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Getúlio Moura

SoLuA

Capa e fotografias:

Getúlio Moura

Revisão: Deine Ribeiro do Vale

ICEC

Imperial Casa Editora da Casqueira

1999 – 2015

2ª EDIÇÃO

© Getúlio Moura, 1999 - 2015

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Para

Sebastião Xavier

e Francisca Moura

...

Sob o sol de cada dia

entre roçados e salinas

em noites de lua cheia

pescando no rio

semeando

alimentos e filhos

tecendo a morada

e a vida.

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_______________________________________________________Sumário

Estamos no limiar... Noturnos...7 Sob o Luar...11 Infinitude...13 Pai...14 Ruas da Cidade Grande...15 Sobre o Amor...18 Milênios Depois...19

A arte é... o infinito Lobo da Noite, Águia do Dia...21 Inversão...23 Fusão...24 O Girassol e o Pássaro...25 A Cigana Solitária ...27 A Quinta Mágica...30

Sonetos sonoros As Borboletas...33 A Viagem...34 O Olhar de Augusto...36 Denise ...37 Letras Macauenses...39 Fevereiro...41 Tempestade...43 Soneto de Dezembro...44 Versos Quânticos...45 Tudo, Sempre Nada...46 Cantiga do Sol...47 Beni...49 Quatro Acrósticos Clara...51 Nayara...53 Bruna...55 Cibele...57

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_____________________________________Prefácio

Segundo livro de poemas de Getúlio Moura, SoLuA nos remete a uma inquietante viagem nas profundezas do artista. Sem se deixar deter pela métrica, nem se domar pela forma, o solitário lobo avança em versos noturnos impregnados de desejo e gozo. Enquanto gaivotas sobrevoam corpos nus em direção ao sol, girassóis se abrem para enxergar o meigo olhar de Nayara, Bruna e Cibele, frutos primeiros da sua própria criação. Getúlio ousa demais. Ninguém se espante. Fala com igual ternura das possibilidades de um suave amor ou das crianças que ‘sobrevivem desabitadas, em drogas desencantadas’, captadas por lente em eterna vigília. Tudo desperta a sensibilidade do artista, que desde cedo aprendeu a arrancar da alma autodidata o prazer de registrar em tela, fotografia ou literatura, uma mágica mistura de ficção e realidade. As borboletas no asfalto lhe inquietam. Quantas delas morreram no caminho - lamenta:

“Inquietas, quase pétalas neon frenéticas, dançam alucinadas

batendo o leque de asas crepom”.

A inseparável câmera fotográfica tudo registra,

cúmplice fiel do seu parceiro e mestre. A luz se deixa dominar, desfocando imagens, recriando a cena em ousado laboratório, ilustrando páginas. É meigo e voraz quando cria. Às vezes louco, esquece os algozes, viaja entre estrelas. Embala poetas. Busca sonhos e cometas prateados. Acredita na possibilidade de encontrar, sob o luar, o mapa do tesouro.

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“A interioridade domina, predomina a dama e o cavalheiro.

Improvisam o estúdio percorrem o roteiro e a cena...”

O artista Getúlio, multimídia de pele morena, também sabe lidar com óleos e pincéis. Em telas, expõe todo o seu talento, reconhecido e admirado pelos críticos e amantes da arte. Navega, silente, em poços de ouro negro ou caravelas virtuais. Desaparece entre ilhas. Ressurge na madrugada. Da guitarra arranca gemidos, da garganta emite cantos que se espalham em suaves ondas nas noites de lua cheia nas salgadas ruas da ilha.

“Será eterna a canção que se fez completa

sobre a areia da praia...”

Amado por gregos, desejado por troianas, Getúlio é quase consenso. Seu coração, porém, não se deixa aprisionar. Dos homens herdou as manhas. Das fêmeas sabe os segredos. Da nudez, explícita ou disfarçada, extrai pura arte. Palavras pouco ou nada podem acrescentar. Parecem inúteis diante do magnetismo desse plural artista e de sua obra. Getúlio procura ser universal e deixa claro quando diz:

“Hoje, não sou dono nem propriedade sou pleno, tenho amigos e liberdade”.

O certo é que Getúlio é Sol, penetrando a noite. Às vezes, porém, é Lua, suavizando a madrugada.

Macau, 1999 Regina Barros

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“Estamos no limiar e a delicadeza é inevitável”.

MARIZE CASTRO

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NOTURNOS Luz breve - pura magia alquimia de Deus despertando o incontível num virtualizar que só os humanos atingem. Passos convergentes luminosidade plena. Há um mapa explícito! A interioridade domina predomina a dama e o cavalheiro. Improvisam o estúdio percorrem o roteiro e a cena. A guitarra se ilumina de êxtase sob um abraço leve. Suas cordas vibram. - Percebo apenas. Desnuda-se a deusa bela, belíssima! Sua simetria, seu sexo seu sorriso sedutor de setas certeiras.

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Do outro lado, o filme enrolado, filtrado pela fálica lente da câmera. A guitarra geme já colada na fada cobrindo seus seios. No toque tímido, quase íntimo, o bojo pulsa sonoro, quase ofegante. – Percebo novamente num relance. Protege a Dama do olho da câmera onde o acetato, coitado, aprisionado, dependente d’um clique, reclama. Avança o filme desliza na cena. É servido um vinho e sorvido com desejo. Dança a imagem e a guitarra se rende. Aos poucos se move se envolve com os cliques do diafragma piscante.

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As vibrações se quadriculam entre cordas e trastes da viola, as tarrachas rodopiam, traçam os tons em seus giros, definem o som e o compasso da exótica melodia.

A câmera captura, apreende a princesa em imagens imortais. Imobiliza a sala, o vinho... E a guitarra se acalma. Sob a química do laboratório revelo o reflexo da luz e revejo... Viajo... Lá fora a lua cheia, linda, percorre a rota. No conduzir da carruagem, eis que surge o mar. Será eterna a canção que se fez completa sobre a areia da praia.

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As vestes no chão e os corpos libertos sob a luz de prata da lua. Tesão transbordante! Um banho de cristais e os corpos rolantes. Um banho de lua cheia e o sexo vibrante redesenhando o prazer num orgasmo supremo.

A guitarra ainda geme, às vezes gritante, soluçante ao sentir o cheiro da fêmea que ainda resta no seu corpo.

A câmera permanece vazia. Guardou-se numa doce lembrança quando o acetato se foi transformado em poesia. Será só dela o recanto escurinho, o aconchego daquele filme e o seu roçar a cada cena.

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SOB O LUAR

A lua aparece mais uma vez

reescrevendo o presente na minha memória.

Hoje está esférica. Ontem era metade,

crescia grávida de luz.

Ela não está mais sozinha quando no meio da escuridão

se projeta e me acha.

Os pensamentos armazenados são iluminados, acessados

e repartidos em afagos.

Revejo cenas passadas percebo detalhes preciosos,

precisos e delicados.

Entre orgasmos e delírios a arte impulsiona a vida

e novas fórmulas de êxtase.

E, vendo-me sob seu véu, reencontro-me e me pego redescobrindo o presente.

Hoje repassamos o mundo. Ultrapassamos espécies e essências

e ainda seremos somente sorte.

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INFINITUDE

A vida floresce admirável oferecendo-se em extrema exuberância

como as flores do mundo

Atinge o limiar e retorna lentamente entre sábias rugas

após tantos apelos...

Impulsionada por emoções, da superfície ao fundo da memória, a vida se transporta nessa viagem.

Junta-se e se separa, evolutivamente...

passa da lua e do sol e atinge o planeta seguinte.

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PAI

As rotas que segue são múltiplas

e todas são percorridas os perigos são vencidos

o calor, a fome, a dor, o frio...

Protege a cria, ensina o mundo

na palma da mão no mato e no rio choros e risos

só risos e alguns prantos

Tempo... Tempo lento...

A criança cresce rápido, rápido...

e o tempo passa, passa... O pai agora é avô

e o filho agora é pai que sai mundo afora

entre metrópoles poluídas.

As rotas que segue são múltiplas e todas são percorridas

os perigos já não intrigam tanto quando ele volta para casa

Trazendo alimento e paz.

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RUAS DA CIDADE GRANDE

Nas vias cruas perambulam crianças nuas

brincam e dormem brigam e roubam...

Alimentam-se de medos

nutrem-se de rotina e erros

Sobrevivem desabitadas em drogas, desencantadas

sem nenhum conto-de-fadas

Total condição primitiva hoje, incompatível combinação

seres humanos e a fome selvagem em pratos sujos da condenação

arbitrária e veloz contrária do avanço da história

desafiando a calma ferindo a sina, o senso da alma...

As calçadas as acolhem

e as embalam embora frias e duras

onde pisam sapatos lustrados em passos largos, apressados.

Sobressaltam sonhos sem cama

sem rede, nem nada... 15

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Loucos, são loucos os que olham e passam

apenas olham e passam...

Vão-se os anos os desenganos ligeiros

que os levam e os trazem ao espelho.

Também me olho e já me vejo velho.

Permanece o passado de pecados primitivos sem eira, nem beira. Só sorte, somente

olho-por-olho dente-por-dente

das crianças sem escola sem carinho sem esmola

sem uma mola...

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SOBRE O AMOR

A amizade é mútua compreensão feita na certeza da razão

que excede a pele dos animais

Nela, a palavra transcorre suave não há violência: só diálogo

respeito e sensibilidade

Nela surgem fatos inesperados e os quereres de um, às vezes

ferem grave as necessidades do outro

Sobre o amor dos humanos, Vinícius falou: “que não seja imortal - posto que é chama

mas que seja infinito enquanto dure”

Aprendo com o poeta e quero ir além: Eu quero o amor sempre...

Que passe do cérebro e siga eterno na alma

Aí eu vou caminhando com as experiências dos amigos

e a sensatez do meu perdão.

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MILÊNIOS DEPOIS

Os índios, onde estão? ontem, tantos senhores das florestas e dos rios de antigamente.

Até os rios partiram e os peixes e as caças quando a floresta se foi.

Sobreviventes a menos hoje, restam raros ultrapassando costumes e outros tipos de tupã a temer.

Numa selva de cimento e aço miscigenados descendentes presos entre as pedras urbanas e balas perdidas.

Contudo, entre mortos e feridos alguns se erguem e cantam outros sons reinventando a vida.

Agora, no esticar do arco, flechas se dispersam e vejo no alvo intacto o computador invadir a aldeia.

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“A arte é um passo da natureza para o infinito”

GIBRAN KHALIL GIBRAN

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LOBO DA NOITE, ÁGUIA DO DIA (revendo O Feitiço de Áquila ) Quiseram os deuses que assim fosse me dotou de um poder regressivo estendendo ao meu par o castigo em turnos, o mundo transformou-se. Sempre que o dia escurece não escapo desta sina feroz uivo sem lua e no alterar da voz as casas todas se fecham em prece. Buscando a parte perdida de mim vem o amanhecer, volto a realidade surge o sol na linha da cidade vejo uma águia de asas sem fim. À noite uma mulher se consome procurando um lobo solitário. logo clareia a praia do corsário a águia se ergue e o lobo some. Permeia o desencontro sofredor de noite ela é humana e eu um bicho de dia é o contrário... É feitiço!... Ora, é obra dos deuses essa dor!

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INVERSÃO (Passeio Lunático)

Em órbita, num giro ligeiro uma face oculta se mostra, dela recebo um tiro certeiro.

Na queda meu pouso é na lama

numa cratera da banda clara, do sangue ao pó eu faço fama.

Pressinto ser minha a metade naquele lado sombrio da lua

onde a minha visão não invade.

Sou chama noturna e ela a praça ela é o sonho e eu sou a luz já é dia e a noite não passa.

Aliás, ela e eu... Metáfora! A vida e a morte se aliam. Aí, lunático, digo: Tô fora!

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FUSÃO

Há três anos, fiz um jardim plantei várias mudas de uma flor que florescia pétalas carmim. Nesta planta não vi outra cor. Hoje vejo uma desabrochar surpreso com a cor amarela presencio o seu desenrolar, lentamente, da minha janela. É um quadro de rara textura flores vermelhas em revoluteio com uma flor amarela no meio, como um novo sol naquela cultura. Completa-se a mistura na tela antes beijada por uma abelha. No calor daquela cor vermelha brotou a minha cor amarela.

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O GIRASSOL E O PÁSSARO

Vôo sob as estrelas e muito além delas

meu pensamento vagueia.

Passa um belo girassol intrépido, em busca do sol

em noite clara de lua cheia.

Sensitiva, brava flor procura no espaço o calor do fogo que lhe incendeia.

Louco, alcanço o cometa me transformo em planeta

lhe sirvo luz, pousada, ceia...

A flor aceita o meu ninho nobre casa de passarinho

abrigo que lhe aquece e clareia.

Entre pétalas molhadas sinto o perfume das floradas.

Nasce o sol - uma flor nova gorjeia.

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O som explode num arrebol pintando os raios do sol

que o girassol desnorteia

Fazendo da flor o meu par me esforço e protejo o lugar

faça chuva, tempestade ou maré-cheia.

Levanta-se o sol e se espraia a lua no horizonte desmaia

e outra vida nosso pólen semeia.

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A CIGANA SOLITÁRIA Meu Deus, quanto tempo se passou! Eu nem tinha um ano de idade quando a cigana Soledade, bela e exótica, se apresentou. Ou era Angelina a graça dela, tenho dúvida o nome que tinha! Ela passava por ali sozinha de longe me viu pela janela. Aproximou-se lendo meus traços me pôs no seu colo, me definiu. Logo para minha mãe me pediu, envolvendo-me nos seus abraços. - Ora, sedutora cigana, o meu menino eu não vou lhe dar, esta terra, eu sei, é o seu lugar! Sua fala, amiga, não me engana! Não desrespeitou a sua fama, nem seu dom de ver coisa futura, elogiou a sua cultura desfez a fome e sede da cigana. 27

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- Dou-lhe a água que a sede pede, dou comida, meu teto de palha... Não tenho outra coisa que valha a criança eu não lhe dou. Sossegue! A jovem lhe agradeceu, gentil, antes revelou novas janelas do tempo, das letras e aquarelas daí me abençoou e partiu. Desapareceu. Ninguém mais a viu. Seus olhos permanecem na história, tatuados na minha memória retendo o óbvio quando ela sumiu. Vi nos olhos dela a cor do fundo! Hoje, não sou dono nem propriedade sou pleno, tenho amigos e liberdade vendo Deus nos bichos todos do mundo!

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A QUINTA MÁGICA

Letras - Mário Quintana e Clarice Lispector sonorizadas em várias vozes - vento suave, luz de uma canoa noturna, pequena nave. Maré mansa da ilha, cenário de espectro contagiado, via nela um belo navio. Um breve sarau se fazia na beira do rio. Um facho tênue no meio d’água, em movimento e o aviso delicado da mão de Lorenna Hill sobre a perna de Gex, mostrava a paisagem de abril. Findou o recital e a cena daquele momento se revelou na mistura da imagem dispersa. Zen, a paisagem se fundiu em poesia diversa. Vários professores e um casal extra, sob a tenda, notaram a ausência do violão – imperdoável! Mas suprida pelo bom papo, vívido, notável, que atraiu Dalton, jovem garçom daquela venda; puxou poesias que longe do patrão guardava. Simplicidade geral o encontro se revelava. Vinho, cerveja e poesia, sabor de frutos marinhos vieram aos seres sóbrios de sonhos expressos, percepção libertária dos próximos processos, indispensável rota que perfaz mais caminhos. Na despedida de Francy, a mestra que partia, viu-se o horizonte em sua sábia analogia. 30

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O automóvel percorreu o aterro das salinas com destino às moradas distantes dos poetas. Meia noite silenciosa, estrelas profetas previam outro dia no fechar das cortinas. Num abraço fraterno, Lorenna desceu na vila; Gex, solitário, retornou a sua velha ilha. Ouviu os galos cantarem – o amanhã não demora. Aos poucos, a luz penetrou na penumbra – era o sol que cessava o sono de Gex, a puxar-lhe o lençol. Ao trabalho, o carro correu a mais de cem por hora... Na cabine, um perfume... Presença de Lorenna Hill além do sonho para saudar-lhe de forma sutil.

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Sonetos sonoros

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AS BORBOLETAS Após as primeiras chuvas do ano os secos vegetais reverdecem folhas em ondas como oceano e mil borboletas aparecem Surgem do nada e circunvagueiam num flapear rápido e freqüente sem perder o prumo elas passeiam entre a estrada e o verde atraente Predominam as amareladas, sépalas pintadas na cor marrom outras azuis e pretas manchadas Inquietas, quase pétalas neon frenéticas, dançam alucinadas batendo o leque de asas crepom.

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A VIAGEM

Bandos de borboletas amarelas atravessam a estrada de asfalto. De uma margem pra outra é um salto ao longo, eu disparo no meio delas Duas horas de espetáculo corrente incessantes asas de rumos coletivos cento e oitenta quilômetros vivos curto a estrada, embora lamente O automóvel não pode decolar sem recursos para essa destreza passa na rota delas, num atravessar Para asas de metálica beleza levo minha namorada para voar enquanto isso, atropelo a natureza.

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O OLHAR DE AUGUSTO

O menino surgiu da pureza, fluiu num movimento leve, sorriu, viu em teu rosto suave a síntese rara da beleza. Disse: Mãe, como você é bonita! Ele não falou só da matéria, o garoto viu além da artéria com a visão de um grande artista. Tens brilho no olhar, claro sorriso, o rosto perfeito... Outra quisera! Porém Augusto num impulso à mais mandou um verso simples, preciso, num gesto de amizade sincera pois nela a plenitude se faz.

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DENISE Tentei um soneto pra Denise lembrei daquela cena passada da frase por Augusto falada sem rodeio, sem erro ou deslize Viajando na minha procura tentei falar da beleza dela descobri a pureza da bela num ato original de doçura Porém lhe digo com franqueza não há rosto mais expressivo nem um brilho de olhos igual É brilhante a sua clareza e digna do verso preciso que descreve a Denise real.

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LETRAS MACAUENSES

Para Gilberto Avelino

No telefone ouço a voz do poeta dizendo boas-novas da capital “Os Tercetos e Um Canto” tá no edital e “Diário Náutico” é obra completa Daqui, do delta de excelentes salinas sinto seu reflexo de felicidade iluminado de tal praticidade que palavras são múltiplas disciplinas No amor suave, presente poesia, no porto seguro do amigo poeta e nas letras, seja fato ou fantasia. Seu forte veleiro, faça sol ou luar viaja em vento prático da hora no rumo certo que ele sabe traçar.

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FEVEREIRO Sexta-feira de carnaval no Brasil a festa profana explode em Macau e eu, sozinho, do outro lado do sal, perco a folia transbordante e febril. Cumpro um contrato decente o dever me chama, vou batalhar. - Afinal, alguém tem que trabalhar! Disse meu amigo João Vicente. Vou beber barris de petróleo vou cheirar lanças sulfídricas vou tocar partituras do óleo Vou cantar numa grande estação vou compor o combustível dos trios... vou me lembrar da frase de João.

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TEMPESTADE

Quando os trovões fizeram alarde o sol desapareceu de repente o vento sibilou como serpente anoiteceu às três horas da tarde Riscaram fortes relâmpagos no céu a chuva fez um espantoso estrago borrou a lua do desenho que trago apagou as letras, desfez o meu papel Agora, às seis, se dispersa uma nuvem abre-se uma tela e as cores surgem pintando, nela, a lua original Rápido, junto os signos dispersos Para cima, rima de novos versos Refaço a poesia perdida no sal.

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SONETO DE DEZEMBRO Corpos convergem em passos lentos sobre o piso áspero da praça caminham pela hora, avarentos em falsos cumprimentos sem graça Como cortejo a fila prossegue a procissão, imprecisa, passa onde só um proletário consegue o sorriso na face, de graça. Salta o sonho solto, incomoda uma data marcada na moda passeio estranho que se descreve Não passa de um desejo breve uns dizem: É natal, veja a neve! Outros vazios... Sem nada. – É foda!

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VERSOS QUÂNTICOS (Soneto Animal) Quanta escala tem o universo entre todos e tudo que nele têm qual possa saber o medo que vem virtual, advindo reverso Despertando este sinal imerso nos bichos todos do planetinha nota-se a intenção que ela tinha a natureza, ao prover o inverso De um complexo modo transverso despertou o pensar, o salto animal a defender-se do efeito adverso Enquanto isso, numa prática artesanal o efeito humano primaz e disperso faz pensar que ele, coitado, é o tal.

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TUDO, SEMPRE NADA

O silêncio imenso do morto explode na cara do tempo. De todos os sons que eu ouço nenhum supera o exemplo Da vida que se fragmenta e logo atinge sua meta. Todo barulho que se inventa o silêncio amplo se completa. Amplia-se, louca, se espaça uma bolha noutra bolha, dança gera grande mudança, muda Veloz, uma órbita se traça numa distância que não se alcança pois sempre será densa e surda.

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CANTIGA DO SOL

Uma grande bola de luz coral sobe firme no horizonte negro suavizando o meu aconchego estimulo meu lápis ancestral Transcrevo coisas dela, há tempo mil novecentos e noventa e oito eu consumo como um frágil biscoito séculos para mim é passatempo Eu a tive, há passados milênios descrevia seu ciclo aos essênios quando um eclipse completo se fez Décima terceira noite de março outra sexta-feira ilumina o laço eu tenho a lua cheia mais uma vez.

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BENI

à Benigno da Silva Alves (in memorian)

O seu nome é Benigno sem bondade aparentar nem vocação pra maligno o cara é de apavorar Correu feio do Paraná passou a perna em seu signo fugiu de Angra pelo mar aportou aqui muito digno Em Ponta Negra é o bicho sobe o morro careca de ré faz sopa de carrapicho Não dá bola nem pra chulé dribla tudo no capricho o danado é mesmo um pelé.

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Quatro Acrósticos Angelicais

Para minha amiguinha Clara!

E minhas três filhas Nayara, Bruna e Cibele,

meus anjos eternos,

meus amores!

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CLARA Clareia o dia, levanta-se a menina Lê, esperta, uma incrível história Aprende rápido o que o livro ensina Retém os versos lidos na memória Antecipa sabedoria, se ilumina. Relê as histórias Onde o bom se renova Diverte-se, discorda Reavalia as vitórias Inteligente leitora, cresce Garantindo a própria escola Unindo suas cores, suas glórias Encanto de flor que se abre Situada nos seus dez anos de idade.

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NAYARA Nuvens coloridas Antecedendo o pôr do sol Yaras cantam versos de mar Antigas e belas canções Renovadas numa menina, linda Anjo moreno sorridente.

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BRUNA Brumas breves da manhã Remanso de rio que traz Um barquinho e uma criança Navegante pacífica, atlântica Anjo índico de cabelos dourados.

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CIBELE

Cante, meu pequeno anjo! Invente canções de novas cores Beije o mar, a terra e seus sais Encontre seus doces sabores Liberte dos signos os animais... E cante outra vez, meu anjo!

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Acabou-se de digitalizar este livro nas

oficinas da Imperial Casa Editora da Casqueira,

no mês de julho do ano glorioso de

2015

1ª Edição impressa em 1999

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