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0 WASHINGTON JOSÉ DOS SANTOS SOBRECARGA DE TRABALHO E COMPORTAMENTOS DE RISCO NO TRÂNSITO DE MOTOCICLISTAS ACIDENTADOS Recife 2017 Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências da Saúde Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva

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0

WASHINGTON JOSÉ DOS SANTOS

SOBRECARGA DE TRABALHO E COMPORTAMENTOS DE RISCO

NO TRÂNSITO DE MOTOCICLISTAS ACIDENTADOS

Recife

2017

Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências da Saúde

Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva

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WASHINGTON JOSÉ DOS SANTOS

SOBRECARGA DE TRABALHO E COMPORTAMENTOS DE RISCO

NO TRÂNSITO DE MOTOCICLISTAS ACIDENTADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Coletiva do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Pernambuco para a obtenção do grau de Mestre

em Saúde Coletiva.

Linha de pesquisa: Modo de vida,

morbimortalidade e atenção à saúde.

Orientadora: Dra Albanita Gomes da Costa de

Ceballos

RECIFE

2017

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WASHINGTON JOSE DOS SANTOS

SOBRECARGA DE TRABALHO E COMPORTAMENTOS DE RISCO

NO TRÂNSITO DE MOTOCICLISTAS ACIDENTADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do

Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco para a

obtenção do grau de Mestre em Saúde Coletiva

Aprovado em: 30/03/2017

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Profª. Drª. Albanita Gomes da Costa de Ceballos (Orientadora)

Depto. de Medicina Social – UFPE

______________________________________________________

Profª. Drª. Solange Laurentino dos Santos (Membro Titular Interno)

Depto. de Medicina Social – UFPE

______________________________________________________

Profª. Drª. Etiene Oliveira da Silva Fittipaldi(Membro Titular Externo)

Depto. de Fisiotarapia – UFPE

______________________________________________________

Profª. Dr. Petrônio José de Lima Martelli (Membro Suplente Interno)

Depto.de Medicina Social – UFPE

______________________________________________________

Prof. Drª. Gabriella Morais Duarte (Membro Suplente Externo)

Depto. de Medicina Social – UFPE

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Dedico esta dissertação a minha

mãe pela confiança e constante

aprendizado em minha vida

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AGRADECIMENTOS

Acima de tudo, agradeço a Deus pelo dom da vida e por direcionar meus caminhos;

À minha mãe, grande mulher guerreira que nunca mediu esforços para me ajudar e

sempre acreditou muito em mim;

À minha família por sempre me apoiar e dividir comigo todos os momentos;

À minha orientadora Profª Dra. Albanita Gomes da Costa de Ceballos, por todo

aprendizado e conhecimento transmitido durante este período tornando o Mestrado

o mais prazeroso possível. Obrigada pela confiança e por todo apoio prestado;

Gustavo e Vanessa por encarrarem o desafio e ajudarem constantemente no

processo de coleta da pesquisa;

Aos colegas de mestrado da turma Coorte 2015, pela amizade, incentivo,

conhecimentos compartilhados e por tornarem esta caminhada mais leve;

À equipe de Enfermeiros e Técnicos de enfermagem do Hospital da Restauração,

por todo apoio prestado durante a coleta de dados.

A meus amigos de trabalho do Núcleo de Apoio ao Saúde da Família, por toda força

e confiança transmitida durante todo tempo;

Ao secretário e a coordenadora do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva,

José Moreira e Sandra Valongueiro;

Aos motociclistas internados no Hospital da Restauração, que sem os quais não seria

possível executar este trabalho; pela boa vontade em participar da pesquisa;

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SANTOS, W.S. Sobrecarga de trabalho e comportamentos de risco no trânsito de

motociclistas acidentados. Recife-PE: 2017. 83 f. Dissertação [Mestrado em Saúde

Coletiva] – Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal

de Pernambuco. Recife-PE; 2017.

Resumo

Introdução: A sobrecarga de trabalho está diretamente ligada ao esgotamento

emocional e insatisfação na realização da atividade, enquanto que os

comportamentos de risco ao dirigir estão relacionados com a gravidade dos

acidentes de motociclistas. O objetivo do estudo foi analisar a relação entre

sobrecarga de trabalho e adoção de comportamento de risco de motociclistas

acidentados internados no Hospital de Restauração. Metodo: Estudo transversal de

caráter exploratório realizado com 124 pacientes trabalhadores acidentados,

condutores de motocicletas, internados no Hospital da Restauração em Recife-PE,

utilizando questionário com variáveis sociodemográficas, relacionados ao acidente,

características comportamentais de sobrecarga de trabalho e adoção de

comportamentos de risco. Resultados: A maioria dos pesquisados eram do sexo

masculino(97,6%), adulto jovem de 18 a 39 anos (81,5%), com renda média mensal

menor que 2 salários(75,0%). Cerca de 55% dos entrevistados possuíam vínculo

empregatício informal. Colisão com outro veículo automotor foi o tipo de acidente

mais frequente (62,0%). A demanda excessiva de trabalho, dificuldades em realizar

tarefas de trabalho, sentir-se cansado durante o trabalho e sentir-se pressionado a

realizar tarefas de trabalho estão associados com o desfecho sono/fadiga no

momento do acidente. Foi encontrada associação negativa entre querer mudar de

profissão e consumo de bebida alcoólica no dia do acidente. Conclusão: A

sobrecarga de trabalho está associada a adoção de comportamento de risco na

condução da motocicleta para motociclistas trabalhadores podendo repercutir no

número de acidentes.

Palavras chaves: Acidentes de trânsito. Carga de trabalho. Assunção de risco.

Motocicletas.

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SANTOS, W.S. Sobrecarga de trabalho e comportamentos de risco no trânsito de

motociclistas acidentados. Recife-PE: 2017. 83 f. Dissertação [Mestrado em Saúde

Coletiva] – Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal

de Pernambuco. Recife-PE; 2017.

ABSTRACT

Introduction: Work overload is directly related to emotional exhaustion and

dissatisfaction in performing the activity, while driving risk behaviors are related to the

severity of motorcycle accidents. The objective of the study was to analyze the

relationship between work overload and adoption of risk behavior of injured

motorcyclists hospitalized at Hospital de Restauração. Methodology: A cross-

sectional exploratory study carried out with injured workers, drivers of motorcycles,

hospitalized at the Hospital of Restoration in Recife- PE, using a questionnaire with

socio-demographic variables related to the accident, behavioral characteristics of

work overload and adoption of risk behaviors. RESULTS: 124 people were surveyed.

The majority were males (97.6%), young adults aged 18 to 39 years (81.5%), with a

monthly average income lower than 2 wages (75.0%). About 55% of the interviewees

had an informal employment relationship. Collision with another motor vehicle was

the most frequent type of accident (62.0%). Excessive work demands, difficulties in

performing work tasks, feeling tired during work and feeling pressured to perform

work tasks are associated with the sleep / fatigue outcome at the time of the

accident. A negative association was found between wanting to change profession

and alcohol consumption on the day of the accident. Conclusion: The work overload

is associated to the adoption of risk behavior in motorcycle driving, which may have

an impact on the number of accidents.

Keywords: Traffic accidents. Workload. Risk taking. Motorcycles.

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LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1

Tabela 1 Características sociodemográficas da população do estudo ............. 22

Tabela 2 Características do trabalho da população do estudo......................... 24

Tabela 3 Características do acidente de motocicleta da população do estudo 26

ARTIGO 2

Tabela 1: Demanda de trabalho da população do estudo.............................................49

Tabela 2: Adoção de comportamento de risco referida pelos motociclistas.................50

Tabela 3: Associação entre demanda de trabalho e comportamentos de risco no

trânsito...........................................................................................................................51

Anexo 1

Tabela 1: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e sono ou fadiga com

motociclistas trabalhadores................................................................................67

Tabela 2: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de bebida alcoólica no

dia do acidente com motociclistas trabalhadores...............................................68

Tabela 3: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e possuir habilitação para

conduzir motocicleta com motociclistas trabalhadores........................................69

Tabela 4: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso do celular no momento

do acidente com motociclistas trabalhadores........................................................70

Tabela 5 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de capacete com

motociclistas trabalhadores...............................................................................71

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Tabela 6: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de EPI com

motociclistas trabalhadores................................................................................72

Tabela 7 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e desrespeito a sinalização

com motociclistas trabalhadores.........................................................................73

Tabela 8 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e excesso de velocidade

com motociclistas trabalhadores..........................................................................74

Tabela 9 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de medicamento

controlado no dia do acidente com motociclistas trabalhadores...........................75

Tabela 10 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de drogas ilícitas no

dia do acidente com motociclistas trabalhadores...................................................76

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito

EPI Equipamento de Proteção Individual

HR Hospital da Restauração

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SPSS Package for Social Sciences for Windows

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 13

3 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 16

3.1 Objetivos Específicos .......................................................................................... 16

4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 17

4.1 Desenho do estudo ............................................................................................. 17

4.2 População ........................................................................................................... 17

4.3 Coleta de dados .................................................................................................. 17

4.4 Análise de dados ................................................................................................ 18

4.5 Aspecto Éticos .................................................................................................... 19

5 ARTIGO - 1 ....................................................................................................................... 20

6 ARTIGO - 2 ....................................................................................................................... 34

7 CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 52

Referências ....................................................................................................................... 53

Apêndices .......................................................................................................................... 56

Apendice 1 ........................................................................................................... 56

Apêndices 2 e 3 – Aprovações dos Comitês de Ética .......................................... 60

Anexo 1 ............................................................................................................................... 67

Anexo 2 ............................................................................................................................... 77

Anexo 3 ............................................................................................................................... 80

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, conceitua-se acidente de trânsito como um evento não intencional e

previsível, que podem causar danos físicos e emocionais (SOUZA et al., 2007). O

crescimento das cidades aliados ao aumento do número de motocicletas e a disputa

constante de espaço no trânsito caótico provocam aumento do risco de acidentes

(GOLIAS e CAETANO, 2013).

As mortes de condutores e passageiros de motocicletas no Brasil

aumentaram de 1.028 para 8.529 (mais de 700%) de 1998 a 2008 (BACCHIERI E

BARROS, 2011). As mortes por acidente de trânsito de motos no país contribuíram

com 33,9% de mortes por acidentes em 2011, quando, em 1996, o percentual era de

apenas 4% (WAISELFISZ, 2013).

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 2015), em abril

de 2010, no Estado de Pernambuco, existiam 512.642 motocicletas. Em maio de

2015, o número de motocicletas no Estado cresceu aproximadamente 78,46%,

chegando a quase 1 milhão de unidades.

Com o crescimento no número de motos no Estado de Pernambuco, houve

também um aumento de mortes por acidentes com tais veículos. De 1998 a 2009,

existiram 3110 óbitos de ocupantes por acidente de motocicleta no Estado, o que

corresponde a 17,6% do total de mortos em acidentes de trânsito em Pernambuco

(LIMA et al., 2013). Esses números impressionam, pois em 11 anos, o crescimento

da mortalidade em Pernambuco por acidente motociclístico (428%) chegou a ser

maior do que o crescimento no Brasil, que foi de 327% entre os anos 2001 e 2010

(SORIANO et al., 2013) mostrando a relevância do tema no Estado.

Além dos óbitos, as internações hospitalares devido a acidentes

motociclísticos cresceram no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde

(BRASIL, 2015), entre 2008 e 2013, o total de internações por acidentes de todos os

tipos de transporte terrestre cresceu 72,4%. No mesmo período, o número de

internações hospitalares envolvendo motociclistas acidentados no trânsito, no Brasil

aumentou 115%.

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Entre os anos de 2001 e 2010, observou-se no país um aumento nos gastos

públicos com atendimento de motociclistas acidentados (SORIANO et al, 2013). Do

total de 229 milhões gastos com internações no SUS, o custo com internações por

acidentes de moto em 2013 foi de 112,9 milhões.

Os acidentes de trânsito representam um problema de saúde pública devido à

sua alta morbimortalidade. As consequências das lesões dos ocupantes das

motocicletas são maiores do que para os ocupantes de automóveis. O dano físico é

comum entre os condutores de motocicletas acidentados, podendo causar invalidez

temporária ou definitiva, trazendo um alto custo para o Estado no cuidado destas

vítimas (GANNE, 2010).

Aspectos individuais, sobrecarga de trabalho (PERREIRA, SALLES e

PASSOS, 2010) e adoção de comportamento de risco no trânsito (ANDRADE et al.,

2009) podem fazer parte da cadeia de eventos que leva ao acidente motociclístico.

Assim, este estudo parte da hipótese de que a sobrecarga de trabalho do

motociclista está associada à adoção de comportamentos de risco no trânsito e tem

como objetivo analisar esta associação em uma população composta por

trabalhadores motociclistas acidentados no trânsito e internados no Hospital da

Restauração(HR) em Recife-PE.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nos centros urbanos, a motocicleta tornou-se atrativa pela dificuldade no

acesso a transporte público de qualidade, pelo seu baixo custo da aquisição e

manutenção e pela facilidade de deslocamento em momentos de engarrafamento e

trânsito lento.

Motocicleta é um veículo utilizado por usuários que desejam mais agilidade

diante de um cenário balizado por pressão de tempo e congestionamentos (NOVO

et al., 2015). Mas, ao mesmo tempo que aumenta a agilidade no trânsito, expõe os

condutores a maiores riscos de acidentes.

Motociclista é qualquer pessoa que conduz uma motocicleta (DATASUS,

2015). No Brasil, a motocicleta representa um meio de transporte socialmente

importante, em especial para a classe trabalhadora, que a utiliza para transporte

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próprio ou como meio de prestação de serviços como mototaxi, motoboy (MIZIARA,

MIZIARA e ROCHA, 2014).

O perfil dos motociclistas acidentados é, em geral, do sexo masculino, jovem

(20 a 30 anos), com baixa escolaridade e que veem no trabalho de motoboy ou

mototaxi a oportunidade de se inserir no mercado de trabalho e de conseguir

sustento para si e para a família (MIZIARA, MIZIARA e ROCHA, 2014).

A atividade do trabalhador, na tentativa de responder as exigências dos

sistemas de trabalho, é traduzida por uma carga de trabalho (CRUZ e CORREA,

2000). Carga de trabalho é a presença, numa determinada situação de trabalho, de

tensões constantes entre a existência do processo e a capacidade de resposta do

trabalhador as tensões biológicas e psicológicas (FRUTUOSO e CRUZ, 2005).

De forma simplificada, a sobrecarga de trabalho pode ser definida em duas

dimensões: física e mental. A física está relacionada com as posturas, gestos e

deslocamento dos indivíduos. Já a dimensão mental, está conecta aos aspectos

subjetivos, como: sentimentos, afetos, emoções, cognições (FRUTUOSO e CRUZ,

2005).

No que se refere a demanda psicológica exigida pelo trabalho, existe o

trabalhar sob pressão de executar as tarefas, sejam elas exigidas pelo supervisor ou

chefia, ou mesmo em relação ao tempo. O excesso desta demanda gera sobrecarga

(DANTAS, 2014).

A sobrecarga de trabalho está diretamente ligada ao esgotamento emocional

e insatisfação na realização da atividade. E ainda, está diretamente ligada a

qualidade de vida no trabalho, e significativamente em dois pontos: Satisfação

laboral e conflito trabalho – família (PEREZ, 2013).

A fadiga incessante, falta de perspectivas, frustração, ansiedade, depressão,

medo, desmotivação com o trabalho, sobrecarga de tarefas foram considerados

altamente prejudiciais em um grupo de motociclistas, influenciando negativamente

no comportamento dos mesmos (SCHLICHTING, CAVALHEIRO e FELIZARI, 2012).

Além da sobrecarga de trabalho, a gravidade do acidente está relacionada

com fatores individuais, como o sexo masculino e idade menor que 30 anos, e como

comportamento adotado pelos condutores. A falta de equipamentos de proteção

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individual(EPI), uso do álcool e drogas ilícitas sinalizam para o risco de acidentes,

tendo como consequência maior gravidade das lesões temporárias ou definitivas em

vítima de acidente motociclísticos (ALBUQUERQUE et al., 2016).

Risco, segundo a Epidemiologia Moderna, é a probabilidade de ocorrência de

um evento não desejado (SILVEIRA, SILVARES e MARTON, 2003; AUGUSTO,

FREITAS e TORRES, 2002). Já fatores de risco são elementos com ampla

probabilidade de desencadear ou associar-se ao desencadeamento de um evento

indesejado (SILVEIRA, SILVARES e MARTON, 2003).

Os comportamentos de riscos possuem etiologias diferente dos erros.

Enquanto as transgressões e a adoção de comportamentos de risco estão ligadas

com fatores de ordem motivacional e atitudinal; os erros são baseados em

processos perceptivos como a atenção e a cognição (MENDES, 2005).

Os comportamentos de riscos adotados por condutores estão relacionados

com a gravidade dos acidentes. O desrespeito às leis de trânsito está relacionado a

estes riscos (HONGSRANAGON et al., 2011). Em relação ao desrespeito à

legislação de trânsito destacam-se, principalmente: o uso de bebida alcóolica,

excesso de velocidade, e não uso de capacete (SHIBATA e FUKUDA, 1994;

HASSELBERG et al., 2001).

Outros comportamentos de riscos adotados por motociclistas são o uso de

telefones celulares durante a condução e descuido com a segurança pessoal, como

por exemplo o não uso de EPI (HEYDARI et al., 2016).

Em uma revisão de literatura, Miziara, Miziara e Rocha (2014), identificaram

como fatores de risco para acidentes de motociclistas: alta exposição a riscos de

toda sorte (físicos, químicos, psicossociais), dirigir em situações de cansaço físico e

mental, consumo prévio de álcool, jornadas expandidas de trabalho, trabalho

informal.

O capacete é o EPI de uso obrigatório para os motociclistas, segundo as leis

de trânsito do Brasil. O uso do capacete é bastante alertado para prevenção de

lesões mais sérias de cabeça e face. Demarco et al. (2010), relataram que a

espessura e a densidade da espuma como também o material que serve de escudo

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pode interferir nesta proteção. Observaram também que os capacetes que cobrem

toda a face são mais eficazes do que aqueles que expõe a parte inferior da face.

Uma análise de 3 tipos de capacetes sobre suas efetividades pode observar

que os que apresentam melhores coberturas da cabeça apresentam melhores

resultados, e o uso destes frouxos podem comprometer a efetividade de proteção do

mesmo (YU et al., 2011).

Um estudo no Paquistão relatou que o fumo e a ausência de capacete dos

motociclistas foram os maiores fatores de risco para acidentes de moto na

população do país (ALI et al., 2015).

As lesões sofridas nos acidentes afetam a vida das vítimas, provocando a

redução da produtividade e este tipo de transporte está associado a acidentes de

trânsito que causam deficiências físicas, psicológicas e até mesmo a morte dos

indivíduos (ZABEU et al., 2013).

Pode-se atribuir que grande parte que os acidentes são devido às condições

inadequadas dos asfaltos e estradas brasileiras. Estes podem ser causados por

deformações superficiais, rachaduras e buracos que induzem aceleração inesperada

do veículo, que simultaneamente reduz o atrito disponível entre os pneus e o

pavimento, ou em outros casos, o dano produz algum desvio perigoso da trajetória

ou perda do controle do veículo (BELLA, CALVI e D’AMICO, 2012).

3 OBJETIVO GERAL

Analisar a relação entre sobrecarga de trabalho e adoção de comportamento de

risco de motociclistas acidentados internados no Hospital de Restauração (HR).

3.1 Objetivos Específicos

- Caracterizar os motociclistas trabalhadores que sofreram acidente de trânsito

internados no HR.

- Descrever as características do acidente sofrido pelos motociclistas.

- Estimar a frequência da sobrecarga de trabalho sofrida pelos acidentados que

pilotavam moto.

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- Descrever os comportamentos de risco dos trabalhadores condutores de

motocicleta internados no HR.

- Analisar a associação entre sobrecarga de trabalho e adoção de comportamento

de risco.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Desenho do estudo

Esta pesquisa possui um desenho transversal exploratório. Os estudos

transversais são de grande utilidade para a descrição de características da

população, para a identificação de grupos de risco e para a ação e o planejamento

em saúde (BASTOS e DUQUIA, 2007, HOCHMAN et al., 2005).

Como vantagens deste tipo de pesquisa: elas medem prevalência, são úteis

para doenças comuns, proveitosos para planejamento de saúde e são rápidos e

baratos. A principal desvantagem está no fato de não provar uma sequência

temporal entre exposição e desfecho de um agravo (PIOVESAN & TEMPORINI,

1995).

4.2 População

A população a ser pesquisada foi composta por todos os trabalhadores

condutores de motocicleta acidentados no trânsito internados na enfermaria de

traumato-ortopedia do HR, localizado no 6° andar da unidade de saúde. O HR foi

escolhido para a pesquisa, porque é a principal unidade de trauma do Estado de

Pernambuco e atende grande contingente de acidentes de trânsito ocorridos da

região metropolitana do Recife e interior do Estado.

4.3 Coleta de dados

Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário elaborado pelos

pesquisadores (Apêndice 1). Neste estudo, apenas foram entrevistados os

trabalhadores internados que relataram estar pilotando a motocicleta no momento do

acidente.

Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: ser acidentado que

estava conduzindo a motocicleta com idade de 18 ou mais anos; estar empregado. E

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para serem inclusos na pesquisa, os condutores tem que ter dado entrada no

serviço no dia de início da pesquisa até o último dia.

Os critérios de exclusão adotados pelos pesquisadores foram: Pacientes que

apresentarem algum nível de consciência alterado que impeça responder ao

questionário, aqueles pacientes que apresentarem pontuação na escala de coma de

Glasgow de moderado a grave que é de 12 a 3 (A pontuação da escala vai de 15 a

3) (PAREJA et al., 2008); Os pacientes que não estiveram em condições físicas de

assinar o termo de consentimento ou que não foi possível recolher a impressão

digital e não apresentaram acompanhante, nos momentos em que os entrevistados

foram aplicar os questionários; Todos condutores de moto que estiveram internados

no setor, antes do dia de início de coleta de dados escolhidos.

Foi realizado um projeto piloto de 15 dias no mês de abril para ajuste final dos

questionários e verificar se existia alguma pergunta que gerasse incompreensão por

parte dos entrevistados. Após o piloto, os pesquisadores reuniram-se e reviram as

perguntas que geraram dúvidas e estas foram reformuladas.

O tempo de coleta foi de 4 meses, iniciado no dia 16 de maio 2016 e

finalizado em 15 de agosto do mesmo ano. Os pesquisadores, foram ao hospital

todos os dias no período diurno, fazendo captação de todos os pacientes internados

admitidos no setor. Todos os internados receberam explicações do que se tratava a

pesquisa e eles respondiam voluntariamente, podendo desistir de participar a

qualquer momento da entrevista. Foram convidados a participar da pesquisa todos

os condutores acidentados os quais se encaixavam nos critérios de inclusão da

pesquisa.

4.4 Análise de dados

Após a coleta, todos os questionários foram digitados em tabelas no

programa Microsoft Word e a análise estatística foi realizada pelo programa SPSS

versão 20.0. Os dados sociodemográficos, relacionados ao acidente, e sobrecarga

de trabalho, características comportamentais foram analisados descritivamente. Já a

relação da sobrecarga de trabalho e os comportamentos de riscos foram analisados

através de medida de associação e intervalos de confiança (Odds ratio (OR) e

IC95%).

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4.5 Aspecto Éticos

Esta pesquisa teve a aprovação dos Comitês de Ética da UFPE e do Hospital

da Restauração CAAE 53093116.0.0000.5208 e 53093116.0.3001.5198

respectivamente (Apêndices 2 e 3). Todos os indivíduos que participaram da

pesquisa, teriam que assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido(TCLE) em duas vias, uma para o pesquisador e outra para o

participante de acordo com Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do

Brasil.

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20

5 ARTIGO - 1

Trabalhadores motociclistas: Caracterização dos casos de acidentes de trânsito

internados no Hospital da Restauração de Recife – PE

Perfil dos motociclistas trabalhadores acidentados em Recife

Introdução

Nos centros urbanos a motocicleta tornou-se uma opção de transporte atrativa devido

às dificuldades de acesso ao transporte público de qualidade, e também pelo baixo custo de

aquisição e manutenção e facilidade de deslocamento em situações de tráfego intenso1,2

.

No Estado de Pernambuco (PE), entre os anos de 2010 e 2015, a frota de motocicletas

cresceu 78,46%3 e, paralelamente, atualmente, ocupa o décimo lugar no ranking do Brasil de

mortes por acidentes de motocicletas com uma taxa de mortalidade por acidente de moto 9,6

por 100 mil habitantes. No Estado, o número de internações hospitalares no Sistema Único de

Saúde (SUS) devido a acidentes com motocicletas em 2014, foi de 4.193, isto representou um

gasto de 3,8 milhões de reais4.

Os acidentes de trânsito configuram-se como um problema de saúde pública devido à

sua alta morbimortalidade. As consequências das lesões dos ocupantes das motocicletas são

maiores do que para os ocupantes de automóveis, podendo causar invalidez temporária ou

definitiva e trazendo um alto custo para o Estado no cuidado destas vítimas5.

Embora haja poucos estudos sobre trabalhadores motociclistas, sabe-se que a maioria

dos usuários de motocicletas (90%) vive em áreas urbanas e é formada por trabalhadores

(75%) que usam a moto para ir e voltar do trabalho1 (VASCONCELOS, 2008).

Devido ao grande quantitativo de acidentes envolvendo motociclistas e ao grande

número de trabalhadores que usam a moto para deslocar para o trabalho, ou como instrumento

de trabalho em PE, esta pesquisa teve como objetivos caracterizar os motociclistas

trabalhadores que sofreram acidente de trânsito internados no Hospital da Restauração (HR)

de Recife - PE e descrever as características do acidente sofrido pelos motociclistas.

Materiais e Métodos

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21

Esta pesquisa possui um desenho transversal descritivo. A população pesquisada foi

composta pelo universo de trabalhadores maiores de 18 anos, acidentados no trânsito na

condição de condutores de motocicleta e internados na enfermaria de traumato-ortopedia do

HR no período de 4 meses, entre maio e agosto de 2016. O hospital foi escolhido para

realização da pesquisa por ser referência no atendimento a traumas. Funciona com 723 leitos e

são realizadas em média 2.200 internações mensais, principalmente nas áreas de

traumatologia, clínica médica, clínica cirúrgica e neurologia6.

Foram considerados critérios de exclusão: Pacientes com nível de consciência alterado

que impedisse de responder ao questionário, pacientes com pontuação na escala de coma de

Glasgow de moderado a grave, pacientes que não estivessem em condições físicas de assinar

o termo de consentimento ou que não fosse possível recolher a impressão digital nos

momentos de aplicação dos questionários.

Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário elaborado pelos pesquisadores e

ajustado durante um projeto piloto de 15 dias. O questionário continha variáveis

sociodemográficas (raça, cor, sexo, idade, situação conjugal, número de filhos, escolaridade,

renda mensal média), ocupacionais (ocupação principal, outra ocupação, tempo na ocupação

principal, vínculo empregatício, contribuição previdenciária, dias semanais trabalhados, horas

semanais trabalhadas, descanso no trabalho, tempo de descanso e local para descanso no

trabalho) e relacionados ao acidente (horário do acidente, natureza do acidente, tipo de

colisão).

Não foi realizado cálculo de tamanho da amostra. O universo de acidentados, que

correspondiam aos critérios do estudo, foi convidado a participar da pesquisa. A coleta de

dados foi diária durante 4 meses.

O banco de dados foi desenvolvido, alimentado e analisado no programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0.

Esta pesquisa teve a aprovação dos Comitês de ética da Universidade Federal de

Pernambuco e do Hospital da Restauração CAAE 53093116.0.0000.5208 e

53093116.0.3001.5198 respectivamente, conforme a Resolução nº 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde do Brasil. Todos os indivíduos que concordaram em participar da

pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(TCLE) em duas vias,

ficando uma para o pesquisador e outra para o participante.

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22

Resultados

O total de pesquisados foi 124 indivíduos. Houve 12 recusas em participar da

entrevista e 8 perdas. A média de idade foi de 31,44 anos (mediana=29; dp± 9,50), sendo o

mais novo com 18 anos e o mais velho 64. A maioria dos pesquisados era do sexo masculino

(97,6%), adulto jovem de 18 a 39 anos (81,5%), com 2 filhos ou menos (84,7%), renda média

mensal menor que 2 salários (75,0%)(Tabela.1).

Tabela 1 - Características sociodemográficas da população do estudo

Variável N %

Sexo

Masculino 121 97,6

Feminino 3 2,4

Idade

18 a 29 anos 63 50,8

30 a 39 anos 38 30,7

40 e mais 23 18,5

Situação Conjugal

Sem companheiro(a) 61 49,2

Com companheiro(a) 63 50,8

Número de filhos

0 53 42,7

1-2 52 42,0

3 ou mais 19 15,3

Continua

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23

Continuação

Variável N %

Escolaridade

Analfabeto 2 1,6

Ensino Fundamental

incompleto/completo

51 41,1

Ensino Médio

incompleto/completo/ensino

técnico

58 46,6

Ensino superior

incompleto/completo

13 10,5

Raça /Cor da pele auto

referida

Branco 25 20,2

Pardo 57 46,0

Negro 13 10,5

Outra/Não sabe 29 23,4

Renda

Menor que 2 salários 93 75,0

2 a 3 salários 26 21,0

4 ou mais salários 5 4,0

No que se refere a ocupação principal da população estudada, as mais frequentes

foram: agricultor (12,1%), comerciante (11,3%) e motoboy/mototáxi (9,6%). Do total de

entrevistados, 39,4% possuíam até 2 anos de profissão, 54,8% dos entrevistados possuíam

vínculo empregatício informal e 65,3% trabalhavam até 8 horas diárias (Tabela 2).

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24

Tabela 2 - Características do trabalho da população do estudo

Variável N %

Ocupação principal

Agricultor 15 12,1

Comerciante 14 11,3

Motoboy/mototaxi 12 9,6

Construção civil 9 7,2

Mecânico 5 4,0

Segurança/Vigilante 4 3,2

Serviços Gerais 3 2,4

Outras 62 50,2

Outra ocupação1

Agricultor 3 10,0

Construção civil 3 10,0

Mototáxi 2 6,6

Eletricista 2 6,6

Mecânico 2 6,6

Outros 18 60,2

Tempo na ocupação principal

1 a 12 meses 28 22,5

13 a 24 meses 21 16,9

25 a 60 meses 27 21,8

61 a 120 meses 25 20,1

121 meses ou mais 23 18,4

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25

(Continuação)

Variável N %

Vínculo empregatício

Formal 56 45,2

Informal 68 54,8

Contribuição Previdenciária²

Sim 61 49,2

Não 62 50,0

Dias trabalhados por semana³

Até 5 dias 54 43,5

Mais de 5 dias 65 52,4

Horas trabalhadas semanal4

Até 8 horas 81 65,3

Mais de 8 horas 39 31,5

Descanso no trabalho5

Sim 102 82,3

Não 21 16,9

Tempo de descanso6

Sem descanso 21 16,9

Até 30 min 6 4,8

31 – 60 min 39 31,4

Mais de 60 min 43 35,5

(Continua)

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26

(Continuação)

Variável N %

Local para descanso7

Sim 62 50,0

Não 61 49,2

1 Apenas os que exercem uma segunda ocupação (N=30);

2,5,7 N=123;

3 N=119;

4 N=120;

6

N=110

O maior número de acidentes ocorreu entre 18:01 e 00:00 (45%), seguido do horário

de 12:01 as 18:00(27%). Colisão foi o tipo de acidente mais prevalente nesta população com

72,6% e destas 63,3% foi com veículo automotor (Tabela 3).

Tabela 3 - Características do acidente de motocicleta da população do estudo

Variável N %

Hora do acidente

00:01 as 6:00 13 10,5

6:01 as 12:00 21 16,9

12:01 as 18:00 34 27,4

18:01 as 00:00 56 45,2

Natureza do acidente

Colisão 90 72,5

Queda 26 21,0

Choque com objeto fixo 8 6,5

(continua)

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27

(continuação)

Variável N %

Tipos de colisão

Veículo automotor 57 63,3

Motocicleta 25 27,8

Bicicleta 1 1,1

Pedestre 1 1,1

Animal 6 6,7

Discussão

O perfil dos motociclistas acidentados desta pesquisa corrobora com os achados da

literatura. A maioria dos acidentados de motos foram do sexo masculino 5,7,8,9,10,11

, e estavam

em idade economicamente ativa, variando entre 18 e 39 anos8,12,13,14,15,16,17

.

O maior número de acidentados do sexo masculino pode estar relacionado ao

comportamento mais agressivo no trânsito, especialmente os jovens, que em motocicletas

fazem demonstrações de potência, de domínio do perigo, do desprezo pelas regras, situações

que se revelam muito perigosas expondo-os ao risco de acidente, tem se confirmado como

fator de maior exposição do gênero no trânsito18

.

O grande número de jovens e adultos jovens acidentados encontrado na pesquisa, pode

ser atribuído a que ao começar a dirigir, os jovens passam a constituir população de alto risco,

principalmente pela inexperiência na condução de veículos, além de outros fatores, como a

impulsividade da idade atrelada ao maior consumo de álcool e outras drogas8,19

.

Quanto a escolaridade somados os analfabetos até o ensino fundamental completo

tem-se 42,7% dos entrevistados com baixa escolaridade o que concorda com os estudos de

Arruda et al. (2009)20

, Silva et al.(2016)21

, Montenegro et al.(2011)22

e Zabeu et al.(2013)23

. É

possível que a baixa escolaridade esteja relacionada com a falta de carteira de habilitação e

consequente imperícia para pilotar motocicletas.

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28

Em relação a cor da pele, cor parda foi referida por 46,0% dos motociclistas. Quando

somados os declarados negros e pardos, representam 56,5% dos pesquisados. Estes resultados

podem não exercer influência sobre os acidentes uma vez que a composição étnica do Estado

de Pernambuco é formada, entre outras, por 53,3% de pardos e 4,9% negros24

.

Dentre os entrevistados, 75% recebiam menos de 2 salários mínimos o que corrobora

com o estudo de Santos et al. (2008)25

. É presumível que o baixo custo de aquisição e

manutenção da motocicleta, quando comparado ao automóvel, torne-a uma opção

economicamente viável para a população com esta faixa de renda, tornando esses

trabalhadores mais vulneráveis aos acidentes.

A ocupação mais frequentemente citada pelos pesquisados foi a de agricultor com

12,1% o que concorda com estudo de Cerdeira et al. (2011)26

. Segundo Santos et al. (2008)25

a moto tem sido muito utilizada nas propriedades rurais e, muitas vezes, sem registro, sem

preparo e sem controle pelos órgãos de fiscalização.

Apesar das motocicletas serem os veículos de preferência da população nos grandes

centros urbanos para ganho de agilidade no deslocamento, frente aos engarrafamentos e

grandes fluxos de veículos automotores, a presente pesquisa encontrou como resultado

agricultor, a ocupação mais mencionada entre os acidentados. E os entrevistados, quando

questionados possuir outra ocupação além da principal, agricultor também foi a primeira mais

citada, resultado este, que pode haver relação entre custo para aquisição do veículo e a baixa

renda apresentada pelos participantes.

Dentre os entrevistados, 54,8% possuíam vínculo informal de trabalho e, apenas,

49,2% referiram contribuir com a previdência. Um dos principais fatores de preocupação

decorrente deste elevado grau de informalidade no Brasil é o fato quando vítimas de acidentes

de trabalho, estes trabalhadores não possuírem os benefícios da proteção concedida pela

legislação trabalhista13

, uma vez que, dependendo da gravidade do acidente e da necessidade

de cirurgia, os acidentados de moto podem ficar mais de 6 meses sem retornarem as suas

atividades laborais27

.

Quanto a natureza do acidente, 72,5% destes foram por colisão e 21,0% quedas.

Destas colisões: 62,0% foi com veículo automotor e 27,2% com outra motocicleta. Achados

semelhantes foram encontrados por Andrade et al., (2009)8; Kobayashi e Carvalho, (2011)

28; e

Rocha e Shor,(2013)11

, cujo os números de colisão chegaram a 69%, 74% e 84,7%

respectivamente.

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29

Para Kobayashi e Carvalho (2011)28

, as colisões entre motos e automóveis são

comuns, devido ao intenso tráfego de veículos nos grandes centros urbanos e as lesões com

motociclistas são mais graves por causa da alta exposição dos mesmos. A cada 1,6

quilômetros percorrido, motociclistas tem 34 vezes mais chances de morte em acidentes do

que pessoas que dirigem outros veículos29

.

O intervalo de 18:01 e 00:00 foi o que mais ocorreu acidentes (45,2%), seguido do

intervalo de 12:01 a 18:00(27,4%). Andrade et al. (2009)8, observaram resultados semelhantes

de 18-24h ocorreu 38,3% e de 12-18h o percentual foi de 31%, primeiro e segundo

percentuais respectivamente.

Este horário pode incluir o retorno para casa após o trabalho ou após momentos de

lazer. De toda forma, são considerados como fatores agravantes para os horários: as

cobranças, o cansaço físico, as pressões acumuladas durante o dia, a ansiedade, as

preocupações e até as influências climáticas30

. Alta jornada de trabalho sem intervalo é

considerada também como importante fator associado à maior ocorrência de acidentes no

período noturno31

.

Conclusão

Frente aos resultados apresentados, conclui-se que o perfil dos trabalhadores

motociclistas internados no HR foi composto pelo sexo masculino, em idade produtiva, pardo,

baixa escolaridade, com renda menor que 2 salários, com vínculo empregatício informal e que

não contribuem com a previdência. Sobre os acidentes, a maioria foi por colisão com veículo

automotor no horário entre 12:01h e 0:00h.

Os acidentes motociclísticos fazem parte do cotidiano das cidades. É importante

conhecer melhor essa realidade e o perfil dos acidentados para discutir ações que possam

focar no público alvo, respeitando as suas características, no sentido de prevenir os acidentes,

reduzir os danos a vida e economizar recursos públicos dos atendimentos assistenciais e

previdenciários.

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34

6 ARTIGO - 2

Sobrecarga de trabalho e comportamentos de risco no trânsito por motociclistas

acidentados

Work overload and risk behavior in traffic by injured motorcyclists

Sobrecarga de trabalho e comportamentos de risco no trânsito

Resumo

Introdução: A sobrecarga de trabalho está relacionada ao esgotamento emocional e

insatisfação na realização da atividade, enquanto que os comportamentos de risco ao dirigir

estão associados com a gravidade dos acidentes de transporte com motociclistas. O objetivo

desta pesquisa foi analisar a relação entre sobrecarga de trabalho e adoção de comportamento

de risco de motociclistas trabalhadores acidentados. Metodologia: Estudo transversal, de

caráter exploratório, realizado com pacientes trabalhadores acidentados, condutores de

motocicletas, internados no Hospital da Restauração em Recife-Pernambuco, entre maio e

agosto de 2016, utilizando questionário com variáveis de sobrecarga de trabalho e adoção de

comportamentos de risco. Resultados: Foram pesquisadas 124 pessoas. O estudo encontrou

que demanda excessiva de trabalho, dificuldades em realizar tarefas de trabalho, sentir-se

cansado durante o trabalho e sentir-se pressionado a realizar tarefas de trabalho estão

associados com o desfecho sono/fadiga no momento do acidente. Foi encontrada associação

negativa entre querer mudar de profissão e consumo de bebida alcoólica no dia do acidente.

Discussão: A sobrecarga de trabalho aumenta a chance dos motociclistas dirigirem com sono

ou fadiga. A insatisfação com o trabalho, expectativas não satisfeitas e as aspirações

frustradas são consideradas algumas das razões para o consumo de álcool entre trabalhadores.

Conclusões: A sobrecarga de trabalho está associada a adoção de comportamento de risco na

condução da motocicleta podendo repercutir no número e na gravidade de acidentes.

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35

Palavras chaves: Acidentes de trânsito, carga de trabalho, assunção de risco

Abstract:

Introduction: Work overload is associated to emotional exhaustion and dissatisfaction in

performing the activity, as the risk behavior is related to the severity of traffic motorcyclists

accidents. The objective of this research was to analyze the relationship between work

overload and adoption of risk behavior of injured motorcyclists. Methodology: A cross-

sectional study carried out with injured workers, motorcycles drivers, hospitalized at the

Hospital da Restauração in Recife, Pernambuco, using a questionnaire with variables of work

overload and adoption of risk behaviors. Results: 124 people were surveyed. The study

showed an association between the variables excessive labor demand, difficulties in

performing work tasks, feeling tired during work and feeling pressured to perform work tasks

was associated with the outcome sleep or fatigue at the time of the accident. A negative

association was found between wanting to change profession and alcohol consumption on the

day of the accident. Discussion: Work overload increases the chance for motorcyclists to

drive with sleep or fatigue. Job dissatisfaction, unfulfilled expectations and frustrated

aspirations are considered some of the reasons for alcohol consumption among workers.

Conclusion: Work overload is associated with the adoption of risk behavior in the motorcycle

driving, which may have an impact in the number and severity of accidents.

Keyword: Accidents, Workload, Risk-Taking

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Introdução

A motocicleta é uma opção atrativa de transporte devido à baixa qualidade dos

transportes públicos na maioria dos centros urbanos brasileiros e por facilitar os

deslocamentos em momentos de trânsito lento. O crescimento no número de motocicletas nas

cidades e no campo também pode ser explicado pelo seu baixo custo de aquisição e de

manutenção quando comparados aos automóveis. Conforme registro do Departamento

Nacional de Trânsito (DENATRAN), em dezembro de 2016, havia 20.942.633 motocicletas

no Brasil¹.

Segundo dados do Sistema de Informação do Sistema Único de Saúde (DATASUS),

em 2014, no Brasil, ocorreram 43.780 óbitos em decorrência de acidentes de trânsito (AT),

sendo 28,78% dos casos (12.604 óbitos) motociclistas². Informações da Organização Mundial

da Saúde – OMS (2004) também revelam que as mortes e lesões resultantes de AT são um

grave e crescente problema de saúde pública, sendo uma das principais causas de morte e

invalidez³.

Ainda nesse sentido, de acordo com o Ministério da Saúde, entre 2008 e 2013, o total

de internações por acidentes de todos os tipos de transporte terrestres cresceu 72,4%4. No

mesmo período, o número de internações hospitalares envolvendo motociclistas acidentados

no trânsito, no Brasil aumentou 115%. Entre os anos de 2001 e 2010, observou-se no país um

aumento nos gastos públicos com atendimento de motociclistas acidentados5. Do total de 229

milhões gastos com internações no SUS, 112,9 milhões representaram os custos com

internações por acidentes de moto em 2013.

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Muitos dos AT, podem ser caracterizados como acidentes de trabalho (de trajeto ou

típicos), pois ocorrem na locomoção casa-trabalho-casa ou nas atividades próprias da moto6,

sendo, parte deles, atribuída a alta demanda ou sobrecarga do trabalho7,8

.

A sobrecarga de trabalho está diretamente ligada ao esgotamento emocional e

insatisfação na realização da atividade a qualidade de vida no trabalho no que se refere a

satisfação laboral e conflito trabalho – família9. Acrescenta-se que a fadiga incessante, falta de

perspectivas, frustração, ansiedade, depressão, medo, desmotivação com o trabalho e

sobrecarga de tarefas são prejudiciais aos motociclistas, influenciando negativamente no

comportamento dos mesmos. Esta influência poderá levá-los a adotar comportamentos de

risco no trânsito10

.

Os comportamentos de risco estão ligados a fatores de ordem motivacional e atitudinal

e são diferentes de erros que se referem a processos de atenção ou cognição11

. A expressão

comportamento de risco pode ser definida como participação em atividades que possam

comprometer a saúde física e mental, sendo associada a probabilidade de experimentar o

perigo12

. Já os erros são atribuídos ações deliberadas, como a falhas no processamento de

informação, na observação ou de julgamento sendo associados a processos cognitivos

individuais13

.

O desrespeito às leis de trânsito é um exemplo de adoção de comportamento de

risco14

, assim como o uso de bebida alcóolica, excesso de velocidade, uso de telefone celular,

não uso de capacete ou outros equipamentos de proteção individual15,16

. Os comportamentos

de risco adotados por condutores estão relacionados com a gravidade dos acidentes.

Diante do exposto, esta pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre sobrecarga

de trabalho e adoção de comportamento de risco por motociclistas.

Metodologia

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Esta pesquisa possui um desenho transversal de caráter exploratório. A população

pesquisada foi composta de todos os trabalhadores condutores de motocicleta acidentados no

trânsito, internados na enfermaria de traumato-ortopedia do Hospital da Restauração (HR) em

Recife. O HR foi escolhido para a pesquisa, porque é a principal unidade de trauma do Estado

de Pernambuco, atendendo grande contingente de acidentes de trânsito ocorridos da região

metropolitana do Recife e interior do Estado.

Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário elaborado pelos pesquisadores.

Neste estudo, apenas foram entrevistados os trabalhadores internados que relataram estar

pilotando a motocicleta no momento do acidente.

Não foi realizado cálculo de tamanho da amostra. Todos os pacientes que atendiam

aos critérios do estudo foram convidados a participar. A coleta de dados foi diária durante 4

meses (maio a agosto de 2016). Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: ser

acidentado, condutor da motocicleta no momento do acidente, com idade de 18 ou mais anos,

estar empregado.

Os critérios de exclusão adotados foram: Pacientes que apresentaram algum nível de

consciência alterado que impedia responder ao questionário, aqueles pacientes que

apresentaram pontuação na escala de coma de Glasgow de moderado a grave que é de 12 a 3

(A pontuação da escala vai de 15 a 3)17

.

A digitação e análise estatística foi realizada pelo programa Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS), versão 20.0. A relação entre as variáveis referentes a sobrecarga de

trabalho (demanda excessiva de trabalho nos últimos 3 meses; sentiu dificuldades em executar

as tarefas de trabalho devido a demanda excessiva nos últimos 3 meses; sentiu-se cansado

durante o trabalho nos últimos 3 meses; sente-se pressionado no trabalho; sente-se

descontente com o trabalho; refere falta de reconhecimento profissional pela população; sente

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que o trabalho invade a vida pessoal; possui pouco tempo para si mesmo por causa do

trabalho; vê perspectiva de crescimento profissional; sente desejo de mudar de profissão) e as

referentes a adoção de comportamento de risco (Dirigir com sono ou fadiga, dirigir após

ingerir bebida alcoólica, dirigir após ingerir medicamentos controlados, dirigir após uso de

drogas ilícitas, dirigir usando celular, possuir habilitação para motocicletas, uso de capacete

no momento do acidente, uso de outros EPI no momento do acidente, desrespeito a

sinalização no momento do acidente, excesso de velocidade no momento do acidente) foram

analisadas pela medida da razão de chances e intervalos de confiança (Odds ratio (OR) e IC

95%). Por se tratar de um estudo de caráter exploratório, não foram analisados fatores de

confundimento ou interação.

Conforme a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, esta

pesquisa teve a aprovação dos Comitês de ética da UFPE e do Hospital da Restauração CAAE

53093116.0.0000.5208 e 53093116.0.3001.5198, respectivamente.

Todos os indivíduos que concordaram participar da pesquisa, assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias, uma para o pesquisador e outra

para o participante.

Resultados

O total de pesquisados foi de 124 indivíduos, sendo 121 (97,6%) do sexo masculino e

3 (2,4%) do sexo feminino. Houve 12 recusas em participar da pesquisa e 8 perdas (por

motivo de efeito de anestesia pós cirurgia, por transferência ou alta hospitalar).

A média de idade foi de 31,44 anos (mediana=29; dp± 9,50), sendo o mais novo com

18 anos e o mais velho com 64. Quanto a ocupação principal da população estudada, as mais

frequentes foram: agricultor (12,1%), comerciante (11,3%) e motoboy/mototáxi (9,6%). A

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renda média mensal informada era menor que 2 salários mínimos (75,0%) e a inserção

produtiva era informal (54,8%).

Em relação à demanda de trabalho, 24,2% dos entrevistados referiram possuir

demanda excessiva de trabalho nos últimos 3 meses antes do acidente. Entre os pesquisados,

34,7% disseram sentir-se cansados durante o trabalho. A falta de reconhecimento profissional

por parte da população foi referida por 52,4% dos entrevistados. Quanto ao desejo de

melhoria profissional, 63,7% disseram que veem perspectiva de crescimento na profissão,

contudo, 54,5% do total possuem desejo ou expectativa de mudar de emprego (Tabela.1).

Quanto à adoção de comportamento de risco pelos motociclistas no momento do

acidente, 20,2% referiram sono ou fadiga, 31,5% ingeriram bebida alcoólica, 40,3% não

possuíam carteira de habilitação para motos, 16,9% não utilizavam capacete e 12,9 %

referiram estar em excesso de velocidade quando sofreram o acidente (Tabela 2).

Foi encontrada associação estatisticamente significante entre variáveis referentes à

sobrecarga de trabalho e sono/fadiga no momento do acidente: Demanda excessiva de

trabalho nos últimos 3 meses (OR=2,567; IC=1,003– 6,566), Sentiu dificuldades em executar

as tarefas de trabalho devido a demanda excessiva nos últimos 3 meses (OR=3,697;

IC=1,434–9,536), sentiu-se cansado durante o trabalho nos últimos 3 meses (OR=4,609;

IC=1,819–11,677), Sentiu-se pressionado a realizar tarefas de trabalho (OR=3,492;

IC=1,363–8,946), falta de reconhecimento profissional por parte da população (OR=3,580;

IC=1,317– 9,730) (Tabela 3).

O uso de bebida alcoólica se mostrou associado ao desejo de mudar de profissão

(OR=3,350; IC=1,501- 7,475) enquanto que não estar cansado durante o trabalho apresentou

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associação com e o uso de capacete no dia do acidente (OR=3,978, IC=1,492 – 10,610)

(Tabela 3).

Discussão

Este estudo analisou a relação entre sobrecarga de trabalho e adoção comportamentos

de risco por motociclistas vítimas de acidente de trânsito. Descreve as características do

trabalho e a frequência dos comportamentos de risco no trânsito entre motociclistas

acidentados, assinalando a importância de se compreender como os fatores organizacionais

influenciam os comportamentos dos usuários das vias, visando o reconhecimento de aspectos

que possam determinar a ocorrência de acidentes.

Quanto aos aspectos do trabalho, 34,7% dos participantes informaram sentir-se

cansados durante o expediente nos últimos 3 meses. Ressalta-se que a sobrecarga no trabalho

parece estar envolvida com a atenção dos motociclistas no trânsito. A atenção distribuída em

vários fatores e a baixa atenção concentrada, podem estar ligadas à incidência e reincidência

dos acidentes de trânsito18

e um maior histórico de colisões e multas de trânsito19

.

Com relação aos comportamentos de risco no trânsito, 31,5% dos pesquisados referiu

ter ingerido bebida alcoólica antes do acidente. Este número pode estar subestimado devido

ao receio da responsabilização do acidentado pesquisado pelo acidente. Além de crime pelo

Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97)20

, o consumo prévio de álcool se configura

como um comportamento de risco no trânsito6,21

, pois a ingestão de álcool altera o tempo dos

reflexos, além de causar sensação de euforia que induz o motorista a abusar da velocidade

ocasionando a perda do controle da motocicleta22

.

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O percentual de condutores acidentados que não possuíam a Carteira Nacional de

Habilitação (CNH) para conduzir motocicleta foi alto (40,3%). No entanto, o referido

documento é obrigatório para condução do veículo, segundo a legislação de trânsito brasileira,

e não a possuir pode colocar tanto a vida do motociclista em risco quanto dos demais usuários

das vias.

Um aspecto interessante foi que os acidentados que relataram não possuir CNH

apresentaram média de idade menor (29,04 dp= ±9,23) do que os habilitados (33,15 dp=

±9,43). Segundo Lin e Kraus (2009)21

, as condutas de risco são adotadas, particularmente, por

condutores mais jovens, pois estes indivíduos tendem a menosprezar a eventualidade de um

acidente, tendo um elevado nível de aceitação de risco em situações no trânsito.

Embora este estudo não tenha pesquisado o tipo de motocicleta envolvida no acidente,

acredita-se que parte do elevado número de condutores não habilitados, deve-se ao fato de

que, durante muitos anos, não era necessário possuir habilitação para conduzir motocicletas

de até 50 cilindradas. Além disso, ressalta-se que é alto o custo para obtenção a CNH,

exigindo do indivíduo comprometimento de grande parte de sua renda, que muitas vezes não

chega a 1 salário mínimo. Quanto ao primeiro aspecto, salienta-se que em de 4 de maio de

2016 foi promulgada a Lei nº 13.28123

, instituindo a obrigatoriedade da CNH para condução

das “cinquentinhas”, sob pena de estar acometendo uma infração gravíssima.

Apesar das leis de trânsito brasileira proibirem pilotar moto sem capacete, 16,9% dos

entrevistados desta pesquisa relataram que não usavam o equipamento no momento do

acidente. Ainda nesse aspecto, quando questionados sobre o uso de outros equipamentos de

proteção individual, 87,9% dos motociclistas relataram não usar, ficando estes vulneráveis a

se machucarem em maiores extensões corpóreas e de modo mais grave. Apesar dos EPI

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serem essenciais para diminuir os riscos de lesões em caso de acidentes, a maioria dos

motociclistas banaliza esta necessidade talvez pelo alto custo dos mesmos.24

.

Observou-se também que 6,5% dos entrevistados informaram ter desrespeitado a

sinalização de trânsito e que 12,9% conduziam a motocicleta em excesso de velocidade. Tais

situações podem ser justificadas pelos estresse e ansiedade da vida cotidiana, fazendo com

que os condutores, na busca pelo seu espaço, adotem um comportamento mais agressivo no

trânsito. Além disso, acredita-se que a falta de fiscalização de agentes públicos em algumas

vias e a impunibilidade sejam aspectos que contribuem para que as leis sejam desobedecidas

Ressalta-se que os achados do presente estudo foram corroborados por outras

pesquisas. Um estudo no Irã, com motociclistas que tiveram suas motos apreendidas, quanto

aos comportamentos de risco por eles apresentados mostraram que 60,8% dos condutores

passam geralmente por encruzilhadas sem considerar o semáforo e 20,8% realizam acrobacias

na rua25

. Em uma pesquisa australiana a ordem descresente referida pelos entrevistados para

falhas graves no trânsito foi: beber, fadiga, excesso de velocidade e desatenção26

.

Outro comportamento de risco analisado foi o do uso do celular enquanto pilotava a

motocicleta. Apenas 1,6% dos motociclistas desta pesquisa referiram estar usando celular no

momento do acidente. Tal percentual é considerado baixo quando comparados a outros

estudos, que mostraram uma frequência do uso de celular durante a condução de motocicleta

entre 21,8% e 66,6%7,26

. Acredita-se que a diferença dos resultados pode ser atribuída, em

parte, ao receio da responsabilização pelo acidente e consequente perda do direito ao seguro

do Danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre (DPVAT).

No tocante a associação entre as características do trabalho e a adoção de

comportamentos de risco no trânsito, observou-se que os motociclistas, que relataram querer

mudar de profissão, ingeriram mais bebida alcoólica (OR=3,350; IC=1,501- 7,475). Segundo

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44

Kalimo et al., 200827

, em suas pesquisas, insatisfação com o trabalho, expectativas não

satisfeitas e as aspirações frustradas são consideradas algumas das razões para o consumo de

álcool entre trabalhadores.

Outro aspecto observado foi que pessoas que relataram estar cansadas durante o

trabalho usavam menos capacete dos que os não cansados, ficando assim mais suscetíveis a

sofrerem acidentes mais graves, devido a maior exposição da cabeça e face. Salienta-se que a

sobrecarga de trabalho pode gerar cansaço físico e mental, dificultando as ações de

autocuidado indispensáveis a promoção da saúde dos indivíduos28

.

O presente estudo ainda encontrou associação entre: demanda excessiva nos últimos 3

meses, dificuldades em executar as tarefas de trabalho devido a demanda excessiva nos

últimos 3 meses, cansado no trabalho nos últimos 3 meses, pressão para realizar tarefas de

trabalho, falta de reconhecimento pela população com o desfecho sono ou fadiga ao dirigir.

Sabe-se que a sonolência é um fator importante nos acidentes de trânsito causados

por erro humano29

, pois o sono e/ou fadiga, diminuem o estado de alerta dos condutores.

Assim, para evitar acidentes, os motociclistas devem adquirir continuamente e processar

várias informações de seus olhos, ouvidos e outros órgãos sensoriais. Essas informações

incluem outros veículos e pedestres, a orientação fornecida por sinalização rodoviária e sinais

de trânsito, e várias situações e mudanças no ambiente rodoviário30

.

Conclusão

O resultado do presente estudo sugere um alerta a população e empregadores quanto

ao perigo da sobrecarga de trabalho e adoção do comportamento de risco na condução da

motocicleta, fato que pode contribuir para a redução do número de acidentes e até perdas

irreversíveis.

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49

Tabela 1: Demanda de trabalho da população do estudo

Table 1: Labor demand of the study population

Variável N %

Demanda excessiva de trabalho nos últimos 3 meses *

Sim 30 24,2

Não 92 74,2

Sentiu dificuldades em executar as tarefas de trabalho

devido a demanda excessiva nos últimos 3 meses *

Sim 28 22,6

Não 94 75,8

Sentiu-se cansado durante o trabalho nos últimos 3 meses*

Sim 43 34,7

Não 79 63,7

Sente-se pressionado no trabalho **

Sim 29 23,4

Não 94 75,8

Sente-se descontente com o trabalho **

Sim 18 14,5

Não 105 84,7

Refere falta de reconhecimento profissional pela

população ** Sim 65 52,4

Não 58 46,8

Sente que o trabalho invade a vida pessoal **

Sim 26 21,0

Não 97 78,2

Possui pouco tempo para si mesmo por causa do trabalho

**

Sim 54 43,5

Não 69 55,6

Vê perspectiva de crescimento profissional **

Sim 79 63,7

Não 44 35,5

Sente desejo de mudar de profissão **

Sim 67 54,5

Não 56 45,5

*N=122 **N=123

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50

Tabela 2 – Adoção de comportamento de risco referida pelos motociclistas

Table 2 - Adoption of risk behavior reported by motorcyclists

Variável N %

Dirigir com sono ou fadiga

Sim 25 20,2

Não 99 79,8

Dirigir após ingerir bebida alcoólica

Sim 39 31,5

Não 85 68,5

Dirigir após ingerir medicamento controlado¹

Sim 6 4,8

Não 117 94,4

Dirigir após uso de drogas ilícitas

Sim 5 4,0

Não 119 96,0

Dirigir usando celular

Sim 2 1,6

Não 122 98,4

Possuir habilitação para motocicletas ¹

Sim 73 58,9

Não 50 40,3

Uso de capacete no momento do acidente ¹

Sim 102 82,3

Não 21 16,9

Uso de outros EPI no momento do acidente

Sim 15 12,1

Não 109 87,9

Desrespeito a sinalização no momento do acidente

²

Sim 8 6,5

Não 113 91,1

Excesso de velocidade no momento do acidente ¹

Sim 16 12,9

Não 107 86,3

¹N=123,²N=121

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51

Tabela 3: Associação entre demanda de trabalho e comportamentos de risco no trânsito

(Odds Ration e Intervalo de Confiança de 95%)1

Table 3: Association between job demand and risk behavior in traffic (Odds Ration and

Confidence Interval of 95%)1

Variáveis Dirigir com

sono ou fadiga

OR

(IC95%)

Dirigir após

consumir

bebida

alcóolica

OR

(IC95%)

Possuir

habilitação

para

motocicleta

OR

(IC95%)

Uso de capacete no

momento do

acidente

OR

(IC95%)

Demanda excessiva

de trabalho nos

últimos 3 meses

2,567

(1,003– 6,566)

- - -

Sentiu dificuldades

em executar as

tarefas de trabalho

devido a demanda

excessiva nos

últimos 3 meses

3,697

(1,434– 9,536)

-

-

-

Sentiu-se cansado

durante o trabalho

nos últimos 3

meses

4,609

(1,819– 11,677)

-

-

3,978

(1,492– 10,610)

Sente-se

pressionado no

trabalho

3,492

(1,363– 8,946)

-

-

-

Refere falta de

reconhecimento

profissional pela

população

3,580

(1,317– 9,730)

-

-

-

Possui pouco

tempo para si

mesmo por causa

do trabalho

-

-

0,385

(0,180– 0,824)

-

Sente desejo de

mudar de profissão

-

3,350

(1,501-7,475)

0,467

(0,223-0,975)

-

1São apresentadas na tabela apenas as associações estatisticamente significantes

1Only the statistically significant associations

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52

7 CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados apresentados, pode-se concluir que o perfil dos

trabalhadores motociclistas acidentados internados no HR, foram a maioria do sexo

masculino, em idade produtiva, de cor parda, possuíam baixa escolaridade com

nenhum ou até dois filhos e recebiam em média menos de 2 salários mínimos.

A maior parte deles possuíam vínculo empregatício informal, não

contribuíam com a previdência, trabalhavam até 8 horas por dia, mais de 5 dias na

semana e possuíam horário de descanso do trabalho.

Quanto às características do acidente o maior número foi colisão com

veículo automotor que ocorreram entre 12:01 e 0:00, semelhante a outros achados

da literatura.

Analisando os comportamentos de risco pode-se concluir que a maioria

usava capacete, mas não usava outro tipo de EPI. Apesar de maior parte possuírem

habilitação, muitos conduziam sem ter a licença para pilotar motocicleta. Mesmo as

leis de trânsito brasileiras não permitirem dirigir sob efeito de bebidas alcoólicas,

alguns entrevistados tinham feito uso de álcool no dia do acidente.

Pode se observar que as pessoas que referiram demanda excessiva de

trabalho, dificuldades em realizar tarefas do emprego, sentiam-se cansadas durante

a jornada, pressionadas a realizarem tarefas de trabalho, falta de reconhecimento

profissional por parte da população estavam com mais sono ou fadiga no dia do

acidente.

Os motociclistas acidentados que não queriam mudar de profissão

ingeriram menos bebida alcoólica. Como também, motociclistas que relataram

insatisfação com o trabalho ingeriram mais bebida alcoólica, o que pode sugerir que

insatisfação com a profissão leva aos motociclistas a ingerirem mais bebida

alcoólica. Contudo, é necessário um estudo com um número de participantes maior

para averiguar essa hipótese.

O estudo teve como limitação o número de participantes, esperava-se um

contingente maior de entrevistados por ser um hospital de referência em acidentes

de trânsito. Sugere-se que novas pesquisas com número maior de participantes

sejam feitas.

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Apêndices

Apendice 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL

PESQUISA DE ACIDENTES COM MOTOCICLISTAS

Questionário n. ________ data: ___________ Local da coleta de dados: _________________

IDENTIFICAÇÃO

1.Nome do acidentado: ________________________________________________________

2. Nome da mãe do acidentado:__________________________________________________

3. Data de nascimento:____/____/_________ 4. Cartão SUS: __________________________

5. Data do acidente:_________________________________________

6. Município de residência:___________________________ 7. Bairro:____________________

8. Município de Ocorrência do acidente:___________________ 9. Bairro:_________________

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS

10. Plano privado de saúde: ( ) Sim ( ) Não 11. Sexo: ( )M ( )F

12. idade ______

13. Situação conjugal: ( )solteiro(a) ( )casado(a)/união estável (

)Divorciado(a)/Separado(a)/Desquitado(a)( ) Viúvo(a)

14. Número de filhos: ______

15. Escolaridade: ( )Analfabeto ( )Ensino Fundamental incompleto ( )Ensino Fundamental completo ( )Ensino Médio incompleto ( )Ensino Médio completo ( )Ensino Técnico ( )Ensino Superior incompleto ( )Ensino Superior completo__________________

16. Raça/cor: ( )Negro ( ) pardo ( )branco ( )Não sabe ( ) Outro: _______________

17. Renda Média mensal: ( ) menor que 2 salários ( ) 2 a 3 salários ( ) 4 salários ou mais

18. Número de dependentes da renda do entrevistado: ________

19. Salário: ( ) Fixo ( )Por Produtividade ( ) Fixo + Produtividade

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TRABALHO:

20. Você está empregado atualmente? ( ) sim ( ) Não Sua situação

*CASO NÃO esteja empregado, PULAR PARA QUESTÃO 42

( ) Desempregado

( ) Aposentado

( ) Outros __________

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21. Estava trabalhando no momento do acidente:

( ) Sim ( ) Não

22. Estava se locomovendo de casa para o trabalho (ou vice-versa) no momento do acidente:

( )Sim ( ) Não

23. Ocupação principal: _______________________________________

24.. Outra ocupação: ________________________________________ ( ) Não se aplica

25. Tempo de trabalho na ocupação principal atual :____________________

26. Vínculo de emprego: ( ) formal ( ) informal

27. Contribuição previdenciária: ( ) Sim ( ) Não

28. Quantidade de dias trabalhados por semana: ( ) até 5 dias ( ) 6-7 dias ( ) Não se aplica

29.Quantidade de horas trabalhadas por dia : ( ) até 8h ( ) mais de 8h ( ) Não se aplica

30. Pausa para descanso durante o trabalho: ( ) Sim ________ ( )Não

31. Local de descanso no trabalho: ( ) Sim ( )Não

32. Você considera que nos últimos três meses antes do acidente, teve demanda excessiva de

trabalho? ( ) Sim ( )Não

33. Você considera que nos últimos três meses antes do acidente, estava com dificuldade de cumprir

seus deveres profissionais devido à demanda excessiva de trabalho? ( ) Sim ( )Não

34. Sentiu-se cansado durante o trabalho, nos últimos três meses? ( ) Sim ( )Não

35. Sente-se pressionado a executar as tarefas de trabalho? ( ) Sim ( )Não

36. Você anda descontente com seu trabalho?( ) Sim ( )Não

37. Você sente falta de reconhecimento profissional por parte da população? ( ) Sim ( )Não

38. Seu trabalho invade sua vida pessoal? ( ) Sim ( )Não

39. Você acha que por causa do trabalho, tem pouco tempo para si mesmo? ( )Sim ( )Não

40. Você vê perspectivas de crescimento na profissão? ( ) Sim ( )Não

41. Você tem expectativas/desejo de mudar de profissão?( ) Sim ( )Não

42. Nos últimos 30 dias você:

42.1. Tem dores de cabeça frequentes? ( ) SIM ( ) NÃO

42.2. Tem falta de apetite? ( ) SIM ( ) NÃO

42.3. Dorme mal? ( ) SIM ( ) NÃO

42.4. Assusta-se com facilidade? ( ) SIM ( ) NÃO

42.5. Tem tremores de mão? ( ) SIM ( ) NÃO

42.6. Sente-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a)? ( ) SIM ( ) NÃO

42.7. Tem má digestão? ( ) SIM ( ) NÃO

42.8. Tem dificuldade para pensar com clareza? ( ) SIM ( ) NÃO

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42.9. Tem se sentido triste ultimamente? ( ) SIM ( ) NÃO

42.10. Tem chorado mais do que de costume? ( ) SIM ( ) NÃO

42.11. Encontra dificuldades para realizar com satisfação suas atividades diárias?( )SIM ( ) NÃO

42.12. Tem dificuldades para tomar decisões? ( ) SIM ( ) NÃO

42.13. Tem dificuldades no serviço (seu trabalho é penoso, causa sofrimento)? ( ) SIM ( ) NÃO

42.14. É incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida? ( ) SIM ( ) NÃO

42.15. Tem perdido o interesse pelas coisas? ( ) SIM ( ) NÃO

42.16. Sente-se uma pessoa inútil, sem préstimo? ( ) SIM ( ) NÃO

42.17. Tem tido idéias de acabar com a vida?( ) SIM ( ) NÃO

42. 18. Sente-se cansado(a) o tempo todo? ( ) SIM ( ) NÃO

42.19. Tem sensações desagradáveis no estômago?( ) SIM ( ) NÃO

42.20. Cansa-se com facilidade? ( ) SIM ( ) NÃO

CARACTERÍSTICAS DO TRABALHADOR DA MOTO (MOTOFRETISTA E/OU MOTOBOY)

* Se não for trabalhador da moto, pular para questão 46

43. Ramo do trabalho: ( ) Motoboy ( ) Mototaxista

44. Ramo de empresa: ( ) Restaurante/Lanchonete/Pizzaria( ) Farmácia/Drogaria ( )

Empresas de entregas de encomendas ( ) Empresas de entrega de água ( )

Lojas de tintas ( ) Empresa de entrega de gás ( ) Papelarias/Copiadora ( ) Escritório ( )

Transporte de passageiros ( ) Outras: ___________________________________

45. Fez curso para motofrete/mototaxi? ( ) Sim ( ) Não

VARIÁVEIS DE ACIDENTES:

ACIDENTE ANTERIOR:

46. Sofreu acidente, enquanto pilotava a moto, antes do atual:( ) Sim ( ) Não – se não, pular para

questão 49

47. Natureza do acidente: ( ) por colisão ( ) queda ( ) Choque em objeto fixo

47.1 Se Colisão: ( )Veículo automotor ( ) Motocicleta ( ) Bicicleta ( ) Pedestre ( ) Animal (

)outro: __________

48. Número de acidentes de trânsito anteriores com moto (na condição de piloto/motorista) : ( )1

( )2 ( )3 ( )4 ou mais ( ) não se aplica

48.1 Teve alguma lesão no(s) acidente(s) anterior(es):

( ) Não ( ) Sim. Que parte do corpo: _____________________________________________

____________________________________________________________________________

ACIDENTE ATUAL:

49. Horário de ocorrência do Acidente: ___________________

50. Natureza do acidente atual: ( ) por colisão ( ) queda ( ) Choque em objeto fixo

50.1 - Se Colisão: ( )Veículo automotor ( ) Motocicleta ( ) Bicicleta ( ) Pedestre ( ) Animal (

)outro: __________

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59

No dia do acidente:

51. Sono/Fadiga: ( ) Sim ( ) Não 52.Uso de bebida alcóolica: ( ) Sim ( ) Não

53. Faz uso de medicamento controlado: ( )Não ( )Sim. Qual(ais)______________________

54. Fez uso de drogas ilícitas: ( ) Não ( ) Sim Qual(is)?______________________________

55. Uso de celular/rádio comunicador de trânsito enquanto conduzia: ( ) Sim ( ) Não

56. Condutor habilitado para moto: ( )Sim ( )Não

57.Tempo de habilitação: _______________

58. Uso do capacete: ( ) Sim ( ) Não

59. Uso de Outros EPIs durante o acidente: ( ) Não ( ) Sim Se sim, qual:

____________________________________________________________________________

60. Desrespeito a sinalização de trânsito: ( ) Sim ( ) Não

61. Excesso de velocidade durante o acidente: ( ) Sim ( ) Não

62. Outro fator relacionado ao acidente: ( ) Buraco na via ( ) Ausência de sinalização na via ( )

Travessia de pedestre fora da faixa ( ) Desvio de animal na pista ( ) Pista molhada ( ) Óleo

/ areia ( ) Condições de manutenção da moto ( )Outro: _____________________

63. Tipo de lesão (autorreferida pelo acidentado):

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________

64. Local do corpo atingido:

65. Você se sente responsável pelo acidente? ( ) Sim, totalmente ( ) Sim, parcialmente ( )

Não ( ) Não sei ( ) Não quero responder

Endereço e telefone para contato:

_________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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60

Apêndices 2 e 3 – Aprovações dos Comitês de Ética

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Anexo 1

Tabela 1: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e sono ou fadiga com

motociclistas trabalhadores

Variável Sono ou fadiga no dia do acidente

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 10 40,0 20 20,6 - -

Não 15 60,0 77 79,4 2,567 1,003– 6,566

Dificuldade tarefas¹

Sim 11 44,0 17 17,5 - -

Não 14 56,0 80 82,5 3,697 1,434– 9,536

Cansado no trabalho¹

Sim 16 64,0 27 27,8 - -

Não 9 36,0 70 72,2 4,609 1,819– 11,677

Pressionado a realizar tarefas de trabalho¹

Sim 11 44,0 18 18,4 - -

Não 14 56,0 80 81,6 3,492 1,363– 8,946

Falta de reconhecimento pela população²

Sim 19 76,0 46 46,9 - -

Não 6 24,0 52 53,1 3,580 1,317– 9,730

Descanso trabalho²

Sim 19 76,0 83 84,7 - -

Não 6 24,0 15 15,3 1,747 0,599– 5,094

Local de descanso²

Sim 12 48,0 50 51,0 - -

Não 13 52,0 48 49,0 1,128 0,469-2,718

Descontente com o trabalho²

Sim 1 4,0 17 17,3 - -

Não 24 96,0 81 82,7 0,199 0,025-1,570

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 8 32,0 18 18,4 - -

Não 17 68,0 80 81,6 2,092 0,782-5,593

Pouco tempo para si²

Sim 13 52,0 41 41,8 - -

Não 12 48,0 57 58,2 1,506 0,624-3,636

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 18 72,0 61 62,2 - -

Não 7 28,0 37 37,8 0,641 0,245-1,681

Desejo de mudar de profissão²

Sim 10 40,0 57 58,2 - -

Não 15 60,0 41 41,8 0,480 0,196-1,174

1 N=122 2 N=123

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Tabela 2: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de bebida

alcoólica no dia do acidente com motociclistas trabalhadores

Variável Bebida alcoólica no dia do acidente

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 11 28.9 19 22,6 - -

Não 27 71,1 65 77,4 1,394 0,585– 3,319

Dificuldade de tarefas¹

Sim 11 28,9 17 20,1 - -

Não 27 71,1 67 79,8 1,606 0,666-3,872

Cansado no trabalho¹

Sim 14 36,8 29 34,5 - -

Não 24 63,2 55 65,5 1,106 0,498-2,457

Pressionado a realizar tarefas de trabalho²

Sim 8 21,1 21 24,7 - -

Não 30 78,9 64 75,3 0,813 0,323-2,045

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 20 52,6 45 52,9 - -

Não 18 47,4 40 47,1 0,988 0,459-2,125

Descanso trabalho²

Sim 34 89,5 68 80,0 - -

Não 4 10,5 17 20,0 0,471 0,147– 1,508

Local de descanso²

Sim 23 60,5 39 45,9 - -

Não 15 39,5 46 54,1 0,553 0,254-1,204

Descontente com o trabalho²

Sim 5 13,2 13 15,3 - -

Não 33 86,8 72 84,7 0,839 0,276-2,548

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 8 21,1 18 21,2 - -

Não 30 78,9 67 78,8 0,993 0,389-2,535

Pouco tempo para si²

Sim 15 39,5 39 45,9 - -

Não 23 60,5 46 54,1 0,769 0,353-1,675

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 25 65,8 54 63,5 - -

Não 13 34,2 31 36,5 0,906 0,406-2,021

Mudar de profissão²

Sim 13 34,2 54 63,5 - -

Não 25 65,8 31 36,5 0,299 0,134-0,666

1 N= 122 2N=123

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69

Tabela 3: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e possuir habilitação

para conduzir motocicleta com motociclistas trabalhadores

Variável Habilitação para moto

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 18 25,0 11 22,4 - -

Não 54 75,0 38 77,6 0,868 0,368– 2,047

Dificuldade de tarefas¹

Sim 15 20,8 12 24,5 - -

Não 57 79,2 37 75,5 1,232 0,519-2,926

Cansado no trabalho¹

Sim 22 30,6 20 40,8 - -

Não 50 69,4 29 59,2 1,567 0,734-3,348

Pressionado a realizar tarefas de trabalho²

Sim 19 26,0 9 18,4 - -

Não 54 74,0 40 81,6 0,639 0,262-1,561

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 41 56,2 24 49,0 - -

Não 32 43,8 25 51,0 0,749 0,362-1,549

Descanso trabalho²

Sim 62 84,9 39 79,6 - -

Não 11 15,1 10 20,4 1,445 0,561– 3,720

Local de descanso²

Sim 40 54,8 21 42,9 - -

Não 33 55,2 28 57,1 1,616 0779-3,353

Descontente com o trabalho²

Sim 13 17,8 5 10,2 - -

Não 60 82,2 44 89,8 0,524 0,174-1,579

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 17 23,3 9 18,4 - -

Não 56 76,7 40 81,6 0,741 0,300-1,831

Pouco tempo pra si mesmo²

Sim 39 53,4 15 30,6 - -

Não 34 46,6 34 69,4 0,385 0,180– 0,824

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 44 60,3 34 69,4 - -

Não 29 39,7 15 30,6 0,669 0,331-1,442

Mudar de profissão²

Sim 45 61,6 21 42,9 - -

Não 28 38,4 28 57,1 0,467 0,223-0,975

1N=121 2N=122

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Tabela 4: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso do celular no

momento do acidente com motociclistas trabalhadores

Variável Uso do celular no momento do acidente

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 1 50,0 29 24,2 - -

Não 1 50,0 91 75,8 3,138 0,190-51,764

Dificuldade de tarefas ¹

Sim 1 50,0 27 22,5 - -

Não 1 50,0 93 77,5 3,444 0,208-56,911

Cansado no trabalho ¹

Sim 1 50,0 42 35,0 - -

Não 1 50,0 78 65,0 1,857 0,113-30,451

Pressionado realizar tarefas de trabalho²

Sim 1 50,0 28 23,1 - -

Não 1 50,0 93 76,9 3,321 0,201-54,829

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 2 100,0 63 52,1 - -

Não 0 0,0 58 47,9 - -

Descanso trabalho²

Sim 2 100,0 100 82,6 - -

Não 0 0,0 21 17,4 - -

Local de descanso²

Sim 1 50,0 61 50,4 - -

Não 1 50,0 60 49,6 1,017 0,062-16,629

Descontente com o trabalho²

Sim 1 50,0 17 14,0 - -

Não 1 50,0 104 86,0 6,118 0,365-102,515

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 1 50,0 25 20,7 - -

Não 1 50,0 96 79,3 3,840 0,232-63,561

Pouco tempo para si²

Sim 2 100,0 52 43,0 - -

Não 0 0,0 69 57,0 - -

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 2 100,0 77 63,6 - -

Não 0 0,0 44 36,4 - -

Desejo de mudar de profissão²

Sim 1 50,0 66 54,5 - -

Não 1 50,0 55 45,5 0,833 0,051-13,633

1 N=122 2 N=123

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Tabela 5 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de capacete com

motociclistas trabalhadores

Variável Uso de capacete

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 24 24,0 5 23,8 - -

Não 76 76,0 16 76,2 0,990 0,328-2,985

Dificuldade de tarefas¹

Sim 19 19,0 8 38,1 - -

Não 81 81,0 13 61,9 2,623 0,953-7,222

Cansado no trabalho¹

Sim 29 29,0 13 61,9 - -

Não 71 71,0 8 38,1 3,978 1,492– 10,610

Pressionado a realizar tarefas de trabalho²

Sim 23 22,8 5 23,8 - -

Não 78 77,2 16 76,2 1,060 0,350-3,205

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 52 51,5 13 61,9 - -

Não 49 48,5 8 38,1 1,531 0,584-4,012

Descanso trabalho²

Sim 85 84,2 16 76,2 - -

Não 16 15,8 5 23,8 1,660 0,532– 5,177

Local de descanso²

Sim 54 53,5 7 33,3 - -

Não 47 46,5 14 66,7 2,298 0,856-6,171

Descontente com o trabalho²

Sim 14 13,9 4 19,0 - -

Não 87 86,1 17 81,0 1,462 0,429-4,986

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 24 23,8 2 9,5 - -

Não 77 76,2 19 90,5 0,338 0,073-1,556

Pouco tempo para si²

Sim 48 47,5 6 28,6 - -

Não 53 52,5 15 71,4 0,442 0,159-1,230

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 65 64,4 13 61,9 - -

Não 36 35,6 8 38,1 1,111 0,421-2,932

Desejo de mudar de profissão²

Sim 56 55,4 10 47,6 - -

Não 45 44,6 11 52,4 0,731 0,285-1,874

1 N=121 2 N=122

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Tabela 6: Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de EPI com

motociclistas trabalhadores

Variável Uso de EPI

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 3 20,0 27 25,4 - -

Não 12 80,0 80 74,8 1,350 0,354-5,147

Dificuldade de tarefas¹

Sim 2 13,3 26 24,3 - -

Não 13 86,7 81 75,7 2,086 0,442-9,858

Cansado no trabalho¹

Sim 4 26,7 39 36,4 - -

Não 11 73,3 68 63,6 1,577 0,470-5,290

Pressionado a realizar tarefas de trabalho²

Sim 5 33,3 24 22,2 - -

Não 10 66,7 84 77,8 0,571 0,178-1,833

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 8 53,3 57 52,8 - -

Não 7 46,7 51 47,2 0,978 0,331-2,887

Descanso trabalho²

Sim 15 100 87 80,6 - -

Não 0 0 21 19,4 - -

Local de descanso²

Sim 7 46,7 55 50,9 - -

Não 8 53,3 53 49,1 0,843 0,286-2,489

Descontente com o trabalho²

Sim 3 20,0 15 13,9 - -

Não 12 80,0 93 86,1 0,645 0,163-2,559

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 6 40,0 20 18,5 - -

Não 9 60,0 88 81,5 0,341 0,109-1,067

Pouco tempo para si²

Sim 10 66,7 44 40,7 - -

Não 5 33,3 64 59,3 0,344 0,110-1,075

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 8 53,3 71 65,7 - -

Não 7 46,7 37 34,3 0,596 0,200-1,770

Desejo de mudar de profissão²

Sim 10 66,7 57 52,8 - -

Não 5 33,3 51 47,2 0,559 0,179-1,744

1 N=122 2 N=123

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73

Tabela 7 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e desrespeito a

sinalização com motociclistas trabalhadores

Variável Desrespeito a sinalização

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 1 12,5 29 26,1 - -

Não 7 87,5 82 73,9 0,404 0,048– 3,425

Dificuldade de tarefas¹

Sim 1 12,5 27 24,3 - -

Não 7 87,5 84 75,7 0,444 0,052-3,776

Cansado no trabalho¹

Sim 2 25,0 40 36,0 - -

Não 6 75,0 71 64,0 0,592 0,114-3,070

Pressionado a realizar tarefas de trabalho²

Sim 1 12,5 27 24,1 - -

Não 7 87,5 85 75,9 0,450 0,053-3,821

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 5 62,5 59 52,7 - -

Não 3 37,5 53 47,3 1,497 0,341-6,568

Descanso trabalho²

Sim 7 87,5 92 82,1 - -

Não 1 12,5 20 17,9 0,657 0,077– 5,644

Local de descanso

Sim 6 75,0 55 49,1 - -

Não 2 25,0 57 50,9 0,322 0,062-1,662

Descontente com o trabalho²

Sim 1 12,5 17 15,2 - -

Não 7 87,5 95 84,8 0,798 0,092-6,908

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 2 25,0 22 19,6 - -

Não 6 75,0 90 80,4 1,364 0,258-7,221

Pouco tempo para si²

Sim 3 37,5 49 43,7 - -

Não 5 62,5 63 56,3 0,771 0,176-3,386

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 6 75,0 71 63,4 - -

Não 2 25,0 41 36,6 0,577 0,111-2,993

Desejo de mudar de profissão²

Sim 4 50,0 60 53,6 - -

Não 4 50,0 52 46,4 0,867 0,206-3,639

1N=119 2N=120

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74

Tabela 8 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e excesso de

velocidade com motociclistas trabalhadores

Variável Excesso de velocidade

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 2 12,5 28 26,7 - -

Não 14 87,5 77 73,3 0,393 0,084-1,839

Dificuldade de tarefas¹

Sim 1 6,3 27 25,7 - -

Não 15 93,7 78 74,3 0,193 0,024-1,528

Cansado no trabalho¹

Sim 7 43,8 35 33,3 - -

Não 9 56,2 70 66,7 1,556 0,535-4,525

Pressionado a realizar tarefas de

trabalho²

Sim 4 25,0 24 22,6 - -

Não 12 75,0 82 77,4 1,139 0,336-3,856

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 11 68,8 54 50,9 - -

Não 5 31,2 52 49,1 2,119 0,689-6,517

Descanso trabalho²

Sim 16 100 85 80,2 - -

Não 0 0 21 19,8 - -

Local de descanso²

Sim 11 68,8 51 48,1 - -

Não 5 31,2 55 51,9 0,421 0,137-1,297

Descontente com o trabalho²

Sim 2 12,5 16 15,1 - -

Não 14 87,5 90 84,9 0,804 0,166-3,878

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 3 18,8 22 20,8 - -

Não 13 81,2 84 79,2 0,881 0,231-3,366

Pouco tempo para si²

Sim 6 37,5 47 44,3 - -

Não 10 62,5 59 55,7 0,753 0,255-2,223

Perspectiva de crescimento

profissional²

Sim 10 62,5 68 64,2 - -

Não 6 37,5 38 35,8 1,074 0,362-3,184

Desejo de mudar de profissão²

Sim 9 56,3 57 53,8 - -

Não 7 43,7 49 46,2 1,105 0,383-3,187

1N=121 2N=122

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Tabela 9 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de medicamento

controlado no dia do acidente com motociclistas trabalhadores

Variável Uso de medicamento controlado

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 1 16,7 29 25,2 - -

Não 5 83,3 86 74,8 0,593 0,067-5,288

Dificuldade de tarefas¹

Sim 1 16,7 27 23,5 - -

Não 5 83,3 88 76,5 0,652 0,073-5,824

Cansado no trabalho¹

Sim 2 33,3 40 34,8 - -

Não 4 66,7 75 65,2 0,938 0,165-5,342

Pressionado a realizar tarefas de trabalho²

Sim 2 33,3 26 22,4 - -

Não 4 66,7 90 77,6 1,731 0,300-9,986

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 3 50,0 62 53,4 - -

Não 3 50,0 54 46,6 0,871 0,169-4,496

Descanso trabalho²

Sim 4 66,7 97 83,6 - -

Não 2 33,3 19 16,4 2,553 0,436-14,944

Local de descanso²

Sim 4 66,7 58 50,0 - -

Não 2 33,3 58 50,0 0,500 0,088-2,837

Descontente com o trabalho²

Sim 1 16,7 17 14,7 - -

Não 5 83,3 99 85,3 1,165 0,128-10,594

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 3 50,0 22 19,0 - -

Não 3 50,0 94 81,0 4,273 0,807-22,613

Pouco tempo para si²

Sim 3 50,0 50 43,1 - -

Não 3 50,0 66 56,9 1,320 0,256-6,818

Perspectiva de crescimento profissional²

Sim 3 50,0 75 64,7 - -

Não 3 50,0 41 35,3 1,829 0,353-9,477

Desejo de mudar de profissão²

Sim 3 50,0 63 54,3 - -

Não 3 50,0 53 45,7 0,841 0,163-4,343

1N=121 2N=122

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Tabela 10 – Análise bivariada da sobrecarga de trabalho e uso de drogas

ilícitas no dia do acidente com motociclistas trabalhadores

Variável Uso de drogas ilícitas

Sim Não OR IC95%

N % N %

Demanda excessiva¹

Sim 2 40,0 28 23,9 - -

Não 3 60,0 89 76,1 2,119 0,337-13,328

Dificuldade de tarefas¹

Sim 1 20,0 27 23,1 - -

Não 4 80,0 90 76,9 0,833 0,089-7,774

Cansado no trabalho¹

Sim 3 60,0 40 34,2 - -

Não 2 40,0 77 65,8 2,888 0,463-17,992

Pressionado a realizar tarefas de

trabalho²

Sim 2 40,0 27 22,9 - -

Não 3 60,0 91 77,1 2,247 0,357-14,148

Falta de reconhecimento profissional²

Sim 3 60,0 62 52,5 - -

Não 2 40,0 56 47,5 1,355 0,218-8,406

Descanso trabalho²

Sim 3 60,0 99 83,9 - -

Não 2 40,0 19 16,1 3,474 0,543-22,210

Local de descanso²

Sim 1 20,0 61 51,7 - -

Não 4 80,0 57 48,3 4,281 0,0465-39,448

Descontente com o trabalho²

Sim 2 40,0 16 13,6 - -

Não 3 60,0 102 86,4 4,250 0,658-27,443

Trabalho invade a vida pessoal²

Sim 2 40,0 24 20,3 - -

Não 3 60,0 94 79,7 2,611 0,413-16,515

Pouco tempo para si²

Sim 1 20,0 53 44,9 - -

Não 4 80,0 65 55,1 0,307 0,033-2,826

Perspectiva de crescimento

profissional²

Sim 3 60,0 76 64,4 - -

Não 2 40,0 42 35,6 1,206 0,194-7,509

Desejo de mudar de profissão²

Sim 3 60,0 64 54,2 - -

Não 2 40,0 54 45,8 1,266 0,204-7,854

1 N=122 2N=123

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Anexo 2

Normas para publicação artigo 1

Normas da revista Physis

A Revista Physis publica artigos nas seguintes categorias:

Artigos originais por demanda livre (até 7.000 palavras, incluindo

notas e referências): textos inéditos provenientes de pesquisa ou

análise bibliográfica. A publicação é decidida pelo Conselho Editorial, com

base em pareceres - respeitando-se o anonimato tanto do autor quanto

do parecerista (double-blind peer review) - e conforme disponibilidade de

espaço.

Instruções para encaminhamento de textos:

1. O processo de submissão é feito apenas online, no sistema ScholarOne

Manuscripts, no endereço http://mc04.manuscriptcentral.com/physis-

scielo. Para submeter originais, é necessário se cadastrar no sistema, fazer

o login, acessar o "Author Center" e dar início ao processo de submissão.

2. Os artigos devem ser digitados em Word ou RTF, fonte Arial ou Times New

Roman 12, respeitando-se o número máximo de palavras definido por cada seção,

que compreende o corpo do texto, as notas e as referências. Resumos são

considerados separadamente. O texto não deve incluir qualquer informação

que permita a identificação de autoria; os dados dos autores deverão ser

informados apenas nos campos específicos do formulário de submissão.

3. Os estudos que envolvam a participação de seres humanos deverão incluir

a informação referente à aprovação por comitê de ética na pesquisa com

seres humanos, conforme a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde

do Brasil. Os autores devem indicar se a pesquisa é financiada, se é resultado

de dissertação de mestrado ou tese de doutorado e se há conflitos de

interesse envolvidos na mesma. Informações sobre financiamento devem

constar no item Agradecimentos, ao final do artigo ou em nota de fim.

4. Os artigos devem ser escritos em português (preferencialmente), inglês ou

espanhol. A Editoria reserva-se o direito de efetuar alterações e/ou cortes nos

originais recebidos para adequá-los às normas da revista, preservando, no

entanto, estilo e conteúdo. Eventualmente, serão aceitos artigos traduzidos, já

publicados em outro idioma, que, pela sua relevância, possam merecer maior

divulgação em língua portuguesa. Os textos são de responsabilidade dos

autores, não coincidindo, necessariamente, com o ponto de vista dos editores e

do Conselho Editorial da revista.

5. O resumo do artigo e as palavras-chave em português devem ser incluídos nas

etapas indicadas do processo de submissão(primeira e segunda,

respectivamente). Resumo e palavras-chave em inglês devem ser incluídos no

corpo do artigo, após as referências (somente nas seções de artigos originais

por demanda livre e temáticos). Contendo, cada um até 200 palavras, devem

destacar o objetivo principal, os métodos básicos adotados, os resultados mais

relevantes e as principais conclusões do artigo. Devem ser incluídas de 3 a 5

palavras-chave em português e inglês. O título completo do artigo também

deverá ser traduzido. A revista poderá rever ou refazer as traduções.

6. Imagens, figuras ou desenhos devem estar em formato tiff ou jpeg, com

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resolução mínima de 200 dpi, tamanho máximo 12x15 cm, em tons de cinza, com

legenda e fonte Arial ou Times New Roman 10. Tabelas e gráficos-torre podem ser

produzidos em Wordou similar. Outros tipos de gráficos devem ser produzidos

em Photoshop ou Corel Draw ou similar. Todas as ilustrações devem estar

em arquivos separados e serão inseridas no sistema no sexto passo do

processo de submissão, indicadas como "image", "figure" ou "table", com

respectivas legendas e numeração. No texto deve haver indicação do local de

inserção de cada uma delas.

7. As notas, numeradas sequencialmente em algarismos arábicos, devem ser

colocadas no final do texto, após as referências, com fonte tamanho 10. As notas

devem ser exclusivamente explicativas, escritas da forma mais sucinta

possível. Não há restrições quanto ao número de notas.

8. As referências devem seguir a NBR 6023 da ABNT (de agosto de

2002). No corpo do texto, citar apenas o sobrenome do autor e o ano de

publicação, seguidos do número da página no caso de citações. Todas as

referências citadas no texto deverão constar nas referências, ao final do artigo,

em ordem alfabética. Os autores são responsáveis pela exatidão das

referências, assim como por sua correta citação no texto.

9. Os trabalhos publicados em Physis estão registrados sob a

licença Creative Commons Attribution CC-BY. A submissão do trabalho e a

aceitação em publicá-lo implicam cessão dos direitos de publicação para a

Revista Physis. Quando da reprodução dos textos publicados em Physis, mesmo

que parcial e para uso não comercial, deverá ser feita referência à primeira

publicação na revista. A declaração de autoria deverá ser assinada por

todos os autores, digitalizada e inserida no sexto passo do processo de

submissão, e indicada como "supplemental file not for review", de modo

que os avaliadores não tenham como identificar o(s) autor(es) do artigo.

Quaisquer outros comentários ou observações encaminhados aos

editores deverão ser inseridos no campo "Cover letter". 10. Tendo em vista o crescimento no número de coautores em muitos artigos

encaminhados a Physis, o número máximo de autores está limitado a

quatro, e só com justificativas excepcionais será aceito número maior. Além

disso, será avaliada com bastante rigor a contribuição efetiva de cada autor. A

Editoria se reserva o direito de recusar artigos cujos autores não prestem

esclarecimentos satisfatórios sobre este item, e/ou solicitar a remoção de

participantes sem contribuição substancial. As responsabilidades individuais de

todos os autores na preparação do artigo deverão ser indicadas na "Declaração de

responsabilidade" (vide modelo a seguir), conforme o International

Committee of Medical Journal Editors. Essa declaração também deverá ser

assinada pelos autores, digitalizada e encaminhada como documento suplementar

no sexto passo do processo de submissão. Poderá ser incluído no final do corpo do

artigo ou como nota de fim um item de "Agradecimentos", caso seja necessário

citar instituições que de alguma forma possibilitaram a realização da pesquisa

e/ou pessoas que colaboraram com o estudo mas não preenchem os critérios de

coautoria.

11. Em atendimento às normas da SciELO, a identificação da afiliação de cada

autor deverá restringir-se a nomes de entidades institucionais, cidade, estado e

país. O endereço eletrônico poderá ser informado.

12. Não serão aceitos trabalhos que não atendam às normas fixadas, mesmo que

eles tenham sido aprovados no mérito (pelos pareceristas). Os editores se

reservam o direito de solicitar que os autores adequem o artigo às normas da

revista, ou mesmo descartar o manuscrito, sem nenhuma outra avaliação.

Quaisquer outros comentários ou observações poderão ser encaminhados no

campo "Cover letter".

13. A Revista Physis não cobra taxa de submissão e avaliação de artigos.

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14. Em caso de artigo já aceito para publicação, será possível publicá-lo em inglês

também, se for de interesse do autor. No entanto, a tradução deverá ser feita por

empresa qualificada (ou recomendada pela Editoria de Physis), e os custos de

tradução correrão por conta do autor.

15. Os autores são responsáveis por todos os conceitos e informações

apresentados nos artigos e resenhas.

16. Os casos omissos serão decididos pelo Conselho Editorial.

Declaração de responsabilidade e transferência de direitos autorais

(Enviar no sexto passo do processo de submissão, indicada como "supplemental file not for review")

A contribuição de cada autor para o artigo/a resenha

____________________ foi a seguinte:

(identificação de autor 1): (atividades desempenhadas)

(identificação de autor 2): (atividades desempenhadas)

(identificação de autor n): (atividades desempenhadas)

O texto é um trabalho inédito e não foi publicado, em parte

ou na íntegra, nem está sendo considerado para publicação

em outro periódico, no formato impresso ou eletrônico.

Em caso de aceitação deste texto por parte de Physis:

Revista de Saúde Coletiva, concordo(amos) que os direitos

autorais a ele referentes se tornarão propriedade exclusiva

da revista e, em caso de reprodução, total ou parcial, em

qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou

eletrônica, farei(emos) constar os respectivos créditos.

Assinaturas:

________________________________________________

________________________________________________

________________________________________________

________________________________________________

PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva

Instituto de Medicina Social - UERJ

Rua São Francisco Xavier, 524 - 7º andar, bl. D - Maracanã

20550-013 - Rio de Janeiro - RJ

Tel.: (21) 2334-0504 ramal 108

Endereço eletrônico: [email protected]

Web: http://www.ims.uerj.br

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Anexo 3

Normas para publicação - artigo 2

Normas da Revista Brasileira de Epidemiologia

Os manuscritos são aceitos em português, espanhol ou inglês. Os artigos em

português e espanhol devem ser acompanhados do resumo no idioma

original do artigo, além de abstract em inglês. Os artigos em inglês devem

ser acompanhados do abstract no idioma original do artigo, além de resumo

em português.

O manuscrito deve ser acompanhado de documento a parte com carta ao

editor, justificando a possível publicação.

Os manuscritos devem ter o máximo de 21.600 caracteres e 5 ilustrações,

compreendendo Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão, Conclusão

(Folha de rosto, Referências Bibliográficas e Ilustrações não estão incluídas

nesta contagem). O arquivo deve apresentar a seguinte ordem: Folha de

rosto, Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão, Conclusão,

Referências Bibliográficas e Ilustrações. O manuscrito deve ser estruturado,

apresentando as seções: Folha de rosto, Resumo, Abstract, Introdução,

Metodologia, Resultados, Discussão, Conclusão, Referências e Ilustrações. O

arquivo final completo (folha de rosto, seções, referências e ilustrações) deve

ser submetido somente no formato DOC (Microsoft Word), e as tabelas

devem ser enviadas em formato editável (Microsoft Word ou Excel),

devendo respeitar a seguinte formatação:

Margens com configuração “Normal” em todo o texto (superior e

inferior = 2,5 cm; esquerda e direita = 3 cm);

Espaçamento duplo em todo o texto;

Fonte Times New Roman, tamanho 12, em todo o texto;

Não utilizar quebras de linha;

Não utilizar hifenizações manuais forçadas.

Folha de Rosto Os autores devem fornecer os títulos do manuscrito em português e inglês

(máximo de 140 caracteres), título resumido (máximo de 60 caracteres),

dados dos autores*, dados do autor de correspondência (nome completo,

endereço e e-mail), agradecimentos, existência ou ausência de conflitos de

interesses, financiamento e número de identificação/aprovação do Comitê de

Ética em Pesquisa. Deve ser especificada, também, a colaboração individual

de cada autor na elaboração do manuscrito.

*A indexação no SciELO exige a identificação precisa da afiliação dos

autores, que é essencial para a obtenção de diferentes indicadores

bibliométricos. A identificação da afiliação de cada autor deve restringir-se a

nomes de entidades institucionais, Cidade, Estado e País (sem titulações dos

autores).

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O financiamento deve ser informado obrigatoriamente na Folha de rosto. Caso o estudo não

tenha contato com recursos institucionais e/ou privados, os autores devem informar que o

estudo não contou com financiamento.

Os Agradecimentos devem ter 460 caracteres no máximo.

Resumo e Abstract Os resumos devem ter 1600 caracteres no máximo, e devem ser apresentados na a forma

estruturada, contemplando as seções: Introdução, Metodologia, Resultados, Discussão,

Conclusão. As mesmas regras aplicam-se ao abstract.

Os autores deverão apresentar no mínimo 3 e no máximo 6 palavras-chave, bem como as

respectivas Keywords, que considerem como descritores do conteúdo de seus trabalhos, no

idioma em que o artigo foi apresentado e em inglês. Esses descritores devem estar

padronizados conforme os DeCS (http://decs.bvs.br/).

Ilustrações As tabelas e figuras (gráficos e desenhos) deverão ser inseridas no final do manuscrito, não

sendo permitido o envio em páginas separadas. Devem ser suficientemente claras para

permitir sua reprodução de forma reduzida, quando necessário. Fornecer títulos em português

e inglês, inseridos fora das ilustrações (não é necessário o corpo da tabela e gráficos em

inglês). Deve haver quebra de página entre cada uma delas, respeitando o número máximo de

5 páginas dedicadas a Tabelas, Gráficos e Figuras. Apresentá-las após as Referências, no final

do manuscrito (em arquivo único).

As ilustrações podem no máximo ter 15 cm de largura e devem ser apresentadas dentro da

margem solicitada (configuração nomeada pelo Word como “Normal”). Não serão aceitas

ilustrações com recuo fora da margem estabelecida.

Imagens

Fornecer as fotos em alta resolução;

Fornecer os gráficos em formato editável (preferencialmente PDF).

Tabelas, Equações, Quadros e Fluxogramas

Sempre enviar em arquivo editável (Word ou Excel), nunca em imagem;

Não formatar tabelas usando o TAB; utilizar a ferramenta de tabelas do programa;

Nas tabelas, separar as colunas em outras células (da nova coluna); não usar espaços

para as divisões.

Abreviaturas Quando citadas pela primeira vez, devem acompanhar o termo por extenso. Não devem ser

utilizadas abreviaturas no título e no resumo.

Referências Devem ser numeradas de consecutiva, de acordo com a primeira menção no texto, utilizando

algarismos arábicos. A listagem final deve seguir a ordem numérica do texto, ignorando a

ordem alfabética de autores. Não devem ser abreviados títulos de livros, editoras ou outros.

Os títulos de periódicos seguirão as abreviaturas do Index Medicus/Medline. Devem constar

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os nomes dos 6 primeiros autores, seguidos da expressão et al. quando ultrapassarem esse

número. Comunicações pessoais, trabalhos inéditos ou em andamento poderão ser citados

quando absolutamente necessários, mas não devem ser incluídos na lista de referências, sendo

apresentados somente no corpo do texto ou em nota de rodapé. Quando um artigo estiver em

vias de publicação, deverá ser indicado: título do periódico, ano e outros dados disponíveis,

seguidos da expressão, entre parênteses “no prelo”. As publicações não convencionais, de

difícil acesso, podem ser citadas desde que os autores indiquem ao leitor onde localizá-las. A

exatidão das referências é de responsabilidade dos autores.

EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS

Artigo de periódico Szklo M. Estrogen replacement therapy and cognitive functioning in the Atherosclerosis Risk

in Communities (ARIC) Study. Am J Epidemiol 1996; 144: 1048-57.

Livros e outras monografias Lilienfeld DE, Stolley PD. Foundations of epidemiology. New York: Oxford University

Press; 1994.

Capítulo de livro Laurenti R. Medida das doenças. In: Forattini OP. Ecologia, epidemiologia e sociedade. São

Paulo: Artes Médicas; 1992. p. 369-98.

Tese e Dissertação Bertolozzi MR. Pacientes com tuberculose pulmonar no Município de Taboão da Serra: perfil

e representações sobre a assistência prestada nas unidades básicas de saúde [dissertação de

mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 1991.

Trabalho de congresso ou similar (publicado) Mendes Gonçalves RB. Contribuição à discussão sobre as relações entre teoria, objeto e

método em epidemiologia. In: Anais do 1º Congresso Brasileiro de Epidemiologia; 1990 set

2-6; Campinas (Br). Rio de Janeiro: ABRASCO; 1990. p. 347-61.

Relatório da OMS World Health Organization. Expert Committee on Drug Dependence. 29th Report. Geneva;

1995. (WHO - Technical Report Series, 856).

Documentos eletrônicos Hemodynamics III: the ups and downs of hemodynamics. [computer program]. Version 2.2.

Orlando (FL): Computorized Systems; 1993.

OBSERVAÇÃOA Revista Brasileira de Epidemiologia adota as normas do

Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (estilo Vancouver),

publicadas no New England Journal of Medicine, 1997; 336: 309, e na

Revista Panamericana de Salud Publica, 1998; 3: 188-96

(http://www.icmje.org/urm_main.html).

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Envio de manuscritos:

Os manuscritos são submetidos online, através da plataforma SciELO

(http://submission.scielo.br/index.php/rbepid/editor/submission/11821).

Não há taxa para submissão e avaliação de artigos.