solo dos pampas

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Solo dos Pampas (RESUMO) A região sul do Brasil esta inserida num ambiente nitidamente subtropical, com medias anuais de precipitações pluviométricas bastante altas, e temperaturas baixas se comparado as demais regiões brasileiras. Seu clima apresenta-se uniforme com pequenas variações. Outro elemento no quadro natural no sul, entretanto, quase apresentam suas paisagens em contraste: Relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia com duas grandes bacias fluviais ( a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores, vegetação em que se alteram florestas e campos. Na região Sul do Brasil pode-se caracterizar por solos altamente intemperizados, pobres em base e rico em ácidos. Com exceção das chamadas “encostas basálticas”, que se caracterizam por solos jovens e férteis que predominam em áreas de relevo fortemente ondulado. Os chamados Pampas no território brasileiro, esta situado no extremo sul, onde chama a atenção devido à particularidade dos seus solos, forma de relevo e vegetação. Contrastando com as demais regiões do sul do Brasil, os solos dos Pampas ocupam uma área de aproximadamente 45.000 km² no estado do Rio Grande do Sul. Quanto à geomorfologia dos pampas esse termo é caracterizado para caracterizar áreas dominadas por extensas topografias suaves, cobertas principalmente por vegetação de campos naturais, no qual predomina solos férteis. Sua ocorrência é comumente em países como Uruguai e Argentina. No Brasil a região corresponde a aproximadamente a porção sudoeste do estado do Rio Grande do Sul. De acordo com a RadamBrasil (BRASIL, 1986), a região dos pampas estaria incluída nas regiões geomorfológicas do planalto da campanha e da depressão central gaucha, mais especificamente nas unidades geomorfológicas do planalto de Uruguaiana e da depressão do rio Ibicuí-Rio Negro. Enquanto a geologia dos pampas, a unidade geomorfológica Uruguaiana predominam rochas de formação Serra Geral, do Juro-Cretáceo (JKsg). Formação

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Page 1: Solo dos Pampas

Solo dos Pampas (RESUMO)

A região sul do Brasil esta inserida num ambiente nitidamente subtropical, com medias anuais de precipitações pluviométricas bastante altas, e temperaturas baixas se comparado as demais regiões brasileiras. Seu clima apresenta-se uniforme com pequenas variações.

Outro elemento no quadro natural no sul, entretanto, quase apresentam suas paisagens em contraste: Relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia com duas grandes bacias fluviais ( a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores, vegetação em que se alteram florestas e campos. Na região Sul do Brasil pode-se caracterizar por solos altamente intemperizados, pobres em base e rico em ácidos. Com exceção das chamadas “encostas basálticas”, que se caracterizam por solos jovens e férteis que predominam em áreas de relevo fortemente ondulado.

Os chamados Pampas no território brasileiro, esta situado no extremo sul, onde chama a atenção devido à particularidade dos seus solos, forma de relevo e vegetação. Contrastando com as demais regiões do sul do Brasil, os solos dos Pampas ocupam uma área de aproximadamente 45.000 km² no estado do Rio Grande do Sul.

Quanto à geomorfologia dos pampas esse termo é caracterizado para caracterizar áreas dominadas por extensas topografias suaves, cobertas principalmente por vegetação de campos naturais, no qual predomina solos férteis. Sua ocorrência é comumente em países como Uruguai e Argentina. No Brasil a região corresponde a aproximadamente a porção sudoeste do estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com a RadamBrasil (BRASIL, 1986), a região dos pampas estaria incluída nas regiões geomorfológicas do planalto da campanha e da depressão central gaucha, mais especificamente nas unidades geomorfológicas do planalto de Uruguaiana e da depressão do rio Ibicuí-Rio Negro. Enquanto a geologia dos pampas, a unidade geomorfológica Uruguaiana predominam rochas de formação Serra Geral, do Juro-Cretáceo (JKsg). Formação constituída no pampa essencialmente por rochas efusivas, compostas por basalto e fenobasaltos. Já a unidade com a depressão do Rio Ibicuí-Rio Negro, ocorre do sul com a formação Botucatu (JKb). Formado por arenitos finos e médios de coloração vermelha, rósea e amarela clara, sua deposição é de origem eólica em ambiente desértico.

Os pampas têm a vegetação herbácea, de 10 a 50 cm de altura, como vegetação predominante. A paisagem é homogênea e plana, assemelhando-se, para quem os avista de longe, a um imenso tapete verde. s florestas dos Campos Sulinos abrangem em sua maioria as florestas tropicais mesófilas, florestas subtropicais e os campos meridionais. As florestas subtropicais compreendem basicamente a Floresta com Araucária, distribuindo-se sobre os planaltos oriundos de derrames basálticos, e caracterizando-se principalmente pela presença marcante do pinheiro do paraná (Araucária angustifólia). E em direção ao arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, estabelece-se um campo com formas arbustivas sobre afloramentos rochosos.

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O relevo aplainado entre 500m e 800m de altitude, o clima subtropical com temperaturas amenas, chuvas com pouca variação ao longo do ano e solo fértil contribuíram para que a atividade agropecuária se desenvolvesse rapidamente, contribuindo fortemente com a economia local e de todo o país.

Solos Litólicos e Eutróficos

Entre as classes de solos, destacamos a classe dos solos Litólicos Eutróficos que é uma das classes mais comuns da Unidade Geomorfológica Planalto de Uruguaiana. As manchas mais expressivas de solos litólicos ocorrem aproximadamente no triangulo formado pela sede dos municípios de Uruguaiana, Alegrete e Santana do Livramento. É constituído por solos rasos, desenvolvidos de basalto, ocorrendo em áreas de relevo normalmente suave ondulado ou plano. Ao longo da rede de drenagem que flui do rio Quaraí, ocorrem também em áreas de relevo ondulado ou até forte ondulado, embora nem sempre são pedregosos e pouco lixiviados, apesar de ocorrerem em clima atual úmido. São solos com textura média e argilosa no horizonte A, estróficos, com altíssimos valores de soma (SB) e saturação de base (U). A reação dos solos é ligeiramente ácida. O predomínio de solos rasos, e a presença expressiva de afloramentos rochosos de basalto, o uso mais intensivo destes solos, utilizados em pastagens naturais para pecuária de corte. A ocorrência de déficits hídricos no verão, durante as estiagens, provoca geralmente uma queda acentuada na qualidade da forragem, devido à baixa capacidade de armazenamento de água destes solos.

Brunizéns e Brunizém Vértico

A classe dos Brunizéns, são solos com horizonte B incipiente ou textural. Sua presença em áreas deprimidas junto com os solos litólicos. Possui maior expressão geográfica na unidade geomorfológica depressão o Rio Ibicuí – Rio negro. Ocorrem principalmente em áreas de relevo ondulado e suave ondulado. Os dois perfis de Brunizéns apresentam características químicas similares. Possuem reação moderadamente ácida e neutra no horizonte superficial e moderadamente superficial e moderadamente alcalina nos horizontes subsuperficias. Os valores de soma de base (SB) são expressivamente altos, nem sempre se constata brunizéns na região dos pampas. Tais características indicam maior lixiviação das bases na camada superficial, fruto de altas precipitações pluviométricas.

Vertissolos

Já a classe dos Vertissolos são solos poucos desenvolvidos, escuros, caracterizam-se pela expressiva movimentação da massa do solo com umedecimento e secamento, devido ao predomínio de argilominerais. A presença de microrelevo tipo gilgai, característica comum aos vertissolos, é raramente encontrado nos vertissolos dos Pampas Gaucho. As maiores ocorrências de vertissolos, situam-se ao sul de Bagé, normalmente em associação com brunizéns verticos,o relevo em que ocorrem varia do plano ondulado. O vertissolo é desenvolvido de argilitos e siltitos da formação do rio do Rasto, sua reação é moderadamente ácida, onde o primeiro vertissolo ocupa uma posição de topo de elevação, que favorece maior percolação vertical da água, enquanto que vertissolo de basalto, situa-se numa posição de pedimentos.

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Os brunizéns verticos e vertissolos são utilizados principalmente como pastagens naturais, e em maior escala com cultivos anuais de milho, soja e trigo e arroz irrigado por inundação nas áreas mais planas.

Planossolo Vértico

Constitui classe de solo com seqüência de horizontes A/Btg/C, mudança de textura abrupta entre o A e o Bt. Ocupam as costas topográficas mais baixas na paisagem da Unidade Geomorfológica Depressão do Rio Ibicuí-Rio Negro. Raramente apresentam horizonte E entre o A e o Bt. O alto contraste textural parece ter sido influenciado sobremaneira por deposições superficiais durante o aplainamento da região. São sempre eutróficos ao logo do perfil e são muito similares aos Vertissolos, daí sua individualização como classe intermediaria. À semelhança do Vertissolo e do Brunizém cálcico, trata-se de solos com altíssimos valores de soma, apresentam maior contrate textural entre o horizonte A e o Bt. A fração silte deste solo é dominada por quartzo, feldspatos de k, Na e Ca. Na fração de argila fina predomina a montmorilonita, secundada pela vemiculita e caulinita.

Planossolos e Planossolos Solodicos

Os Planossolos são solos heteromórficos, a reação é acida ou moderadamente acido nos horizontes superficiais. Predominam em áreas de relevo plano ao longo da planície aluvial dos principais rios que banham a Unidade Geomorfológica Depressão do Rio Ibicui-Rio Negro. Os planossolos solodicos são similares aos planossolos, diferindo apenas no conteúdo mais alto de sódio no horizonte B, a textura media no horizonte A destes solos facilita as operações de preparo, e o relevo plano associado à presença de um horizonte B textural gleisado, naturalmente adensado.

Podzólico Bruno-Acinzentado Planossolico

É constituída por perfis pouco profundos e profundos, geralmente com cores insuficientemente escuras para enquadrar o horizonte superficial como A chernozênico, predomínio de cores brunas e bruno-acinzentadas, normalmente com mosqueados no horizonte B, e alto contraste textural. Esta classe apresenta características intermediarias com solos da classe Planossolo. Ocorrem e cotas topográficas ligeiramente superiores á dos Planossolos, embora apresentem restrição de drenagem, apresentam permeabilidade á água suficiente para persistência de óxidos de ferro na forma de goetita. Os perfis situados ao sul da unidade Geomorfológica são geralmente estróficos. O perfil caracterizado apresenta reação forte e moderadamente ácida, baixos valores de soma de bases em comparação aos de alumínio trocável, cujos valores são excessivamente altos nos horizontes superficiais.

Plintossolos

São solos minerais, formados em condições de restrição a perlocação de água sendo moderadamente, imperfeitamente ou mal drenados, e apresentam um horizonte plíntico dentro de 60 cm de profundidade.

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Gênese dos solos

Com exceção dos solos mais arenosos desenvolvidos das formações Rosário do Sul (TRrs) e Botucatu (JKb), os demais solos dos pampas apresentam alta fertilidade natural, com altos valores de soma (SB) e saturação de bases (V), sendo a mineralogia da fração argila essencialmente dominada por argilo-minerais do tipo 2:1, principalmente montmorilonita.

Conclusões

A região dos pampas situa-se na região sudoeste do Rio Grande do Sul, ocupando uma superfície de aproximadamente 45.000 Km². Corresponde a uma superfície aplainada, com predomínio de formas de relevo suave ondulados, dominada pelas “coxilhas” e vegetação de campos naturais.

Área expressiva do pampa é dominada por podzólicos vermelhos escuros abruptícos e latossolos vermelho escuros, de fertilidade natural muito baixa, e com horizontes superficiais arenosos, pobremente estruturados, apresentando alta susceptibilidade à erosão hídrica e eólica.

Bibliografia:

Alvarez V., V.H.; Fontes, L.E.F.; Fontes, M.P.F. (eds.) O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. UFV/SBCS. 1996. p. 289-306.

Page 5: Solo dos Pampas

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIUÍ – UESPI

CAMPUS CLÓVIS MOURA – CCM

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

DISCIPLINA: ELEMENTOS DE PEDOLOGIA

PROFESSORA: ALENE

Resumo do texto base

Alexandre de Sousa

Joelson Bruno

Lenise Feitosa

Rômulo Furtado

Tiago Jackson

Teresina Abril/2011