solidariodezembro está cheio de natal. mas nem sempre o “natal” que por aí se vê está cheio...
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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
pessoas a sentirem pessoas
Obra em 3D
dignidade,determinaçãoe dinamismo
Obra Diocesana de Promoção Social2
Ficha Técnica
Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel AmialDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Ângelo Santos, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, Dra. Maria Barroso Soares, Elvira Almeida, Filipa Martins, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho e Teresa Carvalho.Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO
Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555
04 - Editorial Manuel Amial
05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente
06 - Um Abraço Solidário Américo Ribeiro
08 - No Bem pelo Bem Padre Lino Maia
09 - Sentido de Vida, Sentido de Amor Professor Daniel Serrão
10 - Força altruísta Bernardino Chamusca
11 - Por um Mundo mais fraterno D. João Miranda
12 - Vestindo corações de afectos João Alves Dias
13 - Ensinar a sorrir D. João Lavrador
14 - Prémio Infante Dom Henrique Manuel Amial
16 - Ânimo na missão sociocaritativa Cónego Rui Osório
17 - Prémio Pessoa 2009 Conselho de Administração Homenagem ao Padre Lino Maia Conselho de Administração
18 - Natal dos filhos dos Colaboradores João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
20 - Ceia de Reis João Miguel Pratas
27 - Formação Profissional Mónica Taipa de Carvalho Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome João Miguel Pratas
28 - Testemunho do Amor de Deus Manuel Tavares
31 - Dia do Idoso João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
32 - Na Linha da Frente Maria Teresa Souza-Cardoso
34 - Poderá ser Natal todos os dias Frei Bernardo Dominguez
35 - Parcerias … são acolhidas de coração aberto! João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
36 - Ano 2009 - Ano do Conhecimento e da Competência Conselho de Administração
37 - Festa da Solidariedade João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
38 - XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde Conselho de Administração O Natal dos meus desejos Elvira Almeida
39 - Mensagens Espaço Solidário…
Sumário
3Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
4 Obra Diocesana de Promoção Social
EditorialEstamos em plena quadra festiva de Natal e Ano Novo.
Em tempos de crise de valores e de dificuldades económicas é urgente re-
pensar a nossa postura, face aos apelos consumistas que diariamente nos toldam
a vista e o discernimento.
Tenhamos uma atitude responsável, sejamos comedidos nos gastos supér-
fluos e olhemos mais à nossa volta envolvendo, com espírito de ajuda e solidarieda-
de, aqueles que mais precisam.
É tempo de ser solidário e de pensar nos outros, especialmente naqueles a
quem a sorte da vida não bafejou.
E às vezes basta um pequeno gesto, uma pequena dádiva, um sorriso, uma
palavra amiga!
Quem sabe, satisfazer uma necessidade tão simples como dar “um pouco
de farinha”, “oferecer a camisa mais velha do bragal”, como dizia a grande poetisa
Fernanda de Castro no seu belo poema AMIGO.
Manuel Amial
QUE O ESPÍRITO DE NATAL INUNDE A
TERRA INTEIRA!
“AMIGO, Aqui me tens: É sina minha.
Venho outra vez pedir-te o Pão e o Sal.
É o Dia de Natal que se avizinha ….
Ouves, Amigo? O Dia de Natal.
Arranca do teu peito a erva daninha.
Abre as portas às pombas do pombal.
Eu só te peço um pouco de farinha.
A camisa mais velha do bragal.
Só peço o que te sobra: Amor e Pena.
Com uma esmola tão grande e tão pequena,
Podes, Amigo, suprimir a dor
De tantas vidas murchas em botão.
Abre de par em par o coração.
Verás que em pleno Inverno dará flor.”
Que o espírito de Natal inunde os nossos corações, que as crianças tenham
o carinho, o amor e a felicidade que precisam e que no mundo inteiro haja felicidade
e paz, sãos meus votos.
Manuel Amial
Natal 2009.
Dezembro está cheio de Natal.
Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está
cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e
significado.
E o que mais importa é que em todas as comemo-
rações feitas e em todas as festas preparadas, seja mesmo
o Natal de Jesus a realizar-se agora, como há 2000 anos
começou a acontecer.
Natal quer dizer “nascimento”.
Nascimento de Deus no mundo, com a humanidade
que recebeu da Virgem Maria.
Em Jesus – menino e depois crescido, morto e res-
suscitado – é Deus que está connosco e precisamente
como quis estar: numa criança recém-nascida, numa
sagrada família, no trabalho oficinal de Nazaré da Ga-
lileia, no anúncio dum reino de paz, justiça, verdade
e caridade, na entrega da vida por todos, na sua pre-
sença ressuscitada que o faz estar connosco todos os dias
e para sempre.
Nós, os cristãos sabemos isto e só isto queremos: reconhecer
Jesus no dia a dia e corresponder à sua presença como o fizeram sua
Mãe, Nossa Senhora, São José, seu pai adoptivo, os pastores, os magos,
os verdadeiros discípulos.
Por isso estamos com Ele na oração e estamos com Ele no servi-
ço dos irmãos, sobretudo dos mais pobres com que Ele se identificou
e identifica.
Em cada Centro da Obra Diocesana há um presépio vivo,
onde se acolhe e acompanha Jesus presente nos outros.
Assim sim, há um Natal autêntico e cristão.
O que nos interessa e não acaba a 26 de Dezem-
bro…
Santo e feliz Natal para todos!
+ Manuel Clemente
Mensagem D. Manuel ClementeBispo do Porto
5Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Momento do Presidente
Um Abraço Solidário
Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS
Todos os momentos, todas as
circunstâncias são oportunos e precio-
sos para se realizar, para se conceder
espaço, tempo e bem…
Para além de rumos e acções,
que contribuam para a sustentabilidade
do Planeta, defesa da biodiversidade,
visando a construção de um mundo
melhor, para hoje e para o amanhã, pre-
parando a vida das gerações futuras, a
qual deverá constituir inquietação cons-
tante e redunda em dever e em consci-
ência ecológica e social, afigura-se ou-
tra grande preocupação: a atenção que
nos merecem as pessoas mais desfavo-
recidas, mais vulneráveis, cujo percurso
existencial oscila entre o desconforto e
o mal-estar.
As situações de fragilidade hu-
mana, pobreza, solidão, maus-tratos,
abandono familiar… que encontramos,
sistematicamente, na nossa sociedade
são reflexos do modelo de civilização,
que se foi construindo ao longo dos
tempos. Tal cenário social carece, ur-
gentemente, de mãos apoiantes e de
braços acolhedores para que o deses-
pero não seja agudizado com o decor-
rer dos anos. Esta constatação tem de
ser encarada por todos e considerada
como responsabilidade social e como
responsabilidade cristã, cabendo a
cada cidadão e a cada cristão oferecer
algo de si, dar o seu contributo, me-
nor ou maior, isso não importa, no senti-
do da inversão do problema, já que uma
solução eficaz e desejada, raramente, é
possível.
Na tentativa de melhoramento,
na perspectiva da perfeição, a principal
incumbência do ser humano é amar os
outros, mas amá-los como a si próprio,
canseira difícil e penosa, começando,
naturalmente, pelos que lhe são mais
próximos e estabelecendo priorida-
des, numa progressão de pensamen-
to, projecto e realização, não obstante
considerar e agir em favor dos que se
encontram mais distantes, atendendo
à universalidade, havendo diversos for-
matos para o conseguir.
Nesta visão, os que mais ne-
cessitam de atenção, carinho, afecto,
esperança… de modo a encontrarem
motivações para viver, deverão ocupar
o lugar cimeiro.
E há tanto a descobrir!
Tanto a efectivar!
Tanto a construir!
Se aproveitarmos bem o tempo,
nos momentos menos ocupados pelas
funções e encargos, que desempenha-
mos na vida familiar e profissional, po-
deremos encaixar um pouco do nosso
espaço de acção em favor de quem
tanto padece. O primeiro acto poderá
alcançar uma tarefa habitual e enrique-
cerá a pessoa que a pratica, repercutin-
do-se no bem colectivo.
A esperança de um mundo
melhor para todos passa pela mu-
dança de valores actuais da socie-
dade. Passa ainda pela apropriação e
internacionalização de novos conceitos
na construção de novos valores. Con-
ceitos de cumplicidade, cooperação,
dentre outros.
Grande parte da população
constituinte da sociedade portuguesa,
felizmente, não fica indiferente a situa-
ções de precariedade social e, de forma
pronta e responsável, demonstra a sua
solidariedade e altruísmo, através de
gestos, de atitudes e de práticas apre-
ciáveis aos olhos dos homens e, muito
mais, aos olhos de Deus.
A Obra Diocesana de Pro-
moção Social é uma instituição da
Igreja e também da comunidade ci-
vil, que procura e pretende estar sem-
pre atenta aos sinais dos tempos, aos
sinais humanos, acudindo, socorrendo e
chamando a si, de diferentes maneiras e
com carácter efectivo, as necessidades
permanentes e contingências de tantas
pessoas carenciadas, desenvolvendo
uma actividade de grande mérito social.
Esta realidade assume proporções ele-
vadas, presentemente, comprometendo
as comunidades e solicitando apelos.
Aproveito para referenciar, com
enlevo, elogio, alegria e gratidão as
mãos caridosas de muitos amigos e
benfeitores da ODPS, que procuram
apoiar esta boa causa, acolhendo-a,
Obra Diocesana de Promoção Social6
oferecendo donativos e encora-
jando, com palavras aconchegantes
e consoladoras, o trabalho realizado,
incluindo neste o que tem formato vo-
luntário de quem dirige, de quem vai
caminhando com vontade de servir e de
se dar, ultrapassando barreiras de polí-
ticas governamentais, de quem vai de-
vastando adversidades, vislumbrando a
pretensão do fazer bem pelo bem.
Muitas dessas mãos carido-
sas, que fazem acontecer a generosi-
dade, que promovem capacidades de
dar e elos sociais, não são portuen-
ses, param noutros pontos do país,
mas conhecendo a Instituição, conside-
ram-na também prioritária na sua dispo-
nibilidade solidária e isso é, obviamente,
digno de grande apreço por tão bonito
exemplo!
É indubitável que esta Obra
merece o reparo e o acolhimento
de todos os corações humanos, in-
dependentemente, da situação geográ-
fica, latitude e longitude terrestres, mas
sim pelo que oferece, pelo que fomenta
em termos sociais e humanos.
E neste quadro ou contexto vão
surgindo factos e situações que concor-
rem para esse tom, para essa densida-
de, o que apraz registar.
Todo o trabalho multidimensio-
nal desenvolvido na nossa Instituição
é de grande importância, pois procura
corresponder às necessidades, aos
interesses e às características das di-
ferentes petições para surtir o efeito
pretendido.
Neste projecto, quatrocentos
colaboradores assumem grandes res-
ponsabilidades, procurando dar-se e
dar de si o melhor, pela dedicação,
sensibilidade, proficiência e profis-
sionalismo. Sendo os principais obrei-
ros, pois estão no campo, semeando
e colhendo, conseguem em cada dia,
encontrar as melhores respostas para
os diferentes casos e situações e isso
contém experiência, vivência e amor.
Os anos vão decorrendo e a
Obra Diocesana de Promoção Social vai
acumulando montes de histórias com os
mais assimétricos enredos. Histórias
lindas e tristes, histórias grandes
e pequenas… mas todas elas, logica-
mente, concorrem para engrandecer a
sua História e dizer, bem alto, algo muito
útil sobre a construção de um mundo
mais justo, de um mundo mais fraterno.
7Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
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pas
sa p
ela
mu
da
nça
de
valo
res
actu
ais
da
soci
edad
e.
No bem pelo bem
Com uma matriz indelevelmente
cristã, a história da cultura portuguesa
demonstra que, em determinados mo-
mentos da sua vida, nas nossas comu-
nidades, confrontadas com certos de-
safios, sempre apareceram e continuam
a aparecer voluntários e organizações,
com generosidade e com alguma origi-
nalidade, a responder, nomeadamente
com respostas sociais.
A comprová-lo estão as múltiplas
formas de associações ou fundações
criadas para cumprir os mais diversos
tipos de objectivos. No total, mais de
quatro mil! São as associações de pro-
tecção ou de solidariedade, os centros
de bem-estar (sociais, sociais culturais
ou sociais paroquiais), infantários, ins-
titutos, misericórdias, movimentos de
apoio, obras, veneráveis ordens...
Exemplo disso, também, é a
Obra Diocesana de Promoção Social.
Nascida nos anos sessenta de
uma convergência de vontades de pes-
soas solidárias e responsáveis – Bispo
Diocesano, Governador Civil e Presi-
dente da Câmara – e inicialmente “con-
cebida” para desenvolver a sua acção
preferencialmente nos bairros sociais, a
Obra Diocesana tem contribuído deci-
sivamente para a consolidação de um
novo tipo de sociedade, constituída a
partir da base ou, se quisermos, a partir
de comunidades concretas e tem des-
pertado ou consolidado as vontades
singulares para o sentido da partilha
dos bens a favor de todos os homens
mas muito especialmente a favor dos
mais carenciados.
Enquanto pioneira e permanen-
te referência, simultaneamente, a Obra
Diocesana tem promovido e permitido
a possibilidade de emergência e desen-
volvimento de uma nova consciência
social, como expressão de um serviço
que traduz o sentido do coração e da
gratuitidade na vida da comunidade.
Implementada por pessoas al-
tamente responsáveis e atentas, a Obra
orgulha-se da sua eclesialidade, osten-
ta a sua matriz cristã, valoriza as suas
origens e o seu suporte, e, contando
todavia com um extenso grupo de com-
petentes colaboradores, é dirigida ex-
clusivamente por voluntários.
É uma eloquente expressão
do exercício da cidadania, da caridade
e da solidariedade e é a consolidação
da importância do contributo de todos
e de cada um na causa comum. É a
afirmação de que não há inclusão sem
envolvimentos colectivos e é a prova do
exercício do princípio da subsidiarieda-
de como princípio inspirador de uma
prática de boas práticas, próximas e de-
senvolvimentistas.
Os seus dirigentes são exclu-
sivamente voluntários, que por uma
decisão espontânea, apoiada em moti-
vações e opções pessoais, têm como
ponto de chegada o altruísmo, a des-
coberta de que a acção ganha força e
sentido em função das necessidades
do outro. Fazem-no livremente e de
Padre Lino Maia
uma forma responsável, assim partici-
pando gratuitamente na construção de
um Mundo melhor, onde o sorriso que
fazem nascer ou renascer é a expres-
são da esperança que ousam sonhar e
partilhar.
Com os seus doze centros so-
ciais em actividade, a Obra Diocesana
está directamente presente num total de
onze bairros sociais e pugna por objec-
tivos como apoio a crianças e jovens, à
família e à integração social e comuni-
tária, educação e formação profissional
dos cidadãos, protecção dos cidadãos
na velhice e invalidez e em todas as si-
tuações de falta ou diminuição de meios
de subsistência ou de capacidade para
o trabalho e na resolução dos proble-
mas habitacionais das populações.
Alguma da moderação e da
harmonia social e muito do desenvolvi-
mento pessoal e comunitário das comu-
nidades onde ela desenvolve a sua ac-
ção muito lhe ficam a dever, ajudando a
perceber que o ideal de Juvenal “Mens
sana in corpore sano” (necessidade de
um espírito equilibrado em um corpo
equilibrado), em grande parte, está bem
presente na acção da Obra Diocesana.
No bem e pelo bem…
Obra Diocesana de Promoção Social8
9Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Gostei do tema que me foi
dado para desenvolver nesta minha
participação no espaço solidário que é
o desta Revista da Obra Diocesana de
Promoção Social porque a Obra pre-
tende dar um sentido à Vida usando o
amor como meio de acção.
Dar sentido à vida daqueles
que, por causas muito diversas, con-
sideram que a sua vida não tem mais
sentido e não vale a pena ser vivida, é
uma tarefa que só pode ter sucesso se
for alimentada pelo amor que quem aju-
da tem pelo que carece dessa ajuda.
No Século passado desen-
volveu-se uma ideologia, que alguns
chamam de pós-moderna, na qual a
exaltação do eu individual e o primado
da autonomia da pessoa, foram pro-
postos pelos teóricos e assumidos por
muitos, como os primeiros de todos os
valores. Nesta linha, a procura do su-
cesso individual é o primeiro objectivo,
passando por cima dos outros porque
se o indivíduo é um fim em si próprio
e o seu bem é o valor máximo, pode-
mos usar os outros como meios para
atingir esse fim.
Esta ideologia, que sobrevalo-
riza a autonomia da pessoa individual,
é mais do que egocêntrica porque é
egolátrica. Faz da pessoa individual
um deus, ao qual tudo deve ser sub-
metido. A ânsia de sucesso pessoal
que as televisões alimentam é uma
prova da aceitação da “religião” do eu,
do ego, exposto à “adoração” dos ou-
tros que vão querer atingir o mesmo
patamar de sucesso. As longas filas de
milhares de candidatos a um “casting”
de qualquer das nossas televisões, dá
a medida do alastramento desta ideo-
logia entre os nossos jovens de ambos
os sexos. Muitas vezes, como no caso
das jovens, incitadas e apoiadas pe-
los Pais, que querem ter uma filha que
seja uma estrela de sucesso. O mes-
mo direi dos milhões de Euros pagos
a um jovem jogador de futebol que dá
pontapés com a maior eficácia que a
dos pontapés dos outros.
Mas a pós-modernidade é
uma ameaça terrível porque ela as-
senta num erro radical: não está a per-
ceber que o Homem é um ser social
que só se realiza na relação com os
outros. Como ser individual ele é inviá-
vel e corre para a morte.
Também não está a reconhe-
cer que a lei do relacionamento hu-
mano é a do amor, como eros e como
ágape, e não a do poder, a da violên-
cia ou, pior ainda, a da indiferença.
O que dá sentido à vida indivi-
dual é a partilha com a vida do outro.
Partilha respeitosa, interessada, au-
têntica e afectiva.
Não se trata de um relaciona-
mento desinteressado e distante, mas
sim de relacionamento empático, em
que um eu, compassivo e bom, se de-
bruça sobre outro eu que carece de
atenção, companhia e ajuda.
O Estado Social tentou travar
Sentido de Vida, Sentido de Amor
Professor Daniel Serrão
a via do individualismo radical pós-
moderno que acabará com o próprio
Estado Social e com o seu esquema
de previdência por solidariedade de
todos os cidadãos, mas os resulta-
dos não estão a ser brilhantes e as
reformas estão ameaçadas pela re-
cusa das novas gerações a pagarem
parte do seu rendimento para apoiar
outros cidadãos no futuro. Cada um
quer fazer a sua previdência pessoal,
assegurando a sua reforma a partir
dos seus rendimentos e ignorando as
necessidades dos outros cidadãos. E
os Bancos estimulam estas formas de
individualismo que é bem patente nos
anúncios de planos de reforma que
publicam nos jornais.
Mas nós, os que confiamos
nos ensinamentos de Cristo, sabemos
que é a via do amor pelos outros, da
Caritas que Bento XVI identificou com
a própria essência de Deus, que dá
sentido à vida; porque ela é, então,
vida comunitária, vida de relação, vida
de partilha
A ODPS está apoiada neste
sustentáculo. E por intermédio das
suas ajudas concretas e materiais,
indispensáveis, o que está a dizer às
pessoas e à Sociedade é que o amor
pelos que precisam é que é o motor de
todas as acções. São gestos e servi-
ços que levam consigo a humilde ofer-
ta de amor comunitário.
Oxalá todos compreendam
assim a mística da Obra.
Obra Diocesana de Promoção Social10
Força Altruísta
Duas mil, quatrocentas e no-
venta e oito toneladas de alimentos
foram quanto os Bancos Alimentares
Contra a Fome recolheram nos dias
28 e 29 de Novembro passado. Aque-
le número significa cerca de 40% mais
do que em idêntica campanha reali-
zada em 2008, o que, em tempos de
crise (e não só económica como, mui-
to mais, de valores humanistas), é um
feito notável.
No fundo, este resultado mos-
tra a inata vontade de dar as mãos aos
que mais precisam que vive aconche-
gada no íntimo das mulheres e homens
de boa vontade. O que é ainda mais
relevante se atendermos ao facto de a
dádiva não ter destinatário conhecido,
ficar reduzida (ou, melhor, engrandeci-
da) por dar a quem não se conhece.
Que a tua mão direita não
saiba o que faz a esquerda… as-
sim é a caridade.
Por coincidência ou não, a li-
turgia da Igreja Católica, num dos do-
mingos anteriores tinha apresentado
como modelo de altruísmo a viúva de
Sarepta que, questionada pelo profe-
ta Elias para lhe dar de comer, ofere-
ceu a última farinha à sua disposição
e com um pingo de azeite (o último!)
cozinhou uma parca refeição para o
profeta poder continuar sua missão.
Teve, segundo a Escritura, a devida
recompensa.
Dar sem olhar a quem, dar
sem pretender reconhecimento pela
dádiva, dar no anonimato de um gesto
colectivo, dar sem medir o que resta,
dar mais de si do que do seu, tal é o
grande altruísmo que entendemos
como uma virtude humanista de gran-
de efeito na sociedade.
O altruísta não necessita de
propagandear as suas acções, prefere
que outros façam a gestão das suas
dádivas, aparece raramente em públi-
co, deixa que outros inseridos nas es-
truturas criadas para a solidariedade
distribuam o que coloca à disposição
dos carenciados.
Neste sentido, citando Flávio
Gikovate, autor brasileiro, o altruísta
pode, com propriedade, experimen-
tar o genuíno prazer de dar, já que
não existe o risco colocar em xeque
aquele que recebe, pois a sua dádiva,
sem destinatário conhecido, não tem
o dom de aplacar os seus eventuais
sentimentos de culpa. Isto é, quem dá
para acalmar a sua consciência gosta
de mostrar que dá e ser reconhecido
como esmoler, o que pode conduzir a
uma certa vaidade. Porém, o que dá
sem saber a quem, e só esse, é o her-
deiro da máxima franciscana que nos
diz “é dando que se recebe”.
Bernardino Chamusca
11Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Não há melhor incentivo e me-
lhor modelo, para construir um mun-
do mais fraterno, do que regressar ao
retrato de S. Lucas sobre a Primeira
Comunidade de cristãos, descrito nos
actos dos Apóstolos. É certamente
uma imagem ideal e idealizada, talvez
nunca atingida. Mesmo assim, serve
de ponto de apoio e de referência su-
blinhada, sobretudo porque é, para os
cristãos, Palavra de Deus. E diz assim:
Eles mostravam-se assíduos ao ensina-
mento dos Apóstolos, à comunhão fra-
terna, à fracção do pão e às orações…
Reuniam-se e punham tudo em
comum: vendiam as suas proprie-
dades e bens e dividiam-nos entre
todos, segundo as necessidades de
cada um (Actos 2, 42.44).
Um mundo fraterno não cai do
Céu já feito nem cai feito das decisões
dos areópagos nacionais ou interna-
cionais. É obra das nossas mãos, sus-
tentada pela graça de Deus. O mundo
fraterno começa no meu coração, na
minha casa, na tua casa, na nossa fre-
guesia, na nossa empresa, na nossa
Instituição, na nossa cidade.
Juntando muitos grãos é que
se enche o celeiro. Onde haja dois ou
três de coração unânime, facilmente se
descobre ao lado ou bem perto uma
chaga social, um irmão ferido, uma
pessoa com fome. Às vezes é preciso
ir à procura, porque debaixo de telhas
há hoje muitos pobres envergonhados.
Nunca passaram por situações de pe-
núria e agora não têm coragem de ir
pedir…
Se o problema é grande de
mais para um pequeno grupo, tem de
se ir ter com o Prefeito da cidade ou
aldeia ou bater à porta de uma Institui-
ção maior e capaz. O Bom Samaritano
levou o homem ferido na estrada e rou-
bado pelos ladrões à ESTALAGEM. E
pagou as despesas.
Uma das ESTALAGENS actuais
na cidade do Porto é a Obra Diocesana
dos Bairros camarários. As Obras so-
ciais, para tornarem o mundo mais fra-
terno, não podem “institucionalizar-se”
de mais no seu quotidiano. São Pesso-
as, são irmãos, são pobres aqueles a
quem atendem. Normalmente chama-
se-lhes “utentes”. Mas esse é um nome
que despersonaliza. Estamos entre ir-
mãos. Se não, lá se vai a fraternidade.
A Igreja não pode responder a
todas as carências dos habitantes de
aldeias e cidades. É ao Estado que
compete resolver as questões sociais.
Mas a Igreja aquilo que fizer deve ser
de qualidade no atendimento, no aco-
lhimento, no carinho, no respeito pela
justiça social dos seus funcionários, na
atenção à situação de cada pessoa. A
Igreja não deve dar espectáculo e muito
menos apresentar um rosto de peque-
no burguês. Há muitas formas de pou-
par e ser discreto, sobretudo quando
os bens não são nossos. Bem-aven-
turados os pobres em espírito, porque
deles é o reino dos Céus!
As nossas “estalagens” torna-
rão o mundo à nossa volta mais frater-
no, se se apresentarem de rosto lavado
e fidalgo, de coração aberto e se, den-
tro delas, se respirar amor e paz. É bem
difícil às vezes. Mas contamos sempre
com a Graça de Deus e a Fortaleza do
Espírito que fazem maravilhas. Nada
disto se constrói só com dinheiro. Tudo
isto se faz com AMOR. Deus é caridade
e Amor. Então esteja Deus presente em
nossos corações e nas nossas casas e
tudo será bem mais fácil!
O voluntarismo é um bem pre-
cioso que muito pode fazer a bem dos
outros. Mas pode levar-nos à tentação
de que somos nós quem tudo faz. Po-
demos erguer monumentos de pedra,
erguer casas e mais obras, levantar
Torres de Babel que desafiam o pró-
prio Deus. Se esse for o cimento das
nossas obras, mais tarde ou mais cedo
cairão por terra, mesmo que a pedra
e o cimento se mantenham de pé. A
Obra não é nossa, é de Deus. Sem Ele,
damos espectáculo mas não aquece-
mos os corações. Disso é que precisa
o mundo actual, tanto ou mais do que
de dinheiro e Bancos.
D. João Miranda
Por um mundo mais fraterno
Obra Diocesana de Promoção Social12
Vestindo corações de afectos
João Alves Dias
“ E quem é o meu próximo?
Jesus então disse: Um homem
descia de Jerusalém a Jericó e caiu
despojado nas mãos de ladrões, que
o despojaram. (…) Qual destes três te
parece ter sido o próximo daquele ho-
mem que caiu nas mãos dos ladrões?
Respondeu o doutor: Aquele que usou
de misericórdia.” Lc 10, 29-37
A Obra Diocesana, desde o
seu início, fez-se “próxima” daqueles
que tinham sido despojados das suas
casas, dos seus amigos, dos seus ni-
chos afectivos de convivência. E fez-se
junto deles para com eles humanizar
os novos espaços habitacionais.
A Obra escolheu o Bairro do
Cerco do Porto para iniciar o seu tra-
balho junto das populações: porque
era um dos maiores bairros e porque
estava, à data, a ser ocupado por fa-
mílias vindas das mais diversas partes
da cidade. Famílias que se sentiam to-
talmente desenraizadas e onde o vizi-
nho não conhecia o do lado. Era essa
a política da época: desfazer as co-
munidades humanas que viviam nas
ilhas, dispersando-as pelos múltiplos
bairros da Cidade.
É sintomático que, nas primei-
ras reuniões que, bloco a bloco, a Obra
realizou para detectar as principais ne-
cessidades do bairro, tenha surgido,
à cabeça, o desejo de um espaço de
convívio. Assim nasceu a “Comissão
do Centro de Convívio” que abriu um
Centro de Convívio numa cave do
bloco 19. Foi a primeira realização no
bairro que se tornou pólo gerador de
Comunidade. Era lá que os moradores
se encontravam para tomar um café
ou assistir aos programas da televi-
são. Os corações foram-se vestindo
de afectos… e as amizades foram-se
cruzando e enraizando.
O sacerdote responsável pela
Obra, foi viver para uma casa do blo-
co 15. Passou a ser um vizinho entre
vizinhos. Normalmente, usava uma
capa sobre a batina eclesiástica. As
crianças acotovelavam-se debaixo da
sua capa. Algumas delas eram bem
traquinas… O sacerdote a todas afa-
gava. Quantos, ainda agora, já com
mais de cinquenta anos, recordam
com saudade esses passeios debaixo
da capa.
A “Casa dos Rapazes”, lugar
de convívio dos jovens, tornou-se
mais um pólo fazedor de “proximida-
de”. Ainda hoje são muitas as amiza-
des que permanecem. Quantos casa-
mentos nasceram dos encontros dos
jovens nas muitas actividades que a
Obra desenvolvia. Os afectos fizeram-
se “Amor” e uniram corações para
toda a vida.
A “Sala de Estudo”, e o “Jardim
Infantil” e as “Colónias de Férias”…
Quanta afeição se foi gerando. Como
diz o ditado popular: “Quem meus fi-
lhos beija, minha boca adoça…”
A Obra nasceu do espírito ma-
ternal da Igreja e fez-se coração junto
dos mais desprotegidos.
Este coração foi crescendo, à
medida que a obra, qual árvore ben-
fazeja, foi estendendo os seus ramos
pelos muitos bairros da Cidade. Diver-
sificaram-se os serviços, multiplica-
ram-se os trabalhadores, os utentes,
os amigos mas o mesmo coração
continua a animar e a ritmar todo o
seu trabalho.
Como me congratulo com o
carinho que a Obra dedica à Terceira
Idade! Quem passou a vida a acon-
chegar os outros bem merece o nosso
afecto.
Quanto me alegro, volvidos
mais de 45 anos, ver como a Obra
Diocesana cresceu e como continua a
vestir de afectos o coração de quantos
nela trabalham ou dela beneficiam.
Receber é bom. Dar é melhor.
Dar-se é ainda melhor. Dar-se com ter-
nura e alegria é SUBLIME.
13Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Percorrendo as notícias da co-
municação social, deparamo-nos com
tantas situações de destruição, mortes,
burlas, homicídios, ódios, separações,
violações e mal-tratos, abandono e so-
lidão, de abusos ecológicos, numa pa-
lavra, atentados à dignidade humana.
Neste contexto, urge ensinar um novo
estilo, mudança de comportamentos e
de atitudes, urge ensinar novos mode-
los que ajudem as pessoas a sorrir.
Colocando-nos numa atitude
de olhar atento aos rostos das pesso-
as que se cruzam connosco na rua, ou
em lugares públicos, dominam os tra-
ços de tristeza, de preocupação e de
desconfiança. Perante estas situações,
importa actuar solidariamente para
reconstruir rostos que façam a experi-
ência da alegria e ensinar os corações
a lançar impulsos de felicidade que se
contemplem no semblante dos nossos
irmãos.
Situando-nos na cultura e na
sociedade que nos envolve e da qual
partilhamos, sentimos que em variadas
posições legislativas ou de confronto
social, de fracturação de modelos de
vida e de mutilação ética, transpare-
ce uma existência sem abertura para
o futuro, movendo-se à volta da sua
própria frustração perante o presente
e sem significado para a vida. Perante
tal cultura, sociedade e modelo de ser
pessoa, importa o esforço, a lucidez e
a coragem para apresentar um futuro
aberto e transcendente digno do ser
humano. Também aqui é necessário
ensinar a sorrir.
Abrindo as portas das nossas
instituições de apoio social deparamo-
nos com crianças e idosos que, espe-
lhando-nos o sorriso do bem encontra-
do, ensinam-nos o caminho que nos
leva ao encontro de tantos outros que
esperam de nós o laço contagiante do
sorriso que transmite a alegria de viver.
O profeta Isaías, reconhecendo
a situação de miséria e de escravidão
do seu povo, mas, também, ilumina-
do pela revelação de Deus que o ama
infinitamente, sente que é chamado
a proclamar uma Boa Notícia que se
traduzirá em compromisso concreto
por restaurar a alegria e a libertação
do povo eleito de Deus. Ele mesmo
afirma: «O Espírito do Senhor repousa
sobre mim, porque o Senhor me un-
giu, enviou-me a levar a boa nova aos
que sofrem, a curar os corações des-
pedaçados, a anunciar a amnistia aos
cativos, e a liberdade aos prisioneiros,
a proclamar um ano da graça do Se-
nhor (…) a consolar os tristes, a dar aos
amargurados de Sião uma coroa em
vez de cinzas, o óleo da alegria em vez
de luto, a glória em vez de desespero»
(Is.61, 1-3).
Os olhos dos nossos contem-
porâneos estão colocados em Alguém
que, para muitos desconhecido, lhes
venha oferecer o que Isaías profeti-
camente anuncia. Isto é, Alguém que
ensine cada homem, mulher, jovem,
criança ou idoso, em qualquer cultura,
raça ou cor, a sorrir.
Os cristãos sabem quem é
Este que todos esperam. É Jesus
Cristo. Sabem-no por experiência da
alegria única e incomparável que Ele
produz nas suas vidas. Impõe-se-lhes
a obrigação de a comunicar aos que
dela têm necessidade. É responsabi-
lidade de todos os cristãos de dar as
mãos aos que solidariamente ensinam
a sorrir através de gestos generosos,
de carinho e de amor, mas sobretudo
de ensinar o caminho para o encontro
com Aquele que se fez um de nós para
nos ensinar a sorrir de modo profundo
e sem entraves.
Esta é a grande aprendizagem
que a celebração do Natal produz na
humanidade e esta é a responsabilida-
de que o nascimento de Jesus exige
dos cristãos.
Que as palavras de Paulo
«Alegrai-vos sempre no Senhor, repi-
to alegrai-vos» (Fil.4,4) encontrem eco
no coração dos que seriamente estão
abertos à vinda de Deus e se transfor-
mem em missão perante todos os que
esperam sinais sensíveis do nascimen-
to de Jesus Cristo, para que também
eles sorriam!
Para toda a comunidade da
Obra Diocesana faço votos de vivência
de um santo Natal.
+João LavradorBispo Auxiliar do Porto
Ensinar a sorrir
Obra Diocesana de Promoção Social14
Manuel Amial
Obra Diocesana recebeu Prémio Infante Dom Henrique
O reconhecimento da sociedade civil pelo trabalho solidário da Obra Dioce-
sana de Promoção Social chegou no passado dia 12 de Dezembro pela mão dos
responsáveis da Confraria das Tripas à Moda do Porto.
A Confraria no âmbito da sua intervenção, decidiu atribuir o Prémio Infante
Dom Henrique 2009, este ano na sua quinta edição, na categoria “Instituição” à
Obra Diocesana de Promoção Social.
Intervenção cívica que, segundo a própria confraria, “visa honrar a univer-
salidade do Infante e os valores da liberdade, justiça, igualdade, fraternidade, Coe-
rência, partilha, que impregnam o incomensurável alcance da sua expansão e aos
quais, humildemente, a Confraria se devota, na defesa, preservação e promoção da
Alma Tripeira e do seu valor”.
O Júri que atribuiu este galardão foi presidido pelo Professor Helder Pa-
checo, escritor e professor, tendo como vogais a Dra. Raquel Loureiro, professora
e deputada à Assembleia da República, D. Maria do Céu Pinto, Coordenadora Co-
mercial da “Revista de Vinhos”, Dr. Arnaldo Araújo, Delegado de Saúde Médica do
Porto e Hélio Loureiro, Chefe de Cozinha do Porto Palácio Congress & SPA.
O Júri decidiu também atribuir o prémio a outra Instituição, ao Espaço T, na
categoria “Solidariedade” e ainda a cinco personalidades nas seguintes categorias:
Manuel Poças Pintão (Gastronomia), Miguel Vieira (Inovação), Luísa Dacosta (Lite-
ratura), Alcino Soutinho (Escultura/Pintura) e D. Manuel Martins (Carreira/Persona-
lidade).
A entrega dos prémios Infante Dom Henrique aos galardoados foi feita du-
rante o jantar que a Confraria realizou no passado dia 12 de Dezembro, na sala Por-
to do Porto Palácio Hotel, na presença
de cerca de 400 pessoas, entre confra-
des, confreiras e convidados.
O Presidente da Direcção da
Confraria, Chefe Hélio Loureiro, abriu o
jantar saudando todos os presentes e
de um modo especial os galardoados,
numa intervenção plena de afectos,
lembrando a quadra natalícia que se
atravessa e os valores das gentes do
Porto e das suas tradições.
A locutora Jacinta Oliveira, da
Rádio Renascença, foi a apresentadora
de serviço, também ela uma portuense
e uma aficionada da Alma Tripeira.
O Presidente do Júri, Prof. Hel-
der Pacheco, falou sobre a decisão do
Júri e da sua relevância para contrariar a
tendência para a ingratidão e o esqueci-
mento por parte da sociedade potuense
em relação a quem nela se distingue,
tendo referido o contributo da confra-
ria para relevar o mérito dizendo que
Chefe Hélio Loureiro; Panorâmica dos convivas; Dra. Ana Maria Príncipe apresentou a ODPS;
“Quem faz o que pode, faz o que deve”.
A receber o Prémio Infante Dom
Henrique em nome da Obra Diocesana
de Promoção Social esteve o seu Pre-
sidente do Conselho de Administração,
Américo Ribeiro.
A apresentação da instituição
galardoada foi feita pela Dra. Ana Maria
Príncipe, que historiou o seu nascimen-
to e o seu crescimento e a relevou ao
papel importante que hoje desempenha
na cidade do Porto.
Américo Ribeiro, em nome da
Obra Diocesana, agradeceu o galardão
recebido e disse sentir-se muito honra-
do com a distinção e, acima de tudo,
feliz pelo reconhecimento do trabalho
solidário que a Obra vem realizando na
cidade do Porto ao longo destes últimos
45 anos.
Um trabalho feito com amor ao
próximo por muitos colaboradores ao
serviço da Instituição, considerando
15Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
que o prémio recebido também a eles se deve e dedica.
Américo Ribeiro entendeu também relevar o valor do reconhecimento como
um estímulo para quem faz o seu melhor todos os dias, ajudando a dar a felicidade
e a esperança a quem dela precisa, e, também considerá-lo como um impulso para
fortalecer esse trabalho, cada vez mais difícil mas, também por isso, aliciante para
quem não vira a cara aos desafios.
O Presidente da Obra Diocesana aproveitou a oportunidade para desejar
os maiores sucessos à Confraria, felicitar os restantes galardoados distinguidos,
destacando a personalidade de D. Manuel Silva Martins e o seu trabalho pastoral e
de intervenção social.
Um momento cultural de rara beleza encerrou a cerimónia, com os prota-
gonistas do projecto “Two Pianists” – Luís Magalhães e Nina Shumann – ambos
professores de piano no Departamento de Piano da Universidade de Stellenbosch
na África do Sul, que interpretaram um extracto de uma peça musical do russo
Sergi Rachmaninoff.
O jantar teve animação musical do conceituado conjunto “Bruce Brothers”
até de madrugada, num ambiente de amizade e confraternização a todos os títulos
louvável, graças à arte de bem receber do Porto Palácio Hotel, unidade hoteleira
que também vem acolhendo anualmente, no mês de Maio, os jantares de benefi-
cência da Obra Diocesana.
Américo Ribeiro agradeceu homenagem; Galardão atribuído à ODPS; Actuação do “Two Pianists”
Obra Diocesana de Promoção Social16
Prémio Pessoa 2009distingue D. Manuel Clemente
De 1971 a 1974 passei fugaz-
mente pelo Instituto Superior de Serviço
Social do Porto como professor de Teo-
logia do Trabalho e Teologia do Desen-
volvimento. Era a altura, em Portugal, da
chamada Teologia do Genitivo: Teologia
das Realidades Terrestres, Teologia Po-
lítica, Teologia do Trabalho e Teologia
do Desenvolvimento, entre outras. Uma
moda que se foi desvanecendo por falta
de a aprofundamento, sistematização
e consistência. Havia, porém, nesses
tempos de renovação eclesial, quando
também se desejava a transformação
da sociedade portuguesa, muita gene-
rosidade. Tudo isso se enquadrava bem
na moderna Doutrina Social da Igreja,
de que D. António Ferreira Gomes se
tinha revelado profeta.
Foi o antigo Bispo do Porto, D.
António Ferreira Gomes, quem teve a
ideia de fundar, no Porto, o Instituto de
Serviço Social. Para a sua fundamenta-
ção jurídica, em 1956, já tinha sido cria-
da a Associação de Cultura e Serviço
Social.
Quando cheguei ao Instituto já
muitas assistentes sociais tinham-se en-
tusiasmado com as suas experiências
nos bairros sociais do Porto que tanto
viriam e continuam a beneficiar, há mais
de 40 anos, da prestigiante e meritória
Obra Diocesana de Promoção Social.
Foi no Instituto que mais me con-
venci que a pastoral sociocaritativa não
deve ser o parente pobre, se e quando
comparada com a pastoral profética e
Cónego Rui OsórioJornalista e Pároco da Foz do Douro
a pastoral litúrgica. Estas perderiam vi-
gor sem a prática daquela. A Igreja, no
mistério de Cristo, não vive para si, mas
para o mundo a quem deve anunciar
Cristo e o Evangelho. Da prática efec-
tiva da caridade, faz parte a defesa e a
promoção da dignidade humana e dos
direitos de homens e mulheres que que-
rem realizar-se com qualidade de vida.
O trabalho brioso dos profissionais e o
papel generoso dos voluntários podem
ajudar e muito.
Assisti, logo a seguir à Revolu-
ção de Abril, que nos garantiria a de-
mocracia, à perda da identidade cristã
daquele Instituto de Serviço Social. Não
creio que se tenha ganho muito com
isso. A sua orientação cristã, fiel às suas
origens, poderia ser, ainda hoje, a sua
mais-valia. Foi pena que não houvesse
quem, e dos mais responsáveis da di-
recção do Instituto, soubesse dialogar
com os mais reivindicativos. Foram pou-
cos os que deram a cara para assegu-
rar alguma tranquilidade. Fui um deles,
nesses tempos abrasivos, com o meu
prezado amigo padre José Maria Cabral
Ferreira. Depois, que remédio, o Institu-
to seguiria o seu rumo, aquém de alter-
nativa credível que justificasse ter cor-
tado o cordão umbilical que o ligava à
Igreja. Não conseguiu a sua integração
no ensino superior oficial e acabaria por
reger-se pelo Estatuto de Ensino Supe-
rior Particular e Cooperativo.
Quando a Igreja fica sem as suas
instituições, não quer dizer que esteja
tudo perdido. É mais uma razão para
que profissionais e voluntários cumpram
com honra a missão sociocaritativa, na
animação das realidades temporais. É o
caso da Obra Diocesana de Promoção
Social, que bem pode ser exemplar nes-
te tempo de “Missão 2010 – correspon-
sabilidade para a nova evangelização”,
levando a luz do Evangelho a quem tem
vida difícil nos bairros do Porto, desper-
tando-lhes a esperança.
Ânimo na missão sociocaritativa
Homenagemao Rev. Pe. Lino Maia
17Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Prémio Pessoa 2009distingue D. Manuel Clemente
Conselho de Administração
O Prémio Pessoa 2009 foi atribuído a Sua Excelência Reverendíssima,
D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, Patrono da Obra Diocesana de Promoção
Social.
O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social en-
viou a seguinte mensagem de felicitações:
Foi com profunda satisfação e um imenso orgulho que o Conselho de Ad-
ministração da Obra Diocesana de Promoção Social tomou conhecimento da atri-
buição do Prémio Pessoa 2009 a Sua Reverendíssima.
Esta pertinente distinção a uma figura ímpar da Igreja e da sociedade portu-
guesa constitui um justo reconhecimento por todo o trabalho desenvolvido por Sua
Homenagemao Rev. Pe. Lino Maia
Conselho de Administração
No passado dia 27 de Novembro, o Pe. Lino Maia, Presidente da Confe-
deração Nacional das Instituições de Solidariedade, pároco de Aldoar (Porto), res-
ponsável pelo Centro Social de São Martinho de Aldoar e Assistente Eclesiástico
da Obra Diocesana de Promoção Social foi alvo de uma meritória homenagem por
parte do Rotary Clube de Vila do Conde.
Este clube de serviço atribuiu a distinção de mérito profissional a uma
pessoa que em toda a sua vida tem seguido a máxima rotária “Dar de si antes
de pensar em si”. Numa comovente homenagem à obra e à pessoa do Pe. Lino
Maia, vários foram os testemunhos pessoais e profissionais que demonstraram
a motivação, o empenho e a dedicação de uma vida que se tem pautado pelo
bem-fazer à comunidade.
Num agradável jantar, realizado num restaurante no concelho natal do Pe.
Lino Maia, muitos foram os amigos que nessa noite se juntaram para participar
nesta justa homenagem.
O Conselho de Administração da Obra Diocesana fez-se representar
neste tributo.
PARABÉNS ao Senhor Padre
Lino Maia pelo seu louvável percurso
e por todos os projectos que pretende
concretizar!
Reverendíssima D. Manuel Clemente.
Com uma capacidade de co-
municação extraordinária e um elevado
sentido de equilíbrio e ponderação, Sua
Reverendíssima impõe-se como um
novo paradigma de intervenção social
da Igreja, promovendo um diálogo aber-
to e inteligente dos desafios que todos
enfrentamos.
Obra Diocesana de Promoção Social18
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada
Festa de Natal dos Filhos dos ColaboradoresNo mês em que se celebra o Natal, o Conselho de Administração da Obra
Diocesana encerra o seu calendário anual de actividades com uma tarde de festa e
diversão dirigida aos filhos dos colaboradores da Instituição.
A Festa de Natal tornou-se já uma tradição, sendo aguardada com muita
expectativa pelos mais jovens, mas também pelos seus pais que aproveitam para
partilhar alguns momentos de convívio.
Mais uma vez, a festa realizou-se no auditório da Casa Diocesana – Semi-
nário de Vilar. Na sua quarta edição, as crianças foram acolhidas por um simpático
palhaço malabarista que, ao acompanhar os mais pequenos, ia desvendando as
surpresas que os aguardavam. Também à entrada, o já famoso grupo de percussão
“A Obra a Rufar” exibiu toda a força e energia que os jovens músicos incutem em
todas as suas actuações.
Depois desta recepção todas as crianças puderam escolher um leque de
actividades lúdicas variadas que incluíam realização de teréres, desenhos e pintura
colectiva e muitos pulos e saltos no leão insuflável que muito divertiu os meninos.
Logo após a entrada no auditório, o grupo “A Obra a Rufar” continuou a sua
actuação, tendo inclusivamente recrutado o nosso Presidente para animar a festa,
tocando um dos tambores.
Finda a actuação destes jovens, a música não parou, tendo continuado
com o talento das “Vozes Trinadas”. Este grupo presenteou a audiência com uma
reinterpretação de vários temas da música popular portuguesa. A última música foi
abruptamente interrompida por aquela
que viria a ser a estrela da tarde – o Pa-
lhaço Pintarolas.
A partir deste momento, as gar-
galhadas foram uma constante, pois
nem os miúdos, nem os graúdos con-
seguiram ficar indiferentes ao humor in-
teligente, perspicaz e permanente desta
personagem, que depressa solicitou a
presença do Presidente no palco. Em
curtos minutos, o Senhor Américo Ri-
beiro agradeceu a presença de todos,
elogiou os pais que perceberam que
esta era a festa dos seus filhos e, como
tal, não deixaram de lhes proporcionar
uma tarde de alegria e diversão. Disse
ainda “venham sempre, pois enquan-
to formos Conselho de Administração
sempre faremos o esforço para oferecer
aos vossos filhos esta festa”.
Com a participação de alguns
dos elementos do público, o Pintarolas
consegui, habilmente, contar uma bo-
nita história infantil, onde não faltou um
príncipe, uma princesa, uma fada e até
um “mauzão”.
Finda a história, chegou o mo-
mento mais desejado por todas as
crianças. Era o momento da entrega
das prendas, acompanhada de um sa-
quinho de chocolates e uma fotografia
com o Pai Natal. Quase 200 crianças
subiram ao palco com uma alegria con-
tagiante, correndo para a sua prenda
que rapidamente desembrulharam.
A festa terminou com uma pa-
lavra de encerramento do Senhor Pre-
sidente que desejou a todos um santo
Natal e um feliz 2010.
19Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Obra Diocesana de Promoção Social20
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista
Ceia de Reis 2010em tempo de reflexão, de gratidão e de reconhecimento
Como já é tradição, o quadragé-
simo sexto ano de vida da Obra Dioce-
sana começou com uma das iniciativas
mais emblemáticas da Instituição – a
Ceia de Reis.
No passado dia 9 de Janeiro, a
grande família da Obra Diocesana reu-
niu-se na Quinta do Vieira, em Paranhos,
na cidade do Porto.
Os colaboradores da Obra Dio-
cesana, os seus Órgãos de Gestão, a
Liga dos Amigos, entidades religiosas
e civis, beneméritos, amigos e fornece-
dores da Instituição reuniram-se, sob a
presidência de Sua Excelência Reveren-
díssima D. João Miranda, Bispo Auxiliar
da Diocese do Porto.
Destacamos a presença da Ve-
readora do Pelouro do Conhecimento e
Coesão Social da Câmara Municipal do
Porto, Prof.ª Doutora Guilhermina Rego;
do Director Adjunto do Instituto da Segu-
rança Social – Centro Distrital do Porto,
Dr. Luís Vale; e da Vice-Presidente da
Comissão de Coordenação e Desenvol-
vimento Regional do Norte, Prof.ª Douto-
ra Ana Teresa Lehmann.
Ilustres foram também as pre-
senças do Presidente da Cáritas Portu-
guesa, Prof. Doutor Eugénio da Fonseca;
21Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
do Presidente da Confederação Nacio-
nal das Insti-tuições de Solidariedade,
Pe. Lino Maia; do Presidente da União
Distrital das Instituições Particulares de
Solidariedade Social – Porto, Prof. Artur
Carvalho Borges; e do Presidente do
Banco Alimentar Contra a Fome – Porto,
Eng. Rui Leite de Castro.
Os Professores Doutores Daniel
Serrão e Francisco Carvalho Guerra ma-
nifestaram o seu apreço pela Instituição,
marcando presença na Ceia de Reis.
O Dr. Barros Marques, Presiden-
te da Cáritas Diocesana do Porto; o Pe.
Dr. Manuel Correia Fernandes, Director
da Voz Portucalense; o Cón. Fernando
Milheiro Leite; e vários representantes
das Juntas de Freguesia da cidade esti-
veram igualmente presentes. O Sr. Jorge
Magalhães representou a Liga dos Ami-
gos da Obra Diocesana.
A Ceia de Reis teve início com a
Invocação proferida pelo Presidente do
Conselho de Administração, Sr. Américo
Ribeiro. Seguiu-se o Momento de Re-
flexão, no qual foi lido o texto “Coração
Agradecido!” de autoria da Confhic.
Ainda antes do jantar, decorreu
o primeiro momento musical da noite,
a cargo d’ “A Obra a Rufar”. Este grupo
de crianças do ATL da Obra Diocesana
transformou-se, em pouco mais de um
ano, numa referência da nossa Institui-
ção. Com os seus bombos, e sob a di-
recção de Ângelo Santos, estes jovens
alegraram todos aqueles que os ouvi-
ram, que ficaram sensibilizados pelo seu
empenho e criatividade.
No Momento do Presidente do
Conselho de Administração, o Sr. Amé-
rico Ribeiro começou por recordar o ano
que tinha passado e alertar para as difi-
culdades que se avizinham em 2010.
Neste contexto, frisou que os
parceiros da Obra Diocesana devem
ter uma “intervenção ainda mais direc-
ta, mais assídua, mais dinâmica e mais
atenciosa”. Relembrou que esses par-
ceiros, “que foram os protagonistas na
criação desta Obra, há quarenta e cin-
co anos, são os principais responsáveis
pela sua vida, pela sua continuidade,
pela sua eficiência. Possuem responsa-
bilidades acresci-das na medida em que
têm o dever e a obrigação de defender e
preservar o que os seus antepassados
fundaram”.
Em relação à Câmara Munici-
pal do Porto, o Senhor Presidente disse
que esperava o “cumprimento integral
do acordo com o protocolo feito com a
Obra Diocesana e que se comecem a
ver, com a brevidade requerida, passos
completos nesse sentido”.
À Segurança Social solicitou a
contratualização de mais Acordos de
Cooperação, em particular na resposta
social de Apoio Domiciliário. Cimentou
esta pretensão com a garantia de que
Obra Diocesana de Promoção Social22
a Obra Diocesana reúne “condições hu-
manas e físicas para alargar o campo de
cobertura a famílias carenciadas e espe-
ciais, que ainda não possuem este cari-
nho, afecto e amor”.
Por fim, apelou à Diocese do
Porto para a continuidade do estímulo,
da motivação, do acompanhamento e
da colaboração.
Seguidamente, dirigiu uma pala-
vra ao Banco Alimentar Contra a Fome
– Porto. Salientou que este parceiro de-
sempenha um “papel importantíssimo
na vida da Obra Diocesana, pois não
estima, nem mede a sua participação,
apenas pretende ajudar, ajudar, ajudar, o
que permite formatar um exemplo mara-
vilhoso”. Também nesta linha, enalteceu
e reconheceu os muitos amigos e ben-
feitores da Obra Diocesana.
O Senhor Américo Ribeiro ter-
minou o seu discurso declarando que
a Obra Diocesana “está na sociedade,
sente a sociedade e age em favor da so-
ciedade, clamando pela justiça, pela fra-
ternidade e pela igualdade na liberdade”.
No programa da Ceia de Reis,
seguiram-se três momentos importan-
tes: o Espaço da Gratidão, o Espaço do
Agradecimento e o Espaço do Reconhe-
cimento.
No Espaço da Gratidão, o Con-
selho de Administração homenageou
as colaboradoras que completaram 25
anos ao serviço da Instituição. Cada uma
foi presenteada com a imagem de Nossa
Senhora, uma peça em cristal, ex-líbris
da Instituição.
O Espaço do Agradecimento
trouxe um justo tributo a um dos be-
neméritos da Obra Diocesana – o Sr.
Estêvão Gomes de Araújo, o qual, na
companhia da sua esposa, Sr.ª D. Virgí-
nia Araújo, recebeu a imagem de Maria
pelas mãos de Sua Reverendíssima, D.
João Miranda.
No Espaço do Reconhecimen-
to, foi homenageado um dos grandes
Amigos da Obra Diocesana e uma das
figuras de destaque do panorama inte-
lectual do país – o Prof. Doutor Francisco
Carvalho Guerra.
Depois destes bonitos e emoti-
vos momentos de homenagem, decor-
reu a intervenção de D. João Miranda,
Bispo Auxiliar do Porto.
Sua Excelência Reverendíssima
começou por felicitar todos aqueles que
foram agraciados naquela noite e saudar
o Conselho de Administração, as várias
entidades presentes e todos os colabo-
radores da Obra Diocesana.
Disse que “os Reis significam a
manifestação de Jesus para aqueles que
vieram de longe. A Obra Diocesana tra-
balha todos os dias sem se manifestar;
nas suas casas, com as crianças, com
os adolescentes, com os idosos”. Sua
Reverendíssima afirmou que, naquela
noite, a Obra Diocesana se manifestou,
continuando a ser “uma Obra de Amor,
capaz de dar cor à vida e recriar o mun-
do com a beleza dos seus gestos”. Refe-
riu que era precisamente isso que a Obra
Diocesana fazia, “recriando o mundo, o
nosso mundo humano, o nosso mundo
social, o mundo dos mais pobres”.
Por fim, desejou que “a Obra
Diocesana continue a ser a Obra discre-
ta, que faz o Bem, sem às vezes saber a
quem, e faz o Bem e sempre por amor”.
O programa continuou com o se-
gundo momento musical da noite, desta
feita a cargo do Grupo Coral dos Avós
da Obra Diocesana. Este grupo, dirigido
pela Sr.ª D. Maria de Jesus Góis, cantou
as Janeiras a todos os presentes, cele-
brando, também desta forma, o Anún-
cio, aquele que é o tema do primeiro mês
da Missão 2010.
Depois deste momento, em que
os nossos “Avós” demonstram o seu
eterno talento, o Conselho de Adminis-
tração agraciou todos os convidados
com uma lembrança – um exemplar do
livro “Sacerdotes em Cristo”.
Aquela edição, publicada pela
Paulus Editora, reúne os depoimentos
de doze sacerdotes que foram convida-
dos a dar o seu testemunho, exprimindo
as motivações da sua vocação para a
vida religiosa. Um desses testemunhos é
precisamente de Sua Reverendíssima D.
Manuel Clemente, Bispo do Porto.
Por outro lado, aquele livro tem
também uma forte componente solidá-
ria, dado que parte das suas receitas
revertem a favor de dois seminários em
Moçambique.
O período das intervenções ini-
ciou-se com a palavra do Prof. Doutor
Francisco Carvalho Guerra.
Visivelmente sensibilizado pela
homenagem que lhe tinha sido prestada
alguns momentos antes, o Prof. Doutor
Carvalho Guerra dirigiu-se aos presen-
tes dizendo que tinha sido apanhado de
surpresa, mas que essa tinha sido uma
surpresa muito agradável.
No seu discurso, e dirigindo-se
aos colaboradores da Instituição, agra-
deceu a acção que desenvolvem na
cidade do Porto, questionando “o que
seria desta cidade se a Obra não existis-
se?” e “quantas pessoas não morreriam
se a Obra Diocesana não existisse?”.
Terminou, pedindo a todos que
“amem sempre para terem a alegria in-
terior que o Amor nos traz quando servi-
mos os outros”.
Seguiu-se a intervenção da Prof.ª
Doutora Ana Teresa Lehmann, que pres-
tou “homenagem ao generoso e magní-
fico trabalho que todos os dias [é realiza-
do] em prol dos mais necessitados e em
prol da cidade e da região”.
Transmitiu o seu testemunho
pessoal, dizendo que “conhecia a Obra
23Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Obra Diocesana de Promoção Social24
muito superficialmente, até ao momen-
to em que vi, in loco, aquilo que vocês
fazem”. Referiu que fez questão de co-
nhecer, na prática, as iniciativas e vários
dos espaços da Obra Diocesana, tendo
ficado “deveras sensibilizada”.
Concluiu dizendo que era impor-
tante que todos conhecessem a grande-
za da Instituição, elogiando o esforço, a
generosidade e a entrega diária de todos
aqueles que servem a Obra Diocesana.
O Dr. Luís Vale foi o próximo a
usar da palavra. Referindo-se aos Reis
Magos e à magia que lhes está subja-
cente, elogiou o papel de todas as Ins-
tituições Particulares de Solidariedade
Social. Reportando-se à Obra Diocesana
em particular, enalteceu o seu trabalho,
“belíssimo e importantíssimo”, junto das
pessoas que mais precisam, levando-
lhes precisamente a magia, o amor e o
afecto.
A encerrar este momento, a
Prof.ª Doutora Guilhermina Rego afir-
mou que a acção social é uma aposta
do município do Porto e reconheceu que
é funda-mental e determinante o envol-
vimento de toda a comunidade, sendo
instrumental a existência de parcerias e o
estabelecimento das mesmas, com vista
a um bom aproveitamento dos recursos
disponíveis.
Neste âmbito, a Senhora Verea-
dora afirmou que “a Câmara Municipal
dará, no ano de 2010, cumprimento ao
protocolo estabelecido [com a Obra Dio-
cesana], tal como o tem vindo a fazer
desde 2003”.
Enfatizou a importância da acção
social, da inclusão social e da igualdade
de oportunidades, assegurando que es-
tes temas constituíam uma preocupação
central do Pelouro do Conhecimento e
da Coesão Social.
Depois de uma noite plena de
momentos de dádiva, de testemunho,
de alegria e de partilha, o Senhor Amé-
rico Ribeiro encerrou a Ceia de Reis, re-
conhecendo que aquela tinha sido uma
noite de sucesso, que a todos enrique-
ceu interiormente, e que esse sucesso
se deveu à presença de todos – colabo-
radores e convidados – o que motiva e
dá felicidade a quem serve a Obra Dio-
cesana.
Invocação
Os três Reis Magos, do Orien-te, depois de uma longa e difícil via-gem, concretizaram o seu objectivo: encontraram o Menino Jesus para O adorarem e Lhe prestarem a sua home-nagem.
Eles personificam os Povos da Terra, unidos por laços fraternos, no ideal de servir e amar.
À semelhança dos Reis Ma-gos, também nós queremos enfrentar as adversidades, com perseverança e esperança, acreditando que o Bem só se conquista pela transformação da nossa energia, em solidariedade e paz, numa simbiose, equilibrada e harmoniosa, de sentimentos e procedi-mentos.
Invocamos o Menino Jesus para que Ele ajude a cada um de nós na viagem da vida, de forma a sermos colaboradores, substanciais, nesse ide-al de amor, ser-vindo!
Américo Ribeiro
Momento de ReflexãoCoração Agradecido!
Hoje, Senhor, vimos agradecerO entrançado trabalho que a nossa vida supõe,Para o acolher e querer continuá-lo,Com os recursos de que dispomos.
Graças, Senhor,Por todos aqueles que, pelo seu modo de ser, nos completamPelos que, compreensivos, sabem escutar-nosPelos que, com a sua bondade, nos tornam mais simplesPelos que, ao corrigir-nos, nos fazem caminhar.
Graças pelos que, com o seu desacordo,Acendem a verdade na nossa vida.Graças pelos que, nos animam a lutar,E nos alentam no caminho.
Graças pelos que, ao escutar-nos, nos acolhem,E ajudam a descobrir-Te em cada momento.Graças Senhor, pelos que, com constância,Anunciam a Boa Notícia que és TU!
Acolhe a prece de um coração agradecidoPorque és em nós, sentido e luzGraças, porque nos permites celebrar a vida como domE torná-la dádiva para os outros.
Confhic
25Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Boa noite!Saúdo todos com muito carinho
e enorme amizade.Mais um ano decorreu, e bem
depressa. De novo juntos, física e, decer-to, espiritualmente, e envoltos de alegria, para celebrarmos a Festa dos Reis, a nos-sa Ceia de Reis!
Segundo o Evangelho de São Mateus, os Reis Magos ofereceram, ao Menino Jesus, ouro, incenso e mirra, os presentes mais significativos e mais apropriados, daquela época, para tão Insigne Menino. Com os olhos neste lin-do e proeminente exemplo e fazendo algum paralelismo, a Obra Diocesana também quer oferecer, e, efectivamente, o seu presente com o máximo de brilho e afeição e que ele seja o melhor, o mais adequado, consoante os tempos e as necessidades.
É nesta expectativa e esperança que a sua vida vai prosseguindo e crian-do superiores contornos.
Num espírito festivo recordamos um ano preenchido de serviço, um ano de missão, de cumprimento das metas, que se preconizaram, projectaram e mo-nitorizaram, o qual engloba e expressa momentos lindos e ternos, passagens, que transmitem feitos importantes, episó-dios, extraordinariamente ricos, no cam-po da justiça social.
Um novo ano inicia e para que aconteça outro sorriso no sector laboral e balanço feliz, marcando dever bem cumprido, não podemos deixar de ser realistas e pensar que a agenda das pre-ocupações ficará mais volumosa.
O 2010 trará, conforme a pre-visão, infelizmente, enormes dificuldades, distribuídas por diversos segmentos, tor-nando-se urgente começar já a estruturar os diferentes blocos. Porém, salvaguarda-se, não invalida a grande esperança, que sempre acompanha o trajecto de cada anuidade!
Então, caberá aos parceiros uma
Intervenção do Presidente do Conselho de Administração
intervenção ainda mais directa, mais as-sídua, mais dinâmica e mais atenciosa. Estou convicto, estamos muito confiantes, por-que acreditamos nas pessoas, não obstante os obstáculos por que também estão a passar, pois esta Instituição cola-bora na construção da verdadeira cida-dania e não pode passar despercebida essa sua intenção, essa sua fulcral função social.
Esses parceiros, que foram os protagonistas na criação desta Obra, há quarenta e cinco anos, são os prin-cipais responsáveis pela sua vida, pela sua continuidade, pela sua eficiência. Possuem responsabilidades acrescidas na medida em que têm o dever e a obri-gação de defender e preservar o que os seus antepassados fundaram com vínculo e aperfeiçoamento no futuro próximo e longínquo.
No que concerne à competên-cia da Câmara Municipal do Porto, espe-ramos o cumprimento integral do acordo com o protocolo feito com a Obra Dio-cesana e que se comecem a ver, com a brevidade requerida, passos completos nesse sentido.
A palavra é um compromisso de honra. Este princípio de lealdade deixa a certeza de que a atribuição de verbas para dois mil e dez será sustentada no rigor e na equidade.
Relativamente à Segurança So-cial, compete-lhe a obrigatoriedade na abertura de mais acordos, fundamental-mente, no Apoio Domiciliário, facilitan-do, favorecendo e concorrendo para a manutenção e melhoria, tanto quanto possível, de uma Instituição credível, ca-paz de socorrer com eficácia manufac-turada com qualidade em toda a sua acção diversificada e multifuncional.
Reunimos condições humanas e físicas para alargar o campo de cober-tura a famílias carenciadas e especiais, que ainda não possuem este carinho, afecto e amor.
Nós queremos ir mais longe e contamos convosco.
No que respeita à Diocese, é essencial a continuidade do estímulo, da motivação e de toda a sua acção directa e eloquente, envolvendo o acompanha-mento e a colaboração que só a mesma sabe fazer.
Cabe aqui lembrar e enaltecer, sem reservas, um parceiro, que não es-tando comprometido na mesma linha dos acima mencionados, desempenha um papel importantíssimo na vida da Obra Diocesana, pois não estima, nem mede a sua participação, apenas preten-de ajudar, ajudar, ajudar, o que permite formatar um exemplo maravilhoso.
Evidentemente que estou a referir-me ao Banco Alimentar Contra a Fome - Porto.
A mais expressiva e alargada gratidão!
Aproveito também para referen-ciar, com enaltecimento, elogio, alegria e reconhecimento as mãos caridosas de muitos amigos e benfeitores da Obra Diocesana, que procuram apoiar esta boa causa, acolhendo-a, desde há já alguns anos (início de 2006), oferecendo donativos e encorajando, com palavras acon-chegantes e consoladoras, o traba-lho realizado, incluindo neste o que tem for-mato voluntário de quem dirige, de quem vai caminhando com vontade de servir e de se dar, ultrapassando barreiras de políticas governamentais, de quem vai devastando adversidades, vislumbrando a pretensão do fazer bem pelo bem.
Muitas dessas mãos caridosas, que fazem acontecer a generosidade, que promovem capacidades de dar e elos sociais, não são portuenses, param noutros pontos do país, mas conhecendo a Instituição, consideram-na também prio-ritária na sua disponibilidade solidária e isso é, obviamente, digno de grande apreço!
No quadro do bom funciona-mento, agrupam-se todos os colaborado-res, num total de quatrocentos e dez.
Estes já o demonstram há muito tempo, mas têm de procurar, sem limi-tes, deixem-me dizer assim, formar uma equipa, com os máximos requisitos, cujo profissionalismo patenteie, irrepreensivel-mente, referência pela competência, qua-lidade, modernização, união, articulação e coordenação perfeitas, que perfilham.
Isso será sempre a alma do su-cesso nas diferentes frentes em que se posiciona e actua tão indispensável Ins-tituição.
Acredito em todos vós e sei que isto será a realidade da nossa Instituição.
O trabalho dignifica o ser humano e assume papel social muito importante.
O trabalho desenvolvido na Obra Diocesana reveste-se de dedicação, sensi-bilidade e espírito missão, pois a sua abran-gência envolve pessoas a cuidarem de pes-
soas especiais.25 Anos de serviço, um quarto de
século, onde a entrega marca particularida-de, merece ser destacado, enaltecido.
Parabéns e muita força para o fu-turo!
Espaço da GratidãoColaboradoras que completaram 25 anos ao serviço da Obra Diocesana
Obra Diocesana de Promoção Social26
Formação Profissional
Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome
Sempre vivi, através de forma muito profunda e sentida, os problemas sociais relacionados com os mais vul-neráveis: índices de pobreza, velhice, abandono familiar, enfim, sofrimento e carência.
Estes fenómenos inquietantes moveram-me, desde muito novo, e, por tal, associei-me a organizações para co-laborar, para dar o meu contributo.
Neste seguimento, entreguei-me à Obra Diocesana, assim como os restantes membros do Conselho de Ad-ministração e do Conselho Fiscal, com gratuidade, transparência, motivação, ri-gor, responsabilidade, paixão, inovação e total disponibilidade, desde 2004, ter-minando no próximo mês de Dezembro o segundo mandato.
Muito investi, muito dei, mas muito recebi e a riqueza de conteúdos de cons-ciência e memórias encher-me-ão, conti-nuamente, de alegria e tranquilidade.
Apenas uma nota importante: quem nos vier substituir terá, forçosa-mente, que se pautar por estes valo-res.
Eles sustentam um trabalho assen-te na verdade e na lealdade, que chama a si a confiança e a dimensão distintiva, que é o bem.
É, pois, o bem que semeia, em cada dia, a Obra Diocesana é o bem que faz aproximar os saberes estabiliza-dos das boas práticas, onde se abraçam a generosidade e a caridade e isso leva-nos, todos a reforçar a consideração por esta Instituição como eixo central do bem.
Está na sociedade, sente a so-ciedade e age em favor da sociedade, clamando pela justiça, pela fraternida-de e pela igualdade na liberdade.
Neste Ano Europeu, que agora inicia, contra a Pobreza e Exclusão So-cial, ela saberá dar exemplo vivo de como se dão as mãos para colaborar no projecto, que fomenta a qualidade de vida, o bem-estar social e a igual-dade de oportunidades para todos, reforçando a solidariedade humana e a sensibilidade actuante.
Desejo a todos um ano com mui-ta paz e favorável à felicidade, em que as realizações previstas encontrem a sua plena concretização.
Obrigado!
As pessoas boas sabem apreciar o Meio que os rodeia, o Mundo que as envolve.
Admiram, com olhos de ver, com delicadeza e beleza, as cores, os elemen-tos da natureza, os gestos, os actos que enfatizam de generosidade a Vida!
São precursores no sentido da-queles contribuírem, de forma indelével, para anseios corporizados em realiza-ções de solidariedade humana… aqui, ali, acolá!
Espaço do ReconhecimentoProf. Doutor Francisco Carvalho Guerra
A beneficência é um mobilizador que define o ser bom e inspira as várias capacidades do homem como pessoa.
Não será preciso dizer que o Se-nhor Professor Doutor Francisco Carvalho Guerra é um modelo neste quadro.
Poderei acrescentar apenas que gera felicidade à sua volta e dita carinho em todas as suas intervenções, quer sejam em linguagem verbal falada ou escrita.
Em nome da Obra Diocesana, em nome de todos, o nosso mais alarga-do reconhecimento pelo que é, pelo que diz, pelo que faz.
A imagem de Maria é a lembran-ça que pretende exprimir esse nosso, esse meu reconhecimento!
Parabéns!
O agradecimento é uma atitude afável, envolta de sentimento, que faz ex-perimentar a alegria no que reconhece e para quem é reconhecido.
Sr. Estêvão Gomes Araújo e Espo-sa D. Virgínia
Meus prezados e particulares Ami-
Espaço do AgradecimentoSenhor Estêvão Gomes de Araújo
gos, Senhor Estêvão Gomes de Araújo e sua Esposa D. Virgínia, um alargado e pro-fundo agradecimento por tanta generosida-de, que têm oferecido a esta Instituição.
As boas acções identificam quem a pratica e quando revelam solidariedade para com os mais desfavorecidos, confir-mam experiência feliz.
Um dos tesouros da vida é possuir um coração, que dê um lugar privilegiado à caridade.
Obrigado por esse coração!A nossa lembrança expressa esse
obrigado!
Helena Florêncio, Zélia Alves, Isabel Cristina Vieira, Maria das Dores Dias, Maria do Carmo Silva, Lurdes Pereira, Lurdes Oliveira e Madalena Carvalho
27Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Formação Profissional
Mónica Taipa de Carvalho
Ao longo do ano de 2009, o Conselho de Administração conseguiu, uma
vez mais, cumprir o seu objectivo de dotar todos os colaboradores da Instituição
dos devidos conhecimentos técnicos e práticos. Para tal, delineou um intensivo
calendário de formação que totalizou quase 800 horas.
Este ano, as áreas formativas abrangidas foram as seguintes:
•Sistemadegestãodaqualidade(SGQ)–atendimentoeserviçoaoclien-
te e avaliação da satisfação de clientes, monitorização e desempenho do SGQ,
auditores internos da qualidade, gestão da qualidade por processo;
•Práticasdecozinha,sistemadegestãodesegurançaalimentar;
•Primeirossocorros;
•Estimulaçãoprecoce, animaçãona infância, necessidadeseducativas
especiais, prestação de cuidados a idosos, animação na terceira idade;
•Transportecolectivodecrianças.
Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome
João Miguel Pratas
Em 28 e 29 de Novembro decorreu mais uma campanha de recolha de
alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome.
Cerca de 27 mil voluntários participaram nesta campanha.
Ao longo do fim-de-semana ficaram encarregues pela recolha dos géneros
alimentares nos estabelecimentos comerciais, seu transporte, pesagem e sepa-
ração.
A nível nacional, os alimentos recolhidos irão apoiar mais de 1650 institui-
ções de Solidariedade Social e, por via destas, cerca de 267 mil pessoas. No Porto,
o Banco Alimentar angariou 443 toneladas de alimentos, o que representou um
acréscimo na ordem dos 20% em relação à campanha homóloga de 2008. Estes
alimentos serão distribuídos por 400 instituições do distrito.
Uma das instituições beneficiadas por estes donativos é a Obra Diocesana
de Promoção Social. Dentro deste espírito de partilha, a Instituição esteve presente,
de corpo e alma, nesta campanha.
Uma equipa de voluntários assegurou a recolha das dádivas no Pingo Doce
(Amial), no Porto, bem como o transpor-
te dos donativos angariados no Conti-
nente de Vila Nova de Gaia.
A Obra Diocesana contribuiu
ainda com alimentos para o almoço dos
voluntários que se encontravam nas ins-
talações do Banco Alimentar.
Para o sucesso desta campa-
nha foi decisivo o apoio, disponibilidade
e empenho destes voluntários, que me-
recem o nosso sincero agradecimento.
Estes alimentos irão ser uma
mais-valia para a acção social da Obra
Diocesana em prol da população mais
desfavorecida.
Todas estas acções de forma-
ção decorreram em horário laboral. O
cumprimento deste calendário envol-
veu um elevado espírito de compro-
misso por parte de todos os forman-
dos, que conseguiram conciliar o seu
desempenho profissional com as várias
formações, sempre com o firme propó-
sito de amanhã serem melhores.
Há cerca de um ano estivemos
aqui reunidos a propósito da idade
que avança sem dar satisfações e das
doenças que nos ocupam a vida toda
– celebrando a vida e o seu princípio e
fim: Deus.
Mais velhos ou gastos e mais
frágeis ou sofridos - somos uma vida
inteira e completa entre o pé que custa
a arrastar e a cabeça que o faz mexer
ou abandona à incapacidade.
Somos, entre as fraquezas do
corpo e as forças do espírito, uma luta
entre o que nos puxa para baixo e o
que nos obriga a andar direitos e de
cara erguida - ainda que com recur-
so a uma muleta, a uma bengala ou a
uma cadeira de rodas que substituam
a força dos ossos e dos músculos, ou
a um qualquer creme ou perfume que
nos ajude a enganar as engelhas que
se abrem sempre que temos de fazer
um esforço maior.
Estamos velhos – uns mais,
outros menos.
Estamos doentes - uns pior,
outros melhor.
Uns ficando prisioneiros des-
sas situações e outros usando esses
limites para abrir horizontes num dia
a dia que custa a obrigação de estar-
mos vivos – vivos para nós; vivos
para quem nos aprecia a vida e
dela partilha; e principalmente vi-
vos para o projecto com que Deus
nos fez vir ao mundo e só Nele tem
sentido.
Manuel Tavares
Testemunho do Amor de Deus
Sermos velhos não nos iguala
ou reduz aos trapos que já não servem
para nada senão para ocupar espaço
ou incomodar.
Estarmos doentes não nos as-
semelha ou curva como o caracol que
se fecha ao exterior e mirra até ao fim
por dentro da sua própria casca.
Homens e mulheres como
quaisquer outros, não somos uma
“ilha”, ainda que rodeada de gente
por todos os lados - ou seja, não esta-
mos sós, nem somos sós.
Queiramos ou não, a nossa
velhice e doença são estado que bole
com quem nos rodeia entre a família
e os estranhos tocados pela imagem
que projectamos.
E bole porque o nosso estado
incomoda, amedronta, preocupa, cria
insegurança e lembra que aquilo que
nos tocou em sorte também lhes pode
vir a calhar.
E bole porque a nossa velhice
ou doença os faz solidários e peregri-
nos a nosso lado na caminhada difícil
ou dolorosa que estamos a fazer.
Coitados daqueles que olham
para a velhice e para a doença como
uma mancha viscosa que é preciso
esconder ou pôr a um canto antes que
contamine o resto do tecido humano e
social que se julga imune às rugas, às
fracturas e ao deficiente funcionamen-
to de peças da fabulosa máquina que
também somos – e somos porque
Deus nos quis à sua semelhança.
Bem-aventurados aqueles que
olham para a velhice e para a doença
como uma oportunidade aberta ao
exercício daquilo que de melhor há em
cada um: a fraternidade – ou seja, da-
quilo que aos olhos de Deus nos apro-
xima e faz parte do seu desígnio para o
Homem e para o Mundo: o Amor.
Apesar de mais velhos e doen-
tes - não somos nem mais nem menos
do que os outros. Porventura seremos
mais, até – e mais não porque seja-
mos melhores ou superiores, mais in-
teligentes ou mais honestos, mais co-
rajosos ou “duros de roer”, mais ricos
ou vitoriosos, mais novos ou menos
doentes, mas apenas porque temos
a oportunidade de enfrentar e vencer
desafios, impedimentos, dificuldades
e limitações que reclamam bastante
mais, diferente e até melhor da nossa
capacidade, determinação, energia e
vontade de viver para além do que é
normal.
A velhice e a doença dão-
nos outra dimensão da vida.
O importante não é uma mesa
farta, mas a companhia ainda que à
volta de um mero pedaço de boroa e
meia dúzia de azeitonas; não é uma
sala de mobílias raras onde falta quem
dê uso às cadeiras a nosso lado; não
é um quarto cheio de tudo mas vazio
de presença, atenção e cuidado; não é
uma florida varanda virada a sul onde
o frio das ausências queima mais do
que o sol; não é uma vistosa janela
Obra Diocesana de Promoção Social28
que olha para a falta de uma palavra,
um gesto, um alento; não é uma car-
teira recheada mas incapaz do copo
de água que se oferece e do cobertor
que se estende sobre as pernas no
inverno; não é um telefone de milhen-
tas funções que raro emite o som da
presença, da preocupação e da ternu-
ra; não é um casaco de pele rara que
substitui o toque dos dedos solícitos,
a respiração das palavras disponíveis
e o beijo ou abraço do carinho.
Ser mais velho e estar doen-
te convidam à inteligência e ao bom
senso que dispensam azedumes e
desesperos, queixinhas e lamúrias – e
reclamam a força interior que nos faz
capazes de apreciar a rosa apesar dos
seus espinhos, ou de cuidar do jardim
apesar das minhocas, das toupeiras e
dos insectos, ou de tratar do quintal
apesar dos desencontros do calor e
do frio que muitas vezes secam a seiva
das raízes e matam os frutos prestes a
amadurecer.
Estar velho ou doente dá-nos
capacidades que antes não desenvol-
vemos de tão ocupados que andáva-
mos com a lufa-lufa do dia a dia - ou
porque só agora estamos em condi-
ções de preferir e apreciar o que re-
almente vale a pena ou é mesmo im-
portante.
Quem quer andar e não con-
segue, por velhice ou doença, pode
ter dúvidas e certezas - como António
Lobo Antunes, médico psiquiatra e es-
critor que confessou em crónica publi-
cada na revista “Visão” do passado dia
1 de Outubro de 2009:
“A minha relação com Deus
tem sido sempre tumultuosa, cheia de
desacordos e discussões: longos perí-
odos em que me afasto, alturas em que
me aproximo, amuos, quase insultos,
discussões. (…mas …) Creio firme-
mente que nos livros que escrevo, é Ele
que guia a minha mão e não passo de
um instrumento da Sua vontade”.
…”há alturas em que o sinto (a Deus) tão fortemente em mim, alturas em
que o sei tão longe. O cancro, por exemplo: o Henrique, que é um homem de fé,
diz que me salvei porque nasci com um sistema imunitário fenomenal. Palavras
dele. No meu modesto entender esse sistema imunitário fenomenal tem um nome,
(…Deus …) e esse nome entendeu que eu ainda era necessário aqui”.
Que nos dizem estas palavras? – que para Lobo Antunes nunca esta-
mos sós ou desamparados, principalmente nas horas mais duras, graças à pre-
sença activa de Deus…
E que presença é essa senão Amor?!...
Amor de Deus que se oferece a todo o momento e de várias maneiras,
através do que damos e do que recebemos.
Amor de Deus que apenas nos solicita que estejamos de cabeça livre e
de coração disponível – que sejamos, como no tempo da rega, a terra sulcada
pela água que passa e leva força e vida.
Amor de Deus que é uma realidade e evidência até para quem se diz
não cristão.
Como José Régio - escritor que deixou vasta colecção de crucifixos aos
museus de Portalegre, cidade onde viveu e foi professor, e de Vila do Conde, onde
nasceu e passou os últimos anos da sua vida.
José Régio que no livro intitulado “Biografia”, de 1929, publicou o poema
“Ignoto Deo”, ou “Desconhecido Deus”:
“Desisti de saber qual é o teu nome,
Se tens ou não tens nome que te demos,
Ou que rosto é que toma, se algum tome,
teu sopro tão além de quanto vemos.-----
Desisti de te amar, por mais que a fome
Do teu Amor nos seja o mais que temos.
Desisti de te achar no quer que seja,
De te dar nome, rosto, culto ou igreja …
- Tu é que não desistirás de mim!
Que concluirmos das palavras de José Régio – senão que, mesmo que a
gente não o queira, o Amor de Deus não nos abandona?!
E se José Régio – que não era crente embora se afirmasse religioso - diz
e garante que o Amor de Deus é uma realidade, independentemente da nossa
proximidade ou distância, de fecharmos os olhos, de taparmos os ouvidos, ou de
virarmos as costas – que diremos nós que nos consideramos cristãos?
Cristãos que todos os dias podemos acordar e adormecer, se o quiser-
mos, na presença de Deus invocado por uma simples prece ou lembrança:
Senhor, obrigado pelo dia que me dás …
Senhor, fica comigo hoje – que não me sinto lá muito bem, que tenho
um tratamento difícil, que não posso estar sentado ou deitado durante muito
tempo, que vou fazer uns exames de diagnóstico complicado, que estou cheio
de dores…
Senhor, ajuda-me a aguentar este calor que me incomoda, enerva, depri-
me, amolece … Senhor, obrigado pela sombra que refresca e descansa …
Senhor, dá força àqueles que me amam, que de mim cuidam, que comi-
go se preocupam, que por mim se interessam …
29Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Senhor, lembra-te daqueles que nesta hora mais precisados estão do
teu alívio …
Que maravilha, Senhor, o pôr do sol … a vinda da lua ao entardecer … as
primeiras estrelas do céu … o orvalho da manhã … o cheiro da terra molhada …
as cores da natureza …o chilreio dos pássaros…
Donde, Senhor, senão de ti, nos chega tanta beleza, tanta harmonia?!...
Embora a minha memória de hoje não vá muito além do “Pai Nosso” e do
“Avé, Maria”, essa fraqueza não me impede de rezar - de conversar com Deus, de
estar em contacto com Deus, de sermos companheiros no trabalho e no descan-
so, na alegria e na tristeza, quando estamos sós ou com outros…
Esse encontro só acontece porque acredito que Deus é Amor e que esse
Amor é uma omnipresença que nos acompanha, convida e desafia - omnipresen-
ça tanto maior e tanto mais viva quanto assentarmos, dentro de nós, que todos
os nossos momentos e circunstâncias devem abrir as portas e as janelas ao Amor
de Deus.
Como Antero de Quental - uma grande figura de intelectual português
que no século XIX sofreu intensamente as injustiças e indignidades económicas e
sociais do seu tempo, e as dúvidas e inquietações da sua própria alma desejosa
de voar mais alto – podemos descansar no Amor de Deus.
Descansar no sentido de confiar e não de ficarmos quietos à espera que
Deus faça por nós aquilo que a nós cabe fazer.
Escreveu Antero, para “Sonetos Completos” que publicou em 1886:
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal o meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depus do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita. ---
Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas, mares, areias do deserto …
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente.
Em resumo, que nos diz Antero de Quental nesse soneto?
Que devemos livrar o nosso coração – a nossa vida - de ilusões enga-
nadoras, da ignorância que não nos deixa ser livres, dos ideais imperfeitos, das
paixões transitórias, das areias aparentemente seguras mas cheias de traiçoeiros
buracos à espera dos nossos pés incautos…
E devemos fazer isso, no entendimento de Antero, para quê?
Para, libertos ou limpos de coração, podermos ter a paz e a segurança
que só é possível no Amor de Deus.
Citando José Régio e Antero de Quental, lembrei dois homens que, ao
contrário de nós, não se tinham como cristãos e nessa medida não se sen-
tiam parte do “povo de Deus em movimento” – novo conceito da Igreja Católica
Apostólica Romana definido e aprova-
do pelo Concílio Ecuménico Vaticano II
que decorreu entre 11 de Outubro de
1962 e 8 de Dezembro de 1965, por
inspirada iniciativa do Papa João XXIII
(que um conhecido poeta português,
Manuel Alegre, chamou de “o avô do
século XX” - tanta a abertura, simpli-
cidade, ternura e grandeza com que
abriu os braços da Igreja ao Mundo).
E se Régio e Antero dis-
seram que é impossível fugir ao
Amor de Deus e que só no Amor
de Deus temos sossego – que an-
damos nós, cristãos, a dizer do Amor
de Deus com a nossa velhice, a nossa
doença, a nossa vida, o nosso dia a
dia? a nossa família? os nossos médi-
cos, enfermeiros, assistentes sociais,
terapeutas, auxiliares e outros profis-
sionais e colaboradores dos serviços
de apoio aos idosos e aos doentes?
Que andamos nós a dizer e
a fazer do Amor de Deus?
E que andamos a dizer de
Nossa Senhora, a “Cheia de Graça,
Mãe de Misericórdia”, cujo olhar Ante-
ro de Quental viu “de piedade” mais do
que “de tristeza”:
“Um místico sofrer … uma ventura
Feita só de perdão, só da ternura
E da paz da nossa hora derradeira…
…”visão triste e piedosa!
Fita-me assim calada, assim chorosa…
E deixa-me sonhar a vida inteira”.
Sonhar o quê, perguntare-
mos?
Perdão, ternura e paz –
ou seja, o que compõe o Amor
de Deus.
Obrigado, Senhor, pelo Amor
que nos dás e que nos permite estar
vivos para além das limitações da ida-
de e das dificuldades da doença.
Obrigado, Senhor, pelos que
estamos aqui e pelos que não vieram
mas contam com o teu Amor.
Obra Diocesana de Promoção Social30
31Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção
Nutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos
Advogada
Dia do idosoO primeiro dia do mês de Ou-
tubro é sempre aguardado com muita
expectativa pelos seniores da Obra Dio-
cesana, pois nessa data celebra-se o
Dia Internacional do Idoso.
Naquilo que é já uma tradição as-
sumida pelo Conselho de Administração,
neste dia toda a Obra se reúne para ho-
menagear os mais idosos. Como já vem
sendo hábito, Sua Reverendíssima D.
Manuel Clemente, Bispo do Porto, pre-
sidiu a uma Eucaristia na Sé Catedral da
nossa cidade, que se encontrava repleta
de clientes dos Centros Sociais da Insti-
tuição, bem como dos colaboradores que
diariamente zelam pelo seu bem-estar.
Os cânticos da celebração fo-
ram entoados pelo Grupo Coral da Obra
Diocesana, superiormente dirigido pelo
Reverendo Diácono Freitas Soares.
Numa cerimónia pautada pela
devoção a Santa Teresinha do Menino
Jesus, concelebraram os Senhores Có-
negos Amadeu Ferreira da Silva e Fernan-
do Milheiro Leite e os Senhores Padres
Domingos Oliveira e José Carlos Rosa.
Após a magnífica celebração,
foi possível testemunhar a satisfação
no rosto dos quase 500 idosos, que
entretanto se dirigiram aos respectivos
Centros Sociais para usufruírem de um
almoço-convívio.
D. Manuel Clemente e os restan-
tes convidados almoçaram no Centro
Social de Fonte da Moura, que, este ano,
foi escolhido para acolher o nosso Patro-
no. Em simultâneo, esta visita permitiu
que as novas instalações deste Centro
Social, recentemente concluídas, fossem
benzidas por Sua Reverendíssima.
O almoço decorreu num clima
de alegria e partilha em que se pode
apreciar o convívio inter-geracional e os
talentos teatrais e musicais dos idosos
deste Centro Social.
Na sua intervenção, o Presidente
do Conselho de Administração, Senhor
Américo Ribeiro, enalteceu a vivacidade
daqueles para quem a Obra Diocesana
é a razão da sua existência e agrade-
ceu a presença de D. Manuel Clemente,
bem como a sua inexcedível dedicação
à Instituição.
Obra Diocesana de Promoção Social32
A 9 de Maio de 1843, o Bispo
de Nancy, D. Charles de Forbin-Janson,
consciente da miséria em que viviam as
crianças na China, propôs às crianças de
Paris, que rezassem uma Ave-Maria por
dia e oferecessem um vintém por mês
por forma a minorar o sofrimento dos
pequeninos chineses. Foi esta a origem
de um movimento de solidariedade en-
tre as crianças do mundo inteiro, a que
chamou Obra da Santa Infância, e que
actualmente, sob o lema “crianças aju-
dam crianças”, já se encontra presente
em mais de 150 países de todos os con-
tinentes beneficiando, a sua acção, mi-
lhões de crianças em todo o mundo.
De igual forma e face ao chama-
mento para a Nova Evangelização, pro-
tagonizado pela Missão 2010, foi tam-
bém, despertada nas crianças da Obra
Diocesana uma consciência Missioná-
ria, que está a fazer com que as hostes
da nossa Missão passem a contar, com
mais umas largas centenas de peque-
nos mas entusiastas Missionários.
Assim como Sua Santidade o
Papa Bento XVI escreveu uma carta às
crianças, dizendo que a amizade com
Jesus é um dom tão belo que ninguém
o pode guardar para si mesmo, e que
quem o recebe tem necessidade de
transmiti-lo aos outros, fazendo com
que o dom, partilhado, se multiplique,
também as crianças da nossa Obra,
sempre abertas a novos desafios, es-
tão a assumir-se como verdadeiros
Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância
Na Linha da FrenteNós, as Crianças
protagonistas da Missão 2010.
E nesta caminhada que inicia-
mos temos já reflexões muito interessan-
tes de algumas das nossas crianças:
“O Jesus é o Rei do amor…”
“Quando estava na barriga da
minha mãe olhei para o Céu e vi o Jesus
a nascer”, “Quando eu estava no Céu
conheci Jesus, mas já não me lembro
dele; estive no Céu antes de nascer “ou
ainda “Sinto o Jesus à minha beira” e “O
mais importante do Natal é o Presépio”,
são testemunho do empenho com que
passaram a assumir a transmissão da
mensagem da amizade com Jesus.
O Presépio passou também a
transmitir-lhes novas mensagens, pois
para além da alegria do nascimento do
Deus menino, descrita por S. Lucas na
notícia dada pelo Anjo aos pastores:
“Anuncio-vos hoje uma grande alegria
que é para toda a gente!” (S. Lucas 2.10),
passaram a olhar para a Sagrada Família
com outros olhos e a lembrarem-se das
suas próprias famílias, dos seus Pais.
E nunca como agora foi tão im-
portante para as nossas crianças, cres-
cerem num ambiente familiar responsá-
vel, onde o amor seja o motor do seu
funcionamento e onde a matriz cristã es-
teja sempre presente, por forma a conse-
guir ultrapassar esta crise de valores que
nos assola de forma bem mais dramática
que a actual crise económica. São cada
vez mais necessárias famílias que sai-
bam educar, para uma vida onde o tra-
balho, a honra, a justiça, a solidariedade,
a tolerância e o amor sejam o mote.
Proclamada em 1994 pela Orga-
nização das Nações Unidas (ONU) como
“A mais pequena democracia no cora-
ção da sociedade” a Família é o seu nú-
cleo fundamental e só com ela e a partir
dela, nos construímos e desenvolvemos.
E sendo uma realidade conatural à pes-
soa humana, o Mundo precisa e sempre
continuará a precisar da Família.
Aqui devemos ter em atenção
as sábias palavras que, também, nos di-
rigiu Sua Santidade o Papa Bento XVI: “
Queridos pais! Gostaria de vos convidar
vivamente a ajudar as vossas crianças a
crer, convidar-vos a acompanhá-las no
seu caminho rumo à primeira Comunhão,
um caminho que continua também de-
pois, a acompanhá-las no seu caminho
rumo a Jesus e com Jesus. Peço-vos,
acompanhai as vossas crianças à Igreja
para participar na Celebração Eucarística
do Domingo. Vereis que isto não é tempo
perdido; ao contrário, é o que mantém a
Família verdadeiramente unida dando-lhe
o seu centro. O Domingo torna-se mais
bonito, toda a semana se torna mais bo-
nita. E, por favor, rezai juntos também em
casa: à mesa e antes de dormir. A oração
leva-nos não somente para Deus, mas
também uns em direcção aos outros. É
uma força de paz e de alegria. A vida em
Família torna-se mais cordial e adquire um
alívio mais amplo, se Deus estiver presen-
te, e experimenta-se esta Sua proximida-
33Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
de na oração. (…) Caros Educadores! Pe-
ço-vos de coração para manter presente
na Escola a busca de Deus, daquele Deus
que em Jesus Cristo se tornou visível para
nós. (…) Ajudai-os a compreender que
todas as respostas que não chegam até
Deus são demasiado curtas.”
Nunca é pois demais realçar
a importância do verdadeiro entrosa-
mento que tem que existir entre Esco-
la e Família, por forma a proporcionar
à criança uma verdadeira educação. A
função da Escola, dando continuidade
ao papel da Família, é dar amor, é dar
carinho, é ensinar, é ouvir, é aconselhar,
tendo sempre presente a responsabili-
dade acrescida de servirmos, também,
de modelo para as nossas crianças.
E como nem todas as crianças
da Obra Diocesana têm o melhor am-
biente familiar, são redobrados todos
os esforços que temos que fazer, para
colmatar as maiores necessidades de
atenção, de carinho e de amor.
Mas é gratificante verificar que na
Obra Diocesana, na nossa Obra, todos
temos um especial carinho pelas crian-
ças: desde o nosso Presidente, Senhor
Américo Ribeiro, que sempre que visita
os Centros marca as crianças pela ale-
gria, interacção, dinamismo e carinho
que lhes demonstra, passando pelos Di-
rectores de Serviço com uma actuação
sempre pautada pelo superior interesse
das crianças, a todos os outros Colabo-
radores e até aos outros clientes, os ido-
sos (os nossos Avós), que demonstram
um particular carinho e encanto pelas
visitas das, também suas, crianças.
Como testemunha uma Educa-
dora da Obra Diocesana: “ Porque gos-
tam as crianças de frequentar a nossa
Instituição, de correr para nós e gritar o
nosso nome? Porque nos dedicam ges-
tos de ternura e dividem connosco os
seus afectos para além das suas casas e
das suas famílias? Porque correm à nos-
sa volta e enchem o nosso dia de voltas e
reviravoltas, apoiam os nossos projectos
e traçam os seus percursos de vida?
Porque se enganam e em vez
de nos chamarem pelo nosso nome nos
chamam “mãe” e dizem carinhosamen-
te “ai, enganei-me!...?
(…) O constante desafio que vi-
venciamos dia após dia, aproxima-nos
e vai conferindo sentido ao percurso de
vida e desenvolvimento das crianças e, de
tudo o que as crianças não dizem ou se
esquecem de dizer, temos que ter consci-
ência do absoluto projecto de afectos que
oferecemos como Instituição.”
Contamos pois nas nossas filei-
ras, com a preciosa ajuda das crianças
da Obra Diocesana que, encantadas
com os novos desafios que lhes têm
vindo a ser explicados, estão já a iniciar
a sua vida de pequenos Missionários.
Como já escreve a Mariana,
uma das nossas crianças:
“Se eu pudesse mudar o mun-
do eu dizia às pessoas para amarem
os amigos e para não baterem neles.
Acabava a guerra e também acabava
com a injustiça. Dizia às pessoas para
não serem egoístas e pensarem mais
nas outras pessoas que não têm roupa,
comida nem pessoas para as amarem.
Bastava só um sorriso ou um sorriso
enorme para que o planeta fosse mais
feliz e que as pessoas começassem a
amar as pessoas que não tinham nem
sequer um tostão nem um cêntimo e
também acabava com a vida má que
algumas pessoas não tinham a vida que
elas queriam.”
Nestes dias que nos aproxi-
mam do Natal, saibamos todos viver o
verdadeiro sentido desta quadra festiva
– que a causa verdadeira da nossa ale-
gria é o nascimento de Jesus e a Sua
presença no meio dos homens; Jesus
que sempre manifestou um afecto ex-
traordinário pelas crianças e que disse
aos Apóstolos: “Deixai vir a Mim as
criancinhas, não as afasteis, pois a
quem é como elas pertence o Rei-
no de Deus” (Mc 10,14).
Um Santo e Feliz Natal
Obra Diocesana de Promoção Social34
Frei Bernardo Domingues
É Natal cada vez que enxuga-
mos uma lágrima nos olhos de uma
criança, de um desgarrado da vida
tornando-me pessoa acolhedora, pró-
xima e solidária.
É Natal cada vez que depomos
as armas de inveja, do ciúme e tenta-
mos compreendermo-nos, acolher-
mo-nos diferentes e complementares
pelo diálogo leal.
É Natal cada vez que parali-
sarmos uma guerra surda e abrirmos
os braços, oferecemos e acolhemos o
perdão, tornando-me pessoa de paz
activa.
É Natal cada vez que obriga-
mos a miséria a recuar uns passos
pela nossa intervenção oportuna par-
tilhando o que temos e somos em vista
de equidade.
É Natal quando no nosso ínti-
mo, ultrapassando as ofensas, somos
verdadeiramente irmãos reconciliados
perdoando e pedindo perdão com ver-
dade.
É Natal quando surge, final-
mente a esperança dum amor real,
duradoiro e incondicional criando um
contexto de “pessoas comunitárias”
no dar e no receber.
É Natal quando se calam as
mentiras e se dá lugar à verdade e fe-
licidade da partilha sem preconceitos
aprendendo e ensinando pelo teste-
munho da vida coerente.
É Natal quando no fundo da
nossa vida, aliviamos o sofrimento que
dilacera e encontra um pouco de do-
çura pelo acolhimento compreensivo
e a paciência de escuta atenta e fra-
terna.
Há Natal nos olhos do pobre
que vamos visitar ao hospital, na soli-
dão do seu leito de dor, no isolamento
da prisão e promovemos a reconcilia-
ção dos desavindos.
Há Natal no coração de todos
os que convidamos discretamente
para a felicidade de partilha do que
temos e somos, propondo sem impor
opiniões pessoais, sobre o ser e o vi-
ver com qualidade.
Há Natal nas mãos daquele
que hoje compartilha o pão e amizade
promovendo a reconciliação e adapta-
ção ao real da vida possível.
Há Natal quando o mendigo
esquece os ultrajes e humilhações e já
não sente a fome de pão e compreen-
são pela desgraça sofrida sem culpa.
Há Natal quando lutamos por
mais verdade, justiça e paz, sem ferir
o amor que inclui perdão, dado e aco-
lhido, para desenvolver o acolhimento
misericordioso.
Há Natal quando sorrimos a
todos, com bondade e estimulamos
os outros para o trabalho honesto e
competente, propondo caminhos de
sucesso de ser em si e por si com re-
alismo.
Há Natal quando vemos em
cada pessoa, o rosto de uma irmã,
que é ajudada segundo as respectivas
necessidades e as nossas capacida-
des objectivas.
Há Natal todos os dias, meu
irmão, porque o Natal é o Amor huma-
nado para humanizar a vida de todos.
Lê, medita e aplica S. Mt. C. 5 e 25
incarnando progressivamente a ver-
dade, a honestidade, a competência,
a equidade, solidária e democrática,
para bem servir a tempo e horas.
Poderá ser Natal todos os dias
35Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
Fundação Vítor Baía 99Campanha Insucesso Escolar
A Fundação Vítor Baía 99 asso-
ciou-se a um conhecido grupo óptico
com vista à realização de um exame of-
talmológico e, em caso de necessidade,
à dádiva de um par de óculos. Esta cam-
panha, inserida no âmbito do combate
ao insucesso escolar, beneficiou crianças
com idades compreendidas entre os 5 e
os 16 anos.
A Obra Diocesana foi uma das
instituições seleccionadas pela Fundação,
tendo sido abrangidas cerca de 80 crian-
ças clientes dos nossos Centros Sociais.
O nosso reconhecimento à Fun-
dação Vítor Baía 99 pela sua dedicação à
educação e formação dos mais jovens.
Soares da CostaCirco de Natal no Coliseu do Porto
Repetindo o gesto amigo, nobre
e caridoso do ano transacto, a construto-
ra Soares da Costa ofereceu mais de um
milhar de bilhetes para uma sessão de
Circo de Natal para todas as crianças da
Obra Diocesana de Promoção Social.
Foram rostos felizes e maravi-
lhados que ocuparam a emblemática
sala do Coliseu do Porto, assistindo às
tropelias dos palhaços, aos truques de
magia e a todos os outros momentos
circenses.
Por toda a alegria que proporcio-
nou às nossas crianças, um sincero agra-
decimento à Soares da Costa pelo seu
empenho em apoiar as causas sociais.
Modelo Continente Hipermecados
Num gesto de dádiva, genero-
sidade e carinho pelas crianças mais
carenciadas, a Modelo Continente
presenteou todos os meninos da Ins-
tituição com um CD da Leopoldina.
Este simpático boneco, que constitui
já uma referência no Natal de muitas
crianças serviu de mote a um CD com
músicas e um jogo que abordava o
tema da reciclagem.
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção
Nutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos
Advogada
Parcerias... são acolhidas de coração aberto!
Amigos em crescendo!Descrição ContribuiçãoAbel Ribeiro - Electrodomésticos e Mobilias, Lda. 100,00 €Albino de Almeida Fernandes, Pe. 50,00 €A.A.M.J. Padaria e Pastelaria, Lda. 500,00 €A.A.P.S. 20,00 €Acácio Ribeiro de Freitas, Pe. 100,00 €Animécio Abranches Ferreira Maia 100,00 €António Neves Ribeiro Coutinho 25,00 €Armando José Fonseca Pinto,Dr. 300,00 €Aurora de Jesus Oliveira Barbosa 10,00 €Bio Transmontano - Com. Dist. Prod. Alimentares, Lda. 1.137,00 €Bruno Alexandre Dias Ferreira 1.000,00 €Celestino Oliveira Martins Portela, Dr. 50,00 €Distribui, Com. Dist. Produtos Alimentares, Lda. 750,00 €Domingos Gomes Oliveira 73,00 €D.F.M.V. 60,00 €Estevão Gomes de Araújo 1.000,00 €Helena do Amaral Cardoso 20,00 €Horácio Magalhães, Lda. 500,00 €J.A.G. 50,00 €
Descrição ContribuiçãoJosé António G. Lima Ribeiro Bastos, Padre 100,00 €J.S.S. 20,00 €J.P.R. 300,00 €Junta Freguesia de Guisande 35,00 €Just All Design - Sociedade Unipessoal, Lda. 2.853,00 €Libório Almeida Pimpão 250,00 €M.A.C.C. 50,00 €M.M.C.M. 20,00 €Margarida Pereira Gomes 21,00 €Maria das Boas Novas 600,00 €Maria de Jesus Pinto, Enf. 540,00 €Maria Helena Vidigal Pinto da Silva Torres, Dra. 300,00 €M.S.F.A. 60,00 €Moreira & Carneiro 2.700,00 €PT - Imobiliária 3.130,00 €S.P.P. 6,00 €Sandra Rolo 461,88 €Stand ASLA, S.A. 2.500,00 €
Obra Diocesana de Promoção Social36
Ano 2009 – Ano do CONHECIMENTO e COMPETÊNCIAConselho de Administração
- Realização da Ceia de Reis
- Reunião Geral de Colaboradores
- Passeio Anual dos Colaboradores com destino à Zona Centro do País
- Reuniões de Trabalho com a finalidade de serem projectadas as valências de “Lar de Idosos e Unidade de
Cuidados Integrados”
- Abertura das valências de Infância (creche, pré-escolar e ATL) no mês de Agosto
- Actividade Desportiva Masculina
- Visita de Sua Excelência O Presidente da República, Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva à Obra Dio-
cesana com a recepção no Centro Social da Pasteleira
- Participação no Simpósio “Reinventar a Solidariedade” levado a efeito na FIL em Lisboa
- Organização e realização do Jantar de Beneficência com o apoio inexcedível do Chef Hélio Loureiro
- Participação no Conselho Local Acção Social do Porto (CLAS)
- Realização do Dia da Obra com o tema “Magia das Gerações”
- Criação do Grupo de crianças e de jovens da ODPS denominado “A Obra a Rufar”
- Realização de diversas acções de formação destinadas aos colaboradores da Instituição: atendimento e serviço ao cliente
e avaliação da satisfação de clientes; monitorização e desempenho do sistema de gestão da qualidade; auditores internos
da qualidade; gestão da qualidade por processo; práticas de cozinha; sistema de gestão de segurança alimentar; primeiros
socorros; estimulação precoce; animação infância; necessidades educativas especiais; prestação de cuidados a idosos;
animação 3ª idade; transporte colectivo de crianças
- Continuidade do Projecto de Certificação de Qualidade
- Continuação da implementação do sistema HACCP
- Actividade Desportiva Feminina
- Visita da Vice-Presidente da CCRDN, Prof.ª Doutora Ana Teresa Lehmann, a espaços da Obra Diocesana
- Desenvolvimento e implementação do plano de contingência para a Gripe A
- Conclusão das obras do Centro Social de Fonte da Moura
- Espaço Solidário – Edição de Quatro Números
- Organização, pela primeira vez, da iniciativa “Férias com Obra” destinada aos clientes das valências de Infância
- Concretização de obras de manutenção e melhoramento nos diversos espaços da Obra Diocesana
- Elaboração do Projecto e Programa a levar a efeito pela ODPS na Missão 2010 promovida por Sua Reverendís-
sima D. Manuel Clemente, Bispo do Porto
- Distribuição de donativos de roupa e calçado a agregados familiares carenciados
- Parceria com Universidade Católica na área da Saúde – Criação de Gabinete de Enfermagem e Plano de Acção em cada
Centro Social
- Presença no XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde em Fátima
- Participação nas Acções promovidas pela REAPN, CNIS e UDIPSS do Porto
- Participação na Festa da Solidariedade, em Viseu, promovida pela CNIS
- Comemoração do “Dia do Idoso” com a celebração da Eucaristia, na Sé Catedral, presidida por Sua Reverendíssima D.
Manuel Clemente, Bispo do Porto
- Parceria com a “Fundação Vítor Baía” com a realização de Rastreio Oftalmológico e concessão de um par de óculos a cerca
de 80 crianças
- Participação na homenagem ao Rev. Padre Lino Maia, promovida pelo Rotary Clube de Vila do Conde
- Parceria com a Empresa “Soares da Costa” que proporcionou a todas as crianças da nossa Instituição uma tarde de Circo
- Realização da Festa de Natal para os Filhos dos Colaboradores
- Participação na “Arca de Natal” organizada pela Câmara Municipal do Porto
- Homenagem pública efectuada à Obra Diocesana promovida pela Confraria Gastronómica das Tripas à Moda
do Porto com a atribuição do Prémio Infante D. Henrique
37Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção
Nutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos
Advogada
Festa da Solidariedade
Pelo terceiro ano consecutivo,
realizou-se a Festa da Solidariedade,
uma iniciativa da Confederação Nacio-
nal das Instituições de Solidariedade
(CNIS). Este ano, a Festa decorreu em
Viseu, no dia 19 de Setembro.
A Obra Diocesana esteve re-
presentada por mais de 120 pessoas,
entre idosos e colaboradores, marcan-
do assim presença nesta importante e
emblemática iniciativa para a divulgação
e valorização das IPSS.
Inserida no recinto da Feira de S.
Mateus, a Festa contou com a presença
de uma centena de Instituições e mais
de duas mil pessoas vindas de todo o
país, entre utentes, funcionários e ami-
gos que quiseram juntar-se à iniciativa.
Vieira da Silva, o então Ministro
do Trabalho e da Solidariedade subiu ao
palco ao lado do presidente da CNIS,
Padre Lino Maia. O dirigente solidário
salientou a acção de milhares de Ins-
tituições espalhadas por todo o país e
do papel que têm tido numa altura de
crise social e económica. “Encerraram
empresas, aumentou o desemprego,
foram atingidas muitas famílias e muitas
pessoas. Não encerrou nenhuma IPSS.
Nenhum utente foi despedido por falta
de pagamento da sua comparticipação.
Nenhum trabalhador de IPSS viu encer-
rado o seu posto de trabalho por efeito
da crise”.
O Padre Lino Maia disse ainda
que o sector solidário precisa de um “re-
conhecimento” elucidativo e “um aval ao
trabalho que fazem, ao que representam
e aos valores que promovem”.
Ao longo da Festa foi divulgado
que a cidade de Castelo Branco acolhe-
rá a 4ª edição da Festa da Solidarieda-
de, em 2010.
Pastoral da SaúdeXXII Encontro Nacional
Obra Diocesana de Promoção Social38
Conselho de Administração
Numa iniciativa da Comissão
Nacional da Pastoral da Saúde decor-
reu entre os dias 30 de Novembro e 3
de Dezembro, no Centro Pastoral Pau-
lo VI, em Fátima, o seu XXII Encontro
Nacional.
Este ano, a reunião foi subordi-
nada ao tema “Transplante de Órgãos
– Doação para a Vida”. Ao longo dos
quatro dias de trabalhos muitas fo-
ram as figuras ilustres da teologia, da
medicina e das ciências sociais que
ofereceram os seus conhecimentos,
partilhando opiniões e pontos de vista
com cerca de 600 participantes.
Ficou bem patente que a Igre-
ja Católica tem acompanhado a evo-
lução científica, reconhecendo que o
transplante de órgãos tem permitido
dar mais saúde e mais qualidade de
vida a muitos doentes.
A Pastoral da Saúde reconhe-
ce o trabalho que se está a fazer em
Portugal para responder ao progresso
da medicina em ordem aos transplan-
tes de órgãos, o que tem permitido a
vida a milhares de pessoas.
Como conclusões deste En-
contro foi decidido:
- “Apoiar a reflexão, nas co-
munidades cristãs, escolas, paró-
quias e movimentos sobre a cultura
da solidariedade que convida à do-
ação de órgãos, quer em vida, quer
pós-morte, como forma privilegiada
de caridade”;
- “Elaborar material de infor-
mação que dê notícia das muitas si-
tuações clínicas em que a transplanta-
ção de órgãos proporciona às pessoas
que eram doentes quer a cura das
suas limitações quer a qualidade de
vida que sempre desejaram ter”;
- “Sugerir aos núcleos paro-
quiais da Pastoral da Saúde já pre-
sentes em muitas comunidades cris-
tãs que criem grupos de dadores de
sangue e, simultaneamente, grupos
que se proponham estudar as situ-
ações em que muitas pessoas se
podem tornar dadores de sangue e
dadores de órgãos em vida ou depois
da morte”;
- “Valorizar o papel dos cape-
lães e outros agentes de assistência
espiritual e religiosa, nos hospitais e
centros de transplante, em diálogo in-
terdisciplinar com as equipas técnicas
e participando, nomeadamente, no
apoio espiritual e humano a dar aos do-
entes em proximidade de transplante,
às suas famílias e, ainda, aos dadores
de órgãos quando necessário, saben-
do que razões da natureza espiritual
e religiosa podem, por vezes, ajudar
a vencer dificuldades infundadas quer
quanto à transplantação, quer quanto
à doação de órgãos”.
A Obra Diocesana de Promo-
ção Social esteve presente neste En-
contro, tendo sido representada por
membros do Conselho de Administra-
ção, Directores de Serviço e Técnicos
de Serviço Social.
O Natal dos meus desejos
Tomara que Jesus nascesse no dia Um de cada anopara alegrar os corações do crente e do profanoe trazer-lhes o gosto pela bondade!
No dia dois vivermos, de novo, o “ser” Natal e cada alma a uma outra estar unida,recitando orações de louvor ao bem, à vida,em apelo à sã fraternidade!
No dia três seria a vezde em comunhão com o mais pobres,tirar da nossa alma gestos nobresde entreajuda,partilhando tudo o que nos sobra!A Luz, que é nossa guia, nos saúdae mostra-nos que o bem feitose redobraquando volta à nossa casa…
Dia quatro era dia de acendermos uma brasae dar nosso aconchego a quem carece.Servir um alimento,distribuir amor, dar agasalho, murmurar uma só prece…ou o que fosse para fazer alguém feliz…
Dia cinco, se continuarmos a seguir esta matrizque educa e iluminaa nossa mente,teríamos Natal ainda a seis,onde o sorriso dum coração contenteajudaria a celebrar com devoção este que é consagrado aos Santos Reis…
No sétimo dia de cada calendário, outras ideias de carinho, doaçãosublimes melodias…hinos celestiais chegariam a nós, para os vivermos, certamente!E por mais 300 e tal diasdesfiando-se, em paz, este Rosáriohaveria só Natais, de mão dada na mão…E a oito, nove e dez…assim, sucessivamente!
Dezembro de 2009
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Bons Amigos,A Ana Maria e eu agradecemos mais uma edi-ção do “Espaço Solidário”. A Revista tem tanta qualidade nos seus con-teúdos, que seria injusto destacar entre o que vem apresentado. No lay out, no papel, na informação corrente e nas actividades,
em tudo a Revista respira qualidade e dá inspiração a quem a lê.…As nossas homenagens aos responsáveis, que nos privilegiam com a sua Amizade.
Rui Taveira
Dra. Isabel CristinaObra Diocesana de Promoção Social - Cen-tro Social Rainha D. LeonorQueríamos expressar, na pessoa de Vexa, os nossos mais sinceros agradecimentos, a todos os colaboradores desse Centro, pela abnegação, dedicação e carinho com que sempre trataram a nossa querida mãe e avó.Estamos certas que lá no Céu, onde a Pra-zeres se encontra, não se esquecerá de re-zar por todos nós e de pedir ao Senhor que faça com que muitos corações semelhantes aos das pessoas do Centro que a acompa-nharam, proliferem neste mundo que, muitas vezes, nos parece andar alheado dos valores humanos.Mais uma vez o nosso bem hajam e que a Obra continue a sua missão de apoio a todos os que dela necessitem, sem olhar a condi-ções sociais ou credos religiosos.
Porto, 2009.Setembro.29
Maria Alberta Canizes – Christine Joannie Canizes Paiva
A vós,Adriana, Fernanda, Cristina, Madalena, Lilia-na, Cecília, Elisabete, Fátima e Paulo,Os meus eternos agradecimentos pela de-dicação, carinho, preocupação, amizade e muito, muito amor que durante dois anos “mimaram” a minha Mãe.Salientarei o extremo profissionalismo e com-petência de todos vós, a quem a Mãe chamava carinhosamente de “meus anjos da guarda”.Em memória de sua alma, gostaria de propor à “Obra Diocesana” um louvor para todos es-tes funcionários que, exemplarmente, cum-priram a sua bonita, mas árdua tarefa.…Mais uma vez, obrigada e um BEM HAJAM.
Porto, 21 de Outubro de 2009
Célia Martins, Filha de Adélia Maria Brandão Menezes Oliveira
Prezado e Bom Amigo Américo Ribeiro,Aproxima-se mais um Natal e vem-nos à me-mória tanta gente a precisar de ajuda e é bom que alguém se lembre delas já que durante o Ano inteiro Deus sabe como sobrevivem a tantas carências com que se defrontam.Nesta altura é costume nós darmos um sinal dessa preocupação com muitas dessas pes-soas para quem a vida é madrasta.Infelizmente os tempos que correm ajudam-
nos pouco, no entanto temos grande vonta-de de partilhar um pouco do que temos.No caso da Obra Diocesana de Promoção Social, que o meu querido Amigo tão bem dirige, temos um grande apreço e admiração pelo seu trabalho e de toda a sua Equipa, que tanta e tanta gente ajudam.Sabemos também do grande empenho de S. Eminência Reverendíssima D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, que consigo faz uma extraordinária dupla a liderar um grande equipa, que merece o nosso maior respeito e apreço pelo trabalho que realizam durante todo o Ano para quem mais precisa.…Desejando um Santo e Feliz Natal para si, fa-mília e toda essa fantástica Equipa Solidária, bem como um Novo repleto de felicidades.Com amizade,
Abel Ferreira Ribeiro e Família
Felicito-o vivamente pela maravilhosa obra que vêm realizando, cujo caminho acompa-nho através do Boletim que tem tido a genti-leza de me enviar.Para si, para todos os que o acompanham e os que são beneficiários da vossa acção, formulo votos de um Natal Feliz e um Ano Novo com mais Paz e Amor.
Celestino Oliveira Martins Portela, Dr.
Sou mãe de duas crianças a frequentar esta instituição e venho por este meio agradecer a todos os colaboradores (educadoras, au-xiliares, cozinheiras, enfermeira, empregadas de limpeza, administrativa e outros) que ao longo de 5 anos (período que a minha filha começou a frequentar esta instituição) fize-ram e continuam a fazer pelas crianças que frequentam a Obra, têm vindo a fazer um tra-balho excelente com as crianças e os pais. Quero ainda salientar a prestação da auxi-liar CELESTE, que este ano está na sala dos bebés. A Celeste tem sido fantástica, pois é uma pessoa sempre alegre, divertida, competente e que a meu ver tenta elucidar os pais de tudo o que se passa à volta dos nossos filhos e sobre as actividades em que eles estão inse-ridos. São colaboradores assim que as crian-ças precisam e as crianças agradecem. Fica aqui este meu reparo, pois não deve-mos apenas mencionar o que está mal, ou o que não gostamos. Devemos também dizer e salientar o que gostamos e o trabalho excelente que a “equipa” tem feito. MUITO OBRIGADA.
Mónica Oliveira
Um bom Amigo, com um óptimo exemplo e pleno de originalidade!
Agradeço a gentileza do envio do postal de Boas Festas, carinho que, sensibilizado, retri-buo, com votos de uma vida longa, estável e próspera, para V.Exª. e família e para a Insti-tuição que sabiamente dirige.O quotidiano resiste às boas mudanças, insis-te, teimosamente, em mostrar apenas a sua face negra e, hoje, sorrir e ser feliz é um estado de alma cada vez mais difícil de se sentir. Se-rão os impulsos de solidariedade como aque-les que a Obra Diocesana de Promoção Social consegue transmitir, que fazem com que as pessoas se lembrem que, apesar dos pesa-res, valerá a pena prosseguir, mesmo que a esperança seja quase, para grande fatia das pessoas, o seu único projecto de vida.NATAL é, de facto, amor, mas, sobretudo, “encontro e reencontro” da paz, da tolerân-cia, da harmonia e do perdão.Vale a pena viver o NATAL e só é pena não podermos viver sempre.A Obra Diocesana, à imagem de quem o pre-side, luta por fazê-lo todos os dias. Determi-nada, rigorosa, leal, consistente e sem equí-vocos, avança, progride, firme na sua função inexorável de bem fazer. E, então, eu, porque tenho o privilégio de o conhecer, sou, ainda, sabedor que a Obra Diocesana garante, tam-bém, qualidade, profissionalismo e excelên-cia, no serviço que presta à comunidade.Uma excelente forma de cuidar de “si” é olhar o “outro”, mas, para isso, será preciso estar atento e, cada vez mais, são menos os que o conseguem.Parabéns!
Junto um cheque de € 73,00 como do-nativo para a Instituição.
Consegui-o, ao longo de 365 dias, des-de 3 de Dezembro de 2008 até à mesma data deste ano, com o exclusivo objecti-vo de colaborar com V.Exas.
Dispor, diariamente, de 20 cêntimos, foi uma forma hábil de contribuir, sem “fe-rir” os ditames do meu orçamento.
Festas Felizes. Com AmizadeDomingos Gomes Oliveira
Liga dos Amigos da Obra Diocesana | Já se fez Amigo da Liga?Contribua com um Donativo | Pode ser Mensal, Anual ou Único | Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3) Obrigado!
39Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009
espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo
O Natal dos meus desejos
Tomara que Jesus nascesse no dia Um de cada anopara alegrar os corações do crente e do profanoe trazer-lhes o gosto pela bondade!
No dia dois vivermos, de novo, o “ser” Natal e cada alma a uma outra estar unida,recitando orações de louvor ao bem, à vida,em apelo à sã fraternidade!
No dia três seria a vezde em comunhão com o mais pobres,tirar da nossa alma gestos nobresde entreajuda,partilhando tudo o que nos sobra!A Luz, que é nossa guia, nos saúdae mostra-nos que o bem feitose redobraquando volta à nossa casa…
Dia quatro era dia de acendermos uma brasae dar nosso aconchego a quem carece.Servir um alimento,distribuir amor, dar agasalho, murmurar uma só prece…ou o que fosse para fazer alguém feliz…
Dia cinco, se continuarmos a seguir esta matrizque educa e iluminaa nossa mente,teríamos Natal ainda a seis,onde o sorriso dum coração contenteajudaria a celebrar com devoção este que é consagrado aos Santos Reis…
No sétimo dia de cada calendário, outras ideias de carinho, doaçãosublimes melodias…hinos celestiais chegariam a nós, para os vivermos, certamente!E por mais 300 e tal diasdesfiando-se, em paz, este Rosáriohaveria só Natais, de mão dada na mão…E a oito, nove e dez…assim, sucessivamente!
Dezembro de 2009
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