sistema construtivo de lajes bublledeck

Upload: lilee

Post on 06-Mar-2016

71 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

.

TRANSCRIPT

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    SISTEMA CONSTRUTIVO DE LAJES BUBLLEDECK

    Aluno: Eng. Civil Joner Obes de Vargas

    Orientador: Professor DSc. Li Chong Lee Bacelar de Castro

    Instituto de Ensino Superior Planalto IESPLAN

    Trabalho de Concluso de Curso de Ps-graduao em Projeto Estrutural de Edifcios em Concreto Armado e Protendido PEECAP

    RESUMO

    Apesar da crise econmica que vivenciamos atualmente, sempre existe no

    setor da construo civil o desafio do aumento da produtividade e do rendimento dos

    projetos em sua fase de execuo, ou seja, a busca por produzir rapidamente e

    melhor a partir de uma combinao vivel de recursos.

    Sendo assim o crescimento da construo civil anda lado a lado com a busca

    por incluso de novas tecnologias nos canteiros de obras, com maior velocidade na

    execuo aliado ao baixo custo de implantao e consequentemente a uma menor

    produo de resduos. E com base nisto que a tecnologia BubbleDeck chega ao

    Brasil, um sistema construtivo inovador, de origem dinamarquesa, consolidado em

    diversos pases, tais como Estados Unidos, Emirados rabes, Arbia Saudita,

    Barein, Lbano, Catar, Holanda, Canad e outros. Basicamente o sistema visa

    diminuir o peso das lajes em grandes construes com a eliminao do volume de

    concreto no interior delas utilizando esferas plsticas uniformemente espaadas

    entre duas telas metlicas soldadas e fixadas em trelias.

    Palavras-chave: BubbleDeck. Lajes. Tecnologia

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    1. INTRODUO

    A BubbleDeck Brasil em sociedade com BubbleDeck Internacional S/A - a

    inventora da tecnologia, de origem Dinamarquesa- j esteve presente no Brasil em

    meados de 2008 com a ampliao da sede da construtora Norberto Odebrecht na

    Bahia e recentemente esta inovao da construo civil retorna ao Brasil com a

    construo do CADF (Centro Administrativo do Distrito Federal) em 2011 entre

    outras.

    Ao trabalhar com uma obra que opte pelo sistema, a equipe da BubbleDeck

    fornece a tecnologia e a assistncia tcnica, desde a elaborao e discusso do

    projeto, passando pela produo dos elementos pr-moldados (realizados por uma

    empresa parceira) at a execuo da obra com o fornecimento das esferas

    (Bubbles).

    2. OBJETIVOS

    O estudo em questo visa apresentar as principais e mais importantes

    caractersticas envolvidas no sistema construtivo das lajes BubbleDeck j que a

    tecnologia empregada em mais de 30 pases e j ganhou diversos prmios

    europeus em razo do alto grau de inovao e pelo apelo sustentvel devido a

    utilizao de plstico reciclvel.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    3. DEFINIO

    As esferas plsticas de polipropileno so introduzidas na interseo das telas

    soldadas ocupando a zona de concreto que pode ser retirada sem prejudicar o

    desempenho estrutural, proporcionando uma reduo de materiais, aumento de

    produtividade em funo do processo industrializado e consequentemente reduo

    significativa do impacto ambiental.

    Figura-1. Detalhe esquemtico.

    O sistema construtivo composto por pilares, pr-lajes em concreto armado

    montado sobre escoramento metlico e posteriormente complemento de concreto

    (capeamento), solidarizando a laje e finalizando o conceito bsico do processo

    executivo.

    Apresenta os mesmos princpios estruturais de uma laje macia convencional,

    trabalhando nas duas direes, mas com at 35% de reduo do seu peso prprio.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    4. CARACTERSTICAS GERAIS As caractersticas do sistema BubbleDeck dependem das dimenses das

    bubbles (esferas plsticas), que variam de 180 a 360 mm, conforme apresentado na

    Tabela-1 conforme segue. O dimetro das esferas implica diretamente na espessura

    da laje, e o vo que a estrutura suporta.

    Tabela-1. Dimenses dos esferas e suas respectivas cargas e volume de concreto por m

    2.

    A coluna (concreto) demonstra o consumo deste material por m2 de estrutura,

    Sendo assim o dimensionamento final da altura de uma laje BubbleDeck est

    relacionada aos requisitos de cada projeto, variando de acordo com os vos entre

    pilares e sobrecargas de trabalho, definindo assim o dimetro das esferas que sero

    empregadas, aumentando conforme a necessidade de maior resistncia.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    O sistema se baseia em duas alternativas de execuo, Mdulos de Reforo

    ou Pr-lajes. O primeiro, formado pelas esferas, trelia e telas metlicas. So

    posicionados sobre frmas convencionais de madeira, com posterior armadura

    complementar e concretagem.

    Figura-1. Mdulo Bubbledeck

    Esse tipo de laje ideal para obras de pequeno e mdio porte ou com difcil

    acesso e movimentao, porm podem ser distribudos e posicionados

    manualmente.

    Figura-2. Mdulo BubbleDeck (Torre Comercial L2 Sul Braslia-DF).

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    J a PR-LAJE formada pela introduo do Mdulo BubbleDeck em uma

    camada de 6cm de concreto, formando um painel pr-moldado (pr-laje).

    Os elementos so posicionados sobre escoramento com maior espaamento,

    sem assoalho, com sequncia semelhante ao Mdulo (lado a lado). Esse modo de

    construo ideal para obras que necessitam de velocidade e reduo de mo de

    obra.

    Figura-3. Sistema Pr-Laje acoplada ao mdulo bubbledeck.

    5. MTODO CONSTRUTIVO

    5.1 ARMAO E FORMA DOS PILARES

    Como primeira etapa do mtodo construtivo est a armao e forma dos

    pilares, este consiste na possibilidade do uso de elementos pr-moldados ou in-

    loco.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    Figura-4. Primeira etapa de construo, armao e forma dos pilares.

    5.2 CONCRETAGEM DOS PILARES E ESCORAMENTO

    A segunda etapa do ciclo de produo a concretagem e escoramento,

    utilizando a chamada mesa voadora que mais apropriada para a execuo de lajes

    planas, onde no h vigas de modo a evitar a necessidade de muitos arremates na

    estrutura da mesa.

    Figura-5. Segunda etapa de construo, concretagem e consequentemente o escoramento.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    Figura-6. Escoramento com mesa flutuante.

    Figura-7. Escoramento (Centro Administrativo do Distrito Federal em Taguatinga).

    5.3 POSICIONAMENTO DOS PAINIS

    O posicionamento dos painis a terceira etapa da fase construtiva, onde

    prontos e devidamente identificados os elementos mdulo de reforo e/ou painel

    pr-moldado so transportados para o local de trabalho, onde so iados e

    posicionados lado a lado sobre forma de assoalho convencional, no caso de utilizar

    o modulo de reforo ou diretamente sobre os escoramentos quando se tratar da

    alternativa de pr-laje.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    Figura-8. Terceira etapa de construo, posicionamento dos painis.

    Figura-9. Terceira etapa de construo, posicionamento dos painis (Alternativa Pr-laje.)

    5.4 ARMAO COMPLEMENTAR E FORMAS LATERAIS

    Figura-10. Quarta etapa de construo, armao complementar e formas laterais.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    Aps o posicionamento dos elementos sobre a forma assoalho ou

    diretamente sobre as linhas de escora, executam-se as armaes complementares

    referentes s barras de ligao que vo unir um elemento ao outro e armadura de

    ligao entre as malhas superiores e como a laje BubbleDeck um tipo de laje

    cogumelo que se apoia diretamente nos pilares com capitis, razo pela qual leva a

    laje a ter uma densa armadura nessas regies como pode ser visto nas figuras 11 e

    12 abaixo:

    Figura-11. Barras de Ligao entre os painis.

    Figura-12. Armao complementar (Armadura dos capitis).

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    5.5 CONCRETAGEM

    Depois de concluda a armao complementar e o fechamento das formas

    laterais inicia-se o processo de concretagem dos elementos se solidarizando a laje e

    concluindo a ltima etapa de execuo.

    Figura-13. Concretagem.

    Figura-14. ltima etapa de execuo - Concretagem. (Centro Administrativo do Distrito Federal em Taguatinga).

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    6. DESEMPENHO

    A laje BubbleDeck pode ser considerada uma laje macia, devido forma

    circular dos vazios, que permite que as foras se transfiram livremente dentro da laje

    homognea. Por esta razo, a laje BubbleDeck pode e deve ser calculada da

    mesma forma e com os mesmos mtodos que uma laje slida macia.

    Consequentemente, qualquer mtodo para calcular lajes macias pode ser aplicado

    quando se projetam lajes BubbleDeck. Qualquer software que projetistas ou

    engenheiros usem para lajes macias pode ser utilizado com BubbleDeck. Como o

    projeto um processo que consome tempo, seria mais prtico para projetistas

    utilizarem mtodos/softwares com os quais estejam ambientados.

    6.1 PARMETROS A SEREM MUDADOS EM RELAO A LAJES SLIDAS

    6.1.1 PESO PRPRIO

    Usar uma carga reduzida de peso prprio de acordo com tabelas, reduzindo o

    peso prprio em um tero comparado com a laje macia de mesma altura. O peso

    cerca de 65 % da laje macia de mesma altura.

    6.1.2 DEFLEXO (FLECHAS)

    Quando calcular deflexes, utilizar rigidez a flexo de 0,9 em relao a uma

    laje slida de mesma altura (fator de 0,9 no EI).

    Segundo a prova de carga esttica em laje na obra do Centro Administrativo

    do Distrito Federal realizada pela CONCREMAT Engenharia e Tecnologia S.A. /

    Braslia, DF que testou uma laje do tipo BD 280 mm. Foram posicionadas piscinas

    sobre 2 lajes separadas, de modo a simular o carregamento varivel previsto para a

    estrutura, de 300 kgf/m, multiplicado pelo fator . Para efeito de comparao, foi

    realizado estudo numrico das deformaes esperadas conforme tabela 2 abaixo:

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    A prova de carga foi realizada de acordo com a norma especfica ABNT/ NBR

    9607:2013, enquadrada na classificao de ensaio rigoroso com fator de

    carregamento atendendo condio 1,0 < 1,1.

    Deformao Medida

    (mm) Deformao

    Esperada (mm) Diferena

    Percentual

    Laje 1 (A) 0,55 1,73 -68,20%

    Laje 2 (B) 0,86 2,65 -67,50% Tabela-2. Comparao da deformao medida e esperada em duas lajes separadas.

    6.1.3 RESISTNCIA AO CORTANTE

    Como a resistncia ao cortante de uma laje BubbleDeck proporcional a

    quantidade de concreto, esta resistncia deve ser reduzida de acordo. Utilize um

    fator de 0,6 na resistncia ao cortante comparado a uma laje macia de mesma

    altura.

    Em situaes prticas, se existirem reas com esforos cortantes muito altos,

    isto ser resolvido mantendo-se essas reas slidas, pela omisso das esferas e/ou

    incorporando mais ao de reforo ao cortante.

    Exemplos de tais situaes seriam reas prximas a permetros de pilares e

    paredes estruturais.

    Como a laje BubbleDeck uma laje biaxial, o projeto ser beneficiado caso se

    utilizem as possibilidades desse tipo de laje. A utilizao de momento de engaste

    pelo posicionamento de ao adicional sobre as colunas (e paredes estruturais se a

    laje tiver apoio contnuo) resultar em um comportamento esttico melhor, levando a

    reduo do consumo geral de ao, servindo tambm como uma forte ferramenta na

    reduo/controle da deflexo. Como consequncia, o projeto mais adequado para

    solues BubbleDeck, ser o de lajes com vos contnuos.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    7. VANTAGENS E BENEFCIOS 7.1 LIBERDADE DE PROJETO

    Layouts flexveis que facilmente se adaptam a arquiteturas curvas,

    irregulares, grandes vos e balanos e alteraes de interiores podem ser realizados

    facilmente.

    7.2 VOS MAIORES Com a possibilidade de pilares com vos maiores se comparados com os

    mtodos tradicionais e possibilitando um melhor aproveitamento estrutural devido

    propagao dos esforos nas duas direes, dentro da concepo estrutural.

    7.3 AUSNCIA DE VIGAS Com a ausncia de vigas, se ganha em produtividade e p direito, alm da

    reduo de custos.

    7.4 INSTALAES possvel a passagem de tubulaes nas lajes deixando-as embutidas e at

    perfurar a laje aps a concretagem, caso necessrio.

    7.5 PROTENSO O sistema permite o uso de cabos de protenso, de acordo com a

    necessidade.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    7.6 FORMAS Com o uso da pr-laje as formas de assoalho so eliminadas, diminuindo o

    custo e a execuo de montagem deste insumo.

    7.7 REDUES DE ESCORAMENTO Adotando o uso de mesas voadoras e por serem peas pr-moldadas, o

    sistema proporciona reduo aproximada de 60% no escoramento quando

    comparada com lajes convencionais, permitindo assim maior espaamento das

    escoras.

    7.8 REDUO DE PESO PRPRIO

    Com reduo de aproximadamente 35% do peso prprio das lajes, a

    economia tambm reflete no projeto de fundaes.

    7.9 APARNCIA

    Devido a industrializao dos painis e o uso de frmas metlicas, a

    superfcie inferior das lajes apresentam uma qualidade superior e muito lisa,

    eliminando o retrabalho e dispensando o uso de revestimentos, alm de um melhor

    controle do processo produtivo por ser executado em uma central de pr-fabricao.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    8. SUSTENTABILIDADE

    A sustentabilidade se baseia na constante busca entre desenvolvimento

    econmico e preservao do meio ambiente, aliado a isso a BubbleDeck apresenta

    um modelo construtivo que visa preencher as necessidades do mercado e ainda

    preservar a biodiversidade e os ecossistema naturais, isso faz com que o

    empreendimento apresente os requisitos bsicos necessrios a um projeto

    sustentvel, so eles: Economicamente Vivel, Culturalmente Aceito,

    Ecologicamente correto e Socialmente Justo.

    Isto pode ser visto na tabela 3 abaixo quando comparamos uma laje

    BubbleDeck BD 280mm de 10.000m2 com uma laje macia de mesma espessura.

    Economia Total Por m2

    Emisses de CO2 Ton 423 Kg 42

    Arvores Cortadas(Formas) Quant. 150 Quant. 0,015

    Diesel para Transporte Lt 2999 Lt 0,3

    Concreto m3 810 m3 0,081

    Ao Ton 81 Kg 8,1

    Plstico Recolhido Ton 23 Kg 2,25

    Energia Embutida nos Materiais GJ 3943 MJ 394

    Tabela-3. Reduo representativa comparando a laje BubbleDeck com uma laje macia.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    9. CONCLUSO

    O sistema construtivo BubbleDeck apesar de ainda no ser o mais aplicado

    na construo civil quando se trata de lajes, atualmente vem sendo utilizado com

    maior frequncia quando se necessita de um ciclo de produo mais curto aliado a

    uma reduo de materiais e otimizao de mo de obra, tudo isso ligado a um

    crescente processo de industrializao que j vem acontecendo na construo civil

    brasileira.

    Assim, quando uma nova tecnologia introduzida, surge no mercado a

    necessidade de aperfeioamento de acadmicos e profissionais da rea, visando

    agregar conhecimento relacionado ao processo construtivo e ao surgimento de

    novos softwares e aplicativos, e at mesmo os equipamentos ligados a tecnologia

    BubbleDeck.

    Desse modo, importante ressaltar que a tecnologia j est presente e se faz

    necessrio o constante aprendizado referente a toda e qualquer informao que

    venha aprimorar e enriquecer acadmicos e profissionais.

  • IESPLAN Instituto de Ensino Superior Planalto

    10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BUBBLEDECK INTERNACIONAL. BubbleDeck Design Guide. Disponvel em:

    http://www.bubbledeck-uk.com/ Acesso em: 11.09.2015.

    http://docslide.com.br/documents/apresentacao-bubbledeck-55f80ce0ca245.html

    FREIRE, Tmara Carvalho. Estudo comparativo para lajes cogumelo utilizando

    as tecnologias BubbleDeck e atex. Projeto de graduao. Rio de Janeiro:

    Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, agosto, 2009.

    SILVA, Yuri Mariano de Oliveira. Estudo comparativo entre lajes Bubbledeck e

    lajes lisas. Rio de Janeiro. 2011. UFRJ - Escola Politcnica. 2011.

    Revista Alumnio e CIA - Edio 39. Acesso em: setembro de 2015

    http://files.flipsnack.com/iframe/embed.html?hash=ftjf2p9jo&wmode=window&bgcolor

    =EEEEEE&t=14387917941438791794

    Revista Tchne Pini - n 203 02.2014. Acesso em: setembro de 2015

    http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/203/artigo305439-1.aspx

    Revista Tchne Pini - n 220 07.2015. Acesso em: setembro de 2015

    http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/220/artigo357487-1.aspx

    Revista Infraestrutura Urbana Pini - n 41 08.2014. Acesso em: setembro de 2015

    http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/41/artigo319513-1.aspx