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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO Cel QEM SERGIO HENRIQUE SIRUFO Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016: estudo do legado para emprego pelo CML na cidade do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2018

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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

Cel QEM SERGIO HENRIQUE SIRUFO

Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos

e Paralímpicos Rio 2016:

estudo do legado para emprego pelo CML

na cidade do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

2018

Cel QEM SERGIO HENRIQUE SIRUFO

Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos

e Paralímpicos Rio 2016:

estudo do legado para emprego pelo CML

na cidade do Rio de Janeiro

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Política, Estratégia e Alta Administração Militar.

Orientador: Cel Com R1 José Heleno Zangali Vargas

Rio de Janeiro 2018

G xxx Sirufo, Sergio Henrique.

Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016: estudo do legado para emprego pelo CML na cidade do Rio de Janeiro. / Sergio Henrique Sirufo. 2018.

171 f. :il ; 30 cm

Orientação: José Heleno Zangali Vargas.

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Política, Estratégia e Alta Administração Militar) – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2018.

Bibliografia: f. 168-171

1. Legado. 2. Comando e Controle. 3. Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. 4. Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC). I. Título

CDD xxx

Cel QEM SERGIO HENRIQUE SIRUFO

Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos

e Paralímpicos Rio 2016:

estudo do legado para emprego pelo CML

na cidade do Rio de Janeiro

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Política, Estratégia e Alta Administração Militar.

Aprovado em ____ de _________ de 2018.

COMISSÃO AVALIADORA

______________________________________________

José Heleno Zangali Vargas - Cel Com R1 - Presidente Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

______________________________________________

José Fernando Chagas Madeira - Cel Com - Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

______________________________________________

Haroldo de Souza Affonso - Cel Cav R1 - Membro Comando Militar do Leste - Centro de Coordenação de Operações

Célula de Comando e Controle

Ao meu saudoso pai Giuseppe (in

memoriam), que certamente estaria muito

feliz em participar deste momento.

À minha esposa Verônica e meu filho

Vicente, pelo apoio e compreensão

durante a elaboração deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus e a meus Santos, por tudo que tenho em minha vida

e por terem me proporcionado sabedoria e paciência para conduzir este trabalho.

Ao meus pais, Giuseppe Antonio Sirufo (in memoriam), e minha mãe,

Caterina Pagano Sirufo, meus sinceros agradecimentos pela minha educação,

formação moral, por entenderem os períodos de ausência e por nunca deixarem de

me motivar para superar os desafios.

À minha esposa, Verônica Alves da Silva Sirufo, e meu filho, Vicente Alves

da Silva Sirufo, pelo incentivo, companheirismo e por, mais uma vez, ter contado

com a paciência e compreensão de vocês em detrimento das nossas horas de lazer.

Ao Coronel José Heleno Zangali Vargas, meu orientador, meus cordiais

agradecimentos pela orientação firme e segura, pelas sugestões acertadas, pelos

conhecimentos transmitidos e pela confiança evidenciada em várias oportunidades.

Aos instrutores e companheiros da 31a Turma do Curso de Política,

Estratégia e Alta Administração do Exército (CPEAEx/2018) e 5a Turma do Curso

Internacional de Estudos Estratégicos (CIEE/2018), da Escola de Comando e

Estado-Maior do Exército - Escola Marechal Castello Branco, pelo companheirismo,

camaradagem, espírito de corpo, amizade e colaboração na transmissão de seus

conhecimentos.

Ao Coronel Haroldo de Souza Affonso, do Centro de Coordenação de

Operações do Comando Militar do Leste (CCOp/CML), pela confiança e imensa

colaboração na elaboração deste trabalho.

A toda equipe e amigos do 2o Centro de Telemática de Área (2o CTA), meu

muito obrigado pelo inestimável apoio na elaboração deste trabalho.

Aos integrantes do Batalhão de Escola de Comunicações (BEsCom), pelas

contribuições e apoio prestado.

Ao Capitão Marcelo do Carmo Gomes de Oliveira, pelo valoroso apoio na

correção deste trabalho.

RESUMO

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 foram realizados na cidade do Rio de

Janeiro, coroando com êxito uma série de Grandes Eventos ocorridos no período de

2007 a 2014, de repercussão internacional. A Segurança Pública e a Defesa

Nacional destacaram-se como áreas cruciais para que os Grandes Eventos fossem

realizados em ambientes pacífico e seguro. Ao longo desse período, o Ministério da

Defesa e o Exército Brasileiro fizeram investimentos para implantar um Sistema de

Comando e Controle que pudesse aumentar e prover informações para construção,

compartilhamento e manutenção da consciência situacional e que ficasse de legado

para emprego em futuras operações, em especial, nos Jogos Olímpicos e

Paralímpicos Rio 2016. Porém, o legado deixado por esses Grandes Eventos não foi

suficiente para atender às demandas operacionais dos Jogos Olímpicos. Além disso,

o conturbado cenário internacional e as condições políticas e econômicas no Brasil

nos anos de 2015 e 2016, às vésperas do evento, exigiram reavaliação e adequação

dos planejamentos de segurança e da infraestrutura e serviços de Tecnologia da

Informação e Comunicações (TIC) do Sistema de Comando e Controle da

Coordenação Geral de Defesa de Área (SC2CGDA) para redução das ameaças e

impactos à imagem do País. Para isso, foram desenvolvidos projetos para

implantação de novos serviços e recursos de TIC, nova infraestrutura de rede, física

e lógica, e novos processos de governança de TI e de gestão de projetos. Uma das

premissas fundamentais do planejamento do SC2CGDA era que todos os serviços e

infraestruturas se transformassem em efetivo legado para emprego pela Força

Terrestre na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo deste trabalho é conhecer esse

legado, tangível e intangível, deixado pelo CGDA nos Jogos Olímpicos e concluir

sobre sua utilidade e serventia para o CML no emprego futuro em operações de

GLO, interagências, de Forças de Pacificação, de apoio em desastres naturais e, em

especial, durante a Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Rio de

Janeiro.

Palavras-chave: Legado, Comando e Controle, Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio

2016, Grandes Eventos, Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).

ABSTRACT

The Rio 2016 Olympic and Paralympic Games were held in the city of Rio de Janeiro,

successfully crowning a series of Major Events that occurred between 2007 and

2014, with an international repercussion. Public Security and National Defense stood

out as crucial areas for the Major Events to be held in peaceful and safe

environments. Throughout this period, the Ministry of Defense and the Brazilian Army

made investments to implement a Command and Control System that could increase

and provide information for the construction, sharing and maintenance of situational

awareness and that would be the legacy for employment in future operations, in

especially in the Rio 2016 Olympic and Paralympic Games. However, the legacy left

by these Major Events was not enough to satisfy the operational demands of the

Olympic Games. In addition, the troubled international scenario and the political and

economic conditions in Brazil in the years 2015 and 2016, on the eve of the event,

required reassessment and adequacy of the security and infrastructure planning and

information and communication technology (ICT) services of the Command and

Control System of the General Area Defense Coordination (SC2CGDA) to reduce

threats and impacts to the country's image. For this, projects were developed to

implement new ICT services and resources, new network infrastructure, physical and

logic, and new processes of IT governance and project management. One of the

fundamental premises of the SC2CGDA's planning was that all services and

infrastructures would become an effective legacy for employment by the Brazilian

Army in the city of Rio de Janeiro. The objective of this work is to know the tangible

and intangible legacy left by the CGDA at the Olympic Games and to conclude on its

usefulness to the CML in future employment in GLO operations, interagency,

Stabilization Force, support for natural disasters and, especially, during the Federal

Intervention in Public Security of the State of Rio de Janeiro.

Keywords: Legacy, Command and Control, Rio 2016 Summer Olympic and

Paralympic Games, Major Events, Information and Communications Technology

(ICT).

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Histórico dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016............. 38

Figura 2 – Percurso de Revezamento da Tocha Olímpica................................ 41

Figura 3 – Tipos de Venues dos JOP Rio 2016................................................. 43

Figura 4 – Mapa dos Jogos - Clusters............................................................... 43

Figura 5 – Mapa dos Jogos - Principais Venues de Competição....................... 44

Figura 6 – Cidades-sede do futebol................................................................... 44

Figura 7 – Histórico de interseção das Operações de Pacificação com os

Grandes Eventos................................................................................................. 45

Figura 8 – Histórico de incidentes em Jogos Olímpicos.................................... 49

Figura 9 – As ameaças terroristas (cartum)....................................................... 50

Figura 10 – Ilustração dos níveis Surface Web, Deep Web e Dark Web.......... 53

Figura 11 – Governança dos JOP Rio 2016 – Rio de Janeiro........................... 59

Figura 12 – Diagrama do MOC e Venues - Comitê Rio 2016............................ 61

Figura 13 – Diagrama de operação do MOC e Venues.................................... 62

Figura 14 – Atuação integrada........................................................................... 64

Figura 15 – Assessorias Especiais do MD e do MJ........................................... 66

Figura 16 – Órgãos envolvidos na segurança dos JOP Rio 2016.................... 68

Figura 17 – Reunião da COESRIO.................................................................... 69

Figura 18 – Níveis de Coordenação da Segurança dos JOP Rio 2016............. 70

Figura 19 – Estrutura de Governança do Ministério da Justiça......................... 72

Figura 20 – Estrutura de Governança do Ministério da Defesa......................... 73

Figura 21 – Integração do MJ e MD nos Clusters............................................. 74

Figura 22 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA.......................... 75

Figura 23 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA.......................... 76

Figura 24 – Centro de Operações Rio (CORIO)................................................ 77

Figura 25 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) -

Centro de Controle.............................................................................................. 78

Figura 26 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala

de Apoio.............................................................................................................. 78

Figura 27 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala

de Reunião/Sala de Crise................................................................................... 78

Figura 28 – Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICCM/RJ)....... 79

Figura 29 – Atividades do Eixo Defesa Nacional............................................... 81

Figura 30 – Estrutura Organizacional do CGDA................................................ 84

Figura 31 – Estrutura de operação do CGDA - Organização para o combate... 85

Figura 32 – Área de responsabilidade de cada CDS......................................... 88

Figura 33 – Quantidade eventos desportivos por Cluster.................................. 88

Figura 34 – Estrutura Organizacional do CGDA - OMDS.................................. 90

Figura 35 – Estrutura Organizacional do CGDA................................................ 92

Figura 36 – Estrutura de Governança de C2 do EMCFA/MD e CGDA nos

Jogos Olímpicos.................................................................................................. 93

Figura 37 – Estrutura de Governança de Comando e Controle e TIC do

CGDA.................................................................................................................. 94

Figura 38 – Estrutura Organizacional da Gerência Técnica do SC2CGDA....... 97

Figura 39 – Estrutura Organizacional da Gerência Operacional do SC2CGDA. 98

Figura 40 – Princípios de Comando e Controle aplicados nos projetos de TIC. 104

Figura 41 – CC2 Permanentes e CC2 COp......................................................... 110

Figura 42 – Concepção lógica do SC2Ex......................................................... 111

Figura 43 – Áreas do STIC do SC2CGDA......................................................... 115

Figura 44 – Localização do CITEx, CTA e CT................................................... 118

Figura 45 – Rede MPLS de interligação do CITEx, CTA, CT e OM isoladas.... 119

Figura 46 – Diagrama da EBNet e da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro... 120

Figura 47 – Diagrama da Rede MPLS (EBNet)................................................. 120

Figura 48 – Diagrama dos Segmentos Terrestre e Espacial da ROD............... 122

Figura 49 – Diagrama do Segmento Terrestre da ROD..................................... 122

Figura 50 – Terminal Satelital Transportável (TT) do SISCOMIS...................... 123

Figura 51 – Diagrama da Rede Ipê - RNP......................................................... 124

Figura 52 – Diagrama da Rede Ipê empregada pelo SC2CGDA....................... 125

Figura 53 – Diagrama da Rede de Defesa dos JOP Rio 2016.......................... 125

Figura 54 – Diagrama Nacional da Rede de Defesa.......................................... 126

Figura 55 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro -

Brasília................................................................................................................. 127

Figura 56 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro -

Brasília................................................................................................................. 127

Figura 57 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro -

Brasília - São Paulo............................................................................................. 127

Figura 58 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ,

CORIO e MOC.................................................................................................... 128

Figura 59 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ,

CORIO e MOC ................................................................................................... 129

Figura 60 – Diagrama Regional da Rede de Defesa - Interligação Via

Satélite................................................................................................................. 129

Figura 61 – Acesso ao SC2CGDA pelos oficiais de ligação.............................. 130

Figura 62 – Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone

Regional............................................................................................................. 132

Figura 63 – Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone

Regional............................................................................................................. 133

Figura 64 – Site Transceptora do 2º CTA (Vila Militar) da Rede Metropolitana

do Rio de Janeiro................................................................................................ 135

Figura 65 – Sites Sumaré 1 e 2 da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro...... 135

Figura 66 – Site Mendanha da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro............. 136

Figura 67 – Diagrama da infraestrutura da rede subterrânea Embratel – 2º

VTA (Vila Militar).................................................................................................. 137

Figura 68 – Processo de construção da infraestrutura da rede subterrânea 137

Figura 69 – Topologia da Rede COMEP............................................................ 138

Figura 70 – Diagrama de interligação da Rede Metropolitana do Rio de

Janeiro, RNP e Rede COMEP............................................................................ 140

Figura 71 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2..................... 141

Figura 72 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2..................... 141

Figura 73 – Diagrama de interligação do 2o CTA à Internet.............................. 142

Figura 74 – Datacenter Principal do 2o CTA - 19o andar.................................. 144

Figura 75 – Datacenter Secundário do 2o CTA - 2o Andar............................... 144

Figura 76 – Sala de Gerência de Rede do 2o CTA - 2o Andar.......................... 145

Figura 77 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA.......................... 146

Figura 78 – Projeto do novo CC2CDSDeodoro................................................. 146

Figura 79 – Sala do CC2CDSDeodoro.............................................................. 147

Figura 80 – Sala do CC2CDSDeodoro.............................................................. 147

Figura 81 – Sistema Pacificador - Georreferenciamento (versões COp e

Móvel).................................................................................................................. 148

Figura 82 – Sistema Pacificador - Matriz de Sincronização............................... 149

Figura 83 – Sistema Pacificador - Matriz de Relatos......................................... 149

Figura 84 – Diagrama de Servidores do Sistema Pacificador........................... 150

Figura 85 – Sistema de Segurança da Informação do 2o CTA - JOP Rio 2016. 152

Figura 86 – Aeronave do SOA do CAvEx.......................................................... 155

Figura 87 – Aeronave VANT da FAB................................................................. 155

Figura 88 – Imagens geradas pelo SOA e VANT.............................................. 155

Figura 89 – Sistema de Imagem por Balão de Monitoramento.......................... 156

Figura 90 – Imagens geradas pelas lunetas dos caçadores............................. 156

Figura 91 – Imagens geradas pelo Sistema Móvel............................................ 156

Figura 92 – Imagens geradas pelo Sistema do CORIO..................................... 157

Figura 93 – Imagens geradas pelo Sistema do CICC/RJ.................................. 158

Figura 94 – Imagens geradas pela Metrô Rio.................................................... 158

Figura 95 – Imagens geradas pela SuperVia..................................................... 159

Figura 96 – Imagens geradas pela LAMSA....................................................... 159

Figura 97 – Imagens geradas pela ViaRio......................................................... 159

Figura 98 – Diagrama do Backbone do Sistema de Vigilância e

Monitoramento da Vila Militar.............................................................................. 161

Figura 99 – Imagens geradas pelo Sistema da Vila Militar................................ 161

Figura 100 – Terminais rádio veicular, portátil e fixo do SRDT...................... 163

Figura 101 – Diagrama das ERB do SRDT........................................................ 163

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Relação das Variáveis Independentes e Dependente

........................................................................................................................ 31

Quadro 2 – Relação dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016............ 37

Quadro 3 – Comparação JOP Rio 2016 x Copa do Mundo FIFA 2014............. 40

Quadro 4 – Histórico de atentados terroristas em Jogos Olímpicos e

Maratonas............................................................................................................ 50

Quadro 5 – Histórico de atentados terroristas às vésperas dos JOP Rio

2016..................................................................................................................... 51

Quadro 6 – Eixos de Atuação, Executores e Atividades de Segurança

definidas no PESI................................................................................................ 65

Quadro 7 – Quantidade de Venues por CDS..................................................... 88

Quadro 8 – Matriz de Responsabilidades de Gestão do SC2CGDA................. 98

Quadro 9 – Relação de Sites da Rede Metropolitana........................................ 134

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

11o BPE 11o Batalhão de Polícia do Exército

12a Cia Com L (Amv) 12a Companhia de Comunicações Leve (Aeromóvel)

1º BAvEx 1º Batalhão de Aviação do Exército

1o BGE 1o Batalhão de Guerra Eletrônica

1o BOAI 1o Batalhão de Operações de Apoio à Informação

1o Btl DQBRN 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e

Nuclear

1o GAAAe 1o Grupo de Artilharia Antiaérea

20a Cia Com Pqdt 20a Companhia de Comunicações Pára-quedista

2º BAvEx 2º Batalhão de Aviação do Exército

2o CTA 2o Centro de Telemática de Área

2o GAAAe 2o Grupo de Artilharia Antiaérea

4a Cia Com L (Mth) 4a Companhia de Comunicações Leve (Montanha)

4a SCh EME 4a Subchefia do Estado-Maior do Exército

7a Cia Com 7a Companhia de Comunicações

ABIN Agência Brasileira de Inteligência

AEGE/EB Assessoria Especial de Grandes Eventos do EB

AEGE/MD Assessoria Especial de Grandes Eventos do MD

AGLO Autoridade de Governança do Legado Olímpico

AGU Advocacia Geral da União

AJO Assessoria de Jogos Olímpicos

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações

ANSP Academic Network at São Paulo

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres

BAAf Base Aérea dos Afonsos

BAGL Base Aérea do Galeão

BASC Base Aérea de Santa Cruz

Bda O Brigada Olímpica

BEsCom Batalhão Escola de Comunicações

BINFAE Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial

BO Batalhão Olímpico

BRT Bus Rapid Transit

Btl Ap Op Esp Batalhão de Apoio às Operações Especiais

C Op Esp Comando de Operações Especiais

CA³ Coordenação de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias

CAAA Comando de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias

CAC CIBER Comando de Ações Centralizadas de Segurança e Defesa

Cibernética

CAC EXPLO Comando de Ações Centralizadas de Fiscalização de

Explosivos

CAC TERROR Comando de Ações Centralizadas de Prevenção, Repressão

e Combate ao Terrorismo

CAESC Centro de Aplicação de Exercícios de Simulação de Combate

CASS Centro Administrativo São Sebastião

CBMERJ Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas

CC/PR Casa Civil da Presidência da República

CC2 Centro de Comando e Controle

CC² C Op CC2 do Comando Operacional

CC² F Paz CC2 do Contingente Brasileiro em Força de Paz

CC2CDSDeodoro CC2 do Comando de Defesa Setorial Deodoro

CC²MD CC2 do Ministério da Defesa

CCFE Centro de Coordenação de Fiscalização de Explosivos

CCom Centro de Comunicações

CComGEx Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército

CComSEx Centro de Comunicação Social do Exército

CCOp Centro de Coordenação de Operações

CCOp/CGDA Centro de Coordenação de Operações do CGDA

CCPCT Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo

CCPI Centro de Cooperação Policial Internacional

CCSDCiber Centro de Coordenação de Segurança e Defesa Cibernética

CCTI Centro de Coordenação Tática Integrado

CCTIR/EB Centro de Coordenação para o Tratamento de Incidentes de

Rede do EB

CDCiber Centro de Defesa Cibernética

CDS Comando de Defesa Setorial

CDS Centro de Desenvolvimento de Sistemas

CEADEx Centro de Ensino a Distância do Exército

CEDAE Companhia Estadual de Água e Esgoto

CEFET-RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow

da Fonseca

CESI Comitê Executivo de Segurança Integrada

CESIR Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional

CET-Rio Companhia de Engenharia de Tráfego

CFTV Circuito Fechado de Televisão

CGDA Coordenação Geral de Defesa de Área

CGOLIMPÍADAS Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016

Ch EMCj Chefe do Estado-Maior Conjunto

CHOC Chefia de Operações Conjuntas

Cia Com Av Ex Companhia de Comunicações de Aviação do Exército

Cia Com Bda Companhia de Comunicações da 9a Bda Inf Mtz (BEsCom)

Cia Com CML Companhia de Comunicações do CML (BEsCom)

Cia Com DE Companhia de Comunicações da 1a DE (BEsCom)

Cia Com Op Esp Companhia de Comunicações de Operações Especiais

CIANT Centro de Integrado Antiterrorismo

CICC Centro Integrado de Comando e Controle

CICC/RJ Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio

de Janeiro

CICCN Centro Integrado de Comando e Controle Nacional

CICCR Centro Integrado de Comando e Controle Regional

CICCS Centro Integrado de Comando e Controle Setorial

CIE Centro de Inteligência do Exército

CIJ Centro de Inteligência dos Jogos

CIN Centro de Inteligência Nacional

CISI Centro Integrado de Segurança da Instalação

CISM International Military Sports Council

CITEx Centro Integrado de Telemática do Exército

Cmdo 12a Bda Inf L

(Amv)

Comando da 12a Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)

Cmdo 1ª Bda AAAe Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea

Cmdo 1a DE Comando da 1a Divisão de Exército

Cmdo 1o RM Comando da 1ª Região Militar

Cmdo 1o DN Comando do 1o Distrito Naval

Cmdo 4a Bda Inf L

(Mth)

Comando da 4a Brigada de Infantaria Leve (Montanha)

Cmdo AD/1 Comando da Artilharia Divisionária do Comando da 1a DE

Cmdo Av Ex Comando da Aviação do Exército

Cmdo Ba Ap Log Ex Comando da Base de Apoio Logístico do Exército

Cmdo Bda Inf Pqdt Comando da Brigada de Infantaria Pára-quedista

Cmdo Cntz Comando Centralizado

Cmdo GUEs/9a Bda

Inf Mtz

Grupamento de Unidades Escola/9a Brigada de Infantaria

Motorizada

CML Comando Militar do Leste

CMS Comando Militar do Sul

CMT Capacidade Militar Terrestre

CMVM Círculo Militar da Vila Militar

CO Capacidade Operativa

COA Comando de Operações Aéreas

COB Comitê Olímpico Brasileiro

COC/MD Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa

COESRIO Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil

COI Comitê Olímpico Internacional

Com Soc Comunicação Social

COMAE Comando de Operações Aeroespaciais

COMDABRA Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro

COMEP Rede Comunitária de Educação e Pesquisa

Comitê Rio 2106 Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio

2016

ComOpNav Comando de Operações Navais

CONOPS SISMC² Conceito de Operações do SisMC2

Coor Log Coordenador Logístico

COp Centro de Operações

CORIO Centro de Operações da Cidade do Rio de Janeiro

COTER Comando de Operações Terrestres

CPI Comitê Paralímpico Internacional

CPO Conselho Público Olímpico

CPOR Centro de Preparação de Oficiais da Reserva

CT Centro de Telemática

CTA Centro de Telemática de Área

DAAe Defesa Antiaérea

DCT Departamento de Ciência e Tecnologia

DDoS Distributed Denial of Service

DECEA Departamento de Controle do Espaço Aéreo

DEI Dispositivo Explosivo Improvisado

DFNSP Departamento da Força Nacional de Segurança Pública

DPF Departamento de Polícia Federal

DPHCEx Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural do Exército

DPRF Departamento de Polícia Rodoviária Federal

DSIC Diretrizes de Segurança da Informação e Comunicações

Dst Com Soc Destacamento de Comunicação Social

Dst Def AAe Destacamento de Defesa Antiaérea

Dst Def Ciber Rmto Destacamento de Defesa Cibernética Remoto

Dst Intlg Destacamento de Inteligência

DTECEA/PCO Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do

Couto

EB Exército Brasileiro

EBNet Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército

EDACS The Enhanced Digital Access Communication System

EGP – RIO Escritório de Gerenciamento de Projetos da Secretaria de

Estado da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico

ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

EMCFA Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas

EMCj Estado-Maior Conjunto

EOM Empresa Olímpica Municipal da Cidade do Rio de Janeiro

ERB Estação Rádio Base

EsAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

Etta Mi D Estrutura Militar de Defesa

F Coor Escolta Força de Coordenação de Escolta

F Ptç Etta Estrt Força de Proteção de Estruturas Estratégicas

FA Forças Armadas

FAB Força Aérea Brasileira

FAC2FTer Família de Aplicativos de Comando e Controle da FTer

FBI Federal Bureau of Investigation

FDC Forte Duque de Caxias

FGV/IBRE Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas

FIFA Fédération Internationale de Football Association

FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz

FIP Frente Independente Popular

FOCON Força de Contingência

FSJ Forte São João

FTP File Transfer Protocol

GEOLIMPÍADAS Grupo Executivo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de

2016

GLO Garantia da Lei e da Ordem

GMRJ Guarda Municipal do Rio de Janeiro

GPS Global Positioning System

GSI Gabinete de Segurança Institucional

GT Grupo-Tarefa

HCE Hospital Central do Exército

HCmp Hospital de Campanha

IEComElt Instruções para a Exploração das Comunicações e Eletrônica

IIC Infraestrutura de Informação e Comunicações

III COMAR Comando do 3º Comando Aéreo Regional

INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

Insp Sau/CML Inspetoria de Saúde do CML

INTRAER Rede Interna da Força Aérea Brasileira (Corporativa)

IOC International Olympic Committee

IPC International Paralympic Committee

IPS Intrusion Detection System

JOP Rio 2016 Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016

LAN Local Area Network

LDAP Lightweight Directory Access Protocol

MAN Metropolitan Area Network

MB Marinha do Brasil

MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e

Comunicações

MD Ministério da Defesa

MIX Metropolitan Internet Exchage

MJ Ministério da Justiça

MOC Main Operation Centre

MPL Movimento Passe Livre

MPLS Multi-Protocol Label Switching

MPM Ministério Público Militar

MRE Ministério das Relações Exteriores

MTST Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto

NSA National Security Agency

OM Ap C2 / TIC Unidades Militares de Apoio de Comando e Controle e TIC

OMDS Organização Militar Diretamente Subordinada

OMS Organização Militar de Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

OSP Órgão de Segurança Pública

PBC Planejamento Baseado em Capacidades

PC Posto de Comando

PCERJ Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro

PDC Palácio Duque de Caxias

PEAD Polietileno de Alta Densidade

PEECFA Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas

PESI Plano Estratégico de Segurança Integrada

PISOU Plano Integrado de Segurança e Ordenamento Urbano

PMERJ Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

PND Perfuração Não Destrutiva

PND Política Nacional de Defesa

PoP Ponto de Presença

PP Ponto de Presença

PRODERJ Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do

Estado do Rio de Janeiro

PUC-Rio Pontifícia Universidade Católica - Rio de Janeiro

QBRN Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares

QGEx Quartel General do Exército (Brasília)

RAS Regime Adicional de Serviço

RBI Revista Brasileira de Inteligência

RECIM Rede de Comunicações Integradas da Marinha do Brasil

RITEx Rede Integrada de Telecomunicações do Exército

RNP Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

ROD Rede Operacional de Defesa

RPAS Remotely Piloted Aircraft Systems

SAM/CC Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SC-1/EMCFA Subchefia de Comando e Controle do EMCFA/MD

SC2 Sistema de Comando e Controle

SC2CGDA Sistema de Comando e Controle do CGDA

SC2Ex Sistema de Comando e Controle do Exército

SC2FTer Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre

SCCOP Sistema de Comando e Controle Operacional

SDS Sumário Diário de Situação

SEC2Ex Sistema Estratégico de Comando e Controle do Exército

SECOM/PR Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência

da República

SEDEC/RJ Secretaria de Estado de Defesa Civil

SESEG/RJ Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de

Janeiro

SESGE/MJ Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes

Eventos (MJ)

SG/PR Secretaria de Governo da Presidência da República

SICC Sistema Integrado de Comando e Controle da Segurança

Pública para Grandes Eventos

SINPDEC Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil

SISBIN Sistema Brasileiro de Inteligência

SISCAU Sistema de Controle de Acesso de Usuários

SISCOMIS Sistema de Comunicações Militares por Satélite

SisMC² Sistema Militar de Comando e Controle

SisPEECFA Sistemática de Planejamento Estratégico de Emprego

Conjunto das Forças Armadas

SisTEx Sistema de Telemática do Exército

SIX State Internet Exchage

SOA Sistema Olhos de Águia

SRDT Sistema Rádio Digital Troncalizado

STIR/2o CTA Setor de Tratamento de Incidentes de Rede do 2o CTA

TIC Tecnologia da Informação e Comunicações

TOR The Onion Router

TR Estação Transceptora do 2o CTA (Vila Militar)

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

VANT Veículo Aéreo Não Tripulado

VCC Venue Communication Centre

VCh TIC/DCT Vice-Chefia de Tecnologia da Informação e Comunicações

do Departamento de Ciência e Tecnologia

VGM Venue General Manager

VOC Venue Operation Centre

VPN Virtual Private Network

VSCC Venue Security Command Centre

VSM Venue Security Manager

WAN Wide Area Network

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 26

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................... 28

1.2 OBJETIVOS........................................................................................ 29

1.3 HIPÓTESE.......................................................................................... 30

1.4 VARIÁVEIS......................................................................................... 31

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO............................................................. 31

1.6 RELEVÂNCIA DO ESTUDO............................................................... 32

1.7 ORGANIZAÇÃO GERAL DO TRABALHO......................................... 32

2 REFERENCIAL METODOLÓGICO................................................... 34

2.1 TIPO DE PESQUISA.......................................................................... 34

2.2 UNIVERSO E AMOSTRA................................................................... 34

2.3 COLETA DE DADOS.......................................................................... 34

3 GRANDES EVENTOS E OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO

2007 - 2016......................................................................................... 36

3.1 GRANDES EVENTOS NO PERÍODO DE 2007 - 2016...................... 36

3.2 JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS RIO 2016........................... 39

3.3 OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO DE 2007 - 2016...................... 45

4 AMBIENTES INTERNACIONAL E NACIONAL NO PERÍODO 2015

- 2016.................................................................................................. 47

4.1 AMBIENTE INTERNACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016............... 47

4.1.1 Terrorismo Internacional.................................................................. 47

4.1.2 Ambiente Cibernético....................................................................... 51

4.1.3 Segurança Internacional de Saúde................................................. 54

4.1.4 Aeronaves Não Tripuladas (DRONES)............................................ 54

4.1.5 Mídias Sociais................................................................................... 55

4.2 AMBIENTE NACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016.......................... 55

4.2.1 Conjuntura Político-Econômica Brasileira..................................... 55

4.2.2 Criminalidade e Segurança Pública no Rio de Janeiro................. 56

4.2.3 Crise na saúde.................................................................................. 57

4.2.4 Situação Econômica do Comitê Rio 2016...................................... 58

5 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DOS JOP Rio 2016.................... 59

5.1 AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA (APO)....................................... 59

5.2 COMITÊ ORGANIZADOR DOS JOGOS OLÍMPICOS E

PARALÍMPICOS Rio 2016.................................................................. 61

5.3 GOVERNO FEDERAL........................................................................ 63

5.4 PLANO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA DOS JOP Rio 2016....... 64

5.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MJ PARA OS JOP Rio 2016 70

5.6 MARCOS REGULATÓRIOS DE SEGURANÇA E DEFESA.............. 72

5.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MD PARA OS JOP Rio

2016.................................................................................................... 72

5.8 INTEGRAÇÃO CGDA/MD - SESGE/MJ............................................. 74

5.9 CENTROS DE OPERAÇÕES PARA SEGURANÇA E DEFESA

DOS JOGOS....................................................................................... 74

5.9.1 Centro de Coordenação de Operações do CGDA (CCOp/CGDA) 74

5.9.2 Centro de Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de

Janeiro (CORIO)................................................................................ 76

5.9.3 Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio de

Janeiro (CICC)................................................................................... 77

5.10 AGÊNCIAS COMPLEMENTARES..................................................... 79

6 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA COORDENAÇÃO GERAL

DE DEFESA DE ÁREA...................................................................... 81

6.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CGDA................................... 83

6.2 COMPOSIÇÃO DE MEIOS DO CGDA............................................... 85

6.2.1 Organizações Militares Subordinadas ao CGDA........................... 86

6.2.2 Comandos e Centros Conjuntos e Elementos de Apoio.............. 90

7 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DE COMANDO E CONTROLE

DO CGDA........................................................................................... 93

7.1 GERÊNCIA TÉCNICA DO SISTEMA DE COMANDO E

CONTROLE DO CGDA...................................................................... 96

7.2 GERÊNCIA OPERACIONAL DO SISTEMA DE COMANDO E

CONTROLE DO CGDA...................................................................... 97

7.3 MATRIZ DE RESPOSABILIDADES................................................... 98

8 CONCEITOS DE COMANDO E CONTROLE.................................... 100

8.1 FUNDAMENTOS DE COMANDO E CONTROLE.............................. 101

8.1.1 Conceitos Básicos de Comando e Controle.................................. 101

8.1.2 Sistema de Comando e Controle (SC2) e Sistema de Tecnologia

da Informação e Comunicações (STIC).......................................... 102

8.1.3 Consciência Situacional................................................................... 103

8.1.4 Princípios de Comando e Controle................................................. 103

8.1.5 Interoperabilidade de Comando e Controle................................... 107

8.2 SISTEMA MILITAR DE COMANDO E CONTROLE........................... 107

8.2.1 Considerações Iniciais..................................................................... 107

8.2.2 Estrutura Militar de Comando e Controle....................................... 108

8.2.3 Centros de Comando e Controle (CC²)........................................... 109

8.2.4 Centro de Comando e Controle do Ministério da Defesa............. 110

8.3 SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO EXÉRCITO

(SC2Ex)............................................................................................... 111

8.4 CATÁLOGO DE CAPACIDADES DO EXÉRCITO............................. 112

9 INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA......................................... 113

9.1 CONCEPÇÃO DA INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA............ 114

9.2 CATÁLOGO DE SERVIÇOS DO SC2CGDA...................................... 116

9.3 CONECTIVIDADE NACIONAL (WAN)............................................... 118

9.3.1 Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército (EBNet).......... 118

9.3.2 Rede Operacional de Defesa (ROD)................................................ 121

9.3.3 Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).................................. 123

9.4 REDE DE DEFESA............................................................................. 125

9.4.1 Conectividade Nacional da Rede de Defesa.................................. 126

9.4.2 Interligação dos Centros de Comando e Controle do Rio de

Janeiro............................................................................................... 128

9.4.3 Rede Via Satélite da Rede de Defesa.............................................. 129

9.4.4 Acesso ao SC2CGDA pelos Oficiais de Ligação............................ 129

9.5 CONECTIVIDADE REGIONAL (MAN)............................................... 130

9.5.1 Rede Metropolitana do Rio de Janeiro........................................... 130

9.5.2 Estações de Telecomunicações do 2o CTA (Sites)....................... 132

9.5.3 Backbone da Vila Militar................................................................... 136

9.5.4 Rede Comunitária de Educação e Pesquisa (Rede COMEP)........ 138

9.6 CONECTIVIDADE LOCAL DOS CC2 (LAN)....................................... 140

9.7 ACESSO À INTERNET....................................................................... 142

9.7.1 Infraestrutura para Acesso à Internet............................................. 142

9.7.2 Internet Social................................................................................... 142

9.8 DATACENTER PRINCIPAL E SECUNDÁRIO DO 2o CTA................ 143

9.9 SALA DE GERÊNCIA DE REDES DO 2o CTA................................... 144

9.10 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DO CGDA (CCOp/CGDA)....... 145

9.11 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE

COMANDO E CONTROLE DO CDS DEODORO

(CC2CDSDeodoro).............................................................................. 146

9.12 SISTEMA PACIFICADOR................................................................... 148

9.13 INFRAESTRUTURA DO SISTEMA DE SEGURANÇA DA

INFORMAÇÃO DO SC2CGDA........................................................... 150

9.13.1 Infraestrutura do Sistema de Segurança da Informação do 2o

CTA..................................................................................................... 150

9.13.2 Sistema de Cadastro de Usuários (SISCAU).................................. 152

9.14 SISTEMAS DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO. 154

9.14.1 Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Móveis....... 154

9.14.2 Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Fixos.......... 157

9.15 SISTEMA DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO

DA VILA MILITAR............................................................................... 160

9.16 SISTEMA RÁDIO DIGITAL TRONCALIZADO (SRDT)...................... 162

10 CONCLUSÃO..................................................................................... 164

REFERÊNCIAS................................................................................. 168

26

1 INTRODUÇÃO

Em 02 de outubro de 20091, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o

Comitê Paralímpico Internacional (CPI) elegeram a cidade do Rio de Janeiro como

sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos2 de 2016. Os XXXI Jogos Olímpicos da

Era Moderna seriam a primeira edição das Olimpíadas na América do Sul e a

segunda na América Latina, depois da Cidade do México (1968).

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP Rio 2016)3 foram

realizados na cidade do Rio de Janeiro e em mais cinco cidades-sede de futebol

olímpico (São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e Brasília)4, coroando com

êxito uma série de Grandes Eventos realizados no Brasil e, em especial, na cidade

do Rio de Janeiro5.

Os JOP Rio 2016 foram anunciados pela Prefeitura da cidade do Rio de

Janeiro e pelo Comitê Rio 20166 como os "Jogos do Legado"7 e, com o princípio

norteador de que deveriam servir à cidade, impulsionando seu desenvolvimento.

Esse legado, tangível e intangível, seria deixado pelos Jogos na revitalização

urbanística da cidade, em obras de infraestrutura e de transportes, em estádios e

instalações esportivas, na integração sócio-geográfica, na melhoria ambiental, na

melhoria da auto-estima da população e, particularmente, na integração institucional,

na infraestrutura tecnológica e na interoperabilidade dos Sistemas de Tecnologia da

1 Fonte: sítio (website) oficial do International Olympic Committee (IOC) <https://www.olympic.

org/2016-host-city-election>. Acesso em 19 de março de 2018. 2 Neste trabalho será utilizado o termo Paralimpíada/Paralímpicos, conforme previsto no Dicionário

Houaiss e no lançamento da logomarca dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio. Corresponde a uma malformação vocabular que Portugal e o Brasil passaram a usar (no Brasil, oficialmente a partir de 25 de agosto de 2012), a pedido do Comitê Paralímpico Internacional, para seguir o termo inglês paralympiad (paraplegic + olympiad). Fonte: Dicionário Houaiss. 3 Neste trabalho, a expressão "Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016" será abreviada para JOP

Rio 2016 ou simplesmente Jogos ou Jogos Olímpicos. 4 Aproveitamento da infraestrutura construída para a Copa do Mundo FIFA 2014.

5 Este trabalho restringir-se-á às atividades de segurança dos Jogos Olímpicos desenvolvidas na

cidade do Rio de Janeiro, área de atuação do Comando Militar do Leste (CML), visto que a maior parte do evento ocorreu nessa cidade. 6 Comitê Organizador dos Jogos Olímpico e Paralímpicos Rio 2016 (Comitê Rio 2016: Pessoa jurídica sem fins lucrativos, domiciliada no Brasil, constituída com o objetivo de fomentar, desenvolver e viabilizar os requisitos previstos nas garantias firmadas pelo Município do Rio de Janeiro ao CIO, para a realização das Olimpíadas de 2016. Comité International Olympique (CIO): Pessoa jurídica domiciliada no exterior, de duração ilimitada, na forma de associação com personalidade jurídica e reconhecida pelo Conselho Federal Suíço. Artigo 2o, Parágrafos I e IV da Lei no 12.780, de 09 Jan 2013, que dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paralímpicos de 2016; 7 Comitê Rio 2016. Jogos Olímpicos e Legado. Caderno de Políticas Públicas. Rio de Janeiro. p. 3. Disponível em <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4379008/4130519/RIO2016_estudos_PORT .pdf>. Acesso em 19 de março de 2018.

27

Informação e Comunicações (STIC) nas áreas de Segurança Pública e Defesa

Nacional.

O Governo Federal, o estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de

Janeiro, junto com o Comitê Olímpico Brasileiro, assumiram, ao firmarem o Dossiê

de Candidatura8 para sediar os Jogos Olímpicos, a responsabilidade de coordenar o

envolvimento das agências federais, estaduais e municipais na operação de

segurança dos Jogos. A governança foi conduzida pelo Ministério da Defesa (MD),

Ministério da Justiça (MJ), Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

República (GSI/PR) e pelo Comitê Rio 2016, através de ações de segurança

conjuntas, coordenadas e integradas, em três eixos: Segurança Pública, Defesa

Nacional e Inteligência, tendo como base o Plano Estratégico de Segurança

Integrada (PESI)9.

O Ministério da Defesa instituiu um Comando Operacional Conjunto,

denominado Coordenação Geral de Defesa de Área (CGDA)10, responsável pela

execução das ações de segurança no Eixo Defesa Nacional, no Rio de Janeiro. O

Comandante do Exército designou o Comandante Militar do Leste para exercer a

função de Coordenador Geral de Defesa de Área.

No planejamento do Sistema de Comando e Controle do CGDA

(SC2CGDA), foram observados os conturbados ambientes internacional e nacional

às vésperas do evento11. O cenário internacional, assim como as condições políticas

e econômicas no Brasil estavam, à época, significativamente distintos da conjuntura

de outubro de 2009. Portanto, foram necessárias ações para reavaliação e

8 O Dossiê de Candidatura foi elaborado pelo Comitê de Candidatura Rio 2016 e entregue ao COI

durante o processo de escolha da cidade sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. O Dossiê é composto de três volumes e descreve as condições atuais e potenciais do Brasil, e mais especificamente, do Rio de Janeiro, para receber o evento. Disponível em < file:///D:/Download%20CHROME/Dossie%20Candidatura%20Rio%202016%20Volume%201.pdf>. Acesso em 19 de março de 2018. 9 O Plano Estratégico de Segurança Integrada (PESI) foi publicado por intermédio de Portaria

Interministerial no 1.678, de 30 de setembro de 2015, do MD, MJ e GSI/PR. Teve por objetivo estabelecer os princípios orientadores, o conceito de segurança dos Jogos, a missão, a situação, os objetivos estratégicos a serem buscados, as estratégias a serem utilizadas, as metas a serem alcançadas, as ações a serem implementadas, os recursos financeiros a serem aplicados, os eixos de ação e a governança que sirvam de orientação para que os órgãos de segurança pública, defesa nacional e inteligência elaborem seus respectivos planos táticos e operacionais. Disponível em <http://www.lex.com.br/legis_27030141_PORTARIA_INTERMINISTERIAL_N_1678_DE_30_DE_SETEMBRO_DE_2015.aspx>. Acesso em 19 de março de 2018. 10 PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. 2015. p. 7/16. 11 PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência.

28

adequação dos planejamentos para redução das ameaças e impactos à imagem do

País.

O Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2Ex) empregado pelo

Comando Militar do Leste (CML) nos Grandes Eventos e Operações de Garantia da

Lei e da Ordem (GLO) até à época, precisou ser reavaliado, ampliado e adequado.

O estudo de situação considerou a necessidade de implantação de novos

serviços e recursos de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), nova

infraestrutura de rede física e lógica, e novos processos de governança de TI

(Tecnologia da Informação), de forma a aumentar e prover informações ao CGDA

para construção, compartilhamento e manutenção da consciência situacional nos

níveis estratégico, operacional e tático, com relevância, precisão e oportunidade.

Uma das principais premissas do estudo era que todos os serviços e infraestruturas

deveriam se transformar em legado para emprego pelo CML nas futuras operações

interagências e de GLO na cidade do Rio de Janeiro.

O Exército Brasileiro, atento à gestão presente e futura desse legado e dos

demais herdados do Ministério dos Esportes e do Comitê Rio 2016, resolveu

implementar o Plano de Gestão do Legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio

201612 13. Sua finalidade: documentar e orientar o planejamento e a execução das

ações para a gestão do legado deixado pelos Jogos, seja ele tangível ou intangível.

Nesse plano, a atividade de Comando e Controle era uma das áreas temáticas.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Considerando-se o acima exposto, o problema a que se pretende investigar

será assim enunciado:

12 A Portaria nº 232-EME, de 21 de junho de 2016, publicada no Boletim do Exército nº 25/2016, de 24 de junho de 2016, constitui o Grupo e os Subgrupos de Trabalho do Legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP 2016) com a finalidade de coordenar e administrar as ações referentes ao legado dos JOP 2016. Disponível em <file:///D:/Download%20CHROME/be25-16%20(1).pdf>. Acesso em 19 de março de 2018. 13 A Portaria nº 233-EME, de 21 de junho de 2016, publicada no Boletim do Exército nº 25/2016, de 24 de junho de 2016, aprova o Corpo do Plano de Gestão do Legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP 2016), e o respectivo Anexo “A” - Cronograma de Atividades, para o Exército Brasileiro. Disponível em <file:///D:/Download%20CHROME/be25-16%20(1).pdf>. Acesso em 19 de março de 2018.

29

– O legado do Sistema de Comando e Controle utilizado pelo CGDA

nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, deixado ao CML, será de

serventia para emprego futuro em operações interagências e de GLO na cidade

do Rio de Janeiro ?

1.2 OBJETIVOS

Os últimos 11 anos, entre Grandes Eventos e operações de GLO, foram

marcados por um processo de aperfeiçoamento contínuo pelo Ministério da Defesa,

através de seu Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e,

particularmente, na cidade do Rio de Janeiro, pelo CML, em estreita cooperação

multidisciplinar com agências civis e militares nas três esferas de governo (federal,

estadual e municipal), órgãos públicos e privados e empresas nacionais e

estrangeiras.

O emprego do Ministério da Defesa nos Grandes Eventos e nas operações

de GLO na cidade do Rio de Janeiro fez com que a infraestrutura de rede e os

serviços de TIC, integrantes do Sistema Militar de Comando e Controle do MD

(SisMC2) e do Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2Ex), na cidade do

Rio de Janeiro, fossem gradualmente aperfeiçoados e modernizados. De forma que,

quando fosse o momento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, houvesse

um Sistema de Comando e Controle proprietário, confiável, seguro e com alta

disponibilidade, que ficasse como um dos principais legados dos Jogos para

emprego pelo CML, na cidade do Rio de Janeiro.

No entanto, a infraestrutura de rede e os serviços de TIC existentes na área

do CML e legados dos Grandes Eventos anteriores tiveram que ser reavaliados e

ampliados visando atenderem às novas demandas operacionais surgidas às

vésperas dos JOP Rio 2016. Para isso, foi desenvolvida uma série de projetos nas

áreas de TI e telecomunicações para ampliar e modernizar a infraestrutura de rede,

física e lógica, e os serviços de TIC de forma a integrarem o Sistema de Comando e

Controle do CGDA (SC2CGDA).

Os projetos foram concebidos e implantados com o objetivo de deixar um

legado para emprego pelo CML, na cidade do Rio de Janeiro. Esse planejamento

estava diretamente associado à visão estratégica do Exército Brasileiro para gestão

eficiente do legado e cumprimento das orientações emanadas do Órgão de Controle

30

Externo (TCU -Tribunal de Contas da União) e do Ministério Público, para que os

elevados investimentos, efetivamente, se convertessem em legado para as

instituições e para a população.

- OBJETIVO GERAL: conhecer o legado do SC2CGDA nos JOP Rio

2016, identificando a infraestrutura de rede e os sistemas de TIC deixados ao CML

para emprego futuro em operações de GLO, interagências, de Forças de

Pacificação, de apoio em desastres naturais e, em especial, durante a fase de

Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro na área de segurança pública, na

cidade do Rio de Janeiro.

Objetivos específicos a serem detalhados para atingir o objetivo geral:

a. identificar os Grandes Eventos e as grandes operações de GLO

realizadas na cidade do Rio de Janeiro, no período de 2007-2016, que contribuíram

para a formação do SC2Ex na cidade do Rio de Janeiro;

b. identificar as conjunturas internacional e nacional no período de 2015-

2016, que impactaram o planejamento do SC2CGDA;

c. descrever a estrutura de governança dos órgãos dos Governos

Federal, Estadual e Municipal, do Comitê Rio 2016 e da APO (Autoridade Pública

Olímpica) envolvidos na coordenação e segurança dos JOP Rio 2016 para o

planejamento do SC2CGDA;

d. descrever a estrutura organizacional e a composição de meios e de

emprego de tropas da Coordenação Geral de Defesa de Área;

e. descrever a estrutura de governança de comando e controle do CGDA;

f. descrever os conceitos de comando e controle que nortearam o

planejamento, a concepção, a implantação, a operação e a gerência do SC2CGDA; e

g. identificar a infraestrutura de rede, física e lógica, assim como os

serviços de TIC do STIC/SC2CGDA empregados nos JOP Rio 2016, analisando o

que foi deixado de legado ao CML.

1.3 HIPÓTESE

Com base no problema e nos objetivos geral e específicos anteriormente

enunciados, a hipótese deste trabalho será assim formulada:

31

- HIPÓTESE: a infraestrutura de rede e os serviços de TIC, integrantes do

SC2CGDA, contratados e implantados para operação nos JOP Rio 2016, está sendo

útil para o CML nas operações realizadas na cidade do Rio de Janeiro de: GLO,

interagências, de Forças de Pacificação e de apoio em desastres naturais.

1.4 VARIÁVEIS

À luz do problema, dos objetivos geral e específicos e da hipótese

anteriormente estabelecidos, este trabalho, por ser basicamente descritivo, abordará

as variáveis definidas no Quadro 1.

VARIÁVEL DESCRIÇÃO

Independente 1 Os Grandes Eventos e operações de GLO.

Independente 2 A conjuntura internacional e nacional às vésperas dos JOP Rio 2016.

Independente 3 O Sistema de Comando e Controle empregado pelo CGDA nos JOP Rio

2016.

Dependente O legado de Comando e Controle para emprego pelo CML nas futuras

operações de GLO.

Quadro 1 – Relação das Variáveis Independentes e Dependente

Fonte: o autor

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O presente trabalho limitou-se à análise do legado do Sistema de Comando

e Controle do CGDA empregado nos JOP Rio 2016, na cidade do Rio de Janeiro.

Não faz parte do escopo deste trabalho a análise e identificação do legado

dos Sistemas de Comando e Controle empregados:

a. pela Marinha do Brasil (MB) e Força Aérea Brasileira (FAB), na cidade

do Rio de Janeiro, em apoio ao CGDA;

b. pelo MJ, ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), SESEG/RJ

(Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro) e Comitê Rio 2016;

c. pelos cinco CDA (Coordenação de Defesa de Área) responsáveis pela

execução das ações de segurança no Eixo Defesa Nacional, nas cidades-sede do

futebol olímpico; e

d. pelos órgãos de Segurança Pública e Defesa Nacional, no percurso de

revezamento da Tocha Olímpica nos estados da Federação e no Distrito Federal,

exceto pelo CGDA no Rio de Janeiro.

32

1.6 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

O presente trabalho deixará registrado o planejamento e as atividades

desenvolvidas durante os Jogos, além do legado na área de Comando e Controle

para emprego futuro pela Força Terrestre na cidade do Rio de Janeiro.

As operações de GLO realizadas pelo CML começaram a se intensificar a

partir do início da década de 90. Esse espaço de tempo permitiu ganhar expertise e

vocação para esse tipo de operação, assim como compreender que, para

desempenhar essas atividades, deve estar equipado e mobiliado com um Sistema

de Comando e Controle moderno, confiável e proprietário, com as mesmas

características e potencialidades do empregado pelo CGDA nos Jogos Olímpicos.

Tendo em vista que os Jogos ainda são recentes, a bibliografia acadêmica

existente nessa área ainda é incipiente, e muito pouca relacionada aos objetivos

geral e específicos deste trabalho. A maior parte das informações aqui descritas são

provenientes de documentos oficiais, relatórios, projetos técnicos, entrevistas e

palestras ministradas por autoridades e profissionais envolvidos na área.

Assim, este trabalho tem por finalidade documentar um evento ímpar na

história do país e, em especial, do Exército Brasileiro, realizado sob conjunturas

internacional e nacional sui generis, deixando-o como acervo para futuras consultas

acadêmicas.

1.7 ORGANIZAÇÃO GERAL DO TRABALHO

O tema do presente trabalho é amplo, complexo e, para ser estudado, é

necessário analisar os diversos fatores e conjunturas que afetaram o planejamento e

a implantação dos projetos de TIC e de telecomunicações. Os capítulos foram

organizados de forma a abordar cada um desses tópicos, de modo separado, e

seguindo os objetivos específicos acima definidos. O capítulo 2 apresenta o

referencial metodológico adotado para nortear todo o desenvolvimento. O capitulo 3

apresenta os Grandes Eventos e as grandes operações de GLO realizadas na

cidade do Rio de Janeiro, no período de 2007-2016, e os conceitos iniciais de

composição e operação dos JOP Rio 2016. O capítulo 4 descreve os conturbados

ambientes internacional e nacional nos anos de 2015 e 2016, que impactaram o

planejamento estratégico da segurança dos Jogos e do SC2CGDA. O capítulo 5

33

descreve a estrutura de governança dos órgãos dos Governos Federal, Estadual e

Municipal, do Comitê Rio 2016 e da APO envolvidos na coordenação e segurança

dos JOP Rio 2016 para o planejamento do SC2CGDA. O capítulo 6 apresenta a

estrutura organizacional e a composição de meios e de emprego de tropas do

CGDA, importantes para definição da infraestrutura de rede do STIC/SC2CGDA. O

capítulo 7 apresenta a estrutura de governança de TI do SC2CGDA, com a descrição

das atribuições de cada órgão envolvido no comando e controle e da Matriz de

Responsabilidades. O capítulo 8 aborda os fundamentos e conceitos de comando e

controle que nortearam o planejamento, concepção, implantação, operação e

gerência do SC2CGDA. O capítulo 9 descreve a infraestrutura de rede, física e

lógica, e os serviços de TIC integrantes do STIC/SC2CGDA concebidos, projetados e

implementados pelo 2o CTA para análise do legado. Por fim, o capítulo 10 conclui o

presente trabalho, trazendo as considerações finais e análise dos resultados

alcançados.

34

2 REFERENCIAL METODOLÓGICO

Neste capítulo, será apresentada a metodologia utilizada para desenvolver o

trabalho, evidenciando-se os seguintes tópicos: tipo de pesquisa, universo, amostra

e coleta de dados.

2.1 TIPO DE PESQUISA

O trabalho de pesquisa foi desenvolvido com base em pesquisa qualitativa.

Privilegiou relatos, análises de documentos, entrevistas e observação direta do autor

para identificar o Sistema de Comando e Controle empregado pelo CGDA nos JOP

Rio 2016 e analisar o legado para o CML.

Seguindo a taxionomia de Vergara (2009), essa pesquisa foi descritiva,

bibliográfica, documental, explicativa e de campo. Fez parte, também, a observação

direta do autor durante os JOP Rio 2016, para identificação das principais

características e funcionalidades do SC2CGDA e para fundamentação teórica dos

assuntos a serem abordados.

2.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O universo da pesquisa foi constituído pelos militares que trabalharam direta

ou indiretamente com o SC2CGDA nos JOP Rio 2016, incluindo o autor.

A amostra, por sua vez, restringiu-se ao universo dos militares do EB que

trabalharam no SC2CGDA, sendo representada por militares do CML e das

Organizações Militares de Telemática, Comunicações e Cibernética do

Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e da Arma de Comunicações

envolvidas no evento, no Rio de Janeiro.

2.3 COLETA DE DADOS

Iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica na literatura (livros, revistas

especializadas, artigos acadêmicos, rede mundial de computadores, dissertações,

monografias, documentos oficiais, manuais, palestras e relatórios), com o objetivo de

levantar dados e informações pertinentes ao assunto.

35

Foi realizada uma pesquisa de campo com entrevistas semi-estruturadas

com militares do CML e das Organizações Militares de Telemática, Comunicações e

Cibernética.

Paralelamente ao campo, foi conduzida uma pesquisa documental junto ao

CML e às Organizações Militares de Telemática, Comunicações e Cibernética, com

o objetivo de identificar a existência de documentos e relatórios do EB e MD sobre o

assunto.

As conclusões decorrentes das pesquisas bibliográficas, documental e de

campo permitiram analisar o legado do SC2CGDA deixado para emprego pelo CML.

36

3 GRANDES EVENTOS E OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO 2007 - 2016

3.1 GRANDES EVENTOS NO PERÍODO DE 2007 - 2016

Para efeitos do presente trabalho, entende-se como Grande Evento aquele

marcado por três aspectos:

a. repercussão internacional;

b. enquadramento de atividades cuja dimensão e complexidade

exigiram um planejamento amplo e detalhado; e

c. o envolvimento, em sua organização, de diversas esferas de

atividade, tanto governamentais como não governamentais.

Os Grandes Eventos tinham como base diversas áreas de atividades

humanas, tais como: política, diplomática, religiosa e desportiva. Cada uma dessas

áreas indicou a necessidade de uma análise própria para as ações de segurança.

Porém, seja qual for a área, o conjunto deles apresentou características comuns, a

saber (BRASIL, 2015, p. 4-5)14:

a. o âmbito internacional: o Grande Evento envolveu mais de um país e

outros organismos internacionais, fossem eles participantes ou organizadores;

b. a visibilidade: a importância e a dimensão do Grande Evento

atraíram a atenção da mídia internacional, levando à exposição – cada vez maior –

das ações do país organizador;

c. a antecedência: o Grande Evento não foi inopinado; ao contrário, foi

planejado com anos de antecedência;

d. o envolvimento dos três níveis de governo;

e. o envolvimento de todas as áreas de governo;

f. a atuação de serviços de segurança externos;

g. as interferências de organismos não governamentais, nacionais e

internacionais;

h. os compromissos internacionais assumidos pelo país organizador.

14 Participação do Exército na Segurança dos Grandes Eventos - O Legado. Julho de 2007 - Setembro 2016. 1a Edição. 2018. Disponível em <http://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream /1/1130/1/Grandes%20Eventos_ O%20Legado.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018.

37

No Brasil, os Grandes Eventos passaram a ter essa denominação oficial a

partir da publicação do Decreto nº 7.538, de 1º de agosto de 2011, que instituiu a

Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grandes Eventos (SESGE/MJ).

Art 5º. §1º “Para os fins do disposto neste Decreto, consideram-se Grandes Eventos a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio +20, a Copa das Confederações FIFA de 2013, a Copa do Mundo FIFA de 2014 e outros eventos designados pelo Presidente da República”.

Posteriormente, o Decreto nº 7.682, de 28 de fevereiro de 2012, deu a

seguinte redação ao §1º do Artigo 5º do decreto citado no parágrafo anterior:

Art 5º. §1º Para os fins do disposto neste Decreto, consideram-se grandes eventos:

- a Jornada Mundial da Juventude de 2013; - a Copa das Confederações FIFA de 2013; - a Copa do Mundo FIFA de 2014; - os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016; e - outros eventos designados pelo Presidente da República.

O Quadro 2, a seguir, relaciona os Grandes Eventos realizados no período

de 2007 - 2016 e a Figura 1 ilustra o histórico em um eixo temporal.

Evento Ano Cidade de Realização

XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e

III Jogos Parapan-Americanos Rio 2007 2007 Rio de Janeiro

V Jogos Mundiais Militares 2011 2011 Rio de Janeiro

Conferência das Nações Unidas sobre

Desenvolvimento Natural (CNUDN) - Rio+20 2012 Rio de Janeiro

XXVIII Jornada Mundial da Juventude e visita de Sua

Santidade o Papa Francisco 2013 Rio de Janeiro

Copa das Confederações FIFA 2013 2013 Rio de Janeiro e mais

05 cidades-sede

Copa do Mundo FIFA 2014 2014 Rio de Janeiro e mais

11 cidades-sede

Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 2016 Rio de Janeiro e mais

05 cidades-sede

Quadro 2 - Relação dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016

Fonte: o autor, a partir de informações obtidas em sítios eletrônicos do COB (Comitê Olímpico

Brasileiro), Comitê Rio 2016, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ), CISM (International

Military Sports Council), FIFA (Fédération Internationale de Football Association) e ONU

(Organização das Nações Unidas).

38

Figura 1 - Histórico dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016

Fonte: o autor

O ciclo dos Grandes Eventos deixou um legado, tangível e intangível, para o

País e, em especial, para a cidade do Rio de Janeiro, nas seguintes dimensões:

a. política: consolidação de novo modelo de gestão integrada entre os

três níveis de governo do Estado brasileiro, parceiros privados e da sociedade civil;

b. econômica: fomento do crescimento econômico associado à redução

de desigualdades e à criação de empregos via geração de novos negócios, de

produtos e serviços inovadores;

c. social: ampliação dos direitos de cidadania e da qualidade dos

serviços públicos nas áreas de educação, saúde, acessibilidade, segurança e

defesa;

d. sociocultural: valorização da identidade e da auto-estima nacionais

e regionais, nas suas múltiplas e variadas expressões;

e. urbana: projetos estruturantes nas áreas de mobilidade (transporte

público), saneamento e habitação;

f. logística e de infraestrutura: ampliação e modernização de

equipamentos e serviços que permitiram criar um melhor ambiente para a realização

dos eventos, que permaneceram, sobretudo, como benefícios permanentes para a

sociedade após a sua realização;

39

g. esportiva: construção e modernização das instalações que sediaram

os eventos, bem como a ampliação da infraestrutura e das políticas de fomento para

a atividade esportiva em todo o País; e

h. ambiental: a incorporação do princípio da sustentabilidade ao

conjunto de empreendimentos e iniciativas associados aos eventos.

3.2 JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS Rio 2016

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP Rio 2016) foram

realizados na cidade do Rio de Janeiro e em mais cinco cidades-sede de futebol

olímpico.

Períodos de realização dos Jogos:

- Jogos Olímpicos: 5 a 21 de agosto de 2016; e

- Jogos Paralímpicos: 07 a 18 de setembro de 2016.

A complexidade e dimensão dos JOP Rio 2016 podem ser resumidamente

traduzidas nos seguintes números15 16:

a. 15.566 atletas de 207 países, competindo em 65 modalidades

esportivas, sendo 64 na cidade do Rio de Janeiro e uma (futebol olímpico)

descentralizada em mais cinco estados;

b. 302 eventos;

c. 2 delegações especiais: Atletas Olímpicos Independentes e Atletas

Olímpicos Refugiados;

d. 100 dignitários;

e. assistência global estimada em 4,8 bilhões de pessoas;

f. 1,17 milhões de turistas na cidade do Rio de Janeiro, sendo 410 mil

estrangeiros;

g. 4 grandes cerimônias no estádio do Maracanã (2 aberturas e 2

encerramentos);

h. 17.500 pessoas hospedadas na Vila dos Atletas;

15 Fonte: sítios oficiais do International Olympic Committee (IOC) e do International Paralympic Committee (IPC). Disponíveis em <https://www.olympic.org/2016-host-city-election> e <https://www.paralympic.org/rio-2016>. Acesso em 01 de junho de 2018. 16 Rio 2016 Jogos Olímpicos e Legado. Caderno de Políticas Públicas. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. p. 3. Disponível em <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/ 10112/4379008/4130519/RIO2016_estudos_PORT.pdf >. Acesso em 01 de junho de 2018.

40

i. 10.000 membros de delegações e 4.500 oficiais técnicos (árbitros e

assistentes);

j. 25.000 jornalistas;

k. 70.000 voluntários;

l. 8.000 funcionários do Comitê Rio 2016 no período de jogos;

m. 200.000 credenciais de trabalho;

n. 44 eventos-testes (também chamado "Aquece Rio 2016"), em 34

modalidades olímpicas e paralímpicas, realizados entre julho de 2015 e maio de

2016, somente na cidade do Rio de Janeiro, com participação de 7.800 atletas e

cerca de 16.000 voluntários, sendo 04 eventos (classificados como "Major Events")

com emprego de tropas das Forças Armadas, para avaliação dos planejamentos

pelos órgãos envolvidos nos Jogos, teste das áreas de competição e do sistema de

resultados e treinamento das equipes que atuaram nas instalações durante os

Jogos;

o. 32 Venues de competição localizadas em quatro regiões ("Clusters")

da cidade do Rio de Janeiro;

p. 36.000 km percorridos com a Tocha Olímpica pelo País; e

q. 6 cidades-sede para realização das partidas de futebol: Rio de

Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e Brasília.

Os JOP Rio 2016 foram, até o momento, o maior evento esportivo do

planeta. Sua dimensão e complexidade não podem ser comparados com os demais

Grandes Eventos aqui relacionados. Como exemplo, segue, abaixo, uma

comparação com a Copa do Mundo FIFA 2014 (Quadro 3).

JOP Rio 2016 Copa do Mundo FIFA 2014

Países 207 32

Modalidades Esportivas 65 1

Cerimônias 4 2

Dignitários 100 15

Atletas 15.566 736

Quadro 3 - Comparação JOP Rio 2016 x Copa do Mundo FIFA 2014

Fonte: o autor, a partir de informações obtidas nos sítios eletrônicos do IOC, IPC, Comitê

Rio 2016 e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e em palestras do MD/EMCFA e EB.

Como manda a tradição, a Tocha Olímpica foi acesa na cidade de Olympia,

na Grécia, e transportada para o Brasil no dia 3 de maio de 2016. Nesse dia, iniciou

41

um percurso pelo território brasileiro permitindo a nacionalização do evento, o

engajamento da população e a divulgação das cidades para o resto do mundo,

desembarcando no estádio do Maracanã no dia 5 de agosto de 2016, para a

cerimônia de abertura e para dar início aos Jogos.

O revezamento da Tocha Olímpica e o transporte da Chama Olímpica

constituíram-se em particular evento dentro dos Jogos. Os números a seguir17

ilustram a dimensão desse evento e a complexidade no planejamento das

operações de segurança, visto que envolveu cidades de difícil acesso, com

autoridades locais com interesses políticos próprios e conflitantes com os Governos

Federal e Estaduais, e grande quantidade de expectadores e de condutores da

Tocha. A Figura 2 ilustra o trajeto da Chama Olímpica pelo território nacional.

a. envolvimento de cerca de 500 cidades (26 estados e Distrito Federal),

sendo que 300 receberam o revezamento propriamente dito e outras 200 assistiram

à passagem com a chama exposta;

b. 83 cidades-celebração, que foram destino final da Chama Olímpica a

cada dia do revezamento;

c. percurso estimado de 36.000 Km (20.000 Km em viagem por terra e

16.000 Km em aéreo);

d. condução por aproximadamente 12.000 personalidades no Brasil; e

e. 95 dias de percurso no Brasil.

Figura 2 - Percurso de Revezamento da Tocha Olímpica

Fonte: CGDA

Os eventos dos Jogos Olímpicos foram concentrados e realizados em 04

regiões ("Clusters Olímpicos") da cidade do Rio de Janeiro: 17

Fonte: sítios oficiais da APO (Autoridade Pública Olímpica), disponível em <http://www.apo.gov.br>>, e do International Olympic Committee (IOC), disponível em <https://www.olympic.org>>. Acesso em 01 de junho de 2018.

42

- Barra da Tijuca (Complexo Olímpico da Barra);

- Deodoro (Complexo Olímpico de Deodoro);

- Copacabana; e

- Maracanã.

Para efeito de Jogos Olímpicos, define-se o termo Venue como sendo uma

instalação olímpica ou não olímpica. O Comitê Rio 2016 definiu 04 tipos de Venues,

com as seguintes destinações:

a. competição esportiva: arenas, estádios e centros olímpicos;

b. treinamento de atletas: centros esportivos privados e públicos (civis

e militares;

c. suporte: alojamento (atletas, imprensa, árbitros e treinadores),

transporte (aeroportos), segurança, logística, administração e gerenciamento e

centros de controle das Venues, da imprensa e de TIC; e

d. área de não competição: concentração de público, área de

festividades e acessos aos meios de transporte.

Segue abaixo a relação de algumas Venues ou de locais com concentração

de Venues:

a. Complexo Olímpico da Barra: Parque Olímpico, Rio Centro, Vila dos

Atletas, Campo de Golfe, Centro Principal de Mídia (MPC - Main Press Center),

Centro Principal de Operações (MOC - Main Operation Center) e Centro de

Operações Tecnológicas (TOC - Technology Operational Center);

b. Complexo Olímpico de Deodoro: Centro Nacional de Hipismo, Centro

Nacional de Tiro Esportivo, Arena da Juventude, Parque de Pentatlo Moderno,

Centro Olímpico de Mountain Bike, Estádio Olímpico de Canoagem Slalom, Centro

Olímpico de BMX e Centro Olímpico de Hockey;

c. Copacabana: Lagoa Rodrigo de Freitas, Estádio de Copacabana

(praia), Forte Copacabana, Marina da Glória e Parque do Flamengo; e

d. Maracanã: Estádio João Havelange, Estádio do Maracanã, Arena

Maracanãzinho e Sambódromo.

A Figura 3 ilustra os tipos de Venues dos JOP Rio 2016 e as Figuras 4 e 5

contêm o mapa da cidade do Rio de Janeiro com as regiões ("Clusters")

assinaladas.

43

Figura 3 - Tipos de Venues dos JOP Rio 2016

Fonte: Comitê Rio 2016

Figura 4 - Mapa dos Jogos - Clusters

Fonte: Comitê Rio 2016

44

Figura 5 - Mapa dos Jogos - Principais Venues de Competição

Fonte: Comitê Rio 2016

O futebol foi a única modalidade esportiva com competições fora da

cidade do Rio de Janeiro, devido à quantidade de equipes envolvidas na

competição. O Comitê Rio 2016, em acordo com a FIFA, decidiu pela

descentralização das partidas de futebol por mais 05 cidades que foram sedes na

Copa do Mundo FIFA 2014. A Figura 6 ilustra a localização das cidades-sede.

A descentralização das partidas de futebol exigiu o planejamento e ações

integradas de segurança, nos três eixos, pelo MD, MJ, GSI/PR e Comitê Rio 2016,

com a implantação dos CDA (Coordenação de Defesa de Área) nas cidades-sede do

futebol olímpico.

Figura 6 - Cidades-sede do futebol

Fonte: palestra do MD/EMCFA ministrada em audiência pública (09 Dez 15)

45

3.3 OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO DE 2007 - 2016

Concomitantemente aos Grandes Eventos, a cidade do Rio de Janeiro foi

palco de duas operações militares de GLO de grandes proporções com objetivo de

pacificação do Complexo dos Morros do Alemão e Vila Cruzeiro, denominada

Operação Arcanjo, e do Complexo da Maré, denominada Operação São Francisco.

Estas operações, em especial a Operação São Francisco, impactaram

fortemente nas atividades de segurança das Forças Armadas durante a Copa do

Mundo FIFA 2014 e no planejamento de emprego de tropas para os JOP Rio 2016.

O Complexo da Maré está localizado em uma área estratégica para a

circulação viária na cidade, devido a sua proximidade com a Baía da Guanabara e

as grandes vias urbanas: Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela,

importantes para trânsito entre os Clusters e para acesso ao Aeroporto Internacional

do Rio de Janeiro.

Períodos de realização:

- Operação ARCANJO: novembro/2010 a julho/2012; e

- Operação SÃO FRANCISCO: abril/2014 a junho/2015.

A Figura 7 ilustra os Grandes Eventos e as Operações de GLO.

Figura 7 - Histórico de interseção das Operações de Pacificação com os Grandes Eventos

Fonte: o autor

46

Neste capítulo buscou-se apresentar os Grandes Eventos e as Operações

de GLO ocorridos no período de 2007 a 2016. Foram apresentados, também, os

conceitos iniciais de composição e operação dos Jogos Olímpicos, importantes para

a compreensão das estruturas organizacionais dos órgãos envolvidos na segurança

e defesa, da composição de meios, e, principalmente, do planejamento e

implantação das infraestruturas das redes físicas e lógicas das redes e dos sistemas

computacionais componentes do SC2CGDA.

Com os números aqui expostos, tem-se uma visão geral da dimensão e

complexidade do planejamento e gestão das atividades de segurança dos Jogos

Olímpicos, diferenciando-os dos demais Grandes Eventos, e exigindo a implantação

de um SC2 dotado de tecnologias modernas e de processos eficientes para

governança dos serviços de TIC.

47

4 AMBIENTES INTERNACIONAL E NACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016

A concentração de milhares de atletas, turistas, equipes de reportagens e

voluntários, de dezenas de dignitários, e com cobertura massiva, ao vivo, da mídia,

torna qualquer evento, na dimensão dos Jogos Olímpicos, um catalisador de

vantagens e riscos para o país.

Principais cenários de riscos para as operações de segurança dos Jogos

Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (BRASIL, 2016, p.32):

- ações terroristas ou de sabotagem de qualquer natureza;

- ações violentas praticadas durante manifestações sociais;

- criminalidade e violência urbana;

- comprometimento do sistema de mobilidade urbana;

- comprometimento da saúde coletiva;

- comprometimento dos serviços essenciais;

- ataques cibernéticos;

- fenômenos naturais; e

- incidentes e catástrofes.

Não obstante a sua complexidade e dimensão, os JOP Rio 2016 foram

realizados em um período de turbulência e incertezas nas conjunturas internacional

e nacional, diferenciando-o dos demais Grandes Eventos.

Durante os Grandes Eventos houve, também, um acompanhamento mais

presente e sistemático da imprensa e do Ministério Público nas operações militares,

demandando novos procedimentos, novas regras de engajamento e novas diretivas

para o Sistema de Comando e Controle.

4.1 AMBIENTE INTERNACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016

4.1.1 Terrorismo Internacional

Até então, o terrorismo não fazia parte da lista dos muitos flagelos que

atormentavam o Brasil, no entanto a realização dos JOP Rio 2016 tornou o país um

possível palco para a atuação do terror, seja por grupos terroristas organizados ou

ações independentes (BRASIL, 2016, p. 1).

48

O fato é que essa foi a primeira olimpíada coexistente com o "Estado

Islâmico" e os "lobos solitários", tornando real as ameaças terroristas, as sabotagens

às instalações de jogos e às estruturas estratégicas e os ataques não convencionais

envolvendo armas QBRN (Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares).

O agravamento da guerra contra o "Estado Islâmico" aumentou o

ressentimento desse grupo contra países da coligação, os quais possuíam um

considerável número de atletas em suas delegações. O quadro se tornou ainda mais

sensível com a possível participação de europeus que tinham se convertido à

religião islâmica na causa, o que dificultava a identificação de seus integrantes

durante o evento e facilitava uma eventual tentativa de acesso a todas as áreas

olímpicas, inclusive à Vila dos Atletas (BRASIL, 2016, p. 3).

Os chamados "lobos solitários" foram considerados uma grande ameaça às

Olimpíadas pela dificuldade em identificá-los e em reprimir suas ações, e pelo fato

de que várias competições aconteceriam ao mesmo tempo e em locais distintos em

uma mesma cidade, agravando o controle e a segurança.

Cabe destacar que a ameaça terrorista não precisava necessariamente vir

de fora do País. Existia a real possibilidade de cooptação de brasileiros por grupos

terroristas e antissistêmicos, além da associação com o crime organizado local ou a

realização, em território nacional, de ações diversas relacionadas com a sustentação

do terrorismo internacional (BRASIL, 2016, p. 3).

De fato, em julho de 201618, uma ação do Departamento de Polícia Federal

(DPF), denominada Operação Hashtag, desarticulou o que parecia ser o núcleo de um

grupo virtual (via redes sociais), denominado Defensores da Sharia, que defendia,

prometia e planejava atentados no País, em apoio "Estado Islâmico", e que pretendia

formar uma célula terrorista em território nacional, para planejamento e execução de

atentados. Os principais alvos, cogitados em centenas de mensagens trocadas pelos

suspeitos, eram judeus, maometanos de seitas minoritárias e turistas de países que

participariam da Olimpíada.

O grupo cogitava usar armas químicas e contaminar estações de

abastecimento de água no País.

18 Fonte: Departamento de Polícia Federal (DPF). Disponível em <http://www.pf.gov.br/agencia/ noticias/2016/07/pf-investiga-brasileiros-suspeitos-de-terrorismo-no-brasil>. Acesso em 01 de junho de 2018.

49

A PF identificou 65 brasileiros admiradores do "Estado Islâmico" a partir de

informações trocadas com o FBI (Federal Bureau of Investigation) e NSA (National

Security Agency). A justiça brasileira ordenou a prisão preventiva de 12 integrantes do

grupo às vésperas da Olimpíada, com a acusação de crimes de promoção

de organização terrorista e associação criminosa, tornando-se a primeira sentença

no Brasil sob a égide da Lei nº 13.260/2016, que disciplina o crime de terrorismo19.

A história olímpica guarda exemplos trágicos de atentados terroristas. A

Figura 8 ilustra o histórico das recentes Olimpíadas onde ocorreram incidentes

terroristas. O Quadro 4 contém a descrição sucinta dos incidentes em cada evento.

Figura 8 - Histórico de incidentes em Jogos Olímpicos

Fonte: o autor

19 Revista Brasileira de Inteligência (RBI), nº 12. Agência Brasileira de Inteligência. Brasília, DF, dezembro 2017, ISSN 1809 - 2632, p. 7. Disponível em <http://www.abin. gov.br/conteudo/uploads/2017/12/RBI-12-Compactado-1.pdf>. Acesso em 01 de junho de 2018.

50

EVENTO ATENTADOS TERRORISTAS

JOP Munique 1972

Ação do grupo terrorista Palestino "Setembro Negro" ("Black September")

que burlou a vigilância da Vila Olímpica e invadiu o alojamento da

delegação de Israel. 11 membros da delegação israelense e 05 terroristas

mortos.

JOP Seul 1988

A menos de um ano dos jogos, um avião da Korean Airlines explodiu no ar.

A ação teria sido provocada por agentes norte-coreanos. 115 pessoas

mortas.

JOP Barcelona

1992

Grupos terroristas praticaram ações ao longo do ano. O ETA (Euzkadi Ta

Azkatasuna) atacou o fornecimento de energia durante a cerimônia de

abertura dos jogos.

JOP Atlanta 1996 Explosão no Centennial Olympic Park, onde ocorria um show de rock

próximo da Vila Olímpica. 01 pessoa morta e 110 feridas.

JOP Pequim 2008

Os Jogos transcorreram normalmente, mas o terrorismo deu as caras antes

dos Jogos. Faltando quatro dias para o início das competições, houve um

ataque de separatistas muçulmanos, na cidade de Kashgar, na região

chinesa de Xinjiang. 16 pessoas mortas e 16 feridas.

JOP Londres 2012

Em junho de 2005, Londres foi eleita sede dos Jogos Olímpicos de 2012.

Um mês depois, uma série de atentados terroristas colocava a capital sob

alerta. Homens-bomba detonaram bombas no interior do metrô e de ônibus

em horário de pico. 56 pessoas mortas e 784 feridas.

Maratona Boston

2013

Nas proximidades da linha de chegada da tradicional Maratona de Boston,

duas bombas em panelas de pressão explodiram. 03 pessoas mortas e 264

feridas.

Quadro 4 - Histórico de atentados terroristas em Jogos Olímpicos e Maratonas

Fonte: The Global Terrorism Database (GTD)20

, U.S. Department of State (Archive)21

e ESSEx22

Figura 9 - As ameaças terroristas (cartum)

Fonte: palestra CGDA (Ago 2016)

20

Fonte: sítio do The Global Terrorism Database (GTD). Disponível em <http://www.start.umd.edu>. Acesso em 01 de junho de 2018. 21 Fonte: sítio do U.S. Departmentof State. Significant Terrorist Incidents, 1961-2003: A Brief Chronology. Disponível em <https://2001-2009.state.gov/r/pa/ho/pubs/fs/5902.htm>. Acesso em 01 de junho de 2018. 22

ESSEX, S. Platform for Local Political Expression and Resolution (Barcelona 1992), in BAJC, V. (Ed.) Surveilling and Securing the Olympics: From Tokyo 1964 to London 2012 and beyond, Palgrave Macmillan, Basingstoke, pp.218-237. Disponível em <https://core.ac.uk/download/pdf/74389542.pdf>. Acesso em 01 de junho de 2018.

51

A ameaça, representada pelo terrorismo internacional, avultava de

importância à medida que a data de abertura dos JOP Rio 2016 se aproximava.

Como uma espécie de contagem regressiva, a cronologia dos atentados, em todo o

mundo, gerou um ambiente de intensa apreensão nos órgãos de segurança23.

O Quadro 5 relaciona os principais incidentes terrorista ocorridos às

vésperas dos JOP Rio 2016.

Data Período para Início dos

JOP Rio 2016 Atentados Terroristas

14 Nov 15 09 meses Ataques múltiplos no Stade de France e na casa noturna Bataclan, em Paris. 129 pessoas mortas e 350 feridas.

02 Dez 15 08 meses Atentado no Inland Regional Center, na cidade de San Bernardino, nos EUA. 14 mortos e 17 feridos.

22 Mar 16 04 meses Atentado a bomba no aeroporto de Bruxelas. 34 mortos e 200 feridos.

12 Jun 16 55 dias Atirador matou 50 pessoas e feriu outras 53, na boate Pulse, na cidade de Orlando, nos EUA.

28 Jun 16 38 dias Atentado a bomba no aeroporto de Istambul, na Turquia. 36 mortos e 147 feridos.

1oJul 16 35 dias Atentado em Bangladesh. 20 mortos e 30 feridos.

14 Jul 16 21 dias Durante as comemorações nacionais da Queda da Bastilha, um caminhão atropelou 134 pessoas, na cidade francesa de Nice. 84 mortos.

22 Jul 16 13 dias Atentado em um shopping center em Munique, na Alemanha. 10 mortos e 16 feridos.

1oAgo 16

apenas 03 dias da abertura dos JOP Rio 2016

Bomba caseira, semelhante àquela utilizada no atentado da maratona de Boston, explodiu sem deixar vítimas em um shopping center na cidade de Brasília.

Quadro 5 - Histórico de atentados terroristas às vésperas dos JOP Rio 2016

Fonte: VISACRO, A. 2018, p 11.

4.1.2 Ambiente Cibernético

Os incidentes cibernéticos têm ocorrido com regularidade em eventos de

grandes proporções espalhados pelo mundo. Por ocasião da realização dos JOP Rio

2016, a tendência natural era de que se intensificassem, o que requereu a adoção

de medidas preventivas para antepor-se a esses incidentes ou neutralizá-los quando

ocorressem.

Os grupos terroristas ("Al-Qaeda", "Estado Islâmico", ...) utilizavam com

grande habilidade a tecnologia da informação. O ambiente cibernético facilitava

23 VISACRO, A. Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo na Segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Revista Military Review. Primeiro Trimestre 2018, p 11-21.

52

sobremaneira a troca de mensagens entre as possíveis forças adversas para

recrutamento de militantes e ativistas, difusão de propaganda, captação de recursos

(financiamento), treinamento e planejamento de ataques terroristas, utilizando a

infraestrutura da Internet para estabelecer uma plataforma de redes virtuais privadas

criptografadas, com credenciais falsas, para a troca de mensagens e arquivos24.

A Internet possui "dois lados", como bem ilustrado por um iceberg (Figura

10).

A Web em que todas as pessoas navegam (por exemplo Google, Yahoo,

Wikipedia, Youtube, Bing e Facebook) é a única aparentemente existente,

caracterizada na literatura científica por Web Visível, da Superfície (Surface Web)

ou Indexável. Ou seja, é a que todos vêem e utilizam.

Da mesma forma, os conteúdos invisíveis em uma busca podem compor

uma Web Invisível dividida em dois níveis: Deep Web e Dark Web (VIGNOLI, R;

MONTEIRO, S; 2016)25.

Segundo BERGMAN (2001), o mais apropriado seria denominar de Web

Profunda, uma vez que o termo invisível não seria adequado, pois a invisibilidade é

apenas uma questão tecnológica ou mesmo política de indexação dos mecanismos

de busca.

A Dark Web só pode ser acessada utilizando-se ferramentas especializadas,

como um navegador da Web chamado “The Onion Router” (TOR), criado pelo

Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos em meados dos anos 90. O

TOR funciona mascarando a identidade de um usuário fazendo oscilar o local da

conexão. Como está fora da Internet regulamentada e opera em anonimato, a Dark

Web é um local seguro e, portanto, o principal meio para a comunicação de grupos

criminosos, religiosos, extremistas e "hacktivistas".

Estima-se que a Web Surface represente apenas 4% do conteúdo atual da

Internet.

A Figura 10 ilustra o nível Surface Web como sendo a ponta visível de um

iceberg e os níveis Deep Web e Dark Web como sendo a parte não visível. 24

PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Apêndice II ao Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência, p. II-B-2/21; 25 VIGNOLI, R.G.; MONTEIRO, S.D. A Dark Web e seu Conteúdo Informacional. VI SECIN - Seminário em Ciência da Computação, Londrina, PR, agosto 2016. Disponível em <http://www.uel.br/eventos/cinf/ index.php/secin2016/secin2016/paper/viewFile/266/186. Acesso em 20 de julho de 2018.

53

Figura 10 - Ilustração dos níveis Surface Web, Deep Web e Dark Web

Fonte: https://csultimates.net/blog/2017/05/26/what-is-surface-deep-and-dark-web/

Havia o risco de ataques aos STIC dos órgãos envolvidos no evento por

organizações criminosas, terroristas, instituições ou atores estatais, e

principalmente, por grupos "hacktivistas", em especial os grupos26 Anonymous,

HighTech, Fatal Error Crew, Red Eye Crew, Ir4dex e Learners Of Curiosity, com

seus ataques de negação de serviço (DDoS - Distributed Denial of Service), de

phishing e de disseminação de malware e spyware, tudo isso com consequências

imprevisíveis para a segurança, execução dos Jogos e imagem do País.

Os principais órgãos críticos para o desenvolvimento dos Jogos e cujos

STIC tiveram que ser monitorados pelos Sistemas de Defesa Cibernética e

Segurança da Informação:

a. Comitê Rio 2016, com possibilidade de adulteração de resultados e

paralisação de eventos;

b. Comitê Olímpico Brasileiro;

c. Comitê Olímpico Internacional;

d. Comitê Paralímpico Internacional;

e. Instituições e agências de Segurança Pública, Defesa Nacional e

Inteligência, e demais órgãos governamentais envolvidos no evento, nas três esferas

de governo;

f. Empresas públicas e privadas responsáveis por estruturas estratégicas

do País, em especial, na cidade do Rio de Janeiro;

26 PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Apêndice II ao Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência, p. II-B-17/21.

54

g. Empresas de transportes (aeroportos, trens, BRT e metrô); e

h. Empresas do mercado financeiro.

4.1.3 Segurança Internacional de Saúde

O intenso fluxo internacional e a concentração de pessoas (atletas,

dignitários, equipes de reportagem, técnicos e árbitros) de todas as partes do

mundo, inclusive de áreas pandêmicas, na cidade do Rio de Janeiro e nas cinco

cidades-sede de futebol, poderiam tornar crítico o controle sanitário de pessoas

contaminadas com patógenos perigosos (Vírus Ebola ou Gripe Aviária). Uma

pandemia rapidamente ganharia o mundo caso viesse a ocorrer um foco de

transmissão no País, causando pânico entre as comunidades infectadas.

4.1.4 Aeronaves Não Tripuladas (DRONES)

O avanço da tecnologia permitiu a popularização das aeronaves não

tripuladas (DRONE/RPAS - Remotely Piloted Aircraft Systems) de pequeno e médio

portes.

A detecção e interceptação foram fontes constantes de discussão e

preocupação pelos órgãos de segurança. Os drones "portáteis" poderiam carregar

explosivos, venenos e agentes biológicos ou radioativos e sobrevoar áreas restritas

com concentrações de pessoas e equipamentos, tornando-se um risco real de

emprego por organizações e grupos terroristas e pelo crime organizado.

O uso dos drones por empresas (uso corporativo e comercial), pela mídia

(filmagem dos eventos) e por cidadãos comuns (recreação, propaganda ou para foto

e filmagem particular do evento) também preocupava os órgãos de segurança.

Havia risco de quedas das aeronaves em locais densamente ocupados, o que

poderia provocar acidentes e vítimas, com consequentes transtornos para a

organização e segurança do evento.

Na época dos Jogos, não havia uma legislação nacional que regulasse a

operação e intercepção dos drones. A norma referente ao assunto (Regulamento

Brasileiro de Aviação Civil Especial) foi publicada pela Agência Nacional de Aviação

Civil (ANAC) em maio de 2017.

55

4.1.5 Mídias Sociais

O mundo virtual das redes sociais (Facebook, Twitter, Telegram, WhatsApp,

Instagram, YouTube, Messenger, Google+, ...) veio para facilitar de maneira

abrangente o contato entre as pessoas, porém também era fonte de apreensão da

área de segurança. O uso intenso das ferramentas para difusão de notícias,

inclusive, falsas (fake news); o ativismo virtual; a capacidade de disseminação de

ataques cibernéticos; e a possibilidade de comunicação entre as organizações

criminosas terroristas criaram um ambiente de comunicação em tempo real de difícil

controle e monitoramento pelos órgãos de segurança.

Por outro lado, a análise das redes sociais permitiu, também, uma série de

inferências sobre as dinâmicas resultantes das conexões entre os integrantes das

comunidades virtuais, tendo sido útil para agregar valor aos conhecimentos

produzidos pelos órgãos de inteligência durante o evento.

4.2 AMBIENTE NACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016

4.2.1. Conjuntura Político-Econômica Brasileira

Diferentemente do clima político-econômico envolvendo o Brasil na

época da escolha da sede dos Jogos em 2009, onde o País esbanjava esperança,

economia em plena expansão (7a maior do mundo), louvado como um dos BRICS

(grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e com crescimento

de 7,5% em 201027, a conjuntura nacional às vésperas dos Jogos era crítica e

complexa, com forte impacto no planejamento estratégico do CGDA e,

consequentemente, na concepção do seu Sistema de Comando e Controle.

Dentre os principais problemas pode-se destacar:

a. a profunda crise política interna decorrente da votação do impeachment

da Presidenta Dilma Rousseff no Congresso Nacional a menos de três meses do

início dos Jogos. A Presidenta encontrava-se afastada e sendo julgada pelo Senado

Federal;

27 Fonte: sítio oficial do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). Disponível em <http://portalibre.fgv.br>. Acesso em 01 de junho de 2018.

56

b. as ações da Operação Lava-Jato pela Polícia Federal e Ministério

Público Federal, desestabilizando o ambiente político e empresarial, inclusive com

investigações envolvendo Autoridades, empreiteiros e obras olímpicas dos Jogos;

c. as consequências das manifestações populares de junho de 2013, que

se fragmentaram em dezenas de protestos com pautas específicas de diversos

segmentos sociais;

d. a radicalização de grupos políticos e ativistas com ações violentas e

atos de vandalismo, com a participação de manifestantes agindo segundo a tática

“Black Blocs”28. Entre os principais “grupos de pressão” mais atuantes, formados por

indivíduos formalmente não vinculados a partidos políticos e que, via de regra, não

acreditavam na capacidade do sistema político/eleitoral vigente alterar o status quo,

destacavam-se, no Rio de Janeiro, a Frente Independente Popular (FIP) e o

Movimento Passe Livre (MPL), além de oportunistas (saqueadores), simpatizantes e

curiosos;

e. as manifestações provocadas pelos movimentos sociais tradicionais,

em especial, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) na cidade do Rio

de Janeiro;

f. a imensa recessão (retração do PIB em 3,80% em 2015 e 3,60% em

201629 - essa sequência, de dois anos seguidos de baixa, só foi verificada no Brasil

nos anos de 1930 e 1931), desajuste fiscal e aumento do desemprego; e

g. a aguda crise econômica no estado do Rio de Janeiro agravada pela

diminuição dos "royalties" do petróleo e pelos escândalos da Operação Lava-Jato,

com impacto nas áreas de segurança, saúde e transportes.

4.2.2. Criminalidade e Segurança Pública no Rio de Janeiro

A criminalidade pode ser dividida em comum, definida como a prática de

ações criminosas de maneira pontual e aleatória, não decorrente de ação

orquestrada por facções criminosas; e em organizada, cujas atividades são

28

BUDÓ, M. N.; GINDRI, E. T.; LOUREIRO, LEÃO, I. P. Manifestantes ou criminosos? A legitimação discursiva da tática Black Bloc como organização criminosa no jornalismo de revista. DOI: 10.5102/unijus.v27i2.4009; 29 Fonte: sítio oficial do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). Disponível em <http://portalibre.fgv.br>. Acesso em 20 de abril de 2018.

57

praticadas por grupos estruturados divididos nos três eixos básicos: tráfico de

drogas, taxação de serviços em troca de segurança e jogos ilegais.

Os principais alvos da criminalidade comum eram os espectadores e

turistas. A maior preocupação com esse tipo de criminalidade durante os Jogos era

por conta de possíveis arrastões, o que poderia comprometer a imagem da cidade e

do País.

Por outro lado, a crescente atuação das organizações e facções criminosas

do Rio de Janeiro, tais como: Comando Vermelho (CV), Amigos dos Amigos (ADA),

Terceiro Comando Puro (TCP) e Milícias, poderiam também demandar o reforço das

Forças Armadas e dos Órgãos de Segurança Pública (OSP), vindo a impactar nos

planejamentos das estruturas de defesa e de segurança empregadas pelo CGDA e

pela área de Segurança Pública.

A falência parcial dos planos de segurança pública decorrente da grave crise

econômica do estado do Rio de Janeiro e a consequente probabilidade de

assunção, pela Defesa, de atribuições previstas no Eixo de Segurança Pública teve

que ser considerada no planejamento do CGDA.

Havia, também, a expectativa de paralisações, protestos e greves dos

Órgãos de Segurança Pública (OSP) em defesa de seus pleitos. Na cidade do Rio

de Janeiro, destacava-se a insatisfação dos policiais pelo não recebimento dos

adicionais por trabalho nos seus horários de folga (Regime Adicional de Serviço-

RAS), com redução do policiamento ostensivo em diversos pontos da cidade e

consequente aumento dos índices de criminalidade.

4.2.3. Crise na Saúde

A crise sanitária com o avanço incontido de endemias tropicais decorrente

da incapacidade de o governo brasileiro erradicar o mosquito transmissor (Aedes

Aegypti e Aedes Albopictus) da dengue, chikungunyae e zika vírus, gerou apreensão

da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela capacidade de difusão da doença

pelo planeta e à comunidade esportiva mundial. Ameaças de desistência de atletas,

desestímulo de turistas e, inclusive, o possível adiamento dos Jogos, obrigou o

Governo Federal a adotar ações emergenciais para combate ao Aedes Aegypti, com

emprego das Forças Armadas já no período de preparação para os Jogos.

58

4.2.4. Situação Econômica do Comitê Rio 2016

O Comitê Rio 2016, às vésperas do evento, entrou em uma profunda crise

financeira afetando as áreas de segurança das instalações, transporte e visual das

instalações, com consequentes impactos no planejamento do CGDA e no emprego

de tropas.

Havia, inclusive, o risco de mobilização de tropas das Forças Armadas em

missões já programadas, face a dificuldade do Ministério da Justiça (FNSP - Força

Nacional de Segurança Pública) e do Comitê Rio 2016 em substituir a segurança

privada nas instalações olímpicas e não olímpicas (Venues).

Este capítulo teve por objetivo apresentar os conturbados ambientes

internacional e nacional nos anos de 2015 e 2016, impactando fortemente no

planejamento estratégico dos Jogos.

A infraestrutura e os serviços de TIC do SC2Ex, implementados para os

Grandes Eventos até à época, tiveram que ser reavaliados e novas tecnologias e

processos de governança de TI tiveram que ser adotados.

Novos projetos foram desenvolvidos e implementados a partir das demandas

identificadas na elaboração do planejamento estratégico.

59

5 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DOS JOP Rio 2016

A estrutura de governança dos JOP Rio 2016 foi constituída pelo Governo

Federal, pelos Governos Estaduais e Municipais do Rio de Janeiro e das cidades-

sede do futebol, pelo Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 e pela Autoridade

Pública Olímpica.

Neste trabalho será apresentada apenas a estrutura implementada na

cidade do Rio de Janeiro (Figura 11).

A governança tinha como objetivo planejar a realização do evento e

promover tanto a coordenação interagências quanto a tomada de decisão durante a

execução das diversas atividades previstas nos Jogos.

Figura 11 - Governança dos JOP Rio 2016 – Rio de Janeiro

Fonte: o autor

5.1 AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA (APO)

Em 01 de outubro de 2009, o Governo Federal editou a Lei nº 12.03530,

instituindo o chamado Ato Olímpico, no âmbito da administração pública federal. Sua

finalidade era a de assegurar garantias à candidatura da cidade do Rio de Janeiro a

sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 e de estabelecer regras especiais

para a sua realização. A aplicação desta Lei estava condicionada a confirmação da

escolha da referida cidade pelo Comitê Olímpico Internacional.

30 Lei Federal nº 12.035, de 1o de outubro de 2009. Fonte: sítio oficial da Casa Civil da Presidência da República. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12035.htm>. Acesso em 05 de junho de 2018.

60

Com a confirmação da eleição do Rio de Janeiro como sede em 02 de

outubro de 2009, os três entes da federação e o Comitê Rio 2016 estreitaram suas

ações para não só favorecer condições para esta realização como propiciar um

legado após a realização do evento.

Nessa ocasião, ficou clara a necessidade de uma governança eficiente que

coordenasse a integração dos atores e, assim, evitasse a ocorrência de riscos ao

sucesso do evento. O ambiente de colaboração entre vários parceiros e a

multiplicidade de temas exigiria uma estrutura ágil e matricial. Para isso, o Governo

Federal criou, através da Lei Federal nº 12.396, de 21 de março de 2011, a

Autoridade Pública Olímpica (APO), sob a forma de Consórcio Público, ratificando o

Protocolo de Intenções firmado entre a União, o Estado e o Município do Rio de

Janeiro. No âmbito estadual, a ratificação se deu pela Lei nº 5.949 e, na esfera

municipal, pela Lei nº 5.260, ambas de 13 de abril de 2011.

A APO tinha como missão31 coordenar a participação das entidades da

União, do Estado e do Município na preparação e realização dos Jogos, de modo a

assegurar o cumprimento das obrigações assumidas por tais entes federativos

perante o COI, que tinha o Comitê Rio 2016 como seu representante oficial.

A instância máxima da APO era o Conselho Público Olímpico (CPO), órgão

de natureza colegiada e permanente, constituído pelos Chefes dos Poderes

Executivos da União, do Estado do Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro,

ou por representantes por eles designados (cláusula décima - primeira da Lei

Federal nº 12.396, de 21 de março de 2011.

Em 2017, a APO, por meio da Medida Provisória nº 771, de 29 de março de

2017, transformou-se em uma autarquia federal temporária denominada Autoridade

de Governança do Legado Olímpico (AGLO)32, com a missão de planejar a

manutenção e o desenvolvimento sustentável do legado olímpico dos Jogos Rio

2016 como instrumento de progresso esportivo e social brasileiro, em especial das

instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro - RJ.

31

Fonte: Relatório de Atividades da APO. Disponível em <http://www.apo.gov.br/wp-content/uploads /2013/04/relatorio_atividades_20121.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018. 32 Fonte: sítio oficial da Rede Nacional do Esporte. Disponível em <http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/legado/autoridade-de-governanca-do-legado-olimpico-1/conheca-a-aglo>. Acesso em 05 de junho de 2018.

61

5.2 COMITÊ ORGANIZADOR DOS JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS Rio

2016

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016

(Comitê Rio 2016) foi constituído como uma associação de direito privado sem fins

lucrativos, com natureza desportiva, com o objetivo de promover, organizar e

realizar, em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê

Paralímpico Internacional (CPI), os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (Inciso

III, Artigo 2o, da Lei Federal nº 13.284, de 10 de maio de 2016).

O Comitê Rio 2016 foi constituído por cerca de 50 Áreas Funcionais (AF)33,

responsáveis por entregas específicas nas áreas de instalações, esportes,

comunicação, segurança, entre outras. Foram distribuídas em seis grandes grupos:

Administração, Engajamento, Esporte, Comercial, Operações (transportes, saúde,

logística, segurança, TIC, ...) e Infraestrutura (energia, broadcast, overlay, ...).

A Figura 12 apresenta um diagrama simplificado com os setores que foram

diretamente envolvidos na segurança dos Jogos.

Figura 12 - Diagrama do MOC e Venues - Comitê Rio 2016

Fonte: o autor

A Área Funcional de Segurança (AF SEC) foi a responsável pela definição

das políticas e requisitos de segurança para atender a todas as demais áreas

funcionais. Tinha como objetivo garantir um ambiente seguro para todos os clientes

dos Jogos em conjunto com as agências do governo, estabelecendo diretrizes para

a segurança local (Força Nacional de Segurança) atuar em todas as instalações dos

Jogos, fornecendo controle de acesso integrado e proteção coletiva e patrimonial no

33 Fonte: Guia de Estilo Rio 2016 - Versão Janeiro 2015. Disponível em <http:// memoriadasolimpiadas.rb.gov.br/jspui/bitstream/123456789/698/1/Guia%20de%20Estilo%20Rio%202016.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018.

62

perímetro de segurança das instalações. O planejamento de segurança do Comitê

teve como foco as instalações dos Jogos.

O Centro Principal de Operações (MOC - Main Operation Centre) foi o

Centro de Comando e Controle das operações dos Jogos. Nesse Centro, o Comitê

concentrou as informações, a coordenação dos eventos, a prestação de contas, a

tomada de decisões e o apoio às instalações e às áreas funcionais para solução de

problemas que não podiam ou não deveriam ser resolvidos localmente.

O planejamento do Comitê Rio 2016 considerava que a maior parte dos

problemas (97%) teria que ser resolvido localmente. Para isso, as Venues foram

equipadas com uma estrutura para gestão das áreas funcionais e da segurança

local. A Figura 13 apresenta a composição e organização de uma Venue, com os

principais setores envolvidos na gestão da segurança das instalações internas.

Figura 13 - Diagrama de Operação do MOC e Venues

Fonte: Comitê Rio 2016

Legenda:

- Centro de Comando de Segurança da Venue (VSCC - Venue Security Command Centre)

- Centro de Operações da Venue (VOC - Venue Operation Centre)

- Centro de Comunicação da Venue (VCC - Venue Communication Centre)

- Gerente Geral da Instalação (VGM - Venue General Manager)

O Gerente Geral da Instalação (VGM) tinha como atribuições: integrar as

áreas funcionais atuantes na Venue; gerenciar o cronograma de atividades da

instalação; conduzir o processo de resolução de problemas da Venue e entre as

diversas áreas funcionais; ser o interlocutor entre as áreas funcionais e as Agências

de Governo; e assessorar o VSM em todas as questões que envolvessem a

segurança da Venue.

63

O Gerente de Segurança da Instalação (VSM) era o responsável pela área

funcional de segurança dentro da Venue e, possuía, entre outras funções: articular o

relacionamento das áreas funcionais do Comitê Rio 2016 com as Agências Públicas

de Segurança, Defesa, Inteligência e Controle Urbano envolvidas no evento. Além

disso, responsabilizava-se, juntamente com a Força Nacional de Segurança, pela

segurança da força de trabalho, dos espectadores e dos equipamentos da Venue.

5.3 GOVERNO FEDERAL

O Governo Federal, através do Decreto Presidencial de 13 de setembro de

201234, instituiu:

o Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016

(CGOLIMPÍADAS), sob coordenação do Ministério dos Esportes, com a missão de

definir as diretrizes e ações do Governo Federal para a realização dos Jogos; e

o Grupo Executivo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016

(GEOLIMPÍADAS), vinculado ao CGOLIMPÍADAS, com a missão de aprovar e

coordenar as atividades do Governo Federal, referentes aos Jogos Olímpicos,

desenvolvidas por órgãos e entidades da administração pública federal direta e

indireta, ou financiadas com recursos da União35.

Composição do GEOLIMPÍADAS36:

a. Ministério do Esporte;

b. Casa Civil da Presidência da República;

c. Ministério da Defesa;

d. Ministério da Justiça;

e. Ministério da Fazenda;

f. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e

g. Controladoria Geral da União.

34 Decreto Presidencial de 13 de setembro de 2012, que institui o Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Dsn/Dsn13425.htm>. Acesso em 05 de junho de 2018; 35 Fonte: sítio oficial da Rede Nacional do Esporte. Disponível em <http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/legado/geolimpiadas>. Acesso em 05 de junho de 2018. 36

Nomenclatura dos ministérios no período de publicação do PESI (2012).

64

5.4 PLANO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA DOS JOP Rio 2016

A ação integrada para a segurança dos JOP Rio 2016 foi formada por três

eixos: Segurança Pública, Defesa Nacional e Inteligência. Teve como base o Plano

Estratégico de Segurança Integrada (PESI), publicado por intermédio de Portaria

Interministerial no 1.678, de 30 de setembro de 2015, do Ministério da Defesa (MD),

do Ministério da Justiça (MJ) e do Gabinete de Segurança Institucional da

Presidência da República (GSI/PR). (Figura 14)

Figura 14 - Atuação integrada

Fonte: ABIN

Com vistas à realização do evento em ambiente pacífico e seguro, este Plano Estratégico de Segurança Integrada dos Jogos Rio 2016 (PESI) estabelece os princípios orientadores, o conceito de segurança dos Jogos, a missão, a situação, os objetivos estratégicos a serem buscados, as estratégias a serem utilizadas, as metas a serem alcançadas, as ações a serem implementadas, os recursos financeiros a serem aplicados, os eixos de ação e a governança que sirvam de orientação para que os órgãos de segurança pública, defesa nacional e inteligência elaborem seus respectivos planos táticos e operacionais. (BRASIL, 2015) A governança observará a representação dos três níveis de governo e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, tendo como foco a transparência e a fluidez na tomada de decisão de todos os envolvidos na operacionalização dos Jogos, especialmente no que concerne ao fluxo das informações técnicas, táticas e operacionais. (BRASIL, 2015) O Ministério da Justiça e o Ministério da Defesa são responsáveis pela coordenação e integração das ações que viabilizarão a operação de segurança dos Jogos. As atividades de segurança pública e defesa civil serão coordenadas pelo Ministério da Justiça e, quando necessário, poderão contar com a cooperação das Forças Armadas, empregadas na Garantia da Lei e da Ordem. As atividades de Defesa Nacional serão coordenadas pelo Ministério da Defesa, que poderá contar com a cooperação das instituições de Segurança Pública. A ABIN coordenará o SISBIN, integrando e subsidiando os eixos de segurança pública e defesa nacional, cujos respectivos subsistemas serão coordenados pela SESGE e EMCFA.

O Quadro 6 contém as atividades que foram exercidas por cada eixo

(BRASIL, 2015).

65

Eixo de Atuação

Executor Atividades

SEGURANÇA PÚBLICA

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Departamento de Polícia

Federal Departamento de Polícia

Rodoviária Federal Polícias Civis e Militares Corpos de Bombeiros

Militares Guardas Municipais Órgãos de engenharia e

fiscalização de trânsito

1) Segurança de Dignitários e VIPs; 2) Segurança Viária e Controle de Tráfego; 3) Polícia Ostensiva, Preservação da Ordem Pública e Ordenamento Urbano; 4) Defesa Civil; 5) Segurança das instalações; 6) Polícia Judiciária; 7) Polícia Marítima, Aeroportuária e de Fronteiras; 8) Repressão a crimes cibernéticos; 9) Vistorias e contramedidas de explosivos; 10) Cooperação policial internacional; 11) Inteligência; e 12) Enfrentamento ao terrorismo.

DEFESA NACIONAL

MINISTÉRIO DA DEFESA

Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas

Marinha do Brasil Exército Brasileiro Força Aérea Brasileira

- Atividades de Defesa Nacional: 1) Ações aeroespaciais; 2) Ações aeroportuárias; 3) Segurança e Defesa Cibernética; 4) Ações de transporte aéreo logístico; 5) Fiscalização de explosivos; 6) Ações marítimas e fluviais; 7) Emprego de forças de contingência; 8) Defesa QBRN; 9) Enfrentamento ao terrorismo; e 10) Proteção de estruturas estratégicas. - Atividades de Segurança Pública: 1) Defesa Civil, cabendo às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar na forma determinada pela Presidência da República; 2) Segurança viária e controle de tráfego, policiamento ostensivo, preservação da ordem pública e ordenamento urbano na região de Deodoro, por se tratar de área militar; e 3) Segurança de dignitários e VIP's, mediante escolta de batedores.

INTELIGÊNCIA

GABINETE DE SEGURANÇA

INSTITUCIONAL DA

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Agência Brasileira de

Inteligência, sem prejuízo das atividades de inteligência desenvolvidas pelos segmentos de segurança pública e defesa.

1) Produção de conhecimentos; 2) Coordenação do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN); 3) Cooperação internacional; 4) Avaliações de risco; 5) Pesquisa para credenciamento; 6) Segurança da Tecnologia da Informação e Comunicações; 7) Capacitação de representantes dos órgãos de inteligência e de instituições convidadas em matérias de interesse da atividade de inteligência; 8) Emprego de observadores de inteligência; 9) Análise de mídia; e 10) Desenvolvimento de atividades de inteligência relacionadas à prevenção de ameaças terroristas, em articulação com os órgãos integrantes do SISBIN.

Quadro 6 - Eixos de Atuação, Executores e Atividades de Segurança definidas no PESI

Fonte: o autor, com base no PESI (BRASIL, 2015e)

66

As atividades abaixo foram realizadas na forma de operações interagências,

com interação das Forças Armadas com as Agências envolvidas na Segurança

Pública e na Inteligência:

a. Comando e Controle;

b. Enfrentamento ao Terrorismo;

c. Segurança de Dignitários e Família Olímpica (Seg VIP);

d. Polícia Ostensiva;

e. Preservação da ordem pública e ordenamento urbano;

f. Polícia marítima;

g. Defesa civil; e

h. Inteligência.

A atividade de Comando e Controle foi comum a todos os Eixos.

Cada eixo desenvolverá atividades próprias de coordenação, comunicação, COMANDO E CONTROLE para articular e integrar os diversos entes envolvidos com a operação de segurança dos Jogos. (BRASIL, 2015) (GRIFO NOSSO)

O governo brasileiro assumiu, ao firmar o Dossiê de Candidatura para sediar

os Jogos Olímpicos em 2016, a responsabilidade de coordenar o envolvimento das

agências federais, estaduais e municipais na operação de segurança dos Jogos.

Para isso, o MJ e MD criaram uma estrutura de assessorias específicas para

desempenho da governança das atividades de segurança e defesa dos Grandes

Eventos, em especial dos Jogos Olímpicos (Figura 15).

Figura 15 - Assessorias Especiais do MD e do MJ

Fonte: o autor

67

Ministério da Defesa:

Criou a Assessoria Especial de Grandes Eventos (AEGE/MD),

vinculada ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e utilizou o

Centro de Operações Conjuntas (COC) como estrutura para coordenação e

monitoramento das ações das três Forças Armadas.

Exército Brasileiro:

Criou a Assessoria Especial de Grandes Eventos (AEGE/EB),

subordinada à 4a Subchefia do Estado-Maior do Exército (4a SCh EME) e a

Assessoria de Jogos Olímpicos (AJO), ao Comando Militar do Leste (CML).

A AJO foi criada para tratar dos assuntos relativos à participação do Exército

Brasileiro nos JOP Rio 2016 e ser um interlocutor junto às instituições que se

encontravam envolvidas nos Jogos; acompanhar os temas de interesse do Exército,

em especial as construções que atenderiam ao público militar depois dos jogos,

particularmente na região da Vila Militar; e assessorar e planejar a destinação do

legado da participação do Exército nos Jogos Olímpicos na área de

responsabilidade do Comando Militar do Leste (CML).

Ministério da Justiça:

Criou a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes

Eventos (SESGE), o Sistema Integrado de Comando e Controle de Segurança

Pública para Grandes Eventos (SICC) e a Comissão Estadual de Segurança

Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016 (COESRIO).

A COESRIO foi composta por representantes dos seguintes órgãos:

a. Casa Civil da Presidência da República;

b. Ministério da Defesa (MD);

c. Ministério das Relações Exteriores (MRE);

d. Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da

República (SECOM/PR);

e. Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP);

f. Autoridade Pública Olímpica (APO);

g. Agência Brasileira de Inteligência (ABIN);

h. Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ);

68

i. Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ);

j. Corpo de Bombeiros Militar do Estado do RJ (CBMERJ);

k. Guarda Municipal do Rio de Janeiro (GMRJ);

l. Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio);

m. Empresa Olímpica Municipal da Cidade do RJ (EOM).

n. Departamento de Polícia Federal (DPF);

o. Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF); e

p. Departamento da Força Nacional de Segurança Pública

(DFNSP).

A Figura 16 apresenta o diagrama dos órgãos diretamente envolvidos no

planejamento e coordenação das ações de segurança e defesa nos Jogos

Olímpicos, nos níveis Federal, Estadual e Municipal.

Figura 16 - Órgãos envolvidos na Segurança dos JOP Rio 2016

Fonte: o autor

A Figura 17 apresenta uma foto da reunião da COESRIO no CICC/RJ com a

participação dos representantes dos órgãos envolvidos.

69

Figura 17 - Reunião da COESRIO

Fonte: Palestra da SESGE37

O PESI propôs a criação de 02 Comitês, por meio de instrumento legal, com

o propósito de orientar e facilitar a integração das estruturas de Segurança Pública,

Defesa Nacional e Inteligência para os Jogos Rio2016, criando sinergia de esforços

dos três eixos, respeitadas as cadeias de comando das Instituições:

a. Comitê Executivo de Segurança Integrada (CESI), composto

pelos representantes da Casa Civil da Presidência da República38, do Ministério

da Justiça, do Ministério da Defesa, da Secretaria de Governo da Presidência da

República e dos Estados e Municípios do Rio de Janeiro e das cidades-sede do

futebol, assessorado pelo Comitê Rio 2016 quando necessário. Os trabalhos do

CESI serão coordenados pela Casa Civil da Presidência da República na fase de

planejamento e pelo MJ na fase de execução; e

b. Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional (CESIR),

composto pelos representantes da Secretaria de Estado de Segurança, da

Secretaria de Estado de Defesa Civil, do Município do Rio de Janeiro, do

Ministério da Justiça, do CGDA e pelo Superintendente Estadual da ABIN,

assessorado pelo Comitê Rio 2016 quando necessário

37

Palestra da SESGE - Segurança para os Jogos Rio 2016, ministrada pelo Delegado da PF Andrei Augusto Passos Rodrigues. Disponível em <http://www2.camara.leg. br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/credn/audiencias-publicas/2016/AndreiAugustoPassos RodriguesSecretrioExtraordinriodeSeguranaparaGrandesEventosMinistriodaJustia.pdf>. Acesso em 20 de julho de 2018. 38

O GSI/PR fora extinto em outubro de 2015 pela então Presidente Dilma Rousseff, de forma que algumas de suas responsabilidades referentes ao planejamento do eixo de Inteligência dos JOP Rio 2016, originalmente estabelecidas no PESI Rio 2016, passaram à época para a Casa Civil da Presidência da República. Em 12 de maio de 2017, entretanto, o GSI-PR foi recriado com a assunção de Michel Temer à Presidência da República;

70

O planejamento e coordenação das ações de segurança foram realizadas

por órgãos nos níveis Político, Estratégico, Operacional e Tático (Figura 18).

Figura 18 - Níveis de Coordenação da Segurança dos JOP Rio 2016

Fonte: palestra EMCFA/MD

a. Nível Político: exercido pelo Conselho Público Olímpico (CPO);

b. Nível Estratégico39: exercido pelo CESI, em âmbito nacional;

c. Nível Operacional40: exercido pelo CESIR, em âmbito regional; e

d. Nível Tático: exercido pelos Coordenadores Locais (CGDA) e pelas

forças-tarefas da Secretaria de Estado de Segurança, da Secretaria de Estado de

Defesa Civil, do Município do Rio de Janeiro, do Ministério da Justiça e da ABIN.

A Resolução Conjunta CESIR/RJ Nº 01, de 19 de maio de 2016, aprovou a

Norma Geral de Funcionamento do CESIR/RJ41, a fim de normatizar o seu

funcionamento, rotinas do Comitê e definir que funcionariam na Sala de Crise do

Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro (CICC/RJ).

5.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MJ PARA OS JOP Rio 2016

A Portaria no 269/MJ/SESGE, de 30 de junho de 2016, do Ministério da

Justiça, constituiu o Sistema Integrado de Comando e Controle da Segurança

Pública para Grandes Eventos (SICC). O SICC era um conjunto de atividades de

39 Fonte: PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência; 40

Fonte: PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência. Havia um CESIR para cada cidade-sede do futebol. 41 Fonte: Resolução Conjunta CESIR/RJ Nº 01, de 19 de maio de 2016. Disponível em <https://seguro.mprj.mp.br/documents/10227/16308916/resolucao_conjunta_cesir_rj_n_01_de_19_de_maio_de_2016.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018.

71

planejamento, coordenação, execução, acompanhamento e avaliação, estruturado

em Centros Integrados de Comando e Controle e de Cooperação Policial

Internacional e Antiterrorismo, que buscava promover a atuação integrada dos

órgãos durante a Operação de Segurança Pública dos Jogos Rio 2016.

O SICC foi configurado com a seguinte estrutura (Figura 19):

a. Um Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN),

localizado em Brasília/DF;

b. Um Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), localizado

em Brasília/DF, com projeção no Rio de Janeiro/RJ;

c. Um Centro de Integrado Antiterrorismo (CIANT), localizado em

Brasília/DF, com projeção no Rio de Janeiro/RJ;

d. Seis Centros Integrados de Comando e Controle Regionais (CICCR),

localizados nas cidades de Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Manaus/AM, Rio de

Janeiro/RJ, Salvador/BA e São Paulo/SP;

e. Quatro Centros Integrados de Comando e Controle Setoriais (CICCS)

na cidade do Rio de Janeiro, nas regiões da Barra, Copacabana, Deodoro e

Maracanã; e

f. Trinta e cinco Centros Integrados de Segurança da Instalação (CISI),

assim distribuídos: vinte na Região da Barra, quatro na região de Copacabana, sete

na região de Deodoro e quatro na região do Maracanã.

O CICCN foi o centro de nível estratégico que coordenou e acompanhou as

operações de segurança durante os Jogos Rio 2016, em âmbito nacional, integrando

as atividades desenvolvidas pelo CCPI, CIANT e pelos CICCR.

72

Figura 19 - Estrutura de Governança do Ministério da Justiça

Fonte: o autor

5.6 MARCOS REGULATÓRIOS DE SEGURANÇA E DEFESA

A partir do Plano Estratégico de Segurança Integrada (PESI), foram

elaborados os seguintes documentos pelo Ministério da Defesa, Ministério da

Justiça, GSI/PR e Comitê Rio 2016:

a. Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas

(PEECFA), pelo EMCFA, MB, EB e FAB; e

b. 54 Planos Integrados de Segurança e Ordenamento Urbano

(PISOU), pelos órgãos de segurança, defesa e inteligência e pelo Comitê Rio 2016,

sendo um plano para cada instalação (Venues).

5.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MD PARA OS JOP Rio 2016

A Portaria Normativa no 232/MD, de 30 de janeiro de 2015, definiu a

seguinte estrutura de governança para o Eixo de Defesa Nacional, subordinada

diretamente ao EMCFA (BRASIL, 2015).

a. CGDA: Coordenação Geral de Defesa de Área, responsável pelas

ações no Rio de Janeiro, formado por um Comando Conjunto, sob a coordenação do

Ministério da Defesa, que reuniu militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea.

73

O CGDA foi composto por 04 (quatro) Comandos de Defesa Setoriais (CDS) para

atuação nas regiões de Deodoro, Maracanã, Copacabana e Barra;

b. CDA (05): Coordenação de Defesa de Área, responsável pelas ações

na cidade-sede do futebol olímpico (São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e

Brasília);

c. CAC CIBER: Comando de Ações Centralizadas de Segurança e

Defesa Cibernética (Centro de Coordenação de Segurança e Defesa Cibernética

(CCSDCiber));

d. CAC TERROR: Comando de Ações Centralizadas de Prevenção,

Repressão e Combate ao Terrorismo (Comando Conjunto da Prevenção e Combate

ao Terrorismo (CCPCT));

e. CAC EXPLO: Comando de Ações Centralizadas de Fiscalização de

Explosivos (Centro de Coordenação de Fiscalização de Explosivos (CCFE)); e

f. CAAA: Comando de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias

(Coordenação de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias (CA³)).

A Figura 20 apresenta o organograma do MD/EMCFA definido pelo Plano

Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA) para os JOP Rio

2016.

Figura 20 - Estrutura de Governança do Ministério da Defesa

Fonte: o autor

74

A análise do Sistema de Comando e Controle será restrita ao CGDA e aos

Destacamentos dos Comando de Ações Centralizadas que o apoiaram no Rio de

Janeiro, de forma que os SC2 dos CDA e do CAAA não fazem parte do escopo deste

trabalho.

5.8 INTEGRAÇÃO CGDA/MD - SESGE/MJ

Às vésperas do início dos Jogos, a SESGE/MJ, por motivos financeiros,

solicitou ao Ministério da Defesa a possibilidade de compartilhamento das

instalações físicas das salas de operações dos Comandos de Defesa Setoriais.

Após estudo, decidiu-se pela viabilidade de compartilhamento nos Clusters da Barra

da Tijuca e Deodoro (Figura 21).

Não houve compartilhamento das infraestruturas físicas e lógicas dos

Sistemas de Comando e Controle dos órgãos.

O compartilhamento das instalações e operação conjunta do Centro

Integrado Setorial com o Comando de Defesa Setorial agilizou sobremaneira os

contatos e a tomada de decisão por ambos os órgãos.

Figura 21 – Integração do MJ e MD nos Clusters

Fonte: o autor

5.9 CENTROS DE OPERAÇÕES PARA SEGURANÇA E DEFESA DOS JOGOS

5.9.1. Centro de Coordenação de Operações do CGDA (CCOp/CGDA)

75

O Exército Brasileiro teve que conceber e implementar um novo Centro de

Coordenação de Operações (CCOp) para atender às novas demandas operacionais

e à ampliação das agências e dos órgãos que se relacionariam com o CGDA.

A nova sala foi equipada com modernos Sistemas de Tecnologia da

Informação e de Segurança da Informação. Foram instalados equipamentos

computacionais com alta capacidade de transmissão e processamento de vídeo,

dados e voz, permitindo a operação segura, confiável e com alta disponibilidade dos

Sistemas de C2 e a recepção das imagens externas em tempo real. O CGDA teve

ganho e foi provido de informações para construção, compartilhamento e

manutenção da consciência situacional nos níveis estratégico, operacional e tático,

com relevância, precisão e oportunidade.

O Centro de Coordenação de Operações do CGDA (CCOp/CGDA) foi

interconectado em alta velocidade e com infraestrutura redundante ao Centro de

Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO), ao Centro de

Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro (CICC) e ao Centro de Operações

Principal do Comitê Rio 2016 (MOC).

As Figuras 22 e 23 apresentam a Sala do CCOp/CGDA, localizada no 9o

andar do Palácio Duque de Caxias (PDC), no Rio de Janeiro.

Figura 22 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA

Fonte: 2o CTA

76

Figura 23 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA

Fonte: Revista Verde Oliva, Ano XLIII, Nº 235, Especial, Dezembro 2016. p 8.

5.9.2 Centro de Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO)

O Centro de Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO)

funcionou como uma central de integração das operações urbanas no município.

Cerca de 30 órgãos (secretarias municipais e concessionárias de serviços públicos)

foram integrados no local a fim de monitorar a operação da cidade e minimizar seus

impactos na rotina do cidadão e durante a realização dos Jogos.

O CORIO gerenciou cerca de 800 câmeras da prefeitura Também teve

acesso a outras 700 gerenciadas por concessionárias de serviços públicos e pela

Secretaria Estadual de Segurança Pública.

A Figura 24 apresenta a sala do Centro de Operações, cujo prédio está

localizado no bairro Cidade Nova, região central da cidade do Rio de Janeiro.

77

Figura 24 – Centro de Operações Rio (CORIO)

Fonte: sítio https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2016/07/como-funciona-o-centro-de-

operacoes-rio-o-cerebro-das-olimpiadas-de-2016.html

5.9.3 Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro

(CICC)

O CICC operou como Centro Integrado de Comando e Controle Regional

(CICCR/RJ) da SESGE/MJ, durante os Jogos, e foi sede do CESIR e do COESRIO.

O CICC também abrigou a central de atendimento do 190 da Polícia Militar;

o Centro de Controle Operacional da Polícia Militar (que despacha as viaturas e

efetivos para as ocorrências); a central de atendimento 192 do Serviço de

Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); a central de atendimento do 193 do Corpo

de Bombeiros, além de representantes de instituições dos Governos Federal,

Estadual e Municipal.

Para o CICC convergiram todas as informações e imagens de mais de 5.000

câmeras, entre as instaladas pela Secretaria e as instaladas nas arenas olímpicas,

que foram essenciais para a tomada de decisões durante os Jogos.

As Figuras 25, 26 e 27 apresentam a Sala do Centro de Controle

(Videowall), de Apoio Operacional e de Crise/Reunião do CICC/RJ, cujo prédio está,

também, localizado no bairro Cidade Nova, centro da cidade do Rio de Janeiro. A

Figura 28 ilustra o Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICCM/RJ).

78

Figura 25 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Centro de Controle

Fonte: sítio http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/governo-do-rio-de-janeiro-inaugura-centro-de-

comando-e-controle

Figura 26 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala de Apoio

Fonte: sítio https://twitter.com/sesge_mj

Figura 27 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala de Reunião /

Sala de Crise

Fonte: sítio https://twitter.com/sesge_mj

79

Figura 28 – Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICCM/RJ)

Fonte: site http://g1.globo.com

5.10 AGÊNCIAS COMPLEMENTARES

Os Jogos Olímpicos foram uma grande operação interagências envolvendo

instituições nas três esferas de governo, autarquias e empresas públicas e privadas.

No caso do Rio de Janeiro, além das instituições públicas (federais,

estaduais e municipais) e privadas mencionadas anteriormente, o CGDA relacionou-

se também com os seguintes órgãos e empresas:

a. Centro de Operações da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO);

b. Centro de Comando e Controle do Estado do RJ (CICC);

c. Advocacia Geral da União (AGU);

d. Ministério Público Militar (MPM);

e. Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL);

f. Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);

g. Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO);

h. Aeroporto Internacional do Galeão (INFRAMÉRICA);

i. Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRÁS);

j. Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS);

k. Companhia FURNAS;

l. Companhia Energética LIGHT;

m. Companhia Estadual de Água e Esgoto (CEDAE);

n. Operadora de Telecomunicações EMBRATEL;

o. Operadora de Telecomunicações Oi;

p. Rede Nacional de Ensino e Pesquisa do Ministério da Ciência,

Tecnologia, Inovações e Comunicações (RNP/MCTIC);

q. Consórcio BRT (Bus Rapid Transit);

80

r. Empresa de Trens Urbanos (SUPERVIA);

s. Concessionária de Metrô (METRÔ RIO);

t. Concessionária LINHA AMARELA (LAMSA); e

u. Concessionária TRANSOLÍMPICA (VIARIO).

Neste capítulo buscou-se apresentar a estrutura de governança dos órgãos

dos Governos Federal, Estadual e Municipal, do Comitê Rio 2016 e da APO

envolvidos na coordenação e segurança dos Jogos Olímpicos, importante para o

planejamento e implantação das infraestruturas físicas e lógicas das redes e

sistemas computacionais componentes do SC2CGDA.

O SC2CGDA foi concebido e configurado para permitir e assegurar a

interconexão e troca de informações com os órgãos e instituições aqui descritos e

com os Centros de Operações e Centros de Comando e Controle do Estado e do

Município do Rio de Janeiro e do Comitê Rio 2016.

81

6 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA COORDENAÇÃO GERAL DE DEFESA

DE ÁREA

O CGDA foi planejado para atuar nas atividades estabelecidas no PESI e no

PEECFA, com ações conjuntas, coordenadas e integradas de todas as agências

envolvidas com a segurança dos Jogos, realizadas a partir dos três grandes eixos de

atuação: Segurança Pública, Defesa Nacional e Inteligência, nas dimensões aérea,

marítima, terrestre e informacional.

No PESI ficou definido que o Eixo de Defesa seria também composto por

atividades típicas de Segurança Pública42 (Figura 29), a saber:

a. Segurança Viária, Controle de Tráfego, Policiamento Ostensivo,

e Preservação da Ordem Pública no setor de Deodoro, por se tratar de área militar;

b. Defesa Civil, cabendo às Forças Armadas, como atribuição

subsidiária geral, cooperar com a Defesa Civil Nacional (Sistema Nacional de

Proteção e Defesa Civil - SINPDEC), na forma determinada pela Presidente da

República; e

c. Segurança de Dignitários e VIPs (Very Important Person).

Figura 29 – Atividades do Eixo Defesa Nacional

Fonte: o autor

Segue abaixo a relação das ações43 necessárias para atendimento dos

objetivos e para alcance das metas definidas no PESI e que foram

consubstanciadas nos Planos Operacionais e Táticos desenvolvidos pelo CGDA, em

sua área de atuação:

42

Fonte: Plano Estratégico de Segurança Integrada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (PESI), 2015, Item 12.1. 43 Fonte: Plano Estratégico de Segurança Integrada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (PESI), 2015, Item 12.2.d.

82

a. Ações Aeroespaciais: defesa aeroespacial, vigilância e controle do

espaço aéreo;

b. Ações Marítimas e Fluviais: defesa marítima e fluvial; provimento

de segurança da navegação aquaviária e da salvaguarda da vida humana no mar; e

fiscalização do cumprimento das leis e regulamentos no mar e águas interiores;

c. Segurança e Defesa Cibernética: proteção dos ativos de

informação, bem como dos Sistemas de Tecnologia de Informação e Comunicações

(STIC) que sustentavam as estruturas organizadas para coordenar as ações de

Segurança e Defesa Cibernética contra ameaças cibernéticas advindas dos

ambientes interno e externo;

d. Ações de Transporte Aéreo Logístico: apoio logístico para

deslocamento de pessoal e material de interesse para as operações militares ou

para possíveis ações governamentais;

e. Fiscalização de Explosivos: fiscalização de explosivos e produtos

correlatos;

f. QBRN: prevenção, defesa, contramedidas e gerenciamento de

consequências relacionadas às ameaças química, biológica, radiológica e nuclear,

contribuindo com o apoio de saúde e proteção à população, bens, estruturas

estratégicas e outros recursos;

g. Proteção de Estruturas Estratégicas: ações para monitorar, vigiar

ou proteger as estruturas estratégicas, garantindo a capacidade de proporcionar o

funcionamento ininterrupto dos serviços prestados;

- Em 26 de março de 2013, o MD emitiu um documento

denominado "Orientações Complementares Específicas para a Defesa de Estruturas

Estratégicas na Copa das Confederações". A ação “Defesa de Estruturas

Estratégicas” havia sido anunciada em janeiro de 2012, tendo sido, na ocasião,

denominada “Segurança Estratégica da Infraestrutura Crítica” (BRASIL, 2015, p.21).

- O documento acima definia “Estrutura Estratégica” como:

infraestrutura crítica (instalação, bem ou serviço essencial) cuja interrupção ou

destruição total ou parcial constituiria potencial lesão à imagem do País no contexto

da realização dos Jogos Olímpicos, como, por exemplo: linhas de transmissão de

energia, subestações elétricas, sistemas de abastecimento de água, refinarias, Usina

Nuclear de Angra, etc;

83

h. Emprego de Forças de Contingência: utilização das Forças

Armadas para os casos de insuficiência, inexistência ou indisponibilidade dos meios

de segurança pública ou de seus próprios efetivos, conforme amparo legal;

i. Enfrentamento ao Terrorismo: conjunto de ações de defesa que

visavam prevenir e combater ações terroristas e assemelhadas. No campo da

prevenção, desenvolveram-se atividades de inteligência de defesa e antiterrorismo

que tinham por finalidade prevenir e/ou dissuadir um ato terrorista. No campo do

combate, além da inteligência de defesa, desenvolveram-se atividades ofensivas de

caráter repressivo, que visavam dissuadir, impedir e responder os atos terroristas;

j. Ações Aeroportuárias: tarefas de receptivo nas bases aéreas ou

em aeroportos civis mediante ordem;

k. Segurança Viária e Controle de Tráfego na região de Deodoro, por

se tratar de área militar: ordenamento, fiscalização e patrulhamento do trânsito

urbano e policiamento de rodovias;

l. Defesa Civil: contribuição subsidiária geral, cooperando na forma

determinada pelo Presidente da República;

m. Policiamento Ostensivo, Preservação da Ordem Pública e

Ordenamento Urbano na região de Deodoro, por se tratar de área militar:

atividades exercidas pelas forças de segurança e dos sistemas de prevenção e

repressão qualificada dos crimes ilícitos relacionados aos Jogos; e

n. Segurança de Dignitários e VIPs: atividades ostensivas e veladas

que foram exercidas pelo CGDA para proteção das autoridades ou Pessoas Muito

Importantes (Very Important Person - VIP), conforme definição feita pelos órgãos

competentes.

6.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CGDA

O emprego do CGDA foi conduzido sob coordenação do EMCFA, com o

apoio das Forças Singulares, dos governos estadual e municipal, dos órgãos e das

agências, segundo o previsto nos Artigos 16 a 18 da Lei Complementar nº

97/199944, por meio da realização de operações de não guerra e interagências, nas

44 Lei Complementar nº 97/1999, de 09 de junho de 1999: Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.

84

quais foram priorizados os aspectos da Segurança nas dimensões marítima, aérea,

terrestre e informacional (GÓES, 2017, p. 82).

O PEECFA definiu como atribuições para o CGDA o planejamento, a

coordenação e a execução das operações militares em sua área de

responsabilidade, de forma a contribuir com a obtenção dos objetivos políticos e

estratégicos estabelecidos no PESI e atuar como Coordenador Geral nas atividades

interagências na cidade do Rio de Janeiro (BRASIL, 2016, p. 10).

O Comandante Militar do Leste foi designado pelo Comandante do Exército

para exercer a função de Coordenador Geral de Defesa de Área.

A estrutura organizacional do CGDA foi configurada com um Estado-Maior

Conjunto (EMCj) composto de (Figura 30):

- Chefe do Estado-Maior Conjunto (Ch EMCj), exercido por um Vice-

Almirante Fuzileiro Naval;

- Coordenador Logístico (Coor Log), exercido por um Oficial General

Intendente do EB, com apoio de um Escalão de Coordenação Logística (ECL); e

- Estado-Maior Conjunto (EMCj), formado pelas Células de Pessoal,

Inteligência, Operações, Logística, Planejamento, Comando e Controle,

Comunicação Social, Operações de Informação (Operações Psicológicas, Guerra

Eletrônica e Defesa Cibernética), Assuntos Civis e Administração Financeira.

Figura 30 - Estrutura Organizacional do CGDA

Fonte: o autor

85

O EMCj, para possibilitar a execução das ações acima relacionadas,

elaborou o Plano Operacional Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (BRASIL,

2016) concebendo a organização para o combate com Unidades Militares

Diretamente Subordinadas (OMDS), Comandos Centralizados (Cmdo Cntz),

Elementos de Apoio (Elm Ap) e Unidades Militares de Apoio de Comando e Controle

e Tecnologia da Informação e Comunicações (OM Ap C2 / TIC), conforme ilustrado

na Figura 31.

Figura 31 – Estrutura de operação do CGDA - Organização para o combate

Fonte: o autor

6.2 COMPOSIÇÃO DE MEIOS DO CGDA

O detalhamento da composição de meios do CGDA a partir deste momento

tem por objetivo compreender a concepção de planejamento, projeto, instalação,

configuração e gerência da infraestrutura de rede e dos sistemas computacionais e

de Segurança da Informação que compuseram o SC2CGDA.

O planejamento da Célula de C2 do CGDA considerou a implantação de um

Centro de Comando e Controle (CC2)/Centro de Operações (COp) em cada

Organização Militar do CGDA, dotado de meios de Tecnologia da Informação e

Comunicações (TIC) que lhe permitiram ter acesso aos seguintes Sistemas:

a. Sistema Militar de Comando e Controle do MD/EMCFA (SisMC2);

b. Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2Ex), composto

pelo Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre (SC2FTer) e pelo Sistema

Estratégico de Comando e Controle do Exército (SEC2Ex);

c. Sistema de Comando e Controle do CGDA (SC2CGDA);

d. Sistema de Telemática do Exército (SisTEx);

86

e. Sistemas Corporativos do Exército;

f. Sistemas e serviços de TI do Estado do Rio de Janeiro (CICC); e

g. Sistemas e serviços de TI do Município do Rio de Janeiro (CORIO).

Foram implantados pelo CGDA: o CCOp/CGDA e 53 (cinquenta e três)

Centros de Comando e Controle (CC2)/Centros de Operações (COp)/Postos de

Comando (PC) na cidade do Rio de Janeiro, em diversos níveis (CGDA, Cmdo

Cntz, CDS, GU, U e SU), todos interligados via enlaces de telecomunicações

privativos do 2o CTA, ou seja, sem a participação de empresas operadoras

terceirizadas, garantindo, desta forma, a elevada segurança, confiabilidade,

integridade das informações e a disponibilidade dos enlaces de telecomunicações.

6.2.1 Organizações Militares Subordinadas ao CGDA

O CGDA estabeleceu, como elemento básico de emprego, um Batalhão

Olímpico (BO), que tinha como base uma unidade valor Batalhão do EB,

organizado para os Jogos com a seguinte constituição (BRASIL, 2018, p. 45):

a) Cmt e EM;

b) Companhia de Comando e Serviços;

c) 3 Companhias de Fuzileiros (1 equipada para controle de distúrbios).

O BO podia ser constituído tendo como base um Batalhão de Infantaria, um

Regimento de Cavalaria ou um Grupo de Artilharia. Independentemente de sua

base, a ideia era ter unidades homogêneas, com pessoal e material adequados para

as missões a serem recebidas durante os Jogos (BRASIL, 2018, p. 45).

Para enquadrar os BO foi criada a Brigada Olímpica (Bda O), que tinha

como base um comando de Brigada do EB e um número variável de BO. O

Cmdo Bda O foi adaptado para as operações nos Jogos, destacando-se o

reforço em pessoal na Assessoria Jurídica e a existência de intérpretes de

outros idiomas (BRASIL, 2018, p. 45).

No planejamento do CGDA, a Bda O, constituída com base no Grupamento

de Unidades Escola/9a Brigada de Infantaria Motorizada (Cmdo GUEs/9a Bda Inf

Mtz), recebeu a denominação de Brigada Monte Castelo. Ainda no planejamento

do CGDA, mostrou-se conveniente o emprego de mais uma Bda O na área da Vila

Militar. A solução foi a constituição de um comando de Brigada tendo como base a

87

Escola de Aperfeiçoamento de Oficias (EsAO). Constituindo-se, assim, mais uma

Bda O, denominada Brigada Montese, mobiliada por militares da Escola e por

tropas adjudicadas pelo Comando Militar do Sul (CMS) e Cmdo GUEs/9a Bda Inf Mtz

(BRASIL, 2018, p. 45).

Como visto no capítulo anterior, o CGDA, em função da amplitude das

missões para os JOP Rio 2016 e da peculiaridade da cidade do Rio de Janeiro,

estabeleceu em sua estrutura militar Comandos de Defesa Setoriais (CDS)

correspondentes aos setores olímpicos de Deodoro, Maracanã, Barra da Tijuca e

Copacabana, com a finalidade de facilitar a integração das ações previstas no

planejamento de segurança interagências.

Os Comandos de Defesa Setoriais de Deodoro, Maracanã e Barra da Tijuca

ficaram sob responsabilidade do Exército.

a. CDS Deodoro: sob coordenação do Comando da 1a Divisão de

Exército (Cmdo 1a DE) e composto por duas Bda O:

Brigada Monte Castelo: com base o Cmdo 9a Bda Inf Mtz; e

Brigada Montese: com base a EsAO.

b. CDS Barra da Tijuca: sob coordenação do Comando da 12a Brigada

de Infantaria Leve (Aeromóvel) [Cmdo 12a Bda Inf L (Amv)]; e

c. CDS Maracanã: sob coordenação do Comando da 4a Brigada de

Infantaria Leve (Montanha) [Cmdo 4a Bda Inf L (Mth)].

O CDS Copacabana ficou sob responsabilidade da Marinha do Brasil, sob

coordenação do Comando do 1o Distrito Naval (Cmdo 1o DN), e foi composto por 02

Grupos-Tarefa (GT): um Terrestre (GT Terr) e um Marítimo (GT Mar).

Neste trabalho não será detalhada a composição do CDS Copacabana e dos

GT, tendo em vista que o Sistema de Comando e Controle do CGDA ficou restrito ao

atendimento ao comando do CDS. A Marinha do Brasil empregou seu Sistema de

Comando e Controle e seu pessoal técnico para comunicação do CDS com suas

tropas terrestres e marítimas. Ficou a cargo do 2o CTA a implantação e a gerência

da infraestrutura de interligação do CGDA com o CDS Copacabana, além da

disponibilização dos serviços de TIC do CGDA no Centro de Operações do 1o

Distrito Naval.

88

A Figura 32 apresenta as linhas de controle de cada Comando de Defesa

Setorial (CDS), sinalizando suas áreas de responsabilidade.

Figura 32 - Área de responsabilidade de cada CDS

Fonte: CGDA

A Figura 33 apresenta a estimativa do Comitê Rio 2016 para a distribuição

dos eventos desportivos pelos Clusters45.

Figura 33 - Quantidade eventos desportivos por Cluster

Fonte: palestra sobre a Segurança dos Jogos - SESGE/MJ

O Quadro 7 apresenta a quantidade de Venues na área de responsabilidade

de cada Comando de Defesa Setorial (CDS):

Tipo de Instalação CDS

Barra da Tijuca Deodoro Maracanã Copacabana Competição 15 9 4 4

Não Competição 14 5 7 1 Treinamento 2 3 2 -

Suporte 15 4 17 7 Total por CDS: 46 21 30 12

Total Geral: 109

Quadro 7 - Quantidade de Venues por CDS

Fonte: Plano Operacional dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 do CGDA - Anexo H

(Áreas de Responsabilidade). 2016. p. H-1/11.

45 Fonte: Palestra Segurança dos Jogos - SESGE/MJ. Disponível em < file:///D:/Download%20CHRO ME/ Apresentacao%20MJ%20-%20AP%20Seguranca%20Rio%202016%20(1).pdf>. Acesso em 23 de julho de 2018.

89

Coube aos CDS a missão de realizar as ligações com as gerências das

Venues/Arenas de sua área de responsabilidade, permitindo o detalhamento e

coordenação das ações a serem desenvolvidas.

O CGDA foi composto, também, por uma Força de Contingência (FOCON),

uma Força de Proteção de Estruturas Estratégicas (F Ptç Etta Estrt), uma Força de

Coordenação de Escolta (F Coor Escolta) e uma Coordenação Logística (Coor Log).

a. Força de Contingência (FOCON): sob coordenação do Comando

da Brigada de Infantaria Pára-quedista (Cmdo Bda Inf Pqdt);

b. Força de Proteção de Estruturas Estratégicas (F Ptç Etta Estrt):

sob coordenação do Comando da Artilharia Divisionária do Comando da 1a Divisão

de Exército (Cmdo AD/1);

c. Força de Coordenação de Escolta (F Coor Escolta): sob o

comando de Oficial General da Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural do

Exército (DPHCEx); e

d. Coordenação Logística (Coor Log): sob coordenação do Comando

da Base de Apoio Logístico do Exército (Cmdo Ba Ap Log Ex).

O CDS foi equipado com meios para atuar como Força de Contingência e

como Força de Proteção de Estruturas Estratégicas na sua área de

responsabilidade.

A FOCON do CGDA foi mantida em reserva para emprego em áreas além

dos Clusters atribuídos aos CDS ou como reforço ao CDS, caso necessário.

A Força de Proteção de Estruturas Estratégicas do CGDA ficou responsável

pelas áreas além dos Clusters atribuídos aos CDS, com capacidade de reforçar o

CDS caso fosse necessário.

A Força de Coordenação de Escolta (F Coor Escolta) foi uma solução

encontrada para o problema de coordenar as diversas escoltas durante os Jogos.

Por solicitação do CGDA, o DECEx mobiliou, em pessoal, o Comando e o Estado-

Maior dessa Força, designando o Diretor de Patrimônio Histórico e Cultural do

Exército (DPHCEx) para comandá-la. A base operacional da Força foi o 1º BG, onde

foram reunidos os meios, particularmente batedores motociclistas do EB, da MB e

da FAB. As tarefas de escolta com batedores motociclistas foram divididas entre a

Força de Coordenação de Escolta, com batedores motociclistas das FA, e a Polícia

90

Rodoviária Federal, que coordenou as escoltas com batedores motociclistas dos

OSP (Brasil, 2018, p.48).

A Figura 34 apresenta a Organização por Tarefa do CGDA com suas

Organizações Militares Subordinadas (OMDS).

Figura 34 – Estrutura Organizacional do CGDA - OMDS

Fonte: o autor, a partir de informações do CGDA

6.2.2 Comandos e Centros Conjuntos e Elementos de Apoio

O CGDA foi apoiado por elementos dos Comandos Centralizados do MD

(Contraterror, DQBRN, Defesa Cibernética e Fiscalização de Explosivos), em

operações em sua área de responsabilidade, e por Organizações Militares nas mais

diversas áreas: Aviação, Saúde, Logística, Defesa Antiaérea, Operações Aéreas,

Comunicação Social, Inteligência, Comunicações e Telemática.

O Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo, anti-DEI

(Dispositivo Explosivo Improvisado) e DQBRN (CCPCT) foi exercido pelo Comando

de Operações Especiais (COpEsp), subordinado diretamente ao EMCFA, pelo 1º

Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1o Btl DQBRN) e

demais OM Subordinadas. Cada CDS foi mobiliado com um Centro de Coordenação

Tática Integrado (CCTI) para coordenar as ações de contraterrorismo na sua área de

atuação.

91

A Coordenação de Segurança e Defesa Cibernética (CCSDCiber) foi

realizada pelo Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), subordinado diretamente ao

EMCFA, que executou as ações de Defesa Cibernética, constituindo Destacamentos

de Defesa Cibernética Remotos (Dst Def Ciber Rmto) no CGDA e nos CDS.

A Coordenação de Fiscalização de Explosivos (CCFE) foi exercida pela

Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) e pela Seção de

Fiscalização de Produtos Controlados da 1a Região Militar (SFPC/1).

A Defesa Antiaérea (DAAe) foi realizada pelo Comando de Defesa

Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), atual Comando de Operações Aeroespaciais

(COMAE), enquadrando o Comando da 1a Brigada de Artilharia Antiaérea (Cmdo 1a

Bda AAAe), que empregou suas OM Subordinadas, o 1o Grupo de Artilharia

Antiaérea (1o GAAAe) e o 2o GAAAe, e Baterias adjudicadas de diversas Brigadas.

O apoio em aviação ao CGDA foi realizado pelo Comando de Aviação do

Exército (CAvEx), com o 1º Batalhão de Aviação do Exército (1º BAvEx) e 2º BAvEx.

O 1º BAvEx ficou vocacionado para atender o CGDA e o 2º BAvEx para os CDS.

A coordenação da área de saúde foi realizada pela Coordenadoria de Saúde

às Operações do Exército Brasileiro, sob responsabilidade da Inspetoria de Saúde

do CML (Insp Sau/CML), com apoio do Hospital Central do Exército (HCE), Hospital

de Campanha (HCmp) e demais Organizações Militares de Saúde (OMS) da 1a

Região Militar.

No controle do espaço aéreo e na segurança da região do Aeroporto do

Galeão, o CGDA contou com o apoio da Célula de Operações Aéreas (COA) e a

colaboração das seguintes OM da Força Aérea Brasileira (FAB):

- Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA);

- Comando do 3º Comando Aéreo Regional (III COMAR);

- Base Aérea do Galeão (BAGL), atual ALA 11;

- Base Aérea de Santa Cruz (BASC), atual ALA 12;

- Base Aérea dos Afonsos (BAAf); e

- Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial do Galeão (BINFAE).

O Centro de Inteligência do Exército (CIE) mobiliou o CGDA e os CDS do

Exército com Destacamentos de Inteligência (Centrais de Inteligência).

O Centro de Comunicação Social do Exército (CComSEx) mobiliou o CGDA

e os CDS do Exército com Destacamentos de Comunicação Social (Dst Com Soc).

92

As atividades de guerra eletrônica foram coordenadas pelo 1o Batalhão de

Guerra Eletrônica (1o BGE) junto ao CGDA, porém também distribuiu seu efetivo

pelos quatro CDS.

As atividades de apoio à informação foram coordenadas pelo 1o Batalhão de

Operações de Apoio à Informação (1o BOAI) junto ao CGDA.

A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) implantou um Centro de

Inteligência dos Jogos (CIJ), no Rio de Janeiro, com objetivo de produzir

conhecimentos de inteligência focados nas necessidades tático-operacionais da

segurança do evento no Rio de Janeiro, e um Centro de Inteligência Nacional (CIN),

em Brasília, para produzir conhecimentos direcionados às necessidades

estratégicas e gerenciais da estrutura de segurança nacional dos Jogos Olímpicos.

A Figura 35 apresenta os Comandos e Centros Conjuntos e os Elementos

de Apoio adjudicados ao CGDA.

Figura 35 – Estrutura Organizacional do CGDA

Fonte: o autor, a partir de informações do CGDA

93

7 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DE COMANDO E CONTROLE DO CGDA

No nível Político-Estratégico, o Sistema de Comando e Controle dos JOP

Rio 2016 (Eixo Defesa Nacional) foi coordenado pela Subchefia de Comando e

Controle, subordinada à Chefia de Operações Conjuntas (CHOC) do Estado-Maior

Conjunto das Forças Armadas (SC-1/EMCFA), que repassava ao CGDA suas

orientações técnicas e operacionais.

A Figura 36 ilustra a estrutura de governança de Comando e Controle do

EMCFA/MD e do CGDA.

Figura 36 – Estrutura de Governança de C2 do EMCFA/MD e CGDA nos Jogos Olímpicos

Fonte: o autor

A partir da experiência adquirida nos Grandes Eventos e nas operações de

GLO, o CGDA concebeu uma governança de Comando e Controle e de Tecnologia

da Informação e Comunicações formada por 03 níveis gerenciais (Figura 37):

- Gerência Executiva: exercida pela Célula de C2 do CGDA (D6);

- Gerência Técnica: exercida pelo 2o Centro de Telemática de Área (2o

CTA); e

- Gerência Operacional: exercida pelo Batalhão Escola de

Comunicações (BEsCom).

94

Figura 37 – Estrutura de Governança de Comando e Controle e TIC do CGDA Fonte: o autor

Coube à Célula de Comando e Controle (D6), com apoio do 2o CTA e

BEsCom, a função de:

a. planejar e coordenar com a Subchefia de Comando e Controle do

EMCFA (SC-1/EMCFA) a implantação, interoperabilidade, segurança, contingência e

operação do SC2CGDA e SisMC2 na área do CGDA;

b. planejar, coordenar, gerenciar e monitorar as atividades de Comando

e Controle do CGDA;

c. assessorar o Coordenador Geral de Defesa de Área e demais

Comandos do CGDA nos assuntos relativos à Comando e Controle;

d. coordenar o adestramento do pessoal técnico e operacional para uso

dos recursos de Comando e Controle, inclusive em situações de crise;

e. planejar e monitorar os procedimentos de Segurança da Informação

do CGDA, no âmbito do Exército Brasileiro;

f. planejar e monitorar, em conjunto com o CDCiber, a implantação e

operação dos mecanismos de Defesa Cibernética do CGDA;

g. gerenciar o espectro eletromagnético;

h. elaborar o Plano de Comando e Controle do CGDA; e

i. coordenar a elaboração e expedição dos Sumários Diários de

Situação (SDS), contendo a situação geral das operações e do pessoal empregado.

Coube ao 2o Centro de Telemática de Área (2o CTA) a função de:

a. coordenar com a Subchefia de Comando e Controle do EMCFA (SC-

1/EMCFA) o planejamento técnico de implantação, adequação e integração das

redes e serviços de TIC do SC2CGDA e SisMC2 na área do CGDA;

95

b. planejar, projetar, implantar, gerenciar e manter a infraestrutura das

redes, físicas e lógicas, e dos serviços de TIC do SC2CGDA no âmbito do CGDA;

c. planejar, projetar, implantar e gerenciar a infraestrutura de TIC das

novas instalações do Centro de Coordenação de Operações do CGDA

(CCOp/CGDA), integrando-o ao SC2CGDA, SC2Ex e SisMC2;

d. planejar, projetar, implantar e gerenciar a infraestrutura de TIC das

novas instalações do Centro Comando e Controle do CDS Deodoro

(CC2CDSDeodoro), integrando-o ao SC2CGDA;

e. planejar, projetar, implantar e gerenciar a integração dos Centros de

Comando e Controle (CC2) dos demais CDS (Maracanã e Barra) e das

Organizações Militares do CGDA ao SC2CGDA;

f. planejar, projetar, implantar e gerenciar a infraestrutura de Segurança

da Informação do SC2CGDA;

g. apoiar o CDCiber na implantação e monitoramento dos mecanismos

de Defesa Cibernética do CGDA;

h. apoiar as Seções de Informática/Telemática das Organizações

Militares do CGDA, responsáveis pela gerência e manutenção dos STIC dos CC2

locais;

i. implantar e operar uma Central de Atendimento (Help Desk) para

suporte técnico aos CC2 e às Seções de Informática/Telemática; e

j. apoiar o BEsCom e demais Organizações Militares de Comunicações

nas áreas de Telemática e Segurança da Informação.

Coube ao Batalhão Escola de Comunicações (BEsCom) a função de:

a. coordenar com a Subchefia de Comando e Controle do EMCFA (SC-

1/EMCFA) a operação das redes e serviços de TIC do SC2CGDA e SisMC2 na área

do CGDA;

b. operar, controlar e monitorar os serviços de Comando e Controle do

SC2CGDA, em conjunto com as demais Organizações Militares de Comunicações;

c. implantar e operar os Centros de Comunicações (CCom) do CGDA,

do CDS Deodoro, da F Coor Escolta e da F Ptç Etta Estrt;

d. elaborar e gerenciar o Plano de Comunicações;

e. elaborar e controlar as Instruções para a Exploração das

Comunicações e Eletrônica (IEComElt);

96

f. realizar o treinamento dos operadores e oficiais de ligação; e

g. gerenciar os procedimentos de segurança da informação.

7.1 GERÊNCIA TÉCNICA DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO CGDA

A infraestrutura das redes, física e lógica, e os serviços de TIC do SC2CGDA

foram concebidos, planejados e desenvolvidos pelo 2o CTA com base no PEECFA,

no Planos Operacional e Táticos do CGDA e de suas OMDS, nos manuais de

Comando e Controle do Ministério da Defesa e do Exército Brasileiro e nas

orientações técnicas emanadas pelas Organizações Militares de Telemática,

Comunicações e Cibernética do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT),

particularmente de sua Vice-Chefia de Tecnologia da Informação e Comunicações

(VCh TIC/DCT).

Organizações Militares do DCT diretamente envolvidas no planejamento,

implantação e operação do SC2CGDA:

a. Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx);

b. Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS);

c. Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército

(CComGEx); e

d. Centro de Defesa Cibernética (CDCiber).

Face à dimensão do evento e a pluralidade de Organizações Militares e de

Centros de Comando e Controle apoiados, o 2o CTA decidiu pela criação de um

Destacamento de Telemática para apoio a cada Comando de Defesa Setorial,

exceto para o CDS Copacabana. Para o CDS Copacabana foram alocados apenas

oficiais de ligação para interlocução com o comando.

Coube ao 2o CTA o apoio técnico, suporte e coordenação das ações das

Seções de Informática/Seções de Telemáticas das OM empregadas pelo CGDA nas

fases de execução dos projetos e operação das redes e serviços.

A Figura 38 ilustra a estrutura organizacional executiva empregada no apoio

de Tecnologia da Informação e Comunicações ao CGDA.

97

Figura 38 – Estrutura Organizacional da Gerência Técnica do SC2CGDA

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA

7.2 GERÊNCIA OPERACIONAL DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO

CGDA

A Gerência Operacional das redes e serviços de TIC do SC2CGDA foi

exercida pelo Batalhão Escola de Comunicações (BEsCom), com suas Companhias

(Cia Com CML, Cia Com DE e Cia Com Bda) e com apoio das demais OM de

Comunicações empregadas pelo CGDA, a saber:

- 4a Companhia de Comunicações Leve (Montanha) [4a Cia Com L

(Mth)];

- 7a Companhia de Comunicações (7a Cia Com);

- 12a Companhia de Comunicações Leve (Aeromóvel) [12a Cia Com L

(Amv)];

- 20a Companhia de Comunicações Pára-quedista (20a Cia Com Pqdt);

- Companhia de Comunicações de Operações Especiais (Cia Com Op

Esp), do Batalhão de Apoio às Operações Especiais (Btl Ap Op Esp); e

- Companhia de Comunicações de Aviação do Exército (Cia Com Av

Ex).

O CDS Copacabana não foi apoiado por OM de Comunicações do Exército e

nem por oficial de ligação de comunicações.

A Figura 39 ilustra as OM de Comunicações empregadas na operação das

redes e sistemas do SC2CGDA e SisMC2 e seus respectivos comandos apoiados.

98

Figura 39 – Estrutura Organizacional da Gerência Operacional do SC2CGDA

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e BEsCom

7.3 MATRIZ DE RESPONSABILIDADES

O Quadro 8, a seguir, apresenta a Matriz de Responsabilidades para

planejamento, coordenação e gerência do SC2CGDA.

Atividade Responsabilidade

(Execução) Gerência

1) Planejamento, projeto, implantação, gerência e

manutenção da infraestrutura de rede, lógica e física, do e

dos serviços de TIC do SC2CGDA;

2) Integração do CCOp/CGDA à infraestrutura de rede do

SC2CGDA, SC

2Ex e SisMC

2;

3) Planejamento, projeto e implantação da infraestrutura de

rede e dos equipamentos de rede de dados, de telefonia, de

segurança da informação e de multimídia das salas do

CCOp/CGDA e CC2CDSDeodoro;

4) Integração dos CC2

das OMDS, Cmdo Cntz e Elm Apoio à

infraestrutura de rede do SC2CGDA, com instalação de

equipamentos de comutação e de segurança da informação;

5) Planejamento, implantação e gerência do Sistema de

Segurança da Informação do SC2CGDA;

6) Apoio técnico ao CDCiber na implantação e

monitoramento dos mecanismos de Defesa Cibernética do

SC2CGDA;

7) Assessoria e suporte técnico de TIC ao Comando do

CGDA, das OMDS, dos Cmdo Cntz e dos Elm Apoio; e

8) Apoio e suporte técnico de TIC às Seções de

Informática/Telemática da OM e às OM de Comunicações.

2o CTA 2o CTA

Continua

99

Continuação

Atividade Responsabilidade

(Execução) Gerência

1) Instalação, gerência e manutenção da infraestrutura e dos

equipamentos de rede de dados, telefonia, elétrica e

multimídia da sala do CC2 da OM (exceto CDS Deodoro);

2) Assessoria e suporte técnico de TIC à OM;

3) Gestão do Sistema de Segurança da Informação do CC2;

4) Instalação, configuração e manutenção dos equipamentos

de informática (computadores, impressoras, no-breaks,

videoconferência, …), softwares (antivírus, sistema

operacional, ...) e de multimídia da sala do CC2 da OM; e

5) Gestão da Segurança da Informação do CC2.

Sç de Infor/Tlm

da OM

e

OM Com

2o CTA

1) Planejamento, montagem, exploração e gerência das

Redes Rádio e dos demais Sistemas de Comunicações

Fixos, Móveis e Satelitais do SC2CGDA e SisMC

2;

2) Implantação e operação dos Centros de Comunicações

(CCom) e das redes e serviços de TIC do CCOp/CGDA e

dos CC2 das OMDS, dos Cmdo Cntz e dos Elm Apoio;

3) Apoio técnico de TIC aos Oficiais de Ligação em operação

nas Venues;

4) Treinamento dos operadores, usuários e Oficiais de

Ligação.

5) Instalação e operação do sistema de geração emergencial

de energia (GMG-Grupo Motor Gerador) para o CC2.

OM Com BEsCom

1) Operação das redes e serviços de TIC do CC2 da OM.

OM Com

e

Sç de Infor/Tlm

da OM

BEsCom

Quadro 8 – Matriz de Responsabilidades de gestão do SC2CGDA

Fonte: o autor, a partir de informações do CML, 2o CTA e BEsCom

100

8 CONCEITOS DE COMANDO E CONTROLE

O presente capítulo tem por objetivo apresentar os conceitos de Comando e

Controle que nortearam o planejamento, concepção, implantação, operação e

gerência do SC2CGDA.

Documentos (manuais) militares do MD e do EB, contendo a base teórica e

conceitual de Comando e Controle, empregados pelo CGDA, 2o CTA e BEsCom:

a. Política para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31–P–

01), Ministério da Defesa, 3a edição, 2015.

b. Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31-M-

03), Ministério da Defesa, 2015, 3a Edição;

c. Manual de Campanha - Comando e Controle (EB20-MC-10.205),

Exército Brasileiro, 2015, 1a Edição;

d. Manual de Campanha - Operações de Informação (EB20-MC-

10.213), Exército Brasileiro, 2014, 1a Edição;

e. Conceito de Operações do Sistema Militar de Comando e Controle

(CONOPS SisMC²) (MD31-S-02), Ministério da Defesa, 2015, 1a Edição; e

f. Catálogo de Capacidades do Exército 2015 - 2035 (EB20-C-07.001),

Exército Brasileiro, 2015.

O planejamento e a concepção estratégica do SC2CGDA e sua integração

com o Sistema de Comando e Controle do MD/EMCFA foram desenvolvidos

considerando as seguintes premissas:

a. alinhamento com o Planejamento Baseado em Capacidades (PBC)

da FTer (Força Terrestre);

b. aderência aos Princípios de Comando e Controle;

c. capacidade de atender às novas demandas de TIC decorrentes de

mudanças nos cenários internacional e nacional, em curto espaço de tempo;

d. existência de mecanismos de Segurança da Informação para

proteção das redes e sistemas, no âmbito do Exército Brasileiro;

e. interoperabilidade com os mecanismos de Defesa Cibernética do

CDCiber;

f. capacidade de operação com elevado volume de dados para a

tomada de decisão e/ou registro das operações (“inundação de dados”);

101

g. capacidade de fluidez das informações e das ordens atinentes às

operações, de forma a atingir o destino o mais próximo possível do tempo real, para

tomada de decisão em prazos o mais abreviados possíveis; e

h. capacidade de entrega das informações com segurança,

confiabilidade e integridade.

O Planejamento Baseado em Capacidades (PBC) considera as atividades

de Comando e Controle e Cibernética como Capacidades Militares Terrestres da

Força Terrestre, de forma que, nos níveis estratégico, operacional e tático, os

Sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) e de Segurança da

Informação devem ser compostos por infraestruturas e serviços de TIC com

capacidade para suportar:

- as necessidades de comunicações para a condução dos processos

de apoio à decisão, de forma eficiente e segura;

- as informações para a consciência situacional do comandante; e

- as ações para a busca da superioridade de informações.

8.1 FUNDAMENTOS DE COMANDO E CONTROLE

8.1.1 Conceitos Básicos de Comando e Controle

Na sua acepção mais ampla, o Comando e Controle é, simultaneamente,

ciência e arte. Ele trata do funcionamento de uma cadeia de comando e envolve três

componentes imprescindíveis e interdependentes (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 15):

a. a autoridade, legitimamente investida, da qual emanam as decisões

que materializam o exercício do comando e para a qual fluem as informações

necessárias ao exercício do controle;

b. a sistemática de um processo decisório, baseado no arcabouço

doutrinário, que permite a formulação de ordens, estabelece fluxo de informações e

assegura mecanismos destinados à garantia do cumprimento pleno das ordens; e

c. a estrutura, incluindo pessoal, instalações, equipamentos e STIC

necessários ao exercício da atividade de comando e controle.

102

O Comando representa a expressão criativa da vontade humana necessária

para cumprir a missão e tem por objetivo a tomada de decisão. O Controle trata das

estruturas e processos concebidos pelo Comando para realizá-lo e para gerenciar o

risco. Tem por objetivo a eficácia do comando. Ou seja, o cumprimento da missão.

Embora alguns empreguem ambos os conceitos indiscriminadamente, à

medida que buscam impor a sua vontade ao oponente, torna-se imperativo que o

controle atue em proveito do comando.

No escopo deste trabalho, para estudo do legado dos JOP Rio 2016, será

analisada apenas a componente "estrutura", que corresponde à infraestrutura de

rede, física e lógica, e aos serviços de TIC que compuseram o SC2CGDA.

8.1.2 Sistema de Comando e Controle (SC2) e Sistema de Tecnologia da

Informação e Comunicações (STIC)

A Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31-M-03)

define Sistema de Comando e Controle e Sistema de Tecnologia da Informação e

Comunicações (STIC) conforme se segue (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 16):

Sistema de Comando e Controle é um conjunto de instalações, equipamentos, sistemas de informação, comunicações, doutrinas, procedimentos e pessoal essenciais para o decisor planejar, dirigir e controlar as ações da sua organização. Esse conceito abrange os três componentes do C

2 citados anteriormente.

Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) é formado por recursos de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) que integram os Sistemas de C², proporcionando ferramentas por intermédio das quais as informações são coletadas, monitoradas, armazenadas, processadas, fundidas, disseminadas, apresentadas e protegidas. Os Sistemas de TIC permitirão que um grande volume de informações seja disponibilizado aos diversos níveis de uma cadeia de comando.

O Manual de Campanha de Comando e Controle (EB20-MC-10.205) do

Exército Brasileiro (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 16) define Sistema de Comando e

Controle e Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) conforme

se segue, muito semelhante à Doutrina de C2 do MD:

Sistema de Comando e Controle é um conjunto de recursos humanos, instalações, normas e processos, redes e sistemas de informações que possibilitam ao comandante planejar, dirigir e controlar, por intermédio de um sistema de comunicações e de um fluxo de informações, forças e operações (organizações e atividades), desde a paz estável até o conflito armado/guerra, no preparo ou no emprego, para que se atinja um determinado propósito.

103

Sob o prisma tecnológico, define-se Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) como sendo os recursos de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), constitutivos do Sistema de Comando e Controle, que proporcionam ferramentas por meio das quais as informações são coletadas, monitoradas, armazenadas, processadas, fundidas,disseminadas, apresentadas e protegidas.

46

8.1.3 Consciência Situacional

De acordo com a Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle

(BRASIL, 2015, 3a edição, p. 16), a consciência situacional consiste na percepção

precisa e atualizada do ambiente operacional no qual se atuará e no reconhecimento

da importância de cada elemento percebido em relação à missão atribuída. Quanto

mais acurada a percepção que se tem da realidade, melhor a consciência

situacional.

Sem consciência situacional a autoridade não tem a percepção,

conhecimento e projeção das ações desenvolvidas no ambiente operacional.

O aprimoramento da consciência situacional demandará significativo volume

de informações sobre o ambiente de emprego, englobando o conhecimento sobre as

situações amiga e inimiga.

8.1.4 Princípios de Comando e Controle

Os princípios de Comando e Controle definidos na Doutrina para o Sistema

Militar de Comando e Controle (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 17) e no Manual de

Campanha de Comando e Controle (EB20-MC-10.205) (BRASIL, 2015, 1a edição, p.

2-2 a 2-4) foram pressupostos básicos observados no planejamento do SC2CGDA.

Princípios de Comando e Controle:

a. Unidade de Comando

b. Simplicidade

c. Segurança (Segurança da Informação)

d. Flexibilidade

e. Confiabilidade (Alto Desempenho)

f. Continuidade (Alta Disponibilidade / Redundância)

46 A expressão Tecnologia da Informação (TI) foi atualizada pelo autor para Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).

104

g. Rapidez (Alta Capacidade de Tráfego)

h. Amplitude (Abrangência)

i. Integração

O planejamento dos projetos das infraestruturas das redes e dos serviços de

TIC do Sistema de Comando e Controle do CGDA e do MD/EMCFA, no Rio de

Janeiro, foi concebido pelo 2o CTA tendo como base, principalmente, os princípios

destacados na Figura 40, a seguir.

Figura 40 - Princípios de Comando e Controle aplicados nos projetos de TIC

Fonte: o autor

A seguir estão descritas as definições de cada princípio, de acordo com o

preconizado na Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle e no Manual

de Campanha de Comando e Controle:

a. Unidade de Comando:

- a Unidade de Comando, desde o mais alto escalão, considerando-

se as especificidades, possibilidades e limitações das forças empregadas nas

operações militares, é essencial para o cumprimento da missão;

b. Simplicidade:

- um sistema de C² deve ser o mais simples possível e atender aos

requisitos para os quais foi concebido. Sintetiza a ideia de que o melhor

planejamento de C² é aquele que evidencia a concepção e o emprego racional dos

meios disponíveis, reduzindo a possibilidade de que o sistema se torne instável pela

complexidade lógica e estrutural;

105

c. Segurança (Segurança da Informação):

- ao se conceber um sistema de C², as Normas de Segurança da

Informação em vigor deverão ser criteriosamente obedecidas para a seleção de

pessoal e para o emprego de sistemas físicos e lógicos. Incluir-se-á, nesse contexto,

o treinamento de pessoal em procedimentos de segurança, no emprego de sistemas

criptológicos e na utilização de processos e técnicas de troca de informações

seguras;

- o Princípio da Segurança consiste em negar, dificultar ou identificar

o acesso não autorizado às informações das forças amigas, restringindo a liberdade

de ação do oponente para ataques aos pontos sensíveis do sistema de C²;

- as medidas de segurança deverão ser continuamente revisadas, a

fim de manter sua eficácia contra qualquer ameaça e de ações adversas aos

sistemas de C² das forças amigas; e

- o princípio da segurança no desenvolvimento dos projetos impõe a

adoção de soluções construídas em total aderência aos padrões de segurança,

confiabilidade e alta disponibilidade;

d. Flexibilidade:

- é a capacidade dos sistemas de C² de modificarem sua

organização e suas funcionalidades, de modo a atender aos ditames impostos pela

evolução da situação operacional;

- o sistema de C² deverá ter capacidade para ser reconfigurado

rapidamente e para responder a uma iminente mudança de ambiente;

- o Princípio da Flexibilidade poderá ser obtido por meio de projetos

de sistemas inteligentes e pela possibilidade de utilização de instalações fixas,

móveis e transportáveis;

- para atender a esse princípio, a estrutura de um sistema de C²

deverá ser capaz de agregar ou incorporar produtos e conceitos derivados de

inovações tecnológicas, além de adequar-se às condições impostas por

reestruturações administrativas ou às alterações nos quadros político e estratégico;

- na concepção de estruturas físicas de C² devem ser previstos

meios redundantes e centros de C² alternativos, geograficamente separados dos

principais e operando em rede; e

106

- o emprego do princípio da flexibilidade no desenvolvimento dos

projetos tem por objetivo garantir a expansibilidade, modularidade e adequabilidade

das redes e serviços de TIC sem alterações significativas nos projetos originais;

e. Confiabilidade (Alto Desempenho):

- é a capacidade que um sistema de C² deve possuir de forma a

proporcionar credibilidade a seus usuários. Um sistema de C² será confiável se

apresentar a capacidade de sobrevivência e manutenção da eficácia, quando

exposto a eventos desestabilizadores, sobretudo provenientes do ambiente

operacional, de danos internos ou de casos fortuitos;

- o Princípio da Confiabilidade é assegurado pelo estabelecimento

de enlaces alternativos e meios redundantes; e

- a adoção desse princípio nos projetos permite aumentar a

capacidade da solução em prover acessos rápidos e consistentes, com índices de

latência e perdas de pacotes em níveis extremamente baixos;

f. Continuidade (Alta Disponibilidade / Redundância):

- os sistemas de C² devem operar ininterruptamente, de forma que o

seu planejamento deverá sempre contemplar a redundância de meios e enlaces; e

- a adoção desse princípio é de extrema importância para a

continuidade da operação das infraestruturas e dos serviços de TIC. O nível de

qualidade no serviço pode ser aumentado a partir da implantação de infraestruturas

(TIC, rede de energia elétrica, sistemas emergenciais de fornecimento de energia

elétrica, refrigeração, segurança física das instalações, ...), rotas e equipamentos de

contingência;

g. Rapidez (Alta Capacidade de Tráfego):

- os sistemas de C² devem proporcionar rapidez ao processo

decisório. Isso significa que os enlaces devem ser estabelecidos com oportunidade,

a fim de possibilitar o acesso imediato às informações de interesse por todos os

escalões de comando; e

- a adoção desse princípio implica o planejamento de infraestruturas

e equipamentos computacionais que possibilitem a transmissão e processamento

dos dados em alta velocidade e sem perdas de pacotes, ou seja, deverão ser

projetados para operação com alta capacidade de tráfego de dados;

h. Amplitude (Abrangência):

107

- os meios empregados para o apoio de C² devem atender toda área

de atuação dos Comandos Operacionais (C Op) ativados;

i. Integração:

- um sistema de C² de um determinado escalão não é isolado. Faz

parte do sistema do escalão superior e abrange os sistemas dos escalões

subordinados e deve ter a capacidade de compartilhar informações com forças de

mesmo nível; e

- no caso dos JOP Rio 2016, o planejamento dos projetos levou em

consideração também a integração dos Sistemas de C2 nos três níveis de governo.

8.1.5 Interoperabilidade de Comando e Controle

É a capacidade de os sistemas, unidades ou forças intercambiarem serviços

ou informações, ou aceitá-los de outros sistemas, unidades ou forças, e os

empregarem sem o comprometimento de suas funcionalidades. Em uma concepção

de operação, assegurará que a informação possa fluir entre todos os envolvidos.

8.2 SISTEMA MILITAR DE COMANDO E CONTROLE (SisMC2)

A Sistema de Planejamento de Emprego Conjunto das Forças Armadas

(SisPECFA) contempla, em seu ciclo completo, quatro níveis de responsabilidade:

Político, Estratégico, Operacional e Tático.

Esses níveis de responsabilidade representam, também, os quatro níveis de

decisão que caracterizam a Estrutura Militar de Defesa (Etta Mi D).

O Sistema Militar de Comando e Controle (SisMC²) interliga, por intermédio

da estrutura e dos processos de C², os quatro níveis de decisão da Etta Mi D.

8.2.1 Considerações Iniciais

A Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (BRASIL, 2015, 3a

edição, p. 26) apresenta a seguinte definição para o SisMC²:

O Sistema Militar de Comando e Controle (SisMC²) é o conjunto de instalações, equipamentos, sistemas de informação, comunicações, doutrinas, procedimentos e pessoal essenciais ao C², visando atender ao Preparo e ao Emprego das FA. Abrange os Sistemas Militares de C² das FA, bem como outros sob a responsabilidade do Ministério da Defesa (MD).

108

O SisMC2 proporciona a consciência situacional necessária ao decisor para

que ele possa planejar, dirigir e controlar as operações. Tem por objetivo fornecer os

recursos de C² necessários ao funcionamento da Etta Mi D, a fim de atender às

necessidades decorrentes do Preparo e do Emprego das FA, devendo possuir a

capacidade de interagir com organizações nacionais ou internacionais, militares ou

civis.

É gerido pelo MD, por intermédio do EMCFA. Os sistemas de C² das FA são

gerenciados pelas respectivas Forças conforme seus interesses, devendo ser

observadas as orientações gerais, os objetivos e as diretrizes constantes da Política

para o SisMC², outros documentos normativos e de planejamento emitidos pelo

EMCFA.

8.2.2 Estrutura Militar de Comando e Controle

A Estrutura Militar de Comando e Controle inclui pessoal, instalações,

equipamentos, infraestrutura e sistemas computacionais necessários ao exercício da

atividade de C².

No âmbito do SisMC2, a atividade de C² é desenvolvida por meio de Centros

de Comando e Controle (CC²), que deverão estar interconectados entre si por meio

de infraestrutura de rede de dados segregada e segura, permitindo a necessária

comunicação de dados operacionais militares entre os níveis estratégico,

operacional e tático.

Os CC², quando convenientemente apoiados por enlaces de comunicações

e pelos processos de C², propiciam as ligações necessárias entre os escalões

superiores, de mesmo nível e subordinados.

Vários CC² interligados e subordinados a um mesmo comandante formam a

estrutura de C² desse comandante. Essa estrutura deve conter os recursos

necessários para o fluxo de informações que possibilitem a transmissão de ordens e

o controle da ação planejada, atividades essas que são essenciais ao exercício do

comando, bem como à construção e à manutenção da consciência situacional pela

autoridade.

109

8.2.3 Centros de Comando e Controle (CC²)

São centros configurados para apoiar, com recursos de C², os Estados-

Maiores constituídos, de forma que os processos de C² ocorram segundo as

diretrizes estabelecidas.

Os CC² deverão ser constituídos, em princípio, pelos seguintes elementos:

a) Centro de Operações, para a condução e o controle da ação

planejada e demais atividades de interesse do escalão considerado;

b) Centro de Comunicações, para gerenciar o fluxo de informações;

c) Centro de Dados, para armazenar informações e gerenciar os bancos

de dados existentes;

d) sistemas de informação em apoio ao planejamento e à visualização

das operações e demais atividades de interesse;

e) recursos de TIC; e

f) salas de reunião.

Nos níveis político, estratégico e operacional, o SisMC2 emprega, para o

controle das operações militares, os seguintes CC² (Figura 41):

a) Permanentes:

- Centro de C² do Ministério da Defesa (CC²MD), órgão central do

Sistema;

- Centros de C² dos Comandos de Operações das FA, quais

sejam: do Comando de Operações Navais (ComOpNav), do Comando de

Operações Terrestres (COTER) e do Comando de Operações Aeroespaciais

(COMAE); e

b) Temporários:

- Centros de C² dos Comandos Operacionais ativados (Conjuntos

ou Interagências (CC² COp); e

- Centros de C² dos contingentes brasileiros em Forças de Paz

(CC² FPaz).

A responsabilidade pelo estabelecimento e manutenção dos enlaces do

SisMC2 entre o CC²MD e os CC² permanentes e temporários, nos níveis estratégico

e operacional, é do EMCFA.

110

O CC² alternativo do CC²MD funcionará no CC² da Força Terrestre

(CC²FTer).

Cabe aos Comandos Operacionais ativados organizar, estabelecer e manter

as redes de C² no nível operacional, a partir de seus CC² até seus escalões

subordinados.

Figura 41 - CC2 Permanentes e CC

2 COp

Fonte: BRASIL, 2015, 3a edição, p. 31.

8.2.4 Centro de Comando e Controle do Ministério da Defesa

O Centro de Comando e Controle do Ministério da Defesa (CC²MD) é o

órgão Central do SisMC2 e propicia o acompanhamento das Operações e das

conjunturas nacional e internacional (crises político-estratégicas que envolvam o

emprego das FA), possibilitando a construção da consciência situacional no âmbito

do MD.

A atribuição principal do CC²MD é contribuir para a construção e manutenção

da consciência situacional das operações de interesse do MD:

- emprego das FA em operação de adestramento conjunto;

- emprego real das FA em operação conjunta ou interagências; e

- emprego real das FA em operações singulares e de Paz, de interesse

do MD.

O CC²MD tem a seguinte composição:

a) Centro de Operações Conjuntas (COC);

b) Centro de Inteligência Operacional (CIOP);

111

c) Centro de Tecnologia da Informação (CTI);

d) Centro de Monitoramento da Rede Operacional de Defesa

(CMORD); e

e) Centro de Coordenação Logística e Mobilização (CCLM).

8.3 SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO EXÉRCITO (SC2Ex)

De acordo com o Manual de Campanha de Comando e Controle (EB20-MC-

10.205) do Exército Brasileiro, o Sistema de Comando e Controle do Exército

(SC2Ex) é estruturado em Sistema Estratégico de Comando e Controle do Exército

(SEC2Ex) e Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre (SC2FTer) (BRASIL,

2015, p. 4-5):

SEC2Ex: tem por finalidade proporcionar o apoio integrado ao processo

decisório, nas atividades desenvolvidas pelos sistemas de primeira ordem, em todos os níveis organizacionais, no preparo do Exército. Utiliza a base física de comunicações e informática, instalada desde o tempo de paz. SC2FTer: tem por finalidade o apoio integrado ao processo de comando e controle no preparo e no emprego operativo da F Ter, desde o tempo de paz. As funções de combate são integradas pelo SC

2FTer. Utiliza a base

física de comunicações e informática desdobrada nos níveis estratégico, operacional e tático. Interliga-se ao SEC

2Ex para o atendimento das

necessidades de preparo e de emprego da FTer.

O SEC2Ex integra as áreas funcionais de logística, mobilização, pessoal,

ensino, cultura, operações, ciência e tecnologia, economia e finanças (Figura 43).

O SC2Ex integra o SisMC², ligando-se ao Centro de Operações do Comando

Supremo, no MD, e aos CC² das demais Forças por intermédio do CC²FTer. Ligar-

se-á, ainda, a outros órgãos militares ou civis, de acordo com os interesses e as

necessidades da Força.

Figura 42 - Concepção lógica do SC2Ex

Fonte: BRASIL, 2015, 1a edição, p. 4-6.

112

8.4 CATÁLOGO DE CAPACIDADES DO EXÉRCITO

Alinhado com a Estratégia Nacional de Defesa e a Doutrina da maioria das

Forças Armadas dos países ocidentais, o Exército Brasileiro passou a adotar a

geração de forças por meio do Planejamento Baseado em Capacidades (PBC).

As Capacidades Militares Terrestres (CMT) e as Capacidades Operativas

(CO) que visam à manutenção de um permanente estado de prontidão para o

atendimento das demandas de segurança e defesa do País, contribuindo para a

garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem,

salvaguardando os interesses nacionais e cooperando para o desenvolvimento e o

bem-estar social.

CAPACIDADE MILITAR TERRESTRE (CMT): A capacidade militar terrestre é constituída por um grupo de capacidades operativas com ligações funcionais, reunidas para que os seus desenvolvimentos potencializem as aptidões de uma força para cumprir determinada tarefa dentro de uma missão estabelecida. CAPACIDADE OPERATIVA (CO): É a aptidão requerida a uma força ou organização militar, para que possam obter um efeito estratégico, operacional ou tático. É obtida a partir de um conjunto de sete fatores determinantes, inter-relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura - que formam o acrônimo DOAMEPI.

As atividades Comando e Controle e Cibernética são capacidade requeridas

à Força Terrestre (FTer) e encontram-se previstas no Catálogo de Capacidades do

Exército 2015 - 2035 (EB20-C-07.001) (BRASIL, 2015, p. 7, 12 a 14, 18 e 19).

113

9 INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA

A infraestrutura do Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações

do Sistema de Comando e Controle do CGDA (STIC/SC2CGDA) foi concebida,

projetada e implementada pelo 2o CTA, a partir das seguintes premissas:

a. aplicação das boas práticas para o planejamento, projeto,

contratação, implantação e gerência de redes e serviços de TIC;

b. atendimento aos princípios doutrinários de Comando e Controle do

MD e EB;

c. atendimento ao planejamento estratégico do MD (PEECFA);

d. atendimento ao planejamento definido pelo CGDA para emprego de

tropas; e

e. capacidade de atender às novas demandas decorrentes de

mudanças nos cenários internacional e nacional, em curto espaço de tempo.

O conturbado ambiente internacional e nacional, com o agravamento das

ameaças terroristas e ataques cibernéticos, o aumento da criminalidade no Rio de

Janeiro, a possível crise na Segurança Pública do Rio de Janeiro e a radicalização

de grupos políticos e ativistas exigiram a concepção de um SC2 capaz de prover o

CGDA com informações para construção, compartilhamento e manutenção da

consciência situacional.

As três principais ferramentas para construção da consciência situacional

utilizadas pelo CGDA foram:

a. Sistema Pacificador;

b. Sistema de Radiocomunicação Digital Troncalizado (SRDT); e

c. Sistema de Aquisição, Armazenamento, Transmissão e

Processamento de Imagens, composto pelos vários Sistemas de Vigilância e

Monitoramento Eletrônico, fixos e móveis, das Forças Armadas, do Governo de

Estado do Rio de Janeiro, do Município do Rio de Janeiro, do Comitê Rio 2016, da

SEGE/MJ, das empresas de transportes públicos e das empresas operadoras de

vias expressas.

O CGDA e o 2o CTA tiveram que reavaliar a infraestrutura de rede, física e

lógica, empregada nos Grandes Eventos até à época, pois a existente era

114

insuficiente para suportar todo o tráfego gerado pelos serviços de TIC e, além disso,

não possuía condições de garantir alta disponibilidade, confiabilidade, segurança e

flexibilidade. Em consequência, o 2o CTA teve que desenvolver e implantar uma

série de projetos para modernizar e ampliar a infraestrutura do STIC/SC2CGDA.

Os Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico, dentre todos os

serviços de TIC do SC2CGDA, foram os que mais impactaram o planejamento,

dimensionamento, projeto e operação do STIC/SC2CGDA. O elevado tráfego de

vídeo gerado, processado e transmitido por esses Sistemas demandaram enlaces

ópticos e rádios em micro-ondas com alta taxa de transmissão, assim como

equipamentos de comutação e roteamento, de processamento (servidores) e de

armazenamento (storages) de dados compatíveis.

Expressiva parcela da infraestrutura de rede e serviços de TIC foi mantida

após os JOP Rio 2016 e encontra-se em plena operação pelo Comando Militar do

Leste, em suas atividades de GLO, e pelo 2o CTA, no provimento de serviços de

telemática às OM de sua área de atuação (1a Região Militar - estados do RJ e ES),

tornando-se um importante legado para a Força Terrestre na cidade do Rio de

Janeiro.

A infraestrutura temporária do STIC/SC2CGDA foi recolhida por seus

respectivos responsáveis. Sua reintegração e reativação, nas mesmas condições de

operação do período dos Jogos, são imediatas, pois as infraestruturas de conexão

com o 2o CTA foram mantidas.

9.1 CONCEPÇÃO DA INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA

A fim de facilitar o planejamento, o 2o CTA concebeu e dividiu o Sistema de

Tecnologia da Informação e Comunicações do Sistema de Comando e Controle do

CGDA (STIC/SC2CGDA) em 03 áreas, conforme ilustrado na Figura 43:

CONECTIVIDADE, SERVIÇOS DE TIC e ACESSO À INTERNET.

115

Figura 43 - Áreas do STIC do SC2CGDA

Fonte: o autor

1) CONECTIVIDADE: a conectividade representava a infraestrutura de

rede, física e lógica, do STIC/SC2CGDA e foi dividida em 04 segmentos:

Conectividade Nacional: infraestrutura de rede de abrangência

nacional (WAN - Wide Area Network). Projetada para conexão do 2o CTA e,

consequentemente, do CCOp/CGDA, dos CC2 e das OM, com Brasília (MD, CITEx e

Quartel General do Exército (QGEx)) e São Paulo (Internet);

Conectividade Regional: infraestrutura de rede urbana regional

(MAN - Metropolitan Area Network), no âmbito da região metropolitana do Rio de

Janeiro. Projetada para conexão do 2o CTA com o CCOp/CGDA, com os CC2 das

OMDS, Comandos Centralizados e Elementos de Apoio e com as demais

Organizações Militares das Forças Armadas de interesse do CGDA, em meio

privativo do Exército. Ou seja, sem a dependência de empresas operadoras de

telecomunicações, com segurança, confiabilidade, alta disponibilidade, elevada

capacidade de tráfego de dados e flexível para possibilitar possíveis alterações e

novas demandas operacionais do CGDA;

Conectividade Local: infraestrutura de rede interna (LAN - Local

Area Network) da sala do CCOp/CGDA, CC2 ou PC/OM (Posto de Comando na OM).

Rede de cabeamento interno estruturado de telemática da sala para acesso aos

serviços de TIC do SC2CGDA; e

Conectividade Virtual: infraestrutura de rede privativa formada

através de conexões VPN (Virtual Private Network). Utilização da Internet como meio

físico, criando uma conexão segura e criptografada entre o computador do usuário e

um servidor do 2o CTA. Teve por objetivo atender aos militares fora de seus CC2 e

116

aos oficiais de ligação em serviço nas Venues e demais locais de interesse do

CGDA para acesso ao SC2CGDA.

2) SERVIÇOS DE TIC: recursos de TIC implementados pelo 2o CTA,

CITEx, CDS e MD e ofertados aos usuários nos CCOp/CGDA, CC2 e OM. Esses

serviços processavam e gerenciavam as informações e dados trafegados através da

infraestrutura de rede (conectividade), podendo ser voz, dados ou vídeos

(videoconferência e imagens).

3) INTERNET: interligação do CCOp/CGDA, CC2 e OM à infraestrutura

de rede pública (Internet). Além da consulta a conteúdos na WEB, o acesso à

Internet teve como objetivo permitir a:

operação do Sistema Pacificador e do SCCOP;

operação do Webmail ZIMBRA e EBMail;

transmissão de imagens via terminal móvel (smartphone);

transmissão e recepção de imagens das empresas de transportes;

criação de links VPN para operação como contingência a enlaces

privados das infraestruturas nacional e regional; e

criação de links VPN para acesso aos serviços de TIC pelos

militares fora de seus CC2 e pelos Oficiais de Ligação.

9.2 CATÁLOGO DE SERVIÇOS DO SC2CGDA

A fim de facilitar a governança, os serviços de TIC disponíveis no SC2CGDA

foram relacionados em um CATÁLOGO DE SERVIÇOS.

O Catálogo de Serviços de TIC do SC2CGDA foi constituído pelo conjunto

dos serviços de TIC disponibilizados pelo Exército (através do CITEx, CDS e 2º

CTA) e pelo MD (através da SC-1/CHOC).

Composição do Catálogo de Serviços do SC2CGDA:

Sistema telefônico público fixo e móvel;

Sistema telefônico privativo do EB - RITEx (Rede Integrada de

Telecomunicações do Exército);

Sistema telefônico privativo do MD - SISCOMIS (Sistema de

Comunicações Militares por Satélite);

117

Sistema de Videoconferência do EB e MD;

Sistema Pacificador;

Sistema de Comando e Controle Operacional (SCCOP);

Sistema C2 em Combate;

Sistemas Corporativos do EB e MD;

Correio Eletrônico Operacional (Webmail) - ZIMBRA do EB e MD e

EBMail do EB;

Transmissão de Mensagens por Celular (Chat Seguro) - EBChat do EB

e MD e Athena do MD e ABIN (destinado aos oficiais generais);

Transferência de Arquivos (FTP - File Transfer Protocol) do EB e MD;

Sistema de Radiocomunicações SRDT (Sistema Rádio Digital

Troncalizado);

Sistema de Radiocomunicações LTE (Long-Term Evolution); e

Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico, fixos e móveis:

Sistema Olhos de Águia (SOA) da Aviação do EB, SSP/RJ e

Receita Federal;

Sistema de Imagens do VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) da

FAB;

Sistema de Imagens dos Balões de Monitoramento da SSP/RJ

(Aeroestato);

Sistema de Imagens das Lunetas dos Caçadores;

Sistema de Imagens por Terminais Móveis;

Sistema de Imagens de Viaturas de C2;

Sistema de Vídeo Monitoramento da CET-RIO e CORIO;

Sistema de Vídeo Monitoramento do CICC/RJ;

Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da

SESGE/MJ;

Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte (Metrô

Rio, SuperVia e BRT - Bus Rapid Transit);

Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (Linha

Amarela e Transolímpica);

Sistema de Vídeo Monitoramento da Marinha do Brasil (orla do

Rio de Janeiro e Baía de Guanabara); e

Sistema de Vídeo Monitoramento da Vila Militar.

9.3 CONECTIVIDADE NACIONAL (WAN)

9.3.1 Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército (EBNet)

O CITEx é a Organização Militar provedora de

Brasileiro, possuindo a seguinte missão institucional:

lógica para o funcionamento dos sistemas de interesse do Sistema Estratégico de

Comando e Controle do Exército (SEC²Ex), sua integração ao

e Controle da Força Terrestre (SC²FTer) e ao Sistema Militar de Comando e

Controle (SisMC²), bem como explorar, manter e realizar o gerenciamento técnico do

Sistema Estratégico de Comunicações do Exército (SECEx), proporcionando o

adequado nível de segurança da informação

Para cumprir sua missão, o CITEx instituiu a

Dados do Exército (EBNet)

do Exército Brasileiro. Todas as

redes de telecomunicações (redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro

comunicações via satélite) para o tráfego de voz, dados e vídeo.

A EBNet é mantida e gerenciada pelo CITEx e suas OMDS (7 Centros

Telemática de Área - CTA e 5 Centros de Telemática

capitais no território brasileiro, conforme ilustrado na Figura 4

Figura 44

47

Missão do CITEx. Disponível em <Acesso em 20 de agosto de 2018.

9.3 CONECTIVIDADE NACIONAL (WAN)

Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército (EBNet)

O CITEx é a Organização Militar provedora de serviços de TI para o Exército

Brasileiro, possuindo a seguinte missão institucional: Proporcionar as bases física e

lógica para o funcionamento dos sistemas de interesse do Sistema Estratégico de

Comando e Controle do Exército (SEC²Ex), sua integração ao Sistema de Comando

e Controle da Força Terrestre (SC²FTer) e ao Sistema Militar de Comando e

Controle (SisMC²), bem como explorar, manter e realizar o gerenciamento técnico do

Sistema Estratégico de Comunicações do Exército (SECEx), proporcionando o

do nível de segurança da informação47.

Para cumprir sua missão, o CITEx instituiu a Rede Privativa Corporativa de

Dados do Exército (EBNet), que é a principal infraestrutura de rede,

do Exército Brasileiro. Todas as OM do EB estão integradas à EBNet através de

redes de telecomunicações (redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro

comunicações via satélite) para o tráfego de voz, dados e vídeo.

A EBNet é mantida e gerenciada pelo CITEx e suas OMDS (7 Centros

CTA e 5 Centros de Telemática - CT) espalhadas por 12

capitais no território brasileiro, conforme ilustrado na Figura 44.

Figura 44 - Localização do CITEx, CTA e CT

Fonte: CITEx

Missão do CITEx. Disponível em <http://www.citex.eb.mil.br/index.php/paginainicial/editoria

Acesso em 20 de agosto de 2018.

118

serviços de TI para o Exército

Proporcionar as bases física e

lógica para o funcionamento dos sistemas de interesse do Sistema Estratégico de

Sistema de Comando

e Controle da Força Terrestre (SC²FTer) e ao Sistema Militar de Comando e

Controle (SisMC²), bem como explorar, manter e realizar o gerenciamento técnico do

Sistema Estratégico de Comunicações do Exército (SECEx), proporcionando o

Rede Privativa Corporativa de

, física e lógica,

do EB estão integradas à EBNet através de

redes de telecomunicações (redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro-ondas e

A EBNet é mantida e gerenciada pelo CITEx e suas OMDS (7 Centros de

CT) espalhadas por 12

http://www.citex.eb.mil.br/index.php/paginainicial/editoria-b>.

119

A EBNet é uma infraestrutura de rede formada pelo conjunto de redes

privativas do EB e por redes contratadas de empresas operadoras de

telecomunicações:

a) Rede Contratada (Rede Oi):

- o CITEx contratou a empresa de telecomunicações Oi para

prestar o serviço de Rede de Longa Distância (WAN - Wide Area Network), de

abrangência nacional, para interligação com os CTA, CT e OM definidas pelo CITEx;

e

- a Rede Oi é uma rede IP multisserviços com tecnologia de

encaminhamento de pacotes MPLS (Multi-Protocol Label Switching) para o tráfego

de informações corporativas (EBNet e Internet). Constituída, atualmente, por 360

(trezentos e sessenta) Pontos de Presença (PP) para acesso à EBNet (total dos

Lotes 1 e 2) e 21 (vinte e um) PP para acesso à Internet, instalados no CITEx, CTA,

CT e em OM. A Figura 45 ilustra a conexão desses PP com a Rede MPLS.

Figura 45 – Rede MPLS de interligação do CITEx, CTA, CT e OM isoladas

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

b) Rede Privativa do Exército (Rede Metropolitana):

- infraestrutura de rede urbana regional (MAN -

Metropolitan Area Network), denominada Rede Metropolitana, para interligação do

CTA/CT às Organizações Militares de sua área de atuação; e

- formada por redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro-

ondas e por equipamentos de comutação (roteadores e switches) com grande

capacidade de processamento e roteamento de dados, de propriedade do Exército

Brasileiro, projetados, gerenciados e mantidos pelo CITEx/CTA/CT.

120

A infraestrutura da EBNet na área do Rio de Janeiro é gerenciada e mantida

pelo 2o Centro de Telemática de Área (2o CTA).

A Rede Metropolitana gerenciada pelo 2o CTA é denominada Rede

Metropolitana do Rio de Janeiro. É responsável pela conexão de todas as OM

sediadas na região metropolitana do Rio de Janeiro, através de redes de fibras

ópticas, enlaces rádio micro-ondas e de equipamentos de comutação do 2o CTA.

A Figura 46 ilustra a conexão da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro à

Rede Corporativa do Exército (EBNet).

Figura 46 - Diagrama da EBNet e da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro

Fonte: o autor

A Figura 47 ilustra o diagrama da rede MPLS da EBNet e a conexão com o

2o CTA e a Rede Metropolitana do Rio de Janeiro.

Figura 47 - Diagrama da Rede MPLS (EBNet)

Fonte: 2o CTA

121

9.3.2 Rede Operacional de Defesa (ROD)

A Rede Operacional de Defesa (ROD) é a infraestrutura de rede, física e

lógica, do MD, sendo gerenciada pela Subchefia de Comando e Controle (SC-1), da

CHOC/EMCFA, e mantida, na área do EB, com o apoio técnico do CITEx e dos

CTA/CT.

A Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31-M-03)

define a ROD como a principal fornecedora de serviços de comunicações de dados

militares operacionais (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 33).

Os CC² permanentes do SisMC² estão interligados, diuturnamente, por intermédio da ROD, o que possibilita o fluxo de informações necessário à construção e à manutenção da consciência situacional nos níveis político e estratégico da Etta Mi D. De forma similar, os CC² temporários, enquanto ativados, devem trabalhar interligados à ROD, de modo a contribuírem para a construção e a manutenção da consciência situacional e dela compartilharem para o êxito na condução de suas operações.

A ROD é composta por um Segmento Espacial e um Segmento Terrestre:

Segmento Espacial: constituído pelos enlaces via satélite

estabelecidos entre os terminais satelitais e as estações terrenas; e

Segmento Terrestre: constituído por uma infraestrutura de rede

formada por enlaces ópticos e rádios em micro-ondas para transmissão de dados,

voz e vídeo, com conectividade com as redes das demais Forças (RECIM - Rede de

Comunicações Integradas da Marinha do Brasil, EBNet - Rede Privativa Corporativa

de Dados do Exército e INTRAER - Rede Privativa de Dados da FAB). Assim como

a EBNet, o segmento terrestre da ROD também está estruturado como uma Rede

de Longa Distância (WAN), de abrangência nacional, com conectividade segregada

(restrita, segura e controlada), utilizando também uma rede IP multisserviços com

tecnologia de encaminhamento de pacotes MPLS .

A ROD foi desenvolvida para prover acesso aos diversos serviços e

sistemas hospedados no CC²MD em apoio às operações conjuntas e singulares do

MD. Serviços que asseguraram um fluxo de informações em tempo real entre os CC²

do SisMC², permitindo a interoperabilidade desses centros, principalmente, nos

níveis estratégico e operacional. Os CC² dos Comandos Operacionais ativados e os

CC² de suas Forças Componentes funcionaram integrados à ROD.

A Figura 48 ilustra o diagrama dos segmentos terrestre e espacial da ROD.

122

Figura 48 - Diagrama dos Segmentos Terrestre e Espacial da ROD

Fonte: Palestra do Chefe da SC-1/EMCFA

A Figura 49 ilustra o mesmo segmento terrestre destacando a conectividade

entre o MD, CITEx, QGEx e o 2o CTA.

Figura 49 - Diagrama do Segmento Terrestre da ROD

Fonte: Palestra do Chefe da SC-1/EMCFA

O CGDA estabeleceu o segmento terrestre como um dos meios de

conectividade nacional do SC2CGDA. O segmento espacial foi empregado como

rede de contingência, tendo em vista a baixa capacidade de tráfego de dados das

estações satelitais. A Figura 50 ilustra o terminal satelital transportável (TT) utilizado

na rede de contingência.

123

Figura 50 - Terminal Satelital Transportável (TT) do SISCOMIS

Fonte: Palestra do Chefe da SC-1/EMCFA

9.3.3 Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)

A conectividade nacional de alta capacidade de dados do SC2CGDA, tanto

do Exército Brasileiro, através da EBNet, quando do Ministério da Defesa, através da

ROD, era provida por empresas operadoras de telecomunicações. A EBNet era

dependente da empresa Oi e a ROD, em seu segmento terrestre, da empresa

Telecomunicações Brasileiras S.A. - TELEBRAS.

Face à grave situação financeira da empresa Oi à época, em processo de

recuperação judicial, com risco elevado de paralisação parcial ou total das redes,

consequente degradação da qualidade dos serviços, adicionada à baixa capacidade

de transmissão de dados dos enlaces nacionais da ROD proporcionados pela

TELEBRÁS, foram estudadas alternativas para estabelecimento de enlaces de longa

distância com outras instituições governamentais.

O CITEx buscou junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e

Comunicações (MCTIC) uma parceria para compartilhamento da Rede Nacional de

Ensino e Pesquisa (RNP), em nível nacional e regional.

A RNP proporciona à comunidade acadêmica do país conectividade e

acesso à Internet. Os serviços de TIC são suportados nacionalmente por uma

infraestrutura óptica de alto desempenho, denominada Rede Ipê, que permite desde

simples trocas de arquivos até transferências massivas de dados científicos. A

Figura 51 apresenta o diagrama nacional dessa infraestrutura.

124

Figura 51 - Diagrama da Rede Ipê - RNP

Fonte: RNP48

A empresa Oi também era a provedora de Internet para o Exército. Em

consequência, o acesso à Internet, vital para operação dos serviços de TIC do

SC2CGDA, em especial, de transmissão e recepção de imagens, Webmail e

Pacificador, teve que ser reavaliado. Novos links alternativos para contingência

tiveram que ser contratados pelo CGDA.

Um dos links foi provido pela própria Rede Ipê, pois a mesma permite

também o acesso à Internet. O entroncamento internacional da RNP para acesso à

Internet é realizado através das cidades de São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Para o SC2CGDA, foram priorizados os enlaces interestaduais: Rio de

Janeiro - São Paulo, São Paulo - Brasília e Rio de Janeiro - Brasília e a conexão

internacional através da cidade de São Paulo-SP, conforme ilustrado na Figura 52.

Esta infraestrutura de rede permaneceu após o encerramento dos JOP Rio

2016, permitindo o estabelecimento de uma rota de contingência para conexão do

CML à Brasília e São Paulo e à Internet.

48 Sítio eletrônico da RNP. Disponível em <https://www.rnp.br/servicos/conectividade/rede-ipe>.

Acesso em 15 de agosto de 2018.

125

Figura 52 - Diagrama da Rede Ipê empregada pelo SC2CGDA

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

9.4 REDE DE DEFESA

A fim de facilitar o planejamento e a governança do SC2CGDA e o

desenvolvimento dos projetos, definiu-se como Rede de Defesa o conjunto de todas

as redes nacionais e regionais (RJ) do EB e MD empregadas nos JOP Rio 2016.

A Rede de Defesa foi a grande infraestrutura de rede do SC2CGDA,

possibilitando a interligação do CCOp/CGDA, dos CC2 e das OM com o MD, CITEx e

QGEx e a operação dos serviços de TIC previstos no Catálogo de Serviços.

A Figura 53 apresenta o diagrama de conexão do CGDA, através da Rede

de Defesa, com os principais CC2 do EB, MD, ABIN e COA.

Figura 53 - Diagrama da Rede de Defesa dos JOP Rio 2016

126

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

9.4.1 Conectividade Nacional da Rede de Defesa

A conectividade nacional promovida pela Rede de Defesa foi constituída,

basicamente, pela interligação do 2o CTA com Brasília, para permitir o acesso ao

SC2Ex e SisMC2. A Figura 54 ilustra a conexão nacional com o MD e EB/QGEx.

Figura 54 - Diagrama Nacional da Rede de Defesa

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

A conexão do Rio de Janeiro com Brasília e São Paulo foi estabelecida

através de enlaces da EBNet, ROD e RNP, conforme Figuras 55, 56 e 57:

- EBNet (Oi): 02 (dois) pontos de presença, sendo um de 64 Mbps

instalado no 2o CTA/PDC e um de 32 Mbps no 2o CTA/Estação Transceptora (Vila

Militar);

- ROD (Telebrás): 02 (dois) pontos de presença, sendo um de 20 Mbps

e um de 2 Mbps, ambos instalados no 2o CTA/PDC;

- RNP: 01 link de 200Mbps, entre os sites da RNP no Rio de Janeiro

(CBPF - Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) e em Brasília.

127

Figura 55 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro - Brasília

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

Figura 56 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro - Brasília

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

Figura 57 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro - Brasília - São Paulo

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

128

9.4.2 Interligação dos Centros de Comando e Controle do Rio de Janeiro

As Figura 58 e 59 ilustram a conexão dos Centros de Comando e Controle

do CGDA, da SSP/RJ e SESGE (CICC/RJ), da Prefeitura da Cidade do Rio de

Janeiro (CORIO) e do Comitê Rio 2016 (MOC), através da Rede de Defesa.

A conexão dos Datacenters do CICC/RJ e do CORIO ao Datacenter do 2o

CTA possibilitou, ao CGDA, o acesso aos sistemas computacionais da SSP/RJ,

disponíveis no CICC/RJ, e da Prefeitura do Rio de Janeiro, no CORIO e,

principalmente, às imagens gerenciadas por esses órgãos para monitoramento e

vigilância das ruas, avenidas e de pontos críticos da cidade do Rio de Janeiro.

O entroncamento CGDA - CORIO - CICC/RJ - MOC foi realizado através de

infraestrutura de rede em fibra óptica, privativa do Exército Brasileiro, de alta

velocidade e capacidade de tráfego, com contingência através de enlaces rádio em

micro-ondas.

Excetuando-se a conexão com o MOC, que foi temporária, a conectividade

do CML com o CICC e CORIO encontra-se em plena operação, tornando-se um

grande legado para apoio às atividades de GLO na cidade do Rio de Janeiro.

Figura 58 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ, CORIO e MOC

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA

129

Figura 59 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ, CORIO e MOC -

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

9.4.3 Rede Via Satélite - Rede de Defesa

A Figura 60 ilustra a conexão via satélite implantada no CGDA e nos CDS

para operação como rede de contingência e redundância em comunicação de voz e

dados. No CGDA e em cada CDS foram instalados terminais satelitais transportáveis

(TT) para acesso direto ao CC2MD e CC2FTer em caso de pane na Rede de Defesa.

Figura 60 - Diagrama Regional da Rede de Defesa - Interligação Via Satélite

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

9.4.4 Acesso ao SC2CGDA pelos Oficiais de Ligação

O Comitê Rio 2016 implementou duas infraestruturas de redes, formando o

Backbone Olímpico dos Jogos. Uma destinada aos Sistemas Computacionais de

Controle e Gerenciamento das Atividades Olímpicas (rede totalmente segregada) e

130

outra aos Sistemas para Administração dos Jogos (telefonia, Intranet, Internet,

videoconferência, ...), denominada Rede Administrativa.

O Comitê Rio 2016 não autorizou a conexão do Backbone Olímpico com a

Rede de Defesa, de forma que os oficiais de ligação, em serviço nas Venues,

tiveram que acessar o SC2CGDA através de links VPN, via Internet.

O 2o CTA implantou uma infraestrutura privativa da Rede de Defesa na área

de trabalho do MD/EB no MOC, isolada da Rede Administrativa do Comitê, para

acesso aos serviços do SC2CGDA, conforme ilustrado na Figura 61.

Figura 61 - Acesso ao SC2CGDA pelos oficiais de ligação

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA

9.5 CONECTIVIDADE REGIONAL (MAN)

Como abordado, a infraestrutura de conectividade regional do SC2CGDA

permitiu a conexão com o CCOp/CGDA, os CC2 e as OM para acesso aos serviços

de TIC disponibilizados pelo SC2CGDA.

A infraestrutura de conectividade regional do CGDA foi constituída pela

Rede Metropolitana do Rio de Janeiro, gerenciada pelo 2o CTA e CITEx.

9.5.1 Rede Metropolitana do Rio de Janeiro

A Rede Metropolitana do Rio de Janeiro foi a grande infraestrutura de rede,

física e lógica, que possibilitou o entroncamento regional dos pontos de interesse do

CGDA com a Rede de Defesa, descritos a seguir:

131

CCOp/CGDA, implantado no PDC/CML (9o andar);

53 (cinquenta e três) Centros de Comando e Controle (CC2),

das OMDS, Comandos Centralizados e Elementos de Apoio e as demais

Organizações Militares das Forças Armadas de interesse do CGDA;

Centro de Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro

(CICC/RJ);

Centro de Comando e Controle da Prefeitura da Cidade do

Rio de Janeiro (CORIO);

Centro Principal de Operações (MOC), do Comitê Rio 2016;

Empresas de transporte (Metrô Rio, SuperVia e BRT); e

Concessionárias de vias públicas (Linha Amarela e

Transolímpica).

Para atender as premissas definidas no capítulo 8, a Rede Metropolitana

sofreu uma profunda modernização e ampliação. Houve a implantação de novas e

redundantes infraestruturas de cabeamento óptico e de enlaces rádio em micro-

ondas com alta capacidade de transmissão de dados, assim como a instalação de

novos e modernos equipamentos de comutação de dados, dotados de elevada

capacidade de processamento, tráfego e roteamento de dados. Isso possibilitou que

a referida rede operasse com alta disponibilidade (redundância), flexibilidade,

confiabilidade e segurança.

Sem dúvida, a Rede Metropolitana é um dos maiores legados do Sistema de

Comando e Controle do CGDA deixado para emprego pelo Comando Militar do

Leste nas operações de GLO e interagências.

Em síntese, a maior parte dos projetos desenvolvidos pelo 2o CTA para o

CGDA estavam relacionados à modernização e ampliação da Rede Metropolitana do

Rio de Janeiro.

A Rede Metropolitana foi modernizada e ampliada pelo 2o CTA considerando

as 03 partes da infraestrutura de uma rede de grande porte:

a. Backbone Regional ("espinha dorsal" ou "rede de transporte"):

infraestrutura principal constituída por redes ópticas e rádios em micro-ondas,

dotada de enlaces de redundância (alta disponibilidade), segurança e com alta

capacidade de transmissão, processamento e roteamento de dados.

132

b. Estações de Telecomunicações (Sites): pontos de conexão dos

enlaces do backbone regional; e

c. Enlace de Última Milha: infraestrutura de enlace óptico e/ou rádio

em micro-ondas derivado de um site do backbone regional para atendimento a um

ponto de interesse do CGDA.

Para o CCOp/CGDA, CC2 e OM foram previstos, pelo menos, dois enlaces

de comunicação (última milha) com o backbone regional, sendo uma rota principal e

outra secundária de redundância, ambas com a mesma capacidade de tráfego e

processamento de dados.

A Figura 62 apresenta o diagrama simplificado da Rede Metropolitana do Rio

de Janeiro empregado pelo CGDA.

Figura 62 - Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone Regional

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx

9.5.2 Estações de Telecomunicações do 2o CTA (Sites)

As Estações de Telecomunicações (Sites de Telecomunicações) são salas

técnicas, equipadas ou não com torre metálica para fixação de antenas e dotadas

com toda a infraestrutura necessária a operação dos equipamentos de

telecomunicações (rádios em micro-ondas), de informática (roteadores, switches e

conversores óticos), de alimentação elétrica [retificadores, no-break e Grupo-Motor

133

Gerador (GMG)], de refrigeração, de sistemas de detecção e combate a incêndio e

de sistemas de controle de acesso e vigilância eletrônica.

A Rede Metropolitana do Rio de Janeiro durante os JOP Rio 2016 operou

com 32 (trinta e dois) sites, sendo que os 25 (vinte e cinco) mais importantes e

críticos para o STIC/SC2CGDA estão listados no Quadro 9.

Esses sites foram implantados em pontos estratégicos da região

metropolitana do Rio de Janeiro e foram fundamentais para operação do

STIC/SC2CGDA. Permitiam a visada direta com os pontos de interesse do CGDA; a

operação do backbone regional com alto tráfego de dados e redundância; e a

possibilidade de integração imediata de novos pontos de interesse para o CGDA, a

partir de novas demandas operacionais, com a implementação de novos enlaces de

última milha.

A Figura 63 apresenta o diagrama de integração do CCOp/CGDA, CC2 e OM

ao backbone regional. Cada CC2 e OM foi interligado a, pelos menos, dois sites do

backbone.

Figura 63 - Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone Regional

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA

134

Nr SIGLA LOCAL

1 PDC19 Palácio Duque de Caxias - 19

o andar - Ala Duque de Caxias - Sala do

Datacenter Principal do 2o CTA

2 PDC2 Palácio Duque de Caxias - 2

o andar - Ala Marcilio Dias - Sala do Datacenter

Secundário do 2o CTA

3 PDCTr Palácio Duque de Caxias - Térreo - Ala Duque de Caxias - Sala de

Entroncamento do 2o CTA com as Operadoras

4 PCO Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto

(DTECEA/PCO)

5 CORC Morro do Corcovado

6 SUM1 Morro do Sumaré

7 SUM2 Morro do Sumaré

8 FSJ Forte São João

9 FDC Forte Duque de Caxias

10 I. RASA Ilha Rasa (Oceano Atlântico - Copacabana)

11 MEND Morro do Mendanha

12 I. PENNA Igreja da Penna (Jacarepaguá - Frequesia)

13 CORIO Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro

14 CICC Centro Integrado de Comando e Controle da SSP/RJ

15 CASS Centro Administrativo São Sebastião (Prefeitura)

16 CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas

17 CPOR Centro de Preparação de Oficiais da Reserva

18 TR Estação Transceptora do 2o CTA (Vila Militar)

19 CAESC Centro de Aplicação de Exercícios de Simulação de Combate (Vila Militar)

20 1a DE Comando 1

a Divisão de Exército (Vila Militar)

21 CEADEx Centro de Ensino a Distância do Exército (Vila Militar)

22 CMVM Círculo Militar da Vila Militar (Vila Militar)

23 BPQDT Cmdo Bda Inf Pqdt (Vila Militar)

24 VVE Condomínio PNR EsAO - Vila Verde (Vila Militar)

25 EsAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Vila Militar)

Quadro 9 - Relação de Sites da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA

O backbone regional foi segmentado e configurado, logicamente, com dois

backbones específicos: um para atender ao PDC e outro à Guarnição da Vila Militar.

a. Backbone Principal: instalado no PDC e dotado de equipamentos

de comutação de alta capacidade de tráfego e enlaces de contingência. Teve como

objetivo interligar as Salas de Servidores do 2o CTA (Datacenter Principal e

Secundário), a Sala de Entroncamento com as Operadoras (térreo), o CCOp/CGDA

e os CC2 sediados no PDC.

- Sites do backbone principal: PDC19, PDC2 e PDCTr.

b. Backbone da Vila Militar: instalado na região da Vila Militar e

bairros vizinhos. Também dotado de equipamentos de comutação de alta

capacidade de tráfego e enlaces de contingência.

135

- Sites do backbone da Vila Militar: TR, CAESC, 1a DE, CEADEx,

CMVM, BPQDT, VVE e EsAO.

O 2o CTA elaborou projeto para modernização e ampliação da infraestrutura

interna de todos os sites do Quadro 9 a fim de suportar o alto tráfego de dados do

backbone regional e para operarem com alta disponibilidade, redundância de

equipamentos, segurança e confiabilidade. A perfeita operação de cada um desses

sites foi fundamental para manter a operacionalidade do STIC/SC2CGDA.

Atualmente, esses sites permanecem em plena operação e constituem-se

também um importante legado para o Sistema de Comando e Controle do CML.

Estão localizados em pontos estratégicos para as operações de GLO na região

metropolitana do Rio de Janeiro e permitem o provimento de serviços de telemática

pelo 2o CTA a todas as Organizações Militares da área da 1a Região Militar.

As Figuras 64, 65 e 66 apresentam fotos ilustrativas de sites da Rede

Metropolitana do Rio de Janeiro.

Figura 64 – Site Transceptora do 2º CTA (Vila Militar) da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro

Fonte: 2o CTA

Figura 65 – Sites Sumaré 1 e 2 da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro

Fonte: 2o CTA

136

Figura 66 – Site Mendanha da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro

Fonte: 2o CTA

9.5.3 Backbone da Vila Militar

A Rede Metropolitana do Rio de Janeiro na área da Vila Militar e bairros

adjacentes (Guadalupe, Realengo, Magalhães Bastos e Deodoro) atende a um terço

das Organizações Militares da 1a Região Militar. Sua infraestrutura era constituída

por uma rede de cabeamento óptico aéreo sustentado nas redes de posteamento

das ruas e avenidas, complementada por enlaces rádio em micro-ondas. A

sustentação aérea dos cabos ópticos era um fator crítico para a segurança, alta

disponibilidade da rede e plena operação do SC2CGDA na área do Complexo

Olímpico de Deodoro, tendo em vista o elevado índice de paralisações decorrentes

de acidentes, ações indevidas de terceiros, roubo de cabos e queda de árvores.

O Comitê Rio 2016, por exigência do Comitê Olímpico Internacional, tinha

que planejar e implantar seu Backbone Olímpico com toda sua infraestrutura de

cabos ópticos lançada por rede de dutos subterrâneos.

A empresa Embratel, por ser uma das patrocinadoras do evento, foi a

provedora de toda a infraestrutura de redes ópticas do Backbone Olímpico. No

entanto, na área da Vila Militar não existia qualquer infraestrutura de rede de dutos

subterrâneos de propriedade da empresa.

A área da Vila Militar encontra-se sob jurisdição patrimonial do Exército

Brasileiro, de forma que a Embratel não poderia construir sua rede de dutos sem um

processo administrativo para concessão de direitos reais de uso resolúvel. No

entanto e, com base no compromisso assumido pelo EB junto ao Comitê Rio 2016

na fase de apresentação da candidatura, o CML autorizou a construção da rede de

dutos para uso pela empresa até o encerramento dos Jogos, com a condição de

137

sessão de parte dos dutos para uso exclusivo e definitivo pelo Exército. O processo

para permitir o uso permanente dos dutos pela Embratel está sendo conduzido pelo

Cmdo 1ª Região Militar.

A Embratel construiu, aproximadamente, 39.000 m de rede subterrânea com

08 (oito) subdutos, sendo 02 (dois) para uso exclusivo pelo 2º CTA.

A Figura 67 apresenta o mapa da Guarnição da Vila Militar com a

diagramação da rede construída e compartilhada pela Embratel e 2º CTA.

Figura 67 – Diagrama da infraestrutura da rede subterrânea Embratel – 2º VTA (Vila Militar)

Fonte: 2o CTA

Face à dimensão da rede e à impossibilidade de escavação das ruas e

avenidas de Deodoro, foi empregada a tecnologia de perfuração não destrutiva

(PND). A Figura 68 ilustra a técnica de perfuração e o lançamento da rede

subterrânea.

Figura 68 – Processo de construção da infraestrutura da rede subterrânea

Fonte: o autor

O 2o CTA, a partir dessa rede subterrânea e de parte da rede de

posteamento existente, implantou um novo backbone da Vila Militar e novos enlaces

138

de última milha, totalizando o lançamento de, aproximadamente, 48.000 m de cabos

ópticos. Isso permitiu a interligação de todos os CC2 e OM com alta disponibilidade,

segurança e elevada capacidade de tráfego de dados. Essa nova infraestrutura foi

mantida pelo 2º CTA e encontra-se em plena operação, tornando-se outro grande

legado para a Guarnição da Vila Militar e para o Sistema de Telemática do Exército

(SisTEx). A rede de cabeamento antiga (aérea) foi mantida e utilizada como rota de

contingência.

9.5.4 Rede Comunitária de Educação e Pesquisa (Rede COMEP)

A RNP se desmembra regionalmente em uma série de redes metropolitanas

de alta velocidade denominada Rede COMEP (Rede Comunitária de Educação e

Pesquisa). Essas redes também são providas pelo Ministério da Ciência e

Tecnologia (MCT) e integradas nacionalmente através de um ponto de presença

do backbone da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) na região. Sua

infraestrutura é formada por redes de cabeamento de fibras ópticas com objetivo

de atender às instituições de pesquisa e educação superior e na formação de

consórcios entre as instituições participantes.

A Figura 69 apresenta a topologia da Rede COMEP do Rio de Janeiro.

Figura 69 – Topologia da Rede COMEP

Fonte: Rede COMEP 49

49 Sítio da Rede RNP/COMEP. Disponível em <http://redecomep.rnp.br/?consorcio=2>. Acesso em 15 de agosto de 2018.

139

A Rede COMEP do Rio de Janeiro possui um backbone formado por sites

instalados nos locais abaixo relacionados:

- UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro);

- FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz);

- UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro);

- CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas);

- CEFET-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow

da Fonseca);

- PRODERJ (Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do

Estado do Rio de Janeiro – SIX - "State Internet Exchage"); e

- Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – MIX- "Metropolitan Internet

Exchage"

- PoP-RNP (Ponto de conexão da Rede COMEP com o backbone da

RNP, instalado no site CBPF); e

- PUC-Rio - (Pontifícia Universidade Católica).

Em 2015, o CITEx negociou com o MCTIC/RNP o compartilhamento, pelo

EB/2o CTA, da infraestrutura da rede óptica da Rede COMEP durante os JOP

Rio 2016. A infraestrutura de cabeamento óptico da Rede COMEP, disponibilizada

pelo MCTIC/RNP ao Exército Brasileiro, foi fisicamente segregada (cabos ópticos

dedicados ao 2o CTA). Foi, consequentemente, integrada à Rede Metropolitana do

Rio de Janeiro e à Rede de Defesa. No backbone da RNP não houve

disponibilização de cabos ópticos dedicados ao Exército Brasileiro. O tráfego de

dados foi logicamente segmentado.

O entroncamento das redes também permitiu a conexão direta do 2º CTA

com Brasília, para acesso ao CITEx, e São Paulo, para acesso à Internet através

da ANSP (Academic Network at São Paulo).

A Rede COMEP foi empregada pelo 2º CTA para integração, como rede

de contingência, dos CC2 considerados críticos pelo CGDA à Rede Metropolitana

do Rio de Janeiro, conforme diagrama da Figura 70:

CMRJ (Colégio Militar do Rio de Janeiro), base do CDS

Maracanã;

MPC (Main Press Centre do Comitê Rio 2016), base do CDS

Barra e do MOC;

140

CAESC (Centro de Aplicação de Exercícios de Simulação de

Combate), site da Rede Metropolitana na Vila Militar para atendimento ao CDS

Deodoro;

1º BG (1o Batalhão de Guardas), base da F Coor Escolta;

CORIO; e

CICC/RJ e CICCR/RJ.

Figura 70 – Diagrama de interligação da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro, RNP e Rede COMEP

Fonte: 2º CTA

9.6 CONECTIVIDADE LOCAL DOS CC2 (LAN)

A infraestrutura de conectividade local correspondeu à rede de cabeamento

interno estruturado (LAN) da sala do CCOp/CGDA e CC2 para tráfego de dados, voz

e vídeo, permitindo o acesso, pelos usuários, aos serviços de TIC proporcionados

pelo SC2CGDA.

A rede interna da sala do CCOp/CGDA e CC2 foi projetada para ser

totalmente segregada da rede de dados da OM e interligada diretamente à Rede

Metropolitana do Rio de Janeiro.

141

A Figura 71 apresenta o diagrama da infraestrutura de rede interna da OM,

gerenciada pela Seção de Informática/Telemática, e do CC2, gerenciada pelo 2o CTA

ou por uma OM de Comunicações.

A Figura 72 apresenta a composição dos gabinetes (racks) de telemática da

OM e do CC2. Destaca-se que todas as OM do CGDA, dotadas de CC2, foram

equipadas pelo 2o CTA com novos equipamentos de segurança da informação

(firewall), de comutação de dados (roteadores e switches), de telefonia VoIP para

acesso à RITEx e SISCOMIS e de alimentação elétrica emergencial (no-break).

Esses equipamentos foram instalados e ativados pelo 2o CTA e

permaneceram, após o encerramento dos JOP Rio 2016, como um legado para as

Organizações Militares empregadas no evento.

Figura 71 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2

Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA

Figura 72 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2

Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA

142

9.7 ACESSO À INTERNET

9.7.1 Infraestrutura para Acesso à Internet

O entrocamento do 2o CTA à Internet foi realizado através de links da

empresa Oi (contrato EBNet do CITEx), de empresas contratadas pelo CML

(provedores locais) e da ANSP (RNP), totalizando 1,3Gbps de capacidade total (taxa

de transmissão garantida e full-duplex), conforme apresentado no diagrama da

Figura 73.

O planejamento do 2o CTA considerou a implantação de dois pontos de

provimento de Internet equipados com toda a infraestrutura (equipamentos e

sistemas computacionais) de segurança da informação a fim de possibilitar

redundância: 2o CTA/PDC e 2o CTA/Vila Militar (Site Transceptora).

O acesso à Internet pelo CCOp/CGDA e CC2 foi provido exclusivamente

pelo 2o CTA via Rede Metropolitana do Rio de Janeiro.

Figura 73 – Diagrama de interligação do 2o CTA à Internet

Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA

9.7.2 Internet Social

O CGDA contratou, através de provedores locais, links para acesso

comunitário à Internet para permitir, aos militares das OM, comunicação com seus

familiares e acesso às redes sociais. Essa forma de acesso foi denominada Internet

Social e totalizou uma capacidade de provimento de 1,2 Gbps.

A Internet Social era totalmente segregada da Internet provida pelo 2o CTA.

143

9.8 DATACENTER PRINCIPAL E SECUNDÁRIO DO 2o CTA

Para suportar a operação da infraestrutura das redes, física e lógica, e dos

serviços de TIC previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA com alta

disponibilidade, desempenho, confiabilidade e segurança, foi necessária a

modernização e ampliação das instalações das Salas de Servidores do 2o CTA.

Nessas salas estavam instalados os equipamentos de informática

(servidores e storages), de telecomunicações, roteamento de dados e segurança da

informação que controlariam e gerenciariam as redes e serviços de TIC do 2o CTA e

do CML, revestindo-se de pontos de elevada criticidade dentro do STIC/SC2CGDA.

Para aumentar a confiabilidade e segurança dos serviços de TIC do

SC2CGDA, o 2o CTA desenvolveu projeto para implantação de uma nova Sala de

Servidores, denominada Datacenter Principal do 2o CTA. Localizada no 19o andar

da Ala Duque de Caxias do Palácio Duque de Caxias (PDC), foi dotada de toda a

infraestrutura de telecomunicações, elétrica, refrigeração, alimentação elétrica

emergencial, controle de acesso e vigilância eletrônica, a fim de garantir a alta

disponibilidade das redes e serviços de TIC do SC2CGDA. A Figura 74 ilustra a sala

do Datacenter Principal.

Com objetivo de aumentar a confiabilidade e disponibilidade das redes e

serviços, o 2o CTA projetou uma Sala de Servidores redundante, denominada

Datacenter Secundário do 2o CTA. Localizada no 2o andar da Ala Marcílio Dias do

Palácio Duque de Caxias, também foi dotada de toda a infraestrutura necessária. A

Figura 75 ilustra parte da sala do Datacenter Secundário.

Os Datacenters Principal e Secundário implantados pelo 2o CTA para os

JOP Rio 2016 permanecem em plena operação. Constituem-se dos mais

importantes legados para a operação da infraestrutura de telemática do SC2FTer no

Rio de Janeiro, assim como para a prestação dos serviços de telemática pelo 2o CTA

a todas as Organizações Militares do Exército na área da 1a Região Militar.

144

Figura 74 - Datacenter Principal do 2o CTA - 19

o andar

Fonte: 2o CTA

Figura 75 - Datacenter Secundário do 2o CTA - 2

o Andar

Fonte: 2o CTA

9.9 SALA DE GERÊNCIA DE REDES DO 2o CTA

Para permitir a gerência da infraestrutura das redes e dos serviços de TIC

previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA, o 2o CTA implantou uma Sala de

Gerência de Redes. Localizada no 2o andar da Ala Marcílio Dias do Palácio Duque

de Caxias, foi também dotada de toda a infraestrutura de equipamentos e sistemas

computacionais específicos para gerenciamento e controle das redes e serviços de

TIC em tempo real.

145

A Sala de Gerência, implantada pelo 2o CTA para os JOP Rio 2016,

permanece em plena operação. É outro importante legado para a gerenciamento e

controle da infraestrutura de telemática do SC2FTer no Rio de Janeiro e dos serviços

de telemática providos pelo 2o CTA a todas as OM sob sua área de atuação. A

Figura 76 ilustra a Sala de Gerência do 2o CTA.

Figura 76 - Sala de Gerência de Rede do 2o CTA - 2

o Andar

Fonte: 2o CTA

9.10 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DO CGDA (CCOp/CGDA)

O Centro de Coordenação de Operações (CCOp) do CML teve que ser

ampliado e modernizado para atender às novas demandas operacionais, assim

como à ampliação das agências e dos órgãos que se relacionariam com o CGDA.

Para operação do novo CCOp, o 2o CTA projetou e implementou uma nova

e moderna infraestrutura de Tecnologia da Informação e de Segurança da

Informação, equipada com: infraestrutura de rede de cabeamento estruturado,

sistemas de multimídia (Videowall e Projetores) e equipamentos computacionais de

alta capacidade de transmissão e processamento de vídeo, dados e voz, permitindo

a operação segura, confiável e com alta disponibilidade dos serviços de TIC

previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA.

Após o encerramento dos Jogos, toda a infraestrutura de TIC e de multimídia

do CCOp permaneceu ativa, com plena capacidade de emprego pelo CML nas

operações de GLO, tornando-se um significativo legado para a Força Terrestre no

Rio de Janeiro.

146

A Figura 77 apresenta foto ilustrativa do CCOp em dia de operação dos

Jogos Olímpicos.

Figura 77 - Centro de Coordenação de Operações do CGDA

Fonte: 2o CTA

9.11 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE COMANDO E

CONTROLE DO CDS DEODORO (CC2CDSDeodoro)

De forma análoga ao realizado no CCOp/CGDA, o Centro de Comando e

Controle do Cmdo 1a DE teve que ser ampliado e modernizado. Sua missão: permitir

operar como CC2 do Comando de Defesa Setorial Deodoro (CC2CDSDeodoro) e

para atender às novas demandas operacionais e à ampliação das agências e dos

órgãos que se relacionariam com o Cmdo 1a Divisão de Exército (Cmdo 1a DE).

A Figura 78 apresenta o projeto do novo CC2CDSDeodoro construído pelo

Exército, dentro do aquartelamento do Cmdo 1a DE.

Figura 78 - Projeto do novo CC2CDSDeodoro

Fonte: 2o CTA

147

Como visto no capítulo 5, o CDS Deodoro e o CICCS Deodoro (SESGE/MJ)

compartilharam as instalações do CC2CDSDeodoro.

Para operação do CC2CDSDeodoro, o 2o CTA também projetou e

implementou uma moderna infraestrutura de TI e de Segurança da Informação

equipada com modernos equipamentos de multimídia e computacionais para

operação dos serviços previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA.

Após o encerramento dos Jogos, toda a infraestrutura da Sala do

CC2CDSDeodoro permaneceu ativa para operação como Central de Vigilância e

Monitoramento Eletrônico da Vila Militar, tornando-se mais um relevante legado para

a Força Terrestre na Guarnição da Vila Militar.

As Figuras 79 e 80 apresentam fotos ilustrativas do CC2CDSDeodoro em

dias de operação dos Jogos Olímpicos.

Figura 79 - Sala do CC2CDSDeodoro

Fonte: 2o CTA

Figura 80 - Sala do CC2CDSDeodoro

Fonte: 2o CTA

9.12 SISTEMA PACIFICADOR

O Sistema Pacificador é um membro da Família de Aplicativos de Comando

e Controle da Força Terrestre (FAC

de segurança de Grandes Eventos.

Foi um dos principais recursos de TI do Catálogo de Serviços, empregado

pelo CGDA, para manter a consciência situacional dos diversos Escalões e apoiar a

decisão do Comando.

O Sistema Pacificador, combinado com o Sistema Rádio Digital Troncalizado

(SRDT) e através de sua ferramenta de georreferenciamento, viabilizou, em tempo

real, o controle no terreno dos efetivos e autoridades, o planilhamento cronológico

dos eventos (Matriz de Sincronização) e a difusão de incidentes. Possibilitou uma

consciência situacional oportuna e a tomada de decisões dentro da máxima

celeridade possível, mitigando consequências administrativas/operacionais

indesejadas.

O Sistema Pacificador estava disponíve

COp, baseado em tecnologia

notebook; e Pacificador Móvel

(smartphones) com acesso a redes 3G/4G.

A Figura 81 ilustra exemplos de georre

versões COp e Móvel. As Figuras 82 e 83 ilustram exemplos de matrizes de

Sincronização e de Relatos.

Figuras 81 – Sistema Pacificador

9.12 SISTEMA PACIFICADOR

O Sistema Pacificador é um membro da Família de Aplicativos de Comando

e Controle da Força Terrestre (FAC2FTer), para emprego em operações de GLO e

de segurança de Grandes Eventos.

Foi um dos principais recursos de TI do Catálogo de Serviços, empregado

pelo CGDA, para manter a consciência situacional dos diversos Escalões e apoiar a

ema Pacificador, combinado com o Sistema Rádio Digital Troncalizado

(SRDT) e através de sua ferramenta de georreferenciamento, viabilizou, em tempo

real, o controle no terreno dos efetivos e autoridades, o planilhamento cronológico

incronização) e a difusão de incidentes. Possibilitou uma

consciência situacional oportuna e a tomada de decisões dentro da máxima

celeridade possível, mitigando consequências administrativas/operacionais

O Sistema Pacificador estava disponível em duas versões:

, baseado em tecnologia Web para acesso via computador

Pacificador Móvel, para operação combinado a dispositivos móveis

com acesso a redes 3G/4G.

A Figura 81 ilustra exemplos de georreferenciamento de usuários nas

versões COp e Móvel. As Figuras 82 e 83 ilustram exemplos de matrizes de

Sincronização e de Relatos.

Sistema Pacificador - Georreferenciamento (versões COp e Móvel)

Fonte: BEsCom

148

O Sistema Pacificador é um membro da Família de Aplicativos de Comando

FTer), para emprego em operações de GLO e

Foi um dos principais recursos de TI do Catálogo de Serviços, empregado

pelo CGDA, para manter a consciência situacional dos diversos Escalões e apoiar a

ema Pacificador, combinado com o Sistema Rádio Digital Troncalizado

(SRDT) e através de sua ferramenta de georreferenciamento, viabilizou, em tempo

real, o controle no terreno dos efetivos e autoridades, o planilhamento cronológico

incronização) e a difusão de incidentes. Possibilitou uma

consciência situacional oportuna e a tomada de decisões dentro da máxima

celeridade possível, mitigando consequências administrativas/operacionais

duas versões: Pacificador

para acesso via computador desktop ou

, para operação combinado a dispositivos móveis

ferenciamento de usuários nas

versões COp e Móvel. As Figuras 82 e 83 ilustram exemplos de matrizes de

ersões COp e Móvel)

149

Figura 82 – Sistema Pacificador - Matriz de Sincronização

Fonte: 2o CTA

Figura 83 – Sistema Pacificador - Matriz de Relatos

Fonte: 2o CTA

O software do Sistema Pacificador passou por um processo de

modernização e inclusão de novas facilidades operacionais para ser empregado nos

JOP Rio 2016. Além disso, até a Copa do Mundo FIFA 2014, o software e os dados

do Sistema ficavam armazenados em servidores no MD, o que prejudicava a

utilização do aplicativo nas operações isoladas do Exército Brasileiro. Para os Jogos,

a infraestrutura computacional e de banco de dados foi ampliada e modernizada

com a instalação de novos servidores no 2o CTA/PDC, 2o CTA/VMI (Vila Militar) e no

CITEx, para uso pelo Exército Brasileiro e MD.

- Servidores 2o CTA/PDC e 2o CTA/VMI: atendimento aos usuários do

Rio de Janeiro durante os Jogos, sendo o servidor 2o CTA/VMI destinado às

150

operações na Vila Militar e contingência do 2o CTA/PDC. Ambos eramcontingência

do CITEx;

- Servidor CITEx: atendimento aos usuários nas demais regiões do

País e contingência do servidor do MD.

A Figura 84 apresenta o diagrama dos servidores do Sistema Pacificador no

MD e no EB empregados nos JOP Rio 2016.

Os servidores do 2o CTA e CITEx permaneceram ativados após os Jogos,

outro considerável legado para a Força Terrestre. Em especial para o CML. A

importância do Sistema Pacificador para as operações de GLO é imensa, no Rio de

Janeiro e nas demais capitais do País.

Figura 84 – Diagrama de Servidores do Sistema Pacificador

Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA

9.13 INFRAESTRUTURA DO SISTEMA DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO DO

SC2CGDA

9.13.1 Infraestrutura do Sistema de Segurança da Informação do 2o CTA

Um novo e moderno Sistema de Segurança da Informação foi implementado

pelo 2o CTA para proteção dos dados e usuários do SC2CGDA. A nova infraestrutura

de segurança foi constituída por um conjunto de soluções interdependentes,

aplicadas nos diversos níveis das infraestruturas de conexão e armazenamento de

dados, cuja finalidade foi proteger as informações geradas, modificadas e

comunicadas durante os JOP 2016.

151

Foram adquiridos modernos equipamentos e softwares específicos em

Sistema da Segurança da Informação para redes de grande porte e de alto tráfego

de dados.

O Sistema de Segurança permanece em plena operação no 2o CTA,

provendo segurança ao SC2FTer e a todas as Organizações Militares da área da 1a

Região Militar, tornando-se um significativo e importante legado dos JOP Rio 2016

para o Exército Brasileiro.

O planejamento do 2o CTA considerou o modelo de regras, o conjunto de

práticas e os procedimentos previstos nas Diretrizes de Segurança da Informação e

Comunicações do Sistema de Telemática do Exército (DSIC/SisTEx), utilizando a

estrutura do Centro de Coordenação para o Tratamento de Incidentes de Rede do

EB (CCTIR/EB) para prover com os relatos de incidentes de rede, com atuação

direta do Setor de Tratamento de Incidentes de Rede do 2o CTA (STIR/2o CTA).

A seguir estão descritos os principais componentes tecnológicos do Sistema

de Segurança do SC2CGDA:

a. Segurança EndPoint: software instalado nos computadores

utilizados pelos usuários nos CC2 com a finalidade de verificar as conexões, os

dados gravados e os processos locais, identificando atividades maliciosas e

protegendo a informação na fonte. Foi configurado um conjunto de procedimentos

que possibilitaram a identificação e tratamento de malwares nas máquinas,

eliminando ou mitigando suas ações;

b. Firewall CC2: equipamento de segurança de rede instalado na borda

das redes internas dos CC2 (LAN CC2). Tinha por finalidade impedir acessos

externos indevidos aos equipamentos de TI do CC2 e gerenciar os acessos de saída;

c. Firewall Borda: equipamento de segurança de rede instalado entre

a Rede de Defesa e as redes de órgãos externos, tais como: CORIO, MOC,

CICC/RJ etc. Tinha por finalidade controlar os acessos externos, protegendo as

redes dos CC2 de uso indevido e de atividades maliciosas;

d. IPS (Intrusion Detection System): Sistema de Proteção contra

Intrusões instalado no entroncamento com a Internet para análise do tráfego e

identificação, com o uso de assinaturas de ataques conhecidos, de possíveis

intrusões, tomando as medidas de contenção previamente determinadas pelo CITEx

e 2o CTA;

152

e. Firewall Core: principal elemento do Sistema de Segurança do

SC2CGDA. Equipamento de segurança de rede (Firewall) de "próxima geração", com

a finalidade de examinar não apenas os acessos na camada de rede, mas também

os dados trafegados na camada de aplicação. Dessa forma, foi possível determinar

regras mais específicas e aplicar filtros de controles direcionados para a aplicação

ou serviço de conectividade que passavam por ele. Todas as conexões externas à

Rede de Defesa e oriundas dos CC2 passavam por esse equipamento, que

analisava e tratava os acessos considerados indevidos, por regras de segurança

previamente estabelecidas ou através da identificação da presença de atividade

maliciosa, de acordo com o conjunto de assinaturas e características conhecidas em

sua base de dados, atualizada, diariamente.

A Figura 85 ilustra o diagrama da infraestrutura do Sistema de Segurança da

Informação implantado pelo 2o CTA para proteção do SC2CGDA durante os Jogos.

Figura 85 – Sistema de Segurança da Informação do 2o CTA - JOP Rio 2016

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA

9.13.2 Sistema de Cadastro de Usuários (SISCAU)

O 2o CTA desenvolveu, para operação pelo CGDA nos JOP Rio 2016, um

sistema de controle de acesso, denominado SISCAU (Sistema de Controle de

153

Acesso de Usuários). Com a finalidade de gerenciar o acesso à Rede de Defesa,

aos serviços de TIC e à Internet, o SISCAU aumentava a segurança e a

confiabilidade dos serviços do STIC/SC2CGDA. Especialmente, atendia às

exigências previstas no Marco Civil da Internet50 quanto à necessidade de

identificação dos usuários e o armazenamento dos registros de conexões realizadas.

O Marco Regulatório impõe obrigações de responsabilidade civil aos usuários e

provedores.

Art. 13. Na provisão de conexão à internet, cabe ao administrador de sistema autônomo respectivo o dever de manter os registros de conexão, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 1 (um) ano, nos termos do regulamento. § 1

o A responsabilidade pela manutenção dos registros de conexão não

poderá ser transferida a terceiros. § 2

o A autoridade policial ou administrativa ou o Ministério Público poderá

requerer cautelarmente que os registros de conexão sejam guardados por prazo superior ao previsto no caput.

Dessa forma, o SISCAU teve por objetivo controlar e identificar os usuários

dos serviços de conectividade prestados pelo 2o CTA, autorizando o uso dos

recursos de TI (Catálogo de Serviços do SC2CGDA) de acordo com um perfil

predefinido pelo comando do CC2 e com a possibilidade de auditoria. Isso o

caracterizava como um sistema que possuía as funcionalidades previstas no

conceito de AAA: Autenticação, Autorização e Accounting, descritos a seguir:

Autenticação: processo de verificação de identidade realizada por

meio de comparação de credenciais apresentadas pelo usuário com informações

cadastradas no 2o CTA. Trata de responder a questão “quem é o usuário ?";

Autorização: processo para diferenciação dos privilégios atribuídos

ao usuário autenticado. Os atributos de autorização de cada usuário foram mantidos

em uma base de dados centralizada no 2o CTA. Tem a função de definir “o que um

usuário (já autenticado) tem permissão de fazer ?"; e

Accounting: processo por meio do qual um equipamento coletava

informações sobre a atividade do elemento autenticado e as enviava ao servidor de

autenticação do 2o CTA para registro. Está relacionada com a questão “o que o

usuário fez ?”.

50 Lei no 12.965, de 23 de Abril de 2014, conhecida como Marco Civil da Internet ou Marco

Regulatório da Internet, estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no

Brasil.

154

O SISCAU foi instalado em todos os CC2 e nas OM permitindo que o

Comando local controlasse como os usuários utilizavam os serviços de

conectividade prestados pelo 2º CTA, em relação à Rede de Defesa, ou em relação

à Internet.

O SISCAU permanece em plena operação em todas as OM, permitindo o

acesso à EBNet e à Internet providas pelo 2o CTA de forma segura e confiável.

Atendendo à legislação vigente, destaca-se como mais um dos legados para o

Sistema de Telemática do Exército no Rio de Janeiro.

9.14 SISTEMAS DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO

Uma das metas do CGDA na concepção de seu SC2 foi possibilitar o

provimento de informações para construção, compartilhamento e manutenção da

consciência situacional nos níveis estratégico, operacional e tático, com relevância,

precisão e oportunidade.

Para isso, uma das principais ferramentas foi o Sistema de Aquisição,

Armazenamento, Transmissão e Processamento de Imagens, em tempo real,

composto pelos vários Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico, fixos e

móveis, das Forças Armadas, do Governo de Estado do Rio de Janeiro, do

Município do Rio de Janeiro, do Comitê Rio 2016, da SEGE/MJ, das empresas de

transportes públicos e das empresas operadoras de vias expressas.

Esse Sistema foi o grande demandante da infraestrutura e dos

equipamentos de TIC do STIC/SC2CGDA, devido a grande quantidade de câmeras

de vídeo e, consequentemente, ao intenso tráfego de vídeo suportado pelas redes

de dados.

9.14.1. Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Móveis

Principais Sistemas de Vigilância e Monitoramento móveis cujas as imagens

foram acessadas pelo CC2MD, CC2FTer, CCOp/CGDA e por todos os demais CC2

do CGDA:

a. Sistema Olhos de Águia (SOA) da Aviação do EB, SSP/RJ e

Receita Federal, com aquisição de imagens através de câmera de vídeo instalada

em aeronave. A Figura 86 ilustra a aeronave do CAvEx dotada com esse Sistema;

155

Figura 86 – Aeronave do SOA do CAvEx

Fonte: 2o CTA

a. Sistema de Imagens do VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) da

FAB, com geração de imagens através de câmera de vídeo instalada em aeronave

não tripulada. A Figura 87 ilustra a aeronave da FAB dotada com esse Sistema. A

Figura 88 apresenta uma tela com as imagens do SOA do CAvEx e do VANT;

Figura 87 – Aeronave VANT da FAB

Fonte: 2o CTA

Figura 88 – Imagens geradas pelo SOA e VANT

Fonte: 2o CTA

b. Sistema de Imagens dos Balões de Monitoramento da SSP/RJ,

também chamado Aeróstato de Monitoramento Persistente de Grandes Áreas

156

(AMPGA), com geração de imagens através de câmera de vídeo instalada em balão

de vigilância. A Figura 89 ilustra o balão dotado com esse Sistema;

Figura 89 – Sistema de Imagem por Balão de Monitoramento

Fonte: 2o CTA

c. Sistema de Imagens das Lunetas dos Caçadores, com geração

de imagens através de câmera de vídeo instalada na luneta telescópica do atirador.

A Figura 90 ilustra imagens geradas pelo Sistema;

Figura 90 – Imagens geradas pelas lunetas dos caçadores

Fonte: 2o CTA

d. Sistema de Imagens por Terminais Móveis do 2o CTA e do

SCCOP, com geração de imagens através da câmera de vídeo de smartphones e

tablets. A Figura 91 ilustra imagem gerada pelo Sistema Móvel.. Para transmissão

das imagens em tempo real, os terminais utilizavam o sistema celular 3G/4G; e

Figura 91 – Imagens geradas pelo Sistema Móvel

Fonte: 2o CTA

e. Sistema de Imagens de Viaturas de C

através de câmeras de vídeo instaladas

em tempo real, as viaturas eram entroncadas ao

Metropolitana do Rio de Janeiro, via enlace rádio em micro

9.14.2. Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Fixo

Os Sistema Fixos correspondem a Sistemas de Circuito Fechado de TV

(CFTV) equipados com câmeras de vídeo para monitoramento de ruas, avenidas,

vias expressas, áreas esportivas, meios públicos de transporte etc.

Principais Sistemas de Vigilância e Monitoramento

foram acessadas pelo CC2

do CGDA:

a. Sistema de Vídeo Monitoramento da CET

aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas

da cidade do Rio de Janeiro

monitoramento de pontos críticos

Figura 92

b. Sistema de Vídeo Monitoramento do CICC/RJ

imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da cidade do

Rio de Janeiro, de interesse da SSP/RJ. A Figura

Sistema;

Sistema de Imagens de Viaturas de C2, com geração de imagens

através de câmeras de vídeo instaladas em viaturas. Para transmissão das imagens

em tempo real, as viaturas eram entroncadas ao site mais próximo da Rede

Metropolitana do Rio de Janeiro, via enlace rádio em micro-ondas.

Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Fixo

Fixos correspondem a Sistemas de Circuito Fechado de TV

(CFTV) equipados com câmeras de vídeo para monitoramento de ruas, avenidas,

vias expressas, áreas esportivas, meios públicos de transporte etc.

Principais Sistemas de Vigilância e Monitoramento fixos cujas as imagens

2MD, CC2FTer, CCOp/CGDA e por todos os demais CC

Sistema de Vídeo Monitoramento da CET-RIO e CORIO

aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas

neiro, de interesse da Prefeitura, para controle de trânsito e

monitoramento de pontos críticos. A Figura 92 ilustra imagens geradas pelo Sistema;

Figura 92 – Imagens geradas pelo Sistema do CORIO

Fonte: 2o CTA

Sistema de Vídeo Monitoramento do CICC/RJ, com aquisição de

imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da cidade do

Rio de Janeiro, de interesse da SSP/RJ. A Figura 93 ilustra imagens geradas pelo

157

, com geração de imagens

viaturas. Para transmissão das imagens

mais próximo da Rede

Fixos correspondem a Sistemas de Circuito Fechado de TV

(CFTV) equipados com câmeras de vídeo para monitoramento de ruas, avenidas,

cujas as imagens

FTer, CCOp/CGDA e por todos os demais CC2

RIO e CORIO, com

aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas

, de interesse da Prefeitura, para controle de trânsito e

ilustra imagens geradas pelo Sistema;

, com aquisição de

imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da cidade do

ilustra imagens geradas pelo

Figura 93

c. Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da

SESGE/MJ, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas nas

regiões periféricas e internas das

d. Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte

(Metrô Rio, SuperVia e B

vídeo instaladas em metrô

geradas pelas empresas Metrô Rio

Figura 94

Figura 93 – Imagens geradas pelo Sistema do CICC/RJ

Fonte: 2o CTA

Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da

, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas nas

regiões periféricas e internas das Venues;

Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte

e BRT), com aquisição de imagens através de câmeras de

ô, trens e ônibus. As Figura 94 e 95 ilustram imagens

Metrô Rio e SuperVia;

Figura 94 – Imagens geradas pela Metrô Rio

Fonte: 2o CTA

158

Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da

, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas nas

Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte

, com aquisição de imagens através de câmeras de

ilustram imagens

Figura 95

e. Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (

Amarela e Transolímpica)

instaladas nas vias expressas. As Figura

empresas LAMSA e ViaRio

Figura 96

Figura 97

Figura 95 – Imagens geradas pela SuperVia

Fonte: 2o CTA

Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (

), com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo

instaladas nas vias expressas. As Figura 96 e 97 ilustram imagens geradas pela

empresas LAMSA e ViaRio;

Figura 96 – Imagens geradas pela LAMSA Fonte: 2

o CTA

Figura 97 – Imagens geradas pela ViaRio Fonte: 2

o CTA

159

Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (Linha

, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo

ilustram imagens geradas pelas

160

f. Sistema de Vídeo Monitoramento da Marinha do Brasil, com

aquisição de imagens através de câmeras de vídeo para monitoramento da orla do

Rio de Janeiro e Baía de Guanabara; e

g. Sistema de Vídeo Monitoramento da Vila Militar, com aquisição

de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da Vila

Militar e bairros adjacentes para segurança da região do Centro Olímpico de

Deodoro. Tendo em vista a importância desse Sistema para a segurança da Vila

Militar, ele será detalhado a seguir.

9.15. SISTEMA DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO DA VILA

MILITAR

O Cmdo 1a DE e o 2o CTA elaboraram projeto para implantação de um

Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico das ruas e avenidas da Vila Militar

e bairros adjacentes, para emprego na segurança do Centro Olímpico de Deodoro

durante os JOP Rio 2016.

O Sistema foi composto por câmeras fixas e móveis, estrategicamente

posicionadas no domínio urbano da Vila Militar, Deodoro, Guadalupe e Magalhães

Bastos, possibilitando que as tropas do Exército Brasileiro, responsáveis pela

segurança, tanto do perímetro interno, como do externo, tivessem condições de

atuar pro-ativamente diante de qualquer ameaça.

O Sistema foi de vital importância para a construção e manutenção da

consciência situacional para o CGDA, Comando de Defesa Setorial de Deodoro

(CDS Deodoro) e para o Centro Integrado de Comando e Controle Setorial da

SESGE/MJ (CICCS Deodoro). Era composto por:

a. 125 (cento e vinte e cinco) câmeras, entre fixas e móveis, com

tecnologia de transmissão IP;

b. equipamento videowall para visualização das imagens;

c. equipamentos servidores e storages de alta performance para

processamento, gravação e armazenamento das imagens;

d. infraestrutura de fibra óptica para interligação das câmeras. Foram

instalados, aproximadamente, 36.000 m de cabos ópticos, aproveitando a rede de

dutos subterrâneos do 2o CTA; e

e. backbone da rede de dados (

DE, CMVM, CEADEx e BEsCom e operando com alta taxa de transmissão de dados

(20 Gbps).

A Figura 98 apresenta o diagrama do

Monitoramento da Vila Militar e os equipamentos e

transmissão, gravação, armazenamento e visualização das imagens em tempo real,

com disponibilização das imagens ao CC

CC2 do CGDA.

A Figura 99 ilustra um exemplo de imagens geradas pelo Sistema.

Figura 98 – Diagrama do Backbone

Fonte:

Figura 99

da rede de dados (Intranet) interligando os

DE, CMVM, CEADEx e BEsCom e operando com alta taxa de transmissão de dados

A Figura 98 apresenta o diagrama do backbone do Sistema de Vigilância e

Monitoramento da Vila Militar e os equipamentos e softwares para captação,

transmissão, gravação, armazenamento e visualização das imagens em tempo real,

com disponibilização das imagens ao CC2MD, CC2FTer, CCOp/CGDA e a todos os

A Figura 99 ilustra um exemplo de imagens geradas pelo Sistema.

Backbone do Sistema de Vigilância e Monitoramento da Vila Militar

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA

Figura 99 – Imagens geradas pelo Sistema da Vila Militar

Fonte: 2o CTA

161

) interligando os sites Cmdo 1a

DE, CMVM, CEADEx e BEsCom e operando com alta taxa de transmissão de dados

do Sistema de Vigilância e

para captação,

transmissão, gravação, armazenamento e visualização das imagens em tempo real,

FTer, CCOp/CGDA e a todos os

A Figura 99 ilustra um exemplo de imagens geradas pelo Sistema.

do Sistema de Vigilância e Monitoramento da Vila Militar

162

Esse Sistema era uma grande aspiração do Cmdo 1a DE para vigilância e

segurança da Guarnição da Vila Militar, rodeada por áreas de elevado índice de

violência e criminalidade.

Após o encerramento dos JOP Rio 2016, a Sala do CC2CDSDeodoro

permaneceu ativa para operação como Central de Vigilância e Monitoramento

Eletrônico da Vila Militar. O Sistema passou a ser utilizado para vigilância e apoio às

operações de segurança do Serviço de Polícia do Cmdo 1a DE e do 11o Batalhão de

Polícia do Exército (11o BPE), tornando-se um importante legado para a Força

Terrestre para vigilância na Guarnição da Vila Militar.

9.16 SISTEMA RÁDIO DIGITAL TRONCALIZADO (SRDT)

O Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT), equipado com criptografia e

GPS (The Global Positioning System), com interação com o Sistema Pacificador, foi

instalado no Rio de Janeiro para operação na Copa do Mundo FIFA 2014, em

substituição ao antigo Sistema Rádio Troncalizado EDACS (The Enhanced Digital

Access Communication System) do CML.

Porém, sua área de cobertura, quantidade de terminais rádio e sistema de

processamento (Master Site) precisaram ser ampliados para atender às necessidade

operacionais do CGDA.

O SRDT se apresentou como o principal meio de comunicações do CGDA.

Suas características principais como instantaneidade, segurança e mobilidade

qualificaram esse meio como o principal difusor de informações que subsidiaram a

tomada de decisões, administrativas e operacionais.

O SRDT, durante os Jogos, operou com a seguinte configuração:

a. 5.000 (cinco mil) terminais rádio, sendo 1.300 destinados à FNSP

em compartilhamento do Sistema;

b. 02 (dois) Master Sites para comutação, processamento e controle do

Sistema, sendo um principal e outro de redundância;

c. 03 (três) Estações Rádio Base (ERB) com 12 canais;

d. 05 (cinco) Estações Rádio Base (ERB) com 6 canais; e

e. 03 (três) ERB transportáveis com 6 canais.

163

O SRDT configurado para operar nos JOP Rio 2016, exceto pela redução na

quantidade de terminais rádio, permanece em plena operação no Rio de Janeiro

atendendo as necessidades operacionais do CML em suas operações de GLO,

tornando-se também um grande legado para a Força Terrestre.

A Figura 100 ilustra os terminais rádio do Sistema e, a Figura 101, a

topologia do Sistema com suas Estações Rádio Base (ERB).

Figura 100 – Terminais rádio veicular, portátil e fixo do SRDT

Fonte: 2o CTA

Figura 101 - Diagrama das ERB do SRDT

Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA, BEsCom e CML

164

10. CONCLUSÃO

O País, no período 2007 - 2014, realizou 06 (seis) Grandes Eventos, de

repercussão internacional, esportivos, religioso e político. Mas nada se comparou

aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Eles foram o Mega Evento: na sua

complexidade, nos seus vários desafios e na sua maior dimensão. O Brasil teve a

honra de ser o primeiro país da América do Sul a sediar uma Olimpíada, a maior

festa do esporte na principal cidade turística brasileira. Os números surpreendem.

Nada comparável na história desta nação.

A Segurança Pública e a Defesa Nacional destacaram-se como áreas

cruciais para realização dos Grandes Eventos em ambientes pacífico e seguro. Ao

longo desse período, o Ministério da Defesa e o Exército Brasileiro fizeram

investimentos para implantar um Sistema de Comando e Controle que pudesse

aumentar e prover informações para construção, compartilhamento e manutenção

da consciência situacional e que ficasse de legado para emprego em futuras

operações, em especial, nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

No entanto, o legado deixado por esses eventos não foi suficiente para

atender as demandas operacionais dos Jogos Olímpicos. Além disso, o conturbado

cenário internacional e as condições políticas e econômicas no Brasil nos anos de

2015 e 2016, às vésperas do evento, exigiram reavaliação e adequação dos

planejamentos de segurança e da infraestrutura do Sistema de Comando e Controle

para redução das ameaças e impactos à imagem do País.

Para isso, foram desenvolvidos projetos para implantação de novos serviços

e recursos de TIC, nova infraestrutura de rede, física e lógica, e novos processos de

governança de TI e de gestão de projetos.

Uma das premissas fundamentais do planejamento do SC2 era de que todos

os serviços e infraestruturas se transformassem em efetivo legado para emprego

pela Força Terrestre e EMCFA/MD (Comando Conjunto) nas futuras operações

interagências e de GLO na cidade do Rio de Janeiro.

O legado a ser deixado pelos Jogos já era uma preocupação do Exército

Brasileiro. Os objetivos do CGDA eram: efetividade na aplicação dos recursos

públicos, cumprimento das orientações emanadas pelos Órgãos de Controle Interno

e Externo e pelo Ministério Público e, ainda a possibilidade real de contar com um

Sistema de Comando e Controle no "estado da arte" para futuras operações de GLO

165

e interagências em uma cidade com histórico de emprego constante das Forças

Armadas.

O objetivo geral deste trabalho, de identificar o legado, tangível e intangível,

do SC2CGDA nos JOP Rio 2016, e deixado para emprego pela Força Terrestre na

cidade do Rio de Janeiro, foi plenamente atingido.

O significativo e relevante legado tangível foi caracterizado pelos projetos

implantados e equipamentos adquiridos. Da análise realizada ao longo deste

trabalho, obtém-se a seguinte síntese acerca do legado tangível deixado pelos

Jogos:

a. Criação do Catálogo de Serviços de TI;

b. Operação com 02 (dois) pontos de presença da EBNet (contrato

com a empresa Oi), no 2o CTA/PDC e 2o CTA/VMI;

c. Plena interoperabilidade com a Rede Operacional de Defesa

(ROD) do MD;

d. Compartilhamento da Rede Nacional de Pesquisa (RNP);

e. Entroncamento dos CC2 do CML, da SSP/RJ (CICC/RJ) e da

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO);

f. Acesso pleno às imagens geradas pelo CICC/RJ e CORIO;

g. Modernização e ampliação da Rede Metropolitana do Rio de

Janeiro;

h. Modernização dos Sites de Telecomunicações da Rede

Metropolitana do Rio de Janeiro;

i. Modernização e ampliação dos Backbones Regional, Principal e da

Vila Militar;

j. Compartilhamento da rede de dutos subterrâneos da Embratel na

Vila Militar;

k. Compartilhamento da Rede COMEP;

l. Aquisição de equipamentos de TI e de segurança da informação

para as OM do CGDA;

m. Implantação das novas instalações dos Datacenters Principal e

Secundário do 2o CTA;

n. Implantação da Sala de Gerência de Redes do 2o CTA;

o. Implantação das novas instalações do Centro de Coordenação de

Operações (CCOp) do CML;

166

p. Implantação das novas instalações do Centro de Comando e

Controle do Cmdo 1a DE, operando, também, como Central de Vigilância e

Monitoramento Eletrônico da Vila Militar;

q. Modernização do Sistema Pacificador;

r. Modernização e ampliação da infraestrutura do Sistema de

Segurança da Informação do 2o CTA;

s. Desenvolvimento e implantação do SISCAU nas OM;

t. Implantação do Sistema de Aquisição, Armazenamento,

Transmissão e Processamento de Imagens no 2o CTA;

u. Implantação do Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico

da Vila Militar; e

v. Ampliação do Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT) do CML.

O legado intangível foi caracterizado pelo conhecimento e aprimoramento

adquiridos pelos militares no planejamento, gestão, gerência e operação da

infraestrutura do STIC/SC2CGDA. Da análise, obtém-se a seguinte síntese acerca

do legado intangível deixado pelos Jogos:

a. Consolidação do processo de governança de Comando e Controle

do CML, 2o CTA e BEsCom, com definição clara e objetiva das funções: executiva,

técnica e operacional;

b. Consolidação da capacidade do CML, 2o CTA e BEsCom de se

adequarem a novas demandas operacionais em curto espaço de tempo, tanto no

planejamento, quanto na contratação e execução dos projetos;

c. Aumento da expertise no planejamento dos SC2 para operações de

GLO e interagências;

d. Aumento da expertise nos processos de elaboração de projetos,

contratação, gerência e fiscalização de projetos, gerência de sistemas e

manutenção;

e. Aumento da expertise na negociação, em nível técnico-gerencial,

com os órgãos de segurança e demais agências envolvidas em eventos dessa

natureza;

f. Consolidação da sinergia entre o corpo técnico do 2o CTA e os

militares do BEsCom e das demais OM da Arma de Comunicações;

167

g. Consolidação da expertise e vocação do 2o CTA e BEsCom em

apoio a operações de GLO e interagências; e

h. Capacitação do corpo técnico do CML, 2o CTA e do BEsCom.

Desta forma e face ao exposto ao longo deste trabalho e à luz da síntese

realizada neste capítulo, conclui-se que o problema proposto foi devidamente

investigado e a hipótese formulada foi comprovada. O legado deixado pelos Jogos

foi expressivo, significativo e está sendo de grande utilidade para o CML e

EMCFA/MD para emprego nas operações realizadas na cidade do Rio de Janeiro

de: GLO, interagências, de Forças de Pacificação e de apoio em desastres naturais.

A infraestrutura de rede e os serviços de TIC, contratados e implantados

para operação nos Jogos, realmente estão em plena operação pelo CML e nas

operações conjuntas coordenadas pelo EMCFA (sob gestão operacional do CML).

Atestou-se que os mesmos foram empregados pelo Comando Conjunto nas

operações de GLO Carioca e São Cristovão e estão, no momento, sendo

empregados na Operação Furacão e na Intervenção Federal na área de Segurança

Pública no Estado do Rio de Janeiro.

Destaca-se, também, que esse mesmo legado está sendo amplamente

empregado pelo 2o CTA na prestação de serviços de telemática a todas as OM de

sua área de atuação (1a Região Militar - estados do RJ e ES), provendo as Unidades

com serviços de TIC com confiabilidade, segurança e alta disponibilidade.

O Exército Brasileiro pode se orgulhar do seu planejamento ter sido

integralmente executado, tornado-se um verdadeiro legado, e de possuir, hoje, não

só um Sistema de Comando e Controle moderno, eficiente e seguro para emprego

pela Força Terrestre nas operações a serem realizadas na cidade do Rio de Janeiro,

mas ter formado, também como legado dos Jogos, uma equipe técnica e

operacional capacitada, com expertise e com vocação para essas missões.

____________________________________

SERGIO HENRIQUE SIRUFO - Cel QEM

168

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