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SONHO REAL

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SONHO REAL

10 meses de ocupao rea de 28 alqueires abandonada desde 1957 Proprietrios que nunca pagaram impostos 4 mil famlias acampadas 14 mil pessoas despejadas em 1 hora de ao policial Uma promessa do Governador no cumprida Dois Prefeitos que poderiam desapropriar a rea e no fizeram O Judicirio no reconhece o descumprimento da funo social da posse e decreta a reintegrao O Setor Imobilirio que pressiona pela no desapropriao da rea A imprensa corporativa local calada diante das arbitrariedades O presidente da OAB-GO advoga aos proprietrios

Um despejo violento cumprido por uma polcia truculenta 2 mortos no despejo e 1(uma) marcada pela omisso estatal 40 feridos alvejados por tiros 1 paraplgico e 3 cirurgias graves 800 detidos, 136 autuados e lideranas presas Milhares de feridos, torturados, humilhados, mau-tratados pela fora policial Movimentos, Entidades e Parlamentares criminalizao dos apoiadores E uma Cidade Que No Se Comoveu!

Casas de um Sonho Real

Filhos de um Sonho Real

Ocupao Maio de 2004 Fevereiro 2005Entre os dias 10 e 11 de maio de 2004 teve incio a ocupao de um terreno de 1,3 milhes de metros quadrados (cerca de 28 alqueires) do loteamento realizado em 1957, conhecido como Parque Oeste Industrial.

Em fevereiro de 2005 j eram aproximadamente 4 mil famlias, cerca de 15 mil pessoas, que fizeram morada na rea ocupada por mais de 9 meses.

Associao de Moradores do Sonho Real

Casas e Crianas

Organizao Popular Coletiva no Residencial Sonho Real

Reconhecimento do Banco do Brasil do Residencial Sonho Real

Assemblias Populares- todas decises tomadas no coletivo

A rea O loteamento Parque Oeste Industrial, feito em 1957, no cumpre a funo social da propriedade. Os ditos proprietrios nunca pagaram impostos, sem nenhuma reprimenda legal, o que afronta diretamente os ditames da Constituio, especificamente do Estatuto da Cidade, que prev tributao progressiva e a desapropriao por descumprimento da funo social.

A primeira Reintegrao de Posse No dia 20 de maio de 2004, o Juiz Substituto Dr. Nickerson Pires Ferreira, concedeu a primeira liminar de reintegrao de posse, autorizando o reforo policial, ficando determinantemente proibido abusos, porm no foi cumprida.

Reiterao da Ordem de Reintegrao 04 de junho de 2004, o mesmo Juiz Substituto Dr. Nickerson Pires Ferreira, reitera a liminar de reintegrao de posse, mas novamente a deciso no surtiu efeito e no foi cumprida.

REINTEGRAES

Decises judiciais de 20 de maio e 4 de julho de 2004 houve, alm da estipulao de multa de R$ 10 mil por dia de descumprimento das liminares, tambm foi autorizado uso de reforo policial

ficando determinantemente proibido abusos.

O Residencial Sonho Real recebe cada dia mais pessoas, a construo das casas de alvenaria aumenta e o clima de relativa tranqilidade.

O ex-Prefeito e candidato a reeleio PEDRO WILSON poderia ter desapropriado a rea e no fez. Chegou a encaminhar ofcio no Dia 06 de Outubro de 2004 para a Juiza Grace Crrea Pereira pedindo a suspenso da ordem de reintegrao de posse, mas foi negado pela mesma.

Perodo Eleitoral Agosto, Setembro e Outubro de 2004Utilizando-se eleitoralmente do conturbado perodo de campanha municipal diversos candidatos a prefeito e vrios candidatos a vereador de Goinia aproveitaram para discursar e prometer moradia para os ocupantes.

Prefeito de Goinia ris Rezende Machado Fez comcios no Parque Oeste Industrial, incentivando o ingresso e permanncia na rea, prometendo trabalhar, se eleito fosse, para a regularizao da situao das famlias ali ocupantes.

Candidato a Vereador - Delegado Euro MessiasGarantiu atravs de santinhos que: a palavra do Governador est mantida... a Polcia no vai invadir o loteamento...REAFIRMO No vou abandonar nossos companheiros; Cumprirei fielmente o acordo feito entre o Governador e o Deputado Sandes Jnior; Vou lutar at a ltima consequncia por todos vocs.

Promessa do Governador Marconi Perillo

O Governador do Estado de Gois, em Novembro de 2004, juntamente com um candidato a Prefeito de Goinia (Dep. Federal Sandes Junior), Dep. Federal Capito Wayne, Vereador Chiquinho de Oliveira, Ver. Elias Vaz e Ver. Mauricio Beraldo, promete numa reunio dentro do Palcio das Esmeraldas para cerca de 300 ocupantes:

Palavras do Governador

"se for algum policial l, algum comandante l, vai ser demitido. Esta deciso est tomada!

Mais ocupantes chegam ao Sonho Real e mais casas so construdas

A cada poltico que ia ao local as condies das moradas melhoravam, vrios candidatos doaram materiais de construo, logo, cresceu enormemente a quantidade de construes na rea. Com o fim da campanha havia cerca de 3 mil construes (casas e comercios).

Nova Liminar de Reintegrao de Posse Em de 03 de setembro de 2004, a Juza Substituta Dra. Grace Corra Pereira, em primeira anlise do processo, passou por cima do princpio constitucional do cumprimento da funo social da propriedade e sentenciou: que no houve desuso associado ao inadimplemento absoluto dos tributos capaz de induzir a presuno de abandono do imvel ou de desnaturao de sua funo social

Mais informaes Esta nova liminar determinava que se desocupasse o imvel em 20 dias, estipulou multa diria para descumprimento em R$ 1 mil e no houve determinao de reforo policial. Surge no auge da campanha eleitoral, tambm no foi cumprida em tempo e to pouco se tiveram notcias de ter havido cobrana das multas.

Nov/Dezembro de 2004 e Janeiro de 2005A IMPRENSA GOIANA

A presso dos veculos de Comunicao de massa para o cumprimento da liminar aumenta, principalmente dos Jornais O Popular e Dirio da Manh e da TV Anhanguera (Rede Globo) e TV Serra Dourada (Rede SBT).

O JudicirioO juiz Gilmar Luiz Coelho, da 10 Vara Cvel de Goinia, juiz que cumpriu a reintegrao de posse, declara no Jornal O Popular, no dia 11 de Fevereiro, que poderia decretar a priso do Secretrio de Segurana Pblica e Justia de Gois (SSPJ-GO) Jnathas Silva, se no cumprisse a ordem judicial, que pede fora policial suficiente para cumprir liminar. Se h o descumprimento de uma ordem judicial eu posso at decretar a priso dele (do secretrio).

O Ministrio PblicoO Promotor Pblico responsvel pela Promotoria de Urbanismo e Meio Ambiente, Dr. Mauricio Nardini, ameaa entrar com uma Ao de Improbidade Administrativa contra o Sr. Jnathas Silva, Secretrio de Segurana Pblica e Justia GO, pelo no cumprimento da deciso judicial.

O Setor Imobilirio No dia 28 de Janeiro de 2005, oito entidades do setor Imobilirio, do setor de engenharia e empresarial lanam NOTA comprada no Jornal O Popular Carta Aberta sociedadeInvaso do Parque Oeste Industrial.

A Nota comprada A ao ilegal dos invasores...no Parque Oeste Industrial...e os sucessivos adiamentos para a retirada, criaram uma desordem judicial, poltica e institucional...Tal situao coloca em risco a segurana e o bem estar de todo o povo goiano...Se a soluo for a desapropriao da rea, os cidados de bem, cumpridores de suas obrigaes como contribuintes e cidados, acabaro por arcar com este presente para os invasores. E dessa forma, estaramos todos condenados a viver numa terra-de-ningum...Com o passar dos meses, foi criado em Goinia um ncleo paralelo ao Poder do Estado, Municpio e da Justia.

Presso para o cumprimento da Reintegrao de Posse A presso dos meios de comunicao, Ministrio Pblico Estadual, Setor Imobilirio Local e do prprio judicirio local para que a liminar fosse cumprida de imediato pela Secretaria de Segurana Pblica e Justia do Estado de Gois, s aumenta a cada dia, deturpando informaes e manipulando a opinio pblica.

O Governo do Estado O governador Marconi Perillo volta atrs, descumpre a promessa feita, reafirma numa solenidade de formatura de policiais no dia 03 de Fevereiro, informao veiculada pelo jornal O Popular; que a rea invadida no Parque Oeste Industrial ser desocupada. Afirmou: Espero que o bom senso prevalea. Queremos resolver o problema social mas temos de cumprir a legislaoMais promessas:

garante que as famlias que sarem do local no vo ficar desamparadas: Sobretudo quem precisa.

Mais promessas Lotes e Cheque Moradia O Presidente da Agncia Goiana de Habitao (AGEHAB), lvaro Loureno, promete Lotes e cheque moradia no valor de R$ 4 mil, para quem sair da rea antes da desocupao, promete: Ns temos a soluo para o atendimento imediato das famlias com este perfil, que desocuparem pacificamente a rea, porm a soluo existe somente at o incio da Operao Militar. Estabelece como critrio essencial a no permanncia na rea, utilizando-se demagogicamente de programa social do Governo do Estado, o Cheque a Moradia, como uma ferramenta de desmobilizao da luta popular.

A Omisso da Prefeitura de GoiniaO Prefeito ris Rezende, no cumpre suas promessas, se omite, desmente que vai desapropriar a rea e abandona seus eleitores do Parque Oeste Industrial.

A proprietria da rea e seus herdeiros

At Janeiro de 2005 a proprietria e seus herdeiros aceitavam negociar a rea, depois desta data sofreram presso do setor imobilirio e desistiram.

Operao InquietaoEsta Operao inicia-se por volta do dia 06 de fevereiro de 2005, era uma ao eminentemente de efeito psicolgico.

Uma verdadeira operao facista de terror psicolgicoEra desenvolvida da meia-noite at o final da madrugada, consistia: Fazer cerco ao terreno com viaturas policiais; Impedir a entrada e sada de pessoas do local; Cortar a energia na regio; Manter sirenes ligadas durante a noite toda; Atirar bombas de gs de pimenta, gs lacrimogneo e de efeito moral; Desferir tiros de intimidao, balas de borracha e vrios disparos tambm de projteis letais em direo as casas e aos ocupantes.

Cpsulas de projteis letais encontradas em toda rea

Mais cpsulas...

Cpsulas de pistolas, calibre 7.62 (fuzil) e calibre 12!

Bombas...

Bomba vencida

Carro atingido e paredes atingidas por projteis

Moradora mostra Bblia perfurada por tiro

Ocupantes feridos

Ato ecumnico no dia 13 de Fevereiro

Foi realizado Domingo um ato ecumnico pela paz no Residencial Sonho Real.

Marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Marcha pacfica em 15 de Fevereiro foi barrada no municpio de Campestre. Deciso de Juzo incompente, no especificao da ao necessria, cumprimento da ordem em comarca de outro juzo. A truculncia da polcia mesmo sem resistncia nenhuma das pessoas resultou em seis ferimentos a bala de borracha e espancamentos.

TENTATIVAS DE IMPEDIR O DESPEJO FORADOFoi protocolada no dia 15 de Fevereiro no MP-GO uma REPRESENTAO por vrias entidades da Igreja Catlica, Comisso de Direitos Humanos da Assemblia Legislativa e da Cmara dos Vereadores, entre outras entidades da sociedade civil, denunciando as ilegalidades da Operao Inquietao e tentando encontrar sada pacfica e negociada para o despejo das famlias.

Tentativas de Impedir o despejo foradoVisita Braslia: no dia 15 de fevereiro uma delegao de representantes da sociedade civil goiana, entre eles parlamentares e representantes dos ocupantes, estiveram com membros da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) do governo federal em Braslia para informar a situao.

Tentativas da Secretaria de Direitos Humanos da Presidncia da RepblicaHouve tentativa, por parte do representante Mario Mamede, de negociar at meia noite do dia 15 de fevereiro soluo pacfica para a reintegrao. Buscou-se, frustradamente, durante todo o dia falar com o Prefeito de Goinia, Iris Rezende. Numa conversa com o Governador Marconi Perillo, a palavra final indicava que no havia mais negociao...agora o problema era de polcia.

A Igreja CatlicaO arcebispo metropolitano de Goinia, dom Washington Cruz, divulga nota no dia 15 de Fevereiro, na qual faz um apelo pela no violncia, pede que no se permita um espetculo de terror na desocupao, insiste na possibilidade de negociao, pede a retomada do dilogo, a reviso dos posicionamentos e a suspenso da desocupao. No ouvido!

No decorrer do dia 15 de Fevereiro, um helicptero sobrevoou a rea, fazendo reconhecimento com um policial ostentando uma metralhadora. Carros da polcia circularam nas proximidades do terreno, durante todo dia, deixando posseiros apreensivos.

Dois ocupantes e um policial baleadosNa madrugada do dia 16 de fevereiro de 2005, a Policia Militar agiu de forma truculenta, aterrorizando as famlias, com bombas de gs lacrimogneo, balas de borracha, tiros com munio letal, atingindo moradias e ferindo dois ocupantes.

Esta ao, extremamente violenta ps em risco a vida de homens, mulheres e crianas.

Imagens CMI Cumpre observar que o Centro de Mdia Independente (CMI) de Goinia registrou durante esta operao ocupantes feridos com armas de fogo e com armas de balas de borracha, alm do pavor instalado entre mulheres e crianas. A cena de guerra foi transmitida, ainda, pelas emissoras locais e nacionais.

Secretrio Jnathas Silva na CPMI da TerraSegundo o Secretrio de Segurana Pblica, em depoimento prestado Comisso Parlamentar Mista de Inqurito (CPMI) no dia 03 de abril de 2005, a Operao Inquietao tinha o objetivo de criar terror psicolgico, insegurana e instabilidade dentre os ocupantes para facilitar a negociao da sada pacfica da rea.

Balano da Operao Inquietao10 dias de Operao Policial terrorista; Sirenes ligadas durante 10 noites; 10 noites sem luz eltrica; Tiros de borracha, tiros letais e bombas de gs de pimenta, gs lacrimogneo e de efeito moral, por vrias noites em direo as casas e aos ocupantes; 2 ocupantes feridos por tiros dos policiais; Milhares de ocupantes, entre mulheres, idosos e crianas feridos; Trauma e perturbao psicolgica.

Tudo Preparado para o Banho de SangueAinda no dia 15 de Fevereiro de 2005, 14 rgos pblicos e o Advogado da proprietria Dr. Miguel Canado (Presidente da OAB-GO) estiveram reunidos com a cpula da Secretaria de Segurana Pblica do Estado para acertar os ltimos detalhes para o despejo forado.

Alerta aos HospitaisNessa reunio do dia 15, foram chamados os diretores dos: hospitais pblicos de Goinia; Hospital de Urgncia de Goinia (HUGO); SIATE; SAMU; Santa Casa; Hospital das Clnicas; Cais do Bairro Goi; Corpo mdico militar; Corpo de bombeiros; Instituto Mdico Legal; rede particular de sade; Para alert-los da operao que se sucederia, sendo inclusive relatado pelo diretor do HUGO ao Ministrio Pblico, que investiga a operao, que houve surpresa com o pouco nmero de atendimento realizado no dia dos fatos, posto que as informaes e o alerta davam a entender que se teria mais vtimas fatais e mais feridos graves do que se registrou, preparava-se uma verdadeira operao de guerra.

Na Operao Triunfo foi utilizado um efetivo de 2150 homens entre policiais militares (GATE, Rotam, Cavalaria da Polcia Militar, ROCAM, entre outros), bombeiros e policiais rodovirios.

Operao Triunfo

Choque

A tropa de choque, que segundo o Secretrio de Segurana Pblica, no portava armas letais, foi a primeira a entrar na rea da ocupao para livrar os bloqueios montados pelos ocupantes.

Armas Letais

As imagens feitas pelo CMI de dentro da ocupao, jornais e outras veiculadas pela Rede Record de Televiso, Programa Chumbo Grosso , mostram claramente que vrios policiais, inclusive da tropa de choque usavam armas letais (pistolas e revolveres).

Resistncia Branca

Segundo o comandante da Operao, Coronel Queiroz, o restante da tropa fora utilizado para fazer a limpeza da rea, retirando os moradores do local. Durante e depois da Operao Triunfo a rea ficou isolada, sendo impedidos de entrarem no local a mdia e autoridades pblicas constitudas como vereadores e deputados estaduais e federais.

Dados do massacre2 mortos 1 paraplgico 3 cirurgias 40 feridos por tiros Milhares de feridos e espancados 800 detidos 136 autuados Lideranas presas

Violncia Policial

Maus Tratos, Abusos, Torturas, Arbitrariedades...Houve leses corporais que chegaram a desfigurar as vtimas fatais, sendo que os disparos foram realizados a curta distncia, o que leva a entender que se tratou de execues sumrias, com indiscutveis sinais de maus tratos e tortura antes a aps os disparos, conforme at depoimentos de algumas testemunhas que viram os homicdios.

As vtimas fataisA polcia militar no observou procedimentos periciais quando removeu os corpos de duas vtimas fatais, alvejadas por armas de fogo.

A primeira vtima WagnerWagner, segundo relatam testemunhas e confirmado pelas fotos, foi espancado antes de morrer, como demonstram as escoriaes no rosto, no punho esquerdo e nas partes superior e inferior das mamas. O IML afirma que levou somente um tiro e no apresenta sinais de espacamento.

Testemunhas afirmam que viram o Wagner ser agredido aps ter sofrido o disparo, inclusive relatam que policiais pisaram , chutaram seu pescoo.

Local do homicdio de WagnerSomente no dia 14 de Maro que o Dr. Waldir Soares de Oliveira, Delegado da 22 DP- preside os trs inquritos referentes ao Parque Oeste, foi publicamente apresentar o laudo de exame de pesquisa de sangue que comprovou que Wagner da Silva Moreira, de 21 anos, foi realmente assassinado fora da ocupao. Foi atingido na Rua das Indstrias, no Parque Oeste, prximo empresa de segurana Garra Forte, num local que estava sob controle da Polcia Militar, quando esta organizava os ocupantes em filas indianas para retir-los da ocupao.

A Casa de WagnerOutro fato que evidencia as execues, a truculncia e os crimes cometidos pela PM na desocupao foi constatado na casa de Wagner, onde havia um fusca que pertencia a me dele, Dalvina Mendes da Silva Frana, que ficou crivado de balas disparadas pelos policiais, ainda ningum se disps a explicar tais fatos.

A segunda vtima Pedro No se sabe precisar, ainda, o local dentro da rea da ocupao em que Pedro Nascimento da Silva, 27 anos, foi alvejado e morto.

Testemunhas afirmam que Pedro foi alvejado em frente a um pit-dog na ocupao e relatam que foi espancado depois de ter sido baleado e deixado sangrando durante muito tempo, vrios policiais da PM negaram socorro.

A Retirada O dia D 06 horas - Policiais militares se renem nos respectivos batalhes 8 horas - Polcia isola ruas ao lado do Residencial Sonho Real 8h59 - Chegam mquinas, patrolas e nibus para operao de desocupao 9h15 - Homens do Batalho de Choque se posicionam em frente s principais entradas da invaso 9h17 - Batalho de Choque inicia desocupao; jogam granadas de gs lacrimogneo, de efeito moral so lanadas para dispersar a multido 9h20 - As duas principais barreiras da invaso so desobstrudas 9h22 - Aparecem os primeiros sem-teto presos de dentro da ocupao 10h17 - Homens do Batalho de Choque saem de dentro da rea; moradores aplaudem os policiais 11 horas - A rea est totalmente desocupada 13 horas - A polcia comea a operao varredura, em busca de armas e outros objetos dos invasores

Jornal Dirio da Manh- 17/02 mostra- Despejo de mais de 14 mil pessoas feito em 1 hora

Demolio das casasToda a rea dos fatos foi modificada com a demolio das moradas dos ocupantes em flagrante alterao das cenas dos crimes. O Secretrio de Segurana Pblica de Gois alega ser esta uma determinao judicial que autorizou os proprietrios da rea a assim procederem, sendo que a polcia no seria responsvel por isto, embora na deciso datada de 03 de setembro de 2004, nada se vislumbre neste sentido.

Presos no 7 BPM

800 detidos e 136 autuados

Desabrigados na porta da Catedral de Goinia As 14 mil pessoas despejadas em uma hora de ao policial ficaram a noite sem ter onde dormir e sem comer.

Sem local para dormir, banhar, comer, descansar; os desrespeitos continuam...

Velrio na Catedral

Ato Poltico no Velrio

Nova nota paga do Setor ImobilirioFoi publicada no dia 17 de Fevereiro, um dia aps o despejo violento, no Jornal O Popular , uma nota de aprovao dos empresrios locais do setor imobilirio, agronegcio, cmara de lojistas, empresrios no geral, num total de 12 entidades, s operaes Inquietao e Triunfo promovidas pela polcia goiana.

A Nova Nota... A Secretaria de Segurana Pblica e Justia devolve ao povo goiano a certeza de que em Gois a lei prevalece ao anarquismo e o vandalismo no prospera....Merece elogio a ao da Polcia Militar, sob o comando firme e resoluto do Coronel Marciano Baslio de Queiroz...Nossa PM usou a fora necessria que a ocasio requeria...A sociedade goiana respira aliviada com a retirada dos invasores, pois agora tem a certeza de que o Estado garante a lei...Para os segnatrios desta nota e de toda sociedade goiana fica a sensao de que a justia tarda, mas no falta.

Moo de Apoio de 34 deputados estaduaisFoi entregue por 34 dos 41 parlamentares goianos (deputados estaduais), moo de apoio ao da Secretaria de Segurana Pblica do estado, nmero da bancada governista.

Policiais disfarados atiram e causam tumulto no velrio dos ocupantes assassinados

Tiros, desrespeito aos velados e um grande nmero de pessoas em risco

Pedido de Antecipao de ProvasFoi feito pela advogada dos despejados um pedido cautelar de produo antecipada de provas, no qual, pede-se que seja preservada a rea, levantando o custo do material empregado na construo das casas na ocupao Sonho Real, o pedido foi indeferido pelo juiz Gilmar Luiz Coelho, da 10 Vara Cvel de Goinia.

Pedido do Ministrio Pblico de prazo para ocupantes retirarem coisasO MP goiano na mesma ao de reintegrao de posse interps, nos dias seguintes ao despejo forado, petio requerendo fosse concedido prazo de trinta dias para as famlias retirarem do local seus pertences, mas o pedido foi negado pelo juiz Gilmar Luiz Coelho, da 10 Vara Cvel de Goinia.

Seguranas na rea desocupadaH seguranas privados fazendo a proteo da rea antes ocupada, o que no tem impedido pessoas estranhas ocupao de entrarem no local e recolherem tijolos, ferragens e outros objetos que possam aproveitar, ou seja, saqueam.

Famlias despejadas so encaminhadas para dois GinsiosNo ato da desocupao do Parque Oeste industrial, mais de 14 mil pessoas foram desalojadas, sendo que cerca de 1000 famlias (cerca de 2500 pessoas) que no tiveram para onde ir, foi destinado o alojamento temporrio e provisrio do Ginsio do Bairro Novo Horizonte e outro do Bairro Capuava em Goinia- Gois.

Ginsio Novo Horizonte e Capuava

Crianas Doentes- epidemia de sarna

CPMI da TerraRepresentantes da Comisso Parlamentar Mista e Inqurito da Reforma Agrria e Urbana, vieram por provocao da Comisso de Direitos Humanos da Assemblia Legislativa e da Cmara dos Vereadores no dia 03 de Maro Goinia para investigar o despejo violento do Parque Oeste Industrial. Ouviram representantes do Ministro das Cidades, do Governo do Estado, da Prefeitura de Goinia, da Secretaria de Segurana Pblica do Estado de Gois, da Procuradoria-Geral de Justia, da Arquidiocese de Goinia, o representante do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e o representante da ocupao "Sonho Real.

CPMI pede Federalizao dos crimesNo Dia 10 de Maro a CPMI da Terra aprovou requerimento do relator, deputado Joo Alfredo (PT-CE), que recomenda ao procurador-geral da Repblica a federalizao da investigao e do julgamento das duas mortes atribudas Polcia Militar de Gois durante a ao de despejo do assentamento Sonho Real, em Goinia, em 16 de fevereiro. O deputado no acredita que a polcia goiana tenha condies de levar adiante o inqurito.Afirma: O secretrio de Segurana Pblica de Gois justifica todas as aes ilegais e violentas da polcia de seu Estado e, por isso, ns no consideramos que ele tenha iseno para fazer essa apurao...A Polcia Militar ainda alega que no usou armas letais,mesmo com as duas mortes e 11 feridos por armas de fogo.

CDDPHUma comisso do CDDPH esteve em Goinia nos dias de 8 a 9 de maro de 2005 por iniciativa da Comisso de Direitos Humanos da Assemblia Legislativa e da Cmara dos Vereadores, visitando as famlias, colhendo depoimentos numa investigao paralela. Foi apresentado o relatrio na reunio do CDDPH no dia 17 de Maro de 2005 pela comisso composta pelo Dr. Humberto Pedrosa e Dr. Percilio- ambos Conselheiros do CDDPH e pelo Dr. Cludio Drewes- Procurador do MPF, que relataram os casos de violao dos direitos humanos e a preocupao com a apurao imparcial e a punio dos responsveis, indicando quase que exclusivamente pela federalizao dos crimes cometidos contra os direitos humanos. A comisso do CDDPH apontou ainda graves falhas e condies sub-humanas nos ginsios onde as famlias refugiadas foram instaladas. Outra preocupao foi as epidemias generalizadas, principalmente entre as crianas, e falta de escola para estas. Encaminhou-se a formao de uma sub-comisso com o objetivo de preparar relatrio e iniciar a investigao, auxiliadas pela Policia Federal para embasar pedido de federalizao dos crimes ao Procurador-Geral da Repblica.

Deputado Estadual Mauro Rubem e entidades que apiam o Sonho Real no CDDPH

Impasse da rea provisria aos sem-tetos A Prefeitura de Goinia promete no dia 22 de Maro rea temporria aos sem-tetos numa rea pblica no Celina Park, na Regio Oeste de Goinia, at a compra de uma rea definitiva para assentar as famlias. A prefeitura e o Ministrio das cidades tinham, inclusive, se comprometido de doar 850 barracas para a mudana. A prefeitura de Goinia de acordo com um protocolo de intenes assinado entre Municpio, Estado e Unio teria at dia 18/03, para adquirir uma rea definitiva para as famlias, o que de fato no ocorreu. Dia 22 de Maro as empresas e associaes do mercado imobilirio articularam para impedir a ida dos desalojados para a rea proposta pela Prefeitura, que acabou em virtude da presso, recuando e desistindo da disponibilizaro da rea para alojar as famlias.

Incitao ao crimeDeclarao do Ademir MenezesSecretrio das Cidades do Governo do Estado, prometendo no dia 22 de Maro aos sem-teto que poderiam montar suas barracas na rea no Celina Park pois era de um amigo e que estava garantida a permanncia daquelas famlias que estavam refugiadas nos Ginsios.

Priso do dia 23 de MaroOs sem-teto diante da promessa se dirigiram no dia 23 de Maro pela manh at o local, com o intuito de inicialmente fazer uma manifestao para pressionar e sensibilizar o Poder Pblico Municipal para resolver o problema de moradia das famlias acampadas nos dois ginsios, o movimento foi mais uma vez criminalizado e sofreram as arbitrariedades da Polcia Militar de Gois e da Polcia Civil, prendendo 5 lideranas e usando de violncia para coagir o movimento social. Foram libertados no Dia 26 de Maro.

Situao insalubre, precria, sem higiene permanece nos dois GinsiosO que

era para ser eminentemente temporrio e provisrio,j perdura mais de um ms, desde o dia 16 de fevereiro do vigente ano, do ato da desocupao.

O abastecimento de gua deficiente, no regular. A comida cedida pelo poder pblico tem sido tambm deficiente e so dirios os casos de vrias marmitas que vem com bolos de cabelos dentro. Quando chove a situao torna-se ainda mais precria, com grande propenso de transmisso e contgio de doenas trazidas da gua da chuva.

noite o ginsio se transforma numa cama gigantesca, onde todos se misturam sem distino, nem critrio, numa total falta de privacidade e intimidade. As pessoas j se encontram no s num estado mental abalado pela violenta desocupao, pela srie de crimes praticados contra os direitos humanos, mas num estado de estresse, desnimo e agressividade muito grande.

As condies sanitrias nos ginsios bastante precria e expe todas famlias a agentes nocivos sade, tanto agentes fsicos (calor, frio, umidade), agentes qumicos (poeira, lama, gases, fumaas), quanto agentes biolgicos (microorganismos, vrus e bactrias), que se acredita esto bem acima dos limites de tolerncia humana, haja vista, as doenas relatadas. Diante dessa situao indigna e sub-humana est evidente que ocorrer um surto de ocorrncias de doenas transmissveis (DST/ HIV/Aids, hepatites B e C, tuberculose, dentre outras), com grandes possibilidades de epidemias.

Omisso Estatal causa mais uma morte no Ginsio do Capuava

A dona de casa Snia Chaves Santos, de 36 anos, estava sub-alojada no Ginsio e morreu no Hospital das Clnicas da UFG depois de quatro dias de internao, por causa de um furnculo que surgiu nas ndegas e infeccionou aps uma queda no banheiro do ginsio. A falta de assistncia sade pelo poder pblico evidente!

Plano Diretor No municpio de Goinia no existe Plano Diretor regulamentado, de modo que no so previstos instrumentos de tributao progressiva e desapropriao de interesse social por descumprimento da funo social da propriedade. Importa lembrar a presso que vem sendo feita pelo Setor Imobilirio nos ltimos dias para que seja aprovado o Plano Diretor com cem por cento de expanso urbana na cidade toda, atendimento que foi acolhido pelo chefe de governo do Municpio Flavio Peixoto conforme declarao na grande mdia

ENCAMINHAMENTOS Pedido de Desapropriao da rea a fim de que a propriedade possa cumprir sua funo social; Garantia da integridade fsica, a vida e a dignidade de todas as pessoas envolvidas neste conflito; Requer penalizao dos responsveis pela ao de despejo forado (mortes, espancamentos, tortura e desrespeitos aos direitos humanos); Que seja feito um controle mais rigoroso das aes policiais no Estado de Gois, seja face aos movimentos urbanos, seja em face dos movimentos rurais. Que seja FEDERALIZADO as investigaes e a competncia para os crimes contra direitos humanos Imediata remoo das famlias dos locais insalubres; Mover procedimentos de crimes de responsabilidade, crimes eleitorais, crimes comuns e de improbidade administrativa cometidos pelo Governador do Estado Marconi Perilo e Prefeito de Goinia ris Rezende. Realizar misses em Goinia para apurar os crimes relacionados.

Crditos Deputado Estadual Mauro Rubem, Presidente da Comisso de Direitos Humanos da Assemblia Legislativa Cerrado Assessoria Jurdica Popular (Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares- GO) Coletivo do Centro de Mdia Independente Goinia (( i ))