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----------------------------------------------------------------------------------- Conférence des Villes de l’Arc Atlantique – 6, rue Saint-Martin – 35700 RENNES (France)

Tél.: + 33 (0)2 99 35 40 60 – Fax: + 33 (0)2 99 30 24 51 – Email: [email protected]

Sobre a governação multinível

Contribuição da Conferência

das Cidades do Arco Atlântico

A Conferência das Cidades do Arco Atlântico (CCAA) saúda a publicação pelo Comité das Regiões

do Livro Branco sobre a Governação a vários níveis. A CCAA reúne actualmente mais de 30 cidades

e redes de cidades da costa atlântica europeia e propõe-se promover os interesses das cidades

atlânticas e das cidades em geral à escala comunitária, com o fim de favorecer o ordenamento

equilibrado e policêntrico do território europeu.

Para as cidades atlânticas, as propostas compiladas no Livro Branco sobre a Governação a vários

níveis devem permitir:

� A definição de um conceito de governação multinível mais preciso e, logo, mais operacional, à luz

do Tratado de Lisboa;

� A resposta às solicitações formuladas pelo conjunto das pessoas colectivas e das suas associações,

através da consolidação da sua participação nas reflexões, e na elaboração das políticas europeias,

em associação com os novos Parlamento e Comissão.

Trata-se de um passo significativo. Não obstante, a CCAA deseja realçar certas interrogações

que persistem e formular vários comentários.

1 - Sobre as propostas do Comité das Regiões

O documento proposto pelo Comité das Regiões destaca a importância da governação multinível

como elemento da construção europeia, assim como elo indispensável face ao desafio

da mundialização.

1. A CCAA aplaude o reconhecimento das autarquias locais e regionais como verdadeiras partes

interessadas num processo dinâmico de construção e aplicação das políticas europeias que deverá lograr

um sistema policêntrico baseado na diversidade de actores.

2. Para as cidades atlânticas, é indispensável estimular, como menciona o Livro Branco, o lançamento

e/ou o desenvolvimento dos mecanismos de consulta multinível em cada Estado-Membro, com o fim

de converter o método de coordenação aberto numa ferramenta mais eficaz.

� Neste sentido, a governação multinível não pode limitar-se às estruturas existentes nos Estados

e à escala europeia. Ao contrário, numa época em que se defrontam situações complexas

e pluridimensionais, é necessário estabelecer estruturas flexíveis mas formais que permitam

uma participação alargada.

3. A CCAA congratula-se pela iniciativa apresentada relativa à elaboração de uma Carta da União

Europeia da Governação Multinível, elaboração a que pretende associar-se. Igualmente, esta Carta

deverá ser uma oportunidade para definir os instrumentos concretos de lançamento e aplicação.

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4. A definição da governação multinível deve ser uma ferramenta de desenvolvimento sustentável

e solidário da União Europeia. Assim sendo, é coerente pensar que as projecções nesta definição

se farão paralelamente aos debates sobre o futuro das políticas europeias, em particular acerca

da estratégia para 2020 e da política de coesão.

5. A importância do debate sobre as macro-regiões não deve ser minimizada. As cidades e as regiões

atlânticas lançaram recentemente os debates sobre a pertinência de uma estratégia para o Espaço

Atlântico, na óptica do reforço da cooperação e do desenvolvimento das sinergias. Uma estratégia

integrada para o Arco Atlântico, dotada de uma dimensão urbana, será essencial

para um ordenamento equilibrado e policêntrico do território europeu, graças à promoção

do princípio da coesão territorial e à defesa do papel primordial das cidades como motores

de desenvolvimento regional.

2. Sobre o papel das cidades

1. Os recentes acontecimentos justificam a necessidade de prosseguir e reforçar a descentralização

das diferentes políticas aplicadas pela União Europeia. As cidades, como escalão mais próximo

do cidadão, são as primeiras a sentir os efeitos da tripla crise - económica, climática e social -

e as primeiras a ter que lhe dar resposta.

� As instituições comunitárias devem colher as lições da crise que demonstram que a política

de coesão é fundamental para responder aos choques externos.

� Igualmente, os órgãos de poder local assumiram os desafios que o desafio climático apresenta,

agravados pela situação económica e social. Tanto mais quanto uma grande parte das políticas

em matéria de habitat, transportes, urbanismo ou desenvolvimento económico é da competência

das cidades. Daí a proposta de um modelo que tenha em conta as necessidades das cidades

e que esteja apto a acelerar a transição para uma economia mais verde.

� As cidades atlânticas renovam assim o seu apoio a uma governação multinível que corresponda

às responsabilidades reais das cidades, assim como a uma política de coesão cada vez mais

integrada com o fim de garantir um desenvolvimento solidário, equilibrado e competitivo

do conjunto da Europa.

2. A CCAA considera que as reflexões sobre a governação são uma oportunidade para fazer

reconhecer o papel essencial das cidades como motor do desenvolvimento regional, facilitando

que sejam consideradas como um protagonista de pleno direito na construção europeia assim como

na preparação e na aplicação das políticas europeias.

3. O reconhecimento do papel das cidades passa por garantir, no Comité das Regiões,

uma representação e participação activa das diversas associações urbanas europeias.

4. Para os cidadãos, as cidades são os pontos primários de contacto com as políticas europeias.

A identificação dos cidadãos com a União Europeia é um repto básico na construção europeia e esta

é fomentada pelas cidades através de estratégias de comunicação e participação directa. Trata-se, pois,

de reforçar a consciência da pertença a um espaço europeu numa aplicação urbana do princípio

da subsidiariedade.