sistema embarcado para aquisição de dados agrometeorológicos

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  • 7/25/2019 Sistema embarcado para aquisio de dados agrometeorolgicos

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    Sistema embarcado para aquisio de dados

    agrometeorolgicosPaulo H. Sabo1, Eduardo H. M. Cruz2, Joo A. Martini2, Paulo C. Gonalves2&

    Elvio J. Leonardo2

    1Centro de Cincias Exatas Centro Universitrio de Maring (CESUMAR)Maring PR Brasil

    2Departamento de Informtica Universidade Estadual de Maring (UEM)Maring PR Brasil

    {phsabo, eduardohmdacruz, joaomartini, paulocg,

    elvio.leonardo}@gmail.com

    Abstract.This article presents a computational monitoring system intended to

    be used in the viticulture. The systems target users are small grape producers,

    members of a wine producing cooperative in the city of Marialva, Brazil. The

    system includes meteorological micro-stations that are to be installed in the

    field and used, with its sensors, to collect relevant agro-meteorological data.

    In addition, there is a coordinator device responsible for managing the overall

    system, including the links between devices and the database used to store the

    data of the weather stations.

    Resumo.Este artigo apresenta um sistema computacional de monitoramentoaplicado viticultura. Os usurios alvos do sistema so os pequenos

    produtores de uva, membros de uma cooperativa vincola, na cidade de

    Marialva, Brasil. O sistema inclui microestaes meteorolgicas, para serem

    instaladas em campo e usadas, com seus sensores, para coletar dados

    agrometeorolgicos relevantes. Alm disso, existe o dispositivo coordenador,

    responsvel pela gesto do sistema em geral, inclusive para manter as

    ligaes entre os dispositivos e o banco de dados utilizado que armazena os

    dados das estaes meteorolgicas.

    1. IntroduoAtualmente a fruticultura tem representado um potencial econmico de grandeimportncia para os agricultores familiares, pois propicia boa rentabilidade em reas deterra relativamente pequenas.

    A produo de uva no Brasil em 2009 foi de 1.345.719 toneladas, apresentandouma reduo de 4,08% em relao ao ano de 2008. Desse total, 50,39% foramdestinados elaborao de vinhos, sucos e outros derivados [Mello 2008] [Mello 2009].O setor de viticultura tem recebido ultimamente grandes investimentos, principalmenteem regies no tradicionais do pas, dada a caracterstica da cultura, geradora deempregos e renda, especialmente para a pequena propriedade. E tambm outros

    incentivos como o PEP (Prmio de Escoamento da Produo do Governo Federal) queno ano de 2009, mesmo sendo menos produtivo que o ano anterior, estimulou a

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    comercializao de vinho, resultando em um crescimento de 56,63% na comercializaodo vinho.

    O estado do Paran apresenta predomnio de pequenas e mdias propriedadesrurais enquadradas como unidades produtivas familiares. A regio noroeste do estadoapresenta caractersticas de solo e clima com condies favorveis fruticultura, tendopotencial para viabilizar economicamente propriedades familiares.

    As cidades de Maring e Marialva esto inseridas na rea de abrangncia daAMUSEP (Associao dos Municpios do Setentrio Paranaense), o qual congrega 30municpios e cerca de 700.000 habitantes. Iniciativas do governo do Paran tmfortalecido o desenvolvimento da agricultura familiar paranaense no contexto do cultivoda uva para produo do vinho, como exemplo pode-se citar a implantao da Escola daUva e do Vinho. A expectativa que o Paran se torne um forte polo de vincola naregio sul fortalecendo mais sua economia [Mazia 1998] [Piani 2001].

    Segundo o Jornal O Dirio do Norte do Paran [2007], a prefeitura de Maringentregou recentemente comunidade de Iguatemi uma fbrica de polpa de frutas, queter capacidade para processar aproximadamente 500 quilos de frutas por hora. Para darincio comercializao de sucos a Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura doou34.600 mudas de maracuj para a Associao dos Produtores Rurais de Iguatemi eoutros produtores que sero responsveis pelo plantio. Alm de maracuj, outras frutascomo morango, acerola, manga, abacaxi, uva e goiaba tambm sero processadas pelafbrica. A inteno da Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura transformar a regionum polo de fruticultura. Apesar destes fatores positivos, nota-se ainda que, h carnciade informaes e tecnologias para que seja possvel oferecer e aprimorar o suporte produo e comercializao nessa rea. Esse fato gera demanda pelo desenvolvimentode tecnologias que possibilitem a produo econmica de frutas saudveis e seguraspara a alimentao humana, [Bruckner e Picano 2001] [Burrell, Brooke e Beckwith2004] [Wark et al. 2007] e que favoream o desenvolvimento da agricultura familiar naregio.

    Para estimular a produo de uva, que diminuiu no ano anterior, e atender a essacrescente demanda por informaes e tecnologias na rea de fruticultura, foi propostoum sistema, com apoio da Fundao Araucria, que visa desenvolver um sistemacomputacional integrado de apoio agricultura familiar focado inicialmente na culturade uva. Por meio desse sistema pretende-se efetuar a coleta de dados

    agrometeorolgicos em campo e tratar as informaes coletadas de maneira a ofereceruma base de dados ao agricultor, que a partir das informaes oferecidas pelo sistemapossa elaborar o planejamento adequado do manejo e cultivo da cultura da uva, e colhertodos os benefcios advindos do uso dessa tecnologia de apoio.

    O sistema composto por quatro frentes de trabalho: a) microestaoagrometeorolgica de coleta de dados, b) gerenciador da rede, c) coletor de dadosmanual e d) sistema Web.

    Essas quatro frentes so discutidas nas sees subsequentes. O enfoque dopresente trabalho se concentra na estao coletora de dados.

    Este artigo est organizado da seguinte maneira. A Seo 2 apresenta osfundamentos de monitoramento de dados agrometeorolgicos aplicados viticultura. A

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    Seo 3 discute conceitos sobre Arduino. Na Seo 4 a proposta e implementao domodelo de estao de monitoramento apresentada e os resultados so discutidos naSeo 5. A Seo 6 apresenta as concluses e prope trabalhos futuros.

    2. Monitoramento Vitcola

    Esta seo apresenta os parmetros que so relevantes para o monitoramento doambiente vitcola, discute tambm como estes parmetros podem ser utilizados naescolha da variedade de uva a ser cultivada na regio e sua influncia sobre o resultadoesperado para a colheita da uva e produo do vinho.

    Para que o cultivo da uva acontea de modo favorvel e com boa qualidadealguns elementos meteorolgicos so muito relevantes para o monitoramento doparreiral. Segundo Tonietto e Mandelli [2003] existem diversos elementos queinterferem no desenvolvimento da videira tais como: temperatura, chuva, umidade dosolo, radiao solar, vento e umidade do ar.

    Como um dos elementos influenciadores no cultivo a temperatura do arapresenta diferentes efeitos sobre a videira, variveis em funo das diferentes fases dociclo vegetativo ou de repouso da planta. Durante o inverno a videira se encontra emperodo de repouso vegetativo. O frio importante para a quebra de dormncia dasgemas, no sentido de assegurar uma brotao adequada para a videira. Em anos cominverno menos rigoroso pode ocorrer menor ndice de quebra de dormncia das gemasda videira, sendo necessria a aplicao de alguns produtos qumicos para a quebra. Umfator desfavorvel no desenvolvimento desta planta, nesta estao, so as geadas, poispodem causar a destruio dos rgos herbceos da mesma. J no vero, as altas

    temperaturas podem resultar na obteno de uvas com maiores teores de acares,menor acidez e, nas cultivares tintas, menor intensidade de cor. E por ltimo, no outonoa temperatura afeta o comprimento do ciclo vegetativo da videira, o que importantepara a maturao dos ramos e a acumulao de reservas pela planta. A ocorrncia degeadas outonais acelera a queda das folhas e o fim do ciclo vegetativo da planta.

    Outro dado importante est relacionado com a precipitao pluviomtricadurante a primavera, este fator fundamental para o desenvolvimento da planta, porm,em excesso, pode favorecer o aparecimento de algumas doenas fngicas da parte area,bem como afetar fases importantes da videira, como a florao e a frutificao,causando baixo vingamento de frutos e desavinho. Esse dado associado a uma irrigao

    sem controle eleva a umidade do solo, levando a diminuio do teor de acar da fruta. vlido ressaltar que a alta umidade relativa do ar, assim como a precipitaopluviomtrica, tambm favorece a incidncia de doenas fngicas, dificultando odesenvolvimento da planta.

    Um dos fatores que tambm influencia no desenvolvimento da videira a luz.Como a videira exige alta luminosidade para que seja considerada de boa qualidade,torna-se importante que o perodo de maturao acontea em dias ensolarados, visto queh evoluo do teor de acar das uvas nestas condies.

    Outro elemento que pode dificultar a produtividade da uva o vento, visto quepode causar danos vegetao, pois os ramos jovens se quebram com relativa

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    facilidade, resultando na diminuio da produo do vinhedo e em dificuldades na podade inverno.

    3. ArduinoPara o desenvolvimento de uma micro estao agrometeorolgica deve-se procurar umaalternativa de baixo custo ao desenvolvimento convencional de softwares paracomputadores. Este seo apresenta uma das principais ferramentas para implementaoda computao: o Arduino, sua IDE e placa de desenvolvimento.

    O projeto Arduino [Arduino 2005] iniciou-se na cidade de Ivrea, Itlia, em 2005,objetivando a interao de computao fsica em projetos escolares, tendo um customenor que outros sistemas de prototipagem disponveis naquela poca.

    Arduino uma ferramenta capaz de proporcionar a interao entre o mundo

    fsico e o virtual. um computador baseado numa plataforma simples de hardwarelivre, projetado com um microcontrolador e uma placa nica, com suporte deentrada/sada embutido e um ambiente de desenvolvimento para escrever software paraa placa com uma linguagem de programao padro, C/C++. Segundo Mellis et al.[2007], o objetivo do projeto Arduino criar ferramentas que sejam acessveis, combaixo custo, flexveis e fceis de serem usadas.

    A placa Arduino contm um microcontrolador Atmel AVR de 8 bits comcomponentes auxiliares para a programao e incluso de outros circuitos. A disposiodos conectores padronizada em todas as verses da placa, permitindo expandir a placacom outros mdulos (Shields). A placa Arduino utiliza a srie de chips megaAVR, os

    mais utilizados so: ATmega8, ATmega168, ATmega328 e ATmega1280.O microcontrolador pode ser previamente programado com bootloader, um

    programa que simplifica o carregamento de programas para a memria flash.Comparado com outros microcontroladores que necessitam de um programador externo,o bootloadero envio do cdigo compilado ao microcontrolador.

    Quando o software Arduino utilizado, a placa programada atravs de umaconexo serial. Para a conexo serial a placa Arduino contm um circuito para converterentre os sinais RS-232 e TTL. Outros mtodos tambm podem ser utilizados para fazera programao da placa, algumas placas Arduino podem ser programadas via USB,atravs de um chip adaptador USB-para-Serial como o FTDI FT232.

    A maioria dos pinos de E/S dos microcontroladores destinada para uso decircuitos externos. A versoDuemilanove, disponibiliza 14 pinos digitais, seis dos quaispodem produzir sinais PWM (Modulao por Largura de Pulso), alm de 6 entradasanalgicas. Os pinos esto disponveis atravs de conectores na placa.

    Arduino uma plataforma de hardware livre que possui licena da CreativeCommons

    1. Sob a licena Creative Commons, todos esto autorizados a fabricar cpiasda placa, redesenh-la, ou mesmo vend-la copiando seu projeto sem a necessidade dopagamento de licena ou solicitao de permisso equipe Arduino. Entretanto, se forpublicado o projeto de referncia, deve-se dar crdito ao grupo Arduino original. Se

    1http://creativecommons.org/

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    alterar o esquema da placa o novo projeto deve usar a mesma licena CreativeCommonsou similar, para garantir que as novas verses da placa Arduino sero livres eabertas.

    4. Desenvolvimento

    Como j explicitado anteriormente, este trabalho tem como objetivo o desenvolvimentode um sistema computacional integrado de apoio agricultura familiar focado naviticultura (Figura 1). O sistema consiste no conjunto de microestaesagrometeorolgicas que fazem a leitura de sensores que monitoram a plantao. Estasmicroestaes agrometeorolgicas so dotadas de dispositivos de comunicao sem fioe juntas formam uma rede, que continua funcionando e se adapta a situaes de maneiradinmica, como, por exemplo, caso uma microestao seja excluda ou inserida na rede.

    Os dados coletados so previamente armazenados em um carto SD contido namicroestao e em tempos peridicos pr-determinados so enviados a outro dispositivodenominado gerenciador da rede (Figura 1). O gerenciador da rede, tambm dotado domesmo dispositivo de comunicao sem fio, responsvel por fazer a gerncia da rede,receber os dados agrometeorolgicos de todas as microestaes de sua rede e atravs deacesso Internet, responsvel pela transferncia das informaes para o banco dedados do sistema, onde estaro armazenados os dados de todas as redes demicroestaes.

    Quando as microestaes esto fora do alcance do gerenciador da rede o coletorde dados manual faz o papel de coletar os dados das microestaes e envi-los aosistema Web.

    Atravs de um sistema Web integrado ao banco de dados, os produtores poderoconsultar, por meio de tabelas e grficos, os dados agrometeorolgicos de suaspropriedades como tambm compar-los com os dados de outras propriedades da regio.

    O sistema de monitoramento deve funcionar de maneira semiautnoma, ou seja,ter pouca ou nenhuma interferncia humana durante a coleta dos dados meteorolgicos,ter baixo custo de produo, e pouca manuteno, viabilizando ao pequeno produtor queno tem conhecimento na rea de tecnologia de informao e comunicao, um sistemabarato e fcil de utilizar que possa agregar valor ao produto final.

    Figura 1. Viso geral do sistema com gerenciador da rede

    InternetEstaes

    Usurio

    Gerenciador

    da rede

    Estaes

    ServidorWWW Gerenciador

    da rede

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    O sistema visa oferecer uma base de dados com informaes agrometeorolgicasaos agricultores e, que a partir das informaes oferecidas os agricultores possamelaborar o planejamento adequado do manejo e cultivo da cultura da uva, e colher todos

    os benefcios advindos do uso dessa tecnologia de apoio.As subsees seguintes discutem detalhes do sistema, desenvolvimento e uso da

    microestao agrometeorolgica, do gerenciador da rede e do sistema Web.

    4.1. Microestao agrometeorolgica

    A microestao construda sob a plataforma Arduino [Arduino 2005], um conjunto dehardware e software open source composto por um ambiente de desenvolvimento e umaplaca microcontrolada. Nela esto conectados: relgio, dispositivo de armazenamento,dispositivo de comunicao sem fio e os sensores, que fazem o monitoramento domicroclima (Figura 2).

    Figura 2. Componentes da microestao

    Os sensores coletam informaes sobre temperatura e umidade do ar, umidadedo solo, velocidade e direo do vento, pluviosidade e luminosidade, os quais, de acordocom Tonietto e Mandelli [2003], so elementos meteorolgicos importantes a seremmonitorados e tambm suficientes para a classificao da uva.

    Alm desses sensores foi includo o sensor de molhamento foliar. Este foiadicionado ao sistema por deciso tomada em reunies com os cooperados, em queforam adquiridas informaes relevantes para a sua incluso, a ser utilizado para apreveno de doenas fngicas como o mldio.

    O cdigo do sistema embarcado da microestao escrito em linguagem C,compilado e enviado para a placa atravs da Arduino IDE. No sistema da microestaoexiste a possibilidade da configurao da data, hora e frequncia de leitura/hora dossensores. No instante especificado em sua configurao a microestao faz a leitura detodos os sensores e armazena estas informaes no carto de memria contido na placa.As informaes dos sensores so acumuladas at que o gerenciador estabelea umaconexo com a estao e solicite a transferncia dos dados. Feita a solicitao a estaotransfere os dados e os elimina do carto de memria.

    Arduino

    Temperatura eumidade do ar

    LuminosidadeVelocidade e

    direo do VentoRelgio

    Molhamentofoliar

    Carto SD

    PluviosidadeUmidadedo solo igBee

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    A integrao entre a placa Arduino e os componentes como relgio, dispositivode armazenamento, dispositivo de comunicao sem fio e sensores, feita atravs doShield. Shields so placas que podem ser conectadas em cima da placa Arduino,

    estendendo as suas capacidades [Arduino 2005]. O shielddesenvolvido o que torna aplaca Arduino uma microestao agrometeorolgica, mantendo a microestaoindependente da verso da placa.

    No shield esto contidos os conectores para os sensores de temperatura eumidade do ar, umidade do solo, luminosidade, molhamento foliar e pluvimetro, para odispositivo de comunicao sem fio e para o RTC (Real Time Clock Relgio deTempo Real).

    A placa tambm d suporte a carto SD para o armazenamento dos dadoscoletados. Como o carto SD opera em 3,3V e os pinos de I/O da placa Arduino operamem 5V preciso corrigir a tenso para o carto SD, para isso so utilizados 3 pares deresistores que funcionam como divisores de tenso. Algumas verses da placa Arduinono fornecem alimentao de 3,3V, para suprir esta falta tambm est presente umregulador de tenso que fornece esta tenso especfica.

    Uma item relevante na estrutura da microestao a alimentao. Pelo fato dosparreirais, em sua maioria, estarem localizados em reas remotas desprovidas de energiaeltrica e a inviabilidade de passagem de fios eltricos at a plantao devido distnciadas mesmas, que implica em maiores custos para o sistema, a alimentao deve serautnoma, a prpria microestao deve gerar a energia para seu consumo.

    Como soluo para esse problema a alimentao feita com um sistema de

    clulas solares que gera energia durante o dia e armazena a energia excedente em umabateria recarregvel que supre a falta de energia noite.

    4.2. Gerenciador da rede

    O gerenciador da rede um software escrito em Linguagem Java, executando em um PCcom comunicao compatvel com a da microestao e conectado Internet. Ele responsvel por fazer a configurao das microestaes, coletar os dados dasmicroestaes, trat-los e transferi-los para o banco de dados do sistema Web.

    A conexo feita pelo gerenciador da rede que determina com qual estaodeseja se comunicar e ento estabelece uma conexo. Esse tipo de conexo fica

    transparente microestao, para ela uma conexo direta, ponto a ponto, entre amicroestao e o gerenciador, independente da topologia das microestaes, as rotasescolhidas, e possveis microestaes que por ventura atuem como repetidores para aconexo. Estabelecida a conexo, o gerenciador da rede faz o download dos dados (outambm outras configuraes disponveis), faz o tratamento necessrio nos dadosobtidos e os envia para o banco de dados.

    4.3. Sistema Web

    O sistema Web a principal interface entre todo o sistema de monitoramento e ousurio. Sua funo fundamental expor ao usurio do sistema, o agricultor,

    informaes agrometeorolgicas de sua plantao.

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    Um sistema complexo em nveis de acesso e usabilidade faz com que o usuriorepudie o sistema, principalmente aqueles com pouco conhecimento de informtica. Oobjetivo desta parte do sistema proposto o desenvolvimento de um sistema com

    facilidade de uso e acesso, que seja aceito pelos agricultores e os ajude fornecendosubsdios para a melhoria do sistema produtivo.

    Outro objetivo do sistema o baixo custo do mesmo, possibilitando o seu usopor pequenos produtores. Para o cumprimento desta meta um pr-requisito utilizarsoftware livre tanto para o desenvolvimento do sistema Web quanto para seu uso,portanto solues que necessitem da compra de licenas devem ser evitadas.

    O sistema Web fornece tabelas e grficos referentes a informaes retiradas dossensores de uma microestao especfica, em intervalos de tempo pr-selecionados.Grficos relevantes podem ser salvos para uso futuro.

    Foram implementadas no sistema Web, em linguagem PHP, funcionalidadescomo: gerenciar microestaes determinando seu nome, local e quais sensores estopresentes; adicionar coletas manualmente para uso do coletor de dados manual; econsultar informaes climticas das microestaes. Estas consultas ao banco de dadosdo sistema so apresentadas ao usurio na forma de grficos e tabelas para cadamicroestao.

    O banco de dados utilizado para guardar a informao das microestaes, foi oMYSQL, pela sua popularidade, fcil integrao com a linguagem PHP para odesenvolvimento do sistema Web e por ser um software livre com base na licena GPL.Alm de tabelas como cadastro de usurios, estaes e sensores, existe uma tabela

    principal que armazena os dados dos sensores. Esta tabela organizada atravs doscampos: identificao da coleta, identificao da estao, valor do sensor, tipo do sensore hora da coleta.

    5. Resultados

    Como j discutido neste trabalho, o sistema proposto tem como objetivo desenvolverum modelo de sistema computacional integrado de apoio agricultura familiar, focadona viticultura, para estimular a cultivo de uva e atender a demanda por informaes etecnologias na rea de fruticultura. O modelo usa microestaes para a coleta de dadosagrometeorolgicos em campo e disponibiliza os dados em um banco de dados que

    oferece uma base de informaes ao agricultor, que a partir destes conhecimentosoferecidos pelo sistema pode elaborar o planejamento adequado do manejo e cultivo dacultura da uva.

    Para confirmar a eficcia do modelo proposto, ele foi implementado e estoperacional. Atualmente o primeiro prottipo da microestao est operacional, umshield (Figura 3) foi desenvolvido para a placa Arduino na qual so conectados oscomponentes como relgio, carto SD, sensores eXBee2.

    XBee um mdulo de comunicao sem fio baseado em ZigBee, que uma novatecnologia voltada para aplicaes nas mais variadas reas. Destinado a baixas taxas de

    2http://www.digi.com/products/wireless/zigbee-mesh/

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    transmisso de dados e longas distncias, consome pouca energia e utilizada noscampos industrial, cientfico e mdico. A tecnologia, padronizada pelo IEEE 802.15.4,tem se mostrado promissora para rede de sensores, monitoramento e controle [Ergen

    2004]. O mdulo XBee tambm age como repetidor, estendendo a distncia entre ogerenciador e a microestao.

    Figura 3. Shieldconectado placa Arduino - Prottipo da microestao

    O software gerenciador da rede foi implementado e tambm est operacional.Para seu funcionamento e integrao com as microestaes agrometeorolgicas necessrio um mduloXBeeconectado interface serial do computador.

    No sistema Web que esta disponvel pela URL HTTP://www.din.uem.br/sav possvel consultar os dados por meio de tabelas e grficos (Figura 4), salvar grficosrelevantes, renomear microestaes e calibrar sensores.

    (a) (b)

    Figura 4. (a) Tela de gerao de grficos do sistema Web; (b) Exemplo degrfico de umidade do ar

    A verificao e calibrao dos sensores foram feitas instalando a microestao nacidade de Maring e comparando os valores medidos com os valores registrados peloInstituto Nacional de Meteorologia (INMET) para os sensores de temperatura (Figura

    5), umidade relativa do ar (Figura 6), ponto de orvalho (Figura 7), pluviosidade (Figura8) e luminosidade (Figura 9). Segundo dados climticos do INMET o nascer do sol foi

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    s 8:45 horas e o pr do sol s 22:15 horas utilizando como referncia a hora nomeridiano zero (Coordinated Universal Timeou UTC).

    6. ConclusesUma sntese das principais contribuies deste trabalho discutida a seguir:

    o No aspecto cientfico: O sistema poder fornecer informaes precisas sobre ascondies favorveis ao ataque de pragas e doenas, viabilizando o desenvolvimento detcnicas mais apuradas de combate a agentes nocivos uva e a outras culturas. Almdisso, o sistema de coleta viabilizar a implementao futura de redes de coletores dedados em campo para diversas culturas, bastando apenas efetuar as adaptaesnecessrias no software e nos sensores para atender as necessidades de cada cultura a serinvestigada.

    o

    No aspecto socioeconmico: O desenvolvimento do sistema abre uma variedadede perspectivas de cooperao com a agroindstria no contexto de automao deprocessos produtivos com apoio de sistemas embarcados. Com a viabilizao docontrole eficiente de produo da fruta ser possvel elevar a qualidade e aprodutividade das propriedades, o que contribuir para uma melhor classificao doproduto e futuramente a implementao da rastreabilidade e certificao da produo.Como consequncia das contribuies advindas da reduo de custos de produo emfuno do melhor planejamento de produo, da melhoria de renda, e da gerao depostos de trabalho espera-se uma melhoria na qualidade de vida dos agricultores.

    Figura 5. Grfico de comparao entre valores de temperatura do ar medidospela microestao e valores registrados pelo INMET

    Figura 6. Grfico de comparao entre valores de umidade relativa do armedidos pela microestao e valores registrados pelo INMET

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    Figura 7. Grfico de comparao entre valores de temperaturas de ponto deorvalho medidos pela microestao e valores registrados pelo INMET

    Figura 8. Grfico de comparao entre valores de milmetros de chuva medidospela microestao e valores registrados pelo INMET

    Figura 9. Grfico de luminosidade registrado pela microestao

    o No aspecto ambiental: Os resultados do sistema certamente podero fornecercontribuies significativas em termos de planejamento estratgico de produo dasculturas propiciando reduo do uso de defensivos agrcolas, gua e minerais.

    Agradecimentos

    Os autores agradecem Fundao Araucria de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico eTecnolgico do Paran e ao CNPq pelo apoio financeiro ao trabalho.

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    Referncias

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