos municpios das capitais, com exceo do Par, onde so consideradas aquelas que esto sediadas nos municpios da Regio Metropolitana de Belm.

    O estrato fi nal certo formado pelas empresas com 20 ou mais pessoas ocupa-das, cabendo ressaltar que empresas com menos de 20 pessoas ocupadas no cadastro bsico de seleo so includas no estrato certo quando apresentam receita no mesmo patamar das empresas do estrato certo da pesquisa do ano anterior. O estrato fi nal amostrado formado pelas empresas com menos de 20 pessoas ocupadas.

    A unidade de investigao da PAC a empresa, o que gerou a necessidade do estabelecimento de critrios de rateio para as empresas que atuam em mais de uma Unidade da Federao.

    A construo dos agregados, por empresa, do valor da produo (VP), consumo intermedirio (CI) e valor adicionado (VA) foi elaborada de acordo com os conceitos do Sistema de Contas Nacionais.

    Os mtodos de regionalizao das informaes das empresas foram estabeleci-dos com base nas variveis do Bloco III - Dados de Regionalizao dos questionrios de ambos os estratos da pesquisa, especifi camente as variveis: salrios, retiradas e outras remuneraes; e receita bruta de revenda.

    3 Fazem parte do mbito da pesquisa as empresas com atividade principal classifi cada na Seo G (comrcio, reparao de veculos, objetos pessoais e domsticos) da CNAE 1.0, excluindo os seguintes segmentos: servios de manuteno e reparao de veculos e motocicletas; reparao de objetos pessoais e domsticos; e representantes comerciais e agentes do comrcio. Para maiores detalhes, ver o item Notas tcnicas da publicao Pesquisa anual de comrcio 2006, divulgada em 2008.

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais _____________________________________________

    Mtodo 1: Tem-se, por hiptese, que a relao entre o valor da produo e a receita bruta de revenda da empresa foi a mesma para todas as Uni-dades da Federao em que a empresa atua.

    emprevendabrutarecVPrevendaUFbrutareceitaVPUF

    ...*..= (29)

    VAUFSALARIO

    UFSALARIOVAUF *.

    .

    = (30)

    VAUFVPUFCIUF = (31)

    Mtodo 2: Nos casos em que a varivel receita bruta de revenda no foi infor-mada para determinada Unidade da Federao, o rateio tem como hiptese que a relao tcnica de custos e receitas da empresa (con-sumo intermedirio/valor da produo) foi a mesma para todas as Unidades da Federao de atuao.

    VP

    VPCI

    VAUFVPUF *1

    = (32)

    VAUFSALARIO

    UFSALARIOVAUF *.

    .

    = (33)

    VAUFVPUFCIUF = (34)

    1.1.3 Pesquisa Anual de Servios - PASA pesquisa tem por objetivo identifi car as caractersticas estruturais bsicas do

    segmento empresarial da atividade de servios no-fi nanceiros4 no Pas, bem como sua distribuio espacial e as transformaes no tempo, atravs de levantamentos anuais, tomando como base uma amostra de empresas de servios. O mbito da PAS inclui as empresas sujeitas ao regime jurdico das entidades empresariais, excluindo-se, portanto, rgos da Administrao Pblica Direta e Instituies Privadas sem Fins Lucrativos, sediadas no Territrio Nacional. Especifi camente para as Unidades da Federao da Regio Norte (Rondnia, Acre, Amazonas, Roraima, Par, Ama p e Tocantins), so consideradas apenas as que esto sediadas nos municpios das ca-pitais, com exceo do Par, onde so consideradas aquelas que esto sediadas nos municpios da Regio Metropolitana de Belm.

    O estrato fi nal certo formado pelas empresas com 20 ou mais pessoas ocu-padas e, no caso da atividade de servios de publicidade, pela empresas com 15 ou mais pessoas ocupadas. Tambm inclui as empresas que no cadastro bsico de seleo possuem menos de 20 pessoas ocupadas e atuam em mais de uma Unidade da Federao. Cabe ressaltar que empresas com menos de 20 pessoas ocupadas no cadastro bsico de seleo so includas no estrato certo quando apresentam receita

    4 Fazem parte do mbito da pesquisa as empresas que tm atividade principal compreendida em um conjunto de atividades com caracters ticas econmicas diversifi cadas e genericamente referidas como setor produtor de servios, correspondendo a vrias sees da CNAE 1.0. Para maiores detalhes, ver o item Notas tcnicas da publicao Pesquisa anual de servios 2006, divulgada em 2008.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    no mesmo patamar das empresas do estrato certo da pesquisa do ano anterior. O es-trato fi nal amostrado formado pelas empresas com menos de 20 pessoas ocupadas e que atuam em apenas uma Unidade da Federao.

    A unidade de investigao da PAS a empresa, o que gerou a necessidade de regionalizao das informaes por Unidade da Federao de atuao.

    A construo dos agregados, por empresa, do valor da produo (VP), consumo intermedirio (CI) e valor adicionado (VA) foi elaborada de acordo com os conceitos do Sistema de Contas Nacionais.

    Os mtodos de regionalizao das informaes das empresas foram estabele-cidos com base nas variveis do Bloco III - Dados de Regionalizao do questionrio da pesquisa, especifi camente as variveis: salrios, retiradas e outras remuneraes; e receita bruta de prestao de servios.

    Mtodo 1: Existindo informao das variveis referentes a salrios, retiradas e outras remuneraes e receita bruta de prestao de servios no ano, para as mesmas Unidades da Federao.

    VAUFSALARIO

    UFSALARIOVAUF *.

    .

    = (35)

    VPUFRECEITA

    UFRECEITAVPUF *.

    .

    = (36)

    VAUFVPUFCIUF = (37)

    Mtodo 2: Existindo informao de receita bruta de prestao de servios para mais Unidades da Federao de atuao do que a informao de salrios, retiradas e outras remuneraes.

    VAUFRECEITA

    UFRECEITAVAUF *.

    .

    = (38)

    VPUFRECEITA

    UFRECEITAVPUF *.

    .

    = (39)

    VAUFVPUFCIUF = (40)

    Mtodo 3: Existindo informao de salrios, retiradas e outras remuneraes para mais Unidades da Federao de atuao do que a informao de receita bruta de prestao de servios.

    VAUFSALARIO

    UFSALARIOVAUF *.

    .

    = (41)

    VPUFSALARIO

    UFSALARIOVPUF *.

    .

    = (42)

    VAUFVPUFCIUF = (43)

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais _____________________________________________

    1.1.4 Pesquisa Anual da Indstria da Construo - PAICA pesquisa tem por objetivo identifi car as caractersticas estruturais bsicas do

    segmento empresarial da atividade de construo5 no Pas, bem como sua distribuio espacial e as transformaes no tempo, atravs de levantamentos anuais, tomando como base uma amostra de empresas de construo. O mbito da PAIC inclui as em-presas sediadas no Territrio Nacional, com pelo menos uma pessoa ocupada em 31 de dezembro do ano de referncia do cadastro bsico de seleo da pesquisa.

    O estrato fi nal certo formado pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e o estrato fi nal amostrado, pelas empresas com menos de 30 pessoas ocupadas.

    Os mtodos de rateio dos agregados valor da produo (VP), consumo inter-medirio (CI) e valor adicionado (VA) da empresa foram realizados com base nas variveis do Bloco IV - Regionalizao das Informaes do questionrio da pesquisa, especifi camente as variveis: obras e/ou servios da construo executados no ano; custos das obras e/ou servios da construo; e salrios, retiradas e outras remune-raes. Foram adotados seis mtodos seletivos, descritos a seguir.

    Mtodo 1: Regionalizao do valor da produo e do consumo intermedirio, existindo informao para as mesmas Unidades da Federao de custos das obras e/ou servios da construo e obras e/ou servios da construo executados no ano.

    5 Fazem parte do mbito da pesquisa as empresas que tm atividade principal compreendida na Seo F (construo) da CNAE 1.0. Para maiores detalhes, ver o item Notas tcnicas da publicao Pesquisa anual da indstria da construo 2006, divulgada em 2008.

    VP*obras e / ou servios de construo executados no ano.UF

    obras e / ou servios de construo executados no ano.UFVPUF

    = (44)

    CI*custos das obras e / ou servios da construo.UF

    custos das obras e / ou servios da construo.UFCIUF

    = (45)

    CIUFVPUFVAUF = (46)

    Mtodo 2: Regionalizao do valor adicionado e valor da produo, existindo informao para as mesmas Unidades da Federao de obras e/ou servios da construo executados no ano e salrios, retiradas e outras remuneraes.

    VAUFsalarios

    UFsalariosVAUF *.

    .

    = (48)

    VAUFVPUFCIUF = (49)

    VP*obras e / ou servios de construo executados no ano.UF

    obras e / ou servios de construo executados no ano.UFVPUF

    = (47)

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    Mtodo 3: Regionalizao do valor adicionado e consumo intermedirio, exis-tindo informao para as mesmas Unidades da Federao de custos das obras e/ou servios da construo e salrios, retiradas e outras remuneraes.

    VAUFsalarios

    UFsalariosVAUF *.

    .

    = (50)

    (51)

    VAUFCIUFVPUF += (52)

    CI*custos das obras e / ou servios da construo.UF

    custos das obras e / ou servios da construo.UFCIUF

    =

    Observaes para os mtodos 4, 5 e 6.

    No caso de no existir informao de salrios, retiradas e outras remuneraes, custos das obras e/ou servios da construo e obras e/ou servios da construo executados no ano para as mesmas Unidades da Federao, utilizou-se a mesma va-rivel para a repartio dos agregados da empresa considerando a varivel informada para o maior nmero de Unidades da Federao.

    Mtodo 4: Regionalizao do valor da produo e do consumo intermedirio. Quando a informao da varivel obras e/ou servios da construo executados no ano ocorrer em maior nmero das Unidades da Fede-rao, esta informao prevalecer sobre as Unidades da Federao que apresentarem menor incidncia das demais variveis (salrios, retiradas e outras remuneraes e custos das obras e/ou servios da construo).

    (53)

    (54)

    CIUFVPUFVAUF = (55)

    VP*obras e / ou servios de construo executados no ano.UF

    obras e / ou servios de construo executados no ano.UFVPUF

    =

    VP*obras e / ou servios de construo executados no ano.UF

    obras e / ou servios de construo executados no ano.UFVPUF

    =

    Mtodo 5: Regionalizao do valor da produo e do consumo intermedirio, existindo informao de custos da obras e/ou servios da construo para mais Unidades da Federao que as demais variveis (salrios, retiradas e outras remuneraes e obras e/ou servios da construo executados no ano).

    (56)

    (57)

    CIUFVPUFVAUF = (58)

    CI*custos das obras e / ou servios da construo.UF

    custos das obras e / ou servios da construo.UFCIUF

    =

    CI*custos das obras e / ou servios da construo.UF

    custos das obras e / ou servios da construo.UFCIUF

    =

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais _____________________________________________

    Mtodo 6: Regionalizao do valor da produo e do valor adicionado, existindo informao de salrios, retiradas e outras remuneraes para mais Unidades da Federao que as demais variveis (custos da obras e/ou servios da construo e obras e/ou servios da construo executados no ano).

    VPUFsalarios

    UFsalariosVPUF *.

    .

    = (59)

    VAUFsalarios

    UFsalariosVAUF *.

    .

    = (60)

    CIUFVPUFVAUF = (61)

    1.2 Regionalizao das informaes da Declarao de Informaes Econmico-fi scais da Pessoa Jurdica - DIPJ

    As informaes da DIPJ so disponibilizadas pela Secretaria da Receita Federal e agrupadas por atividade econmica, de forma a no identifi car o informante. Os dados da DIPJ, alm de complementar o universo das empresas, tambm foram utili-zados para fornecer informaes para os segmentos que estavam fora do mbito das pesquisas: no caso da PIA-Empresa, as empresas industriais com at quatro pessoas ocupadas; no caso da PAC e da PAS, as empresas do interior da Regio Norte do Brasil; e as atividades no cobertas pelas pesquisas econmicas6 do IBGE.

    Os agregados de valor da produo, consumo intermedirio e valor adicio-nado por atividade econmica, obtidos atravs das informaes da DIPJ, podem ser tabulados por Unidade da Federao, identifi cando-se se os mesmos se refe-rem a empresas que atuam em apenas uma Unidade da Federao ou se atuam em mais de uma unidade, entretanto sem identifi car em quais unidades atuam. Para as Contas Regionais, somente foram adicionados os valores referentes parcela passvel de identifi cao da Unidade da Federao de atuao, ou seja, adicionaram-se os agregados relacionados s empresas que atuam somente em uma Unidade da Federao.

    1.3 Regionalizaes especiaisPara as empresas classifi cadas nas atividades de transporte, armazenagem e

    correio e servios de informao, especifi camente telecomunicaes (classe 64.20 da CNAE 1.0), investigadas pelas PAS, foram aplicados critrios distintos dos defi nidos acima para a regionalizao de seus agregados. Os critrios para sua regionalizao encontram-se a seguir.

    6 Para maiores detalhes, ver: SISTEMA de contas nacionais: Brasil, referncia 2000. Nota metodolgica no 03: base de dados (verso para informao e comentrios): verso 1. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. Disponvel em: . Acesso em: out. 2008.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    1.3.1 Transporte, armazenagem e correioAs atividades de transporte, armazenagem e correio abrangem as atividades

    relacionadas com o transporte, por conta de terceiros, por rodovias, ferrovias, gua, ar e dutos; a atividade de armazenagem de mercadorias e o correio. O transporte compreende as atividades realizadas por empresas e transportadores autnomos de carga, de mudanas e de passageiros.

    A construo das Contas Regionais esbarra em grandes difi culdades de ordem metodolgica para defi nir e calcular o conceito de produo regional da atividade de transporte. A natureza da prestao dos servios cria uma contradio entre a prpria atividade de transporte e as Contas Regionais.

    Enquanto o transporte se caracteriza por prestar o servio de deslocamento de pessoas e mercadorias no espao territorial, a noo de Contas Regionais busca delimitar o espao territorial onde se efetua a produo.

    Objetivando contornar esse problema, a avaliao do conceito de produo regional dos transportes deve levar em considerao o conceito de residncia do produtor, o local onde a atividade realizada e o ponto de partida e chegada da mercadoria ou do passageiro. Cada caso exigir um tratamento particular. Aquelas empresas que operam em apenas uma Unidade da Federao tm os seus dados automaticamente regionalizados pelos levantamentos da PAS. Entretanto, quando a prestao de servios ocorre em mais de uma Unidade da Federao, o tratamento diferenciado, por modal, tendo-se que utilizar informaes regionais que servem de ponderao para a distribuio dos mesmos pelas diversas Unidades da Federao.

    O segmento de transporte corresponde aos modais: ferrovirio; rodovirio; aquavirio; areo; atividades anexas e auxiliares dos transportes e agncias de viagem; dutovirio; e correio. Cada modal recebeu um ou mais critrios de regionalizao.

    (A) Transporte ferrovirio:

    transporte ferrovirio interurbano (classe 60.10): as empresas classifi cadas nesta CNAE tm a identifi cao da malha ferroviria em que atuam e seus agre-gados (valor da produo e consumo intermedirio) so particionados entre os estados, de acordo com a extenso da malha que passa em seu territrio; e

    transporte ferrovirio de passageiros, urbano e transporte metrovirio (classes 60.21 e 60.22): para regionalizar as informaes, das empresas que operam em mais de uma Unidade da Federao, so utilizados os dados de passageiros transportados obtidos nos balanos contbeis.

    (B) Transporte rodovirio

    transporte rodovirio de cargas, em geral (classe 60.26), transporte rodovirio de produtos perigosos (classe 60.27) e transporte rodovirio de mudanas (classe 60.28): so regionalizados com base nas informaes da Confedera-o Nacional do Transporte - CNT, quanto tonelada de carga embarcada por estado;

    transporte rodovirio de passageiros, regular, no-urbano (classe 60.24): tive- ram suas estruturas de partio elaboradas com base no ndice construdo, por estado, o qual levou em considerao a distncia percorrida dividida pelo nmero de viagens, sendo este resultado multiplicado pelo nmero de pas-sageiros transportados; e

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais _____________________________________________

    transporte rodovirio de passageiros, regular, urbano (classe 60.23), transporte rodovirio de passageiros, no-regular (classe 60.25) e transporte regular em bondes, funiculares, telefricos ou trens prprios para explorao de pontos tursticos (classe 60.29): so repartidos pela populao residente urbana do Censo Demogrfi co 2000, projetando-se este nmero para os anos seguintes por meio das taxas mdias de crescimento da populao urbana das regies metropolitanas, obtidas da PNAD.

    (C) Transporte aquavirio

    transporte martmo de cabotagem (classe 61.11) e transporte martmo de longo curso (classe 61.12): tm defi nidos os critrios de regionalizao, para os quais foi utilizada a estrutura obtida com base nas toneladas de cargas embarcadas por estado, cuja fonte a Agncia Nacional de Transportes Aquavirios - ANTAQ;

    transporte por navegao interior de carga (classe 61.22) e transporte aquavirio urbano (classe 61.23): regionalizados conforme estrutura obtida com base nas informaes relativas a outras navegaes da ANTAQ; e

    transporte por navegao interior de passageiros (classe 61.21): teve a sua regionalizao baseada nos dados oriundos da PAS.

    (D) Transporte areo

    No setor de transporte areo de carga e de passageiros, observa-se que, caso no fosse respeitado o conceito de produo regional, baseado no critrio de residn-cia do produtor, o valor da produo regional desta atividade fi caria concentrado em poucas Unidades da Federao. Tal procedimento implicaria em assumir a hiptese de que os demais estados do Pas no tm atividade de transporte areo. Na verdade, o que se pode afi rmar que esta uma atividade concentrada em um nmero bastante restrito de empresas, as quais, entretanto, atuam em todo o Territrio Nacional.

    Objetivando mensurar a participao da atividade de transporte areo, optou-se por adotar como parmetro de rateio as informaes relativas a passageiros e cargas, por Unidade da Federao, sistematizadas pela Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroporturia - INFRAERO. O critrio utilizado foi o de ponto de partida, origem da carga ou do passageiro. Para esse fi m, foram valorados os dados de carga e passageiro, com base nos seus respectivos preos mdios anuais.

    No caso das pequenas empresas de aviao, que operam apenas regionalmente, foram utilizadas as informaes de origem dos vos no mbito regional, para, pos-teriormente, distribuir os dados da PAS.

    (E) Atividades anexas e auxiliares dos transportes e agncias de viagem

    movimentao e armazenamento de cargas (classe 63.1) e atividades relacio- nadas organizao do transporte de cargas (classe 63.4) so repartidas por meio do ndice relativo movimentao de cargas, obtido da CNT.

    atividades auxiliares dos transportes terrestres (classe 63.21), atividades au- xiliares dos transportes aquavirios (classe 63.22) e atividades auxiliares dos transportes areos (classe 63.23): so regionalizadas com base no resultado do somatrio dos valores agregados dos respectivos modais.

    atividades de agncias de viagens e organizadores de viagem (classe 63.3): so re- gionalizadas conforme a estrutura obtida do somatrio dos valores agregados dos modais rodovirio, ferrovirio, hidrovirio e areo, anteriormente calculados.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    (F) Transporte dutovirio

    O transporte dutovirio regionalizado com base na extenso da malha de dutos que passa pelas Unidades da Federao, cuja fonte a Agncia Nacional de Petrleo, Gs Natural e Biocombustvel - ANP.

    (G) Correio

    A atividade de correio tem estrutura de rateio calculada a partir da informao da receita operacional total do correio por estado, obtida junto Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos - CORREIOS.

    1.3.2 Telecomunicaes (classe 64.20)A atividade de servios de informao abrange os servios de telecomunicaes

    (classe 64.20), alm de atividades cinematogrfi cas e de vdeo (92.1), atividades de rdio e de televiso e atividades de agncia de notcias (classes 92.2 e 92.4), atividades de informtica e servios relacionados (72.1, 72.2, 72.3, 72.4 e 72.9).

    Os servios de telecomunicaes (classe 64.20) constituem-se nos servios de telefonia mvel e fi xa, alm dos servios de acesso Internet, correios eletrnicos, etc. A proposta de regionalizao para os servios de telefonia mvel e fi xa conti-nuar o trabalho realizado na srie 1985-2004, baseado na construo de funes de produo por Unidade da Federao, atravs dos balanos contbeis das empresas de telecomunicaes. Com base nestas funes, possvel criar chave de repartio dos valores da PAS, separadamente, para telefonia mvel e fi xa7.

    1.4 Clculo da funo da produo familiar8

    A produo familiar agrega todos os trabalhadores por conta prpria e empre-gadores do Sistema de Contas Nacionais, as ocupaes com vnculo associadas s matrculas do Cadastro Especfi co do INSS e ao servio domstico remunerado, e a parcela de ocupaes sem vnculo correspondente s empresas no constitudas legalmente, tambm chamadas de empresas de empregadores informais.

    A fonte principal para a produo familiar a PNAD. Por ser uma pesquisa do-miciliar, no tem preocupaes econmicas que permitam a estimao de agregados macroeconmicos para o clculo do PIB pela tica da produo, sendo a informao apropriada pela contabilidade nacional a posio na ocupao e o rendimento anua-lizado, este utilizado como proxy do valor adicionado da produo familiar.

    Para a construo da funo da produo familiar, utilizaram-se os coefi cientes tcnicos, relao entre o consumo intermedirio e o valor da produo (consumo in-termedirio/valor da produo) e tambm do valor adicionado em relao ao valor da produo (valor adicionado/valor da produo) das empresas que compem o estrato amostral das pesquisas econmicas do IBGE. Uma outra opo seria a utilizao da

    7 A separao das empresas classifi cadas na classe 64.20 entre telefonia mvel, fi xa e demais, na PAS, possvel, consi-derando-se as informaes de receita obtidas no Suplemento de Telecomunicaes, da prpria pesquisa.

    8 Para maiores detalhes, ver: SISTEMA de contas nacionais: Brasil, referncia 2000. Nota metodolgica no 23: expanso da produo (verso para informao e comentrios): verso 1. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. Disponvel em: . Acesso em: out. 2008

  • Captulo 1 Estrutura do sistema estatstico e as Contas Regionais _____________________________________________

    pesquisa Economia Informal Urbana - ECINF 2003, que tambm fornece a indicao para os coefi cientes tcnicos. Esta pesquisa foi usada nos parmetros do Sistema de Contas Nacionais, mas, por ter sido uma pesquisa nica no ano de 2003, os coefi -cientes fi cam constantes, fator este fundamental no caso das Contas Regionais, pela opo do coefi ciente tcnico do estrato amostral, j que se tem informaes anuais classifi cadas pela CNAE 1.0.

    Assim, para estimar a funo da produo familiar:

    VACIVP = (62)

    O mtodo usual no trabalho de contas construir as relaes tcnicas pelos parmetros defi nidos e replic-las para a economia informal.

    Onde;

    VP => Valor da produo

    CI => Consumo intermedirio

    VA => Valor adicionado

    Pode-se, ento, afi rmar que:

    xVPVA

    =

    Logo:

    xVAVP = (64)

    (63)

    Pode-se construir a funo da produo familiar por qualquer um dos dois parmetros (valor adicionado/valor da produo ou valor adicionado/consumo inter-medirio) e, ainda, construir segundo um outro parmetro, que a relao consumo intermedirio/valor da produo.

    Sabendo que se dispe da informao do valor adicionado e que se pode utilizar a relao consumo intermedirio/valor da produo das empresas do estrato amostral, dividindo todos os termos da equao (62) pelo valor bruto da produo, tem-se:

    VPVA

    VPCI

    =1

    Logo:

    VPCIVAVP

    =1 (66)

    (65)

  • Captulo 2 Atividades econmicas

    As prximas sees contm informaes por atividade econmica sobre classifi cao e procedimentos para a estimao dos agre-gados de valor bruto da produo, consumo intermedirio e valor adicionado, quanto aos valores correntes e constantes.

    Na srie 2002, aps a estimao do valor bruto da produo e do consumo intermedirio a preos correntes e constantes, realizado ajuste linear aos valores do Sistema de Contas Nacionais por atividade. A diferena entre a soma dos valores encontrados por Unidade da Fe-derao e o valor estimado pelo Sistema de Contas Nacionais de cada atividade distribuda entre as Unidades da Federao, garantindo-se a homogeneidade com os resultados do Sistema de Contas Nacionais.

    2.1 AgropecuriaA atividade agropecuria na srie referida a 1985 era estimada

    apenas por uma funo de produo. O Censo Agropecurio 1985 foi a fonte bsica dos dados, onde eram estimados o valor da produo e a atividade agropecuria, com os insumos agrupados para toda a agropecuria, existindo, assim, somente uma atividade.

    No novo ano de referncia (2002), foi replicada para as Unidades da Federao a classifi cao utilizada no Sistema de Contas Nacionais, estando a agropecuria desdobrada em 12 atividades: sete da agricul-tura, trs da pecuria, uma da silvicultura e explorao vegetal, alm da pesca. Neste sentido, houve um ganho analtico em relao srie anterior (1985), pois, em vez de uma funo de produo, tem-se, neste novo formato, 12 funes de produo.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    9 Para maiores detalhes, ver: SISTEMA de contas nacionais: Brasil, referncia 2000. Nota metodolgica no 14: atividade agropecuria (verso para informao e comentrios): verso 1. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. Disponvel em: . Acesso em: out. 2008.

    A estrutura defi nida separa em atividades os produtos mais importantes da economia brasileira (soja, cana-de-acar, caf, ctricos e cereais) e agrupa em duas atividades os produtos no contemplados: outros produtos de lavoura permanente e outros produtos de lavoura temporria. As atividades agropecurias trabalhadas nas Contas Regionais espelham, em sua maior parte, a estrutura da CNAE 1.0. Os cdigos dos produtos do Censo Agropecurio 1995-1996 esto associados aos cdigos da Prodlist-Agro/Pesca 2003, que mantm correspondncia com os grupos de atividade econmica do censo, e com os cdigos especfi cos de produtos do Sistema de Contas Nacionais. Quanto s atividades, o tradutor estabelece correspondncia entre seus cdigos e a CNAE 1.0.

    Na srie 2002, no h correspondncia direta entre a classe 01.50 da CNAE 1.0 (produo mista: lavoura e pecuria). Desta forma, os estabelecimentos classifi cados nesta atividade foram reclassifi cados pelo critrio de predominncia, fazendo com que a atividade mista fosse absorvida pelas demais atividades agropecurias. Neste sentido, h uma ruptura com a proposta da CNAE 1.0.

    Para o consumo intermedirio, os insumos eram comuns a todas as atividades, j que o Censo Agropecurio 1995-1996 foi construdo pelo critrio de produo principal do estabelecimento. Com isto, contemplava a produo principal do estabelecimento e tambm as produes secundrias9.

    2.1.1 Agricultura, silvicultura e explorao fl orestal

    2.1.1.1 Classifi caoA agricultura corresponde diviso 01 da CNAE 1.0 e agrega sete atividades

    distintas, enquanto a atividade de silvicultura, explorao fl orestal e servios rela-cionados corresponde diviso 02 da CNAE 1.0. A seguir so apresentadas as oito atividades trabalhadas e as respectivas classes:

    (i) Cultivo de cereais para gros: corresponde classe 01.11-2;

    (ii) Cultivo de cana-de-acar: corresponde classe 01.13-9;

    (iii) Cultivo de soja: corresponde classe 01.15-5;

    (iv) Cultivo de outros produtos de lavoura temporria, horticultura e produtos de viveiro e servios relacionados: corresponde s classes: 01.12-0, 01.14-7, 01.19-8, 01.21-0, 01.22-8 e 01.61-9;

    (v) Cultivo de frutas ctricas: corresponde classe 01.31-7;

    (vi) Cultivo de caf: corresponde classe 01.32-5;

    (vii) Cultivo de outros produtos de lavoura permanente: corresponde s classes: 01.33-3, 01.34-1 e 01.39-2; e

    (viii) Silvicultura, explorao fl orestal e servios relacionados: corresponde s classes: 02.11-9, 02.12-7 e 02.13-5.

  • Captulo 2 Atividades econmicas __________________________________________________________________________

    2.1.1.2 Valores correntesValor bruto da produo

    O valor da produo estimado com base na varivel de receita total ou valor bruto da produo do Censo Agropecurio 1995-1996, evoludo desde o ano de 1996 com ndices de volume e de preo. Para os produtos classifi cados nas atividades agrcolas, utiliza-se a variao da quantidade produzida e o preo implcito por Uni-dade da Federao da pesquisa Produo Agrcola Municipal - PAM. Da mesma forma obtm-se, atravs da pesquisa Produo da Extrao Vegetal e da Silvicultura - PEVS, os ndices para os produtos classifi cados nas atividades de silvicultura e explorao fl orestal.

    Os produtos que no tm seus ndices de evoluo obtidos diretamente pelas pesquisas seguem os ndices de seus produtos similares ou, na falta destes, utilizam ndice mdio obtido com os ndices disponveis da atividade qual pertencem. Este procedimento semelhante ao adotado para a base 1985; o que diferencia o fato de serem agrupados em atividades diferentes, com funes de produo especfi cas.

    Consumo intermedirio

    O consumo intermedirio no Censo Agropecurio 1995-1996 para as atividades agrcolas e silvicultura e explorao fl orestal foi construdo pelo critrio de produo principal do estabelecimento. Com isto, contemplou a produo principal e secund-ria do estabelecimento, fazendo, entretanto, com que os insumos fossem comuns a todas as atividades10. Os insumos considerados como consumo intermedirio foram evoludos para os anos posteriores ao Censo Agropecurio 1995-1996 com ndices especfi cos de volume e de preo por Unidade da Federao:

    adubos e corretivos, sementes e mudas, agrotxicos, aluguel de mquinas e equipamentos, servio de empreitada e transporte da produo, sacaria e outras embalagens, combustveis e lubrifi cantes e outras despesas: como ndice de volume, para as atividades da agricultura consideradas de lavoura temporria (cultivo de cereais para gros, cultivo de cana-de-acar, cultivo de soja e cultivo de outros produtos da lavoura temporria) foi utilizada a rea plantada da PAM dos produtos classifi cados em cada atividade; para as demais atividades da agricultura (cultivo de frutas ctricas, cultivo de caf e cultivo de outros produtos da lavoura permanente) e para a atividade de silvicultura e explorao fl orestal, foi utilizado o ndice de volume do valor bruto da produo da respectiva atividade. Como ndice de preo, utilizado o ndice de Preos Pagos pelos Produtores Rurais - IPP mdio, da Fundao Getulio Vargas - FGV;

    energia eltrica: para toda a agropecuria, foi utilizada a variao do consumo de energia eltrica rural e a variao da tarifa rural, obtidos junto s distribui-doras de energia eltrica pelos rgos estaduais de estatsticas, como ndices de volume e de preo, respectivamente;

    medicamentos para animais e raes industriais: para as atividades da agricul- tura e silvicultura e explorao fl orestal, foi utilizado como ndice de volume o ndice mdio dos respectivos insumos, calculados a partir das atividades pecurias. Como ndice de preo, foi utilizado o IPP mdio da FGV;

    10 Ver a nota metodolgica referenciada anteriormente.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    sal: para toda a agropecuria, foi utilizado o ndice de volume do valor bruto da produo da atividade de criao de bovinos vivos. Como ndice de preo, foi utilizado o IPP mdio da FGV;

    outros alimentos: utilizou-se como ndice de volume o valor bruto da produ- o da atividade de criao de bovinos vivos, e como ndice de preo, o IPP mdio da FGV; e

    compra de ovos e pinto de 1 dia: como ndice de volume deste insumo, foi utilizado o ndice de volume do valor bruto da produo da atividade de criao de aves, e como ndice de preo, o IPP mdio da FGV para todas as atividades agropecurias.

    2.1.1.3 Valores constantesA srie de valores constantes do valor da produo e do consumo intermedirio

    para a agricultura e silvicultura e explorao fl orestal obtida ao longo da construo dos valores correntes, pois os ndices de variao anual de quantidade (ndice de volume) das pesquisas agropecurias (Produo Agrcola Municipal - PAM, Pesquisa da Pecuria Municipal - PPM e Produo da Extrao Vegetal e da Silvicultura - PEVS), quando aplicados aos valores correntes do ano t 1, fornecem os valores constantes do ano t.

    2.1.2 Pecuria e pesca

    2.1.2.1 Classifi caoA atividade da pecuria corresponde diviso 01 da CNAE 1.0 e se subdivide

    em trs outras atividades; a atividade de pesca, aqicultura e servios relacionados corresponde diviso 05:

    (i) Criao de bovinos e outros animais: corresponde s classes: 01.41-4, 01.42-2, 01.43-0, 01.46-5, 01.62-7 e 01.70-8;

    (ii) Criao de sunos: corresponde classe 01.44-9;

    (iii) Criao de aves: corresponde classe 01.45-7; e

    (iv) Pesca, aqicultura e servios relacionados: corresponde s classes: 05.11-8 e 05.12-6.

    2.1.2.2 Valores correntesValor bruto da produo

    As atividades da pecuria, exceto para os produtos bovinos vivos, sunos vivos e aves vivas, utilizam a varivel de receita total para estimar o valor bruto da produo. O valor bruto da produo dos produtos sunos vivos e aves vivas segue o mesmo algoritmo de construo utilizado na srie 1985, ou seja, considera os valores de venda, de compra e da variao do rebanho11.

    11 Ver a nota metodolgica referenciada anteriormente.

  • Captulo 2 Atividades econmicas __________________________________________________________________________

    A construo do valor bruto da produo do produto bovinos vivos, na srie atual, diferentemente da base 1985, utilizou o ciclo produtivo dos animais, tanto para os bovinos destinados ao abate quanto produo de leite, que, em mdia, aproximadamente trs anos. Foi utilizado, tambm, o peso do animal para abate, por Unidade da Federao, para especifi car as diferenas entre os tipos de gado criados no Brasil.

    A evoluo do valor bruto da produo utilizou as variaes de quantidade por Unidade da Federao da PPM, e o ndice de Preos Recebidos pelos Produtores Rurais, ou ndice de Preos Recebidos - IPR, da FGV, para a evoluo de seus agregados. Os produtos que no so acompanhados diretamente pelas pesquisas seguem os ndices de seus produtos similares ou, na falta destes, utilizam ndice mdio obtido com os ndices disponveis da atividade qual pertencem. Esta metodologia no se aplica ao produto bovinos vivos, que tem calculado, anualmente, o valor da sua produo via ciclo produtivo.

    A atividade da pesca, aqicultura e servios relacionados foi estimada de forma descendente, isto , o valor bruto da produo calculado pelo Sistema de Contas Nacio-nais foi distribudo entre as Unidades da Federao, com base nas informaes sobre a quantidade pescada, provenientes da pesquisa Estatstica da Pesca, divulgada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, para as empresas legalmente constitudas, e nas informaes sobre a produo referente s famlias, provenientes da estrutura do Censo Demogrfi co 2000.

    Consumo intermedirio

    A construo do consumo intermedirio para as atividade da pecuria seguiu a mesma metodologia de construo das atividades agrcolas, ou seja, foi realizada pelo critrio de produo principal do estabelecimento, contemplando, assim, a produo principal e a secundria do estabelecimento. A evoluo dos insumos considerados por Unidade da Federao seguiu os seguintes ndices:

    adubos e corretivos, sementes e mudas, agrotxicos, aluguel de mquinas e equipamentos, servio de empreitada e transporte da produo, sacaria e outras embalagens, combustveis e lubrifi cantes e outras despesas: para as atividades da pecuria, foi aplicado o ndice de volume do valor bruto da pro-duo considerando todas as atividades agrcolas. Como ndice de preo, foi utilizado o IPP mdio da FGV;

    energia eltrica: para toda a agropecuria, foi utilizada a variao do consumo de energia eltrica rural e a variao da tarifa rural, obtidos junto s distribui-doras de energia eltrica pelos rgos estaduais de estatsticas, como ndices de volume e de preo, respectivamente;

    medicamentos para animais e raes industriais: para as atividades da pecu- ria (criao de bovinos vivos e outros animais, criao de sunos e criao de aves), foi utilizado como ndice de volume o ndice mdio do valor bruto da produo das respectivas atividades. Como ndice de preo, foi utilizado o IPP mdio da FGV;

    sal: para toda a agropecuria, foi utilizado o ndice de volume do valor bruto da produo da atividade de criao de bovinos vivos, e como ndice de preo, o IPP mdio da FGV;

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    outros alimentos: para as atividades da pecuria, foi utilizado o ndice de

    volume mdio da respectiva atividade, e como ndice de preo, o IPP mdio

    da FGV; e

    compra de ovos e pinto de 1 dia: como ndice de volume, foi utilizado o ndice

    do valor bruto da produo da atividade de criao de aves, e como ndice de

    preo, o IPP mdio da FGV para todas as atividades agropecurias.

    A estimao do consumo intermedirio da atividade da pesca, aqicultura e servios relacionados foi realizada utilizando a relao consumo intermedirio/valor da produo do Sistema de Contas Nacionais no valor bruto da produo de cada Unidade da Federao.

    2.1.2.3 Valores constantesO valor da produo e o consumo intermedirio a preos constantes da ati-

    vidade de pecuria, assim como ocorre na atividade de agricultura, so obtidos ao longo da construo dos valores correntes, exceo feita para o produto bovino vivo que tem o valor corrente estimado a cada ano. Neste produto, utiliza-se a variao da quantidade do rebanho de bovinos da PPM como ndice de volume, e o ndice de preo obtido de forma implcita.

    Para a atividade da pesca, por ser calculada de forma descendente, seus valores correntes por Unidade da Federao so obtidos sem a necessidade da utilizao de ndices para sua evoluo. Desta forma, a obteno da srie dos valores constantes para o valor bruto da produo e o consumo intermedirio passa pela necessidade de defi nio de ndices de volume ou de preo. A srie de Contas Regionais refe-rncia 2002 utiliza como ndice de volume a variao da quantidade pescada total, proveniente da pesquisa Estatstica da Pesca, do IBAMA, obtendo, de forma implcita, o ndice de preo.

    2.2 IndstriaA atividade industrial consiste na agregao das atividades da indstria extrativa

    mineral, indstria de transformao, produo e distribuio de eletricidade, gs e

    gua, e esgoto e limpeza urbana, e construo civil. Na srie 2002, foram introduzidas

    a Pesquisa Idustrial Anual-Empresa - PIA-Empresa e a Pesquisa Anual da Indstria da

    Construo - PAIC, do IBGE.

    As novas pesquisas econmicas do IBGE podem ser trabalhadas, apuradas e

    introduzidas na construo das Contas Regionais em tempo hbil, sendo a vantagem

    deste procedimento fornecer o valor dos agregados anualmente, sem a necessidade

    de estimadores derivados (ndice de preo e de volume) para sua obteno.

    A classifi cao das atividades seguiu a CNAE 1.0, independente da importncia

    da atividade na Unidade da Federao. Na srie 1985, a classifi cao para todas as

    unidades era fi xa e os gneros industriais que no tinham importncia para os estados

    eram agrupados em uma rubrica chamada outros.

  • Captulo 2 Atividades econmicas __________________________________________________________________________

    2.2.1 Indstria extrativa mineral

    2.2.1.1 Classifi caoEsta atividade compreende todas as divises da Seo C (indstrias extrativas)

    da CNAE 1.0 e cdigos correspondentes da CNAE-Domiciliar, e abrange as atividades produtivas dedicadas extrao mineral. Inclui as atividades complementares de be-nefi ciamento associado extrao, realizado principalmente para melhorar a qualidade do produto e facilitar a sua comercializao, desde que o benefi ciamento no altere as caractersticas fsicas ou qumicas dos minerais. So consideradas como atividades de benefi ciamento: triturao, classifi cao, concentrao, pulverizao, fl otao, liquefao de gs natural, etc. Tambm so includas na extrao mineral as atividades desenvolvidas por garimpeiros que trabalham por conta prpria (produo familiar).

    2.2.1.2 Valores correntesOs valores correntes do valor bruto da produo e do consumo intermedirio

    para o ano de referncia e anos posteriores so estimados com base nas informaes regionalizadas da PIA-Empresa, nas informaes da DIPJ e nas informaes da PNAD. Os agregados estimados atravs da PIA-Empresa e da DIPJ referem-se aos valores das empresas legalmente constitudas (setor formal), enquanto os estimados atravs da PNAD referem-se produo familiar.

    A atividade de extrao de petrleo e gs possui tratamento diferenciado no que se refere construo do valor da produo e do consumo intermedirio e regio-nalizao destes agregados entre as Unidades da Federao. A produo de petrleo e gs foi tratada separadamente e de maneira distinta da base 1985. Para descrever o procedimento, necessrio antecipar o prximo item e incluir, na descrio da ex-trao de petrleo e gs, a atividade de refi no de petrleo que, apesar de fazer parte das indstrias de transformao, teve um tratamento integrado com a extrao.

    No Brasil, a extrao de petrleo e o refi no so atividades econmicas associa-das, majoritariamente, a uma s empresa, a PETROBRAS. Por esta razo, diferentemente da srie anterior, a produo das duas atividades (extrao de petrleo e gs e refi no de petrleo) foi calculada a partir do valor adicionado desta empresa. Na srie anterior, as duas atividades eram estimadas separadamente e o resultado no era comparado ao valor adicionado total da empresa. Nesta nova srie, o trabalho tem como ponto de partida o valor adicionado total da empresa, estimado com base nas informaes da PIA-Empresa, o qual ser desdobrado em valor adicionado da extrao de petrleo e gs e valor adicionado do refi no de petrleo.

    Abaixo o esquema bsico de clculo:

    (1) O valor adicionado da empresa foi calculado com base na remunerao dos fatores, isto , o valor adicionado igual s remuneraes mais seu excedente operacio-nal. A partir do clculo do valor adicionado, estimou-se o valor adicionado das atividades de extrao de petrleo e gs e refi no de petrleo.

    (2) O prximo passo foi o clculo do valor bruto da produo destas duas atividades. O da extrao de petrleo foi estimado multiplicando-se as quantidades extra-das de petrleo e gs, cuja fonte a Agncia Nacional de Petrleo, Gs Natural e Biocombustvel - ANP, pelo preo internacional do petrleo (tipo Brent) menos um redutor de qualidade de dois dlares, assim:

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    VP extrao = (Quantidade extrada de petrleo e gs) * [(preo internacionaldo petrleo) (redutor de qualidade)] (67)

    (3) O clculo do valor bruto da produo dos produtos do refi no foi obtido multipli-cando-se as quantidades produzidas e seus respectivos preos, cujas informaes so disponibilizadas pela ANP:

    VP refi no = (Quantidade refi nada por produto) * (preo dos produtos refi nados) (68)

    (4) Aps o clculo do valor bruto da produo da extrao de petrleo e do refi no, obtm-se o valor bruto da produo total da empresa; o consumo intermedirio total da empresa foi obtido por diferena:

    VP total = VP extrao + VP refi no (69)

    VA total = VP total CI total (70)

    (5) Com a funo de produo da empresa pronta, para o desdobramento do consumo intermedirio entre as atividades elegeu-se o clculo do consumo intermedirio da atividade de refi no para, por diferena, obter o consumo intermedirio da extra-o. Esta escolha deu-se pelo fato de se conhecer melhor as variveis de custos e despesas da atividade de refi no, que so compostos, basicamente, pelo petrleo extrado, mais o petrleo importado e margens de refi no:

    CI refi no = [(petrleo extrado + petrleo importado)/petrleo utilizado] + margens de refi no (71)

    (6) Por diferena, obtem-se o consumo intermedirio da atividade de extrao de petrleo e gs:

    CI total - CI refi no = CI extrao (72)

    (7) Concludo este procedimento, regionalizou-se a funo de produo das duas atividades, tendo como base os dados da ANP para o volume de extrao de pe-trleo e gs por Unidade da Federao e a produo das refi narias tambm por Unidade da Federao.

    Com este procedimento, garante-se que a soma das funes de produo das duas atividades seja igual da empresa e que cada Unidade da Federao recebeu a parte proporcional nas duas atividades.

    2.2.1.3 Valores constantesA srie de valores constantes foi construda com a utilizao de ndice de volu-

    me por Unidade da Federao e a obteno do ndice de preo implicitamente. Para o setor formal, no caso das Unidades da Federao abrangidas pela Pesquisa Industrial Mensal-Produo Fsica Regional - PIM-PF12, utilizou-se esta pesquisa na construo dos valores constantes da funo de produo; para os demais, foram utilizados os dados do Departamento Nacional de Produo Mineral - DNPM, do Ministrio de Minas e Energia, e/ou do consumo de energia eltrica na indstria extrativa mineral. A produo familiar utiliza como ndice de volume a variao do pessoal ocupado por conta prpria da PNAD, classifi cado nesta atividade, no valor adicionado e consumo intermedirio.

    12 A pesquisa possui a seguinte abrangncia geogrfi ca: Amazonas, Par, Nordeste, Cear, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Esprito Santo, Rio de Janeiro, So Paulo, Paran, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Gois.

  • Captulo 2 Atividades econmicas __________________________________________________________________________

    Este procedimento idntico ao utilizado na base 1985. A diferena que nesta nova srie a pesquisa fornece valor corrente, sendo, desta maneira, o ndice de preo estimado de forma implcita a partir do ndice de volume calculado.

    2.2.2 Indstrias de transformao

    2.2.2.1 Classifi caoEsta atividade compreende as unidades produtivas classifi cadas na Seo D (in-

    dstrias de transformao) da CNAE 1.0 e cdigos correspondentes da CNAE-Domiciliar, e abarca as atividades dedicadas fabricao de bens que implicam transformao fsica das matrias-primas utilizadas ao longo do processo de produo industrial.

    Por defi nio, a atividade das indstrias de transformao corresponde produo de bens. Segundo a CNAE 1.0, os servios industriais (de acabamento em produtos txteis, de instalao, manuteno e reparao, etc.) includos no mbito da indstria [...] constituem parte integrante da cadeia de transformao dos bens que exigem equipamentos, tcnicas ou habilidade especfi ca caracterstica do processo industrial, e tanto podem ser realizados em unidades integradas como em unidades especializadas (CLASSIFICAO..., 2004, p. 90). Portanto, essas atividades devem ser classifi cadas no mesmo grupo ou classe do produto fabricado.

    Outra especifi cidade da atividade industrial refere-se ao fato de que pode ser re-alizada a partir de diversas formas de organizao institucional da produo. H nesta atividade uma forte presena de unidades produtivas de pequena escala, as quais podem ser organizadas em moldes distintos das empresas legalmente constitudas. Do ponto de vista das Contas Nacionais, assim como das Contas Regionais, deve-se considerar como produo industrial toda a atividade de transformao, independentemente da forma como essa produo organizada: empresa, microempresa ou produo familiar.

    2.2.2.2 Valores correntesO valor bruto da produo bem como o consumo intermedirio das indstrias de

    transformao para as empresas legalmente constitudas tm como fonte os valores esti-mados com base na PIA-Empresa e na DIPJ, anualmente. A produo familiar estimada a partir da informao de rendimento anualizado do pessoal ocupado por conta prpria da PNAD, classifi cado nesta atividade, que utilizado como proxy do valor adicionado, e sua funo de produo estimada com base na relao consumo intermedirio/valor da produo das empresas que compem o estrato amostral da PIA-Empresa.

    2.2.2.3 Valores constantesA opo para o desmembramento do ndice de valor obtido na atividade, tanto

    para o valor bruto da produo quanto para o consumo intermedirio, foi utilizar o ndice de volume e obter implicitamente o ndice de preo. Para as Unidades da Fe-derao abrangidas pela PIM-PF, utilizou-se seu ndice como ndice de volume para o setor formal. Para as demais unidades, a opo continua sendo o ndice utilizado na srie anterior, isto , a variao do consumo industrial de energia eltrica por gnero industrial. A variao do pessoal ocupado por conta prpria da PNAD, classifi cado nesta atividade, foi utilizada como ndice de volume do valor adicionado e consumo intermedirio da produo familiar.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    2.2.3 Produo e distribuio de eletricidade, gs e gua, e esgoto e limpeza urbana

    2.2.3.1 Classifi cao

    Esta atividade compreende as unidades produtivas classifi cadas na Seo E

    (produo e distribuio de eletricidade, gs e gua) e na diviso 90 da Seo O

    (outros servios coletivos, sociais e pessoais) da CNAE 1.0, e abrange as empresas

    dedicadas :

    gerao e distribuio de energia eltrica de origem hidrulica, trmica, nu-

    clear, elica, solar, etc.;

    produo e distribuio de gs atravs de tubulaes;

    produo e distribuio de vapor e gua quente para calefao, energia e usos

    industriais;

    captao, tratamento e distribuio de gua; e

    coleta, transporte, triagem e eliminao de resduos slidos domsticos, ur-

    banos e industriais

    2.2.3.2 Valores correntesA estimativa dos agregados da conta de produo por Unidade da Federao

    no foi modifi cado nesta atividade em relao srie anterior. A conta de produo desta atividade parte dos balanos anuais das empresas do setor, sendo o valor bruto da produo estimado com base nas informaes sobre a venda desses servios, e o consumo intermedirio, com base nas informaes sobre as despesas operacionais das empresas. Nos casos em que a usina hidreltrica esteja situada em rea de fronteira entre dois estados, assume-se que o valor da produo deve ser atribudo ao estado onde est situada a casa de fora da usina.

    A estimao dos agregados desta atividade realizada por todas as equipes estaduais, que levantam os balanos contbeis das empresas classifi cadas nesta atividade. A vantagem deste procedimento que, alm da coleta dos balanos ser descentralizada, h o engajamento das equipes, que tm noo clara do elenco de empresas que atuam em seus estados.

    2.2.3.3 Valores constantesA srie de valores constantes obtida atravs das informaes de quan-

    tidades produzidas disponveis nos balanos contbeis das empresas. Para as atividades de gerao e distribuio de energia, o ndice de volume utilizado foi a variao da quantidade de energia gerada e a variao da quantidade de energia distribuda, respectivamente, tanto para o valor da produo quanto para o con-sumo intermedirio. Na atividade de tratamento e distribuio de gua e esgoto, para o valor bruto da produo foi utilizado como ndice de volume o volume de gua faturada e, no consumo intermedirio, o volume de gua tratada. O ndice de preo obtido implicitamente.

  • Captulo 2 Atividades econmicas __________________________________________________________________________

    2.2.4 Construo civil

    2.2.4.1 Classifi caoEsta atividade compreende a Seo F (construo) da CNAE 1.0 e cdigos corres-

    pondentes da CNAE-Domiciliar. Esto includas as obras de edifi caes e engenharia civil relacionadas com demolies e a preparao do terreno (terraplanagem, drena-gem, etc.) e de canteiros de obras; a realizao de obras de edifi caes (residenciais, comerciais, industriais e de servios) e de engenharia civil; a instalao de equipamen-tos necessrios ao funcionamento do imvel; e a realizao de obras de acabamento e obras de infra-estrutura para engenharia eltrica e de comunicaes.

    A atividade de construo abrange construes novas, grandes reformas, res-taurao e manuteno de imveis realizadas, tanto na rea urbana quanto na rural. Tambm cobre a atividade de cesso de operrios junto com o aluguel de mquinas e equipamentos de construo.

    2.2.4.2 Valores correntesPara a construo dos agregados desta atividade, foram utilizadas as informa-

    es da PAIC para as empresas legalmente constitudas (setor formal), e da PNAD para a produo familiar. A principal alterao em relao srie 1985 foi a introduo da PAIC. Esta atividade, como na srie 1985, est sendo calculada pelo IBGE, e avaliada e referendada pelas Unidades da Federao.

    2.2.4.3 Valores constantesComo nas demais atividades, em que se estimam os dados em valores correntes

    atravs das pesquisas anuais, estima-se um ndice de volume para a construo da srie dos valores constantes, obtendo-se, assim, o ndice de preo implicitamente.

    A metodologia para o clculo do ndice de volume para a atividade sofreu pequenas alteraes em relao srie 1985 que, de um modo geral, era estimada por regresses. Nesta nova srie, entretanto, utilizaram-se as mesmas variveis de forma diferente.

    As variveis selecionadas para compor a evoluo dos agregados valor da produo e consumo intermedirio, da atividade de construo civil, para os anos correntes da srie 2002, foram:

    consumo aparente de cimento, informado pelo Sindicato Nacional da Indstria do Cimento;

    pessoal ocupado por conta prpria, informado pela PNAD (produo das famlias); e

    nmero de empregados, informado pela Relao Anual de Informaes Sociais - RAIS, do Ministrio do Trabalho e Emprego (setor formal).

    O cimento constitui uma varivel proxy do consumo intermedirio, enquanto o pessoal ocupado da PNAD (que representa os trabalhadores por conta prpria) mais o nmero de empregados da RAIS (que simboliza o lado formal da construo) esto em consonncia com o valor adicionado. Assim, o produto real da atividade de construo civil, por Unidades da Federao, foi funo das variveis explicativas: cimento e pessoal ocupado.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    A equao que descreve o clculo do ndice de volume da construo civil pode ser visualizada assim:

    Y = (CI/VP)* X1 + (VA/VP) * X2 (73)

    Onde :

    Y o ndice de volume da construo civil, por Unidade da Federao;

    X1 a variao em volume do cimento, por Unidade da Federao; e

    X2 a variao do pessoal ocupado, por Unidade da Federao (1).

    As relaes consumo intermedirio/valor da produo e valor adicionado/valor da produo, de cada Unidade da Federao, serviram como ponderadores para agre-gao das variveis estimadas no clculo do ndice de volume da construo civil de cada Unidade da Federao. A evoluo do consumo intermedirio seguiu o mesmo ndice de volume da produo.

    2.3 ServiosEsta atividade foi a que mais se benefi ciou com a introduo das pesquisas econ-

    micas anuais do IBGE. Desde os Censos Econmicos da dcada de 1980, no se dispunha de tantos parmetros para as atividades produtoras de servios, porm, agora, na nova srie de referncia, pode-se acompanhar, a cada ano, o comportamento destes setores.

    Com o resultado do Sistema de Contas Nacionais divulgado pelo IBGE (ano de referncia 2000), percebeu-se que os setores de servios ganharam participao no Produto Interno Bruto - PIB, em detrimento dos setores produtores de bens, e certa-mente isto foi percebido regionalmente.

    A introduo da Pesquisa Anual de Servios - PAS e da Pesquisa Anual de Co-mrcio - PAC se confi gura na grande mudana estrutural da nova srie de referncia. Este novo contexto no constitui mudanas de procedimentos, mas, sim, percepo anual do setor demonstrado pelas pesquisas.

    2.3.1 Comrcio e servios de manuteno e reparao

    2.3.1.1 Classifi caoAs atividades de comrcio e servios de manuteno e reparao so trabalhadas

    separadamente nas Contas Regionais e divulgadas juntas. A atividade de servios de manuteno e reparao compreende os grupos 50.2 , 52.7 e 72.5, bem como a classe 50.42; a atividade de comrcio compreende as demais divises da Seo G (comrcio; reparao de veculos automotores, objetos pessoais e domsticos) da CNAE 1.0 e cdigos correspondentes da CNAE-Domiciliar.

    2.3.1.2 Valores correntesSegundo o manual System of national accounts 1993 - SNA 93, o comrcio

    abrange as atividades realizadas pelas empresas e seus estabelecimentos dedicados venda no varejo ou no atacado, de produtos novos ou usados, no mesmo estado em

  • Captulo 2 Atividades econmicas __________________________________________________________________________

    que foram adquiridos ou recebidos para a revenda. Ainda de acordo com o SNA 93, o comrcio no considerado uma atividade para a qual se destinam as mercadorias que ele adquire, o comrcio apenas as compra com a fi nalidade de revend-las, e, assim, prestar o servio de intermediao entre os produtores (agrcolas e industriais) e os consumidores. Como os produtos vendidos pelo comrcio no sofrem qualquer tipo de transformao, ou benefi ciamento, mede-se a sua produo atravs da prestao do servio de intermediao, representada pela margem comercial, calculada pela di-ferena entre o preo de venda e o custo das mercadorias adquiridas para revenda.

    O servio de intermediao entre o produtor e o consumidor realizado pelo comrcio pode ser efetuado por unidades produtoras organizadas sob a forma de grandes, mdias e micro empresas juridicamente constitudas. Esta atividade tambm pode ser realizada por comerciantes que trabalham por conta prpria, vendendo mer-cadorias em feiras e ruas, ou sem locais fi xos para exposio de suas mercadorias.

    Desta forma, o valor bruto da produo e o consumo intermedirio da atividade de comrcio so estimados com base em informaes da PAC, da PAS, da PIA-Empresa e da DIPJ, para compor o setor formal (empresas legalmente constitudas). A produ-o familiar estimada a partir da informao de rendimento anualizado do pessoal ocupado por conta prpria da PNAD, classifi cado nesta atividade, que utilizado como proxy do valor adicionado, e sua funo de produo estimada com base na relao consumo intermedirio/valor da produo das empresas que compem o estrato amostral da PAC.

    As fontes utilizadas na atividade de servios de manuteno e reparao so as mesmas, excetuando a PAC, que no investiga os cdigos da CNAE que compre-endem a atividade. A funo de produo familiar estimada a partir das empresas que compem o estrato amostral da PAS.

    2.3.1.3 Valores constantesPara a construo da srie de valores constantes, optou-se por utilizar ndice de

    volume e obter implicitamente o ndice de preo. A Pesquisa Mensal de Comrcio - PMC fornece os ndices de crescimento real do comrcio para o desdobramento dos valores da pesquisa entre ndice de preo e de volume de alguns segmentos. Alm disso, foram utilizados dados da Associao Nacional dos Fabricantes de Veculos Automotores - ANFAVEA e da ANP. A produo familiar utilizou a variao do pessoal ocupado por conta prpria da PNAD, classifi cado nesta atividade, no valor adicionado e consumo intermedirio.

    A atividade de servios de manuteno e reparao utiliza como ndice de volume para o setor formal a variao do pessoal ocupado na atividade em sua funo de pro-duo, e a variao do pessoal ocupado por conta prpria da PNAD, classifi cado nesta atividade, para a produo familiar, no valor adicionado e consumo intermedirio.

    2.3.2 Servios de alojamento e alimentao

    2.3.2.1 Classifi caoA atividade de alojamento compreende o grupo 55.1; a atividade de alimentao,

    o grupo 55.2 da CNAE 1.0 e cdigos correspondentes da CNAE-Domiciliar.

  • __________________________________________________________________________________ Contas Regionais do Brasil

    Os servios de alojamento se distinguem dos servios de locao de imveis pela curta durao da disponibilidade do local de alojamento, salvo os alojamentos coletivos (pensionatos, casas de estudante), tradicionalmente tratados dentro deste segmento.

    Os servios de alimentao tm como caracterstica o preparo das refeies para consumo imediato, com ou sem servio completo (para efeito de classifi cao, entende-se como tendo servio completo a unidade que possui servio de mesa, in-dependentemente de o pessoal encarregado de servir as refeies ter outras funes dentro da unidade econmica), a preparao de alimentos por encomenda e a pre-parao de bebidas para consumo imediato. No incluem a preparao de alimentos que no sejam para consumo imediato nem a venda de refeies e bebidas que