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INFORMATIVO n.12 julho de 2015

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Informativo n. 12, edição de julho de 2015 do escritório Schaun Monks Advogados

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INFORMATIVO

n.12 julho de 2015

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| ARTIGO

Cláusula de confidencialidade e segurança operacional

Não há competição empresarial sem a intenção de conquistar mercado, tendo a clientela como ele-mento fundamental desse desafio. Satisfazê-la me-lhor do que o concorrente é um objetivo contínuo para que a empresa cresça e se destaque. É assim que se desenvolve uma reputação de sucesso e se amplia o market share.

Não há nada de errado em concorrer, em ser melhor do que o concorrente para lucrar mais. A vida empresarial é conduzida por essa preocupa-ção sem a qual, possivelmente, estariam estag-nadas as atividades econômicas, impossibilitando o consumidor de ter acesso a melhores ofertas. Percebe-se, portanto, que a concorrência é mesmo saudável para a economia, instigando o empresário a fazer de seu estabelecimento o melhor ambiente de consumo possível através de seus diferenciais.

O ambiente de concorrência, por ser natural-mente acirrado, exigiu atenção do legislador para dizer quais condutas não se adéquam a um espaço saudável de disputa de mercado. Através da Lei 9.279/96 – Lei de Propriedade Industrial, foram tipificadas as condutas consideradas desleais, que tratam dos efeitos das ações de uma empresa so-bre outra, como essas ações impactam na concor-rência entre ambas e que sanções devem sofrer por sua prática.

Levando o que foi dito em consideração, devem os empresários atentar para os episódios de con-corrência desleal em que eventualmente podem estar inseridos, ou mesmo em relação a seus pró-prios parceiros de negócios. A abertura do modus operandi da empresa para outras que consigo se envolvem pode gerar riscos a seus segredos ope-racionais, passíveis de serem apropriados em be-nefício próprio ou até mesmo negociados em um mercado negro de informações sigilosas. Não raro uma empresa concentra em apenas um segredo o sucesso da empreitada, como, por exemplo, na receita de um produto alimentício, na fórmula de um medicamento, no código-fonte de um softwa-re, entre outros, razão maior para se dedicar uma atenção especial à proteção desse bem.

O estabelecimento contratual de confiden-cialidade nas operações em que os segredos da empresa puderem vir a ser expostos é a medida que assegura ao empresário considerável grau de prevenção sobre violações futuras. Nos pactos de confidencialidade, além de ficar combinada a proibição de divulgar os segredos da empresa, estipula-se, desde logo, indenizações para o caso de sua quebra – cláusulas penais com o fim de compensar pela divulgação indevida. Evidente que quanto maior o peso do segredo no desenvolvi-mento da empresa, maior deverá ser a estipulação pecuniária. Tratar com cuidado mais este aspecto do pacto, entretanto, é tarefa delicada. Para exigir a pena pela divulgação do segredo não é necessá-rio que o empresário prove algum prejuízo, apenas a divulgação indevida, mas se não quantificar bem essas perdas, poderá ser obrigado a se contentar com a pena combinada, não lhe sendo permitido exigir indenização suplementar (art. 416 do Código Civil).

Entre a última hipótese e a cominação de uma pena muito elevada, deve-se conservar a razoabili-

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dade, de modo a dar à pena as destinações para as quais foi concebida: compensar o empresário pela violação contratual e reprimir a concorrência desle-al. Até mesmo porque a penalidade estipulada de maneira excessiva pode ser reduzida pelo juiz (art. 413 do CC), justamente para fazer com que sirva de instrumento compensatório, e não como fonte eventual de renda.

Fundamental, ainda, o uso da confidencialidade nas operações de fusão e aquisição societárias. Nas tratativas da fase pré-contratual é essencial que se troquem dados sigilosos ou normalmente não divulgados pelas empresas a bem de darem transparência para a outra parte sobre a empresa em pontos como situação financeira, métodos de trabalho, know-how, tecnologia etc. Com a pactu-ação da cláusula, acaba-se por minimizar os riscos da não conclusão do negócio, quando, então, po-derá a outra parte fazer uso dos dados que obtive-ra. Usados de alguma forma para prejudicar o em-preendimento ou mesmo somente em seu próprio benefício, ao prejudicado bastará provar a violação e perceber a indenização estipulada.

A segurança jurídica da estipulação depende de previsão acurada sobre o que é confidencial. De-ve-se ter em conta exatamente o que se tratará como confidencial, os objetos do sigilo precisamen-te, sob pena de deixar escapar detalhes menores, mas não menos fundamentais para os segredos da empresa.

Deixar de estipulá-la, todavia, é um risco tão grande quanto usá-la erroneamente. O perigo de ter um segredo violado e a impossibilidade de se ver ressarcido por isso é grande demais para ser

colocado na balança. Como exemplo, recentemen-te a empresa brasileira BRF, maior exportadora mundial de carne de frango, formou uma joint ven-ture com a empresa cingaporeana Singapore Food Industries (SFI), subsidiária da SATS, maior pres-tadora de serviços aeroportuários na Ásia, numa operação com aporte de US$ 19 milhões somente da parte brasileira. Imagine que, iniciadas as tra-tativas, expondo a SFI alguns de seus segredos operacionais a bem de demonstrar à BRF como seriam inseridos os produtos naquele país, certa intercorrência teria impedido essas duas empresas de contratarem. Finalmente, não tendo a parceria se firmado, a BRF, agora de posse do know-how logístico da SFI e sem o impeditivo contratual da confidencialidade, poderia levá-lo para outras em-presas do mesmo ramo e pleitear melhores ofertas comerciais, ostentando o conhecimento que adqui-rira da empresa de Cingapura. Perceba nessa situa-ção hipotética o prejuízo que poderia advir da falta da cláusula de confidencialidade, impossibilitando a SFI de se ver ressarcida pela divulgação de seus segredos operacionais.

No Brasil, tal prática configuraria caso de con-corrência desleal, passível de perseguição nas esfe-ras cível e criminal, além do dever da empresa au-tora da violação de indenizar pelos lucros cessantes sofridos. São esses cuidados tomados em minúcias que garantem o sucesso de um empreendimento complexo e a segurança de seus bens.

DAVID M. MONKSAdvogado, sócio do escritório

Schaun Monks Advogados-

[email protected]

“A segurança jurídica da estipulação depende de

previsão acurada sobre o que é confidencial.”

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adicional de horas extras possui evidente natureza salarial, pois se trata de remuneração paga pela efetiva prestação de serviços pelo empregado. “Não há como entender que tal verba tenha natureza indenizatória. Trata-se de acréscimo no valor da hora trabalhada, legalmente previsto. É adicional do salário referente à hora normal, e tem, portanto, a mesma natureza desta, ou seja, salarial”, diz a decisão.

Fonte: Consultor Jurídico

A Receita Federal estuda mu-danças que poderão levar à ex-tinção do chamado PIS/Cofins, fonte de mais de 20% dos recur-sos tributários da União (cerca de R$ 86 bilhões dos R$ 414 bi arrecadados de janeiro a abril de 2015). A ideia é substitui-lo por uma só contribuição social, com alíquota única. O objetivo é aprovar a mudança no Congresso neste ano para que ela entre em vigor no início de 2016.

O impacto sobre o valor total recolhido pelas empresas deverá ser neutro, acredita a Receita, para quem a medida reduzirá os custos administrativos dos contribuintes. Isso porque vai

| NOTÍCIASContribuição social patronal incide sobre pagamento de horas extras

Receita quer substituir PIS/Cofins por novo tributo

Por entender que a remune-ração de hora extra possui na-tureza salarial, a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou o pagamento de contribuição previdenciária patronal sobre horas extras. A decisão foi proferida em recurso em que uma empresa pretendeu excluir valores pagos a título de adicional de horas extraordiná-rias de sua contribuição sobre a folha de salários, alegando a natureza indenizatória da verba e sua falta de habitualidade.

Ao analisar o caso, a 1ª Tur-ma do TRF-3 explicou a questão é definida pelo artigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91, que exclui a possibilidade de incidência da contribuição sobre verbas de na-tureza indenizatória. No caso das horas extras, o colegiado explica que a legislação trabalhista prevê a prorrogação de jornada por até duas horas, desde que seja pago uma adicional por cada hora a mais trabalhada.

Assim, segundo a decisão, o

simplificar uma tributação cuja complexidade é amplamente re-conhecida pelo Ministério da Fa-zenda, órgão ao qual é vinculada a Secretaria da Receita Federal.

Essa barafunda legal a que dão o nome de PIS/Cofins inclui regi-mes diferenciados de tributação, tratamento específico para vá-rios setores da economia e diver-sidade de alíquotas. No caso da Cofins, a mais alta chega a 7,6% sobre o faturamento da empre-sa, o que leva a alíquota máxima dos dois tributos para 9,25%.

Um dos aspectos mais contro-versos desse modelo de tributa-ção é que ele permite em tese compensar determinados crédi-tos, relativos aos custos acumu-lados pelas empresas ao longo da cadeia produtiva. Na prática, suas regras são tão complicadas que muitos contribuintes acabam não fazendo as compensações a que têm direito. A Receita acena com uma fórmula que simplifica-rá esse processo, viabilizando a efetiva compensação de todos os custos incorridos.

Se o plano da Receita der cer-to, serão aposentadas a Contri-buição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) – que em seu conjunto ficaram conhecidos pela sigla PIS/Cofins.

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Fim de declarações

Também na linha da simplifi-cação tributária, os técnicos da área trabalham numa proposta de eliminação de diversas de-clarações que as empresas são obrigadas a prestar atualmente ao governo. Entre elas, a decla-ração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). Cogita-se até mesmo de pôr fim à Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que toda pessoa jurídica é obrigada a mandar a cada ano para o Ministério do Trabalho.

Declarações do gênero for-mam algumas das chamadas “obrigações acessórias”. Isto é, todos os trâmites burocráticos associados a tributos ou a regis-tros legais que qualquer organi-zação existente no país é forçada a seguir para se manter em dia com o Fisco e outras instituições de Estado: regras para emissão de notas fiscais, envio de infor-mações, escrituração de livros contábeis etc. Tais obrigações fornecem um manancial riquís-simo de informações, inclusive para facilitar a investigação fis-cal. Mas respondem por parte expressiva do labirinto normativo que é a marca da legislação tri-butária brasileira.

Mudar parte dessa infernal realidade será possível por cau-sa da modernização do proces-samento dos dados informados

pelos contribuintes. “Com a nota fiscal eletrônica, por exemplo, aquilo que é informado pelo con-tribuinte entra imediatamente na base de dados. Isso permiti-rá, por meio do cruzamento de informações ou da integração de diferentes sistemas, eliminar vá-rias exigências, simplificando so-bremaneira a vida do contribuin-te”, explica um técnico envolvido nos estudos.

Fonte: Congresso em Foco

A 1ª Turma do Supremo Tribu-nal Federal (STF) limitou a 20% a multa que pode ser aplicada pelo Fisco em caso de atraso injusti-ficado no pagamento de tributo. Para os ministros, uma penalida-de acima desse percentual seria “confiscatória”.

Além de restringir a chamada multa moratória, o STF fixou o patamar máximo de 100% para as multas punitivas - tecnicamen-te chamadas de “ofício - que po-dem ser aplicadas em casos de omissão ou pagamento menor, por exemplo.

Atualmente, a maior parte dos Estados já adota percentual

menor ou igual a 20% para as multas por atraso, assim como a União. O julgamento, porém, é importante, segundo especia-listas, porque os Estados podem propor, a qualquer momento, al-teração nos percentuais por meio de leis ordinárias. Além disso, a decisão serve de precedente con-tra municípios.

Outro aspecto ressaltado seria o fato de a turma discutir o que poderia ser considerado confisca-tório quando se observa os diver-sos tipos de multas existentes.

O caso analisado pelos minis-tros é de uma empresa do Rio Grande do Sul, que discutia em recurso contra a União, apresen-tado em 2008, os 30% cobrados a título de multa moratória. A empresa pedia a redução do per-centual por considerá-lo confis-catório. O princípio está no artigo 150, IV, da Constituição Federal e diz que é vedado à União, Es-tados e municípios utilizar tributo com efeito de confisco.

O ministro Luís Roberto Barro-so, ao analisar o recurso, consi-derou que “o fato de o princípio do não confisco ter um conteúdo aberto permite que se proceda a uma dosimetria quanto a sua incidência em correlação com as diversas espécies de multa”. Em outro ponto de seu voto, o minis-tro afirma que, “reconhecido que a vedação ao caráter confiscató-

Supremo limita a 20% multa por atraso no recolhimento de tributo

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rio é uma cláusula aberta, pode ela ser aplicada de forma mais ou menos incisiva conforme a natureza da multa e, no âmbito do direito sancionador, deve ser tolerada a punição maior quando houver dolo”.

O professor de direito tribu-tário da Faculdade de Direito do Mackenzie e sócio do Medeiros & Sahid Advogados, Edmundo Medeiros, entende que a impor-tância da decisão está no fato de o Supremo mais uma vez dar contornos ao que seria o “não confisco”. Segundo ele, quando o assunto é multa, não há uma li-mitação objetiva do que seria ou não confiscatório porque se tra-ta de um princípio com conceito aberto. “Como não existia uma determinação de referência, era uma festa. Cada um [entes fede-rados] fixava o valor que queria. O voto do Barroso deve desesti-mular essa prática”, afirma.

O advogado Julio de Oliveira, sócio do Machado Associados afirma que, a partir dos últimos julgados do Supremo, a tendên-cia é de se evitar a utilização de multas com fins arrecadatórios. “Acho que as Fazendas ficarão preocupadas e poderão rever essa política”, diz.

“Esse julgado traz uma noção dos parâmetros aceitáveis a se-rem observados no caso concre-to, mas não engessa o julgador

de primeiro e segundo grau, que poderá fixar percentuais meno-res”, afirma o advogado Tiago de Lima Almeida, sócio do Celso Cordeiro e Marco Aurélio de Car-valho Advogados.

No início deste ano, a partir da análise do princípio do não con-fisco, a 1ª Turma do STF também determinou que a multa aplicada ao contribuinte não poderia ser superior a 100% e ultrapassar o valor do tributo.

Fonte: Valor Econômico

Apesar das queixas de mudan-ças de última hora, a Câmara dos Deputados aprovou na quarta, 24/6, o substitutivo ao projeto que reduz o benefício que permi-te a substituição da contribuição com base na folha de pagamento por alíquota sobre o faturamen-to. Com poucas exceções, quem vinha pagando 1% sobre a recei-ta, passará a recolher 2,%. Os tributados em 2% vão a 4,5%.

“Não há como evitar o ajuste. Trata-se de remédio amargo, mas inevitável. A questão é dis-cutir sua dosagem. E nessa linha alguns setores merecem trata-

mento menos oneroso”, susten-tou o relator do PL 863/15, Leo-nardo Picciani (PMDB-RJ).

Alguns setores tiveram trata-mento diferenciado, com alíquo-tas um pouco inferiores àquelas agora pretendidas pelo governo federal. São eles os call centers, as empresas jornalísticas e de radiodifusão, de transportes, de calçados e de alguns alimentos – carnes, suínos, aves, embutidos e pastas para massas. E também parte do setor automotivo.

Apesar dos apelos, setores como tecnologia da informação e de provedores de acesso à internet ficaram de fora desse tratamento especial. “No caso do serviço de TI, votando como está amanhã o serviço vai para a Índia, para a China”, lamentou o deputado pelo Distrito Federal Izalci Lucas (PSDB).

Em essência, o governo se ar-rependeu dos incentivos fiscais adotados desde 2011 – e que no ano passado chegaram a ser tratados como permanentes. No conjunto, esses benefícios cus-taram R$ 25 bilhões ao Tesouro por ano. O efeito prático ainda em 2015 deve ser reduzido. Mas a ideia agora é encolher isso para menos de R$ 13 bilhões a partir do próximo ano. Segundo Piccia-ni, o governo espera que 26% das empresas migrem de volta à tributação sobre a folha.

Desoneração: Câmara alivia para call centers, mas amplia tributação de TI

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A aprovação do texto-base deixou para esta quinta, 25/6, a apreciação de destaques. Por enquanto, entre as exceções, os segmentos de call center, transporte rodoviário, ferroviá-rio e metroferroviário pagarão alíquota de 3% - no lugar dos 4,5% propostos pelo projeto do governo.

Já no caso dos setores de transporte aéreo, marítimo e navegação, inclusive de cargas, além das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, a alíquota que iria de 1% para 2,5% ficará em 1,5%. O mesmo acontece no setor cal-çadista e na produção de chassis de veículos automotivos. Carnes, suínos, peixes, aves, embutidos e pastas para massas ficarão com alíquota de 1%.

Fonte: Convergência Digital

A 3ª turma do STJ negou pro-vimento a recurso especial inter-posto por um cartório de registro de imóveis que tentava descarac-terizar como ato único os regis-tros de incorporação imobiliária

em empreendimento com 415 unidades autônomas.

Na origem do caso, a incorpo-radora apresentou em cartório, para fins de averbação, três tí-tulos de declaração de quitação referentes a três lotes utilizados na construção de um empreen-dimento. O cartório, entretanto, procedeu à averbação das 415 novas matrículas, e não apenas dos três lotes originários.

A incorporadora se recusou a pagar o exigido, alegando que a lei 6.015/73 (lei de registros públicos), em seu artigo 237-A, considera que as averbações e os registros que envolvam em-preendimento único são feitos na matrícula de origem do imóvel.

Registro único

No recurso especial, o cartório alegou que o dispositivo não po-deria ser aplicado ao caso. Sus-tentou que, como houve a subs-tituição da empresa por outra, na qualidade de incorporadora, os atos registrais não poderiam ser considerados como “relativos à pessoa do incorporador”, como exige o artigo 237-A.

O relator, ministro Marco Aurélio Bellizze, não acolheu os argumentos. Segundo ele, a lei 6.015 determina que, após o registro da incorporação imobi-liária e até o “habite-se”, todos os registros e averbações relacio-

nados à pessoa do incorporador ou aos negócios jurídicos alusivos ao empreendimento sejam reali-zados na matrícula de origem e, para efeito de cobrança de cus-tas e emolumentos, considera-dos ato de registro único.

“O ato notarial de averbação relativa à quitação dos três lo-tes em que se deu a construção sob o regime de incorporação imobiliária, efetuado na matrí-cula originária, assim como em todas as matrículas das unidades imobiliárias daí advindas, relacio-na-se, inequivocamente, com o aludido empreendimento, encon-trando-se, pois, albergado pelo artigo 237-A da lei de registros públicos.”

Em relação ao fato de a incor-poradora ter sido substituída por outra empresa, o ministro consi-derou a situação irrelevante. Se-gundo ele, a matrícula do imóvel conterá, necessariamente, o títu-lo pelo qual o incorporador ad-quiriu o imóvel, bem como toda e qualquer ocorrência que importe alteração desse específico regis-tro, no que se insere a averba-ção de quitação da promessa de compra do terreno.

Fonte: Migalhas

Registros em cartório durante incorporação imobiliária devem ser cobrados como ato único

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Como parte dos resultados da visita presidencial aos Estados Unidos, a Receita Federal e a Agência Americana de Aduana e de Proteção de Fronteiras (US Customs and Border Protection), representada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, as-sinaram hoje a tarde um Plano de Trabalho Conjunto para elaborar um Acordo de Reconhecimento Mútuo (ARM) de Programas de Operador Econômico Autorizado.

Uma vez assinado o ARM, o outro país reconhece que os pro-cedimentos adotados na certifi-cação de OEA realizados no Bra-sil são equivalentes aos seus, e, desta forma, as empresas certifi-cadas também representam bai-xo risco nas operações de entra-da de cargas e mercadorias em suas fronteiras, proporcionando mais agilidade e previsibilidade no desembaraço aduaneiro.

Neste condão, a assinatura do Plano de Trabalho Conjunto (Joint Working Plan) é o passo inicial para que as Aduanas do Brasil e dos Estados Unidos da América iniciem a comparação de seus Programas de OEA com

vista à formalização de um Acor-do de Reconhecimento Mútuo.

Os Estados Unidos da Améri-ca é o segundo país de destino das exportações brasileiras, a conclusão deste plano de tra-balho e, consequentemente, a assinatura de um ARM, trará grandes vantagens às empresas brasileiras, com possibilidades de aumento de competitividade dos seus produtos no mercado norte americano.

No dia 10 de dezembro de 2014 o Brasil lançou o seu pro-grama de Operador Econômico Autorizado (OEA), um programa operacional e em sintonia com o preconizado na Estrutura Nor-mativa para a Segurança e Facili-tação do Comércio Global (SAFE of Frameworks) da Organização Mundial das Aduanas (OMA).

O Programa é de adesão vo-luntária e consiste na certifica-ção dos intervenientes da cadeia logística que apresentam baixo grau de risco em suas operações, tanto em termos de segurança física da carga quanto ao cum-primento de suas obrigações aduaneiras.

A implementação do Programa Brasileiro de OEA será feita em 3 fases:

-OEA Segurança: o foco desta etapa é o fluxo de exportação. Os operadores econômicos autoriza-

dos receberão uma certificação com base no cumprimento dos requisitos de segurança definidos pelo Programa. Esta modalidade já está em operação desde mar-ço de 2014.

-OEA Conformidade: o foco é o fluxo de importação. Nesta eta-pa, ocorrerá a certificação base-ada no cumprimento das normas e procedimentos aduaneiros, por meio da ampliação e revisão do Programa Linha Azul. Tem previ-são de início para novembro de 2015. Os operadores que opta-rem pela certificação conjunta do OEA Segurança e Cumprimento serão classificados como OEA Pleno.

-OEA Integrado: serão integra-dos ao Programa Brasileiro de OEA outros órgãos de Estado, como ANVISA e VIGIAGRO, vi-sando à agilização, à simplifica-ção e à integração dos procedi-mentos de controle do comércio exterior. A previsão de entrada em vigor é para dezembro de 2016.

Em suma, para que uma em-presa possa ser certificada em uma das modalidades listadas acima, ela deverá atender e cum-prir determinados requisitos e critérios. Por outro lado, uma vez certificada, a Aduana concede benefícios que proporcionam a adoção de medidas de simplifica-ção e agilização de procedimen-

Receita e Agência Americana de Aduana e de Proteção de Fronteiras assinam ato conjunto

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tos aduaneiros, estabelecimento de canais específicos de comuni-cação com a RFB, entre outros.

Fonte: Receita Federal

A presidente Dilma Rousse-ff sancionou com sete vetos a Medida Provisória 668/15, apro-vada em maio pelo Congresso e transformada na Lei 13.137/15. A medida aumentou as alíquotas de duas contribuições incidentes sobre as importações, o PIS/Pasep-Importação e a Cofins--Importação. Na regra geral, as alíquotas sobem de 1,65% para 2,1%, e de 7,6% para 9,65%, respectivamente. Essa é uma das medidas do ajuste fiscal do governo.

Com o aumento dos tributos incidentes sobre a importação, o governo quer dar isonomia de tributação perante os produtos nacionais. O reajuste dos tributos deverá proporcionar arrecadação extra de R$ 694 milhões em 2015 e de R$ 1,19 bilhão anu-alizada. As novas alíquotas estão vigentes desde 1º de maio deste ano. Os pagamentos por serviços continuam com as alíquotas atu-

ais, que, somadas, dão 9,25%.

Parcerias

Manoel Junior acrescentou ar-tigo que explicita a possibilidade de o Legislativo realizar parcerias público-privadas (PPPs). As PPPs terão de ser disciplinadas pelas Mesas Diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados. O ofere-cimento de garantia continua a ser disciplinado pelo Ministério da Fazenda.

A realização de parcerias públi-co-privadas interessa à Câmara, que pretende usar o mecanismo para a construção de um novo complexo de prédios. O texto foi mantido pela presidente Dilma Rousseff.

Manoel Junior defendeu a pro-posta: “O poder público, em vez de usar o seu recurso, vai fazer uma engenharia financeira criati-va com a iniciativa privada para ela investir num patrimônio que será público, que será do gover-no, que será da Câmara”.

Cartórios

Foram mantidos ainda outros artigos estranhos à medida ori-ginal, como a responsabilidade atribuída aos oficiais de registro e notários de cartórios, tempo-rários ou permanentes, quanto a direitos e encargos trabalhistas dos cartorários.

Religiosos

Quanto ao pagamento da con-

tribuição à Previdência Social a cargo do empregador, o texto aprovado especifica que a isen-ção concedida pela lei à remu-neração dos religiosos (padres, ministros, frades, pastores, etc.) vinculados a entidades religiosas se estende à ajuda de custo para moradia, transporte e formação educacional. Há recursos contra notificações da Receita Federal, envolvendo multas da ordem de R$ 200 milhões nessas ajudas.

Terceirização

O texto sancionado também diminuiu de R$ 5 mil para R$ 10 o limite mínimo para recolhimen-to de tributos federais na fonte pela empresa que contratar ter-ceirização de serviços de limpeza, segurança ou transporte de valo-res, entre outros similares.

Habitação

No âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida, o texto deter-mina que o tributo unificado de 1% sobre a receita incida sobre o valor de venda se a empresa construir unidades para vendê--las prontas. A regra atual pre-vê a incidência sobre o valor do contrato.

Fonte: Câmara Notícias

Sancionada com sete vetos medida que aumentou tributos sobre importação

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