so parte iv da eficácia e dinâmica organizacional
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕESSOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES
IV Parte – Da Eficácia e Dinâmica Organizacional
4.1. Eficácia organizacional
4.2. A relação entre eficácia e eficiência
4.3. Diferentes abordagens da eficácia organizacional
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 2
IV – Da Eficácia e Dinâmica OrganizacionalIV – Da Eficácia e Dinâmica Organizacional
EficáciaEficácia (EfEf) EficiênciaEficiência (efef)
ObjectivosObjectivos / Resultados / Resultados MeiosMeios / Resultados / Resultados
EficáciaEficácia tem a ver com:
• Alcance dos resultados da organização (“fazer as coisas certas”).
EficiênciaEficiência tem a ver com:
• Utilização dos recursos (“fazer as coisas bem”).
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 3
IV – Da Eficácia e Dinâmica OrganizacionalIV – Da Eficácia e Dinâmica Organizacional
• Factores externos EficáciaEficácia (“conceito de sistema aberto”).– A eficácia concentra-se no sucesso quanto ao alcance dos
objectivos e tem a atenção voltada para os aspectos externos da organização.
• Factores internos eficiênciaeficiência (“conceito de sistema fechado”).– A eficiência concentra-se nas operações e tem a atenção
voltada para os aspectos internos da organização.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 4
4.1.4.1. Eficácia Organizacional Eficácia Organizacional
Algumas diferenças entre Eficácia e eficiênciaAlgumas diferenças entre Eficácia e eficiência
EficiênciaEficiência (ComoComo) EficáciaEficácia (Para quêPara quê)
• Ênfase nos meios• Fazer as coisas correctamente• Resolver problemas• Salvaguardar recursos
• Cumprir tarefas e obrigações• Formar os trabalhadores
• Manutenção das máquinas• Presença nos templos• Rezar
• Ênfase nos resultados• Fazer as coisas certas• Atingir objectivos• Optimizar a utilização dos recursos• Obter resultados• Possibilitar eficácia aos trabalhadores• Máquinas disponíveis• Prática dos valores religiosos• Ganhar o céu
Fonte: Chiavenato, Idalberto (1987), Teoria Geral da Administração. Vol.2, pp. 703 numa adaptação de: Reddin, William J. (1978), Administração por Objectivos: O Método 3-D. São Paulo: Editora Atlas, pp. 22, 43 e 79.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 5
Dificuldades na avaliação da EficáciaDificuldades na avaliação da Eficácia
• Não existe uma noção universal do que é a eficácia.
• As diversas escolas teóricas apresentam a sua noção muito própria
de eficácia organizacional.
• Os indicadores utilizados na sua medição, referem-se ao resultado
final e como tal são indicadores do passado (medidas de produção:
custos, rendimento, volume de facturação ou de vendas, volume de
reclamações de clientes, e outros indicadores financeiros (Likert
citado por Chiavenato, 1987, pp. 708).
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 6
Dificuldades na avaliação da EficáciaDificuldades na avaliação da Eficácia
• Alguns autores[1] sugerem a utilização de outro tipo de indicadores como:– Capacidade de atrair mão-de-obra qualificada;– Utilização de mão-de-obra de qualidade;– Moral dos trabalhadores e sua satisfação no trabalho;– Rotação de pessoal e absentismos baixos;– Relações interpessoais na organização;– Relações departamentais (entre subsistemas);– Percepção dos gestores a respeito dos objectivos globais da
organização;– Eficácia organizacional em adaptar-se ao ambiente externo
(Chiavenato, 1987: 710).
[1] Negandhi citando Argyris, Likert e outros.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 7
Dificuldades na avaliação da EficáciaDificuldades na avaliação da Eficácia
• Algumas unidades da empresa podem ser eficazes e outras não o ser.
• Uma mesma empresa pode ser eficaz do ponto de vista económico, mas não o ser do ponto de vista social, político ou outro.
• Que objectivos devem ser avaliados? De curto ou médio prazo? Objectivos formais ou informais, ou não explicitados?
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 8
EXERCÍCIO(S):EXERCÍCIO(S):
1. GEORGOPOULOS, Basil S.; TANNENBAUM, Arnold S. (1957), “A
Study of Organizational Effectiveness”, American Sociological
Review, 22 (5), pp. 534-540
– Análise do conceito de eficácia;
– Identificação de indicadores de eficácia.
2. Análise de casos – Próxima aula:
– «Os Lobos e os Faunos»
– «Nem toda a ajuda é ajuda»
– «Porque se degrada a Marca Portugal»
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 9
4.2.4.2. A relação entre Eficácia e eficiência A relação entre Eficácia e eficiência
• Sobre este ponto, vide Capítulo 16 – “Eficácia
Organizacional”, de BILHIM, João (2005), pp. 397-401
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 10
4.3.4.3. Diferentes Abordagens da Eficácia Diferentes Abordagens da Eficácia OrganizacionalOrganizacional
NOTA:NOTA: sobre este ponto é importante relembrar os ensinamentos já
adquiridos noutras cadeiras, nomeadamente em Ciência da
Administração, pelo que se recomenda a leitura atenta de Bilhim,
João (2005), pp. 401-420
• A Abordagem da Prossecução de Metas:A Abordagem da Prossecução de Metas:
– Metas = objectivos.
– A organização é avaliada em função dos fins alcançados e não dos
meios utilizados. A Gestão por Objectivos adquire uma grande
importância nesta abordagem da eficácia organizacional.
– A ênfase não é em “fazer bem” o trabalho, mas sim em fazer o que é
mais relevante para os objectivos da organização.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 11
• A Abordagem da Prossecução de Metas A Abordagem da Prossecução de Metas ((contcont.).)::
– É necessário que as metas, a definir para a organização, sejam:
• Bem definidas;
• Não sejam numerosas;
• Consensuais e tendo sido previamente acordadas;
• O seu alcance deve ser progressivamente analisado (processo dinâmico).
– Dificuldades:
• Os actores sociais têm os seus próprios interesses, nem sempre
explicitados e por vezes entram em contradição com os da organização;
• Por vezes as organizações têm múltiplas metas e por vezes contraditórias
(“alta qualidade”; “baixo custo”);
• As metas são frequentemente vagas e ambíguas.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 12
• A Abordagem Sistémica:A Abordagem Sistémica:
– Nesta abordagem enfatiza-se a capacidade da organização sobreviver,
captando recursos, mantendo-se coesa internamente, e de se
relacionar eficazmente com a envolvente.
– Esta abordagem não incide especificamente nos fins mas sim nos
meios para o alcance desses mesmos fins, aspecto que lhe é criticado.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 13
• A Abordagem dos Grupos Estratégicos:A Abordagem dos Grupos Estratégicos:– De acordo com a abordagem política os diferentes actores sociais têm
os seus próprios objectivos e competem entre si para alcançarem os seus interesses, e pelo controlo sobre os recursos de que necessitam.
– Na abordagem dos grupos estratégicos a eficácia da organização depende da sua capacidade em satisfazer os interesses dos actores ou grupos sociais, e dessa satisfação depende a sua sobrevivência.
– Para avaliar a eficácia organizacional haverá que identificar os interesses estabelecidos dos seus grupos estratégicos e avaliar em que medida esses interesses estão a ser satisfeitos.
– A sua sobrevivência dependerá da capacidade da organização negociar, estabelecer compromissos, criar consensos interna e externamente.
– Útil quando a organização está sujeita a grupos de pressão e de mudança estratégica poderosos.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 14
• A Abordagem dos Valores Contrastantes:A Abordagem dos Valores Contrastantes:
– Esta abordagem parte de princípio de que não existe “o melhor critério”
para avaliar a eficácia organizacional. Os diferentes actores ou grupos
sociais encaram a eficácia organizacional sob diferentes pontos de vista
tendo por base os seus próprios interesses.
– O conceito de eficácia organizacional é assim subjectivo uma vez que a
meta definida se baseia nos valores, preferências e interesses pessoais
de quem a define.
– Pressupõe, no entanto, que as diferentes preferências se podem
compatibilizar.
– Pode ser útil, por exemplo, se a organização não possui uma ideia clara
acerca dos aspectos a enfatizar na avaliação da sua eficácia.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 15
• A Abordagem das Boas Práticas de Recursos Humanos:A Abordagem das Boas Práticas de Recursos Humanos:
– Alguns estudos analisaram a relação entre as práticas de gestão de
recursos humanos e a eficácia organizacional e verificaram que estas
duas variáveis estão correlacionadas.
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 16
• A título de exemplo, Morin, Savoie & Beaudin (1994) sugerem um
modelo de eficácia multidimensional que engloba quatro
dimensões:
– Dimensão Social (coesão, valor dos recursos humanos)
• Moral
• Rendimento
• Desenvolvimento e mobilização dos trabalhadores
– Dimensão Económica (contributo dos R.H. para os resultados da
organização)
• Economia interna (eficiência económica)
• Produtividade
Rosária Miranda & Ana Maria Santos 17
– Dimensão Sistémica (estabilidade e crescimento ao longo do tempo)
• Rentabilidade e competitividade da organização
• Grau em que o produto ou serviço responde às necessidades dos clientes
– Dimensão Política (reputação da organização)
• Relações que a organização mantém com os stakeholders
• Legitimidade e reputação da acção da organização
• Este modelo de Eficácia Organizacional inclui, na sua própria noção
de eficácia, a de eficiência. Poderá, assim, dificultar a distinção
entre estes dois conceitos.
Advertência!Advertência!
O estudo destes apontamentos NÃO dispensa a leitura das obras referenciadas na
Bibliografia, constante do Programa da cadeira de Sociologia das Organizações.