sistema excretor

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1/5 9º ano SISTEMA EXCRETOR Durante o metabolismo celular produzem-se excreções, como o CO 2 , ureia, ácido úrico, que são libertados para a linfa intersticial e lançadas no sangue. O CO 2 é eliminado do organismo ao nível dos pulmões (hematose pulmonar). OS restantes resíduos contendo azoto (ureia, ácido úrico e outros) são eliminados ao nível dos rins. O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. ASPECTOS ESTRUTURAIS Os órgãos do sistema excretor localizam-se na cavidade abdominal e asseguram a vida, filtrando a totalidade do nosso sangue cerca de 320 vezes por dia e eliminando os produtos tóxicos. É constituído por: um par de rins um par de ureteres bexiga urinária uretra Os vasos sanguíneos são os responsáveis pelo transporte de sangue de e para os rins. Os rins têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - mais interna, e ainda por uma zona mais central de onde parte o uréter. A esta zona chama-se bacinete.

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9º ano

SISTEMA EXCRETOR

Durante o metabolismo celular produzem-se excreções, como o CO2, ureia, ácido úrico, que são libertados para a linfa intersticial e lançadas no sangue. O CO2 é eliminado do organismo ao nível dos pulmões (hematose pulmonar). OS restantes resíduos contendo azoto (ureia, ácido úrico e outros) são eliminados ao nível dos rins. O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. ASPECTOS ESTRUTURAIS

Os órgãos do sistema excretor localizam-se na cavidade abdominal e asseguram a vida, filtrando a totalidade do nosso sangue cerca de 320 vezes por dia e eliminando os produtos tóxicos. É constituído por: • um par de rins • um par de ureteres • bexiga urinária • uretra

Os vasos sanguíneos são os responsáveis pelo transporte de sangue de e para os rins. Os rins têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - mais interna, e ainda por uma zona mais central de onde parte o uréter. A esta zona chama-se bacinete.

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A zona cortical e a zona medular são as regiões funcionais de um rim. Existem nelas milhares de nefrónios.

Cada néfronio é constituído por um tubo urinífero (onde se diferenciam diferentes zonas) e vasos sanguíneos a ele relacionados.

Num tubo urinífero podemos identificar: uma estrutura em forma de taça – Cápsula de Bowman – que se localiza na zona cortical conferindo-lhe um aspecto granuloso. As porções tubulares distribuem-se pela zona medular apresentando esta um aspecto estriado.

Figura 1A – corte longitudinal de um rim; B - esquema de corte longitudinal de um rim; C – Nefrónio: unidade básica de um rim

Cápsula de Bowman

Figura 2 - estrutura de um nefrónio

Figura 1A Figura 1B

Figura 1C

Tubo proximal

Tubo distal

Ansa de Henle

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À cápsula de Bowman chaga a arteríola eferente. Esta divide-se em vários capilares que se encontram no interior da cápsula, formando o glomérulo de Malpighi.

Do glomérulo de Malpighi parte a arteríola aferente que forma uma rede de capilares que envolvem as restantes porções do tubo urinífero.

Os tubos uriníferos reúnem-se em tubos colectores que drenam a urina para o bacinete.

FUNÇÃO RENAL

A urina é produzida nos rins a partir de materiais transportados pelo sangue.

Inicialmente, há filtração de uma parte do plasma, que passa do glomérulo de Malpighi para a cápsula de de Bowman do tubo urinífero, e que constituí o filtrado glomerular o filtrado glomerular.

Por comparação da composição do plasma, filtrado glomerular e urina é possível compreender o que se passa o longo do tubo urinífero.

EXERCÍCIO: Como se forma a urina?

Figura 3

Tabela 1 – comparação entre a constituição do plasma, filtrado e urina; Figura 3 – estrutura de um nefrónio

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1. Indique as substâncias comuns ao sangue e à urina? 2. Refere os dados que permitem afirmar que ao nível dos tubos uriníferos

ocorre: - uma filtração selectiva de substâncias existentes no plasma; - uma eliminação de excreções; - uma reabsorção para o sangue para algumas substâncias do filtrado.

3. Que substâncias existem na urina e que não estão presentes nem no filtrado nem no plasma.

Os tubos uriníferos constituem uma extensa superfície de troca entre o

meio interno e o meio externo. È ao nível dos tubos uriníferos que se vai formar a urina.

A urina é, fundamentalmente, constituída por água com substâncias dissolvidas. No processo de formação da urina são de destacar três etapas: filtração, reabsorção e secreção.

Filtração — ao nível das cápsulas de Bowman, grande parte do plasma passa

dos capilares glomerulares para os tubos uriníferos. Apenas as grandes moléculas, como proteínas e lípidos, não são filtradas.

Reabsorção — ao longo dos tubos

uriníferos são reabsorvidas várias substâncias do filtrado para o sangue que circula nos capilares envolventes. A água é reabsorvida em grande quantidade e outras substâncias, como a glicose, são, em regra, totalmente reabsorvidas. Há ainda outras substâncias que são apenas parcialmente reabsorvidas, como os sais minerais e a ureia.

Secreção — existem células da parede

dos tubos uriníferos que elaboram certas substâncias a partir de componentes do plasma. Essas substâcias passam ao fazer parte da urina, como, por exemplo, os ácidos orgânicos.

Os rins têm a capacidade de regular a concentração de diversas substâncias

no sangue, reabsorvendo as quantidades necessárias ao equilíbrio do meio interno e deixando sair o excesso na urina. Por exemplo, quando a concentração de cloreto de sódio no sangue é superior à normal, o cloreto de sódio é reabsorvido até atingir a sua concentração normal no sangue, que é cerca de 7 g/L, sendo o restante eliminado. Quando a concentração da glicose no sangue é superior a 1,6 g/L (como no caso dos diabéticos) a reabsorção não é total, sendo detectada na urina.

Figura 4 –processos básicos da função renal

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As substâncias tóxicas que não interessam ao organismo, como aditivos alimentares e resíduos de medicamentos, passam para o filtrado glomerular e não são reabsorvidas, sendo eliminadas na urina.

Em cada dia são produzidos, aproximadamente, 180 L de filtrado, sendo, no entanto, eliminada apenas cerca de 1,8 L de urina, o que equivale a cerca de 1 % do filtrado.

Após a passagem pelos rins, o sangue, já purificado, é drenado, através

das veias renais, para a veia cava inferior voltando ao circuito sanguíneo. A urina é formada continuamente nos tubos uriníferos, sendo recolhida no

bacinete, a partir do qual se escoa para a bexiga, através dos ureteres. Quando a bexiga está suficientemente distendida, contrai-se e expulsa a urina, através da uretra, para o exterior. Apesar da urina ser produzida continuamente ao nível dos rins, a sua eliminação é descontínua.

Podem ocorrer diversas perturbações na formação da urina. Entre as mais

comuns podem citar-se as infecções urinárias, causadas, geralmente, por bactérias. Devido não só ao menor tamanho da uretra, mas também devido à apro-

ximação entre o orifício urinário e o ânus, as mulheres estão mais sujeitas do que os homens a contrair infecções urinárias. No sentido de minimizar esse perigo, e também de contribuir para um bom funcionamento do sistema urinário, devem adoptar-se comportamentos adequados.

OPTAR EVITAR • Esvaziar a bexiga completamente quando se urina; • Beber de 8 a 10 copos de água por dia; • Utilizar roupa interior de algodão; • Fazer uma higiene diária cuidada.

• Estar muito tempo sem urinar (reter a urina); • Usar jeans muito apertados; • Utilizar sem cuidados os sanitários públicos;

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Quais são os problemas que podem afectar os rins? Já percebeste que a excreção é fundamental para a sobrevivência. Sem ela, muitas substâncias tóxicas acumular-se-iam no organismo, e as consequências poderiam ser muito graves, podendo, mesmo conduzir à morte por envenenamento. Para que tal função ocorra, é de vital importância o funcionamento dos rins. Pelo menos um dos rins tem de estar em perfeito funcionamento. No entanto, determinadas doenças são responsáveis pela degeneração destes órgãos e eles deixam de ser capazes de realizar as suas funções de filtração.

. Insuficiência renal – é a incapacidade dos rins para filtrar e purificar o sangue. Como consequência desta alteração, acumulam-se no organismo produtos tóxicos que deveriam ser eliminados ou, ao contrário, eliminam-se substâncias que se deveriam conservar no corpo, através da reabsorção, como, por exemplo, as proteínas e glóbulos vermelhos. Esta situação pode ser provocada por diversos factores, como a ingestão de determinadas substâncias químicas tóxicas, tais como o mercúrio, certas drogas e mesmo medicamentos, que podem levar à paragem do funcionamento dos rins. Infecções bacterianas e mal formações genéticas podem igualmente ser responsáveis pela incapacidade dos rins de desempenharem as suas funções.

Cálculos renais "Pedras nos rins" - São cristais de diferentes tamanhos, formados de constituintes urinários que se depositam nos rins, mas podem ser encontrados em qualquer parte do aparelho urinário. Como causam obstrução, provocam muita dor, que se irradia para as costas e abdómen,

com náuseas e vómitos. O tratamento, em geral, é cirúrgico para remoção de cálculos grandes. Modernamente, existe a litotripsia ultra-sônica, por meio da qual a pedra é fragmentada a laser e, posteriormente, eliminada naturalmente. A conduta de carácter preventivo é a ingestão aumentada de água, para que a urina seja eliminada menos concentrada.

Infecções - As infecções do aparelho urinário recebem nomes de acordo com sua localização. Na bexiga, cistite; nos rins, nefrite, glomérulo-nefrite e pielonefrite; na uretra, uretrite; na próstata, prostatite. São causadas por bactérias e tratadas com antibióticos.

Incontinência urinária - É a falta de controle da bexiga, com perda involuntária da urina. Afecta, principalmente, os idosos, pois os músculos que controlam a passagem da urina para a uretra tornam-se menos eficientes. Pode ser causada por infecção urinária. O tratamento varia de acordo com o tipo de incontinência. Podem incluir

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exercícios para fortalecer os músculos da pelve, medicamentos e, até, cirurgia reparadora. Mesmo quando é crónica, a medicina dispõe de meios que tornam mais fácil conviver com o problema.

Retenção urinária - É a dificuldade para esvaziar a bexiga por obstrução do esfíncter. As causas podem ser stress, problema neurológico, ou, mais comum, aumento da próstata.

Quando os rins falham, o que se pode fazer? Quando os órgãos excretores, como os rins, são danificados, o organismo rapidamente desenvolve sintomas de intoxicação e a morte pode ser rápida, se o problema não for resolvido ou controlado rapidamente. Deste modo, os doentes têm de recorrer ao auxílio de rins artificiais - os aparelhos de hemodiálise. Com estes aparelhos, o sangue é filtrado e purificado, em intervalos regulares. O transplante de rins é actualmente uma das melhores soluções para o caso de pessoas cujos rins não funcionam. No entanto, para tal é necessário encontrar um dador compatível, ou seja, com condições idênticas às do doente. O dador poderá ser uma pessoa que acabou de falecer, mas cujos órgãos ainda se encontram em condições para funcionarem, ou então uma pessoa viva, que tenha os dois rins em boas condições, de forma a poder dispensar um deles. Normalmente, estes casos acontecem apenas entre membros de uma mesma família. A hemodiálise normalmente mantém as pessoas vivas até que um órgão para transplante esteja disponível.

Prevenção das doenças urinárias

• Ingerir líquidos para maior formação de urina, favorecendo a eliminação de bactérias (cerca de 2 litros de água por dia facilitam o funcionamento dos rins)

• Urinar várias vezes ao dia. Micções frequentes defendem o aparelho urinário contra a penetração de bactérias.

• Manter rigorosa higiene pessoal, com limpeza cuidadosa dos genitais.

• As mulheres devem evitar roupas justas e roupa interior de de nylon ou tecido sintético que impedem a transpiração. Preferir roupa interior de algodão.

• Evitar bebidas alcoólicas; • Evitar alimentos muito condimentados; • Fazer uma alimentação cuidada, evitando o excesso de carne, salgados e

doces, pois os rins não têm a capacidade de eliminar todos os resíduos que resultam desses excessos.

• Evitar desodorizantes íntimos

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QUESTÕES: 1. Complete os espaços de moda a que as afirmações fiquem correctas: 1.1 A urina é produzida continuamente ao nível dos rins e é transportada através dos ________ até à _______. Lá fica armazenada temporariamente. 1.2 Na estrutura do rim distinguem-se três zonas: uma mais externa, a ___________, de aspecto granuloso; a zona _______, com aspecto estriado; e a cavidade central, o __________, de onde parte o uréter. 1.3 Cada rim é constituído por numerosas estruturas, os ______ __________, onde se forma a urina. Essas estruturas estão rodeadas por uma rede de ______ _______. 1.4 A nível da ________ __ ________ ocorre uma filtração selectiva do sangue, Algumas moléculas como as _________ não iram constituir o _________ glomerular. 1.5 No processo de formação de urina é possível destacar três etapas : a ________ , a _________ e a secreção. 1.5.1. Em que consiste cada uma das etapas acima referidas. 2. Observe com atenção a imagem seguinte.

2.1 Faça a legenda da figura. 2.2 Faça corresponder a cada um dos algarismos da figura uma das seguintes afirmações: A- acumulação da urina __ B – condução da urina para o exterior __ C – purificação do sangue __ D – condução da urina desde o local de formação até ao local de acumulação __ 2.3 Refira duas diferenças entre o sangue eu circula no vaso 5 e o que circula no vaso 6.

3. Diga, sucintamente, como ocorre a purificação do sangue e a formação de urina.

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4. A urina pode ser analisada no sentido de obter informações acerca do estado de saúde dos indivíduos. O quadro seguinte refere-se à análise de urina de três indivíduos: 4.1 Qual dos rapazes é diabético? Justifique. 4.2 “O Miguel apresenta sinais de mau funcionamento dos rins.” Comente a afirmação com base nos dados. 5. Cada rim é constituído por cerca de uma milhão de nefrónios. A figura seguinte representa esquematicamente um nefrónio; o quadro regista valores de substâncias ao nível das diferentes zonas do nefrónio.

5.1 Identifica os líquidos A, B e C.- Justifique as opções. 5.2 Refira o n.º que no esquema se refere: 5.2.1 ao filtrado: 5.2.2 à urina: 5.3 Em qual dos n.º da figura ocorre filtração? Como se design essa estrutura? 6. Indique três doenças do sistema urinário. Em que consistem? 7. Diga três comportamentos saudáveis para o bom funcionamento dos rins.

Conteúdo de urina João Água, sais minerais, ureia, glicose Nuno Água, sais minerais, ureia Miguel Água, sais minerais, ureia, proteínas

A B C 4