sobre a cogitação de extinguir a justiça do trabalho...falava-se de previdência e o tema sobre...
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trabalho
Sobre a cogitação de extinguir a Justiça do Trabalho
10/1/2019 Jorge Luiz Souto Maior
1. A entrevista
Ouvindo com bastante cuidado a entrevista concedida pelo Presidente da República à rede de
televisão aberta SBT, no dia 03/01/19[i], não se extrai a conclusão de que o novo governo
tenha um projeto concebido para acabar com a Justiça do Trabalho.
De fato, a pergunta, em tom de sugestão, veio da jornalista que o entrevistava, Débora
Bergamasco, com reforço posterior do outro jornalista, Thiago Nolasco. Mas, é certo também
que, embora tenha tratado o tema com muito cuidado, primeiro, o Presidente não rechaçou a
ideia e, segundo, nada garante que o tema da entrevista não tenha sido previamente
estabelecido.
De todo modo, o tom da entrevista foi indutivo e isso já se constata logo no início, quando o
âncora, Carlos Nascimento, antes mesmo de formular qualquer pergunta, afirma: “Nós
sabemos que a reforma da Previdência é fundamental nesse ponto do seu governo, até para
viabilizá-lo. Porque se a reforma for aprovada tudo tende a correr muito melhor”.
Na sequência, Bergamasco tratou o tema do aumento da contribuição previdenciária dos
aposentados de 11 para 14% como sendo uma iniciativa que representaria um “corte de
privilégio”, no que, inclusive, foi contrariada pelo Presidente.
Falava-se de Previdência e o tema sobre os direitos trabalhistas foi introduzido por
Nascimento, também já dando o direcionamento para a resposta, citando fala do Ministro
Paulo Guedes, no sentido de que o governo iria “abandonar definitivamente a legislação
fascista da CLT”[i]. Só, então, indagou: “pode vir aí uma nova reforma trabalhista?”
Na resposta, o Presidente começa reconhecendo que os direitos trabalhistas estão fixados no
art. 7º da Constituição Federal, que estando inserido do conceito da cláusula pétrea, não pode
ser alterado nem mesmo por Emenda à Constituição. Depois, sem dizer nada em concreto a
respeito, se perde reproduzindo os mesmos chavões que ouviu falar de alguém e que há
décadas vêm sendo utilizados para atacar os direitos no Brasil e, de forma mais explícita, nos
anos 2016 e 2017, quando se debateu a reforma trabalhista.
Disse o Presidente que é preciso “facilitar a vida de quem produz no Brasil” e que “o Brasil é
um país de direitos em excesso, agora, falta emprego, porque quando você pensa em produzir
alguma coisa, quando você vê a questão dos encargos trabalhistas, que atrapalha a todo
mundo no Brasil, aquela pessoa desiste de empreender. Olha os Estados Unidos por exemplo,
lá não tem quase direito trabalhista nenhum. Não adianta você ter direito e não ter emprego,
não ter trabalho. Então, a ideia é aprofundar mais ainda a reforma na legislação trabalhista,
sem tirar direito de ninguém, porque você não pode nem pensar nisso porque os direitos estão
previstos no artigo 7º da Constituição.”
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Nolasco insiste no tema e indaga: “O Sr. acha que facilitar vai criar para o empresário um
estímulo para criar emprego?”
A resposta foi desviada do foco e complemente fora de um parâmetro institucional, ferindo,
inclusive, um dos requisitos constitucionais da administração pública, o da impessoalidade (art.
37 da CF). Tratando de um caso específico de atuação do Ministério Público do Trabalho, o
Presidente, inclusive, deixou no ar certa ameaça ao Ministério Público do Trabalho, afirmando
que haveria uma “politização” no órgão (“quase uma regra”) e que, com isso, os procuradores
do trabalho estariam “trabalhando contra” si próprios.
Foi nesse ponto, pegando o gancho dessa fala mais assertiva do Presidente, que Bergamasco
se sentiu bem à vontade para indagar, sugerindo: “O Sr. acha que a Justiça do Trabalho deveria
acabar?”
A resposta foi meio sem convicção e, novamente, repetiu muitos lugares comuns de antigos
adversários dos Direitos Sociais no Brasil:
“Eu acho que... qual país do mundo que tem? Tem que ter Justiça comum. Tem que ter a
sucumbência. Quem entrou na Justiça, perdeu, tem que pagar. Até um ano e meio atrás, no
Brasil, eram em torno de 4 milhões de ações trabalhistas por ano. Ninguém aguenta isso. Nós
temos mais ações trabalhistas que o mundo todo junto. Então algo está errado. É o excesso de
proteção. É igual um casamento: se há um ciúme exacerbado de um lado e de outro, esse
casamento tem tudo para acabar.”
Não satisfeito com a resposta inconclusa, Nolasco insistiu, quase que requerendo: “E o
governo do senhor vai mandar um projeto de lei, alguma proposta para acabar com a Justiça
do Trabalho então?”
A resposta nesse ponto foi ainda mais discreta e, como se diz popularmente, “cheia de dedos”,
sendo novamente desviada para a questão do custo dos direitos trabalhistas.
Disse o Presidente:
“Isso daí a gente poderia até fazer, está sendo estudado. Em havendo clima, nós podemos
discutir essa proposta e mandar pra frente. Nós queremos... Você pode ver, a mão de obra no
Brasil é muito cara. O empregado ganha pouco, mas a mão de obra é cara. Eu costumo dizer,
né: é pouco para quem recebe e muito para quem paga. Nós devemos modificar isso daí.
Alguém ganha R$1.000,00 por mês, o patrão tá gastando na verdade R$2.000,00.”
2. A banalização
Muitas coisas precisam ser ditas sobre o conteúdo dessas falas. Antes, porém, merece
destaque a naturalidade como se utilizou a expressão “acabar”, para se referir ao destino de
um Poder da República, como se tratasse de uma propriedade privada; como se cuidassem do
fechamento de um boteco que não está dando lucro...
Uma coisa é alguém ter a opinião que a Justiça do Trabalho não deveria existir. Outra, bem
diferente, é sugerir, em rede nacional, ao Presidente da República, que se “acabe” com a
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Justiça do Trabalho, como se, inclusive isso fosse mero efeito da vontade do chefe do
Executivo.
Verdade, como já dito, que bem ao contrário dos entrevistadores, o Presidente não tratou do
tema nesse tom de certeza e de pessoalidade, mas também, como dito, não rechaçou, como
devia, a ideia.
Ora, trata-se de tema extremamente importante para a vida nacional e, por isso mesmo, é
extremante grave tratá-lo fora dos necessários parâmetros dos estudos jurídicos, econômicos
e políticos, com avaliação séria e responsável de seus efeitos para toda a sociedade, afinal, no
Estado Democrático de Direito as instituições existem exatamente para que as vontades
particulares dos governantes e dos poderosos não superem o interesse público.
Isso não quer dizer que as instituições estejam isentas de críticas e de fiscalizações, pois
devem, igualmente, seguir os parâmetros jurídicos voltados à efetivação dos interesses
públicos. Mas, daí a se basear em sentimentos pessoais, desapegados de dados concretos,
para preconizar o fim de uma instituição pública, vai uma grande distância.
Fato é que os argumentos utilizados para se defender a extinção da Justiça do Trabalho não
são verdadeiros ou são impertinentes.
Senão vejamos.
3. O custo dos direitos trabalhistas no Brasil
A propósito dos argumentos de que a legislação trabalhista no Brasil é antiquada, rígida,
complexa e que gera custos excessivos aos empregadores a ponto de inviabilizar a atividade
econômica, o Presidente está pelo menos dois anos atrasado no assunto, pois, como dito,
foram exatamente esses mesmos argumentos os que se utilizaram para promover uma
profunda e intensa reforma trabalhista em 2017. De fato, o anacronismo é ainda maior porque
foi a partir dessa visão que se promoveram, desde a década de 60, inúmeras alterações
regressivas de direitos na legislação trabalhista, com maior intensidade ainda nos anos 90,
quando, inclusive, também se cogitou acabar com a Justiça do Trabalho[ii].
Os efeitos dessas alterações, no entanto, sempre foram os mesmos: nenhum benefício na
geração de empregos; aumento da precariedade e, consequentemente, aumento dos
acidentes de trabalho e do sofrimento no ambiente de trabalho; redução da participação da
massa salarial no Produto Interno Bruto; maior concentração de renda, como, inclusive, já se
verifica em um ano de vigência da reforma trabalhista.
Após um ano do advento da antidemocrática “reforma” trabalhista de 2017, é possível
verificar isso.
Com efeito, depois da vigência da “reforma” trabalhista, conforme os dados do IBGE, de
28/12/18, o desemprego não diminuiu (12,2 milhões), o desalento aumentou (4,7 milhões), a
informalidade disparou (11,7 milhões), o número de empregados com carteira assinada se
manteve no mesmo patamar (33 milhões)[iii].
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Além disso, verificou-se um considerável aumento do sofrimento no trabalho[iv] e a ampliação
da precariedade de direitos[v] gerou piora das condições de trabalho, majorando o número de
acidentes do trabalho[vi], isso em um país em que já se verificava a marca de 700 mil acidentes
do trabalho por ano[vii] e que já ostentava o posto de quarto país do mundo em número de
mortes por acidentes do trabalho[viii].
Segundo informação constante do site do Ministério Público do Trabalho, os “números do
primeiro trimestre deste ano (2018) demonstram que os gastos estimados com benefícios
acidentários no país já ultrapassam R$ 1 bilhão de reais. Nesse período, foram emitidas mais
de 150 mil Comunicações de Acidentes de Trabalho, entre as quais estão notificadas 585
vítimas fatais. Os dados são do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho,
Smartlab de Trabalho Decente MPT – OIT, acessados no dia 28 de março”[ix].
Também se viu uma diminuição generalizada de benefícios e ganhos normativos[x] dos
trabalhadores, com redução da média salarial[xi], fazendo com que a renda média do
brasileiro caísse[xii].
E é bem fácil compreender isso, pois a diminuição da renda dos trabalhadores e a insegurança
jurídica a que são conduzidos, em razão da redução de seus direitos e das possibilidades de
sua organização para uma participação coletiva, reduz o consumo. Assim, apesar das
manifestações retoricamente otimistas do final de 2017, quando a “reforma” entrou em vigor,
prevendo aumento do consumo em 2018 e eliminação da crise[xiii], o que já se verificava em
julho de 2018 era uma retração do consumo[xiv], com evidentes efeitos econômicos em vários
setores.
É bastante revelador dessa retração e dos que dela se beneficiam o paralelo entre aumento do
endividamento das famílias, que retoma, em 2018[xv], os patamares do auge da crise
econômica de 2015, e o aumento expressivo do lucro dos quatro maiores bancos no Brasil,
que, em 2018, atingiu o maior índice desde 2006[xvi].
Ou seja, a redução de direitos trabalhistas e o impedimento de acesso dos trabalhadores à
Justiça do Trabalho, não beneficiou a economia, não diminuiu o desemprego, ampliou a
informalidade, majorou o sofrimento no trabalho e o número de acidentes, provocando maior
custo social, e, com isso, reduziu a arrecadação tributária e previdenciária[xvii], ampliando, por
conseguinte, o suposto déficit da Previdência[xviii] e o déficit público em geral[xix].
Já para o setor privado, o resultado foi proveitoso, pois os lucros das empresas foram
preservados em 2016[xx] e 2017[xxi], tendo até aumentado, consideravelmente, em
2018[xxii], já experimentando os efeitos da “reforma” trabalhista, que precarizou as condições
trabalho. A ampliação da terceirização, sobretudo no serviço público, como já se previa,
ampliaria as margens de corrupção e o lucro das empresas prestadoras de serviços, sem
melhora do serviço púbico e com retração de direitos trabalhistas, e é isso que já se pode
constatar com dados concretos[xxiii].
Não é por acaso, portanto, que se viu nos jornais outro dia a seguinte notícia: "As remessas de
lucros e dividendos feitas por empresas estrangeiras com sede no País somaram US$ 5,109
bilhões em agosto, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Banco Central (BC). O
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resultado representa o maior volume de remessas no mês desde o início da série histórica,
iniciada em 1947."[xxiv]
De um modo geral, o desmonte social já promoveu o aumento da miséria[xxv] e,
consequentemente, o aumento da desigualdade social[xxvi], sendo que, precisamente, já se
chegou, aqui, no último período, ao resultado de que a renda dos 1% mais ricos foi 36 vezes
superior à média dos mais pobres, sendo que nem mesmo esse acúmulo fica no país, já que os
ricos aumentaram, de forma recorde, o volume de suas remessas ao exterior[xxvii].
Beira a irresponsabilidade, portanto, diante desse quadro, preconizar o aprofundamento da
“reforma”, pois isso representa, simplesmente, querer experimentar mais do mesmo,
provocando maiores problemas sociais e econômicos. Por ocasião do debate da “reforma”
trabalhista, expressei ao deputado Rogério Marinho que a redução de direitos não iria resolver
o problema do desemprego e que só geraria maior retração econômica, indagando se, depois
da verificação desses efeitos, iriam querer mais redução de direitos. Ele tergiversou na
resposta, mas essa começa a ser dada pela equipe econômica do mesmo governo, que já
estava lá, nos bastidores, patrocinando a “reforma” trabalhista. O risco que todos corremos é
que, não se querendo assumir um erro, se tente ir adiante no mesmo caminho, querendo
acreditar que o remédio foi certo, só a dose é que foi pouca.
4. O real propósito de se pretender extinguir a Justiça do Trabalho
O tema da extinção da Justiça do Trabalho está diretamente ligado a esse propósito de não se
querer admitir que a “reforma” trabalhista serviu apenas para prejudicar a vida dos
trabalhadores, aumentando o poder e o ganho das grandes empresas, ou, ao menos, no
campo mais restrito do debate técnico jurídico, que a Lei n. 13.467/17 não atendeu aos
pressupostos democráticos para a sua elaboração e aprovação, que, para isso, foi feita de
forma apressada e atabalhoada, sendo extremamente mal redigida, não estando apta,
portanto, a conferir segurança jurídica para ninguém, também porque fere vários princípios e
institutos jurídicos trabalhistas, preceitos constitucionais e normas internacionais ligadas aos
Direitos Humanos.
Então, para se safar da responsabilidade histórica com relação aos problemas gerados pela
“reforma”, tenta-se criar o convencimento de que os tais “efeitos positivos” imaginados (se é
que, de fato, algum dia o foram) não se verificaram por culpa dos juízes do trabalho que
teriam, segundo insistem em dizer, se recusado a aplicar a “reforma”. Dessa estratégia
argumentativa advém o aprofundamento do mesmo erro, embalado por uma espécie de
vingança pessoal, que se expressa na defesa da extinção da Justiça do Trabalho, o que confere
ao tema um tom bastante repulsivo, porque mesquinho, já que apoiado em sentimentos
pessoais.
Em 13 de dezembro de 2018, a Confederação Nacional dos Transportes requereu,
publicamente, ao Presidente eleito que promovesse o fim da Justiça do Trabalho, sob o
argumento falacioso de que os juízes do trabalho estavam se recusando a aplicar os
dispositivos da reforma e que isso estaria impedindo a geração de empregos[xxviii].
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A tese é falaciosa porque praticamente todos os processos julgados pela Justiça do Trabalho
no ano de 2018 se referiram a situações fáticas vivenciadas antes de 11 de novembro de 2017,
início da vigência da Lei n. 13.467/17.
Além disso, os dois maiores objetivos da “reforma”, na perspectiva de seus autores, se
produziram automaticamente. No plano processual o efeito que se produziu, mesmo contra o
entendimento prevalecente da magistratura trabalhista com relação à aplicação dos
honorários advocatícios e periciais, foi exatamente o pretendido pela “reforma”, qual seja,
uma redução do número de reclamações trabalhistas que atingiu, após um ano, o patamar de
quase 40%[xxix]. No campo do Direito Coletivo, se impôs um sufocamento econômico das
organizações sindicais, favorecendo ao advento de uma regulação normativa regressiva de
direitos e, consequentemente, de custos de produção, como destacado acima[xxx] [xxxi].
É preciso, também, consignar que o debate doutrinário e acadêmico de uma lei é próprio da
experiência jurídica e da lógica democrática. Toda lei deve passar por esse crivo, sobretudo no
aspecto de sua pertinência constitucional. Então, o que pretende a CNT é que sua vontade
prevaleça sobre todas as demais, indo ao ponto, inclusive, de preconizar a extinção de um
Poder da República, cuja função é, precisamente, assegurar o vigor da ordem constitucional.
Se os juízes, em decisões fundamentadas, aplicam a lei em conformidade com as disposições e
institutos do conjunto normativo, o fazem em cumprimento de seu dever funcional e se isso
for utilizado como fundamento para afastar a atuação dos juízes o que se estará promovendo
é uma afronta direta à Constituição, precisamente para que uma lei inconstitucional prevaleça
sobre os preceitos constitucionais.
Vale verificar que os efeitos nefastos da “reforma” já começam a ser visualizados mesmo por
alguns de seus maiores defensores, como o jornal Folha de S. Paulo. Embora não admitindo
que os problemas econômicos e sociais tenham advindo precisamente da “reforma”, feita de
forma atabalhoada e sem qualquer embasamento técnico e teórico, e ainda acreditando em
fórmulas jurídicas mágicas para resolver problemas econômicos estruturais, reconhece que a
reforma não gerou os efeitos imaginados e que, por isso mesmo, não é hora de pensar em
“aprofundamento” da mesma receita, com uma nova reforma, como quer o governo
atual[xxxii].
Essa situação que, concretamente, atinge a vida das pessoas e que, por isso mesmo, passa ao
largo de qualquer argumento teórico desprovido de materialidade, já faz com que 57% da
população se posicione contra a redução de direitos trabalhistas[xxxiii], o que dificulta, e
muito, a execução de qualquer política (dentro dos padrões democráticos) dessa medida.
Lembre-se que muitos deputados e senadores que fizeram campanha em favor da “reforma”
trabalhista não foram reeleitos[xxxiv].
O curioso é que no mesmo dia da publicação do Editorial em questão – e um dia antes de um
panfleto de Pondé[xxxv] – o jornal publicou um artigo de Eliana Sanches e Patrícia Zaidan, pelo
qual denunciam a situação de 804 ex-empregados de um grupo empresarial do ramo
jornalístico que, em 06 de agosto do ano passado, foram dispensados abruptamente, sem
qualquer respeito a qualquer tipo de “dispositivo moral”, e até hoje não receberam sequer as
suas verbas rescisórias[xxxvi].
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A situação relatada no artigo, aliás, não é um caso isolado, bem ao contrário. De fato, mais de
40% das ações movidas perante a Justiça do Trabalho dizem respeito a verbas
rescisórias[xxxvii]. Não são, portanto, grandes teses jurídicas e sim, meramente, a busca de
direitos básicos, grotescamente desrespeitados, pois as verbas rescisórias servem tanto para
inibir o desemprego quanto para amparar o trabalhador em momento difícil da sua vida que é,
exatamente, o da perda do emprego.
Esse dado afasta, por completo, também a ideia (inventada sem qualquer parâmetro) de que
existe uma fábrica de reclamações trabalhistas no Brasil. Bem ao contrário, o que se verifica é
um intenso, histórico e renitente descumprimento deliberado e reiterado da legislação
trabalhista. Verifique-se que das 3,9 milhões de demandas trabalhistas ajuizadas no Brasil em
2016, apenas 7% foram julgadas totalmente improcedentes.
Contraria, igualmente, a tese, que atinge a dignidade da advocacia trabalhista como um todo,
do abuso sistemático da litigância por parte dos trabalhadores. A insegurança jurídica a que
são submetidos os trabalhadores estimula, isto sim, uma política de rotatividade da mão de
obra, que também serve para evitar acúmulos de ganhos e para desestimular vínculos
sindicais. Veja-se que de 2013 a 2015 houve no Brasil 74.836.000 rescisões de contratos
formais de trabalho e, no mesmo período, o número de reclamações não chegou a 10% desse
total[xxxviii].
Além disso, como bem destacado na Nota emitida pela ABRAT (Associação Brasileira de
Advogados Trabalhistas), “a quantidade de brasileiros que trabalham sem carteira assinada
subiu 498 mil em um trimestre, batendo um recorde de 11,7 milhões de brasileiros nessa
situação. Se há uma quantitativo hoje de 11,7 milhões de brasileiros trabalhando na ilicitude,
mal expressa na palavra informalidade, não há protecionismo e sim um claro demonstrativo da
cultura de não pagamento de direitos trabalhistas, o que deverá ser obviamente submetido à
Justiça do Trabalho, para o cumprimento de sua primordial função que é a de contribuir para a
desmercantilização do trabalho humano”[xxxix].
Fato é que “aprofundar a reforma preservando direitos” (como os autores da reforma também
falavam), não é possível ocorrer, dado o seu contrassenso insuperável. Um aprofundamento,
portanto, só serviria para potencializar os problemas sociais e econômicos já verificados com o
advento da “reforma”, o que representa, em última análise, uma vontade, talvez inconsciente,
de querer experimentar a barbárie ou, talvez, de abrir espaço, conscientemente, ao estado
policial. Vale verificar que, com a extinção do Ministério do Trabalho, os registros sindicais
foram alocados no Ministério da Justiça e se pretende que seja coordenado por um delegado
da Polícia Federal[xl]
5. Os exclusivismos da Justiça do Trabalho
a) A Jabuticaba
Diz-se, recorrentemente, que o Brasil é o único lugar no mundo onde há Justiça do Trabalho;
que a Justiça do Trabalho é cara; que existem muitas ações na Justiça do Trabalho; que a
Justiça do Trabalho protege excessivamente o trabalhador...
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Todos esses argumentos foram intensamente rebatidos em diversos artigos escritos por
ocasião da discussão da “reforma” trabalhista e também nos diversos manifestos que foram
publicados após as declarações do Presidente na entrevista em questão.
Como explicam Rodrigo Carelli e Guilherme Guimarães Feliciano, uma estrutura Judiciária
específica para questões trabalhistas existe, com modalidades diversas, em vários países[xli].
Sobre a quantidade de processos, chega a ser risível o argumento de que o Brasil possui mais
processos trabalhistas que o resto do mundo, que decorre de uma fala do Ministro do STF, Luís
Roberto Barroso[xlii] e que foi repetida no relatório da “reforma” trabalhista pelo Senador
Ricardo Ferraço. Segundo o Ministro, o Brasil teria 98% das reclamações de todo o mundo.
É interessante que Ferraço cita Barroso e Barroso, segundo se diz, teve como fonte uma
entrevista do empresário Flávio Rocha, mas este, primeiro, não disse precisamente isso e sim
que o Brasil teria mais reclamações que todos os demais países somados (como afirmou o
Presidente da República em sua entrevista), e, segundo, não esclarece de onde retirou tal
informação, segundo reportagem de Ricardo Marchesan, para o UOl Confere, publicada em
27/06/2017[xliii].
Os dados, de todo modo, desmentem o argumento. Como informa Rodrigo Carelli, “Em 2015,
o Brasil teve 2.619.867 casos novos na Justiça do Trabalho. No mesmo ano, a França teve
184.196 novos casos trabalhistas, a Alemanha teve 361.816 ações e, somente a Espanha,
1.669.083 casos”[xliv].
Acrescenta Rômulo Valentini que: “Se for considerada a população desses países, o Brasil
apresenta uma relação de 0,012 processos trabalhistas por habitante (12 processos a cada mil
habitantes); França e Alemanha, países que possuem legislações trabalhistas mais protetivas
ao trabalhador do que a atual legislação brasileira, possuem, respectivamente, 0,002 e 0,004
processos trabalhistas por habitante (2 e 4 processos a cada mil habitantes); e a Espanha, país
no qual já foram realizadas diversas reformas trabalhistas para a retirada de direitos dos
trabalhadores, há uma relação de 0,036 processos trabalhistas por habitante (36 processos a
cada mil habitantes)”[xlv].
Sobre a comparação com os Estados Unidos, sempre utilizada (também o Presidente repetiu o
chavão comparativo entre o Brasil e os EUA, afirmando que o Brasil possui leis demais e que
isso gera ineficiência e até prejudica os trabalhadores, sendo prova disso seria o fato de que
nos Estados Unidos “não têm quase direito trabalhista nenhum” e os trabalhadores vivem bem
melhor), é muito importante e esclarecedora a análise de Cássio Casagrande, especialista no
assunto, que, por isso mesmo, merece ser reproduzida:
“É fato que nos EUA o número de ações trabalhistas é menor que no Brasil. Mas isto se deve,
antes de tudo, a uma característica que qualquer processualista conhece: naquele país, a ação
trabalhista típica é uma class action, isto é, uma ação coletiva. Ou seja, o trabalhador, ao
ajuizar uma ação, pode representar todos os demais empregados e ex-empregados que estão
ou estavam em idêntica situação de fato e de direito (e os trabalhadores representados sequer
precisam anuir com o ajuizamento da ação, pois eles automaticamente são considerados como
parte no processo). Trata-se de algo semelhante ao que aqui denominamos ‘substituição
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processual’, porém ampliada. Assim, em uma única ação litigam de fato centenas ou milhares
de trabalhadores, o que faz com que as ações atinjam valores estratosféricos. De acordo com o
site law360.com, as empresas americanas pagaram no ano de 2015 aproximadamente 2,5
bilhões de dólares apenas em acordos judiciais trabalhistas na Justiça Federal relativos a
processos coletivos (class actions) de horas extras (imagine-se o “custo EUA” que isto
representa…). Observe-se que este dado não inclui ações relativas a outras matérias, nem
aquelas decididas ou acordadas na justiça dos estados, em órgãos extrajudiciais estatais (law
enforcement agencies) ou em juízo arbitral, comuns naquele país.
(....)
Para os que, ainda assim, continuam a achar a criação judicial do direito do trabalho brasileiro
excessiva, recorremos também aos números: no período 2009-2016, a Suprema Corte dos EUA
julgou o mérito de 62 casos envolvendo questões trabalhistas, sendo que todos eles passaram
a ser precedentes vinculantes (cerca de 10% dos casos julgados pela Suprema Corte a cada ano
estão relacionados a causas trabalhistas). Ou seja, uma média de 8,85 ao ano, enquanto que a
média de criação de súmulas pelo TST é de 9,62 súmulas por ano: nada muito diferente.
Observe-se que a comparação é cabível, porque nos EUA a Suprema Corte não apenas
interpreta a Constituição, como também tem a função de uniformizar a interpretação da
legislação federal, inclusive a trabalhista.
(....)
Alguns exemplos concretos de class actions trabalhistas nos EUA: em 2006 a IBM pagou 65
milhões de dólares em uma ação trabalhista relativa a horas extras não pagas – o valor foi
fixado em acordo na justiça federal. Em 2014, a justiça estadual da Pensilvânia condenou o
Wal-Mart a pagar a bagatela de 188 milhões de dólares por supressão de intervalos
intrajornada e não pagamento de horas extras (a decisão beneficiou 187 mil trabalhadores,
embora esta fosse considerada, para fins estatísticos, uma única ação trabalhista…). Em 2016,
em ação ajuizada na Justiça do Estado de Illinois, a Amazon concordou em pagar 3,7 milhões
de dólares aos trabalhadores residentes neste estado, relativamente aos minutos que os
trabalhadores gastam em inspeções de segurança ao início e término da jornada de trabalho.
Em fevereiro de 2017, a Disney, em acordo homologado na Justiça Federal da Califórnia, pagou
100 milhões de dólares aos seus animadores por formar um cartel com outras empresas do
setor a fim de manter os salários daqueles profissionais artificialmente abaixo do valor de
mercado.”[xlvi]
Apesar disso o mesmo chavão continua sendo assunto de “memes” na internet e textos de
filósofos: “Você já se perguntou por que razão você nunca viu um americano (que não tem
nenhuma ‘proteção trabalhista’) tentando entrar ilegalmente no Brasil? Se a ‘proteção do
trabalhador’ é tão essencial, por que razão você nunca viu casos de americano vivendo aqui
ilegalmente para poder ter essa ´proteção trabalhista’? A razão é simples: porque é melhor ter
um mercado cheio de empregos do que um mercado cheio de passivo trabalhista”[xlvii].
A realidade, no entanto, não é bem essa, como explica Cássio Casagrande:
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“...ao contrário do que ocorre no Brasil, onde a União tem competência privativa para legislar
sobre direito do trabalho – em razão do que a lei trabalhista é uniforme em todo o país, efeito
aliás decorrente da ideologia francesa de codificação aqui adotada -, nos EUA tanto o governo
federal como os Estados federados podem editar normas sobre relações de trabalho. E todos o
fazem, conforme o demonstra fartamente a jurisprudência da Suprema Corte, em cujo rol de
decisões históricas se encontram vários casos de apreciação de constitucionalidade de leis
trabalhistas estaduais, como os célebres julgamentos Lochner v. New York, Muller v. Oregon,
West Coast Hotel v. Parrish, entre tantos outros. Ou seja, empresas de âmbito nacional como a
IBM, o Wal-Mart ou a Hertz, que estão instaladas em todos os estados do país, precisam
observar a legislação trabalhista federal (esparsa em vários diplomas, como logo veremos) e a
legislação trabalhista diferente de 50 estados. Obviamente, isto representa um alto custo de
serviços jurídicos, pois estas empresas precisam contratar advogados locais quando a
legislação trabalhista estadual é invocada. Além do que, é claro, as políticas de recursos
humanos são afetadas, sendo encarecidas porque devem adaptar-se a cada realidade local. E
as disparidades entre as leis trabalhistas estaduais são tamanhas que, segundo a consultoria
Hiscox, o risco de o empregador ser processado por um empregado pode variar de 15%
(Missouri) a 66% (Novo México). Mas no Brasil ninguém lembra deste ‘custo EUA’ que não
existe aqui, onde a legislação trabalhista é uniforme em todo o território nacional.
Abstraindo a complexidade das legislações estaduais, e ao contrário do que se imagina, a
legislação federal tampouco é simples, inclusive pelo fato de não estar corporificada em um
único diploma. A mais importante delas é a Federal Labor Standards Act – FLSA, editada em
1938 como parte das políticas do New Deal do presidente F. D. Roosevelt. Não custa lembrar
que esta norma é, pois, anterior à nossa CLT, e mesmo sendo mais antiga que ela, ninguém nos
EUA a acoima de ‘anacrônica’ – ao contrário; o governo do Presidente Obama reforçou em
2014 a cobertura da FLSA determinando a sua aplicação a trabalhadores que antes não eram
regulados por ela.
Ao longo do tempo, a FLSA sofreu diversas alterações, (como ocorreu com a CLT). Esta norma
basicamente introduziu o salário mínimo, fixou a jornada semanal em 40 horas, com limite
máximo de quatro horas extras semanais, proibiu o trabalho infantil e regulamentou o
trabalho de adolescentes. Em 1963 entrou em vigor o Equal Pay Act, determinando o direito
de equiparação salarial (equal pay for equal work) e coibindo discriminações por gênero. Em
1967, através da Age Discrimination in Employment Act, proibiu-se a discriminação salarial em
razão da idade. Em 1983, a Migrant and Seasonal Agricultural Worker Protection Act estendeu
a legislação trabalhista aos trabalhadores rurais volantes. Há também leis específicas sobre
saúde e segurança no trabalho (Occupational Safety and Health Act, de 1970 e Mine Safety
and Health Act de 1977), direito a afastamentos legais (Family Medical Leave Act, 1993) e
sistema de seguro social e planos de saúde (Employment Retirement Income Security Act –
ERISA, 1974). Há ainda uma série de normas que, embora não tenham foco na relação de
trabalho, criam de forma incidental regulações que impactam os contratos laborais, como o
Civil Rights Act de 1964, o Pregnancy Dicrimination Act de 1978, o Americans with Disabilities
Act, de 1990, o Genetic Information Non-Discrimination Act de 2008, todos estes
estabelecendo normas antidiscriminatórias no trabalho, ou o Patient Protection and
Affordable Care Act, de 2010, que estabelece a obrigatoriedade, para o empregador, de
assegurar espaço com privacidade para as trabalhadoras lactantes. Além disto, é claro, os EUA
11
possuem ampla legislação sobre organização sindical e negociação coletiva, iniciada também
no New Deal com a National Labor Relations Act (1935), a qual confere um grau de liberdade
associativa e poder de barganha aos sindicatos maior do que o existente no Brasil.
Finalmente neste tópico, é preciso considerar que sendo um país de common law, também são
fontes primárias do direito do trabalho norte-americano os milhares de precedentes em
matéria trabalhista fixados pelas cortes estaduais e federais, inclusive aqueles estabelecidos
pela prestigiada Suprema Corte do país, que possui caudalosa e relevante jurisprudência em
direito do trabalho...
(....)
Tanto os tribunais federais (em relação às leis trabalhistas da União) como as cortes estaduais
(relativamente às leis trabalhistas estaduais) julgam questões decorrentes de relações entre
empregado e empregador semelhantes às que são submetidas à Justiça do Trabalho no Brasil,
sendo as mais comuns: reconhecimento de vínculo de emprego (inclusive quando o
trabalhador é fraudulentamente contratado como ‘autônomo’ – independent contractor
missclassification), pagamento de horas extras não reconhecidas e discussão sobre se o
empregado está ou não sujeito controle de horário (overtime pay; exemption clause), falta de
registro da jornada de trabalho (work off the clock), supressão de intervalos (missed rest and
break meals), horas in itinere (transportation to and from work site), divergências quanto à
terminação do contrato (wrongful termination), danos morais decorrentes de ações
discriminatórias e de abuso de poder como assédio moral e sexual (harassment, muito
frequentes nas cortes americanas), conflitos decorrentes de planos de saúde vinculados ao
contrato de trabalho (ERISA), entre outras. Ou seja, nada muito diferente do que se passa aqui.
(....)
Um olhar comparativo atento mostrará, inclusive, que muito do conteúdo das súmulas do TST
também é matéria de ‘jurisprudencialização’ no direito norte-americano. Escolhamos ao acaso
três verbetes da jurisprudência sumular do TST que costumam ser criticados no Brasil, e
veremos que a mesma matéria foi objeto de apreciação pela Suprema Corte dos EUA.
A súmula 6, item IV, estabelece critérios para fixação do marco prescricional em pedidos de
equiparação salarial; idêntica questão foi levada em 2007 à Suprema Corte, que fixou
precedente no caso Ledbetter v. Goodyear Tire & Co (550 U.S. 618).
As súmulas 366 e 449 tratam da controversa questão sobre a exigibilidade de pagamento dos
minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho; a Suprema Corte americana já se
manifestou sobre esta questão em duas ocasiões, em 1946 no caso Anderson v. Mt. Clemens
Potteru Co. (328 U.S. 680) e mais recentemente, em 2014, no caso Sandifer v. United States
Steel Corp. (571 U.S.).
A OJ 17 do TST estabelece entendimento sobre a constitucionalidade de fixação de
contribuição assistencial compulsória em acordos coletivos, para os empregados não
associados ao sindicato; em decisão do ano passado (2016), a Suprema Corte dos EUA
apreciou exatamente a mesma questão em Friedrichs v. California Teachers Association (578
U.S.). É evidente que as soluções judiciais, cá e lá, não foram necessariamente as mesmas, mas
12
o que se quer ressaltar é a inevitabilidade da criação judicial do direito em matéria trabalhista,
em qualquer lugar do mundo, especialmente porque a lei não consegue acompanhar, no
mesmo passo, as transformações rápidas das relações de trabalho.” [xlviii]
Em alguns aspectos, a regulação norte-americana está bem à frente da brasileira. A cidade de
Nova Iorque, por exemplo, em julho de 2018, limitou o número de carros que podem ser
licenciados para prestar serviços à UBER[xlix] e, em dezembro de 2018, fixou um salário
mínimo obrigatório para os motoristas de UBER[l].
Vale verificar que a China, cuja capacidade econômica ninguém pode negar, há muito seguiu
em direção totalmente oposta àquela preconizada por alguns “modernos” no Brasil. O Código
do Trabalho chinês foi aprovado em 2009 e garante, entre outros direitos: licença maternidade
remunerada; direito a greve; estabilidade no emprego, caso o contrato de trabalho tenha sido
renovado mais de duas vezes; férias remuneradas; limitação da jornada de trabalho em 8
horas e limite semanal de 40 horas; idade mínima para o trabalho de 16 anos.
E nem se sustente que um custo menor gera mais empregos, pois, em 2016, o custo da hora
trabalhada no Brasil, no setor industrial, chegou a U$ 2,90 por hora, enquanto que, na China,
esse custo era de U$ 3,60 por hora, no mesmo período. O custo menor não ajudou a criar
emprego no Brasil, pois a economia apresentou uma queda de 3,6% do PIB, enquanto o
crescimento da China foi de 6,7% no ano, isto porque, na perspectiva meramente econômica,
outras variáveis devem ser consideradas, tais como a política macroeconômica, o
desenvolvimento tecnológico, o câmbio, a infra-estruturação, a qualificação da força de
trabalho, etc.[li]
E se estendêssemos esse assunto teríamos que falar da Alemanha, da França, da Itália e de
tantos outros países que possuem vasta legislação trabalhista e uma economia e padrão social
bem superiores aos do Brasil.
No plano da cogitação se poderia indagar: O que querem os defensores do fim da legislação do
trabalho afinal? Que as pessoas não tenham férias? Não tenham 13º salário? Não tenham, ao
menos, um dia de descanso na semana? Não tenham limite de jornada de trabalho? Não
tenham um salário mínimo, que evita uma concorrência predatória? Não tenham garantias
contra a perda do emprego ou compensações sociais pelo desemprego? Não tenham como se
sustentar em caso de contingências sociais? Que morram ou se mutilem no trabalho e sejam
conduzidas à indigência?
b) O custo
Sobre o aspecto do custo, o que conduz a investida sobre a Justiça do Trabalho é a fala de
Nelson Marchezan Jr. proferida em novembro de 2016[lii]. Por seu raciocínio lógico, se a
Justiça do Trabalho tem um custo de 17 bilhões e se a Justiça do Trabalho entregou 8 bilhões
aos trabalhadores (em 2015), o governo gastaria melhor esse dinheiro se entregasse na mão
dos trabalhadores o dobro do que pediram nos processos.
De fato, a gente se sente até mal tendo que rebater um argumento desse tipo. Ora, em
primeiro lugar, o que a Justiça entrega aos trabalhadores é o resultado de processos de
pedidos julgados procedentes, aos quais se chegam após o transcurso do contraditório. Então,
13
o que se entrega, estatisticamente, é muito menos do que foi pedido, ainda mais considerando
o dado de que o percentual das ações julgadas totalmente procedentes gira em torno de 5%
do total das reclamações[liii]. Além disso, se bastasse a todo trabalhador formular um pedido
para que recebesse do Estado o valor pedido os números não seriam esses e nem dá para
imaginar o que seria.
A propósito dos custos da Justiça, que é um debate na verdade completamente impertinente
porque o Poder Judiciário não é uma instituição que deve dar lucro e sim fazer valer a ordem
jurídica, nem mesmo os números apresentados são reais.
Como verificado no relatório da Justiça em números, em 2015, o custo total da Justiça do
Trabalho foi de R$ 17,1 bilhões e valor total distribuído nos processos trabalhistas chegou a R$
17,4 bilhões, fora a arrecadação aos cofres públicos (de tributos, custas e emolumentos), que
foi da ordem de R$ 2,8 bilhões[liv].
Em 2016, a Justiça do Trabalho arrecadou para a União o montante de R$ 3.276.651.454,37,
pagou aos reclamantes R$ 24.358.563.331,43 (30,5% a mais que em 2015) e o total das
despesas se manteve em R$ 17.562.413.919,13[lv]
No ano de 2017, a arrecadação da Justiça do Trabalho, de custas, emolumentos e tributos
aumentou 6,5% em relação a 2016, totalizando R$ 3.588.477.056,26; os valores pagos aos
reclamantes atingiram a cifra de R$ 27.082.593.692,57 e a despesa variou para R$
19.746.742.664,13[lvi].
Ainda tratando de números, no aspecto que pode ter alguma relevância administrativa, a
Justiça do Trabalho é a mais eficiente entre os ramos do Judiciário do ponto de vista da
celeridade e da quantidade de processos encerrados, sendo que, concretamente, é a que tem
a menor “taxa de congestionamento”. Em 2017, segundo dados do Relatório Geral da Justiça
do Trabalho, foram julgados 4.287.952 processos (99,4% do total recebido). Além disso, é a
mais informatizada.
Em suma, é a mais rápida, a mais produtiva e a mais moderna[lvii], conforme pode ser
atestado nos relatórios da Justiça em números do CNJ[lviii].
De todo modo, como dito, esse é um grande desvio de conversa, pois a Justiça do Trabalho,
como a estrutura do Poder Judiciário em geral, não foi criada para dar lucro. A sua prestação
de serviço deve ser avaliada fora desse parâmetro, como, ademais, se avaliam as
Universidades, a Polícia, o Exército, o Parlamento. Conforme argumenta retoricamente
Guilherme Guimarães Feliciano: “Seguindo-se esse raciocínio, teríamos que extinguir a Câmara
dos Deputados, que custa cerca de R$ 86 milhões/mês ao contribuinte (i.e., cerca de um bilhão
de reais por ano), sem qualquer ‘arrecadação’ sensível (logo, participação de 0,0% para fazer
frente às próprias despesas). Haveríamos que extinguir, ainda, as nossas Forças Armadas, que
em 2015 obtiveram, no Brasil, o 11º maior orçamento em um ranking de 171 países (foram R$
31,9 bilhões em 2014; para 2015, a previsão chegou a R$ 81,5 bilhões, para o todo o Ministério
da Defesa) – sem tampouco ‘retornar’ centavo algum para o erário”[lix] [lx].
5. As insuperáveis contradições da defesa da extinção da Justiça do Trabalho
14
Somados todos esses dados o que se tem como resultado é que as cogitações em torno da
extinção da Justiça do Trabalho (independe de se concordar com a ideia ou não) têm sido
embasadas em inverdades. Ninguém, por certo, está obrigado a gostar da Justiça do Trabalho
e todo cidadão tem o direito, como cidadão, de expressar sua opinião até mesmo em favor da
sua extinção.
O que se está questionando aqui não é, propriamente, o direito de manifestação e sim os
fundamentos em que a manifestação se baseia, pois, afinal, como se tem dito, o que se
pretende é “passar o Brasil a limpo”, apoiando-se em postulados de moralidade e honestidade
e, se é assim, não se pode levar adiante qualquer proposta, ainda mais uma que resulta em
profunda alteração da vida nacional, que provém de postulados não éticos, já que
desconsideram, propositalmente, a realidade.
Ora, o apelo à legalidade é incompatível com a postura de justificar a ilegalidade, utilizando-se
como estratégia o argumento, que parte de uma consideração subjetiva de seu conteúdo, de
que a lei descumprida é velha, custosa etc.
Muitos que dizem apoiar um movimento pela legalidade e moralidade no país, vendo-se
envolvidos em condenações da Justiça do Trabalho, decorrentes do cometimento, muitas
vezes reiterado, de ilegalidades, para não se verem diante da revelação de uma incoerência,
encontraram o argumento fácil de atacar a lei, para que a ilegalidade cometida não apareça
enquanto tal e até seja naturalizada e tida como normal, deixando-se a “anormalidade” para
as decisões judiciais que declaram o cometimento da ilegalidade e procuram resgatar a
autoridade da ordem jurídica.
É impressionante a inversão de valores promovida, pela qual descumpridores renitentes da
legislação do trabalho passaram a arvorar-se como arautos da moralidade e da legalidade,
tendo como pano de fundo a suposta “velhice” da legislação trabalhista, que lhes permitiria
simplesmente desprezá-la e depois a reivindicação da aplicação da lei da “reforma” mesmo
contra textos expressos da Constituição Federal, e levando sua voz, empoderada pela
modulação da opinião pública, com o auxílio decisivo da grande mídia, ao ponto de até pleitear
a extinção do órgão Judiciário que aplica a lei.
A histeria é tão grave que se chega a utilizar o argumento das tais 4 milhões de reclamações
trabalhistas contra a lei e contra o Judiciário, fazendo transparecer que em todas essas ações a
ilegalidade esteja no ato de suas proposições e na atuação da Justiça ao declarar a existência
de um direito e proferir uma condenação. Já os condenados seriam as vítimas de uma
perseguição orquestrada...
E o mais curioso é que todos que atacam os direitos trabalhistas e a Justiça do Trabalho dizem
que o fazem em nome de uma melhor condição social e econômica dos trabalhadores.
Retiradas as máscaras, é possível perceber que as falácias buscam esconder os reais motivos
daqueles que militam pelo fim da Justiça do Trabalho, que são, precisamente, grandes
empresas que, por meio da diminuição dos direitos dos trabalhadores, buscam aumentar o seu
poder político.
15
No plano político, o argumento midiaticamente difundido é o da necessidade de se acabar com
a corrupção. No entanto, o descumprimento deliberado da lei trabalhista é uma forma de
corrupção, seja porque representa aumento de poder econômico e político daquele que o
pratica e não é devidamente punido, seja por conta do prejuízo que gera aos cofres públicos,
dadas as incidências tributárias e previdenciárias da legislação social.
As soluções propostas para o suposto anacronismo da legislação (argumento que se mantém
mesmo depois da “reforma” de 2017) representam uma forma para garantir a impunidade aos
corruptos, ainda mais quando procuram abalar moralmente a instituição pública voltada à
aplicação da lei e, ao mesmo tempo, conferindo legitimação ao descumprindo da lei. As
soluções preconizadas, além disso, conferem aos grandes descumpridores da legislação (em
detrimento das empresas que não agem da mesma forma) uma majoração de sua influência
econômica e política, assim como permissivos para uma maior exploração do trabalho, sem a
fixação de retornos para a sociedade por meio de tributos.
Ou seja, em nome do combate à corrupção, o que se quer é institucionalizar a corrupção, em
benefício dos corruptores e contra os interesses do país.
É neste contexto que o argumento de acabar com a Justiça do Trabalho (não tendo como
parâmetro dados concretos para se apoiar) apresenta-se como, no mínimo, imoral. No
momento em que se preconiza pelo fim da corrupção, pela legalidade e pela moralidade
administrativa, preconizar a extinção de uma instituição pública que não se corrompeu, que
não cedeu aos comandos do poder econômico e que preserva sua integridade administrativa
baseada no estrito respeito da legalidade e da defesa da ordem constitucional e democrática,
joga por terra toda credibilidade do argumento moralizador.
Aliás, é exatamente essa postura da Justiça do Trabalho o que incomoda o poder econômico,
chegando ao ponto deste reivindicar a sua extinção, pois sabe que só assim conseguirá levar
adiante seus propósitos de negar vigência não apenas à legislação trabalhista como também
aos dispositivos constitucionais ligados aos direitos sociais.
A questão, portanto, está muito longe de ser meramente um problema de equilíbrio de contas
públicas.
Falar que os direitos trabalhistas continuarão sendo aplicados em outro ramo do Judiciário
(Justiça comum ou Federal) é também meramente uma fórmula para se manter o disfarce da
verdadeira intenção.
Mantidos os direitos trabalhistas e reconhecida a sua especificidade, como se dá em todo o
planeta, ao menos uma jurisdição especial deve se reservar à aplicação desses direitos, o que
justificaria manter o corpo de profissionais especializados no tema que ora se integram à
Justiça do Trabalho (juízes, desembargadores, ministros e servidores), sendo, por óbvio,
necessário estruturas físicas para abrigá-los. A absorção desses profissionais e da estrutura
física na Justiça Comum, com seu custo aproximado de 17 bilhões, inviabilizaria as já falidas
unidades da Federação, ainda mais considerando todos os problemas jurídicos dessa
incorporação no aspecto da preservação e da isonomia de direitos. A absorção na Justiça
16
Federal representaria meramente mudar o nome no prédio dos Fóruns, mantendo-se a mesma
estrutura e, por consequência, o mesmo custo.
Misturando tudo, se poderá chegar à situação de se colocarem juízes de direito ou juízes
federais, que não se prepararam tecnicamente para isso, julgando questões trabalhistas e
também juízes do trabalho, que, igualmente, não se preparam para isso, julgando questões de
Direito Penal, Direitos de Família etc. O que se teria, por consequência, é uma piora da
prestação jurisdicional como um todo.
E se for para manter tudo como antes, qual a razão de tanto desgaste?
6. O risco à ordem democrática e as reações à ideia
Diante de tudo isso, a tentação é que se pense em promover alterações mais profundas, que
visem, precisamente, desmantelar a especificidade trabalhista, só que aí os problemas podem
ser ainda maiores, ficando, então, a advertência para aqueles que integram o Judiciário
trabalhista e sonham, por alguma razão que aqui não interessa, em ser juízes estaduais ou
juízes federais, que o mais provável é que junto com a extinção poderiam vir quebras
constitucionais, baseadas em excepcionalidade, para se colocarem juízes em disponibilidade e
quanto aos servidores inclusive a promoção de dispensas “a bem do serviço público”.
Ora, se todo o esforço para acabar com a Justiça do Trabalho está baseado, exatamente, na
postura dos juízes do trabalho que não abrem mão da sua independência e do seu poder para
dizerem o direito seguindo os parâmetros constitucionais, é evidente que a iniciativa só
alcançará o efeito pretendido se os conflitos trabalhistas forem julgados por outros juízes ou
com base em outros parâmetros jurídicos. Do contrário, seria apenas mais do mesmo e, por
óbvio, não é disso que se trata. E se não é disso que se trata, o argumento de que tanto faz se
as ações trabalhistas forem julgadas na Justiça do Trabalho ou em outra Justiça qualquer ou é
totalmente sem sentido ou é mentiroso.
Vale perceber que embora o Presidente da República, referindo-se à legislação trabalhista,
sempre faça a ressalva de que não há como mexer nos direitos dos trabalhadores porque estes
estão previstos no artigo 7º da Constituição Federal, vem, sempre, na sequência, o argumento
de que o custo do trabalho no Brasil é muito alto e que é preciso encontrar um jeito para
mudar isso. O jeito, ao que parece, é a eliminação da Justiça do Trabalho, o que está, portanto,
diretamente ligado ao propósito não revelado de desmantelar também a proteção jurídica
existente na Constituição pela via transversa da pressão sobre os juízes[lxi] [lxii].
Mas isso, é importante também compreender, pode servir como abertura para novos avanços
sobre as demais garantias constitucionais, o que, aliás, já se vem fazendo há algum tempo, em
outros ramos do direito.
Juridicamente, primeiro, se o governo quiser encampar a medida, propondo o Projeto de
Emenda Constitucional para tanto, teria que se admitir, como advertido na Nota emitida pela
ANAMATRA[lxiii], a quebra da separação de Poderes, permitindo que um Poder interfira na
organização e na forma de atuação de outro e, segundo, teria que se quebrar o compromisso
firmado no artigo 36 da Carta Americana de Garantias Sociais, que estabelece que “En cada
17
Estado debe existir una jurisdicción especial de trabajo y un procedimiento adecuado para la
rápida solución de los conflictos”[lxiv].
Aliás, é importante que se diga, não pertence ao governo o projeto de Estado, vez que este
está consagrado na Constituição da República. Pelas iniciativas já adotadas e os balões de
ensaio anunciados, fica nítido um direcionamento em se dificultar a eficácia dos direitos
trabalhistas constitucionalmente assegurados (mesmo não os afrontando formalmente). Por
isso, a questão pertinente aos limites de atuação do governo nesta seara jurídica trabalhista
não diz respeito apenas à separação de Poderes e muito menos aos interesses corporativos de
juízes, procuradores e advogados, mas, mais propriamente, à preservação da essencialidade
dos Direitos Sociais, o que requer o regular funcionamento de todas as instituições
estabelecidas para essa finalidade.
Por consequência, nem mesmo na esfera administrativa do próprio Poder permite-se ao
governo eliminar a Fiscalização do Trabalho, ou dificultar a sua atuação, que requer, em nossa
realidade, grau elevado de autonomia, para que possa, inclusive, auditar os entes estatais que,
tragicamente, estão entre os maiores acionados na Justiça do Trabalho.
Assim, apresenta-se como flagrantemente inconstitucional a iniciativa já tomada de extinguir o
Ministério do Trabalho, sobretudo pela ausência de um encaminhamento específico a
propósito do devido e efetivo funcionamento da Inspeção do Trabalho, da forma como deve
ser[lxv].
É neste contexto que, mesmo que não se tenha formulado uma proposta concreta no sentido
da extinção da Justiça do Trabalho, não me parece que tenha sido mera coincidência o
aparecimento do tema logo na primeira entrevista, em rede nacional aberta, do Presidente da
República.
Talvez seja por tudo isso que a defesa da Justiça do Trabalho esteja atraindo a atenção de
muitas instituições democráticas, até porque se relacionam com a atividade da Justiça do
Trabalho milhões de profissionais sérios, honestos e respeitados em todo o Brasil, dentre
servidores, juízes, advogados, procuradores, médicos, engenheiros, terceirizados etc, que,
igualmente, se viram atingidos pela forma pouco respeitosa, para dizer o mínimo, que o tema
de sua atuação foi tratado.
O ataque à Justiça do Trabalho, sobretudo pelos argumentos utilizados, foi, igualmente, uma
grande afronta moral à advocacia trabalhista, aos serventuários da Justiça do Trabalho e do
Ministério Público do Trabalho, aos procuradores do trabalho, assim como à toda academia
jurídica trabalhista, como se tudo que tivesse sido feito, ao longo de décadas, nessa seara,
fosse contrário aos interesses nacionais, o que, por certo, é uma grande, histórica e ofensiva
inversão de valores.
Não é à toa, portanto, que se se formou um autêntico movimento nacional em defesa da
Justiça do Trabalho, que começou com um abaixo-assinado que já consta com mais 51.000
assinaturas[lxvi] (e crescendo...) e que terá continuidade com atos já marcados para os dias
21/01/19[lxvii], em São Paulo e várias outras cidades; 28/01/19, em Campinas; e
05/02/19[lxviii], em Brasília.
18
A importância desse movimento pode ser verificada, inclusive, na quantidade e na qualidade
das Notas que se produziram em defesa da Justiça do Trabalho:
1) Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA)[lxix]; 2)
Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo[lxx]; 3) Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público
(FRENTAS)[lxxi]; 4) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o Colégio de
Presidentes de Seccionais[lxxii]; 5) OAB de Jundiaí[lxxiii]; 6) Associação dos Magistrados da
Justiça do Trabalho da 2ª Região – AMATRA-2[lxxiv]; 7) Associação Brasileira de Advogados
Trabalhistas (ABRAT); AAMAT/AM (Associação Amazonense de Advogados Trabalhistas);
AATEPI/PI (Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Piauí); ANATRA/RN –
(Associação Norteriograndense de Advogados Trabalhistas); ATAT/TO (Associação
Tocantinense de Advogados Trabalhistas); ASSAT/SE (Associação Sergipana de Advogados
Trabalhistas); ACAT/SC (Associação Catarinense de Advogados Trabalhistas); AATRAMAT/MT
(Associação de Advogados Trabalhistas do Mato Grosso); AAT-MS (Associação de Advogados
Trabalhistas do Mato Grosso do Sul); AATC/CAMPINAS (Associação de Advogados Trabalhistas
de Campinas); AGATRA/GO (Associação Goiana dos Advogados Trabalhistas); ATEP/PA
(Associação de Advogados Trabalhistas do Estado do Pará); AATS/SANTOS (Associação de
Advogados Trabalhistas de Santos e Região); ARONATRA (Associação Rondoniense dos
Advogados Trabalhistas); ARAT (Associação dos Advogados Trabalhistas de Roraima): ABAT/BA
(Associação Baiana de Advogados Trabalhistas); AFAT/NITERÓI (Associação Fluminense de
Advogados Trabalhistas); ATRACE/CE (Associação dos Advogados Trabalhistas do Ceará );
AATPR/PR (Associação de Advogados Trabalhistas do Paraná); AESAT/ES (Associação Espírito
Santense de Advogados Trabalhistas); AATP/PE (Associação dos Advogados Trabalhistas de
Pernambuco); AMAT/MG (Associação Mineira dos Advogados Trabalhistas); AGETRA/RS
(Associação Gaúcha de Advogados Trabalhistas); AATDF/DF (Associação de Advogados
Trabalhistas do Distrito Federal); AATAL (Associação dos advogados trabalhistas de Alagoas);
AATSP (Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo); SATERGS (Associação dos
Advogados Trabalhistas de Empresas do Rio Grande do Sul)[lxxv]; Associação Latinoamericana
de Juízes do Trabalho (ALJT)[lxxvi]; 9) Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da IV
Região (AMATRA IV); Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS); Ministério Público
do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS); Associação dos Magistrados da Justiça do
Trabalho da 4ª Região (Amatra IV); Sindicato dos Trabalhadores no Judiciário Federal no Rio
Grande do Sul (Sintrajufe/RS); Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT);
Comissão Especial da Justiça do Trabalho da Seção Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB-RS); Federação Nacional das Associações de Oficiais de Justiça Avaliadores Federais
(Fenassojaf); Associação dos Peritos da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Apejust); Associação
Gaúcha dos Advogados Trabalhistas (Agetra); Associação dos Advogados de Empresas do
Estado do Rio Grande do Sul (Satergs); Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais
do Rio Grande do Sul (Assojaf/RS); Conselho de Diretores de Secretaria da Justiça do Trabalho
da 4ª Região (Coditra); Associação Juízes pela Democracia (AJD); Fundação Escola da
Magistratura do Trabalho do Rio Grande do Sul (Femargs); Academia Sul Rio-Grandense de
Direito do Trabalho (ASRDT); Força Sindical; União Geral dos Trabalhadores (UGT); Central
Sindical e Popular (CSP Conlutas); Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
(Intersindical); Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Central Única dos
19
Trabalhadores (CUT); Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB); Federação dos
Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecosul); Sindicato dos
Trabalhadores em Processamento de Dados do RS (SindPPD-RS); Sindicato dos Professores do
Ensino Privado do RS (Sinpro/RS) [lxxvii]; 9) Ordem dos Advogados do Brasil – secção Ceará
(OAB-CE)[lxxviii]; 10) Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 3ª Região –
AMATRA3[lxxix]; 11) ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia[lxxx]; 12) ALAL
(Asociacion Latinoamericana de Abogados Laboralistas) e 13) AASP (Associação dos Advogados
de São Paulo)[lxxxi].
A sociedade como um todo não pode se deixar levar por essa vontade de uma pequena parte
da elite econômica nacional, que, claro, possui muita força política no contexto atual, e que
busca uma disseminação por meio das falácias acima contestadas.
Claro que a própria Justiça do Trabalho terá, com tudo isso, uma oportunidade ímpar para
avaliar seus defeitos, para se aprimorar e, sobretudo, para reafirmar a razão da sua existência.
São Paulo, 10 de janeiro de 2019.
[i]. https://www.sbt.com.br/jornalismo/sbtbrasil/noticias/119447/exclusivo-jair-bolsonaro-
concede-ao-sbt-a-primeira-entrevista-apos-a-posse.html, acesso em 05/01/19.
[i]. A propósito da inconsistência dessa afirmação vide: SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. “O
‘fascismo’ como retórica e a democracia em risco”. Disponível em:
https://www.jorgesoutomaior.com/blog/o-fascismo-como-retorica-e-a-democracia-em-risco,
acesso em 10/01/19.
[ii]. https://www.conjur.com.br/1998-dez-
14/propostas_preveem_extincao_justica_trabalhista, acesso em 10/01/19.
[iii]. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/23466-pnad-continua-taxa-de-desocupacao-e-de-11-6-e-taxa-de-
subutilizacao-e-de-23-9-no-trimestre-encerrado-em-novembro-de-2018, acesso em 07/01/19.
[iv]. https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2018/11/crise-afeta-saude-mental-e-faz-
aumentar-pedidos-de-afastamento-do-trabalho, acesso em 03/01/19.
[v]. https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2018/12/e-tempo-de-informalidade-e-
flexibilizacao-do-trabalho-no-pais.shtml, acesso em 03/01/19.
[vi]. https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2018/08/desmonte-da-legislacao-aumenta-
numero-de-acidentes-e-mortes-no-trabalho, acesso em 03/01/19.
[vii]. http://www.anpt.org.br/imprensa/noticias/3304-brasil-registra-cerca-de-700-mil-
acidentes-de-trabalho-por-ano-afirma-anpt, acesso em 07/01/19.
[viii]. http://www.conjur.com.br/2014-jul-04/brasil-quarto-pais-numero-acidentes-fatais-
trabalho, acesso em 07/01/19.
[ix]. http://www.anpt.org.br/imprensa/noticias/3304-brasil-registra-cerca-de-700-mil-
acidentes-de-trabalho-por-ano-afirma-anpt, acesso em 07/01/19.
20
[x]. https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2018/04/numero-de-acordos-e-convencoes-
coletivas-reduz-apos-reforma-trabalhista, acesso em 03/01/19.
[xi]. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/12/acordos-para-cortar-salario-reduzem-
ganhos-em-20-em-2018.shtml), acesso em 07/01/19
[xii]. https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/11/concentracao-renda-
ibge.htm, acesso em 19/11/18.
[xiii]. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/01/1947384-consumo-das-familias-vai-
crescer-5-no-brasil-em-2018-diz-banco.shtml
https://dcomercio.com.br/categoria/economia/consumo-sustentara-o-crescimento-da-
economia-em-2018
[xiv].
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=33746&cati
d=131
[xv]. http://cnc.org.br/central-do-conhecimento/pesquisas/economia/pesquisa-de-
endividamento-e-inadimplencia-do-consumido-10
[xvi]. https://economia.ig.com.br/2018-11-08/lucro-maiores-bancos-terceiro-trimestre.html
[xvii]. http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-09/desemprego-derruba-
arrecadacao-da-previdencia-em-r-15-bilhoes, acesso em 07/01/19.
[xviii]. http://www.previdencia.gov.br/2018/10/deficit-da-previdencia-em-setembro-e-de-r-
315-bilhoes/, acesso em 17/01/19.
[xix]. https://economia.ig.com.br/2018-08-16/deficit-nas-contas-publicas-em-2018.html,
acesso em 07/01/19.
[xx]. (https://moneytimes.com.br/lucro-das-empresas-abertas-cresce-94-em-2016-bancos-
concentram-os-maiores-ganhos/, acesso em 19/11/18.
[xxi]. https://g1.globo.com/economia/noticia/lucro-liquido-das-empresas-de-capital-aberto-
cresce-17-em-2017.ghtml, acesso em 19/11/18.
[xxii]. https://g1.globo.com/economia/noticia/lucro-das-empresas-de-capital-aberto-cresce-
74-no-1-trimestre.ghtml; https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/16/lucro-das-
empresas-de-capital-aberto-cresceu-76-no-segundo-trimestre.ghtml, acesso em 19/11/18.
https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2018/08/16/lucro-das-empresas-na-
bolsa.htm, acesso em 19/11/18.
[xxiii]. https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2019/01/10/lucrativa-
terceirizacao-da-saude-causa-fuga-de-medicos-e-filas-no-sus.htm, acesso em 10/01/19.
[xxiv]. https://www.gazetadopovo.com.br/economia/remessa-de-lucros-em-agosto-bate-
recorde-do-mes-cevrx9te29frbvj30bg9obpse/
21
[xxv]. https://www.valor.com.br/brasil/5446455/pobreza-extrema-aumenta-11-e-atinge-148-
milhoes-de-pessoas
[xxvi]. https://www.valor.com.br/brasil/5617411/reforma-trabalhista-aumentou-
desigualdade-dizem-pesquisadores
[xxvii]. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/08/remessa-ao-exterior-passa-de-us-1-
bi-e-bate-recorde-no-primeiro-semestre.shtml
[xxviii]. http://www.cnt.org.br/imprensa/noticia/cnt-defende-fim-justica-trabalho, acesso em
07/01/19.
[xxix]. https://www.conjur.com.br/2018-nov-07/ano-lei-acoes-trabalhistas-caem-metade,
acesso em 09/01/19.
[xxx]. https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2018/04/numero-de-acordos-e-
convencoes-coletivas-reduz-apos-reforma-trabalhista, acesso em 03/01/19.
[xxxi]. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/12/acordos-para-cortar-salario-
reduzem-ganhos-em-20-em-2018.shtml), acesso em 07/01/19
[xxxii]. Editorial: “Trabalho precário”. Edição de 06/01/19.
[xxxiii]. https://congressoemfoco.uol.com.br/governo/datafolha-maioria-da-populacao-e-
contra-privatizacoes-e-reforma-trabalhista/, acesso em 09/01/19.
[xxxiv]. https://www.redebrasilatual.com.br/eleicoes-2018/dos-deputados-paulistas-a-favor-
de-reforma-trabalhista-40-nao-se-reelegeram, acesso em 08/11/18.
[xxxv]. PONDÉ, Luiz Felipe. “O Estado contra a sociedade”. Folha de S. Paulo, edição de
07/01/19, p. C6.
[xxxvi]. SANCHES, Eliana & ZAIDAN, Patrícia. “Em busca de justiça no caso do Grupo Abril”.
Folha de S. Paulo, edição de 06/01/19, p. A3.
[xxxvii][xxxvii]. https://www.conjur.com.br/2015-set-15/40-acoes-trabalhistas-tratam-verbas-
rescisorias, acesso em 07/01/19.
[xxxviii]. “Outro mito ideológico propalado é que todos os trabalhadores dispensados ajuízam
ação em face de seu empregador. Nada mais falso. De 2013 a 2015 houve 74.836.000 rescisões
de contratos de trabalho formais. Nesse mesmo período tivemos 7.395.000 ações trabalhistas,
o que não chega a 10% do número de trabalhadores que deixaram seus empregos. Entretanto,
levando-se em conta que boa parte dos trabalhadores que ajuízam ações o fazem para
reconhecimento de vínculo empregatício, isto é, não constam da lista oficialmente informada
de trabalhadores dispensados, o percentual de empregados que ajuízam ações na verdade é
bem menor.” CARELLI, Rodrigo. “Desvendando mais 5 mitos”. Disponível em:
https://rodrigocarelli.org/2017/02/04/justica-do-trabalho-desvendando-mais-cinco-mitos/,
acesso em 07/01/19.
22
[xxxix]. Disponível em: < http://www.aatpr.org.br/carta-a-sociedade-brasileira-mitos-e-
verdades-sobre-a-justica-do-trabalho/>. Acesso em: 07 de jan. 2019.
[xl]. https://conexaopolitica.com.br/brasil/sergio-moro-quer-delegado-da-pf-cuidando-de-
registros-sindicais-no-ministerio-da-justica/, acesso em 10/01/19.
[xli]. CARELLI, Rodrigo Carelli. “O mito da jabuticaba e a Justiça do Trabalho”. Disponível em:
https://rodrigocarelli.org/2018/01/11/o-mito-da-jabuticaba-e-a-justica-do-trabalho/;
FELICIANO, Guilherme Guimarães. “Justiça do Trabalho, essa eterna desconhecida: dois mitos,
dois enganos”. In: Resistência II – Defesa e crítica da Justiça do Trabalho. Coordenadores
SOUTO MAIOR, Jorge Luiz & SEVERO, Valdete Souto. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
[xlii]. https://www.conjur.com.br/2017-mai-19/excesso-protecao-trabalhador-problema-
barroso
[xliii]. “Brasil é campeão de ações trabalhistas no mundo? Dados são inconclusivos”. Disponível
em: https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2017/06/27/brasil-e-campeao-de-
acoes-trabalhistas-no-mundo-dados-sao-inconclusivos.htm, acesso em 09/01/19.
[xliv]. CARELLI, Rodrigo. “Barroso, ´negros de primeira linha´ e reforma trabalhista”. Disponível
em: https://www.sul21.com.br/opiniaopublica/2017/06/barroso-negros-de-primeira-linha-e-
reforma-trabalhista-por-rodrigo-de-lacerda-carelli/, acesso em 09/01/19.
[xlv]. VALENTIN, Rômulo. “O Brasil não é recordista de processos trabalhistas”. Disponível em:
http://www.secjba.org.br/noticia/163/o-brasil-nao-e-recordista-de-processos-trabalhistas,
acesso em 09/01/19.
[xlvi]. CASAGRANDE, Cássio. A Reforma Trabalhista e o “sonho americano”. Disponível em:
https://www.trt13.jus.br/informe-se/noticias/2017/06/a-reforma-trabalhista-e-o-201csonho-
americano201d-1, acesso em 09/01/19.
[xlvii]. PONDÉ, Luiz Felipe. “O Estado contra a sociedade”. Folha de S. Paulo, edição de
07/01/19, p. C6.
[xlviii]. CASAGRANDE, Cássio. A Reforma Trabalhista e o “sonho americano”. Disponível em:
https://www.trt13.jus.br/informe-se/noticias/2017/06/a-reforma-trabalhista-e-o-201csonho-
americano201d-1, acesso em 09/01/19.
[xlix]. https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/08/nova-york-limita-numero-
de-carros-da-uber-na-cidade.html, acesso em 10/01/19.
[l]. https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/12/05/nova-york-cria-primeiro-
salario-minimo-para-motoristas-da-uber.htm, acesso em 10/01/19.
[li]. Vide o Manifesto contra a Reforma Trabalhista, elaborado por pesquisadores do CESIT-
Unicamp, in: http://www.cesit.net.br/manifesto-contra-a-reforma-trabalhista/, acesso em
09/01/19.
[lii]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8Y_rmOFep1Q
23
[liii]. http://www.trt7.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3180:numero-
de-processos-julgados-improcedentes-na-justica-do-trabalho-do-ceara-e-maior-do-que-os-
totalmente-procedentes&catid=152&Itemid=302, acesso em 09/01/19.
[liv]. “Um dos principais dados aferidos no relatório versa sobre a relação entre custo total da
Justiça do Trabalho e o montante que ela arrecada e distribui: em 2015 (portanto, antes do
corte orçamentário que tirou 29% da verba de custeio e 90% da verba de investimentos), os
custos totais para a estrutura de 24 TRTs, 1.587 varas do trabalho em todo o país, quase 4 mil
juízes e cerca de 45,5 mil servidores na ativa, além do TST e CSJT, eram de R$ 17,1 bilhões; o
total distribuído nos processos trabalhistas chegou a R$ 17,4 bilhões, fora a arrecadação de
outros R$ 2,8 bilhões em tributos, custas e emolumentos aos cofres públicos.
(http://www.amatra4.org.br/79-uncategorised/1154-relatorio-do-judiciario-trabalhista-2015-
mostra-superavit-na-relacao-custo-distribuicao)
[lv]. http://www.tst.jus.br/documents/18640430/5a3b42d9-8dde-7d80-22dd-d0729b5de250
[lvi].http://www.tst.jus.br/documents/26682/0/Relat%C3%B3rio+Anal%C3%ADtico+e+Indicad
ores+Reduzido.pdf/04476e8c-2f5b-9d81-e6c9-de581099b8e2
[lvii]. Vide, também, fala do Presidente do TST neste sentido:
https://www.anamatra.org.br/imprensa/anamatra-na-midia/27462-presidente-do-tst-justica-
do-trabalho-e-imprescindivel-eficiente-e-moderna, acesso em 10/01/19.
[lviii]. http://www.cnj.jus.br/pesquisas-judiciarias/justicaemnumeros/2016-10-21-13-13-04/pj-
justica-em-numeros
[lix]. FELICIANO, Guilherme Guimarães. “Justiça do Trabalho, essa eterna desconhecida: dois
mitos, dois enganos”. In: Resistência II – Defesa e crítica da Justiça do Trabalho.
Coordenadores SOUTO MAIOR, Jorge Luiz & SEVERO, Valdete Souto. São Paulo: Expressão
Popular, 2018.
[lx]. Vide, neste sentido, também: DIAS, Carlos Eduardo de Oliveira. “A Justiça do Trabalho em
números”. In: Resistência II – Defesa e crítica da Justiça do Trabalho. Coordenadores SOUTO
MAIOR, Jorge Luiz & SEVERO, Valdete Souto. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
[lxi]. Sobre o assédio a juízes, vide: SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. “Armas psicológicas ameaçam a
Justiça do Trabalho”. Disponível em: < https://www.jorgesoutomaior.com/blog/armas-
psicologicas-ameacam-a-justica-do-trabalho > Acesso em: 10 de jan. 2019.
[lxii]. Sobre as consequências do assédio a juízes nas relações sociais, vide: SOUTO MAIOR,
Jorge Luiz.”Se assediam juízes, o que não farão com os trabalhadores?”. Disponível em:
<https://www.jorgesoutomaior.com/blog/se-assediam-juizes-o-que-nao-farao-com-os-
trabalhadores> Acesso em: 10 de jan. 2019.
[lxiii]. Disponível em: < https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/27425-nota-a-
imprensa>. Acesso em: 07 de jan. 2019
[lxiv]. Vide, a propósito: SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. Curso de Direito do Trabalho – Teoria geral
do Direito do Trabalho – Vol I, Parte I. São Paulo: LTr, 2011, p. 422.
24
[lxv]. Sobre a extinção do Ministério do Trabalho vide: SOUTO MAIOR, Jorge Luiz. “Uma defesa
do Ministério do Trabalho”. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI292289,21048-
Uma+defesa+do+Ministerio+do+Trabalho, acesso em 10/01/19.
[lxvi]. https://www.change.org/p/contra-o-fim-da-justi%C3%A7a-do-trabalho-n%C3%A3o-
queremos-perder-nossos-direitos, acesso em 10/01/19 – às 9h37’.
[lxvii]. https://www.facebook.com/events/359376608190217/, acesso em 09/01/19.
[lxviii]. https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/27475-magistrados-procuradores-e-
advogados-trabalhistas-convocam-ato-nacional-em-defesa-da-justica-do-trabalho, acesso em
09/01/19.
[lxix]. Disponível em: < https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/27425-nota-a-
imprensa>. Acesso em: 07 de jan. 2019
[lxx].
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=223266158554488&id=100026133162142,
acesso em 09/01/19.
[lxxi]. Disponível em: < https://www.anamatra.org.br/imprensa/noticias/27435-frente-
associativa-divulga-nota-publica-em-defesa-da-justica-do-trabalho>. Acesso em: 07 de jan.
2019.
[lxxii]. Disponível em: <https://oab.jusbrasil.com.br/noticias/661869861/oab-nacional-e-
colegio-de-presidentes-de-seccionais-emitem-nota-alertando-sobre-prejuizos-com-extincao-
da-justica-do-trabalho?ref=feed>. Acesso
[lxxiii] https://www.jr.jor.br/2019/01/06/oab-de-jundiai-e-contra-extincao-da-justica-do-
trabalho/, acesso em 09/01/19.
[lxxiv]. Disponível em: < https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/em-resposta-a-
bolsonaro-juizes-convocam-ato-por-justica-do-trabalho/>. Acesso em: 07 de jan. 2019.
[lxxv]. Disponível em: < http://www.aatpr.org.br/carta-a-sociedade-brasileira-mitos-e-
verdades-sobre-a-justica-do-trabalho/>. Acesso em: 07 de jan. 2019.
[lxxvi]. Disponível em: < https://bemblogado.com.br/site/associacao-latinoamericana-de-
juizes-do-trabalho-rebate-bolsonaro/>. Acesso em: 07 de jan. 2019.
[lxxvii]. Disponível em: <http://www.amatra4.org.br/42-noticias/notamatra4/1454-nota-
publica-em-defesa-da-justica-do-trabalho>. Acesso em: 07 de jan. 2019.
[lxxviii][lxxviii]. Disponível em: < http://oabce.org.br/2019/01/nota-oficial-5/>. Acesso em: 07
de jan. 2019.
[lxxix]. http://www.amatra3.com.br/index.php/news-posts/nota-publica-em-defesa-da-justica-
do-trabalho/, acesso em 09/01/19.
25
[lxxx]. http://www.abjd.org.br/2019/01/nota-em-defesa-da-justica-do-trabalho.html
[lxxxi]. Disponível em: < https://www.aasp.org.br/em-pauta/nota-publica-aasp/ >. Acesso em:
10/01/19.