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SISTEMA DE AQUISICÃO DE DADOS BASEADO EM T~CNICAS DE INTELIGENCIA ARTIFICIAL FREDERICO NOVAES TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA OCEÂNICA. Aprovada por: I / Prof. Tiago Alberto Piedras Lopes, M.Sc. (Presidente) Prof. Antonio Almeida Pinho, D.Sc. py: +7. V r Arthur Palmeira Ripper Neto, Ph.D, Rio de Janeiro, R J - BRASIL AGOSTO DE 1990

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SISTEMA DE AQUISICÃO DE DADOS BASEADO EM

T~CNICAS DE INTELIGENCIA ARTIFICIAL

FREDERICO NOVAES

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO D E JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU D E MESTRE

EM CIÊNCIAS E M ENGENHARIA OCEÂNICA.

Aprovada por: I

/ Prof. Tiago Alberto Piedras Lopes, M.Sc.

(Presidente)

Prof. Antonio Almeida Pinho, D.Sc.

py: +7. V r

Arthur Palmeira Ripper Neto, Ph.D,

Rio de Janeiro, R J - BRASIL

AGOSTO D E 1990

NOVAES, FREDERICO

SISTEMA DE AQUISICÃO DE DADOS BASEADO EM

TÉCNICAS DE INTELIGENCIA ARTIFICIAL. [Rio de

Janeiro] 1990

XI, 86 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc., Engenharia

Oceânica, 1990).

Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,

1. Aquisição de dados I. COPPE/UFRJ 11. Título (série).

A Minha esposa Silene;

minha mãe, Wanda;

à memória de meu pai, Walt er;

e à meus filhos Priscilla, Rodrigo

e ao que está por vir.

Agradecimentos

A minha mãe pela educação e incentivo em todos os momentos de

minha vida,

A minha esposa Silene, pelo amor, compreensão e o apoio nos

momentos difíceis deste trabalho, e também por ter me da.do dois filhos lindos.

Aos meus filhos Priscilla e Rodrigo por terem vindo ao mundo como

meus filhos,

Ao meu próximo filho que da segurança do útero d a mãe me deu

forças para finalizar esta tese.

Ao meu orientador, Professor Tiago, por sua orientação e exemplo de

trabalho e dedicação.

Ao professor Pinho pela co-orientação no desenvolvimento d a parte

de Inteligência Artificial deste trabalho e pelas brilhantes aulas de I.A. por ele

ministradas.

Ao professor Severino pelo exemplo de dedicação, vontade,

competência, amizade e caráter, e também pelo incentivo irrestrito ao

desenvolvimento desta tese,

Ao engenheiro Troyrnan pela criteriosa revisão do texto dessa tese,

Aos engenheiros eletrônicos Evaldo e Alexandre pela @ande ajuda no

desenvolvimento do so.ftzuare e pelo desenvolvimento do hardwere na. parte

experimental desta tese, sem os quais seria extremamente difícil a conclusão desta.

Aos funcionários do Laboratório de Estrutura3 Kavais pelo apoio no

desenvolvimento desta tese.

A FINEP pelo financiamento dos equipamentos necessários ao

desenvolvimento deste trabalho e ao CNPq pela concessão da bolsa de mestrado.

A COPPE, pelo excelente nivel dos cursos e professores nos programas

de Engenharia Oceânica, Engenharia de Sistemas e Engenharia Civil, propiciando

àqueles que querem se a.primorar o contato com profissionais competentes e

atenciosos.

RESUMO DA TESE APRESENTADA A COPPE /UFRJ COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSARIOS PARA OBTENÇAO DO GRAU DE MESTRE

EM CIÊNCIAS (M. SC.).

SISTEMA DE AQUISLC~O DE DADOS BASEADO EM

TÉCNICAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

FREDERICO NOVAES

Agosto de 1990

Orientadores: Prof.: Tiago Alberto Piedras Lopes

Prof,: Antonio de Almeida Pinho

Neste trabaIho é apresentado o desenvolvimento de um sistema de

aquisição de dados baseado em técnicas de Inteligência Artificial. O objetivo

deste sistema é permitir a obtenção de informações sobre o comportamento

dinâmico de estruturas offshore, pois, devido à característica aleatória das forças

de excitação, torna-e necessário o registro de dados por longos períodos de

tempo.

ABSTRACT O F THESIS PRESENTED T O COPPEfUFRJ AS PARTIAL

FULFILLMENT O F REQUIREMENTS FOR THE DEGREE O F MASTER O F

SCIENCE (M. Sc,).

A DATA ACQUISITION SYSTEM BASED ON AN ARTIFITIAL

INTELIGENCE APROACH

FREDERICO NOVAES

August of 1990

Thesis Supervisors: Prof.: Tiago Alberto Piedras Lopes

Prof.: Antonio de Almeida Pinho

Department: Ocean Engineering

In this report are presented the steps for developing a data acquisition

system based on an Artificial Intelligence aproach. The aim is to get access to

data. from the dynamic behavior of offshore structures, since due to the random

charact erist ics of the excitation forces, it is necessary to record t ransducer signals

for long periods of time.

C APÍTULO I - Introdução:

1.1 - Histórico

1.2 - A Concepção do SIAD

CAPÍTULO I1 - Carz t erísticas da Aquisição de Dados Experimentais

2.1 - Pré-processamento de Dados

2.1.1 - Aquisição de Dados

2.1.2 - Conversão Analógico-Digital

2.1.2.1 - Quantizqão

2.1.2.2 - Amostragem no Domínio do Tempo

2.1.3 - Conversão para Unidades de Engenharia

2.1.4 - Correção de Pontos EspUrios

2.1.5 - Remoção de Tendências

CAPITULO I11 - Aplicação de Inteligência Artificiai: Sistemas Especialistas

3.1 - Inteligência Artificial - Uma Perspectiva Histórica

3.1.1 - O Computador como Extensão do Cérebro

3.1.2 - Primeiros Trabalhos em I.A.

3.1.3 - Pressupostos das Pesquisas em IA.

3.1.4 - Atitudes Humanas que Resistem à Formalização

3.1.5 - Alternativas aos Pressupostos

3.1.6 - Classificação das Atividades Inteligentes

3.1.7 - Fatores que Propiciaram o finascimento da I.A.

3.1.8 - areas de Desenvolvimento da. IA.

3.2 - Sistemas Especialistas - Conceito

3.2.1 - Base de Conhecimento

3.2.2 - Motor de Inferência

3.2.2.1 - Encadeamento Progressivo

3.2.2.2 - Encadeamento Regressivo

3.2.3 - Int erface com o Usuhio

3.3 - Uma Classificação dos Sistemas Especialistas

3.3.1 - Controle (Automação Inteligente)

3.3.1.1 - Laço Aberto

3.3.1.2 - Laço Fechado

3.3.2 - Desenvolvimentos de Produtos

3.3.3 - Diagnóstico

3.3.4 - Planejamento

3.3.5 - Predição

3.4 - Ferramentas para a Construção de S.E.

3.4.1 - Consistência e Completude destas Bases

3.4.2 - Adequqão do SfaelZ

3.4.3 - Minimizaçk das Interfaces

3.4.4 - Estabelecimento de Heurísticas

3.4.5 - Confiabilidade dos Resultados

3.5 - O SIAD como Sistema Especialista

3.5.1 - Motor de Inferência do SIAD

3.5.2 - A Base de Conhecimento do SIAD

3.5.2.1 - Base de Fatos

3.5.2.2 - Base de Regras

CAPITULO 4 - Aquisição de Dados Utilizando-se Técnicas de I.A.

4.1 - Conversores Analógico-Digit ais

4.2 - Componentes do SIAD

4.2.1 - Trarisdutores

4.2.2 - Condicionadores de Sinais

4.2.3 - Filtros

4.2.4 - Placa de Conversão Analógico-Digital

4.2.5 - Microcomputador

4.2.6 - Armazenamento dos Dados

4.2.7 - Transferência dos Dados Gravados

4.2.8 - Ut ilizaçk do Modem

4.3 - Descrição do SIAD

4.3.1 - Aquisição Propriamente Dita

4.3.2 - Entre Duas Aquisições

4.4 - Comunicação de Dados

4.4.1 - Histórico

4.4.2 - Funcionamento

4.4.3 - Operações

4.4.3.1 - Operação Não Assistida

4.4.3.2 - Proteção Para o Ambiente Remoto

4.4.3.3 - Comandos Utili%ários de Acesso Remoto

CAPITULO 5 - Processamento de Sinais

5.1 - Coleta das Informações

5.2 - Processamento no Domínio da Frequência

5.3 - Processamento no Domínio do Tempo

CAPÍTULO 6 - Coment kios e Conclusões

6.1 - Comentários

6.2 - Conclusões

Referências Bibliograbficas

1.1 - Histórico

Os trabalhos experimentais requerem uma demanda de

equipamentos e de mão de obra muito grande. O Laboratório de Estruturas

Navais d a COPPE/UFRJ realiza diversos trabalhos nesta área,

Um dos trabalhos realizados por este laboratório foi uma

medição de altura e direção de ondas, que permitiu a caracterização das condições

do mar na bacia de Campos, que durou aproximadamente 12 meses. Um outro

trabalho realizado, na mesma época, foi a monitoração de vibração da estrutura de

uma plataforma de petróleo, que durou perto de dois anos, porém com frequência

de medições menor do que a medição de mar.

A finalidade destas medições na estrutura da plataforma é

avaliar o seu comportamento dinâmico, Isto é conseguido com as medições de

deslocamento e tensões em pontos escolhidos da estrutura. Com estes parârnet ros

e com a ajuda de cálculos estruturais que especificam o quanto um determinado

deslocamento influenciou em um outro local, é possível avaliar o dano de fadiga

que é, em última instância, a vida útil de um determinado componente da

estrutura estudada,

A Figura 1.1 representa um exemplo de uma plataforma

monitorada com as cargas que nela atuam. Podemos observar a influência das

ondas, da corrente marítima, do sento e das cargas operacionais como o peso do

helicóptero e de cargas deslocadas por guindaste, Estas cargas sã.0 aleatórias e

difíceis de serem avaliadas. Devido a esta característica aleatória, as medições de

tensão e deslocamento devem ser realizadas por um período de tempo o mais

extenso possível. Como nã,o é possível se fazer medições inint erruptament e,

tenta-se obter aquelas informações durante o maior período de tempo possível,

para que as conclusões tenham confiabilidade estatística.

Devido à quantidade muito grande de informações armazenadas

desta maneira, são necessários equipamentos especiais, resistentes às condições

adversas da plataforma e técnicos qualificados e disponíveis para permanecerem

trabalhando por um período de tempo grande em sistema de rodízio enquanto

durar a medição.

Quando a PETROBR~S resolveu realizar a medição de

vibração estrutural de maneira contínua, resolvemos elaborar um sistema que

pudesse substituir os operadores dos equipamentos de maneira a não perder

eficiência nem dados.

FIGURA 1.1 - Exemplo de Plataforma Monitorada

1.2 - Concepção do SIAD

Para minimizar os problemas apresentados anteriormente,

houve a necessidade de se criar um sistema para aperfeiçoar a técnica de aquisição

tornando-a automática e minimizando a presença de um técnico especializado no

local d a aquisição. Para se substituir este técnico, é necessário elaborar um

sistema que: ligue todos os equipamentos; verifique os sinais a procura de algum

problema; faça a aquisição em intervalos de tempo definidos e armazene os sinais

adquiridos, sendo que a capacidade de armazenamento deve ser suficiente para que

o sistema permaneça operando durante o maior período de tempo possível.

Pensamos, então, em criar o SIAD (Sistema Inteligente de

Aquisição d e Dados). O termo inteligente foi empregado devido ao fato de

utilizarmos técnicas de Inteligência Artificial e Sistemas Especialistas, que

veremos adiante; para que o sistema opere sozinho, realizando o trabalho do

especialista.

Os diversos módulos que compõem o SIAD foram sendo criados

com o passar do tempo, enquanto pensávamos em como seria a parte inteligente,

O módulo que realiza a aquisição propriamente dita foi

implementado utilizando-se as técnicas e limitações que compõem o

pré-processamento e a aquisição de sinais no domínio do tempo, como mostra o

Capítulo 2,

Utilizando+e as técnicas de Inteligência Artificial e Sistemas

Especialistas, cujos conceitos serão mostrados no Capítulo 3, conseguimos

construir a Base de Fatos e de Regras do SIAD e o testamos, preliminarmente, em

um gerenciador de Base de Conhecimento.

O SIAD se caracteriza por ser um programa controlador de

diversos módulos e de direcionar a execução para o módulo específico que a

situação exige, além de não ser necessária a presença do usuário como na maioria

dos programas. Uma explicação detalhada do funcionamento do SIAD e de seus

componentes será apresentada no Capítulo 4.

Os módulos que formam o SIAD, foram elaborados nas

linguagens mais adequadas para cada caso. Os módulos que fazem a aquisição

foram escritos em PASCAL. Os módulos gráficos e o módulo que realiza a análise

no domínio do tempo foram escritos em BASIC. O módulo que realiza a análise

no domínio da frequência foi escrito em FORTRAN,

CAPÍTULO 2

CARACTER~STICAS DA AQUISICÃO DE DADOS EXPERIMENTAIS

2.1 - Pré-processamento de Dados

A finalidade desse capítulo é sumarizar as condições básicas que

têm lugar entre a aquisição e a análise de sinais. O processamento dos sinais é

muito dependente do fenômeno físico representado pelos dados e dos objetivos do

processamento, em termos de engenharia.

Em geral, os passos intermediários podem ser divididos em [I]:

1. aquisição de dados;

2. conversão analógico-digit al;

3. conversão para unidades de engenharia;

4. correção de dados espúrios;

5. remoção de tendências.

2.1.1 - Aquisição de Dados

A partir da captação da ocorrência física com um transdutor, a

aquisição de sinais pode incluir a transmissão e o armazenamento dos sinais.

O sistema de armazenamento mais conveniente é a gravação em fita

magnética, pois pode guardar e reproduzir de forma analógica uma grande

quantidade de dados. Outra alternativa muito ut iliaada atualmente, é a

gravação digital através de microprocessadores.

2.1.2 - Conversão Analógicc+Digital

Digitalizar um sinal analógico significa representá-lo por um

conjunto de palavras em código binário equivalentes à média do sinal

amostrado em intervalos regulares de t ernpo, Dois processos estão

envolvidos: a quant ização e a amost ragem.

Enquanto a amplitude de um nível analógico passa por todos os

níveis possíveis, com resolução infinita, o número de níveis por que

passa o sinal digitalizado depende de quantos bits possui a placa de

conversão A/D.

A distribuição das amplitudes de um sinal digitalizado não é

mais contínua, porém discreta, Na maioria dos casos práticos, o erro é

completamente aleatório com distribuição de probabilidades definida

por:

Assim a média ? é zero, pois P(E) é simétrica em relação a

E = O, e a variância é dada por:

Isto significa, por exemplo, que, se as amplitudes forem

quantizadas numa faixa com 256 pontos, o valor da relação

ruído/sinal é 0,29/256 0,001, Verifica4e que, para a maioria das

aplicações, o erro de quantização é negligenciável.

2.1.2.2 - Amostragem no Domínio do Tempo

A Figura 2.1 demonstra como uma função é amostrada no

tempo por uma função pulso com frequência de amostragem f, = '/Ta.

A cada período Ta é tomada uma amostra que corresponde à média

das amplitudes no intervalo At, Cada amostra será dada por uma

palavra em código binário,

INTERVALO

s (tl af (tl 9

FIGURA 2.1 - Exemplo de Amostragem

Um erro de importância extremamente relevante em

processamento e análise de sinais é o erro de identificação (abiastng

~ T T Q T ) .

A Figura 2.2 ilustra o fato de que várias funções senoidais

podem ser interpretadas pelo sistema de digit alização de maneira

equivalente.

Para se resolver este problema, a frequência de amostragem f,

deverá, ser fixada de tal maneira que f, ) 2f,, onde f, é a frequência de

interesse mais alta no sinal, a denominada frequência de Nyquist ,

SINAL DE AMOSTRAGEM FREQUÊNCIA fn

X

SINAL INFERIDO ERRONEAMENTE

TEMPO

AMOSTRAGEM

FIGURA 2.2 - Sistema de Digitalização em diversas ondas senoidais

Para se assegurar que o sinal não contém frequências acima da

frequência de Nyquist, o mesmo deve passar por um filtro passa-baixa

com frequência de corte igual a frequência de Nyquist, antes de ser

amostrado.

Como um filtro ideal não existe, a sua faixa de operação deve

ser levada em consideração. Na prática usa+e:

Se um s ina contém frequências de O a fU Hz, para que ele possa

ser recuperado após a digitalização, é necessário que o período de

amostragem At seja tal que:

2.1.3 - Conversão para Unidades de Engenharia

Os dados processados só poderão ser usados convenientemente

se for estabelecida uma relação entre suas amplitudes e as grandezas físicas a

que se referem. Para isto, é comum usar-se um dos procedimentos a seguir:

- cdibração por níveis;

- calibração senoidal.

Em ambos os casos, o transdutor é ligado a um calibrador e é

registrado o sinal de saída do sistema de medição,

- Calibrqão por Níveis

Uma série de níveis de voltagem, dos quais se conhece a relação

com as grandezas físicas, é introduzida no processador e digitalizada.

- Calibrqão Senoidal

A calibração senoidal é feita pela injeção de uma onda senoidal

de amplitude conhecida no sistema, registrando-se e digitalizando-se

vários períodos,

2.1.4 - Correção dos Pontos Espúrios

Pontos espúrios podem ser introduzidos nos dados pelo sistema

de aquisição, tanto devido a uma falha na digitalização ou falha no

equipamento ou captação de sinais estranhos do meio ambiente, ou mesmo

perda do sinal na transmissão. Se estes pontos não forem identificados e

substituídos, podem trazer consequências sérias, como uma estimativa errada

de Densidade Espectral de Potência.

A maneira mais simples de se eliminar estes pontos é

substituí-10s manualmente. Entretanto pode-se implementar um sistema

automático através de um programa elaborado para este fim. Um destes

procedimentos consiste no seguinte:

a) guarda-e o sinal original;

b) obtém-se uma sequência digital xn;

c) obtém-se o quadrado de < formando-se a sequência

que chamaremos (FJ2;

d) obtêm-e uma outra sequência, que chamaremos xi;

e) checa-se cada ponto x,,, da sequência original,

considerando-se bom todo o ponto que tornar verdadeira

a expressão:

(S. 4)

onde F: = xi /N - (FJ2 é um valor atualizado da variância e k deve ser

escolhido entre 3 e 9, sendo 6 um valor inicial para a maioria dos casos. Se o

ponto xntl não for aceito ele poderá ser substituído por ext rapolação.

6 necessário que se determine antes o número de extrapolações

máximas sucessivas, para que, após uma sequência de pontos ilegítimos, não

se venha a eliminar um ponto realmente bom. O procedimento acima é

usado quando se acredita que os dados não devam conter muitos pontos

dispersos.

2.1.5 - Remoção de Tendências

De maneira geral, dois tipos de tendências podem estar

presentes nos dados. No primeiro caso, dados que deveriam ter média zero

apresentam um valor diferente, Quando isto acontece a média deve ser

subtraida dos dados. O segundo caso é uma oscilação de baixa frequência

int roduzida por ruído dos equipament os. Este problema, quando verificado,

pode ser resolvido usando-se um filtro passa+lta adequado,

APLICACAO DE INTELIGENCIA ARTIFICIAL:

SISTEMAS ESPECIALISTAS

3.1 - Inteligihcia Artificial - Uma Perspectiva Histórica [2]

3.1.1 - O Computador como ExtensZo do Cérebro

Fazer o computador realizar tarefas simples e repetitivas como

por exemplo, computar uma grande quantidade de operações aritméticas, é

uma tarefa relativamente simples e naturalmente a máquina as executa mais

rápida e precisamente do que um ser humano.

Entretanto, tentar elaborar um programa para simular o

pensamento e a inteligência do homem é tarefa ainda impossível. O próprio

conceito de inteligência, por ser relativo, contribui para esta impossibilidade.

Em 1959 Turing [3] definiu um teste, que levou o seu nome,

para determinar se uma máquina possui inteligência ao nível humano. Neste

teste, dois humanos, A e B, e um computador, C, são colocados em um

ambiente de forma que não haja comunicação entre eles, a não ser através de

um dispositivo do tipo terminal de computador. O humano A representa o

papel de interrogador e seu objetivo é descobrir, analisando as respostas de B

e C, qual deles é o computador, Caso A não consiga determinar, com uma

margem mínima de certeza de 50 %, qual dos dois (B ou C) é o outro

humano, e este resultado for confirmado por outras pessoas representando os

papéis de A e B, diz-se que o computador C passou pelo teste de Turing, e

que simula a inteligência humana,

Obviamente este experimento nunca foi tentado na prática,

pois nenhuma máquina passaria por este tipo de teste, devido à sua pouca

capacidade de memória e à arquitetura das atuais máquinas.

3.1.2 - Primeiros Trabalhos em Inteligência Artificial

a) Tradutor Automático Inglês-Russo - Oct tinger (1956)

b) Logic Theorist - Newell, Shaw e Simon (1957)

c) GPS - General Problem Solver - Newell, Shaw e Simon (1959 a 1967)

d) St udent - Bobrow - resolvia problemas de álgebra elementar

Todos os trabalhos tinham em comum um início auspicioso e

bastante ambicioso para, durante a elaboração, esbarrar em obst áiculos

intransponíveis, Não era difícil construir um programa que executasse uma

tarefa, mas parecia impossível fazer com que a máquina a executasse bem,

isto é, torná-la competitiva, em termos qualitativos, com o ser humano,

3.1.3 - Pressupostos das Pesquisas em I.A.

As pesquisas em Inteligência Artificial se baseavam

implicitamente em alguns pressupostos:

a) Biológko - acreditava-se que se poderia modelar o cérebro humano

em um computador digital; algumas dificuldades derrubaram este

pressuposto, tais como por exemplo, a diversidade, a simultaneidade,

a interatividade e a complexidade do cérebro humano que é, no

mínimo, dez vezes superior a qualquer computador,

b) Psicológico - acreditava-se que a mente humana poderia ser simulada

por um programa; Simon em 1959 afirmou "Em dez anos, as teorias

psicológicas assumirão a forma de um programa de computador";

Neisse, por sua vez, afirmou o seguinte: "A tarefa de

um psicólogo que tenta compreender a cognição humana é análoga à

de alguém que tenta descobrir como um computador foi programado"

Epistemológico - acreditava-se também que todo o conhecimento do

homem podia ser formalizado; tomando-se como contra exemplo a

linguagem, sabe-se que ao ser humano é possível compreender uma

frase na qual uma regra gramatical foi infringida; porém, para que um

computador possa compreender uma infração de regras, é necessibio

uma formalização da linguagem para a qual são necessárias regras

gramaticais, meta-regras que regulem a sua aplicação,

meta-meta-regras que regulem a aplicação destas e assim

sucessivamente; isso parece impossível para um computador, mas é

simples para o ser humano.

3.1.4 - Comportamentos Humanos que h s i s t em a Formalização

a) Consciência Marginal - um programa de computador bem elaborado

considera vinte e seis mil alternativas em um jogo de xadrez, enquanto

um mestre considera duzentas e realiza um lance melhor; o

tique-taque de um relógio, que só é percebido quando cessa, também é

um exemplo de consciência marginal; um outro exemplo é uma pessoa

perceber o rosto de uma outra conhecida no meio da multidão, mesmo

sem a estar procurando.

b) Tolerância a Ambiguidades - para reduzir a ambiguidade, o ser

humano considera o contexto, sem que para isto necessite de uma

formalização; por exemplo, no reconhecimento de escrita cursiva ou na

compreensão de frases como "ele segue Freud" ou "fique perto de

mim",

c) Discriminação entre o Essencial e o não Essencial - na resolução de

problemas o homem separa o essencial do conjunto de dados que

acompanha o problema em questão, o que é extremamente difícil de se

implementar em um programa, e relativamente simples para o

homem.

d) Reconhecimento de Similaridades - é possível ao ser humano

reconhecer uma pessoa mesmo que não a veja há muito tempo,

3.1.5 - Alternativas aos Pressupostos

Existe no ser humano um horizonte interior, uma antecipação

pré-delineada, parcialmente indeterminada, de dados parcialmente

indeterminados, Por exemplo, para o homem o significado do todo precede o

dos elementos; os traços individuais adquirem significado em função de uma

antecipação determinada do conjunto. O sentido de uma frase é

compreendida sem que sejam examinados os significados de cada palavra que

a compõe. O comportamento humano pode ser regular sem ser normativo,

além de ser função das necessidades do ser humano.

3.1.6 - Classificação das Atividades Inteligentes

Area I - Comportamento associat ivo elementar, onde o significado e o

contexto são irrelevantes.

Exemplos:

- jogos de memória associativa;

- jogos solucionados por tentativa e erro;

- dicionário mecânico,

Solução:

- árvores de busca;

- busca em tabelas.

Area I1 - Comportamentos formais simples, onde os significados são

complet m e n t e explícitos e independentes do contexto.

Exemplos:

- jogos computáveis ou quase computáveis (velha);

- problemas combinat órios simples (labirinto);

- prova de teoremas utilizando-se procedimentos mecânicos

(lógica);

- reconhecimento de configurações rígidas simples (leitura de

página impressa).

Solução:

- procedimentos exaustivos de busca.

Area 111 - Comportamentos formais complexos, onde os significados

não são totalmente explícitos nem totalmente independentes do

contexto.

Exemplos:

- jogos incomput áveis (xadrez);

- problemas combinatórios complexos (planejamento);

- demonstração de teoremas que exijam procedimentos não

mecânicos, como intuição;

- reconhecimento de configurações complexas (fotografias de

satélites);

Solução:

- busca heurística,

Area IV - Comportamentos não formais onde os significados

dependem completamente do contexto.

Exemplos:

- problemas mal definidos (charadas);

- problemas de estrutura aberta, nas quais não são dadas as

condições relevantes (diagnóstico médico);

- tradução de linguagem natural;

- reconhecimento de configurqões variadas e alternadas (fala,

paisagem natural, escrita cursiva),

Solução:

- Não há um procedimento para solucionax completamente tais

problemas. A solução atual é restringir o problema, para uma

porção pelo menos parcialmente formalizável e então

enquadrá-lo na Area III.

3.1.7 - Fatores que Propiciaram o Renasciment o da I. A.

a) A orientação das pesquisas no sentido de auxiliar, e não

substituir, a inteligência humana - Sistemas Especialistas,

mat emát ica semi-aut omatizada;

b) Novas arquiteturas das máquinas (processamento paralelo,

quinta geração, diálogo homem-máquina);

c) Novos ambientes de programação específicas para esta área

(linguagens Lisp, Prolog, etc.);

d) Nova metodologia de programação que separa conhecimento de

procedimento.

3.1.8 - Areas de Desenvolvimento da Inteligência Artificial

a) demonstração automática de teoremas;

b) organização do conhecimento;

c) raciocínio aproximado;

d) sistemas especialistas;

e) compreensão de linguagem natural;

f) programação automática;

g) reconhecimento de padrões;

h) jogos de estratégia;

i) otimização de sistemas de recuperação;

j) sistemas de consulta especializados;

1) robótica;

in) aprendizado.

3.2 - Sistemas EspeciaIistíbs - C~ncei to [4]

Um Sistema Especialista (S.E.) é um programa que tem por

objetivo simular a atuação de um especialista na área de sua especialidade.

Um S.E. é composto basicamente de três partes, a saber:

- uma base de conhecimento;

- um motor de inferência;

- uma interface com o usuário.

3.2.1 - Base de Conhecimento

Em um S.E. baseado em regras, a base de conhecimento é

formada normalmente de uma base de fatos e uma base de regras

propriamente dita. Na base de fatos estão os conhecimentos que o sistema

possui sobre o problema que se está tentando resolver, enquanto que na base

de regras está o conhecimento do especialista sobre a interligação dos

diversos fatos e a influência sobre o resultado do problema em questão, Na

base de fatos, normalmente, ut ilizam+e frames, redes semânticas, triplas

O-A-V (Objeto, Atributo e Valor), enquanto que na base de regras

utilizam-se normalmente regras de produção,

3.2.2 - Motor de Inferência [2]

O motor de inferência é um procedimento que faz com que a

base de regras atue sobre a base de fatos modificando-a, inferindo novos

fatos, até que se infira um fato novo que se revela a resposta ao problema

que se deseja resolver,

Existem baqicamente duas direções pelas quais o encadeamento

de inferências pode ser realizado, dando origem a duas formas de atuação do

motor de inferência:

3.2.2.1 - Encadeamento Progressivo

As inferências são realizadas a partir dos fatos (dados) em

direção aos objetivos. Essa forma de atuação é vantajosa quando:

- os dados são menos numerosos do que os

objetivos;

- os dados são obtidos de maneira automiitica

através de alguma interface com outro sistema,

por exemplo um banco de dados.

3.2.2.2 - Encadeamento Regressivo

As inferências são realizadas a partir dos objetivos em direção

aos fatos (dados), A utilização dessa forma de atuação, que é a mais

utilizada, é vantajosa quando:

- os objetivos são menos numerosos que os dados;

- deseja-se minimizar as solicitações ao usuário;

- é possível estabelecer-se alguma forma de prioridade

entre os objetivos,

O encadeamento regressivo funciona, em linha gerais, da

seguinte maneira:

Considere as regras:

R1: Se a então b

R2: Se b então c dado : a

R3: Se c então d objetivo: d

A primeira regra a ser acionada é RS; como não é possível dispará-la,

pois ' 'cii não é conhecido, procura-se uma regra com "então c" (82); como também não é possível dispará-la, procura-se uma regra com

I I então b" (R1); como "a" é um dado, solicita-se ao usuário; se "a" é

verdadeiro então são disparadas R1, 82 e R3 encontrando4e "d".

O motor de inferência deve também possuir um terceiro tipo de

conhecimento, uma heuríst ica ou meta conhecimento, que permita ao sistema

decidir qual regra deve ser disparada, quando existem mais de uma nestas

condições.

3.2.3 - Int erface com o Usuário

O contato do Sistema Especialista com o mundo exterior se faz

através da interface com o usuário, Esta interface deve possuir

procedimentos que permitam que este contato seja o mais próximo possível

da linguagem humana. A interface com o usuário deve permitir recursos

para:

- solicitar ao usuário os conhecimentos sobre o problema

em questão;

- fornecer ao usuário o encadeamento das inferências que

foram realizadas durante o processament o (rast reament o

do raciocínio);

- apresentar ao usuário os motivos pelos quais um certo

dado foi solicit d o , ou realizada uma certa inferência;

- fornecer ao usuário os resultados obtidos.

3.3 - Uma Classificação dos Sistemas Especialistas [2]

Os Sistemas Especialistas podem ser utilizados em uma ampla

variedade de aplicações. 1st o torna difícil uma classificação, porém tentaremos

apresent 5,-la baseada na resposta do sistema.

3.3.1 - Controle (Automação Inteligente)

O Sistema Especialista gerencia a operação de um sistema

físico, que tanto pode ser um motor como uma fábrica; existem dois tipos de

controle a saber: r

3.3.1.1 - Laço Aberto

O computador segue uma fórmula matemática ou um

procedimento passo a passo para provocar um comportamento

específico no sistema físico.

3.3.1.2 - Laço Fechado

O computador possui sensores que detect arn características

específicas do meio e estas informações são utilizadas pelo Sistema

Especialista para calibrar o processo de controle.

3.3.2 - Desenvolvimento de Produtos

Dado o conjunto de especificações de um produto, o Sistema

Especialista procura uma configuração que satisfaça as especificações.

3.3.3 - Diagnóstico

O Sistema Especialista estabelece um relacionamento entre um

conjunto de evidências (dados) e um conjunto de hipóteses (diagnósticos) em

uma árvore de hierarquia, indicando as hipóteses que mais provavelmente

decorrem das evidências.

3.3.4 - Planejamento

Tendo um ponto de partida, um objetivo, uma fonte de

recursos, passos intermediários possíveis e restrições, o Sistema Especialista

tenta estabelecer um caminho dentro das restrições impostas, minimizando a

utilização de recursos.

3.3.5 - Predição

Dadas as informações sobre uma situação o Sistema

Especialista tenta estabelecer uma ou mais situações que seriam

consequências da primeira.

3.4 - Ferramentas para a Construção de Sistemas Especialistas [2]

Durante a construção de um Sistema Especialista é necessário

se prever a possibilidade de alterações na base de conhecimento, como a inclusão e

a retirada de fatos e regras, principalmente, na fase de testes, Sendo assim, em

príncipio, é possível retirar todas as regras e fatos relativos a um ramo de

conhecimento e incluir novos fatos e regras relativos a outro ramo de

conhecimento. Um Sistema Especialista que possua estas condições, isto é, vazio

de fatos e regras, é o que chamamos de um shell ou gerenciador de bases de

conhecimento; um conjunto definido pelo motor de inferência, pelos arquivos

destinados a receber a base de fatos e de regras, e da interface com o usuário.

Pa.ra efeitos computacionais é suficiente, pelo menos em príncipio, construir ou

adquirir um shd , e com ele desenvolver um Sistema Especialista somente

preenchendo-o com os fatos e as regras. Esta idéia se baseia em algumas

suposições:

que qualquer base de fatos pode ser descrita segundo o

formalismo de qualquer shedt

que qualquer base de regras pode ser submetida a qualquer

motor de inferência;

que é possível a um usuário leigo em inteligência artificial

construir a base de conhecimento.

Estas suposições são, entretanto, discutíveis, principalmente a

última. A construção de bases de conhecimento segundo uma formalização

computacional, está gerando um ramo da inteligência artificial chamado de

Engenharia do Conhecimento. No caso de Sistemas Especialistas, a Engenharia

do Conhecimento tem por finalidade a construção de bases de conhecimento,

levando em conta:

3.4.1 - A Consistência e Completude destas Bases

A presença de fatores de inconsistência e incompletude na base

de conhecimento pode comprometer seriamente o desempenho de um Sistema

Especialista. Abaixo, alguns exemplos de inconsistência e incomplet ude:

a) encadeamento circular

exemplo: Se a Se b

Então b Então c

b) regras conflit ant es

exemplo: Se a Se b

Então b Então c

c) regras implícitas

exemplo: Se a Se b

Então b Então c

d) condições inacessíveis

Se c

Então a

Se a

Então não c

Se a

Então c

exemplo: S e a e b Se a

Então c Então não b

3.4.2 - A Adequação do shell

Se for escolhido um shebl para o desenvolvimento de um Sistema

Especialista, o engenheiro do conhecimento deve esta.r certo de que os

procedimentos do motor de inferência e o modelo de raciocínio aproximado

que este shekl utiliza são adequados à aplicação.

3.4.3 - A Mininiizaçk das Interfaces

O número de solicitações que o Sistema Especialista faz ao

usuário, é um dos incovenientes d a sua utilização. O engenheiro do

conhecimento deve cuidar para que o encadeamento de inferências não leve o

sistema a perguntar ao usuário fatos irrelevantes ou que poderiam ser

inferidos.

3.4.4 - O Estabelecimento de Heuristicas

No caso dos gerenciadores de bases de conhecimento de

propósito geral, é difícil a utilização de heurísticas, pois estes sistemas podem

ser utilizados para várias finalidades. No caso de gerenciadores dedicados, é

possível o estabelecimento de heurísticas que visem a redução do consumo de

recursos comput acionais.

3.4.5 - A Confiabilidade dos Resultados

A qualidade dos resultados fornecidos por um Sistema

Especialista depende fortemente dos conhecimentos do especialista e também

da construção da base de conhecimentos. Embora um Sistema Especialista

não se preocupe em fornecer resultados ótimos, o engenheiro do

conhecimento deve estabelecer condições para que a resposta do sistema

possua algum nível de confiança, principalmente, se o sistema utilizar

alguma forma de raciocínio aproximado,

3.5 - O SIAD como Sistema Especialista

O SIAD utiliza a base de fatos sob a forma de triplas O-A-V e

a base de regras sob a forma de regras de produção. No SIAD não existe o usuário

na maneira usual. As perguntas que seriam feitas ao usuário, são feitas a outras

partes do sistema que têm condições de respondê-las.

3.5.1 - Motor de Inferência do SIAD

A partir da base de fatos e da base de regras, o objetivo do

SIAD é conhecer a condição dos sinais. Na base de fatos, no objeto "Sinais"

e no atributo "Condição", temos uma série de valores que aquele objeto com

esse atributo podem assumir. O motor de inferência que está acoplado ao

SIAD, procura na base de regras uma regra com "então a condição dos sinais

é ..,". O SIAD então verifica se a primeira parte da regra é um fato, isto é,

se não existe outra regra com a parte do Então sendo a primeira parte da

regra anterior. O SIAD prosegue assim até que ele encontra um fato. Como

não há usuário, o SIAD pergunta a outras partes do sistema se aquele fato é

verdadeiro ou falso. Dependendo da resposta, o SIAD prosegue a busca ou

imediatamente informa o resultado, Se o resultado indicar que a condiçk

dos sinais não é ótima, o SIAD, sabendo qual é a condição dos sinais, desvia

a execução do programa a fim de corrigir a falha apontada pela resposta.

Após a correção do problema o comando retorna ao SIAD e o ciclo recomeça.

3.5.2 - A Base de Conhecimentos do SIAD

Para que fosse possível a realização de testes na base de

conhecimentos do SIAD, utilizamos um gerenciador de bases de

conhecimentos, As perguntas que o SIAD faria ao sistema foram feitas ao

usuário. Foram simuladas todas as hipóteses possíveis, analisando-se as

respostas e as providências que seriam tomadas. Os testes realizados

indicaram que a base de fatos e a base de regras estavam estruturadas com

perfeição. A seguir apresentaremos uma parte da baçe de fatos e da base de

regras que foram utilizadas na realização dos testes e também no sistema

definitivo.

3.5.2.1 - Base de Fatos

Objeto: Sinais

I

Atributo: Condição = {Ótima,

MédiaUmMinut oFora,

MédiaQuadrát icaUmMinut oFora,

DesvioPadrãoUmMinutoFora,

AquisiçãoTrintaMinut osNãoFeit a,

MédiaTrintaMinut osFora,

MédiaQuadrát icaTrint aMinut osFora,

DesvioPadrãoTrintaMinutosFora}

L

Atributo: Registro = {Bom, NãoBom, NãoFeit o)

Atributo: Média = { B o a , NãoBoa, 1 Atributo: MédiaQuadrática = { B o a , NãoBoa 1 Atributo: DesvioPadrão = {Bom, NãoBom }

0bjeto:TrintaMin

{

Atributo: Registro = {Bom, NãoBom, NãoFeito)

Atributo: Média = {Boa , NãoBoa 1 Atributo: MédiaQuadrát ica = {Boa , NãoBoa 1 Atributo: DesvioPadrão = {Bom, NZoBom }

3.5.2.2 - Base de Regras

SE A Média DE UrnMin É: NãoBoa

ENTAO A Condisão DOS Sinais h MédiaUmMinut oFora.

SE A Média DE UmMin É NãoBoa

ENTAO O Registro DE UmMin É NãoBom.

SE A MédiaQuadrática DE UmMin É NãoBoa

ENTAO A Condição DOS Sinais ~ MédiaQuadráticaUmMinutoFora.

SE A MédiaQuadrática DE UmMin É NãoBoa

ENTAO O Registro DE UmMin É NãoBom.

SE O DesvioPadrão DE UmMin É NãoBom

ENTAO A Condição DOS Sinais É DesrioPadrãoUmMinutoFora.

SE O DesvioPadrão DE UmMin É NãoBom

ENTAO O Registro DE UmMin É NãoBom.

SE A Aquisi~ão DE TrintaMin É NãoFeita

ENTAO O Registro DE TrintaMin É NãoFeito.

SE A Média DE TrintaMin É NãoBoa

ENTAO A Condi~ão DOS Sinais É MédiaTrintaMinutosFora.

SE A Média DE TrintaMin É NãoBoa

ENTAO O Registro DE TrintaMin É NãoBom.

SE A MédiaQuadrática DE TrintaMin É NãoBoa

ENTAO O Registro DE TrintaMin É NãoBom.

SE O DesvioPadrão DE TrintaMin fi NãoBom

ENTAO A Condigão DOS Sinais E DesvioPadrãoTrintaMinut osFora.

SE O DesvioPadrão DE TrintaMin E NãoBom

ENTAO O Registro DE TrintaMin fi NãoBom.

SE O Registro DE TrintaMin fi Bom

ENTAO A Condi@ DOS Sinais fi Ótima.

SE A Média DE UmMin É3 Boa

E A MédiaQuadrática DE UrnMin 6 Boa

E O DesvioPadrão DE UmMin fi Bom

ENTAO O Registro DE UmMin h Bom.

SE O Registro DE UmMin É Bom

E A Média DE TrintaMin fi Boa

E A MédiaQuadrática DE TrintaMin fi Boa

E O DesvioPadrão DE TrintaMin ~ Bom

ENTÁO O Registro DE Trint aMin É Bom.

CAPÍTULO 4

AQUISIGAO DE DADOS UTILIZANDO-SE TÉCNICAS DE I. A.

Neste capítulo trataremos em primeiro lugar dos equipamentos

e periféricos necessários para tornar possível ao SIAD (Sistema Inteligente de

Aquisição de Dados) realizar as tarefas necessárias com bom desempenho.

Trataremos em seguida do funcionamento detalhado do SIAD, com fluxogramas e

explicações para cada módulo que o compõe.

N a Figura 4.1 está apresentado o esquema do sistema de

aquisição de dados, considerando-se a utilização de transdutores do tipo resistivo

e condicionadores de sinais apropriados. De acordo com a características do

SIAD, os sinais proporcionais às variáveis físicas são adquiridos de forma digital,

através da utilização de conversores analógico-digit ais,

TRANSDUTORES

CONDICIONADORES DE SINAL

FIGURA 4.1- Esquema do Sistema de Aquisição de Dados

Quando é necessáxia a comunicação entre sistemas analógicos e

digitais, são requeridos conversores analógico-digitais e/ou digit al-analógicos.

Estes conversores realizam a união entre o mundo do fenômeno real onde as

variáveis são geralmente quantidades analógicas contínuas, e o mundo do

engenheiro projetista de processamento de informações digitais, onde as vaziáveis

são quantidades discretas.

O número de aplicações e tipos de conversores disponíveis

aumentou muito nos últimos anos, Em parte isto foi resultado do reconhecimento

das possibilidades dos sinais digitalisados tais como processament o e transmissão

em oposição aos sinais analógicos.

Em geral as vantagens do processamento e da transmissão de

sinais digitais repousa no aumento da precisão, imunidade a ruídos, flexibilidade

de processamento e facilidades de armazenamento.

O incremento do uso de processamento digital de sinais

analógicos está ligado ao rápido desenvolvimento de sofisticados, já não tão caros,

mini e micro=-computadores. Ao mesmo tempo, o declínio constante do preço e o

aumento progressivo do desempenho dos conversores AfD efou DfA, facilitou

àqueles computadores serem efetivamente acoplados ao ambiente analógico.

A informação digital é geralmente representada pela presença

ou ausência de uma voltagem ou nível de corrente fixas, Então, cada unidade de

informação ou bit tem dois estados, sendo eles os estados "um" e "zero".

Em uma linha simples de entrada, as informações podem ser

representadas em série pela periodicidade da troca do nível de volt agem ou estado

da linha. Um conjunto de linhas paralelas ou em agrupamentos de bits seriais

podem ser usados para representar uma palavra digital, onde o significado dessa

palavra depende do número ou símbolo designado para cada combinação de bits,

Isto é conhecido como o código, Diferentes tipos de códigos são usados em

conversores A/D e D/A (por exemplo offset binário, complemento um,

complemento dois). Para simplicidade será considerado somente o código unipolar

ou binário natural, A tabela abaixo apresenta esse código para uma palavra de

tres bits, Em geral cada palavra pode ter n bits, com o bit à esquerda, o mais

significativo (MSB), tendo um peso de 2-', o bit à direita, o menos significativo

(LSB) tendo um peso de 2-" e o i-ésimo bit (1 5 i 5 R ) tendo um peso de 2-I.

TABELA 1: Código Binário Natural para 3 bits

Valor

Decimal

o '/8

2 /8

3/8

4/8

V 8

V 8

7/8

Valor

Binário

O) O00

0,001

0,010

0,011

O, 100

o, 101

O, 110

0,111

bit 3

(LSB)

4.2 - Componentes do SIAD

4.2.1 - Transdiat ores

Como já foi explanado, os dados adquiridos são produtos de

medições de deformação e/ou aceleração obtidos através de sensores

resistivos instalados em pontos escolhidos da plataforma, Através destes

dados, depois de feita a análise, pode-se determinar a resposta dinâmica da

estrutura.

4.2.2 - Condicionadores de Sinais

Os condicionadores de sinais são equipamentos que geralmente

amplificam o sinal dos transdutores a fim de que a voltagem de saída destes

sensores tenham uma faixa de operação condizente com o resto do sistema

(filtros, conversor A/D, etc). Os condicionadores de sinais utilizados pelo

SIAD foram especialmente desenvolvidos levando em conta, as

peculiariedades do sistema.

4.2.3 - Filtros

Também foram construidos filtros passa-baixa para eliminar o

erro de aliasing para atuar especificament e na faixa de frequência desejada.

4.2.4 - Placa de Conversão Analógico-Digital

Para se viabilizar a construção do SIAD, vários obstátulos

foram superados. O primeiro foi a escolha de um conversor analógico-digital

que se enquadrasse perfeitamente nos parâmetros necessários para uma

perfeita resposta do sistema e que tivesse no mínimo 8 canais de aquisição.

Foi conseguido no mercado, depois de estudar-ise vários tipos e modelos de

conversores A/D, o modelo de placa que atualmente é utilizado que é o

fabricado pela Taurus que comporta 8 canais com sample hold e

multiplexagem e possui as seguintes características técnicas [ 5 1:

- entradas andógicas do tipo diferencial

- tempo de conversão mínimo = 6 p

- numero de canais = 8

- taxa máxima de amostragem (interrupção) = 4 KHz/canal

- taxa máxima de amostragem ( ~ o o l i n ~ ) = 3 KHz /canal

- resolução relativa = 0,5 %

- tempo mínimo de sample = 4 p

- entradas selecionáveis corrente/tensão

4.2.5 - Microcomputador

O microcomputador a ser utilizado também foi cuidadosamente

escolhido, pois ele deveria ser resistente às condições adversas da plataforma,

além de poder funcionar sem problemas durante 24 horas por dia, por um

periodo de tempo muito grande. Deveria ter condições para a instalação dos

periféricos previstos. Depois de se estudar várias propostas, foi escolhido um

microcomputador industrial que se enquadrou perfeitamente às exigências.

Foram então instalados nele todos os periféricos e se iniciou a fase de testes.

4.2.6 - Armazenamento dos Dados

Ainda na fase de testes surgiu o problema de como armazenar

os dados obtidos. O armazenamento dos sinais no disco rígido foi a primeira

solução encontrada. Porém, prevendo-se o problema da transmissão dos

dados adquiridos, pensou-se em uma unidade de fita que receberia os dados

transferidos do disco rígido após um número de registros definido, Após um

número determinado de registros gravados na unidade de fita seria mais

rápida a transferência dos registros nela gravados.

4.2.7 - Trms£erência dos Dados Gravados

Para a transferência dos dados gravados havia duas

possibilidades a serem analisadas. A transferência por homem e via modem.

A incoveniência de se usar o modem para a transferência é que o tempo para

tal transferência seria muito grande, além dos ruídos que certamente

prejudicaria a pureza dos sinais gravados. Assim sendo, resolveu-se utilizar

uma pessoa para ir a plataforma quando a fita estivesse completa e trocar a

fita por uma nova,

4.2.8 - Utilização do Modem

O uso do modem ficou restrito à inspeção do sistema, A

qualquer momento pode-se entrar em contato com a plataforma e

transferir-se alguns registros para verificar se o sistema está funcionando a

contento.

4.3 - Descrição do SIAD

O SIAD é um conjunto de programas que tem por finalidade

tornar automática a aquisição de dados, minimizando a necessidade da presença

de um técnico no local da aquisição. Para que a substituição do técnico fosse feita

com sucesso, foi necessário que o programa realizasse todas as tarefas que aquele

técnico realizaria,

No momento em que o programa principal é chamado, o SIAD

verifica a hora do sistema operacional e através de um algorítmo calcula a hora da

próxima aquisição. As aquisições são periódicas e o intervalo entre uma aquisição

e outra é uma variável do programa.

4.3.1 - Aquisição Propriamente Dita

O SIAD fica em estado de espera até que faltem dez minutos

para a aquisição. Neste momento o programa através da saída digital liga

todos os equipamentos acoplados ao sistema. Durante estes dez minutos os

equipamentos se aquecem para que no momento da aquisição eles estejam na

temperatura de operação. A figura 4.2 mostra a tela do microcomputador

nesta condição, Passados os dez minutos de aquecimento dos periféricos, é

FIGURA 4.2 - SIAD Aguardando

realizada a aquisição de controle de um minuto. A figura 4.3 mostra a tela

do microcomputador nesta condição. Um arquivo binário com estes dados é

gravado no disco rígido com um nome que depende da hora, dia, mês e ano

d a aquisição mais a terminação ".CHKH, O módulo de avaliação é ativado

para escolher, entre os oito canais adquiridos, os quatro melhores; a figura

4.4 mostra a tela deste módulo. Essa. escolha é decorrente de comparações

entre os resultados dos cálculos estatísticos realizados com os sinais.

Escolhidos os quatro canais, o SIAD cria um arquivo de texto, com o mesmo

nome do arquivo binário anterior, que contém os dados estatísticos dos oito

canais usados na escolha e os canais que foram escolhidos. O controle, então,

retoma. ao módulo principal e, através dos dados gravados no arquivo de

- -

FIGURA 4.3 - Aquisição de um minuto do SIAD

FIGURA 4.4 - Tela do Módulo de Avaliação

texto descrito acima, realiza a aquisição de trinta minutos somente dos

canais escolhidos pelo módulo de avaliação, A tela da aquisição de trinta

minutos é mostrada na figura 4.5. Durante a aquisição os dados são

gravados no disco rígido com o mesmo nome com a terminação ".ADC" e, só

depois de terminada a aquisição padrão, é que o arquivo é copiado para a

unidade de fita magnética e removido do disco rígido. Toda a operação

FIGURA 4.5 - Tela da Aquisição de Trinta Minutos

descrita acima demora aproximadamente quarenta minutos. No fluxograma

da figura 4.6 podemos acompanhar o encadeamento dos procedimentos

descritos. Este fluxograma mostra o que ocorre durante a aquisição

propriamente dita. O que ocorre entre uma aquisição e outra é o que

veremos a seguir.

4.3.2 - Entre Duas Aquisições

Depois de terminada a transferência do arquivo com os dados

da aquisição padrão, o sistema passa o controle para o módulo de

comunicação de dados. Durante todo o intervalo entre duas aquisições, o

microcomputador que fez a aquisição fica à disposição para ser operado

Aquisição de um minuto . Verificação Estatística

J. Sim

Seleção dos melhores canais

I v Aquisição de trinta minutos

I Gravacão dos Dados Adquiridos I

Espera próxima aquisição I

FIGURA 4.6 - Fluxograma do SIAD

remotamente por outro. A descrição do funcionamento deste módulo e os

motivos pelos quais ele foi implementado será descrito no próximo item.

Quando a hora da nova aquisição se aproximar, o módulo

aborta o que o programa estiver executando e retorna o comando para o

módulo principal. ,

Enquanto o programa estiver esperando a hora de uma nova

aquisição, um usuário autorizado pode interromper a execução do programa

de comunicação e operar o microcomputador como lhe convier, inclusive

utilizando programas que permitem a visualiaação dos sinais. O fluxograma

do SIAD nesta fase está apresentado na figura 4.7.

4.4 - Comunicação de Dados

4.4.1 - Hist Ór ico

O SIAD, como já foi explanado, é um conjunto de programas

que tem por finalidade tornar automática a aquisição de dados, minimizando

a necessidade de um técnico no local da aquisição. Porém, o SIAD muito

provavelmente apresentará problemas de mau funcionamento. Pensando em

detectar tais problemas a distância, já que enviar um técnico para fazer esta

verificação tornaria o SIAD menos automático, introduzimos no SIAD um

módulo de comunicação de dados. Este módulo consiste em um software

comercial chamado ZAPT [6] que é instalado em dois microcomputadores: o

microcomputador remoto, onde está instalado o SIAD, e o microcomputador

mestre que, através de modems, comanda o microcomputador remoto à

distancia.

Chamada por modem

Execucao das ordens recebidas

Espera Pro- xima Aquisicao

Acesso por usuario

I I . \ .

\ -. -. \

. 'A.

Mostra sinais Mostra sinais OUTROS no tempo na frequencia

I I I I

FIGURA 4.7 - Fluxograma do SIAD entre diias aquisições

4.4.2 - Funcionamento

O ambiente onde o ZAPT é utilizado é constituído por dois

microcomputadores tipo PC interligados por um meio de comunicação

asíncrona fulkdupiex ou hakf-duplex, que permite a transmissão de oito bits

de dados por byte. Qualquer meio de comunicação com estas características

pode ser utilizado.

O meio de comunicação é constituído de uma linha telefônica

ligada nas interfaces seriais (RS-2324) dos microcomputadores através de

modems. Os modems utilizados têm a característica de permitir a discagem

pelo programa e de responder automaticamente,

O SIAD, depois de terminada a aquisição padrão, envia o

comando para o ZAPT, O microcomputador então, permanece no estado

remoto conforme mostra a figura 4.8, esperando que a comunicação seja

efetivada. e d

Comunicacao Zapt com f i l t r o ZZ, versao 2.01 A (C)1988, Humana Inforrnatica Ltda.

[ 12: 371 Aguardando conexao [ 12: 371 Conexao estabelecida [12:371 Aguardando i n i c i a l izacao

FIGURA 4.8 - Tela de Espera do Módulo de Comunicação

Quando o microcomputador mestre é conectado ao remoto a

tela do microcomputador remoto se apresenta como mostra. a figura 4.9

enquanto o outro apresenta a tela como mostra a figura 4.10.

Comunicacao Zapt com f i l t r o ZZ, versao 2.01 A (C11988, Humana In fo rmat i ca Ltda.

C 12: 501 Aguardando conexao [12: 501 Conexao estabelecida [12:501 Aguardando i n i c i a l i z a c a o [12:501 I n i c i a l i z a c a o completa - Operacao l iberada

FIGURA 4.9 - Tela do Remoto na Comunicação

Comunicacao a t i v a 12:53 RECEBE TRANSMIT DIR-REM IDENT RET-RX RET-TX SUPR-REM RENOMEIA - i

F1: Recebe arquivo do serv idor remoto. (C)1988, Humana In fo rmat i ca Ltda.

[12: 521 Aguardando conexao [12: 521 Conexao estabelecida [12:52] Aguardando i n i c i a l i z a c a o [12:521 I n i c i a l i z a c a o completa - Operacao l i be rada

FIGURA 4.10 - Tela do Mestre na Comunicação

A primeira providência é a identificação do usuário, conforme

pode ser visto na figura 4.11. Ele deve estar cadastrado e possuir senha

própria que lhe dará acesso aos arquivos e & transferências de arquivos entre

os microcomputadores,

--> Forneca a sua I d e n t i f l c a c a o de Usuario ou CR para cancelar a i d e n t i f i c a c a o a tua l : COPPE

Forneca a sua Senha: **** [13:031 Uso 1 iberado. D i r e t o r i o remoto a tua l : A:\ (STRD)

--> A l t e r a r unidade e d i r e t o r i o remoto a tua l para C:\CHK

[ l 3 : 041 Novo d i r e t o r i o remoto: C:\CHK\ (STRD)

FIGURA 4.11 - Tela da Senha do Microcomputador Mestre

As operações que o microcomputador mestre pode realizar são

várias, mas no caso do SIAD, a principal atividade é a transferência dos

arquivos de controle, pois através deles é possível determinar se existem

problemas na aquisição. A transferência destes arquivos de controle é

relativamente rápida devido à pouca quantidade de informações que eles

contém.

A figura 4.12 mostra a tela do microcomputador mestre. O

usuário modificou o diretório remoto de A:\ para C:\CHK. A seguir pediu o

conteúdo deste diretório.

- -- --

Forneca a sua Senha: **** [13:031 Uso l iberado. D i r e t o r i o remoto atual : A:\ (STRD)

--> A l t e r a r unidade e d i r e t o r i o remoto atual para C:\CHK

[13:041 Novo d i r e t o r i o remoto: C:\CHK\ (STRD)

--> D i r e t o r i o remoto de *.CHK

D i r e t o r i o de C:\CHK\*.CHK Criacao Tamanho Duracao 1200

Arquivo Data Hora (bytes) (min aprox)

00120490.CHK I l/abr/90 0:02:08 517 O. 1 04120490.CHK 12/abr/90 4:02:08 517 O. 1 16110490.CHK l l /abr /90 16:02:08 517 0.1 20110490.CHK l l /abr /90 20:02:06 517 O. 1 ------------ ------- ------

4 a r q u i v o ( ~ ) To ta l : 2068 0.4 Disponivel: 24576

FIGURA 4.12 - Tela do Microcomputador Mestre

Na figura 4.13 vemos a tela do microcomputador mestre depois

de transmitidos os a,rquivos de controle do rnicrocomputador remoto.

--> Recebe arquivo(s) remoto(s) *.CHK em arquivo(s) l o c a l ( i s ) *.CHK

[13:071 S o l i c i t a d a a recepcao de arquivo [13:071 Recebendo 16110490.CHK (517 bytes)

N. Pacote Retransmissoes N. Erros To ta is 2 o o

[13:071 Fim da recepcao [13:07] Recebendo 20110490.CHK (517 bytes)

N. Pacote Retransmissoes N. Erros To ta is 4 o o

[13:071 Fim da recepcao [13:071 Recebendo 00120490.CHK (517 bytes)

N. Pacote Ret ransmi ssoes N. Erros Tota is 6 O O

[13:071 Fim da recepcao [13:071 Recebendo 04120490.CHK (517 bytes)

N. Pacote Ret ransmi ssoes N. Erros To ta is 8 O O

[13:081 Fim da recepcao [13:081 Fim de operacao

4 Arquivo(s) recebidocs)

% Arquivo 1 O0

% Arquivo 1 O0

% Arquivo 100

% Arquivo 1 O0

FIGURA 4.13 - Tela de Transmissão de Dados

A demora e o elevado custo da transmissão dos arquivos da

aquisição padrão, impediram que utilizássemos a comunicação de dados via

modem, Resolvemos armazenar estes arquivos em fita magnética que será

trocada periodicamente por uma vazia, A fita magnética com os dados

armazenados será levada ao laboratório para ser analisada e processada. O

uso da comunicação de dados ficou restrito à verificação do funcionamento

do sistema.

Na ocasião da troca da fita magnética pelo técnico, ele também

deverá fazer a manutenção dos equipamentos ligados ao SIAD e dos

programas que o compõe. A manutenção do sojware é necessária posto que

o SIAD não é um produto acabado e sim um produto em permanente

evolução.

Na figura 4.14 temos um diagama esquemático da ligação dos

microcomputadores na comunicação de dados

Microcomputador Remoto Microcomputador Mestre

Assíncrono Full-Duplex ou Half-Duplex

8 bits

FIGURA 4.14 - Diagrama de Ligação dos Microcomputadores

4.4.3 - Operações

Apesar de no caso do SIAD o uso da comunicação de dados

ficar restrita i transferência dos arquivos de controle, o softzuare que realiza

esta comunicação está preparado para executar as seguintes operações:

4.4.3.1 - Operação Não Assistida

O programa permite a um usuário executar comandos

(transferir arquivos, consultar diretórios, suprimir arquivos,

renomeá-10s) etc.) sobre os discos do microcomputador remoto, sem

que haja um operador presente, como no caso do SIAD.

4.4.3.2 - Proteção Para o Ambiente Remoto

O programa trabalha com o conceito de usuários

cadastrados e identificados através de senha, com direitos de acesso

definidos no ambiente remoto.

No microcomputador onde os dados estão presentes são

definidos a sua senha, o diretório e a família de arquivos que podem

ser usados, bem como quais operações podem ser realizadas

(transmitir, receber, suprimir, et c).

Ao iniciar a comunicação com o microcomputador

remoto, o usuário se identifica fornecendo seu nome e senha. Antes de

executar cada comando, o microcomputador remoto verifica se o

acesso pode ser realizado pelo usuário, rejeitando-o caso ele não tenha

permissão para fazê-lo.

4.4.3.3 - Comandos Utilitários de Acesso Remoto

Os comandos atendidos pelo microcomput ador remoto

não se limitam à transferência de arquivos. O programa possui um

conjunto de comandos que permitem ao usuário realizar sobre o

ambiente remoto as seguintes operações:

- transmitir arquivos para o disco remoto;

- receber arquivos remotos;

- ret omar uma transmissão de arquivo interrompida;

- retomar uma recepção de arquivo interrompida;

- obter lista dos arquivos remotos (diretório);

- suprimir arquivos remotos;

- renomear arquivos remotos;

- alterar a unidade e o diretório remoto correntes.

No procedimento de transmissão de dados, este módulo

inclui também um conjunto de características adicionais:

- transferência de dados segura.

A transferência de dados entre os microcomputadores é

realizada com protocolo de comunicação, que detecta e recupera

erros na transmissão.

- transferência de qualquer tipo de compactação.

Os dados transferidos entre os microcomputadores são

compactados de forma a obter uma melhor utilização d a linha

de comunicação, reduzindo o tempo de transmissão e,

consequentemente, o tempo de realização das operações

remotas, Essa compactação é realizada tanto na transmissão de

arquivos de texto como na transmissão de arquivos binários.

- recuperação de transmissões interrompidas,

O programa possui comandos que permitem a retomada

de um procedimento de transferência interrompido por queda

na ligação, ou por decisão de um dos operadores.

CAP~TULO 5

PROCESSAMENTO DE SINAIS

5.1 - Coleta das Informações

A coleta das informações eminentemente dinâmicas associadas

ao presente trabalho se faz através dos componentes do sistema de aquisição de

dados apresentados na Figura 5.1, Conforme foi exposto, a cada período de tempo

determinado, é feita a aquisição obtendo-se uma série temporal de

aproximadamente trinta minutos a cada horário de medição.

Os primeiros elementos do sistema de aquisição de dados siio os

sensores de aceleração colocados na estrutura. Cada um desses sensores gera um

sinal de voltagem em corrente contínua ou alternada que, multiplicado por um

fator de conversão, indica o valor da variável medida,

O sinal obtido é amplificado para aumento da resolução final.

Em seguida percorre um filtro passa-baixa que atenua as oscilações existentes

acima de uma certa frequência, para eliminar ruídos e evitar uma fonte de erro no

processo de digitalização, conforme foi visto no Capítulo 2.

Uma vez filtrado, o sinal está pronto para o processamento que

consiste no seguinte: passa-se o sinal analógico de voltagem por um conversor

analógicdigital, com o que as informações são processadas por microcomputador

e armazenadas em uma unidade de £ita magnética, ainda sob a forma de uma série

temporal. O tratamento rigoroso da teoria de análise de dados aleatórios é

apresentado por Bendat e Piersol [ I .

5.2 - Prmessamento no Dominio da Frequência

A seguir abordaremos o processamento de um sinal descrito por

uma série discreta x(tn) com N pontos igualmente espaçados de At segundos e

duração total de T = (N-l).At segundos. Esta série de valores, também

chamada registro) é mostrada na Figura 5.2. Este registro x(tn) representa um

processo ergódico (x(t)), sendo representado por valores reais e discretos nos

instantes:

CONDICIONADORES DE SINAL

-----i MICROCOMPUTADOR

TRANSRUTORES

FIGURA 5.1 - Cornponent es do sistema de aquisição de dados

O instante t o é arbritário por se tratar de um processo estacionário. Um

parâmetro importante é a frequência de amost ragem, dada por:

O valor médio do registro é:

e a variância s2 deste registro é:

A frequ6ncia de amostragem fa deve ser escolhida de maneira a

se evitar o erro de identificação (abiasing error) relacionado ao processo de

digitalização. Primeiramente, o sinal a ser digitalizado deve passar por um filtro

analógico que elimine todas as componentes com frequência acima da frequência

máxima de interesse na análise que chamaremos fm.

" I I I I I e . . e @ . I I

I I I I I

FIGURA 5.2 - Série temporal digitalizada,

Como um filtro que atenue uma oscilação a zero exatamente a

partir da frequência desejada não é fisicamente realizável, a frequência de corte,

na verdade, deve ser um pouco mais baixa que f numa proporção que depende m )

das características do equipamento.

Numa série discreta amostrada a cada At segundos, define-se

também a frequência de Ny quist , fn, dada por:

donde

Dada uma certa frequência de amost ragem fa, a frequência de Nyquist fn é aquela

da onda de maior frequência que se pode definir na série digitalizada. No capitulo

2 pode-se observar com maiores detalhes este assunto.

Gerges [8], no entanto, sugere uma frequência de amostragem

relacionada à frequência máxima de interesse na análise, sendo fa de 4 a 10 vezes o

valor de fm, para caracterizar o sinal sem ainda onerar muito o armazenamento

dos dados pela retenção de informações desnecessárias.

Sejam dois registros estacionários e ergódicos x(t) e y(t) de

duração Tt, divididos em M segmentos ou sub-registros xi(t) e yi(t)

(i = 1,2, ..., M) contíguos e de duração T segundos cada um, conforme mostra a

Figura 5.3.

FIGURA 5.3 - Subdivisão de um registro

Define-se a função densidade espectral cruzada unilateral

estimada como:

onde

representam as transformadas finitas de Fourier das funções xi(t) e yi(t) no

domínio [to,t o+T]. O asterisco em Xi(f,T) representa o conjugado complexo. O

termo "estimada" se prende ao fato de que um parâmetro avaliado em uma

amostra finita constitui uma estimativa do valor real associado a um processo

aleatório teoricamente infinito.

Em termos digitais, cada sub-registro xi(t) e yi(t) é

representado por séries xi(tn) e yi(tn) de N valores discretos amostrados a cada

At segundos, com valores médios Fi e i nulos.

e as trandormadas finitas de Fourier vão gerar valores complexos e discretos nas

frequências:

fk = k/T 2 k/(NAt) k = O,1, ..., N-1

sendo reescritas como:

a função densidade espectral cruzada unilateral estimada se torna:

Note-se que o dominio de definição de G é [ O, fi 1, embora XY

somente nos interesse o intervalo [ O, fm 1. Observaise também que a resolução

em frequência de G é igual ao inverso do período de duração de cada XY

sub-registro, T 2 NAt.

A função densidade espectral cruzada bilateral estimada é dada

por:

Ela é dita bilateral porque é matematicamente definida para

frequências negativas, o que não tem significado físico; daí termos optado pela

unilateral, cujo domínio é real e positivo.

Como foi dito anteriormente, a função é dita "estimada" por

causa da duração temporal finita do registro a que ela se refere. Para facilidade de

notação, passaremos a nos referir a G como densidade espectral cruzada XY

retirando o chapéu (^) que significa valor estimado sobre o símbolo.

A função G calculada a partir de N valores discretos no v' domínio do tempo, é definida para N/2 frequências o que aparentemente

representa uma perda de informações. Ocorre que G é uma função complexa, x Y

sendo escrita como:

onde o termo real C é chamado x Y

quad-espectro, Para cada frequência

co-espectro e o termo imaginário Q XY

fk são gerados dois valores, não havendo

perda de informação e sim mudança de contra-domínio,

Um caso particular importante de G ocorre quando os XY

sub-regist ros xi(tn) e yi(t n) coincidem. Assim a função densidade espect ral

cruzada é chamada densidade espectral de potgncia, densidade espectral ou

simplesmente espectro, dada por:

Note-se que Gxx é sempre real e positiva. Ela é dita "de

potência" porque a potência (ou energia) de um dado processo está normalmente

relacionada ao quadrado da grandeza que o descreve.

O cálculo das transformadas discretas de Fourier como

indicadas em (5.11) implica na realização de 2N2 multiplicações reais, o que pode

inviabilizar a análise à medida que o número de pontos N em cada sub-registro

cresça, Em 1965, Cooley e Tukey [9 e 101 introduziram um algorítmo para o

cálculo das expressões (5.11) que envolve 4N (log2N) muitiplicações reais,

O algorítmo utilizado neste trabalho chamado Transformada

Rápida de Fourier (TRF), é apresentado por Paz [ll]. Ele exige que o número de

pontos N seja uma potência de dois resultando numa redução no tempo de

processamento de:

Se, por exemplo, tomarmos cada sub-registro com 512 (29)

pontos, o uso do algorítmo TRF reduz o tempo de processamento a 3,5% do tempo

original.

A definição do número de sub-registros M e de pontos em cada

sub-registro N é feita a partir da análise dos erros estatísticos inerentes ao

processo de amostragem, Tais erros são mostrados na figura 5.4 através de uma

analogia ao tiro-ac-alvo e se classificam em erro sistemático (ou desvio do valor

correto) e erro aleatório (ou dispersão dos resultados).

FIGURA 5.4 - Erros aleatório e sistemático

O erro quadrático médio em uma amostra resulta d a soma do

erro aleatório com o quadrado do erro sistemático:

Bendat E Piersol [9] desenvolverain expressões para cálculo desses erros quando da

determinação da função densidade espectral Gxx:

A última fórmula é válida para sistemas com um p a u de liberdade sendo B a

largura de meia potência e Af a resolução em frequência de Gxx.

Se os modos fundamentais da estrutura têm frequências

suficientemente distintas para que não haja interação entre eles, a função

densidade eçpectral de deslocamentos terá picos separados e bem definidos em

cada frequência natural, validando o uso da fórmula (5.19) para uma estimativa

do erro sistemático.

A Figura 5.5 mostra a curva de densidade espectral de

deslocamento de um sistema com um grau de liberdade. A curva tem um pico na

frequência de ressonância fr do sistema, de ordenada Gmax A largura do pico na

ordenada Gmax/2 é a largura de meia potência B, como indicado.

Gmax ~~~~~~~~

I I I I

Gmax/2 I B I I I i I

3

F I G U M 5.5 - Densidade Espectral de Deslocamento

Em sistemas com um grau de liberdade com razão de

amortecimento abaixo de 10 % é válida a seguinte relação aproximada:

e o erro quadrático médio se torna, através de (5.2) e (5.12), considerando-se

T N.At:

expressão que depende apenas do número de pontos em cada sub-registro N, uma

vez que todos os outros parâmetros são conhecidos.

A divisão de um registro em sub-registros para cálculo da

densidade espectral é chamada de alisamento porque o valor obtido por (5.15)

representa o comportamento médio dos sub-registros, menos variável que o de um

sub-registro individual. Este conceito está embutido na própria definição do erro

aleatório, J,, que diminui com o aumento do número de sub-registros,

Como mostra Mitchell 1121, a Transformada Rápida de Fourier

assume que o sub-intervalo seja periódico de período igual a seu intervalo de

duração T. Como isto normalmente não ocorre, o truncamento do sinal acarreta o

aparecimento de componentes da função densidade espect ral em frequências que

não existem no sinal original, à semelhança de um espectro de choque.

As Figuras 5.6a e 5.6b ilustram este fenômeno para um sinal

senoidal, cuja densidade espectral seria teoricamente a função delta de Dirac.

Este efeito é chamado vazamento porque ocasiona um espalhamento da energia do

sinal pelas frequências, embora as ordenadas diminuam de maneira a conservar a

energia total. O vazamento é atenuado pelo uso das funções janela que,

multiplicadas pelo sinal no domínio do tempo, garantem sua continuidade nos

extremos pela redução a zero, como mostra a Figura 5,6c,

A função janela altera a largura e a amplitude dos picos

espectrais, uma vez que altera o sinal temporal. Funções janela existem em

profusão, cada uma com características especiais para uma dada aplicação. De

acordo com Gade e Erlufsen [13], para a análise de sinais contínuos as funções

janela mais indicadas seriam:

- Janela Retangular (ou ausência de janela)

A) Sinal Periódico no Intervalo T

B) Sinal Não Periódico em T

C) Sinal N ~ Q Periódico Afetado por Função Janela

FIGURA 5.6 - Vazamento e função janela

para o caso particular de se ter certeza da periodicidade do sinal no intervalo de

tempo considerado caso inexista o problema do vazamento. A definição como

função nula fora do domínio do sub-registro é comum a todas as janelas.

- Janela Hanning

W(t) = 1 - cos 2~(t-to)/?'

to 5 t < to+T

de uso geral, com características medianas para resolução em frequência e

determinação de amplitudes.

- Janela I<aiser-Bessei

de grande seletividade em frequência, devendo ser usada quando se deseja separar

picos em frequências muito próximas no espectro.

- Janela Flat Top

usada para a correta medição das amplitudes dos sinais a partir da £unção

densidade espectral. A Figura 5.7 plota as funções janelas mencionadas.

- m -0,53 - o . t

-i

FIGURA 5.7 - Funções janelas no domínio do tempo

Na figura 5.8 apresentamos um exemplo de saída gráfica de

uma análise no domínio da frequência. Todos os espectros são de densidade

espectral e se referem a medição de vibração realizada com acelerômetros

localizados em pontos diametralmente opostos na mesa da Plataforma de Garoupa

na Bacia de Campos (PGP-I), nas direções transversal e longitudinal a menos do

primeiro que se refere à altura de mar.

Na figura 5.9 apresentamos um outro exemplo que se refere a

medições realizadas com extensômetros elétricos colocados em uma seção de um

contraventamento da Plataforma de Garoupa na Bacia de Campos, Foram

instalados quatro extensômetros diametralmente opostos, No gráfico A podemos

observar a densidade espectral de tensão referente a flexão em um plano (através

da semi-diferença entre os sinais no mesmo plano). A flexão no outro plano

calculada da mesma maneira, está representada pelo espectro B. No Gráfico C

encontra-se a densidade espectral referente à tração~compressão naquela seção.

F~equenoia (Hz> FB - 8 . I I F l = R W R -u4m R =a528 Llxã - LlW 1TxZT - R. @2E 1lxlT 1.17ü 2WT - 8.988

FIGURA 5.8 - Saida Gráfica no Dominio d a Frequência (Acelerômetros)

FIGURA 5.9 - Saida Gráfica no Domínio da Frequência (Extensômetros)

5.3 - Processamento no Domínio do Tempo

Uma outra maneira de se analisar os dados é através do

Domínio do Tempo. Na Figura 5.10 é mostrada uma série temporal típica, No

caso de plataformas de petróleo, determinando-se os ciclos de amplitude na série

temporal, é possível se determinar, com ajuda de um programa para tal fim, o

dano de fadiga de um dado componente estrutural,

Devido a natureza aleatória do processo, uma primeira questão

se coloca: como definir o que seja um ciclo. Vários métodos foram propostos com

este intuito, sendo que o mais utilizado é o método rainjow,

AMPLITUDE 5

o

v

-5 V FIGURA 5.10 - Amplitude versas tempo

Para explicar o método rainflour reproduziremos o exemplo de

Gurney [14], ilustrado na Figura 5.11, Para melhor vizualização é feita uma

rotação de eixos colocando-se na vertical o eixo dos tempos, O método tem seu

nome derivado da semelhança entre o processo de contagem e o fluxo das águas da

chuva no teto de um pagode.

Duas regras compõe o método:

- A trajetória da água sempre se inicia num vale ou pico e não pode

cortar a trajetória de uma corrente que caia de um teto superior,

Exemplo dessa restrição são os trechos CD, EF e JK na Figura 5.11.

AMPLITUDE

$ TEMPO

FIGURA 5.11 - Contagem rna'n~ow

- Para a chuva que cai da extremidade de um teto, a corrente se

interrompe se passar por um pico mais positivo ou um vale mais

negativo do que aquele que originou o fluxo, Na Figura a chuva

caindo de C se interrompe porque o vale E é mais negativo do que B,

onde se originou o fluxo em questão, Similarmente, o fluxo se

interrompe em F porque o pico G é mais positivo do que A,

O processo na verdade conta meio-ciclos, gerando um

histograma de faixa de deslocamentos contra um número de ocorrência conforme

indicado na figura anterior. Na figura 5.12 temos o gráfico do histograma

encontrado da análise no domínio do tempo da série temporal da figura 5.10,

Os diferentes métodos de contagem dão resultados semelhantes

quando o processo é de banda estreita, ou seja, quando só há uma frequência

preponderante.

O método rainJow é apropriado à contagem de séries temporais

com componentes em uma ou mais frequências bem distintas (processos de banda

larga). Ele consegue separar as variações de amplitude relativas a cada

frequência, como se percebe no exemplo dado.

TABELA 5.1 - Histograma de faixas de amplitude

FAIXA DE AMPLITUDE

FIGURA 5.12 - Histogama da Análise no Domínio do Tempo

Existe uma inlinidade de algorítmos computacionais para a

realização da contagem rainfioui de séries temporais, dentre os quais o de

Downing e Socie [151. A Tabela 5.1 apresenta o histograma de faixa de amplitude

versus o número de ocorrências que resulta da aplicação daquele algorítrno à série

temporal da Figura 5.10.

6.1 - Comentários

Como foi explanado, o Sistema Inteligente de Aquisição de Dados

como substituição da aquisição de dados tradicional, se mostra uma ferramenta

eficaz para as situações em que uma grande quantidade de informaqão precisa ser

armazenada durante um longo período de tempo.

O SIAD tem algumas características que deverão ser melhoradas. O

armazenamento temporário das informações, que atualmente é feita em disco

rígido, é uma delas, Isso porque enquanto o microcomputador permanece ligado,

o disco rígido está em operação (girando). Como esse periférico é mecânico ele

está sujeito a falhas com o passar do tempo, A melhoria que será feita consistirá

na troca do disco rígido por um outro sistema de armazenamento baseado em

componentes eletrônicos (por exemplo uma placa de memória do tipo CMOS) que

pudesse simular o funcionamento do disco rígido.

Uma outra melhoria que será feita no SIAD, acontecerá quando a

melhoria das condições das comunicações telefônicas permitir que se faça a

transmissão dos dados de maneira segura, rápida e baraia para o laboratório,

eliminando-se a necessidade de trocar a fita magnética com os dados adquiridos

no período, como o projeto atual obriga. Essa melhoria aumentaria sobremaneira

a autonomia do SIAD, que ficaria operando sozinho por um período de tempo,

difícil de se avaliar no momento, e transmitindo todas as informações diretamente

para o interessado, em um sistema que, em última instância seria on l h e .

Este trabalho se refere basicamente i aquisição de dados de

maneira automática. Porém a enorme quantidade de dados gerados deverão ser

processados em laboratório, tanto para a análise no domínio do tempo quanto no

domínio da frequência. Este processamento atualmente é realizado de maneira

não automática, ou seja, é realizado por uma ou mais pessoas sem qualquer tipo

de automação. Uma melhoria que necessariamente será implementada será um

sistema de processamento aut omat izado, que certamente também utilizará

técnicas de Inteligência Artificial, que mesmo não substituindo o especialista,

deverá orientá-lo e corrigí-10 quando ocorrer alguma falha no processamento dos

sinais adquiridos pelo SIAD.

6.2 - Conclusões

O uso de técnicas não muito difundidas se mostra uma ferramenta

muito importante para resolver problemas diversos. A utilização de técnicas de

Inteligência Artificial neste trabalho melhorou em muito a eficiência da aquisição

de dados, economizando tempo e material humano, e com um custo não tão caro.

Outra técnica utilizada neste trabalho, foi a utilização da comunicação

de dados via modem. Como o SIAD não tem usuário no local da aquisição, foi

necessária a implementação de um módulo que permitisse a inspeção do sistema à

distância e que operasse o microcomputador remotamente. Foi necessário uma

pesquisa de mercado muito grande para se achar um software que, se não previsse

este tipo de operação, pelo menos pudesse ser manipulado para se adaptar às

características do SIAD, e um modelo de modem que também se adaptasse às

características, tanto do soft ware comercial, quanto do SIAD.

O SIAD, devido à sua característica modular e i maneira como foi

elaborado, permite ser utilizado para diversas aplicações, com pequenas alterações

em seu conteúdo. O uso inicial do SIAD, como foi visto no decorrer deste

trabalho, será a monitoração da plataforma de Garoupa na Bacia de Campos, para

calcular, em conjunto com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobrás,

(CENPES), o dano de fadiga nas juntas mais críticas, permitindo assim uma

estimativa da vida út i1 destes componentes e, em consequência, a periodicidade

das inspeções nas juntas mais problemáticas daquela estrutura.

Uma aplicação, que ainda está sendo estudada para o SIAD, é a

monitoração de um riser durante e após a sua instalação, por um longo período de

tempo mas ainda não completamente definido.

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