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PT Comité Económico e Social Europeu Bruxelas, 23 de outubro de 2019 REUNIÃO PLENÁRIA DE 25 E 26 DE SETEMBRO DE 2019 SÍNTESE DOS PARECERES ADOTADOS O presente documento pode ser consultado nas línguas oficiais no sítio Web do CESE, no seguinte endereço: http://www.eesc.europa.eu/pt/our-work/opinions-information-reports/ plenary-session-summaries Os pareceres mencionados podem ser consultados em linha através do motor de busca do CESE: https://dmsearch.eesc.europa.eu/search/opinion EESC-2019-03651-00-01-TCD-TRA (EN/FR) 1/3725

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Comité Económico e Social Europeu

Bruxelas, 23 de outubro de 2019

REUNIÃO PLENÁRIA

DE 25 E 26 DE SETEMBRO DE 2019

SÍNTESE DOS PARECERES ADOTADOS

O presente documento pode ser consultado nas línguas oficiais no sítio Web do CESE, no seguinte endereço:

http://www.eesc.europa.eu/pt/our-work/opinions-information-reports/plenary-session-summaries

Os pareceres mencionados podem ser consultados em linha através do motor de busca do CESE:

https://dmsearch.eesc.europa.eu/search/opinion

EESC-2019-03651-00-01-TCD-TRA (EN/FR) 1/2525

Índice

1. MERCADO ÚNICO, PRODUÇÃO E CONSUMO..................................................................3

2. UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA, COESÃO ECONÓMICA E SOCIAL................5

3. EMPREGO, ASSUNTOS SOCIAIS E CIDADANIA...............................................................7

4. COMISSÃO CONSULTIVA DAS MUTAÇÕES INDUSTRIAIS........................................15

5. AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO RURAL E AMBIENTE...................................16

6. TRANSPORTES, ENERGIA, INFRAESTRUTURAS E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO..........................................................................................................................21

7. RELAÇÕES EXTERNAS.........................................................................................................25

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A reunião plenária de 25 e 26 de setembro de 2019 contou com a participação de Klára Dobrev, vice-presidente do Parlamento Europeu; Emily O’Reilly, Provedora de Justiça Europeia; Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia; Tuomas Saarenheimo, subsecretário permanente para os Assuntos Internacionais e os Mercados Financeiros da Finlândia; Christian Ebeke, representante em exercício do Fundo Monetário Internacional junto da União Europeia; e Louka T. Katseli, presidente do Banco Nacional da Grécia (Chipre) e antiga ministra da Economia e do Trabalho da Grécia.

Os pareceres adotados na reunião plenária foram os seguintes:

1. MERCADO ÚNICO, PRODUÇÃO E CONSUMO

Legislar melhor / ponto da situação

Relator: Denis Meynent (Grupo dos Trabalhadores – FR)

Referência: COM(2019) 178 finalEESC-2019-01847-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

– recorda que legislar melhor não pode substituir as decisões políticas e não pode conduzir a uma desregulamentação, nem a uma redução do nível de proteção social, ambiental, de defesa do consumidor ou dos direitos fundamentais;

– insta a Comissão a rever as orientações e os critérios do conjunto de ferramentas para legislar melhor, a fim de integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos processos de avaliação. Importa integrar explicitamente um «controlo da sustentabilidade» no conjunto de ferramentas para legislar melhor;

– reitera o seu apelo para que o ecossistema europeu em matéria de avaliação de impacto continue a evoluir, a fim de reforçar a sua qualidade e favorecer a participação ativa da sociedade civil organizada aquando da conceção e aplicação da legislação;

– apela para uma atuação determinada em prol das PME («agir primeiro em pequena escala») e solicita uma avaliação do princípio «pensar primeiro em pequena escala» e do «teste PME» tendo em vista aumentar a sua eficácia e conceber legislação «compatível com as PME», a fim de promover o seu desenvolvimento no mercado interno com toda a segurança jurídica;

– considera que o Comité de Controlo da Regulamentação, responsável pelo controlo da qualidade, já demonstrou a sua eficácia no sistema de avaliação de impacto, pelo que deve desempenhar um papel mais importante no desenvolvimento de uma abordagem integrada;

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– considera que o «princípio da inovação» carece de base jurídica, pelo que só deve ser considerado em situações que possam oferecer um valor acrescentado.

Contacto: Jean-Pierre Faure(Tel.: 00 32 2 546 96 15 – correio eletrónico: [email protected])

Emissões dos veículos ligeiros de passageiros e comerciais

Relator: Jorge Pegado Liz (Grupo Diversidade Europa – PT)

Referência: COM(2019) 208 final – 2019/0101 (COD)EESC-2019-03042-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

recorda a dimensão do Dieselgate e lamenta que a Comissão não tenha sido capaz de antecipar o sucedido através de medidas eficazes ab initio;

não esquece que a UE não soube (ou não quis) dotar-se de um instrumento eficaz de ação de grupo capaz de fazer face a situações como a presente;

entende que a solução encontrada na proposta em apreço não se deve limitar a resolver uma questão formal, sem dar uma satisfação real aos interesses das recorrentes;

receia que a mesma, ao atribuir poderes à Comissão para a emissão de atos delegados, nos termos em que o faz, coloque novamente em causa, não só a eficácia da legislação, mas também as intenções do legislador ao criar os referidos atos delegados;

insta a Comissão, de acordo com os princípios do Programa Legislar Melhor, a encarar a possibilidade/necessidade de uma compilação/codificação no que concerne a esta matéria;

exorta a Comissão a considerar as propostas que faz na especialidade para uma maior celeridade e certeza jurídica.

Contacto: Claudia Drewes-Wran(Tel.: 00 32 2 546 80 67 – correio eletrónico: [email protected])

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2. UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA, COESÃO ECONÓMICA E SOCIAL

Alteração do Fundo de Solidariedade – Brexit sem acordo

Relator-geral: Ioannis Vardakastanis (Grupo Diversidade Europa – EL)

Referência: COM(2019) 399 final – 2019/0183 (COD)EESC-2019-04040-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

– considera que os princípios da solidariedade e subsidiariedade são essenciais para o funcionamento da União Europeia. Assim, é importante que, caso o Reino Unido saia da UE sem acordo, em 31 de outubro, todos os Estados-Membros se mantenham unidos e enfrentem juntos as consequências e os desafios de tal decisão;

– sabe que a proposta faz parte de um pacote de medidas de contingência para a saída do Reino Unido sem acordo, que foi adotado pela Comissão, em 4 de setembro de 2019, na sequência de um apelo do Conselho Europeu no sentido de se analisar todas as possibilidades de utilização dos fundos existentes para aliviar os encargos financeiros potenciais dos Estados-Membros;

– concorda com o aditamento, ao regulamento que institui o Fundo de Solidariedade da UE, da disposição segundo a qual o conceito de «catástrofe de grandes proporções» abrange as catástrofes naturais, bem como as situações em que são impostos encargos financeiros graves a um Estado-Membro como consequência direta da saída do Reino Unido da União sem acordo, desde que tal seja um acontecimento isolado até 2020;

– propõe que a Comissão pondere a criação de um instrumento europeu que lide com tais situações e crises políticas no futuro. No entanto, se tal instrumento vier a ser criado, deverá servir apenas para situações excecionais, impondo-se uma tomada de decisão formal e caso a caso. Há que definir claramente as condições específicas em que a compensação pode ser concedida;

– está firmemente convicto de que a Comissão deve tomar todas as medidas necessárias para assegurar que o alargamento do âmbito de aplicação não conduz a uma situação que colocaria em risco a capacidade de o Fundo de Solidariedade da UE (FSUE) responder a imprevistos associados a catástrofes naturais;

– considera que a data prevista de 30 de abril de 2020 é bastante tardia e, por conseguinte, apela à Comissão para que acelere o processo de decisão sobre a mobilização dos fundos no caso de o Reino Unido sair da UE sem acordo;

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– congratula-se com o aumento dos pagamentos antecipados do nível atual de 10% para 25% do montante previsto, mas há que envidar mais esforços para que a resposta seja rápida e eficaz;

– considera que a Comissão deve prestar uma atenção especial às pequenas e médias empresas, uma vez que são as mais vulneráveis aos desafios do Brexit.

Contacto: Georgios Meleas(Tel.: 00 32 2 546 97 95 – correio eletrónico: [email protected])

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3. EMPREGO, ASSUNTOS SOCIAIS E CIDADANIA

Pilar Europeu dos Direitos Sociais: avaliação da aplicação inicial e recomendações para o futuro

Relator: Bernd Schlüter (Grupo Diversidade Europa – DE)Correlatora: Cinzia Del Rio (Grupo dos Trabalhadores – IT)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2019-01110-00-00-AC

Pontos principais:

– O CESE tem defendido sistematicamente uma convergência ascendente e uma política social mais eficaz tanto a nível da União como a nível nacional. A aplicação eficaz do Pilar Europeu dos Direitos Sociais reafirma o empenhamento comum no modelo social europeu.

– Quando da aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais há que respeitar de forma equilibrada os objetivos e os princípios consignados nos Tratados, bem como a repartição de competências entre as instituições da UE e os Estados-Membros e, se for caso disso, a cláusula de não regressão.

– O Pilar Europeu dos Direitos Sociais está a ser aplicado através de medidas legislativas e não legislativas, bem como através de financiamento específico e de alterações ao processo do Semestre Europeu. A legislação europeia, em domínios adequados, deve estabelecer um quadro com normas gerais comuns, respeitando a especificidade das situações e dos sistemas sociais nacionais.

– É particularmente importante estabelecer normas mínimas de base para sistemas de proteção social fiáveis e eficazes e serviços de interesse geral.

– A aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais exige uma base orçamental sólida e investimento a nível da UE e dos Estados-Membros através de financiamento adequado no âmbito dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento e da adoção de uma «regra de ouro» para o investimento público com um objetivo social.

– Um novo processo do Semestre Europeu deve estar vinculado a objetivos sociais no quadro do acompanhamento dos desequilíbrios sociais, devendo ser incluídos novos indicadores mensuráveis, juntamente com recomendações específicas por país em matéria social.

– Cumpre promover o acompanhamento regular da aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, prevendo-se a consulta obrigatória das partes sociais interessadas. Para tal, o CESE propõe a criação de um fórum europeu sobre a política social associado ao processo do Semestre Europeu.

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– O CESE apela, uma vez mais, para a adoção de um roteiro claro e coordenado que estabeleça prioridades para a aplicação do Pilar e dos direitos e normas sociais vigentes. Há que ter em conta, prioritariamente, os direitos fundamentais dos cidadãos, em particular dos grupos vulneráveis.

Contacto: Judite Berkemeier(Tel.: 00 32 2 546 98 97 – correio eletrónico: [email protected])

Pacto Global sobre a Migração: aplicação com base nos valores da UE

Relator: José Antonio Moreno Díaz (Grupo dos Trabalhadores – ES)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2019-01355-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

– constata a falta de progressos na consecução de uma política comum da UE em matéria de migração: tal enfraquece a solidariedade entre os Estados-Membros e, ao mesmo tempo, afeta o devido cumprimento das responsabilidades decorrentes do direito internacional;

– salienta que o conteúdo do pacto está plenamente em linha com o artigo 2.º do Tratado da União Europeia, que determina, como valores fundamentais, o respeito pela dignidade humana, a liberdade, a democracia, a igualdade, o Estado de direito e o respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias;

– assinala que o pacto coloca a questão da migração e do asilo ao nível internacional e com um caráter multilateral, com o objetivo de promover uma maior cooperação e diálogo entre os países de origem, de destino e de trânsito dos fluxos migratórios, a fim de promover migrações seguras, ordeiras e regulares;

– recorda que o Pacto Global é um instrumento não vinculativo que não cria quaisquer obrigações novas para os Estados-Membros da UE e cujo conteúdo aprofunda plenamente os princípios e os valores da União Europeia;

– lamenta que o pacto não tenha sido aprovado por todos os Estados-Membros e considera que teria sido uma oportunidade excelente para avançar na construção de uma posição única da UE em matéria de migrações na cena mundial. Assim, o CESE considera necessário que todos os Estados-Membros da UE ratifiquem o referido pacto, recomendando também que a UE explique e desenvolva os objetivos do mesmo através dos mecanismos adequados;

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– considera interessante explorar as possibilidades de participação no processo de consultas e negociações intergovernamentais que conduzirão à criação do International Migration Review Forum e no próprio fórum, que será o instrumento das Nações Unidas para acompanhar o Pacto Global;

– reconhece o esforço dos cidadãos, dos parceiros sociais e das organizações da sociedade civil da UE que demonstram, através do seu empenho e das suas atividades, o respeito efetivo dos valores da UE e, por conseguinte, dos objetivos do pacto;

– reitera a sua preocupação com o facto de as forças políticas de extrema-direita estarem a tentar transformar as migrações num problema que gere insatisfação e fomente discursos de incitamento ao ódio, criando uma UE mais dividida e conflituosa, que não é capaz de oferecer propostas adequadas.

Contacto: Annemarie Wiersma(Tel.: 00 32 2 546 93 76 – correio eletrónico: [email protected])

Novas competências / integração social

Relator: Tellervo Kylä-Harakka-Ruonala (Grupo dos Empregadores – FI)Correlatora: Giulia Barbucci (Grupo dos Trabalhadores – IT)

Referência: Parecer exploratório a pedido da Presidência finlandesaEESC-2019-01610-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

– insta a UE a adotar uma abordagem abrangente em relação às políticas de educação e formação, tendo em consideração a sua articulação bidirecional com domínios como as políticas em matéria de dados, investigação, inovação e indústria, e a política social e económica;

– apela para um aumento do financiamento da UE destinado a apoiar as reformas necessárias, os intercâmbios transfronteiriços e a cooperação em matéria de educação e de formação, incluindo a reciclagem profissional dos trabalhadores para que estes possam lidar com a transição digital;

– reitera a sua recomendação de criar um ambiente favorável ao investimento do setor privado e de aplicar uma regra de ouro que permita afetar financiamento dos orçamentos dos Estados-Membros a investimentos social e economicamente produtivos;

– estima que a competitividade exige talentos do mais alto nível e uma ampla base de pessoas com habilitações e competências e entende que os projetos de investigação constituem a melhor forma de promover tais talentos;

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– realça que o acesso à aprendizagem contínua e ao longo da vida deve ser um direito individual de todas as pessoas, para que possam lidar com a evolução no domínio da digitalização e da inteligência artificial (IA), moldar o progresso e manter o «controlo humano»;

– propõe que se elabore uma estratégia da UE para reforçar uma aprendizagem contínua e centrada no indivíduo, tendo no seu cerne a digitalização e a implantação de uma IA de confiança;

– considera fundamental promover uma cooperação estreita entre responsáveis políticos, estabelecimentos de ensino, parceiros sociais e outras organizações da sociedade civil no que diz respeito à digitalização e à IA, bem como à educação e ao desenvolvimento de competências nesse domínio;

– e salienta o papel fundamental do ensino, tanto formal como informal, no reforço da integração e da cidadania ativa.

Contacto: Judite Berkemeier(Tel.: 00 32 2 546 98 97 – correio eletrónico: [email protected])

Investimento na SST: custos e benefícios

Relator: Adam Rogalewski (Grupo dos Trabalhadores – PL)Correlatora: Ana Bontea (Grupo dos Empregadores – RO)

Referência: Parecer exploratório a pedido da Presidência finlandesaEESC-2019-02545-00-00-AC

Pontos principais:

– O parecer identifica os novos desafios no domínio da saúde e segurança no trabalho (SST), como a qualidade do emprego, a igualdade, a digitalização e as alterações climáticas.

– O CESE salienta o papel importante desempenhado pelos parceiros sociais e pelas organizações da sociedade civil na elaboração e aplicação de políticas sustentáveis em matéria de saúde e segurança no trabalho.

– Os investimentos na SST contribuem não só para melhorar o bem-estar dos trabalhadores e empresários, mas também para gerar um elevado retorno, nomeadamente em termos de redução de custos, de maior produtividade e de sustentabilidade dos sistemas de segurança social.

– O CESE preconiza um maior investimento público e privado na SST e mais incentivos financeiros para as empresas que investem neste domínio. O investimento público deve ser adaptado às necessidades dos intervenientes no mercado de trabalho, com especial destaque para as pequenas e médias empresas.

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– O CESE preconiza a adoção de uma abordagem holística para o investimento na SST. Importa dar especial atenção a temas como os riscos psicossociais, os distúrbios musculoesqueléticos, as doenças cardiovasculares, o cancro e a saúde mental.

– O CESE solicita que se realizem estudos mais exaustivos para compreender melhor os benefícios do investimento na SST. Apela igualmente aos Estados-Membros para que assegurem maior transparência no que respeita à partilha de informações estatísticas sobre doenças de origem profissional e promovam o intercâmbio de boas práticas.

– A questão do investimento na SST deve ser abordada na perspetiva da qualidade do emprego. Condições de trabalho normalizadas são a melhor forma de prevenir os riscos psicossociais e, por consequência, melhorar o bem-estar e aumentar a produtividade.

– O CESE encara com preocupação as disparidades que existem entre os Estados-Membros no que se refere ao acesso à SST e, consequentemente, na distribuição dos benefícios do investimento. As iniciativas devem ter em conta dimensões como o género, a etnia, a idade ou a deficiência e associar a estratégia de SST ao debate sobre a igualdade.

– O processo de digitalização pode induzir muitos progressos positivos no domínio da SST. No entanto, o CESE está preocupado com o facto de alguns novos tipos de trabalho que surgiram com a digitalização poderem não ser abrangidos pelo âmbito de aplicação da regulamentação em matéria de saúde e segurança no trabalho. Todos os trabalhadores na UE devem ser protegidos pela legislação em matéria de saúde e segurança no trabalho.

– O CESE sublinha que a SST não só é benéfica para a economia da UE, como também constitui um direito laboral fundamental. A promoção das normas de SST deve igualmente abranger todos os países com os quais a UE ratificou acordos comerciais ou outras formas de cooperação, como com os países da Parceria Oriental ou da Vizinhança Meridional.

Contacto: Valeria Atzori(Tel.: 00 32 2 546 87 74 – correio eletrónico: [email protected])

A evolução do mundo do trabalho e o envelhecimento da população

Relator: Irinel Eduard Floria (Grupo dos Empregadores – RO)Correlator: Vladimír Báleš (Grupo Diversidade Europa – SK)

Referência: Parecer exploratório a pedido da Presidência finlandesaEESC-2019-01148-00-00-AC

Pontos principais:

– O CESE acolhe com agrado a tónica colocada pela Presidência finlandesa na economia do bem-estar das pessoas, incluindo os idosos, que considera um avanço importante no sentido de melhorar o equilíbrio entre as tendências demográficas, o mercado de trabalho e a sociedade.

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– Os Estados-Membros reconheceram o problema do envelhecimento da população e têm adotado determinadas medidas nos últimos anos, que parecem, no entanto, isoladas e com um impacto ainda por apurar. Além disso, o impacto dos avanços tecnológicos e a evolução da natureza do trabalho aumentam a complexidade do problema.

– Os parceiros sociais, em cooperação com os governos, são fundamentais para facilitar a aplicação de medidas a diferentes níveis. A sociedade civil e os parceiros sociais europeus devem desempenhar um papel importante na promoção de vidas ativas mais longas.

– Tanto a ação política como o financiamento a nível da UE podem ajudar a superar esses obstáculos, mas deverão atender às particularidades dos países no que respeita à demografia, à economia, ao emprego e às condições laborais. Os Estados-Membros devem utilizar os fundos da UE para financiar as medidas, ao passo que a responsabilidade pelo apoio a vidas ativas mais longas deve ser partilhada entre os governos, as empresas e os cidadãos.

– São necessárias estratégias abrangentes centradas na elaboração de políticas nacionais para o envelhecimento ativo, uma vez que os desafios demográficos e de emprego podem apenas ser abordados de forma holística. As recomendações específicas propostas para enfrentar os desafios do envelhecimento ativo são as seguintes:

- reforçar o diálogo social e a participação de todas as partes interessadas na elaboração de estratégias integradas e de políticas nacionais para o envelhecimento ativo;

- desenvolver o emprego e as competências através da aprendizagem ao longo da vida;- promover carreiras e trabalho dinâmicos;- estimular o empreendedorismo sénior;- combater todos os tipos de discriminação, designadamente a discriminação em razão da

idade e do género;- levar a cabo iniciativas de transferência e partilha de conhecimentos;- aplicar regimes de trabalho flexíveis e condições laborais melhoradas;- promover a solidariedade entre as gerações e mudar as atitudes em relação ao

envelhecimento.

– Todas as medidas devem ser constantemente monitorizadas, e o impacto na participação de trabalhadores mais velhos no mercado de trabalho deve ser avaliado de forma adequada. Uma imagem clara do impacto de tais medidas incentivaria ainda os Estados-Membros a divulgar e a partilhar as boas práticas em matéria de envelhecimento ativo.

Contacto: Ana Dumitrache(Tel.: 00 32 2 546 81 31 – correio eletrónico: [email protected])

Cláusula-ponte

Relator: Christian Bäumler (Grupo dos Trabalhadores – DE)

Referência: COM(2019) 186 finalEESC-2019-02616-00-00-AC

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Pontos principais:

O CESE:

– salienta que, em tempos de rápida mudança, é fundamental que a UE, juntamente com os seus Estados-Membros, possa adotar medidas políticas eficientes e eficazes em todos os domínios de intervenção pertinentes;

– considera que, precisamente no domínio da política social, é importante que o Parlamento Europeu participe no processo legislativo a alto nível, em consonância com as disposições do Tratado;

– congratula-se com o facto de a Comissão avançar com o debate sobre os obstáculos regulamentares existentes e, com a comunicação em apreço, ter encetado o debate sobre a possibilidade de alargar a votação por maioria qualificada ao domínio da política social;

– realça que, nos termos do artigo 153.º, n.º 4, do TFUE, não se pode pôr em causa o direito de os Estados-Membros aplicarem um nível de proteção mais elevado quando da transposição, nem a sua competência para estabelecerem os princípios dos respetivos sistemas de segurança social – seja qual for o regime de deliberação em vigor;

– apela para que haja garantias de que os parceiros sociais continuarão a participar amplamente no processo legislativo relativo à política social e na elaboração das respetivas políticas e que a sua autonomia na aplicação e eventual revisão dos respetivos acordos autónomos será respeitada;

– apoia uma transição absoluta para a votação por maioria qualificada no que respeita à legislação no domínio da não discriminação e às recomendações em matéria de segurança social e de proteção dos trabalhadores;

– solicita que se garanta um nível mínimo de direitos processuais e direitos de proteção uniformes em toda a Europa, bem como uma transição para a votação por maioria qualificada;

– recomenda uma transição para a votação por maioria qualificada no que toca às condições de emprego dos nacionais de países terceiros que residam legalmente na UE, a fim de evitar desigualdades de tratamento e de reforçar a coesão social.

Contacto: Judite Berkemeier(Tel.: 00 32 2 546 98 97 – correio eletrónico: [email protected])

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4. COMISSÃO CONSULTIVA DAS MUTAÇÕES INDUSTRIAIS

Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização

Referência: Parecer da Categoria CCOM(2019) 397 final – 2019/0180 (COD)EESC-2019-04017-00-00-AC

Pontos principais:

Considerando que o conteúdo da proposta da Comissão é satisfatório e não suscita quaisquer observações, o Comité decidiu emitir parecer favorável ao texto proposto.

Contacto: Larissa Robert(Tel.: 00 32 2 546 93 86 – correio eletrónico: [email protected])

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5. AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO RURAL E AMBIENTE

Documento de Reflexão – Para uma Europa sustentável até 2030

Relator: Cillian Lohan (Grupo Diversidade Europa – IE)Correlator: Peter Schmidt (Grupo dos Trabalhadores – DE)

Referência: COM(2019) 22 finalEESC-2019-00917-00-00-AC

Pontos principais:

– O desenvolvimento sustentável deve estar no cerne do futuro da Europa. Embora acolha favoravelmente a análise global constante do documento de reflexão, a sua descrição dos desafios, a orientação sugerida e o potencial que revela para a Europa, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) manifesta preocupação com o facto de o ritmo da transição para a sustentabilidade, tanto a nível mundial como na Europa, estar aquém do necessário para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas que subscrevemos. A ação política não está a refletir a urgência de enfrentar os atuais desafios ambientais, sociais e económicos.

– O desenvolvimento sustentável é um objetivo comum à escala mundial e requer um esforço conjunto de todos os países com vista à utilização sustentável dos recursos naturais e à prosperidade para todos. A Europa não pode alcançar este objetivo sozinha, mas a UE pode e deve utilizar o seu peso, enquanto maior bloco comercial e grande importador de recursos de base biológica, para fomentar a sustentabilidade do aprovisionamento à escala mundial, apoiando, deste modo, a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas mundiais, que são vitais para o nosso futuro comum.

– O desenvolvimento sustentável diz respeito ao futuro das pessoas, e a economia deve, dentro dos limites do planeta, estar ao serviço de uma sociedade próspera e justa, para as gerações presentes e futuras. A Agenda 2030 é um projeto centrado nas pessoas, concebido para não deixar ninguém para trás.

– Esgotou-se o tempo para refletir: é altura de agir. O CESE deseja que se avance, com caráter de urgência, no sentido de desenvolver e executar uma estratégia global de desenvolvimento sustentável, a longo prazo e à escala da UE, acompanhada de um plano de execução exaustivo para alcançar os ODS até 2030. A estratégia de desenvolvimento sustentável deve abranger a ação interna e externa da UE e promover uma coerência tão elevada quanto possível entre ambas. As pedras angulares da sua execução devem ser a inovação, a cooperação internacional orientada para a sustentabilidade e os acordos comerciais, bem como a mobilização das empresas e da sociedade civil.

– É necessário criar um quadro de governação e de coordenação, a par da estratégia de execução da Agenda 2030, para assegurar que os ODS estejam no centro de todas as políticas e os atuais quadros e instrumentos políticos, financeiros e orçamentais da UE (como o Semestre Europeu,

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o Programa Legislar Melhor, o Quadro Financeiro Plurianual, etc.) devem ser todos alinhados com a consecução dos ODS.

– O CESE insta a Comissão a adotar uma política que não se centre apenas no crescimento do PIB. A utilização do PIB como medida da prosperidade ignora elementos importantes relacionados com os custos e benefícios sociais e ambientais.

– O CESE reconhece que, no seio da comunidade empresarial, há líderes em matéria de integração da sustentabilidade. Na realidade, muitas empresas estão um passo à frente das políticas, que devem criar um enquadramento estável e certezas, a fim de assegurar que as boas práticas se tornam práticas comuns. Assim, as empresas passarão a ser capazes de fornecer soluções sustentáveis.

– O CESE foi o primeiro órgão da UE a ter um organismo dedicado à promoção do desenvolvimento sustentável – o Observatório do Desenvolvimento Sustentável – e está empenhado em promover e integrar os ODS de forma mais abrangente nos seus pareceres, bem como no seu funcionamento interno e na sua estrutura. Por conseguinte, iniciará uma reflexão interna sobre o alinhamento da sua governação interna com os ODS.

– É necessária uma participação estruturada da sociedade civil e deve estabelecer-se um mandato claro para a sua participação no desenvolvimento, na execução e no acompanhamento da estratégia. O importante papel desempenhado até ao momento pela plataforma multilateral deve ser reavaliado, envolvendo todas as partes interessadas e retirando lições do êxito de outros fóruns multilaterais pertinentes, em particular a Plataforma Europeia das Partes Interessadas para a Economia Circular. A plataforma multilateral deve ser reforçada e integrada num quadro de consulta interinstitucional e formal, tal como recomendado pelo Parlamento Europeu no seu Relatório estratégico anual sobre a execução e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, adotado em março de 2019.

– O desenvolvimento sustentável tem potencial para ser um instrumento de solidariedade social e para combater o aumento dos sentimentos populistas e antissistema dos cidadãos que estão afastados da tomada de decisões e do poder. Não deve ser uma agenda elitista, mas sim um projeto centrado nas pessoas, que vise tornar disponíveis, a preços acessíveis, as opções de consumo sustentáveis.

Contacto: Monica Guarinoni(Tel.: 00 32 2 546 81 27 – correio eletrónico: [email protected] )

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Desenvolver sinergias entre os diferentes roteiros para a economia circular

Relator: Cillian Lohan (Grupo Diversidade Europa – IE)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2019-02078-00-00-AC

Pontos principais:

– A primeira fase da economia circular foi um grande êxito. O conceito está a ser adotado, em especial, no setor empresarial, onde as empresas privadas compreendem o potencial do trabalho assente num modelo de economia circular, ultrapassando, nesse sentido, os responsáveis políticos. Foram as iniciativas da UE que desencadearam esta evolução e que têm sido uma força motriz. A economia circular já não se limita à reciclagem e à gestão dos resíduos, entrando numa fase nova e mais crítica. O CESE encoraja a próxima Comissão, que assumirá funções em 2019, a assegurar que este conceito mais amplo se reflete em qualquer futuro pacote de medidas relativas à economia circular.

– A economia circular é um meio prático de alcançar objetivos de política internacionais mais vastos, tais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e os objetivos climáticos do Acordo de Paris. Pode, igualmente, contribuir para a Agenda Mundial de Ação Climática através da participação ativa de intervenientes não estatais, incluindo órgãos de poder local e regional, bem como organizações da sociedade civil, representadas pelos três grupos do CESE.

– A Plataforma Europeia das Partes Interessadas para a Economia Circular e o seu grupo de coordenação têm um papel crucial a desempenhar no desenvolvimento das próximas etapas e na execução da transição circular, atuando como polo de informação através do sítio Web da referida plataforma. A plataforma oferece igualmente ótimas oportunidades para a comunicação em rede, incentiva à criação de sinergias e está bem posicionada para conceber um modelo de roteiro para uma economia circular que possa ser disponibilizado gratuitamente.

– O secretariado da Plataforma Europeia das Partes Interessadas para a Economia Circular, que o CESE gere, colocou a sociedade civil e as partes interessadas no centro do processo de decisão da plataforma. O CESE apoia iniciativas lideradas por partes interessadas, incentivando-as a identificar e a assinalar os obstáculos práticos que a sociedade civil enfrenta na execução da agenda da economia circular. A Plataforma Europeia das Partes Interessadas para a Economia Circular encontra-se na posição ideal para o fazer, trabalhando com o secretariado na proposta de soluções para esses obstáculos.

– O apoio aos roteiros e o apoio à criação de sinergias devem ser complementados por investigação e desenvolvimento, por um enquadramento regulamentar adequado, pela

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formação de todas as partes interessadas e por informações sobre o acesso ao apoio financeiro à transição para a circularidade.

– Apesar dos êxitos alcançados até à data, a realização da economia circular enfrenta obstáculos manifestos, nomeadamente a nível político, financeiro, de opinião pública e de governação das infraestruturas. Aquando da proposta de soluções aos responsáveis políticos, a Plataforma Europeia das Partes Interessadas para a Economia Circular deve identificar e assinalar outros obstáculos eventuais.

Contacto: Monica Guarinoni(Tel.: 00 32 2 546 81 27 – correio eletrónico: [email protected] )

A dimensão social das pescas

Relator: Gabriel Sarró Iparraguirre (Grupo Diversidade Europa – ES)

Referência: Parecer exploratórioEESC-2019-03203-00-00-AC

Pontos principais:

O CESE:

– recomenda que se assegure a coerência regulamentar entre as medidas de conservação dos recursos biológicos marinhos e as normas de segurança e as condições de trabalho no mar;

– exorta a Comissão Europeia a incluir, no seu programa de trabalho, uma proposta de diretiva que incorpore a Convenção da Organização Marítima Internacional sobre Normas de Formação, de Certificação e de Serviço de Quartos para os Marítimos dos Navios de Pesca no acervo da UE, a fim de assegurar normas de formação e certificação harmonizadas e melhorar a segurança marítima no domínio das pescas;

– insta com os Estados-Membros para que ratifiquem a Convenção n.º 188 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), disponibilizando os meios necessários para a sua correta transposição para a legislação nacional e para a sua aplicação e, se for caso disso, delegando tarefas de inspeção e certificação em empresas especializadas, tendo em conta os problemas encontrados na coordenação destas funções em alguns países;

– recorda os Estados-Membros da importância de transpor, até 15 de novembro de 2019, para a respetiva legislação nacional a Diretiva (UE) 2017/159 que incorpora a Convenção n.º 188 da OIT no acervo da União Europeia. Insta, igualmente, a Comissão a apresentar, o mais rapidamente possível, uma proposta de diretiva complementar, que inclua disposições em matéria de controlo e execução, como foi o caso para o transporte marítimo, a fim de introduzir um sistema de inspeção harmonizado;

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– lamenta, no entanto, que não tenha sido possível incluir os pescadores independentes no âmbito de aplicação da diretiva, o que se deveu ao facto de os intervenientes sociais não terem competência para negociar sobre este ponto. Por conseguinte, e à luz do grande número de pescadores independentes na UE, é imprescindível que os Estados-Membros ratifiquem a Convenção n.º 188;

– salienta que a obrigação de desembarque exige um aumento do espaço de armazenagem das capturas acessórias que já não podem ser devolvidas ao mar, gerando um maior consumo de combustível devido ao espaço limitado para as espécies-alvo, bem como custos adicionais de desembarque, de triagem manual, de pesagem e de processamento. Assinala, igualmente, que põe em risco a segurança a bordo e a estabilidade do barco, ao introduzir um maior empilhamento de caixas no porão, tanto em número como em altura, causando um risco de queda da carga suspensa;

– Além disso, o peixe demasiado pequeno não pode ser comercializado para consumo humano direto, o que leva a um desperdício de peixe, em especial nos Estados-Membros do sul da UE que não possuem fábricas de farinha de peixe, e reduz o rendimento dos pescadores que acabam por receber um preço irrisório por estas capturas.

– Esta situação põe em evidência um conflito jurídico entre o artigo 15.º da política comum das pescas referente à obrigação de desembarque e a Convenção n.º 188, em particular no que se refere às normas relativas às horas de descanso (artigo 14.º). O CESE exorta a Comissão Europeia a fazer uma avaliação de impacto e a propor medidas adequadas para corrigir as incoerências jurídicas entre os diferentes instrumentos jurídicos adotados pela UE que estão a afetar os pescadores.

Contacto: Arturo Iñiguez(Tel.: 00 32 2 546 87 68 – correio eletrónico: [email protected])

Autorizações para os navios de pesca pós-Brexit em 2020

Referência: Parecer da Categoria CCOM(2019) 398 final – 2019/0187 (COD)EESC-2019-03942-00-00-AC

Pontos principais:

Considerando que o conteúdo da proposta da Comissão é satisfatório e não suscita quaisquer observações, o Comité decidiu emitir parecer favorável ao texto proposto.

Contacto: Arturo Iñiguez(Tel.: 00 32 2 546 87 68 – correio eletrónico: [email protected])

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6. TRANSPORTES, ENERGIA, INFRAESTRUTURAS E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Novo quadro institucional para a política energética e climática até 2025

Relatora: Baiba Miltoviča (Grupo Diversidade Europa – LV)Correlator: Dumitru Fornea (Grupo dos Trabalhadores – RO)

Referência: COM(2019) 177 finalEESC-2019-01506-00-00-AC

Pontos principais:

– A comunicação complementa o quarto relatório sobre o estado da União da Energia. Centra-se no quadro legislativo para um processo de decisão mais democrático no âmbito da política energética e climática da União Europeia (UE) e propõe que, nas questões fiscais relacionadas com a energia, se passe da regra da unanimidade para a votação por maioria qualificada (e para o correspondente processo legislativo ordinário).

– O Comité Económico e Social Europeu (CESE) acolhe favoravelmente a proposta de utilização das cláusulas-ponte para estabelecer a maioria qualificada no Conselho e um sistema de codecisão com o Parlamento Europeu. Nesta nova configuração, o CESE poderia desempenhar um papel importante no apoio ao trílogo, e deveria participar neste processo.

– Embora apoie a comunicação, o CESE considera que, para alcançar uma governação eficiente da estratégia para o clima e a energia e uma maior coerência da legislação da UE em matéria de tributação da energia, é necessário ter em conta as preocupações das empresas, dos trabalhadores e de outras partes interessadas europeias, incluindo os consumidores. O envolvimento e a participação da sociedade civil, o apoio dos Estados-Membros e a aceitação e o empenho dos parceiros sociais são importantes para o êxito deste processo.

Contacto: António Ribeiro Pereira(Tel.: 00 32 2 546 93 63 – correio eletrónico: [email protected])

A dimensão social da aviação

Relator: Raymond Hencks (Grupo dos Trabalhadores – LU)

Referência: COM(2019) 120 finalEESC-2019-01507-00-00-AC

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Pontos principais:

O CESE:

– acolhe favoravelmente o relatório da Comissão relativo às condições de emprego das tripulações de elevada mobilidade (pilotos e tripulantes de cabina), cuja situação pode ser particularmente difícil devido à natureza transfronteiras dos seus postos de trabalho e ao facto de poderem usufruir de diferentes direitos e níveis de proteção, consoante a legislação nacional que lhes é aplicável. O CESE saúda o facto de o relatório em questão salientar que continua a existir um número significativo de problemas e de inseguranças jurídicas e que é essencial uma melhor aplicação das normas nacionais e da UE relativamente a todas as formas de emprego das tripulações;

– lamenta que o relatório em apreço apenas tenha chegado no final do mandato da atual Comissão, mantendo-se as incertezas relativas ao seu seguimento. Considera problemática a ausência de estatísticas fiáveis relativas ao número de postos de trabalho das tripulações e ao número de postos subcontratados e de trabalhadores temporários;

– reitera o seu apelo à promoção do emprego direto, que deverá permanecer a modalidade normal de emprego na aviação, e considera que é indispensável a oposição a qualquer contrato atípico suscetível de prejudicar a segurança das tripulações e dos passageiros, embora o recurso a um contrato temporário não seja automaticamente ilícito ou gerador de dumping social;

– recorda que o direito de criar ou de se afiliar a um sindicato, de negociar acordos coletivos e de fazer greve, entre outros, são direitos humanos garantidos a nível internacional, europeu e nacional, que devem ser escrupulosamente respeitados. Infelizmente, na prática, há casos em que o direito à criação de sindicatos e à negociação coletiva é limitado, e os trabalhadores veem-se obrigados a recorrer aos tribunais para defender os seus direitos. O direito à informação e à consulta também deve ser assegurado.

Contacto: Kristian Krieger(Tel.: 00 32 2 546 89 21 – correio eletrónico: [email protected])

Acordos bilaterais de transporte rodoviário entre a Suíça e a Alemanha e entre a Suíça e Itália

Relator: Antonello Pezzini (Grupo dos Empregadores – IT)

Referência: COM(2019) 221 final – 2019/0107 (COD)COM(2019) 223 final – 2019/0108 (COD)EESC-2019-03047-00-00-AC

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Pontos principais:

O CESE:

– regozija-se com o facto de a Comissão ter deferido os pedidos da Alemanha e da Itália de negociarem com a Confederação Suíça novas disposições destinadas a permitir as operações de cabotagem no âmbito do transporte rodoviário internacional de passageiros por autocarro entre regiões fronteiriças;

– subscreve as duas propostas de decisão apresentadas pela Comissão em resposta aos pedidos por escrito dos dois Estados-Membros em questão, a que correspondeu um interesse semelhante manifestado pela Suíça;

– frisa igualmente a necessidade de prestar especial atenção às políticas de sustentabilidade, às quais deve conformar-se o transporte de mercadorias e de passageiros na região alpina, em conformidade com o Protocolo relativo aos Transportes da Convenção Alpina de 2002, em que são partes contratantes os três países em questão e a própria UE;

– considera que o desenvolvimento competitivo dos transportadores interessados em operações de cabotagem nos serviços de transporte rodoviário internacional de passageiros por autocarro deve ser acompanhado pelo cumprimento dos novos acordos a anexar ao Acordo UE-Suíça de 1999, ao Regulamento (CE) n.º 1370/2007 relativo à salvaguarda do interesse económico geral e ao Acordo do Parlamento Europeu e do Conselho de 1 de dezembro de 2010 sobre os direitos dos passageiros em viagens de autocarro ou de camioneta, sobretudo os de mobilidade reduzida;

– recomenda que estes processos de negociação sejam acompanhados de um diálogo entre os parceiros sociais dos países em causa, a fim de monitorizar o processo de abertura às operações de cabotagem do transporte rodoviário transfronteiriço de passageiros, bem como as alterações que tal abertura acarretará nos territórios geograficamente circunscritos em que a abertura terá lugar, sem discriminação entre os operadores estabelecidos na UE e sem distorções da concorrência.

Contacto: Agota Bazsik(Tel.: 00 32 2 546 86 58 – correio eletrónico: [email protected])

Orientações sobre o livre fluxo de dados não pessoais

Relatora: Laure Batut (Grupo dos Trabalhadores – FR)

Referência: COM(2019) 250 finalEESC-2019-03048-00-00-AC

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Pontos principais:

O CESE recomenda que a Comissão:

– comunique, de forma simples e clara, os critérios para definir os dados não pessoais e o âmbito de aplicação do Regulamento relativo a um regime para o livre fluxo de dados não pessoais na União Europeia (RDNP), a fim de dirimir as incertezas e promover a confiança;

– informe as partes interessadas sobre as áreas que se sobrepõem nos textos europeus relativos aos dados;

– vele, sem deixar de promover a livre circulação, por que os dados pessoais não passem a ser considerados gradualmente como dados não pessoais e assegure que o âmbito de aplicação do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados se mantenha inalterado, mesmo que para tal tenha de fundir a médio prazo os dois regulamentos no sentido de uma maior proteção, em vez de uma maior comercialização, dos dados;

– ajude, a muito breve trecho, os europeus a utilizar algoritmos capazes de tratar os grandes volumes de dados não pessoais do mercado único dos dados; encoraje os Estados-Membros a reforçar a educação informática e a educação para a inteligência artificial a todos os níveis (escola, universidade, mundo do trabalho) e ao longo da vida.

Contacto: Alessandro Rizzi(Tel.: 00 32 2 546 86 79 – correio eletrónico: [email protected])

Conectividade fundamental após o Brexit – prorrogação do período de aplicação

Referência: Parecer da Categoria CCOM(2019) 396 final – 2019/0179 (COD)EESC-2019-04054-00-00-AC

Pontos principais:

Considerando que o conteúdo da proposta da Comissão é satisfatório e não suscita quaisquer observações, o Comité decidiu emitir parecer favorável ao texto proposto.

Contacto: Erika Paulinova(Tel.: 00 32 2 546 84 57 – correio eletrónico: [email protected])

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7. RELAÇÕES EXTERNAS

Dez anos de Parceria Oriental: refletir sobre as realizações da Parceria Oriental e definir a sua futura política

Relatora: Indrė Vareikytė (Grupo Diversidade Europa – LT)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2019-02122-00-00-AC

Pontos principais:

– O CESE considera que a Parceria Oriental é uma iniciativa da UE muito necessária e com potencial para ser bem-sucedida e insta o recém-eleito Parlamento Europeu e a nova Comissão Europeia a empenharem-se plenamente nesta iniciativa. O CESE compromete-se igualmente a continuar a participar ativamente na construção de sociedades mais fortes e mais democráticas nos países vizinhos.

– Ainda que as principais realizações da Parceria Oriental sejam os acordos de associação (AA), nomeadamente a zona de comércio livre abrangente e aprofundado (ZCLAA), e os acordos sobre a isenção de vistos com a Geórgia, a República da Moldávia e a Ucrânia (trio associado), prevê-se um progresso mais substancial e mais bem orientado da parceria durante a próxima década. O Comité salienta que, embora o trio associado tenha demonstrado mais progressos e uma maior vontade de introduzir reformas, com a Arménia a seguir o bom exemplo, a Bielorrússia e o Azerbaijão praticamente estagnaram e, em alguns casos, se afastaram da definição de democracia.

– O CESE considera que a UE é antes de mais uma união de valores e, por conseguinte, as relações com os seus vizinhos também devem assentar nos mesmos valores e ser acompanhadas de determinadas condições.

– O Comité identifica os seguintes desafios fundamentais a abordar no âmbito da Parceria Oriental: aplicar eficazmente os AA/ZCLAA e outros compromissos correlacionados, reforçar o Estado de direito, executar reformas judiciais e lutar contra a corrupção; proteger melhor o ambiente e combater ativamente as alterações climáticas; aumentar a resistência da sociedade face às ameaças híbridas e à desinformação; reforçar o enquadramento para a sociedade civil e meios de comunicação social livres e independentes; e reforçar o empenho da UE em ajudar a melhorar a vida dos cidadãos afetados pelos conflitos na região.

– O CESE considera que são necessários mais instrumentos e uma maior focalização para melhorar as competências das organizações da sociedade civil, dos funcionários públicos e dos líderes políticos nos países da Parceria Oriental, bem como para desenvolver as capacidades dos sindicatos e das associações empresariais.

Contacto: Katarina Albrechtova(Tel.: 00 32 2 546 94 60 – email: [email protected])

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Comércio internacional e turismo – Uma agenda global para o desenvolvimento sustentável

Relator: Alfred Gajdosik (Grupo Diversidade Europa – AT)

Referência: Parecer de iniciativaEESC-2019-01561-00-00-AC

Pontos principais:

– Tendo em conta que a taxa de crescimento do turismo é superior à da economia em geral, o turismo pode ser claramente considerado como um motor significativo de emprego e crescimento económico. Como tal, o turismo e o comércio internacional são fatores determinantes para a consecução dos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Por conseguinte, o Comité Económico e Social Europeu reclama que os intervenientes responsáveis nos setores económicos em questão sejam explicitamente envolvidos na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, através de declarações de compromisso nesse sentido.

– O CESE chama a atenção para a importância do planeamento financeiro na implementação das prioridades políticas e sublinha a relevância do orçamento na medida em que é o meio mais eficaz de execução das políticas. Por este motivo, insta a que se valorize a importância do turismo e se proceda à revisão da recente proposta para o Quadro Financeiro Plurianual para o período de 2021-2027, no sentido de incluir uma rubrica orçamental especificamente consagrada ao turismo.

– A existência de obstáculos relativamente reduzidos à entrada no mercado no setor do turismo não pode resultar em desvantagens económicas e sociais para os trabalhadores do setor. O CESE apela também para a aplicação de medidas que visem a harmonização ou o reconhecimento da formação, das normas profissionais e das qualificações profissionais no turismo, bem como para a intensificação dos esforços no sentido de criar um passaporte europeu de competências profissionais e promover a aprendizagem ao longo da vida no turismo.

– Dado ser incontestável que o turismo internacional, a par da sua relevância económica, dá um contributo fundamental para o entendimento entre os povos e para a abolição de preconceitos, projetando, desse modo, o impacto da União Europeia no mundo, convém apoiar determinados tipos de turismo, como o turismo cultural e social, através da adoção de medidas específicas. Além disso, o CESE salienta a necessidade de fomentar, entre outros, o turismo terapêutico e desportivo, o agroturismo e o turismo ecológico.

Contacto: Gunilla Fèvre-Burdy(Tel.: 00 32 2 546 9108 – correio eletrónico: [email protected])

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