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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes reali- dades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argu- mentações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capacidades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o objetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial História Contemporânea II

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes reali-

dades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argu-

mentações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as

capacidades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como

o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais

(poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.),

a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos

com o objetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na

atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade

de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de

cada região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

História Contemporânea II

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Ruben Formighieri

Emerson Walter dos Santos

Joseph Razouk Junior

Maria Elenice Costa Dantas

Cláudio Espósito GodoyAndréa Maria Carneiro Lobo / Lysvania Villela CordeiroLysvania Villela CordeiroMiriam Raquel Moro Conforto / Paulo Cezar Migliozzi PaivaAna Izabel M. ArmstrongTatiane Esmanhotto KaminskiVictor Oliveira PuchalskiLuciano Daniel Tulio / Marilu de Souza / Talita Kathy BoraO

2 Comunicação

Sinal Gráfico / Expressão Digital© 2001-2009 HAAP Media Ltd/nkzs's; © Wikimedia Commons/Spoladore; © 2001-2009 HAAP Media Ltd/theswedish's; © Shutterstock/ilker canikligil; © Dreamstime.com/Lee SniderEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 17480440-120 Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500 Fax: (0xx41) 3312-3599Gráfica Posigraf S. A.Rua Senador Accioly Filho, 50081300-000 Curitiba – PRFax: (0xx41) 3212-5452E-mail: [email protected]@positivo.com.br

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Acesse o Portal e digite o código na Pesquisa Escolar.

@HIS1246Estandarte de Ur: a

guerra entre os povos

da Mesopotâmia

@HIS1246

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

L799 Lobo, Andréa Maria Carneiro.Ensino médio : modular : história : história contemporânea II / Andréa Maria Carneiro

Lobo, Lysvania Villela Cordeiro. – Curitiba : Positivo, 2013. : il.

ISBN 978-85-385-7057-8 (livro do aluno)ISBN 978-85-385-7058-5 (livro do professor)

1. História. 2. Ensino médio – Currículos. I. Cordeiro, Lysvania Villela. II. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIO

Unidade 1: Segunda Guerra Mundial

Unidade 2: Pós-Segunda Guerra Mundial

O conceito de Guerra Fria 19

A bipolarização mundial 25

Arte, cultura e sociedade nos

anos de 1940 a 1950 28

Origens 5

Conflito armado 6

Fases do conflito 7

O ano de 1941 9

A guerra no Pacífico 12

O holocausto 13

A participação do Brasil 14

Unidade 3: A descolonização da África e da

Ásia

A descolonização da África 35

A descolonização da Ásia 42

Unidade 4: Movimentações comunistas

Revolução Chinesa 48

Guerra da Coreia 52

Guerra do Vietnã 52

Revolução Cubana 57

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Segunda Guerra Mundial1

1

Muitos indivíduos que haviam vivido a Grande Guerra (1914-1918)

desejavam uma paz duradoura que pudesse apagar, em parte,

os estragos e os sofrimentos causados pelo conflito. Entretanto,

20 anos após a assinatura do Tratado de Versalhes (1919), tinha

início um segundo conflito armado cujas proporções seriam

ainda maiores.

O desejo de revanche alemã, a crise do liberalismo enquanto

sistema político e a ascensão de governos autoritários na Europa

foram alguns dos fatores relacionados à eclosão da Segunda

Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945.

Antes de o estudo a respeito da Segunda Guerra Mundial ser

iniciado, é interessante relembrar o que foi aprendido sobre o

Período Entreguerras (1919-1939).

História Contemporânea II4

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Origens

Entre os principais fatores que podem ser apontados para a eclosão de um novo con-flito mundial em 1939, destaca-se a ascensão de um Estado totalitário na Alemanha, centralizado no líder nazista Adolf Hitler e em sua política de expansão imperialista.

Manipulando as massas, Hitler conseguiu transformar a sensação de humilha-ção sofrida pela Alemanha após a Grande Guerra em desejo de revanche e fez dessa a principal justificativa para o início de um processo expansionista, desafiando as po-tências aliadas vencedoras em 1919.

Desobedecendo às cláusulas do Tratado de Versalhes, a Alemanha hitlerista iniciou um processo de expansão territorial que tinha por objetivo retomar os territórios que haviam sido entregues como indenização de guerra aos países vitoriosos em 1918.

Para a formação do III Reich (Império) ale-mão, Hitler anexou a Renânia, a Áustria, a Região dos Sudetos, a Boêmia e a Morávia.

Estado totalitário: refere-se a um determinado

tipo de Estado (governo) que exerce de forma

autoritária o controle sobre todos os aspectos da vida

dos cidadãos: relações econômicas, manifestações

culturais, expressões artísticas e relações

sociais. O totalitarismo destrói a capacidade do

cidadão de criar e conduzir instituições sociais,

destruindo assim sua vida política – valendo-se,

para isso, do terror e da propaganda ideológica – e submetendo-o à mani-

pulação do Estado.

Fim da Grande Guerra – assinatura do Tratado de Versalhes.

Ascensão de Benito Mussolini ao poder na Itália.

Quebra da Bolsa de Nova Iorque.

Ascensão de Adolf Hitler ao poder na Alemanha.

Agora, responda às questões a seguir.

1. Estabeleça a relação entre a imposição do Tratado de Versalhes à Alemanha e a ascensão do nazismo.

O aluno deverá contemplar em sua resposta que as cláusulas do Tratado de Versalhes foram bastante duras e consideradas humilhantes pelo governo e pelo povo alemão. O desejo de vingança foi a principal bandeira de luta dos nazistas para reunir o povo alemão em prol de sua causa.

2. De que forma a Crise de 1929 pode ser considerada um fator de fortalecimento para os regimes de extrema- -direita que estavam presentes na Europa na década de 1930?

A Crise de 1929 atingiu não apenas a economia estadunidense, mas também a dos países europeus que estavam se reerguendo das

destruições causadas pela Grande Guerra. Líderes como Benito Mussolini, Adolf Hitler e Francisco Franco ganharam mais adesões aos

seus planos políticos com o aumento do desemprego e a alta do custo de vida.

Retome os conhecimentos sobre esse período analisando a linha do tempo a seguir:

Por meio de discursos que pregavam a vingança contra os aliados, Hitler conseguiu reunir grande parte da população alemã com o plano de promover um novo conflito armado

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Ensino Médio | Modular 5

HISTÓRIA

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Enquanto Hitler anexava territórios, também procurava firmar acordos que trariam vantagens quando desse início ao conflito armado. Em 1937, Alemanha, Itália e Japão firmaram um pacto de colaboração dando origem ao Eixo Roma-Berlim-Tóquio. 5

Em 1939, a Alemanha assinou com a União Soviética um “tratado de não agressão” que garantiu a neutralidade da União Soviética em um futuro conflito que envolvesse França, Inglaterra e Alemanha. Como pagamento pela neutralidade, a União Soviética receberia parte do território polonês quando este fosse invadido pela Alemanha. 6

Hitler ainda se utilizou da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) para testar os armamentos que estava produzindo. Aliado do general Francisco Franco, Hitler forneceu aviões, pilotos e munição para que os nacionalistas espanhóis vencessem a Frente Popular. Diante do sucesso dos armamentos, Hitler deu prosseguimento em seus planos de iniciar um conflito armado.

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Europa – Expansão territorial nazista

Fonte: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1988. p. 166-167. Adaptação.

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Conflito armado

Com todas as alianças firmadas, territórios próximos à Alemanha anexados, armamentos testados e a certeza de que os aliados desejavam evitar um conflito armado a qualquer custo, Hitler deu início ao conflito com a invasão da Polônia na madrugada do dia 1.º de setembro de 1939.

Em resposta à invasão da Polônia, França e Inglaterra compondo o Bloco dos Aliados de-clararam guerra ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

Logo após invadir a Polônia, Hitler deu início a uma tática de ataques rápidos que surpreen-diam os inimigos e praticamente inviabilizavam a defesa. Era a chamada blitzkrieg ou “guerra relâmpago”.

História Contemporânea II6

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Fases do conflito

Para facilitar seu estudo, a Segunda Guerra Mundial pode ser dividida em três fases:

1.ª fase – 1939-1941 – marcada pelo avanço do Eixo sobre territórios da Europa (por tropas alemãs); norte da África (por tropas italianas) e territórios asiáticos (pelas tropas japonesas).

2.ª fase – 1941-1943 – equilíbrio de forças entre países do Eixo e dos Aliados, com a entrada dos Estados Unidos e União Soviética no conflito, em 1941, ao lado dos Aliados.

3.ª fase – 1943-1945 – derrota do Eixo e vitória dos Países Aliados.

Nos primeiros anos do confronto, a supremacia alemã foi total. Em 1940, a Alemanha nazista invadiu e conquistou a Dinamarca, a Noruega, a Holanda e a Bélgica. As tropas alemãs marcharam, ainda, sobre a França.

Adolf Hitler (ao centro), Albert Speer (à direita) e Arno Breker (à esquerda)posando em Paris.Após seis semanas de ocupação, foi instalado um governo colaboracionis-ta com o Reich comandado pelo general francês Henri Philippe Pétain. O general Charles de Gaulle (veterano da Grande Guerra) passou a organizar, então, no exílio, um governo de resistência, que teve o apoio da Inglaterra e que tinha como objetivo estabelecer ações contra as forças do Eixo e planejar a libertação dos territórios franceses ocupados

A blitzkrieg consistia, em linhas gerais, na seguinte estratégia:

1.º) Ataques aéreos destruíam pontos importantes do país a ser ocupado.

2.º) Blindados completavam a destruição iniciada pela força aérea.

3.º) A infantaria entrava em ação para tomar uma terra arrasada, fator que poupava vidas de soldados nazistas e a utilização de armas de pequeno porte, cuja munição é mais cara.

Leitores escolhem livros intactos nos escombros de uma biblioteca destruída na Holanda. 1o. outubro 1940

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Principais

eventos da

Segunda

Guerra

Mundial

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HISTÓRIA

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Soldados japoneses invadem uma cidade na China. [ca. 1937].

Em 1936, o Japão invadiu a China, promovendo bombardeios indiscriminados e ocasionando chacinas

entre a população chinesa. Estima-se que mais de 300 mil civis chineses foram mortos pelas tropas

japonesas, em uma ocupação de caráter imperialista e genocida

Crianças britânicas lamentam a destruição de suas casas após um ataque aéreo nazista. Londres, setembro 1940.Os ataques aéreos nazistas causaram grandes prejuízos e destruição aos ingleses. Londres teve bairros inteiros destruídos.Hitler planejou a operação Leão do Mar para a invasão da Grã-Bretanha. O desembarque alemão em território britânico foi dificultado pelo fato de Hitler não possuir uma marinha de guerra à altura da marinha britânica. Dessa forma, os alemães planejaram maciços ataques aéreos e o lançamento das bombas V2, que eram jogadas sobre o Canal da Mancha atingindo o sul da Inglaterra. As rampas de lançamento das bombas V2 estavam posicionadas na Normandia. A cada ataque de bombas V2 cerca de 20 mil londrinos perdiam a vida

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Europa e norte da África – controle nazista – 1942

Fonte: WARD, Geoffrey C.; BURNS, Ken. The war: an intimate history – 1941-1945. New York: Borzoi, 2007. p. 48. Adaptação.

Em 1941, a Alemanha conquistou a Iugoslávia e a Grécia, obtendo ainda o apoio de governos co-laboracionistas na Hungria, Romênia e Bulgária, com o objetivo de se aproximar da União Soviética.

Enquanto as tropas alemãs avançavam pela Europa, Itália e Inglaterra disputavam o controle do Norte da África, e o Japão dava prosseguimento ao seu projeto expansionista iniciado no século XIX.

Governo colaboracionista:

a expressão caracteriza os

diferentes tipos de cooperação com os exércitos do Reich,

desenvolvidos em diferentes momentos por

governos de países europeus.

Na Iugoslávia, Romênia, Hungria

e Bulgária, existiram governos colaboracionistas.

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História Contemporânea II8

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O ano de 1941 foi aquele em que o panorama geral do conflito começou a mudar. A participação das potências Es-tados Unidos e União Soviética na Guerra alterou as relações de poder entre os blocos do Eixo e dos Aliados.

A entrada dos Estados Unidos no conflito ocorreu em função do ataque japonês à base naval estadunidense de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941. 7

O ano de 1941

Em junho de 1941, teve início a estratégia de guerra de-nominada Operação Barbarossa, que consistiu no avanço das tropas alemãs sobre a União Soviética, quebrando o Pacto de Não Agressão firmado entre Hitler e Stalin em 1939. Para os historiadores soviéticos, a invasão já era esperada e os soviéticos estavam preparados.

Principais eventos

da Operação

Barbarossa

@HIS1234

1. Sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), analise as afirmativas e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas:

( V ) O confronto teve início com a invasão da Polônia por Adolf Hitler, em 1.º de setembro de 1939.( V ) A União Soviética, que havia assinado com a Alemanha o Pacto de Não Agressão, permaneceu

neutra no início do conflito.( F ) Assim como ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, os conflitos armados ficaram restritos ao

continente europeu durante a Segunda Guerra.( V ) França e Inglaterra, aliados na Primeira Guerra Mundial, novamente uniram forças durante a Se-

gunda Guerra na tentativa de frear as pretensões expansionistas de Hitler.( V ) O militarismo e o nacionalismo exaltados podem ser considerados causas do conflito.

2. Alemanha, Itália e Japão formaram o Eixo. Explique as características e os objetivos que tais países possuíam em comum para constituir aliança contra os aliados:

Alemanha, Itália e Japão tinham governos autoritários que valorizavam o nacionalismo e o militarismo. Possuíam, ainda,

pretensões de expansão territorial. Mussolini desejava reconquistar o território e a glória do Império Romano. Hitler pregava

a necessidade de conquistar o espaço vital. O imperador Hiroito necessitava de terras mais férteis e que pudessem abrigar

parte da numerosa população japonesa.

HISTÓRIA

Ensino Médio | Modular 9

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BUTLER, Susan (Org.). Prezado senhor Stalin: os bastidores da Segunda Guerra Mundial na correspondência completa entre Roosevelt e Stalin. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. p. 53.

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Fonte: JORDAN, David; WIEST, Andrew. Atlas da II Guerra Mundial. São Paulo: Escala, 2007. p. 101. Adaptação.

Europa – Operação Barbarossa – 1941

De acordo com o texto e com o mapa, analise as afirmativas a seguir: I. O texto aborda a invasão do território soviético pelos nazistas em 22 de junho de 1941. II. Stalin, segundo o texto, mostrou-se incrédulo quanto à possibilidade de tal traição, uma vez que havia

recebido de Hitler, em 1939, parte do território polonês para que permanecesse neutro no conflito. III. O mapa comprova que Hitler preparou “sua máquina de guerra” para invadir a URSS após ocupar a Europa Ocidental. IV. Além da descrença de Stalin na possível invasão nazista, o texto também aborda os casos de espionagem

e deserções presentes no contexto da Segunda Guerra Mundial.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta:

X a) Todas as afirmativas são certas. b) Todas as afirmativas são erradas. c) Apenas as afirmativas I e II são erradas. d) As afirmativas II e III são erradas. e) Apenas as afirmativas II e IV são certas. 8

Leia o fragmento e observe o mapa:

Na primavera de 1941, as tropas alemãs come-çaram a se reunir para um ataque à Rússia. Apesar das mensagens que afluíam das mais variadas fontes de informação ao redor do mundo, e da convicção daqueles que estavam ao redor de Stalin, o líder co-munista se recusava a acreditar nos relatórios que confirmavam os propósitos de Hitler. Pressionado por seus generais, autorizou em maio a convocação de 500 mil reservistas. Ainda assim, quando informado a respeito dos voos de reconhecimento realizados pelos alemães, comentou: “Não estou certo que Hitler saiba desses voos.” No início de junho, chegou a sua mesa um relatório produzido por Richard Sorge, um espião soviético que se fazia passar por jornalista alemão em

Tóquio. No texto, o autor informava inclusive a data da invasão: 22 de junho. Stalin, porém, se recusou a acreditar que aquilo se concretizaria. Em 14 de junho, determinou que a agência de notícias Tass divulgasse a seguinte declaração: “A Alemanha está cumprindo os termos do pacto de não agressão tão meticulosamente quanto a URSS, e, portanto, os rumores sobre a inten-ção alemã de violar esse tratado e atacar a URSS são infundados.” Na noite de 21 de junho, foram colocados sobre a mesa de Stalin os relatórios de desertores ale-mães que arriscaram a vida para atravessar a fronteira com a Rússia, nos quais se afirmava claramente que a invasão estava marcada para o dia seguinte; ainda assim Stalin não reagiu.

A cidade de São Petersburgo recebeu

a denominação de Leningrado durante o

período de 1924 e 1991.

Volvogrado recebeu a denominação de

Stalingrado durante o período de

1925 e 1961.

História Contemporânea II10

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O objetivo de Hitler ao invadir a URSS era dominar a Região do Cáucaso e se apropriar de campos petrolíferos. Leningrado, uma das principais cidades russas, foi inva-dida pelas tropas nazistas e um terço de sua população pereceu de fome e de frio.

Cerco a Leningrado – por aproximadamente 900 dias, de setembro de 1941 a janeiro de 1944, os alemães cercaram a cidade russa de Leningrado, impedindo o acesso dos seus habitantes a alimentos e cortando a energia. Cerca de um milhão de russos morreu em decorrência dos ataques aéreos, mas, sobretudo, por causa da fome, da desnutrição e do frio. Mesmo assim, a população resistiu, até o definitivo rompimento do cerco pelo exército vermelho no inverno de 1944.

Após o êxito da invasão inicial, a conquista do imenso território soviético pelas tropas alemãs foi dificultada pela expressiva resistência das tropas russas, pela dificuldade de abastecimento (armas, munições, combustíveis e alimen-tos), que aumentava à medida que os alemães avançavam para o Oriente, e pela chegada do rigoroso inverno russo – com temperatura em torno de 25ºC negativos. 9

Apesar da ofensiva alemã, as tropas russas resistiam. Joseph Stalin, líder soviético, deu ordem para que as indús-

Invasão da URSS. A defesa da infantaria

russa

Leia a carta escrita por um soldado alemão que combateu em Stalingrado.

O Führer prometeu tirar-nos daqui e todos nós acreditamos. Ainda acredito hoje, simplesmente porque devo acreditar em alguma coisa. Em que me resta acreditar? Não saberia o que fazer com a primavera ou o verão, ou com qualquer das coisas que tornam a vida feliz. É bom que eu continue acreditando, cara Grete; toda a minha vida – ou durante oito anos pelo me-nos – acreditei no Führer e o tomei ao pé da letra. É terrível como as pessoas aqui duvidam e é humilhante ouvir coisas que não se podem contradizer porque os fatos as comprovam.ÚLTIMAS CARTAS DE STALINGRADO. Jornal do século. In: História do século XX. São Paulo: Abril Cultural, [1985].

Prisioneiros alemães e romenos. Museu da Guerra Imperial. Londres

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De acordo com os documentos, responda no caderno.

1. O que levou o soldado a relacionar a primavera e o verão à felicidade?

2. O soldado realmente continuava acreditando nas palavras de Hitler? Extraia um fragmento que comprove sua resposta e anote-o em seu caderno.

trias pesadas fossem transferidas para o leste dos Montes Urais, dificultando o acesso às reservas que abasteceriam e garantiriam a continuidade da ofensiva alemã.

No norte da África, tropas britânicas imprimiam as primeiras grandes derrotas às tropas do Eixo – italianos, sobretudo – no final de 1942. Em 1943, tropas aliadas bri-tânicas e estadunidenses invadiram o território da Sicília e chegaram até a Península Itálica.

Na Frente Oriental, os alemães sofriam as primeiras grandes baixas na Batalha de Stalingrado: 100 mil solda-dos alemães mortos e outros 90 mil capturados. A partir de então, as tropas russas passaram a cercar as alemãs obrigando-as a recuar. Em 31 de janeiro de 1943, o que res-tou do exército ale-mão foi obrigado a se render às portas de Stalingrado.

Archives Photos, Londres. Beevor Stalingrado.

Ensino Médio | Modular 11

HISTÓRIA

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Pesquise sobre a atuação dos kamikazes durante a Segunda Guerra Mundial, buscando respostas para os itens a seguir:

Origem da tática de guerra kamikaze na história japonesa.

O perfil dos pilotos, os resultados obtidos e o número aproximado de combatentes que perderam a vida pilotando aviões contra alvos inimigos.

Outros conflitos que, na atualidade, empregam o recurso de combatentes suicidas. 11

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A partir do ano de 1943, os aliados desenvolveram intensos ataques aéreos sobre as cidades alemãs com o objetivo de quebrar a resistência nazista. Ao mesmo tempo, espiões aliados alertavam para o desenvolvimento do projeto atômico alemão. Caso Hitler conseguisse desenvolver a bomba atômica, o conflito estaria perdido para os aliados.

Franklin Delano Roosevelt, Winston Churchill e Josef Stalin, representantes dos Aliados, reuniram-se em Teerã no final de 1943 para determinar as estratégias de ataque contra a Alemanha e também determinar os territórios que caberiam a cada uma dos aliados após a vitória sobre a Alemanha.

A operação em forma de pinça iria empurrar os alemães de volta ao seu território. Na Frente Oriental caberia aos soviéticos. No Ocidente europeu, os Estados Unidos e a Força Expedicionária Brasileira (FEB) ocupariam a Península Itálica e, na Normandia, Inglaterra e Estados Unidos comandariam o desembarque.

No dia 6 de junho de 1944, uma poderosa força aliada desembarcou na Nor-mandia. O objetivo era desalojar os alemães que estavam protegidos em bunkers e casamatas e tomar a praia. 10

Enquanto no Ocidente a investida aliada crescia a partir da Normandia, na Eu-ropa Oriental, tropas russas avançavam em direção à Alemanha. Após a libertação de Paris, em fins de agosto de 1944, bombardeios britânicos e estadunidenses se intensificaram contra cidades alemãs ocidentais, matando milhares de pessoas. Em abril de 1945, tropas soviéticas entraram em Berlim. Hitler se suicidou, e a rendição alemã foi assinada em 7 de maio de 1945.

Ataque kamikaze às forças estadunidenses no Pacífico. Os pilotos kamikazes se dirigiam deliberadamente ao alvo que queriam atingir,

surpreendendo o inimigo e sacrificando a própria vida La

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A guerra no Pacífico

Foto de Robert Capa, dia 6 de junho de 1944. O de-sembarque vitorioso dos aliados na praia de Omaha, litoral da região da Normandia, França. A data entrou para a história como “Dia D”, por ser uma operação decisiva para o avanço aliado frente às tropas nazis-tas na Frente Ocidental

O conflito já havia terminado na Europa. Entretanto, continuou até agosto de 1945 no Pacífico. A resistência obstinada dos japoneses causou sérias perdas aos estadunidenses.

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Cogumelo atômico resultado da explosão da bomba nuclear lançada na cidade de Nagasaki. Ao todo, estima-se que mais de 200 mil pessoas morreram nas duas cidades, civis em sua imensa maioria

A rendição japonesa foi apressada pela detonação de duas bombas atômicas pelo governo estadunidense, em agosto de 1945. A justificativa do presidente Harry Truman para a utilização de armas tão terríveis foi a constatação de que os estadunidenses levariam cerca de três anos para invadir as ilhas japonesas, e cerca de um milhão de homens morreriam na ação. Dessa for-ma, os estadunidenses resolveram “pegar um atalho” que foi a bomba atômica.

A primeira bomba foi lançada sobre a cidade de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945. No dia 9, a segunda foi jogada em Nagasaki.

O episódio, que ocasionou a morte de milhares de pessoas foi também uma grande demonstração de força dos Estados Unidos sobre o mundo. A partir de então, a humanidade viveria mais de 40 anos sob uma terrível ameaça: um novo conflito armado entre Estados Unidos e União Soviética.

O holocausto

Solução final: foi a última etapa de uma política

antissemita que vinha sendo implantada desde 1933 pelo

governo de Hitler.Inicialmente os judeus foram discriminados e excluídos da vida pública. Depois, com as

Leis de Nuremberg, publicadas em 1935, eles foram vítimas de isolamento e degradação,

perdendo sua condição de cidadãos.

Aprofundando ainda mais a perseguição a eles, o

Estado nazista promoveu a expropriação dos bens e o

confinamento dos judeus em guetos. A solução final seria completada, de acordo com o projeto nazista, com o seu

confinamento em campos de concentração para a realização

de trabalhos forçados e o seu extermínio em massa.

Quando as tropas aliadas começaram a desembarcar nos territórios invadidos pela Alemanha nazista, depararam-se com um cenário tão ou ainda mais grotesco do que a própria guerra: milhares de pessoas vivendo em condições deploráveis, à espera do extermínio, em campos especialmente projetados pelo nazismo para esse fim.

Eram judeus, ciganos, homossexuais, prisioneiros de guerra, opositores políticos vivendo em campos de concentração criados para colocar em prática a denominada solução final.

Crianças em Auschwitz, 1o. de janeiro de 1945. Os campos de concentração não foram invenção do nazismo: já tinham sido utilizados antes por Stalin, por exemplo, contra prisioneiros políticos. No entanto, o nazismo alemão intensificou esse tipo de “internação” ao ponto de transformá-la em uma fábrica de genocídio

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Projeto

Manhattan e a

detonação da

bomba atômica

em Hiroshima

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O Memorial

da Paz e as

cerimônias

que

relembram

Hiroshima

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Relato de Aleksander

Henrik Laks,

sobrevivente do

Holocausto

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HISTÓRIA

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Mapa da Península Itálica que apresenta o roteiro da campanha da FEB

A participação do Brasil 12

A justificativa oficial para que o Brasil declarasse guerra à Alemanha, em 1942, foi o torpedeamento, por submarinos alemães, de navios mercantes brasileiros que rumavam à Europa. Getúlio Vargas vinha negociando com os países do Eixo e dos Aliados a participação do Brasil no conflito. As tendências

político-ideológicas de Vargas levavam a crer que a entrada do país no conflito ocorresse ao lado dos países do Eixo, mas foram os Estados Unidos que se comprome-teram a fornecer ao Brasil subsídios para a construção da Companhia Siderúrgica de Volta Redonda.

Os fatores que faziam do Brasil um alia-do desejado pelos dois blocos de países que travavam o conflito eram os 8 mil qui-lômetros de litoral voltados para o Atlântico Sul; o fato de o Brasil ser considerado o Celeiro Mundial, ou seja, o país que mais produzia alimentos no mundo; e a grande quantidade de minérios.

Companhia do III Bata-lhão do 11.º Regimento de Infantaria da Força Expedicionária Brasilei-ra na Segunda Guerra Mundial

Lysv

aniaSoldados brasileiros

desembarcaram em Ná-poles e Livorno e luta-ram incorporados ao 5º. Regimento de Infantaria do Exército dos Estados Unidos. Lutaram na re-gião montanhosa dos Apeninos contra os alemães. O objetivo era retirá-los do território italiano, empurrando--os novamente para o seu território.

A

participação

do Brasil na

Segunda

Guerra

Mundial

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Entre os anos de 1944 e 1945, a FEB enviou à Itália 25 334 homens, a maioria deles recém--recrutados, com pouco nível de instrução e advindos da zona rural. Havia, também, em menor número, soldados profissionais, com longo tempo de serviço e muitos reservistas. Desses 25 mil homens, menos de 1 500 eram voluntários, a grande maioria foi recrutada. Após uma campanha dura e o enfrentamento de um inverno rigoroso de até 20 graus negativos, a FEB saiu vitoriosa, porém 466 soldados brasileiros morreram em combate, outros 1 500 ficaram feridos e mais de 8 mil voltaram doentes, muitos com problemas psicológicos.

Em virtude de sua excelente localização – próximo ao litoral africano – o Nordeste brasi-leiro foi escolhido pelo governo estadunidense para ser local de instalação de bases aéreas.

Desde 1941, o Nordeste brasileiro tornou-se parte da rota pela qual milhares de aviões de combate se dirigiam a alvos inimigos na África e no Oriente.

Leia os fragmentos a seguir.

Fragmento I

[...] “O Führer declarou que repetiria esses ataques noite após noite até que os ingleses es-tivessem doentes e cansados. Ele compartilha completamente minha opinião de que centros culturais, balneários e cidades civis devam ser atacados agora: aí o efeito psicológico é muito mais intenso”, escreveu em seu diário pessoal Joseph Goebbels, o diminuto e quase esquelé-tico ministro da Propaganda de Adolf Hitler. E acrescentou: “Acredito que os ingleses terão a oportunidade de se surpreenderem quando esse empreendimento for executado em larga escala. Não há outra maneira de fazer com que esses ingleses recobrem o bom senso. Eles pertencem a uma classe de seres humanos com os quais só se pode conversar depois de esmagar-lhes os dentes.”

CAROLL, Andrew. Cartas do front: relatos emocionantes da vida na guerra. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 228.

Fragmento II

O furacão se abateu sobre Dresden na noite de 13 de fevereiro de 1945, menos de três meses antes do final da guerra, e persistiu por 15 horas. Emulando o ataque a Coventry, aviões ingleses e estadunidenses cobriram a cidade com milhares de toneladas de alto-explosivos e bombas incendiários, e Dresden – uma pérola de bela arquitetura – viu--se logo engolfada por um oceano de chamas. Os moradores da cidade, incluindo incontáveis refugiados, foram queimados vivos, esmagados por escombros, mortos por estilhaços ou sufocados por uma densa e abrangente mortalha de fumaça. Aqueles que buscaram alívio do calor escaldante nas fontes de água foram cozidos vivos. Acredita--se que cerca de 100 a 200 mil pessoas morreram no início do ataque, e o nome de Dresden tornou--se, desde então, sinônimo de massacre de civis inocentes em tempos de guerra.

CAROLL, Andrew. Cartas do front: relatos emocionantes da vida na guerra. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 233. Adaptado.

Emulando: do verbo emular – igualar. Engolfada: do verbo engolfar – envolver.

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HISTÓRIA

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1. De acordo com os fragmentos de textos e os es-tudos realizados por você, analise as afirmativas a seguir:

I. Os fragmentos comprovam que as novas tec-nologias bélicas, possibilitadas pelo desen-volvimento industrial, foram utilizadas tanto por aliados quanto por integrantes do Eixo.

II. Ataques aéreos foram utilizados pelos nazis-tas para dominar a Inglaterra, uma vez que Hitler não conseguiu invadir a ilha.

III. Os aliados, na tentativa de forçar a rendição de Hitler, fizeram uso intenso de ataques aéreos sobre as principais cidades alemãs.

IV. Podemos concluir, após a análise dos frag-mentos, que as populações civis dos países envolvidos no conflito sofreram, não impor-tando se foram vencedoras ou perdedoras.

Agora, assinale a alternativa correta:

X a) Todas as afirmações estão certas.

b) Todas as afirmações estão erradas.

c) Apenas as afirmações I e III estão certas.

d) Apenas as afirmações I e II estão certas.

e) Apenas as afirmações I, II e IV estão certas.

2. (ENEM) Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motivações: no poder tradicio-nal, o motivo da obediência é crença na sacrali-dade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da obediência deriva da crença na ra-cionalidade do comportamento conforme a lei; no poder carismático, deriva da crença nos dotes extraordinários do chefe.

BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política. São Paulo: Paz e Terra, 1999. Adaptado.

O texto apresenta três tipos de poder que podem ser identificados em momentos históricos distin-tos. Identifique o período em que a obediência esteve associada predominantemente ao poder carismático:

a) República Federalista Norte-Americana.

X b) República Fascista Italiana no século XX.

c) Monarquia Teocrática do Egito Antigo.

d) Monarquia Absoluta Francesa no século XVII. e) Monarquia Constitucional Brasileira no século

XIX.

3. (ENEM) Em discurso proferido em 17 de março de 1939, o primeiro-ministro inglês à época, Neville Chamberlain, sustentou sua posição política: “Não

necessito defender minhas visitas à Alemanha no outono passado, que alternativa existia? Nada do que pudéssemos ter feito, nada do que a França pudesse ter feito, ou mesmo a Rússia, teria salvado a Tchecoslováquia da destruição. Mas eu também tinha outro propósito ao ir até Munique. Era o de prosseguir com a política por vezes chamada de ‘apaziguamento europeu’, e Hitler repetiu o que já havia dito, ou seja, que os Sudetos, região de população alemã na Tchecoslováquia, eram a sua última ambição territorial na Europa, e que não queria incluir na Alemanha outros povos que não os alemães.”

Internet: www.johndclare.net. (Com adaptações).

Sabendo-se que o compromisso assumido por Hitler em 1938, mencionado no texto acima, foi rompido pelo líder alemão em 1939, infere-se que:

X a) Hitler ambicionava o controle de mais territó-rios na Europa além da região dos Sudetos;

b) a aliança entre a Inglaterra, a França e a Rússia poderia ter salvado a Tchecoslováquia;

c) o rompimento desse compromisso inspirou a política de ‘apaziguamento europeu’;

d) a política de Chamberlain de apaziguar o líder alemão era contrária à posição assumida pe-las potências aliadas;

e) a forma que Chamberlain escolheu para lidar com o problema dos Sudetos deu origem à destruição da Tchecoslováquia.

4. (IFCE) Em 1°. de setembro de 2009, o mundo cele-brou os 70 anos do início da Segunda Guerra Mun-dial, fato desencadeado a partir da ocupação da Polônia pela Alemanha em 1939. Esse conflito teve, entre seus principais fatos, o que se afirma em:

a) A resistência alemã, no início do conflito, foi fruto de sua principal tática defensiva militar, a blitzkieg (guerra relâmpago), que impedia o avanço das forças aliadas em seu território.

b) Com os insucessos na frente ocidental, ante a derrota alemã para a Bélgica, a Holanda e a França, Hitler voltou sua atenção para a frente oriental com a ocupação da URSS.

c) Aliada à Alemanha, a Itália de Mussolini decla-rou guerra à Inglaterra e à França em junho de 1940, sendo derrotada em todas as suas inves-tidas em solo franco-britânico e africano.

X d) Com a declaração de guerra feita pela Inglaterra e pela França à Alemanha, o conflito foi se expandindo com a entrada de outros países,

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de ambos os lados, verificando-se, assim, altera ções nas relações de força. A guerra, inicialmente europeia, acabou estendendo-se à Ásia e à África, tendo também a participação de países da América e da Oceania.

e) Em 1941, tropas alemãs invadiram o território norte-americano após o bem-sucedido ata-que germânico-nipônico a Pearl Harbor, mas foram contidas pelas forças comandadas pelo general Eisenhauwer.

5. (UNICAMP – SP) Os animais humanizados de Walt Disney serviam à glorificação do estilo de vida ameri-cano. Quando os desenhos de Disney já eram famo-sos no Brasil, o criador de Mickey chegou aqui como um dos embaixadores da política da boa vizinhan-ça. Em 1942, no filme Alô, amigos, um símbolo das piadas brasileiras, o papagaio, vestido de malandro, se transformou no Zé Carioca. A primeira cópia do filme foi apresentada a Getúlio Vargas e sua família, e por eles assistida diversas vezes. Os Estados Uni-dos esperavam, com a política da boa vizinhança, melhorar o nível de vida dos países da América Lati-na, dentro do espírito de defesa do livre mercado. O mercado era a melhor arma para combater os riscos do nacionalismo, do fascismo e do comunismo.

Adaptado de: TOTA, Antonio Pedro. O imperialismo sedutor: a americanização do Brasil na época da Segunda Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 133-138; 185-186.

a) De acordo com o texto, de que maneiras os personagens de Walt Disney serviam à política externa estadunidense na época da Segunda Guerra Mundial?

b) Como o Governo Vargas se posicionou em re-lação à Segunda Guerra Mundial?

6. Leia o texto a seguir.

Para um observador de fora, talvez a mais irônica das afirmações nazistas tenha sido a tese sobre

a raça. Que a supremacia da raça ariana fosse proposta por seres como Hitler, Goebbels, Goering, e o resto era simplesmente ridículo. Tome-se Hitler, com seus cabelos escuros, olhos pequenos, testa estreita, largas maçãs do rosto, gestos efeminados com as mãos, o queixo sempre prestes a se dissolver num tremor irrefreável; ou Goebbels, o “superanão” extraordinariamente feio, do pé torto; ou Himmler, o criador de galinhas que usava monóculo, veterinário fracassado, que parecia uma caricatura das caricaturas hollywoodianas dos nazistas; ou Goering, o bufão com ar de tio indulgente; ou Ley, o bêbado cheio de varizes que recebeu o apelido de “o beberrão do Reich”; ou Rosenberg, de quem até os colegas não paravam de troçar, dizendo que parecia judeu; ou Streicher, o bávaro imbecil, sádico e conhecedor de pornografia. O “higienista racial” Max Von Gruber declarou em 1924 que a aparência de Hitler era certamente não nórdica, sugerindo antes a estirpe alpino-eslava. O resto da hierarquia nazista era igualmente inconvincente como propaganda de pureza racial. Mas nenhuma dessas contradições ou ironias parecia ter importância. A energia e a fé fanática invocadas por Hitler anularam todas elas.

EKSTEINS, Modris. A sagração da primavera. Rio de janeiro: Rocco, 1992. p. 401-402.

Assinale a alternativa que resume de forma cor-reta a ideia central do texto:

a) O nazismo pregava a superioridade da raça ariana, confirmada pela aparência física dos principais líderes nazistas.

X b) A superioridade da raça ariana foi pregada pelos líderes nazistas. Tal teoria não encontra explicação na ciência. Foi imposta por meio da propaganda e do fanatismo.

c) Apesar de Hitler não apresentar características físicas arianas, todos os demais integrantes da cúpula nazista eram exemplares da beleza nórdica, fato que contribuiu para a aceitação de tal teoria.

d) O texto pretende mostrar que não há relação direta entre a teoria da superioridade ariana e os padrões de beleza preconizados pelos na-zistas. Para os nazistas, ariano era todo nascido na Alemanha.

e) O texto pretende mostrar que os nazistas não defendiam a superioridade da raça ariana (arianismo), pois nem mesmo seus líderes po-deriam ser considerados puros em função de suas características físicas.

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HISTÓRIA

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13Nos anos que se seguiram a 1945, as animosidades entre dois sistemas econômicos dis-

tintos – o capitalismo estadunidense e o socialismo soviético – acirraram-se em termos de intimidações diplomáticas e ameaças mútuas, gerando um clima de tensão militar que dividiu o mundo em dois blocos: o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco socialista, aliado à União Soviética.

Os primeiros tempos desse turbulento período da História Contemporânea, conhecido como “Guerra Fria”, serão estudados ao longo desta unidade de trabalho.

Antes, porém, serão resgatados os antecedentes desse episódio.

Segundo o historiador Pedro Tota, o lançamento da bomba atômica foi uma de-monstração antecipada de força dos Estados Unidos diante da União Soviética, a única potência que realmente poderia ameaçar sua hegemonia no mundo. 14

Duas bombas atômicas foram lançadas contra o Japão, uma sobre Hiroshima e outra sobre Nagasaki. Em 14 de agosto de 1945, o Japão rendia-se incondicionalmente, pondo fim ao mais sangrento conflito da história da humanidade. No entanto, ao que parece, a bomba não objetivava apenas acabar com o que ainda restava da resistência japonesa. Truman esperava que os soviéticos compreendessem o novo poderio de destruição dos Estados Unidos e avaliassem suas repercussões sobre a geopolítica e a diplomacia do pós-guerra.TOTA, Pedro. Segunda Guerra Mundial. In: MAGNOLI, Demétrio (Org.). História das guerras. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2009. p. 386.

Após a leitura do texto, cite dois argumentos que justifiquem a versão de que o lançamento das bombas atômicas se destinou a amedrontar a União Soviética.

Pós-Segunda Guerra Mundial2

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O conceito de Guerra Fria

Durante a Segunda Guerra Mundial, em virtude da ameaça representada pelo avanço do nazismo alemão sobre o continente europeu, Inglaterra, França e Estados Unidos se uniram à União Soviética.

Findo o conflito mundial em 1945, as divergências entre a União Soviética e as potências ocidentais vencedoras da Segunda Guerra Mundial vieram à tona e se acentuaram.

Ao longo dos 40 anos seguintes, as disputas ideológicas, econômicas e militares entre Estados Unidos e União Soviética ocasionaram um clima de tensão mundial, acirrado pela ameaça constante de uma guerra nuclear e pelo envolvimento direto ou indireto dessas duas potências em conflitos ocorridos em diferentes países. 15

Não houve uma declaração de guerra formal entre essas duas potências, mas a paz mundial nunca esteve tão ameaçada. Guerra Fria foi o nome dado pelos especialistas às animosidades que marcaram as relações entre Estados Unidos e União Soviética entre 1945 e 1986.

Os tratados do Pós-GuerraO início da bipolarização geopolítica característica da Guerra Fria se deu durante o processo de

ocupação aliada da Alemanha nazista e se consolidou com a assinatura de tratados sobre o destino das regiões por ela ocupadas.

A seguir, alguns desses tratados:

Conferência de Yalta – Crimeia URSS – fevereiro de 1945Conferência que reuniu Josef Stalin, Franklin Delano Roosevelt e Winston Churchill. Definiu as

fronteiras da União Soviética no Leste Europeu, incorporando a ela os Estados Bálticos – Estônia, Lituânia e Letônia – criando, assim, uma faixa de segurança soviética na Europa. Nessa conferência, decidiu-se pela eliminação do nazismo e pela organização de governos provisórios, representantes de todas as tendências políticas, nos territórios antes ocupados, até que fossem realizadas novas eleições.

Conferência de São Francisco – Califórnia – EUA – abril de 1945

Essa conferência contou com a presença dos líderes dos Estados Unidos, União Soviética e Ingla-terra. Definiu-se pela extinção da Liga das Nações e pela criação de um organismo internacional – a Organização das Nações Unidas (ONU) – para a manutenção da paz mundial.

Tropas soviéticas tomando Berlim durante a Segunda Guerra Mundial. A aliança entre Estados Unidos e União Soviética foi fundamental para a derrota da Alemanha nazista

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HISTÓRIA

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Em 1949, nascia na zona de ocupação soviética: a República Democrática Alemã (RDA) ou, sim-plesmente, Alemanha Oriental socialista e com capital em 1

4 da cidade de Berlim. Na parte ocidental

do país, as três zonas de ocupação originaram a República Federal da Alemanha (RFA) ou Alemanha Ocidental, com capital na cidade de Bonn.

Em agosto de 1961, um muro feito de concreto e arame farpado foi construído por guardas da Alemanha Oriental para separar os lados ocidental e oriental de Berlim. Era o Muro de Berlim que entraria para a história como um dos símbolos da Guerra Fria.

Conferência de Potsdam – Berlim (Alemanha) – setembro de 1945

Após as tropas soviéticas tomarem Berlim e a Ale-manha pedir a rendição em maio de 1945, os aliados se reuniram em Potsdam, um dos bairros da periferia de Berlim. Durante a reunião ficou decidido que a Alemanha seria dividida em quatro zonas de ocupação aliada, assim como a capital Berlim.

Na foto de 1945, os “três grandes” na Conferência de Yalta decidindo o futuro do mundo pós-guerra. Da esquerda para a direita, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, o presidente estadunidense Franklin Roosevelt e o líder soviético Josef Stalin

Observe a divisão do território alemão no mapa a seguir. La

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Fonte: SHIRER, William L. Ascensão e queda do Terceiro Reich: o começo do fim – 1939-1945. Rio de Janeiro: Agir, 2008. Adaptação.TAYLOR, Frederick. Muro de Berlim: um mundo dividido (1961-1989). Rio de Janeiro: Record, 2009.

Europa – Divisão da Alemanha – 1945

História Contemporânea II20

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TAYLOR, Frederick. Muro de Berlim: um mundo dividido (1961-1989). Rio de Janeiro: Record, 2009.

Alemanha – Muro de Berlim

Observe os documentos a seguir.

Nas primeiras horas do dia 13 de agosto, os últimos festeiros descobriram que os trens não funcio-navam; moradores da Bernauer Strasse foram acordados pelo barulho de caminhões militares; em vá-rios lugares ouviam-se operários com britadeiras abrindo buracos nas ruas. Logo ficou claro que uma cerca de arame farpado estava sendo erguida nas ruas de Berlim. “Die Grenze ist geschossen” (A fronteira está fechada), anunciavam soldados armados com metralhadoras. Berlim Ocidental foi cercada com 182 km de arame farpado. Começava a construção do Muro de Berlim. Seu traçado passava por dentro de conjuntos habitacionais, deixando portas se abrindo para um setor e janelas para outro – até serem defi-nitivamente emparedadas.

[...]O Ocidente pouco podia fazer além de protestar. Com o tempo, os dois lados aprenderam a conviver com

a situação. O muro simbolizou a Guerra Fria, tanto em sua construção como em sua derrubada, em 1989. PEARCE, Robert. Começa a construção do Muro de Berlim. In: FURTADO, Peter (Org.). 1001 dias que abalaram o mundo. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. p. 800.

Estabeleça a relação entre a Guerra Fria e a construção do Muro de Berlim em 1961.

A construção do Muro de Berlim foi uma das provas concretas da Guerra Fria. Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi

dividida em quatro zonas de ocupação aliada. A União Soviética, dividindo território alemão e berlinense com França, Inglaterra e

Estados Unidos, construiu o muro para separar a parte socialista das partes capitalistas.

A reunificação alemã só ocorreu em 1991, após o fim da Guerra Fria. Ela foi iniciada com a queda do muro

em 9 de novembro de 1989.

O Muro de Berlim começou a ser erguido na ma-drugada de 13 de agosto de 1961. Por 28 anos, ele manteve famílias e amigos separados

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HISTÓRIA

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A Doutrina TrumanHarry Truman assumiu a presidência dos Estados Unidos, após a morte de Franklin Roosevelt, em

agosto de 1945. O governo do novo presidente ficou marcado por uma série de medidas tomadas com o objetivo de conter a expansão do socialismo. Foi a chamada Doutrina Truman. 16

Após analisar textos, imagens e mapas referentes às principais conferências e acordos do pós- -guerra, debata com a turma as questões a seguir.

1. Quais motivos levaram os aliados a promoverem a divisão do território alemão?

Cada uma dessas zonas representou a divisão do território ocupado e conquistado entre os quatro principais países aliados:

Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e União Soviética.

2. Por que a incorporação dos Estados Bálticos, definida na Conferência de Yalta, funcionaria como uma “faixa de segurança” para a União Soviética?

Esses estados funcionariam como “estados-tampão”, uma espécie de barreira entre as pretensões do expansionismo ocidental

capitalista e ainda a demarcação da zona sob a influência do socialismo soviético.

3. Quais contradições podem ser apontadas entre a criação da ONU, na Conferência de São Francisco, e os acontecimentos ocorridos durante a Conferência de Potsdam?

A ONU (Organização das Nações Unidas) foi criada para assegurar a Paz Mundial. No entanto, meses depois de sua criação, a Conferência de Potsdam decidiu pela divisão da Alemanha em quatro zonas de influência, três ocidentais e capitalistas e uma oriental e socialista. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos realizavam testes com bombas atômicas. Os fatos demonstram que não havia um real interesse pela cultura da paz, mas, sim, o nascimento de um nova intenção de guerra, dessa vez entre Estados Unidos e União Soviética.Segundo Ricardo de Moura Faria, a intenção de guerra, que caracterizou todo o período da Guerra Fria, pode também ser considerada uma Guerra, conforme se lê a seguir:“No século XVI, o filósofo Thomas Hobbes afirmou que a guerra não é caracterizada apenas pela luta nos campos de batalhas, mas também pelo período de tempo em que a vontade de entrar em conflito é conhecida pelas partes envolvidas. Uma ‘vontade de lutar’ dominou o cenário internacional entre o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o final da década de 1980. Esse período tornou-se conhecido como ‘Guerra Fria’ e teve como protagonistas as duas superpotências: EUA e URSS. ‘Guerra Fria’ porque não foi travado um conflito armado direto entre os dois Estados, mas o confronto ocorreu por meio da intimidação, de boicotes econômicos, espionagem, propaganda, diplomacia. Além disso, envolveu conflitos militares propriamente ditos localizados fora do território desses dois grandes opositores, sendo que muitas vezes eles próprios participaram diretamente com seus arsenais e suas tropas.”FARIA, Ricardo de Moura. Da Guerra Fria à nova ordem mundial. São Paulo: Contexto, 2003.

História Contemporânea II22

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Leia, no documento a seguir, uma parte do discurso proferido pelo presidente Truman diante do Congresso estadunidense, em 1947:

No presente momento, praticamente todas as nações devem escolher entre forma de vidas al-ternativas. Muito frequentemente essa escolha não é livre.

Uma forma de vida é baseada na vontade da maioria e distingue-se por instituições livres, governo representativo, eleições livres, garantias à liberdade individual, liberdade de expressão e eleição, e ausência de opressão política.

Uma segunda forma de vida é baseada na vontade de uma minoria, imposta pela força à maioria. Recorre ao terror e à opressão, a um rádio e a uma imprensa controlados, a eleições decididas de antemão e à supressão das liberdades pessoais.

Creio que os Estados Unidos devem apoiar os povos livres que resistem à tentativa de servidão por minorias armadas ou a pressões externas. Creio que devemos ajudar os povos livres a forjar seus destinos com suas próprias mãos.

Os povos livres do mundo olham para nós esperando apoio na manutenção da liberdade.Se fracassarmos na nossa missão de liderança, talvez ponhamos em perigo a paz e o mundo – e

certamente poremos em risco a segurança da nossa própria nação. DISCURSO de Harry Truman ao Capitólio Americano em fevereiro de 1947. In: MAGNOLI, Demétrio. O mundo con-temporâneo: relações internacionais – 1945-2000. São Paulo: Moderna, 1996. p. 52-53.

De acordo com o discurso do presidente Harry Truman, analise as afirmativas a seguir: I. Truman diferencia uma “forma de vida” estadunidense, baseada na vontade de uma minoria, com supressão

das liberdades pessoais de uma forma de vida socialista ou soviética, em que os direitos da maioria são respeitados e há liberdade de expressão sem opressão política.

II. Truman caracteriza dois modos distintos de vida: um, tido como “do bem”, em que é possível a liberdade de expressão, manifestação e pensamento; e um outro tido como “do mal”, em que impera a vontade de uma minoria, a opressão política e a ausência de liberdade. O primeiro representaria o modo de vida nos Estados Unidos e o segundo o modo de vida na União Soviética.

III. O discurso apregoa a liberdade política e econômica para, em última instância, defender os interesses do capitalismo liberal e conter a expansão da ideologia comunista soviética. Se a revolução comunista se alastrasse, empresas seriam estatizadas e a propriedade privada abolida: isso prejudicaria os negócios estadunidenses pelo mundo e em seu próprio país.

IV. Em seu discurso, o presidente Truman demonstra respeito pelo tipo de governo instituído na União Soviética, pois defende a liberdade de os Estados escolherem suas formas de governo, destacando, no entanto, que a cada forma corresponde um modo de vida.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta: a) Todas as alternativas estão certas. b) Todas as alternativas estão erradas. c) Apenas as alternativas II e IV estão certas. d) Apenas as alternativas I e IV estão certas.X e) Apenas as alternativas II e III estão certas. 17

HISTÓRIA

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O Plano Marshall foi uma estratégia de injetar milhões de dólares nas economias de países destruídos pela guerra, evitando, assim, que grupos de esquerda subissem ao poder e se aliassem ao socialismo soviético. Percebendo os efeitos políticos que uma grande quantidade de dólares teria sobre seu país e sobre suas áreas de influência, a URSS se ausentou das negociações com os EUA, sendo seguida por outros países do Leste Europeu.

Entre 1947 e 1948, os países socialistas do Leste Europeu adotaram governos simpatizantes ao socialismo soviético. A faixa de segurança da URSS foi assim ampliada até as fronteiras da Alemanha Oriental. Os países do leste integrados ao socialismo soviético foram: Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária. A Iugoslávia passou a ter um governo comunista não integrado ao Bloco Soviético e a Finlândia manteve-se neutra. Intensificava-se a “cortina de ferro” entre o Ocidente e o Oriente.

O Plano Marshall Parte da Doutrina Truman, o Plano Marshall foi criado pelo Secretário de Estado estadunidense,

George Marshall, e se constituía na concessão de empréstimos aos países destruídos pela guerra. O dinheiro deveria ser utilizado na reconstrução e no restabelecimento da ordem política e social desses países.

O secretário de Estado George C. Marshall, discursando sobre o “Plano Marshall” na Universidade de Harvard, EUA, 1949. O objetivo do plano era injetar milhões de dólares em empréstimos e recursos para os países destruídos pela guerra, angariando assim apoio político e militar, mantendo-os sob a dependência econômica dos Estados Unidos e afastando o perigo de revoluções de cunho socialista provocadas pela pobreza e pela carestia características do pós-guerra

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Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. 17. ed. São Paulo: Ática, p. 32. Adaptação.

A Europa após a Segunda Guerra Mundial (1945-1990)

A bipolarização mundial

Acordos político-militares de cooperação mútua foram estabelecidos, tanto do lado ocidental quanto do lado oriental da Europa. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO, em inglês) foi criada do lado ocidental, em 1949, pelo presidente Harry Truman. Funcionava como estrutura político-militar de defesa mútua entre os países do Ocidente. Seis anos depois, em 1955, o Bloco Soviético respondeu com a criação do Pacto de Varsóvia, organização militar de cooperação e defesa mútua vinculada ao socialismo soviético. A partir de então, o clima entre Ocidente e Oriente ficou ainda mais tenso e acirrou-se a corrida armamentista entre os blocos opostos da Guerra Fria.

O mundo ficou “dividido” em duas zonas de influência: uma ocidental, capitalista e liderada pelos Estados Unidos; outra oriental, socialista, liderada pela União Soviética.

Nos primeiros anos da década de 1950, o senador estadunidense Joseph McCarthy, no comando do Comitê de Câmara contra Atividades Antiamericanas, moveu uma implacável perseguição política aos partidos de esquerda e aos simpatizantes e militantes do socialismo.

Esse episódio, conhecido como “a caça às bruxas”, foi marcado pela perseguição a intelectuais, artistas, funcionários públicos e indivíduos que apresentassem tendências esquerdistas. Muitos foram demitidos de seus empregos e outros foram presos.

A “caça às bruxas” se deu no período compreendido entre os anos de 1948 e 1953, um dos mais tensos da Guerra Fria. Foi nessa época também, em 1949, que a União Soviética anunciou ao mundo que havia criado sua própria bomba atômica.

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HISTÓRIA

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Aproximação estadunidense com a América LatinaDesde a época da Segunda Guerra Mundial, os laços entre os Estados Unidos e os países da América

Latina vinham se fortalecendo. As intensas presenças comercial e industrial e ainda o investimento de capital pelos Estados Unidos nos países latino-americanos facilitaram essa aproximação.

No plano político, o governo estadunidense acenava com tratados e acordos de cooperação mútua: em 1947, por exemplo, representantes de nações latino-americanas e dos Estados Unidos assinaram, no Rio de Janeiro, o Tratado Interamericano de Assistência Mútua (TIAR), que previa ajuda militar recíproca diante de uma ameaça externa. Também com o objetivo de firmar alianças com nações latino-americanas, foi criada, em 1948, na cidade de Bogotá (Colômbia), a Organização dos Estados Americanos (OEA). 18

No plano econômico, indústrias e bancos estadunidenses se estabeleciam e expandiam seus negó-cios em países latino-americanos, realizando investimento de capitais e fornecimento de empréstimos.

No plano ideológico, o american way of life era amplamente divulgado e incentivado, por meio de filmes, séries televisivas, quadrinhos e até animações, além de mensagens publicitárias em revistas, jornais e canais de televisão.

De acordo com os documentos e seus estudos, analise as afirmativas e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas:

American way of life: estilo americano de

vida – expressão que conceitua

um tipo de comportamento

estadunidense e sua compreensão

sobre felicidade e liberdade

como valores vinculados

aos princípios políticos

democráticos e de uma

economia liberal.

Leia a respeito da política interna estadunidense ao longo da década de 1950 no fragmento a seguir e observe as imagens:

( V ) A Guerra Fria marcou não somente a política externa mundial, como também alterou a política interna estadunidense, gerando perseguição aos simpatizantes do socialismo.

( F ) Segundo o texto, a perseguição aos supostos socialistas foi iniciada pelo senador Joseph Raymond McCarthy, após severo estudo realizado pela CIA. Tal estudo alertava para o perigo co-munista no interior da sociedade estadunidense.

( V ) A divulgação, por políticos estadunidenses, de

listas contendo nomes de funcionários do governo simpatizantes da União Soviética, foi frequente-mente utilizada para promoção pessoal.

( F ) O senador Joseph Raymond McCarthy comprovou publicamente o grande número de inimigos dos Estados Unidos infiltrados nos setores dirigentes do país.

( V ) Julius e Ethel Rosenberg são exemplos da histe-ria coletiva gerada pela Guerra Fria na sociedade estadunidense.

Eleito senador, em 1946, pelo Estado de Wisconsin, Joseph Raymond McCarthy era um político rude e oportunista, ávido por temas capazes de chocar e fazer vibrar a opinião pública. Seus primeiros quatro anos foram de pouco destaque, mas em 1950, articulando uma estratégia para sua reeleição, encontrou na cruzada anticomunista – seguindo a ideia de um sacerdote católico seu amigo – uma verdadeira mina de ouro para sua carreira política. Em 9 de fevereiro de 1950 McCarthy abriu fogo, anunciando, em discurso proferido num Clube de Mulheres Republicanas, que tinha em mãos uma lista de 205 comunistas que trabalha-vam no Departamento de Estado. A denúncia repercutiu como uma bomba nas manchetes de jornais e apesar de, ao final, McCarthy só ter conseguido apontar nominalmente três funcionários como “comunistas comprovados”, a prática de denúncias encontrou profunda ressonância na sociedade estadunidense da épo-ca. Na Câmara e no Senado os comitês de Atividades Antiamericanas afiavam suas garras e estendiam ainda mais seus tentáculos, incitados furiosamente por McCarthy e por um político jovem chamado Richard Nixon. BARROS, Edgar Luiz de. A Guerra Fria. São Paulo: Atual, 1995. p. 59.

Ethel e Julius Rosenberg após sua condenação por conspi-ração e espionagem. Foram executados em 1953

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Após a análise das imagens, debata, com os colegas, o conteúdo apresentado. Em seguida, responda às questões.

1. Quais produtos estão sendo anunciados nas propagandas?

Os chamados bens de consumo duráveis, em especial eletrodomésticos: liquidificador, batedeira, centrífuga, televisão e sabão

em pó.

2. Além dos produtos anunciados, qual o estilo de vida que os cartazes estão procurando passar à população?

As propagandas relacionam a posse de eletrodomésticos a uma vida feliz. A mensagem implícita é: adquira eletrodomésticos e

assim terá uma vida doméstica feliz. O melhor modo de vida, portanto, é aquele em que se podem adquirir muitos bens de consumo.

Note que uma vida feliz é associada ao fato de se ter uma casa repleta de

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Analise com atenção as imagens a seguir: são propagandas veiculadas em uma revista feminina da década de 1950.

Ensino Médio | Modular 27

HISTÓRIA

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Arte, cultura e sociedade nos anos de 1940 a 1950

Entre os países do Ocidente, vinculados ao capitalismo estadunidense, os anos de 1950 fo-ram de grande prosperidade econômica, especialmente para as classes médias. Isso se refletiu, entre outras coisas, no aumento do consumo de bens duráveis, especialmente, automóveis e eletrodomésticos.

Comumente chamados de “anos dourados”, os anos da década de 1950 constituíram, também, uma época de importantes transformações no pensamento, na arte, na ciência e tecnologia e também na cultura, de um modo geral.

Uma época de grandes transformaçõesA década de 1950 foi caracterizada por uma fase de grande expansão econômica e tecnológica,

verificada não apenas nos países ricos capitalistas, como também nos países ligados à União Soviética e em economias em desenvolvimento na América Latina e Ásia.

As corridas armamentista e espacial que ocorreram entre o Bloco Capitalista e o Socialista esti-mularam avanços tecnológicos em outras áreas (como indústria, meios de comunicação, alimentos e transportes).

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Cadillac Eldorado (1959), ao lado. Da esquerda para a direita: Elvis Presley, Marilyn Monroe e James Dean, ícones do cinema e da música estadunidense.Chamados de “anos dourados”, os anos de 1950 foram marcados por grandes transformações sociais, cultu-rais, econômicas e tecnológicas

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As conquistas

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Retrospectiva

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História Contemporânea II28

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Em países como a Alemanha Ocidental, a França e mesmo os Estados Unidos, foram criadas políticas sociais para motivar a formação de mão de obra especializada, adequada e inserida ideologicamente na proposta capitalista. Os governos temiam que as massas se sentissem atraídas pela proposta socialista presente no “outro lado do mundo”. Era o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State).

Assinale a alternativa correta em relação às imagens:

a) A conquista espacial foi um projeto desenvolvido e realizado pela Inglaterra e União Soviética.

X b) A corrida espacial foi uma das características da Guerra Fria.

c) Os Estados Unidos lideraram a conquista do espaço desde o início do projeto, em 1960.

d) A chegada do homem à Lua foi resultado das primeiras pesquisas e experiências realizadas pelos Estados Unidos e União Soviética.

e) A conquista do espaço apresentava apenas pretensões pacifistas, estando totalmente desvinculada das disputas hegemônicas após a Segunda Guerra Mundial.

O cosmonauta Yuri Gagarin foi o primeiro ser humano a ir para o espaço. Em 1961, a bordo da nave Vostok I, ele ficou 108 minutos no espaço. A Gagarin é atribuída a frase “A Terra é azul!”

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O astronauta Edwin Aldrin participou da Missão Apolo XI em 1969. Tripulante do módulo lunar

Eagle, foi o segundo tripulante da Apolo XI a pisar a Lua

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Observe as imagens a seguir:

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1. (UFPR) Considere o trecho abaixo, sobre a Guerra Fria:

[...] apesar da retórica apocalíptica de ambos os lados, mas, sobretudo do lado americano, os go-vernos das duas superpotências aceitaram a distri-buição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial, que equivalia a um equilíbrio de poder desigual, mas não contestado em sua essência.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 224.

Sobre o tema, é correto afirmar:

X a) Os EUA possuíam maior quantidade de países aliados, enquanto a influência da URSS era maior quanto à extensão territorial total, o que equilibrava suas forças.

b) Uma característica marcante da Guerra Fria é que, em termos objetivos, o perigo de ocorrer uma guerra mundial era mínimo, quase ine-xistente.

c) EUA e URSS respeitavam a orientação do Pro-tocolo da ONU de não desenvolverem nem manterem arsenais nucleares durante a Guer-ra Fria.

d) Ao final da Segunda Guerra Mundial, EUA e URSS firmaram um acordo, no sentido de não se atacarem mutuamente, nem aos aliados uns dos outros.

e) Durante a Guerra Fria, a propaganda foi pou-co utilizada pelas duas superpotências como recurso para estabelecer limites nas ações do adversário.

Durante os “anos dourados”, as tendências de crescimento econômico, alavancadas pelo processo de reconstrução europeu e pela expansão da indústria estadunidense, motivaram o desenvolvimento dos setores intermediários da economia. Isso repercutiu na ampliação das camadas médias da população e no melhoramento do seu padrão de vida, privilegiando a aquisição e o consumo de bens duráveis.

Imagens como essa estampavam anúncios publicitários estadunidenses dos anos de 1950. A ideia de liberdade e de felicidade associada à aquisição de bens materiais fazia parte do “estilo americano de vida”. Note a mulher em trajes executivos, assim como o marido. Após a Guerra, o número de mulheres inseridas no mercado de trabalho aumentou consideravelmente, assim como o tempo de instrução formal dos filhos em idade escolar 19

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A série de desenhos animados para a TV intitulada “Os Flintstones” foi criada por Willian Hanna e Joseph Barbera em 1960 e aborda o cotidiano de duas famílias vizinhas em um contexto que lembra a Idade da Pedra Lascada, embora haja dinossauros convivendo com humanos. Ambientado em uma época diferente, um suposto “futuro”, o desenho animado “Os Jetsons”, produzido para a TV no começo da década de 1960, também pela dupla Hanna & Barbera, reproduz as mesmas características presentes no desenho “Os Flintstones”, evocando aspectos típicos do cotidiano de uma família de classe média estadunidense dos anos de 1960.

Em equipe, pesquise e assista a esses dois desenhos animados. Analise-os e, em seguida, escreva sobre que relação pode ser estabelecida entre o conteúdo desses desenhos, o contexto da Guerra Fria e a difusão do american way of life.

História Contemporânea II30

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2. (UEPB) Após a rendição alemã, Churchill (Reino Unido), Truman (EUA) e Stalin (URSS) foram, entre julho e agosto de 1945, à Conferência de Potsdam para tratarem de questões importantes como as relações entre os países no pós-guerra. Assinale a alternativa correta.

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a) Em Potsdam, Stalin defendeu que a Alemanha tivesse autonomia para se reorganizar, pois a queria no bloco socialista. Truman e Churchill foram radicalmente contra e a Conferência acabou sem que decisões fossem tomadas.

b) Não havia, em Potsdam, desgastes na aliança (de junho de 1941) para derrotar a Alemanha. A guerra seguia e os aliados se encontravam para darem um ultimato ao Japão, que resis-tia no Pacífico.

X c) Em Potsdam, o desgaste entre os aliados era notório. Assim mesmo eles dividiram a Ale-manha em quatro zonas de ocupação, cria-ram um Conselho de Ministros de Relações Exteriores, redefiniram fronteiras e fizeram acordos de paz com países como a Itália.

d) A Conferência de Potsdam aconteceu para que se transmitisse ao mundo a certeza do térmi-no da 2.ª Guerra. Nela nada foi tratado, pois as diretrizes político-econômicas já tinham sido tomadas nas Conferências de Teerã (1943) e Ialta (fevereiro de 1945).

e) A única decisão em Potsdam foi a de instalar um tribunal internacional, na cidade alemã de Nuremberg, para julgar os criminosos de guerra nazistas.

3. (ENEM) Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética não foram um período homogêneo único na história do mundo. [...] dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início

da década de 70. Apesar disso, a história desse período foi reunida sob um único padrão pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da URSS.

HOBSBAMW, Eric J. Era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

O período citado no texto e conhecido por “Guer-ra Fria” pode ser definido como aquele momento histórico em que houve:

a) corrida armamentista entre as potências im-perialistas europeias ocasionando a Primeira Guerra Mundial;

b) domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte;

c) choque ideológico entre a Alemanha nazista/União Soviética stalinista, durante os anos 30;

d) disputa pela supremacia da economia mun-dial entre o Ocidente e as potências orientais, como a China e o Japão;

X e) constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial.

4. (UFPI)

“Do final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, até por volta de 1973, o mundo viveu um pe-ríodo de extraordinário crescimento econômico. [...] Esse período teve como base de sua prospe-ridade a conjugação de liberalismo econômico, política de proteção social e introdução de certa dose de planificação da economia pelo Estado. [...] Esse desenvolvimento extraordinário do ca-pitalismo foi alcançado nos países em que os governos destinavam grandes recursos para a proteção social e poderosas organizações sindi-cais defendiam os salários, ajudando a manter o poder de compra da classe trabalhadora”.

KOSHIBA, Luiz. História: origens, estruturas e processos: uma leitura da História ocidental para ensino médio. São Paulo: Atual, 2000. p. 476.

Assinale a opção que contém o nome dado a esse modelo econômico predominante no mun-do capitalista ocidental nesse período.

a) Socialismo de resultados ou socialismo real.

X b) Estado de Bem-Estar ou Welfare State.

c) Capitalismo sindical ou trabalhista.

d) Neoliberalismo ou novo liberalismo econômico.

e) Globalização neoliberal.

Ensino Médio | Modular 31

HISTÓRIA

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Nas unidades anteriores, estudamos a Segunda Guerra Mundial e o início da disputa entre Estados Unidos e União Soviética pela supremacia mundial. A conjuntura mundial sofreu grandes mudanças em virtude da destruição causada pelo conflito. Essas mudanças levaram muitos colonos africanos, asiáticos e oceânicos a pensarem em movimentos pela emancipação política.

20

Para recordarmos alguns dos assuntos estudados, responda às questões:

1. Analise os documentos a seguir: 22

Já haviam decorrido quatro anos e nove meses desde as primeiras mortes de civis em Düsseldorf decorrentes da guerra aérea. Dos noventa milhões de metros cúbicos construídos, trinta milhões haviam se transformado em escombros. Apenas quatro por cento dos prédios públi-cos e sete por cento dos comerciais ou residenciais con-tinuaram de pé e incólumes; o restante foi consumido pelo fogo. Por toda a Düsseldorf barroco-renascentista, uma rede de trilhas formada por pegadas acompanhava os esqueletos das fachadas, exigindo, sobretudo na escuridão, um senso de orientação peculiar.

As crianças se arranjavam; os adultos se recusavam a crer que aquilo fosse a sua Düsseldorf. “Na escuridão das noites, que não permitia enxergar um palmo adiante dos olhos, só se percebiam as montanhas de entulho, a oscilação dos holofotes, o ronco dos pesados motores e o matraquear das baterias antiaéreas. ‘Não!’, ouvia-se a toda hora. ‘Isto não é mais vida!’’’FRIEDRICH, Jörg. O incêndio: como os aliados destruíram as cidades alemãs. 1940-1945. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 248.

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A descolonização da África e da Ásia3

História Contemporânea II32

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De acordo com eles, responda:

1.1. Assinale a alternativa que apresenta o tema central do texto de Jörg Friedrich: a) A destruição causada às cidades francesas pelos alemães. b) A força e a eficiência dos ataques promovidos pela Força Aérea alemã.X c) A destruição causada pelos aliados às cidades alemãs. d) O sofrimento das crianças dos países aliados. e) A destruição de obras de arte em estilo barroco-renascentista.

1.2. Ao analisarmos texto e imagem, podemos concluir:X a) que a Segunda Guerra Mundial causou destruição e prejuízos para os países aliados e também para os

países integrantes do Eixo. b) que o conflito promoveu a perda de vidas humanas, mas preservou a história arquitetônica e cultural das

regiões atingidas pelos bombardeios. c) que um conflito armado traz destruição apenas para o lado derrotado. d) que a Segunda Guerra Mundial não pode ser considerada um conflito violento. e) que a população civil europeia não sofreu com a violência da guerra.

2. Sobre o panorama político e econômico internacional, após a Segunda Guerra Mundial, analise as afirmativas a seguir:

I. Teve início a Guerra Fria, disputa ideológica pela hegemonia mundial, travada entre Estados Unidos e União Soviética.

II. O Plano Marshall, caracterizado pelo auxílio econômico estadunidense aos países destruídos pela Segunda Guerra Mundial, foi um dos instrumentos utilizados para evitar a adesão desses países ao bloco socialista.

III. A União Soviética, com o Pacto de Varsóvia, tinha por objetivo consolidar e ampliar o bloco de países socialistas.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta:X a) Todas as afirmativas estão certas. b) Todas as afirmativas estão erradas. c) Apenas as afirmativas I e II estão certas. d) Apenas as afirmativas I e III estão certas. e) Apenas as afirmativas II e III estão certas. 23

O movimento imperialista promovido pelas potências europeias no fim do século XIX e início do século XX baseava-se na superioridade dos povos europeus e na exploração de riquezas para suprir as metrópoles. Tal movimento causou graves situações de pobreza, de confrontos entre povos e etnias coloniais e, ainda, confrontos entre colonos e exércitos metropolitanos.

Com o enfraquecimento dos países europeus, causado pela Segunda Guerra Mundial, começa-ram a surgir ou a se fortalecer grupos nacionalistas, que passaram a lutar pelas emancipações políticas das colônias.

O desrespeito dos colonizadores pela cultura, pelos costumes e pelas tradições dos povos colo-nizados gerou um espírito de insatisfação e de vingança contra os representantes do imperialismo.

A Europa passou a ser o destino de filhos de famílias abastadas das colônias. Iam à metrópole para estudar nas grandes universidades. O objetivo dos colonizadores era a formação de uma elite colonial estreitamente ligada aos interesses da metrópole. Entretanto, esses jovens se familiarizavam com a ideologia nacionalista que impregnava o continente e passavam a refletir sobre a sua condição de “cidadãos de segunda classe” e sobre a exploração sofrida por seu povo. Além disso, tomavam conhecimento da oposição que a intelectualidade europeia fazia à manutenção dos territórios coloniais.

Os grupos nacionalistas

procuravam angariar

seguidores apelando para os elementos

comuns à população: as

características étnicas, religiosas

e culturais e o ódio pelos

exploradores estrangeiros.

Ensino Médio | Modular 33

HISTÓRIA

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Não faz muito tempo a Terra tinha dois bilhões de habitantes, isto é, quinhentos milhões de homens e um bilhão e quinhentos milhões de indígenas. Os primeiros dispunham do Verbo, os outros pediam-no emprestado. Entre aqueles e estes, régulos vendidos, feudatários e uma falsa burguesia pré-fabricada serviam de intermediários. Às colônias a verdade se mostrava nua; as “metrópoles” queriam-na vestida: era preciso que o indígena as amasse. Como às mães, por assim dizer. A elite europeia tentou engendrar um indigenato de elite; selecionava adolescentes, gravava-lhes na testa, com ferro em brasa, os princí-pios da cultura ocidental, metia-lhes na boca mordaças sonoras, expressões bombásticas e pastosas que grudavam nos dentes; depois de breve estada na metrópole, recambiava-os, adulterados. Essas contrafacções vivas não tinham mais nada a dizer a seus irmãos; faziam eco; de Paris, de Londres, de Amsterdã lançávamos palavras:

“Partenon! Fraternidade!”, e, num ponto qualquer da África, da Ásia, lábios se abriam: “… tenon! …nidade!” Era a idade de outro.

[...]1961. Escutai: “Não percamos tempo com litanias estéreis ou mi-

metismos nauseabundos. Deixemos essa Europa que não cessa de falar do homem enquanto o massacra por toda a parte onde o encontra, em todos as esquinas de suas próprias ruas, em todas as esquinas do mundo. Há séculos… que em nome de uma suposta ´aventura espiritual´ vem asfixiando a quase totalidade da humanidade”. Este tom é novo. Quem ousa adotá-lo? Um africano, homem do Terceiro Mundo, antigo colonizado. Acrescenta ele: “A Europa adquiriu uma velocidade tão louca, tão desordenada… que a arrasta para o abismo, do qual é melhor que nos afastemos”. Em outras palavras: ela está atolada. Uma verdade que não é boa de dizer, mas da qual – não é mesmo, meus caros cocon-tinentais? – estamos todos intimamente convencidos.SARTRE, Jean-Paul. Prefácio. In: FANON, Frantz. Os condenados da terra. 2. ed. Tradução de J. L. de Melo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. p. 23, 25.

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Jean-Paul Sartre foi filósofo, escritor e ativista

político francês. Nascido em 1906, suas ideias

influenciaram o pensa-mento crítico francês

especialmente a partir da década de 1960. Mili-

tante da esquerda, Sartre renegava as distinções

dos cargos oficiais

1. Para melhor compreensão do texto, vamos criar um glossário:

Régulos vendidos:

Contrafacções:

Litanias:

Mimetismos:

2. A que parte da população mundial Sartre se refere como “indígena”?

O termo “indígena” é utilizado pelo autor do texto para fazer referência a todos os não europeus, ou seja, aos povos colonizados

da África, Ásia, América e Oceania.

3. Qual era a intenção dos colonizadores ao fornecer educação para jovens colonos nas metrópoles europeias?

A intenção era criar uma elite colonial afinada com a ideologia e os objetivos metropolitanos. Quando esses jovens voltavam para

as colônias, funcionavam como braços avançados do imperialismo.

A respeito da oposição do filósofo Jean-Paul Sartre ao imperialismo e à manutenção dos domínios coloniais, leia o fragmento a seguir: 24

Jean-Paul Sartre faz referência

ao autor da obra Os condenados da terra, Frantz

Fanon, que nasceu na Ilha de Martinica e

se nacionalizou argelino, lutando

na Guerra de Independência da Argélia, além de atuar como uma das vozes mais poderosas nos

congressos pan- -africanos.

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Aliado aos movimentos nacionalistas crescentes e à formação de lideranças nos territórios coloniza-dos, cabe ainda apontar para a participação dos Estados Unidos e da União Soviética nos processos de descolonização iniciados ao fim da Segunda Guerra Mundial. A disputa por áreas de influência levou essas duas potências a fornecerem apoio às colônias que iniciavam lutas pela emancipação política. A colônia, exaurida de todos os seus recursos e dotada de uma população humilhada, surgiria como um país frágil que necessitava de todos os tipos de auxílio econômico e político. Por isso, recorria aos estadunidenses ou soviéticos, que já haviam fornecido apoio logístico durante o processo de libertação da metrópole.

A África, por causa de sua proximidade da Europa e da pouca resistência bélica que podia oferecer aos exércitos imperialistas, foi o primeiro e o mais explorado dos continentes que se tornaram alvos da cobiça dos países industrializados.

A violência da Segunda Guerra Mundial no continente africano teve início muito antes da invasão nazista à Polônia em 1º. de setembro de 1939. Ela começou em 1935, quando Benito Mussolini invadiu a Etiópia e a anexou como extensão do território italiano.

A descolonização da África

É importante lembrar que a Itália viveu o seu processo de unificação

durante o século XIX e surgiu como

Estado unificado em 1871. Esse

processo gerou um atraso na

industrialização do país, fato que impediu a Itália

de tomar grandes extensões de terra

na África.

4. É possível estabelecer a contradição entre o humanismo pregado pelos europeus e suas ações em outros continentes? Justifique sua resposta:

Sim. O humanismo se desenvolveu na Europa e tinha como princípios norteadores a igualdade, a liberdade e a fraternidade.

Enquanto os europeus pregavam o humanismo como sua grande herança e contribuição ao mundo ocidental, eles promoviam o

imperialismo, cujo principal objetivo era a exploração a qualquer custo, especialmente a custo das vidas dos colonos.

Fonte: BARTHOLOMEW, J. The citizen’s Atlas of the world. Edimburgo: Batholomew and Son, 1935, p. 122-123. In: MAZRUI, A. A. (Ed.). História geral da África, VIII: África desde 1935. 2. ed. rev. Brasília: Unesco, 2010. Adaptação.

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Ensino Médio | Modular 35

HISTÓRIA

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O não alinhamentoÉ importante destacar a Conferência de Bandung, ocorrida na Indonésia entre os dias 18 e 24

de abril de 1955. Do evento participaram representantes de Estados africanos e asiáticos. O objetivo era promover auxílio mútuo na luta contra as pressões exercidas pelos Estados Unidos e pela União Soviética, além de condenar o racismo e os demais crimes praticados pelas potências imperialistas europeias. Foi lançado durante a Conferência o conceito de “países não alinhados”, ou seja, o esta-belecimento de uma política e uma economia livres das influências estadunidenses e soviéticas, que buscavam a formação de blocos sob as suas tutelas.

Os processos de emancipação política das colônias africanas foram muito dolorosos e, em alguns casos, envolveram guerras prolongadas contra as metrópoles. Em muitos territórios, a luta pela inde-pendência foi seguida por guerras civis igualmente violentas. Governos foram instalados e destituídos por assassinatos ou golpes de Estado. Cerca de 70 golpes de Estado foram registrados nos países africanos acima da Linha do Equador desde que os processos de libertação colonial se intensificaram após a Segunda Guerra Mundial.

As disputas pelo poder marcaram e marcam muitos dos jovens países africanos. Em alguns casos, elas ocorreram pelo controle das principais riquezas do país, tendo como exemplo Serra Leoa, onde o controle das minas de diamantes foi o principal objetivo. Em Ruanda, a guerra passou a ser entre duas etnias: tutsis e hutus.

Singulares também são os casos em que as próprias metrópoles concedem a emancipação política para as suas colônias. Entretanto, não antes de formar uma elite dirigente preparada para manter as vantajosas relações comerciais com os antigos colonizadores. A República da África do Sul é o melhor exemplo desse tipo de arranjo para manter a dependência.

Tomando por base a conjuntura da Guerra Fria, discuta com os colegas as seguintes questões:

A relação entre as condições de infraestrutura básica para as populações coloniais e a intromissão dos Estados Unidos e da União Soviética nos processos de emancipação política.

As colônias que realizaram suas emancipações políticas tiveram facilidade de manter a posição de “países não alinhados”? Justifique sua resposta. 25

36 História Contemporânea II

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Movimentos de emancipação política no continente africano 26

Fonte: ATLAS geográfico Melhoramentos. São Paulo: Melhoramentos, 2009. Adaptação.

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África – político atual

Tunísia, Marrocos e Argélia eram colônias francesas localizadas no Magreb e apresentavam populações árabes e berberes que tinham como religião o islamismo. A Tunísia conseguiu sua inde-pendência em 1952 e o Marrocos, em 1956. Na Argélia ocorreu uma luta que se arrastou de 1954 a 1962, quando a França, pelo Tratado de Evian, reconheceu a autonomia argelina.

A Frente de Libertação Nacional (FLN), criada em 1954 com a fusão de diversos grupos políticos menores, de tendência socialista, foi o partido que comandou as lutas que levaram à emancipação política da Argélia. Ahmed Ben Bella foi um dos líderes mais atuantes da FLN, partido único da Argélia até a década de 1980, quando a nova Cons-tituição determinou o pluripartidarismo no país. 27

A independência não trouxe a solução para todos os problemas. As questões econômicas e as disputas pelo poder levaram à eclosão, em 1991, da Guerra Civil da Argélia, travada entre o governo e os grupos rebeldes islâmicos. O conflito terminou oficialmente em 2002 com a vitória do governo, mas estima-se que o número de mortos chegou a cerca de 200 mil. 28 s nf be ss

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HISTÓRIA

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Ruanda foi colonizada pela Alemanha a partir de 1890. Por não ter saída para o mar, não foi uma região tão cobiçada quanto as regiões litorâneas do continente africano. Após 1919, a região ficou sob o controle da Bélgica, que estabeleceu um governo muito mais rígido e que explorou as rivalidades já existentes entre os tutsis e os hutus, as duas principais etnias da colônia. Os belgas criaram uma aliança com os tutsis, grupo que detinha a exclusividade sobre a posse das terras e dos rebanhos de gado bovino, além de ter acesso aos postos administrativos.

Quando ocorreu a independência do país, em 1962, os hutus já haviam organizado um partido político de grande expressão nacional.

Após a emancipação política e a instalação da República, as disputas políti-cas entre tutsis e hutus sempre estiveram presentes, mais ou menos violentas dependendo das crises econômicas e dos períodos de fome.

Em 1994, entre os dias 6 de abril e 4 de julho, ocorreu o Grande Genocídio de Ruanda. Durante esse período, os hutus mataram cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados. O massacre foi financiado com o dinheiro desviado de cam-panhas humanitárias que atuavam no país. Uma corte internacional de justiça foi instaurada para o julgamento dos líderes do genocídio.

Na última década, Ruanda se tornou um exemplo de superação dos índices de pobreza no continente africano.

Integrantes das etnias tutsi (1) e hutu (2). As diferenças físicas entre os dois gruposfacilitou a execução do grande massacre em 1994. Os hutus apresentam uma pele mais escura, rostos mais angulosos e um porte maisavantajado. Os tutsis, de maneira geral, têm pele mais clara, traços mais delicados e

Integrantes das etnias tutsi (1) e hutu (2). As diferenças físicas entre os dois gruposIntegrantes das etnias tutsi (1) e hutu (2). As diferenças físicas entre os dois gruposfacilitou a execução do grande massacre em 1994.facilitou a execução do grande massacre em 1994.Os hutus apresentam uma pele mais escura, rostos mais angulosos e um porte maisOs hutus apresentam uma pele mais escura, rostos mais angulosos e um porte maisavantajado. Os tutsis, de maneira geral, têm pele mais clara, traços mais delicados eavantajado. Os tutsis, de maneira geral, têm pele mais clara, traços mais delicados eestatura mais baixaestatura mais baixaestatura mais baixa

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Em 1460, o navegador português Pedro de Sintra aportou na região onde na atualidade se localiza Serra Leoa e possibilitou aos portugueses o comércio de escravizados.

No século XVII, os ingleses ocuparam a região e fundaram em 1787 a cidade de Freetown, que leva essa denominação porque se destinava a receber os escravizados que eram recambiados dos Estados Unidos e de colônias inglesas para a África.

Serra Leoa só passou a despertar o interesse dos ingleses quando, em 1930, foram descobertas as minas de diamantes. A partir daí, a região passou a ser fortemente controlada pelos ingleses, que forma-ram uma elite colonial, denominada krios, para garantir a posse e a comercialização dos diamantes no mercado internacional.

O processo de emancipação política de Serra Leoa teve início em 1961. Entretanto, os ingleses, temendo perder o rico comércio dos diamantes, continuaram a manter sua hegemonia sobre o país por meio de seus “representantes nativos”. A independência só veio a ocorrer de fato em 1971, proclamada por Siaka Stevens durante o Congresso de Todos os Povos.

Durante a década de 1990, o país mergulhou em uma violenta guerra civil entre tropas do governo e a Frente Revolucionária Unida (FRU). Lutar pelo poder significava ganhar o controle sobre as minas de dia-mantes. Foday Sankoh, o principal líder da FRU, espalhou o terrorismo por todo o país, mutilando milhares de pessoas, escravizando outros milhares para a extração de diamantes, raptando e treinando meninos para

a guerrilha e matando populações de povoados inteiros. O acordo de paz entre o governo e a FRU foi negociado

pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2001. En-tretanto, as consequências do imperialismo e da guerra civil fazem com que o país apresente um dos mais baixos níveis no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) na atualidade.

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Situadas em um ponto estratégico na ponta sul do continente africano, as terras onde na atualidade se localiza a República da África do Sul foram ocupadas por holandeses e ingleses.

Em 1961, foi proclamada a República e o país pôde ser considerado independente do domínio imperialista. Entretanto, os períodos de colonização deixaram fortes marcas que ainda permanecem.

Observando todas as consequências da exploração promovida pelos europeus no sul da África, podemos considerar o regime do apartheid como a mais prejudicial para os povos que viveram e vivem na região. Uma sociedade baseada em três categorias raciais (brancos, mestiços e negros)

foi mantida mesmo após a independência. O início do regime de segregação racial foi em 1948, mas suas origens remontam ao período de colonização europeia nas terras próximas ao Cabo da Boa Esperança.

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Angola, colônia portuguesa rica em diamantes e petróleo, passou por uma violenta guerra civil para obter sua emancipação política. Após o final da Segunda Guerra Mundial, o continente africano foi envolvido pela ideia de independência. Em Angola não foi diferente. No território angolano surgiram três grupos que tinham por objetivo lutar pela libertação política de Portugal: o Movimento Popular para Libertação de Angola (MPLA), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para Libertação Total de Angola (UNITA). O MPLA, pela sua orientação socialista, recebeu o apoio da União Soviética e da China. Os Estados Unidos forneceram apoio à UNITA e à FNLA, grupos rivais do MPLA.

Durante a década de 1960, Portugal colocou em prática medidas que visavam evitar a independência de sua colônia. Entre elas, estavam concessões, como a cidadania a todos os angolanos, a garantia de acesso à educação a todos, a possibilidade de a população negra exercer cargos públicos e a elevação de Angola à condição de província e, mais tarde, a Estado. Todas essas medidas, entretanto, não foram suficientes para evitar que os grupos de oposição iniciassem a guerra civil.

Em 1974, com a Revolução dos Cravos, que acabou com a ditadura de Salazar em Portugal, o novo governo anunciou a intenção de conceder a independência a todas as colônias portuguesas. Assim, a independência de Angola foi firmada no dia 11 de novembro de 1975.

No entanto, a autonomia política de Angola não trouxe a paz para o país. Isso porque os três grupos passaram a lutar pelo poder.

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HISTÓRIA

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1. Sobre os movimentos de emancipação política ocorridos na África, analise as afirmativas a seguir: I. Em sua grande maioria, foram marcados por guerras entre as tropas coloniais e os exércitos metropo-

litanos. E não raro, após a emancipação política ocorreram guerras civis entre grupos que lutavam pelo poder.

II. Os novos países surgidos na África, apesar de apresentarem grandes problemas econômicos, conseguiram manter governos livres da interferência das potências mundiais.

III. O apartheid na República da África do Sul pode ser considerado o único movimento de segregação social presente no continente africano.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta: a) Todas as afirmativas estão certas. b) Todas as afirmativas estão erradas. c) Apenas as afirmativas I e II estão erradas. d) Apenas as afirmativas I e III estão erradas.X e) Apenas as afirmativas II e III estão erradas.

2. Escreva sobre as semelhanças e as diferenças entre as guerras civis ocorridas em Ruanda e Serra Leoa após os processos de emancipação política:

As duas guerras civis ocorreram entre grupos que lutavam pelo poder em países que acabavam de sair da tutela de suas metrópoles. Os dois conflitos também podem ser considerados consequências das políticas de segregação e isolamento das populações coloniais. Em Ruanda, a guerra civil foi um conflito étnico entre tutsis e hutus. Em Serra Leoa, a questão étnica não esteve presente. A disputa pelo controle das minas de diamantes foi a principal causa.

Moçambique, também colônia portuguesa, conseguiu sua independência em 1974, após dez anos de guerra civil. A luta pela independência, também chamada de Luta Armada de Libertação Nacional, foi travada entre a Frente de Libertação Moçambicana (FRELIMO) e as Forças Armadas de Portugal.

Da mesma forma que em Angola, Portugal mantinha a população negra afastada dos cargos políticos e do acesso à educação. Com o nacionalismo crescente no continente africano após a Segunda Guerra Mundial, grande parte da população moçambicana passou a aderir às propostas nacionalistas de independência. A elite moçambicana era aliada dos portugueses e, consequentemente, tinha acesso ao poder. Sendo assim, ela não desejava a separação polí-tica de Portugal, levando a novas disputas internas após a independência. 30

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Leia o fragmento a seguir:

De acordo com os documentos, responda às questões a seguir:

1. É possível afirmar que um governo autoritário e que gerou tanta desigualdade social foi fruto da política imperialista promovida pelas grandes potências? Justifique sua resposta:

O aluno deve contemplar em sua resposta que há relação possível, pois o imperialismo acabou com os vínculos de união entre os povos africanos, gerando rivalidades entre etnias e povos, além de tentar acabar com a identidade dos indivíduos. Isolados, os indivíduos perderam o poder de lutar por seus objetivos e bem-estar social. Outro fator que pode ser considerado é o da formação de uma elite colonial dominante que possuía privilégios por servir aos interesses dos colonizadores. Essa elite colonial serviu de modelo para os governos ditatoriais que se seguiram aos processos de independência em vários países da África e da Ásia.

2. O texto aborda a burocracia que pode chegar ao absurdo de cargos imponentes e totalmente irracionais. Estabeleça a relação entre esse tipo de organização estatal e a educação oferecida à população:

Para que haja uma população dotada de espírito crítico e voltada para a conquista e a manutenção da igualdade social, há a necessidade

primeira do acesso à educação de qualidade. De acordo com a ONU, a taxa de alfabetização na Etiópia era de 35,8% em 2005.

cidade conflagrada depois de o imperador ter sido deposto por uma revolução militar. O repórter voltava à Etiópia para ouvir ex-empregados do palácio de Hailé Selassié I, o “Escolhido de Deus”, que reinara durante 44 anos com poderes absolutos.

Através dos depoimentos de alguns dos poucos integrantes da corte que estavam em liberdade e que haviam sobrevivido à mudança de poder, surge um retrato espantoso do soberano e do regime que fizeram da Etiópia um país de extremos: a suntuosidade da nobreza e da elite palaciana contrastava escandalosamente com a fome e a miséria absolutas da população.

Arriscando a própria vida, o jornalista ouviu histórias de ex-funcionários que privaram da rotina cerimoniosa e ostentatória de Selassié: camareiros, lacaios e assessores, homens com ocupações inusitadas como as de “porta-bolsa” do tesoureiro, “colocador de almofada” do soberano e “cuco” do imperador. [...]

F.:Era um cachorro pequeno, de uma raça japonesa. Chamava-se Lulu e

dormia na cama do imperador. Em diversas cerimônias, escapava dos joelhos imperiais e ia urinar nos sapatos dos dignitários. Eles estavam proibidos de se mexer, de esboçar um gesto que fosse ao sentirem os pés molhados. Minha função era andar entre os dignitários, secando os sapatos. Para isso, eu usava um pequeno pano de cetim. Essa foi a minha ocupação por dez anos.

[...]A.M-M.:Como lacaio da terceira porta, eu era o mais importante dos lacaios destacados para o Salão de Au-

diências. A sala tinha três portas duplas e três lacaios para abrir e fechar cada uma. Mas eu estava acima dos demais, porque era pela minha porta que o imperador passava. Quando o ilustríssimo amo deixava o salão, era eu que lhe abria a porta. Minha destreza residia na capacidade de abri-la no momento certo, no instante exato. Caso eu a abrisse cedo demais, poderia dar a impressão (sujeita a um severo castigo) de que eu estava apressando o imperador a deixar o salão. Por outro lado, se eu abrisse a porta demasiadamente tarde, o sublime senhor seria obrigado a diminuir o passo, ou até mesmo a parar, o que seria uma afronta a sua dignidade, a qual pressupõe movimentos livres de quaisquer obstáculos.

O Imperador: os bastidores do palácio de Hailé Selassié I. O tirano que governou a Etiópia por 44 anos. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. Orelha, p. 15, 36.

Selassié I governou a Etiópia durante 44 anos, estabelecendo uma

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O imperador Hailé O imperador Hailé O imperador HailéSelassié I governou a Selassié I governou aEtiópia durante 44 anos, Etiópia durante 44 anos, Etiópia durante 44 anos,estabelecendo umaestabelecendo umaditadura na qual a elite ditadura na qual a elite ditadura na qual a elitegozava de grande rique gozava de grande riqueza gozava de grande riquezae pulência. E quanto e opulência. Enquanto e opulência. Enquantoisso, o p vo etí pe isso, o povo etíope isso, o povo etíopeafundava na mais terrível afundava na mais terrívelmisériamisériamiséria

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HISTÓRIA

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A descolonização da Ásia

)A Ásia também viveu a interferência das potências europeias ao longo dos séculos XIX e XX.

Algumas regiões, como a Índia, passaram a sofrer a exploração europeia desde o século XVI com a realização do périplo africano.

A exploração da Ásia, entretanto, foi dificultada pela distância do continente europeu, ao contrário da África. Além da distância, a Ásia já apresentava impérios estabelecidos, com exércitos organizados, características que, de certa forma, dificultaram as ações imperialistas.

Também nesse continente, o fim da Segunda Guerra Mundial e o início das disputas entre Es-tados Unidos e União Soviética pela supremacia mundial geraram condições para a expulsão dos imperialistas.

Fonte: ATLAS geográfico Melhoramentos. São Paulo: Melhoramentos, 2009. Adaptação.

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Ásia – político atual

Em nosso país, podemos perceber na atualidade alguns resquícios da nossa colonização? Em caso afirmativo, cite-os:

O aluno deverá ser capaz de identificar vários resquícios da colonização portuguesa. Os mais evidentes e presentes em nossa sociedade atual são a desigualdade e o racismo. Também há desigualdade de oportunidades entre brancos, negros e pardos. Além disso, há a burocracia e o mandonismo presentes em nossas estruturas políticas e o continuísmo de uma elite dominante que estabelece leis, mas que não as cumpre.

História Contemporânea II42

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Os portugueses chegaram ao arquipélago onde está a Indonésia (Insulíndia) no século XVI em busca de especiarias. No século XVII, os holandeses ocuparam as regiões litorâneas e ali estabeleceram um escritório da Companhia das Índias Orientais que tinha por objetivo manter o comércio de produtos orientais. Entretanto, as tentativas de ocupação do território resultaram em fracasso e em combate às frequentes revoltas dos povos habitantes da região. Timor Leste, por exemplo, nunca foi ocupada pelos holandeses, permanecendo como colônia portuguesa.

Com a invasão nazista ao território holandês durante a Segunda Guerra Mundial, ficou impossível a manutenção da colônia pela Holanda. A Indonésia então foi ocupada pelos japoneses. Com o fim do conflito, teve início a Revolução Nacional, movimento pela emancipação política liderada por Sukarno. Após quatro anos de lutas, em 1949 foi reconhecida a independência da Indonésia.

A Indochina, formada pelos atuais países Camboja, Vietnã e Laos, foi colônia france-sa. O Camboja conquistou sua emancipação política em 1953. O Laos, em 1949. O Vietnã, para conquistar sua emancipação política, passou pelo conflito mais longo do século XX, de 1945 a 1976, quando o Vietnã do Norte e o do Sul unificaram seus territórios e adotaram o sistema socialista.

A Guerra do Vietnã será estudada na pró-xima unidade de trabalho.

O Império do Centro foi explorado por diversas potências imperialistas ao longo dos séculos XVI a XX. Como fruto da exploração imperialista, os chineses viveram, durante o século XIX, a Guerra do Ópio e a atuação dos boxers, jovens nacionalistas que desejavam a expulsão de todos os estrangeiros do território chinês.

A China conseguiu o fim da exploração es-trangeira com a Revolução Comunista iniciada em 1949 e liderada por Mao Tsé-tung. A revo-lução ocorrida na China também será estudada na próxima unidade de trabalho.

As rivalidades internas levaram à divisão do território indiano e à formação de países independentes, como Paquistão, Nepal, Butão e Sri Lanka.

A Índia era conhecida como a terra das especiarias e como tal foi cobiçada por vários reinos europeus durante a Idade Moderna. Portugal estabeleceu possessões em Bombaim, Goa e Calicute. A Inglaterra tomou a Índia como colônia sob a condição de protetorado durante o século XIX. Lá, esta-beleceu uma dominação marcada pelo autoritarismo e pelo desrespeito aos costumes e às tradições dos povos que habitavam a Índia.

No início do século XX, surgiram vários movimentos que lutavam pela emancipação política e pela expulsão dos ingleses. Entretanto, foi após a Segunda Guerra Mundial que o movimento passou a ter mais força sob o comando do líder pacifista Mohandas Gandhi. Ele pregava a não violência, a desobediência civil e o boicote aos produtos ingleses. Ao promover greves e reuniões públicas pela independência, Gandhi suscitou a ação dos in-gleses, que reagiram com violência aos movimentos pacifistas. A violência dos exércitos britânicos levou os Estados Unidos a liderarem um boicote internacional aos produtos ingleses até que a independência fosse concedida à Índia. A emancipação política ocorreu em 15 de agosto de 1947.

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1. A Índia, uma das principais colônias do vasto Império Colonial Britânico, conquistou sua inde-pendência em 1947.

Sobre o processo de descolonização da Índia, analise as afirmativas a seguir:

I. Mahatma Gandhi, um dos principais líderes do processo de descolonização da Índia, de-fendeu a tese da desobediência civil como forma de protesto pacífico.

II. Por meio do boicote ao consumo de produ-tos ingleses e da postura de não violência, os indianos conquistaram a independência.

III. Após a emancipação política, a Índia sofreu fragmentação territorial por causa das diver-gências religiosas e da pluralidade cultural.

De acordo com a análise, assinale a alternativa correta:

X a) Todas as afirmativas estão certas.

b) Todas as afirmativas estão erradas.

c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.

d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.

e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.

2. (UFAM) Após a Segunda Grande Guerra os esfor-ços dos inúmeros povos para superar as limita-ções e condicionamentos herdados do colonia-lismo eram travados por certas potências que ofereciam ou recusavam o seu apoio material aos programas socioeconômicos das ex-colônias, em troca de uma ou outra posição política. Foi nesse contexto que se realizou a primeira reu-nião de líderes dos países asiáticos e africanos, em Bandung (Indonésia), de 18 a 24 de abril de 1955, na qual seria germinada a política do não alinhamento. Das alternativas abaixo assinale aquela que NÃO representa um dos dez princí-pios de Bandung:

a) O respeito à soberania e à integridade territo-rial de todas as nações.

b) O reconhecimento da igualdade de todas as raças e de todas as nações, grandes e pequenas.

X c) A restrição parcial da implantação de empre-sas estrangeiras nos países-membros do en-contro.

d) A não intervenção e não ingerência nos assun-tos internos de outro Estado.

e) A abstenção de todo ato ou ameaça de agres-são, ou do emprego da força contra a integri-dade territorial ou a independência política de outros países.

3. (UFS – SE) Quando principiou o século XX, o po-derio (europeu) na Ásia e na África mantinha-se no apogeu; nenhuma nação, assim parecia, esta-va em condições de fazer frente à superioridade das armas e comércio europeus. Sessenta anos depois, apenas restavam alguns vestígios do do-mínio europeu. Entre 1945 e 1960, nada menos de quarenta países, com uma população de 800 milhões — mais de um quarto dos habitantes do mundo —, revoltaram-se contra o colonialismo e obtiveram sua independência.

BARRACLOUGH, Geoffrey. Introdução à História contem-porânea. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1966. p. 146-147. Tradução de Alvaro Cabral.

Analise as proposições que definem o movimen-to expresso no texto e assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

a) A falta de coesão dos povos dominados pelos europeus explica-se pela criação do Comecon, que coordenava as políticas e os planos eco-nômicos, a fim de impedir os movimentos de independências nas colônias.

b) As colônias receberam apoio da Igreja Cató-lica, que reconheceu a legitimidade dos mo-vimentos contra a opressão europeia e con-venceu a população nativa a abandonar a luta armada, como meio de ação revolucionária.

X c) Representantes de países libertados da tute-la colonial reunidos em Bandung elaboraram um documento em que condenavam o colo-nialismo, a discriminação racial e a corrida ar-mamentista, proclamando neutralidade num mundo dividido pela Guerra Fria.

X d) Um arsenal ideológico, assimilado por parte dos povos dominados, foi fornecido pelos próprios ocidentais, pois, em contato com europeus, as elites cultas e as minorias inte-lectuais descobriram o pertencimento a uma realidade também nacional.

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X e) A descolonização afro-asiática, acompanhada de um retorno a valores próprios, postulava o redescobrimento da originalidade das po-pulações colonizadas e consequentemente in-corporava a contestação da universalidade da civilização europeia.

4. (UEPB) Em 1960, intelectuais franceses lança-ram a “Declaração sobre o direito à insubmissão na Guerra da Argélia” ou “Manifesto dos 121”, que acusava a violência promovida pelo Exército francês para reprimir movimentos pró-indepen-dência da Argélia. Analise as questões, verifican-do se são verdadeiras ou falsas, e indique com V ou F, respectivamente.

( ) A guerra colonial ocorreu sob censura e opressão na Argélia e na França. Na colônia, utilizavam-se a tortura e o massacre de civis. Na metrópole, soldados que se recusavam a ir à guerra e civis que apoiavam os comba-tentes argelinos eram presos.

( ) A esquerda francesa, liderada por Jean-Paul Sartre, era contra apenas os métodos de re-pressão empregados pelo governo na Argélia. Mas era favorável à manutenção da colônia africana por considerar que a cultura francó-fila deveria ser “exportada” para países sub-desenvolvidos.

( ) Enquanto a Frente de Libertação Nacional (FLN) lutava por um governo socialista, o Movimento Nacional Argelino (MNA) queria seguir a política do general francês Charles de Gaulle. Isso acabou gerando duas guer-ras: uma contra a França e outra entre as duas organizações.

( ) A guerra na Argélia acabou quando os fran-ceses se retiraram para investir na ocupação do Camboja. A FLN e o MNA, destruídos, ti-veram que aceitar a composição de um go-verno popular democrático que redundou em um sistema multipartidário que rapida-mente fracassou.

Assinale a alternativa correta:

a) V, V, F, VX b) V, F, V, F c) F, F, V, V d) V, F, F, V e) F, F, F, V

5. (UFES) Contra o monopólio do sal, decretado pelo governo britânico, Mahatma Gandhi mobi-lizou o povo para a Marcha do Sal, em 1930, que durou semanas de caminhada. Ao chegarem ao

mar, Gandhi conclamou o povo indiano a não mais respeitar o monopólio do sal e a boicotar as mercadorias inglesas, marcando, assim, o Movi-mento de Desobediência Civil (1930-34).

Sobre a independência da Índia, é correto afir-mar que ela foi proclamada:

X a) em 1947, a partir do movimento pacifista, que foi o marco histórico da resistência ao im-perialismo.

b) após a proclamação da República Popular da China, por Mao Tsé-tung, em 1954.

c) em 1885, com a fundação do Partido do Con-gresso Nacional Indiano.

d) durante a Guerra da Caxemira (1948-1949), com a incorporação do território do Paquis-tão.

e) em 1948, na ONU, na mesma sessão em que se criou o Estado de Israel.

6. (UEMA) A respeito do processo de descoloniza-ção afro-asiático, considere as seguintes afirma-ções.

I. Entre as décadas de 1950 e 1960, vários países africanos e asiáticos conseguiram sua indepen-dência, reflexo do enfraquecimento das metró-poles europeias após a 2ª Grande Guerra.

II. Estados Unidos e União Soviética, interessados em ampliar suas áreas de influência, assumi-ram posições favoráveis à descolonização.

III. Na Conferência de Bandung, realizada na In-donésia em 1955, os representantes dos 29 países participantes defenderam o direito de cada nação optar pela aliança com os Estados Unidos ou com a União Soviética.

IV. As colônias portuguesas da África foram as primeiras a se tornarem independentes, pois a ditadura salazarista foi derrubada pela Revolu-ção dos Cravos logo após a 2ª Grande Guerra.

V. As lideranças das nações recém-independen-tes encontraram barreiras para se organizar politicamente porque não levaram em conta a diversidade das sociedades locais.

Estão CORRETAS as afirmações:

a) I, II e III, apenas.

b) II, III e IV, apenas.

c) II, IV e V, apenas.

d) III, IV e V, apenas.

X e) I, II e V, apenas.

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HISTÓRIA

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Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo foi colocado na iminência de mais um conflito de grandes proporções. Duas poderosas forças disputavam o predomínio mundial, tendo agora armas nucleares. Socialistas e capitalistas eram os dois opositores.

31

Para iniciarmos nossos estudos sobre os movimentos revolucionários e guerras civis que ocorreram em países como China, Coreia, Vietnã e Cuba, retomaremos algumas relações sobre assuntos anteriormente estudados:

A Guerra Fria, nome pelo qual passou a ser conhecido o grande conflito, assumiu desde logo seu caráter predomi-nantemente ideológico e de aniquilação mútua. Uma luta que, em última instância, já vinha sendo travada desde 1917 entre o capitalismo e o socialismo, mas que agora jogaria a humanidade à beira do abismo nuclear e a dividiria em relação a todos os grandes temas de sua existência moral e social.BARROS, Edgar Luiz de. A Guerra Fria. São Paulo: Atual, 1995. p. 8.

Cartaz anticomunista francês que alerta ser a França o próximo país

a cair nas garras da URSS

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De acordo com os documentos, responda:

1. Por que o autor do texto estabelece o ano de 1917 como data para o início da disputa entre o capitalismo e o socialismo?

Foi em 1917 que se desenrolou o processo revolucionário que estabeleceu o socialismo na Rússia. Nesse mesmo ano, a

Rússia saiu da Primeira Guerra Mundial para viver o seu processo revolucionário interno.

2. Se as disputas e as rivalidades ideológicas já vinham desde o ano de 1917, o que levou os Estados Unidos, a França e a Inglaterra a se aliarem à União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial?

O motivo da união foi a necessidade de lutar contra um inimigo maior, que era a Alemanha nazista. Hitler desejava a formação

da Grande Alemanha e, para isso, promoveu uma expansão territorial que ameaçava todos os países europeus e ainda colocava

em questão o poder político e econômico sobre as demais nações do mundo.

3. Qual é o tema tratado na caricatura francesa?

O temor da expansão socialista pelo território europeu após a Segunda Guerra Mundial.

Como a Guerra Fria se apresentava como um conflito “predominantemente ideológico e de aniquilação mútua”, ambos os blocos lançaram mão da propaganda.

Observe a charge a seguir:

Propaganda soviética de 1952Propaganda soviética de 1952Propaganda soviética de 1952

Descreva como os soviéticos representam os países capitalistas integrantes da OTAN:

Os integrantes da OTAN são representados como os novos nazistas. Pelos uniformes dos militares, é possível identificar

representantes de países, como França, Inglaterra, Estados Unidos e, até mesmo, Alemanha.

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HISTÓRIA

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Revolução Chinesa

32No ano de 1912, a longa monarquia chinesa deu lugar à república. O idealizador e primeiro

presidente da República da China foi Sun Yat-sen, além de ser fundador do Partido Nacional (Kuomitang).

Retirado da presidência poucos meses após assumir o governo, Sun Yat-sen manteve-se atu-ante na luta em prol da formação de uma república sólida, apesar da forte oposição dos grupos que desejavam a manutenção da monarquia.

A morte de Sun Yat-sen, em 1925, favoreceu a chegada de Chiang Kai-shek à chefia do Partido Nacional. O novo líder adotou a estratégia da violência e da aniquilação contra os integrantes do Partido Comunista Chinês. Promoveu incursões a diversas regiões da China a fim de eliminar qualquer resistência à República. Em 1928, chegou ao poder e implantou um governo despótico.

Para evitar a eliminação do Partido Comunista, Mao Tsé-tung liderou entre 1933 e 1934 a Longa Marcha, uma caminhada de cerca de 100 mil pessoas por 9 650 quilômetros pelo interior do país, fugindo da perseguição do Exército Nacionalista. 33

Em 1936, os japoneses, em seu processo expansionista, invadiram a região da Manchúria e promoveram muita destruição e a aniquilação em massa de população civil.

A foto apresenta umA foto apresenta umadulto, uma criança e umadulto, uma criança e umbebê chorando na estação bebê chorando na estaçãoferroviária de Xangai, após oferroviária de Xangai, após obombardeio japonês. Além dos bombardeio japonês. Além dosataques aéreos, os japoneses ataques aéreos, os japonesesocuparam o território chinês ocuparam o território chinêscom seus exércitos regularescom seus exércitos regularese promoveram a morte dee promoveram a morte degrande número de chineses, agrande número de chineses, amaioria civismaioria civis

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Com a invasão japonesa, integrantes do Partido Kuomitang (nacionalistas) e do Partido Comunista Chinês (comunistas), estes liderados por Mao Tsé-tung, foram obrigados a unir forças para lutar contra o inimigo externo.

Para a luta contra os japoneses, Mao Tsé-tung e seus comandados receberam do governo de Chiang Kai-shek armas, munição e treinamento tático.

Quando o conflito mundial terminou, em 1945, com a derrota e a rendição japonesa, o inimigo externo já não oferecia mais perigo. Assim, Mao Tsé-tung e seus homens, agora armados e treinados, deram início à guerra civil.

A luta entre nacionalistas e comunistas teve fim em outubro de 1949, quando Mao Tsé-tung assumiu o poder e implantou a República Popular da China. Chiang Kai-shek fugiu para a Ilha de Formosa (Taiwan), onde implantou um governo capitalista.

O PCC, fundado em 1921, recebeu apoio da União Soviética e contou com a ade-são de campone-ses e operários.

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Para a consolidação da República Popular da China, medidas de cunho socialista foram postas em prática: a realização de uma reforma agrária, a organização sindical, o fim dos privilégios da burguesia, a organi-zação de um comitê para a formação de novas frentes de trabalho e o desenvolvimento da agricultura. Além dessas medidas, os estrangeiros foram expulsos do país e cerca de 800 mil pessoas foram executadas como opositoras ao novo regime.

Com o auxílio da União Soviética, a China con-seguiu elevar a produção industrial. O aumento na produção de eletricidade, ferro, aço e na extração de carvão possibilitaram tal fato. 34

Em 1957, foi lançado o plano econômico denomina-do O Grande Salto em Frente, que tinha por objetivo

fazer a China crescer em dois anos o equivalente ao que a União Soviética havia crescido em 30 anos. Mao Tsé-tung conclamou os camponeses a produzirem em larga escala para matar a fome do povo chinês. Em resposta, todos os setores produziram de forma admirável. Entretanto, o plano resultou em fracasso por causa do mau planejamento: as grandes produções não possuíam canais de escoamento. Faltavam estradas, portos e ferrovias que pudessem levar as grandes colheitas, os pescados e os produtos industrializados para outras partes do país.

Mao Tsé-tung, sentindo-se traído pelos camponeses e operários, lançou seus olhos sobre a juventude chinesa. Segundo o líder, os mais velhos estavam viciados na exploração capitalista. Era necessário formar uma nova geração de chineses para o sucesso do socialismo no país. Em 1966, foi então iniciada a Revolução Cultural, um programa que visava à eliminação de todos os traços burgueses ainda presentes na sociedade.

A Revolução Cultural durou dez anos e pode ser considerada a fase mais radical de todo o processo revolucionário chinês. Até mesmo os mais fiéis seguidores do PCC estavam sujeitos a delações, prisão e assassinato.

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Mao Tsé-tung compilou Mao Tsé-tung compilousuas ideias em um pequenosuas ideias em um pequenolivro que era distribuído àlivro que era distribuído àpopulação. Nele estavam os população. Nele estavam osensinamentos do líder, que ensinamentos do líder, queconclamava a juventude conclamava a juventudea abandonar os “quatroa abandonar os “quatrovelhos”: as velhas ideias, a velhos”: as velhas ideias, a velhos”: as velhas ideias, avelha cultura, os velhos cosvelha cultura, os velhos cos--

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HISTÓRIA

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Um dia, em 1965, mandaram-nos de repente arrancar toda a grama do jardim. Mao dissera que grama, flores e bichos de estimação eram hábitos burgueses e que tinham que ser eli-minados. [...]

As flores eram muito mais fáceis de lidar, mas causavam mais dificul-dade ainda, ninguém queria arrancá--las. Mao tinha atacado as flores e gramados várias vezes antes, dizendo que deviam ser substituídos por re-polho e algodão. Mas só agora con-seguira gerar pressão suficiente para fazer com que se cumprissem suas ordens – porém só até certo ponto. As pessoas adoravam suas plantas e alguns canteiros de flores sobrevive-ram à campanha de Mao.

Eu ficava extremamente triste por ver as lindas plantas desaparecerem. Mas não me ressentia contra Mao. Ao contrário, detestava a mim mesma por me sentir infeliz. A essa altura, criara o hábito da “autocrítica”, e automaticamente me culpava por quaisquer instintos que fossem contra as instruções dele. Na verdade, tais sentimentos me assustavam. Estava fora de questão discuti-los com quem quer que fosse. Em vez disso, eu tentava suprimi-los e adquirir o modo correto de pensar. Vivia em estado de constante autoacusação.CHIANG, Jung. Cisnes selvagens: três filhas da China. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 252, 253.

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Após analisar os documentos, responda:

1. De acordo com o texto, de maneira geral, o que era considerado “hábito burguês” por Mao Tsé-tung?

O aluno deve ser capaz de identificar como “hábito burguês” para Mao o que não pudesse ser revertido em suprimento para as

necessidades básicas da população chinesa.

2. Explique o que levou Mao Tsé-tung a conclamar os jovens para a Revolução Cultural:

A juventude está mais acessível a novas ideias e a novas formas de viver. Entre os mais velhos, maneiras de viver e de pensar já

estão mais enraizadas, sendo mais difícil a mudança. Nos jovens, de maneira geral, a criticidade pode ainda não estar desenvolvida.

3. De acordo com os documentos, a Revolução Cultural teve sucesso? Justifique sua resposta:

Podemos afirmar que sim, de acordo com os documentos. A jovem Jung Chiang diz ficar entristecida com a eliminação das flores, mas culpa a si própria e não o líder Mao. Segundo o texto, a escritora afirma que ela promovia a autocrítica e chegava à conclusão de que ainda não havia atingido as expectativas que o líder havia depositado nela. A imagem também reforça que os jovens saíram pregando e colocando em prática os ensinamentos presentes no Livro Vermelho.

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Nós, brasileiros, vivemos períodos ditatoriais e de censura em nossa História. Você acredita ser possível, com os atuais meios de comunicação e as redes sociais, um governo ter sucesso ao desejar implantar uma política que eliminasse a participação crítica dos jovens nos assuntos relacionados ao Brasil? Justifique sua resposta. 35

A Revolução Cultural teve a duração de dez anos e, mesmo após o seu encerramento, a China continuava fechada para o mundo. Em 1986, com a morte de Mao Tsé-tung, aos poucos as novas lide-ranças foram restabelecendo as relações diplomáticas e comerciais com outras nações e a economia de mercado foi sendo implantada.

Na atualidade, a economia chinesa vem causando grandes transformações no cenário econômico mundial. 36mu

1. Sobre o processo revolucionário ocorrido na China, a partir de 1949, analise as afirmativas e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas:( V ) Mao Tsé-tung, líder do Partido Comunista

Chinês, fez oposição ao governo de Chiang Kai-shek.

( F ) A Segunda Guerra Mundial não alterou as re-lações entre o Kuomitang e o Partido Comu-nista.

( V ) A Longa Marcha teve início com a perseguição promovida pelo governo de Chiang Kai-shek aos comunistas chineses.

( F ) O Grande Salto em Frente foi uma política que tinha por objetivo estabelecer alianças com os Estados Unidos para o desenvolvimento eco-nômico da China.

( V ) A Revolução Cultural desejava aprofundar a revolução comunista na China, eliminando to-dos os hábitos capitalistas que ainda havia no país.

2. Utilizando o material de apoio, observe as imagens presentes nele. São imagens que fizeram parte da propaganda de Mao Tsé-tung, de seu governo e das suas políticas econômicas e sociais.

Após a análise das imagens, produza um texto que apresente os seguintes itens:

Período econômico da China a que as imagens fazem referência.

Os objetivos do líder chinês nesse período.

Mao Tsé-tung é a figura central nas duas ima-gens. Pesquise mais informações sobre o deno-minado culto à personalidade.

Ensino Médio | Modular 51

HISTÓRIA

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Guerra da Coreia

37A Coreia é uma península localizada na costa leste da Ásia e está situada entre a China e as ilhas

do Japão. A península ainda na atualidade abriga dois países separados pelos sistemas econômicos que adotaram.

A Península da Coreia esteve ocupada pelo Japão por mais de três décadas, de 1910 a 1945. Quando ocorreram as detonações das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, levando o Japão à capitulação, a península foi ocupada por Estados Unidos e União Soviética. Esses dois países aliados estabeleceram ali bases militares com o objetivo de monitorar as ações japonesas.

Com o início das hostilidades entre estadunidenses e soviéticos pelo controle da região, a recém-criada ONU es-tabeleceu uma demarcação entre os territórios referentes a cada um dos ocupantes militares da península. A linha de-marcatória estabelecida foi o paralelo 38º norte. As terras ao norte ficariam para as bases militares soviéticas e os Estados Unidos ocupariam o sul. A demarcação acabou por gerar dois países distintos: a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

Porém, em junho de 1950, o exército da República Po-pular da Coreia do Norte promoveu uma invasão às terras da Coreia do Sul com o objetivo de unificar a península sob seu comando.

Em tempos de Guerra Fria, imediatamente os Estados Unidos forneceram ajuda militar à Coreia do Sul e os so-viéticos, à República Popular da Coreia. O general Douglas McArthur, herói da Segunda Guerra Mundial e designado pelo governo dos Estados Unidos para a administração do Pacífico, ameaçou lançar uma bomba atômica na capital norte-coreana caso a invasão territorial não fosse revertida.

Em 1953, mais uma vez a ONU interferiu e intermediou um acordo que reafirmou o paralelo 38º norte como a fronteira entre os dois países.

Ao longo das últimas décadas do século XX e a primeira década do século XXI, vários acordos foram tentados para aproximar os dois governos e possibilitar a unificação, reunindo famílias que estão separadas desde o final da Segunda Guerra Mundial. Apesar de alguns avanços e vários retrocessos, as Coreias continuam sendo uma marca persistente da Guerra Fria.

Guerra do Vietnã

38A Guerra do Vietnã foi o conflito mais longo travado durante o século XX. Teve início em 1945 e

terminou em 1976, com a unificação do Vietnã do Norte e do Sul sob o sistema socialista.Para compreendermos esse longo conflito, necessitamos recordar que os atuais países Vietnã,

Laos e Camboja formavam a Indochina. Os franceses estabeleceram seu domínio colonial sobre a região em 1887.

Fonte: ATLAS geográfico Melhoramentos. São Paulo: Melhoramentos, 2009. Adaptação.

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Península da Coreia – divisão política atual

História Contemporânea II52

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Com a destruição causada à França pela Segunda Guerra Mundial, os vietnamitas passaram a planejar o processo que os separaria definitivamente dos franceses.

Por causa de sua longa duração, é possível dividir o conflito em três fases, sendo a mais conhecida e mais explorada pelo cinema o período de intervenção efetiva dos Estados Unidos.

Luta contra a França – 1945 a 1954Ao norte do território vietnamita surgiu um grupo guerrilheiro denominado Vietminh, fundado por

Ho Chi Minh. Os integrantes do Vietminh receberam apoio da União Soviética e da China.Aproveitando o enfraquecimento da França, promoveram a emancipação política da região norte do

Vietnã, proclamando a República Popular do Vietnã, cuja capital passou a ser Hanói. O sul do Vietnã continuou ligado à França.

Os Estados Unidos, temendo que se concretizasse a Teoria dos Dominós, passaram a fornecer à região dinheiro para ser utilizado no desenvolvimento econômico, o que proporcionaria bem-estar à população. O governo estadunidense desejava transformar o sul do Vietnã em uma “vitrine capitalista” na Ásia.

Em virtude da corrupção, o dinheiro concedido pelos Estados Unidos nunca chegou até o povo. Com o aumento da pobreza, foi criado no sul um grupo guerrilheiro muito similar ao Vietminh: a Frente Nacional de Libertação, mais conhecida como Vietcong.

Diante da iminência de novos conflitos na região em 1954, a ONU promoveu a Convenção de Gene-bra, na qual foi estipulado o paralelo 17º norte como marco divisório entre o Norte e o Sul do Vietnã.

Observe no mapa como ficou a divisão:

Fonte: ATLAS geográfico Melhoramentos. São Paulo: Melhoramentos, 2009. Adaptação.

Mar

ilu d

e So

uza

Vietnã – Convenção de Genebra, 1954

A doutrina é atribuída a John

Foster Dulles, secretário de

Estado durante o governo do pre-sidente Dwight

Eisenhower. Ela alertava

que os Estados Unidos não

deveriam deixar nem mais um

país passar para a órbita de influência

soviética, sob o risco de muitos

outros aderirem ao comunismo

como se fossem dominós posi-

cionados lado a lado.

Vietnã do Norte

País independente

Sistema socialista

Apoio da China e da URSS

Grupo guerrilheiro: Vietminh

Capital: Hanói

Vietnã do Sul

Território ligado à França

Sistema capitalista

Apoio dos Estados Unidos

Grupo guerrilheiro: Vietcong

Capital: Saigon

Ensino Médio | Modular 53

HISTÓRIA

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Ho Chi Minh comparava a luta entre o poder colonial francês e a sua guerrilha Viet Minh a um combate entre “um elefante e um gafanhoto”. O general francês Henri Navarre parecia estar de acordo com ele ao empreender, em novembro de 1953, a fortificação da aldeia de Dien Bien Phu, situada no coração do território inimigo. O objetivo era atrair a guerrilha para uma inusitada batalha de tipo clássico, na qual o poder de fogo francês faria a diferença. O general Giap aceitou o desafio. Com 50 mil camponeses formando uma cadeia de abastecimento para trazer do norte armamento chinês, seus homens cercaram a aldeia, bombardearam as duas pistas de pouso e dizimaram impiedosamente as tropas inimigas. O cerco durou 55 dias, até a queda do último bastião francês, em 7 de maio [de 1954]. De uma guarnição de 16 mil soldados, só 3 mil sobreviveram.

A derrota marcou o fim de oito anos de luta dos franceses para recuperar sua antiga colô-nia. Eles, que haviam tido pouco entusiasmo por la sale guerre (a guerra suja) na Indochina, decidiram que a Argélia era agora o seu interesse prioritário. Em Genebra, seus negociadores concordaram em se retirar do Sudeste Asiático e o Vietnã foi dividido: os comunistas de Ho e Giap controlavam o Norte e uma república anticomunista, patrocinada pelos Estados Unidos, foi estabelecida no Sul. Lançavam-se assim as sementes da sangrenta Guerra do Vietnã, da década de 1960.

FURTADO, Peter (Ed.). 1001 dias que abalaram o mundo. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. p. 781.

Após a leitura do texto, responda:

1. Qual interpretação pode ser dada para a comparação feita pelo líder Ho Chi Minh entre os exércitos franceses e os guerrilheiros vietminhs: um combate entre “um elefante e um gafanhoto”?

Uma primeira interpretação pode ser em relação ao poderio bélico: os franceses possuíam exércitos numerosos e muito bem armados,

enquanto os guerrilheiros inicialmente eram pouco numerosos e careciam de todo o tipo de materiais, apesar de serem supridos pela

China. Outra interpretação é a de que o elefante, apesar de enorme e forte, é pesado e um alvo fácil. Já os gafanhotos são pequenos,

mas unidos causam um grande estrago.

2. Quais foram as consequências da desistência francesa de permanecer lutando na Indochina?

Laos e Camboja conseguiram suas emancipações políticas. O Vietnã do Norte surgiu como um novo Estado independente e

socialista. No Vietnã do Sul, ocorreu a intervenção dos Estados Unidos, fator que prolongou a luta até 1976.

História Contemporânea II54

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A intervenção estadunidense

– 1954 a 1973 Mesmo com a definição pela ONU da fronteira entre os

dois Vietnãs, o Vietcong continuou a atuar, recebendo auxílio do Vietminh, da China e da União Soviética.

A França, envolvida em outras lutas coloniais, anunciou a sua retirada do Vietnã do Sul. Numa tentativa de evitar tal saída, que implicaria na adesão de mais um país para o socialismo, o governo estadunidense passou a fornecer armas, munição e técnicos para os franceses.

Diante dos avanços do Vietcong e da relutância da França, em 1961, os Estados Unidos anunciaram o envio de tropas. Estas eram regulares, isto é, acostumadas a lutar em campos de batalha “tradicionais”. No Vietnã, elas se depararam com um território coberto por matas tropicais, onde lutavam contra guerrilheiros que não possuíam quartéis e não usa-vam uniformes. Diante desse panorama, os Estados Unidos, grandes vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, encontraram dificuldades em derrotar o inimigo e dominar o terreno. Por esses motivos, passaram a treinar tropas especialistas em táticas de guerrilha que fizeram uso de armamentos não convencionais e altamente mortíferos.

O uso do agente laranja e das bombas de napalm e de bilha colocou a opinião pública internacional contra os Es-tados Unidos. A opinião pública interna também passou a exigir o fim da guerra. 39

Em 1973, após 11 anos de permanência das tropas esta-dunidenses no Vietnã, o presidente Richard Nixon reconheceu a derrota e anunciou a retirada delas do território vietnamita.

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CAPA, Robert. Mulheres e criança ao lado de um túmulo, 1954. Namdinh, Indochina.

século XX. Ele morreu cobrindo a Guerra da Indochina ao pisar em uma mina terrestre. Esta foto foi uma das últimas prp oduzidas por ele

Robert Capa foi considerado o maior fotógrafo de guerra Robert Capa foi considerado o maior fotógrafo de guerra do Robert Capa foi considerado o maior fotógrafo de guerra doséculo XX. Ele morreu cobrindo a Guerra da Indochina ao século XX. Ele morreu cobrindo a Guerra da Indochina aopisar em uma mina terrestre. Esta foto foi uma das últimas pisar em uma mina terrestre. Esta foto foi uma das últimasprp oduzidas por eleprp oduzidas por ele

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A tática de guerrilha empregada pelos vietcongs causou A tática de guerrilha empregada pelos vietcongs causou A tática de guerrilha empregada pelos vietcongs causougraves perdas aos estadunidensesgraves perdas aos estadunidenses

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UT, Nick. Menina fugindo do napalm, 1972. Indochina. 40

A menina Kim Phuc aparece correndo nua após ter as costas atingidas por napalm, no dia 8 de junho de 1972. A

denominaçãoprimeiras letras de seus componentes:sais de alumínio coprecipitados dos ácidos na ê co e ítico. Esses sais eram

pp ra serem gelificados

A menina Kim Phuc aparece correndo A menina Kim Phuc aparece correndonua após ter as costas atingidas por nua após ter as costas atingidas por napalm, no dia 8 de junho de 1972. A napalm, no dia 8 de junho de 1972. Amenina foi salva pelo fotógrafo vietnamita menina foi salva pelo fotógrafo vietnamitaNick Ut, que a levou para o hospital. A Nick Ut, que a levou para o hospital. Adenominaçãodenominação napalmnapalm é derivada dasé derivada dasmmprimeiras letras de seus componentes:primeiras letras de seus componentes:sais de alumínio coprecipitados dos ácidos sais de alumínio coprecipitados dos ácidosnanaftênico eftênico eftênico e palmpalmítico. Esses sais eram ítico. Esses sais eramadicionados a componentes inflamáveis adicionados a componentes inflamáveispap ra serem gelificadospap ra serem gelificados

O uso de

armas

químicas

durante a

Guerra do

Vietnã

@HIS869

Ensino Médio | Modular 55

HISTÓRIA

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Guerra Civil – 1973 a 1976Após a retirada das tropas estrangeiras, o conflito no Vietnã do Sul passou a ser uma guerra civil

entre vietnamitas que defendiam o capitalismo e os vietcongs, defensores do socialismo.Com a vitória do Vietcong, em 1976, ocorreu a unificação do território sob o sistema socialista.

Sobre os conflitos na Coreia e no Vietnã, responda às questões a seguir:

1. (UFRGS – RS) O primeiro conflito armado da Guerra Fria, que colocou em campos opostos os Estados Unidos e a União Soviética, ocorreu com:

a) o lançamento de bombas atômicas pelos Estados Unidos sobre o Japão e a retirada soviética daquele país.

X b) a divisão da Coreia pela linha imaginária do paralelo 38º e as tentativas de norte-coreanos para a unificação da península.

c) a construção do muro de Berlim para impedir a reunificação da República Federal da Alemanha e da República Democrática Alemã.

d) a instalação de mísseis soviéticos em Cuba e a determinação americana de bloquear a ilha.

e) a revolução cultural realizada na China, que pôs fim ao tratado de aliança sino-soviético.

2. (UFPE) No século XX, muitas guerras aconteceram, mostrando que a violência e o mili-tarismo continuavam suas trajetórias. A sofisticação tecnológica serviu para aumentar o poderio de potências imperialistas. Uma das guerras mais polêmicas foi a do Vietnã, que contou com a participação dos Estados Unidos. Nessa guerra:

a) prevaleceu, com a ajuda da França, a força militar dos norte-americanos, que arrasaram o Vietnã do Norte e afirmaram sua liderança política.

X b) foram usadas armas modernas, de grande poder de destruição, tornando clara, no mundo contemporâneo, a articulação das técnicas com a força do capital.

X c) houve, em várias cidades do mundo, movimentos de protesto contra o imperialismo dos Estados Unidos, e esse país foi acusado de violento e desumano.

d) evitou-se a expansão do socialismo na Ásia, o que ameaçou a liderança da União Soviética e da China, grandes potências militares.

X e) houve mobilização de artistas e intelectuais, de várias partes do mundo, o que aumentou a pressão política para que os Estados Unidos mudassem sua estratégia de participação no conflito.

56 História Contemporânea II

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Movimento 26 de JulhoooMovimento 26 de Julhooo

Revolução Cubana

A América Latina também esteve envolvida em movimentos que visavam acabar com as ações

imperialistas dos Estados Unidos sobre o continente. E um dos grandes exemplos de revoluções contra o imperialismo estadunidense, fortemente influenciado pelo contexto da Guerra Fria, foi a Revolução Cubana, iniciada em 1959.

Para compreender todo esse processo, é necessário lembrar que Cuba foi colonizada pelos espanhóis, dos quais conseguiu sua emancipação política em 1898.

Logo após a emancipação política, Cuba passou a sofrer as intervenções dos Estados Unidos em sua política e economia. Utilizando a Doutrina Monroe, os estadunidenses forneceram apoio diplomático e financeiro e reconheceram a independência dos países latino-americanos. Entre-tanto, aí estava também a grande porta aberta para a entrada das ações imperialistas yankees.

No caso de Cuba, as intervenções estadunidenses eram garantidas pela constituição do novo país, à qual foi inserida a Emenda Platt – dispositivo que autorizava a interferência dos Estados Unidos em assuntos do Estado cubano, sempre que tal intervenção fosse conveniente para os dois países.

A situação de desigualdade social e de exploração das classes trabalhadoras foi agravada pelo governo ditatorial de Fulgencio Batista, que governou de 1933 a 1940 e de 1952 a 1959. O ditador era considerado um fantoche a serviço dos interesses estadunidenses na ilha, pois as usinas produtoras de açúcar, o transporte e a eletricidade estavam nas mãos de investidores estrangeiros.

Diante de toda a situação política, econômica e social presente em Cuba, surgiu um grupo de opositores ao governo de Fulgencio Batista, comandados por Fidel Castro. Fidel e seus compa-nheiros planejaram um golpe para a derrubada do ditador no dia 26 de julho de 1954. O golpe para tomar o Quartel de Moncada não foi bem-sucedido e seus líderes foram presos. Libertados, foram exilados no México.

A invasão de Cuba foi planejada no México e colocada em ação. Um grupo com 82 integrantes do movimento chegou à ilha a bordo do iate Gamma e foi recebido com ataques promovidos pela força aérea colocada à disposição de Fulgencio Batista pelos Estados Unidos.

Doutrina colocada em prática pelo

presidente James Monroe em 1823. Em seu discurso, ele afirmava não ter mais lugar na América para as

ações imperialis-tas das potências

europeias e ofere-cia auxílio nas lu-tas emancipacio-

nistas promovidas pelas colônias

americanas.

O grupo opositor ao governo de

Batista ficou conhecido como

o Movimento 26 de Julho. Os in-tegrantes, presos

após o fracasso do movimento,

foram libertados e banidos da ilha em

virtude da mobili-zação popular.

Fidel Castro, exilado no México,

fundou o M-26-7 com o auxílio de seu irmão, Raúl Castro, além de

Camilo Cienfuegos e do argentino Ernesto “Che”

Guevara. De lá, o movimento

recrutou adeptos e promoveu atos contra o governo

de Fulgencio Batista.

HISTÓRIA

57Ensino Médio | Modular

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O grupo foi obrigado e se refugiar em Sierra Maestra, onde instalou um acampamento militar. Lá também foram estabelecidos hospitais, escolas de alfabetização e a Rádio Rebelde, que trans-mitia mensagens que conclamavam a adesão dos cubanos ao Exército Rebelde de Guerrilheiros. O número de integrantes do movimento rapidamente aumentou com o ingresso de um grande contingente de camponeses. Nas regiões urbanas, intelectuais tratavam de difundir o movimento entre operários e estudantes.

A luta contra Fulgencio Batista foi intensificada em 1958. No início de 1959, com a fuga de Batista para a República Dominicana, Fidel Castro tomou o poder e anunciou a formação de um novo governo.

Logo após a instituição do novo governo, Fidel Castro anunciou medidas para amenizar a po-breza presente na ilha. Estabeleceu um controle dos preços dos alimentos básicos, criou leis para os salários, determinou reformas na educação para que todos tivessem acesso à alfabetização e promoveu a construção de hospitais. Além disso, nacionalizou as empresas estrangeiras, fato que gerou maior oposição dos Estados Unidos ao novo governo.

Em 1961, Fidel Castro teve que se defrontar com uma ação contrarrevolucionária patrocinada pela CIA. O desembarque na Baía dos Porcos de cubanos contrários ao governo de Fidel resultou em fracasso. No mesmo ano, Fidel Castro se aproximou da União Soviética e recebeu a visita do líder Nikita Krushev.

Um episódio fruto da aliança entre Cuba e União Soviética colocou o mundo novamente à beira de um terceiro confronto mundial. Os soviéticos estavam utilizando o território cubano para a colocação de mísseis em um possível ataque ao território dos Estados Unidos. A Crise dos Mísseis, como ficou conhecida, foi resolvida com um acordo entre os presidentes Kennedy e Krushev para a retirada dos mísseis.

Fidel Castro manteve como prioridade em seu longo governo o aprimoramento das condições de vida da população, a erradicação do analfabetismo e melhorias no setor da saúde.

Com a dissolução da União Soviética em 1989 e o surgimento da Comunidade de Estados Independentes em 1991, Cuba passou a viver uma séria crise econômica, pois não mais recebia o auxílio financeiro soviético. A partir daí, os problemas começaram a se avolumar. Grande quan-tidade de cubanos fugiu, tentando chegar às ilhas da Flórida. Muitos dos que permaneceram em Cuba passaram a fazer oposição ao governo de Fidel e ao de seu irmão Raúl Castro, que assumiu a presidência do país em 2008.

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GLINN, Burt. Cienfuego, Cuba. 1959.

História Contemporânea II58

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Vêm tempos difíceis. Sou otimista no longo prazo, porém a inquietude me tolhe ante os anos que se avizinham. Há muita tensão acumulada. Semearam sistematicamente entre nós o repúdio à opinião diferente e isso não se apaga em pouco tempo. Ontem quando vi uma dona de casa que gritava em tom vulgar “os vermes estão protestando” – referindo-se a peregrinação das Damas de Branco – constatei como é longo o caminho da tolerância que temos pela frente. Aprender a debater sem ofender, a conviver com a pluralidade e a respeitar as diferenças, terá que se constituir numa matéria obrigatória em nossas escolas. Será um longo processo fazer com que todos entendam que a diversidade não é uma doença, mas sim um alívio.

Temo que o grito se torne crônico entre nós e que a bofetada continue sendo o caminho mais rápido para calar o outro. Estremece-me pressagiar uma Cuba onde se continua atacando física e legalmente alguém por sua filiação política ou sua tendência ideológica. Que triste país teremos se às autoridades continue parecendo natural o castigo aos que contradizem a opinião oficial. Já me redunda bastante doente uma sociedade que assiste passiva ao acosso que sofreram ontem umas mulheres pacíficas com gladíolos em suas mãos. Porém o sectarismo não parou por ali, assim é que tentaram justificá-lo e por ele prepararam às pressas um roteiro para o programa mais tedioso da televisão cubana: a Mesa Redonda. Contudo, os telespectadores – depois de duas horas de escuta estoica – confirmaram que a ausência de argumentos lhes deixou somente o insulto, a difamação e os malabarismos verbais.

Por que não têm o valor de convidar, para este aborrecido set onde fazem um monólogo a cada tarde, ao menos um par de pessoas que pense diferente? O mais tímido e moderado dos inconforma-dos que conheço os desnudaria com um par de perguntas e com umas curtas frases faria cambalear sua teoria de conspiração. Porém não se atrevem. Amparados pelo poder – não há pior aliado para um jornalista – com seu verbo e sua caneta sustentados com as prebendas e os privilégios, sabem que não suportariam a artilharia da crítica. Daí que exaltam o golpe, açulam as palavras de ordem e põem uns vídeos editados para provar que o diferente tem que ser esmagado. Alimentam desse modo o fanatismo, esse germe que ameaça se prolongar além de suas próprias vidas: o legado de ódios e desconfiança que este sistema pretende deixar-nos.

SÁNCHEZ, Yoani. Generación Y. Postado em 22 de março de 2010. Traduzido por Humberto Sisley de Souza Neto. Disponível em: <http://www.cubalibredigital.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1653:o-legado&catid=35:brasil&Itemid=19>. Acesso em: 11 jul. 2012.

Post 2 41

Os textos a seguir foram extraídos do Blog Generación Y, editado por Yoani Sánchez, cubana que divulga ao mundo quais são as reais condições de vida na ilha de Fidel e Raúl Castro.

Se alguém viu progressos em Los Angeles, por favor, diga-me por sms para +53527XXXXX. Internet continua inviável como uma semana atrás sem resposta. Postado em 29 de março de 2010.

Post 1

Ensino Médio | Modular 59

HISTÓRIA

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Para melhor compreensão do texto, vamos criar um glossário:

Pressagiar:

Acosso:

Gladíolos:

Sectarismo:

Estoica:

Prebendas:

Agora, de acordo com os textos e nossos estudos ao longo da unidade de trabalho, responda:

1. Tendo como base as informações coletadas na reportagem e as ideologias presentes no cenário europeu ao longo do século XIX, analise as afirmativas a seguir e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas: ( V ) O blog editado por Yoani Sánchez é uma forma de protesto da cubana contra as condições de vida e

liberdade em Cuba na atualidade.( F ) Ao observarmos algumas informações contidas na reportagem, é possível afirmar que os ideais de

igualdade material, pregada pelo socialismo, estão presentes em Cuba.( F ) Podemos ainda afirmar que as condições de vida e de trabalho na ilha são de igualdade e prosperidade.( V ) O exemplo pode ser interpretado como comprovação de que os ideais de uma sociedade igualitária,

sonhados por Marx e Engels, ainda não foram atingidos na prática.( V ) O fato de o blog de Yoani Sánchez não poder ser lido pelos habitantes de Cuba denota a presença de

censura e a ausência da liberdade de expressão no país.

2. Retornando à seção Você faz História, da página 51, você provavelmente respondeu que seria muito difícil no Brasil da atualidade um líder implantar um governo ditatorial pelo fato de os meios de comunicação possibilitarem o engajamento de centenas ou milhares de pessoas em defesa de uma causa.Que fatores, em Cuba, possibilitam em pleno século XXI o cerceamento da liberdade de expressão?

Os alunos deverão contemplar em suas respostas que o fato de Cuba ser uma ilha dificulta a chegada de novos meios de comunicação.

Precisam observar que somente há pouco tempo as pessoas tiveram acesso a celulares e computadores. E quem dispõe de um

computador deve obter dos órgãos governamentais a autorização para conexão via internet. Outro fator que pode ser considerado

é o atraso tecnológico no qual permaneceu o país em razão das políticas do governo, agravado pelo fim do auxílio soviético.

3. Segundo Yoani Sánchez, de que maneira uma sociedade aprende a conviver com a pluralidade?

A autora afirma que aprender com a pluralidade é uma tarefa longa que deve ser aprendida na escola, ou seja, deve ser ensinada

para as novas gerações. Em outras palavras: para ser livre, é necessário construir o pensamento de liberdade.

profetizar, adivinhar, prenunciar.

perseguição.

flores.

heroica, impassível em face do infortúnio.

intolerância.

rendimentos.

História Contemporânea II60

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1. (UFABC – SP) Na solenidade de abertura dos Jo-gos Olímpicos, os chineses não mostraram ao público alguns períodos de sua história. Um des-ses períodos pode ser observado na imagem a seguir.

A imagem faz referência a um momento históri-co no qual emergiu um governo que:

a) aglutinou diferentes setores da sociedade chi-nesa na luta pela manutenção das relações sociais dominantes no período colonial.

X b) teve como tarefas iniciais derrotar os grandes proprietários de terra e combater o imperialis-mo na construção do Estado socialista.

c) implantou uma política econômica baseada na ideia de que o mercado garantiria a re-gulamentação da produção, dos preços e do consumo.

d) organizou um sistema político pluripartidário fundamentado nos ideais defendidos princi-palmente pelos economistas e intelectuais li-berais.

e) favoreceu setores associados à alta burguesia, quando vetou a reforma agrária reivindicada pelos camponeses e operários do país.

Comitê Internacional da Cruz VermelhaOrganização humanitária criada em 1863 pelo suíço Jean Henri Dunant. Tem por

objetivo o auxílio a populações em situação de perigo, seja em zonas de guerra ou de acidentes naturais. Possui sede em Genebra, na Suíça. Arrebanha profissionais das mais diversas áreas para a realização de ações que englobam desde tratamento médico, provisão de alimentos, ensino de técnicas de plantio e de implantação de saneamento básico até o auxílio no deslocamento de populações de regiões de risco. Portanto, médicos, enfermeiros, engenheiros, especialistas em comunicações e logística, assistentes sociais, entre outros, podem solicitar filiação à organização e realizar o trabalho pelo período de um ano. Esse prazo pode ser renovado caso o profissional deseje se manter no projeto. Trata-se de uma oportunidade de ganhar experiência profissional, auxiliando populações de diversas partes do mundo ou dentro do próprio país, além da oportunidade de contato com diferentes povos, culturas e realidades.

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Ensino Médio | Modular 61

HISTÓRIA

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2. (UEPB) A China integrou o bloco socialista em 1949, rivalizando sua liderança com a extinta URSS. As etapas do processo socialista chinês são diversas e vão desde a radical planificação econômica até o momento em que os chineses abrem-se ao mundo capitalista, sem abandonar sua organização política. Assinale a única alter-nativa INCORRETA.

X a) A Revolução Cultural, na década de 60, é tida como o oxigênio da revolução chinesa, pois resgatou tradições milenares e desvalorizou a origem camponesa do povo, que impedia o desenvolvimento econômico.

b) Ao final da década de 70, a China abre-se ao mundo e ingressa na ONU. Com a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, e a exclusão de ra-dicais maoístas do poder, se iniciou um pro-cesso de planejamento intitulado as “quatro modernizações” – indústria, agricultura, de-fesa e cultura.

c) Nos anos 80 houve a “desmaoização” na China. Propunha-se repensar o papel desem-penhado por Mao Tsé-tung, combatendo o culto a sua personalidade, e a humanização do regime ao se reabilitarem lideranças ex-purgadas durante a Revolução Cultural.

d) As relações políticas entre China e URSS fo-ram rompidas no final da década de 50 de-vido a discrepâncias ideológicas, conflitos fronteiriços e divergências sobre questões in-ternacionais. Com a ascensão de Gorbachev (em 1985) houve uma reaproximação entre os dois países.

e) O desenvolvimento tecnológico que ajudou a modernizar a China possibilitou a abertu-ra para o Ocidente, como pôde ser visto nas Olimpíadas de 2008. Mas o governo chinês não se descuida dos chamados perigos de uma “excessiva ocidentalização” e mantém rígida política que visa controlar os hábitos de consumo e informação da sociedade.

3. (UEM – PR) Assinale o que for correto sobre a China contemporânea.

X 1. A “Revolta da Paz Celestial”, ocorrida em 1989, foi uma revolta popular pela implanta-ção da democracia no país.

2. O acúmulo de capital financeiro possibilitou que a China comunista se transformasse, no início do século XXI, em um país rico, fecha-do e isolado do mercado mundial.

4. Contrariamente ao comunismo soviético, o comunismo chinês pouco influenciou os meios políticos, artísticos e culturais do Oci-dente.

X 8. Em 1949, é proclamada a República Popular da China, sob a liderança do líder comunista Mao Tsé-tung.

16. A Revolução Cultural Chinesa, de 1966 a 1976, foi um movimento que uniu intelectu-ais e políticos com o objetivo de divulgar as tradições do país no Ocidente.

4. (UNIR – RO) Os EUA suspenderam na segunda--feira (13 de abril de 2009) restrições para que familiares de cubanos vivendo no país possam viajar a Cuba e o fim de condicionantes para remessas de dinheiro a parentes. Empresas nor-te-americanas de telecomunicações também fo-ram autorizadas a participar de licenciamentos em Cuba. O embargo econômico norte-ameri-cano a Cuba, vigente desde 1962, não foi der-rubado.

(Disponível em: <http://br.reuters.com/article/topNews/id-BRSPE53D0LF20090414>. Acesso em: 27/10/2009.)

O texto demonstra uma distensão na relação entre EUA e Cuba que, ao longo da segunda metade do século XX, passou por diversas fases. Sobre o assunto, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

I. ( F ) O apoio dos EUA ao governo de Fulgencio Batista fez com que o Congresso norte-ame-ricano, por meio da Emenda Platt, decretas-se o bloqueio econômico a Cuba tão logo ocorreu a ascensão de Fidel Castro ao po-der.

II. ( V ) A reforma agrária decretada pelo gover-no cubano revolucionário aliada à nacionali-zação dos bancos e das minas contribuíram para o crescimento dos problemas com os EUA.

III. ( V ) A “Invasão da Baía dos Porcos”, tenta-tiva fracassada de derrubada do Governo de Fidel Castro por dissidentes, financiada pelos EUA, marcou o aumento das tensões entre os dois países.

IV. ( V ) A chamada “Crise dos Mísseis”, em ou-tubro de 1962, quando a União Soviética tentou instalar mísseis nucleares em territó-rio cubano, demonstrou o alinhamento de Cuba ao bloco comunista.

História Contemporânea II62

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Assinale a sequência correta.

a) V, F, V, F b) F, F, V, V c) V, F, F, FX d) F, V, V, V e) V, V, F, V

5. (UFAL) As lutas sociais na América Latina mos-tram suas dificuldades econômicas e a falta de maior convivência com a democracia. Muitas questões continuam pendentes, e a desigualda-de provoca injustiças e violência. Com a Revolu-ção Cubana, liderada por Fidel Castro, tivemos:

a) a implantação de um sistema político socia-lista, que estabilizou a economia cubana e impôs uma democracia política.

b) o fim da pobreza e a renovação dos costu-mes, com ampla influência da União Soviéti-ca nas manifestações culturais.

c) o estabelecimento de um governo bem aceito na América Latina, sem maiores problemas nas relações econômicas e culturais.

X d) o término das relações diplomáticas com os Estados Unidos, o que provocou o acirra-mento das disputas e polêmicas frequentes.

e) a consolidação de um socialismo com auto-nomia econômica, crítico do autoritarismo e sem influências externas.

6. (ENEM)

As migrações transnacionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos particularmente impor-tantes da problemática racial, visto como dile-ma também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo cultu-ras ou mesmo civilizações totalmente diversas.

IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na for-mação social e econômica de diversos estados nacionais.

Uma razão para os movimentos migratórios nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países desenvolvidos são:

X a) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração.

b) a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes.

c) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes.

d) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados.

e) a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais.

7. (UFTM – MG) As relações entre os Estados Uni-dos e Cuba ficaram abaladas a partir da Revo-lução Cubana (1959). Um dos momentos de maior tensão ocorreu quando:

a) Os revolucionários cubanos implementaram me -didas de caráter socialista e retomaram as bases norte-americanas, como a de Guantánamo.

b) Empresários norte-americanos financiaram movimentos pró-castristas, enquanto o dita-dor cubano apoiava as guerrilhas na América Latina.

X c) O governo cubano permitiu a instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha, o que quase gerou uma guerra entre as superpo-tências.

d) Agentes da CIA planejaram um movimento contrarrevolucionário, que levou à invasão da baía dos Porcos e à queda de Fulgêncio Batista.

e) O governo norte-americano decretou o em-bargo econômico para forçar Cuba a aderir à política soviética da perestroika.

8. Estabeleça a relação entre a Guerra Fria e os pro-cessos revolucionários ocorridos no Vietnã:

O Vietnã era integrante da Indochina, juntamente com o Laos e o

Camboja. O processo de emancipação política do Vietnã, que estava

ligado à França, foi ampliado e se alongou em razão das disputas

entre Estados Unidos e União Soviética por novas áreas de influência.

Ensino Médio | Modular 63

HISTÓRIA

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