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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO
Cel QEM SERGIO HENRIQUE SIRUFO
Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos Rio 2016:
estudo do legado para emprego pelo CML
na cidade do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
2018
Cel QEM SERGIO HENRIQUE SIRUFO
Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos Rio 2016:
estudo do legado para emprego pelo CML
na cidade do Rio de Janeiro
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Política, Estratégia e Alta Administração Militar.
Orientador: Cel Com R1 José Heleno Zangali Vargas
Rio de Janeiro 2018
G xxx Sirufo, Sergio Henrique.
Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016: estudo do legado para emprego pelo CML na cidade do Rio de Janeiro. / Sergio Henrique Sirufo. 2018.
171 f. :il ; 30 cm
Orientação: José Heleno Zangali Vargas.
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Política, Estratégia e Alta Administração Militar) – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2018.
Bibliografia: f. 168-171
1. Legado. 2. Comando e Controle. 3. Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. 4. Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC). I. Título
CDD xxx
Cel QEM SERGIO HENRIQUE SIRUFO
Sistema de Comando e Controle dos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos Rio 2016:
estudo do legado para emprego pelo CML
na cidade do Rio de Janeiro
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Política, Estratégia e Alta Administração Militar.
Aprovado em ____ de _________ de 2018.
COMISSÃO AVALIADORA
______________________________________________
José Heleno Zangali Vargas - Cel Com R1 - Presidente Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
______________________________________________
José Fernando Chagas Madeira - Cel Com - Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
______________________________________________
Haroldo de Souza Affonso - Cel Cav R1 - Membro Comando Militar do Leste - Centro de Coordenação de Operações
Célula de Comando e Controle
Ao meu saudoso pai Giuseppe (in
memoriam), que certamente estaria muito
feliz em participar deste momento.
À minha esposa Verônica e meu filho
Vicente, pelo apoio e compreensão
durante a elaboração deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus e a meus Santos, por tudo que tenho em minha vida
e por terem me proporcionado sabedoria e paciência para conduzir este trabalho.
Ao meus pais, Giuseppe Antonio Sirufo (in memoriam), e minha mãe,
Caterina Pagano Sirufo, meus sinceros agradecimentos pela minha educação,
formação moral, por entenderem os períodos de ausência e por nunca deixarem de
me motivar para superar os desafios.
À minha esposa, Verônica Alves da Silva Sirufo, e meu filho, Vicente Alves
da Silva Sirufo, pelo incentivo, companheirismo e por, mais uma vez, ter contado
com a paciência e compreensão de vocês em detrimento das nossas horas de lazer.
Ao Coronel José Heleno Zangali Vargas, meu orientador, meus cordiais
agradecimentos pela orientação firme e segura, pelas sugestões acertadas, pelos
conhecimentos transmitidos e pela confiança evidenciada em várias oportunidades.
Aos instrutores e companheiros da 31a Turma do Curso de Política,
Estratégia e Alta Administração do Exército (CPEAEx/2018) e 5a Turma do Curso
Internacional de Estudos Estratégicos (CIEE/2018), da Escola de Comando e
Estado-Maior do Exército - Escola Marechal Castello Branco, pelo companheirismo,
camaradagem, espírito de corpo, amizade e colaboração na transmissão de seus
conhecimentos.
Ao Coronel Haroldo de Souza Affonso, do Centro de Coordenação de
Operações do Comando Militar do Leste (CCOp/CML), pela confiança e imensa
colaboração na elaboração deste trabalho.
A toda equipe e amigos do 2o Centro de Telemática de Área (2o CTA), meu
muito obrigado pelo inestimável apoio na elaboração deste trabalho.
Aos integrantes do Batalhão de Escola de Comunicações (BEsCom), pelas
contribuições e apoio prestado.
Ao Capitão Marcelo do Carmo Gomes de Oliveira, pelo valoroso apoio na
correção deste trabalho.
RESUMO
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 foram realizados na cidade do Rio de
Janeiro, coroando com êxito uma série de Grandes Eventos ocorridos no período de
2007 a 2014, de repercussão internacional. A Segurança Pública e a Defesa
Nacional destacaram-se como áreas cruciais para que os Grandes Eventos fossem
realizados em ambientes pacífico e seguro. Ao longo desse período, o Ministério da
Defesa e o Exército Brasileiro fizeram investimentos para implantar um Sistema de
Comando e Controle que pudesse aumentar e prover informações para construção,
compartilhamento e manutenção da consciência situacional e que ficasse de legado
para emprego em futuras operações, em especial, nos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos Rio 2016. Porém, o legado deixado por esses Grandes Eventos não foi
suficiente para atender às demandas operacionais dos Jogos Olímpicos. Além disso,
o conturbado cenário internacional e as condições políticas e econômicas no Brasil
nos anos de 2015 e 2016, às vésperas do evento, exigiram reavaliação e adequação
dos planejamentos de segurança e da infraestrutura e serviços de Tecnologia da
Informação e Comunicações (TIC) do Sistema de Comando e Controle da
Coordenação Geral de Defesa de Área (SC2CGDA) para redução das ameaças e
impactos à imagem do País. Para isso, foram desenvolvidos projetos para
implantação de novos serviços e recursos de TIC, nova infraestrutura de rede, física
e lógica, e novos processos de governança de TI e de gestão de projetos. Uma das
premissas fundamentais do planejamento do SC2CGDA era que todos os serviços e
infraestruturas se transformassem em efetivo legado para emprego pela Força
Terrestre na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo deste trabalho é conhecer esse
legado, tangível e intangível, deixado pelo CGDA nos Jogos Olímpicos e concluir
sobre sua utilidade e serventia para o CML no emprego futuro em operações de
GLO, interagências, de Forças de Pacificação, de apoio em desastres naturais e, em
especial, durante a Intervenção Federal na Segurança Pública do Estado do Rio de
Janeiro.
Palavras-chave: Legado, Comando e Controle, Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio
2016, Grandes Eventos, Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).
ABSTRACT
The Rio 2016 Olympic and Paralympic Games were held in the city of Rio de Janeiro,
successfully crowning a series of Major Events that occurred between 2007 and
2014, with an international repercussion. Public Security and National Defense stood
out as crucial areas for the Major Events to be held in peaceful and safe
environments. Throughout this period, the Ministry of Defense and the Brazilian Army
made investments to implement a Command and Control System that could increase
and provide information for the construction, sharing and maintenance of situational
awareness and that would be the legacy for employment in future operations, in
especially in the Rio 2016 Olympic and Paralympic Games. However, the legacy left
by these Major Events was not enough to satisfy the operational demands of the
Olympic Games. In addition, the troubled international scenario and the political and
economic conditions in Brazil in the years 2015 and 2016, on the eve of the event,
required reassessment and adequacy of the security and infrastructure planning and
information and communication technology (ICT) services of the Command and
Control System of the General Area Defense Coordination (SC2CGDA) to reduce
threats and impacts to the country's image. For this, projects were developed to
implement new ICT services and resources, new network infrastructure, physical and
logic, and new processes of IT governance and project management. One of the
fundamental premises of the SC2CGDA's planning was that all services and
infrastructures would become an effective legacy for employment by the Brazilian
Army in the city of Rio de Janeiro. The objective of this work is to know the tangible
and intangible legacy left by the CGDA at the Olympic Games and to conclude on its
usefulness to the CML in future employment in GLO operations, interagency,
Stabilization Force, support for natural disasters and, especially, during the Federal
Intervention in Public Security of the State of Rio de Janeiro.
Keywords: Legacy, Command and Control, Rio 2016 Summer Olympic and
Paralympic Games, Major Events, Information and Communications Technology
(ICT).
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Histórico dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016............. 38
Figura 2 – Percurso de Revezamento da Tocha Olímpica................................ 41
Figura 3 – Tipos de Venues dos JOP Rio 2016................................................. 43
Figura 4 – Mapa dos Jogos - Clusters............................................................... 43
Figura 5 – Mapa dos Jogos - Principais Venues de Competição....................... 44
Figura 6 – Cidades-sede do futebol................................................................... 44
Figura 7 – Histórico de interseção das Operações de Pacificação com os
Grandes Eventos................................................................................................. 45
Figura 8 – Histórico de incidentes em Jogos Olímpicos.................................... 49
Figura 9 – As ameaças terroristas (cartum)....................................................... 50
Figura 10 – Ilustração dos níveis Surface Web, Deep Web e Dark Web.......... 53
Figura 11 – Governança dos JOP Rio 2016 – Rio de Janeiro........................... 59
Figura 12 – Diagrama do MOC e Venues - Comitê Rio 2016............................ 61
Figura 13 – Diagrama de operação do MOC e Venues.................................... 62
Figura 14 – Atuação integrada........................................................................... 64
Figura 15 – Assessorias Especiais do MD e do MJ........................................... 66
Figura 16 – Órgãos envolvidos na segurança dos JOP Rio 2016.................... 68
Figura 17 – Reunião da COESRIO.................................................................... 69
Figura 18 – Níveis de Coordenação da Segurança dos JOP Rio 2016............. 70
Figura 19 – Estrutura de Governança do Ministério da Justiça......................... 72
Figura 20 – Estrutura de Governança do Ministério da Defesa......................... 73
Figura 21 – Integração do MJ e MD nos Clusters............................................. 74
Figura 22 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA.......................... 75
Figura 23 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA.......................... 76
Figura 24 – Centro de Operações Rio (CORIO)................................................ 77
Figura 25 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) -
Centro de Controle.............................................................................................. 78
Figura 26 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala
de Apoio.............................................................................................................. 78
Figura 27 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala
de Reunião/Sala de Crise................................................................................... 78
Figura 28 – Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICCM/RJ)....... 79
Figura 29 – Atividades do Eixo Defesa Nacional............................................... 81
Figura 30 – Estrutura Organizacional do CGDA................................................ 84
Figura 31 – Estrutura de operação do CGDA - Organização para o combate... 85
Figura 32 – Área de responsabilidade de cada CDS......................................... 88
Figura 33 – Quantidade eventos desportivos por Cluster.................................. 88
Figura 34 – Estrutura Organizacional do CGDA - OMDS.................................. 90
Figura 35 – Estrutura Organizacional do CGDA................................................ 92
Figura 36 – Estrutura de Governança de C2 do EMCFA/MD e CGDA nos
Jogos Olímpicos.................................................................................................. 93
Figura 37 – Estrutura de Governança de Comando e Controle e TIC do
CGDA.................................................................................................................. 94
Figura 38 – Estrutura Organizacional da Gerência Técnica do SC2CGDA....... 97
Figura 39 – Estrutura Organizacional da Gerência Operacional do SC2CGDA. 98
Figura 40 – Princípios de Comando e Controle aplicados nos projetos de TIC. 104
Figura 41 – CC2 Permanentes e CC2 COp......................................................... 110
Figura 42 – Concepção lógica do SC2Ex......................................................... 111
Figura 43 – Áreas do STIC do SC2CGDA......................................................... 115
Figura 44 – Localização do CITEx, CTA e CT................................................... 118
Figura 45 – Rede MPLS de interligação do CITEx, CTA, CT e OM isoladas.... 119
Figura 46 – Diagrama da EBNet e da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro... 120
Figura 47 – Diagrama da Rede MPLS (EBNet)................................................. 120
Figura 48 – Diagrama dos Segmentos Terrestre e Espacial da ROD............... 122
Figura 49 – Diagrama do Segmento Terrestre da ROD..................................... 122
Figura 50 – Terminal Satelital Transportável (TT) do SISCOMIS...................... 123
Figura 51 – Diagrama da Rede Ipê - RNP......................................................... 124
Figura 52 – Diagrama da Rede Ipê empregada pelo SC2CGDA....................... 125
Figura 53 – Diagrama da Rede de Defesa dos JOP Rio 2016.......................... 125
Figura 54 – Diagrama Nacional da Rede de Defesa.......................................... 126
Figura 55 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro -
Brasília................................................................................................................. 127
Figura 56 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro -
Brasília................................................................................................................. 127
Figura 57 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro -
Brasília - São Paulo............................................................................................. 127
Figura 58 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ,
CORIO e MOC.................................................................................................... 128
Figura 59 – Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ,
CORIO e MOC ................................................................................................... 129
Figura 60 – Diagrama Regional da Rede de Defesa - Interligação Via
Satélite................................................................................................................. 129
Figura 61 – Acesso ao SC2CGDA pelos oficiais de ligação.............................. 130
Figura 62 – Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone
Regional............................................................................................................. 132
Figura 63 – Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone
Regional............................................................................................................. 133
Figura 64 – Site Transceptora do 2º CTA (Vila Militar) da Rede Metropolitana
do Rio de Janeiro................................................................................................ 135
Figura 65 – Sites Sumaré 1 e 2 da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro...... 135
Figura 66 – Site Mendanha da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro............. 136
Figura 67 – Diagrama da infraestrutura da rede subterrânea Embratel – 2º
VTA (Vila Militar).................................................................................................. 137
Figura 68 – Processo de construção da infraestrutura da rede subterrânea 137
Figura 69 – Topologia da Rede COMEP............................................................ 138
Figura 70 – Diagrama de interligação da Rede Metropolitana do Rio de
Janeiro, RNP e Rede COMEP............................................................................ 140
Figura 71 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2..................... 141
Figura 72 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2..................... 141
Figura 73 – Diagrama de interligação do 2o CTA à Internet.............................. 142
Figura 74 – Datacenter Principal do 2o CTA - 19o andar.................................. 144
Figura 75 – Datacenter Secundário do 2o CTA - 2o Andar............................... 144
Figura 76 – Sala de Gerência de Rede do 2o CTA - 2o Andar.......................... 145
Figura 77 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA.......................... 146
Figura 78 – Projeto do novo CC2CDSDeodoro................................................. 146
Figura 79 – Sala do CC2CDSDeodoro.............................................................. 147
Figura 80 – Sala do CC2CDSDeodoro.............................................................. 147
Figura 81 – Sistema Pacificador - Georreferenciamento (versões COp e
Móvel).................................................................................................................. 148
Figura 82 – Sistema Pacificador - Matriz de Sincronização............................... 149
Figura 83 – Sistema Pacificador - Matriz de Relatos......................................... 149
Figura 84 – Diagrama de Servidores do Sistema Pacificador........................... 150
Figura 85 – Sistema de Segurança da Informação do 2o CTA - JOP Rio 2016. 152
Figura 86 – Aeronave do SOA do CAvEx.......................................................... 155
Figura 87 – Aeronave VANT da FAB................................................................. 155
Figura 88 – Imagens geradas pelo SOA e VANT.............................................. 155
Figura 89 – Sistema de Imagem por Balão de Monitoramento.......................... 156
Figura 90 – Imagens geradas pelas lunetas dos caçadores............................. 156
Figura 91 – Imagens geradas pelo Sistema Móvel............................................ 156
Figura 92 – Imagens geradas pelo Sistema do CORIO..................................... 157
Figura 93 – Imagens geradas pelo Sistema do CICC/RJ.................................. 158
Figura 94 – Imagens geradas pela Metrô Rio.................................................... 158
Figura 95 – Imagens geradas pela SuperVia..................................................... 159
Figura 96 – Imagens geradas pela LAMSA....................................................... 159
Figura 97 – Imagens geradas pela ViaRio......................................................... 159
Figura 98 – Diagrama do Backbone do Sistema de Vigilância e
Monitoramento da Vila Militar.............................................................................. 161
Figura 99 – Imagens geradas pelo Sistema da Vila Militar................................ 161
Figura 100 – Terminais rádio veicular, portátil e fixo do SRDT...................... 163
Figura 101 – Diagrama das ERB do SRDT........................................................ 163
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Relação das Variáveis Independentes e Dependente
........................................................................................................................ 31
Quadro 2 – Relação dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016............ 37
Quadro 3 – Comparação JOP Rio 2016 x Copa do Mundo FIFA 2014............. 40
Quadro 4 – Histórico de atentados terroristas em Jogos Olímpicos e
Maratonas............................................................................................................ 50
Quadro 5 – Histórico de atentados terroristas às vésperas dos JOP Rio
2016..................................................................................................................... 51
Quadro 6 – Eixos de Atuação, Executores e Atividades de Segurança
definidas no PESI................................................................................................ 65
Quadro 7 – Quantidade de Venues por CDS..................................................... 88
Quadro 8 – Matriz de Responsabilidades de Gestão do SC2CGDA................. 98
Quadro 9 – Relação de Sites da Rede Metropolitana........................................ 134
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
11o BPE 11o Batalhão de Polícia do Exército
12a Cia Com L (Amv) 12a Companhia de Comunicações Leve (Aeromóvel)
1º BAvEx 1º Batalhão de Aviação do Exército
1o BGE 1o Batalhão de Guerra Eletrônica
1o BOAI 1o Batalhão de Operações de Apoio à Informação
1o Btl DQBRN 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e
Nuclear
1o GAAAe 1o Grupo de Artilharia Antiaérea
20a Cia Com Pqdt 20a Companhia de Comunicações Pára-quedista
2º BAvEx 2º Batalhão de Aviação do Exército
2o CTA 2o Centro de Telemática de Área
2o GAAAe 2o Grupo de Artilharia Antiaérea
4a Cia Com L (Mth) 4a Companhia de Comunicações Leve (Montanha)
4a SCh EME 4a Subchefia do Estado-Maior do Exército
7a Cia Com 7a Companhia de Comunicações
ABIN Agência Brasileira de Inteligência
AEGE/EB Assessoria Especial de Grandes Eventos do EB
AEGE/MD Assessoria Especial de Grandes Eventos do MD
AGLO Autoridade de Governança do Legado Olímpico
AGU Advocacia Geral da União
AJO Assessoria de Jogos Olímpicos
ANAC Agência Nacional de Aviação Civil
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
ANSP Academic Network at São Paulo
ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres
BAAf Base Aérea dos Afonsos
BAGL Base Aérea do Galeão
BASC Base Aérea de Santa Cruz
Bda O Brigada Olímpica
BEsCom Batalhão Escola de Comunicações
BINFAE Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial
BO Batalhão Olímpico
BRT Bus Rapid Transit
Btl Ap Op Esp Batalhão de Apoio às Operações Especiais
C Op Esp Comando de Operações Especiais
CA³ Coordenação de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias
CAAA Comando de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias
CAC CIBER Comando de Ações Centralizadas de Segurança e Defesa
Cibernética
CAC EXPLO Comando de Ações Centralizadas de Fiscalização de
Explosivos
CAC TERROR Comando de Ações Centralizadas de Prevenção, Repressão
e Combate ao Terrorismo
CAESC Centro de Aplicação de Exercícios de Simulação de Combate
CASS Centro Administrativo São Sebastião
CBMERJ Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
CC/PR Casa Civil da Presidência da República
CC2 Centro de Comando e Controle
CC² C Op CC2 do Comando Operacional
CC² F Paz CC2 do Contingente Brasileiro em Força de Paz
CC2CDSDeodoro CC2 do Comando de Defesa Setorial Deodoro
CC²MD CC2 do Ministério da Defesa
CCFE Centro de Coordenação de Fiscalização de Explosivos
CCom Centro de Comunicações
CComGEx Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército
CComSEx Centro de Comunicação Social do Exército
CCOp Centro de Coordenação de Operações
CCOp/CGDA Centro de Coordenação de Operações do CGDA
CCPCT Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo
CCPI Centro de Cooperação Policial Internacional
CCSDCiber Centro de Coordenação de Segurança e Defesa Cibernética
CCTI Centro de Coordenação Tática Integrado
CCTIR/EB Centro de Coordenação para o Tratamento de Incidentes de
Rede do EB
CDCiber Centro de Defesa Cibernética
CDS Comando de Defesa Setorial
CDS Centro de Desenvolvimento de Sistemas
CEADEx Centro de Ensino a Distância do Exército
CEDAE Companhia Estadual de Água e Esgoto
CEFET-RJ Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow
da Fonseca
CESI Comitê Executivo de Segurança Integrada
CESIR Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional
CET-Rio Companhia de Engenharia de Tráfego
CFTV Circuito Fechado de Televisão
CGDA Coordenação Geral de Defesa de Área
CGOLIMPÍADAS Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016
Ch EMCj Chefe do Estado-Maior Conjunto
CHOC Chefia de Operações Conjuntas
Cia Com Av Ex Companhia de Comunicações de Aviação do Exército
Cia Com Bda Companhia de Comunicações da 9a Bda Inf Mtz (BEsCom)
Cia Com CML Companhia de Comunicações do CML (BEsCom)
Cia Com DE Companhia de Comunicações da 1a DE (BEsCom)
Cia Com Op Esp Companhia de Comunicações de Operações Especiais
CIANT Centro de Integrado Antiterrorismo
CICC Centro Integrado de Comando e Controle
CICC/RJ Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio
de Janeiro
CICCN Centro Integrado de Comando e Controle Nacional
CICCR Centro Integrado de Comando e Controle Regional
CICCS Centro Integrado de Comando e Controle Setorial
CIE Centro de Inteligência do Exército
CIJ Centro de Inteligência dos Jogos
CIN Centro de Inteligência Nacional
CISI Centro Integrado de Segurança da Instalação
CISM International Military Sports Council
CITEx Centro Integrado de Telemática do Exército
Cmdo 12a Bda Inf L
(Amv)
Comando da 12a Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)
Cmdo 1ª Bda AAAe Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea
Cmdo 1a DE Comando da 1a Divisão de Exército
Cmdo 1o RM Comando da 1ª Região Militar
Cmdo 1o DN Comando do 1o Distrito Naval
Cmdo 4a Bda Inf L
(Mth)
Comando da 4a Brigada de Infantaria Leve (Montanha)
Cmdo AD/1 Comando da Artilharia Divisionária do Comando da 1a DE
Cmdo Av Ex Comando da Aviação do Exército
Cmdo Ba Ap Log Ex Comando da Base de Apoio Logístico do Exército
Cmdo Bda Inf Pqdt Comando da Brigada de Infantaria Pára-quedista
Cmdo Cntz Comando Centralizado
Cmdo GUEs/9a Bda
Inf Mtz
Grupamento de Unidades Escola/9a Brigada de Infantaria
Motorizada
CML Comando Militar do Leste
CMS Comando Militar do Sul
CMT Capacidade Militar Terrestre
CMVM Círculo Militar da Vila Militar
CO Capacidade Operativa
COA Comando de Operações Aéreas
COB Comitê Olímpico Brasileiro
COC/MD Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa
COESRIO Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil
COI Comitê Olímpico Internacional
Com Soc Comunicação Social
COMAE Comando de Operações Aeroespaciais
COMDABRA Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro
COMEP Rede Comunitária de Educação e Pesquisa
Comitê Rio 2106 Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio
2016
ComOpNav Comando de Operações Navais
CONOPS SISMC² Conceito de Operações do SisMC2
Coor Log Coordenador Logístico
COp Centro de Operações
CORIO Centro de Operações da Cidade do Rio de Janeiro
COTER Comando de Operações Terrestres
CPI Comitê Paralímpico Internacional
CPO Conselho Público Olímpico
CPOR Centro de Preparação de Oficiais da Reserva
CT Centro de Telemática
CTA Centro de Telemática de Área
DAAe Defesa Antiaérea
DCT Departamento de Ciência e Tecnologia
DDoS Distributed Denial of Service
DECEA Departamento de Controle do Espaço Aéreo
DEI Dispositivo Explosivo Improvisado
DFNSP Departamento da Força Nacional de Segurança Pública
DPF Departamento de Polícia Federal
DPHCEx Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural do Exército
DPRF Departamento de Polícia Rodoviária Federal
DSIC Diretrizes de Segurança da Informação e Comunicações
Dst Com Soc Destacamento de Comunicação Social
Dst Def AAe Destacamento de Defesa Antiaérea
Dst Def Ciber Rmto Destacamento de Defesa Cibernética Remoto
Dst Intlg Destacamento de Inteligência
DTECEA/PCO Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do
Couto
EB Exército Brasileiro
EBNet Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército
EDACS The Enhanced Digital Access Communication System
EGP – RIO Escritório de Gerenciamento de Projetos da Secretaria de
Estado da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico
ELETROBRÁS Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
EMCFA Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
EMCj Estado-Maior Conjunto
EOM Empresa Olímpica Municipal da Cidade do Rio de Janeiro
ERB Estação Rádio Base
EsAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Etta Mi D Estrutura Militar de Defesa
F Coor Escolta Força de Coordenação de Escolta
F Ptç Etta Estrt Força de Proteção de Estruturas Estratégicas
FA Forças Armadas
FAB Força Aérea Brasileira
FAC2FTer Família de Aplicativos de Comando e Controle da FTer
FBI Federal Bureau of Investigation
FDC Forte Duque de Caxias
FGV/IBRE Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
FIFA Fédération Internationale de Football Association
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
FIP Frente Independente Popular
FOCON Força de Contingência
FSJ Forte São João
FTP File Transfer Protocol
GEOLIMPÍADAS Grupo Executivo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de
2016
GLO Garantia da Lei e da Ordem
GMRJ Guarda Municipal do Rio de Janeiro
GPS Global Positioning System
GSI Gabinete de Segurança Institucional
GT Grupo-Tarefa
HCE Hospital Central do Exército
HCmp Hospital de Campanha
IEComElt Instruções para a Exploração das Comunicações e Eletrônica
IIC Infraestrutura de Informação e Comunicações
III COMAR Comando do 3º Comando Aéreo Regional
INFRAERO Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
Insp Sau/CML Inspetoria de Saúde do CML
INTRAER Rede Interna da Força Aérea Brasileira (Corporativa)
IOC International Olympic Committee
IPC International Paralympic Committee
IPS Intrusion Detection System
JOP Rio 2016 Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016
LAN Local Area Network
LDAP Lightweight Directory Access Protocol
MAN Metropolitan Area Network
MB Marinha do Brasil
MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações
MD Ministério da Defesa
MIX Metropolitan Internet Exchage
MJ Ministério da Justiça
MOC Main Operation Centre
MPL Movimento Passe Livre
MPLS Multi-Protocol Label Switching
MPM Ministério Público Militar
MRE Ministério das Relações Exteriores
MTST Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto
NSA National Security Agency
OM Ap C2 / TIC Unidades Militares de Apoio de Comando e Controle e TIC
OMDS Organização Militar Diretamente Subordinada
OMS Organização Militar de Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OSP Órgão de Segurança Pública
PBC Planejamento Baseado em Capacidades
PC Posto de Comando
PCERJ Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
PDC Palácio Duque de Caxias
PEAD Polietileno de Alta Densidade
PEECFA Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas
PESI Plano Estratégico de Segurança Integrada
PISOU Plano Integrado de Segurança e Ordenamento Urbano
PMERJ Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
PND Perfuração Não Destrutiva
PND Política Nacional de Defesa
PoP Ponto de Presença
PP Ponto de Presença
PRODERJ Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do
Estado do Rio de Janeiro
PUC-Rio Pontifícia Universidade Católica - Rio de Janeiro
QBRN Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares
QGEx Quartel General do Exército (Brasília)
RAS Regime Adicional de Serviço
RBI Revista Brasileira de Inteligência
RECIM Rede de Comunicações Integradas da Marinha do Brasil
RITEx Rede Integrada de Telecomunicações do Exército
RNP Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
ROD Rede Operacional de Defesa
RPAS Remotely Piloted Aircraft Systems
SAM/CC Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SC-1/EMCFA Subchefia de Comando e Controle do EMCFA/MD
SC2 Sistema de Comando e Controle
SC2CGDA Sistema de Comando e Controle do CGDA
SC2Ex Sistema de Comando e Controle do Exército
SC2FTer Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre
SCCOP Sistema de Comando e Controle Operacional
SDS Sumário Diário de Situação
SEC2Ex Sistema Estratégico de Comando e Controle do Exército
SECOM/PR Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência
da República
SEDEC/RJ Secretaria de Estado de Defesa Civil
SESEG/RJ Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de
Janeiro
SESGE/MJ Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes
Eventos (MJ)
SG/PR Secretaria de Governo da Presidência da República
SICC Sistema Integrado de Comando e Controle da Segurança
Pública para Grandes Eventos
SINPDEC Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil
SISBIN Sistema Brasileiro de Inteligência
SISCAU Sistema de Controle de Acesso de Usuários
SISCOMIS Sistema de Comunicações Militares por Satélite
SisMC² Sistema Militar de Comando e Controle
SisPEECFA Sistemática de Planejamento Estratégico de Emprego
Conjunto das Forças Armadas
SisTEx Sistema de Telemática do Exército
SIX State Internet Exchage
SOA Sistema Olhos de Águia
SRDT Sistema Rádio Digital Troncalizado
STIR/2o CTA Setor de Tratamento de Incidentes de Rede do 2o CTA
TIC Tecnologia da Informação e Comunicações
TOR The Onion Router
TR Estação Transceptora do 2o CTA (Vila Militar)
UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
VANT Veículo Aéreo Não Tripulado
VCC Venue Communication Centre
VCh TIC/DCT Vice-Chefia de Tecnologia da Informação e Comunicações
do Departamento de Ciência e Tecnologia
VGM Venue General Manager
VOC Venue Operation Centre
VPN Virtual Private Network
VSCC Venue Security Command Centre
VSM Venue Security Manager
WAN Wide Area Network
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 26
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................... 28
1.2 OBJETIVOS........................................................................................ 29
1.3 HIPÓTESE.......................................................................................... 30
1.4 VARIÁVEIS......................................................................................... 31
1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO............................................................. 31
1.6 RELEVÂNCIA DO ESTUDO............................................................... 32
1.7 ORGANIZAÇÃO GERAL DO TRABALHO......................................... 32
2 REFERENCIAL METODOLÓGICO................................................... 34
2.1 TIPO DE PESQUISA.......................................................................... 34
2.2 UNIVERSO E AMOSTRA................................................................... 34
2.3 COLETA DE DADOS.......................................................................... 34
3 GRANDES EVENTOS E OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO
2007 - 2016......................................................................................... 36
3.1 GRANDES EVENTOS NO PERÍODO DE 2007 - 2016...................... 36
3.2 JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS RIO 2016........................... 39
3.3 OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO DE 2007 - 2016...................... 45
4 AMBIENTES INTERNACIONAL E NACIONAL NO PERÍODO 2015
- 2016.................................................................................................. 47
4.1 AMBIENTE INTERNACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016............... 47
4.1.1 Terrorismo Internacional.................................................................. 47
4.1.2 Ambiente Cibernético....................................................................... 51
4.1.3 Segurança Internacional de Saúde................................................. 54
4.1.4 Aeronaves Não Tripuladas (DRONES)............................................ 54
4.1.5 Mídias Sociais................................................................................... 55
4.2 AMBIENTE NACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016.......................... 55
4.2.1 Conjuntura Político-Econômica Brasileira..................................... 55
4.2.2 Criminalidade e Segurança Pública no Rio de Janeiro................. 56
4.2.3 Crise na saúde.................................................................................. 57
4.2.4 Situação Econômica do Comitê Rio 2016...................................... 58
5 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DOS JOP Rio 2016.................... 59
5.1 AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA (APO)....................................... 59
5.2 COMITÊ ORGANIZADOR DOS JOGOS OLÍMPICOS E
PARALÍMPICOS Rio 2016.................................................................. 61
5.3 GOVERNO FEDERAL........................................................................ 63
5.4 PLANO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA DOS JOP Rio 2016....... 64
5.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MJ PARA OS JOP Rio 2016 70
5.6 MARCOS REGULATÓRIOS DE SEGURANÇA E DEFESA.............. 72
5.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MD PARA OS JOP Rio
2016.................................................................................................... 72
5.8 INTEGRAÇÃO CGDA/MD - SESGE/MJ............................................. 74
5.9 CENTROS DE OPERAÇÕES PARA SEGURANÇA E DEFESA
DOS JOGOS....................................................................................... 74
5.9.1 Centro de Coordenação de Operações do CGDA (CCOp/CGDA) 74
5.9.2 Centro de Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro (CORIO)................................................................................ 76
5.9.3 Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio de
Janeiro (CICC)................................................................................... 77
5.10 AGÊNCIAS COMPLEMENTARES..................................................... 79
6 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA COORDENAÇÃO GERAL
DE DEFESA DE ÁREA...................................................................... 81
6.1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CGDA................................... 83
6.2 COMPOSIÇÃO DE MEIOS DO CGDA............................................... 85
6.2.1 Organizações Militares Subordinadas ao CGDA........................... 86
6.2.2 Comandos e Centros Conjuntos e Elementos de Apoio.............. 90
7 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DE COMANDO E CONTROLE
DO CGDA........................................................................................... 93
7.1 GERÊNCIA TÉCNICA DO SISTEMA DE COMANDO E
CONTROLE DO CGDA...................................................................... 96
7.2 GERÊNCIA OPERACIONAL DO SISTEMA DE COMANDO E
CONTROLE DO CGDA...................................................................... 97
7.3 MATRIZ DE RESPOSABILIDADES................................................... 98
8 CONCEITOS DE COMANDO E CONTROLE.................................... 100
8.1 FUNDAMENTOS DE COMANDO E CONTROLE.............................. 101
8.1.1 Conceitos Básicos de Comando e Controle.................................. 101
8.1.2 Sistema de Comando e Controle (SC2) e Sistema de Tecnologia
da Informação e Comunicações (STIC).......................................... 102
8.1.3 Consciência Situacional................................................................... 103
8.1.4 Princípios de Comando e Controle................................................. 103
8.1.5 Interoperabilidade de Comando e Controle................................... 107
8.2 SISTEMA MILITAR DE COMANDO E CONTROLE........................... 107
8.2.1 Considerações Iniciais..................................................................... 107
8.2.2 Estrutura Militar de Comando e Controle....................................... 108
8.2.3 Centros de Comando e Controle (CC²)........................................... 109
8.2.4 Centro de Comando e Controle do Ministério da Defesa............. 110
8.3 SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO EXÉRCITO
(SC2Ex)............................................................................................... 111
8.4 CATÁLOGO DE CAPACIDADES DO EXÉRCITO............................. 112
9 INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA......................................... 113
9.1 CONCEPÇÃO DA INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA............ 114
9.2 CATÁLOGO DE SERVIÇOS DO SC2CGDA...................................... 116
9.3 CONECTIVIDADE NACIONAL (WAN)............................................... 118
9.3.1 Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército (EBNet).......... 118
9.3.2 Rede Operacional de Defesa (ROD)................................................ 121
9.3.3 Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).................................. 123
9.4 REDE DE DEFESA............................................................................. 125
9.4.1 Conectividade Nacional da Rede de Defesa.................................. 126
9.4.2 Interligação dos Centros de Comando e Controle do Rio de
Janeiro............................................................................................... 128
9.4.3 Rede Via Satélite da Rede de Defesa.............................................. 129
9.4.4 Acesso ao SC2CGDA pelos Oficiais de Ligação............................ 129
9.5 CONECTIVIDADE REGIONAL (MAN)............................................... 130
9.5.1 Rede Metropolitana do Rio de Janeiro........................................... 130
9.5.2 Estações de Telecomunicações do 2o CTA (Sites)....................... 132
9.5.3 Backbone da Vila Militar................................................................... 136
9.5.4 Rede Comunitária de Educação e Pesquisa (Rede COMEP)........ 138
9.6 CONECTIVIDADE LOCAL DOS CC2 (LAN)....................................... 140
9.7 ACESSO À INTERNET....................................................................... 142
9.7.1 Infraestrutura para Acesso à Internet............................................. 142
9.7.2 Internet Social................................................................................... 142
9.8 DATACENTER PRINCIPAL E SECUNDÁRIO DO 2o CTA................ 143
9.9 SALA DE GERÊNCIA DE REDES DO 2o CTA................................... 144
9.10 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE
COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DO CGDA (CCOp/CGDA)....... 145
9.11 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE
COMANDO E CONTROLE DO CDS DEODORO
(CC2CDSDeodoro).............................................................................. 146
9.12 SISTEMA PACIFICADOR................................................................... 148
9.13 INFRAESTRUTURA DO SISTEMA DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO DO SC2CGDA........................................................... 150
9.13.1 Infraestrutura do Sistema de Segurança da Informação do 2o
CTA..................................................................................................... 150
9.13.2 Sistema de Cadastro de Usuários (SISCAU).................................. 152
9.14 SISTEMAS DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO. 154
9.14.1 Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Móveis....... 154
9.14.2 Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Fixos.......... 157
9.15 SISTEMA DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO
DA VILA MILITAR............................................................................... 160
9.16 SISTEMA RÁDIO DIGITAL TRONCALIZADO (SRDT)...................... 162
10 CONCLUSÃO..................................................................................... 164
REFERÊNCIAS................................................................................. 168
26
1 INTRODUÇÃO
Em 02 de outubro de 20091, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o
Comitê Paralímpico Internacional (CPI) elegeram a cidade do Rio de Janeiro como
sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos2 de 2016. Os XXXI Jogos Olímpicos da
Era Moderna seriam a primeira edição das Olimpíadas na América do Sul e a
segunda na América Latina, depois da Cidade do México (1968).
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP Rio 2016)3 foram
realizados na cidade do Rio de Janeiro e em mais cinco cidades-sede de futebol
olímpico (São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e Brasília)4, coroando com
êxito uma série de Grandes Eventos realizados no Brasil e, em especial, na cidade
do Rio de Janeiro5.
Os JOP Rio 2016 foram anunciados pela Prefeitura da cidade do Rio de
Janeiro e pelo Comitê Rio 20166 como os "Jogos do Legado"7 e, com o princípio
norteador de que deveriam servir à cidade, impulsionando seu desenvolvimento.
Esse legado, tangível e intangível, seria deixado pelos Jogos na revitalização
urbanística da cidade, em obras de infraestrutura e de transportes, em estádios e
instalações esportivas, na integração sócio-geográfica, na melhoria ambiental, na
melhoria da auto-estima da população e, particularmente, na integração institucional,
na infraestrutura tecnológica e na interoperabilidade dos Sistemas de Tecnologia da
1 Fonte: sítio (website) oficial do International Olympic Committee (IOC) <https://www.olympic.
org/2016-host-city-election>. Acesso em 19 de março de 2018. 2 Neste trabalho será utilizado o termo Paralimpíada/Paralímpicos, conforme previsto no Dicionário
Houaiss e no lançamento da logomarca dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio. Corresponde a uma malformação vocabular que Portugal e o Brasil passaram a usar (no Brasil, oficialmente a partir de 25 de agosto de 2012), a pedido do Comitê Paralímpico Internacional, para seguir o termo inglês paralympiad (paraplegic + olympiad). Fonte: Dicionário Houaiss. 3 Neste trabalho, a expressão "Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016" será abreviada para JOP
Rio 2016 ou simplesmente Jogos ou Jogos Olímpicos. 4 Aproveitamento da infraestrutura construída para a Copa do Mundo FIFA 2014.
5 Este trabalho restringir-se-á às atividades de segurança dos Jogos Olímpicos desenvolvidas na
cidade do Rio de Janeiro, área de atuação do Comando Militar do Leste (CML), visto que a maior parte do evento ocorreu nessa cidade. 6 Comitê Organizador dos Jogos Olímpico e Paralímpicos Rio 2016 (Comitê Rio 2016: Pessoa jurídica sem fins lucrativos, domiciliada no Brasil, constituída com o objetivo de fomentar, desenvolver e viabilizar os requisitos previstos nas garantias firmadas pelo Município do Rio de Janeiro ao CIO, para a realização das Olimpíadas de 2016. Comité International Olympique (CIO): Pessoa jurídica domiciliada no exterior, de duração ilimitada, na forma de associação com personalidade jurídica e reconhecida pelo Conselho Federal Suíço. Artigo 2o, Parágrafos I e IV da Lei no 12.780, de 09 Jan 2013, que dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paralímpicos de 2016; 7 Comitê Rio 2016. Jogos Olímpicos e Legado. Caderno de Políticas Públicas. Rio de Janeiro. p. 3. Disponível em <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4379008/4130519/RIO2016_estudos_PORT .pdf>. Acesso em 19 de março de 2018.
27
Informação e Comunicações (STIC) nas áreas de Segurança Pública e Defesa
Nacional.
O Governo Federal, o estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de
Janeiro, junto com o Comitê Olímpico Brasileiro, assumiram, ao firmarem o Dossiê
de Candidatura8 para sediar os Jogos Olímpicos, a responsabilidade de coordenar o
envolvimento das agências federais, estaduais e municipais na operação de
segurança dos Jogos. A governança foi conduzida pelo Ministério da Defesa (MD),
Ministério da Justiça (MJ), Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República (GSI/PR) e pelo Comitê Rio 2016, através de ações de segurança
conjuntas, coordenadas e integradas, em três eixos: Segurança Pública, Defesa
Nacional e Inteligência, tendo como base o Plano Estratégico de Segurança
Integrada (PESI)9.
O Ministério da Defesa instituiu um Comando Operacional Conjunto,
denominado Coordenação Geral de Defesa de Área (CGDA)10, responsável pela
execução das ações de segurança no Eixo Defesa Nacional, no Rio de Janeiro. O
Comandante do Exército designou o Comandante Militar do Leste para exercer a
função de Coordenador Geral de Defesa de Área.
No planejamento do Sistema de Comando e Controle do CGDA
(SC2CGDA), foram observados os conturbados ambientes internacional e nacional
às vésperas do evento11. O cenário internacional, assim como as condições políticas
e econômicas no Brasil estavam, à época, significativamente distintos da conjuntura
de outubro de 2009. Portanto, foram necessárias ações para reavaliação e
8 O Dossiê de Candidatura foi elaborado pelo Comitê de Candidatura Rio 2016 e entregue ao COI
durante o processo de escolha da cidade sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. O Dossiê é composto de três volumes e descreve as condições atuais e potenciais do Brasil, e mais especificamente, do Rio de Janeiro, para receber o evento. Disponível em < file:///D:/Download%20CHROME/Dossie%20Candidatura%20Rio%202016%20Volume%201.pdf>. Acesso em 19 de março de 2018. 9 O Plano Estratégico de Segurança Integrada (PESI) foi publicado por intermédio de Portaria
Interministerial no 1.678, de 30 de setembro de 2015, do MD, MJ e GSI/PR. Teve por objetivo estabelecer os princípios orientadores, o conceito de segurança dos Jogos, a missão, a situação, os objetivos estratégicos a serem buscados, as estratégias a serem utilizadas, as metas a serem alcançadas, as ações a serem implementadas, os recursos financeiros a serem aplicados, os eixos de ação e a governança que sirvam de orientação para que os órgãos de segurança pública, defesa nacional e inteligência elaborem seus respectivos planos táticos e operacionais. Disponível em <http://www.lex.com.br/legis_27030141_PORTARIA_INTERMINISTERIAL_N_1678_DE_30_DE_SETEMBRO_DE_2015.aspx>. Acesso em 19 de março de 2018. 10 PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. 2015. p. 7/16. 11 PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência.
28
adequação dos planejamentos para redução das ameaças e impactos à imagem do
País.
O Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2Ex) empregado pelo
Comando Militar do Leste (CML) nos Grandes Eventos e Operações de Garantia da
Lei e da Ordem (GLO) até à época, precisou ser reavaliado, ampliado e adequado.
O estudo de situação considerou a necessidade de implantação de novos
serviços e recursos de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), nova
infraestrutura de rede física e lógica, e novos processos de governança de TI
(Tecnologia da Informação), de forma a aumentar e prover informações ao CGDA
para construção, compartilhamento e manutenção da consciência situacional nos
níveis estratégico, operacional e tático, com relevância, precisão e oportunidade.
Uma das principais premissas do estudo era que todos os serviços e infraestruturas
deveriam se transformar em legado para emprego pelo CML nas futuras operações
interagências e de GLO na cidade do Rio de Janeiro.
O Exército Brasileiro, atento à gestão presente e futura desse legado e dos
demais herdados do Ministério dos Esportes e do Comitê Rio 2016, resolveu
implementar o Plano de Gestão do Legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio
201612 13. Sua finalidade: documentar e orientar o planejamento e a execução das
ações para a gestão do legado deixado pelos Jogos, seja ele tangível ou intangível.
Nesse plano, a atividade de Comando e Controle era uma das áreas temáticas.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Considerando-se o acima exposto, o problema a que se pretende investigar
será assim enunciado:
12 A Portaria nº 232-EME, de 21 de junho de 2016, publicada no Boletim do Exército nº 25/2016, de 24 de junho de 2016, constitui o Grupo e os Subgrupos de Trabalho do Legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP 2016) com a finalidade de coordenar e administrar as ações referentes ao legado dos JOP 2016. Disponível em <file:///D:/Download%20CHROME/be25-16%20(1).pdf>. Acesso em 19 de março de 2018. 13 A Portaria nº 233-EME, de 21 de junho de 2016, publicada no Boletim do Exército nº 25/2016, de 24 de junho de 2016, aprova o Corpo do Plano de Gestão do Legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP 2016), e o respectivo Anexo “A” - Cronograma de Atividades, para o Exército Brasileiro. Disponível em <file:///D:/Download%20CHROME/be25-16%20(1).pdf>. Acesso em 19 de março de 2018.
29
– O legado do Sistema de Comando e Controle utilizado pelo CGDA
nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, deixado ao CML, será de
serventia para emprego futuro em operações interagências e de GLO na cidade
do Rio de Janeiro ?
1.2 OBJETIVOS
Os últimos 11 anos, entre Grandes Eventos e operações de GLO, foram
marcados por um processo de aperfeiçoamento contínuo pelo Ministério da Defesa,
através de seu Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e,
particularmente, na cidade do Rio de Janeiro, pelo CML, em estreita cooperação
multidisciplinar com agências civis e militares nas três esferas de governo (federal,
estadual e municipal), órgãos públicos e privados e empresas nacionais e
estrangeiras.
O emprego do Ministério da Defesa nos Grandes Eventos e nas operações
de GLO na cidade do Rio de Janeiro fez com que a infraestrutura de rede e os
serviços de TIC, integrantes do Sistema Militar de Comando e Controle do MD
(SisMC2) e do Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2Ex), na cidade do
Rio de Janeiro, fossem gradualmente aperfeiçoados e modernizados. De forma que,
quando fosse o momento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, houvesse
um Sistema de Comando e Controle proprietário, confiável, seguro e com alta
disponibilidade, que ficasse como um dos principais legados dos Jogos para
emprego pelo CML, na cidade do Rio de Janeiro.
No entanto, a infraestrutura de rede e os serviços de TIC existentes na área
do CML e legados dos Grandes Eventos anteriores tiveram que ser reavaliados e
ampliados visando atenderem às novas demandas operacionais surgidas às
vésperas dos JOP Rio 2016. Para isso, foi desenvolvida uma série de projetos nas
áreas de TI e telecomunicações para ampliar e modernizar a infraestrutura de rede,
física e lógica, e os serviços de TIC de forma a integrarem o Sistema de Comando e
Controle do CGDA (SC2CGDA).
Os projetos foram concebidos e implantados com o objetivo de deixar um
legado para emprego pelo CML, na cidade do Rio de Janeiro. Esse planejamento
estava diretamente associado à visão estratégica do Exército Brasileiro para gestão
eficiente do legado e cumprimento das orientações emanadas do Órgão de Controle
30
Externo (TCU -Tribunal de Contas da União) e do Ministério Público, para que os
elevados investimentos, efetivamente, se convertessem em legado para as
instituições e para a população.
- OBJETIVO GERAL: conhecer o legado do SC2CGDA nos JOP Rio
2016, identificando a infraestrutura de rede e os sistemas de TIC deixados ao CML
para emprego futuro em operações de GLO, interagências, de Forças de
Pacificação, de apoio em desastres naturais e, em especial, durante a fase de
Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro na área de segurança pública, na
cidade do Rio de Janeiro.
Objetivos específicos a serem detalhados para atingir o objetivo geral:
a. identificar os Grandes Eventos e as grandes operações de GLO
realizadas na cidade do Rio de Janeiro, no período de 2007-2016, que contribuíram
para a formação do SC2Ex na cidade do Rio de Janeiro;
b. identificar as conjunturas internacional e nacional no período de 2015-
2016, que impactaram o planejamento do SC2CGDA;
c. descrever a estrutura de governança dos órgãos dos Governos
Federal, Estadual e Municipal, do Comitê Rio 2016 e da APO (Autoridade Pública
Olímpica) envolvidos na coordenação e segurança dos JOP Rio 2016 para o
planejamento do SC2CGDA;
d. descrever a estrutura organizacional e a composição de meios e de
emprego de tropas da Coordenação Geral de Defesa de Área;
e. descrever a estrutura de governança de comando e controle do CGDA;
f. descrever os conceitos de comando e controle que nortearam o
planejamento, a concepção, a implantação, a operação e a gerência do SC2CGDA; e
g. identificar a infraestrutura de rede, física e lógica, assim como os
serviços de TIC do STIC/SC2CGDA empregados nos JOP Rio 2016, analisando o
que foi deixado de legado ao CML.
1.3 HIPÓTESE
Com base no problema e nos objetivos geral e específicos anteriormente
enunciados, a hipótese deste trabalho será assim formulada:
31
- HIPÓTESE: a infraestrutura de rede e os serviços de TIC, integrantes do
SC2CGDA, contratados e implantados para operação nos JOP Rio 2016, está sendo
útil para o CML nas operações realizadas na cidade do Rio de Janeiro de: GLO,
interagências, de Forças de Pacificação e de apoio em desastres naturais.
1.4 VARIÁVEIS
À luz do problema, dos objetivos geral e específicos e da hipótese
anteriormente estabelecidos, este trabalho, por ser basicamente descritivo, abordará
as variáveis definidas no Quadro 1.
VARIÁVEL DESCRIÇÃO
Independente 1 Os Grandes Eventos e operações de GLO.
Independente 2 A conjuntura internacional e nacional às vésperas dos JOP Rio 2016.
Independente 3 O Sistema de Comando e Controle empregado pelo CGDA nos JOP Rio
2016.
Dependente O legado de Comando e Controle para emprego pelo CML nas futuras
operações de GLO.
Quadro 1 – Relação das Variáveis Independentes e Dependente
Fonte: o autor
1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente trabalho limitou-se à análise do legado do Sistema de Comando
e Controle do CGDA empregado nos JOP Rio 2016, na cidade do Rio de Janeiro.
Não faz parte do escopo deste trabalho a análise e identificação do legado
dos Sistemas de Comando e Controle empregados:
a. pela Marinha do Brasil (MB) e Força Aérea Brasileira (FAB), na cidade
do Rio de Janeiro, em apoio ao CGDA;
b. pelo MJ, ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), SESEG/RJ
(Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro) e Comitê Rio 2016;
c. pelos cinco CDA (Coordenação de Defesa de Área) responsáveis pela
execução das ações de segurança no Eixo Defesa Nacional, nas cidades-sede do
futebol olímpico; e
d. pelos órgãos de Segurança Pública e Defesa Nacional, no percurso de
revezamento da Tocha Olímpica nos estados da Federação e no Distrito Federal,
exceto pelo CGDA no Rio de Janeiro.
32
1.6 RELEVÂNCIA DO ESTUDO
O presente trabalho deixará registrado o planejamento e as atividades
desenvolvidas durante os Jogos, além do legado na área de Comando e Controle
para emprego futuro pela Força Terrestre na cidade do Rio de Janeiro.
As operações de GLO realizadas pelo CML começaram a se intensificar a
partir do início da década de 90. Esse espaço de tempo permitiu ganhar expertise e
vocação para esse tipo de operação, assim como compreender que, para
desempenhar essas atividades, deve estar equipado e mobiliado com um Sistema
de Comando e Controle moderno, confiável e proprietário, com as mesmas
características e potencialidades do empregado pelo CGDA nos Jogos Olímpicos.
Tendo em vista que os Jogos ainda são recentes, a bibliografia acadêmica
existente nessa área ainda é incipiente, e muito pouca relacionada aos objetivos
geral e específicos deste trabalho. A maior parte das informações aqui descritas são
provenientes de documentos oficiais, relatórios, projetos técnicos, entrevistas e
palestras ministradas por autoridades e profissionais envolvidos na área.
Assim, este trabalho tem por finalidade documentar um evento ímpar na
história do país e, em especial, do Exército Brasileiro, realizado sob conjunturas
internacional e nacional sui generis, deixando-o como acervo para futuras consultas
acadêmicas.
1.7 ORGANIZAÇÃO GERAL DO TRABALHO
O tema do presente trabalho é amplo, complexo e, para ser estudado, é
necessário analisar os diversos fatores e conjunturas que afetaram o planejamento e
a implantação dos projetos de TIC e de telecomunicações. Os capítulos foram
organizados de forma a abordar cada um desses tópicos, de modo separado, e
seguindo os objetivos específicos acima definidos. O capítulo 2 apresenta o
referencial metodológico adotado para nortear todo o desenvolvimento. O capitulo 3
apresenta os Grandes Eventos e as grandes operações de GLO realizadas na
cidade do Rio de Janeiro, no período de 2007-2016, e os conceitos iniciais de
composição e operação dos JOP Rio 2016. O capítulo 4 descreve os conturbados
ambientes internacional e nacional nos anos de 2015 e 2016, que impactaram o
planejamento estratégico da segurança dos Jogos e do SC2CGDA. O capítulo 5
33
descreve a estrutura de governança dos órgãos dos Governos Federal, Estadual e
Municipal, do Comitê Rio 2016 e da APO envolvidos na coordenação e segurança
dos JOP Rio 2016 para o planejamento do SC2CGDA. O capítulo 6 apresenta a
estrutura organizacional e a composição de meios e de emprego de tropas do
CGDA, importantes para definição da infraestrutura de rede do STIC/SC2CGDA. O
capítulo 7 apresenta a estrutura de governança de TI do SC2CGDA, com a descrição
das atribuições de cada órgão envolvido no comando e controle e da Matriz de
Responsabilidades. O capítulo 8 aborda os fundamentos e conceitos de comando e
controle que nortearam o planejamento, concepção, implantação, operação e
gerência do SC2CGDA. O capítulo 9 descreve a infraestrutura de rede, física e
lógica, e os serviços de TIC integrantes do STIC/SC2CGDA concebidos, projetados e
implementados pelo 2o CTA para análise do legado. Por fim, o capítulo 10 conclui o
presente trabalho, trazendo as considerações finais e análise dos resultados
alcançados.
34
2 REFERENCIAL METODOLÓGICO
Neste capítulo, será apresentada a metodologia utilizada para desenvolver o
trabalho, evidenciando-se os seguintes tópicos: tipo de pesquisa, universo, amostra
e coleta de dados.
2.1 TIPO DE PESQUISA
O trabalho de pesquisa foi desenvolvido com base em pesquisa qualitativa.
Privilegiou relatos, análises de documentos, entrevistas e observação direta do autor
para identificar o Sistema de Comando e Controle empregado pelo CGDA nos JOP
Rio 2016 e analisar o legado para o CML.
Seguindo a taxionomia de Vergara (2009), essa pesquisa foi descritiva,
bibliográfica, documental, explicativa e de campo. Fez parte, também, a observação
direta do autor durante os JOP Rio 2016, para identificação das principais
características e funcionalidades do SC2CGDA e para fundamentação teórica dos
assuntos a serem abordados.
2.2 UNIVERSO E AMOSTRA
O universo da pesquisa foi constituído pelos militares que trabalharam direta
ou indiretamente com o SC2CGDA nos JOP Rio 2016, incluindo o autor.
A amostra, por sua vez, restringiu-se ao universo dos militares do EB que
trabalharam no SC2CGDA, sendo representada por militares do CML e das
Organizações Militares de Telemática, Comunicações e Cibernética do
Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e da Arma de Comunicações
envolvidas no evento, no Rio de Janeiro.
2.3 COLETA DE DADOS
Iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica na literatura (livros, revistas
especializadas, artigos acadêmicos, rede mundial de computadores, dissertações,
monografias, documentos oficiais, manuais, palestras e relatórios), com o objetivo de
levantar dados e informações pertinentes ao assunto.
35
Foi realizada uma pesquisa de campo com entrevistas semi-estruturadas
com militares do CML e das Organizações Militares de Telemática, Comunicações e
Cibernética.
Paralelamente ao campo, foi conduzida uma pesquisa documental junto ao
CML e às Organizações Militares de Telemática, Comunicações e Cibernética, com
o objetivo de identificar a existência de documentos e relatórios do EB e MD sobre o
assunto.
As conclusões decorrentes das pesquisas bibliográficas, documental e de
campo permitiram analisar o legado do SC2CGDA deixado para emprego pelo CML.
36
3 GRANDES EVENTOS E OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO 2007 - 2016
3.1 GRANDES EVENTOS NO PERÍODO DE 2007 - 2016
Para efeitos do presente trabalho, entende-se como Grande Evento aquele
marcado por três aspectos:
a. repercussão internacional;
b. enquadramento de atividades cuja dimensão e complexidade
exigiram um planejamento amplo e detalhado; e
c. o envolvimento, em sua organização, de diversas esferas de
atividade, tanto governamentais como não governamentais.
Os Grandes Eventos tinham como base diversas áreas de atividades
humanas, tais como: política, diplomática, religiosa e desportiva. Cada uma dessas
áreas indicou a necessidade de uma análise própria para as ações de segurança.
Porém, seja qual for a área, o conjunto deles apresentou características comuns, a
saber (BRASIL, 2015, p. 4-5)14:
a. o âmbito internacional: o Grande Evento envolveu mais de um país e
outros organismos internacionais, fossem eles participantes ou organizadores;
b. a visibilidade: a importância e a dimensão do Grande Evento
atraíram a atenção da mídia internacional, levando à exposição – cada vez maior –
das ações do país organizador;
c. a antecedência: o Grande Evento não foi inopinado; ao contrário, foi
planejado com anos de antecedência;
d. o envolvimento dos três níveis de governo;
e. o envolvimento de todas as áreas de governo;
f. a atuação de serviços de segurança externos;
g. as interferências de organismos não governamentais, nacionais e
internacionais;
h. os compromissos internacionais assumidos pelo país organizador.
14 Participação do Exército na Segurança dos Grandes Eventos - O Legado. Julho de 2007 - Setembro 2016. 1a Edição. 2018. Disponível em <http://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream /1/1130/1/Grandes%20Eventos_ O%20Legado.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018.
37
No Brasil, os Grandes Eventos passaram a ter essa denominação oficial a
partir da publicação do Decreto nº 7.538, de 1º de agosto de 2011, que instituiu a
Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grandes Eventos (SESGE/MJ).
Art 5º. §1º “Para os fins do disposto neste Decreto, consideram-se Grandes Eventos a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio +20, a Copa das Confederações FIFA de 2013, a Copa do Mundo FIFA de 2014 e outros eventos designados pelo Presidente da República”.
Posteriormente, o Decreto nº 7.682, de 28 de fevereiro de 2012, deu a
seguinte redação ao §1º do Artigo 5º do decreto citado no parágrafo anterior:
Art 5º. §1º Para os fins do disposto neste Decreto, consideram-se grandes eventos:
- a Jornada Mundial da Juventude de 2013; - a Copa das Confederações FIFA de 2013; - a Copa do Mundo FIFA de 2014; - os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016; e - outros eventos designados pelo Presidente da República.
O Quadro 2, a seguir, relaciona os Grandes Eventos realizados no período
de 2007 - 2016 e a Figura 1 ilustra o histórico em um eixo temporal.
Evento Ano Cidade de Realização
XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e
III Jogos Parapan-Americanos Rio 2007 2007 Rio de Janeiro
V Jogos Mundiais Militares 2011 2011 Rio de Janeiro
Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Natural (CNUDN) - Rio+20 2012 Rio de Janeiro
XXVIII Jornada Mundial da Juventude e visita de Sua
Santidade o Papa Francisco 2013 Rio de Janeiro
Copa das Confederações FIFA 2013 2013 Rio de Janeiro e mais
05 cidades-sede
Copa do Mundo FIFA 2014 2014 Rio de Janeiro e mais
11 cidades-sede
Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 2016 Rio de Janeiro e mais
05 cidades-sede
Quadro 2 - Relação dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016
Fonte: o autor, a partir de informações obtidas em sítios eletrônicos do COB (Comitê Olímpico
Brasileiro), Comitê Rio 2016, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ), CISM (International
Military Sports Council), FIFA (Fédération Internationale de Football Association) e ONU
(Organização das Nações Unidas).
38
Figura 1 - Histórico dos Grandes Eventos no período de 2007 - 2016
Fonte: o autor
O ciclo dos Grandes Eventos deixou um legado, tangível e intangível, para o
País e, em especial, para a cidade do Rio de Janeiro, nas seguintes dimensões:
a. política: consolidação de novo modelo de gestão integrada entre os
três níveis de governo do Estado brasileiro, parceiros privados e da sociedade civil;
b. econômica: fomento do crescimento econômico associado à redução
de desigualdades e à criação de empregos via geração de novos negócios, de
produtos e serviços inovadores;
c. social: ampliação dos direitos de cidadania e da qualidade dos
serviços públicos nas áreas de educação, saúde, acessibilidade, segurança e
defesa;
d. sociocultural: valorização da identidade e da auto-estima nacionais
e regionais, nas suas múltiplas e variadas expressões;
e. urbana: projetos estruturantes nas áreas de mobilidade (transporte
público), saneamento e habitação;
f. logística e de infraestrutura: ampliação e modernização de
equipamentos e serviços que permitiram criar um melhor ambiente para a realização
dos eventos, que permaneceram, sobretudo, como benefícios permanentes para a
sociedade após a sua realização;
39
g. esportiva: construção e modernização das instalações que sediaram
os eventos, bem como a ampliação da infraestrutura e das políticas de fomento para
a atividade esportiva em todo o País; e
h. ambiental: a incorporação do princípio da sustentabilidade ao
conjunto de empreendimentos e iniciativas associados aos eventos.
3.2 JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS Rio 2016
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (JOP Rio 2016) foram
realizados na cidade do Rio de Janeiro e em mais cinco cidades-sede de futebol
olímpico.
Períodos de realização dos Jogos:
- Jogos Olímpicos: 5 a 21 de agosto de 2016; e
- Jogos Paralímpicos: 07 a 18 de setembro de 2016.
A complexidade e dimensão dos JOP Rio 2016 podem ser resumidamente
traduzidas nos seguintes números15 16:
a. 15.566 atletas de 207 países, competindo em 65 modalidades
esportivas, sendo 64 na cidade do Rio de Janeiro e uma (futebol olímpico)
descentralizada em mais cinco estados;
b. 302 eventos;
c. 2 delegações especiais: Atletas Olímpicos Independentes e Atletas
Olímpicos Refugiados;
d. 100 dignitários;
e. assistência global estimada em 4,8 bilhões de pessoas;
f. 1,17 milhões de turistas na cidade do Rio de Janeiro, sendo 410 mil
estrangeiros;
g. 4 grandes cerimônias no estádio do Maracanã (2 aberturas e 2
encerramentos);
h. 17.500 pessoas hospedadas na Vila dos Atletas;
15 Fonte: sítios oficiais do International Olympic Committee (IOC) e do International Paralympic Committee (IPC). Disponíveis em <https://www.olympic.org/2016-host-city-election> e <https://www.paralympic.org/rio-2016>. Acesso em 01 de junho de 2018. 16 Rio 2016 Jogos Olímpicos e Legado. Caderno de Políticas Públicas. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. p. 3. Disponível em <http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/ 10112/4379008/4130519/RIO2016_estudos_PORT.pdf >. Acesso em 01 de junho de 2018.
40
i. 10.000 membros de delegações e 4.500 oficiais técnicos (árbitros e
assistentes);
j. 25.000 jornalistas;
k. 70.000 voluntários;
l. 8.000 funcionários do Comitê Rio 2016 no período de jogos;
m. 200.000 credenciais de trabalho;
n. 44 eventos-testes (também chamado "Aquece Rio 2016"), em 34
modalidades olímpicas e paralímpicas, realizados entre julho de 2015 e maio de
2016, somente na cidade do Rio de Janeiro, com participação de 7.800 atletas e
cerca de 16.000 voluntários, sendo 04 eventos (classificados como "Major Events")
com emprego de tropas das Forças Armadas, para avaliação dos planejamentos
pelos órgãos envolvidos nos Jogos, teste das áreas de competição e do sistema de
resultados e treinamento das equipes que atuaram nas instalações durante os
Jogos;
o. 32 Venues de competição localizadas em quatro regiões ("Clusters")
da cidade do Rio de Janeiro;
p. 36.000 km percorridos com a Tocha Olímpica pelo País; e
q. 6 cidades-sede para realização das partidas de futebol: Rio de
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e Brasília.
Os JOP Rio 2016 foram, até o momento, o maior evento esportivo do
planeta. Sua dimensão e complexidade não podem ser comparados com os demais
Grandes Eventos aqui relacionados. Como exemplo, segue, abaixo, uma
comparação com a Copa do Mundo FIFA 2014 (Quadro 3).
JOP Rio 2016 Copa do Mundo FIFA 2014
Países 207 32
Modalidades Esportivas 65 1
Cerimônias 4 2
Dignitários 100 15
Atletas 15.566 736
Quadro 3 - Comparação JOP Rio 2016 x Copa do Mundo FIFA 2014
Fonte: o autor, a partir de informações obtidas nos sítios eletrônicos do IOC, IPC, Comitê
Rio 2016 e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e em palestras do MD/EMCFA e EB.
Como manda a tradição, a Tocha Olímpica foi acesa na cidade de Olympia,
na Grécia, e transportada para o Brasil no dia 3 de maio de 2016. Nesse dia, iniciou
41
um percurso pelo território brasileiro permitindo a nacionalização do evento, o
engajamento da população e a divulgação das cidades para o resto do mundo,
desembarcando no estádio do Maracanã no dia 5 de agosto de 2016, para a
cerimônia de abertura e para dar início aos Jogos.
O revezamento da Tocha Olímpica e o transporte da Chama Olímpica
constituíram-se em particular evento dentro dos Jogos. Os números a seguir17
ilustram a dimensão desse evento e a complexidade no planejamento das
operações de segurança, visto que envolveu cidades de difícil acesso, com
autoridades locais com interesses políticos próprios e conflitantes com os Governos
Federal e Estaduais, e grande quantidade de expectadores e de condutores da
Tocha. A Figura 2 ilustra o trajeto da Chama Olímpica pelo território nacional.
a. envolvimento de cerca de 500 cidades (26 estados e Distrito Federal),
sendo que 300 receberam o revezamento propriamente dito e outras 200 assistiram
à passagem com a chama exposta;
b. 83 cidades-celebração, que foram destino final da Chama Olímpica a
cada dia do revezamento;
c. percurso estimado de 36.000 Km (20.000 Km em viagem por terra e
16.000 Km em aéreo);
d. condução por aproximadamente 12.000 personalidades no Brasil; e
e. 95 dias de percurso no Brasil.
Figura 2 - Percurso de Revezamento da Tocha Olímpica
Fonte: CGDA
Os eventos dos Jogos Olímpicos foram concentrados e realizados em 04
regiões ("Clusters Olímpicos") da cidade do Rio de Janeiro: 17
Fonte: sítios oficiais da APO (Autoridade Pública Olímpica), disponível em <http://www.apo.gov.br>>, e do International Olympic Committee (IOC), disponível em <https://www.olympic.org>>. Acesso em 01 de junho de 2018.
42
- Barra da Tijuca (Complexo Olímpico da Barra);
- Deodoro (Complexo Olímpico de Deodoro);
- Copacabana; e
- Maracanã.
Para efeito de Jogos Olímpicos, define-se o termo Venue como sendo uma
instalação olímpica ou não olímpica. O Comitê Rio 2016 definiu 04 tipos de Venues,
com as seguintes destinações:
a. competição esportiva: arenas, estádios e centros olímpicos;
b. treinamento de atletas: centros esportivos privados e públicos (civis
e militares;
c. suporte: alojamento (atletas, imprensa, árbitros e treinadores),
transporte (aeroportos), segurança, logística, administração e gerenciamento e
centros de controle das Venues, da imprensa e de TIC; e
d. área de não competição: concentração de público, área de
festividades e acessos aos meios de transporte.
Segue abaixo a relação de algumas Venues ou de locais com concentração
de Venues:
a. Complexo Olímpico da Barra: Parque Olímpico, Rio Centro, Vila dos
Atletas, Campo de Golfe, Centro Principal de Mídia (MPC - Main Press Center),
Centro Principal de Operações (MOC - Main Operation Center) e Centro de
Operações Tecnológicas (TOC - Technology Operational Center);
b. Complexo Olímpico de Deodoro: Centro Nacional de Hipismo, Centro
Nacional de Tiro Esportivo, Arena da Juventude, Parque de Pentatlo Moderno,
Centro Olímpico de Mountain Bike, Estádio Olímpico de Canoagem Slalom, Centro
Olímpico de BMX e Centro Olímpico de Hockey;
c. Copacabana: Lagoa Rodrigo de Freitas, Estádio de Copacabana
(praia), Forte Copacabana, Marina da Glória e Parque do Flamengo; e
d. Maracanã: Estádio João Havelange, Estádio do Maracanã, Arena
Maracanãzinho e Sambódromo.
A Figura 3 ilustra os tipos de Venues dos JOP Rio 2016 e as Figuras 4 e 5
contêm o mapa da cidade do Rio de Janeiro com as regiões ("Clusters")
assinaladas.
43
Figura 3 - Tipos de Venues dos JOP Rio 2016
Fonte: Comitê Rio 2016
Figura 4 - Mapa dos Jogos - Clusters
Fonte: Comitê Rio 2016
44
Figura 5 - Mapa dos Jogos - Principais Venues de Competição
Fonte: Comitê Rio 2016
O futebol foi a única modalidade esportiva com competições fora da
cidade do Rio de Janeiro, devido à quantidade de equipes envolvidas na
competição. O Comitê Rio 2016, em acordo com a FIFA, decidiu pela
descentralização das partidas de futebol por mais 05 cidades que foram sedes na
Copa do Mundo FIFA 2014. A Figura 6 ilustra a localização das cidades-sede.
A descentralização das partidas de futebol exigiu o planejamento e ações
integradas de segurança, nos três eixos, pelo MD, MJ, GSI/PR e Comitê Rio 2016,
com a implantação dos CDA (Coordenação de Defesa de Área) nas cidades-sede do
futebol olímpico.
Figura 6 - Cidades-sede do futebol
Fonte: palestra do MD/EMCFA ministrada em audiência pública (09 Dez 15)
45
3.3 OPERAÇÕES DE GLO NO PERÍODO DE 2007 - 2016
Concomitantemente aos Grandes Eventos, a cidade do Rio de Janeiro foi
palco de duas operações militares de GLO de grandes proporções com objetivo de
pacificação do Complexo dos Morros do Alemão e Vila Cruzeiro, denominada
Operação Arcanjo, e do Complexo da Maré, denominada Operação São Francisco.
Estas operações, em especial a Operação São Francisco, impactaram
fortemente nas atividades de segurança das Forças Armadas durante a Copa do
Mundo FIFA 2014 e no planejamento de emprego de tropas para os JOP Rio 2016.
O Complexo da Maré está localizado em uma área estratégica para a
circulação viária na cidade, devido a sua proximidade com a Baía da Guanabara e
as grandes vias urbanas: Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela,
importantes para trânsito entre os Clusters e para acesso ao Aeroporto Internacional
do Rio de Janeiro.
Períodos de realização:
- Operação ARCANJO: novembro/2010 a julho/2012; e
- Operação SÃO FRANCISCO: abril/2014 a junho/2015.
A Figura 7 ilustra os Grandes Eventos e as Operações de GLO.
Figura 7 - Histórico de interseção das Operações de Pacificação com os Grandes Eventos
Fonte: o autor
46
Neste capítulo buscou-se apresentar os Grandes Eventos e as Operações
de GLO ocorridos no período de 2007 a 2016. Foram apresentados, também, os
conceitos iniciais de composição e operação dos Jogos Olímpicos, importantes para
a compreensão das estruturas organizacionais dos órgãos envolvidos na segurança
e defesa, da composição de meios, e, principalmente, do planejamento e
implantação das infraestruturas das redes físicas e lógicas das redes e dos sistemas
computacionais componentes do SC2CGDA.
Com os números aqui expostos, tem-se uma visão geral da dimensão e
complexidade do planejamento e gestão das atividades de segurança dos Jogos
Olímpicos, diferenciando-os dos demais Grandes Eventos, e exigindo a implantação
de um SC2 dotado de tecnologias modernas e de processos eficientes para
governança dos serviços de TIC.
47
4 AMBIENTES INTERNACIONAL E NACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016
A concentração de milhares de atletas, turistas, equipes de reportagens e
voluntários, de dezenas de dignitários, e com cobertura massiva, ao vivo, da mídia,
torna qualquer evento, na dimensão dos Jogos Olímpicos, um catalisador de
vantagens e riscos para o país.
Principais cenários de riscos para as operações de segurança dos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (BRASIL, 2016, p.32):
- ações terroristas ou de sabotagem de qualquer natureza;
- ações violentas praticadas durante manifestações sociais;
- criminalidade e violência urbana;
- comprometimento do sistema de mobilidade urbana;
- comprometimento da saúde coletiva;
- comprometimento dos serviços essenciais;
- ataques cibernéticos;
- fenômenos naturais; e
- incidentes e catástrofes.
Não obstante a sua complexidade e dimensão, os JOP Rio 2016 foram
realizados em um período de turbulência e incertezas nas conjunturas internacional
e nacional, diferenciando-o dos demais Grandes Eventos.
Durante os Grandes Eventos houve, também, um acompanhamento mais
presente e sistemático da imprensa e do Ministério Público nas operações militares,
demandando novos procedimentos, novas regras de engajamento e novas diretivas
para o Sistema de Comando e Controle.
4.1 AMBIENTE INTERNACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016
4.1.1 Terrorismo Internacional
Até então, o terrorismo não fazia parte da lista dos muitos flagelos que
atormentavam o Brasil, no entanto a realização dos JOP Rio 2016 tornou o país um
possível palco para a atuação do terror, seja por grupos terroristas organizados ou
ações independentes (BRASIL, 2016, p. 1).
48
O fato é que essa foi a primeira olimpíada coexistente com o "Estado
Islâmico" e os "lobos solitários", tornando real as ameaças terroristas, as sabotagens
às instalações de jogos e às estruturas estratégicas e os ataques não convencionais
envolvendo armas QBRN (Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares).
O agravamento da guerra contra o "Estado Islâmico" aumentou o
ressentimento desse grupo contra países da coligação, os quais possuíam um
considerável número de atletas em suas delegações. O quadro se tornou ainda mais
sensível com a possível participação de europeus que tinham se convertido à
religião islâmica na causa, o que dificultava a identificação de seus integrantes
durante o evento e facilitava uma eventual tentativa de acesso a todas as áreas
olímpicas, inclusive à Vila dos Atletas (BRASIL, 2016, p. 3).
Os chamados "lobos solitários" foram considerados uma grande ameaça às
Olimpíadas pela dificuldade em identificá-los e em reprimir suas ações, e pelo fato
de que várias competições aconteceriam ao mesmo tempo e em locais distintos em
uma mesma cidade, agravando o controle e a segurança.
Cabe destacar que a ameaça terrorista não precisava necessariamente vir
de fora do País. Existia a real possibilidade de cooptação de brasileiros por grupos
terroristas e antissistêmicos, além da associação com o crime organizado local ou a
realização, em território nacional, de ações diversas relacionadas com a sustentação
do terrorismo internacional (BRASIL, 2016, p. 3).
De fato, em julho de 201618, uma ação do Departamento de Polícia Federal
(DPF), denominada Operação Hashtag, desarticulou o que parecia ser o núcleo de um
grupo virtual (via redes sociais), denominado Defensores da Sharia, que defendia,
prometia e planejava atentados no País, em apoio "Estado Islâmico", e que pretendia
formar uma célula terrorista em território nacional, para planejamento e execução de
atentados. Os principais alvos, cogitados em centenas de mensagens trocadas pelos
suspeitos, eram judeus, maometanos de seitas minoritárias e turistas de países que
participariam da Olimpíada.
O grupo cogitava usar armas químicas e contaminar estações de
abastecimento de água no País.
18 Fonte: Departamento de Polícia Federal (DPF). Disponível em <http://www.pf.gov.br/agencia/ noticias/2016/07/pf-investiga-brasileiros-suspeitos-de-terrorismo-no-brasil>. Acesso em 01 de junho de 2018.
49
A PF identificou 65 brasileiros admiradores do "Estado Islâmico" a partir de
informações trocadas com o FBI (Federal Bureau of Investigation) e NSA (National
Security Agency). A justiça brasileira ordenou a prisão preventiva de 12 integrantes do
grupo às vésperas da Olimpíada, com a acusação de crimes de promoção
de organização terrorista e associação criminosa, tornando-se a primeira sentença
no Brasil sob a égide da Lei nº 13.260/2016, que disciplina o crime de terrorismo19.
A história olímpica guarda exemplos trágicos de atentados terroristas. A
Figura 8 ilustra o histórico das recentes Olimpíadas onde ocorreram incidentes
terroristas. O Quadro 4 contém a descrição sucinta dos incidentes em cada evento.
Figura 8 - Histórico de incidentes em Jogos Olímpicos
Fonte: o autor
19 Revista Brasileira de Inteligência (RBI), nº 12. Agência Brasileira de Inteligência. Brasília, DF, dezembro 2017, ISSN 1809 - 2632, p. 7. Disponível em <http://www.abin. gov.br/conteudo/uploads/2017/12/RBI-12-Compactado-1.pdf>. Acesso em 01 de junho de 2018.
50
EVENTO ATENTADOS TERRORISTAS
JOP Munique 1972
Ação do grupo terrorista Palestino "Setembro Negro" ("Black September")
que burlou a vigilância da Vila Olímpica e invadiu o alojamento da
delegação de Israel. 11 membros da delegação israelense e 05 terroristas
mortos.
JOP Seul 1988
A menos de um ano dos jogos, um avião da Korean Airlines explodiu no ar.
A ação teria sido provocada por agentes norte-coreanos. 115 pessoas
mortas.
JOP Barcelona
1992
Grupos terroristas praticaram ações ao longo do ano. O ETA (Euzkadi Ta
Azkatasuna) atacou o fornecimento de energia durante a cerimônia de
abertura dos jogos.
JOP Atlanta 1996 Explosão no Centennial Olympic Park, onde ocorria um show de rock
próximo da Vila Olímpica. 01 pessoa morta e 110 feridas.
JOP Pequim 2008
Os Jogos transcorreram normalmente, mas o terrorismo deu as caras antes
dos Jogos. Faltando quatro dias para o início das competições, houve um
ataque de separatistas muçulmanos, na cidade de Kashgar, na região
chinesa de Xinjiang. 16 pessoas mortas e 16 feridas.
JOP Londres 2012
Em junho de 2005, Londres foi eleita sede dos Jogos Olímpicos de 2012.
Um mês depois, uma série de atentados terroristas colocava a capital sob
alerta. Homens-bomba detonaram bombas no interior do metrô e de ônibus
em horário de pico. 56 pessoas mortas e 784 feridas.
Maratona Boston
2013
Nas proximidades da linha de chegada da tradicional Maratona de Boston,
duas bombas em panelas de pressão explodiram. 03 pessoas mortas e 264
feridas.
Quadro 4 - Histórico de atentados terroristas em Jogos Olímpicos e Maratonas
Fonte: The Global Terrorism Database (GTD)20
, U.S. Department of State (Archive)21
e ESSEx22
Figura 9 - As ameaças terroristas (cartum)
Fonte: palestra CGDA (Ago 2016)
20
Fonte: sítio do The Global Terrorism Database (GTD). Disponível em <http://www.start.umd.edu>. Acesso em 01 de junho de 2018. 21 Fonte: sítio do U.S. Departmentof State. Significant Terrorist Incidents, 1961-2003: A Brief Chronology. Disponível em <https://2001-2009.state.gov/r/pa/ho/pubs/fs/5902.htm>. Acesso em 01 de junho de 2018. 22
ESSEX, S. Platform for Local Political Expression and Resolution (Barcelona 1992), in BAJC, V. (Ed.) Surveilling and Securing the Olympics: From Tokyo 1964 to London 2012 and beyond, Palgrave Macmillan, Basingstoke, pp.218-237. Disponível em <https://core.ac.uk/download/pdf/74389542.pdf>. Acesso em 01 de junho de 2018.
51
A ameaça, representada pelo terrorismo internacional, avultava de
importância à medida que a data de abertura dos JOP Rio 2016 se aproximava.
Como uma espécie de contagem regressiva, a cronologia dos atentados, em todo o
mundo, gerou um ambiente de intensa apreensão nos órgãos de segurança23.
O Quadro 5 relaciona os principais incidentes terrorista ocorridos às
vésperas dos JOP Rio 2016.
Data Período para Início dos
JOP Rio 2016 Atentados Terroristas
14 Nov 15 09 meses Ataques múltiplos no Stade de France e na casa noturna Bataclan, em Paris. 129 pessoas mortas e 350 feridas.
02 Dez 15 08 meses Atentado no Inland Regional Center, na cidade de San Bernardino, nos EUA. 14 mortos e 17 feridos.
22 Mar 16 04 meses Atentado a bomba no aeroporto de Bruxelas. 34 mortos e 200 feridos.
12 Jun 16 55 dias Atirador matou 50 pessoas e feriu outras 53, na boate Pulse, na cidade de Orlando, nos EUA.
28 Jun 16 38 dias Atentado a bomba no aeroporto de Istambul, na Turquia. 36 mortos e 147 feridos.
1oJul 16 35 dias Atentado em Bangladesh. 20 mortos e 30 feridos.
14 Jul 16 21 dias Durante as comemorações nacionais da Queda da Bastilha, um caminhão atropelou 134 pessoas, na cidade francesa de Nice. 84 mortos.
22 Jul 16 13 dias Atentado em um shopping center em Munique, na Alemanha. 10 mortos e 16 feridos.
1oAgo 16
apenas 03 dias da abertura dos JOP Rio 2016
Bomba caseira, semelhante àquela utilizada no atentado da maratona de Boston, explodiu sem deixar vítimas em um shopping center na cidade de Brasília.
Quadro 5 - Histórico de atentados terroristas às vésperas dos JOP Rio 2016
Fonte: VISACRO, A. 2018, p 11.
4.1.2 Ambiente Cibernético
Os incidentes cibernéticos têm ocorrido com regularidade em eventos de
grandes proporções espalhados pelo mundo. Por ocasião da realização dos JOP Rio
2016, a tendência natural era de que se intensificassem, o que requereu a adoção
de medidas preventivas para antepor-se a esses incidentes ou neutralizá-los quando
ocorressem.
Os grupos terroristas ("Al-Qaeda", "Estado Islâmico", ...) utilizavam com
grande habilidade a tecnologia da informação. O ambiente cibernético facilitava
23 VISACRO, A. Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo na Segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Revista Military Review. Primeiro Trimestre 2018, p 11-21.
52
sobremaneira a troca de mensagens entre as possíveis forças adversas para
recrutamento de militantes e ativistas, difusão de propaganda, captação de recursos
(financiamento), treinamento e planejamento de ataques terroristas, utilizando a
infraestrutura da Internet para estabelecer uma plataforma de redes virtuais privadas
criptografadas, com credenciais falsas, para a troca de mensagens e arquivos24.
A Internet possui "dois lados", como bem ilustrado por um iceberg (Figura
10).
A Web em que todas as pessoas navegam (por exemplo Google, Yahoo,
Wikipedia, Youtube, Bing e Facebook) é a única aparentemente existente,
caracterizada na literatura científica por Web Visível, da Superfície (Surface Web)
ou Indexável. Ou seja, é a que todos vêem e utilizam.
Da mesma forma, os conteúdos invisíveis em uma busca podem compor
uma Web Invisível dividida em dois níveis: Deep Web e Dark Web (VIGNOLI, R;
MONTEIRO, S; 2016)25.
Segundo BERGMAN (2001), o mais apropriado seria denominar de Web
Profunda, uma vez que o termo invisível não seria adequado, pois a invisibilidade é
apenas uma questão tecnológica ou mesmo política de indexação dos mecanismos
de busca.
A Dark Web só pode ser acessada utilizando-se ferramentas especializadas,
como um navegador da Web chamado “The Onion Router” (TOR), criado pelo
Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos em meados dos anos 90. O
TOR funciona mascarando a identidade de um usuário fazendo oscilar o local da
conexão. Como está fora da Internet regulamentada e opera em anonimato, a Dark
Web é um local seguro e, portanto, o principal meio para a comunicação de grupos
criminosos, religiosos, extremistas e "hacktivistas".
Estima-se que a Web Surface represente apenas 4% do conteúdo atual da
Internet.
A Figura 10 ilustra o nível Surface Web como sendo a ponta visível de um
iceberg e os níveis Deep Web e Dark Web como sendo a parte não visível. 24
PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Apêndice II ao Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência, p. II-B-2/21; 25 VIGNOLI, R.G.; MONTEIRO, S.D. A Dark Web e seu Conteúdo Informacional. VI SECIN - Seminário em Ciência da Computação, Londrina, PR, agosto 2016. Disponível em <http://www.uel.br/eventos/cinf/ index.php/secin2016/secin2016/paper/viewFile/266/186. Acesso em 20 de julho de 2018.
53
Figura 10 - Ilustração dos níveis Surface Web, Deep Web e Dark Web
Fonte: https://csultimates.net/blog/2017/05/26/what-is-surface-deep-and-dark-web/
Havia o risco de ataques aos STIC dos órgãos envolvidos no evento por
organizações criminosas, terroristas, instituições ou atores estatais, e
principalmente, por grupos "hacktivistas", em especial os grupos26 Anonymous,
HighTech, Fatal Error Crew, Red Eye Crew, Ir4dex e Learners Of Curiosity, com
seus ataques de negação de serviço (DDoS - Distributed Denial of Service), de
phishing e de disseminação de malware e spyware, tudo isso com consequências
imprevisíveis para a segurança, execução dos Jogos e imagem do País.
Os principais órgãos críticos para o desenvolvimento dos Jogos e cujos
STIC tiveram que ser monitorados pelos Sistemas de Defesa Cibernética e
Segurança da Informação:
a. Comitê Rio 2016, com possibilidade de adulteração de resultados e
paralisação de eventos;
b. Comitê Olímpico Brasileiro;
c. Comitê Olímpico Internacional;
d. Comitê Paralímpico Internacional;
e. Instituições e agências de Segurança Pública, Defesa Nacional e
Inteligência, e demais órgãos governamentais envolvidos no evento, nas três esferas
de governo;
f. Empresas públicas e privadas responsáveis por estruturas estratégicas
do País, em especial, na cidade do Rio de Janeiro;
26 PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Apêndice II ao Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência, p. II-B-17/21.
54
g. Empresas de transportes (aeroportos, trens, BRT e metrô); e
h. Empresas do mercado financeiro.
4.1.3 Segurança Internacional de Saúde
O intenso fluxo internacional e a concentração de pessoas (atletas,
dignitários, equipes de reportagem, técnicos e árbitros) de todas as partes do
mundo, inclusive de áreas pandêmicas, na cidade do Rio de Janeiro e nas cinco
cidades-sede de futebol, poderiam tornar crítico o controle sanitário de pessoas
contaminadas com patógenos perigosos (Vírus Ebola ou Gripe Aviária). Uma
pandemia rapidamente ganharia o mundo caso viesse a ocorrer um foco de
transmissão no País, causando pânico entre as comunidades infectadas.
4.1.4 Aeronaves Não Tripuladas (DRONES)
O avanço da tecnologia permitiu a popularização das aeronaves não
tripuladas (DRONE/RPAS - Remotely Piloted Aircraft Systems) de pequeno e médio
portes.
A detecção e interceptação foram fontes constantes de discussão e
preocupação pelos órgãos de segurança. Os drones "portáteis" poderiam carregar
explosivos, venenos e agentes biológicos ou radioativos e sobrevoar áreas restritas
com concentrações de pessoas e equipamentos, tornando-se um risco real de
emprego por organizações e grupos terroristas e pelo crime organizado.
O uso dos drones por empresas (uso corporativo e comercial), pela mídia
(filmagem dos eventos) e por cidadãos comuns (recreação, propaganda ou para foto
e filmagem particular do evento) também preocupava os órgãos de segurança.
Havia risco de quedas das aeronaves em locais densamente ocupados, o que
poderia provocar acidentes e vítimas, com consequentes transtornos para a
organização e segurança do evento.
Na época dos Jogos, não havia uma legislação nacional que regulasse a
operação e intercepção dos drones. A norma referente ao assunto (Regulamento
Brasileiro de Aviação Civil Especial) foi publicada pela Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC) em maio de 2017.
55
4.1.5 Mídias Sociais
O mundo virtual das redes sociais (Facebook, Twitter, Telegram, WhatsApp,
Instagram, YouTube, Messenger, Google+, ...) veio para facilitar de maneira
abrangente o contato entre as pessoas, porém também era fonte de apreensão da
área de segurança. O uso intenso das ferramentas para difusão de notícias,
inclusive, falsas (fake news); o ativismo virtual; a capacidade de disseminação de
ataques cibernéticos; e a possibilidade de comunicação entre as organizações
criminosas terroristas criaram um ambiente de comunicação em tempo real de difícil
controle e monitoramento pelos órgãos de segurança.
Por outro lado, a análise das redes sociais permitiu, também, uma série de
inferências sobre as dinâmicas resultantes das conexões entre os integrantes das
comunidades virtuais, tendo sido útil para agregar valor aos conhecimentos
produzidos pelos órgãos de inteligência durante o evento.
4.2 AMBIENTE NACIONAL NO PERÍODO 2015 - 2016
4.2.1. Conjuntura Político-Econômica Brasileira
Diferentemente do clima político-econômico envolvendo o Brasil na
época da escolha da sede dos Jogos em 2009, onde o País esbanjava esperança,
economia em plena expansão (7a maior do mundo), louvado como um dos BRICS
(grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e com crescimento
de 7,5% em 201027, a conjuntura nacional às vésperas dos Jogos era crítica e
complexa, com forte impacto no planejamento estratégico do CGDA e,
consequentemente, na concepção do seu Sistema de Comando e Controle.
Dentre os principais problemas pode-se destacar:
a. a profunda crise política interna decorrente da votação do impeachment
da Presidenta Dilma Rousseff no Congresso Nacional a menos de três meses do
início dos Jogos. A Presidenta encontrava-se afastada e sendo julgada pelo Senado
Federal;
27 Fonte: sítio oficial do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). Disponível em <http://portalibre.fgv.br>. Acesso em 01 de junho de 2018.
56
b. as ações da Operação Lava-Jato pela Polícia Federal e Ministério
Público Federal, desestabilizando o ambiente político e empresarial, inclusive com
investigações envolvendo Autoridades, empreiteiros e obras olímpicas dos Jogos;
c. as consequências das manifestações populares de junho de 2013, que
se fragmentaram em dezenas de protestos com pautas específicas de diversos
segmentos sociais;
d. a radicalização de grupos políticos e ativistas com ações violentas e
atos de vandalismo, com a participação de manifestantes agindo segundo a tática
“Black Blocs”28. Entre os principais “grupos de pressão” mais atuantes, formados por
indivíduos formalmente não vinculados a partidos políticos e que, via de regra, não
acreditavam na capacidade do sistema político/eleitoral vigente alterar o status quo,
destacavam-se, no Rio de Janeiro, a Frente Independente Popular (FIP) e o
Movimento Passe Livre (MPL), além de oportunistas (saqueadores), simpatizantes e
curiosos;
e. as manifestações provocadas pelos movimentos sociais tradicionais,
em especial, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) na cidade do Rio
de Janeiro;
f. a imensa recessão (retração do PIB em 3,80% em 2015 e 3,60% em
201629 - essa sequência, de dois anos seguidos de baixa, só foi verificada no Brasil
nos anos de 1930 e 1931), desajuste fiscal e aumento do desemprego; e
g. a aguda crise econômica no estado do Rio de Janeiro agravada pela
diminuição dos "royalties" do petróleo e pelos escândalos da Operação Lava-Jato,
com impacto nas áreas de segurança, saúde e transportes.
4.2.2. Criminalidade e Segurança Pública no Rio de Janeiro
A criminalidade pode ser dividida em comum, definida como a prática de
ações criminosas de maneira pontual e aleatória, não decorrente de ação
orquestrada por facções criminosas; e em organizada, cujas atividades são
28
BUDÓ, M. N.; GINDRI, E. T.; LOUREIRO, LEÃO, I. P. Manifestantes ou criminosos? A legitimação discursiva da tática Black Bloc como organização criminosa no jornalismo de revista. DOI: 10.5102/unijus.v27i2.4009; 29 Fonte: sítio oficial do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE). Disponível em <http://portalibre.fgv.br>. Acesso em 20 de abril de 2018.
57
praticadas por grupos estruturados divididos nos três eixos básicos: tráfico de
drogas, taxação de serviços em troca de segurança e jogos ilegais.
Os principais alvos da criminalidade comum eram os espectadores e
turistas. A maior preocupação com esse tipo de criminalidade durante os Jogos era
por conta de possíveis arrastões, o que poderia comprometer a imagem da cidade e
do País.
Por outro lado, a crescente atuação das organizações e facções criminosas
do Rio de Janeiro, tais como: Comando Vermelho (CV), Amigos dos Amigos (ADA),
Terceiro Comando Puro (TCP) e Milícias, poderiam também demandar o reforço das
Forças Armadas e dos Órgãos de Segurança Pública (OSP), vindo a impactar nos
planejamentos das estruturas de defesa e de segurança empregadas pelo CGDA e
pela área de Segurança Pública.
A falência parcial dos planos de segurança pública decorrente da grave crise
econômica do estado do Rio de Janeiro e a consequente probabilidade de
assunção, pela Defesa, de atribuições previstas no Eixo de Segurança Pública teve
que ser considerada no planejamento do CGDA.
Havia, também, a expectativa de paralisações, protestos e greves dos
Órgãos de Segurança Pública (OSP) em defesa de seus pleitos. Na cidade do Rio
de Janeiro, destacava-se a insatisfação dos policiais pelo não recebimento dos
adicionais por trabalho nos seus horários de folga (Regime Adicional de Serviço-
RAS), com redução do policiamento ostensivo em diversos pontos da cidade e
consequente aumento dos índices de criminalidade.
4.2.3. Crise na Saúde
A crise sanitária com o avanço incontido de endemias tropicais decorrente
da incapacidade de o governo brasileiro erradicar o mosquito transmissor (Aedes
Aegypti e Aedes Albopictus) da dengue, chikungunyae e zika vírus, gerou apreensão
da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela capacidade de difusão da doença
pelo planeta e à comunidade esportiva mundial. Ameaças de desistência de atletas,
desestímulo de turistas e, inclusive, o possível adiamento dos Jogos, obrigou o
Governo Federal a adotar ações emergenciais para combate ao Aedes Aegypti, com
emprego das Forças Armadas já no período de preparação para os Jogos.
58
4.2.4. Situação Econômica do Comitê Rio 2016
O Comitê Rio 2016, às vésperas do evento, entrou em uma profunda crise
financeira afetando as áreas de segurança das instalações, transporte e visual das
instalações, com consequentes impactos no planejamento do CGDA e no emprego
de tropas.
Havia, inclusive, o risco de mobilização de tropas das Forças Armadas em
missões já programadas, face a dificuldade do Ministério da Justiça (FNSP - Força
Nacional de Segurança Pública) e do Comitê Rio 2016 em substituir a segurança
privada nas instalações olímpicas e não olímpicas (Venues).
Este capítulo teve por objetivo apresentar os conturbados ambientes
internacional e nacional nos anos de 2015 e 2016, impactando fortemente no
planejamento estratégico dos Jogos.
A infraestrutura e os serviços de TIC do SC2Ex, implementados para os
Grandes Eventos até à época, tiveram que ser reavaliados e novas tecnologias e
processos de governança de TI tiveram que ser adotados.
Novos projetos foram desenvolvidos e implementados a partir das demandas
identificadas na elaboração do planejamento estratégico.
59
5 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DOS JOP Rio 2016
A estrutura de governança dos JOP Rio 2016 foi constituída pelo Governo
Federal, pelos Governos Estaduais e Municipais do Rio de Janeiro e das cidades-
sede do futebol, pelo Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 e pela Autoridade
Pública Olímpica.
Neste trabalho será apresentada apenas a estrutura implementada na
cidade do Rio de Janeiro (Figura 11).
A governança tinha como objetivo planejar a realização do evento e
promover tanto a coordenação interagências quanto a tomada de decisão durante a
execução das diversas atividades previstas nos Jogos.
Figura 11 - Governança dos JOP Rio 2016 – Rio de Janeiro
Fonte: o autor
5.1 AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA (APO)
Em 01 de outubro de 2009, o Governo Federal editou a Lei nº 12.03530,
instituindo o chamado Ato Olímpico, no âmbito da administração pública federal. Sua
finalidade era a de assegurar garantias à candidatura da cidade do Rio de Janeiro a
sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 e de estabelecer regras especiais
para a sua realização. A aplicação desta Lei estava condicionada a confirmação da
escolha da referida cidade pelo Comitê Olímpico Internacional.
30 Lei Federal nº 12.035, de 1o de outubro de 2009. Fonte: sítio oficial da Casa Civil da Presidência da República. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12035.htm>. Acesso em 05 de junho de 2018.
60
Com a confirmação da eleição do Rio de Janeiro como sede em 02 de
outubro de 2009, os três entes da federação e o Comitê Rio 2016 estreitaram suas
ações para não só favorecer condições para esta realização como propiciar um
legado após a realização do evento.
Nessa ocasião, ficou clara a necessidade de uma governança eficiente que
coordenasse a integração dos atores e, assim, evitasse a ocorrência de riscos ao
sucesso do evento. O ambiente de colaboração entre vários parceiros e a
multiplicidade de temas exigiria uma estrutura ágil e matricial. Para isso, o Governo
Federal criou, através da Lei Federal nº 12.396, de 21 de março de 2011, a
Autoridade Pública Olímpica (APO), sob a forma de Consórcio Público, ratificando o
Protocolo de Intenções firmado entre a União, o Estado e o Município do Rio de
Janeiro. No âmbito estadual, a ratificação se deu pela Lei nº 5.949 e, na esfera
municipal, pela Lei nº 5.260, ambas de 13 de abril de 2011.
A APO tinha como missão31 coordenar a participação das entidades da
União, do Estado e do Município na preparação e realização dos Jogos, de modo a
assegurar o cumprimento das obrigações assumidas por tais entes federativos
perante o COI, que tinha o Comitê Rio 2016 como seu representante oficial.
A instância máxima da APO era o Conselho Público Olímpico (CPO), órgão
de natureza colegiada e permanente, constituído pelos Chefes dos Poderes
Executivos da União, do Estado do Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro,
ou por representantes por eles designados (cláusula décima - primeira da Lei
Federal nº 12.396, de 21 de março de 2011.
Em 2017, a APO, por meio da Medida Provisória nº 771, de 29 de março de
2017, transformou-se em uma autarquia federal temporária denominada Autoridade
de Governança do Legado Olímpico (AGLO)32, com a missão de planejar a
manutenção e o desenvolvimento sustentável do legado olímpico dos Jogos Rio
2016 como instrumento de progresso esportivo e social brasileiro, em especial das
instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra, no Rio de Janeiro - RJ.
31
Fonte: Relatório de Atividades da APO. Disponível em <http://www.apo.gov.br/wp-content/uploads /2013/04/relatorio_atividades_20121.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018. 32 Fonte: sítio oficial da Rede Nacional do Esporte. Disponível em <http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/legado/autoridade-de-governanca-do-legado-olimpico-1/conheca-a-aglo>. Acesso em 05 de junho de 2018.
61
5.2 COMITÊ ORGANIZADOR DOS JOGOS OLÍMPICOS E PARALÍMPICOS Rio
2016
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016
(Comitê Rio 2016) foi constituído como uma associação de direito privado sem fins
lucrativos, com natureza desportiva, com o objetivo de promover, organizar e
realizar, em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê
Paralímpico Internacional (CPI), os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (Inciso
III, Artigo 2o, da Lei Federal nº 13.284, de 10 de maio de 2016).
O Comitê Rio 2016 foi constituído por cerca de 50 Áreas Funcionais (AF)33,
responsáveis por entregas específicas nas áreas de instalações, esportes,
comunicação, segurança, entre outras. Foram distribuídas em seis grandes grupos:
Administração, Engajamento, Esporte, Comercial, Operações (transportes, saúde,
logística, segurança, TIC, ...) e Infraestrutura (energia, broadcast, overlay, ...).
A Figura 12 apresenta um diagrama simplificado com os setores que foram
diretamente envolvidos na segurança dos Jogos.
Figura 12 - Diagrama do MOC e Venues - Comitê Rio 2016
Fonte: o autor
A Área Funcional de Segurança (AF SEC) foi a responsável pela definição
das políticas e requisitos de segurança para atender a todas as demais áreas
funcionais. Tinha como objetivo garantir um ambiente seguro para todos os clientes
dos Jogos em conjunto com as agências do governo, estabelecendo diretrizes para
a segurança local (Força Nacional de Segurança) atuar em todas as instalações dos
Jogos, fornecendo controle de acesso integrado e proteção coletiva e patrimonial no
33 Fonte: Guia de Estilo Rio 2016 - Versão Janeiro 2015. Disponível em <http:// memoriadasolimpiadas.rb.gov.br/jspui/bitstream/123456789/698/1/Guia%20de%20Estilo%20Rio%202016.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018.
62
perímetro de segurança das instalações. O planejamento de segurança do Comitê
teve como foco as instalações dos Jogos.
O Centro Principal de Operações (MOC - Main Operation Centre) foi o
Centro de Comando e Controle das operações dos Jogos. Nesse Centro, o Comitê
concentrou as informações, a coordenação dos eventos, a prestação de contas, a
tomada de decisões e o apoio às instalações e às áreas funcionais para solução de
problemas que não podiam ou não deveriam ser resolvidos localmente.
O planejamento do Comitê Rio 2016 considerava que a maior parte dos
problemas (97%) teria que ser resolvido localmente. Para isso, as Venues foram
equipadas com uma estrutura para gestão das áreas funcionais e da segurança
local. A Figura 13 apresenta a composição e organização de uma Venue, com os
principais setores envolvidos na gestão da segurança das instalações internas.
Figura 13 - Diagrama de Operação do MOC e Venues
Fonte: Comitê Rio 2016
Legenda:
- Centro de Comando de Segurança da Venue (VSCC - Venue Security Command Centre)
- Centro de Operações da Venue (VOC - Venue Operation Centre)
- Centro de Comunicação da Venue (VCC - Venue Communication Centre)
- Gerente Geral da Instalação (VGM - Venue General Manager)
O Gerente Geral da Instalação (VGM) tinha como atribuições: integrar as
áreas funcionais atuantes na Venue; gerenciar o cronograma de atividades da
instalação; conduzir o processo de resolução de problemas da Venue e entre as
diversas áreas funcionais; ser o interlocutor entre as áreas funcionais e as Agências
de Governo; e assessorar o VSM em todas as questões que envolvessem a
segurança da Venue.
63
O Gerente de Segurança da Instalação (VSM) era o responsável pela área
funcional de segurança dentro da Venue e, possuía, entre outras funções: articular o
relacionamento das áreas funcionais do Comitê Rio 2016 com as Agências Públicas
de Segurança, Defesa, Inteligência e Controle Urbano envolvidas no evento. Além
disso, responsabilizava-se, juntamente com a Força Nacional de Segurança, pela
segurança da força de trabalho, dos espectadores e dos equipamentos da Venue.
5.3 GOVERNO FEDERAL
O Governo Federal, através do Decreto Presidencial de 13 de setembro de
201234, instituiu:
o Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016
(CGOLIMPÍADAS), sob coordenação do Ministério dos Esportes, com a missão de
definir as diretrizes e ações do Governo Federal para a realização dos Jogos; e
o Grupo Executivo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016
(GEOLIMPÍADAS), vinculado ao CGOLIMPÍADAS, com a missão de aprovar e
coordenar as atividades do Governo Federal, referentes aos Jogos Olímpicos,
desenvolvidas por órgãos e entidades da administração pública federal direta e
indireta, ou financiadas com recursos da União35.
Composição do GEOLIMPÍADAS36:
a. Ministério do Esporte;
b. Casa Civil da Presidência da República;
c. Ministério da Defesa;
d. Ministério da Justiça;
e. Ministério da Fazenda;
f. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e
g. Controladoria Geral da União.
34 Decreto Presidencial de 13 de setembro de 2012, que institui o Comitê Gestor dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Dsn/Dsn13425.htm>. Acesso em 05 de junho de 2018; 35 Fonte: sítio oficial da Rede Nacional do Esporte. Disponível em <http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/legado/geolimpiadas>. Acesso em 05 de junho de 2018. 36
Nomenclatura dos ministérios no período de publicação do PESI (2012).
64
5.4 PLANO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA DOS JOP Rio 2016
A ação integrada para a segurança dos JOP Rio 2016 foi formada por três
eixos: Segurança Pública, Defesa Nacional e Inteligência. Teve como base o Plano
Estratégico de Segurança Integrada (PESI), publicado por intermédio de Portaria
Interministerial no 1.678, de 30 de setembro de 2015, do Ministério da Defesa (MD),
do Ministério da Justiça (MJ) e do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República (GSI/PR). (Figura 14)
Figura 14 - Atuação integrada
Fonte: ABIN
Com vistas à realização do evento em ambiente pacífico e seguro, este Plano Estratégico de Segurança Integrada dos Jogos Rio 2016 (PESI) estabelece os princípios orientadores, o conceito de segurança dos Jogos, a missão, a situação, os objetivos estratégicos a serem buscados, as estratégias a serem utilizadas, as metas a serem alcançadas, as ações a serem implementadas, os recursos financeiros a serem aplicados, os eixos de ação e a governança que sirvam de orientação para que os órgãos de segurança pública, defesa nacional e inteligência elaborem seus respectivos planos táticos e operacionais. (BRASIL, 2015) A governança observará a representação dos três níveis de governo e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, tendo como foco a transparência e a fluidez na tomada de decisão de todos os envolvidos na operacionalização dos Jogos, especialmente no que concerne ao fluxo das informações técnicas, táticas e operacionais. (BRASIL, 2015) O Ministério da Justiça e o Ministério da Defesa são responsáveis pela coordenação e integração das ações que viabilizarão a operação de segurança dos Jogos. As atividades de segurança pública e defesa civil serão coordenadas pelo Ministério da Justiça e, quando necessário, poderão contar com a cooperação das Forças Armadas, empregadas na Garantia da Lei e da Ordem. As atividades de Defesa Nacional serão coordenadas pelo Ministério da Defesa, que poderá contar com a cooperação das instituições de Segurança Pública. A ABIN coordenará o SISBIN, integrando e subsidiando os eixos de segurança pública e defesa nacional, cujos respectivos subsistemas serão coordenados pela SESGE e EMCFA.
O Quadro 6 contém as atividades que foram exercidas por cada eixo
(BRASIL, 2015).
65
Eixo de Atuação
Executor Atividades
SEGURANÇA PÚBLICA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Departamento de Polícia
Federal Departamento de Polícia
Rodoviária Federal Polícias Civis e Militares Corpos de Bombeiros
Militares Guardas Municipais Órgãos de engenharia e
fiscalização de trânsito
1) Segurança de Dignitários e VIPs; 2) Segurança Viária e Controle de Tráfego; 3) Polícia Ostensiva, Preservação da Ordem Pública e Ordenamento Urbano; 4) Defesa Civil; 5) Segurança das instalações; 6) Polícia Judiciária; 7) Polícia Marítima, Aeroportuária e de Fronteiras; 8) Repressão a crimes cibernéticos; 9) Vistorias e contramedidas de explosivos; 10) Cooperação policial internacional; 11) Inteligência; e 12) Enfrentamento ao terrorismo.
DEFESA NACIONAL
MINISTÉRIO DA DEFESA
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
Marinha do Brasil Exército Brasileiro Força Aérea Brasileira
- Atividades de Defesa Nacional: 1) Ações aeroespaciais; 2) Ações aeroportuárias; 3) Segurança e Defesa Cibernética; 4) Ações de transporte aéreo logístico; 5) Fiscalização de explosivos; 6) Ações marítimas e fluviais; 7) Emprego de forças de contingência; 8) Defesa QBRN; 9) Enfrentamento ao terrorismo; e 10) Proteção de estruturas estratégicas. - Atividades de Segurança Pública: 1) Defesa Civil, cabendo às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar na forma determinada pela Presidência da República; 2) Segurança viária e controle de tráfego, policiamento ostensivo, preservação da ordem pública e ordenamento urbano na região de Deodoro, por se tratar de área militar; e 3) Segurança de dignitários e VIP's, mediante escolta de batedores.
INTELIGÊNCIA
GABINETE DE SEGURANÇA
INSTITUCIONAL DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Agência Brasileira de
Inteligência, sem prejuízo das atividades de inteligência desenvolvidas pelos segmentos de segurança pública e defesa.
1) Produção de conhecimentos; 2) Coordenação do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN); 3) Cooperação internacional; 4) Avaliações de risco; 5) Pesquisa para credenciamento; 6) Segurança da Tecnologia da Informação e Comunicações; 7) Capacitação de representantes dos órgãos de inteligência e de instituições convidadas em matérias de interesse da atividade de inteligência; 8) Emprego de observadores de inteligência; 9) Análise de mídia; e 10) Desenvolvimento de atividades de inteligência relacionadas à prevenção de ameaças terroristas, em articulação com os órgãos integrantes do SISBIN.
Quadro 6 - Eixos de Atuação, Executores e Atividades de Segurança definidas no PESI
Fonte: o autor, com base no PESI (BRASIL, 2015e)
66
As atividades abaixo foram realizadas na forma de operações interagências,
com interação das Forças Armadas com as Agências envolvidas na Segurança
Pública e na Inteligência:
a. Comando e Controle;
b. Enfrentamento ao Terrorismo;
c. Segurança de Dignitários e Família Olímpica (Seg VIP);
d. Polícia Ostensiva;
e. Preservação da ordem pública e ordenamento urbano;
f. Polícia marítima;
g. Defesa civil; e
h. Inteligência.
A atividade de Comando e Controle foi comum a todos os Eixos.
Cada eixo desenvolverá atividades próprias de coordenação, comunicação, COMANDO E CONTROLE para articular e integrar os diversos entes envolvidos com a operação de segurança dos Jogos. (BRASIL, 2015) (GRIFO NOSSO)
O governo brasileiro assumiu, ao firmar o Dossiê de Candidatura para sediar
os Jogos Olímpicos em 2016, a responsabilidade de coordenar o envolvimento das
agências federais, estaduais e municipais na operação de segurança dos Jogos.
Para isso, o MJ e MD criaram uma estrutura de assessorias específicas para
desempenho da governança das atividades de segurança e defesa dos Grandes
Eventos, em especial dos Jogos Olímpicos (Figura 15).
Figura 15 - Assessorias Especiais do MD e do MJ
Fonte: o autor
67
Ministério da Defesa:
Criou a Assessoria Especial de Grandes Eventos (AEGE/MD),
vinculada ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) e utilizou o
Centro de Operações Conjuntas (COC) como estrutura para coordenação e
monitoramento das ações das três Forças Armadas.
Exército Brasileiro:
Criou a Assessoria Especial de Grandes Eventos (AEGE/EB),
subordinada à 4a Subchefia do Estado-Maior do Exército (4a SCh EME) e a
Assessoria de Jogos Olímpicos (AJO), ao Comando Militar do Leste (CML).
A AJO foi criada para tratar dos assuntos relativos à participação do Exército
Brasileiro nos JOP Rio 2016 e ser um interlocutor junto às instituições que se
encontravam envolvidas nos Jogos; acompanhar os temas de interesse do Exército,
em especial as construções que atenderiam ao público militar depois dos jogos,
particularmente na região da Vila Militar; e assessorar e planejar a destinação do
legado da participação do Exército nos Jogos Olímpicos na área de
responsabilidade do Comando Militar do Leste (CML).
Ministério da Justiça:
Criou a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes
Eventos (SESGE), o Sistema Integrado de Comando e Controle de Segurança
Pública para Grandes Eventos (SICC) e a Comissão Estadual de Segurança
Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016 (COESRIO).
A COESRIO foi composta por representantes dos seguintes órgãos:
a. Casa Civil da Presidência da República;
b. Ministério da Defesa (MD);
c. Ministério das Relações Exteriores (MRE);
d. Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da
República (SECOM/PR);
e. Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP);
f. Autoridade Pública Olímpica (APO);
g. Agência Brasileira de Inteligência (ABIN);
h. Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ);
68
i. Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ);
j. Corpo de Bombeiros Militar do Estado do RJ (CBMERJ);
k. Guarda Municipal do Rio de Janeiro (GMRJ);
l. Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio);
m. Empresa Olímpica Municipal da Cidade do RJ (EOM).
n. Departamento de Polícia Federal (DPF);
o. Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF); e
p. Departamento da Força Nacional de Segurança Pública
(DFNSP).
A Figura 16 apresenta o diagrama dos órgãos diretamente envolvidos no
planejamento e coordenação das ações de segurança e defesa nos Jogos
Olímpicos, nos níveis Federal, Estadual e Municipal.
Figura 16 - Órgãos envolvidos na Segurança dos JOP Rio 2016
Fonte: o autor
A Figura 17 apresenta uma foto da reunião da COESRIO no CICC/RJ com a
participação dos representantes dos órgãos envolvidos.
69
Figura 17 - Reunião da COESRIO
Fonte: Palestra da SESGE37
O PESI propôs a criação de 02 Comitês, por meio de instrumento legal, com
o propósito de orientar e facilitar a integração das estruturas de Segurança Pública,
Defesa Nacional e Inteligência para os Jogos Rio2016, criando sinergia de esforços
dos três eixos, respeitadas as cadeias de comando das Instituições:
a. Comitê Executivo de Segurança Integrada (CESI), composto
pelos representantes da Casa Civil da Presidência da República38, do Ministério
da Justiça, do Ministério da Defesa, da Secretaria de Governo da Presidência da
República e dos Estados e Municípios do Rio de Janeiro e das cidades-sede do
futebol, assessorado pelo Comitê Rio 2016 quando necessário. Os trabalhos do
CESI serão coordenados pela Casa Civil da Presidência da República na fase de
planejamento e pelo MJ na fase de execução; e
b. Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional (CESIR),
composto pelos representantes da Secretaria de Estado de Segurança, da
Secretaria de Estado de Defesa Civil, do Município do Rio de Janeiro, do
Ministério da Justiça, do CGDA e pelo Superintendente Estadual da ABIN,
assessorado pelo Comitê Rio 2016 quando necessário
37
Palestra da SESGE - Segurança para os Jogos Rio 2016, ministrada pelo Delegado da PF Andrei Augusto Passos Rodrigues. Disponível em <http://www2.camara.leg. br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/credn/audiencias-publicas/2016/AndreiAugustoPassos RodriguesSecretrioExtraordinriodeSeguranaparaGrandesEventosMinistriodaJustia.pdf>. Acesso em 20 de julho de 2018. 38
O GSI/PR fora extinto em outubro de 2015 pela então Presidente Dilma Rousseff, de forma que algumas de suas responsabilidades referentes ao planejamento do eixo de Inteligência dos JOP Rio 2016, originalmente estabelecidas no PESI Rio 2016, passaram à época para a Casa Civil da Presidência da República. Em 12 de maio de 2017, entretanto, o GSI-PR foi recriado com a assunção de Michel Temer à Presidência da República;
70
O planejamento e coordenação das ações de segurança foram realizadas
por órgãos nos níveis Político, Estratégico, Operacional e Tático (Figura 18).
Figura 18 - Níveis de Coordenação da Segurança dos JOP Rio 2016
Fonte: palestra EMCFA/MD
a. Nível Político: exercido pelo Conselho Público Olímpico (CPO);
b. Nível Estratégico39: exercido pelo CESI, em âmbito nacional;
c. Nível Operacional40: exercido pelo CESIR, em âmbito regional; e
d. Nível Tático: exercido pelos Coordenadores Locais (CGDA) e pelas
forças-tarefas da Secretaria de Estado de Segurança, da Secretaria de Estado de
Defesa Civil, do Município do Rio de Janeiro, do Ministério da Justiça e da ABIN.
A Resolução Conjunta CESIR/RJ Nº 01, de 19 de maio de 2016, aprovou a
Norma Geral de Funcionamento do CESIR/RJ41, a fim de normatizar o seu
funcionamento, rotinas do Comitê e definir que funcionariam na Sala de Crise do
Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro (CICC/RJ).
5.5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MJ PARA OS JOP Rio 2016
A Portaria no 269/MJ/SESGE, de 30 de junho de 2016, do Ministério da
Justiça, constituiu o Sistema Integrado de Comando e Controle da Segurança
Pública para Grandes Eventos (SICC). O SICC era um conjunto de atividades de
39 Fonte: PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência; 40
Fonte: PEECFA - Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas. Anexo B - Plano Estratégico de Inteligência. Havia um CESIR para cada cidade-sede do futebol. 41 Fonte: Resolução Conjunta CESIR/RJ Nº 01, de 19 de maio de 2016. Disponível em <https://seguro.mprj.mp.br/documents/10227/16308916/resolucao_conjunta_cesir_rj_n_01_de_19_de_maio_de_2016.pdf>. Acesso em 05 de junho de 2018.
71
planejamento, coordenação, execução, acompanhamento e avaliação, estruturado
em Centros Integrados de Comando e Controle e de Cooperação Policial
Internacional e Antiterrorismo, que buscava promover a atuação integrada dos
órgãos durante a Operação de Segurança Pública dos Jogos Rio 2016.
O SICC foi configurado com a seguinte estrutura (Figura 19):
a. Um Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN),
localizado em Brasília/DF;
b. Um Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), localizado
em Brasília/DF, com projeção no Rio de Janeiro/RJ;
c. Um Centro de Integrado Antiterrorismo (CIANT), localizado em
Brasília/DF, com projeção no Rio de Janeiro/RJ;
d. Seis Centros Integrados de Comando e Controle Regionais (CICCR),
localizados nas cidades de Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Manaus/AM, Rio de
Janeiro/RJ, Salvador/BA e São Paulo/SP;
e. Quatro Centros Integrados de Comando e Controle Setoriais (CICCS)
na cidade do Rio de Janeiro, nas regiões da Barra, Copacabana, Deodoro e
Maracanã; e
f. Trinta e cinco Centros Integrados de Segurança da Instalação (CISI),
assim distribuídos: vinte na Região da Barra, quatro na região de Copacabana, sete
na região de Deodoro e quatro na região do Maracanã.
O CICCN foi o centro de nível estratégico que coordenou e acompanhou as
operações de segurança durante os Jogos Rio 2016, em âmbito nacional, integrando
as atividades desenvolvidas pelo CCPI, CIANT e pelos CICCR.
72
Figura 19 - Estrutura de Governança do Ministério da Justiça
Fonte: o autor
5.6 MARCOS REGULATÓRIOS DE SEGURANÇA E DEFESA
A partir do Plano Estratégico de Segurança Integrada (PESI), foram
elaborados os seguintes documentos pelo Ministério da Defesa, Ministério da
Justiça, GSI/PR e Comitê Rio 2016:
a. Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas
(PEECFA), pelo EMCFA, MB, EB e FAB; e
b. 54 Planos Integrados de Segurança e Ordenamento Urbano
(PISOU), pelos órgãos de segurança, defesa e inteligência e pelo Comitê Rio 2016,
sendo um plano para cada instalação (Venues).
5.7 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO MD PARA OS JOP Rio 2016
A Portaria Normativa no 232/MD, de 30 de janeiro de 2015, definiu a
seguinte estrutura de governança para o Eixo de Defesa Nacional, subordinada
diretamente ao EMCFA (BRASIL, 2015).
a. CGDA: Coordenação Geral de Defesa de Área, responsável pelas
ações no Rio de Janeiro, formado por um Comando Conjunto, sob a coordenação do
Ministério da Defesa, que reuniu militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea.
73
O CGDA foi composto por 04 (quatro) Comandos de Defesa Setoriais (CDS) para
atuação nas regiões de Deodoro, Maracanã, Copacabana e Barra;
b. CDA (05): Coordenação de Defesa de Área, responsável pelas ações
na cidade-sede do futebol olímpico (São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e
Brasília);
c. CAC CIBER: Comando de Ações Centralizadas de Segurança e
Defesa Cibernética (Centro de Coordenação de Segurança e Defesa Cibernética
(CCSDCiber));
d. CAC TERROR: Comando de Ações Centralizadas de Prevenção,
Repressão e Combate ao Terrorismo (Comando Conjunto da Prevenção e Combate
ao Terrorismo (CCPCT));
e. CAC EXPLO: Comando de Ações Centralizadas de Fiscalização de
Explosivos (Centro de Coordenação de Fiscalização de Explosivos (CCFE)); e
f. CAAA: Comando de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias
(Coordenação de Ações Aeroespaciais e Aeroportuárias (CA³)).
A Figura 20 apresenta o organograma do MD/EMCFA definido pelo Plano
Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA) para os JOP Rio
2016.
Figura 20 - Estrutura de Governança do Ministério da Defesa
Fonte: o autor
74
A análise do Sistema de Comando e Controle será restrita ao CGDA e aos
Destacamentos dos Comando de Ações Centralizadas que o apoiaram no Rio de
Janeiro, de forma que os SC2 dos CDA e do CAAA não fazem parte do escopo deste
trabalho.
5.8 INTEGRAÇÃO CGDA/MD - SESGE/MJ
Às vésperas do início dos Jogos, a SESGE/MJ, por motivos financeiros,
solicitou ao Ministério da Defesa a possibilidade de compartilhamento das
instalações físicas das salas de operações dos Comandos de Defesa Setoriais.
Após estudo, decidiu-se pela viabilidade de compartilhamento nos Clusters da Barra
da Tijuca e Deodoro (Figura 21).
Não houve compartilhamento das infraestruturas físicas e lógicas dos
Sistemas de Comando e Controle dos órgãos.
O compartilhamento das instalações e operação conjunta do Centro
Integrado Setorial com o Comando de Defesa Setorial agilizou sobremaneira os
contatos e a tomada de decisão por ambos os órgãos.
Figura 21 – Integração do MJ e MD nos Clusters
Fonte: o autor
5.9 CENTROS DE OPERAÇÕES PARA SEGURANÇA E DEFESA DOS JOGOS
5.9.1. Centro de Coordenação de Operações do CGDA (CCOp/CGDA)
75
O Exército Brasileiro teve que conceber e implementar um novo Centro de
Coordenação de Operações (CCOp) para atender às novas demandas operacionais
e à ampliação das agências e dos órgãos que se relacionariam com o CGDA.
A nova sala foi equipada com modernos Sistemas de Tecnologia da
Informação e de Segurança da Informação. Foram instalados equipamentos
computacionais com alta capacidade de transmissão e processamento de vídeo,
dados e voz, permitindo a operação segura, confiável e com alta disponibilidade dos
Sistemas de C2 e a recepção das imagens externas em tempo real. O CGDA teve
ganho e foi provido de informações para construção, compartilhamento e
manutenção da consciência situacional nos níveis estratégico, operacional e tático,
com relevância, precisão e oportunidade.
O Centro de Coordenação de Operações do CGDA (CCOp/CGDA) foi
interconectado em alta velocidade e com infraestrutura redundante ao Centro de
Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO), ao Centro de
Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro (CICC) e ao Centro de Operações
Principal do Comitê Rio 2016 (MOC).
As Figuras 22 e 23 apresentam a Sala do CCOp/CGDA, localizada no 9o
andar do Palácio Duque de Caxias (PDC), no Rio de Janeiro.
Figura 22 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA
Fonte: 2o CTA
76
Figura 23 – Centro de Coordenação de Operações do CGDA
Fonte: Revista Verde Oliva, Ano XLIII, Nº 235, Especial, Dezembro 2016. p 8.
5.9.2 Centro de Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO)
O Centro de Operações da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO)
funcionou como uma central de integração das operações urbanas no município.
Cerca de 30 órgãos (secretarias municipais e concessionárias de serviços públicos)
foram integrados no local a fim de monitorar a operação da cidade e minimizar seus
impactos na rotina do cidadão e durante a realização dos Jogos.
O CORIO gerenciou cerca de 800 câmeras da prefeitura Também teve
acesso a outras 700 gerenciadas por concessionárias de serviços públicos e pela
Secretaria Estadual de Segurança Pública.
A Figura 24 apresenta a sala do Centro de Operações, cujo prédio está
localizado no bairro Cidade Nova, região central da cidade do Rio de Janeiro.
77
Figura 24 – Centro de Operações Rio (CORIO)
Fonte: sítio https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2016/07/como-funciona-o-centro-de-
operacoes-rio-o-cerebro-das-olimpiadas-de-2016.html
5.9.3 Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro
(CICC)
O CICC operou como Centro Integrado de Comando e Controle Regional
(CICCR/RJ) da SESGE/MJ, durante os Jogos, e foi sede do CESIR e do COESRIO.
O CICC também abrigou a central de atendimento do 190 da Polícia Militar;
o Centro de Controle Operacional da Polícia Militar (que despacha as viaturas e
efetivos para as ocorrências); a central de atendimento 192 do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); a central de atendimento do 193 do Corpo
de Bombeiros, além de representantes de instituições dos Governos Federal,
Estadual e Municipal.
Para o CICC convergiram todas as informações e imagens de mais de 5.000
câmeras, entre as instaladas pela Secretaria e as instaladas nas arenas olímpicas,
que foram essenciais para a tomada de decisões durante os Jogos.
As Figuras 25, 26 e 27 apresentam a Sala do Centro de Controle
(Videowall), de Apoio Operacional e de Crise/Reunião do CICC/RJ, cujo prédio está,
também, localizado no bairro Cidade Nova, centro da cidade do Rio de Janeiro. A
Figura 28 ilustra o Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICCM/RJ).
78
Figura 25 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Centro de Controle
Fonte: sítio http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/governo-do-rio-de-janeiro-inaugura-centro-de-
comando-e-controle
Figura 26 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala de Apoio
Fonte: sítio https://twitter.com/sesge_mj
Figura 27 – Centro Integrado de Comando e Controle do RJ (CICC/RJ) - Sala de Reunião /
Sala de Crise
Fonte: sítio https://twitter.com/sesge_mj
79
Figura 28 – Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICCM/RJ)
Fonte: site http://g1.globo.com
5.10 AGÊNCIAS COMPLEMENTARES
Os Jogos Olímpicos foram uma grande operação interagências envolvendo
instituições nas três esferas de governo, autarquias e empresas públicas e privadas.
No caso do Rio de Janeiro, além das instituições públicas (federais,
estaduais e municipais) e privadas mencionadas anteriormente, o CGDA relacionou-
se também com os seguintes órgãos e empresas:
a. Centro de Operações da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO);
b. Centro de Comando e Controle do Estado do RJ (CICC);
c. Advocacia Geral da União (AGU);
d. Ministério Público Militar (MPM);
e. Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL);
f. Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
g. Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO);
h. Aeroporto Internacional do Galeão (INFRAMÉRICA);
i. Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRÁS);
j. Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS);
k. Companhia FURNAS;
l. Companhia Energética LIGHT;
m. Companhia Estadual de Água e Esgoto (CEDAE);
n. Operadora de Telecomunicações EMBRATEL;
o. Operadora de Telecomunicações Oi;
p. Rede Nacional de Ensino e Pesquisa do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (RNP/MCTIC);
q. Consórcio BRT (Bus Rapid Transit);
80
r. Empresa de Trens Urbanos (SUPERVIA);
s. Concessionária de Metrô (METRÔ RIO);
t. Concessionária LINHA AMARELA (LAMSA); e
u. Concessionária TRANSOLÍMPICA (VIARIO).
Neste capítulo buscou-se apresentar a estrutura de governança dos órgãos
dos Governos Federal, Estadual e Municipal, do Comitê Rio 2016 e da APO
envolvidos na coordenação e segurança dos Jogos Olímpicos, importante para o
planejamento e implantação das infraestruturas físicas e lógicas das redes e
sistemas computacionais componentes do SC2CGDA.
O SC2CGDA foi concebido e configurado para permitir e assegurar a
interconexão e troca de informações com os órgãos e instituições aqui descritos e
com os Centros de Operações e Centros de Comando e Controle do Estado e do
Município do Rio de Janeiro e do Comitê Rio 2016.
81
6 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA COORDENAÇÃO GERAL DE DEFESA
DE ÁREA
O CGDA foi planejado para atuar nas atividades estabelecidas no PESI e no
PEECFA, com ações conjuntas, coordenadas e integradas de todas as agências
envolvidas com a segurança dos Jogos, realizadas a partir dos três grandes eixos de
atuação: Segurança Pública, Defesa Nacional e Inteligência, nas dimensões aérea,
marítima, terrestre e informacional.
No PESI ficou definido que o Eixo de Defesa seria também composto por
atividades típicas de Segurança Pública42 (Figura 29), a saber:
a. Segurança Viária, Controle de Tráfego, Policiamento Ostensivo,
e Preservação da Ordem Pública no setor de Deodoro, por se tratar de área militar;
b. Defesa Civil, cabendo às Forças Armadas, como atribuição
subsidiária geral, cooperar com a Defesa Civil Nacional (Sistema Nacional de
Proteção e Defesa Civil - SINPDEC), na forma determinada pela Presidente da
República; e
c. Segurança de Dignitários e VIPs (Very Important Person).
Figura 29 – Atividades do Eixo Defesa Nacional
Fonte: o autor
Segue abaixo a relação das ações43 necessárias para atendimento dos
objetivos e para alcance das metas definidas no PESI e que foram
consubstanciadas nos Planos Operacionais e Táticos desenvolvidos pelo CGDA, em
sua área de atuação:
42
Fonte: Plano Estratégico de Segurança Integrada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (PESI), 2015, Item 12.1. 43 Fonte: Plano Estratégico de Segurança Integrada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (PESI), 2015, Item 12.2.d.
82
a. Ações Aeroespaciais: defesa aeroespacial, vigilância e controle do
espaço aéreo;
b. Ações Marítimas e Fluviais: defesa marítima e fluvial; provimento
de segurança da navegação aquaviária e da salvaguarda da vida humana no mar; e
fiscalização do cumprimento das leis e regulamentos no mar e águas interiores;
c. Segurança e Defesa Cibernética: proteção dos ativos de
informação, bem como dos Sistemas de Tecnologia de Informação e Comunicações
(STIC) que sustentavam as estruturas organizadas para coordenar as ações de
Segurança e Defesa Cibernética contra ameaças cibernéticas advindas dos
ambientes interno e externo;
d. Ações de Transporte Aéreo Logístico: apoio logístico para
deslocamento de pessoal e material de interesse para as operações militares ou
para possíveis ações governamentais;
e. Fiscalização de Explosivos: fiscalização de explosivos e produtos
correlatos;
f. QBRN: prevenção, defesa, contramedidas e gerenciamento de
consequências relacionadas às ameaças química, biológica, radiológica e nuclear,
contribuindo com o apoio de saúde e proteção à população, bens, estruturas
estratégicas e outros recursos;
g. Proteção de Estruturas Estratégicas: ações para monitorar, vigiar
ou proteger as estruturas estratégicas, garantindo a capacidade de proporcionar o
funcionamento ininterrupto dos serviços prestados;
- Em 26 de março de 2013, o MD emitiu um documento
denominado "Orientações Complementares Específicas para a Defesa de Estruturas
Estratégicas na Copa das Confederações". A ação “Defesa de Estruturas
Estratégicas” havia sido anunciada em janeiro de 2012, tendo sido, na ocasião,
denominada “Segurança Estratégica da Infraestrutura Crítica” (BRASIL, 2015, p.21).
- O documento acima definia “Estrutura Estratégica” como:
infraestrutura crítica (instalação, bem ou serviço essencial) cuja interrupção ou
destruição total ou parcial constituiria potencial lesão à imagem do País no contexto
da realização dos Jogos Olímpicos, como, por exemplo: linhas de transmissão de
energia, subestações elétricas, sistemas de abastecimento de água, refinarias, Usina
Nuclear de Angra, etc;
83
h. Emprego de Forças de Contingência: utilização das Forças
Armadas para os casos de insuficiência, inexistência ou indisponibilidade dos meios
de segurança pública ou de seus próprios efetivos, conforme amparo legal;
i. Enfrentamento ao Terrorismo: conjunto de ações de defesa que
visavam prevenir e combater ações terroristas e assemelhadas. No campo da
prevenção, desenvolveram-se atividades de inteligência de defesa e antiterrorismo
que tinham por finalidade prevenir e/ou dissuadir um ato terrorista. No campo do
combate, além da inteligência de defesa, desenvolveram-se atividades ofensivas de
caráter repressivo, que visavam dissuadir, impedir e responder os atos terroristas;
j. Ações Aeroportuárias: tarefas de receptivo nas bases aéreas ou
em aeroportos civis mediante ordem;
k. Segurança Viária e Controle de Tráfego na região de Deodoro, por
se tratar de área militar: ordenamento, fiscalização e patrulhamento do trânsito
urbano e policiamento de rodovias;
l. Defesa Civil: contribuição subsidiária geral, cooperando na forma
determinada pelo Presidente da República;
m. Policiamento Ostensivo, Preservação da Ordem Pública e
Ordenamento Urbano na região de Deodoro, por se tratar de área militar:
atividades exercidas pelas forças de segurança e dos sistemas de prevenção e
repressão qualificada dos crimes ilícitos relacionados aos Jogos; e
n. Segurança de Dignitários e VIPs: atividades ostensivas e veladas
que foram exercidas pelo CGDA para proteção das autoridades ou Pessoas Muito
Importantes (Very Important Person - VIP), conforme definição feita pelos órgãos
competentes.
6.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO CGDA
O emprego do CGDA foi conduzido sob coordenação do EMCFA, com o
apoio das Forças Singulares, dos governos estadual e municipal, dos órgãos e das
agências, segundo o previsto nos Artigos 16 a 18 da Lei Complementar nº
97/199944, por meio da realização de operações de não guerra e interagências, nas
44 Lei Complementar nº 97/1999, de 09 de junho de 1999: Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.
84
quais foram priorizados os aspectos da Segurança nas dimensões marítima, aérea,
terrestre e informacional (GÓES, 2017, p. 82).
O PEECFA definiu como atribuições para o CGDA o planejamento, a
coordenação e a execução das operações militares em sua área de
responsabilidade, de forma a contribuir com a obtenção dos objetivos políticos e
estratégicos estabelecidos no PESI e atuar como Coordenador Geral nas atividades
interagências na cidade do Rio de Janeiro (BRASIL, 2016, p. 10).
O Comandante Militar do Leste foi designado pelo Comandante do Exército
para exercer a função de Coordenador Geral de Defesa de Área.
A estrutura organizacional do CGDA foi configurada com um Estado-Maior
Conjunto (EMCj) composto de (Figura 30):
- Chefe do Estado-Maior Conjunto (Ch EMCj), exercido por um Vice-
Almirante Fuzileiro Naval;
- Coordenador Logístico (Coor Log), exercido por um Oficial General
Intendente do EB, com apoio de um Escalão de Coordenação Logística (ECL); e
- Estado-Maior Conjunto (EMCj), formado pelas Células de Pessoal,
Inteligência, Operações, Logística, Planejamento, Comando e Controle,
Comunicação Social, Operações de Informação (Operações Psicológicas, Guerra
Eletrônica e Defesa Cibernética), Assuntos Civis e Administração Financeira.
Figura 30 - Estrutura Organizacional do CGDA
Fonte: o autor
85
O EMCj, para possibilitar a execução das ações acima relacionadas,
elaborou o Plano Operacional Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (BRASIL,
2016) concebendo a organização para o combate com Unidades Militares
Diretamente Subordinadas (OMDS), Comandos Centralizados (Cmdo Cntz),
Elementos de Apoio (Elm Ap) e Unidades Militares de Apoio de Comando e Controle
e Tecnologia da Informação e Comunicações (OM Ap C2 / TIC), conforme ilustrado
na Figura 31.
Figura 31 – Estrutura de operação do CGDA - Organização para o combate
Fonte: o autor
6.2 COMPOSIÇÃO DE MEIOS DO CGDA
O detalhamento da composição de meios do CGDA a partir deste momento
tem por objetivo compreender a concepção de planejamento, projeto, instalação,
configuração e gerência da infraestrutura de rede e dos sistemas computacionais e
de Segurança da Informação que compuseram o SC2CGDA.
O planejamento da Célula de C2 do CGDA considerou a implantação de um
Centro de Comando e Controle (CC2)/Centro de Operações (COp) em cada
Organização Militar do CGDA, dotado de meios de Tecnologia da Informação e
Comunicações (TIC) que lhe permitiram ter acesso aos seguintes Sistemas:
a. Sistema Militar de Comando e Controle do MD/EMCFA (SisMC2);
b. Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2Ex), composto
pelo Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre (SC2FTer) e pelo Sistema
Estratégico de Comando e Controle do Exército (SEC2Ex);
c. Sistema de Comando e Controle do CGDA (SC2CGDA);
d. Sistema de Telemática do Exército (SisTEx);
86
e. Sistemas Corporativos do Exército;
f. Sistemas e serviços de TI do Estado do Rio de Janeiro (CICC); e
g. Sistemas e serviços de TI do Município do Rio de Janeiro (CORIO).
Foram implantados pelo CGDA: o CCOp/CGDA e 53 (cinquenta e três)
Centros de Comando e Controle (CC2)/Centros de Operações (COp)/Postos de
Comando (PC) na cidade do Rio de Janeiro, em diversos níveis (CGDA, Cmdo
Cntz, CDS, GU, U e SU), todos interligados via enlaces de telecomunicações
privativos do 2o CTA, ou seja, sem a participação de empresas operadoras
terceirizadas, garantindo, desta forma, a elevada segurança, confiabilidade,
integridade das informações e a disponibilidade dos enlaces de telecomunicações.
6.2.1 Organizações Militares Subordinadas ao CGDA
O CGDA estabeleceu, como elemento básico de emprego, um Batalhão
Olímpico (BO), que tinha como base uma unidade valor Batalhão do EB,
organizado para os Jogos com a seguinte constituição (BRASIL, 2018, p. 45):
a) Cmt e EM;
b) Companhia de Comando e Serviços;
c) 3 Companhias de Fuzileiros (1 equipada para controle de distúrbios).
O BO podia ser constituído tendo como base um Batalhão de Infantaria, um
Regimento de Cavalaria ou um Grupo de Artilharia. Independentemente de sua
base, a ideia era ter unidades homogêneas, com pessoal e material adequados para
as missões a serem recebidas durante os Jogos (BRASIL, 2018, p. 45).
Para enquadrar os BO foi criada a Brigada Olímpica (Bda O), que tinha
como base um comando de Brigada do EB e um número variável de BO. O
Cmdo Bda O foi adaptado para as operações nos Jogos, destacando-se o
reforço em pessoal na Assessoria Jurídica e a existência de intérpretes de
outros idiomas (BRASIL, 2018, p. 45).
No planejamento do CGDA, a Bda O, constituída com base no Grupamento
de Unidades Escola/9a Brigada de Infantaria Motorizada (Cmdo GUEs/9a Bda Inf
Mtz), recebeu a denominação de Brigada Monte Castelo. Ainda no planejamento
do CGDA, mostrou-se conveniente o emprego de mais uma Bda O na área da Vila
Militar. A solução foi a constituição de um comando de Brigada tendo como base a
87
Escola de Aperfeiçoamento de Oficias (EsAO). Constituindo-se, assim, mais uma
Bda O, denominada Brigada Montese, mobiliada por militares da Escola e por
tropas adjudicadas pelo Comando Militar do Sul (CMS) e Cmdo GUEs/9a Bda Inf Mtz
(BRASIL, 2018, p. 45).
Como visto no capítulo anterior, o CGDA, em função da amplitude das
missões para os JOP Rio 2016 e da peculiaridade da cidade do Rio de Janeiro,
estabeleceu em sua estrutura militar Comandos de Defesa Setoriais (CDS)
correspondentes aos setores olímpicos de Deodoro, Maracanã, Barra da Tijuca e
Copacabana, com a finalidade de facilitar a integração das ações previstas no
planejamento de segurança interagências.
Os Comandos de Defesa Setoriais de Deodoro, Maracanã e Barra da Tijuca
ficaram sob responsabilidade do Exército.
a. CDS Deodoro: sob coordenação do Comando da 1a Divisão de
Exército (Cmdo 1a DE) e composto por duas Bda O:
Brigada Monte Castelo: com base o Cmdo 9a Bda Inf Mtz; e
Brigada Montese: com base a EsAO.
b. CDS Barra da Tijuca: sob coordenação do Comando da 12a Brigada
de Infantaria Leve (Aeromóvel) [Cmdo 12a Bda Inf L (Amv)]; e
c. CDS Maracanã: sob coordenação do Comando da 4a Brigada de
Infantaria Leve (Montanha) [Cmdo 4a Bda Inf L (Mth)].
O CDS Copacabana ficou sob responsabilidade da Marinha do Brasil, sob
coordenação do Comando do 1o Distrito Naval (Cmdo 1o DN), e foi composto por 02
Grupos-Tarefa (GT): um Terrestre (GT Terr) e um Marítimo (GT Mar).
Neste trabalho não será detalhada a composição do CDS Copacabana e dos
GT, tendo em vista que o Sistema de Comando e Controle do CGDA ficou restrito ao
atendimento ao comando do CDS. A Marinha do Brasil empregou seu Sistema de
Comando e Controle e seu pessoal técnico para comunicação do CDS com suas
tropas terrestres e marítimas. Ficou a cargo do 2o CTA a implantação e a gerência
da infraestrutura de interligação do CGDA com o CDS Copacabana, além da
disponibilização dos serviços de TIC do CGDA no Centro de Operações do 1o
Distrito Naval.
88
A Figura 32 apresenta as linhas de controle de cada Comando de Defesa
Setorial (CDS), sinalizando suas áreas de responsabilidade.
Figura 32 - Área de responsabilidade de cada CDS
Fonte: CGDA
A Figura 33 apresenta a estimativa do Comitê Rio 2016 para a distribuição
dos eventos desportivos pelos Clusters45.
Figura 33 - Quantidade eventos desportivos por Cluster
Fonte: palestra sobre a Segurança dos Jogos - SESGE/MJ
O Quadro 7 apresenta a quantidade de Venues na área de responsabilidade
de cada Comando de Defesa Setorial (CDS):
Tipo de Instalação CDS
Barra da Tijuca Deodoro Maracanã Copacabana Competição 15 9 4 4
Não Competição 14 5 7 1 Treinamento 2 3 2 -
Suporte 15 4 17 7 Total por CDS: 46 21 30 12
Total Geral: 109
Quadro 7 - Quantidade de Venues por CDS
Fonte: Plano Operacional dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 do CGDA - Anexo H
(Áreas de Responsabilidade). 2016. p. H-1/11.
45 Fonte: Palestra Segurança dos Jogos - SESGE/MJ. Disponível em < file:///D:/Download%20CHRO ME/ Apresentacao%20MJ%20-%20AP%20Seguranca%20Rio%202016%20(1).pdf>. Acesso em 23 de julho de 2018.
89
Coube aos CDS a missão de realizar as ligações com as gerências das
Venues/Arenas de sua área de responsabilidade, permitindo o detalhamento e
coordenação das ações a serem desenvolvidas.
O CGDA foi composto, também, por uma Força de Contingência (FOCON),
uma Força de Proteção de Estruturas Estratégicas (F Ptç Etta Estrt), uma Força de
Coordenação de Escolta (F Coor Escolta) e uma Coordenação Logística (Coor Log).
a. Força de Contingência (FOCON): sob coordenação do Comando
da Brigada de Infantaria Pára-quedista (Cmdo Bda Inf Pqdt);
b. Força de Proteção de Estruturas Estratégicas (F Ptç Etta Estrt):
sob coordenação do Comando da Artilharia Divisionária do Comando da 1a Divisão
de Exército (Cmdo AD/1);
c. Força de Coordenação de Escolta (F Coor Escolta): sob o
comando de Oficial General da Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural do
Exército (DPHCEx); e
d. Coordenação Logística (Coor Log): sob coordenação do Comando
da Base de Apoio Logístico do Exército (Cmdo Ba Ap Log Ex).
O CDS foi equipado com meios para atuar como Força de Contingência e
como Força de Proteção de Estruturas Estratégicas na sua área de
responsabilidade.
A FOCON do CGDA foi mantida em reserva para emprego em áreas além
dos Clusters atribuídos aos CDS ou como reforço ao CDS, caso necessário.
A Força de Proteção de Estruturas Estratégicas do CGDA ficou responsável
pelas áreas além dos Clusters atribuídos aos CDS, com capacidade de reforçar o
CDS caso fosse necessário.
A Força de Coordenação de Escolta (F Coor Escolta) foi uma solução
encontrada para o problema de coordenar as diversas escoltas durante os Jogos.
Por solicitação do CGDA, o DECEx mobiliou, em pessoal, o Comando e o Estado-
Maior dessa Força, designando o Diretor de Patrimônio Histórico e Cultural do
Exército (DPHCEx) para comandá-la. A base operacional da Força foi o 1º BG, onde
foram reunidos os meios, particularmente batedores motociclistas do EB, da MB e
da FAB. As tarefas de escolta com batedores motociclistas foram divididas entre a
Força de Coordenação de Escolta, com batedores motociclistas das FA, e a Polícia
90
Rodoviária Federal, que coordenou as escoltas com batedores motociclistas dos
OSP (Brasil, 2018, p.48).
A Figura 34 apresenta a Organização por Tarefa do CGDA com suas
Organizações Militares Subordinadas (OMDS).
Figura 34 – Estrutura Organizacional do CGDA - OMDS
Fonte: o autor, a partir de informações do CGDA
6.2.2 Comandos e Centros Conjuntos e Elementos de Apoio
O CGDA foi apoiado por elementos dos Comandos Centralizados do MD
(Contraterror, DQBRN, Defesa Cibernética e Fiscalização de Explosivos), em
operações em sua área de responsabilidade, e por Organizações Militares nas mais
diversas áreas: Aviação, Saúde, Logística, Defesa Antiaérea, Operações Aéreas,
Comunicação Social, Inteligência, Comunicações e Telemática.
O Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo, anti-DEI
(Dispositivo Explosivo Improvisado) e DQBRN (CCPCT) foi exercido pelo Comando
de Operações Especiais (COpEsp), subordinado diretamente ao EMCFA, pelo 1º
Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1o Btl DQBRN) e
demais OM Subordinadas. Cada CDS foi mobiliado com um Centro de Coordenação
Tática Integrado (CCTI) para coordenar as ações de contraterrorismo na sua área de
atuação.
91
A Coordenação de Segurança e Defesa Cibernética (CCSDCiber) foi
realizada pelo Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), subordinado diretamente ao
EMCFA, que executou as ações de Defesa Cibernética, constituindo Destacamentos
de Defesa Cibernética Remotos (Dst Def Ciber Rmto) no CGDA e nos CDS.
A Coordenação de Fiscalização de Explosivos (CCFE) foi exercida pela
Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) e pela Seção de
Fiscalização de Produtos Controlados da 1a Região Militar (SFPC/1).
A Defesa Antiaérea (DAAe) foi realizada pelo Comando de Defesa
Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), atual Comando de Operações Aeroespaciais
(COMAE), enquadrando o Comando da 1a Brigada de Artilharia Antiaérea (Cmdo 1a
Bda AAAe), que empregou suas OM Subordinadas, o 1o Grupo de Artilharia
Antiaérea (1o GAAAe) e o 2o GAAAe, e Baterias adjudicadas de diversas Brigadas.
O apoio em aviação ao CGDA foi realizado pelo Comando de Aviação do
Exército (CAvEx), com o 1º Batalhão de Aviação do Exército (1º BAvEx) e 2º BAvEx.
O 1º BAvEx ficou vocacionado para atender o CGDA e o 2º BAvEx para os CDS.
A coordenação da área de saúde foi realizada pela Coordenadoria de Saúde
às Operações do Exército Brasileiro, sob responsabilidade da Inspetoria de Saúde
do CML (Insp Sau/CML), com apoio do Hospital Central do Exército (HCE), Hospital
de Campanha (HCmp) e demais Organizações Militares de Saúde (OMS) da 1a
Região Militar.
No controle do espaço aéreo e na segurança da região do Aeroporto do
Galeão, o CGDA contou com o apoio da Célula de Operações Aéreas (COA) e a
colaboração das seguintes OM da Força Aérea Brasileira (FAB):
- Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA);
- Comando do 3º Comando Aéreo Regional (III COMAR);
- Base Aérea do Galeão (BAGL), atual ALA 11;
- Base Aérea de Santa Cruz (BASC), atual ALA 12;
- Base Aérea dos Afonsos (BAAf); e
- Batalhão de Infantaria da Aeronáutica Especial do Galeão (BINFAE).
O Centro de Inteligência do Exército (CIE) mobiliou o CGDA e os CDS do
Exército com Destacamentos de Inteligência (Centrais de Inteligência).
O Centro de Comunicação Social do Exército (CComSEx) mobiliou o CGDA
e os CDS do Exército com Destacamentos de Comunicação Social (Dst Com Soc).
92
As atividades de guerra eletrônica foram coordenadas pelo 1o Batalhão de
Guerra Eletrônica (1o BGE) junto ao CGDA, porém também distribuiu seu efetivo
pelos quatro CDS.
As atividades de apoio à informação foram coordenadas pelo 1o Batalhão de
Operações de Apoio à Informação (1o BOAI) junto ao CGDA.
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) implantou um Centro de
Inteligência dos Jogos (CIJ), no Rio de Janeiro, com objetivo de produzir
conhecimentos de inteligência focados nas necessidades tático-operacionais da
segurança do evento no Rio de Janeiro, e um Centro de Inteligência Nacional (CIN),
em Brasília, para produzir conhecimentos direcionados às necessidades
estratégicas e gerenciais da estrutura de segurança nacional dos Jogos Olímpicos.
A Figura 35 apresenta os Comandos e Centros Conjuntos e os Elementos
de Apoio adjudicados ao CGDA.
Figura 35 – Estrutura Organizacional do CGDA
Fonte: o autor, a partir de informações do CGDA
93
7 ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DE COMANDO E CONTROLE DO CGDA
No nível Político-Estratégico, o Sistema de Comando e Controle dos JOP
Rio 2016 (Eixo Defesa Nacional) foi coordenado pela Subchefia de Comando e
Controle, subordinada à Chefia de Operações Conjuntas (CHOC) do Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas (SC-1/EMCFA), que repassava ao CGDA suas
orientações técnicas e operacionais.
A Figura 36 ilustra a estrutura de governança de Comando e Controle do
EMCFA/MD e do CGDA.
Figura 36 – Estrutura de Governança de C2 do EMCFA/MD e CGDA nos Jogos Olímpicos
Fonte: o autor
A partir da experiência adquirida nos Grandes Eventos e nas operações de
GLO, o CGDA concebeu uma governança de Comando e Controle e de Tecnologia
da Informação e Comunicações formada por 03 níveis gerenciais (Figura 37):
- Gerência Executiva: exercida pela Célula de C2 do CGDA (D6);
- Gerência Técnica: exercida pelo 2o Centro de Telemática de Área (2o
CTA); e
- Gerência Operacional: exercida pelo Batalhão Escola de
Comunicações (BEsCom).
94
Figura 37 – Estrutura de Governança de Comando e Controle e TIC do CGDA Fonte: o autor
Coube à Célula de Comando e Controle (D6), com apoio do 2o CTA e
BEsCom, a função de:
a. planejar e coordenar com a Subchefia de Comando e Controle do
EMCFA (SC-1/EMCFA) a implantação, interoperabilidade, segurança, contingência e
operação do SC2CGDA e SisMC2 na área do CGDA;
b. planejar, coordenar, gerenciar e monitorar as atividades de Comando
e Controle do CGDA;
c. assessorar o Coordenador Geral de Defesa de Área e demais
Comandos do CGDA nos assuntos relativos à Comando e Controle;
d. coordenar o adestramento do pessoal técnico e operacional para uso
dos recursos de Comando e Controle, inclusive em situações de crise;
e. planejar e monitorar os procedimentos de Segurança da Informação
do CGDA, no âmbito do Exército Brasileiro;
f. planejar e monitorar, em conjunto com o CDCiber, a implantação e
operação dos mecanismos de Defesa Cibernética do CGDA;
g. gerenciar o espectro eletromagnético;
h. elaborar o Plano de Comando e Controle do CGDA; e
i. coordenar a elaboração e expedição dos Sumários Diários de
Situação (SDS), contendo a situação geral das operações e do pessoal empregado.
Coube ao 2o Centro de Telemática de Área (2o CTA) a função de:
a. coordenar com a Subchefia de Comando e Controle do EMCFA (SC-
1/EMCFA) o planejamento técnico de implantação, adequação e integração das
redes e serviços de TIC do SC2CGDA e SisMC2 na área do CGDA;
95
b. planejar, projetar, implantar, gerenciar e manter a infraestrutura das
redes, físicas e lógicas, e dos serviços de TIC do SC2CGDA no âmbito do CGDA;
c. planejar, projetar, implantar e gerenciar a infraestrutura de TIC das
novas instalações do Centro de Coordenação de Operações do CGDA
(CCOp/CGDA), integrando-o ao SC2CGDA, SC2Ex e SisMC2;
d. planejar, projetar, implantar e gerenciar a infraestrutura de TIC das
novas instalações do Centro Comando e Controle do CDS Deodoro
(CC2CDSDeodoro), integrando-o ao SC2CGDA;
e. planejar, projetar, implantar e gerenciar a integração dos Centros de
Comando e Controle (CC2) dos demais CDS (Maracanã e Barra) e das
Organizações Militares do CGDA ao SC2CGDA;
f. planejar, projetar, implantar e gerenciar a infraestrutura de Segurança
da Informação do SC2CGDA;
g. apoiar o CDCiber na implantação e monitoramento dos mecanismos
de Defesa Cibernética do CGDA;
h. apoiar as Seções de Informática/Telemática das Organizações
Militares do CGDA, responsáveis pela gerência e manutenção dos STIC dos CC2
locais;
i. implantar e operar uma Central de Atendimento (Help Desk) para
suporte técnico aos CC2 e às Seções de Informática/Telemática; e
j. apoiar o BEsCom e demais Organizações Militares de Comunicações
nas áreas de Telemática e Segurança da Informação.
Coube ao Batalhão Escola de Comunicações (BEsCom) a função de:
a. coordenar com a Subchefia de Comando e Controle do EMCFA (SC-
1/EMCFA) a operação das redes e serviços de TIC do SC2CGDA e SisMC2 na área
do CGDA;
b. operar, controlar e monitorar os serviços de Comando e Controle do
SC2CGDA, em conjunto com as demais Organizações Militares de Comunicações;
c. implantar e operar os Centros de Comunicações (CCom) do CGDA,
do CDS Deodoro, da F Coor Escolta e da F Ptç Etta Estrt;
d. elaborar e gerenciar o Plano de Comunicações;
e. elaborar e controlar as Instruções para a Exploração das
Comunicações e Eletrônica (IEComElt);
96
f. realizar o treinamento dos operadores e oficiais de ligação; e
g. gerenciar os procedimentos de segurança da informação.
7.1 GERÊNCIA TÉCNICA DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO CGDA
A infraestrutura das redes, física e lógica, e os serviços de TIC do SC2CGDA
foram concebidos, planejados e desenvolvidos pelo 2o CTA com base no PEECFA,
no Planos Operacional e Táticos do CGDA e de suas OMDS, nos manuais de
Comando e Controle do Ministério da Defesa e do Exército Brasileiro e nas
orientações técnicas emanadas pelas Organizações Militares de Telemática,
Comunicações e Cibernética do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT),
particularmente de sua Vice-Chefia de Tecnologia da Informação e Comunicações
(VCh TIC/DCT).
Organizações Militares do DCT diretamente envolvidas no planejamento,
implantação e operação do SC2CGDA:
a. Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx);
b. Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS);
c. Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército
(CComGEx); e
d. Centro de Defesa Cibernética (CDCiber).
Face à dimensão do evento e a pluralidade de Organizações Militares e de
Centros de Comando e Controle apoiados, o 2o CTA decidiu pela criação de um
Destacamento de Telemática para apoio a cada Comando de Defesa Setorial,
exceto para o CDS Copacabana. Para o CDS Copacabana foram alocados apenas
oficiais de ligação para interlocução com o comando.
Coube ao 2o CTA o apoio técnico, suporte e coordenação das ações das
Seções de Informática/Seções de Telemáticas das OM empregadas pelo CGDA nas
fases de execução dos projetos e operação das redes e serviços.
A Figura 38 ilustra a estrutura organizacional executiva empregada no apoio
de Tecnologia da Informação e Comunicações ao CGDA.
97
Figura 38 – Estrutura Organizacional da Gerência Técnica do SC2CGDA
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA
7.2 GERÊNCIA OPERACIONAL DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO
CGDA
A Gerência Operacional das redes e serviços de TIC do SC2CGDA foi
exercida pelo Batalhão Escola de Comunicações (BEsCom), com suas Companhias
(Cia Com CML, Cia Com DE e Cia Com Bda) e com apoio das demais OM de
Comunicações empregadas pelo CGDA, a saber:
- 4a Companhia de Comunicações Leve (Montanha) [4a Cia Com L
(Mth)];
- 7a Companhia de Comunicações (7a Cia Com);
- 12a Companhia de Comunicações Leve (Aeromóvel) [12a Cia Com L
(Amv)];
- 20a Companhia de Comunicações Pára-quedista (20a Cia Com Pqdt);
- Companhia de Comunicações de Operações Especiais (Cia Com Op
Esp), do Batalhão de Apoio às Operações Especiais (Btl Ap Op Esp); e
- Companhia de Comunicações de Aviação do Exército (Cia Com Av
Ex).
O CDS Copacabana não foi apoiado por OM de Comunicações do Exército e
nem por oficial de ligação de comunicações.
A Figura 39 ilustra as OM de Comunicações empregadas na operação das
redes e sistemas do SC2CGDA e SisMC2 e seus respectivos comandos apoiados.
98
Figura 39 – Estrutura Organizacional da Gerência Operacional do SC2CGDA
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e BEsCom
7.3 MATRIZ DE RESPONSABILIDADES
O Quadro 8, a seguir, apresenta a Matriz de Responsabilidades para
planejamento, coordenação e gerência do SC2CGDA.
Atividade Responsabilidade
(Execução) Gerência
1) Planejamento, projeto, implantação, gerência e
manutenção da infraestrutura de rede, lógica e física, do e
dos serviços de TIC do SC2CGDA;
2) Integração do CCOp/CGDA à infraestrutura de rede do
SC2CGDA, SC
2Ex e SisMC
2;
3) Planejamento, projeto e implantação da infraestrutura de
rede e dos equipamentos de rede de dados, de telefonia, de
segurança da informação e de multimídia das salas do
CCOp/CGDA e CC2CDSDeodoro;
4) Integração dos CC2
das OMDS, Cmdo Cntz e Elm Apoio à
infraestrutura de rede do SC2CGDA, com instalação de
equipamentos de comutação e de segurança da informação;
5) Planejamento, implantação e gerência do Sistema de
Segurança da Informação do SC2CGDA;
6) Apoio técnico ao CDCiber na implantação e
monitoramento dos mecanismos de Defesa Cibernética do
SC2CGDA;
7) Assessoria e suporte técnico de TIC ao Comando do
CGDA, das OMDS, dos Cmdo Cntz e dos Elm Apoio; e
8) Apoio e suporte técnico de TIC às Seções de
Informática/Telemática da OM e às OM de Comunicações.
2o CTA 2o CTA
Continua
99
Continuação
Atividade Responsabilidade
(Execução) Gerência
1) Instalação, gerência e manutenção da infraestrutura e dos
equipamentos de rede de dados, telefonia, elétrica e
multimídia da sala do CC2 da OM (exceto CDS Deodoro);
2) Assessoria e suporte técnico de TIC à OM;
3) Gestão do Sistema de Segurança da Informação do CC2;
4) Instalação, configuração e manutenção dos equipamentos
de informática (computadores, impressoras, no-breaks,
videoconferência, …), softwares (antivírus, sistema
operacional, ...) e de multimídia da sala do CC2 da OM; e
5) Gestão da Segurança da Informação do CC2.
Sç de Infor/Tlm
da OM
e
OM Com
2o CTA
1) Planejamento, montagem, exploração e gerência das
Redes Rádio e dos demais Sistemas de Comunicações
Fixos, Móveis e Satelitais do SC2CGDA e SisMC
2;
2) Implantação e operação dos Centros de Comunicações
(CCom) e das redes e serviços de TIC do CCOp/CGDA e
dos CC2 das OMDS, dos Cmdo Cntz e dos Elm Apoio;
3) Apoio técnico de TIC aos Oficiais de Ligação em operação
nas Venues;
4) Treinamento dos operadores, usuários e Oficiais de
Ligação.
5) Instalação e operação do sistema de geração emergencial
de energia (GMG-Grupo Motor Gerador) para o CC2.
OM Com BEsCom
1) Operação das redes e serviços de TIC do CC2 da OM.
OM Com
e
Sç de Infor/Tlm
da OM
BEsCom
Quadro 8 – Matriz de Responsabilidades de gestão do SC2CGDA
Fonte: o autor, a partir de informações do CML, 2o CTA e BEsCom
100
8 CONCEITOS DE COMANDO E CONTROLE
O presente capítulo tem por objetivo apresentar os conceitos de Comando e
Controle que nortearam o planejamento, concepção, implantação, operação e
gerência do SC2CGDA.
Documentos (manuais) militares do MD e do EB, contendo a base teórica e
conceitual de Comando e Controle, empregados pelo CGDA, 2o CTA e BEsCom:
a. Política para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31–P–
01), Ministério da Defesa, 3a edição, 2015.
b. Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31-M-
03), Ministério da Defesa, 2015, 3a Edição;
c. Manual de Campanha - Comando e Controle (EB20-MC-10.205),
Exército Brasileiro, 2015, 1a Edição;
d. Manual de Campanha - Operações de Informação (EB20-MC-
10.213), Exército Brasileiro, 2014, 1a Edição;
e. Conceito de Operações do Sistema Militar de Comando e Controle
(CONOPS SisMC²) (MD31-S-02), Ministério da Defesa, 2015, 1a Edição; e
f. Catálogo de Capacidades do Exército 2015 - 2035 (EB20-C-07.001),
Exército Brasileiro, 2015.
O planejamento e a concepção estratégica do SC2CGDA e sua integração
com o Sistema de Comando e Controle do MD/EMCFA foram desenvolvidos
considerando as seguintes premissas:
a. alinhamento com o Planejamento Baseado em Capacidades (PBC)
da FTer (Força Terrestre);
b. aderência aos Princípios de Comando e Controle;
c. capacidade de atender às novas demandas de TIC decorrentes de
mudanças nos cenários internacional e nacional, em curto espaço de tempo;
d. existência de mecanismos de Segurança da Informação para
proteção das redes e sistemas, no âmbito do Exército Brasileiro;
e. interoperabilidade com os mecanismos de Defesa Cibernética do
CDCiber;
f. capacidade de operação com elevado volume de dados para a
tomada de decisão e/ou registro das operações (“inundação de dados”);
101
g. capacidade de fluidez das informações e das ordens atinentes às
operações, de forma a atingir o destino o mais próximo possível do tempo real, para
tomada de decisão em prazos o mais abreviados possíveis; e
h. capacidade de entrega das informações com segurança,
confiabilidade e integridade.
O Planejamento Baseado em Capacidades (PBC) considera as atividades
de Comando e Controle e Cibernética como Capacidades Militares Terrestres da
Força Terrestre, de forma que, nos níveis estratégico, operacional e tático, os
Sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) e de Segurança da
Informação devem ser compostos por infraestruturas e serviços de TIC com
capacidade para suportar:
- as necessidades de comunicações para a condução dos processos
de apoio à decisão, de forma eficiente e segura;
- as informações para a consciência situacional do comandante; e
- as ações para a busca da superioridade de informações.
8.1 FUNDAMENTOS DE COMANDO E CONTROLE
8.1.1 Conceitos Básicos de Comando e Controle
Na sua acepção mais ampla, o Comando e Controle é, simultaneamente,
ciência e arte. Ele trata do funcionamento de uma cadeia de comando e envolve três
componentes imprescindíveis e interdependentes (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 15):
a. a autoridade, legitimamente investida, da qual emanam as decisões
que materializam o exercício do comando e para a qual fluem as informações
necessárias ao exercício do controle;
b. a sistemática de um processo decisório, baseado no arcabouço
doutrinário, que permite a formulação de ordens, estabelece fluxo de informações e
assegura mecanismos destinados à garantia do cumprimento pleno das ordens; e
c. a estrutura, incluindo pessoal, instalações, equipamentos e STIC
necessários ao exercício da atividade de comando e controle.
102
O Comando representa a expressão criativa da vontade humana necessária
para cumprir a missão e tem por objetivo a tomada de decisão. O Controle trata das
estruturas e processos concebidos pelo Comando para realizá-lo e para gerenciar o
risco. Tem por objetivo a eficácia do comando. Ou seja, o cumprimento da missão.
Embora alguns empreguem ambos os conceitos indiscriminadamente, à
medida que buscam impor a sua vontade ao oponente, torna-se imperativo que o
controle atue em proveito do comando.
No escopo deste trabalho, para estudo do legado dos JOP Rio 2016, será
analisada apenas a componente "estrutura", que corresponde à infraestrutura de
rede, física e lógica, e aos serviços de TIC que compuseram o SC2CGDA.
8.1.2 Sistema de Comando e Controle (SC2) e Sistema de Tecnologia da
Informação e Comunicações (STIC)
A Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31-M-03)
define Sistema de Comando e Controle e Sistema de Tecnologia da Informação e
Comunicações (STIC) conforme se segue (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 16):
Sistema de Comando e Controle é um conjunto de instalações, equipamentos, sistemas de informação, comunicações, doutrinas, procedimentos e pessoal essenciais para o decisor planejar, dirigir e controlar as ações da sua organização. Esse conceito abrange os três componentes do C
2 citados anteriormente.
Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) é formado por recursos de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) que integram os Sistemas de C², proporcionando ferramentas por intermédio das quais as informações são coletadas, monitoradas, armazenadas, processadas, fundidas, disseminadas, apresentadas e protegidas. Os Sistemas de TIC permitirão que um grande volume de informações seja disponibilizado aos diversos níveis de uma cadeia de comando.
O Manual de Campanha de Comando e Controle (EB20-MC-10.205) do
Exército Brasileiro (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 16) define Sistema de Comando e
Controle e Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) conforme
se segue, muito semelhante à Doutrina de C2 do MD:
Sistema de Comando e Controle é um conjunto de recursos humanos, instalações, normas e processos, redes e sistemas de informações que possibilitam ao comandante planejar, dirigir e controlar, por intermédio de um sistema de comunicações e de um fluxo de informações, forças e operações (organizações e atividades), desde a paz estável até o conflito armado/guerra, no preparo ou no emprego, para que se atinja um determinado propósito.
103
Sob o prisma tecnológico, define-se Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações (STIC) como sendo os recursos de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), constitutivos do Sistema de Comando e Controle, que proporcionam ferramentas por meio das quais as informações são coletadas, monitoradas, armazenadas, processadas, fundidas,disseminadas, apresentadas e protegidas.
46
8.1.3 Consciência Situacional
De acordo com a Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle
(BRASIL, 2015, 3a edição, p. 16), a consciência situacional consiste na percepção
precisa e atualizada do ambiente operacional no qual se atuará e no reconhecimento
da importância de cada elemento percebido em relação à missão atribuída. Quanto
mais acurada a percepção que se tem da realidade, melhor a consciência
situacional.
Sem consciência situacional a autoridade não tem a percepção,
conhecimento e projeção das ações desenvolvidas no ambiente operacional.
O aprimoramento da consciência situacional demandará significativo volume
de informações sobre o ambiente de emprego, englobando o conhecimento sobre as
situações amiga e inimiga.
8.1.4 Princípios de Comando e Controle
Os princípios de Comando e Controle definidos na Doutrina para o Sistema
Militar de Comando e Controle (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 17) e no Manual de
Campanha de Comando e Controle (EB20-MC-10.205) (BRASIL, 2015, 1a edição, p.
2-2 a 2-4) foram pressupostos básicos observados no planejamento do SC2CGDA.
Princípios de Comando e Controle:
a. Unidade de Comando
b. Simplicidade
c. Segurança (Segurança da Informação)
d. Flexibilidade
e. Confiabilidade (Alto Desempenho)
f. Continuidade (Alta Disponibilidade / Redundância)
46 A expressão Tecnologia da Informação (TI) foi atualizada pelo autor para Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC).
104
g. Rapidez (Alta Capacidade de Tráfego)
h. Amplitude (Abrangência)
i. Integração
O planejamento dos projetos das infraestruturas das redes e dos serviços de
TIC do Sistema de Comando e Controle do CGDA e do MD/EMCFA, no Rio de
Janeiro, foi concebido pelo 2o CTA tendo como base, principalmente, os princípios
destacados na Figura 40, a seguir.
Figura 40 - Princípios de Comando e Controle aplicados nos projetos de TIC
Fonte: o autor
A seguir estão descritas as definições de cada princípio, de acordo com o
preconizado na Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle e no Manual
de Campanha de Comando e Controle:
a. Unidade de Comando:
- a Unidade de Comando, desde o mais alto escalão, considerando-
se as especificidades, possibilidades e limitações das forças empregadas nas
operações militares, é essencial para o cumprimento da missão;
b. Simplicidade:
- um sistema de C² deve ser o mais simples possível e atender aos
requisitos para os quais foi concebido. Sintetiza a ideia de que o melhor
planejamento de C² é aquele que evidencia a concepção e o emprego racional dos
meios disponíveis, reduzindo a possibilidade de que o sistema se torne instável pela
complexidade lógica e estrutural;
105
c. Segurança (Segurança da Informação):
- ao se conceber um sistema de C², as Normas de Segurança da
Informação em vigor deverão ser criteriosamente obedecidas para a seleção de
pessoal e para o emprego de sistemas físicos e lógicos. Incluir-se-á, nesse contexto,
o treinamento de pessoal em procedimentos de segurança, no emprego de sistemas
criptológicos e na utilização de processos e técnicas de troca de informações
seguras;
- o Princípio da Segurança consiste em negar, dificultar ou identificar
o acesso não autorizado às informações das forças amigas, restringindo a liberdade
de ação do oponente para ataques aos pontos sensíveis do sistema de C²;
- as medidas de segurança deverão ser continuamente revisadas, a
fim de manter sua eficácia contra qualquer ameaça e de ações adversas aos
sistemas de C² das forças amigas; e
- o princípio da segurança no desenvolvimento dos projetos impõe a
adoção de soluções construídas em total aderência aos padrões de segurança,
confiabilidade e alta disponibilidade;
d. Flexibilidade:
- é a capacidade dos sistemas de C² de modificarem sua
organização e suas funcionalidades, de modo a atender aos ditames impostos pela
evolução da situação operacional;
- o sistema de C² deverá ter capacidade para ser reconfigurado
rapidamente e para responder a uma iminente mudança de ambiente;
- o Princípio da Flexibilidade poderá ser obtido por meio de projetos
de sistemas inteligentes e pela possibilidade de utilização de instalações fixas,
móveis e transportáveis;
- para atender a esse princípio, a estrutura de um sistema de C²
deverá ser capaz de agregar ou incorporar produtos e conceitos derivados de
inovações tecnológicas, além de adequar-se às condições impostas por
reestruturações administrativas ou às alterações nos quadros político e estratégico;
- na concepção de estruturas físicas de C² devem ser previstos
meios redundantes e centros de C² alternativos, geograficamente separados dos
principais e operando em rede; e
106
- o emprego do princípio da flexibilidade no desenvolvimento dos
projetos tem por objetivo garantir a expansibilidade, modularidade e adequabilidade
das redes e serviços de TIC sem alterações significativas nos projetos originais;
e. Confiabilidade (Alto Desempenho):
- é a capacidade que um sistema de C² deve possuir de forma a
proporcionar credibilidade a seus usuários. Um sistema de C² será confiável se
apresentar a capacidade de sobrevivência e manutenção da eficácia, quando
exposto a eventos desestabilizadores, sobretudo provenientes do ambiente
operacional, de danos internos ou de casos fortuitos;
- o Princípio da Confiabilidade é assegurado pelo estabelecimento
de enlaces alternativos e meios redundantes; e
- a adoção desse princípio nos projetos permite aumentar a
capacidade da solução em prover acessos rápidos e consistentes, com índices de
latência e perdas de pacotes em níveis extremamente baixos;
f. Continuidade (Alta Disponibilidade / Redundância):
- os sistemas de C² devem operar ininterruptamente, de forma que o
seu planejamento deverá sempre contemplar a redundância de meios e enlaces; e
- a adoção desse princípio é de extrema importância para a
continuidade da operação das infraestruturas e dos serviços de TIC. O nível de
qualidade no serviço pode ser aumentado a partir da implantação de infraestruturas
(TIC, rede de energia elétrica, sistemas emergenciais de fornecimento de energia
elétrica, refrigeração, segurança física das instalações, ...), rotas e equipamentos de
contingência;
g. Rapidez (Alta Capacidade de Tráfego):
- os sistemas de C² devem proporcionar rapidez ao processo
decisório. Isso significa que os enlaces devem ser estabelecidos com oportunidade,
a fim de possibilitar o acesso imediato às informações de interesse por todos os
escalões de comando; e
- a adoção desse princípio implica o planejamento de infraestruturas
e equipamentos computacionais que possibilitem a transmissão e processamento
dos dados em alta velocidade e sem perdas de pacotes, ou seja, deverão ser
projetados para operação com alta capacidade de tráfego de dados;
h. Amplitude (Abrangência):
107
- os meios empregados para o apoio de C² devem atender toda área
de atuação dos Comandos Operacionais (C Op) ativados;
i. Integração:
- um sistema de C² de um determinado escalão não é isolado. Faz
parte do sistema do escalão superior e abrange os sistemas dos escalões
subordinados e deve ter a capacidade de compartilhar informações com forças de
mesmo nível; e
- no caso dos JOP Rio 2016, o planejamento dos projetos levou em
consideração também a integração dos Sistemas de C2 nos três níveis de governo.
8.1.5 Interoperabilidade de Comando e Controle
É a capacidade de os sistemas, unidades ou forças intercambiarem serviços
ou informações, ou aceitá-los de outros sistemas, unidades ou forças, e os
empregarem sem o comprometimento de suas funcionalidades. Em uma concepção
de operação, assegurará que a informação possa fluir entre todos os envolvidos.
8.2 SISTEMA MILITAR DE COMANDO E CONTROLE (SisMC2)
A Sistema de Planejamento de Emprego Conjunto das Forças Armadas
(SisPECFA) contempla, em seu ciclo completo, quatro níveis de responsabilidade:
Político, Estratégico, Operacional e Tático.
Esses níveis de responsabilidade representam, também, os quatro níveis de
decisão que caracterizam a Estrutura Militar de Defesa (Etta Mi D).
O Sistema Militar de Comando e Controle (SisMC²) interliga, por intermédio
da estrutura e dos processos de C², os quatro níveis de decisão da Etta Mi D.
8.2.1 Considerações Iniciais
A Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (BRASIL, 2015, 3a
edição, p. 26) apresenta a seguinte definição para o SisMC²:
O Sistema Militar de Comando e Controle (SisMC²) é o conjunto de instalações, equipamentos, sistemas de informação, comunicações, doutrinas, procedimentos e pessoal essenciais ao C², visando atender ao Preparo e ao Emprego das FA. Abrange os Sistemas Militares de C² das FA, bem como outros sob a responsabilidade do Ministério da Defesa (MD).
108
O SisMC2 proporciona a consciência situacional necessária ao decisor para
que ele possa planejar, dirigir e controlar as operações. Tem por objetivo fornecer os
recursos de C² necessários ao funcionamento da Etta Mi D, a fim de atender às
necessidades decorrentes do Preparo e do Emprego das FA, devendo possuir a
capacidade de interagir com organizações nacionais ou internacionais, militares ou
civis.
É gerido pelo MD, por intermédio do EMCFA. Os sistemas de C² das FA são
gerenciados pelas respectivas Forças conforme seus interesses, devendo ser
observadas as orientações gerais, os objetivos e as diretrizes constantes da Política
para o SisMC², outros documentos normativos e de planejamento emitidos pelo
EMCFA.
8.2.2 Estrutura Militar de Comando e Controle
A Estrutura Militar de Comando e Controle inclui pessoal, instalações,
equipamentos, infraestrutura e sistemas computacionais necessários ao exercício da
atividade de C².
No âmbito do SisMC2, a atividade de C² é desenvolvida por meio de Centros
de Comando e Controle (CC²), que deverão estar interconectados entre si por meio
de infraestrutura de rede de dados segregada e segura, permitindo a necessária
comunicação de dados operacionais militares entre os níveis estratégico,
operacional e tático.
Os CC², quando convenientemente apoiados por enlaces de comunicações
e pelos processos de C², propiciam as ligações necessárias entre os escalões
superiores, de mesmo nível e subordinados.
Vários CC² interligados e subordinados a um mesmo comandante formam a
estrutura de C² desse comandante. Essa estrutura deve conter os recursos
necessários para o fluxo de informações que possibilitem a transmissão de ordens e
o controle da ação planejada, atividades essas que são essenciais ao exercício do
comando, bem como à construção e à manutenção da consciência situacional pela
autoridade.
109
8.2.3 Centros de Comando e Controle (CC²)
São centros configurados para apoiar, com recursos de C², os Estados-
Maiores constituídos, de forma que os processos de C² ocorram segundo as
diretrizes estabelecidas.
Os CC² deverão ser constituídos, em princípio, pelos seguintes elementos:
a) Centro de Operações, para a condução e o controle da ação
planejada e demais atividades de interesse do escalão considerado;
b) Centro de Comunicações, para gerenciar o fluxo de informações;
c) Centro de Dados, para armazenar informações e gerenciar os bancos
de dados existentes;
d) sistemas de informação em apoio ao planejamento e à visualização
das operações e demais atividades de interesse;
e) recursos de TIC; e
f) salas de reunião.
Nos níveis político, estratégico e operacional, o SisMC2 emprega, para o
controle das operações militares, os seguintes CC² (Figura 41):
a) Permanentes:
- Centro de C² do Ministério da Defesa (CC²MD), órgão central do
Sistema;
- Centros de C² dos Comandos de Operações das FA, quais
sejam: do Comando de Operações Navais (ComOpNav), do Comando de
Operações Terrestres (COTER) e do Comando de Operações Aeroespaciais
(COMAE); e
b) Temporários:
- Centros de C² dos Comandos Operacionais ativados (Conjuntos
ou Interagências (CC² COp); e
- Centros de C² dos contingentes brasileiros em Forças de Paz
(CC² FPaz).
A responsabilidade pelo estabelecimento e manutenção dos enlaces do
SisMC2 entre o CC²MD e os CC² permanentes e temporários, nos níveis estratégico
e operacional, é do EMCFA.
110
O CC² alternativo do CC²MD funcionará no CC² da Força Terrestre
(CC²FTer).
Cabe aos Comandos Operacionais ativados organizar, estabelecer e manter
as redes de C² no nível operacional, a partir de seus CC² até seus escalões
subordinados.
Figura 41 - CC2 Permanentes e CC
2 COp
Fonte: BRASIL, 2015, 3a edição, p. 31.
8.2.4 Centro de Comando e Controle do Ministério da Defesa
O Centro de Comando e Controle do Ministério da Defesa (CC²MD) é o
órgão Central do SisMC2 e propicia o acompanhamento das Operações e das
conjunturas nacional e internacional (crises político-estratégicas que envolvam o
emprego das FA), possibilitando a construção da consciência situacional no âmbito
do MD.
A atribuição principal do CC²MD é contribuir para a construção e manutenção
da consciência situacional das operações de interesse do MD:
- emprego das FA em operação de adestramento conjunto;
- emprego real das FA em operação conjunta ou interagências; e
- emprego real das FA em operações singulares e de Paz, de interesse
do MD.
O CC²MD tem a seguinte composição:
a) Centro de Operações Conjuntas (COC);
b) Centro de Inteligência Operacional (CIOP);
111
c) Centro de Tecnologia da Informação (CTI);
d) Centro de Monitoramento da Rede Operacional de Defesa
(CMORD); e
e) Centro de Coordenação Logística e Mobilização (CCLM).
8.3 SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DO EXÉRCITO (SC2Ex)
De acordo com o Manual de Campanha de Comando e Controle (EB20-MC-
10.205) do Exército Brasileiro, o Sistema de Comando e Controle do Exército
(SC2Ex) é estruturado em Sistema Estratégico de Comando e Controle do Exército
(SEC2Ex) e Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre (SC2FTer) (BRASIL,
2015, p. 4-5):
SEC2Ex: tem por finalidade proporcionar o apoio integrado ao processo
decisório, nas atividades desenvolvidas pelos sistemas de primeira ordem, em todos os níveis organizacionais, no preparo do Exército. Utiliza a base física de comunicações e informática, instalada desde o tempo de paz. SC2FTer: tem por finalidade o apoio integrado ao processo de comando e controle no preparo e no emprego operativo da F Ter, desde o tempo de paz. As funções de combate são integradas pelo SC
2FTer. Utiliza a base
física de comunicações e informática desdobrada nos níveis estratégico, operacional e tático. Interliga-se ao SEC
2Ex para o atendimento das
necessidades de preparo e de emprego da FTer.
O SEC2Ex integra as áreas funcionais de logística, mobilização, pessoal,
ensino, cultura, operações, ciência e tecnologia, economia e finanças (Figura 43).
O SC2Ex integra o SisMC², ligando-se ao Centro de Operações do Comando
Supremo, no MD, e aos CC² das demais Forças por intermédio do CC²FTer. Ligar-
se-á, ainda, a outros órgãos militares ou civis, de acordo com os interesses e as
necessidades da Força.
Figura 42 - Concepção lógica do SC2Ex
Fonte: BRASIL, 2015, 1a edição, p. 4-6.
112
8.4 CATÁLOGO DE CAPACIDADES DO EXÉRCITO
Alinhado com a Estratégia Nacional de Defesa e a Doutrina da maioria das
Forças Armadas dos países ocidentais, o Exército Brasileiro passou a adotar a
geração de forças por meio do Planejamento Baseado em Capacidades (PBC).
As Capacidades Militares Terrestres (CMT) e as Capacidades Operativas
(CO) que visam à manutenção de um permanente estado de prontidão para o
atendimento das demandas de segurança e defesa do País, contribuindo para a
garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem,
salvaguardando os interesses nacionais e cooperando para o desenvolvimento e o
bem-estar social.
CAPACIDADE MILITAR TERRESTRE (CMT): A capacidade militar terrestre é constituída por um grupo de capacidades operativas com ligações funcionais, reunidas para que os seus desenvolvimentos potencializem as aptidões de uma força para cumprir determinada tarefa dentro de uma missão estabelecida. CAPACIDADE OPERATIVA (CO): É a aptidão requerida a uma força ou organização militar, para que possam obter um efeito estratégico, operacional ou tático. É obtida a partir de um conjunto de sete fatores determinantes, inter-relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura - que formam o acrônimo DOAMEPI.
As atividades Comando e Controle e Cibernética são capacidade requeridas
à Força Terrestre (FTer) e encontram-se previstas no Catálogo de Capacidades do
Exército 2015 - 2035 (EB20-C-07.001) (BRASIL, 2015, p. 7, 12 a 14, 18 e 19).
113
9 INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA
A infraestrutura do Sistema de Tecnologia da Informação e Comunicações
do Sistema de Comando e Controle do CGDA (STIC/SC2CGDA) foi concebida,
projetada e implementada pelo 2o CTA, a partir das seguintes premissas:
a. aplicação das boas práticas para o planejamento, projeto,
contratação, implantação e gerência de redes e serviços de TIC;
b. atendimento aos princípios doutrinários de Comando e Controle do
MD e EB;
c. atendimento ao planejamento estratégico do MD (PEECFA);
d. atendimento ao planejamento definido pelo CGDA para emprego de
tropas; e
e. capacidade de atender às novas demandas decorrentes de
mudanças nos cenários internacional e nacional, em curto espaço de tempo.
O conturbado ambiente internacional e nacional, com o agravamento das
ameaças terroristas e ataques cibernéticos, o aumento da criminalidade no Rio de
Janeiro, a possível crise na Segurança Pública do Rio de Janeiro e a radicalização
de grupos políticos e ativistas exigiram a concepção de um SC2 capaz de prover o
CGDA com informações para construção, compartilhamento e manutenção da
consciência situacional.
As três principais ferramentas para construção da consciência situacional
utilizadas pelo CGDA foram:
a. Sistema Pacificador;
b. Sistema de Radiocomunicação Digital Troncalizado (SRDT); e
c. Sistema de Aquisição, Armazenamento, Transmissão e
Processamento de Imagens, composto pelos vários Sistemas de Vigilância e
Monitoramento Eletrônico, fixos e móveis, das Forças Armadas, do Governo de
Estado do Rio de Janeiro, do Município do Rio de Janeiro, do Comitê Rio 2016, da
SEGE/MJ, das empresas de transportes públicos e das empresas operadoras de
vias expressas.
O CGDA e o 2o CTA tiveram que reavaliar a infraestrutura de rede, física e
lógica, empregada nos Grandes Eventos até à época, pois a existente era
114
insuficiente para suportar todo o tráfego gerado pelos serviços de TIC e, além disso,
não possuía condições de garantir alta disponibilidade, confiabilidade, segurança e
flexibilidade. Em consequência, o 2o CTA teve que desenvolver e implantar uma
série de projetos para modernizar e ampliar a infraestrutura do STIC/SC2CGDA.
Os Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico, dentre todos os
serviços de TIC do SC2CGDA, foram os que mais impactaram o planejamento,
dimensionamento, projeto e operação do STIC/SC2CGDA. O elevado tráfego de
vídeo gerado, processado e transmitido por esses Sistemas demandaram enlaces
ópticos e rádios em micro-ondas com alta taxa de transmissão, assim como
equipamentos de comutação e roteamento, de processamento (servidores) e de
armazenamento (storages) de dados compatíveis.
Expressiva parcela da infraestrutura de rede e serviços de TIC foi mantida
após os JOP Rio 2016 e encontra-se em plena operação pelo Comando Militar do
Leste, em suas atividades de GLO, e pelo 2o CTA, no provimento de serviços de
telemática às OM de sua área de atuação (1a Região Militar - estados do RJ e ES),
tornando-se um importante legado para a Força Terrestre na cidade do Rio de
Janeiro.
A infraestrutura temporária do STIC/SC2CGDA foi recolhida por seus
respectivos responsáveis. Sua reintegração e reativação, nas mesmas condições de
operação do período dos Jogos, são imediatas, pois as infraestruturas de conexão
com o 2o CTA foram mantidas.
9.1 CONCEPÇÃO DA INFRAESTRUTURA DO STIC/SC2CGDA
A fim de facilitar o planejamento, o 2o CTA concebeu e dividiu o Sistema de
Tecnologia da Informação e Comunicações do Sistema de Comando e Controle do
CGDA (STIC/SC2CGDA) em 03 áreas, conforme ilustrado na Figura 43:
CONECTIVIDADE, SERVIÇOS DE TIC e ACESSO À INTERNET.
115
Figura 43 - Áreas do STIC do SC2CGDA
Fonte: o autor
1) CONECTIVIDADE: a conectividade representava a infraestrutura de
rede, física e lógica, do STIC/SC2CGDA e foi dividida em 04 segmentos:
Conectividade Nacional: infraestrutura de rede de abrangência
nacional (WAN - Wide Area Network). Projetada para conexão do 2o CTA e,
consequentemente, do CCOp/CGDA, dos CC2 e das OM, com Brasília (MD, CITEx e
Quartel General do Exército (QGEx)) e São Paulo (Internet);
Conectividade Regional: infraestrutura de rede urbana regional
(MAN - Metropolitan Area Network), no âmbito da região metropolitana do Rio de
Janeiro. Projetada para conexão do 2o CTA com o CCOp/CGDA, com os CC2 das
OMDS, Comandos Centralizados e Elementos de Apoio e com as demais
Organizações Militares das Forças Armadas de interesse do CGDA, em meio
privativo do Exército. Ou seja, sem a dependência de empresas operadoras de
telecomunicações, com segurança, confiabilidade, alta disponibilidade, elevada
capacidade de tráfego de dados e flexível para possibilitar possíveis alterações e
novas demandas operacionais do CGDA;
Conectividade Local: infraestrutura de rede interna (LAN - Local
Area Network) da sala do CCOp/CGDA, CC2 ou PC/OM (Posto de Comando na OM).
Rede de cabeamento interno estruturado de telemática da sala para acesso aos
serviços de TIC do SC2CGDA; e
Conectividade Virtual: infraestrutura de rede privativa formada
através de conexões VPN (Virtual Private Network). Utilização da Internet como meio
físico, criando uma conexão segura e criptografada entre o computador do usuário e
um servidor do 2o CTA. Teve por objetivo atender aos militares fora de seus CC2 e
116
aos oficiais de ligação em serviço nas Venues e demais locais de interesse do
CGDA para acesso ao SC2CGDA.
2) SERVIÇOS DE TIC: recursos de TIC implementados pelo 2o CTA,
CITEx, CDS e MD e ofertados aos usuários nos CCOp/CGDA, CC2 e OM. Esses
serviços processavam e gerenciavam as informações e dados trafegados através da
infraestrutura de rede (conectividade), podendo ser voz, dados ou vídeos
(videoconferência e imagens).
3) INTERNET: interligação do CCOp/CGDA, CC2 e OM à infraestrutura
de rede pública (Internet). Além da consulta a conteúdos na WEB, o acesso à
Internet teve como objetivo permitir a:
operação do Sistema Pacificador e do SCCOP;
operação do Webmail ZIMBRA e EBMail;
transmissão de imagens via terminal móvel (smartphone);
transmissão e recepção de imagens das empresas de transportes;
criação de links VPN para operação como contingência a enlaces
privados das infraestruturas nacional e regional; e
criação de links VPN para acesso aos serviços de TIC pelos
militares fora de seus CC2 e pelos Oficiais de Ligação.
9.2 CATÁLOGO DE SERVIÇOS DO SC2CGDA
A fim de facilitar a governança, os serviços de TIC disponíveis no SC2CGDA
foram relacionados em um CATÁLOGO DE SERVIÇOS.
O Catálogo de Serviços de TIC do SC2CGDA foi constituído pelo conjunto
dos serviços de TIC disponibilizados pelo Exército (através do CITEx, CDS e 2º
CTA) e pelo MD (através da SC-1/CHOC).
Composição do Catálogo de Serviços do SC2CGDA:
Sistema telefônico público fixo e móvel;
Sistema telefônico privativo do EB - RITEx (Rede Integrada de
Telecomunicações do Exército);
Sistema telefônico privativo do MD - SISCOMIS (Sistema de
Comunicações Militares por Satélite);
117
Sistema de Videoconferência do EB e MD;
Sistema Pacificador;
Sistema de Comando e Controle Operacional (SCCOP);
Sistema C2 em Combate;
Sistemas Corporativos do EB e MD;
Correio Eletrônico Operacional (Webmail) - ZIMBRA do EB e MD e
EBMail do EB;
Transmissão de Mensagens por Celular (Chat Seguro) - EBChat do EB
e MD e Athena do MD e ABIN (destinado aos oficiais generais);
Transferência de Arquivos (FTP - File Transfer Protocol) do EB e MD;
Sistema de Radiocomunicações SRDT (Sistema Rádio Digital
Troncalizado);
Sistema de Radiocomunicações LTE (Long-Term Evolution); e
Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico, fixos e móveis:
Sistema Olhos de Águia (SOA) da Aviação do EB, SSP/RJ e
Receita Federal;
Sistema de Imagens do VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) da
FAB;
Sistema de Imagens dos Balões de Monitoramento da SSP/RJ
(Aeroestato);
Sistema de Imagens das Lunetas dos Caçadores;
Sistema de Imagens por Terminais Móveis;
Sistema de Imagens de Viaturas de C2;
Sistema de Vídeo Monitoramento da CET-RIO e CORIO;
Sistema de Vídeo Monitoramento do CICC/RJ;
Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da
SESGE/MJ;
Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte (Metrô
Rio, SuperVia e BRT - Bus Rapid Transit);
Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (Linha
Amarela e Transolímpica);
Sistema de Vídeo Monitoramento da Marinha do Brasil (orla do
Rio de Janeiro e Baía de Guanabara); e
Sistema de Vídeo Monitoramento da Vila Militar.
9.3 CONECTIVIDADE NACIONAL (WAN)
9.3.1 Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército (EBNet)
O CITEx é a Organização Militar provedora de
Brasileiro, possuindo a seguinte missão institucional:
lógica para o funcionamento dos sistemas de interesse do Sistema Estratégico de
Comando e Controle do Exército (SEC²Ex), sua integração ao
e Controle da Força Terrestre (SC²FTer) e ao Sistema Militar de Comando e
Controle (SisMC²), bem como explorar, manter e realizar o gerenciamento técnico do
Sistema Estratégico de Comunicações do Exército (SECEx), proporcionando o
adequado nível de segurança da informação
Para cumprir sua missão, o CITEx instituiu a
Dados do Exército (EBNet)
do Exército Brasileiro. Todas as
redes de telecomunicações (redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro
comunicações via satélite) para o tráfego de voz, dados e vídeo.
A EBNet é mantida e gerenciada pelo CITEx e suas OMDS (7 Centros
Telemática de Área - CTA e 5 Centros de Telemática
capitais no território brasileiro, conforme ilustrado na Figura 4
Figura 44
47
Missão do CITEx. Disponível em <Acesso em 20 de agosto de 2018.
9.3 CONECTIVIDADE NACIONAL (WAN)
Rede Privativa Corporativa de Dados do Exército (EBNet)
O CITEx é a Organização Militar provedora de serviços de TI para o Exército
Brasileiro, possuindo a seguinte missão institucional: Proporcionar as bases física e
lógica para o funcionamento dos sistemas de interesse do Sistema Estratégico de
Comando e Controle do Exército (SEC²Ex), sua integração ao Sistema de Comando
e Controle da Força Terrestre (SC²FTer) e ao Sistema Militar de Comando e
Controle (SisMC²), bem como explorar, manter e realizar o gerenciamento técnico do
Sistema Estratégico de Comunicações do Exército (SECEx), proporcionando o
do nível de segurança da informação47.
Para cumprir sua missão, o CITEx instituiu a Rede Privativa Corporativa de
Dados do Exército (EBNet), que é a principal infraestrutura de rede,
do Exército Brasileiro. Todas as OM do EB estão integradas à EBNet através de
redes de telecomunicações (redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro
comunicações via satélite) para o tráfego de voz, dados e vídeo.
A EBNet é mantida e gerenciada pelo CITEx e suas OMDS (7 Centros
CTA e 5 Centros de Telemática - CT) espalhadas por 12
capitais no território brasileiro, conforme ilustrado na Figura 44.
Figura 44 - Localização do CITEx, CTA e CT
Fonte: CITEx
Missão do CITEx. Disponível em <http://www.citex.eb.mil.br/index.php/paginainicial/editoria
Acesso em 20 de agosto de 2018.
118
serviços de TI para o Exército
Proporcionar as bases física e
lógica para o funcionamento dos sistemas de interesse do Sistema Estratégico de
Sistema de Comando
e Controle da Força Terrestre (SC²FTer) e ao Sistema Militar de Comando e
Controle (SisMC²), bem como explorar, manter e realizar o gerenciamento técnico do
Sistema Estratégico de Comunicações do Exército (SECEx), proporcionando o
Rede Privativa Corporativa de
, física e lógica,
do EB estão integradas à EBNet através de
redes de telecomunicações (redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro-ondas e
A EBNet é mantida e gerenciada pelo CITEx e suas OMDS (7 Centros de
CT) espalhadas por 12
http://www.citex.eb.mil.br/index.php/paginainicial/editoria-b>.
119
A EBNet é uma infraestrutura de rede formada pelo conjunto de redes
privativas do EB e por redes contratadas de empresas operadoras de
telecomunicações:
a) Rede Contratada (Rede Oi):
- o CITEx contratou a empresa de telecomunicações Oi para
prestar o serviço de Rede de Longa Distância (WAN - Wide Area Network), de
abrangência nacional, para interligação com os CTA, CT e OM definidas pelo CITEx;
e
- a Rede Oi é uma rede IP multisserviços com tecnologia de
encaminhamento de pacotes MPLS (Multi-Protocol Label Switching) para o tráfego
de informações corporativas (EBNet e Internet). Constituída, atualmente, por 360
(trezentos e sessenta) Pontos de Presença (PP) para acesso à EBNet (total dos
Lotes 1 e 2) e 21 (vinte e um) PP para acesso à Internet, instalados no CITEx, CTA,
CT e em OM. A Figura 45 ilustra a conexão desses PP com a Rede MPLS.
Figura 45 – Rede MPLS de interligação do CITEx, CTA, CT e OM isoladas
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
b) Rede Privativa do Exército (Rede Metropolitana):
- infraestrutura de rede urbana regional (MAN -
Metropolitan Area Network), denominada Rede Metropolitana, para interligação do
CTA/CT às Organizações Militares de sua área de atuação; e
- formada por redes de fibras ópticas, enlaces rádio em micro-
ondas e por equipamentos de comutação (roteadores e switches) com grande
capacidade de processamento e roteamento de dados, de propriedade do Exército
Brasileiro, projetados, gerenciados e mantidos pelo CITEx/CTA/CT.
120
A infraestrutura da EBNet na área do Rio de Janeiro é gerenciada e mantida
pelo 2o Centro de Telemática de Área (2o CTA).
A Rede Metropolitana gerenciada pelo 2o CTA é denominada Rede
Metropolitana do Rio de Janeiro. É responsável pela conexão de todas as OM
sediadas na região metropolitana do Rio de Janeiro, através de redes de fibras
ópticas, enlaces rádio micro-ondas e de equipamentos de comutação do 2o CTA.
A Figura 46 ilustra a conexão da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro à
Rede Corporativa do Exército (EBNet).
Figura 46 - Diagrama da EBNet e da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: o autor
A Figura 47 ilustra o diagrama da rede MPLS da EBNet e a conexão com o
2o CTA e a Rede Metropolitana do Rio de Janeiro.
Figura 47 - Diagrama da Rede MPLS (EBNet)
Fonte: 2o CTA
121
9.3.2 Rede Operacional de Defesa (ROD)
A Rede Operacional de Defesa (ROD) é a infraestrutura de rede, física e
lógica, do MD, sendo gerenciada pela Subchefia de Comando e Controle (SC-1), da
CHOC/EMCFA, e mantida, na área do EB, com o apoio técnico do CITEx e dos
CTA/CT.
A Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle (MD31-M-03)
define a ROD como a principal fornecedora de serviços de comunicações de dados
militares operacionais (BRASIL, 2015, 3a edição, p. 33).
Os CC² permanentes do SisMC² estão interligados, diuturnamente, por intermédio da ROD, o que possibilita o fluxo de informações necessário à construção e à manutenção da consciência situacional nos níveis político e estratégico da Etta Mi D. De forma similar, os CC² temporários, enquanto ativados, devem trabalhar interligados à ROD, de modo a contribuírem para a construção e a manutenção da consciência situacional e dela compartilharem para o êxito na condução de suas operações.
A ROD é composta por um Segmento Espacial e um Segmento Terrestre:
Segmento Espacial: constituído pelos enlaces via satélite
estabelecidos entre os terminais satelitais e as estações terrenas; e
Segmento Terrestre: constituído por uma infraestrutura de rede
formada por enlaces ópticos e rádios em micro-ondas para transmissão de dados,
voz e vídeo, com conectividade com as redes das demais Forças (RECIM - Rede de
Comunicações Integradas da Marinha do Brasil, EBNet - Rede Privativa Corporativa
de Dados do Exército e INTRAER - Rede Privativa de Dados da FAB). Assim como
a EBNet, o segmento terrestre da ROD também está estruturado como uma Rede
de Longa Distância (WAN), de abrangência nacional, com conectividade segregada
(restrita, segura e controlada), utilizando também uma rede IP multisserviços com
tecnologia de encaminhamento de pacotes MPLS .
A ROD foi desenvolvida para prover acesso aos diversos serviços e
sistemas hospedados no CC²MD em apoio às operações conjuntas e singulares do
MD. Serviços que asseguraram um fluxo de informações em tempo real entre os CC²
do SisMC², permitindo a interoperabilidade desses centros, principalmente, nos
níveis estratégico e operacional. Os CC² dos Comandos Operacionais ativados e os
CC² de suas Forças Componentes funcionaram integrados à ROD.
A Figura 48 ilustra o diagrama dos segmentos terrestre e espacial da ROD.
122
Figura 48 - Diagrama dos Segmentos Terrestre e Espacial da ROD
Fonte: Palestra do Chefe da SC-1/EMCFA
A Figura 49 ilustra o mesmo segmento terrestre destacando a conectividade
entre o MD, CITEx, QGEx e o 2o CTA.
Figura 49 - Diagrama do Segmento Terrestre da ROD
Fonte: Palestra do Chefe da SC-1/EMCFA
O CGDA estabeleceu o segmento terrestre como um dos meios de
conectividade nacional do SC2CGDA. O segmento espacial foi empregado como
rede de contingência, tendo em vista a baixa capacidade de tráfego de dados das
estações satelitais. A Figura 50 ilustra o terminal satelital transportável (TT) utilizado
na rede de contingência.
123
Figura 50 - Terminal Satelital Transportável (TT) do SISCOMIS
Fonte: Palestra do Chefe da SC-1/EMCFA
9.3.3 Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)
A conectividade nacional de alta capacidade de dados do SC2CGDA, tanto
do Exército Brasileiro, através da EBNet, quando do Ministério da Defesa, através da
ROD, era provida por empresas operadoras de telecomunicações. A EBNet era
dependente da empresa Oi e a ROD, em seu segmento terrestre, da empresa
Telecomunicações Brasileiras S.A. - TELEBRAS.
Face à grave situação financeira da empresa Oi à época, em processo de
recuperação judicial, com risco elevado de paralisação parcial ou total das redes,
consequente degradação da qualidade dos serviços, adicionada à baixa capacidade
de transmissão de dados dos enlaces nacionais da ROD proporcionados pela
TELEBRÁS, foram estudadas alternativas para estabelecimento de enlaces de longa
distância com outras instituições governamentais.
O CITEx buscou junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e
Comunicações (MCTIC) uma parceria para compartilhamento da Rede Nacional de
Ensino e Pesquisa (RNP), em nível nacional e regional.
A RNP proporciona à comunidade acadêmica do país conectividade e
acesso à Internet. Os serviços de TIC são suportados nacionalmente por uma
infraestrutura óptica de alto desempenho, denominada Rede Ipê, que permite desde
simples trocas de arquivos até transferências massivas de dados científicos. A
Figura 51 apresenta o diagrama nacional dessa infraestrutura.
124
Figura 51 - Diagrama da Rede Ipê - RNP
Fonte: RNP48
A empresa Oi também era a provedora de Internet para o Exército. Em
consequência, o acesso à Internet, vital para operação dos serviços de TIC do
SC2CGDA, em especial, de transmissão e recepção de imagens, Webmail e
Pacificador, teve que ser reavaliado. Novos links alternativos para contingência
tiveram que ser contratados pelo CGDA.
Um dos links foi provido pela própria Rede Ipê, pois a mesma permite
também o acesso à Internet. O entroncamento internacional da RNP para acesso à
Internet é realizado através das cidades de São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).
Para o SC2CGDA, foram priorizados os enlaces interestaduais: Rio de
Janeiro - São Paulo, São Paulo - Brasília e Rio de Janeiro - Brasília e a conexão
internacional através da cidade de São Paulo-SP, conforme ilustrado na Figura 52.
Esta infraestrutura de rede permaneceu após o encerramento dos JOP Rio
2016, permitindo o estabelecimento de uma rota de contingência para conexão do
CML à Brasília e São Paulo e à Internet.
48 Sítio eletrônico da RNP. Disponível em <https://www.rnp.br/servicos/conectividade/rede-ipe>.
Acesso em 15 de agosto de 2018.
125
Figura 52 - Diagrama da Rede Ipê empregada pelo SC2CGDA
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
9.4 REDE DE DEFESA
A fim de facilitar o planejamento e a governança do SC2CGDA e o
desenvolvimento dos projetos, definiu-se como Rede de Defesa o conjunto de todas
as redes nacionais e regionais (RJ) do EB e MD empregadas nos JOP Rio 2016.
A Rede de Defesa foi a grande infraestrutura de rede do SC2CGDA,
possibilitando a interligação do CCOp/CGDA, dos CC2 e das OM com o MD, CITEx e
QGEx e a operação dos serviços de TIC previstos no Catálogo de Serviços.
A Figura 53 apresenta o diagrama de conexão do CGDA, através da Rede
de Defesa, com os principais CC2 do EB, MD, ABIN e COA.
Figura 53 - Diagrama da Rede de Defesa dos JOP Rio 2016
126
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
9.4.1 Conectividade Nacional da Rede de Defesa
A conectividade nacional promovida pela Rede de Defesa foi constituída,
basicamente, pela interligação do 2o CTA com Brasília, para permitir o acesso ao
SC2Ex e SisMC2. A Figura 54 ilustra a conexão nacional com o MD e EB/QGEx.
Figura 54 - Diagrama Nacional da Rede de Defesa
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
A conexão do Rio de Janeiro com Brasília e São Paulo foi estabelecida
através de enlaces da EBNet, ROD e RNP, conforme Figuras 55, 56 e 57:
- EBNet (Oi): 02 (dois) pontos de presença, sendo um de 64 Mbps
instalado no 2o CTA/PDC e um de 32 Mbps no 2o CTA/Estação Transceptora (Vila
Militar);
- ROD (Telebrás): 02 (dois) pontos de presença, sendo um de 20 Mbps
e um de 2 Mbps, ambos instalados no 2o CTA/PDC;
- RNP: 01 link de 200Mbps, entre os sites da RNP no Rio de Janeiro
(CBPF - Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) e em Brasília.
127
Figura 55 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro - Brasília
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
Figura 56 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro - Brasília
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
Figura 57 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação Rio de Janeiro - Brasília - São Paulo
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
128
9.4.2 Interligação dos Centros de Comando e Controle do Rio de Janeiro
As Figura 58 e 59 ilustram a conexão dos Centros de Comando e Controle
do CGDA, da SSP/RJ e SESGE (CICC/RJ), da Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro (CORIO) e do Comitê Rio 2016 (MOC), através da Rede de Defesa.
A conexão dos Datacenters do CICC/RJ e do CORIO ao Datacenter do 2o
CTA possibilitou, ao CGDA, o acesso aos sistemas computacionais da SSP/RJ,
disponíveis no CICC/RJ, e da Prefeitura do Rio de Janeiro, no CORIO e,
principalmente, às imagens gerenciadas por esses órgãos para monitoramento e
vigilância das ruas, avenidas e de pontos críticos da cidade do Rio de Janeiro.
O entroncamento CGDA - CORIO - CICC/RJ - MOC foi realizado através de
infraestrutura de rede em fibra óptica, privativa do Exército Brasileiro, de alta
velocidade e capacidade de tráfego, com contingência através de enlaces rádio em
micro-ondas.
Excetuando-se a conexão com o MOC, que foi temporária, a conectividade
do CML com o CICC e CORIO encontra-se em plena operação, tornando-se um
grande legado para apoio às atividades de GLO na cidade do Rio de Janeiro.
Figura 58 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ, CORIO e MOC
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA
129
Figura 59 - Diagrama da Rede de Defesa - Interligação do CGDA, CICC/RJ, CORIO e MOC -
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
9.4.3 Rede Via Satélite - Rede de Defesa
A Figura 60 ilustra a conexão via satélite implantada no CGDA e nos CDS
para operação como rede de contingência e redundância em comunicação de voz e
dados. No CGDA e em cada CDS foram instalados terminais satelitais transportáveis
(TT) para acesso direto ao CC2MD e CC2FTer em caso de pane na Rede de Defesa.
Figura 60 - Diagrama Regional da Rede de Defesa - Interligação Via Satélite
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
9.4.4 Acesso ao SC2CGDA pelos Oficiais de Ligação
O Comitê Rio 2016 implementou duas infraestruturas de redes, formando o
Backbone Olímpico dos Jogos. Uma destinada aos Sistemas Computacionais de
Controle e Gerenciamento das Atividades Olímpicas (rede totalmente segregada) e
130
outra aos Sistemas para Administração dos Jogos (telefonia, Intranet, Internet,
videoconferência, ...), denominada Rede Administrativa.
O Comitê Rio 2016 não autorizou a conexão do Backbone Olímpico com a
Rede de Defesa, de forma que os oficiais de ligação, em serviço nas Venues,
tiveram que acessar o SC2CGDA através de links VPN, via Internet.
O 2o CTA implantou uma infraestrutura privativa da Rede de Defesa na área
de trabalho do MD/EB no MOC, isolada da Rede Administrativa do Comitê, para
acesso aos serviços do SC2CGDA, conforme ilustrado na Figura 61.
Figura 61 - Acesso ao SC2CGDA pelos oficiais de ligação
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA
9.5 CONECTIVIDADE REGIONAL (MAN)
Como abordado, a infraestrutura de conectividade regional do SC2CGDA
permitiu a conexão com o CCOp/CGDA, os CC2 e as OM para acesso aos serviços
de TIC disponibilizados pelo SC2CGDA.
A infraestrutura de conectividade regional do CGDA foi constituída pela
Rede Metropolitana do Rio de Janeiro, gerenciada pelo 2o CTA e CITEx.
9.5.1 Rede Metropolitana do Rio de Janeiro
A Rede Metropolitana do Rio de Janeiro foi a grande infraestrutura de rede,
física e lógica, que possibilitou o entroncamento regional dos pontos de interesse do
CGDA com a Rede de Defesa, descritos a seguir:
131
CCOp/CGDA, implantado no PDC/CML (9o andar);
53 (cinquenta e três) Centros de Comando e Controle (CC2),
das OMDS, Comandos Centralizados e Elementos de Apoio e as demais
Organizações Militares das Forças Armadas de interesse do CGDA;
Centro de Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro
(CICC/RJ);
Centro de Comando e Controle da Prefeitura da Cidade do
Rio de Janeiro (CORIO);
Centro Principal de Operações (MOC), do Comitê Rio 2016;
Empresas de transporte (Metrô Rio, SuperVia e BRT); e
Concessionárias de vias públicas (Linha Amarela e
Transolímpica).
Para atender as premissas definidas no capítulo 8, a Rede Metropolitana
sofreu uma profunda modernização e ampliação. Houve a implantação de novas e
redundantes infraestruturas de cabeamento óptico e de enlaces rádio em micro-
ondas com alta capacidade de transmissão de dados, assim como a instalação de
novos e modernos equipamentos de comutação de dados, dotados de elevada
capacidade de processamento, tráfego e roteamento de dados. Isso possibilitou que
a referida rede operasse com alta disponibilidade (redundância), flexibilidade,
confiabilidade e segurança.
Sem dúvida, a Rede Metropolitana é um dos maiores legados do Sistema de
Comando e Controle do CGDA deixado para emprego pelo Comando Militar do
Leste nas operações de GLO e interagências.
Em síntese, a maior parte dos projetos desenvolvidos pelo 2o CTA para o
CGDA estavam relacionados à modernização e ampliação da Rede Metropolitana do
Rio de Janeiro.
A Rede Metropolitana foi modernizada e ampliada pelo 2o CTA considerando
as 03 partes da infraestrutura de uma rede de grande porte:
a. Backbone Regional ("espinha dorsal" ou "rede de transporte"):
infraestrutura principal constituída por redes ópticas e rádios em micro-ondas,
dotada de enlaces de redundância (alta disponibilidade), segurança e com alta
capacidade de transmissão, processamento e roteamento de dados.
132
b. Estações de Telecomunicações (Sites): pontos de conexão dos
enlaces do backbone regional; e
c. Enlace de Última Milha: infraestrutura de enlace óptico e/ou rádio
em micro-ondas derivado de um site do backbone regional para atendimento a um
ponto de interesse do CGDA.
Para o CCOp/CGDA, CC2 e OM foram previstos, pelo menos, dois enlaces
de comunicação (última milha) com o backbone regional, sendo uma rota principal e
outra secundária de redundância, ambas com a mesma capacidade de tráfego e
processamento de dados.
A Figura 62 apresenta o diagrama simplificado da Rede Metropolitana do Rio
de Janeiro empregado pelo CGDA.
Figura 62 - Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone Regional
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA e CITEx
9.5.2 Estações de Telecomunicações do 2o CTA (Sites)
As Estações de Telecomunicações (Sites de Telecomunicações) são salas
técnicas, equipadas ou não com torre metálica para fixação de antenas e dotadas
com toda a infraestrutura necessária a operação dos equipamentos de
telecomunicações (rádios em micro-ondas), de informática (roteadores, switches e
conversores óticos), de alimentação elétrica [retificadores, no-break e Grupo-Motor
133
Gerador (GMG)], de refrigeração, de sistemas de detecção e combate a incêndio e
de sistemas de controle de acesso e vigilância eletrônica.
A Rede Metropolitana do Rio de Janeiro durante os JOP Rio 2016 operou
com 32 (trinta e dois) sites, sendo que os 25 (vinte e cinco) mais importantes e
críticos para o STIC/SC2CGDA estão listados no Quadro 9.
Esses sites foram implantados em pontos estratégicos da região
metropolitana do Rio de Janeiro e foram fundamentais para operação do
STIC/SC2CGDA. Permitiam a visada direta com os pontos de interesse do CGDA; a
operação do backbone regional com alto tráfego de dados e redundância; e a
possibilidade de integração imediata de novos pontos de interesse para o CGDA, a
partir de novas demandas operacionais, com a implementação de novos enlaces de
última milha.
A Figura 63 apresenta o diagrama de integração do CCOp/CGDA, CC2 e OM
ao backbone regional. Cada CC2 e OM foi interligado a, pelos menos, dois sites do
backbone.
Figura 63 - Diagrama da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro - Backbone Regional
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA
134
Nr SIGLA LOCAL
1 PDC19 Palácio Duque de Caxias - 19
o andar - Ala Duque de Caxias - Sala do
Datacenter Principal do 2o CTA
2 PDC2 Palácio Duque de Caxias - 2
o andar - Ala Marcilio Dias - Sala do Datacenter
Secundário do 2o CTA
3 PDCTr Palácio Duque de Caxias - Térreo - Ala Duque de Caxias - Sala de
Entroncamento do 2o CTA com as Operadoras
4 PCO Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Pico do Couto
(DTECEA/PCO)
5 CORC Morro do Corcovado
6 SUM1 Morro do Sumaré
7 SUM2 Morro do Sumaré
8 FSJ Forte São João
9 FDC Forte Duque de Caxias
10 I. RASA Ilha Rasa (Oceano Atlântico - Copacabana)
11 MEND Morro do Mendanha
12 I. PENNA Igreja da Penna (Jacarepaguá - Frequesia)
13 CORIO Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro
14 CICC Centro Integrado de Comando e Controle da SSP/RJ
15 CASS Centro Administrativo São Sebastião (Prefeitura)
16 CBPF Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
17 CPOR Centro de Preparação de Oficiais da Reserva
18 TR Estação Transceptora do 2o CTA (Vila Militar)
19 CAESC Centro de Aplicação de Exercícios de Simulação de Combate (Vila Militar)
20 1a DE Comando 1
a Divisão de Exército (Vila Militar)
21 CEADEx Centro de Ensino a Distância do Exército (Vila Militar)
22 CMVM Círculo Militar da Vila Militar (Vila Militar)
23 BPQDT Cmdo Bda Inf Pqdt (Vila Militar)
24 VVE Condomínio PNR EsAO - Vila Verde (Vila Militar)
25 EsAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Vila Militar)
Quadro 9 - Relação de Sites da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA
O backbone regional foi segmentado e configurado, logicamente, com dois
backbones específicos: um para atender ao PDC e outro à Guarnição da Vila Militar.
a. Backbone Principal: instalado no PDC e dotado de equipamentos
de comutação de alta capacidade de tráfego e enlaces de contingência. Teve como
objetivo interligar as Salas de Servidores do 2o CTA (Datacenter Principal e
Secundário), a Sala de Entroncamento com as Operadoras (térreo), o CCOp/CGDA
e os CC2 sediados no PDC.
- Sites do backbone principal: PDC19, PDC2 e PDCTr.
b. Backbone da Vila Militar: instalado na região da Vila Militar e
bairros vizinhos. Também dotado de equipamentos de comutação de alta
capacidade de tráfego e enlaces de contingência.
135
- Sites do backbone da Vila Militar: TR, CAESC, 1a DE, CEADEx,
CMVM, BPQDT, VVE e EsAO.
O 2o CTA elaborou projeto para modernização e ampliação da infraestrutura
interna de todos os sites do Quadro 9 a fim de suportar o alto tráfego de dados do
backbone regional e para operarem com alta disponibilidade, redundância de
equipamentos, segurança e confiabilidade. A perfeita operação de cada um desses
sites foi fundamental para manter a operacionalidade do STIC/SC2CGDA.
Atualmente, esses sites permanecem em plena operação e constituem-se
também um importante legado para o Sistema de Comando e Controle do CML.
Estão localizados em pontos estratégicos para as operações de GLO na região
metropolitana do Rio de Janeiro e permitem o provimento de serviços de telemática
pelo 2o CTA a todas as Organizações Militares da área da 1a Região Militar.
As Figuras 64, 65 e 66 apresentam fotos ilustrativas de sites da Rede
Metropolitana do Rio de Janeiro.
Figura 64 – Site Transceptora do 2º CTA (Vila Militar) da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: 2o CTA
Figura 65 – Sites Sumaré 1 e 2 da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: 2o CTA
136
Figura 66 – Site Mendanha da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: 2o CTA
9.5.3 Backbone da Vila Militar
A Rede Metropolitana do Rio de Janeiro na área da Vila Militar e bairros
adjacentes (Guadalupe, Realengo, Magalhães Bastos e Deodoro) atende a um terço
das Organizações Militares da 1a Região Militar. Sua infraestrutura era constituída
por uma rede de cabeamento óptico aéreo sustentado nas redes de posteamento
das ruas e avenidas, complementada por enlaces rádio em micro-ondas. A
sustentação aérea dos cabos ópticos era um fator crítico para a segurança, alta
disponibilidade da rede e plena operação do SC2CGDA na área do Complexo
Olímpico de Deodoro, tendo em vista o elevado índice de paralisações decorrentes
de acidentes, ações indevidas de terceiros, roubo de cabos e queda de árvores.
O Comitê Rio 2016, por exigência do Comitê Olímpico Internacional, tinha
que planejar e implantar seu Backbone Olímpico com toda sua infraestrutura de
cabos ópticos lançada por rede de dutos subterrâneos.
A empresa Embratel, por ser uma das patrocinadoras do evento, foi a
provedora de toda a infraestrutura de redes ópticas do Backbone Olímpico. No
entanto, na área da Vila Militar não existia qualquer infraestrutura de rede de dutos
subterrâneos de propriedade da empresa.
A área da Vila Militar encontra-se sob jurisdição patrimonial do Exército
Brasileiro, de forma que a Embratel não poderia construir sua rede de dutos sem um
processo administrativo para concessão de direitos reais de uso resolúvel. No
entanto e, com base no compromisso assumido pelo EB junto ao Comitê Rio 2016
na fase de apresentação da candidatura, o CML autorizou a construção da rede de
dutos para uso pela empresa até o encerramento dos Jogos, com a condição de
137
sessão de parte dos dutos para uso exclusivo e definitivo pelo Exército. O processo
para permitir o uso permanente dos dutos pela Embratel está sendo conduzido pelo
Cmdo 1ª Região Militar.
A Embratel construiu, aproximadamente, 39.000 m de rede subterrânea com
08 (oito) subdutos, sendo 02 (dois) para uso exclusivo pelo 2º CTA.
A Figura 67 apresenta o mapa da Guarnição da Vila Militar com a
diagramação da rede construída e compartilhada pela Embratel e 2º CTA.
Figura 67 – Diagrama da infraestrutura da rede subterrânea Embratel – 2º VTA (Vila Militar)
Fonte: 2o CTA
Face à dimensão da rede e à impossibilidade de escavação das ruas e
avenidas de Deodoro, foi empregada a tecnologia de perfuração não destrutiva
(PND). A Figura 68 ilustra a técnica de perfuração e o lançamento da rede
subterrânea.
Figura 68 – Processo de construção da infraestrutura da rede subterrânea
Fonte: o autor
O 2o CTA, a partir dessa rede subterrânea e de parte da rede de
posteamento existente, implantou um novo backbone da Vila Militar e novos enlaces
138
de última milha, totalizando o lançamento de, aproximadamente, 48.000 m de cabos
ópticos. Isso permitiu a interligação de todos os CC2 e OM com alta disponibilidade,
segurança e elevada capacidade de tráfego de dados. Essa nova infraestrutura foi
mantida pelo 2º CTA e encontra-se em plena operação, tornando-se outro grande
legado para a Guarnição da Vila Militar e para o Sistema de Telemática do Exército
(SisTEx). A rede de cabeamento antiga (aérea) foi mantida e utilizada como rota de
contingência.
9.5.4 Rede Comunitária de Educação e Pesquisa (Rede COMEP)
A RNP se desmembra regionalmente em uma série de redes metropolitanas
de alta velocidade denominada Rede COMEP (Rede Comunitária de Educação e
Pesquisa). Essas redes também são providas pelo Ministério da Ciência e
Tecnologia (MCT) e integradas nacionalmente através de um ponto de presença
do backbone da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) na região. Sua
infraestrutura é formada por redes de cabeamento de fibras ópticas com objetivo
de atender às instituições de pesquisa e educação superior e na formação de
consórcios entre as instituições participantes.
A Figura 69 apresenta a topologia da Rede COMEP do Rio de Janeiro.
Figura 69 – Topologia da Rede COMEP
Fonte: Rede COMEP 49
49 Sítio da Rede RNP/COMEP. Disponível em <http://redecomep.rnp.br/?consorcio=2>. Acesso em 15 de agosto de 2018.
139
A Rede COMEP do Rio de Janeiro possui um backbone formado por sites
instalados nos locais abaixo relacionados:
- UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro);
- FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz);
- UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro);
- CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas);
- CEFET-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow
da Fonseca);
- PRODERJ (Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do
Estado do Rio de Janeiro – SIX - "State Internet Exchage"); e
- Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – MIX- "Metropolitan Internet
Exchage"
- PoP-RNP (Ponto de conexão da Rede COMEP com o backbone da
RNP, instalado no site CBPF); e
- PUC-Rio - (Pontifícia Universidade Católica).
Em 2015, o CITEx negociou com o MCTIC/RNP o compartilhamento, pelo
EB/2o CTA, da infraestrutura da rede óptica da Rede COMEP durante os JOP
Rio 2016. A infraestrutura de cabeamento óptico da Rede COMEP, disponibilizada
pelo MCTIC/RNP ao Exército Brasileiro, foi fisicamente segregada (cabos ópticos
dedicados ao 2o CTA). Foi, consequentemente, integrada à Rede Metropolitana do
Rio de Janeiro e à Rede de Defesa. No backbone da RNP não houve
disponibilização de cabos ópticos dedicados ao Exército Brasileiro. O tráfego de
dados foi logicamente segmentado.
O entroncamento das redes também permitiu a conexão direta do 2º CTA
com Brasília, para acesso ao CITEx, e São Paulo, para acesso à Internet através
da ANSP (Academic Network at São Paulo).
A Rede COMEP foi empregada pelo 2º CTA para integração, como rede
de contingência, dos CC2 considerados críticos pelo CGDA à Rede Metropolitana
do Rio de Janeiro, conforme diagrama da Figura 70:
CMRJ (Colégio Militar do Rio de Janeiro), base do CDS
Maracanã;
MPC (Main Press Centre do Comitê Rio 2016), base do CDS
Barra e do MOC;
140
CAESC (Centro de Aplicação de Exercícios de Simulação de
Combate), site da Rede Metropolitana na Vila Militar para atendimento ao CDS
Deodoro;
1º BG (1o Batalhão de Guardas), base da F Coor Escolta;
CORIO; e
CICC/RJ e CICCR/RJ.
Figura 70 – Diagrama de interligação da Rede Metropolitana do Rio de Janeiro, RNP e Rede COMEP
Fonte: 2º CTA
9.6 CONECTIVIDADE LOCAL DOS CC2 (LAN)
A infraestrutura de conectividade local correspondeu à rede de cabeamento
interno estruturado (LAN) da sala do CCOp/CGDA e CC2 para tráfego de dados, voz
e vídeo, permitindo o acesso, pelos usuários, aos serviços de TIC proporcionados
pelo SC2CGDA.
A rede interna da sala do CCOp/CGDA e CC2 foi projetada para ser
totalmente segregada da rede de dados da OM e interligada diretamente à Rede
Metropolitana do Rio de Janeiro.
141
A Figura 71 apresenta o diagrama da infraestrutura de rede interna da OM,
gerenciada pela Seção de Informática/Telemática, e do CC2, gerenciada pelo 2o CTA
ou por uma OM de Comunicações.
A Figura 72 apresenta a composição dos gabinetes (racks) de telemática da
OM e do CC2. Destaca-se que todas as OM do CGDA, dotadas de CC2, foram
equipadas pelo 2o CTA com novos equipamentos de segurança da informação
(firewall), de comutação de dados (roteadores e switches), de telefonia VoIP para
acesso à RITEx e SISCOMIS e de alimentação elétrica emergencial (no-break).
Esses equipamentos foram instalados e ativados pelo 2o CTA e
permaneceram, após o encerramento dos JOP Rio 2016, como um legado para as
Organizações Militares empregadas no evento.
Figura 71 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2
Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA
Figura 72 – Diagrama da rede interna da OM e da Sala do CC2
Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA
142
9.7 ACESSO À INTERNET
9.7.1 Infraestrutura para Acesso à Internet
O entrocamento do 2o CTA à Internet foi realizado através de links da
empresa Oi (contrato EBNet do CITEx), de empresas contratadas pelo CML
(provedores locais) e da ANSP (RNP), totalizando 1,3Gbps de capacidade total (taxa
de transmissão garantida e full-duplex), conforme apresentado no diagrama da
Figura 73.
O planejamento do 2o CTA considerou a implantação de dois pontos de
provimento de Internet equipados com toda a infraestrutura (equipamentos e
sistemas computacionais) de segurança da informação a fim de possibilitar
redundância: 2o CTA/PDC e 2o CTA/Vila Militar (Site Transceptora).
O acesso à Internet pelo CCOp/CGDA e CC2 foi provido exclusivamente
pelo 2o CTA via Rede Metropolitana do Rio de Janeiro.
Figura 73 – Diagrama de interligação do 2o CTA à Internet
Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA
9.7.2 Internet Social
O CGDA contratou, através de provedores locais, links para acesso
comunitário à Internet para permitir, aos militares das OM, comunicação com seus
familiares e acesso às redes sociais. Essa forma de acesso foi denominada Internet
Social e totalizou uma capacidade de provimento de 1,2 Gbps.
A Internet Social era totalmente segregada da Internet provida pelo 2o CTA.
143
9.8 DATACENTER PRINCIPAL E SECUNDÁRIO DO 2o CTA
Para suportar a operação da infraestrutura das redes, física e lógica, e dos
serviços de TIC previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA com alta
disponibilidade, desempenho, confiabilidade e segurança, foi necessária a
modernização e ampliação das instalações das Salas de Servidores do 2o CTA.
Nessas salas estavam instalados os equipamentos de informática
(servidores e storages), de telecomunicações, roteamento de dados e segurança da
informação que controlariam e gerenciariam as redes e serviços de TIC do 2o CTA e
do CML, revestindo-se de pontos de elevada criticidade dentro do STIC/SC2CGDA.
Para aumentar a confiabilidade e segurança dos serviços de TIC do
SC2CGDA, o 2o CTA desenvolveu projeto para implantação de uma nova Sala de
Servidores, denominada Datacenter Principal do 2o CTA. Localizada no 19o andar
da Ala Duque de Caxias do Palácio Duque de Caxias (PDC), foi dotada de toda a
infraestrutura de telecomunicações, elétrica, refrigeração, alimentação elétrica
emergencial, controle de acesso e vigilância eletrônica, a fim de garantir a alta
disponibilidade das redes e serviços de TIC do SC2CGDA. A Figura 74 ilustra a sala
do Datacenter Principal.
Com objetivo de aumentar a confiabilidade e disponibilidade das redes e
serviços, o 2o CTA projetou uma Sala de Servidores redundante, denominada
Datacenter Secundário do 2o CTA. Localizada no 2o andar da Ala Marcílio Dias do
Palácio Duque de Caxias, também foi dotada de toda a infraestrutura necessária. A
Figura 75 ilustra parte da sala do Datacenter Secundário.
Os Datacenters Principal e Secundário implantados pelo 2o CTA para os
JOP Rio 2016 permanecem em plena operação. Constituem-se dos mais
importantes legados para a operação da infraestrutura de telemática do SC2FTer no
Rio de Janeiro, assim como para a prestação dos serviços de telemática pelo 2o CTA
a todas as Organizações Militares do Exército na área da 1a Região Militar.
144
Figura 74 - Datacenter Principal do 2o CTA - 19
o andar
Fonte: 2o CTA
Figura 75 - Datacenter Secundário do 2o CTA - 2
o Andar
Fonte: 2o CTA
9.9 SALA DE GERÊNCIA DE REDES DO 2o CTA
Para permitir a gerência da infraestrutura das redes e dos serviços de TIC
previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA, o 2o CTA implantou uma Sala de
Gerência de Redes. Localizada no 2o andar da Ala Marcílio Dias do Palácio Duque
de Caxias, foi também dotada de toda a infraestrutura de equipamentos e sistemas
computacionais específicos para gerenciamento e controle das redes e serviços de
TIC em tempo real.
145
A Sala de Gerência, implantada pelo 2o CTA para os JOP Rio 2016,
permanece em plena operação. É outro importante legado para a gerenciamento e
controle da infraestrutura de telemática do SC2FTer no Rio de Janeiro e dos serviços
de telemática providos pelo 2o CTA a todas as OM sob sua área de atuação. A
Figura 76 ilustra a Sala de Gerência do 2o CTA.
Figura 76 - Sala de Gerência de Rede do 2o CTA - 2
o Andar
Fonte: 2o CTA
9.10 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE
COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DO CGDA (CCOp/CGDA)
O Centro de Coordenação de Operações (CCOp) do CML teve que ser
ampliado e modernizado para atender às novas demandas operacionais, assim
como à ampliação das agências e dos órgãos que se relacionariam com o CGDA.
Para operação do novo CCOp, o 2o CTA projetou e implementou uma nova
e moderna infraestrutura de Tecnologia da Informação e de Segurança da
Informação, equipada com: infraestrutura de rede de cabeamento estruturado,
sistemas de multimídia (Videowall e Projetores) e equipamentos computacionais de
alta capacidade de transmissão e processamento de vídeo, dados e voz, permitindo
a operação segura, confiável e com alta disponibilidade dos serviços de TIC
previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA.
Após o encerramento dos Jogos, toda a infraestrutura de TIC e de multimídia
do CCOp permaneceu ativa, com plena capacidade de emprego pelo CML nas
operações de GLO, tornando-se um significativo legado para a Força Terrestre no
Rio de Janeiro.
146
A Figura 77 apresenta foto ilustrativa do CCOp em dia de operação dos
Jogos Olímpicos.
Figura 77 - Centro de Coordenação de Operações do CGDA
Fonte: 2o CTA
9.11 INFRAESTRUTURA DE TIC E MULTIMÍDIA DO CENTRO DE COMANDO E
CONTROLE DO CDS DEODORO (CC2CDSDeodoro)
De forma análoga ao realizado no CCOp/CGDA, o Centro de Comando e
Controle do Cmdo 1a DE teve que ser ampliado e modernizado. Sua missão: permitir
operar como CC2 do Comando de Defesa Setorial Deodoro (CC2CDSDeodoro) e
para atender às novas demandas operacionais e à ampliação das agências e dos
órgãos que se relacionariam com o Cmdo 1a Divisão de Exército (Cmdo 1a DE).
A Figura 78 apresenta o projeto do novo CC2CDSDeodoro construído pelo
Exército, dentro do aquartelamento do Cmdo 1a DE.
Figura 78 - Projeto do novo CC2CDSDeodoro
Fonte: 2o CTA
147
Como visto no capítulo 5, o CDS Deodoro e o CICCS Deodoro (SESGE/MJ)
compartilharam as instalações do CC2CDSDeodoro.
Para operação do CC2CDSDeodoro, o 2o CTA também projetou e
implementou uma moderna infraestrutura de TI e de Segurança da Informação
equipada com modernos equipamentos de multimídia e computacionais para
operação dos serviços previstos no Catálogo de Serviços do SC2CGDA.
Após o encerramento dos Jogos, toda a infraestrutura da Sala do
CC2CDSDeodoro permaneceu ativa para operação como Central de Vigilância e
Monitoramento Eletrônico da Vila Militar, tornando-se mais um relevante legado para
a Força Terrestre na Guarnição da Vila Militar.
As Figuras 79 e 80 apresentam fotos ilustrativas do CC2CDSDeodoro em
dias de operação dos Jogos Olímpicos.
Figura 79 - Sala do CC2CDSDeodoro
Fonte: 2o CTA
Figura 80 - Sala do CC2CDSDeodoro
Fonte: 2o CTA
9.12 SISTEMA PACIFICADOR
O Sistema Pacificador é um membro da Família de Aplicativos de Comando
e Controle da Força Terrestre (FAC
de segurança de Grandes Eventos.
Foi um dos principais recursos de TI do Catálogo de Serviços, empregado
pelo CGDA, para manter a consciência situacional dos diversos Escalões e apoiar a
decisão do Comando.
O Sistema Pacificador, combinado com o Sistema Rádio Digital Troncalizado
(SRDT) e através de sua ferramenta de georreferenciamento, viabilizou, em tempo
real, o controle no terreno dos efetivos e autoridades, o planilhamento cronológico
dos eventos (Matriz de Sincronização) e a difusão de incidentes. Possibilitou uma
consciência situacional oportuna e a tomada de decisões dentro da máxima
celeridade possível, mitigando consequências administrativas/operacionais
indesejadas.
O Sistema Pacificador estava disponíve
COp, baseado em tecnologia
notebook; e Pacificador Móvel
(smartphones) com acesso a redes 3G/4G.
A Figura 81 ilustra exemplos de georre
versões COp e Móvel. As Figuras 82 e 83 ilustram exemplos de matrizes de
Sincronização e de Relatos.
Figuras 81 – Sistema Pacificador
9.12 SISTEMA PACIFICADOR
O Sistema Pacificador é um membro da Família de Aplicativos de Comando
e Controle da Força Terrestre (FAC2FTer), para emprego em operações de GLO e
de segurança de Grandes Eventos.
Foi um dos principais recursos de TI do Catálogo de Serviços, empregado
pelo CGDA, para manter a consciência situacional dos diversos Escalões e apoiar a
ema Pacificador, combinado com o Sistema Rádio Digital Troncalizado
(SRDT) e através de sua ferramenta de georreferenciamento, viabilizou, em tempo
real, o controle no terreno dos efetivos e autoridades, o planilhamento cronológico
incronização) e a difusão de incidentes. Possibilitou uma
consciência situacional oportuna e a tomada de decisões dentro da máxima
celeridade possível, mitigando consequências administrativas/operacionais
O Sistema Pacificador estava disponível em duas versões:
, baseado em tecnologia Web para acesso via computador
Pacificador Móvel, para operação combinado a dispositivos móveis
com acesso a redes 3G/4G.
A Figura 81 ilustra exemplos de georreferenciamento de usuários nas
versões COp e Móvel. As Figuras 82 e 83 ilustram exemplos de matrizes de
Sincronização e de Relatos.
Sistema Pacificador - Georreferenciamento (versões COp e Móvel)
Fonte: BEsCom
148
O Sistema Pacificador é um membro da Família de Aplicativos de Comando
FTer), para emprego em operações de GLO e
Foi um dos principais recursos de TI do Catálogo de Serviços, empregado
pelo CGDA, para manter a consciência situacional dos diversos Escalões e apoiar a
ema Pacificador, combinado com o Sistema Rádio Digital Troncalizado
(SRDT) e através de sua ferramenta de georreferenciamento, viabilizou, em tempo
real, o controle no terreno dos efetivos e autoridades, o planilhamento cronológico
incronização) e a difusão de incidentes. Possibilitou uma
consciência situacional oportuna e a tomada de decisões dentro da máxima
celeridade possível, mitigando consequências administrativas/operacionais
duas versões: Pacificador
para acesso via computador desktop ou
, para operação combinado a dispositivos móveis
ferenciamento de usuários nas
versões COp e Móvel. As Figuras 82 e 83 ilustram exemplos de matrizes de
ersões COp e Móvel)
149
Figura 82 – Sistema Pacificador - Matriz de Sincronização
Fonte: 2o CTA
Figura 83 – Sistema Pacificador - Matriz de Relatos
Fonte: 2o CTA
O software do Sistema Pacificador passou por um processo de
modernização e inclusão de novas facilidades operacionais para ser empregado nos
JOP Rio 2016. Além disso, até a Copa do Mundo FIFA 2014, o software e os dados
do Sistema ficavam armazenados em servidores no MD, o que prejudicava a
utilização do aplicativo nas operações isoladas do Exército Brasileiro. Para os Jogos,
a infraestrutura computacional e de banco de dados foi ampliada e modernizada
com a instalação de novos servidores no 2o CTA/PDC, 2o CTA/VMI (Vila Militar) e no
CITEx, para uso pelo Exército Brasileiro e MD.
- Servidores 2o CTA/PDC e 2o CTA/VMI: atendimento aos usuários do
Rio de Janeiro durante os Jogos, sendo o servidor 2o CTA/VMI destinado às
150
operações na Vila Militar e contingência do 2o CTA/PDC. Ambos eramcontingência
do CITEx;
- Servidor CITEx: atendimento aos usuários nas demais regiões do
País e contingência do servidor do MD.
A Figura 84 apresenta o diagrama dos servidores do Sistema Pacificador no
MD e no EB empregados nos JOP Rio 2016.
Os servidores do 2o CTA e CITEx permaneceram ativados após os Jogos,
outro considerável legado para a Força Terrestre. Em especial para o CML. A
importância do Sistema Pacificador para as operações de GLO é imensa, no Rio de
Janeiro e nas demais capitais do País.
Figura 84 – Diagrama de Servidores do Sistema Pacificador
Fonte: o autor, a partir de informações do 2º CTA
9.13 INFRAESTRUTURA DO SISTEMA DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO DO
SC2CGDA
9.13.1 Infraestrutura do Sistema de Segurança da Informação do 2o CTA
Um novo e moderno Sistema de Segurança da Informação foi implementado
pelo 2o CTA para proteção dos dados e usuários do SC2CGDA. A nova infraestrutura
de segurança foi constituída por um conjunto de soluções interdependentes,
aplicadas nos diversos níveis das infraestruturas de conexão e armazenamento de
dados, cuja finalidade foi proteger as informações geradas, modificadas e
comunicadas durante os JOP 2016.
151
Foram adquiridos modernos equipamentos e softwares específicos em
Sistema da Segurança da Informação para redes de grande porte e de alto tráfego
de dados.
O Sistema de Segurança permanece em plena operação no 2o CTA,
provendo segurança ao SC2FTer e a todas as Organizações Militares da área da 1a
Região Militar, tornando-se um significativo e importante legado dos JOP Rio 2016
para o Exército Brasileiro.
O planejamento do 2o CTA considerou o modelo de regras, o conjunto de
práticas e os procedimentos previstos nas Diretrizes de Segurança da Informação e
Comunicações do Sistema de Telemática do Exército (DSIC/SisTEx), utilizando a
estrutura do Centro de Coordenação para o Tratamento de Incidentes de Rede do
EB (CCTIR/EB) para prover com os relatos de incidentes de rede, com atuação
direta do Setor de Tratamento de Incidentes de Rede do 2o CTA (STIR/2o CTA).
A seguir estão descritos os principais componentes tecnológicos do Sistema
de Segurança do SC2CGDA:
a. Segurança EndPoint: software instalado nos computadores
utilizados pelos usuários nos CC2 com a finalidade de verificar as conexões, os
dados gravados e os processos locais, identificando atividades maliciosas e
protegendo a informação na fonte. Foi configurado um conjunto de procedimentos
que possibilitaram a identificação e tratamento de malwares nas máquinas,
eliminando ou mitigando suas ações;
b. Firewall CC2: equipamento de segurança de rede instalado na borda
das redes internas dos CC2 (LAN CC2). Tinha por finalidade impedir acessos
externos indevidos aos equipamentos de TI do CC2 e gerenciar os acessos de saída;
c. Firewall Borda: equipamento de segurança de rede instalado entre
a Rede de Defesa e as redes de órgãos externos, tais como: CORIO, MOC,
CICC/RJ etc. Tinha por finalidade controlar os acessos externos, protegendo as
redes dos CC2 de uso indevido e de atividades maliciosas;
d. IPS (Intrusion Detection System): Sistema de Proteção contra
Intrusões instalado no entroncamento com a Internet para análise do tráfego e
identificação, com o uso de assinaturas de ataques conhecidos, de possíveis
intrusões, tomando as medidas de contenção previamente determinadas pelo CITEx
e 2o CTA;
152
e. Firewall Core: principal elemento do Sistema de Segurança do
SC2CGDA. Equipamento de segurança de rede (Firewall) de "próxima geração", com
a finalidade de examinar não apenas os acessos na camada de rede, mas também
os dados trafegados na camada de aplicação. Dessa forma, foi possível determinar
regras mais específicas e aplicar filtros de controles direcionados para a aplicação
ou serviço de conectividade que passavam por ele. Todas as conexões externas à
Rede de Defesa e oriundas dos CC2 passavam por esse equipamento, que
analisava e tratava os acessos considerados indevidos, por regras de segurança
previamente estabelecidas ou através da identificação da presença de atividade
maliciosa, de acordo com o conjunto de assinaturas e características conhecidas em
sua base de dados, atualizada, diariamente.
A Figura 85 ilustra o diagrama da infraestrutura do Sistema de Segurança da
Informação implantado pelo 2o CTA para proteção do SC2CGDA durante os Jogos.
Figura 85 – Sistema de Segurança da Informação do 2o CTA - JOP Rio 2016
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA
9.13.2 Sistema de Cadastro de Usuários (SISCAU)
O 2o CTA desenvolveu, para operação pelo CGDA nos JOP Rio 2016, um
sistema de controle de acesso, denominado SISCAU (Sistema de Controle de
153
Acesso de Usuários). Com a finalidade de gerenciar o acesso à Rede de Defesa,
aos serviços de TIC e à Internet, o SISCAU aumentava a segurança e a
confiabilidade dos serviços do STIC/SC2CGDA. Especialmente, atendia às
exigências previstas no Marco Civil da Internet50 quanto à necessidade de
identificação dos usuários e o armazenamento dos registros de conexões realizadas.
O Marco Regulatório impõe obrigações de responsabilidade civil aos usuários e
provedores.
Art. 13. Na provisão de conexão à internet, cabe ao administrador de sistema autônomo respectivo o dever de manter os registros de conexão, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 1 (um) ano, nos termos do regulamento. § 1
o A responsabilidade pela manutenção dos registros de conexão não
poderá ser transferida a terceiros. § 2
o A autoridade policial ou administrativa ou o Ministério Público poderá
requerer cautelarmente que os registros de conexão sejam guardados por prazo superior ao previsto no caput.
Dessa forma, o SISCAU teve por objetivo controlar e identificar os usuários
dos serviços de conectividade prestados pelo 2o CTA, autorizando o uso dos
recursos de TI (Catálogo de Serviços do SC2CGDA) de acordo com um perfil
predefinido pelo comando do CC2 e com a possibilidade de auditoria. Isso o
caracterizava como um sistema que possuía as funcionalidades previstas no
conceito de AAA: Autenticação, Autorização e Accounting, descritos a seguir:
Autenticação: processo de verificação de identidade realizada por
meio de comparação de credenciais apresentadas pelo usuário com informações
cadastradas no 2o CTA. Trata de responder a questão “quem é o usuário ?";
Autorização: processo para diferenciação dos privilégios atribuídos
ao usuário autenticado. Os atributos de autorização de cada usuário foram mantidos
em uma base de dados centralizada no 2o CTA. Tem a função de definir “o que um
usuário (já autenticado) tem permissão de fazer ?"; e
Accounting: processo por meio do qual um equipamento coletava
informações sobre a atividade do elemento autenticado e as enviava ao servidor de
autenticação do 2o CTA para registro. Está relacionada com a questão “o que o
usuário fez ?”.
50 Lei no 12.965, de 23 de Abril de 2014, conhecida como Marco Civil da Internet ou Marco
Regulatório da Internet, estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no
Brasil.
154
O SISCAU foi instalado em todos os CC2 e nas OM permitindo que o
Comando local controlasse como os usuários utilizavam os serviços de
conectividade prestados pelo 2º CTA, em relação à Rede de Defesa, ou em relação
à Internet.
O SISCAU permanece em plena operação em todas as OM, permitindo o
acesso à EBNet e à Internet providas pelo 2o CTA de forma segura e confiável.
Atendendo à legislação vigente, destaca-se como mais um dos legados para o
Sistema de Telemática do Exército no Rio de Janeiro.
9.14 SISTEMAS DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO
Uma das metas do CGDA na concepção de seu SC2 foi possibilitar o
provimento de informações para construção, compartilhamento e manutenção da
consciência situacional nos níveis estratégico, operacional e tático, com relevância,
precisão e oportunidade.
Para isso, uma das principais ferramentas foi o Sistema de Aquisição,
Armazenamento, Transmissão e Processamento de Imagens, em tempo real,
composto pelos vários Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico, fixos e
móveis, das Forças Armadas, do Governo de Estado do Rio de Janeiro, do
Município do Rio de Janeiro, do Comitê Rio 2016, da SEGE/MJ, das empresas de
transportes públicos e das empresas operadoras de vias expressas.
Esse Sistema foi o grande demandante da infraestrutura e dos
equipamentos de TIC do STIC/SC2CGDA, devido a grande quantidade de câmeras
de vídeo e, consequentemente, ao intenso tráfego de vídeo suportado pelas redes
de dados.
9.14.1. Sistemas de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Móveis
Principais Sistemas de Vigilância e Monitoramento móveis cujas as imagens
foram acessadas pelo CC2MD, CC2FTer, CCOp/CGDA e por todos os demais CC2
do CGDA:
a. Sistema Olhos de Águia (SOA) da Aviação do EB, SSP/RJ e
Receita Federal, com aquisição de imagens através de câmera de vídeo instalada
em aeronave. A Figura 86 ilustra a aeronave do CAvEx dotada com esse Sistema;
155
Figura 86 – Aeronave do SOA do CAvEx
Fonte: 2o CTA
a. Sistema de Imagens do VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) da
FAB, com geração de imagens através de câmera de vídeo instalada em aeronave
não tripulada. A Figura 87 ilustra a aeronave da FAB dotada com esse Sistema. A
Figura 88 apresenta uma tela com as imagens do SOA do CAvEx e do VANT;
Figura 87 – Aeronave VANT da FAB
Fonte: 2o CTA
Figura 88 – Imagens geradas pelo SOA e VANT
Fonte: 2o CTA
b. Sistema de Imagens dos Balões de Monitoramento da SSP/RJ,
também chamado Aeróstato de Monitoramento Persistente de Grandes Áreas
156
(AMPGA), com geração de imagens através de câmera de vídeo instalada em balão
de vigilância. A Figura 89 ilustra o balão dotado com esse Sistema;
Figura 89 – Sistema de Imagem por Balão de Monitoramento
Fonte: 2o CTA
c. Sistema de Imagens das Lunetas dos Caçadores, com geração
de imagens através de câmera de vídeo instalada na luneta telescópica do atirador.
A Figura 90 ilustra imagens geradas pelo Sistema;
Figura 90 – Imagens geradas pelas lunetas dos caçadores
Fonte: 2o CTA
d. Sistema de Imagens por Terminais Móveis do 2o CTA e do
SCCOP, com geração de imagens através da câmera de vídeo de smartphones e
tablets. A Figura 91 ilustra imagem gerada pelo Sistema Móvel.. Para transmissão
das imagens em tempo real, os terminais utilizavam o sistema celular 3G/4G; e
Figura 91 – Imagens geradas pelo Sistema Móvel
Fonte: 2o CTA
e. Sistema de Imagens de Viaturas de C
através de câmeras de vídeo instaladas
em tempo real, as viaturas eram entroncadas ao
Metropolitana do Rio de Janeiro, via enlace rádio em micro
9.14.2. Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Fixo
Os Sistema Fixos correspondem a Sistemas de Circuito Fechado de TV
(CFTV) equipados com câmeras de vídeo para monitoramento de ruas, avenidas,
vias expressas, áreas esportivas, meios públicos de transporte etc.
Principais Sistemas de Vigilância e Monitoramento
foram acessadas pelo CC2
do CGDA:
a. Sistema de Vídeo Monitoramento da CET
aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas
da cidade do Rio de Janeiro
monitoramento de pontos críticos
Figura 92
b. Sistema de Vídeo Monitoramento do CICC/RJ
imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da cidade do
Rio de Janeiro, de interesse da SSP/RJ. A Figura
Sistema;
Sistema de Imagens de Viaturas de C2, com geração de imagens
através de câmeras de vídeo instaladas em viaturas. Para transmissão das imagens
em tempo real, as viaturas eram entroncadas ao site mais próximo da Rede
Metropolitana do Rio de Janeiro, via enlace rádio em micro-ondas.
Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico Fixo
Fixos correspondem a Sistemas de Circuito Fechado de TV
(CFTV) equipados com câmeras de vídeo para monitoramento de ruas, avenidas,
vias expressas, áreas esportivas, meios públicos de transporte etc.
Principais Sistemas de Vigilância e Monitoramento fixos cujas as imagens
2MD, CC2FTer, CCOp/CGDA e por todos os demais CC
Sistema de Vídeo Monitoramento da CET-RIO e CORIO
aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas
neiro, de interesse da Prefeitura, para controle de trânsito e
monitoramento de pontos críticos. A Figura 92 ilustra imagens geradas pelo Sistema;
Figura 92 – Imagens geradas pelo Sistema do CORIO
Fonte: 2o CTA
Sistema de Vídeo Monitoramento do CICC/RJ, com aquisição de
imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da cidade do
Rio de Janeiro, de interesse da SSP/RJ. A Figura 93 ilustra imagens geradas pelo
157
, com geração de imagens
viaturas. Para transmissão das imagens
mais próximo da Rede
Fixos correspondem a Sistemas de Circuito Fechado de TV
(CFTV) equipados com câmeras de vídeo para monitoramento de ruas, avenidas,
cujas as imagens
FTer, CCOp/CGDA e por todos os demais CC2
RIO e CORIO, com
aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas
, de interesse da Prefeitura, para controle de trânsito e
ilustra imagens geradas pelo Sistema;
, com aquisição de
imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da cidade do
ilustra imagens geradas pelo
Figura 93
c. Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da
SESGE/MJ, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas nas
regiões periféricas e internas das
d. Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte
(Metrô Rio, SuperVia e B
vídeo instaladas em metrô
geradas pelas empresas Metrô Rio
Figura 94
Figura 93 – Imagens geradas pelo Sistema do CICC/RJ
Fonte: 2o CTA
Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da
, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas nas
regiões periféricas e internas das Venues;
Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte
e BRT), com aquisição de imagens através de câmeras de
ô, trens e ônibus. As Figura 94 e 95 ilustram imagens
Metrô Rio e SuperVia;
Figura 94 – Imagens geradas pela Metrô Rio
Fonte: 2o CTA
158
Sistema de Vídeo Monitoramento do Comitê Rio 2016 e da
, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo instaladas nas
Sistema de Vídeo Monitoramento dos Meios de Transporte
, com aquisição de imagens através de câmeras de
ilustram imagens
Figura 95
e. Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (
Amarela e Transolímpica)
instaladas nas vias expressas. As Figura
empresas LAMSA e ViaRio
Figura 96
Figura 97
Figura 95 – Imagens geradas pela SuperVia
Fonte: 2o CTA
Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (
), com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo
instaladas nas vias expressas. As Figura 96 e 97 ilustram imagens geradas pela
empresas LAMSA e ViaRio;
Figura 96 – Imagens geradas pela LAMSA Fonte: 2
o CTA
Figura 97 – Imagens geradas pela ViaRio Fonte: 2
o CTA
159
Sistema de Vídeo Monitoramento das Vias Expressas (Linha
, com aquisição de imagens através de câmeras de vídeo
ilustram imagens geradas pelas
160
f. Sistema de Vídeo Monitoramento da Marinha do Brasil, com
aquisição de imagens através de câmeras de vídeo para monitoramento da orla do
Rio de Janeiro e Baía de Guanabara; e
g. Sistema de Vídeo Monitoramento da Vila Militar, com aquisição
de imagens através de câmeras de vídeo instaladas em ruas e avenidas da Vila
Militar e bairros adjacentes para segurança da região do Centro Olímpico de
Deodoro. Tendo em vista a importância desse Sistema para a segurança da Vila
Militar, ele será detalhado a seguir.
9.15. SISTEMA DE VIGILÂNCIA E MONITORAMENTO ELETRÔNICO DA VILA
MILITAR
O Cmdo 1a DE e o 2o CTA elaboraram projeto para implantação de um
Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico das ruas e avenidas da Vila Militar
e bairros adjacentes, para emprego na segurança do Centro Olímpico de Deodoro
durante os JOP Rio 2016.
O Sistema foi composto por câmeras fixas e móveis, estrategicamente
posicionadas no domínio urbano da Vila Militar, Deodoro, Guadalupe e Magalhães
Bastos, possibilitando que as tropas do Exército Brasileiro, responsáveis pela
segurança, tanto do perímetro interno, como do externo, tivessem condições de
atuar pro-ativamente diante de qualquer ameaça.
O Sistema foi de vital importância para a construção e manutenção da
consciência situacional para o CGDA, Comando de Defesa Setorial de Deodoro
(CDS Deodoro) e para o Centro Integrado de Comando e Controle Setorial da
SESGE/MJ (CICCS Deodoro). Era composto por:
a. 125 (cento e vinte e cinco) câmeras, entre fixas e móveis, com
tecnologia de transmissão IP;
b. equipamento videowall para visualização das imagens;
c. equipamentos servidores e storages de alta performance para
processamento, gravação e armazenamento das imagens;
d. infraestrutura de fibra óptica para interligação das câmeras. Foram
instalados, aproximadamente, 36.000 m de cabos ópticos, aproveitando a rede de
dutos subterrâneos do 2o CTA; e
e. backbone da rede de dados (
DE, CMVM, CEADEx e BEsCom e operando com alta taxa de transmissão de dados
(20 Gbps).
A Figura 98 apresenta o diagrama do
Monitoramento da Vila Militar e os equipamentos e
transmissão, gravação, armazenamento e visualização das imagens em tempo real,
com disponibilização das imagens ao CC
CC2 do CGDA.
A Figura 99 ilustra um exemplo de imagens geradas pelo Sistema.
Figura 98 – Diagrama do Backbone
Fonte:
Figura 99
da rede de dados (Intranet) interligando os
DE, CMVM, CEADEx e BEsCom e operando com alta taxa de transmissão de dados
A Figura 98 apresenta o diagrama do backbone do Sistema de Vigilância e
Monitoramento da Vila Militar e os equipamentos e softwares para captação,
transmissão, gravação, armazenamento e visualização das imagens em tempo real,
com disponibilização das imagens ao CC2MD, CC2FTer, CCOp/CGDA e a todos os
A Figura 99 ilustra um exemplo de imagens geradas pelo Sistema.
Backbone do Sistema de Vigilância e Monitoramento da Vila Militar
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA
Figura 99 – Imagens geradas pelo Sistema da Vila Militar
Fonte: 2o CTA
161
) interligando os sites Cmdo 1a
DE, CMVM, CEADEx e BEsCom e operando com alta taxa de transmissão de dados
do Sistema de Vigilância e
para captação,
transmissão, gravação, armazenamento e visualização das imagens em tempo real,
FTer, CCOp/CGDA e a todos os
A Figura 99 ilustra um exemplo de imagens geradas pelo Sistema.
do Sistema de Vigilância e Monitoramento da Vila Militar
162
Esse Sistema era uma grande aspiração do Cmdo 1a DE para vigilância e
segurança da Guarnição da Vila Militar, rodeada por áreas de elevado índice de
violência e criminalidade.
Após o encerramento dos JOP Rio 2016, a Sala do CC2CDSDeodoro
permaneceu ativa para operação como Central de Vigilância e Monitoramento
Eletrônico da Vila Militar. O Sistema passou a ser utilizado para vigilância e apoio às
operações de segurança do Serviço de Polícia do Cmdo 1a DE e do 11o Batalhão de
Polícia do Exército (11o BPE), tornando-se um importante legado para a Força
Terrestre para vigilância na Guarnição da Vila Militar.
9.16 SISTEMA RÁDIO DIGITAL TRONCALIZADO (SRDT)
O Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT), equipado com criptografia e
GPS (The Global Positioning System), com interação com o Sistema Pacificador, foi
instalado no Rio de Janeiro para operação na Copa do Mundo FIFA 2014, em
substituição ao antigo Sistema Rádio Troncalizado EDACS (The Enhanced Digital
Access Communication System) do CML.
Porém, sua área de cobertura, quantidade de terminais rádio e sistema de
processamento (Master Site) precisaram ser ampliados para atender às necessidade
operacionais do CGDA.
O SRDT se apresentou como o principal meio de comunicações do CGDA.
Suas características principais como instantaneidade, segurança e mobilidade
qualificaram esse meio como o principal difusor de informações que subsidiaram a
tomada de decisões, administrativas e operacionais.
O SRDT, durante os Jogos, operou com a seguinte configuração:
a. 5.000 (cinco mil) terminais rádio, sendo 1.300 destinados à FNSP
em compartilhamento do Sistema;
b. 02 (dois) Master Sites para comutação, processamento e controle do
Sistema, sendo um principal e outro de redundância;
c. 03 (três) Estações Rádio Base (ERB) com 12 canais;
d. 05 (cinco) Estações Rádio Base (ERB) com 6 canais; e
e. 03 (três) ERB transportáveis com 6 canais.
163
O SRDT configurado para operar nos JOP Rio 2016, exceto pela redução na
quantidade de terminais rádio, permanece em plena operação no Rio de Janeiro
atendendo as necessidades operacionais do CML em suas operações de GLO,
tornando-se também um grande legado para a Força Terrestre.
A Figura 100 ilustra os terminais rádio do Sistema e, a Figura 101, a
topologia do Sistema com suas Estações Rádio Base (ERB).
Figura 100 – Terminais rádio veicular, portátil e fixo do SRDT
Fonte: 2o CTA
Figura 101 - Diagrama das ERB do SRDT
Fonte: o autor, a partir de informações do 2o CTA, BEsCom e CML
164
10. CONCLUSÃO
O País, no período 2007 - 2014, realizou 06 (seis) Grandes Eventos, de
repercussão internacional, esportivos, religioso e político. Mas nada se comparou
aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Eles foram o Mega Evento: na sua
complexidade, nos seus vários desafios e na sua maior dimensão. O Brasil teve a
honra de ser o primeiro país da América do Sul a sediar uma Olimpíada, a maior
festa do esporte na principal cidade turística brasileira. Os números surpreendem.
Nada comparável na história desta nação.
A Segurança Pública e a Defesa Nacional destacaram-se como áreas
cruciais para realização dos Grandes Eventos em ambientes pacífico e seguro. Ao
longo desse período, o Ministério da Defesa e o Exército Brasileiro fizeram
investimentos para implantar um Sistema de Comando e Controle que pudesse
aumentar e prover informações para construção, compartilhamento e manutenção
da consciência situacional e que ficasse de legado para emprego em futuras
operações, em especial, nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
No entanto, o legado deixado por esses eventos não foi suficiente para
atender as demandas operacionais dos Jogos Olímpicos. Além disso, o conturbado
cenário internacional e as condições políticas e econômicas no Brasil nos anos de
2015 e 2016, às vésperas do evento, exigiram reavaliação e adequação dos
planejamentos de segurança e da infraestrutura do Sistema de Comando e Controle
para redução das ameaças e impactos à imagem do País.
Para isso, foram desenvolvidos projetos para implantação de novos serviços
e recursos de TIC, nova infraestrutura de rede, física e lógica, e novos processos de
governança de TI e de gestão de projetos.
Uma das premissas fundamentais do planejamento do SC2 era de que todos
os serviços e infraestruturas se transformassem em efetivo legado para emprego
pela Força Terrestre e EMCFA/MD (Comando Conjunto) nas futuras operações
interagências e de GLO na cidade do Rio de Janeiro.
O legado a ser deixado pelos Jogos já era uma preocupação do Exército
Brasileiro. Os objetivos do CGDA eram: efetividade na aplicação dos recursos
públicos, cumprimento das orientações emanadas pelos Órgãos de Controle Interno
e Externo e pelo Ministério Público e, ainda a possibilidade real de contar com um
Sistema de Comando e Controle no "estado da arte" para futuras operações de GLO
165
e interagências em uma cidade com histórico de emprego constante das Forças
Armadas.
O objetivo geral deste trabalho, de identificar o legado, tangível e intangível,
do SC2CGDA nos JOP Rio 2016, e deixado para emprego pela Força Terrestre na
cidade do Rio de Janeiro, foi plenamente atingido.
O significativo e relevante legado tangível foi caracterizado pelos projetos
implantados e equipamentos adquiridos. Da análise realizada ao longo deste
trabalho, obtém-se a seguinte síntese acerca do legado tangível deixado pelos
Jogos:
a. Criação do Catálogo de Serviços de TI;
b. Operação com 02 (dois) pontos de presença da EBNet (contrato
com a empresa Oi), no 2o CTA/PDC e 2o CTA/VMI;
c. Plena interoperabilidade com a Rede Operacional de Defesa
(ROD) do MD;
d. Compartilhamento da Rede Nacional de Pesquisa (RNP);
e. Entroncamento dos CC2 do CML, da SSP/RJ (CICC/RJ) e da
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (CORIO);
f. Acesso pleno às imagens geradas pelo CICC/RJ e CORIO;
g. Modernização e ampliação da Rede Metropolitana do Rio de
Janeiro;
h. Modernização dos Sites de Telecomunicações da Rede
Metropolitana do Rio de Janeiro;
i. Modernização e ampliação dos Backbones Regional, Principal e da
Vila Militar;
j. Compartilhamento da rede de dutos subterrâneos da Embratel na
Vila Militar;
k. Compartilhamento da Rede COMEP;
l. Aquisição de equipamentos de TI e de segurança da informação
para as OM do CGDA;
m. Implantação das novas instalações dos Datacenters Principal e
Secundário do 2o CTA;
n. Implantação da Sala de Gerência de Redes do 2o CTA;
o. Implantação das novas instalações do Centro de Coordenação de
Operações (CCOp) do CML;
166
p. Implantação das novas instalações do Centro de Comando e
Controle do Cmdo 1a DE, operando, também, como Central de Vigilância e
Monitoramento Eletrônico da Vila Militar;
q. Modernização do Sistema Pacificador;
r. Modernização e ampliação da infraestrutura do Sistema de
Segurança da Informação do 2o CTA;
s. Desenvolvimento e implantação do SISCAU nas OM;
t. Implantação do Sistema de Aquisição, Armazenamento,
Transmissão e Processamento de Imagens no 2o CTA;
u. Implantação do Sistema de Vigilância e Monitoramento Eletrônico
da Vila Militar; e
v. Ampliação do Sistema Rádio Digital Troncalizado (SRDT) do CML.
O legado intangível foi caracterizado pelo conhecimento e aprimoramento
adquiridos pelos militares no planejamento, gestão, gerência e operação da
infraestrutura do STIC/SC2CGDA. Da análise, obtém-se a seguinte síntese acerca
do legado intangível deixado pelos Jogos:
a. Consolidação do processo de governança de Comando e Controle
do CML, 2o CTA e BEsCom, com definição clara e objetiva das funções: executiva,
técnica e operacional;
b. Consolidação da capacidade do CML, 2o CTA e BEsCom de se
adequarem a novas demandas operacionais em curto espaço de tempo, tanto no
planejamento, quanto na contratação e execução dos projetos;
c. Aumento da expertise no planejamento dos SC2 para operações de
GLO e interagências;
d. Aumento da expertise nos processos de elaboração de projetos,
contratação, gerência e fiscalização de projetos, gerência de sistemas e
manutenção;
e. Aumento da expertise na negociação, em nível técnico-gerencial,
com os órgãos de segurança e demais agências envolvidas em eventos dessa
natureza;
f. Consolidação da sinergia entre o corpo técnico do 2o CTA e os
militares do BEsCom e das demais OM da Arma de Comunicações;
167
g. Consolidação da expertise e vocação do 2o CTA e BEsCom em
apoio a operações de GLO e interagências; e
h. Capacitação do corpo técnico do CML, 2o CTA e do BEsCom.
Desta forma e face ao exposto ao longo deste trabalho e à luz da síntese
realizada neste capítulo, conclui-se que o problema proposto foi devidamente
investigado e a hipótese formulada foi comprovada. O legado deixado pelos Jogos
foi expressivo, significativo e está sendo de grande utilidade para o CML e
EMCFA/MD para emprego nas operações realizadas na cidade do Rio de Janeiro
de: GLO, interagências, de Forças de Pacificação e de apoio em desastres naturais.
A infraestrutura de rede e os serviços de TIC, contratados e implantados
para operação nos Jogos, realmente estão em plena operação pelo CML e nas
operações conjuntas coordenadas pelo EMCFA (sob gestão operacional do CML).
Atestou-se que os mesmos foram empregados pelo Comando Conjunto nas
operações de GLO Carioca e São Cristovão e estão, no momento, sendo
empregados na Operação Furacão e na Intervenção Federal na área de Segurança
Pública no Estado do Rio de Janeiro.
Destaca-se, também, que esse mesmo legado está sendo amplamente
empregado pelo 2o CTA na prestação de serviços de telemática a todas as OM de
sua área de atuação (1a Região Militar - estados do RJ e ES), provendo as Unidades
com serviços de TIC com confiabilidade, segurança e alta disponibilidade.
O Exército Brasileiro pode se orgulhar do seu planejamento ter sido
integralmente executado, tornado-se um verdadeiro legado, e de possuir, hoje, não
só um Sistema de Comando e Controle moderno, eficiente e seguro para emprego
pela Força Terrestre nas operações a serem realizadas na cidade do Rio de Janeiro,
mas ter formado, também como legado dos Jogos, uma equipe técnica e
operacional capacitada, com expertise e com vocação para essas missões.
____________________________________
SERGIO HENRIQUE SIRUFO - Cel QEM
168
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