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Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS Nas instituições hospitalares, o contato diário do serviço de farmácia com as unidades de internação e demais serviços acontece principalmente, por meio do setor de distribuição, fazendo dele o cartão de apresentação da farmácia hospitalar. Vários fatores interferem na implantação e/ou implementação de um sistema de medicamentos (SDM), e os principais são: Supervisão técnica adequada; Características do hospital como: complexidade, tipo de edificação e fonte mantenedora; Existência de padronização de medicamentos atualizada; Gestão de estoque eficiente; Existência de controle de qualidade de produtos e processos; Manual de normas e rotinas aplicável. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO COLETIVO O sistema de distribuição coletivo é o mais primitivo e arcaico dos sistemas, entretanto ainda há hospitais brasileiros que o adotam. O sistema coletivo se caracteriza, principalmente, pelo fato de os medicamentos serem distribuídos por unidade de internação e/ou serviço a partir de uma solicitação de enfermagem, implicando a formação de vários estoques nas unidades assistenciais. Neste sistema, os medicamentos são liberados sem que o serviço de farmácia tenha as seguintes informações: para quem o medicamento esta sendo solicitado, porque esta sendo solicitado e por quanto tempo será necessário. Neste modelo, a farmácia hospitalar é um mero repassador de medicamentos em suas embalagens originais segundo o solicitado pela enfermagem. Nos sistema de distribuição, constata-se que a assistência ao paciente fica prejudicada pela não participação do farmacêutico na revisão e analise da prescrição medica. E também pelo fato de enfermagem estar mais envolvida com as questões relacionadas aos medicamentos do que a própria farmácia. Vários trabalhos relatam que a enfermagem, neste sistema, gasta cerca de 25% do

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Slide da professora Caroline Tannus (dado em sala de aula) da Disciplina de Farmácia Hospitalar com o tema: Sistema De Distribuição De Medicamentos

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Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus

SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

Nas instituições hospitalares, o contato diário do serviço de farmácia com as

unidades de internação e demais serviços acontece principalmente, por meio do

setor de distribuição, fazendo dele o cartão de apresentação da farmácia hospitalar.

Vários fatores interferem na implantação e/ou implementação de um sistema de

medicamentos (SDM), e os principais são:

• Supervisão técnica adequada;

• Características do hospital como: complexidade, tipo de edificação e fonte

mantenedora;

• Existência de padronização de medicamentos atualizada;

• Gestão de estoque eficiente;

• Existência de controle de qualidade de produtos e processos;

• Manual de normas e rotinas aplicável. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO COLETIVO

O sistema de distribuição coletivo é o mais primitivo e arcaico dos sistemas,

entretanto ainda há hospitais brasileiros que o adotam.

O sistema coletivo se caracteriza, principalmente, pelo fato de os medicamentos

serem distribuídos por unidade de internação e/ou serviço a partir de uma solicitação

de enfermagem, implicando a formação de vários estoques nas unidades

assistenciais. Neste sistema, os medicamentos são liberados sem que o serviço de

farmácia tenha as seguintes informações: para quem o medicamento esta sendo

solicitado, porque esta sendo solicitado e por quanto tempo será necessário.

Neste modelo, a farmácia hospitalar é um mero repassador de medicamentos em

suas embalagens originais segundo o solicitado pela enfermagem. Nos sistema de

distribuição, constata-se que a assistência ao paciente fica prejudicada pela não

participação do farmacêutico na revisão e analise da prescrição medica. E

também pelo fato de enfermagem estar mais envolvida com as questões

relacionadas aos medicamentos do que a própria farmácia.

Vários trabalhos relatam que a enfermagem, neste sistema, gasta cerca de 25% do

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seu tempo de trabalho em procedimentos relacionados aos medicamentos

como: transcrever prescrição, verificar o estoque existente na unidade, preencher

solicitação, ir à farmácia, aguardar separação dos mesmos, transportá-los até a

unidade, guardá-los nos seus devidos lugares, separar os que são necessário, a

cada horário, fazer cálculos, prepará-los e administrá-los.

Uma grave conseqüência é o alto índice de erros de administração de medicamentos

que este sistema gera, desde o alto da prescrição ate o momento da administração

dos mesmos.

Os principais erros descritos são:

• Duplicação de doses:

• Medicamentos, dosagem e/ou via incorretos:

• Administração de medicamentos não prescritos.

Outro aspecto importante é o alto custo deste sistema para intuição devido às

perdas, por existirem vários pontos de estoque facilitando desvios,

armazenamento inadequado ou caducidade dos medicamentos.

Desvantagens do sistema de distribuição Coletivo

O sistema de distribuição coletivo apresenta as seguintes desvantagens:

• Transcrições das prescrições médicas:

• Falta de revisão da prescrição pelo farmacêutico:

• Maior incidência de erros na administração de medicamentos:

• Consumo excessivo do tempo da enfermagem em atividades relacionadas ao

medicamento:

• Uso inadequado de medicamentos nas unidades assistenciais:

• Aumento de estoque nas unidades assistências:

• Perdas de medicamentos:

• Impossibilidade de faturamento real dos gastos por paciente:

• Alto custo institucional. Vantagens do sistema de distribuição Coletivo

O sistema de distribuição coletivo apresenta as seguintes vantagens:

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• Grande disponibilidade de medicamentos nas unidades assistências;

• Redução do numero de solicitações e devoluções de medicamentos à farmácia;

• Necessidade de menor número de funcionários na farmácia;

• É importante ressaltar que, na realidade, as vantagens citadas são obstáculos

para uma assistência farmacêutica de qualidade ao paciente.

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO INDIVIDUALIZADO

O sistema de distribuição individualizado se caracteriza pelo fato de o medicamento

ser dispensado por paciente, geralmente para um período de 24 horas. Este

sistema se divide em indireto e direto.

No sistema de distribuição individualizado indireto, a distribuição é baseada na

transcrição da prescrição medica. A solicitação à farmácia é feita por paciente e não

por unidade assistencial como no coletivo.

No sistema de distribuição individualizado direto, a distribuição é baseada na copia

da prescrição medica, eliminando a transcrição. Neste contexto, é possível uma

discreta participação do farmacêutico na terapêutica medicamentosa, sendo já um

grande avanço para a realidade brasileira.

As prescrições podem ser encaminhadas à farmácia de diversas formas tais como:

A) Prescrição com cópia carbonada - prescrição em duas vias, com carbono

entre as folhas ou impressora confeccionado de modo a se obter uma copia

direta. Esta forma proporciona ao farmacêutico uma via da prescrição e não requer

equipamentos especiais;

B) Prescrição por fotocópias - utilização de maquinas copiadoras para produzir uma

copia exata da prescrição medica;

C) Prescrição via fax - Utilização de aparelho de fax para emissão na unidade

assistencial e recepção na farmácia. Os inconvenientes do uso desta tecnologia são:

permitir o envio de uma mesma prescrição mais de uma vez, gerar emissão

de documentos ilegíveis induzindo aparecimento de novas fontes de erros de

administração de medicamentos e permitir a perda das informações com o passar do

tempo. Porém diminui o tempo gasto com o transporte de documentos;

D) Prescrição informatizada - em cada unidade assistencial existe um terminal de

computador no qual os médicos fazem diariamente a prescrição que é

remetida à farmácia. Algumas das vantagens deste processo são a eliminação de

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falhas devido à má qualidade da grafia médica e a redução do tempo gasto com

transporte de documentos;

E) Sistema de radiofreqüência interligando computadores e leitores ópticos - o

medico utiliza um terminal com uma tela que pode ser operado por meio de

uma espécie de caneta eletrônica. Esta forma permite a verificação imediata de

dados do paciente e agilização da prescrição, que poderá ser feita próximo ao

leito. Implica diminuição do numero de terminais de computador na área hospitalar,

redução der cabos de interligação e agilização da disponibilidade da prescrição para

a farmácia e serviços de apoio.

Desvantagens do Sistema de Distribuição Individualizado O sistema de distribuição apresenta as seguintes desvantagens:

• Erros de distribuição e administração de medicamentos;

• Consumo significativo do tempo de enfermagem em atividade relacionadas aos

medicamentos;

• Necessidade por parte da enfermagem de cálculos e preparo de doses;

• Perdas de medicamentos devido a desvios, caducidade e uso inadequado. Vantagens do Sistema de Distribuição Individualizado

O sistema de distribuição individualizado apresenta as seguintes vantagens:

• Possibilidade de revisão das prescrições médicas;

• Maior controle sobre medicamento;

• Redução de estoques nas unidades assistenciais;

• Pode estabelecer devoluções;

• Permite faturamento mais apurado do gasto por paciente. Sistema de Distribuição Combinado ou Misto

No sistema de distribuição combinado ou misto, a farmácia distribui alguns

medicamentos mediante solicitação e outros por copia da prescrição médica,

portanto, parte do sistema é coletivo e parte individualizado.

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Geralmente, as unidades de internação de forma parcial ou integral, são atendidas

pelo sistema individualizado e os serviços (radiologia, endoscopia, ambulatórios,

serviços de urgência e outros) são atendidos pelo sistema coletivo. É indicado que,

neste sistema as solicitações encaminhadas pelas unidades assistenciais sejam

embasadas em relação de estoque previamente estabelecidas entre farmácia e

enfermagem. Estes estoques deverão ser controlados e repostos pela farmácia

mediante documento justificando o uso do medicamento.

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO POR DOSE UNITÁRIA

No final da década de 1950, com lançamento no mercado de medicamentos novos e

mais potentes, mas também causadores de efeitos colaterais importantes, iniciou-

se a publicação de trabalhos sobre a incidência de erros de administração de

medicamentos em hospitais. Os resultados mostraram a necessidade de que os

sistemas tradicionais (coletivo e individualizado) fossem revistos, visando melhorar

a segurança na distribuição e na administração dos medicamentos.

Foi neste contexto, que nos anos de 1960, farmacêuticos hospitalares americanos

desenvolveram o sistema de distribuição por dose unitária.

Analisando os SDMs, o sistema de distribuição por dose unitária é o que oferece

melhores condições para um adequado seguimento da terapia

medicamentos do paciente. Vários trabalhos científicos demonstraram que este

sistema é mais seguro para o paciente, visto que reduz a incidência de erros,

utiliza mais efetivamente os recursos profissionais e é mais eficiente e econômico

para a instituição.

Estudos demonstraram que nos hospitais que adotaram o sistema de distribuição por

dose unitária houve uma importante redução de gastos com medicamentos

variando de 25% a 40%.

É importante fazer uma diferenciação entre os sistemas de distribuição por dose

unitária e dose unitária de medicamentos. O conceito de distribuição por dose

unitária é a distribuição ordenada dos medicamentos com formas e dosagens

prontas para serem administradas a um determinado paciente de acordo com a

prescrição médica num certo período de tempo. A dose unitária industrial

corresponde à dose padrão comercializada pelos laboratórios, fornecida em

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embalagem unitária em que constam a correta identificação do fármaco, prazo

de validade, lote, nome comercial e outras informações.

Portanto, um serviço que adote o sistema de dose unitária propriamente dito deverá

distribuir todos os medicamentos, em todas as formas farmacêuticas prontos para

uso sem necessidade de transferências ou cálculos por parte da enfermagem.

Acondicionamento e Embalagem de Dose Unitária

Um dos fatores de relevância no sistema de distribuição de medicamentos por dose

unitária e a forma pela qual são acondicionados e embalados os medicamentos.

Na escolha do acontecimento e/ou da embalagem, deve-se considerar:

• A adequação às condições físicas do hospital;

• As condições financeiras da instituição;

• As considerações farmacológicas, tais como estabilidade, fotossensibilidade entre

outros;

• As vantagens econômicas. Materiais Utilizados no Preparo de Dose Unitária

Para garantir a manutenção da qualidade dos produtos é de suma importância que

para cada produto seja verificado em publicações cientificas atualizadas o tipo de

envase mais apropriado.

O fracionamento ou reembalagem de medicamentos para o sistema de distribuição

individualizado e/ou por dose unitária deve ser efetuar em condições semelhantes às

utilizadas pelo fabricante, de forma a impedir, tanto uma possível alteração de

estabilidade como a contaminação cruzada ou microbiana.

Entre os materiais mais utilizados estão os plásticos, laminados, vidros e alumínio.

CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS EM EMBALAGENS DAS SEGUINTES

FORMAS FARMACÊUTICAS

Líquidos para uso oral

O envase deve ser suficiente para liberar o conteúdo total etiquetado. É aceitável

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que sejam necessários um acréscimo de volume conhecido, dependendo da forma

de envase, do material e da formulação do medicamento. A concentração do

fármaco deve ser especificadas em unidade de peso por medida (mg/mL;

g/mL). As seringas para administração oral na devem permitir a colocação de

agulha. Os envases devem permitir a administração de seu conteúdo diretamente ao

paciente.

Sólidos de Uso Oral

Para embalagem tipo blister deve-se ter um verso opaco que permita imprimir

informações e o outro devera ser de material transparente. O mesmo deve permitir

fácil remoção do medicamento.

Medicamentos para uso Parenteral

Uma agulha de tamanho apropriado deve ser parte integral da seringa. A seringa

deve estar pronta permitindo que o seu conteúdo seja administrado ao paciente

sem necessitar de instruções adicionais. A proteção da agulha deve ser

impenetrável, preferencialmente de um material rígido, evitando acidentes. A

seringa deve permitir fácil manuseio e visualização de seu conteúdo.

Outras formas Farmacêuticas

Os medicamentos para uso oftálmico, supositórios, ungüentos, entre outros, devem

ser adequadamente etiquetados, indicando seu uso via, via de administração e

outras informações importantes.

REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO POR

DOSE UNITARIA

• Farmacêutico hospitalar com treinamento específico para este fim

• Laboratório de farmacotécnica;

• Dispositivo para entrega de doses unitárias (carrinhos, cestas e outro);

• Impressos adequados;

• Maquinas de soldar plásticos;

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• Central de preparações estéreis;

• Padronização de medicamentos;

• Material de embalagens: sacos e potes plásticos: frascos de plásticos, de vidro, de

alumínio: caixas de madeiras ou acrílico;

• Envasadora (líquidos, cremes, pomadas);

• Máquina de cravar frascos;

• Rotuladora;

• Impressora;

• Envelopadora - máquina de selagem e etiquetagem de comprimidos;

• Máquina para lavar frascos;

• Terminal de computadores. VANTAGENS DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO POR DOSE UNITÁRIA

O sistema de distribuição por dose unitária apresenta as seguintes vantagens.

• Identificação do medicamento ate o momento de sua administração, sem

necessidade de transferência e cálculos;

• Auxílio no controle da infecção hospitalar devido à higiene e à organização

no preparo de doses;

• Grande adaptabilidade a sistemas automatizados e computadorizados;

• Faturamento mais exato do consumo de medicamentos utilizados por cada

paciente;

• Maior segurança para o médico em relação ao cumprimento de suas prescrições;

• Participação efetiva do farmacêutico na definição da terapêutica medicamentosa.

Redução da incidência de erros de administração de medicamentos;

• Redução do tempo da enfermagem com atividades relacionadas ao medicamento

permitindo maior disponibilidade para o cuidado do paciente;

• Diminuição de estoques nas unidades assistenciais com conseqüente redução de

perdas;

• Otimização do processo de devoluções.

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DESVANTAGENS DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO POR DOSE UNITÁRIA O sistema de distribuição apresenta as seguintes desvantagens.

• Dificuldade de se obter no mercado farmacêutico todas as formas e dosagens para

uso em dose naturais;

• Resistência dos serviços de enfermagem;

• Aumento das necessidades de recursos humanos e intra-estrutura da farmácia

hospitalar;

• Necessidade da aquisição de materiais e equipamentos específicos;

• Necessidade inicial de alto investimento financeiro. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO CENTRALIZADO E DESCENTRALIZADO

O sistema de distribuição de medicamentos pode também ser dividido em

centralizado e descentralizado. No sistema centralizado, o setor de distribuição

está concentrado em uma única área física e atende a todas as unidades

assistenciais enquanto no sistema descentralizado existe mais de uma unidade de

distribuição situada em locais estratégicos destinados a uma demanda diferenciada

de medicamentos. Estas unidades são denominadas farmácias satélites e estão

ligadas à farmácia central por normas e rotinas operacionais e técnicas.

A necessidade da descentralização da distribuição surge quando existem setores

com demanda diferenciada e/ou quando a edificação do hospital é do tipo

multiblocos ou com muitos andares e, ainda, quando a implementação de novos

serviços e tecnologias no hospital implica expansão da área física da farmácia.

Geralmente tem sido implantada a farmácia satélite em unidades como bloco

cirúrgico, centro obstétrico, quimioterapia e unidade coronariana.

Vantagens do Sistema de Distribuição Centralizado e Descentralizado

O sistema de distribuição de forma centralizada e descentralizada apresenta as

seguintes vantagens:

• Melhorar a comunicação entre a equipe médica, enfermagem e farmácia com

esclarecimento de duvidas e avaliação da utilização adequada dos medicamentos;

• Maior agilidade e viabilização no uso racional dos medicamentos;

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• Treinamento do pessoal de apoio direcionado de acordo com as peculiaridades de

cada unidade assistencial.

Desvantagens do Sistema de Distribuição Centralizado e Descentralizado

O sistema de distribuição de forma centralizada e descentralizada apresenta as

seguintes desvantagens:

• Aumento de custos com recursos humanos e implantação de unidades satélites;

• Necessidade de aplicar os instrumentos gerenciais em mais de uma área física. Informática, Automação e Sistemas de Distribuição de Medicamentos

A Informática, como automação, atuam como importantes instrumentos para

racionalização do emprego do tempo e agilização das atividades

desenvolvidas na farmácia.

As atividades exercidas diariamente na farmácia do hospital são um, processamento

contínuo de dados relacionados a medicamentos, pacientes, tempo, pessoal e

atividades programadas.

Em muitos estabelecimentos de saúde, a entrada e o processamento dos dados são

feitos de forma manual, de maneira insuficiente, dificultando a sua localização

quando necessária, além de consumir muito tempo e possibilitar informações

incorretas.

Existem na farmácia hospitalar, muitas áreas onde a melhoria da qualidade e

produtividade do serviço prestado, pode ser associada à utilização de um serviço

eficiente e eletrônico de processamento de dados.

A informática, em qualquer atividade, é importante na atualização e consolidação de

dados, com redução de tempo de trabalho, maior confiabilidade e rapidez na

produção de informática.

No estado atual de desenvolvimento da informática em todos os setores e atividades

da vida moderna, não cabe questionar se esta ferramenta poderá ser empregada,

mas sim com ela será utilizada para otimizar e agilizar sua aplicação.

Até pouco tempo, era necessária justificativa meticulosa e bem fundamentada para o

emprego da informática nos controles realizados na farmácia hospitalar. Estas

exigências feitas, principalmente pela diretoria das instituições, eram decorrentes

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do alto custo de aquisição dos equipamentos de informática. Entretanto, hoje

em dia, com a redução considerável dos preços das maquinas e programas, os

administradores hospitalares aceitam com maior facilidade e a sua necessidade.

A utilização da informática nas atividades da farmácia deve ter os seguintes objetivos

gerais:

• Agilizar a monitorizarão da utilização de produtos;

• Melhorar a qualidade da assistência aos pacientes através da transmissão rápida e

precisa de informações, passiveis de revisão e correlação,possibilitando, assim,

uma atuação mais clinica do farmacêutico;

• Avaliar a carga de trabalhar nas diferentes áreas para distribuir os recursos e obter

a máxima eficácia com o menor custo;

• Facilitar e agilizar a gestão econômica do serviço através de estatísticas

sobre aquisição, distribuição e dimensionamento de estoque;

• Facilitar o gerenciamento de pessoal e produtos;

• Melhorar a confiabilidade nos dados durante e no final do processo;

• Melhorar os sistemas de trabalho nas diversas atividades, diminuindo, assim,

os aspectos burocráticos;