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SINALIZAÇÃO INTERPRETATIVA DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE BELO HORIZONTE: ROTEIRO RUA DA BAHIA BRANDAO, MARIANA GUIMARAES. 1. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Fundação Municipal de Cultura. Diretoria de Patrimônio Cultural Rua Prof. Estevão Pinto, 301 Serra Belo Horizonte MG CEP 30220-060 [email protected] / [email protected] RESUMO A preservação da memória e do patrimônio cultural das cidades tem se afirmado, cada vez mais, como uma das necessidades prioritárias dentro das políticas públicas, visando a garantia da plena cidadania. A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte vem, ao longo de trinta anos, desde a criação da Lei n.º 3.802/84 (lei de tombamento municipal), construindo, juntamente com os Poderes Legislativo e Judiciário e a sociedade civil, uma política que assegure a preservação e a promoção do nosso patrimônio cultural. A Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura (DIPC/FMC), junto ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH) e à sociedade civil, tem acompanhado tendências mundiais de preservação, em que os imóveis protegidos são tratados dentro da dinâmica da cidade e do cotidiano de seus habitantes. Neste sentido, a Fundação Municipal de Cultura, por meio da Diretoria de Patrimônio Cultural, elaborou o Projeto de Sinalização Interpretativa do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, que prevê a instalação de placas interpretativas e indicativas, ao longo de três conjuntos urbanos protegidos: Praça Rui Barbosa, Rua da Bahia e Praça da Liberdade, conformando um percurso/trajeto, a partir do qual se pode apreender o processo histórico de conformação e ocupação da cidade de Belo Horizonte e de suas transformações arquitetônicas, paisagísticas e urbanísticas. O referido projeto tem por objetivo fornecer aos munícipes e aos turistas e visitantes informações sobre a história de Belo Horizonte, o seu processo de ocupação e sobre os seus exemplares arquitetônicos mais representativos, reconhecidos pelo instrumento do tombamento, orientando sua caminhada pela cidade, possibilitando a descoberta e o reconhecimento dos lugares mais referenciais e simbólicos da capital. O objetivo final é criar um projeto piloto com esse primeiro trecho, que se estenderá para o restante dos conjuntos urbanos protegidos. Dessa maneira, o projeto permeará praticamente toda a área compreendida pelo perímetro da Avenida do Contorno, núcleo histórico original de Belo Horizonte, estimulando, assim, moradores e visitantes a desenvolverem um processo de valorização de seu patrimônio cultural e de pertencimento à sua cidade. Palavras-chave: sinalização interpretativa; patrimônio cultural; belo horizonte; roteiros.

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Page 1: SINALIZAÇÃO INTERPRETATIVA DO PATRIMÔNIO … · são tratados dentro da dinâmica da cidade e do cotidiano de seus habitantes. Neste sentido, a Fundação Municipal de Cultura,

SINALIZAÇÃO INTERPRETATIVA DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE BELO HORIZONTE: ROTEIRO RUA DA BAHIA

BRANDAO, MARIANA GUIMARAES.

1. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Fundação Municipal de Cultura. Diretoria de Patrimônio

Cultural Rua Prof. Estevão Pinto, 301 – Serra

Belo Horizonte – MG CEP 30220-060 [email protected] / [email protected]

RESUMO

A preservação da memória e do patrimônio cultural das cidades tem se afirmado, cada vez mais, como uma das necessidades prioritárias dentro das políticas públicas, visando a garantia da plena cidadania. A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte vem, ao longo de trinta anos, desde a criação da Lei n.º 3.802/84 (lei de tombamento municipal), construindo, juntamente com os Poderes Legislativo e Judiciário e a sociedade civil, uma política que assegure a preservação e a promoção do nosso patrimônio cultural. A Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura (DIPC/FMC), junto ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH) e à sociedade civil, tem acompanhado tendências mundiais de preservação, em que os imóveis protegidos são tratados dentro da dinâmica da cidade e do cotidiano de seus habitantes. Neste sentido, a Fundação Municipal de Cultura, por meio da Diretoria de Patrimônio Cultural, elaborou o Projeto de Sinalização Interpretativa do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, que prevê a instalação de placas interpretativas e indicativas, ao longo de três conjuntos urbanos protegidos: Praça Rui Barbosa, Rua da Bahia e Praça da Liberdade, conformando um percurso/trajeto, a partir do qual se pode apreender o processo histórico de conformação e ocupação da cidade de Belo Horizonte e de suas transformações arquitetônicas, paisagísticas e urbanísticas. O referido projeto tem por objetivo fornecer aos munícipes e aos turistas e visitantes informações sobre a história de Belo Horizonte, o seu processo de ocupação e sobre os seus exemplares arquitetônicos mais representativos, reconhecidos pelo instrumento do tombamento, orientando sua caminhada pela cidade, possibilitando a descoberta e o reconhecimento dos lugares mais referenciais e simbólicos da capital. O objetivo final é criar um projeto piloto com esse primeiro trecho, que se estenderá para o restante dos conjuntos urbanos protegidos. Dessa maneira, o projeto permeará praticamente toda a área compreendida pelo perímetro da Avenida do Contorno, núcleo histórico original de Belo Horizonte, estimulando, assim, moradores e visitantes a desenvolverem um processo de valorização de seu patrimônio cultural e de pertencimento à sua cidade.

Palavras-chave: sinalização interpretativa; patrimônio cultural; belo horizonte; roteiros.

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3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO - DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Turismo, patrimônio cultural e paisagem cultural

A cidade contemporânea carrega no seu cotidiano tensões vivenciadas de maneira diversificada por seus habitantes na construção dos lugares no tempo. A cidade é múltipla e assim múltiplas são suas construções e apropriações. É através de sua pluralidade, seus contrastes, suas somas e divergências que se produzem as redes simbólicas. Entre as tramas das referências tangíveis da cidade se descortinam percepções invisíveis, mas socialmente constituídas que dão sentido à forma. A história da cidade é a história da espacialização dos tempos e das escolhas coletivas. Assim, os lugares além de sua existência material são codificados em um sistema de representações cognitivas, afetivas e simbólicas.

Os lugares, entendidos aqui como paisagens culturais, são a soma dos pedaços de realizações atuais e de realizações do passado, ou seja, as formas jurídicas e as formas sociais somadas à temporalidade formam a particularidade dos lugares. A história da cidade seria então a história de sua produção continuada. O espaço, aqui enquanto materialidade revela valores simbólicos, históricos, temporais.

Em Belo Horizonte, os lugares da cidade têm significados que vão além de sua presença imediata, remetem a valores e realidades que transitam entre o tempo passado e presente fazendo parte assim do imaginário de seus habitantes. Como coloca Halbwachs:

“Se entre as casas, as ruas e os grupos de seus habitantes houvesse uma relação inteiramente acidental e efêmera, os homens poderiam destruir suas casas, seu quarteirão, sua cidade, reconstruir sobre o mesmo lugar uma outra, segundo um plano diferente; mas se as pedras se deixam transportar, não é tão fácil modificar as relações que são estabelecidas entre as pedras e os homens”.

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Entender então a importância da memória enquanto construção social inclui perceber as dimensões do lembrado e do esquecido sempre partindo do presente. Ou seja, as percepções da cidade carregadas de memória remetem a uma temporalidade que parte do presente da cidade em relação a seu passado e às expectativas de futuro. A memória é feita então da história vivida e não da história aprendida apenas. São nas tramas pessoais e coletivas que se revelam as articulações da história vivida com os marcos referenciais da cidade.

Nesse sentido, o presente trabalho tem como pressuposto reforçar o "lugar" da cidade enquanto marco simbólico para seus habitantes tanto em relação a sua forma física e ambiência, como também sua representação no imaginário coletivo. Assim para que esta representação se reproduza ao longo do tempo, são necessários mecanismos de preservação do lugar em sua forma física socialmente constituída. Como parte desses mecanismos, tem-se a Sinalização Interpretativa como forma de inserção do cidadão e do turista no conhecimento da memória coletiva de um lugar específico, neste caso a Rua da Bahia, identificando seus marcos referenciais na cidade - representações simbólicas em da Bahia e da cidade de Belo Horizonte. As edificações e os ambientes urbanos elencados como parte da sinalização interpretativa contemplam não apenas sua importância local, mas, principalmente, enquanto elementos representativos de um espaço urbano tanto no aspecto físico quanto simbólico.

Aproximamo-nos, assim, do conceito antropológico que diferencia espaço de lugar. O espaço é entendido como um termo mais amplo, mais abstrato sem uma forma ou simbologia estabelecidas. Já o lugar (locus) está carregado das múltiplas possibilidades de sua experiência pelos habitantes o que confere a ele identidade, conteúdo simbólico. Como

1 HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Vértice, 1990, p. 136.

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Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

explica AUGÉ (1994), incluímos na noção de lugar antropológico a possibilidade dos percursos que nele se efetuam, dos discursos que nele se pronunciam e da linguagem que o caracteriza.

Assim, a cidade torna-se, sobretudo, a guardiã de seus espaços simbólicos, pois historicamente é nela que se somam o tempo vivido e o tempo que se vive na urbes, onde são produzidos lugares de referências múltiplas, possibilitando que cada habitante sinta-se parte dela e tenha o sentimento de “pertencimento”.

A valorização dos espaços urbanos de referência e de seus elementos constituintes implica em fortalecer os laços de comprometimento para com a proteção cultural.

As cidades são compostas por espaços em constante construção experimentados e transformados por aqueles que a habitam, atribuindo-lhe sentidos múltiplos que conformam lugares privilegiados onde se encontram as lembranças e os sonhos do tempo vivido e do que ainda há por viver. Nesse aspecto, a Rua da Bahia, escolhida para ser objeto da Sinalização Interpretativa do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, entendida como paisagem cultural, vai além da definição física e espacial da proteção desse espaço, atingindo os aspectos simbólicos da memória coletiva se configurando como um lugar do passado e do futuro em consonância com a dinâmica atual da cidade.

Nesse contexto, entendemos o turismo como forma de valorização do patrimônio cultural, pois através dele, os visitantes conhecem e se apropriam da identidade e das características singulares de determinada paisagem cultural ou natural. Segundo CARSALADE (2009, p.03) é importante entender estes conceitos de forma ampla. Assim, a paisagem natural inclui a fauna, a flora, os rios, etc. A paisagem cultural diz respeito àquela construída pelo homem e, nesse caso, convém lembrar que as construções humanas não são apenas objetos inertes de pedra e barro, mas parecem trazer consigo uma aura particular que confere uma atmosfera única a cada lugar. Esta paisagem inclui, portanto além das paisagens urbanas específicas, o patrimônio imaterial, a gastronomia, os saberes locais, os rituais particulares, enfim, a cultura que a anima.

A paisagem cultural não é apenas o resultado de uma sedimentação histórica, ela representar o ethos de um povo, é a materialização de uma cultura específica, forjada ao longo do tempo.

Dessa forma, disponibilizar informações por meio de uma sinalização interpretativa contribui sobremaneira para a difusão do conhecimento dos bens referenciais e atrativos de um lugar, melhorando o aproveitamento turístico da visita, o desenvolvimento da atividade turística e principalmente, possibilitando a sua consequente valorização pela comunidade à qual pertence.

A sinalização interpretativa e o patrimônio cultural

A sinalização de uma localidade (cidade, bairro, parque, entre outros) se constitui em peça essencial para permitir a mobilidade urbana adequada, uma vez que disponibiliza informações acerca dos percursos e trajetos de um local. Além disso, se configura como parte integrante de um sistema de informação voltado para o turismo, possibilitando a comunicação por vários meios, a saber: visual, auditiva ou táctil.

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Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

O conjunto da sinalização denominada interpretativa faz parte do que chamamos de Turismo Cultural, que compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura (Ministério do Turismo, 2006, p.15). “Pelo método interpretativo, o lugar, além de se expor naturalmente à apreciação do público, pode falar por si mesmo e explicar sua identidade. Utilizando-se de diferentes fontes de conhecimentos e formas de comunicação, o ambiente interpretado convida e facilita ao visitante chegar mais perto, experimentar, interagir, conhecer, aprovar ou criticar a dinâmica cultural daquele contexto. A interpretação preocupa-se com a relação morador/ visitante e propõe que todos usufruam de paisagens, objetos, monumentos e momentos de presença no lugar, ao invés de consumi-lo apressadamente, como algo descartável e de fácil substituição” (FREIRE & PEREIRA, 2002, p.127).

“A interpretação, ao proporcionar uma comunicação eficaz com os visitantes e uma maior apreciação do atrativo, pode levar a um prolongamento da permanência dos turistas nos lugares, bem como novas visitas. A interpretação insere-se como um valor agregado ao produto turístico, visto que contribui para sua diversificação e abertura de novos nichos de mercados. Mais que informar, a interpretação estimula as pessoas a perceber o valor do patrimônio, o que proporciona uma maior consciência quanto à sua preservação” (ALBANO&MURTA, 2002, p.14-15).

Dessa forma, além de oferecer informações úteis aos deslocamentos, por meio de placas direcionais, a sinalização interpretativa apresenta placas contendo informações históricas e visuais, como mapas, croquis, desenhos, fotos, relativos ao patrimônio cultural. As informações contidas na sinalização interpretativa possibilitam transmitir noções abrangentes sobre o local e noções específicas de seus atrativos, como características relevantes, distâncias e localização dos principais pontos de interesse.

A sinalização interpretativa deve ser, portanto, elaborada com base nos conceitos de programação visual (design gráfico) e do Guia Brasileiro de Sinalização para Orientação Turística, contemplando a: legalidade; padronização; visibilidade/legibilidade/segurança; suficiência; continuidade/coerência, atualidade /valorização, manutenção/conservação. Isto revela uma abordagem estrita aos elementos ligados à percepção, à funcionalidade e aplicação.

O Roteiro Rua da Bahia

“Todos os caminhos iam à Rua da Bahia. Da rua da Bahia partiam vias para os fundos do fim do mundo, para os tramontes do acabaminas...A simples reta urbana... Mas seria uma reta? Ou antes, a curva? Era a reta, a reta sem tempo, a reta continente dos segredos dos infinitos paralelos. E era a curva. A inacessível curva, épura dos passos projetados, imanências das ciclóides, circulo infinito... Nós sabíamos, o Carlos tinha dito. A Rua da Bahia era uma

rua sem princípio nem fim”. (Chão de Ferro, 2001, pág. 352)

A escolha do trajeto da Rua da Bahia, compreendendo os conjuntos urbanos tombados Rua da Bahia, Praça da Liberdade e Praça da Estação, se deu em função da mesma ser um importante eixo cultural da cidade. Trata-se de uma via que se destaca na malha traçada no projeto do engenheiro Aarão Reis, tanto por ser, juntamente com a rua Espírito Santo, a que apresenta maior extensão dentre aquelas que cruzam diametralmente a avenida do Contorno, quanto por conectar, direta ou indiretamente, alguns dos principais pontos de preservação cultural da cidade, tais como: a Praça da Estação (porta de entrada da cidade), a rua dos Caetés (importante tradição comercial), a Praça Sete (coração da cidade), o Parque

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Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Municipal, a avenida Afonso Pena (principal eixo norte-sul da cidade) e a Praça da Liberdade (sede do governo do Estado). Além disso, se caracteriza originariamente como um dos principais eixos de expansão urbana e nele estão localizados importantes bens culturais representativos da história e da memória da cidade que, junto aos demais espaços que o conformam, congrega um espaço fundamental de referência para as expressões artísticas, políticas e boêmias de Belo Horizonte.

A Rua da Bahia teve seu traçado geométrico definido no projeto original da cidade de Belo Horizonte, concebido em 1894. Desde os primeiros anos de vida da Capital mineira, essa rua assumiu a importante função de interligar a estação ferroviária (localizada na Praça Rui Barbosa) ao centro civil do Estado (Praça da Liberdade), passando pelas principais vias de comércio da cidade. Marcada pela presença de edificações de diferentes estilos arquitetônicos, representativos de diversos períodos da nossa história, a Rua da Bahia é um dos testemunhos mais ricos da evolução urbana de Belo Horizonte. Isto porque a sua ocupação obedeceu ao próprio movimento de crescimento e desenvolvimento de Belo Horizonte, o que fez desta via um dos mais importantes eixos de nossa expansão urbana, além de ser um importante corredor cultural da cidade.

No início do século XX, foi notável a influência da estação ferroviária no modelo de ocupação e apropriação dos primeiros quarteirões da Rua da Bahia. Os trens de passageiros atraíram para a região um grande número de hotéis e pensões que serviam àqueles que desembarcavam em Belo Horizonte, além de fomentar o comércio, as atividades populares e a zona boêmia da cidade. Este modelo de ocupação ainda guarda suas marcas, seja por meio da permanência do comércio popular que movimenta a região, seja através de muitas edificações construídas no início do século XX que se mantém preservadas e protegidas pelo patrimônio cultural.

Sempre marcado pela diversidade de seus usos – residencial, comercial, institucional, cultural, de serviços e até mesmo industrial – e estilos arquitetônicos, testemunhos das várias fases de ocupação de Belo Horizonte. As mudanças na volumetria das construções ao longo da rua e ao longo do tempo não implicaram, no entanto, na substituição dos usos tradicionais. O trecho entre a Praça da Estação e o Parque Municipal manteve seu perfil de uso misto, com alguns hotéis e pensões, com certos edifícios residenciais e comerciais que se popularizaram com o passar do tempo. Os quarteirões entre a avenida Afonso Pena e a avenida Álvares Cabral foram os que concentraram o maior número de estabelecimentos vinculados à vida cultural e boêmia da cidade, como bares, teatro, livraria, rádio, hotel e cinema.

No trecho seguinte, que se prossegue até a rua Gonçalves Dias, existe a predominância do uso residencial, com alguns serviços. O percurso entre a rua Gonçalves Dias e o Minas Tênis Clube observa-se a predominância do uso institucional. E, finalmente, do Minas Tênis Clube até a avenida do Contorno, o uso residencial prepondera, reafirmando sua tendência histórica.

A rua da Bahia apresenta, portanto, caráter polarizador dentro do seu Conjunto Urbano e dentro da própria cidade. É um espaço urbano que não se esgota em si mesmo: sua influência na imagem urbana é evidente. Desde a sua criação, a sua principal característica foi a diversidade tanto no que diz respeito à situação topográfica quanto à paisagem cultural e aos diversos usos que ao longo dela se instalaram (espaços religiosos, educacionais, culturais e de entretenimento, bares, cafés, cinemas, livrarias e hotéis tradicionais) bem como da apropriação de seus espaços por diferentes grupos sociais.

“Nesse sentido, a identidade da rua da Bahia se deve principalmente ao papel da rua como testemunho vivo da história de Belo Horizonte. Desta forma, é na diversidade de tipologias e estilos arquitetônicos presentes ao longo de seu trajeto e nas diferentes formas de apropriação de seus espaços pela coletividade que reside seu principal valor cultural”

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Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

(PRAXIS, 1994). Além disto, sua reputação como importante referencial para todo belorizontino e o caráter diferenciado assumido ao longo de sua evolução com a concentração de diversos equipamentos culturais e de uso coletivo, são características da paisagem cultural da rua e merecem ser destacadas com o projeto de sinalização interpretativa, que cria um caminho do usuário ao longo da rua, destacando seus equipamentos culturais mais importantes, bem como os bens tombados pelo Município.

O projeto de sinalização interpretativa

A Fundação Municipal de Cultura/FMC, através da Diretoria de Patrimônio Cultural/DIPC, contratou a elaboração do “Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte”, que define os modelos de placas, bem como sua estrutura e layout, a serem utilizadas nos conjuntos urbanos protegidos da cidade. O manual define formatos com visual atraente, utilizando materiais de alta resistência, adequados às necessidades da cidade. O escritório de design teve como premissa a criação de uma família de placas que atendesse às demandas de informação interpretativa, com indicação de percursos, distâncias, equipamentos culturais referenciais, bens tombados, além de equipamentos turísticos relevantes.

O projeto previu a instalação de placas interpretativas e indicativas, ao longo de três Conjuntos urbanos – Praça Rui Barbosa (Praça da Estação), Rua da Bahia e Praça da Liberdade – conformando um percurso/trajeto a partir do qual se pode apreender o processo histórico de conformação e ocupação da cidade de Belo Horizonte e de suas transformações arquitetônicas e paisagísticas.

O percurso sugerido parte da Praça da Estação, principal porta de entrada para a cidade de Belo Horizonte, durante a primeira metade do século XX, passando pela Rua da Bahia, uma das vias de maior valor simbólico e referencial da cidade e importante vetor de expansão de Belo Horizonte, chegando até a praça da Liberdade, tradicional espaço cívico e lugar de maior apropriação por parte de seus moradores. Vale ressaltar que o percurso liga o circuito cultural Praça da Estação (proposta no PAC Cidades Históricas) ao Circuito Cultural da Praça da Liberdade. A Praça da Savassi, Praça Sete e Praça ABC, conforme indicação da Belotur, também foram contempladas com as placas interpretativas.

O projeto conta com 102 placas indicativas e interpretativas a serem distribuídas ao longo dos três Conjuntos Urbanos, Praça da Savassi, Praça Sete de Setembro e Praça ABC, sendo 19 placas indicativas e 83 interpretativas. As placas e totens foram divididos de acordo com a sua função e demanda de informação, a saber:

MODELO DESCRIÇÃO TIPO DE PLACA QUANT.

1.0 Totem Mapa Direcional Indicativa 52,2 x 250 x 12 cm

16

2.1 Placa de edificação particular Interpretativa 26,6 x 41,6 x 2,54 cm

31

2.2 Placa de edificação pública ou de uso coletivo

Interpretativa 26,6 x 170 x 12 cm

12

2.3

Totem de edificação pública ou de uso coletivo

Interpretativa 33,2 x 170 x 12 cm

06

3.1 a

Totem interpretativo de praças Interpretativa 25,2 x 200 x 12 cm

17

3.1 b Totem interpretativo de praças Interpretativa

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52,2 x 200 x 12 cm 17

3.3 Placa Adote o Verde Indicativa 53,2 x 113,2 x 8 cm

03

TOTAL 102

Figura 01 – Família de placas desenvolvida no Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte. Fonte: Hardy Design.

O sistema de sinalização da Rua da Bahia é composto por 06 tipos de placas, a saber:

1. Totem mapa direcional;

2. Placa de edificação particular;

3. Placa de edificação pública ou de uso coletivo;

4. Totem de edificação pública ou de uso coletivo;

5. Totem interpretativo de praças (conjunto de duas placas);

6. Placa Adote o Verde.

A seguir, apresentamos a descrição de cada placa, com sua função e dimensões:

1. Totem mapa direcional

Os totens mapa direcionais serão instalados em pontos estratégicos do perímetro do conjunto urbano tombado, geralmente próximos às esquinas, em pontos essenciais para a indicação direcional.

Dimensão de 52,2 x 250 x 12 cm.

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Função: Totem que contém mapa direcional de caminhada para pedestres apresentando todos os pontos de interesse cultural e turístico no entorno do local, além de mapa geral que apresenta a posição do pedestre no contexto da cidade.

Figura 02 – Exemplo de aplicação do Totem Mapa Direcional. Fonte: Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte/Hardy Design.

2. Placa de edificação particular

As placas serão instaladas nas edificações tombadas particulares pertencentes ao perímetro do conjunto tombado.

Dimensão: 26,6 x 41,6 x 2,54 cm

Função: Placa que identifica o imóvel tombado apresentando informações básicas acerca do mesmo.

3. Placa de edificação pública ou de uso coletivo

As placas serão instaladas nas edificações tombadas públicas ou de uso coletivo, pertencentes ao perímetro do conjunto tombado.

Dimensão: 26,6 x 170 x 12 cm

Função: Placa que identifica o imóvel tombado apresentando informações básicas acerca do mesmo.

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Figura 03 – Exemplo de aplicação da placa de imóvel. Fonte: Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte/Hardy Design.

4. Totem de edificação pública ou de uso coletivo

Os totens de edificações públicas ou de uso coletivo serão instalados nas edificações tombadas públicas ou de uso coletivo referenciais, pertencentes ao perímetro do conjunto tombado.

Dimensão: 33,2 x 170 x 12 cm

Função: Totem que identifica o imóvel tombado apresentando informações básicas acerca do mesmo e foto(s) antiga(s).

5. Totem interpretativo de praças (conjunto de duas placas)

Os totens interpretativos de praças serão instalados nas Praças pertencentes ao perímetro do conjunto tombado.

Dimensão: 25,2 x 200 x 12 cm (placa 1); 52,2 x 200 x 12 cm (placa 2).

Função: Placa 1 - identifica o imóvel tombado apresentando nome da praça. Placa 2 - identifica o imóvel tombado apresentando informações básicas acerca da praça e foto(s) antiga(s).

6. Placa Adote o Verde

As placas do programa “Adote o Verde” serão instaladas na Praça da Liberdade e Praça José Mendes Júnior.

Dimensão: 53,2 x 113,2 x 8 cm.

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Função: Placa do programa Adote o Verde contendo marca da PBH e marca da empresa adotante do jardim ou praça.

Figura 04 – Exemplo de aplicação do totem de praças, à esquerda, e da placa “Adote o Verde”, à direita. Fonte: Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte/Hardy Design.

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Figura 05 – Mapa com identificação e localização das placas que compõem o sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte. Fonte: DIPC/FMC.

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A finalidade da Sinalização Interpretativa do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte é possibilitar ao cidadão (turista ou morador) o acesso a informações sobre a história da cidade, seu processo de ocupação e os seus exemplares arquitetônicos mais representativos, orientando sua caminhada pela cidade, possibilitando a descoberta e o reconhecimento dos lugares mais referenciais e simbólicos da capital.

De acordo com o “Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte”, elaborado pela Hardy Design, para garantir a homogeneidade e a eficácia da sinalização, foram observadas as seguintes diretrizes:

1. Integração: Integrar o sistema de sinalização com a paisagem urbana;

2. Padronização: Estabelecer padrões quanto à forma, cores, tipografia e iconografia;

3. Visibilidade e Legibilidade: Ser visível e legível a distâncias que permitam segurança, conforto visual e acessibilidade;

4. Suficiência: Oferecer as mensagens necessárias a fim de atender os deslocamentos e objetivos dos usuários;

5. Manutenção e Conservação: Manter-se sempre conservadas, limpas e adequadamente instaladas, sendo alteradas sempre que necessário, devido a mudanças do espaço físico ou do uso dos espaços;

6. Durabilidade: Respeito às especificações técnicas e forma de produção para garantia de durabilidade;

7. Linguagem Universal: Aplicação bilíngue do conteúdo para os equipamentos de sinalização, e uso extensivo de pictogramas, facilitando a compreensão das informações.

O “Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte” contém um guia geral para diagramação das placas, representação dos mapas, especificações técnicas para produção dos modelos, além de instruções de manutenção das placas que compõem o Sistema de Sinalização. Além do manual, foi elaborado o projeto específico com a família de placas para o eixo da Rua da Bahia. Junto com o projeto de Sinalização Interpretativa foi desenvolvido um website que visa complementar a experiência do usuário, disponibilizando a ele outras informações sobre os bens culturais de Belo Horizonte. O site é acessado por meio do QR Code presente em todas as placas.

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Belo Horizonte, de 15 a 17 de setembro

Figura 06 – Exemplo da página do site para a qual é direcionada quando da leitura do QR Code. Fonte: Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte/Hardy Design.

A partir dessa primeira etapa concluída, as demais áreas protegidas pelo patrimônio cultural, que não foram contempladas nesta etapa do projeto, serão contempladas com projetos de sinalização interpretativa seguindo as especificações do “Manual do Sistema de Sinalização Interpretativa de Belo Horizonte”, como parte do projeto denominado “Adote BH como "cidade da arquitetura" destacando e divulgando seu patrimônio através de sinalização interpretativa”, com previsão de conclusão em 2016. As áreas em questão são:

1. Conjunto Urbano Rua dos Caetés;

2. Conjunto Urbano Praça da Boa Viagem;

3. Conjunto Urbano Praça Floriano Peixoto;

4. Conjunto Urbano Praça Hugo Werneck;

5. Conjunto Urbano Praça Raul Soares-Av. Olegário Maciel;

6. Conjunto Urbano Avenida Afonso Pena;

7. Conjunto Urbano Avs. Carandaí-Alfredo Balena;

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8. Conjunto Urbano Avenida Álvares Cabral;

9. Conjunto Urbano Avenida Barbacena- Grandes Equipamentos;

10. Conjunto Urbano Bairro Floresta;

11. Conjunto Urbano Bairro Santo Antônio;

12. Conjunto Urbano Bairro Cidade Jardim;

13. ADE Santa Tereza;

14. Conjunto Arquitetônico de Tipologia de Influência da Comissão Construtora da Nova Capital.

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