sistemas de avaliação do desempenho e reconhecimento da qualidade para edifícios residenciais

SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO E RECONHECIMENTO

DA QUALIDADE PARA EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

Miguel Â. L. Esteves

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil

IST

22 de Julho 2008

Júri Presidente Prof. Francisco José Loforte Teixeira Ribeiro (DECivil-IST) Orientador Prof. Luís Manuel Alves Dias (DECivil-IST) Co-orientador Eng.º Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida (DECivil-IST) Vogal Prof. Manuel dos Santos Fonseca (LNEC)

Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil Miguel Â. L. Esteves

ORGANIZAÇÃO DA APRESENTAÇÃO

Âmbito e objectivos gerais do trabalho

Qualidade na construção de edifícios (experiência nacional e internacional)

Conclusões e estudos futuros

Metodologia do trabalho realizado

Linhas gerais de orientação para a criação de um esquema de qualificação para edifícios residenciais



Análise de esquemas de qualificação para edifícios residenciais que actuem sobretudo na categoria de desempenho técnico .

ÂMBITO DO TRABALHO



ÂMBITO E OBJECTIVOS GERAIS

Produção da construção

Insatisfação dos utilizadores finais em relação à qualidade do produto final da construção: edifício




Redução do investimento em habitação nova em Portugal






INSATISFAÇÃO DOS CONSUMIDORES

Relação não directa entre o preço e a qualidade dos edifícios residenciais

DIMINUIÇÃO DO INVESTIMENTO EM HABITAÇÃO NOVA

Necessidade de distinção do produto final do segmento residencial (edifício) do sector da construção

UTILIZADORES FINAIS

CONSTRUTORES E DONOS DE OBRA

FACTOR DE DISTINÇÃO QUALIDADE




Como se define a Qualidade?

No âmbito do trabalho realizado, o conceito da qualidade está direccionado para a habitação (edifícios residenciais)

QUALIDADE RESIDENCIAL


Adequação da habitação e da sua envolvente às necessidades imediatas e previsíveis dos moradores, compatibilizando as necessidades individuais com as da sociedade e incentivando a introdução ponderada de inovações que conduzam ao desenvolvimento.



DESEMPENHO DO EDIFÍCIO • Funcional, que descreve e avalia actividades e processos específicos de utilização que podem ser desempenhados no edifício. Está intimamente ligado com as necessidades dos utilizadores, visitantes e comunidade em geral;

• Técnico, que descreve as características estruturais, físicas e outras de cariz técnico;

• Económico, que avalia a tendência do rendimento a nível imobiliário, bem como os custos inerentes às fases de planeamento, projecto, construção e manutenção;

• Ambiental, que descreve e avalia as características do edifício relevantes na sua inserção no ambiente, quer ao nível local quer global;

• Social, descreve e avalia o desempenho do edifício em questões relacionadas com a saúde, conforto e segurança de utilizadores, visitantes e vizinhos;

• Gestão, descreve e avalia o desempenho global do edifício através da qualidade dos processos que envolvem todas as fases do seu ciclo de vida.




Os ESQUEMAS DE QUALIFICAÇÃO procuram relacionar os conceitos da Qualidade e do Desempenho.

• Verificam o grau de satisfação (nível de desempenho) dos requisitos que a construção deve satisfazer;

• Transmitem aos utilizadores finais os níveis de desempenho/qualidade dos edifícios;

• Facilitar ao utilizador final o processo de decisão na aquisição de habitação.


UTILIZADOR FINAL



Contribuir para a melhoria da qualidade da construção; (efectuando-se um levantamento dos esquemas de qualificação e ferramentas de avaliação de desempenho a eles associadas) Incentivar ao estudo sobre a qualidade e possíveis esquemas de qualificação para edifícios residenciais novos; (efectuando-se uma análise ao que já foi realizado em Portugal e a iniciativas promovidas ao nível internacional) Estabelecer linhas gerais de orientação para o possível desenvolvimento de uma esquema de qualificação para edifícios residenciais novos, passível de ser aplicado a nível nacional.

(resultantes da comparação das várias iniciativas estudadas, ao nível nacional e internacional)


OBJECTIVOS



Levantamento e análise dos esquemas de qualificação de edifícios existentes e das ferramentas de avaliação de desempenho a eles associadas.

NACIONAL INTERNACIONAL

o EUROPA o RESTO DO MUNDO

METODOLOGIA DO TRABALHO REALIZADO



ORGANIZAÇÃO DA ANÁLISE EFECTUADA AOS DIVERSOS ESQUEMAS DE QUALIFICAÇÃO ESTUDADOS

Idade da construção Novos Usados Carácter do Esquema Oficial (Esquemas desenvolvidos e/ou aplicados por organismos criados para o efeito e/ou por força de lei)

Não-oficial (Essencialmente propostas de investigadores ou iniciativas privadas)

Obrigatoriedade da aplicação Obrigatória Voluntária.




EDIFÍCIO : Sistema complexo, composto por vários subsistemas com funções distintas, que se relacionam entre si e que devem satisfazer os requisitos regulamentares. Estes podem ainda ser desagregados em elementos e materiais.

(Almeida, Alves Dias e Branco 2007) (Júnior, Neto & Simão 2006)





ANÁLISE COMPARATIVA DE ACORDO COM PARÂMETROS DEFINIDOS

Fases do ciclo de vida (projecto, execução, comissionamento e utilização); Subsistemas do edifício; Categorias de desempenho; Tipos de ocupação dos edifícios passíveis de qualificação; Âmbito de aplicação; Existência de inspecções e sua periodicidade; Entidades responsáveis pela realização das inspecções e entidades responsáveis pelo reconhecimento das entidades inspectoras; Entidade supervisora do esquema de qualificação; Entidade gestora do esquema de qualificação; Forma de apresentação dos resultados da qualificação; Emissão de garantias efectivas (reais).



QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS

EXPERIÊNCIA NACIONAL, RESULTANTE DA ANÁLISE EM RELAÇÃO AOS PARÂMETROS: FASES DO CICLO DE VIDA E SUBSISTEMAS ABRANGIDOS

Iniciativas de aplicação obrigatória com enfoque restrito em relação aos subsistemas do edifício abrangidos

Subsistema INSTALAÇÕES (instalações gás, eléctricas, telecomunicações, ascensores, segurança contra incêndio e AVAC)

Subsistemas COBERTURA e PAREDES (no âmbito do SCE e MAEC)

A maioria dos subsistemas são abrangidos por iniciativas não-oficiais de aplicação voluntária

A iniciativas não-oficiais (resultantes de trabalhos de investigação) focam a sua aplicação apenas na fase de projecto

As iniciativas oficiais de aplicação voluntária (LNEC) e não-oficiais (iniciativa privada) mais abrangentes em relação à aplicação nas diferentes fases do ciclo de vida do edifício



EXPERIÊNCIA NACIONAL, RESULTANTE DA ANÁLISE EM RELAÇÃO AOS RESTANTES PARÂMETROS

A maioria dos esquemas de qualificação recorrem a inspecções

A maioria das iniciativas oficiais de aplicação obrigatória não quantifica/diferencia o resultado da avaliação ao edifício e/ou subsistema, sendo o mesmo baseado em inspecções/ensaios

As iniciativas oficiais de aplicação voluntária e não-oficiais (iniciativa privada) não quantifica o resultado da avaliação


As iniciativas oficiais (obrigatórias e voluntárias) resultam na emissão de um certificado

Nenhuma das iniciativas nacionais estudadas providencia garantias



EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL, RESULTANTE DA ANÁLISE EM RELAÇÃO AOS PARÂMETROS: FASES DO CICLO DE VIDA E SUBSISTEMAS ABRANGIDOS

Existência de iniciativas de aplicação obrigatória mais abrangentes em relação aos subsistemas do edifício (caso Americano e Japonês)

Existência de iniciativas voluntárias, frequentemente utilizadas nos seus países de origem, embora abrangendo diferentes fases do ciclo de vida do edifício

Os esquemas não-oficiais (resultantes de trabalhos de investigação) focam a sua aplicação apenas na fase de projecto




EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL, RESULTANTE DA ANÁLISE EM RELAÇÃO AOS RESTANTES PARÂMETROS

A maioria dos esquemas de qualificação recorrem a inspecções

Não se encontram especificadas as entidades supervisoras e gestoras dos processos de qualificação para algumas iniciativas

As iniciativas Italiana e Francesa resultam na emissão de um certificado


Os restantes esquemas de qualificação não especificam a emissão deste ou outro documento que ateste a qualificação

As iniciativas Britânica (Marca NHBC) e Japonesa (Sistema de Avaliação do Desempenho para Edifícios de Habitação) resultam na emissão de certificados de garantia



ANÁLISE COMPARATIVA DAS INICIATIVAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Os resultados das qualificações dos edifícios são apresentados em uma ou mais das seguintes formas: - Escala de classificação com a atribuição de uma nota final; - Relatórios de avaliação; - Perfis da Qualidade (para a fase de projecto e obra).


A nível internacional alguns esquemas providenciam garantias

Elevado número de iniciativas de qualificação existentes, com diferentes metodologias de aplicação, actuando em diferentes fases ciclo de vida e focando diferentes subsistemas

A propensão dos diversos países para quantificar a qualidade no segmento residencial da construção, recorrendo aos esquemas de qualificação (Em alguns países os esquemas de qualificação são frequentemente utilizados pelas instituições financeiras para a cedência de financiamentos para habitação. No Reino Unido o governo recomenda que só as habitações cobertas pela Marca NHBC sejam financiadas)



LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM ESQUEMA DE QUALIFICAÇÃO PARA EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

INICIATIVAS OBRIGATÓRIAS EXISTENTES EM PORTUGAL

Instalações Gás

Segurança contra

Incêndios

Ascensores

Instalações Eléctricas

Certificação Energética

Telecomunicações

Integrar as iniciativas obrigatórias existentes Efectuar as melhorias necessárias, colmatando eventuais lacunas existentes

FASE INICIAL



Experiência ganha com a aplicação deste esquema de qualificação permitiria o seu desenvolvimento e melhoria contínua Expansão do esquema a outros subsistemas do edifício que não possuem qualificação

DEFINIÇÃO TÉCNICA DOS SUBSISTEMAS (Definição dos critérios e aspectos que permitem avaliar o comportamento e o desempenho dos subsistemas e que, por isso, afectam a sua qualidade) QUALIFICAÇÃO DO SUBSISTEMA


• Por ex. através de listas de verificação com os requisitos a ser avaliados/satisfeitos • Técnicos credenciados para o efeito




PRINCIPAIS OBJECTIVOS A SATISFAZER COM A CRIAÇÃO DO ESQUEMA DE QUALIFICAÇÃO?

Transmitir ao utilizador final os parâmetros que influenciam o desempenho do edifício e quantificá-los possibilitando uma escolha mais informada e adequada por parte dos potenciais consumidores;

Criar uma ferramenta passível de ser utilizada pelas entidades financeiras como garantia dos financiamentos concedidos;

Contribuir para uma política de concorrência e distinção no mercado da construção, em que todos os intervenientes procurem critérios de qualidade;

Contribuir para uma maior e mais objectiva responsabilização dos intervenientes no processo construtivo;

Despoletar novos mecanismos de defesa do utilizador final/consumidor, nomeadamente através da actuação das seguradoras ou outras entidades que providenciem garantias específicas para o edifício e seus subsistemas;

Potenciar as iniciativas de qualificação existentes e o desenvolvimento de melhorias para as mesmas.



CONCLUSÕES E ESTUDOS FUTUROS

DESENVOLVIMENTO DE ESTUDOS FUTUROS QUE RESPONDAM ÀS DIFICULDADES EXISTENTES EM CADA ETAPA DA ELABORAÇÃO DESTA PROPOSTA DE ESQUEMA DE QUALIFICAÇÃO NACIONAL



ESTUDOS FUTUROS CONCLUSÕES E ESTUDOS FUTUROS

Identificar e estabelecer as melhorias necessárias aos esquemas de qualificação nacionais obrigatórios existentes para subsistemas de edifícios;

Definir tecnicamente os subsistemas a avaliar, através de critérios e características que afectam a sua qualidade;

Desenvolver ferramentas que efectuem a qualificação dos subsistemas, com base na avaliação dos critérios que os definem tecnicamente;

Criar uma metodologia que agregue as qualificações dos vários subsistemas do edifício e que resulte, eventualmente, numa qualificação global do edifício;

Definir a forma de apresentação do resultado da qualificação, para que esta transmita de forma clara, os parâmetros da qualificação e forneça informação facilmente entendida pelo utilizador final e por outras partes interessadas;

Definir formas ou procedimentos que possibilitem associar, aos esquemas de qualificação, garantias específicas e efectivas (reais) para os subsistemas do edifício.



OBRIGADO

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DA QUALIDADE PARA EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

Miguel Â. L. Esteves

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Júri Presidente Prof. Francisco José Loforte Teixeira Ribeiro (DECivil-IST) Orientador Prof. Luís Manuel Alves Dias (DECivil-IST) Co-orientador Eng.º Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida (DECivil-IST) Vogal Prof. Manuel dos Santos Fonseca (LNEC)

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