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13/05/2014 1 -Vespa-da-madeira - Biologia, ecologia,danos, monitoramento e controle Susete do Rocio C. Penteado Wilson Reis Filho Edson Tadeu Iede Introdução de Pragas Florestais no Brasil Turismo Internacional Fronteiras Globalização Materiais de risco Materiais de embalagem Toras madeira com casca Materiais de propagação Madeira serrada Baixa qualidade Dificuldades de inspeção

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13/05/2014

1

-Vespa-da-madeira -

Biologia, ecologia,danos,

monitoramento e controle

Susete do Rocio C. Penteado

Wilson Reis Filho

Edson Tadeu Iede

Introdução de Pragas Florestais no Brasil

Turismo Internacional

Fronteiras

Globalização

Materiais de risco

•Materiais de embalagem

•Toras madeira com casca

•Materiais de propagação

•Madeira serrada

Baixa qualidade

Dificuldades de inspeção

13/05/2014

2

ESTABELECIMENTO DE UMA PRAGA

Abundância

de hospedeiros

Ausência de inimigos naturais

Dispersão rápida

Estressamento

das plantas

Manejo florestal inadequado

Plantios contínuos

Estressamento de plantas

Estressamento de plantas

Fatores

• recipiente produção muda

• plantio de mudas passadas

• problemas no plantio

13/05/2014

3

Estressamento de plantas

Sirex noctilio

Origem Eurasiana

Praga Secundária

Hospedeiros: Pinus, Abies, Larix, Picea,

Pseudotsuga

Distribuição Mundial

13/05/2014

4

Postura: primavera/verão - fungo + mucossecreção – morte da árvore

Atratividade - árvores estressadas

Aspectos biológicos

larvas: desenvolvem-se no interior do tronco – controem galerias –

espinho supra anal – maior ocorrência de março a agôsto

pupas: cerca de 30 dias

adultos: vivem cerca de 5 a 8 dias e não se alimentam

ciclo biológico – geralmente 1 ano

Aspectos biológicos

AGO

JUL

JUN

MAI

ABR

MAR

FEV

JAN

DEZ

NOV

OUT

SET

OVO LARVA PUPA ADULTO

CICLO BIOLÓGICO DA VESPA DA MADEIRA

2ºa

no

14 dias 11a 12 meses 4 a 5 semanas 5 dias - machos

8 dias - fêmeas

Ciclo Biológico - um ano, podendo

ocorrer o ciclo curto - três meses

Para fins de monitoramento e

controle - considera-se apenas o ciclo

normal - um ano

13/05/2014

5

Pinus taeda e P.

ellitottii

Pinus spp.

(Tropical)‏

1.000.000 ha

1ª detecção - 1988

Plantio de Pinus no Brasil –

1,7 milhão ha

Histórico do ataque no Brasil

Detecatada em 1988 – Serra gaúcha

Inicialmente – problema associado ao solo

Nível de ataque – 60% - corte raso

Sintomas de ataque

Respingo de resina Copa amarelada

13/05/2014

6

Sintomas de ataque

Orifícios emergência Galerias Manchas azuladas

Danos

Nível Econômico de Danos

De uma única árvore emergiram 1.700

insetos

Decisão para controle:

1 árvore atacada

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7

Plantios mais susceptíveis

Acima de 7 anos

Sem desbaste

Plantio bem

manejado

Pouco atacado

Fundo Nacional de Controle à Vespa-da-Madeira

(FUNCEMA) e o Programa Nacional de Controle à

Vespa-da-Madeira (PNCVM) - 1989

Monitoramento

Manejo

Florestal

Controle

Biológico

Transferência de

Tecnologia

13/05/2014

8

MEDIDAS PREVENTIVAS

Seguir rigorosamente os planos de manejo

Desbaste seletivo: árvores mortas - dominadas -

bifurcadas - doentes - danificadas

Intensificar manejo em sítios ruins - solos rasos

Retirar restos de poda e desbaste

Evitar podas e desbastes durante a revoada

MEDIDAS PREVENTIVAS

Utilizar medidas de prevenção, detecção e controle

de incêndios florestais

Treinar empregados rurais de serrarias e de

transporte de madeira para detecção precoce

Instalar árvores-armadilha próximo de regiões

atacadas

ÁRVORES ARMADILHA

• Detecção precoce

• Monitoramento

13/05/2014

9

Resolução 115/2009 - SEAB-PR

Art. 3º Determinar, para as espécies do gênero Pinus, com idade

superior a sete anos e em áreas superiores a 5 (cinco) hectares,

com a finalidade de detectar e controlar a praga vespa-da-

madeira (Sirex noctilio), a adoção, alternativamente, de uma das

ações que seguem:

I - a instalação de árvores-armadilha, anualmente, no período

compreendido entre os meses de agosto e setembro; ou

II – a realização da Amostragem Sequencial, no período

compreendido entre os meses de março a maio.

ÁRVORES-ARMADILHA

grupos de 5 árvores DAP 10 a 20 cm

Preferencialmente - borda do povoamento

ÁRVORES-ARMADILHA

área com presença da

praga ou distante até 10

km do foco – 1 grupo a

cada 500 m

entre 11 e 50 km do

foco – 1 grupo a cada a

cada 1.000 m

acima de 50 km do

foco – 1 grupo a cada 10

km

4 a 6 grupos - a cada 100 ha

13/05/2014

10

ÁRVORES-ARMADILHA

Herbicidas

Padron ou Tordon 10%

1 a 2 ml – a cada 10 cm

de circunferência

instalação: 15/08 a 30/09

revisão dos grupos: fevereiro a

maio

Materiais

machadinha

seringa

herbicida

tinta spray

GPS

EPI´s

Locais para instalação

Plantios com alta densidade

de plantas

Sítios ruins

Plantios danificados por fatores bióticos e abióticos

Plantios com desbastes atrasados

Locais de maior risco de introdução

Áreas próximas de portos, aeroportos,

fronteiras terrestres e indústrias florestais

Plantios localizados próximos de estradas

de circulação de produtos florestais

Armazém com materiais de embalagem e

suporte

Fronteiras estaduais

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APÓS A DETECÇÃO DA PRAGA

Monitoramento árvores-armadilha - até 1% de

ataque acima de 3 árvores atacadas por

grupo

Determinação dos níveis de ataque - amostragem

sequencial

Manter monitoramento contínuo - amostragem

Controle biológico

- Amostragem sequencial –

NÚMERO DE ÁRVORES

AMOSTRADAS

NÚMERO DE ÁRVORES ATACADAS

ATACADAS DA AMOSTRA MÍNIMO PARA INTERROMPER

A AMOSTRAGEM

68 34

74 36

80 37

87 38

94 39

102 41

111 42

121 44

132 45

145 46

159 48

175 49

194 50

215 52

241 53

272 54

272 *

13/05/2014

12

FORMA DE CAMINHAMENTO

realizar uma amostragem por talhão (até 50 ha);

caminhar ao longo de uma linha, avaliando, no máximo, 40 árvores;

ao final de cada linha, intercalar oito linhas e retornar avaliando até 40 árvores na décima linha;

se o talhão não for homogêneo, realizar, pelo menos, mais uma amostragem, calculando-se a porcentagem de árvores atacadas pela média das amostragens realizadas;

Época de realização da amostragem

Período de ataque segunda quinzena de outubro até a primeira

quinzena de janeiro

A partir do mês de março maioria das árvores sintomas de ataque

Áreas prioritárias para

monitoramento

•Idade: superior a 7 anos

•Plantios sem desbastes

•Sem previsão de desbaste e corte raso no

ano corrente

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13

CONTROLE BIOLÓGICO DA

VESPA-DA-MADEIRA

Importado da Austrália – desde 1990 - produzido massalmente no Laboratório de Entomologia da Embrapa Florestas

• ciclo de vida-livre - alimenta-se do fungo simbionte - Amylostereum areolatum

• ciclo de vida parasitário - dentro de larvas e adultos da vespa

Dois ciclos de vida

NEMATÓIDE – Deladenus siricidicola

Sobrevive apenas ou em madeira atacada pela vespa ou

dentro do inseto

CICLO DE VIDA LIVRE OU MICETÓFAGO

Possibilita a criação em laboratório

Manutenção da cultura – placas

com meio BDA

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14

CICLO DE VIDA LIVRE OU MICETÓFAGO

Criação massal – frascos com

meio de trigo

1 milhão nematóides/frasco

Período desenvolvimento –

35 - 40 dias

Obtenção das doses

OBTENÇÃO DE DOSES

Envio das doses

• Produção de doses –março a agosto de cada

ano

• Retirada – toda terça-feira

• Envio semanal via transportadora

• Solicitação – via associações de produtores

•(APRE, ACR E AGEFLOR)

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Preparo da gelatina

Materiais – para inoculação de 10

árvores

30 gr de gelatina em pó, sem

sabor

100 ml água fervente

200 ml de água gelada

1 dose de nematóide

1 batedeira

espátula

saco plástico resistente

caixa de isopor

bolsa de gelo

jornal

Preparo da gelatina

Inoculação do nematóide

Materiais

inóculo

martelo

bisnaga

árvores atacadas

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Controle - 20% das árvores atacadas

Inoculação do nematóide

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17

Inoculação do nematóide

Inoculação do nematóide

Inoculação do nematóide

Formação adultos infectivos - Ph CO2

Estilete – duas vezes maior que da forma

micetófaga

Fêmea fertilizada - penetra nas larvas

Vivípara – libera os nematóides juvenis

dentro do corpo do inseto

Aparelho reprodutor - esterilização da

fêmeas

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Parasitismo

Testículos com nematóides

Parasitismo

Ovarios com nematóides

Cuidados na aplicação do nematóide

Armazenamento

das doses entre

5 e 8ºC

Validade das

doses de até

10 dias

Manter o vasador afiado

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Cuidados na aplicação do nematóide

Época de aplicação - início de março até metade de agosto

Temperatura ambiente 7 a 20ºC

Porcentagem de árvores a ser inoculadas - pelo menos 20%

Concentração da gelatina

10%

PRODUÇÃO DE DOSES DE NEMATÓIDE

ano

nº frascos produz.

% frascos lavados

produção média por

frasco

nº de doses

obtidas

nº de doses enviadas a campo

nº de doses descartadas

RS SC PR MG Total

2000 5.973 93,3 1.014.529 5.656 588 3.176 1.022 - 4.786 870

2001 10.038 85,9 759.860 6.550 791 2.365 3.077 - 6.233 317

2002 10.144 83,3 1.157.015 9.771 602 4.156 5.013 - 9.771 0

2003 13.672 94,8 716.369 9.282 762 2.894 5.626 - 9.282 0

2004 13.081 75,4 1.776.301 17.509 1.140 5.137 6.567 - 12.844 4.665

2005 15.247 79,8 1.145.769 13.936 710 5.607 6.465 - 12.782 1.154

2006 11.896 53,9 2.594.047 16.646 916 3.309 4.309 - 8.534 8.112

2007 10.681 48,2 1.924.121 9.915 1.042 1.808 4.009 - 6.859 3.056

2008 12.679 37,8 2.249.947 10.793 774 1.819 2.603 10 5.206 5.587

2009 8.408 40,3 1.711.111 5.390 963 1.268 1.179 - 3.410 1.980

2010 6.428 40,4 817.648 3.737 1012 1280 1395 - 3.687 50

2011 6.472 43,7 1.096.785 3.105 1.315 741 745 10 2.811 294

2012 7.135 47,4 1.001.774 3.388 1357 519 574 15 2.465 923

2013 9010 5689 722.622 4111 1913 875 817 10 3615 506

Monitoramento da eficiência

dos inimigos naturais

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Coleta de Amostras

Cada 50 ha - coletar uma amostra

amostra: 3 árvores e 3 toretes não inoculados e 3 inoculados por

árvore

Inoculado Não

inoculado

Armazenamento das Amostras

- Coleta dos insetos a cada dois dias -

Avaliação de parasitismo

Conservação

dos insetos

álcool 70%

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Avaliação de parasitismo

Eficiência média de 70%, podendo

chegar a até 100%

0,00

15,00

30,00

45,00

60,00

75,00

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

2001 2002 2003 2004 2005 2006

Méd

ia d

e p

ara

sit

ism

o (%

)

Méd

ia d

e a

taq

ue (%

)

Anos

Média de ataque x parasitismo - Rio Branco

Ataque Parasitismo

Área trabalhada - ha

2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

86,2

1.795,3

1.228,1

1.559,4

661,6

432,9

5.763,3

0,00

15,00

30,00

45,00

60,00

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

2001 2002 2003 2004 2005 2006

dia

de

pa

ra

sit

ism

o (

%)

Méd

ia d

e a

taq

ue (%

)

Anos

Média de ataque x parasitismo - Reserva

Ataque Parasitismo

Área trabalhada - ha

2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

0 1.758,6

1.924,5 2.790,0

2.525,9

1.809,5

10.808,5

13/05/2014

22

Área trabalhada - ha

2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

0 414,8

709,7

1.855,7

2.597,1

2.663,3

8.240,6

Área trabalhada - ha

2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

0 16,3

651,9

1.067,7

2.663,5

2.413,9

6.813,2

ANO 2004 2005 2006 2007 2008

Total de Sirex 11.221 8.879 9.324 6.247 2.633

Total de Ibalia 2.741 2.188 1.781 814 617

% Parasitismo

Com Aplicação 47,5 50,8 61,2 44,6 68,2

% Parasitismo

Sem Aplicação 40,8 32,4 41,6 41,3 49,7

Eficiência do nematóide

13/05/2014

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Município Nº de insetos

avaliados

% parasitismo

Cambará do Sul – RS – Área 1 210 48,0

Cambará do Sul – RS – Área 2 331 40,0

Cambará do Sul – RS – Área 3 311 44,0

Correia Pinto - SC 126 86,5

Ipê -RS 292 87,0

Rio do Sul - SC 80 91,3

Guarapuava - PR 70 80,0

Caçador, SC 10 70,0

Município Nº de insetos

avaliados

% parasitismo

Cambará do Sul, RS 450 57,6

Ipê, RS 9 55,6

Correia Pinto, SC 121 17,4

Caçador, SC 42 85,7

Guarapuava, PR 18 0

Guarapuava, PR 18 50,0

Guarapuava, PR 8 0

Guarapuava, PR 19 21,1

Monte Alegre, PR 13 0

Monte Alegre, PR 37 0

Monte Alegre, PR 11 63,6

Campo do Tenente, PR 1 0

Camanducaia, MG 6 100,0

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Eficiência

Inocular

•O quanto antes

• O quanto mais

Espera-se

Pelo menos 20% parasitismo até 3 anos após início das inoculações

Reaparecimento do ataque da vespa-da-madeira - Fonte: SINDIMADEIRA RS

VESPA DA MADEIRA AMEAÇA SETOR FLORESTAL NA SERRA 06/06/2012

A reunião de trabalho promovida pelo SINDIMADEIRA RS na quinta feira (30) em São Francisco de Paula, com a participação maciça de associados e lideranças do segmento florestal, madeireiro e moveleiro da serra, revelou dados alarmantes em relação a sustentabilidade do setor. O vigor que marcou o avanço do plantio de florestas na região, que já foi política de governo, inclusive com incentivos fiscais para os reflorestadores, se transformou em ameaça de desastre eminente. Segundo o presidente do SINDIMADEIRA RS, Serafim Gabriel Quissini, as mudanças na legislação ambiental levaram à paralisação das atividades, inviabilizando até mesmo o manejo das florestas. Os resíduos, que poderiam ser aproveitados economicamente pelos produtores, na medida em que fossem absorvidos pelas fábricas de MDF instaladas no RS, estão virando berçário de uma praga devastadora, a vespa da madeira. Ocorre que as duas unidades de processamento do MDF no RS esgotaram sua capacidade de armazenagem.

Parasitóide – Ibalia leucospoides

Parasitismo médio: 25%

13/05/2014

25

Parasitóides:

Megarhyssa nortoni

Rhyssa persuasoria

A vespa-da-madeira é um exemplo clássico

do impacto que as pragas introduzidas

podem causar. Investimentos foram

necessários, mas, com o programa de manejo

integrado de pragas adotado, foi possível se

criar mecanismos de resistência ambiental e

mantê-la sob controle.

MUITO OBRIGADA!

[email protected]