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6Z/MF CA-5501
S P - M D - 0 1 7
tUííLIU
•
w)
(V) N<?01b4
\ l ! >x! I ' v ; I . , i
RIO DE JANEIRO, GB. , EmJPtJde f e v e r e i r o de 1974 .
Senhor G e n e r a l
k '"'
Tenho a honra de dirigir-me a V.Exa. em resposta
ao Aviso n? 008 de 9 de janeiro de 1974 que encaminha em anexo
a Exposição de Motivos dessa Secretaria-Geral n9 001 de 03 de
janeiro de 1974 referente ao Conceito Estratégico Nacional. Na
citada Exposição de Motivos ê sugerido que os Membros do Con
selho de Segurança emitam parecer sobre os seguintes pontos:
- verificar se o Conceito Estratégico Nacional
(CEN) aprovado em 5/3/1969 está ajustado ã atual dinâmica
do País e â nova ordem de relações no campo internacio
nal, quanto a FORMA e ã PARTE SUBSTANTIVA.
- apresentar subsídios para eventuais reformula
ções desse instrumento de Política Governamental, com ba
se na experiência dos últimos cinco anos.
No que concerne ã FORMA julgo ser mais adequado e
lógico uma sistemática de planejamento prevendo as seguintes e
tapas:
a) a fixação dos Objetivos Nacionais Permanentes
1 (0NP);
A Sua Exa. o Senhor General-de-Brigada JOÃO BAPTISTA D£ OLIVEIRA FIGUEIREDO DD. SECRETÁRIO-GERAL DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL.
C3SSÍIK0 Oi SEGOailtÇÂ WCI8HSI
SIGI! n^n !
Stcnrttri*-Geral j
SECRETO
(Continuação do Aviso n9Q±foq.ãe,£o /&2/1974, do ílinistro da Ma rinha ao CSN) .
b) a realização de urn exame de situação - Avaliação
da Conjuntura (AC) - na qual se configuram as linhas gerais
da situação nacional e internacional de forma conjuntural e
dinâmica, visando avaliar seus efeitos sobre os OITP;
c) a formulação do Conceito Estratégico nacional
(CEN) baseada nos resultados da AC, no qual se consubstan
ciam:
- os Pressupostos Básicos considerados imprescindí
veis;
- as Hipóteses de Guerra (HG);
- os Objetivos Nacionais Atuais (ONA); e
- a Política de Consecução para atingir os ONA.
d) a elaboração de Diretrizes de Planejamento (DP),
calcadas no CEN e que especificam, com maiores minúcias, a
orientação a seguir para o cumprimento da Política de Conse
eucão.
Dentro desta sistemática o CEN, era síntese, nada
mais é do que o ESTABELECIMENTO DOS PRESSUPOSTOS BÁSICOS e das
KG e a FIXAÇÃO dos ONA e da POLÍTICA para concretizá-los, dentro
das possibilidades e limitações estabelecidas pela AC. Assim
sendo a sua elaboração deverá ser forçosamente precedida pela da
AC. Tal AC necessita cobrir 03 principais fatos relativos aos
Campos Político, Psicossocial, Econômico e Militar, retratando a
realidade nacional e internacional em uma análise profunda e pre
cisa, ainda que sintética e objetiva, de modo a permitir conclu
sões bem fundamentadas que possibilitem a elaboração do C.r"-í.
•
(Continuação do Aviso n? Olb^deví^ /é?2 /191A, do Ministro da Marinha ao CSN) .
Caso a AC não seja adequadamente efetuada, o CEN serã calcado
em idéias não necessariamente decorrentes de fatos verdadeiros
ou de projeção futuras realísticas.
Ko que concerne à PARTE SUBSTANTIVA julgo que, a
forma de apresentação não parece ser a mais adequada, contendo
omissões importantes e encontrando-se desatualizada em vários
pontos pelo que se impõe uma revisão.
( No que se refere ã apresentação de subsídios, em
coerência com a sistemática anteriormente sugerida, caberia in-
dicâ-los apenas quanto aos PRESSUPOSTOS BÁSICOS, às HG, aos ONA
e respectiva POLÍTICA DE CONSECUÇÃO, uma vez que o CEN nisso se
resumiria. Entretanto, julguei preferível apresentá-los seguin
do a forma atual do CEN pois ê ainda ignorado qual a sistemáti
ca que serã aprovada. Se adotada a acima proposta,. certamente
a elaboração de uma AC atualizada indicará a necessidade de al
terações e acréscimos que, na sua falta, não poderão ser atual
mente identificados e visualizados. Assim não dispondo de uma
AC atualizada, os subsídios que tenho a honra de encaminhar a
V.Exa. em anexo a este aviso não constituem meu ponto de vista
para uma reformulação completa do CEN, mas apenas o relaciona
mento dos aspectos que parecem merecedores de atenção na atual
versão do CEN.
Aproveito a oportunidade para renovar a V.Exa.' os
protestos de elevada estima e distinta consideração.)
.
ADALBERTO DE BARR03 NUNES Ministro da Marinha
ULTRA-SECRETO Jiló-
ITEM
1
Objetivos Nacio
nais Permanentes
2
Elementos Essen
ciais da Políti
ca Governamental
PÃG.
1
2
4
REDAÇÃO DO DOCUMENTO CEN 1 9 6 9
In tegridade Terr.l to ti ai
Manutenção do espaço geográfico sob jurisdição nacional I em suas atuais fronteiras,as sim como o espaço aéreo, a ele sobrejacente e da plataforma submarina nos limites determinados pela Legislação Brasileira.
Democracia Representativa
Aprimoramento do regime demo crãtico representativo em função dos princípios fundamentais da democracia e atra_ vés do aperfeiçoamento do processo político nacional e do estabelecimento de instituições políticas estáveis , mantendo como essência da or ganização nacional a Federação e a República.
Item 2.1.1.5.implantação da Reforma Administrativa, visando dinamizar e racionali zar a administração federal
Item 2.1.1.6 - Consolidação e aperfeiçoamento do Sistema Estatístico Nacional.
REDAÇÃO PROPOSTA
/ Integridade Territorial \
Manutenção do espaço geográfico sob jurisdição na cional em suas atuais iron i teiras, nos limites deter / minados pela Legislação / .Brasileira. /
Democracia Representativa
Aprimoramento do regime democrático representat_i vo em função dos princípios fundamentais da demo cracia e através do aperfeiçoamento do processo político nacional e do ess tabelecimento de institui ções políticas estáveis , compatíveis com a realida de brasileira.
Cancelar itens 2.1.1.5. e 2.1.1.6.
JUSTIFICATIVA
A redação proposta ê mais abrangente e en globa o espaço aéreo, as águas juris-dicionais e o subsolo marinho, evitando a expressão " plataforma submarina,ainda não definida ade-quadaraente no Direito do liar.
Para que se evite a • tendência de assimilar procedimentos e modelos políticos a-lienígenas, incompatíveis com a realida de brasileira.
Relacionam-se apenas com aspectos particu lares e episódicos da conjuntura nacional, nao merecendo constar do CEN.
ÜLTRA-SECRETí <"S
• - . , * • © PAG.
REDAÇÃO DO DOCUMENTO CEN 1 9 6 9 REDAÇÃO PROPOSTA JUSTIFICATIVA
Item 2.1.2.5. Apo i o a s medidas internacionais de de^armamento, inclusive proscrição de armas nucleares, resguardados os interesses da segurança nacional, o equilíbrio de obrigações e deveres entre as partes contratantes, a liberdade de pesquisa e o direito de pleno uso do átomo para fins pacíficos.
Cancelar item 2.1.2.5
Item 2.2.5 - Fortalecimento da infra-estrutura social, em especial no tocante a educação e habitação.
Passar para o campo psicossocial.
Item 2.2.14. Aproveitamento da energia nuclear para fins pací ficos.
Substituir por: Aproveitamento adequado dos recursos energéticos, de modo compatível com a realidade nacional.
As medidas internacionais de desarmamento tem-se revelado utópicas. 0 item, como redigido, ê conflitante e auto restritivo, no que concerne ao uso da energia nuclear. A MB vê como medida provável mente indispensável ao seu desenvolvimento fu turo a introdução da propulsão nuclear em alguns de seus navios, o que não pode ser pr£ priamente considerado "uso do átomo para fins pacíficos".
Nao cabe no campo econômico.
O problema energético, do qual a energia nuclear é apenas um ele_ raento, deve ser abordado como um todo, de modo a se evitarem dis torções em um país a-té agora carente de petróleo.
-2-
\j i«. D A c c r s-- -ü-:. -*-'%-.
I 3
n ULTRA - SECRETO PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA
SERVIÇC NACIONAL DE INFORMAÇO
AGÊNCIA CENTRAL
DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES N9 43/9
DATA - 15 Fev 74
ASSUNTO - Conceito Estratégico Nacional
ORIGEM - AC
DIFUSÃO - Ch SNI
1. INTRODUÇÃO
Fará a reformulação de Conceito Estratégico Nacional, tem o con
selho de Segurança Nacional necessidade de informações produzidas pe_
Io SNI em decorrência de sua missão de realizar o acompanhamento da
execução da Política e dos Planos de Governo.
O Conceito Estratégico Nacional foi formulado cem base em dades
obtidos até 13 de março de 1969, dais^ em que foi difundido para o
SNI« <r?~ rJV Em 17 de dezembro de 1969 SAI laborado o Roteiro e Definições
Iniciais das Bases do Programa dó »lll Governo da Revolução.
Posteriormente, em 29 de ouS&bro de 1970, o Exm2 senhor Presiden
te da República aprovou o Planejamento de Segurança Interna que pas_
sou a vigorar a 15 de novembro de 1970.
Os três documentos acima citados impuzeram missões específicas ao
SNI que, em razão de suas atribuições, elaborou o PNI que foi posto
em execução a partir de 12 de janeiro de 1971.
De trabalho de coleta, avaliação, análise, integração e interpre_
tação dos dades obtidos pelo sistema Nacional de Infornações, resul_
taram Informações produzidas e difundidas pelo SNI.
Na oportunidade em que se inicia a análise do Conceito Estratégi_
co Nacional, para verificar da necessidade eventual de alterá-lo ou
revê-lo, assume real importância a disponibilidade de informações
ULTRA - SECRETO J3l
- 2 -
referentes à Política Governamental, às Pressões Dominantes, à Segu
rança interna e à Segurança Nacional, produzidas pelo SNI.
Neste trabalho são apresentadas as Informações obtidas pelo SNI
para a fase de análise de Conceito Estratégico Nacional.
2. INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA POLÍTICA GOVER
NAMENTAL
a. No Campo Político
l) Interno
a) 0 atual processo eleitoral, fundamentado na eleição indire_
ta dos Governadores de Estado e do Presidente da República,
vem sendo combatido pelo MDB e por um número relativamente
grande de legisladores da ARENAN^que assim dificultam a com
preensão, por parte dos eleitores, dos objetivos de preserva
ção e fortalecimento do re.gi3e democrático.
b) 0 MDB é o partido qu^Vmais ^ m aplicado sanções a seus re_
Dresentantes, com base no pr^cípio da fidelidade partidária.
V c) Há uma indisfarçável i^nistosidade nas relações para com
o Executivo, por parte do Legislativo e de Judiciário, sendo
que estes buscam uma recipj&lfcidade de prestígio para se forta_
lecer nas divergências com o Executivo.
d) 0 restabelecimento do "habeas-corpus" tem sido reivindicado
mais como arma de contestação do princípio da autoridade, do
que como instituto de defesa legítima contra o abuso de poder.
e) A Reforma Administrativa, embora já implantada nos ôrgaos
do Poder Executivo ainda não atingiu a sua consolidação, fal
tando ainda ser implantada no Poder Judiciário.
2) Externo
a) A paz mundial tem sofrido constantes ameaças, mostrando-se
a ONU incapaz e impotente para a solução dos conflitos e di
putas mais ameaçadores da obtenção de um clima de paz entre CD
l L;_Í . ..••. - bliGniilü
°/3<Q)
ULTRA - SECRETO - 3
as nações. A mediação entre os elementos em disputa ainda de
pende, fundamentalmente, da intervenção, ou não, dos ESTADOS
UNIDOS e da UNIÃO SOVIÉTICA, nas áreas de maior perigo.
b) A ONU, por intermédio de alguns de seus organismos, e paí
ses, isoladamente ou em grupos regionais ou ideológicos, tem
se valido da Declaração de Princípios dos Direitos Humanos, pa_
ra se imiscuir em assuntos de política interna do BRASIL e de
outros países, num evidente atentado à soberania nacional.
c) A aceitação ou não do princípio da pluralidade ideológica
ou das fronteiras ideológicas tem constituído uma ameaça à
unidade da OEA e a todos os acordos estabelecidos sob a sua
égide.
d) Na área latino-americana a saoj^ceitação do desenvolvimen
to brasileiro por parte devaS-gumao nações, em especial a AR
GENTINA, PERU e VENEZUELA^ te^dificultado o esforço de coope_
ração do BRASIL no senfoLâo>^T dinamização da ALALC e do desen
volvimento integrado do C&t inente Sul-Americano.
e) Os países Sul-americanos, como URUGUAI, BOLÍVIA, CHILE e
PARAGUAI, que reconhecem ter o BRASIL vencido a ameaça de do
minação comunista, necessitam e têm solicitado a solidarieda
de e. apoio do BRASIL, no esforço de eliminar, também, de seu
território a ameaça de envolvimento do MCI.
f) A ARGENTINA já obteve sua primeira experiência positiva de
fissão nuclear através de uma reação controlada em cadeia, dis_
so dando ampla divulgação, no evidente propósito de alardear
uma possibilidade ímpar no cenário latino-americano, qual•se
ja a aquisição de "know-how" para a confecção de um engenho
bélico nuclear.
b. No Campo Econômico
l) A aceleração do desenvolvimento industrial terá sido maior do
que a assinalada no setor agropecuário, dificultando o controle
sobre a inflação que ainda se mantêm acima do índice dos 10%.
('
ULTRA - SECRETO 0S33
_ 4 -
2) No setor da indústria automobilística e no da pecuária tem ha_
vido tentativas de abuso do poder econômico.
3) A exceção da SUFRAMA e SUDESUL, os demais organismos regio
nais ainda não obtiveram, nas regiões em que atuam, um processo
autônomo de desenvolvimento, de vez que os recursos oriundos dos
incentivos fiscais provenientes das áreas mais desenvolvidas nao
têm encontrado a contrapartida dos recursos financeiros da área.
4) As indústrias básicas já se encontram consolidadas, à exce
ção dos metais não ferrosos, enquanto que a empresa privada na
cional, embora fortalecida, ainda se encontra sob a ameaça das
multinacionais e não atingiu um total poder competitivo no mer
cado internacional. K
5) As deficiências qualitativas eNjuantitativas do magistério,
em todos os seus níveis, kêtír dificultado o fortalecimento da in
fra-estrutura educacionaV Essas deficiências, no nível da Uni
versidade, têm sido responsaijeis' pela pouca participação da Uni
versidade no campo da pesquisa e na formação nacional de técni
cas aperfeiçoados nos cursos de pós-graduação, assim como na for
rr.ação e manutenção de cientistas. Ainda é insuficiente a forma_
ção de técnicos do setor agropecuário.
6) Embora implantado e consolidado, o Programa Nacional de Habi
tação apresenta índices de retorno de capital ainda em bases
inacessíveis às camadas de menor poder aquisitivo da população.
7) Para o desenvolvimento da infra-estrutura agrícola, a eletri_
ficação rural ainda é escassa devido à. falta de um eficiente e_s
quema financeiro para o setor. Os meios de transporte ainda sao
insuficientes para o escoamento da produção e aliados à defici
ência das instalações de armazenamento, dificultam o abasteci
mento das áreas de maior demanda comercial ou das carentes de
suprimentos. 0 extraordinário desenvolvimento experimentado pe_
Io BRASIL, desde 1969, no setor das comunicações reduziu os pra_
zos existentes entre a demanda e o suprimento das necessidades,
ULTRA - SECRETO
__ ° ^ ) üliRA- SECRETO I - 5 -
assumindo, assim, os meios de transporte uma importância vital
no desenvolvimento e expansão do mercado interno.
c. No Campo Psicossocial
1) 0 crescente contingente populacional, que busca educação e
cultura, não tem encontrado, na iniciativa privada e na rede
educacional particular, a contra-partida de atendimento eficaz
e eficiente, buscando estas mais o interesse econômico e finan
ceiro do que propriamente a cooperação que era de se esperar da
primeira e a dedicação imprescindível da segunda.
2) Os benefícios médico-sanitários estão previstos para atender
à grande maioria da população, seja através da Previdência So
cial que protege o assalariado urbano, seja através do FUNRURAL
que assiste ao trabalhador ruraà, e ao pescador. A classe médi
ca, contudo, através da sua A^ociaHâjo de classe de âmbito Na-
cional — a "Associação MétiSca Brasileira - AMB" — e de alguns
Conselhos Regionais de Med\cina>)combate a sistemática assistên
cia médica fornecida pelos iífccírrumentos existentes, preconizan
do uma assistência com base^na livre escolha, comprovadamente _i
nadequada à realidade brasileira, com a alegação de que a medi
cina previdenciária contraria princípios do Código de Ética Mé
dica.
d. No âmbito das Informações
0 acelerado desenvolvimento do BRASIL tem exigido do SISTEMA
NACIONAL DE INFORMAÇÕES um incremento de atividades para a oportu
na produção de Informações Necessárias à reformulação e condição
da Política Nacional.
Estuda-se uma reestruturação, que nao é ainda imperativa, para
o Serviço Nacional de Informações, a fim de melhor adequá-lo ao
desempenho das missões que lhe estão atribuídas.
3- INFORMAÇÕES RELATIVAS ÀS PRESSÕES DOMINANTES
a. A Política Governamental para a consecução dos Objetivos Nacio
ULTRA-SECRETO °?3 - 6 -
nais Permanentes tem encontrado a oposição das seguintes Pressões
Dominantes:
- Pressão do Movimento Comunista internacional J
- Pressão Política interna ^
- Pressão Psicossocial interna
- Pressão Política Externa >i
- Pressão Econômica v
b. Pressão do Movimento Comunista internacional
Sob a orientação da UNIÃO SOVIÉTICA e da CHINA CONTINENTAL o
Movimento Comunista internacional tem visado a tomada do poder no
BRASIL. Contando com o apoio de adeptos e simpatizantes da ideo
logia comunista no País, tem em CUBA o seu ponto de apoio mais pr<5
ximo do continente americano. J^f V>
Depois da perda de posiçõe<sAíò URU SjUAI e no CHILE, o MCI sele-
cionou a BOLÍVIA, por sua ins\abi]çülade política, insuficiência e_
conômica e contradições p^-COss«x?iais, além da debilidade militar,
como o alvo mais favorável aoy processo de tomada de poder pelo
MCI. Uma vez dominada a BOLÍVIA, mais fácil se tornarão as ações
contra o BRASIL.
Internamente, a ação do MCI tem visado a conturbação nas áreas
políticas e psicossociais, particularmente no setor universitário,
no clero e nos meios de comunicação social.
Externamente, a pressão do MCI atua, de modo particular, no Cam
po Político, onde visa a apresentar uma idéia deformada da Revolu
çao Brasileira, bem como no Campo Econômico para fomentar o des
crédito e contestar o desenvolvimento obtido pelo BRASIL.
0 retorno de CUBA ao seio da OEA permitirá uma ação mais ampla
do MCI contra o BRASIL, pela influência que CUBA poderá exercer so
bre os países hispânicos a fim de qv.e o BRASIL venha a ficar iso
lado ou com poucos aliados no combate ao comunismo.
0 MCI tem possibilidade de aumentar seu poder e gerar um clima
de guerra revolucionária, particularmente na área rural.
!;' T H '• error;*—rn > — — < • • • • v-• — o ; it_ ; vj _^
ULTRA - SECRETO - 7 -
c. Pressão Política interna
Elementos e grupos políticos nacionais unidos pelo inconformis_
mo com a ordem constitucional vigente, contestam o Governo Fede
ral.
Elementos punidos pela legislação revolucionária preparam-se pa_
ra retornar ao cenário político nacional após a extinção dos pra
zos estabelecidos para as penalidades. JOÃO GOULART tem procura
do o apoio de JUAN D. PERÓN para uma ação conjunta contra o Gove£
no Brasileiro visando ainda a obter o apoio para seu retorno ao
BRASIL.
A pressão política interna tem apoiado as pressões do MCI e do
campo psicossocial, delas se utilizando para as ações de contesta^
ção ao Governo Federal. , \
d. Pressão Psicossocial interna^ ^
<Q CS
0 c l e r o , a t r avés da Conferência r ac iona l dos Bispos do BRASIL,
tem se cons t i t u ído como O/^princi^l grupo soc ia l de pressão que vi_
sa a mudança dos a t u a i s padrõte^^morais e r e l i g i o s o s do BRASIL. A
CNBB, como órgão que se autodenomina r ep resen tan te e i n t é r p r e t e
da doutr ina soc ia l da ig re j a Catól ica tem r e a l i z a d o pressões na
área p o l í t i c a e nos meios de comunicação s o c i a l , usando-os como
ve ícu los de disseminação de concei tos d issonantes com a r ea l idade
nacional e , fundamentalmente, con t r á r ios aos ob je t ivos da Revolu
ção B r a s i l e i r a .
0 c l e ro tem dado apoio a grupos a s s a l a r i a d o s , a subversivos e
a movimentos e s t u d a n t i s , sempre que esses grupos ou elementos, ex
piorando as fa lhas e s t r u t u r a i s da sociedade, atacam a P o l í t i c a Go
vernamental, a fim de t e n t a r a mudança v io len ta dos a t u a i s padrões
da sociedade b r a s i l e i r a .
e. Pressão Política Externa
A ARGENTINA tem assumido uma nítida posição contestatória do
desenvolvimento brasileiro e vem desenvolvendo uma agressiva pol_í
tica de aproximação com o URUGUAI, PARAGUAI e BOLÍVIA, a fim de
neutralizar o apoio que esses países têm buscado e encontrado no
BRASIL, principalmente no setor econômico. Diante õo desenvolvi
mento e da posição alcançados pelo BRASIL, a ARGENTINA tem busca
do assumir a liderança na Bacia do PRATA, polarizando, também, o
desenvolvimento das nações hispano-sul-americanas.
Embora válida, a tese da poluição ambiental tem servido de pre_
texto para nações industrializadas, como a SUÉCIA e a NORUEGA que
receiosas de uma concorrência à sua indústria madeireira, têm de
senvolvido uma campanha mundial de "preservação da floresta Amaz_o
nica" e de combate à "devastação" das reservas florestais do BRA
SIL.
f. Pressão Econômica
A pressão econômica exercida pelos países produtores de petró
leo e de gás natural tem possibilidade de reduzir o índice de de
senvolvimento do BRASIL. Além disso,.ê previsível que se acentuem
as pressões originárias dos passes j^odutores e exportadores de ma
raiz aturados e importadores de^ma^erias-primas, com vistas a res
tringir o desenvolvimento dus^ial do BRASIL, a fim de reduzir
suas possibilidades na compe^ção pelo mercado internacional.
4. INFORMAÇÕES RELATIVAS À SEGURANÇA INTERNA
a. Há ainda desequilíbrios sôcio-econômicos regionais e setoriais
que favorecem o proselitismo comunista.
b. 0 combate è corrupção tem se defrontado com o desaparelhamento
dos órgãos de repressão e com a incompreensão dos Governos Esta
duais e Municipais que sofrem pressões do Poder Político e do Po
der Econômico.
c. Elementos comunistas e filo-cornunistas ainda se encontram in
filtrados na administração pública estadual e municipal e nos se
tores estudantis e de comunicação social.
d. A opinião pública ainda nao adquiriu a confiança na classe po
lítica e no sistema representativo, porque este nao tem correspon
dido a seus anseios de aprimoramento e aquela ainda coloca o in
teresse pessoal ou de grupos econômicos, e mesmo subversivos, aci
ma do bem comum.
e. A falta de autêntiiaos —1-ía"eras-/aera5cra"ticos em todos os setores ULl rtA - 5LUKLI U i
ULTRA - SECRETO - 9 -
de atividades tem dificultado o esclarecimento e a orientação da
opinião publica sobre a insidiosa atividade da subversão comunis
ta subordinada aos ditames do Movimento Comunista internacional.
f. A Lei de Segurança Nacional necessita ser aperfeiçoada para per
mitir um melhor combate à subversão.
g. Ainda há um foco de guerrilha rural na área de MARABÁ-XAMBIOÁ,
havendo possibilidade do surgimento de outros em áreas onde exis
te o problema de disputa de terras ou de condições psicossociais
tensas.
5. INFORMAÇÕES RELATIVAS À SEGURANÇA NACIONAL
a. Os Poderes Legislativo e Judiciário ainda são vulneráveis às
pressões do MCI e à infiltração de elementos comunistas, por tan
to, sem condições necessárias àQjonsolidação da democracia e à ma_
nutenção da ordem. 4^" pTV
b. Ò desenvolvimento do sfeípr agropecuário ainda não é suficiente
e é um dos fatores que tem çcmtribuído para a manutenção dos.des
níveis sociais e econômico^ regionais e setoriais.
c. Ainda é baixo o poder aquisitivo de grande parte da população,
particularmente, o da classe assalariada rural.
d. 0 MCI vem intensificando sua ação no sentido de assumir o po
der na ARGENTINA, no EQUADOR, no PERU e na BOLÍVIA, elegendo este
último país como alvo prioritário de suas ações.
e. CUBA desenvolve uma política de reatamento de relações com os
ESTADOS UNIDOS, o que lhe assegurará oreingresso na OEA, neutrali
zando, assim, qualquer apoio que, pelos países latino-americanos,
possa ser solicitado aos ESTADOS UNIDOS para se contraporem aos
esforços cubanos de exportação da subversão para o continente ame
ri cano.
f. Os órgãos de Segurança e os de Informações devem continuar a
merecer as atenções dos poderes públicos, a fim de aparelhá-los e
estruturá-los para o combate às ações adversas.
6. CONCLUSÃO
Em razão das Informações contidas nos itens anteriores, torna-se
necessário, na reformulação do Conceito Estratégico Nacional, rever
os aspectos a seguir mencionados:
a. Quanto aos Elementos Essenciais da Política Governamental
l) No Campo Político interno
a) Aperfeiçoamento do processo eleitoral.
b) Definição da situação política de elementos punidos pela Ke
volução.
c) Aperfeiçoamento das relações entre os Poderes da União, sem
enfraquecer o Executivo.
A d) Providencias para que o instituto do"habeas-corpus"nao po_s
sa beneficiar as pessoas envpígidasfsm delitos infringentes
da Lei de Segurança Nacional. O..
e) Revisão da Lei de Seguranç«£»Nacionai para maior facilidade
de combate à subversão.
f) Implantação da Reforma Administrativa no âmbito do Poder
Judiciário.
2) No Campo Político Externo
a) Revisão do apoio aos organismos internacionais (ONU e OEA)
nos casos em que a interferência dos mesmos atente contra a
soberania nacional.
b) Fixação de posições contrárias ao pluralismo ideológico.
c) Apoio aos países latino-americanos no combate ao MCI.
d) Apoio ao desenvolvimento dos países limítrofes do BRASIL.
e) Desapoio ao reingresso de CUBA na OEA.
3) No Campo Econômico
a) Desenvolvimento do setor agropecuário.
•
•
V^O)
ULTRA - SECRETO - 11
b) Poupança interna e desenvolvimento de áreas regionais.
c) Desenvolvimento da indústria de metais não ferrosos.
d) Dependência dos países fornecedores de petróleo.
e) Desenvolvimento dos meios de transporte e armazenamento.
4) &o Campo Psicossocial
a) Análise dos resultados da Reforma do Ensino nos diversos
graus, corrigindo as distorções constatadas.
b) Estabelecimento de uma Política Nacional de Saúde, com a
conseqüente atualização do Código de Ética Médica.
c) Controle da atuação dos meijos de Comunicação social.
d) Acompanhamento da atuação do>£lero.
e) Instrução para a forrrta ao te técnicos e cientistas.
f) Aperfeiçoamento do\^rogyama Nacional de Habitação.
b. Quanto à Segurança interna
1) Medidas para evitar a infiltração comunista na administração
pública, no setor estudantil, nos meios de comunicação social,
no clero e no setor sindical.
2) Medidas para impedir a corrupção na administração pública.
3) Incentivo à formação de líderes democráticos nos meios estu
dantil e sindical.
4) Medidas para obter a eliminação do foco de guerrilha rural.
5) Medidas para acelerar a solução dos problemas sobre disputa
de terras.
6) Medidas para assegurar o reaparelhamento dos órgãos de Segu
rança Pública.
c. Quanto à Segurança Nacional
l) Medidas para impedir a infiltração de elementos comunistas na
área Legislativa e Judiciária.
ULTRA - SECRETO - Í2 -
2) Medidas para obstaculizar a,, atuação do MCI no Continente Sul-V
-Americano. Q> w
3) Estudos para a reestruturaçãoQe o reaparelhamento do Serviço
Nacional de Informações^ Ç> K ^ N 4) Acompanhamento da s i t u a d o p o l í t i c a dos pa í ses l i m í t r o f e s do
BRASIL.
* * • *