slides aula 11 modelo agrário agrícola
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Estado de Resistência (vídeo)Refletir sobre:
1) Novas desigualdades, direitos, alimento e democracia
2) Relação diversidade cultural e diversidade ambiental
3) Por que estado de resistência?
Abrindo o debate
Geografia Agrária I - Profa. MartaAula 9
GEOGRAFIA DA RIQUEZA, FOME E MEIO AMBIENTE: crítica ao atual
Modelo Agrário/Agrícola de Uso dos Recursos Naturais
CARLOS WALTER PORTO GONÇALVES
Sobre o Autor
Graduado em Geografia (1972), Mestre em Geografia (1985) e Doutor em Ciências (1998) todos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor adjunto da Universidade Federal Fluminense, pesquisador do CNPq e do Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais - CLACSO. Tem vários livros e artigos publicados em revistas científicas no Brasil e no exterior. Em 2008 ganhou o Prêmio Casa de las Américas (Cuba) em literatura brasileira por seu livro A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização, 2006. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Social, atuando principalmente nos temas: território-territorialidade, conflito social, movimentos sociais e saber local.
Divisão do trabalho e subordinação da agricultura
Cresce a INTERDEPENDÊNCIA ECONÔMICA entre os diversos MOMENTOS DO PROCESSO PRODUTIVO que passam a constituir sistemas
distintos e separados, que SE INTERLIGAM VIA MEDIAÇÃO DO MERCADO.
Neste cenário se observa uma CRESCENTE SUBORDINAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
(no sentido estrito) ao capital comercial, industrial e financeiro
Características do Modelo Agrário/Agrícola
MODELO AGRÁRIO Formas de apropriação dos recursos naturais = propriedade privada e concentração fundiária
MODELO AGRÍCOLA Sistema de uso da terra (ou sistema agrícola) = Monocultura
MODELO movido pela ACUMULAÇÃO DE CAPITAL sustentada na MERCANTILIZAÇÃO GENERALIZADA dos RECURSOS NATURAIS, da PRODUÇÃO AGRÍCOLA, do CONHECIMENTO etc.
Características do Modelo Agrário/Agrícola
• Separação entre conhecimento e reprodução social, entre saber e fazer
• Separação entre produção e reprodução (monopólio de sementes)
• Transferência de tecnologia em lugar de Diálogo entre diferentes matrizes de racionalidade
• Novas Relações Sociais e de Poder e Segurança Alimentar
• MODELO e SOCIEDADE MODERNO – COLONIAL
A fome como um problema geopolítico
Há toda uma Geopolítica implicada no debate sobre fome e meio ambiente
“Nossas reservas estão em silos no Kansas. (p. 208)” (declaração de autoridade indiana, 2000)
Os estoques internacionais de alimentos estão cada vez mais sob o controle das grandes corporações transnacionais que lucram com a especulação no mercado de futuros, o que contribui para estimular a alta volatilidade dos preços dos alimentos...
Segurança alimentar – o abastecimento alimentar como uma questão de segurança nacional. Além da oferta, a garantia de acesso aos alimentos por parte dos povos mostra-se como questão crucial.
Soberania alimentar - segundo a Via Campesina, é o direito dos povos e de seus países de definirem sua política agrária e alimentar, sem dumping por parte de países terceiros. O direito de os camponeses produzirem alimentos e o direito dos consumidores de poderem decidir o que querem consumir e como e quem o deve produzir.
SEGURANÇA ALIMENTAR e SOBERANIA ALIMENTAR
MATRIZES de RACIONALIDADE
• RACIONALIDADE ATOMÍSTICO - INDIVIDUAL OCIDENTAL ou Racionalidade Científica Européia
Descartes, Galileo, Newton- o homem e todas as coisas são individualizadas, o todo orgânico é decomposto em suas partes constituintes até alcançar a unidade irredutível, o átomo (caracterizado por suas forças intrínsecas).
Guarda afinidade com a Racionalidade Econômica Mercantil.
REVOLUÇÃO VERDE e RELAÇÕES DE PODER
• Desenvolvimento Técnico-científico como resposta à fome e à miséria no campo num contexto de polarização ideológica
• Complexo Técnico-científico, Industrial-financeiro, Logístico e Educacional
• Indústria de Alta Tecnologia e Processo de Normatização (Normas de Qualidade)
CONTRADIÇÕES do “SUCESSO” da REVOLUÇÃO VERDE
Cresce Diminui
Produção Renda diferencial I (localização e fertilidade)
Produtividade
Consumo de insumos Postos de trabalho
Impactos ambientais População rural
Agricultura de mercado Diversidade Biológica, Cultural, Social
Concentração de capitais
Desigualdades sociais Preços Relativos Agrícolas
População urbana
Fome no Mundo
Dinâmica entre Matéria e Energia
• Cada espécie é um momento de repouso no fluxo entre matéria e energia
• Diversidade biológica e complexidade dos circuitos de matéria e energia
• Produtividade biológica e eficiência energética natural, o caso dos trópicos
Balanço Energético
– Simplificação do ecossistema e ineficiência energética– Simplificação do ecossistema e impactos na saúde
humana– Esterilização do solo com o uso de herbicidas
(substrato inerte), dependência de fertilizantes e ineficiência hídrica
– Mecanização e uso de energia fóssil (agricultura sem agricultores)
– Dependência de insumos externos para assegurar o equilíbrio dinâmico
DE OGM A OTM
• A diferença entre um cultivar e um produto de laboratório: experimentação e convivência com a natureza
• Limites da ciência e domínio do político• OTM - Ruptura de barreiras naturais e razão econômico-
mercantil x evolução genética, adaptação e interdependência
• Riscos de erosão genética e contaminação ou poluição genética
• Estratégia comercial das grandes corporações• Dupla moral, geografia desigual da injustiça ambiental
O AMBIENTE EM QUESTÃO
– Temporalidades e Territorialidades distintas inscritas e escritas por diferentes povos, matrizes de racionalidade, patrimônio da humanidade.
– Natureza como riqueza e não recurso (um meio e não um fim)
– Relação cidade-campo em discussão