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5/26/2018 SLIDESTRABNomasdeQuito-MINHAPARTE.ppt-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/slides-trab-nomas-de-quito-minha-parteppt 1/9 NORMAS DE QUITO (1967)

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  • NORMAS DE QUITO (1967)

  • A Conferncia Internacional Normas de Quito demonstrou preocupaes por parte dos profissionais das reas patrimoniais com o empobrecimento de vrios pases (os chamados subdesenvolvidos) da Amrica Central e do Sul, e consequentemente ao abandono dos seus monumentos.

    Enfocando especialmente a realidade da Amrica Latina, o documento traz o diagnstico pessimista do processo de empobrecimento dos pases Ibero e Luso-americanos, frente explorao exaustiva de seus recursos naturais, destruio de seu patrimnio e transformao progressiva de suas estruturas socioeconmicas.

    Desta forma, so apresentadas propostas concretas para a utilizao do patrimnio, tendo em vista o panorama de transformao de reas de poucos recursos econmicos dos pases da Amrica Latina.

    O Documento abordou a difuso dos conhecimentos sobre os bens culturais, como meio eficaz de preserv-los, utilizando-os como produtos a serem explorados. Trata-se de incorporar a um potencial econmico um valor atual, de por em produtividade uma riqueza inexplorada, mediante um processo de revalorizao que, longe de diminuir sua significao, puramente, histrica ou artstica, a enriquece.

  • Recomendaes (Em nvel nacional)

    Os projetos de valorizao do patrimnio monumental fazem parte dos planos de desenvolvimento nacional e, consequentemente, devem a eles se integrar. Os investimentos que se requerem para a execuo dos requeridos projetos devem ser feitos simultaneamente com os que so necessrios para o equipamento turstico da zona ou regio objeto de revalorizao.

    So requisitos indispensveis aos efeitos citados, os seguintes:

    a) Reconhecimento de uma excepcional prioridades dos projetos de valorizao da riqueza monumental, dentro do Plano Nacional para o Desenvolvimento.b) Legislao adequada ou, sem sua falta, outras disposies governamentais que facilitem o projeto de valorizao fazendo prevalecer, em todas as circunstncias, o interesse pblico.c) Direo coordenada do projeto atravs de um instituto idneo, capaz de centralizar sua execuo em todas as etapas.d) Designao de uma equipe tcnica que possa contar com a assistncia exterior durante a elaborao dos projetos especficos ou durante sua execuo.e) A valorizao da riqueza monumental s pode ser levada a efeito dentro de um quadro de ao planificada, quer dizer, na conformidade com um plano regulador de alcance nacional ou regional . Consequentemente, tornar-se imprescindvel a integrao dos projetos que se venham a promover com os planos reguladores existentes na cidade ou na regio de que se trate . falta desses planos, proceder-se- no sentido de estabelec-los de forma adequada.

  • Recomendaes (Em nvel interamericano)

    Reiterar a convenincia de que os pases da Amrica adotem a Carta de Veneza com norma mundial em matria de preservao se stios e monumentos histricos e artsticos, sem prejuzo de adotarem outros compromissos e acordos que se tornem recomendveis dentro do sistema interamericano.

    Estender o conceito generalizado de monumento s manifestaes prprias da cultura dos sculos XIX e XX.

    Vincular a necessria revalorizao do patrimnio monumental e artstico das naes da Amrica a outros pases extracontinentais e, de maneira muito especial, Espanha e a Portugal, dada a participao histrica de ambos na formao deste patrimnio e a comunho dos valores culturais que os mantm unidos aos povos deste continente.

    Recomendar organizao dos Estados Americanos que estenda a cooperao que se props prestar revalorizao dos monumentos de interesse arqueolgico, histrico e artstico a outros bens do patrimnio cultural, constitudos do acervo de museus e arquivos, bem como do acervo sociolgico do folclore nacional.

    Recomendar que seja redigido um novo documento hemisfrio que substitua o Tratado Interamericano sobre a Proteo de Mveis de Valor Histrico (1935), capaz de proteger de maneira mais ampla e efetiva essa parte importantssima do Patrimnio cultural do continente dos mltiplos riscos que a ameaam.

  • De acordo com esta recomendaes, as Normas de Quito, ao justificar a adoo de medidas financeiras para as aes culturais, elegeram os bens dos patrimnios culturais com portadores de valor econmico suscetvel de constiturem-se em instrumentos de progresso. Desta forma, a valorizao do patrimnio passou a ser pensada em funo do desenvolvimento econmico-social de cada regio.

    Um exemplo do interesse do governo brasileiro nessa relao foi a participao e assinatura no documento Normas de Quito, em novembro de 1967, que recomendava que projetos de valorizao do patrimnio monumental fizessem parte dos planos de desenvolvimento brasileiro e fossem realizados simultaneamente com o desenvolvimento turstico das regies envolvidas, com a cooperao dos interesses privados e o respaldo da opinio pblica. Nesse contexto, o turismo interpretado como alternativa de se conservar o patrimnio de forma sustentvel.

    Desta forma, as Normas de Quito, colocam o turismo cultural brasileiro como o meio atravs do qual seria possvel reverter a degradao das reas histricas do pas e preservar o patrimnio edificado. O documento apresenta ainda as vantagens econmicas e sociais da implantao desta atividade, que se constituiu na principal fonte de renda para muitas cidades brasileira.

    INFLUNCIAS NO BRASIL

  • Essas aes desdobram-se no Compromisso de Braslia (1970). Esse Encontro de Governadores, Prefeitos e autoridades da rea de cultura, de todos os nveis, refora o papel do Estado na proteo dos bens culturais e atribui s universidades a pesquisa histrica e a elaborao de inventrio dos bens regionais.

    No ano seguinte, realiza-se o Compromisso de Salvador (1971), que recomenda a criao de leis para ampliar as aes e usos dos bens tombados, reformulando o conceito de ambincia, pela proteo eficaz paisagstica, arquitetnica e cultural. Nele, aborda-se o turismo e destaca-se a necessidade de planejar a condio ideal de utilizao e divulgao.

    No entanto, as mesmas Normas de Quito, apesar de incentivarem o desenvolvimento da atividade turstica, alertam para o perigo que o processo pode trazer se no for bem controlado, causando a perda dos aspectos particulares da rea. As normas ressaltam ainda a importncia da funo social de todo monumento, que deve ser respeitada e que tem por objetivo tornar o monumento acessvel a todos.

    DESDOBRAMENTOS

  • Como exemplo, temos o caso da recuperao do Centro Histrico de Salvador. O projeto desenvolvido pretendeu em suas intenes atender s recomendaes da UNESCO e tambm formulaes que se seguiram s Normas de Quito. Mas a falta de controle da atividade levou supervalorizao do turismo no Centro Histrico de Salvador, impossibilitando o estabelecimento de interfaces entre o valor comercial e turstico da rea e a funo social que ela representa.

    EXEMPLO DO CENTRO HISTRICO DE SALVADOR

  • Esse processo levou a mudanas de usos na rea e os novos usos implantados estavam relacionados a atividades tursticas de alta renda (bares, restaurantes, lojas, artesanatos, joias), substituindo os usos tradicionais anteriores.

    EXEMPLO DO CENTRO HISTRICO DE SALVADOR

  • Com isso, a populao local de baixa renda, transferida para outras reas, foi substituda pelo visitante sazonal de alta renda, gerando a mudana do quadro populacional e de renda. Com a sada da populao, houve uma mudana das caractersticas culturais da rea, comprometendo-se seu carter singular, um dos itens a justificar o tombamento, j que o visitante no tem razes ou ligao cultural e afetiva com a rea. O turismo foi colocado acima das questes sociais e a funo social, essencial ao patrimnio cultural, foi aos poucos se perdendo.

    EXEMPLO DO CENTRO HISTRICO DE SALVADOR