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Estudo dos fatores de risco evitáveis de doenças cardiovasculares: utilizando a
feira do conhecimento em uma abordagem histórico-crítica
Rinaldo Andreucci de Souza 1
Sonia Lucy Molinari RESUMO: Este trabalho teve como objetivo analisar as dificuldades/facilidades de alunos da 7ª série do ensino fundamental e para produzir um trabalho para a feira do conhecimento enfocando os fatores de risco evitáveis que levam a ocorrência de doenças cardiovasculares, bem como algumas de suas implicações sociais, econômicas e históricas. A escolha do tema baseou-se nos conteúdos do currículo de ciências para a 7ª série onde são enfocados diversos sistemas do corpo humano e suas doenças mais comuns, bem como em um levantamento sobre as causas de mortes mais freqüentes no município de Ivaté-Pr. Partiu-se dos conteúdos do livro didático os quais foram aprofundados por meio da leitura de artigos de revistas populares e científicas e textos obtidos na Internet. A partir da fundamentação teórica e da observação de imagens os alunos, sob supervisão do professor de Ciências e da professora de Artes, produziram modelos empregando técnicas de colagem e de massa bisquit enquanto elementos tridimensionais para utilização na apresentação do trabalho. Foi também produzido um pôster com o percurso e os principais resultados do trabalho. As principais dificuldades apresentadas foram: leitura e interpretação dos textos; vocabulário deficiente na área; produção dos resumos; planejamento e execução do cronograma; falta de compromisso por parte dos alunos; cultura de que o professor deve produzir o texto para fundamentar o trabalho dos alunos. As estratégias utilizadas para solução dos problemas são apresentadas e discutidas no decorrer do trabalho. PALAVRAS-CHAVE: doenças cardiovasculares; fatores de risco; feira do conhecimento A STUDY ON THE PREVENTABLE RISK FACTORS OF CARDIOVASCULAR DISEASES: USING A KNOWLEDGE FAIR IN A HISTORICAL-CRITICAL APPROACH ABSTRACT: This work had the objective of analyzing the difficulties and abilities of the 7th grade students to produce a work for the Knowledge Fair focusing on the preventable risk factors that lead to cardiovascular diseases, as well as on some of their social, economical and historical repercussion. The choice of the theme was based on the contents of the science program for the 7th grade where several systems of the human body and their more common diseases are focused, as well as in a increasing on the causes of more frequent deaths in the municipal district of Ivaté-Pr. The study started from the contents of the textbook which were intensified through the readings of articles of popular and scientific magazines and texts obtained from the Internet. From the theoretical foundation and of the observation of images, the students, under the teacher's of Sciences supervision and of the teacher of Arts, they produced models using __________________ 1 Professor da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, participante do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE), sob orientação da Prof. Dr ª Sonia Lucy Molinari, do Museu
Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá.
collage techniques and a plaster like technique as three-dimensional elements for their work presentation. It was also produced a poster with the course and the main results. The main difficulties were: reading and interpretation of the texts; lack of vocabulary in the area; production of summaries; planning and execution of the chronogram; lack of commitment on the part of the students; a established practice that the teacher should produce the text as a fundament of the students' work. The strategies used for solution of the problems are presented and discussed throughout the work. KEYWORDS: Cardiovascular diseases; risk factors; Knowledge Fair.
INTRODUÇÃO
A feira do conhecimento pode ser um meio de completar ou expandir a formação
tradicional desenvolvida na escola, acompanhando assim, o ritmo vertiginoso de
mudanças e de conquistas científicas e tecnológicas, pois ela permite as interações
sócio-culturais relativas às áreas de ciência e da tecnologia, contribuindo como espaço
pedagógico no processo de ensino e aprendizagem (alunos e professores) e como espaço
de desenvolvimento integral dos alunos em suas dimensões sociais, afetivas, cognitivas
e psicológicas (MOURA, 1995, p.3).
Para propiciar aprendizagem significativa deve-se optar, dentro de uma visão
progressista de educação que não trabalha o conteúdo pelo conteúdo, mas sim com um
sentido lógico iniciando-se pela prática social e retornando, em seu término, novamente
ao social (articulado à prática social), trabalhando os conteúdos clássicos concernentes a
grandes temas encontrados no âmbito da práxis – ação-reflexão-ação (ROSELLA et al.,
2004, p.3).
Gasparin (2003, p.40) lembra que na construção do conhecimento escolar, a
ciência é um produto social, nascida de necessidades históricas, econômicas, políticas,
ideológicas, filosóficas, religiosas, técnicas, etc. Portanto, todo conteúdo, reveste-se
dessas dimensões, as quais devem ser tratadas juntamente com a dimensão dita
científica.
Dentre todos os conteúdos de ciências, encontram-se aqueles referentes ao corpo
humano, cujo conhecimento sobre sua constituição e funcionamento, é necessário ao
indivíduo, já que o corpo é quem media a relação com o mundo. Essa relação só será
satisfatória se esse corpo for saudável.
Segundo as Diretrizes Curriculares de Ciências para a Educação Básica (2006,
p.22), o estudo dos conteúdos referentes ao corpo humano caracterizam-se pela
compreensão das transformações, sua integração em sistemas, suas funções e relações
com a saúde, tendo como princípio básico a prevenção. Esses conteúdos devem ser
trabalhados promovendo conhecimentos científicos para além do senso comum,
ressaltando as inter-relações entre o sujeito e o objeto de estudo da disciplina. Essa
perspectiva permite compreender também que as más condições sócioeconômicas
podem favorecer a instalação de doenças.
De acordo com Castro et al. (2004, p.370), as doenças cardiovasculares
contribuem como grupo causal de mortalidade em todas as regiões brasileiras. Rego &
Chiara (2006, p.706) afirmam que as elevadas prevalências de doenças cardiovasculares
na população brasileira ao logo dos anos, vêm sendo associadas à redução das práticas
de atividades físicas e a modificação no padrão alimentar. No Brasil, segundo o
Ministério da Saúde – SIM/SINASC (2004), no período 1998-2004, as doenças
cardiovasculares foram responsáveis por 31,83% dos óbitos e 65% do total de mortes na
faixa etária de 30 a 69 anos de idade atingindo a população adulta em plena fase
produtiva. Além de prejudicar as atividades laborais, as doenças cardiovasculares geram
um grande ônus econômico e social, pois, conforme afirmam Brumini & Vranjac (2005,
p.15), para o mesmo período citado acima, elas representam 54,3% das internações e
73% do total de gastos.
Dessa forma justifica-se a ênfase nas ações preventivas adotadas pelo sujeito em
seu estilo de vida, em suas atitudes e em seu comportamento, como fatores
determinantes na manutenção, não somente da sua própria como da saúde coletiva.
Em vista do exposto a realização deste trabalho justifica-se por possibilitar ao
professor orientador compreender o percurso e as estratégias empregadas por alunos do
ensino fundamental para produzir um trabalho sobre fatores de risco evitáveis de
doenças cardiovasculares bem como para socializar os conhecimentos que
sistematizaram com a comunidade em que a escola está inserida.
METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado por um professor integrante do Programa de
Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e da
Universidade Estadual de Maringá. Na primeira fase os professores realizaram um curso
com 80 horas de duração, oferecido pela equipe do Museu Dinâmico Interdisciplinar,
com o objetivo de compreender todas as etapas que envolvem uma Feira de Ciências e
suas implicações pedagógicas, conforme texto compilado por Miranda-Neto et al.
(2007).
Na sequência iniciou-se o trabalho na escola com a participação de 34 alunos da
7ª série A, do Colégio Estadual Rachel de Queiroz, na cidade de Ivaté – PR, no ano de
2007.
Inicialmente procedeu-se a uma análise dos conteúdos curriculares de Ciências
contido nas Diretrizes Curriculares de Ciências do Paraná - Versão preliminar (2006,
p.35). Verificou-se que na 7ª série são enfocados os diversos sistemas do corpo humano
e suas doenças.
A seguir, os alunos realizaram um levantamento na Secretaria Municipal de
Saúde sobre as causas de óbitos mais freqüentes no município de Ivaté, no período
2003-2005. Sendo o resultado “doenças cardiovasculares”, optou-se em trabalhar o
tema: fatores de risco evitáveis de doenças cardiovasculares.
A partir da definição do assunto, aplicou-se um pré-teste com questões abertas e
fechadas para avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre o tema em questão.
Modelo da questão aberta: Escreva sobre os fatores de risco evitáveis que podem levar a
pessoa a adquirir as doenças no coração e onde o sangue circula? Obs.: entende-se por
fator de risco qualquer situação que aumente o risco de doenças. Modelo de questão
fechada: Assinale a alternativa que representa um fator de risco “por opção” que pode
provocar doenças no coração e por onde o sangue passa. ( )cigarro ( )idade ( )diabetes
( )falta de atividade física ( )colesterol no sangue ( )hipertensão arterial ( )estresse (
)história familiar ( )sexo (masculino e feminino) ( )obesidade ( )alcoolismo ( )
alimentação. Também foi aplicado um pré-teste para avaliar conhecimento sobre as
repercussões sociais e para as finanças públicas que representa as doenças. Modelo de
questão: Além das doenças cardiovasculares causarem a morte ou internamento de um
grande número de pessoas, que outras implicações ou problemas elas trazem a nossa
sociedade? As etapas seguintes foram: confecção de um projeto de trabalho por parte
dos alunos; seleção, leitura e resumo de textos sobre o conteúdo específico; visita
monitorada no Museu Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá
para conhecer peças com doenças cardiovasculares; confecção de materiais para
exposição; seleção de materiais para exposição; redação do trabalho para confecção do
painel para a exposição na Feira do Conhecimento; exposição do assunto, pelos alunos,
para a comunidade do município e no Educação Com Ciência, no município de Maringá
– PR. e verificação da aprendizagem entre os alunos após a realização da Feira do
Conhecimento.
RESULTADOS/DISCUSSÃO
Como o trabalho surgiu de uma questão inicial que intrigava os moradores do
município de Ivaté – PR, pois muitos afirmavam que a mortalidade por câncer em
nosso município era maior que nos municípios circunvizinhos. Na busca dessa resposta
os alunos foram pesquisar na Secretaria de Saúde do município que forneceu os dados
de óbito no período 2003-2005. Feita a tabulação desses dados (Figura 1) descobriu-se
que o maior taxa de mortalidade era por doenças cardiovasculares (41,90%) e o . câncer
apresentava as mesmas taxas de outras regiões. Esse ponto – partir de uma questão da
comunidade – foi crucial para o bom desempenho da pesquisa, pois se partiu da prática
social (universo comum ao professor e aluno) propiciando aprendizagens significativas,
o que é pertinente para a educação conforme afirma Rosella et. al. (1999, p.3) e Ausubel
(apud PELIZZARI et al., 2002, p.38). O estudante constrói significados toda vez que
estabelece relações substantivas e não-arbitrárias entre o que conhece de novo de
aprendizagens do passado e o que aprende de novo. Vasconcelos (1995, p.52) diz que o
papel do professor é tornar o objeto de estudo em questão, objeto de conhecimento para
o aluno. Para isto, ele precisa ser desafiado, mobilizado e sensibilizado, ou seja,
perceber a relação entre o conteúdo e sua vida cotidiana, suas necessidades, problemas e
interesses. Sabia-se que as mortes aconteciam – saber que algo acontece é importante
para o cidadão atuar no mundo em que vive - mais é essencial saber como e por quê
isso acontecia (MOURA, 1995, p.5).
Azevedo (2006, p.22), argumenta que utilizar atividades investigativas como
ponto de partida para desenvolver a compreensão de conceitos é uma das formas de
levar o aluno a participar de seu processo de aprendizagem, sair de uma postura passiva
e começar a pensar e agir sobre seu objeto de estudo, relacionando o objeto com
acontecimentos e buscando as causas dessa relação, procurando, portanto, uma
explicação causal para os resultados de suas ações e/ou interações. Assim, participando
e pensando o aluno começa a construir sua autonomia.
Portanto, a teorização possibilitou ao aluno passar do senso comum particular,
como única explicação da realidade, para conceitos científicos universais, permitindo a
compreensão dessa realidade em várias dimensões. Assim se aprende criticamente
(GASPARIN, 2003, p.07).
Para isto, o conteúdo foi trazido para dentro do contexto do aluno. Segundo as
Diretrizes Curriculares de Ciências do Paraná (2008, p.39), contextualizar significa
articular o conhecimento científico com o contexto histórico e geográfico do aluno, com
outros momentos históricos, com os interesses políticos e econômicos que produzem o
conhecimento para torná-lo potencialmente significativo. É aproximar os conteúdos
escolares das estruturas sociais, políticas, éticas, tecnológicas, econômicas, entre outras.
É um ponto de partida para abordar o conteúdo de modo mais concreto e próximo da
realidade do aluno para uma posterior abordagem abstrata e específica.
Figura 1 - Causas de mortalidade no município de Ivaté – PR., no período 2003-2005.
Gasparin (2003, p.25) argumenta que o professor deve desafiar os alunos a
mostrarem todo o conhecimento que possuem sobre os itens do tema em questão. Eles
devem mostrar o que já sabem teoricamente sobre o conteúdo antes que a escola o
sistematize. Uma vez estabelecida a principal causa de morte, aplicou-se o pré-teste
sobre quais eram os fatores de risco evitáveis de doenças cardiovasculares obtendo-se
os seguintes resultados: 24% dos alunos citaram o cigarro, 21% o alcoolismo, 30% o
sedentarismo, 21% a obesidade e 0% o estresse. Na questão fechada os dados obtidos
foram: 62% dos alunos citaram o cigarro, 51% o sedentarismo, 65% o alcoolismo, 86%
o colesterol no sangue e 58% citaram a hipertensão arterial.
Em relação às implicações ou problemas que as doenças cardiovasculares trazem
a sociedade, além de causar a morte ou internamento de pessoas os resultados foram os
Causas de Mortalidade no Município de Ivaté - Pr - Período 2003/2005.
41,90%
10,40%5,60%
8,50%
14,50%
7,20%
2,40%
9,50%
Doenças do aparelhocirculatorio
Doenças do aparelhorespiratorio
Doenças do aparelhodigestivo
Doenças infecciosase parasitárias
Câncer
Doenças endócrinasnutricionais emetabólicasCausas externas
Outras
seguintes: sofrimento para a família (34%), desamparo/futuros problemas econômicos
para a família (31%), gasto para o governo (17%), superlotação de hospitais (6%),
aumento da pobreza e violência (3%), utiliza recursos que poderiam ir para outros
setores (3%).
Após análise dos dados, os alunos realizaram levantamento da literatura a
respeito dos fatores de risco de doenças cardiovasculares. Estes textos foram
trabalhados de maneira a obter as informações pertinentes.
Ainda utilizamos como recurso de aprendizagem uma visita no Museu Dinâmico
Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá, onde os alunos puderam observar
os materiais anatômicos que provocaram inspiração para a confecção dos materiais.
Para apresentar o assunto de forma dinâmica e atrativa na Feira do
Conhecimento, os alunos planejaram e desenvolveram as seguintes maquetes e painéis:
torso, pirâmides e gráficos.
O torso (Figura 2) foi montado com a ajuda e orientação da professora de Artes.
Foi confeccionado em estrutura de arame apoiado em base de madeira, revestido de
papel higiênico enrolado e colado com cola branca, formando assim um tronco. Sobre o
papel higiênico foram colados pedaços de jornal para que adquirisse rigidez. Por fim, os
alunos colaram em todo o torso centenas de nomes representando os indivíduos que
podem adquirir doenças cardiovasculares. No interior do torso foi montada uma espécie
de balança de mola com um ponteiro que subia toda vez que era adicionado uma
tabuleta representando um fator de risco. Acima da seta, internamente, havia um agulha
que, subindo estourava a bexiga que representava o coração.
Figura 2 – Maquete do Torso em construção e finalizada.
A maquete de artéria com aterosclerose (Figura 3) foi feita em massa biscuit.
Para tanto houve mais uma vez a ajuda da professora de Artes que os ensinou a fazer a
massa utilizando cola branca, amido de milho, formol e tinta de tecido. Para representar
a parede arterial, moldou-se a massa em formato cilíndrico utilizando-se um pedaço de
cano PVC com diâmetro de 50 mm. Desta forma obteve-se a maquete da artéria. No
interior deste molde simbolizando a artéria, também com massa de biscuit, foi
representado uma placa de ateroma. Assim esta maquete simbolizava a parede arterial
com placas de gordura, a arterioesclerose.
Figura 3 - Maquete representando a arteriosclerose.
A pirâmide alimentar (Figura 4) em estrutura de madeira, foi confeccionada com
ajuda do avô de um aluno. Nos seus compartimentos foi colocado porções dos
alimentos de cada grupo. A pirâmide de exercício (Figura 4) feita também em madeira,
recebeu em cada um dos seus níveis figuras dos exercícios físicos recomendados.
Figura 4 – Pirâmide de exercício e alimentar, respectivamente.
Também foi confeccionado um painel (Figura 5) evidenciando gráficos versando
sobre principais causas de mortalidade no município de Ivaté, no estado do Paraná e no
Brasil, bem como a evolução das doenças cardiovasculares no período1995-2005 e os
custos com o tratamento das principais doenças. Estes gráficos foram confeccionados
com folha de EVA colado sobre papel ondulado. Para confeccioná-los foram usados
compasso e transferidor para representar na circunferência a proporção exigida pelos
dados.
Figura 5 – Alunos construindo os gráficos e painel com dados gerais do trabalho ao
fundo.
Como visto, a confecção dos objetos tridimensionais mostrou, entre outras três
estratégias para o ensino de Ciências: i) a interdisciplinaridade, pois permitiu a
articulação do conteúdo de Ciências com outros conteúdos, como os de Arte, Língua
Portuguesa e Matemática. Essas relações interdisciplinares acontecem quando
conceitos, modelos ou práticas de uma determinada disciplina são utilizados no
desenvolvimento do conteúdo de outras. Elas ocorrem quando o professor de Ciências
busca, nos conteúdos específicos de outras disciplinas, contribuições para o
entendimento do objeto da Ciência, o conhecimento científico resultante da investigação
da natureza; ii) a atividade em grupo onde os estudantes trocam experiências,
apresentam proposições, confrontam idéias e desenvolvem espírito de equipe e atitude
colaborativa; iii) e o lúdico, uma forma de interação do estudante com o mundo,
utilizando-se de instrumentos que promovam a imaginação, a exploração, a curiosidade
e o interesse, tais como modelos. Portanto, ele permite uma maior interação entre os
assuntos abordados aumentando, assim, o nível de percepções e reestruturações
cognitivas realizadas pelo estudante (DIRETRIZES CURRICULARES DE CIÊNCIAS
, 2008, p.41-42).
Figura 6 – Apresentação dos resultados da pesquisa no Colégio Estadual Rachel de
Queiroz, do município de Ivaté – PR e no III Educação Com Ciência no município de
Maringá – Pr, ambos em 2007.
A primeira vista, parece que o trabalho desenvolvido com os alunos foi algo
despido de dificuldades. Na verdade, o trabalho em sala de aula exigiu do professor uma
atitude de motivador, pois o primeiro contato dele com os alunos já revelou o desafio de
estimular os alunos para realizar um trabalho científico, diante de questões que surgirão
prontamente, como:
− Este ano não tem feira na escola. Por que fazer este trabalho?
− Se o senhor não é nosso professor, como vai dar a nota?
Estes questionamentos revelam duas facetas da escola. A primeira é a que
trabalhos de pesquisa, além do livro didático, só ocorrem por ocasião da realização da
feira. O tradicional na escola é o professor entrar na sala expor seu conhecimento para
os alunos, seguindo o livro didático. Vasconcelos (1995, p.18) argumenta que nesse
tipo de educação como transmissão – tão comum nas escolas -, o aluno é reduzido a um
mero agente passivo, e os conteúdos tem pouco a ver com a realidade concreta dos
alunos, com sua vivência. O professor é a autoridade e deve expor verbalmente a
matéria e o aluno fazer exercícios de fixação e memorização. Na feira, o aluno sai dessa
condição de passividade (figura 6).
A segunda revela a nefasta associação entre trabalho escolar e notas. Tudo gira
em torno da nota. É a avaliação apenas como recurso de promoção do aluno. Para
Luckesi (2005, p.18) o exercício pedagógico atual ainda é atravessado pela pedagogia
do exame, onde o professor utiliza as provas como instrumento “motivador” da
aprendizagem. Os alunos e pais têm sua atenção voltada para a promoção, o que se
consegue através da nota. Assim, deixa de existir a pedagogia do ensino/aprendizagem.
Para contornar esse problema, o professor entra como motivador da turma. Ele
deve partir da condição vivenciada pelos alunos. No caso da escolha do tema partiu-se
da dúvida se a mortalidade por câncer era maior em nosso município que nos
municípios circunvizinhos e de um fato narrado por um aluno que contou aos demais o
motivo da morte do motorista que fazia o transporte escolar. Estes fatos desencadearam
o levantamento realizado na Secretaria Municipal de Saúde. A problematização é o
elemento condutor de todo o processo de ensino aprendizagem. É um momento
preparatório, em que o aluno desafiado, provocado compromete-se teoricamente e
praticamente na busca da solução das questões levantadas (GASPARIN, 2003, p.50). As
Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental (2008, p.39) afirmam
que a problematização não é apenas uma mera motivação para se iniciar um conteúdo.
Ela deve possibilitar a aproximação entre o conhecimento alternativo que o aluno tem e
o conhecimento científico escolar que se pretende ensinar: primeiro, o professor leva em
conta o conhecimento de situações significativas apresentadas pelos estudantes,
problematizando-as e depois realiza a problematização de modo que o aluno sinta a
necessidade do conhecimento científico escolar para resolver os problemas levantados.
Uma vez definida a temática, optou-se por realizar o trabalho com todos os 34
alunos da sala, já que por tradição, cada turma da escola realiza apenas um trabalho na
feira. A sala era heterogênea e com pequena experiência na confecção e apresentação de
trabalhos.
Entre os nossos objetivos estava avaliar o ganho de conhecimento dos alunos em
relação aos fatores de risco para as doenças cardiovasculares e suas implicações sociais
e para as finanças publicas, bem como o enriquecimento da linguagem escrita e oral.
Para tanto, dividiu-se a turma em grupos para que fizessem a leitura de textos
científicos, de revistas e livros didáticos. Na seleção dos textos de internet, verificou-se
a presença de textos com linguagem um pouco “pesada” para o entendimento dos
alunos, já que a maioria apresenta dificuldades para análise e resumo de artigos
científicos mais densos, embora se tenha passado a técnica de resumir um artigo,
baseado nas recomendações de Silva (apud MIRANDA-NETO et al., 2007) listadas a
seguir: a) do que o texto trata (tema)?; b)Qual o problema a ser solucionado
(problema)?; c) Que idéia defende e que se quer demonstrar (idéia central ou tese)?;
d)Como o autor demonstra sua tese (idéia central ou tese)?; e) O que é proposto como
superação do problema (conclusão)?.
O professor ao optar por usar materiais de divulgação científica como revistas,
precisa entender que muitas vezes esses materiais precisam passar por uma adequação
didática, pois não foi produzido originalmente para ser usado em sala de aula
(DIRETRIZES CURRICULARES DE CIÊNCIAS PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL, 2008, p.36)
Nas pesquisas realizadas verificou-se um grande desejo dos alunos em
selecionar imagens e figuras. Muitas vezes o texto fica em segundo plano. Isso reflete
uma tendência atual - muito usada na mídia - em valorizar a imagem diante do texto, o
que enfraquece a capacidade do aluno em expressar-se pela linguagem escrita. Parece
que a imagem tem um apelo maior. Isso é evidenciado pela dificuldade apresentada
pelos alunos na compreensão de termos científicos que não são usuais no cotidiano.
Para tanto, foi necessário o acompanhamento do orientador para dirimir dúvidas.
Outro ponto relevante foi quando os alunos foram informados que deveriam
elaborar um projeto de trabalho. Prontamente, responderam;
- Quando nós fizemos a feira na 5ª série o professor fazia tudo. O senhor não vai
fazer para nós?
Eles tinham a idéia de que o professor faria todo o trabalho para eles somente
apresentarem. Foi comum ouvir:
− Professor, qual será a minha fala?
Isso mostra que nos trabalhos de feira ainda há uma cultura de montar os
trabalhos de última hora e entregá-lo pronto para o aluno apresentar, cumprindo assim
uma obrigação formal da escola.
Para elaboração do projeto (Anexo I) a turma foi dividida em oito grupos - cada
grupo elaborou o projeto conforme modelo previamente definido. Um representante de
cada grupo foi escolhido e no Laboratório de Informática, com o auxílio do professor
orientador, foi sistematizado um projeto único que contemplasse as principais idéias dos
grupos. Depois de redigido, o projeto foi revisado por eles com o auxílio da professora
de Língua Portuguesa.
È importante levar o aluno a sintetizar, propiciando espaços e oportunidades
para a comunicação escrita, pois esta requer um número maior de palavras do que a fala
oral, para transmitir a mesma idéia. Nela o interlocutor está ausente (VASCONCELOS,
1995, p. 98). Desta forma, os trabalhos de feira se tornam instrumentos de construção
da linguagem e de sistematização do pensamento, do raciocínio e do trabalho.
Embora os alunos tenham montado o projeto, houve dificuldades em cumprir o
cronograma. Os alunos não têm a cultura do planejamento, da programação. A
montagem do projeto força-os a adquirir essa concepção: a de que para obter sucesso
nos trabalhos escolares exige-se a organização do tempo e do espaço. Um fator que
prejudicou foi a turma ser numerosa, já que um acaba deixando para o outro fazer.
Grupos menores facilitam o trabalho. Foi o que ocorreu quando se definiu a data do
evento Educação Com Ciência, de caráter regional, promovido pela Secretaria de
Estado de Educação do Paraná e quem iria para ele. Por isso, apresenta-se como
sugestão iniciar o projeto com no mínimo 4 meses de antecedência. Parece que sempre
faltará tempo. É importante também que a data da feira esteja definida já no início do
ano, por ocasião da semana pedagógica.
Baseado nas orientações do professor os alunos montaram maquetes e cartazes
para facilitar a explicação para os visitantes, bem como a seleção de vídeos. Na
construção desses recursos – torso humano para mostrar os fatores de risco, modelo de
artéria em massa biscuit para mostrar a arteriosclerose e pirâmides de alimentação e
exercícios – há uma participação espontânea e prazerosa do aluno. Esses elementos
tridimensionais facilitaram as explicações dos alunos e possibilitaram o engajamento da
professora de Artes e o desenvolvimento de uma atividade de alto valor interacional e
lúdico.
Também foi confeccionado, como o auxílio do professor um painel com o
resumo do trabalho para facilitar a exposição ao público (Figura 7).
Figura 7 - Painel com resumo do trabalho de pesquisa
A confecção dos gráficos - que mostravam a comparação de óbitos causados por
doenças cardiovasculares em Ivaté-Pr, Paraná e Brasil, além dos custos econômicos
para o país - possibilitou a aplicação por parte dos alunos dos conhecimentos
matemáticos, como regra de três e geometria. A maioria disse que era só colocar os
dados no computador que ele faria o gráfico. Optou-se pela confecção manual do
gráfico, justamente para que ao construí-lo, os alunos dessem significado a ele. Durante
a confecção eles foram descobrindo como usar o compasso, o transferidor, como
agrupar os dados e realizar cálculos. Na soma dos dados do DATASUS, somavam-se
grandes valores mensais, que não cabiam na calculadora. Foi um transtorno.
Finalmente, descobriu-se que o programa fornecia os dados agrupados anualmente.
Houve aprendizado até pelo professor.
Em relação ao ganho do conhecimento dos alunos sobre os fatores de risco para
doenças cardiovasculares, bem como as implicações sociais e para as finanças públicas
houve avanços significativos. È claro que não se consegue destacar todos os pontos da
avaliação. Mas, pode-se evidenciar:
• no pós-teste com questão aberta houve aumento acentuado da citações de que
cigarro (24% - 81%), alcoolismo (21% - 69%), sedentarismo (30% - 66%),
obesidade(21% - 66%), estresse (0% - 6%) são fatores de risco para as doenças
cardiovasculares. Inclusive o texto produzido no pré-teste e no pós-teste – cópia
fiel - na questão aberta que pedia que o aluno escrevesse sobre os fatores de
risco por opção que podem levar a pessoa a adquirir doenças no coração e onde
o sangue circula apresentaram evolução, conforme mostrado a seguir.
Aluno A
Pré-
teste
Fauta de exercícios físicos pode ser uma das causas de acidentes no coração. Diabetes auto, colesterol, entupimento das veias e artérias sanguineas, infarte, cigarro, drogas, anabolizantes uzado muito nas academias de malhação, desgaste fizico.
Pós-
teste
Os fatores de risco por opção são quase sempre causadores de doenças no coração mas nem todas provocam o entupimento de artérias e veias.
Um dos principais causadores do entupimento de artérias e veias tem vários causadores mas o principal com serteza é o tabagismo o sigarro contem cerca de 2400 substancias que são prejuduciais a saúde.
O nosso coração funciona como um bomba de água, A bomba e encarregada de bombear a água pelo cano, o nosso coração produz quaze a mesma situação ele será responsaveu pela bombeação do sangue pelas artérias e veias.
Vamos supor que o cano que estava na bonba seja trocado por um cano fino a pressão da água ira estourar o cano.
No nosso corpo acontecera a mesma situação o sigarro ira causar o entopimento dessa veia ou artéria o que poderá levar essa pessoa a morte.
Essa situação também poderá ocorrer com outros fatores de risco por opção como o aucolismo e a obesidade
O esseço de álcool também e prejudicial a saúde mas as pessoas ainda abuzam.
A obesidade também pode rezutar em morte pelo o assseço de gordura em nosso organismo tanto as pessoas que bebewm e fum devem procurar ajuda existem várias entidades voutadas para esse assunto como o AA (alcoólicos anomis
Aluno B Pré-
teste
Uma pessoa quando aos 50 anos vai ficando de lado começa a ficar sozinha em casa sem ter o que fazer até que ela descobre alimentos gordurosos, ela passa a comer esses alimentos muito frequentemente sua veias vão ficando cada dia mais intupidas e seu coração mais fraco.
Passam-se 10anos, essa pessoa já ficou obesa, e nada vai fazer ela parar de comer. Um dia sentada no sofá assistindo seu programa favorito e comendo um pedaço enorme de carne cheio de gordura e carboidrato, ela sente uma dor muito forte no coração e infarta. Ela é levada rapidamente ao pronto-socorro e ai é descoberto que ela sofre de insuficiência cardíaca, passa a receber mais cuidados, mas já tarde ela tem preção alta, diabetes e o coração muito fraco.
O médico recomenda alimentos mais saudáveis p/ tentar aumentar suas chances de viver mais. Ela começa a fazer caminhadas, comer alimentos saudáveis.
Mas um dia de Natal com toda a família reunida vai jogar uma partida de futebol, ela se esforça muito, seu coração não tamanho esforço, seu coração começa a bater mais forte, tão forte que para derrepente. Ela cai no chão não há mais nada a se fazer. Seu coração estava prejudicado, as veias muito intupidas.
Ela morre sua família fica inconsolável, perder algum ente querido no natal data de renascimento.
Assim é a vida de quem tem insuficiência cardíaca.
Pós-
teste
Há muitos fatores de risco por opção, que são divididos em 2 naturezas: a biológica e a por opção. Por opção: tabagismo, alcolismo, sedentarismo, diabete, colesterol, obesidade.
Tabagismo: É responsável por cerca de 50% das mortes, por conter cerca de 4700 substâncias que levam a muitas doenças.
Alcoolismo:: Tomar 2 ou 3 doses de vinho por dia é até bom, mas se um viciado bebado vai ser + um com a possibilidade de morrer. O álcool fica andando pelas artérias e vão construir glândulas que junto com o colesterol vai entupindo as aterias.
Sedentarismo: são as aquelas pessoas que não fazem nenhuma atividade física, isso faz com que o sangue das artérias não se movimente muito bem.
Diabetes: As vezes pode ser por opção ou biológica ou seja que nós herdamos de nossos familiares. A por opção é quando abusamos do açúcar. As conseqüências são cegueira e outros.
Colesterol: Também pode ser de duas naturezas como a diabete. Mas ao contrário é quando abusamos do sal.
Obesidade: É decorrente dos outros fatores ou pela má alimentação
Fatores de Risco Biológico Hipertenção: Tão pode ser de duas naturezas. É causado pelo
abuso de sal e o estresse. Também temos colesterol é a diabete que já foram citados. Fatores que não podem ser evitados Sexo: Não podemos mudar de sexo. Idade: Não podemos alterar nossa idade.Histórico familiar: Não
podemos escolher nossa família.
Aluno C
Pré-
teste
O que pode causar doenças cardiovasculares? Essa pergunta me faço e respondo todos os dias.
As principais causas são: má alimentação, ecesso de peso, alcoolismo e má circulação de sangue e também de nutrientes para o corpo.
Milhares de jovens sempre pensa que comer o que tem pouca caloria ajuda a sustentar o organismo.
Geralmente ajuda, mas pode causar fraqueza no organismo que pode causar enfraquecimento dos anticorpos e com isso pode acontecer uma doença cardiovascular.
Outra causa é o ecesso de peso que pode entupir as veias com gordura e com isso pode atingir até o coração.
Eu sei que o ideal: exercícios regularmente, dieta balanciada, etc...
Outra causa é o alcolismo, o consumo de álcool leva a pessoa a fazer várias coisas e também essa pessoa pode se tornar dependente.
A dependência ocorre por causa do organismo fraco de quem bebe acaba sobrevivendo só com o sustento do álcool.
Poe isso hoje existe o AA (alcólicos anônimos) para pessoas que querem se livrar desse vício.
É isso que eu acho que pode causar doenças cardiovasculares. O sangue circula pelas veias e chega até o coração que bombeia
para os demais órgãos do sistema cardiovascular.
Pós-
teste
Os fatores de risco por opção são os riscos que podem ser evitados pelas pessoas como o tabagismo, alcoolismo e sedentarismo.
Eu acho que tudo isso poderia ser evitado se as pessoas se concientizasse e diminuíssem o consumo exagerado de álcool, fizessem mais exercícios e parassem de fumar.
Esses fatores também podem prejudicar as veias e artérias que são responsáveis pela circulação do sangue.
Essas veias e artérias podem entupir causando a parada da circulação do sangue que é bombeado para o coração, causando infarto ou até a morte.
Na minha opinião, o excesso de álcool consumido pelos brasileiros acaba gerando uma irresponsabilidade muito grande,porque pode causar acidentes ilimitados e também prejudicar o coração.
Eu acho que o tabagismo, o alcoolismo e o sedentarismo são
fatores que a gente poderia evitar se fizéssemos um esforço. Ter doenças do coração? Não é uma pergunta que você faz ao
médico, é a pergunta que você faz a si mesmo e tem que repetir várias vezes: Eu quero ter doenças no coração?
Pensar nisso não vai doer ou matar, mas o seu exagero com bebidas, tabaco e sedentarismo pode levar você a ter sérias conseqüências.
Lembre-se que admitir que tem doenças no coração não é vergonha e sim responsabilidade.
Aluno D
Pré-
teste
Vou escrever aqui os fatores de riscos que eu conheço não sei se vai estar certo.
• Se uma pessoa sofre de pressão alta ela deve se cuidar para a
preção não subir um tanto que chegue a dar um derrame um infarto nessa pessoa.
• A pessoa que tem problemas no coração deve vaser os exercícios corretamente como o medico mandar.
• Desde pequenos devemos comer alimentos saudáveis se exercitar para que no futuro essa pessoa ter problema no coração.
• Não comer o que chamamos de bobagera, que são comidas calóricas, para não se tornar pessoas obesas.
• A obesidade pode nos causar doenças do coração e a pessoa obesa não se exercita, e por isso ela vai ter problemas com a circulação e correra grandes riscos de ter uma hipertensão arterial sistemática.
• Então todas as pessoas que apresentam doenças no coração e onde o sangue sircula deve se cuidar corretamente como o medico mandar.
Assim ele poderá ter uma vida prolongada e saudável. Pois se você não confiar no medico e achar que tudo o que ele
manda fazer não vai adiantar para nada, que você não vai melhor, é isso que vai acontecer.
E assim termina o que eu escrevo não sei se vai estar certo. Obrigado
Pós-
teste
Há dois tipos de fatores de risco; os fatores de risco por opção, e os fatores de risco que vem da genética dos pais.
Os fatores de risco por opção é uma escolha que a gente faz, pois ele pode ser evitado.
• Alcoolismo • Sedentarismo (falta da prática de esportes) • Tabagismo Todos eles podem ser evitados mas depende de cada um.
A diabete é um fator de risco genético mas também “por opção”. A gente nasce com essa doença, mas nós temos que aprender
controla-la para que no futuro esse fator de risco não se torne um infarto ou derrame e etc.
As doenças cardiovasculares acontece de acordo como nós cuidamos com a alimentação, se praticamos esportes, não fumamos, não bebemos, enfim, nossas chances de ter um ataque cardíaco será bem menor.
Mas com a idade isso pode acontecer, mas ainda falta muito para eu chegar la por isso estou me cuidando desde agora para quanto chegar na terceira idade ter uma vida tranqüila...
Os dados mostrados acima possibilitam compreender que houve avanços,
principalmente na definição da diferença entre o conceito de fator evitável e
fator biológico. Percebe-se nitidamente, que os alunos já diferenciam a natureza
dos fatores. Antes eles não tinham essa noção. Portanto, houve superação. Isso
vem de acordo com as Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino
Fundamental do Paraná (2008, p.24), que afirmam que a escola deve valorizar o
conhecimento anterior do estudante, que são conhecimentos alternativos ao
conhecimento científico, e por isso, são considerados os primeiros obstáculos
conceituais a serem superados.
� no pós-teste com questões fechadas (alternativas) detectou-se que houve ganho
do conhecimentos, pois os alunos citaram cigarro (62% - 100%), sedentarismo
(51% - 90%), alcoolismo (65% - 94%) como os fatores de risco evitáveis.
Outros fatores, como colesterol no sangue (86% - 97%) e hipertensão arterial
(58% - 45%) diminuíram na citação em relação ao poś-teste, mostrando que os
alunos já começaram a definir o que fator evitável;
� na pesquisa sobre os problemas ou implicações social-econômicas que as
doenças cardiovasculares acarretam na sociedade destacaram-se: sofrimento
para a família (34% - 45%), desamparo/futuros problemas econômicos para a
família (31% - 75%), gasto para o governo (17% - 30%), superlotação de
hospitais (6% - 18%), aumenta a pobreza e a violência (3% - 21%), gasta
recursos que podem ser usados em outros setores (3% - 12%).
Observando os dados acima pode-se concluir que houve aumento, embora
pequeno, do conhecimento sobre as várias dimensões relacionadas às doenças
cardiovasculares. Não se pode trabalhar o conhecimento escolar, apenas na dimensão
científica, pois isso, na maioria das vezes não tem sentido para o aluno, Segundo
Gasparin (2003, p.43), devem-se mostrar as diversas faces sociais que os conceitos
carregam consigo. Esse processo leva o aluno, paulatinamente, a descobrir novas
dimensões dos conceitos em questão e o conteúdo começa a fazer sentido para o aluno.
Houve alunos que traçaram relações afirmando que as doenças cardiovasculares são
responsáveis pelo aumento da pobreza e violência no campo (MST) e nas cidades
(favelas), pois muitos acreditam que pode ser causado pelo fato da família perder a
força de trabalho. Será que na aula tivesse sido enfocado só o aspecto
científico/conceitual das doenças cardiovasculares isso teria ocorrido?
Os mapas conceituais poderiam ser utilizados para melhorar o aprendizado do
conteúdo em suas múltiplas dimensões, pois segundo Moreira (2006) esses diagramas
hierárquicos bidimensionais que procuram refletir a estrutura conceitual e relacional do
conteúdo que está sendo ensinado e podem servir como instrumentos de avaliação da
aprendizagem significativa ou ato avaliação por parte do aluno.
Outro fator que vale a pena destacar foi a participação dos familiares auxiliando
os alunos na confecção dos materiais. A feira tem essa característica: ela coloca os pais
dentro da escola, pois os filhos pedem ajuda deles para confeccionar parte do trabalho,
principalmente as crianças.
CONCLUSÃO
Pode-se afirmar com certeza que o desenvolvimento de um projeto para a feira de
Conhecimento constitui-se num excelente instrumento motivador e desafiador de
aprendizagens significativas, possibilitando ao aluno o desenvolvimento da capacidade
de leitura e síntese, da organização do tempo, do trabalho interdisciplinar e em grupo,
da produção de materiais, visando a sistematização do conhecimento. Ao produzir o
conhecimento científico escolar e socializá-lo com a comunidade o aluno adquire
autonomia. Esta é conquistada no processo de pensar, que advém da sua participação na
produção do conhecimento. Ele aprende criticamente, pois compreendeu sua realidade
em várias dimensões e no seu contexto. Ao buscar informações, reuni-las, sintetiza-las e
estabelecer conclusões através da análise, ele passa do pensamento sincrético para o
sintético. Esse trabalho é facilitado se o número de alunos do grupo for menor, pois
assim há maior comprometimento de todos, facilitando o trabalhador do professor que
deve ser o motivador da aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Maria Cristina P. Stella. Ensino por investigação: problematizando as
atividades em sala de aula. In: CARVALHO, Ana Maria Pessoa (Org.). Ensino de
Ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
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demográficas. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br Acesso em: 25 mai. 2007.
BRUMINI, Rodolfo; VRANJAC, Alexandre. Custos hospitalares das principais
doenças tabaco-relacionadas no Sistema Único de Saúde – SUS. Boletim
Epidemiológico Paulista. Disponível em:
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov/doc_tec/outros/bol_bepa2305.pdf Acesso em: 24/05/2007.
CASTRO, Luiza Carla Vidigal; FRANCESCHINI, Sylvia do Carmo Castro; PRIORE,
Sílvia Eloíza et al. Nutrição e doenças cardiovasculares: os marcadores de risco em
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GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas:
Autores Associados, 2003.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez,
2005.
MIRANDA-NETO, Marcilio Hubner; BRUNO-NETO, Rafael; CRISOSTIMO, Ana
Lucia. Desenvolvendo projetos e organizando eventos: uma proposta para
pesquisar e compartilhar conhecimentos. (Material de orientação para o professor
PDE). Disponível em:
http://www.mudi.uem.br/cms/images/stories/textos_de_apoio/desenvolver%20projetos
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MOREIRA, Marco Antonio. Aprendizagem Significativa. Brasília: Ed. Da UnB, 1999.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ciências da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná (Versão preliminar).
Curitiba: SEED, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ciências da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED, 2008.
PELIZZARI, Adriana; KRIEGL, Maria de Lourdes; BARON, Márcia Pirih; FINCK,
Nelcy Terezinha Lubi; DOROCINSKI, Solange Inês. Teoria da aprendizagem
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REGO, Ana Lúcia Viégas; CHIARA, Vera Lucia. Nutrição e excesso de massa
corporal: fatores de risco cardiovascular em adolescentes. Rev. Nutr., nov./dez.
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ROSELLA, Marcos Luis Aroeira; CALUZI, João José. A Pedagogia Histórico-Crítica e
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VASCONCELOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula.
Cadernos pedagógicos do Libertad. São Paulo, 1993.
ANEXO I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO – UMUARAMA-PR
COLÉGIO ESTADUAL RACHEL DE QUEIROZ- ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO - IVATÉ-PR
PROJETO DE TRABALHO PARA
FEIRA DO CONHECIMENTO
Título do Projeto: Doenças Cardiovasculares: estudo dos fatores de risco evitáveis
Proponente: 7ª Série A
Orientador: Rinaldo Andreucci de Souza
Ivaté/2007
Título: Doenças Cardiovasculares: estudo dos fatores de risco evitáveis.
Introdução/justificativa:
Com certa freqüência ouvimos nos noticiários e lemos nos jornais sobre a
ocorrência de casos de doenças cardiovasculares (trombose, aterosclerose, arritmia,
hipertensão arterial, infarto, derrame,...) em IVATÉ ou em cidades vizinhas. Também
em nossa escola o tema é abordado nas aulas de ciências e biologia.
Diariamente são feitas campanhas de combate a essas doenças. O Ministério da
Saúde tenta combater com os grupos de mulheres que andam de casa em casa
orientando as pessoas sobre essas doenças. Entretanto muitas pessoas não sabem
reconhecer a doença e também não tomam as medidas necessárias para combater os
fatores de risco por opção (diabete, alcoolismo, má alimentação, tabagismo, obesidade,
sedentarismo, pressão alta e stress). Esses fatores são descritos como tudo aquilo que
fazemos que pode provocar o aparecimento da doença.
De acordo com Rego & Chiara (2006) as elevadas prevalências de doenças
cardiovasculares (DCV) e de obesidade na população brasileira aos longos dos anos,
vem sendo associadas a redução da prática de atividades físicas e a modificação no
padrão de alimentar.
Segundo Castro et al. (2004) as doenças cardiovasculares contribuem como
grupo causal de mortalidade em todas as regiões brasileiras. Em 2000, as doenças
cardiovasculares foram responsáveis pela principal alocação de recursos públicos em
hospitalizações no Brasil (CASTRO, 2000).
De acordo com Brumini & Vranjac (2005) houve 2.658.530 internações
causadas pela insuficiência cardíaca e os custos totais foram de R$1.390.530.119 entre
o período de 1998 – 2004. Segundo o Sistema Ùnico de Saúde mais de 6.256.028
pessoas internadas a partir do ano 1998 a 2004 com doenças cardiovasculares.
A intenção desse trabalho é mostrar a população os riscos que o sedentarismo, a
má alimentação, o fumo, o álcool, o stress podem provocar no organismo, inclusive
podendo levar a morte. Com isso esperamos que a população possa se preocupar mais
com sua saúde.
Objetivos
1- Compreender as causas de doenças cardiovasculares;
2- Alertar e conscientizar a comunidade sobre os fatores de risco evitáveis de doenças
cardiovasculares;
3- Passar informações sobre tratamento e prevenção;
4- Auxiliar as pessoas que já possuem essa doença ou que já estão em risco;
Metodologia
1- Levantamento dos dados na Secretaria Municipal de Saúde de Ivaté-Pr sobre as
causas de mortes no período de 2003-2005;
2- Tabulação dos dados recebidos da Secretaria Municipal de Saude;
3- Definição do tema;
4- Reunir e ler textos e artigos científicos sobre o assunto;
5- Discussão e resumo dos textos e artigos científicos;
6- Redação do projeto. Primeiramente realizada em 8 grupos de 4 alunos cada. Em um
segundo momento cada grupo indica representantes para montar o projeto único;
7- Revisão do projeto;
8- Seleção de materiais emprestados para as apresentações;
9- Confecção de materiais para exposição – maquetes, cartazes...
10 – Apresentação do trabalho para a comunidade escolar;
11- Apresentação do trabalho no Com Ciência;
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informações e Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS). Informações sobre mortalidade e informações
demográficas. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br. Acesso em: 25/05/07.
BRUMINI,R, VRANJAC, A. Custos hospitalares das principais doenças tabaco-
relacionadas no Sistema Único de Saúde – SUS. Disponível em:
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov/doc_tec/outros/bol_bepa2305.pdf. Acesso: 05/03/2007
CASTRO,L. C. V.; FRANCESCHINI,S. C. C.; PRIORI, S. E.; PELUZIO,M. C. G.
Nutrição e doenças cardiovasculares: os marcadores de risco em adultos. Rev. Nutri.
Campinas, v.17 n.3, p. 369-377, 2004.
GRIEP, R. H.;CHOR, D.; CAMACHO, L. A.B . Tabagismo entre trabalhadores de
empresa bancaria. Rev. Saúde Publica, v.32 n.6, p. 553-540,1998.
IGNES, S. M.; ARMANDO, D. G.; URBANO, P. Doenças cardiovasculares em
população do município de São Paulo
OLIVEIRA, G. M. M.; SILVA, N. A. S.; KLEIM, H.C. Mortalidade compensada por
doenças cardiovasculares no período de 1980 a 1999 – Brasil. Arq. Bras. Cardiol., v.85
n.5, São Paulo, 2005.
RIQUE, A. B. R.; SOARES, E. A.; MEIRELLES,C. M. Nutrição e exercício na
prevenção e contyrole das doenças cardiovasculares. Rev. Bras. de Med. Esp., v.8 n.6,
p. 244-254, 2002.
Orçamento
Descrição do material ou serviço Fonte do recurso Valor (R$)
Camisetas Alunos e professor 525,00
Lembrançinhas Professor 200,00
Textos impressos C. E. Rachel de
Queiroz 50,00
Maquetes e cartazes Alunos 100,00
Viagem a Maringá SEED
TOTAL 875,00
Cronograma
2007
(meses)
Descrição das atividades
m j j a
s o n d
Levantamento dos dados na Secretaria
Municipal de Saúde de Ivaté-Pr sobre as
causas de mortes no período de 2003-2005
X
Tabulação dos dados recebidos da Secretaria
Municipal de Saude X
Definição do tema X
Reunir e ler textos e artigos científicos sobre
o assunto; X X X X
Discussão e resumo dos textos e artigos
científicos; X X X
Redação do projeto. X
Revisão do projeto; X
Seleção de materiais emprestados para as
apresentações; X X
9- Confecção de materiais para exposição –
maquetes, cartazes... X X
10 – Apresentação do trabalho para a
comunidade escolar; X
2007
(meses)
11- Apresentação do trabalho no Com
Ciência
-assinatura do proponente- -assinatura do(s) orientador(es)-
Ivaté, 09 de .Agosto de 2007.