sobre a polska

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Guia interno para estrangeiros

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Page 1: Sobre a Polska

Sobre a

Sobre a

República da PolóniaMinistério dos Negócios Estrangeiros

Page 2: Sobre a Polska
Page 3: Sobre a Polska

Guia interno paraestrangeiros

Sobre a

República da PolóniaMinistério dos Negócios Estrangeiros

Page 4: Sobre a Polska
Page 5: Sobre a Polska

Índice

Vida 16O ano polaco 18 Língua 22 Grupos étnicos 24 Religião 26 Clima 30 Dos & Don’ts 32 Gastronomia 34 Como se deslocar 38 Desporto 42 Euro 2012 48

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Page 6: Sobre a Polska

Cidades 52 Varsóvia 54 Silésia e Katowice 66 Tricidade Gdańsk / Gdynia / Sopot 74 Kraków 82 Łódź 94 Wrocław 100 Poznań 110 Szczecin 120 Bydgoszcz / Toruń 126 Lublin 134 Białystok 140 Rzeszów 146

Índice

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Page 7: Sobre a Polska

A natureza 150 As Dunas Movediças 152 A costa do Báltico 154 Cassúbia 156 Vármia e Mazúria 158 Białowieża 160 Bieszczady 162 Montanhas Tatra 164 Os Sudetos 166 Parque Nacional de Ojców 168 Refúgios Rurais 170 Resorts Spa 172

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Page 8: Sobre a Polska

Ideias 172 Cinema, festivais de cinema 176 Artes performativas 178 Festivais de artes performativas 180 Festivais de música 182 Livros 184 Artes visuais 186 Educação 190 Ciência 192 Economia 196 Bolsa de Valores 200 Design 202

Índice

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Page 9: Sobre a Polska

Notas pessoais Leszek Możdżer 12, 77 Anda Rottenberg 12 Anne Applebaum-Sikorska 15, 35 Robert Trzópek 15 Robert Makłowicz 34 Mikołaj Długosz 57 Agata Michalak 61 Mariusz Szczygieł 63 Ania Kuczyńska 64 Przemo Łukasik 69 Roman Łój 72 Stach Ruksza 73 Wojciech Szczurek 78 Aneta Szyłak 81 Tomasz Gutkowski 85 Cecylia Malik 89 Jarosław Suchan 97 Pola Stępień 99 Katarzyna Roj 103 Katarzyna Wielga 107 Piotr Korduba 112 Wojciech Fibak 115 Marek Krajewski 117 Monika Pyrek 123 Łona & Webber 125 Krzysztof Bober 129 Janusz Leon Wiśniewski 131 Dobrila Denegri 132 Marek Żydowicz 132 Krzysztof Cugowski 137 Monika Szewczyk 144 Ignacy Karpowicz 145 Katarzyna Kordoń & Beata Pisula 149 Krzysztof Brodziński 149 Marcin Mostafa & Natalia Paszkowska 168 Philip Niedenthal 170 Roman Polański 171 Marek Kamiński 171 Krystyna Kaszuba 172 Maciej Zień 172 Kuba Mikurda 177 Maciej Nowak 181 Jacek Skolimowski 183 Piotr Bazylko, Krzysztof Masiewicz 186 Robert Firmhofer 194 Krzysztof Olszewski 199 Agnieszka Jacobson-Cielecka 202 Tomek Rygalik 205

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Page 10: Sobre a Polska

Acabou de juntar – se ou está prestes a jun-tar – se ao grupo de 13 milhões de estrangei-ros que visitam a Polónia todos os anos.

A hospitalidade polaca, polska gościn-ność, irá ouvir esta frase muitas vezes por parte dos Polacos. Vemo – nos como um povo amigável e acolhedor. Mesmo que por vezes seja difícil quebrar o gelo, mesmo se no princípio a pessoa parecer reservada ou inacessível, uma vez quebrado o gelo, ou quando juntar-se ao círculo de amigos e de amigos de amigos, irá sentir – se como em casa. Pergunte a qualquer expatriado, que decidiu estabelecer o seu domicílio na Poló-nia. Mesmo se inicialmente foram recebidos com desconfiança ou cepticismo pelos seus colegas de trabalho ou pelos futuros sogros, agora fazem parte da família, ou seja, da rodzina.

Experimente ser o primeiro a sair de uma festa polaca. Nem pensar! Uma festa de casamento no campo pode durar até três dias. Uma saída despercebida ou antecipada

GrzegorzPiątek Crítico de arquitectura e curador durante o dia, escritor de viagens à noite

Bem - vindo à Polónia Sem Fim

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Page 11: Sobre a Polska

é chamada aqui de “saída à inglesa’”. Não é bem claro o motivo da moda inglesa e não francesa ou holandesa, mas com certeza não é esta a moda polaca. O anfitrião vai agar-rá – lo pela mão, propor (ou insisitir) em mais uma fatia de bolo, mais uma chávena de chá, mais um shot de vodka, prometer mais uma rodada de sobremesa, avisá – lo sobre o tempo na rua, sugerir que fique para per-noitar. Se, apesar dos esforços do anfitrião, decidir ir embora, irá garantir – lhe uma noite sem dormir, às voltas na cama, anali-sando toda a sua visita e tentando descobrir o que correu mal. O facto de estar com uma descompensação horária, cansado ou ter algumas questões urgentes para tratar, seria demasiado simples. Deve ter havido algo que o ofendeu.

Agora que já foi avisado, permita – nos encorajá – lo. Mais de 600,000 camas em hotéis, sem falar nas mais de 13 milhões casas que estão à sua espera. Faremos o me-lhor possível para tornar a sua estadia mais longa, mais longa e ainda mais longa, e ter a certeza de que terá vontade de regressar.

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Page 14: Sobre a Polska

A Polónia é o que é. É este o meu país e por isso a minha atitude relativamente à Polónia é emocional. Mas se tivesse que distinguir as suas vantagens particulares, seriam a criatividade e a desenvoltura em várias circunstâncias. Também sintome orgulhosa por mais duas características que salvaram a nossa sociedade da uniformidade. São estas: uma tendência para a rebelião e o sen-tido de humor. Resumindo: o amor à liber-dade e audácia, que são dificilmente com-preendidas fora do nosso país e ao mesmo tempo tão óbvias para nós, para o bem ou para o mal.

Anda Rottenberg Historiadora da arte e crítica, recentemente curadora de uma exibição sobre as relações culturais entra a Poló-nia e a Alemanha, que teve lugar em Berlim.

A Polónia está cheia de emo-ções, este é um sítio onde a sinceridade conta. A since-ridade é a verdadeira moeda que rege as relações inter-pessoais. Isto é o que eu mais admiro na Polónia.

Leszek MożdżerCompositor, pianis-ta, músico de jazz, produtor de música, recentemente director artístico do famoso clube SFINKS 700 em Sopot

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O edifício da Câmara Municipal de Gdańsk é pano de fundo para muitas celebrações, incluindo a Feira Anual de São Dominico, no Verão.

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Żuławy – localizada entre as cidades de Gdańsk e Elbląg no norte, no delta do rio Vístula, é a única região do país localizada abaixo do nível do mar.

Page 17: Sobre a Polska

Anne Applebaum SikorskaJornalista e autora galardoada com o Pré-mio Pulitzer, casada com o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radosław Sikorski. Publicou o li-vro Gulag e o diário de viagem Between East and West, prestes a lan-çar um livro de receitas polacas.

A Polónia é ainda um pouco mais im-previsível, um pouco mais impetuosa, e um pouco menos elegante do que os seus vizinhos ocidentais, e muito mais criativa. A música, a arte e a ar-quitectura podem surpreendê - lo, a cozinha irá impressioná - lo, a velo-cidade das mudanças irá admirá - lo. Graças a um crescimento económico rápido, a Polónia torna - se um país diferente a cada cinco anos. Cresce mais sofisticada, mais diversa e mais interessante com o passar dos anos.

Poderia mencionar vários lugares na Polónia que são os meus cantinhos do mundo, tal como a minha cidade natal, Gdańsk ou Varsóvia, para onde mudeime recentemente. Esta recebeu - me de braços abertos confrontando - me ao mesmo tempo com uma série de desafios. No entanto, o que valorizo mais na Polónia, são as pessoas. Durante o tempo que passei trabalhando no estrangeiro tive, a oportu-nidade de conhecer muitas pessoas, algumas delas encon-

tram - se agora no meu círculo de amigos. Mas foi apenas após o meu regresso à Polónia que sentime cercado por aqueles, que são mais queridos para mim. Se tivesse que indicar a razão pela qual decidi voltar definitivamente à Polónia após seis anos de trabalho no es-trangeiro, teria que preparar uma longa lista com os nomes das pessoas que tornaram a minha vida neste país, tanto em Gdańsk como em Varsóvia, mais completa e baseada em verdadeiros laços.

Robert Trzópek Chef em alguns dos melhores restaurantes do mundo. Mora em Varsóvia, onde é chef do res-taurante Tamka 43 no Centro de Chopin

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Page 18: Sobre a Polska

Talvez esta seja a sua primeira visita à Polónia. Talvez tenha uma vaga ideia sobre o nosso país. Ou talvez já tenha estado cá há algum tempo, cinco ou vinte anos atrás. De qual-quer maneira, encontrará uma reali-dade surpreendente. Os primeiros terão uma experiência da qual não estavam à espera. O segundo grupo ficará espantado com a quantidade de mudanças desde a última visita. Aqui encontram - se algumas infor-mações precisas sobre os aspectos básicos da vida quotidiana que irão ajudá - lo a perceber melhor e a per-correr o país.

Vida

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Grupos ÉtnicosDeclarações de nacionalidade em 2002

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LínguaAlunos e estudantes que aprendem línguas estrangeiras

Inglês 5.32mAlemão 1.84mRusso 0.28mFrancês 0.16mOutras 1.20m

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m 1  2  3  4

ComidaConsumo por mês, per capita

Vegetais 10.28 kgCarne 5.55 kgPão 4.85 kgFruta 3.77 kgAçúcar 1.38 kgFarinha 0.88 kgOvos 0.88kg = 13 pcs.Peixe 0.46 kg

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Ano polacoTrabalho vs. resto

dias úteis 252 dias de folga 113

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feriados religiosos 10 feriados nacionais 2

DesportosMedalhas olímpicas

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ouro prata bronze

ReligiãoOs fiéis das religiões seleccionadas

Católicos romanos 33 693 462 Não declarados / 3 529 100

Ateus Ortodoxos 504 660 Protestantes 158 012 Outros 148 800

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Polacos 36 983 720 Não declarados /

indeterminados

Minorias nacionais

Alemã 152 897 Bielorussa 48 737 Ucraniana 30 957 Outras 41 456

Identidades regionais e minorias étnicas

Silesianos 173 152 Cassubianos 5 062 Romas 12 855

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Page 20: Sobre a Polska

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C   21 mm luty -2.1 °C   20 mm marzec 1.9 °C   23 mm kwiecień 7.7 °C   15 mm maj 13.5 °C   58 mm czerwiec 16.7 °C   70 mm lipiec 18.0 °C   68 mm sierpień 17.3 °C   61 mm wrzesień 13.1 °C   42 mm październik 8.2 °C   35 mm listopad 3.2 °C   41 mm grudzień -0.9 °C   32 mm

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C 21 mm luty -2.1 °C 20 mm marzec 1.9 °C 23 mm kwiecień 7.7 °C 15 mm maj 13.5 °C 58 mm czerwiec 16.7 °C 70 mm lipiec 18.0 °C 68 mm sierpień 17.3 °C 61 mm wrzesień 13.1 °C 42 mm październik 8.2 °C 35 mm listopad 3.2 °C 41 mm grudzień -0.9 °C 32 mm

Obroty na głównym rynku giełdy papierów wartościowych

2000 2005 2008 2009173873 202864 337355 358892

WIG201816 2655 1790 2389

Średnioroczna inflacja2000 2005 2008 200910,1 2,1 4,2 3,5

Stopa bezrobocia

2001 2004 2008 200917,5 19,4 9,5 11,9

Duração do dia

Precipitação

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C 21 mm luty -2.1 °C 20 mm marzec 1.9 °C 23 mm kwiecień 7.7 °C 15 mm maj 13.5 °C 58 mm czerwiec 16.7 °C 70 mm lipiec 18.0 °C 68 mm sierpień 17.3 °C 61 mm wrzesień 13.1 °C 42 mm październik 8.2 °C 35 mm listopad 3.2 °C 41 mm grudzień -0.9 °C 32 mm

Obroty na głównym rynku giełdy papierów wartościowych

2000 2005 2008 2009173873 202864 337355 358892

WIG201816 2655 1790 2389

Średnioroczna inflacja2000 2005 2008 200910,1 2,1 4,2 3,5

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2001 2004 2008 200917,5 19,4 9,5 11,9

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Dezembro Janeiro Fevereiro

18 Vida

4 Barbórka (O dia de Santa Bárbara), a santa

padroeira dos mineiros, é celebrado na Silésia: uma oportunidade única para ver milhares de mineiros.

É também nesta altura que começa o frenesim de compras e preparos na cozinha antes do Natal: uma forma óptima de esquecer a aproximação de mais um Inverno.

24 Véspera de Natal (Wigilia) Com uma gama

de pratostradicionais, que variam de casa para casa e de região para região, este dia é uma festa culinária que é preparada nas casas polacas com muita antecedência. Seguida por dois dias de visitas de familiares e de celebrações ligadas ao Natal (Boże Narodzenie) e ao dia de Santo Estêvão.

1 Ano Novo ( Nowy Rok) A compra de água pode

tornar - se um problema devido ao facto da maioria das lojas estarem fechadas.

6 Os Católicos praticantes celebram a Epifania

(Święto Trzech Króli). Uma semana após o início do ano novo e é já o segundo dia sem compras! Os Ortodoxos Russos celebram o seu Natal.

21 Dia da Avó Dzień Babci

22 Dia do Avô Dzień Dziadka

No último Sábado de Janeiro ou no primeiro Sábado de Fevereiro verá jovens vestidos com fatos elegantes. Este é um sinal da studniówka: uma tradicional organizada nas escolas aproximadamente 100 dias antes dos exames finais, que pouco a pouco vai se transformando num baile ao estilo americano, numa noite cheia de extravagância.

14 Dia de São  Valentim (Walentynki)

Uma importação recente. En-contrará casais apaixonados de mãos dadas nos centros co-merciais e nos grandes cinemas. A imaginação dos profissionais da restauração e dos hoteleiros irá libertar - se numa persegui-ção à invenção dos melhores pacotes para os apaixonados. A sua melhor escolha será boicotar festas em discotecas e em bares de forma a evi-tar confusão. A quinta - feira gorda (Tłusty Czwartek) é celebrada no último dia do carnaval. É nes-te dia que os Polacos enchemse de donuts (pączki). Encontrará grandes filas à frente de cada pastelaria.

A Quaresma (Wielki Post), inicia 40 dias antes da Páscoa.

O Ano polaco

Page 21: Sobre a Polska

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C   21 mm luty -2.1 °C   20 mm marzec 1.9 °C   23 mm kwiecień 7.7 °C   15 mm maj 13.5 °C   58 mm czerwiec 16.7 °C   70 mm lipiec 18.0 °C   68 mm sierpień 17.3 °C   61 mm wrzesień 13.1 °C   42 mm październik 8.2 °C   35 mm listopad 3.2 °C   41 mm grudzień -0.9 °C   32 mm

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C 21 mm luty -2.1 °C 20 mm marzec 1.9 °C 23 mm kwiecień 7.7 °C 15 mm maj 13.5 °C 58 mm czerwiec 16.7 °C 70 mm lipiec 18.0 °C 68 mm sierpień 17.3 °C 61 mm wrzesień 13.1 °C 42 mm październik 8.2 °C 35 mm listopad 3.2 °C 41 mm grudzień -0.9 °C 32 mm

Obroty na głównym rynku giełdy papierów wartościowych

2000 2005 2008 2009173873 202864 337355 358892

WIG201816 2655 1790 2389

Średnioroczna inflacja2000 2005 2008 200910,1 2,1 4,2 3,5

Stopa bezrobocia

2001 2004 2008 200917,5 19,4 9,5 11,9

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Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C 21 mm luty -2.1 °C 20 mm marzec 1.9 °C 23 mm kwiecień 7.7 °C 15 mm maj 13.5 °C 58 mm czerwiec 16.7 °C 70 mm lipiec 18.0 °C 68 mm sierpień 17.3 °C 61 mm wrzesień 13.1 °C 42 mm październik 8.2 °C 35 mm listopad 3.2 °C 41 mm grudzień -0.9 °C 32 mm

Obroty na głównym rynku giełdy papierów wartościowych

2000 2005 2008 2009173873 202864 337355 358892

WIG201816 2655 1790 2389

Średnioroczna inflacja2000 2005 2008 200910,1 2,1 4,2 3,5

Stopa bezrobocia

2001 2004 2008 200917,5 19,4 9,5 11,9

Março Abril Maio

época de morangos

época de espargos

o regresso das cegonhas do sul

os primeiros vegetais na Primavera

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8 Dia da Mulher (Dzień Kobiet)

Do calendário oficial comunista ainda permanece o dia mais querido. Os vendedores de flores aparecem por todas as cidades para atender às necessidades dos homens que querem surpreender as suas mulheres, as namoradas ou aquela alma solitária do departamento de recursos humanos.

21 O primeiro dia de Primavera, estabelecido

pelos alunos polacos, de forma não oficial, como o Dia de Vadiagem (Dzień Wagarowicza). Na maioria dos casos o programa de celebração inclui uma saída despercebida da escola, uma tentativa de compra de uma cerveja, um cigarro partilhado ao sol, pensando ao mesmo tempo nas maneiras de escapar ao castigo. Uma experiência verdadeiramente formativa.

1 Dia da Mentira (Prima Aprilis)

Páscoa (Wielkanoc) – Entre 22 de Março e 25 de Abril, o primeiro Domingo a seguir à primeira lua cheia da Primavera. Tal como o Natal, a celebração desta Festa varia de casa para casa, dependendo da tradição regional e do nível de empenho religioso. Na Segunda - feira de Páscoa certifique - se que leva botins e um casaco impermeável. E não é para protegê - lo da chuva, mas dos baldes de água atirados na sua direcção. A Segunda - feira Molhada (Lany Poniedziałek) é uma tradição pagã que sobreviveu os dois mil anos de cristianismo. Ninguém sabe qual é a origem deste costume, mas a verdade é que é suposto ficar bem molhado e dar uma molhadela aos outros.

1 Dia do Trabalho (Święto Pracy). Definitivamente um dia sem trabalho.

3 Dia da Constituição (Święto Konstytucji 3

Maja) – Uma antevisão das férias de Verão. Se o dia 1 de Maio for uma Terça - feira e o dia 3 de Maio uma Quinta - feira, cada Polaco pode ter nove dias de férias, tirando apenas três dias de folga no seu trabalho.

Em Maio há a matura, o exame final e,  ao mesmo tempo um rito de passagem para a idade adulta para cada Polaco educado.

26 Dia da Mãe (Dzień Matki) é um grande dia

na Polónia e é festejado de forma muito mais solene do que o Dia do Pai (Dzień Ojca), 23 de junho. Como explicação pode servir o facto de durante séculos os pais serem figuras distantes para as crianças – sempre no trabalho ou no campo de batalha.

365 dias e noites com uma nação que adora celebrar inde-pendentemente das circunstâncias económicas ou históri-cas.

Page 22: Sobre a Polska

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C   21 mm luty -2.1 °C   20 mm marzec 1.9 °C   23 mm kwiecień 7.7 °C   15 mm maj 13.5 °C   58 mm czerwiec 16.7 °C   70 mm lipiec 18.0 °C   68 mm sierpień 17.3 °C   61 mm wrzesień 13.1 °C   42 mm październik 8.2 °C   35 mm listopad 3.2 °C   41 mm grudzień -0.9 °C   32 mm

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C 21 mm luty -2.1 °C 20 mm marzec 1.9 °C 23 mm kwiecień 7.7 °C 15 mm maj 13.5 °C 58 mm czerwiec 16.7 °C 70 mm lipiec 18.0 °C 68 mm sierpień 17.3 °C 61 mm wrzesień 13.1 °C 42 mm październik 8.2 °C 35 mm listopad 3.2 °C 41 mm grudzień -0.9 °C 32 mm

Obroty na głównym rynku giełdy papierów wartościowych

2000 2005 2008 2009173873 202864 337355 358892

WIG201816 2655 1790 2389

Średnioroczna inflacja2000 2005 2008 200910,1 2,1 4,2 3,5

Stopa bezrobocia

2001 2004 2008 200917,5 19,4 9,5 11,9

Day Duration

20 ° C

Polish year

Junho Julho Agosto

colheita

época da cereja e de doces de cereja

época de maçãs

época de morangos

colheita de cogumelos asparagus season

20 Vida

21 Maio – 24 Junho

Pentecostes (Zielone Świątki) – 49 dias após o Domingo de Ramos e Corpus Christi (Boże Ciało) – 60 dias após a Páscoa são dias de folga para todos – Católicos ou não.

15 Dia das Forças Armadas Polacas ( Święto Wojska Polskiego)

Esta comemoração da Batalha de Varsóvia (1920) que parou a marcha dos bolcheviques direcção do Ocidente, coincide com a celebração católica da Assunção de Nossa Senhora (Wniebowzięcie NMP). É também o pico da temporada de férias, um dos treze dias durante o ano sem compras. As ruas estão vazias, as praias parecem ruas fervilhando com multidões de gente.

Normalmente os meses de Maio e Junho são os meses mais seguros no que diz respeito ao tempo. No entanto, as férias escolares (wakacje) começam no final do mês de Junho. Os meses de Julho e Agosto são época de praias lotadas (se o tempo o permitir) e de lamentos rituais sobre o estado da infra-estrutura nacional. De alguma forma as pessoas pensam que existe a possibilidade de transportar uma nação inteira na direcção do mar ou das montanhas e de evitar ao mesmo tempo um congestionamento de trânsito.

Page 23: Sobre a Polska

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C   21 mm luty -2.1 °C   20 mm marzec 1.9 °C   23 mm kwiecień 7.7 °C   15 mm maj 13.5 °C   58 mm czerwiec 16.7 °C   70 mm lipiec 18.0 °C   68 mm sierpień 17.3 °C   61 mm wrzesień 13.1 °C   42 mm październik 8.2 °C   35 mm listopad 3.2 °C   41 mm grudzień -0.9 °C   32 mm

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C 21 mm luty -2.1 °C 20 mm marzec 1.9 °C 23 mm kwiecień 7.7 °C 15 mm maj 13.5 °C 58 mm czerwiec 16.7 °C 70 mm lipiec 18.0 °C 68 mm sierpień 17.3 °C 61 mm wrzesień 13.1 °C 42 mm październik 8.2 °C 35 mm listopad 3.2 °C 41 mm grudzień -0.9 °C 32 mm

Obroty na głównym rynku giełdy papierów wartościowych

2000 2005 2008 2009173873 202864 337355 358892

WIG201816 2655 1790 2389

Średnioroczna inflacja2000 2005 2008 200910,1 2,1 4,2 3,5

Stopa bezrobocia

2001 2004 2008 200917,5 19,4 9,5 11,9

12 pm

6 am

6 pm

60 mm

40 mm

20 mm

Temperatura média diária

Precipitação

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

średnia temperatura średnie opady styczeń -3.3 °C 21 mm luty -2.1 °C 20 mm marzec 1.9 °C 23 mm kwiecień 7.7 °C 15 mm maj 13.5 °C 58 mm czerwiec 16.7 °C 70 mm lipiec 18.0 °C 68 mm sierpień 17.3 °C 61 mm wrzesień 13.1 °C 42 mm październik 8.2 °C 35 mm listopad 3.2 °C 41 mm grudzień -0.9 °C 32 mm

Obroty na głównym rynku giełdy papierów wartościowych

2000 2005 2008 2009173873 202864 337355 358892

WIG201816 2655 1790 2389

Średnioroczna inflacja2000 2005 2008 200910,1 2,1 4,2 3,5

Stopa bezrobocia

2001 2004 2008 200917,5 19,4 9,5 11,9

10 ° C

0 ° C

Setembro Outubro Novembro

época de maçãs

colheita de cogumelos

colheita de batatas

21

1 Os alunos do ensino básico e secundário regressam

à escola no dia 1 de Setembro, os estudantes das universidades no dia 1 de Outubro..

14 Dia do Professor ( Dzień Nauczyciela)

Os alunos favoritos dos professores e os seus pais dirigem-se na direcção das escolas com ramos de flores.

1 Dia de Todos os Santos (Dzień Wszystkich Świętych)

Mais um dia sem compras! Milhões de pessoas dirigem - se aos cemitérios em todo o país para homenagear os seus parentes falecidos. É também o início informal da temporada de casacos de pele para as mulheres polacas..

11 Dia da Independência (Święto Niepodległości)

Um dia de folga para todos (incluindo os vendedores nas lojas). Teoricamente o Inverno começa na altura do Natal, mas a primeira neve pode aparecer ainda em Novembro. Esta chega tarde e é relativamente leve no sudoeste, fixa - se e normalmente não desaparece até ao mês de Março no nordeste..

No Outono os Polacos estão ocupados compensando o tempo que passaram de férias. Há poucas razões para celebrar, os dias tornam - se mais curtos, por isso a melhor forma de passar o tempo de forma segura é tratando dos seus negócios dentro do seu escritório

Page 24: Sobre a Polska

A Língua

O polaco é falado por cerca de 50 milhões pessoas em todo o mundo, incluindo todos os cidadãos polacos e a diáspora na Europa e na América do Norte. As cidades de Lon-dres, Dublin e Chicago são as maiores aglo-merações de Polacos fora das fronteiras do país.

Esta é definitivamente uma das línguas que soam de forma fecha-da para o resto do mundo. Felizmente as palavras que descrevem as novidades tecnológicas, tais como radio, telewizja, komputer, telefon, para não falar da internet, na maioria dos casos parecem e soam de forma familiar. Os nomes de instituições tais como pocz-ta, biblioteka, restauracja ou hotel são igualmente compreensíveis. Adicione às mesmas o vocabulário influenciado pelo francês ou latim na vasta área de humanidades, medicina e política: filozofia, migrena, parlament. Devemos agradecer às pessoas que reinventa-ram o polaco como uma língua moderna nos séculos XIX e XX e que gentilmente decidiram não construir os equivalentes polacos para as várias importações e novidades, tal como foi o caso da Finlândia, onde o telefone é chamado de puhelin. Felizmente há equivalentes polacos e internacionais para algumas palavras. Pode escolher entre ser avaliado por um doktor ou lekarz, ver um spektakl ou przeds-tawienie de teatro.

É possível traçar diferentes influências culturais na Polónia pela proveniência das palavras. Por exemplo grande parte do vo-cabulário relacionado com a cultura cívica tem origem alemã, de-vido ao facto deste ser importado na Idade Média juntamente com o know - how da fundação e administração das cidades, por exemplo ratusz (câmara municipal, decorrente de Rathaus) ou burmistrz (presidente da câmara, proveniente da palavra Bürgermeister). Na-turalmente hoje em dia o inglês é a maior influência, com palavras como blog, hipster, hamburger e modem que de repente fazem parte da corrente principal, para horror dos puristas.

As coisas podem piorar (para si) quando tentar descodificar as palavras que descrevem assuntos quotidianos e familiares. A maio-ria deles é descrito com nomes antigos que soam de forma familiar apenas para os Europeus que falam outras línguas eslavas, tais como o checo, eslovaco e esloveno e para os cidadãos dos países bálticos que ainda se lembram do russo obrigatório nos tempos escolares. Que tal uma fatia de chleb? Ou um copo de woda? Confundido? Foi

22 Vida

Page 25: Sobre a Polska

Estes são os sinais diacríticos usados apenas no alfabeto polaco. Alteram consideravel-mente a pronúncia das letras latinas. O Ą soa como algo

semelhante ao ‘ão’ portugês; as consoantes Ć, Ś e Ź são versões mais suaves, como se fossem pronunciadas por um bebé, do C, S e Z; o Ż soa

como o G na palavra “girafa” ou ”girassol”; o Ł deve ser pro-nunciado como o W na pala-vra inglesa ‘Wimbledon”.

apenas pão e água. Se for demasiado tímido para tentar o seu polaco, sempre pode pedir sushi e wino, mas às vezes a escolha não existe. Quando viajar de Kraków para Warsaw pode apanhar o pociąg, o sa-mochód ou o samolot – o comboio, carro ou avião. Ao passear pelo miasto (cidade), pode ir pela ulica (rua), passar um dom (casa) com um sklep (loja) no rés - do - chão, para chegar a um plac (praça, esta designação deve soar de forma familiar para os Europeus do Norte) ou a um rynek (praça do mercado). Aí encontrará um mężczyzna (homem) ou uma kobieta (mulher) para tomar uma kawa (café – esta foi fácil) ou uma herbata (chá, não necessariamente à base de ervas) e escapar - se para a wieś (o campo) para admirar a krowa (vaca) e fugir de um pies (cão) feroz. Após um dzień (dia) cheio de aventuras vem a noc (noite) tranquila para chegar à última página desta książka (livro).

Algumas regiões foram palco de um renascimento de dialectos locais, de alguma forma reprimidos ou petrificados durante o regi-me comunista. Os Cassubianos no norte e os Silesianos (Ślązacy) no sul reivindicam que os seus dialectos devem ser suficientemente distintos para serem tratados como línguas separadas e não dialec-tos. O compromisso oficial é que estes são denominados de ”línguas regionais” ou ”etnolectos”. A diferença entre estes e o polaco nor-mal não será perceptível para o seu ouvido (apesar dos Checos e os Alemães poderem ouvir muitas palavras comuns no Silesiano), mas notará sinalética dupla em polaco e Cassubiano, falado por umas 50 mil pessoas e ensinado a cerca de 10 mil alunos na região a Oeste da

“Tricidade” e ao longo da costa do Mar Báltico a partir de Gdańsk até à cidade de Łeba. No sul a língua regional silesiana é falada por pelo menos 60 mil pessoas, ensinada em escolas e falada na rádio e televisão local.

A Língua 23

Page 26: Sobre a Polska

Os Grupos Étnicos

98% dos cidadãos declaram que a sua nacio-nalidade é polaca, porém encontrará muitos grupos étnicos diferentes que contribuem para o panorama cultural da Polónia mo-derna e as cidades tornam-se cada vez mais multiculturais. Na realidade para a Polónia este é um regresso ao estado normal. Antes da Segunda Guerra Mundial cerca de 30 % da população era constituída por nacionali-dades diferentes da polaca: Judeus, Ucrania-nos, Bielorussos, Alemães.

Se analisarmos os números oficiais, os Alemães são a maior mi-noria na Polónia, constituindo cerca de 150.000 cidadãos polacos. A maioria deles mora na Silesia, na cidade e nos arredores da cidade de Opole. Esta região esteve sempre dividida entre a Polónia e a Ale-manha passando de mãos para mãos ao longo dos séculos. Actual-mente, tendo sido a fronteira redesenhada completamente no ano 1945, esta encontra-se precisamente no meio da Polónia do sul. Algu-mas aldeias são quase exclusivamente alemãs, não apenas pela língua (repare na sinalética dupla), mas também pelo seu aspecto, fileiras de casas limpinhas com a relva à frente das casas bem aparadinha. A minoria alemã é grande o suficiente para ter lugares no parlamento nacional e para executar o poder local em muitas partes da região.

No leste da Polónia existe uma presença natural de nacionalida-des oriundas do outro lado da fronteira: Bielorussos, Ucranianos e Li-tuanos. Curiosamente pode ver cúpulas de igrejas Ortodoxas tam-bém na parte ocidental do país, devendo-se ao facto de milhares de bielorussos terem encontrado o seu novo domicílio junto à fronteira alemã após a Segunda Guerra Mundial. O mesmo aplica-se à mino-ria dos Lemkos, que habitavam as montanhas Bieszczady no sudeste. Muitos deles foram forçados pelo regime comunista a mudar-se para o oeste. A cultura e a arquitectura dos Lemkos tem passado recente-mente por um processo de renascimento. Em 2008 a vila Bielanka recebeu oficialmente um segundo nome Lemko – Бiлянка.

Quando viajar pela Polónia não fique surpreendido ao encontrar um Grego. Houve muitos comunistas que fugiram da Grécia após o golpe de estado há cerca de quarenta anos atrás e acabaram por ficar e estabelecer famílias. A ciade de Szczecin é provavelmente a ci-dade mais grega neste país.

24 Vida

Page 27: Sobre a Polska

A imigiração recente complicou o trabalho dos estatísticos, mas ao mesmo tempo tornou-o interessante para tudo o resto. Por exem-plo, oficialmente há 27.172 cidadãos polacos com descendência ucra-niana. Mas ninguém sabe ao certo quantos ucranianos vivem real-mente na Polónia e regressam ao país de origem apenas para renovar os seus vistos. As ONGs estimam este número entre 100.000 e 200.000.

Em Varsóvia irá reparar numa grande presença de vietnami-tas, que rapidamente se tornaram a maior minoria na cidade. Ofi-cialmente os números falam em 1000 membros desta minoria, na realidade devem ser uns 20.000 a 40.000, como pode ser observado pela proliferação dos restaurantes vietnamitas. A sopa pho até foi votada recentemente como um dos pratos mais típicos de Varsóvia. Ao mesmo tempo a capital é um destino natural para os imigrantes e expatriados de todo o mundo, desde nigerianos a russos, espanhóis a indianos.

Oficialmente habitam na Polónia cerca de 12.000 Roma (ciganos romani). Muitos deles foram forçados a estabelecer-se e a aceitar empregos em fábricas no tempo do comunismo, daí uma grande presença dos mesmos em cidades industriais, tais como Nowa Huta, Mielec ou Puławy e nas maiores cidades. Estima-se que 30% das crian-ças ciganas na Polónia não frequenta a escola, mas por outro lado há projectos pioneiros, tais como livros Roma e programas educa-cionais dedicados. Em muitas das cidades polacas os membros mais ricos desta comunidade são conhecidos pelas casas deslumbrantes que constroem. O bairro cigano na periferia leste da cidade de Poz-nań está a tornar-se numa espécie de atracção turística alternativa.

Um restaurante vietnamita em Varsóvia, um exemplo das deze-nas deles que surgiram dentro da cidade durante a última década.

25

Page 28: Sobre a Polska

A Religião

De acordo com as estatísticas oficiais, 34,6 milhões dos 38 milhões cidadãos pola-cos são membros de algum grupo reiligioso. Mais de 33 milhões são Católicos Romanos.

Os laços entre a nação e a sua religião principal foram reforçados após a Segunda Guerra Mundial e mais tarde nos anos setenta quando as igrejas e as instituições católicas se tornaram lugares de resistência ou pelo menos de uma ruptura com a omnipresença do estado comunista. A presença do Papa João Paulo II no Vaticano e as suas visitas ao país de origem tornaram-se fonte de força para os Polacos – religiosos ou não. Como resultado deste ressurgimento religioso, entre os anos 1976 e 1989 foram construídas cerca de 2000 igrejas. Deixando as estatísticas à parte, a relação entre a Igreja e a nação é mais complexa. Há vários níveis de empenho dentro desta maioria. O facto de ser baptizado não siginifica necessariamente ser um Católico devoto. Quando os Polacos são questionados sobre as suas escolhas morais, muitas vezes discordam com a posição oficial da Igreja. Nas grandes cidades, como Varsóvia ou Łódź, o compa-recimento na Missa dominical tem dimunido gradualmente. Uma coisa é certa, os Polacos estão muito ligados aos seus rituais e assim o demonstram com ansiedade no Natal e na Páscoa e durante os ritos de passagem, tais como casamentos, baptizados, primeiras comunhões ou funerais. Em algumas das maiores cidades os bispos são figuras públicas importantes (por exemplo o bispo Stanisław Dziwisz em Kraków, o ex-secretário pessoal do Papa João Paulo II) e é díficil imaginar a abertura de uma nova escola ou de um novo troço de auto-estrada sem a sua presença.

Apesar dos outros grupos religiosos serem relativamente peque-nos comparando com a maioria católica em escala de todo o país, um Protestante ou Ortodoxo Russo não tem dificuldade em encontrar um templo nas maiores cidades. Às vezes este é um sinal de uma comunidade local viva, às vezes um testemunho do passado multi-cultural da cidade, tal como tem lugar na cidade de Łódź, que antes da Segunda Guerra Mundial era chamada de “cidade de quatro re-ligiões”. Há poucas mesquitas e sinagogas em funcionamento, mas o seu número tem crescido ao longo dos últimos anos. O plano de construção de uma nova mesquita em Varsóvia provocou uma tem-pestade na imprensa local. No entanto, há cidades e regiões na Poló-nia onde os não Católicos Romanos constituem um grupo numeroso. Um dos exemplos pode ser a cidade de Białystok e os seus arredores, onde as férias escolares contam a dobrar devido a uma grande co-munidade Ortodoxa. No extremo sul do país, perto da fronteira com

26 Vida

Page 29: Sobre a Polska

Católicos Romanos

A vida da maioria religiosa na Polónia gira em torno de desti-nos de peregrinação popula-res, tais como este, construído em Łagiewniki (um bairro de

Kraków), onde é adorada a Santa Faustina Kowalska. O mosteiro paulino na Jasna Góra em Częs-tochowa com o ícone célebre da Virgem Negra (cuja miniatura foi

usada pelo Lech Wałęsa na sua lapela) continua a ser o coração do Catolicismo Romano polaco.

a República Checa, nos arredores de Cieszyn e nos vales das monta-nhas do Beskid, existe uma comunidade protestante viva.

27

Page 30: Sobre a Polska

A ReligiãoReligião Ortodoxa >1

A minoria ortodoxa é particular-mente visível nas margens orien-tais do país, dentro e nos arredo-res da cidade de Białystok.

1

2

28 Vida

Page 31: Sobre a Polska

Protestantismo >2

A maior comunidade Protestan-te mora na região à volta da cida-de de Cieszyn, no sul da Polónia.

Islão >3

Historicamente, o Islão foi re-presentado pela minoria tártara no leste.

Judaísmo >4

O Judaísmo tornou - se quase inexistente na Polónia após o Holocausto, mas nos últimos anos observou - se um renasci-mento.

3

4

29

Page 32: Sobre a Polska

A Polónia está situada entre a zona de clima temperado da Europa Ocidental e a do clima continental do Leste, respon-sável por Invernos rigorosos e Verões quentes. Isto significa

uma entusiasmante variedade de fenómenos naturais: uma súbita explosão de vegetação na Primavera ou o chamado Outo-no dourado polaco. Isto também significa que os nossos estilos de

vida, guarda-roupas e arquitec-tura tem de ser adequados tanto para –20 graus negativos quanto para +35 graus.

Clima30 Vida

Page 33: Sobre a Polska

Há alguns anos atrás, ao contemplar o que levar para a Polónia para umas férias de inverno, um famoso britânico perguntou se realmente existiam ursos polares no país. Não, caro leitor, não existem ursos polares na Polónia, para além de, talvez, alguns bas-tante solitários no jardim zoológico. Todavia, faz frio.

Então, o que trazer em termos de vestuário? O Verão, que muitas ve-zes parece começar muito forte em Maio e depois acalma em Junho e Julho, antes de voltar com um glorioso, mas por vezes muito bre-ve, avivamento em Agosto e Setembro, pode ser glorioso, mas dada a mudança climática e outros factores não é tão previsível como já foi. No inverno, porém, as temperaturas podem descer abaixo dos zero graus (Celsius) e no Nordeste do país pode até mesmo chegar tão baixo quanto -25 graus,- e os ventos podem doer, por isso um grande casaco quente e umas botas/sapatos decentes serão essen-ciais. Luvas, chapéus, cachecóis também podem desempenhar um papel aqui, entre finais de Outubro e meados de Março.

Elegância de alfaiataria, um vício bastante polaco, muitas vezes pode simplesmente sair da janela nas profundezas do inverno, mu-lheres elegantes vagueando encapsuladas desde os pés à cabeça no que parecem ser sacos de dormir. Quando emergem, as mulheres polacas transformam - se, claro, em borboletas.

A maioria dos homens, naturalmente, não se importam, mas os ventos são tão frios para eles como para as nossas queridas borbo-letas, e também para eles pode fazer jeito um casaco quente. A neve pode também destruir até mesmo o melhor par de ténis, de expe-riência pessoal amarga: traga botas quentes, de preferência forra-das, talvez até com pelo de urso polar, quem sabe?

31

Page 34: Sobre a Polska

Quem é que está a falar? Não se deve surpreender ao ouvir Elizabeth Taylor ou Kate Winslet soarem como um lobo fingindo ser uma avó. Quase todos os progra-mas estrangeiros são dobrados por um locutor que lê todo o diálo-go com uma só voz. Os locutores, conhecidos como lektorzy, aqui são celebridades de áudio com algumas vozes firmemente ligadas a determinados programas. Alguns canais estavam a tentar desafiar esse costume através da introdução de legendas, mas mais cedo ou mais tarde tiveram que voltar aos velhos tempos, forçados por car-tas de telespectadores insatisfeitos e quedas acentuadas nos ratings.

Sinta o calor Nós sabemos o que é um verdadeiro inverno e aprendemos a abusar do aquecimento central em todas as ocasiões possíveis. Não se sur-preenda ao encontrar as nossas casas, escritórios e lojas extraordina-riamente superaquecidos, apesar dos reduzidos recursos. Mudança climática? Que mudança climática? Estavam -10 esta manhã.

A linguagem secreta de beijarO código do beijo polaco é muito vago e liberal. Quando está a cum-primentar um amigo pode trocar entre um a três beijos, o número exacto é uma questão de julgamento pessoal. Os beijos são trocados mais avidamente entre as mulheres, com mais relutância entre uma mulher e um homem. Entre os homens um aperto de mão ou um abraço é o suficiente, excepto para parentes próximos ou amigos muito, muito bons ou de longa data. Um beijo na mão da mulher é visto por alguns como um sinal de cavalheirismo antiquado, por outros como repugnante e incivilizado.

Turco O chamado café turco, pouco a pouco afastado pela omnipresença de máquinas de café expresso, costumava ser o café apropriado para um polaco normal. Se quiser experimentar a infusão espessa, forte, vagamente reminiscente do café turco, procure “kawa po turecku” (café à turca) nos menus ou surpreenda um empregado de mesa num restaurante chique, pedindo para lhe trazer um.

De limãoNa Polónia tomar chá com leite é considerado uma extravagância inglesa. A maneira apropriada é colocar uma fatia de limão dentro do chá.

Dos & Don’ts32 Vida

Page 35: Sobre a Polska

A minha caswa é a minha Mesquita Certifique-se de usar meias bonitas! Oficialmente, considera-se uma gafe tirar os sapatos ao visitar a casa de alguém, mas você pode ser pedido para fazê-lo em muitas casas, especialmente na zona rural.

Sussurros polacosCuidado italianos, espanhóis, gregos e outros mediterrâneos de san-gue quente! Em funções familiares os polacos podem realmente ser muito ruidosos, mas levantar a voz num restaurante, no comboio ou na rua, surge muitas vezes como rude ou como um acto de busca de atenção desesperada.

“Não” nem sempre significa nãoEstá incorporado no fundo da psique da nação que se considera como rude responder muito entusiasticamente a uma oferta de uma bebida ou um lanche. A primeira resposta é geralmente “nie, dzięku-ję” (não, obrigado), não importa quanta fome ou quanta sede se tem. Este será, sem dúvida, seguido pela repetição da oferta (może jed-nak?), para o qual você estará autorizado a responder com um hesi-tante “poproszę” (sim, por favor), acompanhado por muitos talvez, obrigado e desculpas.

Empanturre - se Quando pensa que já terminou de comer o que de início tão educa-damente recusou comer, ser - lhe - á oferecido ainda mais, e mais. O ri-tual será repetido. Recusar pelo menos uma colherada extra será provavelmente considerado como uma ofensa.

Etiqueta em se sentar No transporte público, nas salas de espera, lounges de aeroportos, nos salões de hotéis - onde quer que esteja e não haja lugares de vago, mantenha os olhos abertos e certifique-se que oferece o seu lugar a uma mulher (a menos claro que você seja uma), um idoso, uma pes-soa com deficiência, uma mulher grávida ou uma mulher com um bebé. Uma em cada dez pessoas que irá considerar como idosa pode ofender-se sendo que alguns ainda gostam de pensar em si como pessoas de meia-idade, mas as restantes irão apreciar a sua cortesia.

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Quando viajo pela Polónia e sinto vontade de comer alguma coisa, quando estou, por exemplo, em Kaszuby, no norte da Polónia, não procuro nenhuma pizzaria ou restau-rante com cozinha de Podhale no sul, mas um lugar que oferece pratos típicos de Kaszuby. Da mesma forma, nas montanhas, evito locais com comida de Wielkopolska (região ao redor de Poznań), porque quero comer algo de Podhale.

Ao longo da última dúzia de anos, ou mais especialmente após a adesão da Polónia à União Europeia, a Polónia tem vivido um re-nascimento da cozinha regional. Antes de nos juntarmos à UE, foram realizados vários debates acalorados sobre o receio de perdermos a identidade nacional, no entanto o resultado foi exactamente o contrário. Com a possibilidade de registo dos produtos regionais, concedida pela legislação da UE, as especialidades locais testemu-nharam um renascimento – voltamos aos métodos tradicionais de cultivo e produção. Se alguém sente vontade de provar pratos regio-nais, terá essa possibilidade em quase todos os lugares da Polónia.

A cozinha polaca abunda em pratos requintados e especialidades regionais. Provavelmente a iguaria polaca mais famosa é um queijo de ovelha chamado “oscypek”. Mas também temos kiszka ziemnia-czana, que se assemelha a uma salsicha, mas é recheada com batata ralada come bacon; piróg biłgorajski que por sua vez lembra um paté, feito com batatas e sêmolas de trigo - sarraceno com um pouco de queijo branco azedo ou żurawinówka, álcool denso de Oxicoco. Na região de Lublin, poderá também provar um excelente doce de amei-xa. Para além disso, recomendaria todos os tipos de cereais (kasza), um elemento muito característico da nossa cozinha e popular em um número limitado de lugares na Europa. Somos também um dos poucos países do mundo onde o hidromel (o álcool mais antigo da nossa civilização) é produzido numa escala considerável. A mudan-ça climática, permite novamente o cultivo de vinho. Surgem cada vez mais vinhas não só em Podkarpacie (Subcarpácia), mas também na área da Jasło e Dolny Śląsk (Baixa Silésia). Já tive a oportunidade de beber um gole de vinho gourmet dos arredores de Wrocław.

Robert MakłowiczConhecedor de comida, autor de livros de gas-tronomia e Cozinheiro Chefe na TV

Gastronomia34 Vida

Page 37: Sobre a Polska

Desde as montanhas no sul até ao mar no norte, a cozinha polaca varia de região para região. Nos últimos anos temos assistido a um aumento de interesse em receitas e ingredientes locais. Os-

cypek >1 é um queijo defumado feito de leite de ovelha salgado exclusivo das Montanhas Tatry e é um produto protegido sob o regulamento da UE relativo às

indicações geográficas e denomi-nações de origem.

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Page 38: Sobre a Polska

Food

36 Vida

Page 39: Sobre a Polska

Tendo vivido por um tempo na zona rural polaca, apre-ndi a cozinhar com o que era local, fresco e disponível: combinações exclusivamente polacas de carne e frutas se-cas, de cogumelos selvagens e kasza (sêmola), de sopas azedas e chouriço, de com-potas caseiras e pickles, tudo isso fazia sentido em um lugar abundante em ameixas, abundante em caça, com flo-restas cheias de cogumelos exóticos e ovos tão frescos que ainda tinham penas pre-sas às cascas.

Anne Applebaum – SikorskaJornalista e escritora, vencedora do prémio Pulitzer, esposa do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia Radosław Sikorski. Publicou Gulag e um diário de viagem Między Wscho-dem a Zachodem (Entre Leste e Oeste), prestes a lançar um livro de receitas da cozinha polaca

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Page 40: Sobre a Polska

Como se mover

As redes rodoviária e ferroviária polacas diferem de região para região. O melhor é confirmar com um habitante local antes de escolher a melhor forma de ir do ponto A ao ponto B: avião, comboio ou carro.

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38 Vida

Page 41: Sobre a Polska

De carro

Uma jornada rápida pela Polónia, de leste a oeste ou de oeste a leste, tinha sido anteriormente um privilégio de alguns dos maiores e dos me-nos agradáveis exércitos ao longo da história. Graças à construção de uma rede de auto-estradas e vias expressas modernas, a ligação da rede rodoviária polaca com as rotas transeuropeias de transportes, também irá ser em breve um prazer para todos.

A nova estrutura será baseada na auto-estrada A1 da Tricidade (Gda-ńsk, Gdynia, Sopot) no norte até à fronteira da Polónia com a República Checa, a A2 da fronteira da Polónia com a Alemanha até à fronteira da Polónia com a Bielorrússia (de Świecko/Frankfurt até Terespol/Brest), e a A4 da fronteira alemã até à fronteira ucraniana (de Zgorzelec/Gör-litz até Korczowa).

Em 2012, a Polónia conseguiu colocar em funcionamento mais de 230 km de rodovias e 160 km de vias expressas. A extensão de 90 km da A2 entre Łódź e Varsóvia foi aberta apenas a tempo para o campeonato de Futebol UEFA EURO 2012, ligando finalmente a capital polaca à rede rodoviária europeia.

No próximo período, o Programa Nacional de Construção de Estra-das para 2011-15 em breve disponibilizará verbas para a construção de mais estradas. Nos actuais 1060 km de estradas (dos quais 381,8 km são auto-estradas (A1, A2 e A4) e 600 km (em 39 secções) são vias expressas) bem como a actual construção de dois novos aeroportos.

De Novembro de 2007 a Setembro de 2012 foram assinados contra-tos para a construção de 2111 km de estradas: 783 km de auto-estradas e 1328 km de vias-expressas, desvios e outras obras. Foram assinados contratos de forma tradicional para 615 km de auto-estradas, enquanto que 168 km foram assinados em Parcerias Público-Privadas.

A rede de auto-estradas é mais desenvolvida no sentido leste-oeste, a A4 liga a fronteira alemã (em Görlitz / Zgorzelec) até Wrocław, Ka-towice e Kraków e mais longe a leste, na direcção da Ucrânia.

Mas apesar desses grandes investimentos a rede rodoviária polaca continua ainda subdesenvolvida e algumas das grandes cidades, como Poznań e Wrocław ou Wrocław e Łódź, estão ligadas através de estradas de duas pistas permanentemente congestionadas. Em algumas destas rotas, é aconselhável consultar a informação local e escolher em vez de um carro um comboio ou um avião.

A gasolina na Polónia é uma das mais baratas na UE: 5,60-6,0 zł (€ 1,50) por litro (segundo dados de Setembro de 2012).

Os serviços de autocarros operam em todo o país, completando os comboios no leste e no norte, onde a rede ferroviária é escassa. Mesmo que os autocarros já não sejam operados pelo monopólio estatal PKS, esta sigla é quase um sinónimo de uma estação de autocarros (“Dworzec autobusowy”) no país inteiro.

A infra - estrutura rodoviária está a progredir rapidamente graças aos fundos europeus e aos enormes investimentos do governo. Em breve, será possível

atravessar o país de leste a oeste na A4 ou A2, e de norte a sul na A1.

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Page 42: Sobre a Polska

De avião

Se viajar do exterior para a Polónia, o mais provável é chegar ao Aero-porto Chopin de Varsóvia (WAW), sendo que esse é o maior centro aéreo na Polónia. Funciona com cerca de 9 milhões de passageiros por ano, ou 42% do tráfego na Polónia, dos quais 90% é internacional. Actualmente, administra voos regulares para quase 90 destinos no mundo inteiro, sendo Londres e Frankfurt os mais populares. O aeroporto Chopin ago-ra também tem um irmão mais novo sob a forma de Varsóvia-Modlin (WMI), servindo transportadoras de baixo custo, charters e algumas companhias de aviação gerais.

Os aeroportos regionais são os que tomam uma parte cada vez maior do mercado de Varsóvia, têm experimentado um crescimento sem precedente nos últimos anos, servindo cada vez mais destinos in-ternacionais. Kraków e Gdańsk estão a competir pelo segundo lugar depois de Varsóvia.

Ainda assim, a maioria do tráfego doméstico passa por Varsóvia, com quase um milhão de passageiros por ano. Os serviços regulares operam para Bydgoszcz, Gdańsk, Katowice, Kraków, Poznań, Rzeszów, Szczecin e Wrocław.

As mais populares entre as mencionadas cidades são Gdańsk e Wro-cław, o que faz sentido uma vez que o voo de 50 minutos, mesmo com o trajecto de e para o aeroporto e a espera no mesmo, bate a viagem de comboio pela metade. Para Szczecin e Rzeszów, faz ainda mais sentido. Apesar de voar ao redor do país se ter popularizado recentemente, um voo doméstico é sempre uma grande oportunidade para conhecer de-putados polacos e outras personalidades importantes (mas não ricas o suficiente para voar num jacto privado).

Como se deslocar

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40 Vida

Page 43: Sobre a Polska

>1 Longe estão os dias em que voar para o exterior significava uma viagem obrigatória para o aeroporto Chopin de Varsóvia. Os aeroportos regionais estão a desenvolver-se rapidamente,

a oferecer cada vez mais liga-ções e cada vez mais directas para as cidades europeias.

>2 A rede ferroviária é particu-larmente densa nas zonas oeste e sul do país, mas Varsóvia tem ligações mais rápidas para ou-tras grandes cidades.

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De comboio

A maioria das ligações rápidas operadas por Intercity passam por Varsóvia, fa-zendo da sua estação principal, Varsóvia Central, a estação mais movimentada na Polónia, servindo mais de 20 milhões de passageiros por ano. A viagem de Varsóvia para Kraków, Katowice e Poznań dura menos de 3 horas.

Os comboios EuroCity de Varsóvia para Berlim, de Gdynia/Gdańsk para Berlim e de Katowice para Viena também fazem sentido. Esses comboios são confortáveis e consideravelmente mais baratos do que um avião, realizando uma viagem de 5,5 horas. Intercity foi sábio o suficiente para não se livrar das carruagens de jantar a fim de poupar custos. Os seus restaurantes sobre rodas são um verdadeiro tesouro, com assentos confortáveis e um menu que consiste em refeições frescas preparadas na hora a bordo.

Hoje em dia o sistema ferroviário é um grande foco de construção e neste estado de revolução permanente, os comboios aceleram e desaceleram, o mate-rial circulante varia em qualidade, e a tarifa ainda está longe do compreensivo, mas isso está a melhorar.

Mais de 2.600 km de caminhos-de-ferro novos foram estendidos na Polónia entre o final de 2007 e Junho de 2012. PKP Polskie Linie Kolejowe fez o seu me-lhor para fazer os caminhos ferroviários polacos tão eficientes e seguros quanto possível durante o Euro 2012. Os investimentos mais importantes foram a mo-dernização das linhas Varsóvia - Gdańsk, Poznań - Gdańsk e Poznań - Wrocław.

Outro investimento importante foi a nova ligação estabelecida do centro de Varsóvia para o aeroporto Chopin de Varsóvia (incluindo um túnel de 2 km) e a renovação das, até então, negligenciadas principais estações de Varsóvia, Gdynia, Katowice, Poznań e Wrocław.

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Desporto

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O desporto é citado como sendo o passatempo favorito de 9% dos polacos, logo seguido de en-tretenimento caseiro, cinema, refeições e turis-mo. Estes são maioritariamente fãs de futebol, que visitam os estádios e pagam pela TV via satélite para se manterem actualizados com os últimos resultados. O futebol e o desporto automóvel continuam a ser as disciplinas mais populares, até que se verifique um aumento repentino no interesse por uma equipa polaca ou um atleta polaco gozarem de um sucesso estrondoso. Este foi o caso recentemente com o vólei feminino (as “meninas de ouro”) e o salto de esqui (graças a inúmeras vitórias de Adam Małysz em torneios mundiais e as suas quatro medalhas olímpicas). Ao mesmo tempo, o fitness, a saúde e o bem - estar estão a tor-nar - se o foco principal da nação. Esta é uma boa notícia não só para as empresas farmacêu-ticas. O hábito de correr está a percorrer o país, sendo um centro de desportos aquáticos um projecto ambicioso e emblemático de cada presidente de câmara municipal nas grandes cidades e o número de pessoas que escolhem a bicicleta como meio de transporte diário está a crescer rapidamente.

>1 Uma versão moderna de um Sleigh Ride (conhecido como “passeio de trenó”) nas monta-nhas polacas.

>2 Os lagos e a costa polaca atraem surfistas de todo o país. A península de Hel e Łeba são os destinos mais populares para os praticantes de windsurf e kitesurf.

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Travel

Desporto

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Page 47: Sobre a Polska

Zalew Zegrzyński, um lago artificial no norte de Varsóvia, é um centro de desportos aquáticos no Verão e uma improvisada pista de patinagem no gelo no Inverno.

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Travel

Desporto

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O Verão polaco às vezes começa em Maio e os polacos ansiosamente usufruem da primeira oportunidade para fugir para as praias do Báltico.

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Page 50: Sobre a Polska

Euro 2012Desporto

Varsóvia

A cerimónia de abertura teve lugar no Estádio Nacional (Sta-dion Narodowy). A arena de 55.000 lugares foi construída

directamente sobre o antigo Estádio Centenário. O estádio é projectado para se parecer com uma cesta de vime, envolta em panos leves de malha em branco e vermelho, as cores da

bandeira polaca. A torre de aço de 80 tonelada e de 70 metros que se encontra acima do relva-do foi feita em Poznań, enviada para Varsóvia em três pedaços e montada no lugar.

48 Vida

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Euro 2012 – o terceiro maior evento desportivo do mundo – foi a maior empresa de investimento - organizacional na história polaca. Tendo como anfitriões a Polónia e a Ucrânia entre 8 de Junho e 1 de Julho de 2012, o evento foi uma grande atracção para visitantes de toda a Europa. No entanto, o Euro 2012 foi mais do que um torneio de futebol. constituiu também Foi um projecto gigante de infra-estrutura, organi-zacional e social, contribuindo largamente para o desenvolvimento do país. Todos os polacos foram anfitriões, mostrando o novo rosto do país e celebrando juntos.

De acordo com a Nation Brand 100, uma pesquisa do Brand Finance Institute, graças ao evento, a Marca Polónia (Brand Poland), subiu quatro lugares para o 200 em um ranking global de conhecimento de marcas, uma mudança que aparente-mente vale cerca de 1 bilião PLN. O valor da Marca Polónia cresceu 74% no ano, tendo sido esse o maior crescimento a nível mundial.

Também foram registados recordes naz zonas de fãs durante o Euro 2012, com 3,2 milhões de pessoas a passar por lá durante o torneio inteiro. Os recordes con-tinuaram no próprio evento, com 3,2 milhões de pessoas a visitar a Polónia e mais de 650 000 visitantes de 110 países nos estádios da Polónia, gastando quase 1 bilião PLN. De acordo com a previsão de pl.2012, dos 15 países europeus que participam no torneio, 220 milhões de pessoas assistiram - no na internet.

A pesquisa da PSB (Penn Schoen Berland), mostrou que 85% dos estrangeiros consideraram a parte polaca do torneio muito boa, e 92% disseram que o ambiente foi muito bom. Quase 8 em cada 10 turistas estrangeiros durante o Euro 2012 disse-ram que planeavam voltar ao país, e 92% disseram que recomendariam a Polónia aos seus amigos como um destino turístico.

Uma pesquisa da PSB sobre os polacos mostrou que 71,4% acreditam que os pre-parativos para o torneio tenham ajudado a desenvolver as infra - estruturas e me-lhorar a qualidade de vida. 72% dos polacos afirmaram que o período preparatório também levou a um maior crescimento económico. Nove em cada 10 polacos decla-raram que estavam orgulhosos por a Polónia ter preparado e realizado o Euro 2012.

O Relatório de Impacto sobre a influência do Euro 2012 na economia polaca, ela-borado por cientistas da Escola de Economia de Varsóvia (SGH), da Universidade Jaguelônica (Uniwersytet Jagielloński) e da Universidade de Łódź – reportou que a organização do Euro 2012 vai trazer à Polónia 500.000 turistas por ano, acrescen-tando 4 biliões PLN ao PIB da Polónia em 2020.

O primeiro-ministro Donald Tusk, ele próprio um fã de futebol é um jogador ávido, deu muita importância à construção de cerca de 3.500 campos de futebol em pequenas cidades e aldeias por todo o país, onde principiantes de futebol con-correm pela Taça de Donald Tusk em campos chamados de orliki.

Para mais informações ver 2012.org.pl

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Sports

Gdańsk >1

O segundo maior estádio do Euro 2012 da Polónia foi o PGE Arena de Gdańsk com uma capacidade de 44.000 lugares. A forma e a cor do estádio, en-feitado com painéis translúcidos, pretendem âmbar. A PGE Arena ilumina Letnica, um bairro até então negligenciado próximo do porto.

Wrocław >2

O estádio, localizado a oeste do centro da cidade, perto do aeroporto, foi projectado por JSK Architekci, os arquitectos do Estádio Nacional de Varsóvia. O estádio de Wrocław de 42000 lugares, tal como o Arena PGE, foi projectado para brilhar no es-curo, mudando de cor conforme o carácter do evento.

Poznań >3

Poznań foi a primeira das cida-des - anfitriãs polacas a com-pletar a construção do lugar do evento para o Euro 2012, uma versão actualizada e ampliada do Estádio Municipal (Stadion Miejski) que remonta a 1980. Serve também como a base da equipa local: Lech Poznań.

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Page 54: Sobre a Polska

A forma mais rápida de mergulhar na cultura contemporânea polaca e passar por um cur-so intensivo sobre a sua história é conhecer um dos centros urbanos. Mas, imagine, cada cidade oferece a sua versão diferente. Ao longo do século XIX, a Polónia foi partilhada por três impérios e as suas fronteiras muda-ram completamente em 1945. As cidades e regiões desenvolveram - se sobre areias movediças, testemunhando as idas e vindas de grupos étnicos e sociais inteiros, absor-vendo várias influências. Assim, cada cida-de tem uma arquitectura e uma paisagem social únicas e tempera a Polónia moderna com o seu próprio sabor. Qual é o seu sabor favorito? Nas páginas seguintes encontrará retratos dos doze maiores aglomerados, jun-tamente com preciosas sugestões dos seus habitantes. Agora, só falta fazer as malas!

Cidades

Significado dos símbolos utilizados na secção Cidades

população de todo o aglomerado

número de estudantes

salário bruto médio mensal em euros

número de horas de luz solar por ano

aeroporto mais próximo / distância do centro da cidade

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01 Varsóvia A metrópole mais dinâmica da Europa Central

02 Silésia e Katowice Uma área metropolitana pós - industrial emergente

03 Tricidade Gdańsk / Gdynia / Sopot Três cidades em uma (no mínimo)

04 Kraków Uma nova face da antiga capital

05 Łódź A cultura inunda as fábricas

06 Wrocław Nas encruzilhadas da história europeia

07 Poznań Muito mais do que uma cidade de negócios

08 Szczecin Um porto marítimo bem longe do mar

09 Bydgoszcz / Toruń Duas capitais de uma só região

10 Lublin Portão de entrada para o Oriente

11 Białystok Uma cidade de muitas culturas e religiões

12 Rzeszów Um pequeno gigante

0.5 m  1 m

População

Aglomerado Cidade

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Page 56: Sobre a Polska

Varsóvia

3.2m 291 000 1126 € 2258 h Aeroporto Chopin de Varsóvia / 8 km

chave para os ícones na página 52 Aeroporto Varsóvia - Modlin / 40 km

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A Sereia de Varsóvia (Warszawska Syrenka), metade mulher e meta-de peixe, com a espada e o escudo nas mãos, é o símbolo do passado heróico da cidade e da sua energia de hoje. En-contram - se centenas de versões: na fonte da Praça da Cidade Velha, no monumento junto ao rio, nos edifícios es-colares, nos eléctricos e autocarros, como também nos graffitis dos adeptos de futebol. A de cima é uma deco-ração do cinema Stolica (actualmente em recu-peração) e foi esculpida nos anos 40.

Antigamente considerada como parente afastada e ligeiramente embaraçosa, hoje em dia Varsóvia está no bom caminho para se tornar uma das cidades mais excitantes da Europa. Graças aos entusiastas elogios dos turistas, a fama da cidade foi - se difundindo rapidamente. As pessoas afluem à capital da Polónia à procura de manifestações culturais, da vida nocturna e desse alvoroço caracte-rístico que parece crescer incessantemente.

Segundo a lenda, uma noite que o jovem pescador Wars lançava as suas redes, encontrou nelas uma sereia. Ficou tão fascinado com a beleza e a voz da criatura, que a pediu em casamento. O seu amor fez com que a cauda da sereia se transformasse em pernas e ela adoptou o nome de Sawa. Wars e Sawa viveram felizes para sempre nas mar-gens do rio Vístula (Wisła) e a cidade que fundaram honra os seus dois nomes. À primeira vista, hoje em dia é difícil descobrir algum romance nas margens do Vístula. Os varsovianos são muito orgu-lhosos da sua cidade, mas os visitantes poderão levar algum tempo até apreciarem os seus encantos. Quem venha de Leste e atravesse a mais que centenária ponte Poniatowski ou a ponte Świętokrzyski, mais recente, pode admirar o pitoresco horizonte cheio de torres de igrejas ou arranha-céus. Em 2012 foi inaugurada a ponte situada mais a Norte, a ponte Maria Skłodowska-Curie, que liga Białołęka à mar-gem esquerda do Vístula. Mas, ao chegarmos à cidade, vamos precisar de um bom guia ou de um nativo bem informado que nos revelem tudo o que Varsóvia tem de melhor para oferecer. A beleza da cidade descobre-se tanto nos angulosos edifícios públicos como o Palácio da Cultura e Ciência (Pałac Kultury i Nauki) ou a Ópera Nacional (Opera

54 Cidades

Page 57: Sobre a Polska

A linha do horizonte em Var-sóvia é recortada por cada vez mais novos arranha - céus, que fazem dela uma das cidades mais

altas nesta parte da Europa. Aqui encontramse onze dos edi-fícios mais altos na Polónia.

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A Biblioteca Universitária de Varsóvia (BUW), do seu grande terraço - jardim na cobertura cheio de plantas típicas da flora

da Europa Central, oferece uma vista espectacular sobre o pano-rama da cidade e sobre o rio.

Narodowa), como em casas particulares transformadas em galerias, jardins misteriosos, bares da moda e lojas de especialidade. De cada vez que se visita, a cidade pode parecer diferente. Muda rapidamente e reveste-se de uma nova aparência a cada estação do ano. No Verão, Varsóvia é uma cidade descontraída cheia de ciclistas zumbindo pe-los parques, em Setembro e Maio tansforma-se na capital da cultura com os seus festivais, concertos e exposições. No Inverno, a cidade vira-se para o seu íntimo.

Praticamente destruída durante a Segunda Guerra Mundial, Varsóvia foi renascendo das ruínas e, por volta de 1970, alcançou 1,2 milhões de habitantes, ou seja, a população anterior ao conflito. Os turistas maravilham-se com a encantadora Cidade Velha (Stare Miasto), mas a admiração trasforma-se em assombro quando ficam a saber que as casas de aspecto medieval datam dos anos 40 e 50 do século passado. Outra atracção muito popular é o edifício mais alto da Polónia, o Palácio da Cultura e Ciência (Pałac Kultury i Nauki), um presente da União Soviética. Concluído em 1955, é uma mistura estra-nha de manhattanismo e estalinismo, com referências esparsas à ar-quitectura polaca histórica. Até há pouco tempo, a cidade tentou ig-norar a sua presença e muitos defendiam a sua demolição. Mas, para as novas gerações, o Palácio é tanto um símbolo de Varsóvia como a Sereia (Syrenka) e as sua conotações comunistas deixaram de ter qualquer significado. O próprio edifício alberga várias instituições

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Page 59: Sobre a Polska

Em Varsóvia existem muitos mu-seus e galerias dedicados aos as-pectos mais importantes da arte moderna. Um deles é o Museu de Arte Moderna / Muzeum Sz-tuki Nowoczesnej (ul. Pańska 3,

aberto de Segunda a Sábado, entre as 12 e 20 h, entrada livre), provisoriamente instalado num prédio de habitação pró-ximo da torre InterContinental enquanto não é concluída a nova sede do Museu, desenhada por Christian Kerez.

Centro da Arte Contemporâ-nea – Zamek Ujazdowski / Cen-trum Sztuki Współczesnej – Za-mek Ujazdowski (ul. Jazdów 3, aberto de Terça a Domingo, entre as 12 e 19 h, Sexta: 12 – 21, entrada

normal:12 zł, com desconto: 6 zł; às Quintas: entrada livre). Está alojado num palácio barroco re-construído nas proximidades do mais bonito parque histórico de Varsóvia, o Łazienki Królewskie. Outra importante instituição de arte moderna é a Zachęta Narodowa Galeria Sztuki / Ga-leria Nacional de Arte Zachęta, fundada há mais de 150 anos (pl.

Małachowskiego 3, aberta de Terça a Domingo, entre as 12 e 20 h, bilhete normal: 15 zł, com desconto: 10 zł, às Quintas: entra-da livre). O edifício da galeria foi construído na transição entre o século XIX e XX. As exposições exibem as obras mais recentes dos artistas polacos e internacio-nais mais interessantes.Se procura algo local, dirija - se à Magazyn Praga (Casa Comer-cial Praga) (ul. Ząbkowska 27 / 31,

aberta de Terça a Sexta entre as 11 e 19 h, Sábados e Domingos en-tre as 12 e 16 h), onde estão à ven-da obras modernas e inovadoras de designers polacos e interna-cionais.

Do outro lado do rio há vários espaços muito atraentes situados na rua Mokotowska: são bouti-ques dos melhores designers de moda polacos, cafés e restauran-tes incomparáveis.

Uma saída à noite em Varsóvia pode começar no bar Warszawa Powiśle >1 (ul. Kruczkowskie-go 3B, aberto todos os dias a partir das 10 h). É um sítio fora do vulgar, já que o seu interior

modernista aproveitou as an-tigas instalações da pequena estação de comboios Warszawa Powiśle. Há sempre alguma coisa a acontecer: eventos culturais, concertos, conferências e ópti-mas realizações musicais. Saindo do bar, apanhe o eléctrico que atravessa o Vístula e o deixará no bairro de Praga antigo, na mar-gem esquerda do rio. A rua 11 Lis-topada é o epicentro dos clubes alternativos.

Um passeio ao longo do Vístu-la é perfeito para relaxar no dia seguinte de manhã. As margens do rio, ainda selvagem nalguns locais e, que atravessa o próprio coração da cidade, oferecem ma-ravilhosas praias fluviais que os varsovianos frequentam nos dias de sol. A Zalew Zegrzyński (La-goa de Zegrze), a Puszcza Kam-pinoska (Floresta de Kampinos) ou a Puszcza Kamieniecka (Flo-resta de Kamieniec) convidam a passeios mais longos. Estas reservas abundam em natureza selvagem, apesar da proximidade dos espaços urbanos.

Mikołaj DługoszArtista e coleccionador de fotografias, vive e trabalha a Norte do centro da cidade.

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Diz - se que Varsóvia é uma cida-de que não tem centro. Mas, se precisa de apanhar o autocarro, o eléctrico ou o comboio para qualquer direcção, o melhor

a fazer é ir até à rotunda de Dmowski (Rondo Dmowskiego), uma grande praça junto à maior estação de metro e à estação ferroviária central.

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culturiais e está, finalmente, a ser reintegrado no tecido da cidade. Nas suas traseiras, vislumbram-se as torres do novo centro de ne-gócios de Varsóvia, um monumento vivo ao poder económico da Po-lónia e à confiança no seu sector privado. Aos seus pés, encontra-se outro marco comunista que está a recuperar a simpatia dos habitan-tes: a Estação Ferroviária Central. Concluída precipitadamente para a visita de Leonid Brejniev, foi por muitas décadas considerada um irremediável atentado à beleza, até que uma rápida limpeza revelou que por baixo da fuligem se ocultava uma obra-prima modernista. Essa sensação de revigoramento estende-se até à rua Krakowskie Pr-zedmieście, parte da Estrada Real (Trakt Królewski) que liga a Cidade Velha (Stare Miasto) às antigas residências nobres no sul da cidade. Quando chega o Verão, a avenida, que ao longo dos últimos anos so-freu várias obras de modernização e está parcialmente reservada a peões, enche-se de pessoas e, significativamente, muitas delas não são turistas. Os cafés, bares e esplanadas de restaurantes espraiam-se para os passeios, por entre os bancos de granito com dispositivos que tocam excertos de Chopin instalados em 2010 no âmbito das come-morações do bicentenário do grande compositor.

Fryderyk Chopin, consensualmente considerado o compositor varsoviano mais famoso do mundo, dá o seu nome ao aeroporto de Varsóvia. Graças à rápida rede de comboios suburbanos (SKM) que liga o aeroporto à estação ferroviária central, em 25 minutos os

O Palácio da Cultura e Ciência (Pałac Kultury i Nauki), construí-do nos anos 50 do século passa-do à laia de “presente” da URSS,

é o principal ponto de orienta-ção da cidade, um elemento do seu horizonte querido por uns e odiado por outros.

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A parte de Varsóvia que é im-prescindível explorar durante a visita a Varsóvia é Praga, bairro onde cresci. Por várias razões, penso que é muito mais autêntico do que o elegante centro da cidade do outro lado do rio.

Gosto muito da rua Ząbkowska – não só da sua área renovada há pouco tempo, com destaque para o pavimento diferente, mas também da parte escondida e não restaurada da rua, bordejada pelos seus corti-ços, e da intrigante arquitectura da destilaria de vodka Koneser. Esta zona está lentamente a en-cher - se de acolhedores cafés.

O edifício do século XIX na esquina da rua Ząbkowska com a rua Targowa, que é a rua principal do Praga, alberga uma leitaria (Bar Mleczny Ząbkowska, ul. Ząbkowska 2, aberta de Segunda a Sexta entre as 7 e 19 h, Sábados das 7 às 18 h e Domingos das 9 às 18 h). É um lugar que vale a pena visitar para espreitar os tempos passa-dos (comunistas).

A rua Ząbkowska, juntamen-te com as vizinhas Inżynier-ska e 11 Listopada, formam

um percurso que gosto muito de mostrar às pessoas que me visitam por ser um testemunho vivo da história de Varsóvia e dos multifacetados contrastes caraterísticos da cidade. Por perto, há sítios onde se pode beber um saboroso café e co-mer um petisco. Recomendo o Łysy Pingwin (Pinguim care-ca) (ul. Ząbkowska 11, aberto de Domingo a quinta entre as 15 e 24 h, Sexta e Sábado: 15 – 2 h) e o clube Sen Pszczoły (Sonho de uma abelha) (ul. Inżynierska 3, o segundo pátio a seguir ao portão branco, de Terça a Do-mingo a partir das 18 h até que saia o último cliente), onde são organizados concertos de

música indie. Outro sítio cool é o café - concerto Winowajca (O culpado) (ul. Inżynierska 1, todos os dias a partir das 18 h até que saia o último cliente).

Quanto a compras, o melhor é o centro da cidade e o Powiś-le, bairro junto ao rio Vístula que lhe deu o nome. Recomen-do uma visita à boutique Love & Trade >1 (ul. Solec 18 / 20, aberta de Segunda a Sexta entre as 18 e 19 h, Sábado: 11 –19 h), que ocupa 1500 m2 do wyna-jęcia (1500 m2 para alugar). O local foi criado por um grupo de jovens artistas e desenhado-res para promover as marcas de moda polacas.

Não posso deixar de passar pela Blind Concept Store >2 na rua Mokotowska (ul. Moko-towska 63 / 100, aberta entre as 11 e 19 h), com uma rica oferta em bijutaria e várias sugestões para prendas fantásticas.

Um novo e excitante evento anual no mapa cultural de Var-sóvia é a Warsaw Music Week (em Maio). O festival promove a cena musical independente da cidade, apresentando tudo o que há de interessante e im-portante em diferentes clubes, não só de Varsóvia, mas tam-bém de toda a Europa.

Agata MichalakJornalista, ex redactora - chefe da revista Aktivist, publicação livre sobre cultura e lifestyle

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O Centro de Ciência Copérnico (Centrum Nauki Kopernik) é um inovador museu da ciência, cuja construção à beira - rio foi con-

cluída em 2011. Durante os três primeiros meses após a abertu-ra, o Centro recebeu 200.000 visitantes.

passageiros desembarcam no coração da cidade. Há, igualmente, al-gumas ligações de comboios SKM entre o aeroporto Fryderyk Chopin e o seu irmão mais novo, em Modlin, 40 km a Norte de Varsóvia. Os visitantes têm ainda à sua disposição uma ligação de autocarros que percorre a cidade por entre as suas mais bonitas zonas arquitectó-nicas, alternando com luxuriantes espaços verdes. O autocarro 175 pára, literalmente, a alguns passos do aeroporto. Se viajar de noite, tome o N 32. As duas linhas de autocarros têm como destino o centro da cidade, o que é mais uma razão para descobrir essa metrópole do centro da Europa.

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Restaurante Rozbrat 20 (ul. Rozbrat 20, aberto de Se-gunda a quinta entre as 7.30 e 23 h, Sexta: das 7.30 h até que saia o último cliente, Sábado: das 9.30 h até que saia o último cliente, Do-mingo: entre as 9 e 22 h).

É um pequeno restaurante junto a um parque que faz lembrar os bistrots franceses, a abarrotar de pessoas sentadas lado a lado. O interior simples e cheio de luz é decorado a preto e branco, com toalhas de mesa brancas engomadas e flores. Da ementa constam apenas alguns pratos ligeiros: canja parisiense, sardin-has com maracujá, vieiras com risotto negro. Um dos críticos de gastronomia mais exigentes na Polónia, colunista no jornal de opinião ”Gazeta Wyborcza”, foi uma vez ao restaurante em visita de serviço. Comeu e ficou tão impressionado, que fez uma coisa que nunca tinha feito antes: devido à excelência da cozinha do Rozbrat 20, men-cionou o nome do chef (Łukasz Guziński) na sua crítica.

Galeria de Jablkowscy (Galeria Jabłkowskich) >1 nas traseiras da casa (ul. Chmielna 21, entrada da rua pelo portão, aberta entre as 6 e 22 h).

É uma galeria num pátio, sob céu aberto. Esplêndidas fotografias

de Varsóvia adornam as paredes de um edifício pertencente aos herdeiros dos irmãos Jablkows-cy, antigos proprietários da maior loja de Varsóvia. A nossa capital tem um encanto difícil de apreciar à primeira vista. Os au-tores destas fotografias soube-ram descobri - lo através do amor que sentem pela cidade. A expo-sição faz parte de uma iniciativa sem fins lucrativos que convida todas as pessoas a fotografar a cidade; um júri professional decide quais as obras que irão ser expostas no pátio. Há espaço para cerca de trinta fotografias em grande formato, que mudam nos dias 1 e 15 de cada mês.

Skład Modernista (Armazém Modernista) >2 (Hoża 9c, aberto todos os dias, mas o melhor é marcar a visita com os proprietários: + 48 500 565 448)

É um sítio só para quem sabe. É preciso passar pelo edifício da rua Hoża 9 e, logo a seguir, ir até ao fundo do pátio, ao longo do velho edíficio em ruínas com o mural da moeda de 1 zł, que em breve desaparecerá, à medida que a pintura descasca. Acon-chegada no rés - do - chão, encon-tramos uma espantosa colecção de móveis e candeeiros que se deve a Arkadiusz Choduń, um polaco excêntrico que, em 1991, foi assistir a um concerto dos Rolling Stones em Praga e aca-bou por ficar na capital checa durante dez anos, maravilhado com o design dos anos 30. Hoje em dia, traz para Varsóvia mobil-iário modernista das décadas 30 a 60 (incluindo peças Thonet). Choduń não vende mobiliário que já tenha sido restaurado, para ter maior credibilidade. Prefere recuperá - lo quando o cliente tenha escolhido a sua peça favorita.

Mariusz SzczygiełDo jornal ”Gazeta Wyborcza” e especialista em cultura checa; o seu livro Gottland foi galardoado com o European Book Prize em Bru-xelas para o melhor livro de 2009.

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U Kucharzy >1   ul. Ossolińskich 7, aberto de Se-gunda a Sábado entre as 9 e 20 h, Domingo: 12 –17 h

Este excelente restaurante, cuja cozinha funde, com sucesso, tra-dição e modernidade, situa - se no antigo Hotel Europejski que, por si só, é um interessante ele-mento da história de Varsóvia. Os pratos da cozinha polaca são servidos em mesas cobertas por toalhas engomadas nas bonitas salas do hotel e a cozinha à vista permite que os clientes apre-ciem a preparação das iguarias (alguns pratos são, inclusiva-mente, confecionados à mesa do cliente). Recomendo o bife tárta-ro (tatar), especialidade da casa.

Pod Gigantami Al. Ujazdowskie 24, aberto todos os dias entre as 10 e 23 h

Bem perto, na avenida Aleje Ujazdowskie, uma das mais im-ponentes ruas de Varsóvia, en-contramos o restaurante Pod Gigantami, situado num bonito edifício, em cuja entrada ve-mos dois gigantes suportan-do a varanda. O restaurante ocupa um grande apartamen-to antigo e serve pratos leves e muito saborosos. Orgulha - se do seu interior elegante e so-fisticado, decorado com mobí-lias antigas, onde as mesas são postas com porcelana de antes

da guerra e toalhas de renda. Tudo isso faz com que o res-taurante ofereça um ambiente inesquecível.

Qchnia Artystyczna ul. Jazdów 2, aberto de quinta a Sá-bado entre as 14 e 23 h, de Domin-go a auarta entre as 12 e 22 h

Não é fácil encontar o restau-rante, situado no edifício do Centro da Arte Moderna (Cen-trum Sztuki Współczesnej – CSW). Mas, pela sua localização, aqui pode - se almoçar, ver uma expo-sição interessante ou entrar na bem abastecida livraria – tudo em apenas uma tarde. Os pratos são servidos de forma original em mesas elegantemente de-coradas. A esplanada oferece uma bela vista panorâmica sobre a cidade.

Restaurante Belvedere >2 Parque Łazienki Królewskie – ul. Agrykola 1, todos os dias entre as 12 e 23 h

A decoração e os móveis do restaurante foram concebi-dos pelo jovem designer Borys Kudliczka, que costuma tra-balhar com Mariusz Treliński, director artístico do Teatro e Ópera Nacional da Polónia (Teatr Wielki - Opera Narodowa) em Varsóvia. O Belvedere per-tence a um edifício histórico de design interessante. Após o al-

moço recomendo um passeio pelo bonito parque de Łazienki Królewskie.

Słodki… Słony ul. Mokotowska 45, aberto todos os dias, entre as 10 e 24 h

Esta bonita e acolhedora paste-laria com um perfume delicioso oferece um bom restaurante nas traseiras. É imprescindível saborear o bolo de suspiro ou as bolas de berlim com recheio de compota de rosas.

Mielżyński Wine Bar ul. Burakowska 5 / 7, aberto de Segunda a quinta entre as 9 e 23 h, Sexta e Sábado: 11 – 23, 00:45 – 6 h

O interior do Mielżyński é um exemplo de conversão bem - su-cedida do espaço pós - industrial de uma fábrica em adega. Mes-mo ao lado do Mielżyński existe um complexo comercial que ofe-rece aos clientes a possibilidade de fazerem pequenas compras na Red Onion (óptimo azeite!) ou visitarem um conhecido ca-beleireiro. A melhor altura para visitar o Mielżyński é o Verão, quando se pode ficar longas ho-ras na esplanada a saborear um bom vinho.

Ania KuczyńskaÉ um dos nomes mais conhecidos no mundo da moda, t anto aqui, como no estrangeiro. Formou - se na prestigiada Accademia Koefia em Roma e na ESMOD em Paris.

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0164 Cidades Varsóvia

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>1 Não acredite nos seus próprios olhos – a Cidade Velha (Stare Miasto) de Varsóvia é, na realidade, muito, muito nova. As casas ao longo da Praça do Palácio Real (Plac Zamkowy)

foram reconstruídas no início dos anos 50 do século passado, a catedral (ao centro) em 1956 e a construção do Palácio Real só ficou concluida em 1988.

>2 O Museu da Arte Moder-na de Varsóvia (Muzeum Sztuki Nowoczesnej – MSN) revelou - se como uma das mais interessan-tes instituições europeias dedi-cadas à arte moderna.

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Com a altura de 111 me-tros, a histórica torre de transmissões da rá-dio Gliwice é a mais alta construção no mundo feita toda em madeira.

Há uns dez anos atrás a ideia de passar um fim- de semana na Silésia, onde por 200 anos se extraía o carvão, poderia parecer escandalosa, mas hoje em dia é a região que investe novamente, desta vez para atrair os turistas exigentes: a começar pelos amantes da arte moderna e música alternativa até os aficionados de golfo nas abandonadas áreas industriais.

A estação ferroviária em Katowice é um dos lugares mais movimen-tados na Polónia, situado no mesmo coração da cidade. O bairro ao sul da estação é um vivo testemunho do bem-estar durante o pe-ríodo entre as guerras, quando a cidade era a capital da região au-tónoma rica em carvão e aço, a chamada Alta Silésia (Górny Śląsk). A ambição e riqueza da “mais americana das cidades polacas” fica reflectida na grandeza da sede do parlamento regional (Sejm Śląski) e do segundo edifício mais alto de então. Estas realizações parecem insignificantes face ao desenvolvimento da área situada a norte da estação ferroviária nas décadas de 60 e 70. Ao longo da Avenida de Korfanty há o mais comprido prédio habitacional na cidade (a cha-mada super-unidade) e uma obra-prima que é o pavilhão de espec-táculos com capacidade para 11.500 pessoas. Nas proximidades, den-tro de poucos anos será concluída a construção do novo bairro em terrenos da antiga mina “Katowice”, com uma sala de concertos da Orquestra Nacional Sinfónica da Rádio Polaca (NOSPR), centro de congressos e sede do Museu da Silésia, em parte localizado por bai-xo da terra, desenhado pelos arquitectos austríacos do estúdio Rie-gler&Riewe.

Se estão com vontade de conhecer as tradições da classe operá-ria da região, recomendamos uma visita de autocarro até o bairro

Katowice e Silésia

2.8m 141 000 1026 € 1789 h Aeroporto Internacional de Katowice / 30 km

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Os prédios em forma de maça-roca no bairro Tysiąclecie em Katowice foram desenhados nos anos 70 de maneira a assegurar o máximo da luz.

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chamado Giszowiec, fundado há um século pelos industriais de nome Giesche, irmãos que eram donos de cerca de uma terça parte da super-fície actual da cidade. Os mineiros que trabalhavam para os Giesche viviam em casas de tijolos vermelhos, tinham à sua disposição escolas, lojas, igrejas, etc. É um sítio que vale a pena conhecer antes que seja inscrito na lista da UNESCO e se transforme num parque de diversões.

Cinquenta anos depois, do outro lado de Katowice, em Chorzów, surgiu uma nova versão de paraíso para a classe operária, desta vez por ordem de um reconhecido líder comunista local, o general Ziętek. O Parque da Cultura e Descanso (Park Kultury i Wypoczynku), com uma superfície de 600 hectares, é duas vezes maior do que o Central Park em Nova Iorque e a sua construção foi possivelmente, uma das primeiras tentativas de recultivação do solo nesta parte da Europa. Devido ao encanto das atracções em estilo retro (planetário, zoo, mu-seu da arquitectura popular ao ar livre, parque de diversões, piscinas no vale dos dinossauros) o melhor seria visitá-lo do teleférico que funciona no parque.

O portão decorado do palácio de Donnersmarck em Świerkla-niec, perto de Katowice, foi de-molido em 1960 e transformado na entrada para o jardim zooló-gico do Parque da Cultura (Park Kultury) em Chorzów.

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Bytom e Silésia (Śląsk) é o híbri-do de cultura e indústria. Em By-tom há o Centro da Arte Con-temporânea Crónica (Centrum Sztuki Współczesnej Kronika), Teatro Silesiano de Dança (Śląski Teatr Tańca), ópera, es-cola de bailado, escola de mú-sica. Em Bytom há também uma das mais importantes colecções da arte polaca depois de 1989 – é a colecção do Museu Silesiano (Muzeum Śląskie). Alternativ turistic

Na galeria Kronika estão dis-poníveis os mapas do projecto Alternativ Turistic. Há visitas indi-viduais ou em grupo, mas é sem-pre uma maneira alternativa de visitar a Silésia.Os turistas têm à sua disposição bicicletas para assim poderem percorrer maiores distâncias, acessíveis apenas aos mineiros ou metalúrgicos; muitas vezes, são sítios que nem os próprios silesianos visitam.No Alternativ turistic pode ver - se o que resta da mina Szobierki, antigamente o maior êxito industrial da Polónia comu-nista chamada Huta Katowice (Mina Katowice). Em Zabrze, o projecto ”Kopalnia Guido”(-Mina Guido) prevê uma visita à mina, por baixo da terra. Há outras atracções, por exemplo competições de turbogolfe >1 nos terrenos e instalações das fábricas desactivadas.

Kronika Centrum Sztuki Ws-półczesnej (Crónica Centro da Arte Contemporânea) Rynek 26, Bytom aberto de Terça a quinta, entre as 11:00 e 18:00h, Sexta: entre as 14:00 e 20:00h, Sábado: entre as 11:00 e 15:00h

Rondo Sztuki (Rotunda da Arte) Rondo im. Gen. Jerzego Zię-tka 1, Katowice aberto de Terça a Sexta, entre as 11:00 e 19:00h, Sábado - Domingo entre as 10:00 e 18:00h

A Galeria funciona na paragem de eléctrico, junto do pavilhão de espectáculos chamado Spodek. Num espaço destinado ao trân-sito, rodeado de uma gigantesca rotunda, por baixo da qual há um túnel, foi bem-sucedida a ideia de apresentar a arte contempo-rânea e outros eventos culturais de relevo.

Muzeum Górnośląskie (Museu da Silésia Alta) Plac Jana III So-bieskiego, Bytom

Jazz Cafe>2 Rondo im. Gen. Jerzego Ziętka 1, Katowice

aberto de Terça a Sexta, entre as 11:00 e 19:00h, Sábado - Domingo entre as 10:00 e 18:00h

O café funciona junto ao teatro. O seu interior foi todo feito de perfis de alumínio e placas de aço a traçarem as paredes e o tecto. É uma ideia de como se pode criar um interessante efei-to visual com baixo orçamento. A comida é japonesa.

Przemo Łukasik - arquitectoVive e trabalha em Bytom, numa casa que antigamente tinha sido um edifício mineiro, fundador do Medusa Group, empresa de arquitectura

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A Rotunda da Arte (Rondo Sztuki) é uma galeria de arte contem-porânea que tem a sua sede no pavilhão em vidro junto à maior rotunda em Katowice – Rondo Ziętka (Rotunda de Ziętek), ao

lado do Monumento aos Insur-rectos da Silésia (Pomnik Pows-tańców Śląskich).

A cidade de Katowice é a sede das autoridades locais, mas a região, na realidade é policêntrica. A segunda cidade quanto ao número de habitantes, Gliwice, é uma cidade em crescente desenvolvimento, as-sim como Katowice que está a passar de uma fase da economia indus-trial para a economia baseada em serviços. Em Gliwice há Escola Supe-rior Técnica da Silésia que forma profissionais em arquitectura muito dinâmicos na zona. Por sua vez, Bytom tem excepcionais instituições culturais: a única ópera na região, colecção de arte contemporânea e a mais influente galeria de arte nesta parte do país.

Até o ano de 1914 a região silesiana era dividida por três impérios: a Rússia, a Áustria e a Prússia. Quando a Polónia restaurou a sua in-dependência em 1918, a Silésia Alta ficou novamente dividida, desta vez pela Polónia e Alemanha (República de Weimar). Em 1945 toda a zona ficou sob o domínio polaco. As velhas divergências continuam vivas na população, mas para os que não sabem é difícil discernir onde uma cidade acaba e outra começa. Igualmente desaparecem as velhas discórdias históricas e culturais. Para um aluno da Universidade

70 Cidades 02 Katowice e Silésia

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A sul da estação ferroviária en-contra - se o centro modernista de Katowice, desenhado e cons-truído nos anos 30, quando a ci-dade era a capital autónoma da região da Silésia.

Silesiana em Katowice é possível passar o serão em Bytom, dormir em Gliwice e no dia seguinte ir de comboio às aulas. Centenas de pessoas deslocam-se entre as 17 cidades; é possível inclusive um percurso de eléctrico de Gliwice a oeste até Dąbrowa Górnicza a leste. O caminho, em comparação com uma viagem de 20 minutos pela auto-estrada A4, mostra a importância de uma boa coordenação para o futuro desta região. O seu bom senso ganhou em 2007, quando 17 cidades da região fundaram a União Metropolitana da Silésia (Górnośląski Związek Metropolitalny), que foi o primeiro passo na criação de uma super cidade com 3 milhões de habitantes.

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Roman Łój - presidenteDa Direcção do Holding Mineiro em Katowcie S.A. – a empresa que extrai cerca de 18 % do car-vão polaco.

Em Zabrze vale a pena des-cer à histórica mina chama-da ”Guido” (ZKWK Guido ul. 3 Maja 93, Zabrze, aberto de Terça a Domingo. O horário das visitas por baixa da terra: Terça, entre as 9:00 e 18:00h, de quarta a Sexta, entre as 9:00 e 14.30h, Sábado e Domingo, entre as 12:00 e 16:00h, www.kopalniaguido.pl). Em Tarnowskie Góry – há a histórica mina de prata (Zaby-tkowa Kopalnia Srebra) (ul. Szczęść Boże 52, Tarnowskie Góry,

aberto de Segunda a Domin-go, entre as 9:00 e 15:00h, www.kopalniasrebra.pl); é uma mina antiga, há muito explorada, aces-sível aos turistas. Antes fazia - se uma apresentação de luzes pontuais que pareciam lâmpadas de mineiros. Era impressionan-te e, ao mesmo tempo, ensinava o respeito em relação aos que trabalhavam por baixo da ter-ra. Para os que se interessam pela arquitectura, recomendo o bairro Nikiszowiec >1 (bairro de Katowice, www.nikiszowiec.pl). É mais uma cidade independen-te, construída para os mineiros da mina actualmente chamada ”Wieczorek” há cem anos. Há mais – o centro de Mikołów, palácio em Pszczyna (Museu do Palácio em Pszczyna, ul. Brama Wybrańców 1, Pszczyna, aberto de Terça a Domingo, entre as 10 e 15h, www.zamek - pszczyna.pl), museu do fabrico de cerveja em Tychy (Tyskie Browarium – Mu-seu do Fabrico de Cerveja, ul.Mikołowska 5 (entrada da rua ul. Katowickiej), Tychy, aberto de Segunda a Sábado, entre as 10:00 e 20:00h, www.tyskiebrowa-rium.pl).

Restaurantes

O restaurante de luxo no hotel Monopol, >2 ul. Dworcowej 5, vale a pena visitar,igualmente o hotel e restaurante ”Marysin Dwór” (ul. Pukowca 17a, Katowi-ce, www.restauracja - katowice.com.pl). Quanto aos encontros de negócios ou com amigos, os tradicionais restaurantes ”Pod Kasztanami” em Giszowiec (ul. Radosna 35, Katowice - Giszowiec), ”Gwarek”, mais perto do centro da cidade (ul. Przemysłowa 2, Katowice), ou o restaurante da secção da Associação dos En-genheiros e Técnicos Mineiros na mina ”Wieczorek”. Este últi-mo não é fácil de encontrar, mas, talvez por isso, mantém um am-biente tradicional. Como o anti-quado ”Karczma Pod Młynem”, famoso pela comida que serve, mas escondido por trás das lojas de móveis (ul. Dytrycha 3a).

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Tanto as belas artes, como as artes utilitárias, tiveram uma influência muito positiva nos aspectos característicos da Si-lésia. Trata-se tanto do projecto do produto, como do projecto empenhado ou crítico. Estas tendências são muito bem apresentadas nas iniciativas da Academia de Belas Artes da cidade de Katowice (Katowi-cka Akademia Sztuk Pięknych) realizadas no Palácio da Arte e Empreendedorismo (Zamek Sztuki i Przedsiębiorczości) em Cieszyn >1 (ul. Zamkowa 3), única instituição deste tipo na Polónia.

Outros lugares que vale a pena visitar no centro de Ka-

towice são: Złoty Osioł >2 (ul. Mariacka 1), com boa e acessível comida vegetariana e Karma (ul. Św. Jacka 1). Boas doses de comi-da, não necessariamente vege-tariana, são servidas em Bytom, no clube de jazz Hipnoza (Jazz Club Hipnoza, Plac Sejmu Śląskiego 2) e em Fantom (ul. Żeromskiego 27). Fantom e Hipnoza são locais onde vale a pena passar um bom bocado, igualmente como Fa-naberia (esquina da rua ul. Wita Stwosza e Juliusza Ligonia, Bytom), Przedświt (Księdza Konstantego Damrota 6, Katowice), Archi-bar (ul. Dyrekcyjna 9, Katowice) e a Galeria Inny Śląsk (Uma outra Silésia) (ul. Karola Miarki 2, Tarnowskie Góry).

Stach RukszaCurador, especialista na história de arte, direc-tor do famoso Centro da Arte Contemporânea Crónica (Centrum Sztuki Współczesnej Kro-nika) em Bytom.

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A TricidadeGdańsk / Gdynia / Sopot

Lech Wałęsa é o ci-dadão mais famoso desta cidade. Depois de se reformar da vida política, tornou - se um ícone vivo imortalizado na escultura da autoria de Grzegorz Klaman, artista de Gdańsk, que podemos observar acima.

Uma série de coincidências felizes criou a Tricidade (Trójmiasto), um fenómeno urba-no que consiste em três cidades. Na realida-de, é um mosaico de bairros mais pequenos, o que salta à vista quando se viaja no com-boio suburbano SKM, que liga a área metro-politana ao longo da costa do Mar Báltico.

Fazendo algumas escalas na viagem, podem testemunhar - se tantas épocas e estilos de vida diferentes, que parece quase impossível exis-tirem lado a lado. Primeiro, deparamo - nos com a Cidade Velha em Gdańsk – um monumento ao poder da burguesia local que, graças ao acesso ao porto, controlava todo o comércio entre a Polónia e o res-to do mundo. Meticulosamente restaurada após a Segunda Guerra Mundial, merece um longo passeio, apesar de parecer um pouco afastada da vida moderna da cidade. Em seguida, encontramos os lendários Estaleiros Stocznia Gdańska, onde em 1970 e 1980 tiveram início os motins que levaram posteriormente à queda do comunis-mo nesta parte da Europa. Mais adiante na costa, encontram - se os gigantescos bairros de betão nas áreas de Przymorze e Zaspa que foram construidos na década de 70 no terreno de um antigo aeró-dromo. Com os enormes espaços abertos deixados entre os prédios, o movimento de pedestres e de veículos estritamente separado e o zumbido dos eléctricos que entram e saem de túneis, após 40 anos de existência, o bairro continua a manter um carácter ligeiramente surreal e utópico. Vale a pena apreciar os enormes murais criados pelos artistas locais e internacionais, as igrejas da época do boom da construção eclesiástica nas décadas de 70 e 80 e o edifício mais comprido da Polónia (860 m), o Falowiec, cuja construção faz lem-brar uma onda. Oliwa, que parece pertencer a um universo paralelo, onde o tempo parou há cem anos, é um bairro que se orgulha da sua catedral, dum parque histórico cuidadosamente preservado e das

1.2m 92 000 962 € 1702h Aeroporto de Lech Walesa em Gdańsk Gdańsk: 10 km, Sopot: 10km, Gdynia: 23 km

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A costa do Golfo de Gdańsk (Zatoka Gdańska) é entrecorta-da por molhes nas três cidades: Gdańsk (na praia Brzeźno), Sopot (em cima) e Gdynia (em baixo).

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A principal rua pedonal de So-pot, a Bohaterów Monte Cassi-no, carinhosamente chamada de Monciak, está sempre repleta de pessoas durante todo o Verão.

ruas ladeadas por árvores e moradias antigas, com cafés acolhedo-res e antiquários.

A cidade de Sopot é a irmã mais nova e mais louca de Oliwa. A estância mais conhecida da costa polaca é o parque de diversões dos habitantes da Tricidade, onde as pessoas de toda a região vêm à procura de um restaurante ou diversão. A cidade pode tornar-se insuportável nos meses de Julho e Agosto, quando o movimento é quatro vezes maior devido aos turistas, mas vale a pena afastar-se apenas algumas quarteirões da avenida principal (Bohaterów Monte Cassino ou Monciak) ou visitar a cidade num fim de semana agradável na Primavera ou no Outono, para obter uma combinação perfeita de hedonismo e de classe. Sopot é um dos locais preferidos dos expatriados que decidem instalar-se na Tricidade; por isso, não se surpreenda se receber um cumprimento de um elegante estran-geiro que fala a sua língua.

Mais a Norte, Sopot (a menor das três cidades) funde-se imper-cetivelmente com Orłowo – um bairro de Gdynia. Gdynia é a cidade

“que surgiu do mar e dos sonhos”, uma história ao estilo do Dubai que teve lugar na década de 20 e 30 do século XX, quando a Polónia estava em comercial com a Alemanha e decidiu que necessitava de desenvolver-se independentemente do porto de Gdańsk, controlado pelos Alemães. A nova cidade e o porto foram construídos numa dúzia de anos sobre uma antiga aldeia de pescadores, rapidamente

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Segunda - feira

Saúde o mar. Ouça a única mú-sica genuinamente de Sopot – o ruído do Golfo de Gdańsk. O ritmo incessante do mar irá envolvê - lo num susurro maravilhosamente calmante, fazendo - lhe algumas perguntas importantes.

Terça - feira

Dormimos até tarde e iniciamos a nossa viagem às 20:00 h. Para começar, deixamo - nos levar pelo Jazz Travel – um ciclo de concertos à Terça - feira no clu-be Versalka > 1 (ul. Bohaterów Monte Cassino 63). No palco acolhedor deste clube já toca-ram os músicos de jazz polacos mais proeminentes de todas as gerações. Aqui pode sempre ouvir alguns sons interessantes e também encontrar pessoas do estrangeiro. O Versalka é o sítio ideal para ganhar impulso para o resto da semana.

Quarta - feira

Papryka (ul. Grunwaldzka 11, Quartas - feiras ao vivo, 21:00 h). Um lugar apenas para iniciados, a meca da cena alternativa da Tricidade. Acesso reservado a quem tenha mais de 21 anos. Toque à campainha no lado es-querdo. Uma vez no interior, irá encontrar - se mergulhado em

música de guitarra alta e enér-gica. Dirija - se para o primeiro andar, onde, numa sala enevoada pelo fumo dos cigarros, poderá observar de perto a eclosão de novas concepções musicais e o forjar de novos talentos. É aqui que se encontra a nata rock e punk da Tricidade, acom-panhada pelos sons espontâ-neos e alegres das jam sessions. Também aparecem músicos de jazz, DJs e, por vezes, pelo palco do clube passam dezenas de músicos numa só noite; aqui, ninguém se assusta com o rugido das guitarras às três da manhã. Mas, normalmente, a meia - noite é a hora mais excitante.

Quinta - feira

Após uma forte dose de deci-béis, está na altura de variar. As noites de música de Quinta - fei-ra às 18:00 h no Dworek Sie-rakowskich (Józefa Czyżewskiego 12) restaurarão a sua sensibili-dade auditiva normal. Todas as Quintas - feiras, pode ouvir aqui os mais talentosos e activos mú-sicos da Tricidade. Depois de já ter alimentado a sua alma com uma dose de música clássica deli-cada e sofisticada, proponho que tente algo mais forte e vá até ao clube Stary Rower (ul. Pułaskiego 15). É aqui que os melhores jaz-zistas da Tricidade e arredores desbravam todas as Quintas - fei-ras a selva de modulações, pro-

gressões e substitutos harmóni-cos, deliciando a cada semana os mais exigentes fãs de jazz com as suas jam sessions.

Sexta - feira e Sábado

Não precisa de um plano especí-fico para ficar a conhecer a cena DJ – basta - lhe ir de um clube para outro e poderá ouvir o que está a acontecer. Mandarynka (ul. Bema 6), Stary Rower, Spatif, Soho (ul. Bohaterów Monte Cas-sino 61), Coco Bongo (ul. Boha-terów Monte Cassino 55 / 57), Fer-ber (ul. Bohaterów Monte Cassino 48), Ego (ul. Bohaterów Monte Cassino 53) e, evidentemen-te, o clube SFINKS 700, onde todos os sábados pode admirar os melhores live acts polacos e europeus em clubes. Por sorte, pode ir para todo o lado a pé, os clubes estão a poucos passos de distância uns dos outros, e po-derá prescindir do automóvel, a menos que queira ir ao Pestka (ul. Sportowa 1).

Domingo 

Visite o Mundo da Sauna (Świat Sauny) no Parque Aquático de Sopot (ul. Zamkowa Góra 3), pois o seu corpo irá certamente necessitar de descanso e puri-ficação após uma semana tão intensiva.

À tarde, o ritual de despedida do mar que, com o seu ruído, irá acalmar os seus sentidos e o ine-vitável jantar de borsch e pierogi no Spatif (ul. Bohaterów Monte Cassino 52. Aos Domingos é fácil encontrar uma mesa. O trata-mento de saúde de Sopot está terminado, pode voltar às suas tarefas enriquecido com expe-riências musicais inesquecíveis.

Leszek MożdżerCompositor, pianista, músico de jazz, produtor de música, recen-temente director artístico do famoso clube SFINKS 700 em Sopot sugere um programa de 7 dias para se ter uma intuição da cena da cidade.

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Segundo dizem os locais, Gda-ńsk é uma cidade para passear, Sopot para relaxar e Gdynia para fazer negócios. No entan-to, ultimamente esta opinião tem - se tornado cada vez mais anacrónica, pois cada uma das três cidades serve bem cada um dos três objectivos, apesar de cada uma assumir um estilo diferente. A pequena distância entre Gdańsk, Sopot e Gdynia é agora ainda mais curta, graças ao Comboio Rápido Suburbano (Szybka Kolej Miejska – SKM), a uma rede de estradas e uma via de cintura (Obwodnica).

GDAŃSKGdańsk atrai os visitantes com os seus edifícios históricos e o encanto de uma cidade por-tuária hanseática. É a Ames-terdão polaca. As ruas Długa e Długi Targ, a Câmara Munici-pal Ratusz (ul. Długa 46, Ter-ça - feira: 10 –15 h, entrada gratuita,

entrada a cada 30 minutos, quar-ta - feira a Sábado: 10 –16 h, Domin-go:11 –16 h), o Tribunal Artus >1

 (Terça - feira: 10 –15 h, entrada gratuita, entrada a cada 30 minu-tos, quarta - feira a Sábado: 10 –16 h, Domingo: 11 –16 h), a Fonte de Neptuno e o guindaste me-dieval sobre o rio Motława (ul. Szeroka 67 / 68, Segunda - feira a Domingo: 10:30 –18:30 h) são as principais atracções da urbe. A cidade também é um memorial da guerra, com vestígios ainda visíveis da heróica resistência contra o invasor nazi em 1939 em Westerplatte, onde come-çou a Segunda Guerra Mundial. O portão dos Estaleiros de Gdańsk, o monumento no Plac Solidarności e Lech Wałęsa são todos símbolos da resistência anticomunista.

SOPOTSopot é a estância balnear po-laca mais conhecida, com a sua arquitectura Art Nouveau, e um um hotel e centro de conferên-cias recentemente construí-dos. No entanto, o que mais cativa em Sopot continua a ser a praia, o molhe de madeira mais comprido da Europa e a Ópera no Bosque (Opera Leśna), que é palco de festivais musicais de Verão.

GDYNIAPor fim, temos Gdynia, uma cida-de - fenómeno que se desenvol-

veu à velocidade da luz no início dos anos 1920, fruto da decisão de construir um porto gigan-tesco numa aldeia de pescado-res cassubianos. Hoje em dia, Gdynia não só é um porto onde atracam os maiores navios - tan-que e cruzeiros do mundo, um local para fechar negócios de estaleiros e da indústria naval, como também uma vibrante ci-dade com duzentos e cinquen-ta mil habitantes que seduz os turistas com um grande número de atracções, incluindo o Aquá-rio de Gdynia (al. Jana Pawła II 1, diariamente das 8 às 15 h), dois museus flutuantes: a fragata Dar Pomorza e o contratorpedeiro do tempo da Segunda Guerra Mundial ORP Błyskawica, assim como um complexo arquitectó-nico modernista, uniforme e úni-co à escala da Europa. A cidada tornou - se famosa graças a gran-des eventos artísticos, incluindo o Heineken Open’er Festival, considerado o melhor festival de música na Europa, o Festi-val Anual de Cinematografia Polaca, o Ladies’ Jazz Festival e o Globaltica World Culture Festival. Além disso, Gdynia é especialista em eventos de vela, como regatas de vela e boat shows que juntam os maiores iates do mundo >2, o que expli-ca o seu título de capital polaca da vela.

Wojciech SzczurekProvavelmente o mais popular presidente de câmara municipal das maiores cidades da Polónia. Em 2010, foi eleito para o seu quarto mandato com 87,4% de votos dos eleitores de Gdynia.

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atraindo 100.000 pessoas ambiciosas de todo o país. Actualmente, Gdynia continua a ser uma vibrante cidade portuária com bairros de arquitectura modernista e art déco (os melhores exemplos po-dem ser vistos nas ruas Świętojańska e 10 Lutego) cercados de zonas habitacionais cheias de árvores sobre colinas verdes. Vale a pena subir uma delas – Kamienna Góra – para observar o panorama da cidade, do porto e do estaleiro, ultimamente à sombra do Sea Towers, um moderno edifício residencial com 140 metros de altura.

A cidade de Gdynia está rechea-da de art déco e casas modernis-tas remontando aos loucos anos 20 e 30, quando a cidade moder-na foi fundada. Os moradores

do magnífico edifício na rua 10 Lutego até abriram um museu privado dedicado à herança pa-trimonial de Gdynia.

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Quando eu era um rapazinho, via Gdańsk como uma cida-de grande com um porto e estaleiros. Sabia que a Segunda Guerra Mundial tinha começado aqui. Também tinha ouvi-do que havia muitos locais emblemáticos em Gdańsk. Era tudo o que sabia na altura.

No final da Primavera de 1967, apanhei um comboio e fui até à costa. Saí do comboio na estação Gdańsk Główny. Momentos mais tarde, esbarrei num amigo do meu antigo bairro que me convenceu a trabalhar nos estaleiros. Foi em Gdańsk que encontrei a minha mulher Danuta e foi aqui que nasceram os nossos filhos… E, desta forma, tornei - me um cidadão de Gdańsk por escolha própria.

Hoje, passados tantos anos, tendo visitado tantas cidades na Europa e no mundo, posso dizer que nunca trocaria Gda-ńsk por Nova Iorque, Paris, Bruxelas, Tóquio ou Moscovo…

No final do século XX, a Polónia deu o Papa João Paulo II à Europa e ao mundo. Gdańsk, por outro lado, deu o movi-mento Solidariedade (Solidarność) tanto à nação, como à Eu-ropa e ao mundo inteiro (…).

Excerto de Gdańsk Lecha Wałęsy / A Gdańsk de Lech Wałęsa – Piotr Adamowicz, Andrzej Drzycimski, Adam Kinaszewski, Gdańsk 2008.

Lech WałęsaLíder do movimento Soli-dariedade na década de 80, vencedor do Nobel da Paz, presidente da Polónia nos anos 1990 –1995

A área dos Estaleiros de Gdańsk Stocznia Gdańska, onde tiveram lugar os motins e a greve antico-munista nos anos 1970 e 1980, foi renovada, mas os traços da história continuam visíveis.

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Estaleiros de Gdańsk

Para mim, este é o lugar mais interessante da Tricidade. Foi aqui que decidi criar o Instituto de Arte Wyspa / Instytut Sztuki Wyspa. Fiquei impressionada, acima de tudo, pela complexi-dade do lugar. É por isso que, de forma geral, os Estaleiros são agora considerados mais um lu-gar industrial do que pós-indus-trial. Não são um monumento, mas um lugar vivo. Continuam a ser um local de trabalho e fo-ram liquidadas apenas algumas partes das suas instalações para dar lugar a um novo bair-ro, a Cidade Jovem. Os nossos projectos são feitos em próxima colaboração com as comunida-des vitais dentro dos estaleiros e nos seus arredores. Os estalei-ros também são um laborató-rio das mudanças que ocorrem na Polónia. Aqui, pode-se ficar a saber mais sobre a luta política (incluindo os mitos sobre o fun-dador do movimento Solidarie-dade), o estabelecimento das próprias instituições, os cortes na força de trabalho, a divisão da empresa, os processos de priva-tização, a cultura de demonstra-ção, tempo livre e zonamento.

Subiektywna Linia Autobu-sowa / Linha de Autocarro Sub-jectiva >1 Bilhetes à venda no ponto de informação junto do portão dos Estaleiros.

Uma iniciativa de Grzegorz Klaman, que devolveu a voz aos antigos trabalhadores dos esta-leiros que debatem a história do mesmo num autocarro antigo.

Buffet Klub >2   ul. Doki 1, Segunda – Domingo: 12.00 – 23.00 h

Frequentado por artistas, acti-vistas, músicos, jornalistas, estu-

dantes, curadores e animadores, este é um lugar para todos aque-les que queiram ver a cena ar-tística de Gdańsk em toda a sua glória, especialmente aos fins de semana. O interior do café é uma excelente combinação do estilo industrial com alguns acrésci-mos contemporâneos e toques artísticos. O clube serve boas bebidas, oferece eventos mu-sicais e também promoções de livros. A equipa que trabalha no Buffet é amigável, competente e carismática.

Tawerna Dominikańska ul. Targ Rybny 9, diariamente: 12.00 – 00.00 h

O restaurante localiza - se em Długie Pobrzeże, em frente à Filarmónica Báltica. Não tem uma grande aparência e, por isso, pode passar despercebido. Mas tem o melhor peixe fresco de toda a cidade. No local são

servidas algumas variedades de bacalhau, enguias e salmão, tal como um excelente arenque em óleo. Certifique - se de que reser-va a sua mesa com antecedência para o fim de semana.

Mazel Tov ul. Ogarna 119

Este é o reduto da resistência klezmer contra a lei anti-tabaco. Aqui é permitido fumar! É um espaço pequeno e acolhe-dor com um ambiente íntimo familiar, por isso vale a pena conhecer sem demora todos à volta. Tem um grande grupo de frequentadores regulares. Aqui pode improvisar música com os seus amigos e coisas invulgares podem acontecer a qualquer ins-tante. Se tiver um instrumento musical, traga - o consigo e jun-te - se à banda imediatamente.

Aneta Szyłak A directora do Instituto de Arte Wyspa nas instalações dos lendários Estaleiros de Gdańsk faz uma pausa para nos dar um roteiro exclusivo da área da Tricidade

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Kraków

A igreja de Santa Maria é fonte de inspiração para a construção de presépios – tradicionais miniaturas executadas pelos artesãos da região e expostas todos os anos antes do Natal. No Museu Histórico de Kraków existe também uma vasta colecção destes presépios tradicionais.

Kraków é suficientemente rico em monu-mentos para ocupar um visitante por muitos dias, mas continuam a surgir novas galerias de arte, bares e restaurantes.

Kraków, a antiga capital e sede da monarquia, é a grande dama entre as cidades polacas, uma das poucas urbes que conservaram a atmosfe-ra do mundo passado, através do atormentado séc. XX. É a única cidade polaca que guarda entre os seus tesouros uma obra de Leonardo da Vinci – o quadro Dama com Arminho – e uma Cidade Velha repleta de igrejas de estilo gótico e barroco milagrosamente conservadas e uma universidade fundada há 650 anos. Kraków está cheio de monu-mentos que são memória da nação. É uma cidade tão historicamente polaca, que um polaco contemporâneo pode nela sentir-se como um turista estrangeiro.

Na Praça Central do Mercado localiza-se a igreja de Santa Ma-ria (célebre pelo seu espectacular altar gótico projectado por Wit Stwosz), e o mercado Sukiennice, lugar da colecção de obras polacas do Museu Nacional. Mais a Sul, descendo a rua Grodzka, encontram-se o monte Wawel, com o antigo castelo real e a catedral, que é, mais que uma parte de Kraków, uma Polónia em miniatura. Kraków tor-nou-se há quase mil anos a sede dos reis polacos.

Na Cidade Velha, existem pelo menos 300 restaurantes e bares. Mas isto não é tudo, três paragens de eléctrico mais adiante situa-se Kazimierz, antiga vila judaica. Nos anos 90, Kazimierz passou por uma espécie de renascimento. Surgiram ali muitos bares e cafés novos e em especial restaurantes de gastronomia judaica, que vieram dar vida às ruas. Os apartamentos nos andares superiores dos edifícios foram sendo habitados por habitantes de Kraków e em seguida por turistas abastados de Varsóvia. Esta nova população afastou a que era de origem operária que se tinha instalado ali depois da guerra, subs-tituindo a população anterior de origem judaica. No final dos anos 90, Kazimierz tornou-se oficialmente a nova Cidade Velha de Kraków,

2.1m 185 000 815 € 1523 h Aeroporto Internacional de João Paulo II Kraków - Balice / 11 km

chave para os ícones na página 52

82 Cidades 04

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O Monte Kościuszko (Kopiec Kościuszki) é uma elevação artificial erguida há cerca de um século em homenagem ao herói nacional. Evoca a tradição pagã de sepultar os grandes heróis

nos chamados kurhan, túmulos instalados em estruturas de terra, madeira ou pedra. Em, Kraków encontram - se dois kurhan, um consagrado ao lendário príncipe pagão de

Kraków e outro dedicado à sua filha Wanda.

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paragem obrigatória de cada turista. A vida nas redondezas concen-tra-se nas proximidades da rua Szeroka, das cinco antigas sinagogas e do antigo mercado central – a Praça Nova, que é igualmente um dos centros de vida nocturna de Kraków.

Kazimierz deixou, porém, de ser o lugar mais apreciado das redon-dezas. A zona de Podgórze – situado na margem oposta do rio e ligada a Kazimierz por uma admirável ponte – roubou a Kazimierz os lou-ros da anterior primazia. O lugar eternizado pela película A Lista de Schindler de Steven Spielberg, mas foi Kazimierz que retirou vanta-gens do crescendo de interesse pela cultura judaica. Como frequente-mente acontece, o renascimento de Podgórze teve início com a inva-são de estudantes que procuravam ali alijamento mais barato, e em seguida bares e cafés, que rapidamente se tornaram instituições lo-cais. Ao contrário de Kazimierz, nesta zona os bares continuam a ter na vizinhança talhos e casas funerárias. Até há pouco tempo, existia aqui uma única instituição cultural nas redondezas. O Centro de Arte e Técnica Japonesa Manggha, projectada por Arat Isozaki, e onde en-contramos uma colecção única de obras de arte japonesa, aberta ao público graças à determinação e apoio financeiro do realizador An-drzej Wajda e da mulher deste, Krystyna Zachwatowicz. Em 2011, foi inaugurado o Museu de Arte Contemporânea de Kraków, junto da antiga fábrica Schindler e na margem do rio está em construção um museu consagrado ao encenador de teatro vanguardista T. Kantor.

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A urbanização de Nowa Huta, construída nos anos 50 a leste da Cidade Velha, a par de um novo complexo siderúrgico de grandes dimensões. A sede da fábrica principal foi construída

num estilo que conjuga o de um Palazzo do renascimento de Florença e aquele que encontramos na Cidade Velha de Kraków..

84 Cidades 04 Kraków

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Kraków oferece muitos dias de belas sensações aos que procuram as atrações culturais e culinárias da cidade. Se, porém, o visitante dispõe apenas de 24 horas, aconselho o percurso seguinte (na ordem que cada um preferir). Para não complicar as coisas, o passeio pode começar no Bunker da Arte, (Praça Szc-zepański 3a, Terças – Domingo: 11 –18). Nesta moderna galeria de arte ferve de vida a arte alterna-tiva, no espaço de dois andares, um deles dotado de uma rica bi-blioteca e de um confortável café. Visitado o Bunker da Arte, desça-mos a rua Św. Tomasza, até à Ga-leria Camelot (rua Św. Tomasza 17) e aos seus célebres cafés, lu-gar ideal para almoçar cedo.Façamos um passeio, de uma dúzia de metros, pela rua abaixo e tomemos à esquerda a rua Floriańska, no sentido do espaço Pauza – que reúne um cinema, um clube, um café e uma galeria de arte. Permanecendo na rua Św. Tomasza, chegamos à Galeria ZPAF i S - ka >1 (rua Św. Tomasza 24, quartas, Sextas, Sábados: 12 –18, Quintas: 15 – 21), uma pequena mas ousada galeria de fotografia contemporânea, en-contrando no lado oposto a Dom Albumów (rua Św. Tomasza 25, Segundas – Sextas: 10 –19, Sábados: 11 –19), fantástica livraria especia-lizada em literatura consagrada à arte e álbuns ilustrados.

Podemos continuar o passeio, apanhar o eléctrico ou um táxi para ir até Kazimierz, antigo bairro judaico que actualmen-te é centro da vida nocturna de Kraków. Para tomar um café, podemos sempre entrar num dos muitos cafés da Praça Nova (Al-chemia, Miejsce, Barak, Kolory, Singer, etc.). Se é hora de almoço, sugiro a gastronomia italiana, por exemplo da Sicília, no restau-rante Coca. E seguimos adiante pela Praça Wolnica, para visitar o Museu Etnográfico (Praça Wol-

nica 1, Terças – Sábados: 11 –19, Domingos: 11 –15).

Dali, cortamos o rio Wisła (Vístula) percorrendo a nova ponte Bernatka e penetramos no coração de Podgórze, em tempos cidade livre e agora cada vez mais um bairro na moda. Conheçamos as redondezas, em especial a Galeria Starmach, com as suas exposições de obras dos principais artistas contempo-râneos (rua Węgierska 5), Goldex Poldex (rua Józefińska 21 / 12) – encantador centro de arte inde-pendente e espaço do Cricoteki, teatro experimental do encena-dor Tadeusz Kantor (a inaugura-ção do museu está prevista para fins de 2011).

Após um curto passeio nas margens de Wisła, chegamos a uma das zonas mais desenvol-vidas da cidade. No passado um bairro industrial pouco interes-sante, abriga agora dois projec-

tos culturais de primeiro plano: o Museu de Arte Contempo-rânea em Kraków, instalado no edifício impressionante na vizinhança do Museu Fábrica Óscar Schindler (rua Lipowa 4,

Terças – Domingos: 10 –18), cuja exposição permanente mostra a vida da comunidade judaica de Kraków durante a II guerra mundial.

Podemos terminar o dia com uma visita à Fabryka, espaço de atelieres de arte, galerias e livrarias surgidas em redor de um clube musical de grandes dimensões. Muito provavelmen-te, durante a visita terá lugar algum concerto ou outro evento. E se ainda sobrou apetite para a vida nocturna, podemos voltar ao centro da cidade e conhecer o clima específico dos lendários clubes de Kraków: Bomba>1, Pauza, Piękny Pies, Rozrywki 3 e muitos (talvez demasiados) outros.

Tomasz GutkowskiDirector de Fundação de Artes Visuais e do festival Mês de Fotografia em Kraków sugere um passeio de 24 horas

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O penhasco onde foi erguido o castelo de Wawel, com a catedral e o histórico castelo real, é um lugar que se lê como um manual de his-tória: coroações, assassínios, casa-mentos e funerais reais.

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O edifício do Seminário sacer-dotal da Ordem da Ressurreição foi construído nos anos 90 e per-manece um dos mais interes-santes exemplos da arquitectura pós - moderna na Polónia.

Os visitantes interessados em conhecer melhor a herança judai-ca da cidade encontram na Praça dos Heróis do Getto, onde eram reunidos os judeus de Kazimierz antes de serem transportados para os campos de concentração, um monumento em memória das víti-mas. Kraków é ponto de saída para a maioria dos turistas que que-rem visitar o campo de concentração alemão de Auschwitz-Birke-nau, construído na cidade de Oświęcim, a cerca de uma hora de viagem de Kraków.

Os visitantes que desejarem sair um pouco da zona de conforto da área histórica da cidade, podem planear uma visita ao mosteiro beneditino de Tyniec, que se ergue no cume de uma impressionante escarpa rochosa ou apanhar o eléctrico que leva a Nowa Huta, que faz parte das candidaturas à lista de lugares considerados patrimó-nio cultural da UNESCO. Fruto de uma experiência bizarra de enge-nharia social concebida nos primeiros anos do regime comunista na Polónia, foi planeada como uma cidade operária com uma gigantesca fábrica de aço, que se esperava vir a ofuscar a histórica Kraków e o seu espírito independente, animado pelas torres das igrejas e pelos testemunhos de uma secular história de reis e de heróis. Projectada como cidade que haveria de dominar Kraków, Nowa Huta veio tor-nar-se uma nova urbanização da cidade, marcada pela arquitectura estalinista. Um lugar a visitar, antes que os anos façam dela outra Cidade Velha.

88 Cidades 04 Kraków

Page 91: Sobre a Polska

Salwator

Este passeio tem início na Ponte Dębnicki, próximo de Wawel. Em frente ao centro comercial Jubilat >1 encontra-se a leitaria Flisak, onde se pode desfrutar de um bom almoço tipicamente polaco, incluindo anchovas com um cálice de vodka. Depois de um passeio de cinco minutos ao longo de Wisła, deparamo-nos com o muro do convento das Ir-mãs Norbertinas. Aqui chegamos à rua Tadeusza Kościuszki, seguin-do no sentido do terminal de eléc-tricos na rua Salwator. Ladeamos o convento de estilo barroco à esquerda e voltamos na rua Św. Bronisława. É uma encantadora ruela, ao longo da qual crescem, de ambos os lados, plátanos, cas-tanheiros e tílias. Passamos pela igreja de estilo românico-barro-co de S. Salvador, a mais antiga igreja de Kraków, cuja origem re-monta ao séc. X. Do outro lado da rua, encontra-se a igreja de Santa Margarida, um edifício de forma circular. Ladeamos em seguida as secu-lares residências das antigas famílias de Kraków, o cemitério à esquerda e eis-nos quase no sopé do Monte Kościuszko. É um dos quatro lugares deste tipo em Kraków, erguidos em homenagem de heróis polacos. Tadeusz Koś-ciuszko foi um engenheiro militar polaco que serviu como general no exército polaco e americano na guerra pela independência dos EUA. A construção do monte teve início em 1820, três anos após a morte de Kościuszko, tendo os trabalhos chegado a termo três anos mais tarde. Podemos esco-lher – a vista do cume é impres-sionante, mas podemos também ladear o monte e continuar para oeste. Do outro lado do monte encontramos um bosque, e pode-mos seguir no sentido do chama-do Sikornik, elevação coberta de bétulas. Vemos então à esquerda

o vale de Wisła, o mosteiro de Tyniec e o recorte delicado dos montes Beskidy. E mais longe, em dia de céu limpo, podemos ver também os montes Tatry cobertos de neve.De Sikornik continuamos através de uma passagem que nos leva ao coração de um verdadeiro bosque de faias. E daqui subimos durante 15 minutos, para encon-trar no cume o Jardim zoológico da cidade e a paragem dos auto-carros da linha 134 , que nos con-duzirá de regresso ao centro.

Outro lugar interessante, é o atelier de escultura de Andrzej Siek (rua Emaus 20). É fácil encon-trar a entrada, decorada com es-culturas maciças em madeira. An-drzej Siek trata o seu atelier como uma galeria e local de exposição. Recomendo uma visita.

Outro lugar fantástico a co-nhecer é o museu histórico Dom Zwierzyniecki (rua Królowej Jadwigi 41). Durante o período co-munista, este espaço serviu como

Museu Lenine em Kraków. A len-da conta que antes de partir para iniciar a revolução soviética, Leni-ne teria ali passado alguns dias.

Zakrzówek >2

Zakrzówek é um rio que corre entre os penhascos Twardowski, próximo de Wisła, no extremo do bairro habitacional Dębniki, em Kraków. Estamos praticamente no centro, apenas a 20 minutos de Wawel. Durante muito tempo, este foi um lugar perfeito para escaladas de alta montanha, lo-calizado entre bosques, planícies e formações rochosas naturais. Há 20 anos atrás, existiam ali pedrei-ras, mais tarde cheias com água, que deram origem ao rio e que agora é um paraíso para mergu-lhadores. Actualmente, este lugar é objecto de um contencioso en-tre construtores e ecólogos que querem conservar o habitat de uma rara espécie de borboleta.

Cecylia MalikArtista que se tornou popular graças ao seu novo pro-jecto 365 Árvores (365 Drzew). Inspirada pelo Barão nas Árvores de Italo Calvino, decidiu diariamente, durante um ano, subir a uma árvore. Vive em Kraków.

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Abre alas, Leonardo! Kraków soma atracções ao já de si rico leque de museus. Em 2010 e 2011 foram inaugurados três novos espaços: a exposição subterrânea consagrada à história da cidade

no subsolo da Praça Central >1 , o Museu da Aviação Polaca, insta-lado num imponente edifício pro-jectado pelo atelier de arquitec-tura Pysall Ruge de Berlim e pelo arquitecto de Kraków Bartłomiej

Kisielewski no terreno do antigo aeroporto, na parte oriental da cidade, assim como o elegante Museu de Arte Contemporânea (MOCAK>2) projectado pelo ar-quitecto italiano Claudio Nardi.

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Acompanhando a história de Kraków e dos seus heróis: dos operários de Nowa Huta, ao papa João Paulo II e ao poeta Czesław Miłosz, nobel da literatura.

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Łódź

Uszatek, o ursinho preferido das crianças polacas, nasceu no es-tudo cinematográfico Se - Ma - For em Łódź.

O Uszatek é um dos produtos mais exportados de sempre pela Televisão Polaca, conhecido na Finlândia como Nalle Luppakor-va, na Eslovénia como Medvedek Uhec, na Catalunha como L’os-set Faluc, na Holanda como Teddy Hangoor, na Eslováquia como Maćko Uško, na Hun-gria como Fules Maćko e em Portugal como Ursinho Teddy.

Łódź (pronuncia - se “u - utch”) foi a cidade que mais rapidamente se desenvolveu na Polónia. Não há nenhuma palavra na língua polaca que signifique uma cidade que se de-senvolve dinamicamente, mas se ela existis-se, certamente definiria Łódź. Ao longo do século XIX, esta bucólica aldeia, que contava com 767 habitantes em 1806, transfor-mou - se numa potência da indústria têxtil com uma população de 340.000 pessoas, alcunhada de “Manchester polaca”.

O algodão das plantações da Ásia Central chegava aqui e ao leste re-gressavam tecidos baratos para o sedento mercado russo. Na mesma altura em que Charles Darwin terminava “A Origem das Espécies”, a sua teoria da sobrevivência dos mais fortes era já uma realidade em Łódź. A experiência resultou na chegada de milhares de pola-cos, judeus, russos e alemães ansiosos por dinheiro e que queriam desempenhar o papel de pobre que se tornou rico. A maioria deles acabou na base da cadeia alimentar, mas alguns conseguiram fazer fortuna da noite para o dia. A planta da nova cidade, situada a Sul da antiga aldeia ao longo da rua Piotrkowska, lembra as cidades ameri-canas com as suas infindáveis plantas em forma de rede. O ambiente frenético de Łódź no final do século lembrava também a febre do ouro americana. Talvez por isso o filme “Terra Prometida” de Andr-zej Wajda, representando o crescimento da Łódź industrial, tenha sido tão bem recebido nos EUA, recebendo uma nomeação para os Óscares em 1976.

Quando Wajda, formado pela famosa escola de cinema de Łódź (tal com Roman Polański e Kieślowski), decidiu filmar “Terra

1.1m 123.000 750 € 1820 h Aeroporto de Władysław Reymont em Łódź / 6 km chave para os ícones na página 52

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A Rua Piotrkowska, eixo principal da cidade, é a maior rua da Polónia, cheia de lojas, cafés, centros comerciais e bares.

Prometida”, não precisou de gastar muito dinheiro em cenários. Os locais – de fábricas a restaurantes, passando por mansões de indus-triais e bairros de lata – continuam a existir intocados, talvez um pouco gastos. Nos anos 70, o centro da cidade permanecia entalado entre duas grandes fábricas de têxteis de tijolo vermelho, anterior-mente propriedade de duas famílias rivais que, na prática, governa-vam a cidade na passagem do século. Os Poznański, de origem judia, eram proprietários da fábrica a Norte da cidade e a família alemã Scheibler possuía a outra fábrica. Hoje em dia, ambas estão sob uma nova perspectiva.

A passagem do socialismo para o capitalismo atingiu Łódź forte-mente. A indústria, que em primeiro lugar trouxe vida à cidade, pra-ticamente desapareceu a partir de 1989. Como consequência, a popu-lação desceu em cerca de 100.000 pessoas no decurso de uma década. A recuperação foi longa, mas a doente sente - se cada vez melhor de ano para ano. Entre 2004 e 2008, a taxa de desemprego caiu de 20% para cerca de 6% e em breve a cidade tornar - se - á oficialmente num dos maiores nós rodoviários desta parte do continente, graças à au-to-estrada A2, que liga Varsóvia à Europa Ocidental e à autoestrada A1, que liga os portos do Báltico ao Sul.

A rua Piotrkowska continua a ser a espinha dorsal da cidade, repleta de cafés, restaurantes, bares, cinemas e galerias. No seu ex-tremo norte, a fábrica de têxteis Poznański é agora um parque de

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diversões, sinal inequívoco da transição de uma economia industrial para uma economia baseada em serviços. Para além de um grande cen-tro comercial, encontra - se aqui também um luxuoso hotel com uma piscina suspensa sobre a cidade, um cinema, vários restaurantes e o ms2, o novo espaço do conhecido Museu de Arte (Muzeum Sztuki) de Łódź. À sua sombra encontra - se a residência Poznańzki, actualmente um museu que vale a pena visitar, por ser um fascinante testamento dos gostos opulentos dos industriais novos - ricos da cidade. Na parte a sul do centro, encontra - se a fábrica Scheibler. Juntamente com um con-junto de outros edifícios industriais e habitacionais para os operários, é uma pitoresca fusão do antigo com o novo, do remodelado com o es-quecido. A parte principal da fábrica Scheibler foi transformada em lofts, enquanto que outra fábrica na parte baixa da rua Tymieniecki aloja o Łódź Art Centre, uma instituição independente responsável por vários festivais interessantes, entre os quais o Łódź Design, que rapida-mente se tornou no evento de design mais respeitado no país. A cultura é uma das principais forças motrizes da cidade, do que é prova o recen-te sucesso dos estúdios de animação de Łódź, o renascimento do Museu de Arte (Muzeum Sztuki) ou o aumento da actividade das ONGS locais, florescendo graças à abundância de espaços pós - industriais vazios.

A Fábrica Branca de Karol Scheibler é um dos monumentos da arquitectura industrial de Łódź.

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Jarosław Suchan - diretor do Museu de Arte de Łódź.

Łódź é uma manta de retalhos invulgar, formada por elementos que não combinam de maneira nenhuma, e é isso que a torna única. A cidade é atípica, atrás de praticamente cada esquina encontra - se sempre algo inespe-rado, seja para os olhos ou para os sentidos. Na minha opinião, a maior atracção de Łódź é o fac-to de iludir as nossas expecta-tivas e imaginação criadas por viagens feitas a outras cidades aparentemente iguais.

Façamos um passeio imagi-nário. Em primeiro lugar, até ao Księży Młyn >1 (da estação fer-roviária PKP Łódź Fabryczna em direcção à Plac Zwyczięstwa) e às ruínas de um dos maiores com-plexos industriais do mundo do séc. XIX. Na verdade, trata - se de uma cidade dentro de uma cida-de, com fábricas, palácios, casas de operários (as chamadas fa-muły), parques, escolas, hospitais e até bombeiros. A maioria das construções estava em ruínas; o plano arquitectónico inicial foi distorcido por intervenções arquitectónicas posteriores mal sucedidas. Mesmo assim, o am-biente é único: impressionantes pavilhões fabris (uma parte foi recentemente transformada em modernos lofts), a casa senhorial de Grohman, cujo interior foi projectado pelo próprio Otto Wagner, uma fantástica central elétrica secessionista, etc. Ao passear por este bairro, fica - se com a sensação de se descobrir uma espécie de mundo esque-cido.

De Księży Młyn, proponho continuar até Ruda Pabiani-cka, uma colina coberta de florestas a Sul da cidade que se estende até ao rio Ner, com pequenos e pitorescos lagos. Caminhando pelas frondosas alamedas, podemos deparar - nos inesperadamente com as ruínas delapidadas de fantásticas villas abandonadas do limiar do séc.

XIX e XX, ou seja, dos tempos em que este era o local preferido da burguesia de Łódź. Sobretudo uma villa de madeira que outro-ra pertenceu ao industrial judeu Szyja Światłowski é particular-mente impressionante. O reali-zador americano Robby Henson escolheu - a como cenário do seu filme de terror House.O ponto de paragem obrigatório seguinte é o cemitério antigo. Ou, melhor dizendo, três cemi-

térios situados ao lado uns dos outros: o católico, o protestan-te e o ortodoxo russo. O facto de se encontrarem lado a lado é prova da história multicultural desta cidade. Por entre as árvo-res, arbustos e a relva crescida encontram - se túmulos de gran-des industriais de Łódź, cons-truções que, pela sua dimensão e esplendor, mais lembram palá-cios e mansões, muitas remeten-do para a riqueza da Łódź daque-

les tempos. A Łódź que partiu e nunca mais voltou.Para além disso há ainda, ob-viamente, a rua Piotrkowska, principal artéria da cidade, os monumentais Palácios de Izaak e Karol Poznański >2, a Floresta de Łagiewnicki, que é a maior floresta urbana da Europa, o bairro modernista Montwiłła - Mireckiego, o cemi-tério judeu com os túmulos das maiores figuras da história de Łódź. E mais ainda: os pátios, as pequenas fábricas abandonadas, as villas e palácios esquecidos, os parques e as praças; um incrível labirinto que mais vale a pena visitar sem guias para poder dei-xar - se surpreender.

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A antiga fábrica Poznański, imortalizada pelo realizador Andrzej Wajda no filme Terra Prometida, foi transformada num hotel de luxo.

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Bar Jazzga >1  (ul. Piotrkowska 17, aberto: Segunda – Sábado 12.00 até sair o último cliente)

Ao longo de 10 anos de ativida-de, pelo palco do Jazzga passa-ram os projetos musicais mais controversos.Basta elencar apenas alguns destes projetos para perceber que não há nenhum tipo de som que ainda não tenha sido ouvido neste bar: improvisações de jazz e pós - rock pela Exploding Star Orchestra, concertos elec-trónicos e instrumentais do dueto Burnt Friedman e Jakie Liebezeit, misturas de música ambiente e dub dos Deadbeat,

excêntricas experiências sono-ras e visuais de Felix Kubin ou, finalmente, variações improvi-sadas de Macio Moretti (Maciej Moruś) em diferentes encar-nações: Mich&Mich, Baaba, ou o seu Projeto 60 Minut de chill drum&bass conhecido como LXMP.

Owoce i Warzywa (ul. Traugutta 9, aberto: Segun-da – Domingo: 10.00 h até que saia o último cliente)

Este lugar relativamente novo encontra - se em funcionamento há quase dois anos. Gosto da sua decoração despretensiosa, dos

seus interessantes e frequentes eventos artísticos e do bom café.

Muzeum Sztuki w Łodzi / Mu-seu de Arte de Łódź >2 (ul. Więckowskiego 36, aberto: Terça – Domingo 12.00 –19.00 h,

preço dos bilhetes: normal: 8 zł, reduzido: 3 – 5 zł)

É o segundo museu de arte mo-derna mais antigo do mundo. O seu espólio único foi criado por artistas do grupo a.r., surgi-do em 1931. O Museu de Arte de Łódź continua a tradição vanguardista: trabalha com arte dos séc. XX e XXI e, ao mesmo tempo, encontra-se instalado num palácio burguês do séc. XIX. Também tenho uma ligação es-pecial com este lugar, talvez por ter tido o prazer de trabalhar, juntamente com a Magdalena Kozia, no projecto de moderni-zação do rés-do-chão do edifício e da sua adaptação a novas funcionalidades. Graças às al-terações introduzidas, o museu foi enriquecido com um novo e interessante lugar: o ms cafe, apreciado pelos entusiastas do design e pelos visitantes.

Pola StępieńDesigner de interiores, fundadora do grupo wun-derteam.pl.

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Wrocław

Os arranha - céus junto à Praça de Grunwald (Plac Grunwaldzki), com varandas vanguardistas em forma oval, são o ícone do ordenamento do espaço nos anos 70.

Wrocław – a cidade situada a meio caminho entre Bruxelas e Kiev – mudou muito deste 1945, após a entrada do exército soviético, quando o seu aspecto era mais bem de horro-rizar. Hoje é um lugar de intensa vida econó-mica e cultural que aprendeu a celebrar a sua história bastante complexa.

Sem ver o mapa temos a percepção de que Wrocław tem melhores ligações com Dresden e Praga do que com a própria capital da Polónia. É ainda mais evidente quando estamos na Praça do Mercado (Rynek), dominada pela Câmara Municipal gótica, com esplanadas agitadas e a fonte sussurrante. Wrocław hoje em dia une a qualidade metropolita-na ao ambiente despreocupado das pequenas cidades. Aproveita tanto a presença das empresas internacionais, tais como LG, Siemens, Volvo, Bosch, 3M, Toyota, como a participação da comunidade de mais de 200 mil alunos universitários. Actualmente, quando vemos as fachadas renovadas da Cidade Velha (Stare Miasto), a iluminada Praça Maior do Mercado (Rynek Główny) e as avenidas junto ao rio Oder (Odra), é difícil acreditar que alguma vez a cidade tivesse testemunhado acon-tecimentos dramáticos na sua história.

Mas Wrocław, antigamente chamado Breslau, foi dominado pelas tropas soviéticas e polacas em 1945, após um longo cerco. Os habitan-tes alemães tiveram de deixar a cidade que entretanto foi povoada pe-los polacos. Ao longo dos séculos a cidade passava por vários domínios, conheceu o polaco, checo, habsburgo, prussiano, alemão e novamente polaco; todas as governações deixaram um rasto na paisagem da ci-dade. E mais os rastos deixados pelos tecelões valonos, comerciantes judeus e representantes de outras minorias que encontraram aqui a sua casa, contribuíram para que o historiador britânico Norman Davies caracterizasse a cidade de “micro-universo”. No seu livro com o mesmo nome (em co-autoria com Roger Moorhouse) o escritor

1.07m 142 000 854 € 1891 h Aeroporto de Copérnico em Wrocław / 10 km

chave para os ícones na página 52

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O Parque de Szczytnik (Park Szczytnicki), dominado pelo Pavilhão do Centenário (Hala Stulecia), é um óptimo lugar para relaxar e reflectir sobre a inconstância do destino da cidade.

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apresentou Wrocław como a sinédoque da história europeia, lugar afectado por grandes movimentos culturais e políticos.

Todos os elementos que formam a história da cidade podem ser vistos durante um passeio. A Praça do Mercado (Rynek) é ao mesmo tempo testemunho da cultura cívica medieval e produto da sociedade moderna vocacionada para o prazer. As esbeltas torres de igrejas que continuam a dominar sobre o panorama da cidade são exemplos da arquitectura gótica. O passado multicultural pode ser visto na parte sudoeste do centro chamada Bairro de Quatro Templos (Dzielnica Cz-terech Świątyń), com a igreja ortodoxa, católica, evangélico-ausburga e a recentemente renovada sinagoga. Estes templos testemunham festas nas ruas Włodkowica, Ruska e Świętego Antoniego. Mas por baixo das suas fachadas ainda há feridas da guerra por cicatrizar, que podem fazer pensar que o Reich Alemão só se rendeu há poucos dias.

Wrocław está a viver uma relação de amor e ódio com quatro rios que correm em forma de dezenas de afluentes e canais. Em 1997 a cidade sofreu a ”inundação do centenário“, que nos dias de hoje até é difícil imaginar quando vemos pessoas despreocupadas a descan-sarem na Ilha Słodowa (Wyspa Słodowa), frente ao edifício central da Universidade, num dia estival de sol.

Um passeio de iate é uma experiência que deixará muitas sau-dades da cidade e ao mesmo tempo uma oportunidade de conhecer as múltiplas formas arquitectónicas. A seguir o rio acima vemos as

É mesmo necessário subir de elevador para o telhado do centro comercial e ver o panorama de Wrocław. Num dia de sol até se vêem as montanhas Sudetos (Sudety) ao sul.

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Katarzyna Roj - curadorada galeria BWA Design. Sítio, onde o desenho se enquadra na arte e ciência contemporânea

Antigo Centro de Exposições

Para mim é o ponto de re-ferência mais importante. Encontram - se aqui, entre ou-tros, o Pavilhão do Centená-rio Max Berg (Hala Stulecia Maxa Berga) (ul. Wystawowa 1), inscrito na lista da UNESCO. O Pavilhão é rodeado pelo Jardim Zoológico (ZOO) ( o horário de abertura depende da estação do ano, no verão e nos feriados entre as 9.00 e 19h; bilhete normal – 25 złoty, bilhete com desconto – 15 złoty), o Par-que de Szczytnik com o Jar-dim Japonês (Park Szczytni-cki z Ogrodem Japońskim) (

aberto de 1 de Abril a 31 de Outubro, entre as 9 e 19h; bilhete normal – 3 zł, bilhete com desconto – 1,5 zł) ou antiga casa produtora de filmes. Ou-tros sítios interessantes são: Pavilhão das Quatro Cúpulas (Pawilon Czterech Kopuł) >1, a pérgola e a fonte luminosa

multimédia no meio de um lago artificial em forma de fer-radura (aberto entre as 9 e 23h. A primeira mostra começa às 10:00).

WuWa

É igualmente indispensável um passeio pela antiga exposição da construção civil WuWa de 1929. Por ocasião da exposição foram construídos mais de trinta prédios habitacionais moder-nistas que se mantêm até dia de hoje. Encontram - se perto da rua Kopernik, nas traseiras do Par-que de Szczytnik.

Murais

Os murais de artistas de todo o mundo estão dispersos por todo o bairro. A arte urbana de Wrocław está exposta entre as ruas Św. Antoniego e Ruska. Há também galerias, o clube Niskie Łąki (ul. Ruska 46c, aberto de Segunda a Sábado, a partir das 18h) e a livraria Falanster >2 (ul. św. Antoniego 23, aberto de Segunda a Domingo, entre as 10 e 20h).

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igrejas góticas da ilha da Sé (Ostrów Tumski) e uma moderna bi-blioteca universitária, prédios com extravagantes janelas em forma oval dos anos 70 e a sede hitleriana das autoridades regionais. A visi-ta acaba junto ao zoo, mas se não quiserem lá entrar por não terem interesse em animais ou não gostarem de os ver em cativeiro, vão na direcção de uma das maiores maravilhas do mundo: o Pavilhão do Centenário (Hala Stulecia). Concluída em 1911, é a única constru-ção polaca do século XX inscrita na lista do património mundial da UNESCO. O seu arquitecto, Max Berg, responsável pelo projecto da enorme cúpula em betão, designou-a por “catedral da democracia”. Mas o pavilhão é mais do que um exemplo arquitectónico que apare-ce em manuais, é também um aspecto da metáfora micro-universal. Conhecem um sítio que tenha acolhido Hitler e João Paulo II, Picasso e Dalajlama?

Há uns anos as elites locais têm trabalhado para eliminar os res-sentimentos polaco-alemães. O símbolo disso é o êxito deslumbrante dos livros policiais da autoria de Marek Krajewski cujo personagem

Dezenas de afluentes e canais do rio Oder (Odra) fazem com que os desportos aquáticos sejam uma natural maneira de passar o tempo em Wrocław.

Um lugar assim junto ao Museu Nacional (Muzeum Narodowe).

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é Eberhardt Mock. A acção decorre em Breslau, no período pré e du-rante a Segunda Guerra Mundial. A redescoberta do património arquitectónico alemão anteriormente rejeitado teve a sua manifes-tação em Renoma, armazéns comerciais na parte central da cidade transformados num moderno shopping centre. Abertos em 1930 por um homem de negócios judeu, o senhor Wertheim, como os maiores e mais avançados tecnologicamente armazéns comerciais na Euro-pa, passado pouco tempo foram nacionalizados pelos nazis, durante a guerra bombardeados e depois reconstruídos apressadamente pe-las autoridades polacas. Em 1989 foram feitas obras de modernização, nada bem-sucedidas. Só a partir de 2009 a construção voltou ao seu esplendor anterior (entre outros materiais gastaram-se quatro qui-los de ouro), foi construída uma nova ala futurista e o interior foi preenchido com obras de arte moderna. É uma grande conquista na modernização de uma construção histórica, de grande importância para a cidade cuja história foi tão dramática.

Praça do Mercado (Rynek) é uma das maiores no país, constituin-do ao mesmo tempo o centro da cidade em rápido desenvol-vimento.

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Poznań

Wrocław é um paraíso para os amantes da arquitectura do século XX. Os seus edifícios foram projectados pelos melhores e mais inovadores arquitectos polacos e alemães,

como, por exemplo, a antiga casa comercial Petersdorff projectada por Erich Mendelsohn em 1929.

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106 Cidades 06 Wrocław

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Wrocław sobretudo se associa com a Praça do Mercado (Ry-nek), cheia de cafés, clubes e res-taurantes. Spiż (Rynek - Ratusz 2) é um desses sítios que serve não só boa comida, mas também a cerveja da casa. A umas cente-nas de metros há a Praça do Sal (Plac Solny) e o Soul Café (Plac Solny 4) – uma cafetaria ideal que serve pequenos - almoços.

Um original restaurante - clu-be é Mleczarnia >1 (ul. Wło-

dkowica 5) que se encontra junto à porta da renovada sinagoga Pod Białym Bocianem (ul. Wło-dkowica 7), que funciona como templo e como centro cultural ao mesmo tempo. Toda a zona em redor da rua Włodkowica está repleta de cafés. Os aman-tes da comida polaca devem também conhecer o restaurante Jadka (ul. Rzeźnicza 24) que ser-ve pratos da casa, como pierogi com vitela ou caranguejos.

Pavilhão do Centenário (ul. Wystawowa 1), sede do Congres-so Europeu da Cultura (8-11 de Setembro de 2011), que foi um encontro sem precedentes dos teóricos e práticos da cultura e dos representantes das orga-nizações culturais não-gover-namentais. O caminho até o Pa-vilhão atravessa duas pontes, entre elas a ponte de Grunwald >2 projetada em 1919. É abso-lutamente necessário ver o Pa-norama de Racławice (Panorama Racławicka) >3  (ul. Jana Ewange-listy Purkyniego 11), que é uma im-pressionante obra de arte sobre a Polónia, os polacos e como eles vêem a sua história.

PURO Hotel Wrocław ul. Włodkowica 6

O hotel está situado no centro da cidade, a poucos metros da Praça do Mercado (Rynek) e da estação ferroviária. Oferece óp-timas condições de alojamento e o self - service. Não tem a tra-dicional recepção, as reservas são feitas online. A tecnologia inovadora faz com que tudo fun-cione bem.

Katarzyna WielgaCoordenadora do programa cultural da pre-sidência polaca na UE no Instituto Nacional Audiovisual (Narodowy Instytut Audiowizualny NInA)

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Castelos da Baixa Silésia Um em cada quatro palácios ou castelos polacos encontra-se na Baixa Silésia (Dolny Śląsk). A multiplicidade de edifícios e as suas lendas inspiram a imaginação.

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108 Cidades 06 Around Wrocław

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É impossível não se deixar seduzir pela magia dos palácios de Czocha>1, Grodziec >2, Chojnik>3, Bolków, Książ >4 o terceiro maior palácio na Polónia) ou de Kamieniec

Ząbkowicki (projecto de Karl Friedrich Schinkel). Cada uma dessas construções está a contar a própria história, que é um elemento do rico e variado passado histórico da região dos

príncipes medievais de Piast, nobres silesianos, reis checos e imperadores habsurgos, jardineiros ingleses, arquitectos italianos e soldados soviéticos.

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Poznań

Todos os dias ao meio - dia os cabritos de Poznań travam um combate mecânico na fachada do edifício histórico da câmara municipal.

É bem provável encontrar - se em Poznań durante uma viagem de negócios. Os seus habitantes, os poznaniacy, tornaram - se o sinónimo polaco de uma pessoa humilde, trabalhadora e precisa. Preconceitos à parte, a cidade veste um espírito empreendedor, mas fora da porta da sala de conferência ainda há muito por descobrir.

O PIB per capita do habitante de Poznań ultrapassa duas vezes a mé-dia nacional, colocando a cidade na segunda posição das cidades mais ricas do país. É um centro internacional de conferências e ex-posições, sede de empresas multinacionais e casa para muitos dos milionários polacos. A cidade também oferece a maior superfície comercial per capita na Polónia. Até o próprio hotel emblemático da cidade (temporariamente fechado) tem o nome de Bazar. Não admira o facto de a vida quotidiana da cidade girar em torno dos lugares ligados ao comércio.

Acima de tudo a cidade é palco da Feira Internacional. Até pare-ce um acaso, mas a primeira coisa visível para quem sai da estação central de comboios, é a construção de vidro do portão da Feira. Por cima dele ergue - se um dos emblemas da cidade – a torre de aço da década de 50, iluminada à tarde, o que demonstra a importância sim-bólica e económica deste lugar para a cidade. No entanto a superfí-cie da Feira não se destina ao cidadão típico de Poznań, mas princi-palmente aos visitantes. Os habitantes e os turistas encontram - se na Praça do Mercado – Rynek. No seu centro encontra - se mais um ponto de referência, uma joia renascentista, a câmara municipal com uma decoração linda, projetada por Gian Battista Quadro. Du-rante a época quente, a praça transforma - se num palco de eventos, ganha vida, tal como os mercados a sul dos Alpes, de onde provinha

1.07m 142 000 879 € 1853 h Aeroporto de Poznań – Ławica / 5 km

chave para os ícones na página 52

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A fachada do centro comercial Stary Browar, centro cultural e comercial, resplandece sobre o Park Dąbrowskiego.

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Castelo Imperial e Centro de Cultura Zamek >1 ul. Św. Marcina 80 / 82

O antigo castelo do imperador alemão Guilherme II é um dos edifícios mais notáveis nesta parte da Europa. Foi erguido no início do século XX (nos anos 1905 –1910), mas a sua arqui-tectura neorromânica refere - se à antiga Idade Média. Apesar da sua antiguidade estilizada, o edi-fício foi equipado com todas as mais recentes técnicas, incluin-do elevadores e aquecimento central. Durante a invasão nazi o castelo foi reconstruído por Albert Speer para servir de quar-tel - general a Hitler; os interiores do castelo até hoje são um dos exemplos mais interessantes da estética do Terceiro Reich.

Manteve - se até ao dia de hoje o sistema do ”bairro imperial“, com a ópera e alguns edifícios magníficos da Universidade de Adam Mickiewicz, cujo elemento principal é precisamente o cas-telo.

O “Centro de Cultura Zamek” que é uma instituição muito importante no mapa cultural de

Poznań tem aqui a sua sede há muitos anos.

A Casa das Palmeiras Palmiar-nia, ul. Matejki 18, aberta todos os dias: 09.00 –16.00

Os pavilhões de vidro localizados no pequeno e antiquado parque de Wilson escondem o jardim de Inverno. A forma arquitetónica moderna, infelizmente pouco sucedida, é mais uma versão da casa das palmeiras, cujo início re-monta ao início do século XX. No interior, a impressão de um am-biente verdadeiramente exótico é intensificada pela neblina om-nipresente, que serve às plantas tropicais.

A feira de fruta e legumes >2 Plac Wielkopolski, Rynek Jeżycki, Rynek Łazarski, Rynek Wildecki, várias horas de abertura. Os stands com as flores estão abertos 24 ho-ras por dia

Poznań tem a sua praça do mer-cado histórico com o magnífico edifício renascentista da câmara municipal e com as moradias meticulosamente restauradas. E também feiras de fruta e le-

gumes diárias e barulhentas. Estas têm lugar tanto no próprio coração da cidade na Praça de Wielkopolska (Plac Wielkopol-ski), quanto nos bairros de habi-tação próximos: Rynek Jeżycki e Rynek Wildecki. São centros de vida local, onde os habitantes de Poznań, que conhecem bem os vendedores, fazem as suas com-pras quotidianas há décadas.

A Oficina / Pracownia Cafe Res-taurant ul. Woźna 17,

Horas de abertura: quarta - fei-ra – Sábado 12.00 – 00.00, Domin-go – Terça - feira 12.00 – 23.00

Numa rua lateral da Praça do Mercado Antigo (Stary Rynek) encontra - se uma ”Oficina“ ”Pra-cownia“ pequena, cheia de estilo. No interior de um prédio histó-rico interessante e decorado de forma ascética, pode experimen-tar os sabores da cozinha polaca, italiana e oriental. No verão, na parte de trás da casa, é aberta uma pequena esplanada. Vale a pena dar um salto também devido aos visitantes pitorescos, que podem ser vistos muitas ve-zes neste lugar.

Piotr KordubaAutor de livros sobre a história oficial e privada de Poznań, adjunto no Instituto de História da Arte na Universidade de Adam Mickiewicz

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Quadro. Atualmente o Mercado é um mercado apenas pelo seu nome. A famosa feira alimentar junto de Poznań adotou essa função há muito tempo. Aí é possível comprar flores o dia inteiro, abaste-cer - se de fruta fresca da região famosa e fértil da Grande Polónia, Wielkopolska, cuja capital é Poznań ou direcionar a sua atenção para as especialidades regionais. Os gulosos devem experimentar o Rogal Marciński, um croissant grande, recheado com sementes de papoila, outros, o queijo frito smażony ser com sementes de co-minho. As duas especialidades foram recentemente adicionadas ao registo europeu das indicações geográficas protegidas.

A importância social dos bazares locais foi de certa forma preju-dicada por Stary Browar, um complexo comercial e cultural enorme, erguido há quase dez anos junto da Cidade Velha. Um projeto atre-vido da polaca mais rica, Grażyna Kulczyk, que rapidamente se tor-nou o lugar de encontros preferido para os habitantes de Poznań de todas as profissões. Também é interessante para os estrangeiros de-vido à sua arquitectura extravagante, aos espetáculos e às exibições de arte contemporânea. Os admiradores de arquitectura apreciarão também, com certeza, o irmão mais velho do Stary Browar: Okrą-glak. O centro comercial modernista foi inaugurado no ano de 1955 e tornou - se imediatamente o ícone moderno da cidade, graças a uma forma redonda surpreendente e a uma fachada de betão modular. Atualmente o edifício está fechado devido a obras, mas após a aber-tura será um edifício com escritórios e com um café no telhado.

Quando ficar cansado com as compras e com os negócios, a ci-dade de Poznań oferece - lhe muitas atrações também para a alma. É sede de muitos grupos de dança e de teatro conhecidos, tais como o Teatro Polaco de Dança e do maior festival de artes de espetáculo

A tradição da Feira Internacional de Poznań (Międzynarodowe Targi Poznańskie) tem a sua origem no ano 1911. Atualmente a MTP é a maior organizadora de feiras na Polónia, oferecendo mais

de 50 % da área de exposição total do país (110.000 m² de su-perfície interior e 35.000 m² de superfície exterior) e recebendo cada ano mais de 60% de expo-sitores. É a maior organizadora

deste tipo de Feiras na Europa Centro - Leste.

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no país, a Malta, organizado todos os anos no mês de junho e que envolve as ruas, praças, lofts de fábricas e teatros. O seu nome não é uma homenagem ao país da região do Mar Mediterrâneo, mas uma referência ao lago e ao parque na margem oriental da cidade, onde o festival teve a sua origem há vinte anos. Falando sobre o início, Po-znań é provavelmente o lugar onde a Polónia iniciou a sua existên-cia por volta do ano 966. Os historiadores e os arqueólogos mantêm uma disputa académica sobre o tema e dividiram - se em dois grupos. Um deles considera os primeiros registos que indicam Gniezno, uma cidade a leste de Poznań onde o príncipe Mieszko I foi oficialmente batizado e jurou fidelidade ao imperador alemão. O segundo grupo continua o trabalho de escavações em Ostrów Tumski, em Poznań, procurando vestígios de um acontecimento real. Olhando para a ci-dade bem cuidada e rica de Poznań da atualidade, pode afirmar - se que não seria um mau lugar para começar.

As decorações na fachada do edifício da câmara municipal podem ser admiradas em toda a sua glória graças aos recentes trabalhos de conservação.

114 Cidades 07 Poznań

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Stary Browar ul. Półwiejska 32

Não sou apreciador de centros comerciais. Estou orgulhoso pelo facto de termos na nossa cidade sítios magníficos e um ambiente que não dá a impressão de quase cada metro quadrado ser arrenda-do pelo seu preço máximo. Temos este ambiente graças à arquitec-tura maravilhosa, que conjuga o interior pós - industrial do século XIX da cervejaria de Hugger e as técnicas de engenharia e tecnolo-gia ultramoderna.

O Stary Browar é mais do que um centro comercial ou um hotel novo. Grażyna Kulczyk, a sua pro-prietária, fez dele um lugar para admiradores de arte que vêm em massa não só para ver as exposi-ções, mas também os espetáculos de dança moderna, de moda e de design moderno. É um lugar que vi-sito, cada vez que venho a Poznań visitar a minha mãe.

Wojciech FibakColecionador de arte, tenista de classe mundial na década de 70. Descendente de Poznań, mora em Varsóvia

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O lago artificial Malta na parte oriental da cidade é o coração de um grande parque. São realizados aqui campeonatos de caiaques e remo; o lago também deu o seu nome a um festival de arte famoso.

116 Cidades 07 Poznań

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Marek KrajewskiSociólogo, autor de muitos livros sobre a cultura popular, o consumismo, design e arte. Mora em Poznań

Centro comercial Okrąglak >1 ul. Mielżyńskiego 17

Construído na década de 40 e 50 segundo o projeto de Mark Leykam. O interior com a forma de uma rotunda tem uma esca-daria única que faz uso de uma espiral dupla. O edifício exerceu várias funções, no início foi um centro comercial, depois um local gastronómico, mais tarde um clu-be noturno. Agora está em obras.

O Momumento do velho Mary-ch. Zona pedonal na rua Półwiejska

Este monumento erguido há 15 anos devido a um concurso num jornal local, representa um ho-mem a empurrar a sua bicicleta. Os leitores votaram numa perso-nagem local importante, que se-gundo a sua opinião merecia um monumento. Por estranho que pareça, ganhou um herói fictício de um programa da rádio, “O Ve-lho Marych” (Stary Marych). Era um contador de histórias, que falava o nosso dialeto urbano. Os habitantes de Poznań escolhe-ram uma pessoa, que representa-va as pessoas comuns e não uma personagem histórica. A própria escultura é muito igualitária; sem pedestal, encontra - se diretamen-te sobre o solo.

SPOT >2 Dolna Wilda 87, perto do Stary Browar, Terça – Sex-ta: 12.00 – 20.00, Sába-do: 11.00 – 20.00, Domingo: 11.00 –18.00; fechado às Segun-das - feiras.

SPOT é um lugar de encontros multifuncional que conjuga um estúdio de design, um espaço de exposições, um restaurante, um parque infantil e um centro educacional. SPOT também tem uma praia própria, uma área para desportos em grupo e um ponto de aluguer de bicicletas.

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118 Cidades 07 Around Poznań

Licheń

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A mais surpreendente (e a maior) das igrejas moder-nas na Polónia encontra - se a uma distância de menos de uma hora de carro de Poznań. A sua cúpula resplandecente é visível no horizonte a partir da autoestrada A2. Este santuário mariano foi concluído no ano de 2004 e segundo as palavras do arquiteto representa os 2000 anos de arquitectura cristã. As ofertas, que permitiram a cons-trução deste complexo num espaço de 10 anos, chegavam com abundância de católicos tanto da Polónia como de ou-tros países. O lugar é visitado anualmente por 1,5 milhões de peregrinos e turistas.

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Szczecin

Esta casa da Cidade Velha foi reconstruída nos anos 90. Nas proximidades as obras continuam.

Sendo um porto marítimo de um intenso mo-vimento, Szczecin acolheu sempre pessoas, mercadorias e ideias de todas as proveniên-cias. Talvez por isso dê a impressão de ser um estado dentro do estado.

A seguir à Segunda Guerra Mundial, quando os Aliados concorda-ram quanto à nova fronteira polaco - alemã ao longo do rio Oder (Odra), Szczecin (Stettin) foi praticamente dividida entre os dois países. A lenda diz que essa situação demorou mais cinco anos, quan-do finalmente foi assinado o tratado entre a Polónia e a RDA em 1950 que definia a fronteira a uns quilómetros ao oeste de Szczecin, fi-cando assim a cidade inteira, sem ser dividida. Apesar de o rio não marcar a fronteira, continua a marcar duas partes, a própria cidade de Szczecin e Prawobrzeże (Margem Direita). As duas partes têm os seus centros antigos de origem medieval. Muitos afluentes do rio Oder, numerosos canais e verdes ilhas fazem com que a passagem de uma parte a outra se pareça a uma viagem pelo Mississippi. O lago Dąbie é único lago na Polónia navegável para os iates marítimos.

Tudo isso, juntamente com a presença do porto e dos lendários estaleiros, onde, em 1970, começou a revolta contra o regime comu-nista, convence que Szczecin seja considerada uma cidade maríti-ma, ainda que fique a 65 km do Mar Báltico. O mar é um elemento importante na mitologia da cidade e da sua identidade. Em todas as famílias há pelo menos um membro que está no alto mar ou que trabalha ou trabalhou no mar ou na indústria marítima. A água e as zonas verdes (incluído um dos maiores e mais bonitos cemitérios da Europa) ocupam dois terços da superfície da cidade; caso decidam alugar uma canoa e navegar 13 km por volta do Oder, ficarão com a impressão que a cidade é só zonas verdes e a água.

Para um turista que já visitou Kraków ou Varsóvia, Szczecin pa-recerá uma cidade de um outro país. Na realidade fica mais perto de Berlim (130 km), Copenhaga (274 km), Estocolmo (454 km) ou Praga

0.7m 62 000 823 € 1754 h Aeroporto da Solidariedade Szczecin - Goleniów / 45 km

chave para os ícones na página 52

120 Cidades 08

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Szczecin promove - se como ”o jardim flutuante“, o que é verdade, porque 42% da sua superfície está coberta de zonas verdes e 23,8% é água.

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(507 km) do que de Varsóvia (516 km), sem falar da velha e bondosa Kraków. É a maior cidade e a capital histórica da Pomerânia, região que atualmente está dividida entre a Polónia e a Alemanha (Vor-pommern), tendo conhecido o domínio polaco, sueco, prussiano, di-namarquês e alemão ao longo do último milénio. Em consequência a cidade é uma amálgama de diferentes influências.

As casas da Cidade Velha (Stare Miasto) perto do castelo (Po-dzamcze) e a Câmara Municipal (Ratusz) (uma das mais novas na Polónia, a sua reconstrução começou em 1998) são parecidas com as construções do outro lado da fronteira, enquanto os espetacu-lares Portão do Porto (Brama Portowa) e Portão do Norte (Brama

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Plac Grunwaldzki (Praça de Grunwald) é a maior das conhe-cidas praças da cidade em forma de uma estrela.

122 Cidades 08 Szczecin

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Zonas verdes

Os parques de Szczecin são os lugares de que gosto mais de revisitar. O passeio começa no parque Jasne Błonia, que tem a sua continuação natural no Par-que de Kasprowicz que por sua vez se junta ao Parque Florestal Arkoński. Todo o complexo co-bre uma área de 100 hectares no próprio centro da cidade. Em redor do Parque de Kasprowi-cz encontra - se ”Różanka”. Esse Jardim de Rosas (Ogród Różany) fundado em 1928, é um encanto de cheiros e cores. Hoje em dia tem 9 mil espécies de rosas.

Águas >2 passeios pelo rio Oder, o preço abrange o aluguer do iate junto com o timoneiro, conforme o per-curso, de 100 zł a 450 zł

As águas estão sempre pre-sentes em Szczecin. Os jardins flutuantes, cartão - de - visita da nossa cidade, estão particular-mente no meu coração. Por isso recomendo um passeio pelo rio Oder, fascinante pelo encon-tro da imponente arquitectu-ra industrial com a natureza

selvagem. Sobre o rio - se o ele-vam Wały Chrobrego >1, am-plo miradouro em terraço, um marco inequívoco da cidade em plena paz . E, para acabar, o meu lugar preferido – Jezioro Szma-ragdowe (Lago de Esmeraldas). É um lago artificial no bairro Zdroje que existe desde 1925 no terreno de uma antiga mina de greda. A água tem realmente o tom de esmeralda. Vale a pena contemplar - se nela.

Plac Grunwaldzki (Praça de Grunwald) – É a mais bonita praça em forma de estrela que se encontra no centro da cidade. É um verdadeiro Paris em Szc-zecin! Mas não são as soluções urbanísticas parecidas com as de Paris que fazem o encanto do local. São uns senhores que jogam xadrez desde os primeiros dias da primavera até ao outono tardio. Eles próprios são dignos de uma visita.

Monika PyrekAtleta polaca, campeã mundial no salto a vara. Vive em Szczecin

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Północna) têm o mesmo aspeto como os portões construídos na mesma altura (1600) em Gdańsk. O Castelo, reconstruído após a Se-gunda Guerra Mundial, é uma livre variação sobre o Renascimento na Europa Central. Perto do Castelo há o lugar onde, em 1729, nasceu a futura Imperatriz da Rússia, Catarina a Grande, nome de família Sophia Anhalt zu Zerbst. Por perto há também uma cópia do monu-mento veneziano do condottiero Bartolomeo Colleoni, da autoria de Verrocchio. O monumento foi erguido mesmo no meio de uma rotunda de cruzamento de vias de comunicação, cujo padrão tinha sido o plano parisiense de Haussman (a beleza da estrutura da ci-dade baseada em raios pode ser apreciada desde o último andar do prédio mais alto que é a Torre de Pazim (Wieża Pazim). Sendo um porto marítimo, tal como Szczecin, acolheu sempre pessoas e mer-cadorias do estrangeiro, fazendo sentido que seja o destino natural dos Alemães mais próximos que aqui acorrem às compras.

Trasa Zamkowa (Caminho do Castelo) é uma via de comunicação que une a cidade nas duas margens do rio Oder.

124 Cidades 08 Szczecin

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Para ter algum conhecimen-to sobre a cidade de Szczecin, é preciso, após a saída da esta-ção ferroviária central, dirigir - se no sentido oposto ao do cami-nho para o centro, como seria de esperar, já que o recinto mais pi-toresco não está à vista. É a cha-mada Szczecińska Wenecja (A Veneza de Szczecin), um complexo de edifícios industriais situados junto do rio (alguns deles são anteriores à Segunda Guerra Mundial). Não é difícil chegar lá (os populares vão fazer gosto em indicar o caminho) seguindo a rua de Colombo (ul. Kolumba) ao longo dos caracte-rísticos, extremamente belos, edifícios pós - industriais.

Brama Jazz Cafe >1 Plac Hołdu Pruskiego 1, aberto de Segunda a Domingo, entre as 10h até o último cliente

É um sítio onde vale a pena en-trar para tomar o pequeno - al-moço, passando o bonito portão antigo.

Bar ”Pasztecik“ ul. Wojska Polskiego 46, Segun-da – Sexta: 10.00 –19.00, Sábado: 10.00 –16.00

Durante uma visita a Szczecin é imprescindível provar o pastel. É uma especialidade regional servida, entre outros sítios, no bar da rua Wojska Polskiego. Uma vez aqui, vale a pena dar um passeio pelo parque Jasne Błonia, onde se podem encon-trar sempre muitos habitantes de Szczecin, particularmente no Verão.

Kino Pionier 1909 (Cinema Pioneiro 1909) ul. Wojska Polskiego 2

Sem dúvida é o cinema mais ve-lho do mundo. E com bons filmes em cartaz.

Łona & WebberAdam Zieliński, músico hip - hop e Andrzej Mikosz, produtor musical. Os dois vivem em Szczecin.

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Bydgoszcz / Toruń

Pode “meter a mão na massa” e fazer os famosos bolos de gen-gibre (pierniki) de Toruń no Museu dos Bolos de Gengibre (Żywe Muzeum Piernika), no Centro Histórico (ul. Rabiańska 9, Abril – Dezembro, diariamente: 9 –18 h, Janeiro – Março, diariamente: 10 –18 h).

Uma noite de ópera em Bydgoszcz, o  pequeno - almoço em Toruń. Mas onde passar a noite?

Toruń e Bydgoszcz rivalizam entre si há décadas. A modernização do aeroporto de Bydgoszcz faz Toruń ficar verde de inveja. O boato de que uma grande empresa internacional tenciona instalar - se em To-ruń é suscetível de iniciar tumultos em Bydgoszcz. No entanto, desde 1999 que ambas as cidades partilham a responsabilidade de capital regional, o que faz todo o sentido, tendo em conta a sua proximidade e o facto de serem equiparáveis em tamanho e importância. Toruń tem uma reputada universidade e um centro de arte contemporâ-neo de renome, um incrível centro histórico e uma belíssima vista sobre o rio. Bydgoszcz tem uma ópera, um aeroporto, um importante festival de cinema e os melhores serviços médicos do país. Ambas as cidades merecem a maior atenção.

Toruń surgiu na Idade Média como um cosmopolita centro de co-mércio da Liga Hanseática. A riqueza e o gosto da burguesia deixaram marcas permanentes na arquitectura da câmara municipal gótica, na Catedral de S. João e na Igreja de S. Tiago. Todas foram meticulosa-mente restauradas, o que não é de estranhar, visto que a universidade local forma há décadas especialistas em conservação de monumentos de primeira classe. Hoje, Toruń encontra - se suspensa entre o esplen-dor do passado e os desafios do mundo moderno. A tradição é simbo-lizada pelos pierniki: bolos de gengibre com diferentes formas e ta-manhos, feitos na fábrica local com o nome de mais um dos pilares da identidade de Toruń – Copérnico. Mikołaj Kopernik, ou Nicolau Co-pérnico, que pôs em causa a crença de que o universo girava à volta da terra, nasceu nesta cidade em 1473. É escusado dizer que a sua casa de família é hoje um museu dedicado a este filho da cidade e herói mun-dial. O maior ícone da modernidade de Toruń é o novo centro de arte contemporânea, o CSW Znaki Czasu. Concluído em 2008, atualmente é gerido pela curadora Dobrilla Denegri, de origem sérvia, mas a viver em Roma. O CSW apresenta apenas algumas exposições durante o ano,

0.8m 77 000 751 € 1787 h Aeroporto de Ignacy Jan Paderewski em

Bydgoszcz / Bydgoszcz: 3,5 km, Toruń: 53 km chave para os ícones na página 52

126 Cidades 09

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A Universidade de Toruń, obviamente chamada de Nicolau Copérnico, tem uma fachada com uma composição de azulejos que celebra o filho mais famoso desta cidade.

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porém, cada uma delas chama a atenção dos críticos de arte muito para lá de Toruń, garantindo que, a cada visita, encontraremos algo de novo. No verão, a instituição extravasa do edifício para organizar o festival de música CoCart. Em breve, o centro de arte irá acolher uma sala de concertos projetada pelo arquiteto espanhol Fernando Menis.

Pouco mais nova do que Toruń, Bydgoszcz alcançou uma posição proeminente no séc. XIX, graças à revolução industrial, a uma guarni-ção de respeito e ao Kanał Bydgoski (Canal de Bydgoszcz), que abriu em 1774 e veio preencher uma lacuna na ligação de canais entre a Eu-ropa Ocidental e Oriental. Mesmo agora, se quisermos navegar da Bielorrússia até França, a única rota possível passa por Bydgoszcz. Para os menos ambiciosos, que somos quase todos nós, existe o Elé-trico Aquático de Bydgoszcz, que liga um centro comercial a leste a um complexo desportivo a oeste, passando pelo Centro Histórico, de maio a outubro. Não se pode comparar a dimensão e a qualidade da arquitectura do Centro Histórico com o de Toruń, no entanto, en-contram - se aqui duas coisas que não há em mais lado nenhum: junto

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A chamada Veneza de Bydgosz-cz regressa à vida após anos de negligência.

09 Bydgoszcz / Toruń128 Cidades

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To ru ń

Parque da cidade em Bydgoskie Przedmieście >1 ul. Bydgoska

O maior e mais antigo parque da cidade de Toruń, em estilo inglês, é um dos mais interessantes espaços do género na Polónia. O carácter único deste local é sublinhado pela arquitectura secessionista única de Bydgoskie Przedmieście que envolve o par-que.

Winiarnia Niebo ul. Rynek Staromiejski 1, Quinta – Domingo: 12.00 – 0.00, Sexta – Sábado das 12.00 – 2.00

Pequeno e acolhedor café na cave da câmara municipal. O ambiente incomparável de uma adega de Toruń e aqueles sofás!, totalmente feitos para nos afundarmos neles. Pode sempre passar por aqui para tomar um café, um copo de vinho quente e descontrair sob as abóbodas de tijolo.

Tantra ul. Ślusarska 5, Segunda – quin-ta: 15.00 – 0.00, Sexta – Sábado: 12.00 – 2.00, Domingo: 12.00 – 0.00

Saindo da Praça Nova do Merca-do há ruelas que escondem mui-tos recantos interessantes. Um deles é o Tantra, um café deco-rado ao estilo indiano. Um lugar despretensioso, com um toque de fantasia. Com uma excelente escolha de chás, cafés e cocktails originais.

Pierogarnia Stary Toruń >2   ul. Most Pauliński 2 / 10, Segun-da – Domingo: 11.00 – 0.00

Os melhores pierogi da cidade. O restaurante encontra - se perto do Arsenal, no lugar onde antigamente havia uma ponte.

Tem diferentes tipos de massa e recheio de pierogi (recomen-dam - se especialmente os fofos e tostados “piecuchy”); o interior, típico de Toruń, distribui - se por vários andares. Ambiente rústico e acolhedor.

B y d g o S Zc Z

Mózg ul. Gdańska 10, Segunda – Sá-bado: a partir das 16 h, Domingo: a partir das 18 h

O ponto de encontro mais im-portante da cultura musical inde-pendente em toda a região. Aqui nasceu o Yass e são frequentes os concertos das melhores bandas

e instrumentistas de jazz, para além dos principais artistas do panorama da música experimen-tal. No Mózg organizam - se ainda exposições e diversos eventos culturais. O clube tem um bar muito agradável, onde podemos sentar - nos e conversar ao som de grandes músicas.

Wyspa Młyńska / Ilha do Moinho

É um conjunto de edifícios atra-vessado pelos meandros de dois rios: o Brda e o Młynówka. Graças aos trabalhos de revitali-zação de vários anos, tornou - se um autêntico cartão - de - visita da cidade. Junta o velho ao novo. Durante muito tempo, a Ilha do Moinho foi um local onde se realizavam diferentes atividades culturais, por exemplo, as exposi-ções de Verão da BWA.

Galeria BWA ul. Gdańska 20, Terças – Quintas: 10.00 –18.00, Sextas: 12.00 – 20.00, Sábado e Domingo: 11.30 –16.30

O lugar mais excitante do mapa cultural de Bydgoszcz apresenta interessantes exposições e pro-jetos que exploram aspetos da arte contemporânea totalmente desconhecidos na região. Tudo alojado num edifício com uma forma muito característica.

Krzysztof Bober Criador da Fundação Plateaux, que promove a música contemporânea e as artes audiovisuais na Polónia, funda-dor do festival Plateaux. Vive em Varsóvia.

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ao rio existe um perfeito exemplar da arquitectura contemporânea, onde está alojada a sede do BRE Bank, concluída em 1998 e amadure-cendo graciosamente, e uma ilha verde (Wyspa Młyńska) com um parque muito bem tratado que se torna uma grande atração para os habitantes durante os meses quentes do ano. Os bairros vizinhos com vista para o canal, a que chamam, um pouco exageradamente, a Ve-neza do Norte, encontram - se agora em fase de renovação após anos de negligência. Os cafés e restaurantes à beira - rio estão a tornar - se a especialidade de Bydgoszcz.

A cidade é igualmente famosa devido aos seus eventos musicais. Apesar de ter sido construída há cerca de 60 anos, a Filarmónica da Pomerânia (Filharmonia Pomorska) continua a ser considerada a me-lhor do país no que diz respeito à qualidade acústica. Recentemente, a cidade concluiu a construção da ópera, um processo moroso ini-ciado em 1974. A carcaça de betão do edifício inacabado assombrou a cidade durante décadas, como testemunho da ineficácia do governo comunista e da mania das grandezas dos apparatchik locais. Inaugu-rada em 2006, a Opera Nova, com capacidade para 860 espetadores, é motivo de orgulho para os cidadãos. Serve também de centro de congressos e, em Dezembro de 2010, passou a acolher o festival inter-nacional de cinema Camerimage. Uma honra bem merecida para uma das cidades mais subestimadas da Polónia.

Levou mais de trinta anos a construir, mas agora Bydgoszcz pode orgulhar - se da ópera mais moderna do país, que também serve de centro de congressos.

130 Cidades 09 Bydgoszcz / Toruń

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Janusz Leon WiśniewskiEscritor e cientista, atualmente a viver em Frankfurt

A voivodia da Cujávia - Pome-rânia. Para mim, o seu verda-deiro coração (peço perdão aos habitantes das cidades vizinhas) é Toruń, uma histórica cidade antiga e jovem ao mesmo tempo, graças à florescente vida acadé-mica da sua reputada universi-dade. Toruń, que foi poupada aos bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial, é uma autêntica joia da arquitectura gótica. Em 1997, foi classificada como Pa-trimónio Mundial pela UNESCO.

Casa de Nicolau Copérnico ul. Kopernika 15 / 17; Câmara Mu-nicipal, ul. Rynek Staromiejski 1,

dependendo da época do ano: 10.00 –16.00 / 18.00

Vale a pena dar um passeio pelas ruelas à volta da Praça do Mer-cado. Os visitantes devem seguir rumo à Torre Inclinada (Krzywa Wieża), que está, de facto, incli-nada e admirar as casas góticas ao longo da rua Ciasna (Estreita), A Igreja de São João / Św. Jana, onde Copérnico foi batizado, e ainda a casa do astrónomo são igualmente dignas de ser visitadas. O melhor é terminar o passeio na Praça do Centro Histórico >1 onde se encontra a Câmara Municipal e a Casa de Artus.

Loja de bolos de gengibre de Copérnico ul. Rynek Staromiejski 6,

Segunda –Sexta: 10.00 –19.00, Sábado – Domingo: 10.00 –18.00

No rés - do - chão da Casa de Artus há uma loja que vende os mundialmente famosos bolos de gengibre de Toruń, preparados segundo uma receita tão antiga como a cidade e que é um segre-do tão bem guardado como a fór-mula da Coca - Cola. Não consigo simplesmente imaginar Toruń sem os bolos de gengibre.

Manekin Rynek Staromiejski 16, Domin-go – quinta: 10.00 – 23.00, Sábado – Domingo: 10.00 – 0.00

Vale ainda a pena visitar a loja de crepes Manekin, que serve aqueles que são considerados os melhores crepes da Polónia.

Róże i Zen ul. Podmurna 18, Segunda – quinta: 11.00 – 22.00, Sexta – Do-mingo: 11.00 – 23.00

Para jantar, vou até ao restau-rante Róża i Zen, que oferece aos seus clientes deliciosos pra-tos (não só da cozinha polaca) e requintados vinhos num espa-

ço aconchegante elegantemen-te decorado.

Piwnice ul. Gagarina 11, para reservas, en-viar um e - mail para: [email protected]

Às vezes, gosto de sair de Toruń durante umas horas e dirigir - me até Piwnice, uma pequena aldeia a cerca de 10 km. No observa-tório astronómico de Piwnice encontra - se o maior radioteles-cópio da Polónia. O local oferece aos visitantes não só a oportu-nidade de olhar para as estrelas “de perto”, como também de ouvir fascinantes palestras sobre o universo.

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Dobrila DenegriHistoriadora de arte e curadora independente, di-retora de arte do Centro de Arte Contemporânea de Toruń. Nascida em Belgrado.

O cocA (Centro de Arte Con-temporânea) não é o meu único lugar preferido de Toruń. Gosto muito daqueles sítios que não aparecem nos mapas oficiais, tu-rísticos ou até medievais da cida-de. Entre eles encontram - se, por exemplo, o bairro de Bydgoskie Przedmieście, com os seus fabu-losos exemplos de arquitectura modernista. Tem um belíssimo parque, um pouco negligenciado, o que o torna ainda mais fasci-nante, simplesmente romântico. Um local igualmente único para mim é o Park Miejski (Parque da Cidade) de Toruń, com uma vista de cortar a respiração so-bre o rio Vístula.

Em Toruń existem muitas pos-sibilidades para passar o tempo livre. Se quiser viver uma aven-tura pré - capitalista, recomendo o restaurante Pod Atlantem (ul. Ducha Świętego 3), cujo ambiente me leva a um estado de espírito particularmente nostálgico. Tem uma decoração fora de moda, mas, contra o que seria de es-perar, é um excelente local para tomar uma bebida depois de um dia inteiro a fazer turismo.

A discoteca eNeRDe é um dos elementos extraordinários da vida noturna de Toruń e po-deria muito bem ser em Berlim, por ser tão “underground”. Para as noites lânguidas de verão,

a discoteca Na Końcu Świata (ul. Podmurna 4 – 6), situada junto às ruínas do castelo dos cavaleiros teutónicos, é o lugar ideal.

Entre as muitas atrações de Toruń encontra - se ainda o Museu Etnográfico (Wały gen. Sikorskiego 19, Terça a Sexta: 9 –16 / 17 h, Sábado e Domin-go: 10 –16 / 18 h, dependendo da época). É uma espécie de conto de fadas rural no centro de uma cidade moderna. A exposição inclui cabanas e um moinho de vento e encontra - se num parque antigo, tranquilo e silencioso.

No que diz respeito a hotéis, em Toruń recomendo aos hóspe-des com bolsas mais recheadas o Hotel 1231 (ul. Przedzamcze 6, reservas: +48 56 619 09 10), que se situa num antigo moinho literalmente sobre um regato chamado Struga Toruńska. Reco-mendo ainda o hotel Petit Fleur >1 (ul. Piekary 25, reservas: +48 56 621 51 00), muitíssimo aco-lhedor e, ainda por cima, mesmo no coração do Centro Histórico.

Marek ŻydowiczPresidente da Fundação Tumult, diretor do Festival Plus Cameri-mage, habitante de Bydgoszcz.

À descoberta de especialidades culinárias

Em Bydgoszcz vale a pena vi-sitar três lugares: o excecional Maestra (ul. Marszałka Focha 5,

aberto todos os dias das 12.00 às 21.00 / até sair o último cliente em dias de espetáculo), situado no edifício da ópera e onde a cultura musical se funde com a arte culinária. Dignos de refe-rência são ainda o Oliwka (ul. Jagiellońska 96, aberto todos os dias das 7.00 às 23.00) no Słone-czny Młyn (Hotel Moinho Soa-lheiro) e o Bolero (ul. Grodzka 36,

aberto todos os dias das 6:30 às 22.00) no hotel Holiday Inn.

Opera Nova ul. Marszałka Focha 5

Uma das salas de espetáculos mais modernas e versáteis de toda a Polónia, a Opera Nova, onde se realiza o Festival Plus Camerimage, é a prova de que a sinergia entre diferentes ar-tes é possível e que a parceria existente na cultura e na arte sempre foi, é e será benéfica para todos.

1

09132 Cidades Bydgoszcz / Toruń

Page 135: Sobre a Polska

O Centro de Arte Contemporânea de Toruń foi o primeiro de uma onda de novos edifícios museológicos construídos na Polónia com fundos europeus.

Cidades 133 09 Bydgoszcz / Toruń

Page 136: Sobre a Polska

Lublin

No século XIX, o arquiteto italiano - polaco Antonio Corazzi transformou a maior igreja jesuíta numa catedral católica.

É difícil falar de Lublin sem recorrer a lugares comuns como “Onde o Oriente se encontra com o Ocidente”. A verdade é que se esta fra-se caracteriza bem a cidade, então por que não citá - la?

A capela de Santa Trindade no castelo é o símbolo da compenetração pacífica de duas culturas. Foi a primeira igreja que viu o recém - bati-zado príncipe da Lituânia, Władysław Jagiełło, durante a sua visita à Polónia. Em 1418, este último mandou os pintores decorarem a ca-pela gótica com frescos em estilo bizantino, sendo essa a origem da ligação da arquitectura ocidental à ornamentação oriental. Lublin também o lugar da celebração da chamada União do Reino Polaco com o Grão - Ducado da Lituânia em 1569, o que deu origem a um enorme estado que abrangia a parte oriental da atual Polónia, a Ucrânia, Bie-lorrússia e Lituânia.

Um intenso desenvolvimento teve lugar em Lublin no século XIX, quando esta cidade pertencia ao Império Russo. Não é de estranhar a presença de muitos traços russos. Ao lado de algumas igrejas orto-doxas há edifícios de utilidade pública que têm como modelo os de Petersburgo, por exemplo a sede do antigo banco russo na principal avenida da cidade – Krakowskie Przedmieście. Igualmente o Oriente está lado ao lado do Ocidente na encantadora Cidade Velha (Stare Miasto) de Lublin. Tem o ambiente de uma cidade provinciana algures na Europa do Leste, mas ao mesmo tempo deslumbra com as deco-rações das fachadas renascentistas das casas burguesas projetadas pelos arquitetos italianos. Mais tarde, no início do século XX, este es-tilo renascentista da região de Lublin serviu de inspiração para a arte polaca, não sendo assim de admirar que se encontrem suas cópias em outras regiões.

Lublin, ao longo de séculos, conhecida também com o nome de era um dos mais importantes centros da cultura judaica na ,לובליןEuropa. Apesar de os judeus constituírem um terço da população da

0.7m 86 000 769 € 1820 h Aeroporto de Lublin / 10 km

chave para os ícones na página 52

134 Cidades 10

Page 137: Sobre a Polska

O Portão de Kraków (Brama Krakowska) liga a parte da cidade Velha (Stare Miasto) a Krakowskie Przedmieście que é a avenida principal de Lublin.

135

Page 138: Sobre a Polska

cidade antes da Segunda Guerra Mundial, não ficaram muitos tra-ços da presença judaica. Há um enorme cemitério na zona de Kali-nowszczyzna, a norte da Cidade Velha (Stare Miasto). Algures junto do Palácio (Podzamcze), há uma placa no lugar da antiga sinagoga Maharszal e um velho poste de iluminação na rua Podwale que nun-ca se apaga em memória dos 26.000 judeus de Lublin que num só mês foram transportados para o campo de concentração em Bełżec na primavera de 1942.

O bairro judaico foi arrasado logo depois da Segunda Guerra Mun-dial. Os alicerces das casas judaicas estão por baixo da via rápida Les-te - Oeste (novamente!), da avenida Aleja Tysiąclecia e do Terminal de Autocarros. O movimento fronteiriço é bastante intenso, sendo a cidade de Lublin um ponto natural de entrada na Polónia e na zona Schengen em geral. Os ucranianos vêm aqui estudar na universidade que é um importante centro de estudos de língua, literatura e cultura ucranianas. As autoridades locais, instituições culturais e organiza-ções não - governamentais estreitam as relações de parceria com Lvov, a maior cidade da Ucrânia Ocidental.

A história cheia de traços orientais e ocidentais teve o seu ponto de viragem há uns anos, quando durante as obras da colina do palá-cio, as pedras do pátio foram substituídas por material chinês, quase idêntico ao calcário local.

L

O Parque Científico - Tecnológico de Lublin (Lubelski Park Naukowo - Technologiczny), que se tem desenvolvido desde 2009, visa aumentar o aspeto

inovador da cidade e ajudar no crescimento de tecnologias de energia renovável.

136 Cidades 10 Lublin

Page 139: Sobre a Polska

Starówka (Cidade Velha)

Lublin tem um dos poucos cen-tros antigos de todo o país que sobreviveu à guerra ficando praticamente intacto. Alguns ele-mentos das casas da Cidade Ve-lha recentemente restauradas têm origem no Gótico tardio e no Renascimento. Vale a pena referir o Portão de Kraków (Brama Krakowska) que conduz à Cidade Velha (Stare Miasto)

e o igualmente bonito Portão de Santíssima Trindade (Brama Trynitarska).

Castelo Real (Zamek Królewski) >1 ul. Zamkowa 9, reserva de bilhetes: tel. +48 81 532 – 50 – 01 ext. 61 Aberto durante os meses de junho a agosto (Terça – Sábado: 10.00 –17.00, Domingo: 10.00 –18.00); durante os meses de setembro a maio (Terça – Sábado: 9.00 –17.00, domingo: 9.00 –18.00).

O castelo do início do século XIX foi destruído várias vezes. No seu complexo há uma interessante torre do século XIII e a igreja do mesmo período com os frescos do século XIV recentemente renovados. Os frescos apresen-tam, entre outras representa-ções, o rei Władysław Jagiełło. A capela do castelo é espetacular, havendo poucos exemplos assim na Polónia.

Krakowskie Przedmieście

É a avenida principal de Lublin, com uma faixa só para peões. Na sua parte junto à Cidade Velha (Starówka) e à Câmara Municipal há bares e restaurantes dignos de interesse.

Os subterrâneos (Podziemia) em Lublin >2 Rynek 1, Sábado – Domingo: 12, 13, 14, 16, preço do bilhete nor-mal – 9 zł, com desconto – 7 zł

Há uns anos nas caves da Cida-de Velha foram traçados trajetos para turistas. É impressionante, o sistema de sinuosos e estreitos corredores, com tochas.

Teatr w Budowie (Teatro em construção) ul. Lubomelska 1 – 3

Para mim é um sítio excecional. O teatro está a ser construído há mais de quarenta anos. Está situado no centro da cidade, num recinto muito bonito. Quando a construção acabar, será um lugar muito importante para Lublin. Agora está concluída uma parte do teatro; nas traseiras têm a sua sede a Filarmónica e o Teatro Musical. À frente há o Parque Saxónico (Park Saski) do século XIX.

Krzysztof CugowskiO líder da banda rock Budka Suflera, celebrando agora a quinta década da sua carreira, canta louvores à sua cidade natal

1

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Page 140: Sobre a Polska

Kazimierz dolny

Kazimierz Dolny é uma pequena cidade situada num pitoresco vale junto ao castelo medieval, com a praça inclinada, pavimentada à maneira antiga, três bonitas igrejas, celeiros

138 Cidades 10 Around Lublin

Kazimierz Dolny

Page 141: Sobre a Polska

renascentistas sobre o rio Vístula e muitos traços da memória judaica. Não estranha o facto de ter sido descoberto pelos artistas no início do século XX. Atualmente é o sítio

preferido para os habitantes de Lublin ou Varsóvia que vêm aqui passar o fim - de - semana. Especialmente os artistas e homens de letras escolhem os encantos de Kazimierz

Dolny, alugam casas na vila ou nas aldeias próximas. Durante a semana é um sítio mais pacato, mas igualmente deslumbrante.

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Page 142: Sobre a Polska

Białystok

Białystok é, agora, uma cidade bastante grande com todas as infraestruturas de uma capital regional, embora continue a manter o charme de uma pequena localidade. As dimensões da Lipowa – a rua principal da cidade, ladeada por casas de dois ou três andares e desembocando na praça pedonal do mercado (Rynek Kościuszki) – reforçam essa impressão. Preste atenção aos edifícios construídos depois da guerra em redor da praça principal e procure os grafitis deco-rativos com antigos guerreiros, signos do zodíaco e outros símbolos, que pretendem dar a esta cidade algo recente um estilo de cidade antiga.

Na realidade, a história de Białystok é relativamente curta. A cidade evoluiu rapidamente para uma cidade multicultural no século XIX graças à linha ferroviária que liga Viena a São Petersburgo via Varsó-via e Vilnius e ao boom industrial. A residência da família aristocrática Branicki, que era proprietária de Białystok antes de esta se tornar um centro industrial, define o limite leste da rua Lipowa, a alguns passos da Rynek. Meticulosamente restaurado depois da Segunda Guerra Mundial e alojando actualmente a Universidade de Ciências Médicas, o palácio encontra - se rodeado por um vasto parque e um jardim bar-roco de estilo francês.

Os outros pontos de interesse de Białystok diferem significati-vamente da idílica residência do tempo pré - industrial. No confim

0.5m 50 000 748 € 1720 h Aeroporto Chopin de Varsóvia / 208 km

chave para os ícones na página 52

Os nativos recomendam um passeio por Bojary – um bairro composto por antigas casas de madeira onde morava a classe operária.

140 Cidades 11

Page 143: Sobre a Polska

Lipowa, a rua principal da cidade, outrora denominada em honra do Marechal Piłsudski, Hitler e Estaline, retomou definitivamente o seu nome

histórico na década de 50 e liga a Praça do Mercado à maravilhosa Igreja de São Roque (em primeiro plano).

141

Page 144: Sobre a Polska

oposto da rua Lipowa encontra - se a igreja de São Roque com o seu pináculo de 78 metros de altura. O edifício foi projetado na década de 20 e é considerado uma das mais impressionantes igrejas construí-das na Polónia no século passado. O novo edifício da ópera destina - se a ser o novo ícone da cidade. A monumental construção, projetada por Marek Budzyński será revestida por vegetação luxuriante, o que parece combinar com a cidade, que ainda recentemente surpreendeu o resto do país, depois de as pesquisas demonstrarem que o nível de vida em Białystok é o mais elevado entre as 12 maiores cidades po-lacas. Para isso contribuem, em larga medida, o saudável ambiente natural, a abundância de parques e a proximidade da natureza. Já em 1993 Białystok se tinha tornado o primeiro membro polaco da Rede de Cidades Saudáveis, fundada pela Organização Mundial de Saúde. Não é de admirar que esta urbe historicamente multicultural, agora mui-to próxima da fronteira leste do país, tenha a mais alta percentagem de população não - católica e não - polaca de todas as grandes cidades da Polónia. Já lá vai o tempo em que quase metade da população de

A chamada câmara municipal, na realidade, nunca alojou as autoridades municipais de Białystok. Os comerciantes locais usavam o espaço inferior

para instalar as suas lojas, enquanto que os bombeiros aproveitavam a alta torre para observação

142 Cidades 11 Białystok

Page 145: Sobre a Polska

Białystok era judaica, como antes da Segunda Guerra Mundial, cons-tituindo os bielorrussos e os tártaros grandes minorias, conforme evidenciado pelas cúpulas em forma de cebola das modernas igrejas ortodoxas, pela construção do centro cultural islâmico e pelo suave sotaque local.

Os arredores são uma das áreas de maior diversidade cultural na Polónia. Tykocin é uma minúscula cidade com uma grande Praça do Mercado e uma sinagoga antiga bem preservada. Em algumas al-deias, as minorias étnicas constituem a maior parte da população. Em Kruszyniany, uma aldeia tártara, encontra - se uma bela mesquita de madeira. As aldeias a Sudeste de Białystok são quase exclusivamente bielorrussas. A apenas 90 minutos de viagem de automóvel, encon-tra - se a colina Grabarka – o santuário ortodoxo mais importante da Polónia, rodeado por uma floresta de cruzes. Viajar pelos arredores de Białystok é uma viagem ao passado, aos tempos em que a Polónia era um dos países de maior diversidade na Europa, onde os Polacos não constituíam mais do que dois terços da população.

Um dos últimos vestígios da casa de campo do czar em Białowieża, nos arredores de Białystok. O museu do Parque Nacional de Białowieża é um

lugar onde se podem conhecer aspectos da rica selva que floresce numa parte da floresta de acesso proibido a turistas.

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Page 146: Sobre a Polska

Pałac Branickich (Palácio dos Branicki) >1 ul. Jana Kilińskiego 1, Terça – Sexta: 15:30 –17:30, Sábado – do-mingo: 9.00 –17.00.

Palácio histórico em Białystok, uma das mansões aristocráti-cas do período saxónico melhor preservadas em território polaco. Construída em estilo barroco tardio, chamam - lhe frequente-mente a Versalhes de Podlasie, Versalhes do Norte ou “Versa-lhes polaca”.

Rota da Herança Judaica em Białystok >2

Restam poucos vestígios da pre-sença judaica em Białystok. Entre os que ficaram até aos dias de hoje, encontramos três sinago-gas, alguns prédios antigos, diver-sos pormenores arquitetónicos, memoriais, placas comemorati-vas e um cemitério. Mais um mo-

tivo para conservar a memória da população judaica da cidade, outrora vibrante e considerá-vel, presente em Białystok entre 1658 e 1939 (até ao deflagrar da Segunda Guerra Mundial). A rota conduz os visitantes a locais associados à história dos Judeus de Białystok, apresentando a po-pulação judaica no contexto de uma sociedade multicultural na Polónia antes da guerra e pro-movendo elementos da cultura e tradição judaicas. A zona pedonal da cidade abran-ge a Skwer Kościuszki (Praça de Kościuszko), assim como as ruas Suraska e Kiliński. Quem tenha fome e sede encontrará aí res-taurantes bastante baratos que oferecem pratos da cozinha pola-ca, como o Społem Podlasiak (ul. Rynek Kościuszki 15) e o Astoria (ul. Sienkiewicza 4, Segunda – Sá-bado: 13.00 – 22.00, Domingo: 12.00 – 22.00) – com um terraço virado para a praça

Białostocki Szlak Producen-tów (Rota dos Fabricantes de Białystok)

Mostrando a história da prospe-ridade industrial da cidade e das empresas locais dirigidas por Nowik, Hasbach, Becker, Trylling, Moes e Jankowski, a rota leva aos edifícios industriais, residências e mansões que sobreviveram até à data. As funções para que serviam podem ter mudado re-petidas vezes com o tempo, mas os edifícios em si evidenciam o esplendor industrial na viragem do século.

Klub Metro (Clube Metro) >3  ul. Białówny 9a, quinta – Sá-bado: 19.00 – 2.00, Terça – quarta: 19.00 – 6.00

Desde a sua abertura em mea-dos dos anos 90, a mesa de DJ e o palco do clube têm visto atua-ções de artistas dos quatro can-

Monika SzewczykDiretora da aclamada Galeria Arsenał de Białystok

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11144 Cidades Białystok

Page 147: Sobre a Polska

tos da Polónia e do mundo. O lo-cal orgulha - se do seu excelente sistema de som e uma decoração interessante, dois bares, pista de dança e um salão.

Antykwariat Księgarnia Rynek (Alfarrabista do Rynek) Rynek Kościuszki 13, Segunda – Sexta: 10.00 –18.00

A livraria oferece uma viagem ao Oriente através de uma vasta oferta de literatura da Europa Central e Oriental oriunda da Bielorrússia, Estónia, Lituânia, Letónia, Ucrânia, Rússia e Sérvia. Além disso, a loja dispõe de uma impressionante seleção de dis-cos de vinil.

Ignacy KarpowiczEscritor, vencedor do troféu Paszport Polityki 2010 (Passaporte da Polityka 2010) na categoria de Literatura.

Ao visitar Białystok, convém conhecer três rotas turísticas. A primeira é o caminho da arqui-tectura de madeira. Recomendo um passeio ao bairro de Bojary >4, com as suas belas e antigas casas de madeira. Em Bojary pode ver - se e sentir - se a atmos-fera dos tempos antes da guerra, vivida numa cidade fronteiriça da Polónia oriental. Também se torna evidente que os tijolos ou o betão não são, necessariamen-te, melhores ou mais bonitos do que a madeira.A segunda é a rota do Esperan-to e de Zamenhoff. Vale a pena começar no recém - inaugura-do Centro Ludwik Zamenho-ff >5  (ul. Warszawska 19) que, sendo uma instituição nova, ainda não se contraiu nem fos-silizou. É um bom lugar para ver e entender as circunstâncias em que nasceu o Esperanto. Apesar de ser uma língua artificial, o Es-

peranto revestia - se de nobres intenções e uma história muito interessante.Aos visitantes aconselho o café - bar Cechowa (ul. Wars-zawska 4 / 6). Primeiro, porque servem kiszka ziemniaczana (sal-sicha de batata), uma iguaria re-gional feita com massa de batata e, em segundo lugar, porque no Cechowa ainda é possível sentir a velha era comunista. Embora pouco atraente, o Cechowa não é pretensioso. Estes estabeleci-mentos são agora uma raridade, dado que o mundo foi inundado por cadeias de restauração ou restaurantes bonitos com uma cozinha sofisticada. Comer uma excelente refeição num restau-rante da moda por uma grande quantia de dinheiro tornou - se tão fácil e comum, que não vale a pena recomendá - lo. Mas o Ce-chowa continua diferente.

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145

Page 148: Sobre a Polska

Rzeszów

O alto Monumento à Revolução é tão amado como odiado, mas, quer queiramos quer não, é um ponto de orientação natural e um ícone involuntário de Rzeszów.

Tal como Białystok, também Rzeszów viveu durante séculos uma vida calma, até que uma conjugação de circunstâncias políticas e eco-nómicas lhe deu um súbito impulso. O Cas-telo e a Cidade Velha que hoje podemos ver eram uns dos muitos semelhantes existentes no sudeste da Polónia. Na realidade, várias cidades a curta distância de Rzeszów, como, por exemplo, Sandomierz e Jarosław, desem-penhavam um papel muito mais importante do que o que têm agora e podem orgulhar - se de impressionantes monumentos históricos, que contrastam com a sua relevância atual.

Rzeszów costumava ser apenas uma paragem na antiga rota de comércio transcontinental que se estendia das cidades alemãs até Lvov, passando por Wrocław e Kraków com destino à Ucrânia, até ao Mar Negro. A rota histórica foi enriquecida no século XIX com uma linha ferroviária e, recentemente, com a autoestrada A4, cons-truída para ligar a Polónia de Leste a Oeste e facilitar a circulação de pessoas durante o campeonato europeu de futebol de 2012. A cidade começou a desenvolver - se graças à linha ferroviária e passou por um período de rápida modernização na viragem do século passado, atestado pelas elegantes vivendas Art Nouveau e os interessantes edifícios públicos dessa época.

Em seguida, em 1930, a cidade foi integrada num ambicioso plano de industrialização de partes do país até então pouco desenvolvidas com o estabelecimento da Centralny Okręg Przemysłowy (COP) – Re-gião Central Industrial. Rzeszów e as cidades vizinhas, como Mielec

0.6m 62 000 777 € 1763 h Aeroporto Rzeszów – Jasionka / 10 km

chave para os ícones na página 52

146 Cidades 12

Page 149: Sobre a Polska

A economia de Rzeszów incide na tecnologia de ponta, mas a cidade mantém o charme de uma pequena cidade antiga que beneficia da proximidade das estâncias de montanha.

e Stalowa Wola, tornaram - se polos da indústria aeronáutica polaca e outras baseadas em tecnologia. Após a Segunda Guerra Mundial, Rzeszów beneficiou involuntariamente do facto de Lvov, uma cida-de grande e cosmopolita tão importante como Kraków, ter ficado no lado soviético da nova fronteira leste com a Ucrânia. Rzeszów assumiu novas funções, substituindo a metrópole então ausente e recebendo crescentes investimentos em indústrias modernas. O controverso monumento em honra dos soldados soviéticos, asse-melhando - se aos órgãos genitais femininos e erigido na década de 70 num dos cruzamentos principais da cidade, tornou - se um ícone

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Page 150: Sobre a Polska

O Castelo dos Lubomirski assenta sobre um bastião projetado pelo grande arquiteto holandês do barroco Tylman van Gameren.

da nova Rzeszów, juntamente com a Grande Muralha Chinesa de arranha - céus construída na margem oposta à Cidade Velha.

Atualmente, Rzeszów tem dois rostos. A cidade mantém o char-me de uma pequena urbe onde se pode caminhar e andar de bicicleta, com uma linda praça do mercado (não passe sem visitar os corre-dores, passagens e abóbadas subterrâneas), muita vegetação, água limpa da torneira e um crescente número de estudantes. Por outro lado, Rzeszów é organismo ambicioso que sobreviveu ao mergulho a pique da indústria pesada polaca depois de 1989. Em 2001, foi fun-dada a universidade, que atrai muitos investimentos estrangeiros e lidera o ambicioso projecto Dolina Lotnicza (Vale da Aeronáutica): um aglomerado de empresas, instituições de ensino e centros de pes-quisa de alcance europeu, com a Escola Politécnica de Rzeszów no seu centro. Estima - se que o cluster de alta tecnologia absorva um terço de todos os postos de trabalho na cidade. Não foi por acaso que, em 2009, o ampliado aeroporto de Jasionka começou a operar voos diretos para Nova Iorque. Rzeszów é a prova viva, trabalhadora e estudante de que a histórica divisão entre a Polónia desenvolvida A e a Polónia rural B já pertence ao passado.

148 Cidades 12 Rzeszów

Page 151: Sobre a Polska

Restaurante Dworek (ul. Dąbrowskiego 19, diaria-mente: 10.00 – 22.00)

Um lugar fantástico para um almoço de negócios – um ele-gante interior vintage, excelente serviço e um jardim maravilho-so (especialmente agradável no verão).

Restaurante Czarny Kot (ul. Mickiewicza 4, diariamente: 13.00 – 23.00)

Instalado numa cave recente-mente renovada e dotado de uma elegante decoração, o res-taurante oferece uma impres-sionante seleção de deliciosos pratos (cuidado: as doses tam-bém são enormes). O ponto de encontro preferido por empre-sários estrangeiros. E se o almo-

ço se prolongar pela tarde, vale a pena passar pela…

Cukiernia Wiedeńska (Pastela-ria de Viena) (ul. Rynek 13 –14, Segunda – Sex-ta: 9.00 – 21.00, Sábado e Domin-go: 10.00 – 21.00 h)

Localizada no Hotel Ambassa-dor de quatro estrelas na Praça do Mercado, a pastelaria oferece uma escolha realmente grande de saborosas iguarias em qual-quer estação do ano.

Hotel Grand Café (ul. Dymnickiego 1A)

Uma decoração inesquecível tanto do próprio hotel, como da cafetaria, um café delicioso, serviço impecável e excelente localização mesmo no centro da cidade.

Restaurante Klubowa (ul. Ks. Jałowego 23a, diaria-mente: 10.00 –19.00)

Recomendamos este lugar a vi-sitantes seniores que acarinham a tradição. O Klubowa é um dos restaurantes mais antigos da cidade, famoso pelos seus bailes e deliciosa cozinha típica polaca.

A rota turística subterrânea Terça – Sexta: 10.15, 11.00,

12.00, 13.00, 14.00, 15.00, 16.00, 17.00, Sábado e Domingo: 11.15, 12.00, 13.00, 14.00, 15.00, 16.00, preço dos bilhetes: 6,5 zł / 4,5 zł

Os estrangeiros, e especial-mente os americanos, irão com certeza adorar a rota turís-tica subterrânea sob a Praça do Mercado de Rzeszów, que oferece um pedaço de história da Polónia.

Katarzyna Kordoń & Beata PisulaProprietárias da K & K Selekt, a única empresa polaca de con-sultadoria internacional entre a Ásia e a Europa. Ambas moram em rzeszów

Krzysztof BrodzińskiEngenheiro do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear em Genebra (CERN) na construção do acelerador de partículas LHC

Se alguém quiser esquecer a vida quotidiana e fazer uma pausa na natureza selvagem, deve ir para as encostas das monta-nhas polacas de Bieszczady. A cerca de 1,5 horas de viagem a sul de Rzeszów, entramos num dos recantos mais selvagens da Polónia. Bieszczady oferece muitas oportunidades de lazer. O lago Solińskie, com as suas inúmeras enseadas selvagens, é um paraíso para quem gosta de desportos aquáticos e de pesca. As ciclovias permitem pôr à prova os limites e resistência de cada um. Para os mais cal-mos, proponho caminhadas na reserva Sine Wiry. Escolha um percurso não demarcado e pode avistar um urso, um lince ou até

um bisonte. Também vale a pena visitar a aldeia de Łopienka, já extinta, com o seu antigo templo megalítico – O Outono ensolarado é o melhor momento para visitar Bieszcza-dy. Entre setembro e outubro as montanhas revelam a sua maior beleza. Nessa altura, pode des-frutar do tapete de folhas multi-colorido, maravilhoso nas partes altas das montanhas Bieszczady. Pessoalmente, recomendo a rota de Wetlina através do passe de montanha Orłowicz em direção a Połonina Wetlińska, onde pode descansar num modesto alber-gue PTTK (Polskie Towarzystwo Turystyczno - Krajoznawcze – Associação de Turismo Polaco).

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Page 152: Sobre a Polska

A Polónia teve um início tardio no que diz respeito à industrialização ou à agricultura moderna. O que foi visto como uma desvantagem du-rante décadas acabou por se revelar um bem precioso. É que há regiões do país, especialmente no Nordeste, onde as antigas florestas e os vastos pântanos nunca tiveram que abrir caminho à agricultura e os lagos nunca foram ameaçados de poluição. Desde as praias de areia brancas do Mar Báltico no Norte às montanhas no Sul, há muito para descobrir.

A natureza

150 A natureza

Page 153: Sobre a Polska

01 As Dunas Movediças Agarre - as se conseguir

02 A costa do Báltico Com praias de areia branca e dramáticas falésias

03 Cassúbia (Kaszuby) Um paraíso verde a dois passos da Tricidade

04 Vármia e Mazúria Região da Suwalszczyzna A terra dos três mil lagos

05 Białowieża Uma floresta antiga intocada

06 Bieszczady As montanhas menos povoadas da Polónia

07 Montanhas Tatra As montanhas mais altas do país

08 Os Sudetos (Sudety) Colinas, florestas, castelos, SPAs

03

02 01

06

05

04

08

07Áreas naturais

Florestas Áreas de Reserva Natural 2000 Parques Nacionais Parques paisagísticos

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Page 154: Sobre a Polska

01 As Dunas Movediças A poucos quilómetros da estância báltica de Łeba, encontra - se um vasto lago. Antigamente, era uma baía, mas agora está separada do mar por uma estreita faixa de terra. Esta faixa é coberta por

152 A natureza

Page 155: Sobre a Polska

um deserto em miniatura – 500 hectares de dunas que mudam constantemente de posição, en-tre 3,5 a 10 metros por ano. Esta velocidade não permite notar o seu movimento, mas as dunas

varridas pelo vento são um fenó-meno impressionante. Algumas delas, chamadas de montanhas brancas, chegam aos 30 metros de altura. Da colina de Rokowół com 115 metros de altura, na orla

do parque nacional, pode admirar uma vista espetacular do lago e das dunas.

153

Page 156: Sobre a Polska

02 A costa do Báltico

De Świnoujście no oeste a Piaski no leste, a costa báltica estende - se por 775 quilómetros, da Alemanha à Rússia. Sim, existem estâncias apinhadas com turistas, mas, para cada

uma delas, há uma dúzia de aldeias tranquilas. Sim, o tempo é instável e a temperatura média da água no verão varia entre os 17 e os 21 oC, mas estes são plenamente compensados pela

154 A natureza

Page 157: Sobre a Polska

vista das vastas praias de areia branca e muitas outras maravilhas da natureza: a dramática linha costeira com falésias na ilha de Wolin (elevando - se a 93 metros acima do nível do mar) e em

Rozewie (fotografia acima) – o território mais setentrional da Polónia ou a incrivelmente estreita península de Hel. A qualidade das águas é analisada e certificada todos os anos. Os

Polacos são muito conformistas no que diz respeito aos seus hábitos de férias e, por isso, toda a costa está vazia entre os meses de setembro e junho.

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Page 158: Sobre a Polska

03 Cassúbia (Kaszuby)

156 A natureza

Page 159: Sobre a Polska

Viajando para oeste da Tricida-de, depois de atravessados os subúrbios ao longo da variante S6, encontrar - se - á no cora-ção da Cassúbia. A Terra dos Lagos da Cassúbia (Pojezierze

Kaszubskie) compreende cerca de 300 quilómetros quadra-dos de colinas, florestas verdes, lagos cristalinos, pequenas vilas e aldeias. A parte mais pitoresca, rodeando a cidade de Kartuzy

é apelidada de Suíça da Cassúbia (Szwajcaria Kaszubska) devido à sua paisagem montanhosa. O ponto mais elevado, Wieżyca, é o melhor sítio para apreciar o belo panorama.

157

Page 160: Sobre a Polska

Esta é a região menos povoada da Polónia. Passeando, pela es-trada 16, que se estende por toda a região, verá principalmente flo-restas e lagos, incluindo o maior deles, o Śniardwy, e o mais pro-

fundo, o Hańcza de azul - cobalto. Nas redondezas há, pelo menos, três mil lagos, que são um refúgio para aves selvagens, como cor-morões ou cegonhas - pretas, ao passo que as florestas abrigam

04 Vármia Masúria

(Região da Suwalszczyzna)

158 A natureza

Page 161: Sobre a Polska

bisontes, raposas, martas e ratos almiscarados. Os apaixonados por iates apinham - se na região dos Lagos da Masúria (Pojezierze Mazurskie). A não perder pelos fãs de um ritmo de vida mais len-

to é o cruzeiro de 11 horas pelo antigo canal Elbląg – Ostróda. Os amantes de história e arquitec-tura têm muito para descobrir: desde os castelos medievais dos Cavaleiros Teutónicos ao bunker

nazi Toca do Lobo que testemu-nhou um atentado fracassado contra Hitler, passando pelas magníficas mansões prussianas e o santuário barroco de Święta Lipka.

159

Page 162: Sobre a Polska

De todas as florestas na Polónia, esta é a menos estragada pela civilização. A maior parte do Parque Nacional de Białowieża está vedada a turistas, mas a área que pode visitar é suficiente-

mente espetacular. Na vila de Białowieża encontra - se o Museu do Parque Nacional, o parque do palácio construído para o la-zer dos czares russos cheio de plantas exóticas. Este é também

05 Białowieża

160 A natureza

Page 163: Sobre a Polska

o ponto de partida das excursões pela floresta e pelo habitat do bisonte europeu. O bisonte eu-ropeu (żubr) é uma espécie que habitou as florestas da Europa Central durante milhares de

anos. O último żubr selvagem foi morto em 1919, mas, alguns anos mais tarde, a Sociedade Interna-cional para a Proteção do Bisonte Europeu começou a restabelecer a população com os poucos que

viviam nos jardins zoológicos. O bisonte regressou à floresta de em 1929. Atualmente, cerca de 700 bisontes europeus vivem tanto do lado polaco e como bie-lorrusso da fronteira.

161

Page 164: Sobre a Polska

06 Bieszczady A parte mais a sul da Polónia está encravada entre a Ucrânia e a Es-lováquia. Esta é também uma das regiões menos populosas do país, em parte devido à limpeza étnica a que os comunistas sujeitaram

162 A natureza

Page 165: Sobre a Polska

a minoria Lemko na década de 40 e 50. As montanhas Bieszczady são, atualmente, uma das regiões mais tranquilas do país, com uma maior atividade turística apenas na vizinhança do lago artificial de

Solina (Jezioro Solińskie). Acima dele, encontram - se as cordilhei-ras montanhosas chamadas poło-nina, com pequenos planaltos que fazem lembrar grandes ala-medas. Atrás delas adivinham - se

aldeias tranquilas, escondidas nos vales.

163

Page 166: Sobre a Polska

As montanhas mais altas da Po-lónia, pertencentes à cordilheira dos Cárpatos, erguem - se acima da cidade de Zakopane e podem ser vistas em todo o seu esplen-dor do topo da Gubałówka, uma

montanha do outro lado da cida-de. Qualquer um pode desfrutar das montanhas Tatra: uma ca-minhada pelos vales Kościeliska ou Chochołowska é quase como um passeio num parque até para

07 Montanhas Tatra

164 A natureza

Page 167: Sobre a Polska

os iniciantes, assim como a jor-nada até ao Morskie Oko – um pitoresco lago aninhado entre as montanhas. Giewont – a mon-tanha mais famosa da Polónia – é um desafio mais difícil. Apesar

do seu tamanho, as montanhas Tatra parecem ser demasiado pequenas para a quantidade de pessoas que querem visitá - las. A melhor altura para as visitar é no outono ou na primavera,

fora da época de esqui e das fé-rias de verão, quando o número de turistas dispara.

165

Page 168: Sobre a Polska

Acima de tudo, este é um dos lugares mais quentes da Polónia (à exceção das montanhas em si) com um inverno suave e uma primavera precoce. Os Sudetos repartem - se pela Polónia, a Re-

pública Checa e a Alemanha. A região está tão repleta de atra-ções turísticas e arquitetónicas, que se poderia suspeitar serem um parque temático criado com fins turísticos. Desde o pico

08 Sudetos (Sudety)

166 A natureza

Page 169: Sobre a Polska

nevado da Śnieżka à concentra-ção de castelos (a maioria deles transformados em excelentes hotéis) no vale em torno da cidade de Jelenia Góra, desde as estâncias renovadas de Cie-

plice e Karpacz às maravilhas da natureza como as peculiares rochas em forma de vulcão na montanha Szczeliniec. A região dos Sudetos já é muito popular entre os turistas alemães, mas

está prestes a tornar - se uma das principais atrações da Polónia.

167

Page 170: Sobre a Polska

Parque Nacional de Ojców

Marcin Mostafa & Natalia Paszkowska Fundadores do estúdio WWAA, arquitetos do aclamado pavilhão polaco da Expo 2010 em Xangai

168 A natureza

Page 171: Sobre a Polska

Descobrimos este lugar mági-co a meio do inverno, durante o nosso regresso a Varsóvia após umas férias de snowboard. Talvez o encanto da nossa experiên-cia tenha sido influenciado por termos encontrado apenas um albergue aberto onde éramos os únicos hóspedes… O vale isolado do parque oferece vis-tas assombrosas e faz lembrar

o design sofisticado de um jogo de aventuras para computador (como o Sibéria). Há de tudo: ruí-nas de um castelo medieval, uma estranha formação rochosa em forma de clava, uma infinidade de grutas, casas cobertas por árvores e uma capela misteriosa e eclética na água. Tudo isto acompanhado por uma arquitec-tura bastante coerente no que

diz respeito ao estilo. O tama-nho do parque (é o menor dos parques nacionais da Polónia) permite aos visitantes conhecer Ojców durante um dia ou dois e partir com a agradável con-vicção de que conhecem o sítio como a palma da sua mão.

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Page 172: Sobre a Polska

Philip Niedenthal Editor - chefe da Podróże, revista de viagens mensal

Refúgios Rurais

Gallery 69 >1 Dorotowo 38, próximo de Olsztyn, reservas: +48 89 5136480

Este sítio é uma lufada de ar fresco para os amantes do design. Desde a arquitectura e a decoração à cozinha – o hotel está cheio de ideias originais que contribuem para uma estadia relaxante. Dispõe de uma praia privada e isolada com uma pito-resca localização sobre o lago Wulpińskie de 1000 hectares.

Oberża pod Psem >2 Kadzidłowo 1, Mazury, reservas: +48 87 425 74 74

Escondido na floresta, o alber-gue é o destino perfeito para uma escapadela de fim de sema-na, tanto no verão como no in-verno, tirando partido da banya (sauna) russa. E mais: aqui ser-vem - se as melhores panquecas de caramelo do mundo, o que, já de si, justifica plenamente uma visita a Kadzidłowo.

Kania Lodge >3 Sytna Góra 10, a 40 minutos de Gdańsk, reservas: +48 58 681 06 77

“Venho aqui para admirar a bele-za da ‘Suíça da Cassúbia’, tomar banho no lago semiprivado, des-frutar da cozinha maravilhosa e da impressionante seleção de vinhos, tal como da hospitali-

dade e do sentido de humor do proprietário” diz John Borrell, originário da Nova Zelândia. Não há nada que se compare a um jantar no terraço com uma vista para o lago e o relvado, onde

as ovelhas cumprem o papel de aparadores de relva amigos do ambiente.

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3

170 A natureza

Page 173: Sobre a Polska

A Masúria é a minha terra mis-teriosa e mágica – centenas de lagos e canais, que naveguei quando era jovem. Pensar neles faz - me sentir nostálgico, porque foi aí que realizei o meu primeiro filme – Faca na Água. A Masúria é uma maravilha.

Marek KamińskiMarek Kamiński Viajante, con-quistador dos Polos Norte e Sul; vive em Sopot

Roman PolańskiCineasta, roteirista e ator premiado com numerosos galardões cinematográficos em todo o mundo, incluin-do o Óscar pelo filme O Pianista (2002); vive em França

Para mim, o ícone da Polónia, ou a Polónia descrita em poucas palavras, é o Wisła (Vístula) – o último rio selvagem da Europa desta dimensão. A descida do rio Vístula de Kraków a Gdańsk é uma viagem invulgar, tanto pelo tempo como pela natureza. Os acontecimentos mais importantes na história da Polónia, da Europa e do mundo tiveram aqui lugar. É a nossa joia nacional. O rio Vístula pode ser admirado de várias maneiras: a pé, a cavalo, de bicicleta ou de caiaque. Pode viajar com os amigos e a família ou sozinho.

Wisła

Mazury

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Page 174: Sobre a Polska

Dr Irena Eris Wzgórza Dylewskie >1 Wysoka Wieś 22, próximo de Os-tróda, www.drirenaerisspa.com

O resort está lindamente situado no coração do Parque Paisa-gístico de Mazury. A floresta circundante encoraja a longas caminhadas e passeios de bici-

cleta relaxantes e energizantes. Este SPA de classe mundial está integrado num hotel da máxima classe, o que é sinónimo de luxo e de uma magnífica abordagem ao bem - estar. O resort oferece tratamentos faciais e corporais com cosméticos da Dra. Irena Eris, que não podem ser adqui-ridos em lojas normais e apenas

estão ao dispor no SPA. Antes de iniciar os tratamentos, um esteticista testa a pele do cliente e adequa os produtos às suas necessidades individuais.

Spa Resorts

Krystyna KaszubaFundadora de Twój STYL (O teu Estilo), a revista feminina mais popular da Polónia. Atualmente, leciona Teoria de Revistas Exclusivas na Universidade de Varsóvia, é consultora, membro do conselho consultivo da Hubert Burda Media

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172 A natureza

Page 175: Sobre a Polska

Maciej Zień Um dos designers de moda mais aclamados na Polónia

Głęboczek Vine Resort & Spa >2 Wielki Głęboczek 1 , 78 km a Nor-deste de Toruń, www.gleboczek.pl

Este é o único resort na Polónia focado na vinoterapia. Situado numa pitoresca paisagem lacus-tre, rodeado por uma vinha, ofe-rece tratamentos como banhos de vinho, esfoliação corporal com grainhas de uvas e muitos outros tratamentos com cosméticos à base de vinho e uvas. Além dis-so, pode aproveitar a sauna de aromoterapia, banhos de vapor florais, massagens relaxantes e desintoxicantes.

Mina de Sal Subterrânea de Wieliczka Centro de Reabilitação e Tratamento >3 Park Kingi 1, Wieliczka próximo de Kraków, www.kopalnia.pl

Esta instalação está localizada a 135 metros abaixo do nível do solo, na mina de sal de Wieliczka, que figura na lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO e remonta ao século XIII. Provavel-mente, este é o único spa onde receberá um capacete antes de iniciar o tratamento. O ar na câmara subterrânea é naturalmente livre de bactérias e contém grandes quantidades de cloreto de sódio e de iões de magnésio e de cálcio. Esta instalação de saúde subterrânea, úni-ca no seu género, é particularmente benéfica para o tratamento de doenças do trato respiratório inferior e superior, tal como de alergias, doenças da pele e distúrbios metabólicos.

Wieliczka

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Page 176: Sobre a Polska

Não será um exagero dizer que a Polónia durante séculos foi mais uma terra de gran-des ideias do que de grandes obras. Num país que foi tão frequentemente assolado por guerras e outros desastres, raramente foi possível colecionar e conservar riqueza material: desde coleções de arte, bibliotecas e joias de família, a pontes ou fábricas. Ao mesmo tempo as artes da filosofia, mate-mática, música, teatro e poesia desenvolve-ram - se apesar de uma história difícil, mesmo quando os livros e os manuscritos eram os primeiros a serem queimados. Durante os últimos vinte anos, a Polónia tem desfrutado de um período de estabilidade e prosperida-de sem precedente, ainda mais fortalecido a partir do momento em que aderiu à União Europeia. A indústria, tecnologia, ciência, arquitectura, design e outras áreas que preci-sam de um ambiente seguro estão a desen-volver - se novamente, opondo - se a décadas de negligência. Mas sem uma história contí-nua de grandes ideias seriam como uma casa sem alicerces.

Ideias

174 Ideias

Page 177: Sobre a Polska

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

Kultura (uczestnicy i użytkownicy w tysiącach)

2000 2005 2008 2009

Muzea 16612 18488 20727 20655

Kina 20860, 3 24836, 2 35179,4 39058,0

Teatry 10533 9609 11593 11499

Galerie 2644 2956 3443 3990

Nauka

2000 2005 2008 2009

Science support units 130 238 240 272 zatrudnienie (w tys.)

Ilość absolwentów 303966 393968 420942 439749

Cultura Espetadores de cinema Visitantes de museus Espetadores de teatro Visitantes de galerias

Ciência & Educação Licenciados em universidades Funcionários de institutos científicos

Economia Produto Nacional Bruto (biliões de Euros)

Índice do Produto Nacional (percentagem) Inflação (percentagem) Desemprego (percentagem)

2005

20052005

2008

2008

200920102011

2010

200920092010

20002000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2012

2011

20002000

10 m

5 m 0.2 m

0.4 m

0.5 m

10 t

20 t

30 t

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4 %

6 %

8 %

10 %

12 %

14 %

16 %

18 %

20 %

300 B

200 B

100 B

15 m

20 m

25 m

30 m

35 m

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Page 178: Sobre a Polska

Filme

A Escola Polaca de Cinema ou Polska Szkoła Filmowa, é um termo de certa forma nostál-gico que remonta ao tempo em que o cinema polaco tinha maior peso, tanto a nível nacio-nal quanto internacional.

“Uma coisa é certa, nunca antes e nunca mais houve tanto grande talento revelado, tantas grandes imagens feitas e o cinema nunca chegou a uma posição tão importante na cultura e foi recebido pelo público com tanto empenho, cheio de paixão”, escreveu a crítica de cinema Alicja Helman sobre o período entre os anos 1956 e 1961.

Este fenómeno foi criado principalmente pelos antigos alunos da escola de cinema de Łódź, que aproveitaram a atmosfera política no país no ano 1956, e decidiram falar sobre questões que até essa al-tura tinham sido tabu no país comunista. A experiência recente da Segunda Guerra Mundial e do estalinismo, apresentada francamente, tornaram - se assunto de estreias de filmes de realizadores, tais como Andrzej Wajda, Stanisław Różewicz e Andrzej Munk. O filme Kanał de Wajda, premiado com o Prémio Especial do Júri em Cannes em 1957 é uma das marcas mais importantes da Escola Polaca de Cinema com o seu retrato amargo dos jovens que perderam tudo durante a Insur-reição de Varsóvia e tentam o seu caminho pelos canais subterrâneos da cidade para escapar de um bairro rodeado pelas forças militares nazis. Andrzej Munk escolheu uma abordagem mais irónica no seu Bad Luck (Zezowate szczęście), a história de uma personagem seme-lhante a Zelig que se mete em todo o tipo de problemas ao longo da história tumultuosa da Polónia.

A Escola Polaca de Cinema procurou a sua inspiração muitas vezes nos clássicos da literatura. As imagens, muitas vezes a preto e branco, eram outro ponto forte da Escola Polaca de Cinema. A classe de ’56 foi apenas o início. Outros alunos da escola de Łódź seguiram os mesmos passos: Roman Polański que fez apenas um filme na Polónia, Knife in the Water, antes de fazer o Repulsion e Cul - de - sac na Inglaterra e Wo-jciech Jerzy Has, que continua a fascinar os admiradores de cinema em todo o mundo com os seus clássicos: The Saragossa Manuscript e The Hour Glass Sanatorium.

Museu de Cinematografia em Łódź, encontramse cartazes, trajes, cenários, fotografias de filmes e outras recordações de toda a história centenária do cinema polaco. Quando estiver em Varsóvia, procure os Melhores Filmes Polacos: projeções regulares dos clássicos polacos na Biblioteca Nacional, com legendas em inglês ou espanhol.

176 Ideias

Page 179: Sobre a Polska

Nowe Horyzonty (Novos Hori-zontes) >1 Wrocław, julho

Um dos pontos mais interessan-tes no mapa de festivais polacos de cinema. Durante mais de 10 anos, o festival Novos Horizontes expandiu consistentemente os horizontes estéticos dos espe-tadores polacos. Exibe as desco-bertas dos maiores festivais no mundo, organiza passagens de cinema de autores específicos e de nações cujas obras passam despercebidas, atravessa as fronteiras do cinema e das artes visuais. O ponto principal do fes-tival é uma competição associada com um tipo distinto e especí-fico de estética. A competição do Festival Novos Horizontes dá valor à experimentação, ao cinema contemplativo, cenários sem enredos, um cinema que força o expetador a abandonar os seus hábitos, provocando no-vas maneiras de ver. O Festival Novos Horizontes é também um espaço – com eventos colaterais, incluindo exibições, seminários, debates, diversas publicações

(o Festival já publicou mais de 20 livros) e o ciclo Novos Hori-zontes de Educação de Cinema, dirigido para os espetadores mais jovens e realizado em coopera-ção com cinemas e escolas em todo o país. Durante os dez dias do Festival, Wrocław transfor-ma - se numa cidade de cinéfilos. É possível observar as pessoas profundamente empenhadas em debates sobre filmes, às vezes em circunstâncias que podem pare-cer estranhas. Os espetadores estrangeiros ficarão satisfei-tos por descobrir que a grande maioria dos filmes é exibida com legendas em inglês.

Festival Watch Docs. Direitos Humanos no Filme  Varsóvia, dezembro

Um festival organizado por pes-soas que acreditam que, mesmo que os filmes não transformem o mundo por si próprios, os es-pectadores, que os virem, podem mudá - lo muito.

Animator Em Poznań, no mês de julho, aqueles

Que estiverem com sede de mais cinema, devem adicionar este festival à sua lista, pois este é o maior festival de cinema de animação da Polónia, que ocorre todos os anos com convidados notáveis de todo o mundo.

American Film Festival Wrocław, Novembro

Este festival é testemunho de que o mundo do cinema Ame-ricano, aparentemente familiar e bem conhecido, continua a ser uma terra desconhecida para nós.

Academia de Cinema de Verão Zwierzyniec, agosto

Os adeptos de férias com turis-mo de cinema devem dirigir - se a Zwierzyniec para participar num festival que conjuga um programa ambicioso com um am-biente natural pitoresco.

Kuba MikurdaCrítico, tradutor, editor, trabalha no Departa-mento de Cultura Contemporânea na Universi-dade Jaguelónica em Kraków.

Projeção de filmes ao ar livre na Praça do Mercado em Wrocław durante o festival “Os Novos Horizontes”.

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Page 180: Sobre a Polska

A Polónia tem mais de 140 teatros, tanto públicos quanto privados. A Escola Polaca de Teatro, profundamente imersa na história e cultura do país, com uma abordagem da realidade corajosamente crítica, resultou numa cena de teatro verdadeiramente rica.

Jerzy Grotowski (1933 –1999) é uma das figuras mais importantes na Escola Polaca de Teatro e foi reconhecido mundialmente como um dos maiores reformadores na história do teatro. Grotowski trans-formou o teatro num laboratório de pesquisa. Ele era da opinião que o ator e o espetador eram os fatores mais importantes durante a atuação. Além do seu trabalho na Polónia, Grotowski realizou se-minários internacionais e no final da sua vida mudou - se para Ponte-dera em Itália, onde estabeleceu o Centro de Trabalho de Jerzy Gro-towski e Thomas Richards em 1986. No ambiente de paz e quietude da paisagem toscana, Grotowski selecionou cuidadosamente os seus aprendizes de todo o mundo e realizou pesquisas experimentais nas suas “artes rituais”. Os herdeiros artísticos de Grotowski continuam a sua pesquisa na área de exploração artística até ao dia de hoje.

Outro artista internacionalmente reconhecido é Tadeusz Kan-tor (1915 –1990), o criador do Teatro Zero (conhecido também como

“atuação sem ação”), Teatro Informal (eventos e movimentos ocasio-nais) e o Teatro da Morte. Kantor tratava os acessórios e os atores de forma igual e encenou as suas obras como verdadeiros aconte-cimentos.

Os anos seguintes testemunharam o surgimento de novas ge-rações de artistas teatrais, que também foram bem recebidos nos teatros por toda a Europa. Este grupo inclui Krzysztof Warlikowski, Grzegorz Jarzyna, Krystian Lupa e Jan Klata. Warlikowski é um di-retor de teatro e ópera, que se especializa em teatro da antiguidade, William Shakespeare (11 peças) e drama contemporâneo. As produ-ções de Warlikowski abordam subtilmente questões sociais con-temporâneas. Ele é um aluno de Krystian Lupa, conhecido em toda a Europa pelo seu tratamento da condição humana no nosso mundo eurocêntrico - cristão. Jan Klata utiliza clássicos da literatura polaca para confrontar fenómenos sociais contemporâneos.

Artes Performativas178 Ideias

Page 181: Sobre a Polska

Tadeusz Kantor surgiu como uma das figuras mais importan-tes do Teatro Polaco no século XX, transcendendo com sucesso as fronteiras nacionais e cul-turais.

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Page 182: Sobre a Polska

Performing Arts

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180 Ideias

Page 183: Sobre a Polska

Há muitos festivais de teatro na Po-lónia e são extremamente populares entre os adeptos de teatro por toda a Europa. Os festivais servem essen-cialmente para fornecer uma visão geral das artes do espetáculo em toda a Polónia, mas também para delinear as tendências gerais do desenvolvimen-to.

Maciej NowakDiretor to Instituto de Teatro Raszewski em Varsóvia, reco-menda os teatros e os festivais de dança polacos mais impor-tantes.

Warszawskie Spotkania Tea-tralne (Encontros Teatrais de Varsóvia) >2 Varsóvia, abril

Um dos festivais mais significa-tivos. Este evento renasceu em 2008 após um intervalo de oito anos e foi restabelecido como uma grande celebração da cultu-ra polaca com um grande aplau-so dos adeptos de teatro (cerca de 8.000 espectadores).

Prapremiery (Antestreias) Bydgoszcz, outubro

Uma competição das estreias de atuações da época passada por todo o país. As Reminiscencje em Kraków (outubro) remontam ao ano de 1975, embora o for-mato tenha sido refrescado em 2003 conferindo ao festival uma maior integridade no que diz respeito ao programa e fazendo dele um dos festivais de teatro

mais conceituados tanto na Polónia como no estrangeiro.

Warszawa Centralna >1 (Estação Central de Varsóvia) Varsóvia, outubro

Organizado pelo Teatr Drama-tyczny, quer redefinir a Polónia como um espaço fantasmagóri-co e um sítio ocupado por várias culturas e nações.

R@port Gdynia Gdynia, maio

O repertório deste festival ba-seia - se num esforço cognitivo de capturar os elementos do discurso social que podem ser abordados pelo teatro.

Diálogo Wrocław, outubro

Um festival internacional organi-zado em Wrocław onde os artis-tas de todo o mundo realizam as suas peças mais importantes.

Ciało / Umysł (Corpo / Mente – Festival de Teatro de Dança) Varsóvia, outubro – novembro

Campeões corajosos e artistas inquisitivos para os quais o pon-to de partida para uma atuação no palco são a carne e o espírito.

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Page 184: Sobre a Polska

Música

1

182 Ideias

Page 185: Sobre a Polska

Recentemente, na Polónia, podemos observar uma explosão de festivais de música – desde grandes eventos com música pop e rock a eventos ambiciosos com música alternativa e contemporânea.

Jacek SkolimowskiJornalista de música, apresentador de rádio e DJ recomenda os melhores festivais de música para todos os ouvidos e cada par de pés.

As épocas de verão e outono tra-zem os maiores eventos musicais.

Heineken Open’er Festival Gdynia, início de julho

Durante quase dez anos, Gdynia tem promovido as maiores e as mais importantes bandas de todo o mundo – desde os Chemical Brothers e Massive Attack a Col-dplay, Kings Of Leon e Arctic Monkeys.

Off Festival >1 Katowice, início de agosto

Mais focado na apresentação de música alternativa e na desco-berta de artistas da cena inde-pendente. A pessoa responsável pelo line - up é Artur Rojek do gru-po Myslovitz – uma banda de rock polaca conhecida. Se o Festival Open’er é como o Glastonbury da Polónia, então O Off Festival é mais como o Primavera Sound de Barcelona, um lugar onde pode descobrir um talento em ascensão.

Unsound Festival Kraków, outubro

Os fãs de música eletrónica irão apreciar com certeza este festi-val ambicioso. É um dos melhores eventos na Europa no que diz

respeito aos novos géneros mu-sicais, como dub step, música radi-cal e música exigente neoclássica.

Audioriver Płock, verão

Para os fãs de música com mais ritmos de dança há um evento chamado Audioriver – cada verão na praia do rio Vístula em Płock. É o melhor sítio para fes-tas durante a noite inteira com os melhores DJs e live acts, com to-dos os géneros de música – desde techno, drum’n’bass, breakbeat, house, electro e minimal.

Burn Selector Festival Kraków, junho

Um evento completamente novo no mapa de festivais; no ano de 2011 foi organizado pela terceira vez, com um line - up cada vez mais ambicioso.

Antigo vs. Velho

A Polónia também tem a sua tradição rica de festivais Jazz Jamboree ou de eventos de mú-sica contemporânea Outono de Varsóvia, ambos com 50 anos. Os dois continuam a desfrutar de muita atenção, no entanto têm que competir com eventos mais jovens. No que diz respeito

à música jazz é o Warsaw Sum-mer Jazz Days e quanto à música contemporânea é o Sacrum Profanum em Kraków. Até o len-dário festival de Jarocin, que na década de 80 foi o lugar de nascimento do punk rock polaco, tem de competir. Przystanek Woodstock, um evento com-pletamente gratuito organizado em Kostrzyn, atrai até cerca de 400.000 – 500.000 pessoas to-dos os anos.

Varsóvia

Para conhecer o mais interessan-te da música polaca indepen-dente, basta visitar a qualquer altura a cidade de Varsóvia – este é o maior e ao mesmo tempo o mais diverso centro de inova-ção musical. Merece uma aten-ção especial o selo fonográfico Lado ABC. Aqui o protagonista é Macio Moretti, líder da banda Mitch&Mitch, que começou com uma combinação de paródia de country, mas agora oferece peças musicais primorosamen-te preparadas em estilo surf. Moretti também toca bateria no grupo excêntrico de jazz Baaba e no projeto ParisTetris, ao qual se juntaram o pianista Marcin Masecki e o cantor natural de Ar-gentina, Candelaria Saenz.

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Livros

Os três escritores polacos mais prolíficos no mundo são os poetas: Tadeusz Różewicz (50 línguas) e dois vencedores do Prémio No-bel, Czesław Miłosz (45 línguas) e Wisława Szymborska (41 línguas). Um fenómeno interessante é a fascinação implacável pelas obras de Stanisław Lem – 90 dos seus livros foram publicados em 42 línguas, não obs-tante as 76 diferentes contribuições para a antologia.ng 76 different anthology contri-butions.

Olga Tokarczuk

Romancista e ensaísta que esco-lheu morar numa pequena aldeia nas montanhas Sudetos, onde aperfeiçoa a sua própria marca do realismo mágico. A sua obra Prawiek i inne czasy (Tempos Pri-mevos e Outros) foi traduzida para o bielorrusso, búlgaro, catalão, chinês, checo, dinamarquês, ho-landês, inglês, finlandês, francês, alemão, italiano, lituano, macedó-nio, romeno, russo, servo - croata, espanhol, sueco e ucraniano.

Wojciech Kuczok

Romancista da Silésia, ganhou elogios pela sua descrição franca da relação entre o pai e o filho. A obra Gnój (Esterco) foi traduzida para o croata, checo, holandês, francês, alemão, húngaro, lituano, russo, romeno, sérvio, eslovaco e ucraniano.

Antoni Libera

O maior especialista na Polónia no que diz respeito às obras de Samuel Beckett, autor de um Bildungsroman que tem lugar no ano 1960 em Varsóvia. Madame foi traduzida para o catalão, che-co, holandês, inglês, finlandês, francês, alemão, grego, hebreu, húngaro, italiano, lituano, norue-guês, português, russo, eslovaco, esloveno, espanhol e turco.

Paweł Huelle

Um autor da Tricidade, que escreveu um conto sobre uma criança misteriosa. O conto foi localizado na cidade de Gdańsk da época estalinista. Weiser Dawidek (Quem foi David Weiser?) foi traduzido para o checo, ho-landês, inglês, finlandês, francês, hebreu, alemão, italiano, russo, servo - croata, esloveno, espanhol e sueco.

Andrzej Stasiuk

Examina cuidadosamente os meandros da história e cultura de Europa Central na sua novela em forma de reportagem Jadąc do Babadag (A Caminho de Ba-badag), traduzida para albanês, búlgaro, checo, holandês, finlan-dês, francês, alemão, húngaro, lituano, russo, sérvio, esloveno e ucraniano..

Dorota Masłowska

Romancista e dramaturga, con-quistou os corações da nação com a estreia de uma ‘chav no-vel’, Wojna polskoruska pod flagą biało - czerwoną (A guerra russo - po-laca sob a bandeira branco - verme-lha). O seu uso inventivo do po-laco coloquial foi mais ou menos fielmente traduzido para o checo, holandês, inglês, francês, alemão, húngaro, português, russo, eslo-vaco, espanhol e ucraniano.

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Page 187: Sobre a Polska

Michał Witkowski

Conhecido principalmente pela sua novela gay espirituosa Lu-biew, traduzida para o holan-dês, inglês, finlandês, francês, alemão, hebreu, húngaro, russo, sueco e ucraniano.

Stefan Chwin

Hanemann, uma novela erudita que tem lugar na cidade de Gda-ńsk do pós - guerra, traduzida para o checo, inglês, alemão, húngaro, romeno, russo, eslova-co, espanhol, sueco e ucraniano.

Andrzej Sapkowski

O escritor de literatura fantásti-ca favorito dos Polacos. O seu fa-moso romance Krew elfów (San-gue dos Elfos) foi traduzido para o checo, inglês, francês, alemão, lituano, russo e espanhol.

Marek Krajewski

Definiu uma tendência para romances criminais cheios de detalhes históricos. A primeira das investigações de Eberhardt Mock, em Śmierć w Breslau (Mor-te em Breslau), tem lugar na cida-de de Wrocław antes da guerra; o romance foi traduzido para o checo, dinamarquês, holandês, inglês, alemão, húngaro, italiano, eslovaco, espanhol e ucraniano.

Jacek Dehnel

Poeta e romancista conhecido pelo seu olhar nostálgico para os detalhes e por preferir um vo-cabulário elaborado. A sua Lala (Boneca) foi traduzida para o ale-mão, hebreu, húngaro, italiano, eslovaco e turco.

O Czuły Barbarzyńca de Varsóvia (o Bárbaro Delicado) >1 apesar de não ser o primeiro café conjugado com uma livraria na Polónia, mas certamente

é aquele que definiu o momento e iniciou a moda, que parece não ter fim. Encontrará lugares semelhantes em todas cidades respeitáveis do país.

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Piotr Bazylko, Krzysztof MasiewiczSão colecionadores e amantes da arte polaca contemporânea. Escrevem um blog sobre o mercado da arte polaca chamado ArtBazaar.

Artes Visuais

Os últimos 20 anos na Polónia têm sido um período de grande transformação política e social, bem como um tempo para a expansão dos espaços de arte. Foram criadas novas coleções públicas e privadas e abertas novas galerias. Para além disso, este tem sido um tempo de grande triunfo internacio-nal para artistas polacos. Hoje em dia, a arte de Paweł Althamer, Mirosław Bałka, Michał Budny, Rafał Bujnowski, Tomasz Kowalski, Katarzyna Kozyra, Marcin Maciejowski, Wilhelm Sas-nal, Monika Sosnowska, Jakub Julian Ziółkowski e Artur Żmijewski é reco-nhecida no mundo inteiro. As galerias privadas, promovendo de forma ativa a arte polaca em todo o mundo, deram o maior contributo para a expansão da arte polaca no exterior.

Ainda assim, a arte polaca mais recente é mais do que apenas grandes nomes. As galerias polacas, tanto públi-cas como privadas, servem de vitrina a vários jovens artistas.

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VArSÓVIA

Fundacja Galerii Foksal (Funda-ção da Galeria Foksal) ul. Górskiego 1A, www.fgf.com.pl

A referida fundação coloca a arte polaca no palco interna-cional. Além de organizar exposi-ções, a FGF envolve - se frequen-temente em projetos no espaço público. A FGF é também funda-dora do Instituto Avant - Garde no antigo estúdio do falecido artista Edward Krasiński.

Galeria Czarna ul. Marszałkowska 4 apt. 3,

Terça - Sexta: 16:00 – 20:00, Sá-bado: 12:00 –18:00 Ou mediante visita agendada: czarnagallery@ gmail.com, www.czarnagaleria.net

Localiza - se num apartamento maravilhosamente renovado, no segundo andar de um prédio re-sidencial do centro. Os projetos

de arte excecionais dos melho-res artistas da geração média e da mais jovem fazem com que valha a pena fazer uma visita.

Kolonie ul. Bracka 23 apt. 52, Terça – Sá-bado: 15:00 –18:00, www.galeriakolonie.pl

As instituições mais novas de Varsóvia contêm uma galeria e uma editora; Kolonie especiali-za - se nas últimas tendências da arte contemporânea polaca.

Leto ul. Hoża 9c, visitas por marcação: 501 696 440, www.leto.pl

Uma das galerias de Varsóvia com um desenvolvimento mais dinâmico. É o lugar onde vários artistas da geração mais jovem usufruíram das suas famosas estreias.

Lokal_30 ul. Foksal 17b #30,

quarta –Sexta: 16:00 –19:00, lokal30.pl

Localizado num pequeno aparta-mento de um antigo prédio resi-dencial na rua Foksal no coração de Varsóvia, a galeria inaugurou no mercado da arte interna-cional na Viennafair de 2006, onde a sua apresentação venceu o prémio principal.

Raster www.raster.art.pl

Fundada em 2001, a galeria tor-nou - se imediatamente um sím-bolo da nova geração, tanto de artistas como de colecionadores. Hoje em dia, é uma das galerias mais proeminentes da Polónia, presente em feiras de prestígio como Art Basel e Art Basel Mia-mi Beach. Raster é também um local de várias apresentações e reuniões com autores.

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crAcÓVIA

Galeria Zderzak ul. Floriańska 3, www.zderzak.pl

Fundada em 1985, a galeria é um dos espaços de exposição mais importantes no mercado de arte polaca. Zderzak foi a primeira a redescobrir Andrzej Wró-blewski, um dos mais interessan-tes pintores polacos do século XX. Foi aqui que se realizaram as estreias de 1999 e 2000 do gru-po de artistas Ładnie.

Galeria ZPAF I S - ka ul. św. Tomasza 24, www.zpafiska.pl

A galeria aposta na apresenta-ção e promoção da fotografia como um meio da arte contem-porânea e organiza um festival anual de fotografia (Photo-month).

Galeria Starmach >1 ul. Węgierska 5,

Segunda – Sexta: 11:00 –18:00 www.starmach.com.pl

Localizada num interior remo-delado de uma casa de oração judaica no distrito Podgórze de Kraków, a galeria é gerida por Andrzej Starmach, que se espe-cializa em clássicos contemporâ-neos polacos.

GDAńSK 

Instytut Sztuki Wyspa (Institu-to de Arte Ilha) ul. Doki 1 / 145 B,

Terça – Domingo: 12:00 –18:00, www.wyspa.art.pl

Fundado em 2004 no lendário terreno do Estaleiro de Gdańsk, o Instituto tornou - se uma das instituições líderes de cultura polaca. Wyspa é a primeira insti-

tuição polaca sem fins lucrativos com projeção internacional a ser executada por uma organização não - governamental que se ocu-pa da cultura de arte contem-porânea.

POZNAń

Galeria Piekary ul. Piekary 5, 1st floor,

Segunda – Sexta: 10:00 –17:00 www.galeria - piekary.com.pl

Apresenta a arte dos séculos XX e XXI, com uma atenção especial às tendências de vanguarda.

Galeria Stereo >2 ul. Słowackiego 36 / 1, www.galeriastereo.pl

A galeria mais nova e mais di-nâmica de entre as galerias de Poznań, especializa - se no que há de mais recente na arte polaca. A galeria serve de espaço para exposições coletivas e indivi-duais, que transmitem o que houver de mais cativante nas tendências atuais da arte polaca.

ŁÓdŹ

Galeria Atlas Sztuki (Galeria Atlas da Arte) ul. Piotrkowska 114 / 116,

Terça – Sexta: 16:00 – 20:00, www.atlassztuki.pl

Atlas é uma pequena galeria privada cujo programa de expo-sição vence na competição com o de várias instituições públicas. Aqui foram realizadas muitas ex-posições e importantes estreias nacionais.

Visual Arts

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Page 191: Sobre a Polska

o Museu do cartaz >1 ul. Stanisława Kostki - Potockiego 10 / 16, Varsóvia,

Segunda: 12:00 –16:00, Terça – Sexta: 10:00 –16:00, Sábado – Do-mingo: 10:00 –18:00

Foi aberto em 1968, quando a Escola Polaca do Cartaz já era um fenómeno reconhecido inter-nacionalmente, sendo a primeira instituição do género no mundo. Este estilo nasceu em meados

dos anos cinquenta, quando a in-dústria do cinema e da máquina estatal da propaganda começou a incentivar os artistas a proje-tarem cartazes para inúmeros eventos e ocasiões. Os artistas tinham liberdade para experi-mentar com a forma, desde que o conteúdo fosse politicamente correto. Cada um dos artistas principais, como Roman Cieślewi-cz, Henryk Tomaszewski, Jan Le-nica, Jan Młodożeniec, Waldemar

Świerzy, Wojciech Zamecznik, de-senvolveram os seus próprios es-tilos de marca. O espírito e a qua-lidade continuam presentes nas obras da nova geração de desig-ners gráficos polacos presentes no museu, junto com o melhor da arte do cartaz internacional, na Bienal Internacional de Cartazes organizada pelo museu de dois em dois anos.

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Educação

A Escola de Economia de Varsó-via (SGH) é uma das mais presti-giadas universidades no país.

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Os centros mais importantes de ensino superior encontram - se em Varsóvia, Kraków, Wrocław, Poznań, Łódź e na Tricidade (Gda-ńsk / Gdynia / Sopot). A Polónia actualmente tem cerca de 2.000.000 estudantes (incluin-do 15.800 estrangeiros) que frequentam 458 instituições de ensino superior (132 públicas, 326 privadas).

Os cursos mais populares são economia, negócios e administração pública (23% de estudantes), ciências sociais (13,9%), educação (12%), artes liberais (8,8%), engenheira (6,8%), medicina (5,8%), informá-tica (4,9%), serviços públicos (3,7%), direito (3,1%), protecção do am-biente (1,4%) e outros (16,4%).

As sessenta e seis universidades e colégios de Varsóvia, frequen-tados por 300.000 estudantes, têm fornecido a maior concentração da educação pós - secundária na Polónia. A capital acolhe instituições célebres, tais como a Universidade de Varsóvia, a Escola de Econo-mia de Varsóvia, a Escola de Ciências Sociais e Humanas de Varsóvia, a Academia de Belas Artes, a Universidade de Ciências da Vida de Varsóvia, a Universidade de Música de Fryderyk Chopin e a Univer-sidade de Tecnologia de Varsóvia.

O programa ”Most” permite aos estudantes frequentarem cur-sos paralelos em várias universidades ao mesmo tempo. O programa é extremamente popular entre os estudantes polacos. O programa Erasmus atrai à Polónia um número cada vez maior de estudantes estrangeiros. Muitos deles iniciam a sua estadia no país a aprender polaco na School of Polish for Foreigners na Universidade de Łódź (www.sjpdc.uni.lodz.pl).

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Ciência

Um século pode já ter passado desde o últi-mo Nobel da Ciência da Polónia (para Maria Skłodowska - Curie), mas o espírito de inova-ção continua vivo.

Cientistas polacos estão a patentear a produção industrial global de grafeno, um material milagroso que supostamente irá revolucio-nar a eletrónica da próxima década. A Polónia é o primeiro país do mundo a ser capaz de produzi - lo a uma escala industrial. O grafeno significa, em outras palavras, computadores mais pequenos, mais baratos e muito mais rápidos. O material foi descoberto em 2004, sendo suficiente um grama de grafeno para cobrir vários campos de futebol. Mas isso não é tudo. Tendo uma melhor condutividade que o cobre, é cem vezes mais forte que o aço. O grafeno foi inven-tado no Instituto de Tecnologia de Materiais Eletrónicos (ITME) em Varsóvia. O ITME está agora a trabalhar a fim de obter uma patente internacional para a sua produção em massa. Os cientistas do ITME desenvolveram uma forma de transferir a produção do grafeno a partir do laboratório para a escala industrial ao servirem - se de equipamentos que foram utilizados durante anos na fabricação de estruturas semicondutoras. Os cientistas acreditam que a minia-turização completa de sistemas baseados em silício irá acabar em 10 anos, sendo substituída pelo grafeno. É provável que sejam colo-cados à disposição fundos da UE para apoiar o desenvolvimento do grafeno, com o programa Flagship de 10 anos a partir de 2012 e um orçamento de 100 milhões de euros

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O grafeno é tão fino, que seriam necessárias três milhões de folhas de grafeno empilhadas para formar uma camada de um milímetro.

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Nitreto de gálio >1

O primeiro projeto digno de nota é a nova tecnologia desenvolvida pela empresa Ammono. Esta pe-quena empresa, que ainda tem de afirmar o seu nome no mercado, desenvolveu um novo méto-do para sintetizar os melhores, maiores e mais puros cristais de nitreto de gálio. Esta descoberta colocou a Ammono na vanguarda da inovação no século XXI. A em-presa foi fundada há 10 anos por doutorandos do Politécnico de Varsóvia e da Universidade de Varsóvia. Assim como o silício, o nitreto de gálio é um semicon-dutor, embora possua muitas outras propriedades físicas, tais como a capacidade de emitir luz. Os cristais de nitreto de gálio já são utilizados para a produção dos lasers Blu - ray e no futuro irão provavelmente revolucionar o mercado de projetores a laser. A nova tecnologia possibilitará a miniaturização dos aparelhos, mantendo a alta resolução e qua-lidade da cor. Graças aos méto-dos desenvolvidos na Polónia, os computadores irão brevemente contrair - se para dimensões ini-maginavelmente pequenas e os dispositivos miniaturais terão capacidade para projetar ima-gens de alta qualidade a pedido onde quisermos, por exemplo, em qualquer parede. O nitreto de gálio também é utilizado na pro-dução de díodos emissores de luz e em dispositivos de comutação elétrica. Os novos semiconduto-res de nitreto de gálio aumenta-rão a capacidade dos circuitos elétricos para suportar tensões e frequências mais elevadas, o que resultará numa maior efi-ciência energética para vários tipos de aparelhos, incluindo os automóveis elétricos e híbridos. Um dos maiores problemas rela-cionados com os carros elétricos

é a sua autonomia limitada. Os cristais de nitreto de gálio, sendo mais eficientes, tornarão possível aumentar consideravelmente a capacidade da bateria sem au-mentar o seu tamanho. A equipa de jovens cientistas na Ammono prossegue com as melhores tradi-ções polacas de pesquisa na área de semicondutores, que remonta a Jan Czochralski, o inventor do método de sintetização de mono-cristais. O método de Czochralski para induzir o crescimento de monocristais de silício é utilizado até hoje na produção em massa de microprocessadores.

Robots de cirurgia cardíaca

O segundo projeto mais impor-tante congrega alta tecnologia e ciências médicas. Os cientistas da Fundação para o Desenvolvi-mento da Cirurgia Cardíaca (fun-dada pelo falecido Dr. Zbigniew Religa) criaram uma série de robo-ts de cirurgia cardíaca conhecidos como Robin Heart Family. A equi-pa também está a trabalhar num coração artificial. Os robots Ro-bin Heart são dispositivos cirúr-gicos de alta precisão utilizados na cirurgia cardíaca. Atualmente, o único país que produz robots de cirurgia cardíaca são os Estados Unidos. Os robots projetados na Polónia, que estão agora em processo de desenvolvimento, representarão um avanço relati-vamente à tecnologia americana nesta área e são objeto único de um desenvolvimento do género na Europa. Os robots reduzem grandemente a natureza invasiva da cirurgia cardíaca e diminuem os riscos associados à cirurgia, susceptíveis de afetar o pacien-te. Permitem também a reali-zação de operações à distância (tele - operações). Durante uma operação deste tipo, um assisten-te apoia o operador do robot com

Robert FirmhoferDiretor do Centro de Ciência Copérnico em Varsóvia, reco-menda três novos e empol-gantes projetos de cientistas polacos

Science

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Page 197: Sobre a Polska

uma base de dados inteligente que contém todos os dados clí-nicos do paciente. O novo robot polaco ainda está a ser testado, não tendo ainda sido utilizado para operar um ser humano. As operações mais avançadas até agora têm sido realizadas em porcos, incluindo a cirurgia de co-ração aberto realizada por duas clínicas a quilómetros uma da outra através de tele - operação em Fevereiro de 2011 na Silésia, no sul da Polónia.

O sistema nervoso das plantas

O terceiro projeto apresenta uma descoberta feita pelo bió-logo polaco Stanislaw Karpiński. Depois de ter trabalhado na

Suécia por vários anos, graças ao programa Welcome da Fundação para a Ciência Polaca, o profes-sor Karpiński regressou recen-temente à Polónia. A sua equipa descobriu que as plantas têm um sistema nervoso primitivo. Eles observaram que as plantas têm a capacidade e um mecanismo para partilhar informações so-bre o tipo de luz que incide em determinadas folhas da planta. A equipa pesquisou a forma como as plantas registam infor-mação sobre a intensidade da luz solar e a sua cor. A comunicação interna das folhas é facilitada, como está a ser descoberto, por um fluxo de impulsos elétricos semelhantes aos do sistema nervoso de um animal, mas que

funciona a uma velocidade muito mais lenta. Este mecanismo, al-tamente complexo, envolve tam-bém o processamento de sinais a partir da informação quântica para a analógica / eletrofisioló-gica. A descoberta de Karpiński significa que, para a plena com-preensão da vida das plantas, não precisamos apenas de biologia, mas também de olhar para os reinos da física e da matemática. Isto não só amplia a nossa com-preensão do mundo das plantas, como também nos mostra que as plantas são muito mais próximas dos animais do que anteriormen-te pensávamos. O modo como as plantas processam a informação sugere analogias com os compu-tadores quânticos.

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Economia

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>1 A indústria polaca está cada vez mais fo-cada em produtos de qualidade, por exemplo, na transformação de iates de forma perso-nalizada.

>2 O Centro de Pes-quisa de ADN em Poznań utiliza a mais recente tecnologia para o diagnóstico precoce do cancro.

Com que então, a economia polaca? Por onde começar? Um grande pequeno país, um pequeno grande país? A eterna pergunta po-laca. Uma grande potência europeia ou um armazém de fornecimento de mão - de - obra barata?

O país – e a sua economia – são marcados pela sua história de uma forma que poucos outros o são, mesmo que no seio da Europa Cen-tral. Produto, sob muitos aspetos, ainda das partilhas do século XIX, um próspero, “germânico” Oeste e Sudoeste, sendo Poznań e Szcze-cin os principais centros económicos e financeiros, a par de Kato-wice e a Silésia como grandes produtores da (suja, suja) energia de-rivada do carvão. Depois, o Leste da retaguarda, o esquecido Leste, com a sua quase sensação estereotipada de século XIX, as suas super-povoadas explorações agrícolas coletivas em ruínas, uma fonte de mão - de - obra barata em Manchester, Sheffield, Chicago…Berlim?

Um país agrícola com alguma indústria ou um país industrial com uma grande população rural? Um país pós - industrial, expan-dindo rapidamente os seus serviços, altamente tecnológico e pro-gressista, excelente em desenho de software, com matemáticos al-tamente treinados e especialistas em linguagem informática? Sim, a Polónia é ainda uma terra de fascinante desarticulação.

Tudo o que se disse acima é verdadeiro e, em si mesmo, não faz sentido sem a devida qualificação e contexto. Irritante e fascinante em igual medida. Uma nação de lojistas rudes e uma terrível buro-cracia bizantina, mas cheia de novas empresas, empresários instru-ídos numa forma talvez mais cruel, ambiciosa e inteligente de ca-pitalismo do que muitas pessoas de fora podem imaginar. Muitos deles, forjados por levar avante os seus negócios numa economia orientada pela procura centralizada, desenvolveram capacidades empresariais, de quem muitos licenciados de escolas de negócios ocidentais poderiam receber lições. Talvez não sobre a extravagante matéria teórica (embora também a haja suficiente para todos), mas sobre a mecânica prática e pragmática de fazer as coisas, contornan-do, negociando a burocracia. Os preços, a concorrência, o “entrar no mercado” são apenas algumas das coisas maravilhosas sobre o capi-talismo que 40 anos de socialismo de estado ensinaram aos Polacos! Nada é impossível neste país. Esse devia ser o lema. Um lugar que prospera no cruzamento de diversas culturas de negócios.

Ilha verde de crescimento num continente em crise, a Polónia tem sobrevivido à crise económica relativamente ilesa. A Polónia

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Page 200: Sobre a Polska

tem agora a sexta maior economia da Europa. Foi o único país da União Europeia que registou crescimento económico em 2010 e 2011. Como tal, as suas necessidades de financiamento são facilmente rea-lizáveis e relativamente baratas, com a generosidade dos credores a permitir ao governo executar um défice orçamental de cerca de menos de 7% do PIB.

Em certo sentido, a relativa imunidade da Polónia aos ventos adversos da crise financeira global deve - se ao seu relativo atraso. Os bancos do país, por exemplo, chegaram atrasados à festa de em-préstimos em moeda estrangeira que atingiu países como a Letónia e a Hungria. A Polónia, um país de 38,5 milhões de pessoas, parece estar prestes a obter o rótulo de “mercado emergente”. Mas ainda se encontra entre um país agrícola com alguma indústria e um país industrial com uma grande população rural. Ou será que é um país pós - industrial, expandindo rapidamente os seus serviços, altamen-te tecnológico e progressista, excelente em desenho de software, com matemáticos altamente treinados e especialistas em lingua-gem informática?

O país não irá cumprir os requisitos técnicos para a adesão ao Euro até 2015, no mínimo, mas tal poderá, de facto, ajudar. A Poló-nia tem uma economia equilibrada, excelente em energia, agricul-tura, indústrias transformadoras, pesquisa e desenvolvimento de alta tec nologia. Possui ainda uma grande economia interna.

Desde 2004, quando a Polónia aderiu à União Europeia e teve ace-sso a fundos estruturais da UE, o desemprego tem - se mantido per-niciosamente alto.

Energia limpa e indústrias transformadoras altamente tecnoló-gicas são campos em que a Polónia pode prosperar, à medida que se afasta dos modelos antigos, para ser uma economia pós - indus-trial baseada em serviços diversificados e soluções de alta tecnolo-gia. O potencial da Polónia em gás de xisto, por exemplo, tem sido estimado entre 1,5 triliões de metros cúbicos (tcm) e 3 tcm. Um po-tencial de gás de xisto de 1,5 tcm significaria que a Polónia dispõe sob o seu solo de uma fonte de abastecimento de gás para, praticamente, 200 anos. Quem conhece o sector afirma que este pode tornar - se comercialmente viável nos próximos 5 –10 anos.

Outra área interessante, que destaca a potencialidade de áreas e comunidades industriais decadentes em se reinventarem, é o mer-cado dos iates de luxo. A indústria polaca da navegação de recreio está a passar por um crescimento fenomenal e o país está prestes a tornar - se um polo europeu de construção de iates, cujos produtos se caracterizam pela alta qualidade e preços baixos. O sector polaco de produção de iates cresceu mais de cinco vezes ao longo dos últi-mos cinco anos.

Economy

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Os autocarros Solaris transportam viajantes em cidades de toda a Europa – de Atenas a Varsóvia, de Poznań a Munique. 60% da produção é exportada.

A Polónia é o meu país favori-to para trabalhar por causa de todas as enormes possi-bilidades que oferece. Aqui, pode - se prosperar em muitas áreas: artes, desporto ou eco-nomia.

Krzysztof OlszewskiFundador e presidente durante muitos anos do Conselho de Super-visão da Solaris Bus & Coach S.A., fabricante de autocarros urbanos, interurbanos e de longo curso, tróleis, elétricos e autocarros especiais.

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Page 202: Sobre a Polska

Bolsa de Valores

Marx está a dar voltas no seu túmulo: a sede da Bolsa de Valores de Varsóvia foi construída mesmo ao lado da antiga sede do Partido Comunista.

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Page 203: Sobre a Polska

Contrariamente ao que se possa pensar, a Po-lónia tem uma longa história de negociação de ações e, até mesmo, de derivativos. A primeira bolsa de valores de Varsóvia foi inaugurada em 1817. A moderna Warsaw Stock Exchange (WSE) começou a operar na sua forma atual em 1991 e é hoje a maior bolsa de valores tan-to na Europa Central como na Oriental.

Mesmo depois de um ano de volatilidade na Bolsa de Varsóvia, a maior sala de negociação de ações da Europa Central e de Leste permanece num território com que muitos outros podem apenas sonhar.

O valor de mercado das empresas nacionais cotadas em Varsóvia ronda os 120 biliões de euros, em comparação com os 73 biliões de euros listados em Viena, o rival mais próximo de Varsóvia na região. Os volu-mes negociados também foram superiores em cerca de 25 biliões de eu-ros aos dos mercados concorrentes, em comparação com os 20,7 biliões de euros tanto em Viena como em Atenas. No entanto, olhando para o Ocidente, há ainda algum caminho a percorrer. A bolsa de Varsóvia é líder IPO em valor total.

O governo polaco tem vindo a procurar um comprador para a WSE há algum tempo, mas, após vários projetos fracassados, incluindo uma tentativa de venda à Deutsche Boerse, com sede em Frankfurt, não há comprador à vista.

A venda da WSE é a joia da coroa no projeto de privatização da Po-lónia, visando encaixar 25.000 milhões de zlótis (6,36 biliões de euros) para controlar o défice público que ascende a 7% do PIB, mais do dobro do limite de 3% do PIB imposto pela UE.

A WSE é uma sociedade anónima criada pelo Tesouro do Estado e tem 38 acionistas diferentes. Esses acionistas são uma miscelânea de corretoras, bancos, o Tesouro do Estado e uma sociedade cotada.

As principais organizações de comércio que operam em Varsóvia são a UE, a OMC e a OCDE. Existem atualmente 274 sociedades cotadas na WSE, incluindo as empresas de telecomunicações Netia e a Orange Pol-ska, a petrolífera Grupa Lotos, o gigante da mineração de cobre KGHM Polska Miedz S.A. e bancos como o Bank Pekao S.A.

Marx está a dar voltas no seu túmulo: a sede da Bolsa de Valores de Varsóvia foi construída mesmo ao lado da antiga sede do Partido Comunista.

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O que faz com que os jovens designers pola-cos se destaquem? Com trinta e poucos anos, deitam mão a materiais simples, baratos, naturais e facilmente disponíveis: madeira, OSB, MDF, feltro, produtos semiacabados ou materiais recuperados. Fazem, muitas vezes, os seus próprios produtos ou são ajudados por artesãos locais, em quantidades muito limitadas. Muitos projetos são caracteri-zados por um sentido de humor perverso e irónico, fugindo às convenções. Inspiram - se frequentemente na tradi-ção, cultura material e artesanato polacos. Nestes dias de globalização e de fácil acesso a tecnologias padronizadas, a singularidade e origem tornaram - se inestimáveis. Voltan-do às raízes, os designers polacos exploram os recursos locais. Replicam a ornamenta-ção, esquemas de cores e estilos de decora-ção tradicionais, reconstruindo e reinter-pretando padrões ancestrais. O novo design polaco é uma simbiose perfeita de recursos naturais e tecnologia avançada. Os projetos mostram apetite pelo novo sem renunciar ao passado.

Design

Agnieszka Jacobson-Cielecka Crítica de design e curadora, cofunda-dora e, desde longa data, editora - chefe da edição polaca da Elle Décor, curadora do Festival de Design de Outubro em Łódź.

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>1 As lembranças produzidas para a Presidência Polaca da UE em 2011 aludem, entre outras coisas, a diferentes trajes polacos e a danças do folclore polaco, tendo sido concebidas

por Monika Wilczyńska e Smaga Projektanci.

>2 Bules de formas fluidas desenhados por Marek Cecuła

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DesignA Polónia é o quarto maior fab-ricante de móveis do mundo,

superado apenas pela China, EUA e Itália. >1 Banco feito de um toro de madeira de carvalho cortado transversalmente e revestido com aço inoxidável. Projeto: MALAFOR, Agata Kulik - Pomor-

ska e Paweł Pomorski >2  Polónia Criativa e Jovem no stand de Produção, Salone del Mobile em Milão, abril de 2011

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O que é o melhor da Polónia? Florestas e mdeira. A Polónia é um fabricante de mó-veis de renome europeu e mundial. Produ-zimos, principalmente, móveis de madeira, o que, na minha opinião, forma a nossa cultura material e faz parte da nossa iden-tidade. Conversando com muitas pessoas de todo o mundo, descobri que a madeira é muito associada à Polónia. A madeira é um material essencial para nós, Polacos. Obvia-mente, ela vem das florestas e, assim como a Polónia é famosa por ser o terceiro maior fabricante de móveis da Europa e quarto a nível mundial, também as florestas e paisa-gens polacas são seus pontos de referência. Seja em Mazury (Masúria) entre os lagos, ou em Tatry (montanhas Tatra), por toda a Po-lónia há belas florestas, tanto de coníferas como de decíduas. Costumo visitar vários lugares na Polónia, entre os quais Bieszczady (cordilheira no sul da Polónia) ou Kociewie – uma região próxima de Bory Tucholskie (o maior pinhal da Polónia). Sempre estive rodeado de floresta, é inspirador. A floresta é algo realmente lindo – algo que podemos recomendar a pessoas de outros países.

Tomek RygalikDesigner industrial que vive e trabalha em Varsóvia. Profes-sor da London Royal College of Art. Estudou arquitectura e design em Łódź, Nova Ior-que e Londres. Realiza projetos para empresas italianas, finlandesas e polacas. Contribuiu para a linha especial de móveis produzi-dos para a Presidência Polaca da UE em 2011 (página ao lado, na es-querda).

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Sobre a Polónia 

Varsóvia / Warszawa 2012 Segunda Edição ISBN 978-83-89546-93-7

Publicado por

Ministério dos Negócios Estran-geiros da República da Polónia

Colaboradores

Grzegorz Piątek, Jo Harper, Ewelina Bartosik, Arkadiusz Gruszczyński

Redação

Grzegorz Piątek, Jo Harper, Ewelina Bartosik, Arkadiusz Gruszczyński, Elżbieta Petruk, Katarzyna Maniak, Bogna ŚwiątkowskaFundação da Nova CulturaBęc Zmiana / www.funbec.eu

Consultores

Krzysztof Świrek (Escola Polaca de Cinema), Izabella Kaluta, Ins-tituto do Livro (Livros)

Traduções

Gemra Agence

Design gráfico

Tomek Bersz / berszmisiak.comCooperação: Bartek Stefaniak

O livro foi composto em carateres

Timeline por Marian MisiakLato por Łukasz Dziedzic

Impresso por

PPH ZAPOLal. Piastów 4271-062 Szczecintel. +48 91 435 19www.zapol.com.pl

Fontes de dados para gráficos

Informação de horários de fun-cionamento para as cidades(páginas: 54, 66, 74, 82, 94, 100, 110, 120, 126, 134, 140, 146):Instituto de Meteorologia e Re-cursos Hídricos, União de Me-trópoles Polacas, Publicações do Gabinete Central de Estatística

Vida (página 17): Anuário Esta-tístico da República da Polónia 2010; Censos da Polónia realiza-dos em 2002

População de aglomerados e cidades (página 53): União de Metrópoles Polacas

Natureza (página 151): Anuário Estatístico da República da Po-lónia 2010

Ideias (página 175): Anuário Es-tatístico da República da Polónia 2010, União de Metrópoles Po-lacas,Eurostat

República da PolóniaMinistério dos Negócios Estrangeiros

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Marta Arkiersztejn – 180 Arquivo do Ministério do Desen-volvimento Regional – 196 Arquivo do Silesian Castle of Art and Enterprise – 73 Bartek Banaszak – 41 Maciej Bejm – 75 Bieg2012 – 50 John Borrell – 170 Arquivo da Cidade de Poznań – 112, 113,116 Cidade de Gdynia – 79 Cidade de Szczecin – 38, 121, 122, 123, 124 Cidade de Rzeszów – 147, 148 Cidade de Białystok – 141, 142, 144 Cidade de Łodź – 94, 96, 97, 98 Cidade de Katowice – 69 Marek Chełminiak – 130 Mikołaj Długosz – 25, 42, 44, 46, 68, 72, 84, 88, 89, 92, 95, 117, 125,138 –139, 156 –157, 159 –161, 164 –165, 166 –167, 196 flickr.com / Dpgb – 110 Paweł Fabiański – 61 W. Figurski – 50 Łukasz Gierałtowski – 75 Nicolas Grosspiere – topo direi-to 36, esquerda 36, 54, 55, 56, 60, 64, 65, 67, 71, 80, 91, 100, 118, 191, 192 Dariusz Kłosiński – 40 Maciej Landsberg – 4, topo 28, topo 29, 35, 58 – 59, 74, 75, 76, 77, 78, 80, 81, 83, 85, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 126, 127, 129, 131, 133, 143, 152 –153, 158, 189, 190 Wiesław Jurewicz e Romuald Sołdek – 108 –109 Radosław Kazimierczak – 70 Kuba Kraciuk – 57 Bogdan Krężel – 107 Maciej Kuszela – 115 Lubelska Trasa Podziemna, Ośrodek „Brama Grodzka – Tea-tr NN” –137 Marcin Mostafa e Natalia Pas-zkowska – 168, 169 Milosz1 –111 Imagens de imprensa do Minis-tério dos Negócios Estrangei-ros – 204

Imagens de imprensa do Cen-trum Nauki Kopernik – 62 Imagens de imprensa do Brama Jazz Cafe –125 Imagens de imprensa do Jazz Cafe – 69 Imagens de imprensa da Bolsa de Valores de Varsóvia – 200 Imagens de imprensa da empre-sa Ammono – 195 Imagens de imprensa do Centro de Documentação de Arte de Tadeusz Kantor CRICOTEKA – 179 Imagens de imprensa da Galeria Starmach em Kraków – 188 Imagens de imprensa da Galeria Stereo em Poznań – 188 Imagens de imprensa de Love&-Trade – 61 Imagens de imprensa do hotel Petit Fleur – 132 Imagens de imprensa do Naro-dowe Centrum Sportu sp. z o.o. /J. Kośnik – 48 Imagens de imprensa do Lubel-ski Park Naukowo - Technologic-zny S.A. – 136 Imagens de imprensa do Jazzga club – 99 Imagens de imprensa do Hotel SPA dr Irena Eris – 173 Imagens de imprensa do festival Era dos Novos Horizontes – 177 Imagens de imprensa da Fundac-ja Galerii Foksal – 187 Imagens de imprensa de Głęboc-zek Vine Resort & Spa – 173 Imagens de imprensa do Sola-ris – 199 Imagens de imprensa do Euro Poznań 2012 – 51 Imagens de imprensa de Skład Modernista– 63 Imagens de imprensa do Belve-dere – 64 Imagens de imprensa do Słodki Słony – 64 Imagens de imprensa do Hotel Monopol – 72 Imagens de imprensa do Bomba Café – 85

Imagens de imprensa do Mu-zeum Sztuki – 99 Imagens de imprensa do SPOT. – 117 Imagens de imprensa da Galeria 69 –170 Imagens de imprensa do Puff Buff – 203 M. Przybyło, Aeroklub Wro-cławski – 51 Małgorzata Opala – 117 Monika Wilczyńska i Smaga Pro-jektanci – 203 Witek Orski – 180 Marek Ostrowski – 10 –11, 14, 171 Joanna Pawluś – 78 Imagens Pixmac sem royalties – 13, 27, 29, 30, 32, 33, 36, 42, 60, 66, 82, 86 – 87, 90, 107, 114, 120, 124, 128, 134, 135, 137, 140, 145, 149, 154 –155, 160, 162 –163, 171, 173,Mariola Poddemska – 73 Paweł Pomorski – 204 Jacek Poremba – 182 Krzysztof Romański – 77 Przemysław Sejwa – 145 Weronika Szmuc – 85 Bartosz Stawiarski – 65 Paweł Traczyk – topo direito 64 Łukasz Wojtasik – 62 Krzysztof Worobiec – 170 Paweł Wojcik – 63 Wikipedia – 193: O método de produção do grafeno para fins industriais, desenvolvido pelo Doutor Eng. Włodzimierz Stru-piński.

Fotos

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