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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADES CEARENSES CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS TEREZA DE JESUS SILVA COSTA SIMPLES NACIONAL: UMA FORMA DE INCENTIVAR A EXPANSÃO DOS PEQUENOS EMPREENDEDORES NO PAÍS FORTALEZA CE 2012

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Page 1: SIMPLES NACIONAL: UMA FORMA DE INCENTIVAR … NACI… · conclusão deste trabalho. ... Palavra Chave: Empresa, Simples Nacional, ... DACON Demonstrativo de Apuração das Contribuições

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADES CEARENSES

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

TEREZA DE JESUS SILVA COSTA

SIMPLES NACIONAL: UMA FORMA DE INCENTIVAR A EXPANSÃO DOS

PEQUENOS EMPREENDEDORES NO PAÍS

FORTALEZA – CE

2012

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TEREZA DE JESUS SILVA COSTA

SIMPLES NACIONAL: UMA FORMA DE INCENTIVAR A EXPANSÃO DOS

PEQUENOS EMPREENDEDORES NO PAÍS

Monografia apresentada à coordenação do Curso de Ciências Contábeis da Faculdades Cearenses – FAC como parte das exigências do título de Graduado em Ciências Contábeis. Orientador(a): Yanna Gonçalves Manso Professora Especialista

FORTALEZA – CE

2012

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TEREZA DE JESUS SILVA COSTA

SIMPLES NACIONAL: UMA FORMA DE INCENTIVAR A EXPANSÃO DOS

PEQUENOS EMPREENDEDORES NO PAÍS

Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Ciências Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearenses – FAC, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores: Data de aprovação: ____/ ____/____

Banca Examinadora

_________________________________________________

Francisca Yanna Gonçalves C. Manso

Professora Orientadora

_________________________________________________

Mônica Valeska Veras Machado

Professora da banca

__________________________________________________

Fausto Alexandre Vasconcelos Silveira

Professor da banca

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A Deus, minha mãe e meu marido

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, pela oportunidade de ter alcançado mais um êxito em

minha vida.

A minha mãe, Liduina Silva, pelo exemplo admirável de mulher.

A meu marido, Gilvan Morais, por ter me incentivado e acompanhado durante toda

essa trajetória.

A minha orientadora, Yanna Manso, pela sua dedicação e disponibilidade na

conclusão deste trabalho.

A banca, que se fez presente na apresentação da minha monografia.

As empresas, que participaram espontaneamente deste trabalho e que contribuíram

para que meu estudo de caso pudesse ser enriquecido com suas respostas no

questionário.

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“Tudo posso naquele que me fortalece”

(Filipenses 4:13)

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RESUMO

Para melhor atender às necessidades básicas de vida, é necessária a produção de bens e serviços, em que os empresários atenderiam aos quatros fatores considerados de produção que são: capital, mão-de-obra, insumos e tecnologia. O referido trabalho tem como objetivo contemplar os novos avanços do Governo em relação às Empresas do Simples Nacional (SN) a partir da Lei Complementar (LC) 123/06 criada em 14 de dezembro de 2006 e, em contrapartida, o que essas empresas trouxeram de benefícios para a Economia do País. Diante disso, foi feita uma pesquisa bibliográfica acerca do assunto, buscando nas leis e nas literaturas como as principais fontes de pesquisa, e um estudo de caso, a fim de provar os incentivos e os benefícios para o Microempreendedor Individual (MEI), a Microempresa (ME), e a Empresa de Pequeno Porte (EPP). Demonstrou-se, através de um planejamento tributário, a importância de estar no SN e de se formalizar como MEI. Os resultados foram satisfatórios, pois revelaram que com a redução da carga tributária, o baixo custo trabalhista em relação a folha de pagamento e a burocracia que diminuiu, as empresas puderam comprovar que realmente houve incentivo por parte do Governo, a fim de beneficiar os milhões de empreendedores que almejam ao crescimento de seu negócio. E como conseqüência ao que foi dito, observa-se que tanto o Governo quanto os empresários obtiveram um resultado positivo, pois com o aumento de tributos recolhidos, houve aumento na economia brasileira.

Palavra Chave: Empresa, Simples Nacional, Incentivos, Benefícios, Governo.

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ABSTRACT

To better attend the life's basic needs, it is needed the production of goods and services, where the entrepreneurs would attend the four factors of production that are: capital, labor, inputs and technology. The said work has as purpose to contemplate the government's new advances in relation the companies of the Single National (SN), from the Supplementary Law (LC) 123/06 created on December 14, 2006, and in return, what these Companies have brought of benefits to the Country's Economy. Therefore, It has been made a bibliographic research about the subject, seeking the laws and literatures as the main research sources and a case study in order to prove the incentives and benefits for Microempreendedor Individual (MEI), Microenterprise (ME), and Small Company (EPP). It has been demonstrated, through a tax planning, the importance of being in the SN and to formalize as MEI. The results were in some ways satisfactory, since revealed that the reduction of the tax burden, low labor costs relative to payroll and bureaucracy reduced, companies were able to prove that there was indeed an incentive by the Government in order to benefit the millions of entrepreneurs who want to grow their business. And as a consequence of the foregoing, it is observed that both the government and the entrepreneurs had positive results, because with the increase of taxes paid, there was an increase in the Brazilian economy.

Keyword: Company, Simple National, Incentives, Benefits, Government

.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Documento de Arrecadação do Simples Nacional ............................. 25

Figura 2 Guia da Previdência Social ................................................................ 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Faturamento em sua Proporcionalidade ............................................. 26

Tabela 2 Desenquadramento por Faturamento em 2012 .................................. 27

Tabela 3 Demonstrativo de receita e despesa ................................................... 47

Tabela 4 Planejamento Tributário do MEI .......................................................... 47

Tabela 5 Planejamento Tributário do Simples Nacional ..................................... 48

Tabela 6 Planejamento Tributário Lucro Presumido .......................................... 48

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Número Acumulado de MEI(jul/09 a abr/12) ....................................... 28

Gráfico 2 Enquadramento da Empresa .............................................................. 43

Gráfico 3 Atividade Econômica .......................................................................... 44

Gráfico 4 Aumento do Teto do Faturamento ...................................................... 44

Gráfico 5 Benefícios do Governo ....................................................................... 45

Gráfico 6 Formalização ...................................................................................... 45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SN Simples Nacional

LC Lei Complementar

MEI Micro Empreendedor Individual

ME Micro Empresa

EPP Empresa de Pequeno Porte

LP Lucro Presumido

LR Lucro Real

LA Lucro Arbitrado

EI Empreendedor Individual

DP Departamento Pessoal

NCC Novo Código Civil

EIRELI Empresa Individual de Responsabilidade Limitada

CFC Conselho Federal de Contabilidade

EMP Empresa de Médio Porte

EGP Empresa de Grande Porte

CGSN Comitê Geral do Simples Nacional

SIMEI Sistema de Apuração do MEI

IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

COFINS Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social

PIS Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do

Patrimônio do Servidor Público, exceto a incidente na importação

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

ISS Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza

ICMS Imposto sobre Operações relativas à circulação de Mercadorias e

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicação.

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

DASMEI Documento de Arrecadação Simplificada do Micro Empreendedor

Individual

DAS Documento de Arrecadação Simplificada

DASN Declaração Anual do Simples Nacional

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PGDAS Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional

DARF Declaração de Arrecadação da Receita Federal

LALUR Livro de Apuração do Lucro Real

FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador

DCTF Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais

DACON Demonstrativo de Apuração das Contribuições Federais

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano

IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

CNAE Código Nacional de Atividade Econômica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15

2 EMPRESA............................................................................................................. 17

2.1 Contextualização............................................................................................... 17

2.2 Classificação quanto ao Setor ou Economia.................................................. 19

2.3 Classificação quanto à Natureza Jurídica....................................................... 20

2.4 Classificação quanto ao seu Porte ou Faturamento...................................... 22

3 ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO....................................................................... 23

3.1 Micro Empreendedor Individual (MEI)............................................................. 23

3.2 Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP).............................. 28

4 REGIME DE TRIBUTAÇÃO................................................................................... 32

4.1 Simples Nacional (SN) ..................................................................................... 32

4.1.1 Benefício do Governo para as empresas a partir da LC 123/06...................... 34

4.1.2 Benefícios das empresas para a economia brasileira...................................... 37

4.2 Lucro Presumido (LP) ...................................................................................... 38

4.3 Lucro Real (LR) ................................................................................................. 38

4.4 Lucro Arbitrado (LA) ........................................................................................ 39

5 METODOLOGIA................................................................................................... 40

5.1 Caracterização da Pesquisa............................................................................. 40

5.2 Planejamento da Pesquisa............................................................................... 40

5.3 Delineamento do Estudo de Caso................................................................... 41

5.4 Ambiente de Pesquisa ..................................................................................... 42

6 ESTUDO DE CASO …........................................................................................... 43

6.1 Análise dos Resultados ................................................................................... 43

6.2 Demonstrativo de Cálculo Comparativo ....................................................... 46

6.2.1 Planejamento Tributário do MEI x SN x LP...................................................... 47

6.2.2 Análise do Demonstrativo................................................................................. 48

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 52

APÊNDICE A – Pesquisa: Benefícios do Simples Nacional................................ 54

ANEXO I – Relatório Mensal das Receitas Bruta.................................................. 56

ANEXO II – Extrato do Simples Nacional.............................................................. 58

ANEXO III – Listagem Resumida das Folhas ....................................................... 60

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ANEXO IV – Anexo I da Tabela do Simples Nacional .......................................... 62

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1 INTRODUÇÃO

Os pequenos negócios, juntamente com os seus respectivos

empreendedores, vêm crescendo de maneira bastante notável em nosso País.

Dessa forma o Governo tem adotado medidas para melhor atendê-los, e

uma das formas é incentivando esse público através do Simples Nacional (SN), um

regime de arrecadação simplificado, além de contribuir para uma maior rentabilidade

dos cofres públicos.

Para exemplificar esse crescimento, serão abordadas nesse estudo as

empresas enquadradas pelo SN, como o Empreendedor Individual (EI), a

Microempresa (ME) e a Empresa de Pequeno Porte (EPP), nas quais tem dado sua

grande contribuição para o aumento de emprego e renda para o País.

Devido às legalizações do EI, têm-se percebido a geração de mais

vínculos empregatícios e o aumento na economia brasileira. Como também, os

incentivos do Governo Federal para a ME e EPP, que vem resultando em um

número considerável de constituições de empresas e adesões ao SN.

Dessa forma, o presente trabalho apresenta a seguinte problemática: De

que forma o regime de tributação do SN está incentivando os pequenos

empreendedores na formalização e na expansão de seu negócio?

Para tanto, precisa-se atingir o seguinte objetivo geral: Demonstrar de que

forma o SN incentivou a expansão do MEI, ME e EPP.

Enquanto que os objetivos específicos consistem em: mostrar os

benefícios do Governo para a ME, EPP E MEI, mostrar o impacto na economia

brasileira depois da Lei Complementar (LC) 123/06, e demonstrar a composição de

valores de uma empresa optante pelo SN. Para complementar a pesquisa, foi

realizado um estudo de caso com uma empresa no ramo de comércio varejista de

artigos de armarinho, enquadrada no regime do SN, e um questionário aplicado a 25

empresas em Fortaleza, nos diversos ramos de atividades e enquadramento

tributário.

Portanto, a divisão do trabalho será feita em sete seções, iniciando com a

Introdução que vai desde a questão problema até os objetivos propostos, a segunda

seção contextualizará sobre as empresas, suas classificações e relevâncias,

enquanto que a terceira seção embasará o Enquadramento Tributário.

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A quarta seção contemplará os Regimes de Tributação, enfatizando o

Simples Nacional e seus benefícios, seguindo da metodologia a qual descreve a

caracterização, o planejamento da pesquisa, delineamento do estudo de caso e o

ambiente de pesquisa.

Seguindo esta ordem, a sexta seção abordará um Estudo de Caso,

através de planejamento tributário com cálculos comparativos, com base em dados

reais de uma empresa optante pelo SN. Ainda nesta seção, será comentada uma

pesquisa feita por amostragem.

Por fim, serão feitas na sétima seção as Considerações Finais, seguido

das Referências Bibliográficas, Apêndice e Anexos.

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2 EMPRESA

2.1 Contextualização

A necessidade de uma definição bem elaborada sobre empresa, fez com

que muitos estudiosos e juristas unissem vários pensamentos e ideias, a fim de

encontrar um conceito que pudesse abranger a noção da empresa como um todo.

De acordo com a Lei 10.406/2002 do Novo Código Civil (NCC), não se

tem uma definição apreciada de empresa, porém entende-se que a mesma

corresponde a uma atividade econômica organizada.

Ainda na referida lei em seu art. 966 e Parágrafo Único, associa-se essa

atividade à figura do empresário.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo Único: não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Segundo Requião (2003, p.58), o NCC poderia ter conceituado

juridicamente “empresa”. Na visão dele, “a empresa nasce quando se inicia a

atividade sob a orientação do empresário”. De fato, há uma associação dessa

atividade à figura do empresário, pois a partir do momento que ele exerce

profissionalmente a sua atividade econômica, gerando produção ou circulação de

bens e serviços, nasce a Estrutura Funcional de uma empresa.

Dessa forma a empresa consiste numa sociedade organizada com caráter

econômico e profissional, com objetivo de produzir lucro através da produção de

bens e/ou serviços destinados à venda.

Vale salientar que a empresa não pode ser confundida com o sujeito de

direito que a explora, que é o empresário, para não ferir o Princípio Contábil da

Entidade.

Na Resolução 750/93 em seu art. 4˚ do Conselho Federal de

Contabilidade (CFC):

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Art.4. O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Ao ligar o surgimento da empresa à figura do empresário, surge a

necessidade de solidificá-la no campo econômico e jurídico. Para Ferri (2012 apud

Coelho, 2012, p.50) empresa é “como um organismo econômico, isto é, se assenta

sobre uma organização fundada em princípios técnicos e leis econômicas”.

De fato, estes organismos econômicos vão se tornando cada vez mais

aparentes e úteis para o desenvolvimento da economia, quando começam a suprir

as exigências do mercado geral, fomentando a produção, o comércio e a prestação

de serviço.

Ferri (2003 apud Coelho, 2012), ainda destaca em conformidade com o

NCC que a empresa está ligada à figura do empresário, pois recebe as condições

necessárias para o bom funcionamento.

Já no campo jurídico, surge uma busca intensa por parte dos juristas em

construir e formalizar um conceito jurídico para as organizações econômicas.

Ferri (2003, apud Coelho, 2012, p.50), ainda complementa que “é preciso

compreender que a disciplina jurídica da empresa é a disciplina da atividade do

empresário, ou tutela jurídica da empresa é a tutela jurídica dessa atividade”.

Isso leva a crer que, a partir do momento que o empresário exerce uma

atividade amparada juridicamente pelas leis que regem o Direito Comercial, a

empresa ligada também passa a existir no mundo jurídico.

No campo do Direito Comercial Brasileiro, também há um interesse

enorme por parte dos juristas nacionais e pesquisadores em formular um conceito

de empresa.

Mendonça (2003, apud Coelho, 2012, p.57) afirma que a doutrina

moderna conceitua empresa como “a organização técnica-econômica que se propõe

produzir a combinação dos diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bem ou

serviços destinados à troca (venda), com esperança de realizações de lucros.”

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Com isso tem-se o empresário como responsável de coordenar o trabalho

e o capital. Nesse caso, nota-se que a intenção de Mendonça (2003 apud Coelho,

2012) é acabar com essa busca e, para isso, mostra um conceito amplo de empresa

que engloba tanto o lado econômico como o jurídico, sem perder a ideia básica de

que o nascimento da empresa está atrelado ao início da atividade econômica

orientada pelo empresário.

Para atender as necessidades básicas de vida, os bens e serviços seriam

produzidos em organizações econômicas, nas quais os empresários praticam a

ação, atendendo aos quatro fatores de produção que são o Capital, Mão de obra,

Insumos e Tecnologia, o que caracterizaria a estrutura de produção ou circulação de

bens ou serviços, denominada empresa.

Coelho (2012, p.34), ressalta que “a empresa, enquanto atividade, não se

confunde com o sujeito de direito que a explora, o empresário”. Ressalta ainda que

“não se pode confundir a empresa com o local em que a atividade é desenvolvida”.

Diante de todos os conceitos abordados de empresa, conclui-se que, por

se tratar de uma atividade econômica, com produção, serviços e lucro, é

interessante conhecer como as empresas são classificadas, para melhor

compreender suas finalidades.

2.2 Classificação quanto ao Setor ou Economia

O segmento econômico das empresas é classificado de acordo com o

setor ou a atividade, destacando o Setor Primário, Setor Secundário e o Setor

Terciário.

1Dessa forma, o Setor Primário é representado pelas atividades rurais, ou

seja, aquelas que envolvem a agricultura, a pesca e os recursos naturais como o

minério, o vegetal e animal, como por exemplo: uma plantação de cana de açúcar,

plantação de legumes e criação de aves.

Em seguida, há o Setor Secundário que é representado pelas indústrias

de confecções de roupas, de calçados, incluindo as atividades relacionadas à

1 Informações sobre a classificação econômica retira do site:http://pt.scribd.com/doc/37109316/atividade-6-

classificação-da-empresa> e <http://controladoriapesqueira.pe.gov.br/products/classifica%C3%A7%C3%>

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industrialização e transformação de algum bem, ou seja, a produção de algum

produto e de construção.

Já o Terceiro Setor, envolve as atividades como serviços gráficos, clínicas

médicas, serviços fotográficos, e outros. Esses serviços podem ser realizados para

pessoa física ou pessoa jurídica como, por exemplo, as empresas financeiras,

transportes e comunicações. Ainda no Terceiro Setor há o comércio que é

representado pelo um número grande de empresas que aumenta cada vez mais ao

passar dos anos.

As empresas do ramo do comércio compram das indústrias e

comercializam os produtos para consumidores finais ou até mesmo para outras

empresas, como venda em varejo (mercadorias vendidas por unidades) ou no

atacado (mercadorias vendidas em grande quantidade), como, por exemplo, loja de

calçados, roupas e relojoarias.

Esta seção tratou da relevância dos três setores econômicos das

empresas e das atividades que estes setores são relacionados. Na próxima será

feita a classificação de sua natureza jurídica.

2.3 Classificação quanto À Natureza Jurídica

Juridicamente, a responsabilidade dos atos constitutivos das empresas

deve ser registrada e arquivada na Junta Comercial, caso explore atividades

comerciais, industriais e de serviços.

Conforme Silva, et al. (2002), em se tratando de empresas com caráter

civil, o registro será feito no Cartório de Títulos e Documentos.

Dentre as empresas mercantis, o presente trabalho abordará nesta seção:

Empresa Individual, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, Sociedade

por quota de Responsabilidade Limitada, Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade

Anônima e Sociedade em Comandita.

A Empresa Individual é representada apenas por uma única pessoa: o

empresário. Este tem sua responsabilidade totalmente ilimitada, ou seja,

respondendo com seus bens particulares, as dívidas contraídas pela empresa, não

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podendo confundir seu patrimônio com os da empresa, para não ferir o Princípio

Contábil da Entidade em seu art. 4˚ da Resolução 750/93 do CFC.

A Empresa Individual assume todas as obrigações contábeis, fiscais,

trabalhistas e previdenciárias.

No art. 980-A da Lei n˚ 12.441/2011, observa-se a criação de uma nova

modalidade, que passou a existir a partir deste ano de 2012: a Empresa Individual

de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Esta modalidade deu a possibilidade de

abertura de empresas com apenas um sócio, sendo que sua responsabilidade é

limitada ao capital investido na empresa, no qual não pode ser inferior a 100(cem)

salários mínimos vigente no País, com isso resguardando os bens do titular.

Ainda de acordo com Silva et al. (2002), as Sociedades por Quotas de

Responsabilidade Limitada são as mais usuais das sociedades constituídas, sendo

representada por mais de um proprietário (sócio), com responsabilidade limitada ao

capital social de cada sócio, ou seja, todos respondem integral e solidariamente pela

integralização do capital, sendo que é permitida essa integralização parcelada, sem

a necessidade de alteração do contrato social (documento pelo qual é feita a

constituição da sociedade).

A Sociedade em Nome Coletivo tem a responsabilidade dos sócios

solidária e ilimitada das obrigações da empresa, sem preservar os sócios de

nenhum risco inerente a mesma, porém seu patrimônio só poderá ser executado se

caso os bens da empresa não forem suficiente para cobrir as dívidas da mesma, no

que afirma o Art. 1024 do NCC. “Os bens particulares dos sócios não podem ser

executados por dívidas da sociedade senão depois de executados os bens sociais”.

2Já a Sociedade Anônima tem a responsabilidade dos sócios limitada ao

valor de suas ações, podendo seu capital ser aberto (ações negociadas em bolsas

de valores) ou fechado.

De acordo com o art. 1045 da lei 10.406/02, a Sociedade em Comandita

caracteriza por existir o sócio comanditário, que entra com capital e tem sua

responsabilidade limitada, e o Comanditado, que entra com o trabalho e tem sua

responsabilidade ilimitada.

2 Informações retiradas da lei 6.404/76

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22

Esta seção mostrou os tipos de constituições de empresas que poderão

ser feitas, a próxima seção tratará da classificação das empresas quanto ao seu

porte ou faturamento.

2.4 Classificação quanto ao Porte ou Faturamento

Baseado na capacidade econômica da empresa, a qual é determinada de

acordo com a sua Receita Bruta Anual, esta seção contemplará o Micro

Empreendedor Individual (MEI), a Microempresa (ME), a Empresa de Pequeno Porte

(EPP), a Empresa de Médio Porte (EMP), e a Empresa de Grande Porte (EGP).

A LC 139/2011, que altera dispositivos da LC 123/06, estabeleceu o

aumento do teto do faturamento anual para as empresas do SN que são: o MEI, a

ME e a EPP, sendo assim, o faturamento anual do MEI passou a ser de

R$ 60.000,00(sessenta mil reais).

Para a Microempresa, a receita bruta anual ficou igual ou inferior a

R$ 360.000,00(trezentos e sessenta mil reais) enquanto o faturamento da EPP ficou

alterado para a receita superior a R$ 360.000,00(trezentos e sessenta mil reais) e

igual ou inferior a R$ 3.600.000,00(três milhões e seiscentos mil reais), ou

proporcional ao número de meses do período.

Conforme a Legislação do Lucro Presumido (Lei 10.637/2002, Art. 46), as

empresas de Médio Porte, têm seu faturamento compreendido entre

R$ 3.6000.000,01(três milhões e seiscentos mil reais e um centavo) à

R$ 48.000.000,00(quarenta e oito milhões de reais), porém algumas podem ser

obrigadas a optar pelo regime de tributação do lucro real, de acordo com sua

atividade operacional.

Já a Empresas de Grande Porte tem seu faturamento superior a

R$ 48.000.000,00(quarenta e oito milhões de reais), e são obrigadas a tributação do

lucro real.

Após ser feita uma breve contextualização e apresentadas às

classificações das empresas quanto ao setor ou à economia, à natureza jurídica e

ao porte ou faturamento, na seção seguinte, será abordado o enquadramento das

empresas do SN: MEI, ME e EPP.

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23

3 ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO

3.1 Micro Empreendedor Individual (MEI)

. Com a chegada do MEI, muitos profissionais que se encontravam na

informalidade passaram a ser reconhecido como empresário seja mecânico, artesão,

bombeiro hidráulico, eletricista, ambulante, ou seja, aquele que trabalhava por conta

própria e ansiava demonstrar seus produtos e serviços, ou até mesmo expandir seu

negócio.

A alta carga tributária e as obrigações acessórias a serem apresentadas

nos órgãos competentes, e até mesmo o pouco conhecimento dos direitos e deveres

por parte desses empreendedores, tudo isso contribuiu para que essa informalidade

crescesse no País.

3 Com a finalidade de regularizar a situação de milhões de

empreendedores, a LC 128/08, trouxe benefícios e facilidades para melhor atender a

esse público.

Conforme a referida lei, considera-se MEI o empresário individual a que

se refere o art. 966 do Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-

calendário anterior, de até R$ 60.000,004 (sessenta mil reais), que exerça atividades

permitidas pela Resolução CGSN (Comitê Gestor do Simples Nacional) 94/12

prevista no anexo XIII de 29 de novembro de 2011(artigos 91, inciso I e 92, § 2º,

inciso I), que possua estabelecimento único (sem filiais), que não participe de outra

empresa como sócio, titular ou administrador, que não possua mais do que um

empregado, com remuneração máxima de um salário mínimo ou piso profissional, e

que esteja em condições de optar pelo SN.

Com a criação da LC 139/2011, ficou atualizado o teto de enquadramento

das categorias do SN, sendo que o faturamento é apenas um dos quesitos que

satisfaz as condições previstas em lei.

Ao fazer a opção pelo Sistema de Apuração do MEI (SIMEI), o mesmo

passa a ser enquadrado no SN, ficando isento dos tributos federais como: o Imposto

3 Informações baseada no site: www.portalempreendedor.com.br

4 Valor alterado pela LC 139/11

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de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social para Lucro Líquido (CSLL),

Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social (COFINS), Contribuição

para o Programa de Integração Social (PIS), Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI), e com alíquota reduzida para o Imposto sobre Serviços de

Qualquer Natureza (ISS), para o Imposto sobre operações relativas à circulação de

mercadorias e prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e

de comunicação (ICMS) e para o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS)

Patronal.

A opção terá efeito para todo o ano calendário, ou de acordo com o início

de sua atividade, conforme previsto pelo Comitê Gestor (Órgão responsável pela

administração do Simples Nacional que regulamenta e executa a parte tributária da

LC 123|06).

Para a opção pelo SIMEI o art.18 A, § 4º da LC 128/08, esclarecem seus

efeitos.

Art. – A, § 4º Não poderá optar pela sistemática de recolhimento prevista no caput deste artigo o MEI: (produção de efeitos: 1º de julho de 2009). I - cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V desta Lei Complementar, salvo autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo Comitê Gestor; (produção de efeitos: 1º de julho de 2009). II - que possua mais de um estabelecimento; (produção de efeitos: 1º de julho de 2009). III - que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou (produção de efeitos: 1º de julho de 2009). IV - que contrate empregado. (produção de efeitos: 1º de julho de 2009).

Poderá se enquadrar como MEI o empresário individual que possua um

único empregado que receba exclusivamente hum (1) salário mínimo ou o piso

salarial da categoria profissional. (produção de efeitos: 1º de julho de 2009)5.

O MEI passa a ter um custo mensal de R$ 31,10(trinta e um reais e dez

centavos) equivalente à contribuição para a seguridade social, relativa à pessoa do

empresário (5% do salário mínimo), acrescido de R$ 5,00(cinco reais) para os

Prestadores de Serviços e R$ 1,00(hum real) para o Comércio e Indústria, sendo

recolhido em uma guia, o Documento de Arrecadação de arrecadação Simplificada

do Microempreendedor Individual (DASMEI), emitida no Portal do Empreendedor.

5 Retirada do Art. 18-C, LC 128/08

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A figura 1 abaixo corresponde ao documento de arrecadação com dados

reais de uma empresa do ramo de serviço fotográfico.

Figura 1: Documento de arrecadação Fonte: Disponível no Site da Receita Federal<http://www.receita.fazenda.gov.br> Vale ressaltar, segundo a LC 128/08 que o documento acima é emitido em

02(duas) vias, e o valor gerado sofrerá acréscimo de acordo com o aumento do

salário mínimo vigente no País.

O MEI poderá faturar R$ 2.000,00(dois mil reais) como poderá faturar R$

4.000,00(quatro mil reais) por mês, o valor do recolhimento do imposto será o

mesmo, sem nenhuma surpresa para o contribuinte, pois levará em consideração o

percentual de 5% sobre o salário mínimo, que é reajustado no início de cada ano,

acrescido de R$ 1,00(hum real) para o Estado (atividades do comércio) ou R$

5,00(cinco reais) para o Município (atividades de serviços).

A LC 128/08 em seu artigo diz:

Art. 18-A. O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo.

Como principais obrigações do MEI, enquadradas no SIMEI, ele terá que

declarar anualmente o faturamento anterior, podendo ser feita por ele ou por algum

contador que seja optante pelo SN. Além disso, deverá imprimir e quitar

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mensalmente o DAS, preencher e guardar o relatório mensal de receita bruta contida

no anexo A.

Caso o MEI seja formalizado no decorrer do ano, o seu faturamento será

considerado pela sua proporcionalidade. Por exemplo, um MEI que tiver iniciado

suas atividades em agosto de 2012, não poderá ultrapassar o limite anual de

R$ 25.000,00 no seu faturamento.

Levando em consideração a sua proporcionalidade, têm-se os valores na

tabela abaixo para melhor compreensão.

R$ 60.000,00 : 12 meses= R$ 5.000,00 mensal

R$ 5.000,00 x 5meses(quant. Meses da constituição (agosto até

dezembro do ano calendário) = R$ 25.000,00

FATURAMENTO

ANUAL

FATURAMENTO

MENSAL

QTDE. MESES

PROPORCIONAL

LIMITE DE

FATURAMENTO

2012

R$ 60.000,00 R$ 5.000,00 05 R$ 25.000,00

Tabela1: Faturamento em sua proporcionalidade Fonte: Elaborado pelo autor

Quando o faturamento do MEI ultrapassar o teto de

R$ 60.000,00(sessenta mil reais) por ano, o mesmo terá que comunicar seu

desenquadramento junto à Receita Federal do Brasil, ou por Ofício.

O mesmo terá que recolher o imposto devido conforme a regra geral do

Simples Nacional6. Se esse valor exceder mais do que 20% do teto do MEI e não

ultrapassar o limite de R$ 72.000,00(setenta e dois mil reais), o mesmo poderá

recolher o valor excedente em cota única juntamente com o da competência de

janeiro do ano subseqüente sem multa e juros, tornando-se, assim uma

Microempresa, obedecendo às alíquotas do SN, que variam de 4% a 17,42% de

acordo com a atividade e o faturamento.

Se o faturamento ultrapassar o limite de R$ 72.000,00(setenta e dois mil

reais), terá que recolher os excedentes com data retroativa a janeiro, do referido ano

calendário, conforme a tabela do Simples Nacional, acrescido de multa e juros.

6 LC 123/06

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Considerando um MEI com atividade do comércio, que tenha

ultrapassado o seu limite de faturamento anual, tem-se a tabela a seguir:

LIMITE DO MEI VR.EXCEDENTE FATURAMENTO

ANUAL

IMPOSTO A

RECOLHER

R$ 60.000,00 R$ 12.000,00 R$ 72.000,00 R$ 480,00

R$ 60.000,00 R$ 13.000,00 R$ 73.000,00 R$ 520,00

Tabela 2: Desenquadramento por faturamento em 2012 Fonte: Elaborado pelo autor.

No primeiro caso, em que o limite ultrapassou R$ 12.000,00(doze mil

reais), fez-se necessário aplicar a alíquota de 4%, referente à tabela do anexo I da

Resolução CGSN 94/2011, correspondente ao ramo do comércio, sendo que o valor

R$ 480,00(quatrocentos e oitenta reais) será recolhido juntamente com a

competência janeiro de 2013 sem multa e sem juros.

Já no segundo caso, foi aplicada a mesma alíquota de 4% por se tratar do

ramo de comércio, porém o contribuinte deverá informar no PGDAS as receitas

mensais, sendo que as diferenças serão recolhidas com juros e multa com data

retroativa a janeiro do ano calendário.

Além do faturamento, o MEI poderá ser desenquadrado também se

contratar mais de um empregado, abrir filial, incluir atividade que não faça parte do

MEI, ser sócio ou administrador de outra empresa ou se descumprir algum dos

quesitos que permita seu enquadramento.

Vale salientar que seu desenquadramento, não quer dizer que ele perdeu

a condição do SN, mas que apenas não fará mais parte do perfil do MEI e será

realizado de ofício ou pela comunicação do empreeendedor.

7O número de empreendedores individuais já ultrapassou mais de 2,1

milhões que se formalizaram, sendo que, à medida que o tempo passa, esse

número cresce mais do que as micro e pequenas empresas no SN.

O gráfico a seguir mostra uma variação de formalizações do MEI entre os

meses de 07/2009 até 03/2012.

7 Retirado do site do SEBRAE (www.sebrae.com.br) ano 2012

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Gráfico 1: Número acumulado de MEI (jul/09 a abr/12, em milhões) Fonte: SEBRAE (www.sebrae.com.br) a partir de dados da Receita Federal

Percebe-se que, desde que o MEI entrou em vigor, em 01/07/2009, o

número de profissionais que se legalizaram aumentou. Isso mostra um grande

interesse dos mesmos em querer trabalhar conforme a lei e, adquirir o que o

Governo tem a oferecer como benefícios.

O gráfico 1 deixa claro que de julho de 2009 à janeiro/2010, os números

ainda estavam um pouco estáveis, porém a partir de março de 2010, houve um

acréscimo bem considerável, o que leva a crer que as pessoas perceberam que

seria uma boa opção formalizar-se como empresa, e ainda mais sem custos iniciais

e sem burocracia.

Com o aumento do teto do faturamento em janeiro de 2012 e de novas

atividades enquadradas, esse ritmo praticamente tende a alavancar ainda mais. Há

esperanças de que continuando assim, esse número chegue aos 2,8 milhões no

final de 20128.

Nesta seção tratamos do enquadramento tributário do MEI e seus

principais aspectos relevantes para o cenário econômico nacional. A seguir, será

abordada a importância e os principais objetivos da Microempresa e Empresa de

Pequeno Porte.

8 Informação retirada do site do SEBRAE (www.sebrae.com.br) ano 2012

2,1

0

0,5

1

1,5

2

2,5

jul/09

set/09

nov/0

9

jan/1

0

mar/

10

mai/10

jul/10

set/10

nov/1

0

jan/1

1

mar/

11

mai/11

jul/11

set/11

nov/1

1

jan/1

2

mar/

12

Crescimento do MEI

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3.2 Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP)

Com o tratamento diferenciado, redução da carga tributária e o aumento

do teto de faturamento, os pequenos empreendedores, como a ME e EPP, puderam

sentir um estímulo maior por parte do governo, a fim de continuarem a desejar a

expansão de seu negócio.

Os impostos são recolhidos de forma progressiva ao que a empresa

faturou, ou seja, paga mais se ganhar mais ou onera menos se faturar menos,

seguindo as faixas de tributação da LC 123/069.

Consideram-se ME ou EPP, a pessoa jurídica, o empresário que se refere

o art. 966 da Lei 10.406/2002, na qual é registrada no Registro de Empresas

Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, desde que em cada ano

calendário, o faturamento bruto anual da ME seja igual ou inferior a R$ 360.000,00 e

o da EPP seja de R$ 360.000,01 até o limite de R$ 3,6 milhões.

A opção pelo SN, na condição de ME e EPP, será estabelecida em ato do

Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário, levando em

consideração a receita bruta no ano-calendário anterior ao da opção, na qual esteja

compreendida dentro dos limites previstos na LC 123/06 em seu art.16.

As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte serão consideradas

inscritas no SN, em 01/07/2007, caso não estiverem impedidas por alguma das

vedações impostas contidas na LC 123/06 em seu art.17.

I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); II - que tenha sócio domiciliado no exterior; III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; IV – ( ... ) V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros; VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;

9 Faixa de Tributação alterada pela LC 139/11

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VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes; b) bebidas a seguir descritas: 1 – alcoólicas; 2 – refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas; 3 – preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado; 4 – cervejas sem álcool; XI - que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios; XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; XIII - que realize atividade de consultoria; XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis; XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS; XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual, quando exigível.

Da mesma forma que o MEI, a ME e a EPP, também terá sua

proporcionalidade em seus faturamentos. Para efeito de enquadramento os limites

para essa empresas serão proporcionais ao número de meses em que houver

exercido atividade.

Pela Lei 9.317/96, o enquadramento se dá por opção. A legislação federal

estabeleceu através da Lei do Simples Nacional, parâmetros baseado no

faturamento. Esse enquadramento ou propriamente o desenquadramento poderá ser

feito sem nenhuma implicação ou alteração, em relação ao contrato firmado

anteriormente.

Ainda sobre o desenquadramento da ME e da EPP, não se pode basear

apenas no faturamento, porém existem alguns requisitos que irão fazer com que

algumas empresas sejam vedadas para seu efeito.

Como exemplifica a LC 123/06 em seu artigo 3º, §4º inciso de I ao X em

relação às empresas que não poderão se beneficiar desse tratamento jurídico.

I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado

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nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedade por ações.

Vale ressaltar que, se no ano calendário ultrapassar seu limite de R$

360.000,00(trezentos e sessenta mil reais), a ME passará no ano seguinte ao

enquadramento como EPP.

Porém se o faturamento da EPP não ultrapassar o seu limite de R$ 3,6

milhões, este voltará à condição de ME. Se a EPP por ventura faturar mais do que

seu limite anual, ficará excluída no ano calendário seguinte, perdendo seus

benefícios concedidos por esta LC 123/06.

Nas alterações feitas de ME para EPP ou de EPP para ME não será

necessário fazer nenhuma comunicação ou requerimento por parte da empresa.

É bom lembrar que poderá haver a solicitação de baixa da microempresa

e empresa de pequeno porte, caso as mesmas se encontrem sem movimento há

mais de 12 meses 10 . Essa baixa será solicitada nos órgãos públicos federais,

estaduais e municipais, independente de débitos tributários ou multas por atraso de

entrega de declarações.

O perfil das empresas encontra-se presente nas diferentes formas de

regime de tributação. São eles: SN, Lucro Presumido (LP), Lucro Real (LR) e Lucro

Arbitrado (LA). Tais formas serão contempladas na próxima seção.

10 Alterado pela LC 139/11

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4 REGIME DE TRIBUTAÇÃO

4.1 Simples Nacional

O Simples Nacional corresponde ao regime tributário único de

arrecadação de tributos, destinado às ME e EPP, foi criado em 14 de dezembro de

2006 pela LC 123/06 com vigor a partir de 01/07/2007, tendo a participação da

União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Esse regime é administrado por um

comitê gestor, composto por quatro integrantes da Secretaria da Receita Federal,

dois dos Estados e Distrito Federal e dois dos Municípios.

11 A partir da LC 123/06, que instituiu o Estatuto Nacional da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, o SN, passou por algumas

alterações para que elas pudessem melhorar e se aperfeiçoar.

Depois da referida LC que foi alterada pela LC 127/07, as ME e as EPP

passaram a ter o acesso ao crédito facilitado. Quando houve as alterações para a

LC 128/08, o Empreendedor Individual passou a usufruir dos benefícios desta lei.

Em seguida com a LC 133/09, incluiu as produções artísticas, culturais,

audiovisuais e cinematográficas. Já com a LC 139/11, o teto do faturamento anual

do MEI, ME e EPP sofreu um aumento, manifestando uma boa aceitação por parte

desse público.

Por ser um regime unificado, as ME e EPP, recolhem os tributos em

documento único de arrecadação que é o DAS. Esses tributos são: Imposto sobre a

Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Contribuição para o PIS/PASEP,

Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica (CPP), Imposto

sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS), e Imposto sobre

Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

11 Extraída a partir do site: http://<josepimentel.com.br/publicações/separatas3/index.php>

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Para que a pessoa jurídica ingresse no SN, é preciso que esteja

enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte, cumpra os

requisitos previstos na legislação e que formalize a opção pelo simples nacional no

prazo estabelecido.

No entanto as empresas que já faziam parte do Simples Federal da Lei

9.317/96 podem ingressar automaticamente para o SN, desde que não tenham

débito tributário. Só não poderão as pessoas jurídicas constituídas como

cooperativas (exceto as de consumo); as empresas cujo capital participe outra

pessoa jurídica; as pessoas jurídicas cujo sócio ou titular seja administrador ou

equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta

global ultrapasse o limite.

Para a apuração do Imposto do SN, será utilizada a alíquota constante

nas tabelas dos anexos I a V da Resolução CGSN 94/2011, sobre a receita bruta do

mês correspondente, sabendo que, para efeito de determinação da alíquota, será

considerada a receita bruta total acumulada nos últimos 12 meses anteriores ao do

período de apuração.12

Os cinco anexos da Resolução CGSN 94/2011, são divididos de acordo

com sua atividade e faturamento.13

O anexo I corresponde as atividades do comércio, com alíquotas que

variam de 4% a 11,61%.

O anexo II corresponde as atividades da indústria, com alíquotas que

variam de 4,50% a 12,11%.

O anexo III por sua vez trata das atividades decorrentes de locação de

bens móveis e de prestações de serviços (Art. 25, inciso III), com alíquotas que

variam de 6,00% a 17,42%.

Já o anexo IV, corresponde às receitas decorrentes da prestação de

serviços (inciso IV, Art. 25), com alíquotas que variam de 4,50% a 16,85%.

Por fim, o anexo V, que relaciona as receitas decorrentes da prestação de

serviços (inciso V do Art. 25), com alíquotas que variam de 17,50% a 22,90%.

12 Redação retirada da LC 123/06 art. 18, § 1º

13 Para mais informações, consultar:

<www.receita.fazenda.gov.br/legislação/Resolução/2011/CGSN/Reol94.htm>

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Segundo Rocha (2009) vale lembrar que, havendo retenções de

impostos, será deduzido da alíquota o percentual correspondente ao imposto retido,

conforme as alíquotas contidas no anexo de tributação.

Esta seção mostrou a importância e as diversas alterações publicadas a

partir da LC 123/06. A próxima seção abordará os benefícios trazidos às empresas

do SN, a partir da referida lei.

4.1.1 Benefícios do Governo para as empresas a partir da LC 123/06

No cenário dos pequenos negócios, o Governo em todas as suas esferas

Federal, Estadual e Municipal, beneficiou esse público do Simples Nacional para

melhor atendê-los.

A Constituição Federal estabelece “tratamento favorecido para as

empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua

sede e administração no País.” (Art. 170, inciso IX)

A Lei Geral da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (LC 123/06)

retrata a maneira com que o governo se preocupou com esse público, promovendo,

um maior fortalecimento para essas empresas. Unificou oito impostos para ser

arrecadado em documento único, tornando mais simples a legislação tributária,

principalmente para quem recolhe.

Os benefícios trazidos a partir dessa lei não se resumiram somente nessa

unificação, mas também favoreceu às ME e às EPP na participação das compras

governamentais, assim como o acesso ao crédito através dos bancos públicos e da

Caixa Econômica Federal.

A referida lei trouxe o apoio à inovação tecnológica para as ME e as EPP,

a disponibilidade dos recursos financeiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador

(FAT), e a possibilidade das empresas optantes pelo SN a garantirem uma ampla

liberdade de realizarem consórcio simples com grande margem de negociação.

A baixa tributação, principalmente em relação ao INSS Patronal, no qual

eleva muito essa tributação, fez com que essas empresas continuassem com o

interesse como optantes pelo SN.

A redução de burocracia em relação à entrega das obrigações acessórias,

como a Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais (DCTF) e o

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35

Demonstrativo de apuração das Contribuições Federais (DACON), também é outro

benefício conseguido, assim como o Incentivo à exportação, no qual estimulou as

empresas a dobrarem seu faturamento, sem perder a condição de ME ou EPP.

Através da LC 128/08, que regulamentou o Empreendedor Individual,

vieram alguns benefícios. Com a simplificação e redução da carga tributária, e com o

aumento do teto no faturamento, através da LC 139/11, já se percebe um

crescimento de ME e EPP e a permanência de muitas empresas que imaginavam

que poderiam perder a opção do SN.

Uma boa opção para as ME e EPP, que se encontra com dívidas e

desejam regularizar sua situação perante o Fisco, e não tem condições financeiras

pra quitar esses débitos de imediato, foi a possibilidade de ser requerido junto à

Receita Federal do Brasil, o parcelamento de débitos em até 60 dias. As empresas

que negociarem essa dívida, não correm o risco de serem desvinculadas do SN.

Ainda, tratando dos benefícios a partir da LC 139/11, O EI foi

contemplado com a cobertura previdenciária para ele e estendido para a sua família.

Agora o empreendedor fica tranquilo se ficar doente ou se acidentar e, no

caso do Empreendedor ser mulher, a mesma será amparada com o direito à licença

maternidade. Com a contribuição de 5% para a previdência social, a família do EI, se

beneficia com o direito a pensão por morte e auxílio reclusão. É bom ressaltar que

todos os direitos previdenciários, terá que ser cumprido a carência correspondente.

Devido aos grandes benefícios trazidos por essa LC, pôde perceber que

houve um aumento considerável na geração de emprego, isso porque as pessoas

que não tinham carteira assinada passaram a ser regularizadas e, com isso,

passaram a ser beneficiadas com os direitos trabalhistas e previdenciários.

O MEI passou a ter direito de contratar um empregado, percebendo um

salário mínimo ou o piso da categoria. Ao admitir um funcionário, o MEI terá o custo

de 3% com a previdência social e 8% com o recolhimento do Fundo de garantia por

Tempo de Serviço (FGTS). Foi uma boa conquista para aquele empreendedor que

precisava de uma ajuda, até para poder expandir em suas vendas e/ou na prestação

de serviços, e assim gerar um vínculo empregatício.

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36

14O custo para a previdência social de um empregado do MEI, quando o

mesmo percebe mensalmente o salário de R$ 622,00(seiscentos e vinte e dois

reais) é de R$ 68,42.

R$ 622,00 x 8%(percentual de responsabilidade do funcionário) = R$ 49,76

R$ 622,00 x 3%(percentual de responsabilidade do empregador) = R$ 18,66

Considerando uma empresa do MEI, com dados reais, a guia da

previdência social ficará da seguinte maneira:

Figura 2: Guia da Previdência Social – GPS Fonte: Programa de Folha de Pagamento da Fortes Informática

A formalização do MEI é totalmente sem custo e nem burocracia, com

isenção de qualquer taxa de abertura, alvará ou registro sanitário. Independente de

sua atividade, o MEI terá que pedir autorização junto à prefeitura.

Para incentivar ainda mais o EI, os escritórios de contabilidades que

estiverem habilitados para esse serviço o atenderão no envio da primeira declaração

anual obrigatória, assim como o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

14 Retirado do portal do empreendedor individual (www.portalempreendedor.com.br) Valores de acordo com o

salário mínimo vigente em 2012.

EMPRESA BETA

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37

Pequenas Empresas (SEBRAE), com orientações e realizações de curso, a fim de

torná-lo mais preparado para as inovações do seu negócio.

O MEI formalizado fica mais fácil de vender para o Governo, assim como

na formação de consórcios para compras específicas. O acesso ao crédito também

se estendeu para o MEI, facilitados através da Caixa Econômica Federal, do Banco

do Brasil e do Banco do Nordeste, tarifas e taxas de juros mais reduzidos.

Por se tratar de uma lei aprovada pelo Congresso Nacional em 19 de

dezembro de 2008, e sancionada pelo Presidente da República, traz uma segurança

maior para o MEI, lhe dando assim uma grande segurança.

4.1.2 Benefícios das Empresas para a Economia Brasileira.

O Simples Nacional chegou para alavancar não só as empresas que

almejavam crescer e fortalecer seu negócio, mas também para a economia

brasileira, pois, graças a esse público, houve alguns reflexos como: geração de

empregos, aumento de renda, crescimento da arrecadação, formalizações e

crescimento de empresas.

De acordo com o SEBRAE em seu boletim de estudo de outubro/2012, o

País chegou a mais de 6,8 milhões de pequenos negócios registrados no SN. Esse

número é mais que o dobro de optantes que havia em dezembro/2008.

As micro e pequenas empresas são grandes geradores de tributos, sendo

fortalecido pelos microempreendedores individuais. O fortalecimento na economia

por parte das ME e EPP e agora com o MEI foi fruto da expansão dessas empresas,

gerando emprego e renda para o País.

De acordo com dados da Receita Federal, a arrecadação dos tributos,

vem crescendo a cada ano, tanto para União, quanto estados e municípios, desde

que o SN entrou em vigor.

Acredita-se que a contribuição por parte das empresas do SN, para a

economia, teve reflexo também com a simplificação e redução da carga tributária, ou

seja, recolhendo os impostos com baixa tributação, essas empresas tende a gerar

mais resultados, mais investimentos públicos e procuram ser fiéis nos recolhimentos,

gerando, com isso, riqueza para o País.

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Os novos empreendedores beneficiados com a LC 128/08, o MEI, estão

sendo estimulados a abrir e formalizar o seu negócio, trazendo com isso um

aumento de Contribuintes Pessoas Jurídicas, consequentemente aumentando a

arrecadação de imposto direta, como: ICMS, ISS.

Quando um MEI gera emprego, consequentemente gera um crescimento

na economia local, pois esses empregados procuram manter crédito, fortalecendo

assim seu poder de compra e seus pagamentos em dias, como o Imposto Predial e

Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

(IPVA).

4.2 Lucro Presumido (LP)

Esse tipo de regime tributário baseia-se na aplicação de percentual de

presunção do lucro sobre a receita bruta de vendas de mercadorias e/ou prestação

de serviços, percebida em cada trimestre civil, para a obtenção da Base de Cálculo,

conforme lei 10.637/02.

Higuchi, (2009, p.53) diz que “a opção pelo lucro presumido só poderá ser

feita pela pessoa jurídica que não se enquadrar em nenhum dos impedimentos

enumerados no art. 14 da Lei 9.718/98“ e que a opção pelo LP será mediante o

pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido, recolhido através

do Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF) com o código 208915.

As empresas que optarem por esse regime deverá manter a escrituração

contábil, o livro registro de inventário e todos os livros obrigatórios de escrituração,

assim como os documentos que serviram de base para a escrituração fiscal.

O perfil das empresas do LP corresponde à maioria das empresas de

pequeno e médio porte.

4.3 Lucro Real (LR)

15 Código de receita próprio do imposto apurado pelo lucro presumido

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Corresponde ao regime no qual a prioridade é obter o lucro ou prejuízo no

período de apuração, fazendo os ajustes pelas adições, exclusões ou

compensações, conforme a legislação do Imposto de Renda.

O referido regime poderá ser apurado trimestral ou Anualmente, sendo a

apuração anual feita pelo Imposto de Renda por Estimativa.

Conforme Oliveira et al.(2009) o lucro real é o resultado contábil líquido do

trimestre antes do IRPJ e CSLL, apurado em quatro (4) trimestres, com as

informações transcritas para o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Para obter

a base de cálculo, aplica um determinado percentual sobre a receita bruta, de

acordo com a atividade econômica.

Vale salientar que, para esse sistema, a comprovação das despesas é

fundamental.

O perfil das empresas do LR corresponde a maioria das empresas de

grande porte. Como exemplos, existem empresas cujas atividades sejam de bancos

comerciais, de investimentos, de desenvolvimento e empresas de arrendamento

mercantil, além daquelas cujo faturamento no ano calendário seja superior ao limite

de R$ 48.000.000,00(quarenta e oito milhões de reais).

4.4 Lucro Arbitrado (LA)

Nesse regime, o Fisco arbitra o lucro por meio de ofício ou pelo auto-

arbitramento. Higuchi (2009) diz que caso não tenha como identificar a receita bruta,

por falta de apresentação de documentos e livros fiscais, onde a empresa fora por

diversas vezes intimida, os percentuais para determinar o lucro arbitrado levarão em

consideração outras variáveis que serão determinadas por ofício.

Ferreira (2009) diz que a parcela do lucro real, presumido ou arbitrado

está sujeita à alíquota de 10% correspondente ao adicional do Imposto de Renda,

caso essa parcela exceda ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo

número dos meses do respectivo período de apuração do imposto.

Com base no que foi mostrado nesta seção a respeito dos Regimes de

Tributação, será abordado na próxima especificamente, os benefícios trazidos

através da LC 123/06, que institui o SN, através do estudo de caso.

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5. METODOLOGIA

Nesta seção será abordada a metodologia utilizada na elaboração do

referido trabalho, além de uma explanação sobre o tipo de pesquisa escolhida e seu

planejamento, e a forma como foi delineado o estudo de caso, a fim de atingir os

objetivos propostos.

5.1 Caracterização da Pesquisa

Metodologia é uma explicação detalhada e minuciosa de todo o processo

utilizado durante a pesquisa. Segundo Lakatos e Marconi (2001) é considerada um

conjunto de atividades sistemáticas que permite alcançar os objetivos do estudo,

traçando o caminho a ser seguido.

O presente estudo trata de uma pesquisa de caráter exploratório,

natureza qualitativa, uma vez que foi utilizado um caráter indutivo para a análise dos

fatos apresentados neste trabalho.

Segundo Gil (2002) pode-se dizer a pesquisa exploratória é o tipo de

pesquisa que tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a

descoberta de intuições, utilizando um levantamento bibliográfico, entrevistas com

pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado.

De acordo com Martins (2009), esse levantamento bibliográfico citado

acima corresponde a pesquisa bibliográfica, que é abordagem metodológica mais

frequente dos estudos monográficos.

Dessa forma, para atingir os objetivos propostos, este estudo adotou a

pesquisa exploratória, sendo desenvolvida com o auxilio de pesquisa bibliográfica.

5.2 Planejamento da pesquisa

Mostrar com detalhes os passos utilizados para compor os resultados da

pesquisa, requer um bom planejamento.

Segundo Gil (2002, p.41) ‘’embora o planejamento da pesquisa

exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de

pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso’’

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41

A realização deste trabalho seguiu, inicialmente, com uma pesquisa

bibliográfica, que de acordo com Lakatos e Marconi (2007) trata-se de um

levantamento dos principais livros, artigos, revistas publicadas e impressões

escritas.

De fato, foi apresentada uma base teórica para o conceito de empresa e

suas classificações, seguida da apresentação das formas de enquadramento

tributário e dos regimes de tributação existentes em nosso País.

Em seguida foi realizado um estudo de caso. De acordo Cervo et al.

(2007) trata-se de uma pesquisa sobre determinado indivíduo, família ou grupo com

a intenção de explorar e descrever aspectos gerais.

Gil (2002) afirma que o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa

que consiste em um estudo de poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e

detalhado conhecimento.

De fato, esse tipo de pesquisa facilita na coleta de informações

pertinentes a um grupo bem menor que seu universo, oferecendo, através de

resultados obtidos, uma referência para tomada de conclusões.

5.3 Delineamento do Estudo de Caso

O estudo foi realizado com uma empresa no ramo de comércio varejista

de artigos de armarinho, enquadrada no regime do Simples Nacional, através de um

demonstrativo de cálculo, comparando três tipos de tributação: MEI, SN e LP com o

objetivo de mostrar os incentivos do Governo com a baixa carga tributária.

Para complementar essa pesquisa, fez-se necessária uma entrevista, que

segundo Ferreira (2004) é o encontro marcado entre duas ou mais pessoas a fim de

divulgar ou elucidar ideias. Ela foi realizada em forma de questionário de perguntas

diretas, contendo 10 perguntas abordando o índice de satisfação das empresas do

Simples Nacional.

Os resultados obtidos foram analisados, interpretados e concluídos

através de gráficos, elaborados com o auxílio do programa Excel 2007, com

percentuais e comentários, para uma melhor compreensão do estudo.

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5.4 Ambiente da Pesquisa

Na busca dos dados para compor a pesquisa, a qual foi feita em um

escritório de contabilidade em Fortaleza, através de uma amostra de 25 empresas,

em um total de 38 empresas participantes do regime de tributação do SN, fez-se

necessária a elaboração de um questionário para que as mesmas pudessem

responder as perguntas expressando suas opiniões em relação à satisfação ao SN.

Das vinte e cinco (25) empresas consultadas em Fortaleza, para

participarem desta pesquisa, sete (07) são enquadradas como Micro Empreendedor

Individual tendo seu faturamento anual menor que R$ 60.000,00(sessenta mil reais),

quatorze (14) são Microempresas com faturamento anual menor que R$

360.000,00(trezentos e sessenta mil reais) e quatro (04) são Empresas de Pequeno

Porte com faturamento anual até R$ 3.600.000,00(três milhões e seiscentos mil

reais).

No setor a que elas pertencem, as referidas empresas são classificadas

economicamente, ficando divididas em treze (13) empresas que pertencem ao ramo

do comércio, cinco (05) empresas que pertencem ao ramo de serviço, três (03) estão

na indústria e quatro (04) empresas estão classificadas como comércio e serviço.

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6 ESTUDO DE CASO

Foi elaborada uma pesquisa por amostragem, conforme modelo do

apêndice A, entre os dias 29/10/2012 a 01/11/2012, contendo dez (10) perguntas de

múltipla escolha, para ser respondida por uma amostra de 25 empresas, de um total

de 38 empresas selecionadas, como optantes pelo SN em Fortaleza, nos diversos

ramos de atividades e enquadramento.

Para Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de investigação mais

adequada quando se quer saber o “como” e o “porquê” de acontecimentos atuais,

sobre os quais o pesquisador pretende obter um maior número de informações

possíveis. Possui um dos três propósitos básicos: explorar, descrever e explicar.

Esse estudo de caso tem a finalidade de atingir os objetivos propostos do

trabalho, a fim de conhecer as satisfações e insatisfações das empresas com a

aplicação do SN, assim como os seus incentivos e benefícios.

6.1 Análise dos Resultados

Conforme fora dito anteriormente, segue as respostas obtidas pelas

empresas participantes, onde se apresenta os principais resultados colhidos.

O gráfico 2 trata do enquadramento das 25 empresas optantes pelo SN,

onde 28% são enquadradas como MEI, o que representa um total de 7 empresas,

56% são ME correspondendo 14 empresas, e 16% são EPP, correspondendo 4

empresas entrevistadas.

Gráfico 2: Enquadramento da Empresa Fonte: Elaborado pelo autor

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

MEI

ME

EPP

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O gráfico 3, mostra a atividade econômica das 25 empresas entrevistadas

onde 52% corresponde o ramo do comércio, no total de 13 empresas, 20% no ramo

de serviço, o que corresponde a 5 empresas, 12% no ramo da indústria, o que

representa a 3 empresas e 16% que tem atividades de comércio e serviço,

representando 4 empresas.

Gráfico 3: Atividade Econômica Fonte: Elaborado pelo autor

O gráfico 4 trata do aumento do teto do faturamento das 25 empresas

entrevistadas onde 32% disseram que houve aumento em seu faturamento, outras

afirmaram que devido ao aumento do teto, sentiram um alívio, porque tinham medo

que pudessem ultrapassar, porém como não aconteceu, elas puderam vender mais.

Enquanto que 12% disseram que não sentiram nenhum impacto, e 56%

desconhecem totalmente a LC 139/11, que deu origem ao aumento do teto de

faturamento das empresas do SN.

Gráfico 4: Aumento do Teto do Faturamento Fonte: Elaborado pelo autor (2012)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

SIM

NÃO

DESCONHECE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60% COMÉRCIO

SERVIÇO

INDÚSTRIA

COMÉRCIO/SERVIÇO

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45

O gráfico 5 trata dos benefícios do Governo para as 25 empresas

entrevistadas. Entre aquelas empresas, que não conhecem a lei na íntegra, mas

reconhecem que realmente o Governo facilitou para muitas empresas, têm-se 20%

que conseguiram ter acesso facilitado ao crédito, 36%, sabem que houve redução

na burocracia, 16% disseram que conseguiram parcelamento de dívidas que pode

ser feita em até 60 meses, e 28%, sabem que houve muitos benefícios

previdenciários para o MEI.

Gráfico 5: Benefícios do Governo Fonte: Elaborado pelo autor

O gráfico 6 trata do índice de satisfação das 25 empresas entrevistadas

em relação à sua formalização no SN. 92% afirmam que valeu a pena a

formalização, a minoria de 8%, ainda acham que se continuassem na informalidade

iriam ter menos dor de cabeça com Governo, fiscalizações e com burocracia.

Gráfico 6: Formalização Fonte: Elaborado pelo autor

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Acesso ao Crétito

Redução da Burocracia

Parcelamento de Dívidas

Benefícios do INSS

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

SIM

NÃO

DESCONHECE

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46

Em relação às demais respostas, foi verificado que: 84% das empresas

estão gerando vínculos empregatícios, e 16%, não estão gerando vínculos,

continuam estáveis. Já a quantidade de funcionários varia, 28% das empresas

possuem 1 funcionário, 12% possuem 2 funcionários, 36% possuem de 2 a 5

funcionários, 16% possuem até 10 funcionários e 8% possuem acima de 10

funcionários.

Quando foi perguntado sobre a oportunidade de expansão: 72% das

empresas disseram que almejam crescimento em seu negócio, 8% disseram que

não conseguiram perceber nenhuma oportunidade de crescimento, enquanto que

20% disseram que talvez consiga algo que alavanque seu negócio.

Com relação à proporção de imposto pago com seu faturamento: 12%

das empresas disseram que é condizente os valores recolhidos, 64% disseram que

pagam muito alto de imposto e faturam pouco, enquanto que 24% disseram que

talvez seja, mas não tem certeza.

O SN trouxe satisfação para as empresas, isso porque 68% das

empresas disseram que estão gostando desse regime, 12% ainda estão inseguras e

20% não souberam opinar.

Nesta subseção foi mostrada diversas opiniões das empresas em relação

a sua caracterização, sua situação financeira e sobre o SN, na próxima será

concluída o estudo de caso com os cálculos comparativos.

6.2 Demonstrativo de Cálculo Comparativo

Para melhor apresentação dos cálculos, fez-se necessário apresentar o

Extrato do Simples Nacional conforme anexo II e a Listagem Resumida dos salários

contida no anexo III, correspondentes a empresa estudada.

Os relatórios facilitarão no desenvolvimento do demonstrativo dos

cálculos. Este comparativo tem o objetivo de mostrar a baixa tributação que os

pequenos empreendedores contemplam por fazerem parte do SN.

Com base em dados reais, essa empresa é caracterizada por ser uma

sociedade por quotas de responsabilidade limitada, constituída com dois (02) sócios,

cujo capital corresponde a 50% para cada um, tendo suas atividades iniciadas em

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20/07/2004 e como atividade principal o ramo de comércio varejista de artigos de

armarinho, com Código de Nacional de Atividade Econômica (CNAE) 47555/02.

Segue abaixo a tabela comparativa entre o MEI, o SN e o LP,

demonstrando a realidade da tributação, dando ênfase às alíquotas para cada tipo

de enquadramento tributário.

6.2.1 Planejamento Tributário do MEI x SN x LP

A tabela 3 refere-se a receita acumulada dos últimos 12 meses,

compreendido entre os meses de 08/2011 a 09/2012, assim como o salário do

funcionário, conforme o anexo II e III. Mostra o que a empresa faz parte da atividade

do comércio, onde sua receita se encontra na faixa de faturamento anual da ME que

é até R$ 360.000,00(trezentos e sessenta mil reais).

EMPRESA GAMA

RECEITA DESPESA C/SALARIOS

Comércio R$ 35.286,89 R$ 8.410,15 Indústria - - Serviço(Anexo III) - - Serviço(Anexo IV) - - Serviço(Anexo V) - -

Tabela 3: Demonstrativo de receita e despesas Fonte: O autor

A tabela 4 trata do planejamento tributário da empresa em estudo, caso a

mesma fosse enquadrada como MEI, levando em consideração ao faturamento que

está presente no anexo II. Mostra ainda a carga tributária de um MEI, ou seja, os

impostos que são recolhidos de responsabilidade da empresa.

REFERÊNCIA VALORES

FGTS 8 % do salário do funcionário R$ 672,81

ISS R$ 5,00 mensal - ICMS(DAS) R$ 1,00 mensal R$ 12,00 INSS(5% SM)DAS R$ 31,10 mensal R$ 373,20 INSS PATRONAL(GPS) 3% do salário funcionário R$ 252,30 TOTAL A RECOLHER R$ 1.310,31

Tabela 4: Planejamento Tributário do MEI Fonte: O autor

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A tabela 5 refere-se ao planejamento tributário do Simples Nacional

apresentando os dados reais de recolhimento da empresa em estudo, pois a mesma

se encontra no enquadramento do SN. Por fazer parte da atividade do comércio, o

seu imposto será calculado com o percentual de 4% do faturamento conforme a

tabela do SN apresentada no anexo IV.

TRIBUTAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL REFERÊNCIA VALORES

COMÉRCIO 4% faturamento R$ 1.411,48

INDÚSTRIA 4,5% faturamento - ANEXO III 6% faturamento - ANEXO IV 4,5% faturamento - ANEXO V 17,50% faturamento - FGTS 8% do salário do funcionário R$ 672,81 TOTAL A RECOLHER R$ 2.084,29

Tabela 5: Planejamento Tributário do SN Fonte: O autor

Tabela 6 refere-se ao planejamento tributário do regime do lucro

presumido da empresa em estudo. Mostra uma tributação com recolhimentos

diferenciados, onde os tributos federais são calculados de acordo com o faturamento

da empresa e os encargos previdenciários e trabalhistas são calculados de acordo

com o salário do funcionário.

REFERÊNCIA VALORES

PIS/PASEP 0,65% faturamento R$ 229,36

COFINS 3% faturamento R$ 1.058,61

IRPJ 15% base cálculo R$ 423,44

CSLL 9% base cálculo R$ 3.810,98

INSS PATRONAL 20% salário funcionário R$ 1.682,03

INSS TERCEIROS 5,8% salário funcionário R$ 487,79

RAT 2% salário funcionário R$ 168,20

FGTS 8% do salário do funcionário R$ 672,81

TOTAL A RECOLHER R$ 8.533,22

Tabela 6: Planejamento Tributário do LP Fonte: O autor

6.2.2 Análise do demonstrativo

Analisando os resultados encontrados, partindo do princípio que o estudo

desta monografia, está enfatizando os benefícios do Governo para com as empresas

do SN, assim como, os benefícios das empresas para a economia brasileira, a

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pesquisadora achou necessário fazer um comparativo de valores reais, para mostrar

que a empresa em questão foi beneficiada pelo SN, apesar de que a mesma mostra

que seu faturamento é bem abaixo do limite da ME.

Como em 2004, o Governo ainda não tinha instituído o MEI, devido a LC

128/08, que vigorou a partir de 01/07/2009, a referida empresa poderia ser hoje um

MEI, recolhendo tributos com baixo custo, o que tornaria mais benéfico para seu

negócio.

Primeiramente, se a empresa analisada pudesse se enquadrar como MEI,

seria uma boa opção para que ela viesse ter custos bem menores do que ela vem

tendo, isentando dos tributos federais e reduzindo as alíquotas do INSS e do ICMS,

por ser uma empresa do ramo do comércio.

Nota-se que, a referida empresa fatura em média de R$ 2.940,57 (dois

mil, novecentos e quarenta reais e cinquenta e sete centavos), por mês, o que

caberia muito bem, dentro do limite de R$ 5.000,00 mensal do MEI.

De acordo com os números informados, a empresa teria como despesas

o valor de R$ 1.310,31(hum mil, trezentos e dez reais e trinta e um centavos), isso

com os benefícios da LC 128/06 que formalizou o MEI, e também com os benefícios

da LC 139/11, que aumentou o faturamento anual das empresas do SN.

Agora fazendo uma análise do enquadramento que ela é hoje, que é o

SN, com a tributação do LP, fica claro diante dos resultados encontrados, que o

Governo realmente estimulou o crescimento da ME e EPP, reduzindo a carga

tributária, e simplificando o pagamento dos tributos.

Enquanto que no SN a empresa recolhe o valor de R$ 2.084,29 (dois mil,

oitenta e quatro reais e vinte e nove centavos), dividido em FGTS (R$ 672,81) e

DAS (R$ 1.411,48), no LP recolheria o valor de R$ 9.206,04(nove mil, duzentos e

seis reais e quatro centavos), dividido nos seguintes impostos: PIS (R$ 229,36),

COFINS (R$ 1.058,61), IRPJ (R$ 423,44), CSLL (R$ 3.810,98), FGTS (R$ 672,81), e

o INSS por parte da Empresa (R$ 2.338,02).

Diante do que foi exposto, pôde comprovar o alívio que as empresas do

SN, sentiram quando o Governo resolveu unificar os impostos em um só e reduzir a

tributação, tudo isso mostra a causa do crescimento dessas empresas no País,

proporcionando mais vínculos empregatícios.

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50

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho revelou através da pesquisa bibliográfica que, a iniciativa do

Governo em motivar os pequenos empreendedores na formalização e na expansão

de seus respectivos negócios, fez com que muitos que viviam sem perspectivas de

tornar-se legalizado, pudessem enfim, ser considerado como empresário, e ainda

alcançar benefícios próprios e para sua família, através da Previdência Social.

Mostrou também que em relação as ME e EPP, o Governo, se preocupou

em simplificar os impostos, reduzir a burocracia, negociar as dívidas e o acesso ao

crédito.

De fato, através do demonstrativo de cálculo comparativo, feito com a

empresa em estudo, comprovou o estímulo aos pequenos empreendedores.

Foi visto como as alíquotas foram reduzidas para o MEI, e como os

encargos do SN é bem inferior ao do LP, principalmente das alíquotas do INSS por

parte da empresa, pois chega a ser uma diferença exorbitante, o que faz muitas

empresas a continuarem a usufruir da condição de optantes pelo SN.

Na pesquisa por amostragem foi levantada a satisfação e o entendimento

das empresas em relação ao SN, o que levou a crer que muitas perceberam que seu

faturamento aumentou, seguindo na mesma proporção, as admissões de

funcionários, e os benefícios do Governo.

16Em uma pesquisa feita pelo SEBRAE, foi constatado que no mês de

setembro/2012, 35% das EPP tiveram aumento em seu faturamento, enquanto que

nas ME o aumento foi de 29% e 31% para o MEI.

Apesar de uma boa parte das empresas entrevistadas não ter o

conhecimento das leis, a maioria acredita que a consequência de todos esses

benefícios do Governo resulta num País mais fortalecido economicamente. Isso

porque, segundo o SEBRAE, o desenvolvimento econômico do Brasil em 2012, no

que diz respeito à influência das ME e EPP na geração de empregos, chega a ser

superior a 50% de seu total.

Dessa forma, à medida que o Governo retira da informalidade um público

considerado grande, tem-se um maior recolhimento de tributos, uma maior geração

16 Informações retirada do site do SEBRAE (www.sebrae.com.br)

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de emprego, consequentemente essa arrecadação resulta em crescimento da

economia brasileira.

E quando isso acontece, o País passa a ter mais contribuintes, mais

pessoas ganhando salários, causando um maior acesso ao crédito, a um consumo

maior, trazendo enriquecimento para a economia local.

Além disso, antes de iniciar uma atividade empresarial, é interessante que

seja feito um planejamento tributário, a fim de verificar a melhor opção para seu

negócio.

Com base nesse estudo, foi possível identificar que aqueles considerados

pequenos empreendedores, hoje são grandes enriquecedores da economia

brasileira.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Constituição Federal 5 em 1: Legislação Complementar e Súmulas do STF e do STJ, 8ª edição.São Paulo: Ed. Manole, 2010. ______, Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro 2006. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao>Acesso em: 08 de setembro de 2012. ______, Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro 2008. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao>Acesso em: 08 de setembro de 2012. ______, Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro 2011. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao>Acesso em: 09 de setembro de 2012. ______, Lei n˚ 12.441, de 11 de julho de 2011, altera a Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil): para permitir a constituição de empresa individual de responsabilidade limitada. Disponível em: <www4.planalto.gov.br/legislação> Acesso em: 21 de agosto de 2012. ______, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Novo Código Civil Brasileiro. Legislação Federal. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legislacao> Acesso em: 22 de agosto de 2012. ______, Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Disponível em: <www4.planalto.gov.br/legislação>Acesso em: 30 de setembro de 2012. ______, Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976. Disponível em: <www4.planalto.gov.br/legislação>Acesso em: 10 de setembro de 2012. ______, Lei nº 9.317/96, de 05 de dezembro de 1996. Disponível em: <www4.planalto.gov.br/legislação>Acesso em: 05 de outubro de 2012. ______, Resolução CFC n˚ 750/93, de 29 de dezembro de 1993. Dispõe sobre os Princípios da Contabilidade, Disponível em: <http//portaldecontabilidade.com.br/legislação/resolucaocfc774.htm>Acesso em: 05 de setembro de 2012. CERVO, Amado Luiz.et al. Medodogia Científica, 6ª edição. São Paulo: Ed.Pearson Prentice Hall, 2007. COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de Direito Comercial – Direito da Empresa: 24ª edição. São Paulo:Ed. Saraiva, 2012. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio. 3ª edição. São Paulo: Ed.Positivo, 2004.

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FERREIRA, Ricardo José. Contabilidade Básica, 7ª edição. Rio de Janeiro: Ed.Ferreira, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Ed. Atlas,2002. HIGUCHI, Hiromi; HIGUCHI, Fabio Hiroshi; HIGUCHI, Celso Hiroyuki. Imposto de Renda das Empresas. 34ª edição. São Paulo: IR Publicações, 2009. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico: 6 ª edição. São Paulo: Ed.Atlas, 2001. ______, Eva Maria; ______, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico: 7 ª edição. São Paulo: Ed.Atlas, 2007. MARTINS, Gilberto de Andrade. Guia para Elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso: 2ª edição. São Paulo: Ed.Atlas, 2009. OLIVEIRA, Luís Martins de et al. Manual de Contabilidade Tributária. 7ª edição. São Paulo: Ed. Atlas, 2009. REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial: 25ª edição. São Paulo: Ed. Saraiva, 2003. ROCHA, João Marcelo. Resumo de Direito Tributário: 2ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Ferreira, 2009. SILVA, Daniel Salgueiro. et al. Manual de procedimentos contábeis para micro e pequenas empresas: 5ª edição. Brasília: CFC: SEBRAE, 2002. YIN, Robert. Planejamento e Métodos: 2ª edição. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2001.

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APÊNDICE A

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Este questionário tem como objetivo mostrar a satisfação das empresas em relação ao Simples Nacional MONOGRAFIA – BACHAREL EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS - FACULDADE CEARENSE

PESQUISA: BENEFÍCIOS DO SIMPLES NACIONAL NOME DA EMPRESA: _______________________________________________ CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 1 - Em que enquadramento se encontra a Empresa? ( ) MEI ( ) ME ( ) EPP 2 – Qual a Atividade Econômica da Empresa? ( ) Comércio ( ) Indústria ( ) Serviço ( ) Com/Serv 3 – Com a situação atual da Empresa, tem sido gerado mais vínculos empregatícios? ( ) Sim ( ) Não 4 – Quantos funcionários há com vínculos empregatícios? ( ) 01 ( ) 02 ( ) de 02 a 05 ( ) até 10 ( ) acima de 10 SITUAÇÃO FINANCEIRA 5 – Acredita na oportunidade de expansão de sua Empresa? ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez 6 – O que é recolhido de imposto pela empresa, é condizente com seu faturamento? ( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez SIMPLES NACIONAL 7 - Existe satisfação com as novas mudanças do governo, em relação ao Simples Nacional? ( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece 8 – Com o aumento do teto do faturamento do Simples Nacional, foi percebido que também houve aumento na receita bruta da Empresa? ( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece 9 – Que tipo de benefícios do governo, a Empresa teve acesso diretamente? ( ) Acesso ao Crédito ( ) Redução da burocracia ( ) Parcelamento de dívidas ( ) Benefícios do INSS 10 – Estar valendo à pena ter uma empresa formalizada? ( ) Sim ( ) Não ( ) Desconhece

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ANEXO I – Relatório Mensal das Receitas Bruta

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RELATÓRIO MENSAL DAS RECEITAS BRUTAS

CNPJ:

Empreendedor individual:

Período de apuração:

RECEITA BRUTA MENSAL – REVENDA DE MERCADORIAS (COMÉRCIO)

I – Revenda de mercadorias com dispensa de emissão de documento fiscal R$

II – Revenda de mercadorias com documento fiscal emitido R$

III – Total das receitas com revenda de mercadorias (I + II) R$

RECEITA BRUTA MENSAL – VENDA DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (INDÚSTRIA)

IV – Venda de produtos industrializados com dispensa de emissão de documento

fiscal

R$

V – Venda de produtos industrializados com documento fiscal emitido R$

VI – Total das receitas com venda de produtos industrializados (IV + V) R$

RECEITA BRUTA MENSAL – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

VII – Receita com prestação de serviços com dispensa de emissão de

documento fiscal

R$

VIII – Receita com prestação de serviços com documento fiscal emitido R$

IX – Total das receitas com prestação de serviços (VII + VIII) R$

X - Total geral das receitas brutas no mês (III + VI + IX) R$

LOCAL E DATA: ASSINAT. DO EMPRESÁRIO

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ANEXO II – Extrato do Simples Nacional

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ANEXO III – Folha Resumida da Folha de Pagamento

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ANEXO IV – ANEXO I DA TABELA DO SIMPLES NACIONAL

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TABELA DO SIMPLES NACIONAL

ANEXO I (Vigência a Partir de 01.01.2012)

Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio

Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS

Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%

De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%

De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%

De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95