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6Z/MF CA-5501 SP-MD-017 tUííLIU w) (V) N<?01b4 \l ! > x ! I ' v ; I . , i RIO DE JANEIRO, GB. , EmJPtJde f e v e r e i r o de 1974. Senhor General k '"' Tenho a honra de dirigir-me a V.Exa. em resposta ao Aviso n? 008 de 9 de janeiro de 1974 que encaminha em anexo a Exposição de Motivos dessa Secretaria-Geral n9 001 de 03 de janeiro de 1974 referente ao Conceito Estratégico Nacional. Na citada Exposição de Motivos ê sugerido que os Membros do Con- selho de Segurança emitam parecer sobre os seguintes pontos: - verificar se o Conceito Estratégico Nacional (CEN) aprovado em 5/3/1969 está ajustado ã atual dinâmica do País e â nova ordem de relações no campo internacio- nal, quanto a FORMA e ã PARTE SUBSTANTIVA. - apresentar subsídios para eventuais reformula- ções desse instrumento de Política Governamental, com ba- se na experiência dos últimos cinco anos. No que concerne ã FORMA julgo ser mais adequado e lógico uma sistemática de planejamento prevendo as seguintes e tapas: a) a fixação dos Objetivos Nacionais Permanentes 1 (0NP); A Sua Exa. o Senhor General-de-Brigada JOÃO BAPTISTA D£ OLIVEIRA FIGUEIREDO DD. SECRETÁRIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL. C3SSÍIK0 Oi SEGOailtÇÂ WCI8HSI SIGI! n^n ! Stcnrttri*-Geral j

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6Z/MF CA-5501

S P - M D - 0 1 7

tUííLIU

w)

(V) N<?01b4

\ l ! >x! I ' v ; I . , i

RIO DE JANEIRO, GB. , EmJPtJde f e v e r e i r o de 1974 .

Senhor G e n e r a l

k '"'

Tenho a honra de dirigir-me a V.Exa. em resposta

ao Aviso n? 008 de 9 de janeiro de 1974 que encaminha em anexo

a Exposição de Motivos dessa Secretaria-Geral n9 001 de 03 de

janeiro de 1974 referente ao Conceito Estratégico Nacional. Na

citada Exposição de Motivos ê sugerido que os Membros do Con­

selho de Segurança emitam parecer sobre os seguintes pontos:

- verificar se o Conceito Estratégico Nacional

(CEN) aprovado em 5/3/1969 está ajustado ã atual dinâmica

do País e â nova ordem de relações no campo internacio­

nal, quanto a FORMA e ã PARTE SUBSTANTIVA.

- apresentar subsídios para eventuais reformula­

ções desse instrumento de Política Governamental, com ba­

se na experiência dos últimos cinco anos.

No que concerne ã FORMA julgo ser mais adequado e

lógico uma sistemática de planejamento prevendo as seguintes e

tapas:

a) a fixação dos Objetivos Nacionais Permanentes

1 (0NP);

A Sua Exa. o Senhor General-de-Brigada JOÃO BAPTISTA D£ OLIVEIRA FIGUEIREDO DD. SECRETÁRIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL.

C3SSÍIK0 Oi SEGOailtÇÂ WCI8HSI

SIGI! n^n !

Stcnrttri*-Geral j

SECRETO

(Continuação do Aviso n9Q±foq.ãe,£o /&2/1974, do ílinistro da Ma rinha ao CSN) .

b) a realização de urn exame de situação - Avaliação

da Conjuntura (AC) - na qual se configuram as linhas gerais

da situação nacional e internacional de forma conjuntural e

dinâmica, visando avaliar seus efeitos sobre os OITP;

c) a formulação do Conceito Estratégico nacional

(CEN) baseada nos resultados da AC, no qual se consubstan­

ciam:

- os Pressupostos Básicos considerados imprescindí­

veis;

- as Hipóteses de Guerra (HG);

- os Objetivos Nacionais Atuais (ONA); e

- a Política de Consecução para atingir os ONA.

d) a elaboração de Diretrizes de Planejamento (DP),

calcadas no CEN e que especificam, com maiores minúcias, a

orientação a seguir para o cumprimento da Política de Conse

eucão.

Dentro desta sistemática o CEN, era síntese, nada

mais é do que o ESTABELECIMENTO DOS PRESSUPOSTOS BÁSICOS e das

KG e a FIXAÇÃO dos ONA e da POLÍTICA para concretizá-los, dentro

das possibilidades e limitações estabelecidas pela AC. Assim

sendo a sua elaboração deverá ser forçosamente precedida pela da

AC. Tal AC necessita cobrir 03 principais fatos relativos aos

Campos Político, Psicossocial, Econômico e Militar, retratando a

realidade nacional e internacional em uma análise profunda e pre

cisa, ainda que sintética e objetiva, de modo a permitir conclu­

sões bem fundamentadas que possibilitem a elaboração do C.r"-í.

(Continuação do Aviso n? Olb^deví^ /é?2 /191A, do Ministro da Marinha ao CSN) .

Caso a AC não seja adequadamente efetuada, o CEN serã calcado

em idéias não necessariamente decorrentes de fatos verdadeiros

ou de projeção futuras realísticas.

Ko que concerne à PARTE SUBSTANTIVA julgo que, a

forma de apresentação não parece ser a mais adequada, contendo

omissões importantes e encontrando-se desatualizada em vários

pontos pelo que se impõe uma revisão.

( No que se refere ã apresentação de subsídios, em

coerência com a sistemática anteriormente sugerida, caberia in-

dicâ-los apenas quanto aos PRESSUPOSTOS BÁSICOS, às HG, aos ONA

e respectiva POLÍTICA DE CONSECUÇÃO, uma vez que o CEN nisso se

resumiria. Entretanto, julguei preferível apresentá-los seguin

do a forma atual do CEN pois ê ainda ignorado qual a sistemáti­

ca que serã aprovada. Se adotada a acima proposta,. certamente

a elaboração de uma AC atualizada indicará a necessidade de al­

terações e acréscimos que, na sua falta, não poderão ser atual­

mente identificados e visualizados. Assim não dispondo de uma

AC atualizada, os subsídios que tenho a honra de encaminhar a

V.Exa. em anexo a este aviso não constituem meu ponto de vista

para uma reformulação completa do CEN, mas apenas o relaciona­

mento dos aspectos que parecem merecedores de atenção na atual

versão do CEN.

Aproveito a oportunidade para renovar a V.Exa.' os

protestos de elevada estima e distinta consideração.)

.

ADALBERTO DE BARR03 NUNES Ministro da Marinha

ULTRA-SECRETO Jiló-

ITEM

1

Objetivos Nacio­

nais Permanentes

2

Elementos Essen­

ciais da Políti­

ca Governamental

PÃG.

1

2

4

REDAÇÃO DO DOCUMENTO CEN 1 9 6 9

In tegridade Terr.l to ti ai

Manutenção do espaço geográ­fico sob jurisdição nacional I em suas atuais fronteiras,as sim como o espaço aéreo, a ele sobrejacente e da plata­forma submarina nos limites determinados pela Legislação Brasileira.

Democracia Representativa

Aprimoramento do regime demo crãtico representativo em função dos princípios funda­mentais da democracia e atra_ vés do aperfeiçoamento do processo político nacional e do estabelecimento de insti­tuições políticas estáveis , mantendo como essência da or ganização nacional a Federa­ção e a República.

Item 2.1.1.5.implantação da Reforma Administrativa, vi­sando dinamizar e racionali zar a administração federal

Item 2.1.1.6 - Consolidação e aperfeiçoamento do Sistema Estatístico Nacional.

REDAÇÃO PROPOSTA

/ Integridade Territorial \

Manutenção do espaço geo­gráfico sob jurisdição na cional em suas atuais iron i teiras, nos limites deter / minados pela Legislação / .Brasileira. /

Democracia Representativa

Aprimoramento do regime democrático representat_i vo em função dos princí­pios fundamentais da demo cracia e através do aper­feiçoamento do processo político nacional e do ess tabelecimento de institui ções políticas estáveis , compatíveis com a realida de brasileira.

Cancelar itens 2.1.1.5. e 2.1.1.6.

JUSTIFICATIVA

A redação proposta ê mais abrangente e en globa o espaço aé­reo, as águas juris-dicionais e o subso­lo marinho, evitando a expressão " plata­forma submarina,ain­da não definida ade-quadaraente no Direi­to do liar.

Para que se evite a • tendência de assimi­lar procedimentos e modelos políticos a-lienígenas, incompa­tíveis com a realida de brasileira.

Relacionam-se apenas com aspectos particu lares e episódicos da conjuntura nacio­nal, nao merecendo constar do CEN.

ÜLTRA-SECRETí <"S

• - . , * • © PAG.

REDAÇÃO DO DOCUMENTO CEN 1 9 6 9 REDAÇÃO PROPOSTA JUSTIFICATIVA

Item 2.1.2.5. Apo i o a s medidas internacionais de de^armamento, inclusive proscrição de armas nucleares, resguardados os in­teresses da segurança nacio­nal, o equilíbrio de obriga­ções e deveres entre as partes contratantes, a liberdade de pesquisa e o direito de pleno uso do átomo para fins pacífi­cos.

Cancelar item 2.1.2.5

Item 2.2.5 - Fortalecimento da infra-estrutura social, em es­pecial no tocante a educação e habitação.

Passar para o campo psicossocial.

Item 2.2.14. Aproveitamento da energia nuclear para fins pací ficos.

Substituir por: Aproveitamento adequado dos recursos energéti­cos, de modo compatível com a realidade nacio­nal.

As medidas internacio­nais de desarmamento tem-se revelado utópi­cas. 0 item, como re­digido, ê conflitante e auto restritivo, no que concerne ao uso da energia nuclear. A MB vê como medida provável mente indispensável ao seu desenvolvimento fu turo a introdução da propulsão nuclear em alguns de seus navios, o que não pode ser pr£ priamente considerado "uso do átomo para fins pacíficos".

Nao cabe no campo eco­nômico.

O problema energético, do qual a energia nu­clear é apenas um ele_ raento, deve ser abor­dado como um todo, de modo a se evitarem dis torções em um país a-té agora carente de petróleo.

-2-

\j i«. D A c c r s-- -ü-:. -*-'%-.

I 3

n ULTRA - SECRETO PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA

SERVIÇC NACIONAL DE INFORMAÇO

AGÊNCIA CENTRAL

DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES N9 43/9

DATA - 15 Fev 74

ASSUNTO - Conceito Estratégico Nacional

ORIGEM - AC

DIFUSÃO - Ch SNI

1. INTRODUÇÃO

Fará a reformulação de Conceito Estratégico Nacional, tem o con­

selho de Segurança Nacional necessidade de informações produzidas pe_

Io SNI em decorrência de sua missão de realizar o acompanhamento da

execução da Política e dos Planos de Governo.

O Conceito Estratégico Nacional foi formulado cem base em dades

obtidos até 13 de março de 1969, dais^ em que foi difundido para o

SNI« <r?~ rJV Em 17 de dezembro de 1969 SAI laborado o Roteiro e Definições

Iniciais das Bases do Programa dó »lll Governo da Revolução.

Posteriormente, em 29 de ouS&bro de 1970, o Exm2 senhor Presiden

te da República aprovou o Planejamento de Segurança Interna que pas_

sou a vigorar a 15 de novembro de 1970.

Os três documentos acima citados impuzeram missões específicas ao

SNI que, em razão de suas atribuições, elaborou o PNI que foi posto

em execução a partir de 12 de janeiro de 1971.

De trabalho de coleta, avaliação, análise, integração e interpre_

tação dos dades obtidos pelo sistema Nacional de Infornações, resul_

taram Informações produzidas e difundidas pelo SNI.

Na oportunidade em que se inicia a análise do Conceito Estratégi_

co Nacional, para verificar da necessidade eventual de alterá-lo ou

revê-lo, assume real importância a disponibilidade de informações

ULTRA - SECRETO J3l

- 2 -

referentes à Política Governamental, às Pressões Dominantes, à Segu

rança interna e à Segurança Nacional, produzidas pelo SNI.

Neste trabalho são apresentadas as Informações obtidas pelo SNI

para a fase de análise de Conceito Estratégico Nacional.

2. INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA POLÍTICA GOVER

NAMENTAL

a. No Campo Político

l) Interno

a) 0 atual processo eleitoral, fundamentado na eleição indire_

ta dos Governadores de Estado e do Presidente da República,

vem sendo combatido pelo MDB e por um número relativamente

grande de legisladores da ARENAN^que assim dificultam a com­

preensão, por parte dos eleitores, dos objetivos de preserva­

ção e fortalecimento do re.gi3e democrático.

b) 0 MDB é o partido qu^Vmais ^ m aplicado sanções a seus re_

Dresentantes, com base no pr^cípio da fidelidade partidária.

V c) Há uma indisfarçável i^nistosidade nas relações para com

o Executivo, por parte do Legislativo e de Judiciário, sendo

que estes buscam uma recipj&lfcidade de prestígio para se forta_

lecer nas divergências com o Executivo.

d) 0 restabelecimento do "habeas-corpus" tem sido reivindicado

mais como arma de contestação do princípio da autoridade, do

que como instituto de defesa legítima contra o abuso de poder.

e) A Reforma Administrativa, embora já implantada nos ôrgaos

do Poder Executivo ainda não atingiu a sua consolidação, fal­

tando ainda ser implantada no Poder Judiciário.

2) Externo

a) A paz mundial tem sofrido constantes ameaças, mostrando-se

a ONU incapaz e impotente para a solução dos conflitos e di

putas mais ameaçadores da obtenção de um clima de paz entre CD

l L;_Í . ..••. - bliGniilü

°/3<Q)

ULTRA - SECRETO - 3

as nações. A mediação entre os elementos em disputa ainda de

pende, fundamentalmente, da intervenção, ou não, dos ESTADOS

UNIDOS e da UNIÃO SOVIÉTICA, nas áreas de maior perigo.

b) A ONU, por intermédio de alguns de seus organismos, e paí­

ses, isoladamente ou em grupos regionais ou ideológicos, tem

se valido da Declaração de Princípios dos Direitos Humanos, pa_

ra se imiscuir em assuntos de política interna do BRASIL e de

outros países, num evidente atentado à soberania nacional.

c) A aceitação ou não do princípio da pluralidade ideológica

ou das fronteiras ideológicas tem constituído uma ameaça à

unidade da OEA e a todos os acordos estabelecidos sob a sua

égide.

d) Na área latino-americana a saoj^ceitação do desenvolvimen­

to brasileiro por parte devaS-gumao nações, em especial a AR­

GENTINA, PERU e VENEZUELA^ te^dificultado o esforço de coope_

ração do BRASIL no senfoLâo>^T dinamização da ALALC e do desen

volvimento integrado do C&t inente Sul-Americano.

e) Os países Sul-americanos, como URUGUAI, BOLÍVIA, CHILE e

PARAGUAI, que reconhecem ter o BRASIL vencido a ameaça de do­

minação comunista, necessitam e têm solicitado a solidarieda­

de e. apoio do BRASIL, no esforço de eliminar, também, de seu

território a ameaça de envolvimento do MCI.

f) A ARGENTINA já obteve sua primeira experiência positiva de

fissão nuclear através de uma reação controlada em cadeia, dis_

so dando ampla divulgação, no evidente propósito de alardear

uma possibilidade ímpar no cenário latino-americano, qual•se­

ja a aquisição de "know-how" para a confecção de um engenho

bélico nuclear.

b. No Campo Econômico

l) A aceleração do desenvolvimento industrial terá sido maior do

que a assinalada no setor agropecuário, dificultando o controle

sobre a inflação que ainda se mantêm acima do índice dos 10%.

('

ULTRA - SECRETO 0S33

_ 4 -

2) No setor da indústria automobilística e no da pecuária tem ha_

vido tentativas de abuso do poder econômico.

3) A exceção da SUFRAMA e SUDESUL, os demais organismos regio­

nais ainda não obtiveram, nas regiões em que atuam, um processo

autônomo de desenvolvimento, de vez que os recursos oriundos dos

incentivos fiscais provenientes das áreas mais desenvolvidas nao

têm encontrado a contrapartida dos recursos financeiros da área.

4) As indústrias básicas já se encontram consolidadas, à exce­

ção dos metais não ferrosos, enquanto que a empresa privada na­

cional, embora fortalecida, ainda se encontra sob a ameaça das

multinacionais e não atingiu um total poder competitivo no mer­

cado internacional. K

5) As deficiências qualitativas eNjuantitativas do magistério,

em todos os seus níveis, kêtír dificultado o fortalecimento da in

fra-estrutura educacionaV Essas deficiências, no nível da Uni

versidade, têm sido responsaijeis' pela pouca participação da Uni

versidade no campo da pesquisa e na formação nacional de técni­

cas aperfeiçoados nos cursos de pós-graduação, assim como na for

rr.ação e manutenção de cientistas. Ainda é insuficiente a forma_

ção de técnicos do setor agropecuário.

6) Embora implantado e consolidado, o Programa Nacional de Habi

tação apresenta índices de retorno de capital ainda em bases

inacessíveis às camadas de menor poder aquisitivo da população.

7) Para o desenvolvimento da infra-estrutura agrícola, a eletri_

ficação rural ainda é escassa devido à. falta de um eficiente e_s

quema financeiro para o setor. Os meios de transporte ainda sao

insuficientes para o escoamento da produção e aliados à defici­

ência das instalações de armazenamento, dificultam o abasteci­

mento das áreas de maior demanda comercial ou das carentes de

suprimentos. 0 extraordinário desenvolvimento experimentado pe_

Io BRASIL, desde 1969, no setor das comunicações reduziu os pra_

zos existentes entre a demanda e o suprimento das necessidades,

ULTRA - SECRETO

__ ° ^ ) üliRA- SECRETO I - 5 -

assumindo, assim, os meios de transporte uma importância vital

no desenvolvimento e expansão do mercado interno.

c. No Campo Psicossocial

1) 0 crescente contingente populacional, que busca educação e

cultura, não tem encontrado, na iniciativa privada e na rede

educacional particular, a contra-partida de atendimento eficaz

e eficiente, buscando estas mais o interesse econômico e finan­

ceiro do que propriamente a cooperação que era de se esperar da

primeira e a dedicação imprescindível da segunda.

2) Os benefícios médico-sanitários estão previstos para atender

à grande maioria da população, seja através da Previdência So­

cial que protege o assalariado urbano, seja através do FUNRURAL

que assiste ao trabalhador ruraà, e ao pescador. A classe médi­

ca, contudo, através da sua A^ociaHâjo de classe de âmbito Na-

cional — a "Associação MétiSca Brasileira - AMB" — e de alguns

Conselhos Regionais de Med\cina>)combate a sistemática assistên

cia médica fornecida pelos iífccírrumentos existentes, preconizan­

do uma assistência com base^na livre escolha, comprovadamente _i

nadequada à realidade brasileira, com a alegação de que a medi­

cina previdenciária contraria princípios do Código de Ética Mé­

dica.

d. No âmbito das Informações

0 acelerado desenvolvimento do BRASIL tem exigido do SISTEMA

NACIONAL DE INFORMAÇÕES um incremento de atividades para a oportu

na produção de Informações Necessárias à reformulação e condição

da Política Nacional.

Estuda-se uma reestruturação, que nao é ainda imperativa, para

o Serviço Nacional de Informações, a fim de melhor adequá-lo ao

desempenho das missões que lhe estão atribuídas.

3- INFORMAÇÕES RELATIVAS ÀS PRESSÕES DOMINANTES

a. A Política Governamental para a consecução dos Objetivos Nacio

ULTRA-SECRETO °?3 - 6 -

nais Permanentes tem encontrado a oposição das seguintes Pressões

Dominantes:

- Pressão do Movimento Comunista internacional J

- Pressão Política interna ^

- Pressão Psicossocial interna

- Pressão Política Externa >i

- Pressão Econômica v

b. Pressão do Movimento Comunista internacional

Sob a orientação da UNIÃO SOVIÉTICA e da CHINA CONTINENTAL o

Movimento Comunista internacional tem visado a tomada do poder no

BRASIL. Contando com o apoio de adeptos e simpatizantes da ideo­

logia comunista no País, tem em CUBA o seu ponto de apoio mais pr<5

ximo do continente americano. J^f V>

Depois da perda de posiçõe<sAíò URU SjUAI e no CHILE, o MCI sele-

cionou a BOLÍVIA, por sua ins\abi]çülade política, insuficiência e_

conômica e contradições p^-COss«x?iais, além da debilidade militar,

como o alvo mais favorável aoy processo de tomada de poder pelo

MCI. Uma vez dominada a BOLÍVIA, mais fácil se tornarão as ações

contra o BRASIL.

Internamente, a ação do MCI tem visado a conturbação nas áreas

políticas e psicossociais, particularmente no setor universitário,

no clero e nos meios de comunicação social.

Externamente, a pressão do MCI atua, de modo particular, no Cam

po Político, onde visa a apresentar uma idéia deformada da Revolu

çao Brasileira, bem como no Campo Econômico para fomentar o des­

crédito e contestar o desenvolvimento obtido pelo BRASIL.

0 retorno de CUBA ao seio da OEA permitirá uma ação mais ampla

do MCI contra o BRASIL, pela influência que CUBA poderá exercer so

bre os países hispânicos a fim de qv.e o BRASIL venha a ficar iso­

lado ou com poucos aliados no combate ao comunismo.

0 MCI tem possibilidade de aumentar seu poder e gerar um clima

de guerra revolucionária, particularmente na área rural.

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ULTRA - SECRETO - 7 -

c. Pressão Política interna

Elementos e grupos políticos nacionais unidos pelo inconformis_

mo com a ordem constitucional vigente, contestam o Governo Fede­

ral.

Elementos punidos pela legislação revolucionária preparam-se pa_

ra retornar ao cenário político nacional após a extinção dos pra­

zos estabelecidos para as penalidades. JOÃO GOULART tem procura­

do o apoio de JUAN D. PERÓN para uma ação conjunta contra o Gove£

no Brasileiro visando ainda a obter o apoio para seu retorno ao

BRASIL.

A pressão política interna tem apoiado as pressões do MCI e do

campo psicossocial, delas se utilizando para as ações de contesta^

ção ao Governo Federal. , \

d. Pressão Psicossocial interna^ ^

<Q CS

0 c l e r o , a t r avés da Conferência r ac iona l dos Bispos do BRASIL,

tem se cons t i t u ído como O/^princi^l grupo soc ia l de pressão que vi_

sa a mudança dos a t u a i s padrõte^^morais e r e l i g i o s o s do BRASIL. A

CNBB, como órgão que se autodenomina r ep resen tan te e i n t é r p r e t e

da doutr ina soc ia l da ig re j a Catól ica tem r e a l i z a d o pressões na

área p o l í t i c a e nos meios de comunicação s o c i a l , usando-os como

ve ícu los de disseminação de concei tos d issonantes com a r ea l idade

nacional e , fundamentalmente, con t r á r ios aos ob je t ivos da Revolu­

ção B r a s i l e i r a .

0 c l e ro tem dado apoio a grupos a s s a l a r i a d o s , a subversivos e

a movimentos e s t u d a n t i s , sempre que esses grupos ou elementos, ex

piorando as fa lhas e s t r u t u r a i s da sociedade, atacam a P o l í t i c a Go

vernamental, a fim de t e n t a r a mudança v io len ta dos a t u a i s padrões

da sociedade b r a s i l e i r a .

e. Pressão Política Externa

A ARGENTINA tem assumido uma nítida posição contestatória do

desenvolvimento brasileiro e vem desenvolvendo uma agressiva pol_í

tica de aproximação com o URUGUAI, PARAGUAI e BOLÍVIA, a fim de

neutralizar o apoio que esses países têm buscado e encontrado no

BRASIL, principalmente no setor econômico. Diante õo desenvolvi­

mento e da posição alcançados pelo BRASIL, a ARGENTINA tem busca­

do assumir a liderança na Bacia do PRATA, polarizando, também, o

desenvolvimento das nações hispano-sul-americanas.

Embora válida, a tese da poluição ambiental tem servido de pre_

texto para nações industrializadas, como a SUÉCIA e a NORUEGA que

receiosas de uma concorrência à sua indústria madeireira, têm de­

senvolvido uma campanha mundial de "preservação da floresta Amaz_o

nica" e de combate à "devastação" das reservas florestais do BRA­

SIL.

f. Pressão Econômica

A pressão econômica exercida pelos países produtores de petró­

leo e de gás natural tem possibilidade de reduzir o índice de de­

senvolvimento do BRASIL. Além disso,.ê previsível que se acentuem

as pressões originárias dos passes j^odutores e exportadores de ma

raiz aturados e importadores de^ma^erias-primas, com vistas a res­

tringir o desenvolvimento dus^ial do BRASIL, a fim de reduzir

suas possibilidades na compe^ção pelo mercado internacional.

4. INFORMAÇÕES RELATIVAS À SEGURANÇA INTERNA

a. Há ainda desequilíbrios sôcio-econômicos regionais e setoriais

que favorecem o proselitismo comunista.

b. 0 combate è corrupção tem se defrontado com o desaparelhamento

dos órgãos de repressão e com a incompreensão dos Governos Esta­

duais e Municipais que sofrem pressões do Poder Político e do Po­

der Econômico.

c. Elementos comunistas e filo-cornunistas ainda se encontram in­

filtrados na administração pública estadual e municipal e nos se­

tores estudantis e de comunicação social.

d. A opinião pública ainda nao adquiriu a confiança na classe po­

lítica e no sistema representativo, porque este nao tem correspon

dido a seus anseios de aprimoramento e aquela ainda coloca o in­

teresse pessoal ou de grupos econômicos, e mesmo subversivos, aci

ma do bem comum.

e. A falta de autêntiiaos —1-ía"eras-/aera5cra"ticos em todos os setores ULl rtA - 5LUKLI U i

ULTRA - SECRETO - 9 -

de atividades tem dificultado o esclarecimento e a orientação da

opinião publica sobre a insidiosa atividade da subversão comunis­

ta subordinada aos ditames do Movimento Comunista internacional.

f. A Lei de Segurança Nacional necessita ser aperfeiçoada para per

mitir um melhor combate à subversão.

g. Ainda há um foco de guerrilha rural na área de MARABÁ-XAMBIOÁ,

havendo possibilidade do surgimento de outros em áreas onde exis­

te o problema de disputa de terras ou de condições psicossociais

tensas.

5. INFORMAÇÕES RELATIVAS À SEGURANÇA NACIONAL

a. Os Poderes Legislativo e Judiciário ainda são vulneráveis às

pressões do MCI e à infiltração de elementos comunistas, por tan­

to, sem condições necessárias àQjonsolidação da democracia e à ma_

nutenção da ordem. 4^" pTV

b. Ò desenvolvimento do sfeípr agropecuário ainda não é suficiente

e é um dos fatores que tem çcmtribuído para a manutenção dos.des­

níveis sociais e econômico^ regionais e setoriais.

c. Ainda é baixo o poder aquisitivo de grande parte da população,

particularmente, o da classe assalariada rural.

d. 0 MCI vem intensificando sua ação no sentido de assumir o po­

der na ARGENTINA, no EQUADOR, no PERU e na BOLÍVIA, elegendo este

último país como alvo prioritário de suas ações.

e. CUBA desenvolve uma política de reatamento de relações com os

ESTADOS UNIDOS, o que lhe assegurará oreingresso na OEA, neutrali­

zando, assim, qualquer apoio que, pelos países latino-americanos,

possa ser solicitado aos ESTADOS UNIDOS para se contraporem aos

esforços cubanos de exportação da subversão para o continente ame

ri cano.

f. Os órgãos de Segurança e os de Informações devem continuar a

merecer as atenções dos poderes públicos, a fim de aparelhá-los e

estruturá-los para o combate às ações adversas.

6. CONCLUSÃO

Em razão das Informações contidas nos itens anteriores, torna-se

necessário, na reformulação do Conceito Estratégico Nacional, rever

os aspectos a seguir mencionados:

a. Quanto aos Elementos Essenciais da Política Governamental

l) No Campo Político interno

a) Aperfeiçoamento do processo eleitoral.

b) Definição da situação política de elementos punidos pela Ke

volução.

c) Aperfeiçoamento das relações entre os Poderes da União, sem

enfraquecer o Executivo.

A d) Providencias para que o instituto do"habeas-corpus"nao po_s

sa beneficiar as pessoas envpígidasfsm delitos infringentes

da Lei de Segurança Nacional. O..

e) Revisão da Lei de Seguranç«£»Nacionai para maior facilidade

de combate à subversão.

f) Implantação da Reforma Administrativa no âmbito do Poder

Judiciário.

2) No Campo Político Externo

a) Revisão do apoio aos organismos internacionais (ONU e OEA)

nos casos em que a interferência dos mesmos atente contra a

soberania nacional.

b) Fixação de posições contrárias ao pluralismo ideológico.

c) Apoio aos países latino-americanos no combate ao MCI.

d) Apoio ao desenvolvimento dos países limítrofes do BRASIL.

e) Desapoio ao reingresso de CUBA na OEA.

3) No Campo Econômico

a) Desenvolvimento do setor agropecuário.

V^O)

ULTRA - SECRETO - 11

b) Poupança interna e desenvolvimento de áreas regionais.

c) Desenvolvimento da indústria de metais não ferrosos.

d) Dependência dos países fornecedores de petróleo.

e) Desenvolvimento dos meios de transporte e armazenamento.

4) &o Campo Psicossocial

a) Análise dos resultados da Reforma do Ensino nos diversos

graus, corrigindo as distorções constatadas.

b) Estabelecimento de uma Política Nacional de Saúde, com a

conseqüente atualização do Código de Ética Médica.

c) Controle da atuação dos meijos de Comunicação social.

d) Acompanhamento da atuação do>£lero.

e) Instrução para a forrrta ao te técnicos e cientistas.

f) Aperfeiçoamento do\^rogyama Nacional de Habitação.

b. Quanto à Segurança interna

1) Medidas para evitar a infiltração comunista na administração

pública, no setor estudantil, nos meios de comunicação social,

no clero e no setor sindical.

2) Medidas para impedir a corrupção na administração pública.

3) Incentivo à formação de líderes democráticos nos meios estu­

dantil e sindical.

4) Medidas para obter a eliminação do foco de guerrilha rural.

5) Medidas para acelerar a solução dos problemas sobre disputa

de terras.

6) Medidas para assegurar o reaparelhamento dos órgãos de Segu­

rança Pública.

c. Quanto à Segurança Nacional

l) Medidas para impedir a infiltração de elementos comunistas na

área Legislativa e Judiciária.

ULTRA - SECRETO - Í2 -

2) Medidas para obstaculizar a,, atuação do MCI no Continente Sul-V

-Americano. Q> w

3) Estudos para a reestruturaçãoQe o reaparelhamento do Serviço

Nacional de Informações^ Ç> K ^ N 4) Acompanhamento da s i t u a d o p o l í t i c a dos pa í ses l i m í t r o f e s do

BRASIL.

* * • *