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“A história de Roma é recheada de lutas internas, conflitos sociais, golpes políticos, guerras e conquistas. A lenda da sua fundação já prenunciava a trajetória tumultuada dos romanos.”

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“A história de Roma é recheada de lutas internas, conflitos sociais, golpes políticos, guerras e conquistas. A lenda da sua

fundação já prenunciava a trajetória tumultuada dos romanos.”

Roma situa-se na Península Itálica – longa faixa de

terra em forma de bota, que avança pelo mar

mediterrâneo.

O norte da península é limitado por um conjunto

de montanhas – os Alpes.

O leste é banhado pelo Mar Adriático.

O oeste pelo mar Tirreno.

O sul pelo Mar Mediterrâneo.

Séc. X a.C – região denominada Monte Palatino,

habitavam povos itálicos que viviam do pastoreio,

os latinos e os sabinos.

Os etruscos, povo que vivia do comércio, também

habitavam a região.

Séc. VIII a. C – os etruscos ameaçaram tomar a

região dos latinos.

Os latinos se uniram aos sabinos, desta união está a

origem da cidade de Roma.

A princesa da cidade de Alba Longa,

cidade fundada pelos latinos, se

apaixonou pelo deus Marte –

deus da guerra tiveram filhos

gêmeos.

O tio das crianças – Amúlio, não

queria perder o trono que havia

tomado a força, por isso, colocou

as crianças no cesto e mandou

que os atirassem no Rio Tibre.

O cesto encalhou em Monte Palatino,

onde uma loba os encontrou e

cuidou. Tempos depois, os bebês

foram encontrados por um pastor

que os criou e deu a eles os

nomes de Rômulo e Remo. Os

meninos cresceram fortes e

saudáveis.

Adultos, Rômulo e Remo voltaram para Alba Longa

tomaram o trono do tio e devolveram ao avô, como

prêmio, o avô deixou que eles fundassem uma

cidade, escolheram o Monte Palatino, onde a loba

os amamentou.

Em 753 a.C., os dois irmãos fundaram a cidade de

Roma, assim chamada em homenagem a Rômulo.

Um tempo depois, eles se desentenderam e na

disputa pelo poder, Rômulo matou Remo se tornou

o primeiro Rei de Roma.

Séc. 753 a.C – Monarquia: poder centralizado nas

mãos do rei que tem poder absoluto.

Séc. 509 a.C – República: poder nas mãos dos

patrícios (nobres), somente eles podiam ocupar os

magistrados e cargos de senador.

Séc. 27 a. C – Império: Roma havia conquistado

várias regiões e centralizou o poder nas mãos dos

nobres e do rei.

Nos primeiros tempos da monarquia, os latinos,

sabinos e etruscos se alternaram no poder e Roma

era um local onde ficavam os templos religiosos.

Segundo a tradição romana, tiveram como

governadores sete reis; os quatro primeiros eram

latinos e sabinos e os três últimos, etruscos.

Em 600 a.C, os etruscos se estabeleceram em Roma

como comerciantes e navegadores e aos poucos

foram influenciando a civilização.

Os etruscos trouxeram a prosperidade e a modernização para Roma.

Reformas etruscas:

Drenagem de pântanos (permitindo a ocupação de regiões antes inabitáveis);

Construíram templos;

Construção de rede de esgoto;

Altas muralhas para proteger a cidade;

Uma ponte ligando as duas margens do Rio Tibre.

Durante a monarquia a sociedade romana era formada por quatro grupos sociais:

Patrícios: romanos nobres, detentores da posse de terras e os únicos a ter participação política.

Plebeus: artesãos, pequenos agricultores ou mercadores, não tinham participação política e podiam ser escravizados por dívidas.

Clientes: mercenários que prestavam serviços, principalmente militares para os patrícios.

Escravos: geralmente eram prisioneiros de guerra ou escravidão por dívida.

O rei tinha poder limitado pelo senado que era

composto pelos patrícios e por uma assembleia

formada por guerreiros que tinham até 45 anos.

O cargo de rei não era hereditário, quando morria,

o senado elegia outro para o substituir.

As decisões eram tomadas em Assembleia, onde

só os senadores podiam votar e participar.

Os sabinos e latinos nunca aceitaram o domínio

etrusco sobre Roma.

Os etruscos entram em guerra com os povos

vizinhos e isto, enfraqueceu o seu domínio.

Os latinos tomam o poder e derrubam o rei etrusco

Tarquínio – O soberbo.

Os latinos derrubam a monarquia e instauram a

República.

Palavra que deriva da expressão latina res publica (“coisa pública”).

Os principais magistrados:

Cônsules: era dois, eleitos por 1 ano; um deles comandava o exército; o outro, administrava a cidade e era presidente do senado.

Pretores: responsáveis pela Justiça;

Censores: contavam a população e a classificavam de acordo com suas posses;

Questores: cuidavam da arrecadação de impostos e das despesas públicas;

Edis: cuidavam do policiamento, conservação das ruas e dos espetáculos públicos.

Ditador: governava Roma com plenos poderes por seis meses e era escolhido pelo senado.

O serviço público não era remunerado, portanto só quem podia participar eram as famílias ricas.

O senado: composto por 300 membros vitalícios;

As assembleias:

Assembleia das tribos: reunião dos cidadãos

conforme o local de residência ou a origem;

Assembleia da plebe: composta somente por

plebeus, votava assuntos referentes à plebe;

Assembleis centuriata: reunião dos cidadãos em

unidades do exército (centúrias).

Como cidadãos, os plebeus contribuíam para a riqueza

de Roma, pagavam impostos e serviam ao exército;

Os plebeus não podiam se casar com patrícios;

Quando convocados para o exército eram forçados a

deixar suas propriedades os deixando refém dos

patrícios que os escravizavam.

Descontentes pelo tratamento recebido, os plebeus se

revoltaram e iniciaram uma luta por igualdade de direitos

e se recusavam a participar do exército. Dessa maneira,

conseguiram conquistar alguns direitos.

Tribunato da plebe 494 a. C. : direito de eleger um tribuno da plebe, magistrado que tinha o poder de anular leis contrárias aos plebeus.

Leis das doze tábuas 450 a. C.: as primeiras leis escritas que defendiam os direitos da plebe.

Lei Canuleia 445 a.C.: Permitia o casamento entre patrícios e plebeus.

Lei das Licínias 367 a.C.: Uma das leis determinava que um cônsule deveria ser plebeu e a outra, cancelava parte da dívida que os plebeus tinham com os patrícios.

Lei Poetélia 326 a.C.: Proibiu a escravidão por dívida.

Lei Hortênsia 286 a.C.: As decisões tomadas pelos plebeus em suas assembleias passaram a valer para todos os cidadãos.

Tibério Graco, eleito tribuno da plebe em 133 a.C.: propôs uma reforma agrária que:

Limitava o tamanho das terras públicas que um indivíduo podia possuir,

Determinava a distribuição de lotes de terras entre os cidadãos pobres.

Por conta das reformas criadas Tibério foi perseguido e morto durante uma assembleia.

Caio Graco: Também eleito para o tribuno da plebe e continuou o projeto do irmão e propôs leis que previam:

A distribuição de trigo para os cidadãos com preços reduzidos,

Extensão da cidadania a alguns povos aliados dos romanos,

Obrigação de o Estado romano pagar o equipamento dos homens que iam à guerra.

Também se tornou popular foi perseguido pelos senadores, acabou pedindo a um escavo de sua confiança que o matasse.

Implantada a república, os romanos se viram ameaçados pelos povos vizinhos.

Roma parte para o seu projeto expansionista e em pouco tempo tornou-se uma potência no mundo mediterrâneo dominava a Grécia, Síria, Palestina, Itália, Egito, Macedônia, Pérgamo, Cartago (colônia fundada pelos fenícios) entre outras.

As guerras entre Roma e Cartago ficaram conhecidas como guerras púnicas.

O sucesso militar de Roma deveu-se a estratégia , disciplina e organização.

Aos militares era oferecido os saques, dinheiro e terras, este fato, fez com que os exércitos romanos aumentassem e adquirissem prestígio.

O surgimento de uma nova classe social que enriqueceu com a guerra: Os comerciantes responsáveis pelo fornecimento de alimento, construção de navios, transporte terrestre e marítimo.

As guerras também aumentaram a quantidade de escravos destino dado aos prisioneiros de guerra que eram aproveitados para executarem todo o tipo de serviço.

Os plebeus que constituíam a maior parte do exército tiveram dificuldades e perdas com as guerras: impostos, devastação de suas terras, dívidas, perda de terras, desemprego, fome, miséria...

Os problemas sociais causados pelas conquistas logo provocariam graves conflitos internos que ameaçariam a república.

O inchaço populacional aliado a insatisfação dos

plebeus gerou uma série de conflitos internos em

Roma.

Para conter as queixas dos cidadãos pobres, o

governo romano passou a distribuir trigo e

espetáculos gratuitos.

Massa de manobra para políticos e militares

ambiciosos.

Tribunos da plebe: irmãos Graco (Caio e Tibério).

O exército cada vez mais poderoso com as conquistas militares já não aceitavam mais as ordens dos cônsules, nem do senado.

Em 46 a.C., Júlio César, um comandante e político de origem patrícia, dizendo “defender o povo e a República”, estabeleceu uma ditadura pessoal.

Concentrou em suas mãos todos os poderes (político, militar e religioso). Dois anos depois foi assassinado pelo senado acusado de pretender torna-se rei.

Marco Antônio toma o poder, mas Caio Otávio César, sobrinho de Júlio César abre guerra contra ele acusando-o de traição à Roma.

Em 31 a.C., as tropas de Marco Antônio são derrotadas e Caio Otávio toma o poder e se torna o primeiro imperador romano.

“Augusto conquistou os soldados com presentes, a plebe com trigo barato, e todos os homens com o fruto da paz. Assim tornou-se progressivamente mais poderoso concentrando nas mãos as funções do senado, dos magistrados e dos legisladores.”

Augusto exercia todos os poderes, inclusive de chefe da religião romana, desta forma, diminuiu o poder do senado, que agora apenas confirmava a decisão do imperador.

A sucessão imperial não tinha regras, o imperador escolhia seu sucessor que precisava ser de origem militar, este por sua vez, tinha que acompanhar o rei nos negócios do governo.

Depois de séculos de paz, as guerras voltaram ao Império Romano, só que as guerras não eram de conquista, mas sim de defesa.

As fronteiras romanas estavam frágeis, pois o governo estava passando por dificuldades financeiras e não podia manter os salários do exército.

Conflitos internos provocados pela quantidade de estrangeiros habitantes em Roma.

Perseguição aos cristãos.

Falta de mão-de-obra escrava.

Agricultura entra em declínio. Solução encontrada o colonato(o proprietário da terra cede um pedaço e em troca recebe a maior parte da produção e trabalhavam alguns dias por semana na terra do proprietário).

Entre o final do século III e o início do IV, alguns imperadores romanos buscaram soluções para superar a crise:

Dioclesiano (284 – 305): perseguiu cristãos e aumentou impostos para custear o exército;

Em 313, o imperador Constantino (324 – 337): reconheceu a religião cristã e acabou com as perseguições;

Transferiu a capital de Roma para o oriente fundando a cidade de Constantinopla.

Em 391, Teodósio, transformou o cristianismo em religião oficial do Império Romano.

391, o imperador Teodósio (379 – 395) dividiu o

império entre seus dois filhos: um ficou com o

Oriente e o outro com o Ocidente.

Tentativas sem sucesso, as invasões bárbaras,

sobretudo de Hunos e Germânicos esfacelaram o

Império do Ocidente.

O Oriente sobreviveu aos ataques manteve-se um

Estado centralizado por mais mil anos e ficou

conhecido como Império Bizantino.

a) Marco Antônio foi acusado pelo sobrinho de César, Caio Otávio de trair Roma. Por que?

b) Compare o Império com a República destacando as mudanças.

c) Que meios usou Augusto para governar com autoridade absoluta?

d) No regime iniciado por Augusto, que poderes eram concedidos ao imperador?

e) Por que a paz romana foi uma paz armada?

f) Qual é a explicação para terem existido em Roma imperadores que não eram romanos?

g) Qual a relação entre a paz romana e crise da mão-de-obra escrava?