silvopastoral system pastures in recovery ......sendo a implantação dos sistemas silvipastoris...
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SISTEMA SILVIPASTORIL NA RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS DEGRADADAS
SILVOPASTORAL SYSTEM PASTURES IN RECOVERY DEGRADED
Luan Araújo de Souza – Graduando em Agronomia – AEMS -
Rafaela Montanhera Antunes - Graduando em Agronomia – AEMS -
Wesley Souza Barros - Graduando em Agronomia – AEMS -
Dra. Cristiane Santos da Silva Souza – Engenheira Agrônoma – AEMS/Unisalesiano
RESUMO
A pecuária brasileira está alicerceada na exploração de 190 milhões de
hectares de pastagens que encontram - se difundidas por estabelecimentos agrícolas com diversas atividades econômicas principais. Apesar de serem a base da pecuária nacional, as áreas pastoris têm sofrido rápido e acentuado declínio em sua capacidade produtiva em decorrência dos processos de degradação que nelas se instalam, limitando ou inviabilizando a atividade criatória. O presente trabalho teve como objetivo apresentar os principais aspectos da recuperação de pastagens degradadas na pecuária brasileira por meio a instalação do sistema silvipastoril. O trabalho foi desenvolvido junto as Faculdades Integradas de Três Lagoas – MS – AEMS, localizada no município de Três Lagoas/MS. O mesmo teve ênfase bibliográfica, utilizando-se de referencial teórico e prático de publicações específicas do assunto que foi analisado. Com base no estudo bibliográfico pode-se concluir que uma vez instalado o processo de degradação nas pastagens deve-se fazer o levantamento dos fatores a ele associados com o objetivo de definir estratégias de recuperação, considerando práticas de manejo e emprego de técnicas que ocasione a restauração da sua capacidade produtiva. Sendo a implantação dos sistemas silvipastoris (SSP) uma alternativa viável tanto no âmbito ecológico, agronômico e econômico para a recuperação das pastagens de pastagens degradadas. Palavras - chaves: Pastagens. Degradação. Pecuária. Silvicultura.
INTRODUÇÃO
O Brasil apresenta um rebanho bovino de 205 milhões de cabeças,
alicerceando a pecuária na exploração de 190 milhões de hectares de pastagens
que se encontram difundidas por estabelecimentos agrícolas com múltiplas
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atividades econômicas principais. Sendo 117 milhões de pastagens plantadas e 73
milhões de pastagem nativas (BUNGENSTAB, 2011).
Porém, mesmo sendo a base da pecuária nacional, estima-se que 80% áreas
pastoris apontam algum grau de degradação, sendo que mais da metade
apresentam necessidade imprescindível de intervenção (KICHEL, 2003). Macedo
(2001), define degradação de pastagens como um processo progressivo da perda
do vigor, produtividade e capacidade de recuperação necessária para o sustento e
manutenção das atividades nelas estabelecidas.
Sendo a degradação e pastagens causa de grandes prejuízos no âmbito
ambiental e econômico brasileiro, atingindo diretamente a sustentabilidade produtiva
(DIAS-FILHO, 2006). Tendo em vista que, somente na fase de engorda de bovinos,
a produtividade de carne em uma pastagem com condições satisfatórias atinge uma
média de 16 arrobas/há/ano, enquanto em pastagens degradadas a média é de
2/arrobas/há/ano (KICHEL, 2011).
Dentro desse cenário, aponta-se a recuperação das pastagens como uma
pratica viável tecnicamente e economicamente. E em termos ambientais, de extremo
interesse, que, entre outras razões, evitando o desmatamento de novas áreas.
(OLIVEIRA, 2005). Segundo Bungenstab (2011), as pastagens, quando
corretamente utilizadas, podem manter níveis produtivos satisfatórios por várias
décadas.
Tendo em vista a necessidade de recuperação das pastagens, aponta-se
como uma alternativa a implantação de sistemas silvipastoris (SSP’s) (DIAS-FILHO,
2007). Esse sistemas referem-se ao emprego de técnicas de produção que
integram, animais, plantas forrageiras e árvores na mesma área. Representando
uma forma de uso da terra, onde as atividades silviculturais e pecuárias são
combinadas. Os sistemas silvipastoris, geram assim, produção de forma
complementar pela interação de seus componentes (GARCIA, COUTO, 1997 apud
BERNARDINO, 2011).
OBJETIVO
O presente trabalho teve como objetivo apresentar os principais aspectos da
recuperação de pastagens degradadas na pecuária brasileira distribuída por
estabelecimentos agrícolas com diversas atividades econômicas incluindo o sistema
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silvipastoril devido sua eficácia e planejamento com renovações.
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido junto as Faculdades Integradas de Três Lagoas –
MS – AEMS, localizada no município de Três Lagoas/MS. O mesmo teve ênfase
bibliográfica, sendo a mesma descrita utilizando-se de referencial teórico e prático
de publicações específicas do assunto que foi analisado.
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 Causa da degradação de pastagens
De acordo com Peron e Evangelista (2004), são diversos os fatores
causadores da degradação das pastagens, entre eles estão: espécie forrageira
inadequada, não adaptada as condições e ao objetivo da produção; Preparo de solo
e técnicas de semeadura improprias; Excesso de lotação e manejo inadequado das
pastagens; falta de adubação e correção da fertilidade.
Portando o genótipo da forrageira e as condições as quais as plantas são
submetidas desde a fase de estabelecimento, a fertilidade natural do solo, a
inadequação da espécie forrageira às pressões bióticas, o estabelecimento e
formação da pastagem precária, o manejo da fertilidade do solo e do pastejo
compatíveis com a condição oferecida são elementos determinantes em sua
mantença. Tendo como principais desencadeadores do processo erosivo as altas
taxas de lotação e a ausência de fertilizações na formação de manutenção
(RODRIGUES et al., 2000).
De acordo com Kichel et al. (1999), a escolha da melhor espécie forrageira
deve ser precedida de um diagnóstico, por meio do qual se considera o histórico da
área, conhecendo-se o início da utilização da mesma, a espécie em uso,
disponibilidade de sementes no mercado, a predominância de plantas invasoras e o
potencial de pragas e doenças existente no local. O tipo de solo e suas condições,
bem como as condições climáticas da região, também são fatores importantes a se
considerar.
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O dinâmica de degradação de pastagens, tende a reduz a cobertura solo, o
que aumenta sua densidade na sua camada superficial acarretando na diminuição
da floculação da argila e da porosidade total (MULLER et al., 2001). Levando ao
surgimento de invasoras e a menor resistência das forrageiras ao ataque de pragas
e doenças. Mostrando que, fatores apontados como causadores da degradação, são
na realidade consequências do mesmo (BUNGENSTAB, 2011).
1.2 A escolha da espécie forrageira
Na implantação da pastagem, a escolha da forrageira, é fundamental e gera
muitas diferenças em termo de retorno, pois o estabelecimento de uma planta que
não é adaptada ao ambiente torna-a suscetível às condições do meio (fertilidade do
solo, pragas, doenças etc.), levando a rápida degradação das pastagens
(ALCANTARA et al., 1993 apud RODRIGUES et al., 2000).
De acordo com EUCLIDES et al. (2002), a escolha da melhor espécie
forrageira deve ser precedida de um diagnóstico, onde se considera o histórico da
área, conhecendo assim o início da utilização da mesma, a espécie em uso,
disponibilidade de sementes e insumos no mercado, a predominância de plantas
invasoras e o potencial de pragas e doenças existente no local. Sendo também o
tipo de solo e suas condições, bem como as condições climáticas da região fatores
importantes a considerar.
Resumindo os critérios na escolha do genótipo a ser empregado, em
assistência técnica nas tomadas de decisão e condução do empreendimento;
levantamento de um histórico detalhado da região (índice pluvial médio anual e
mensal, observando-se a distribuição, temperatura média anual e mensal,
fotoperíodo, possibilidade de geadas e ocorrência de pragas importantes) e da área
em que será implantada a pastagem (tipo, profundidade, fertilidade, estrutura e
textura do solo, topografia, declividade, susceptibilidade à erosão, culturas de
cobertura anteriores, possibilidade e duração de encharca mento, ocorrências de
pragas); tipo de manejo que será adotado (utilização ou não de fertilizantes na
formação e manutenção, forma de estabelecimento, sistema de pastejo rotacionado
ou contínuo), espécie e raça de animal que se pretende trabalhar e expectativa de
produção (PERON & EVANGELISTA, 2004).
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1.3 Formação da pastagem
A redução da vida útil da pastagem torna-se efeito de muitos problemas no
relacionados com a semeadura e estabelecimento das plantas forrageiras. Tornando
fundamental a compra de sementes. Na área escolhida para implantação da
pastagem, devem-se realizar análise química do solo e proceder à avaliação das
espécies e a respectiva frequência de plantas invasoras, com o intuito de prever
quais serão as mais problemáticas na fase inicial de estabelecimento e panejando
estratégias mais adequadas de controle (RODRIGUES et al., 2002).
De acordo com Kichel et al. (1999), a escolha da forma de preparo do solo
para semeadura ou plantio (preparo total ou mínimo do solo, plantio direto,
semeadura a lanço ou sulco, com a passagem de rolo compactador para aumentar o
contato solo-semente, utilização de semeadora - adubadora) depende de vários
fatores, tais como: o nível tecnológico adotado na propriedade e a participação em
associações e cooperativas, que facilitam a aquisição de maquinário. Contudo,
existem implicações relacionadas ao método de estabelecimento e que interferem
no solo, na pastagem e na relação benefício/custo.
1.4 Manejo das pastagens
Segundo Veiga (2006) o maior objetivo do manejo de pastagens é permitir
uma eficiente utilização de foragem, durante todo o ano, sem comprometer sua
sustentabilidade e as dietas dos animais. A experiência e as pesquisas regionais
possibilitam estabelecer padrões de manejo de pastagem aumentando assim
produtividade e a sustentabilidade da pastagem e consequentemente a produção
animal a produção animal.
Depois de escolhida a espécie forrageira, voltada às condições do meio, tem-
se como ponto de partida para o êxito da exploração da pastagem. Porém, práticas
de manejo como: adubação, irrigação, suplementação, sistema de pastejo, exercem
papel relevante (GOMIDE et al., 2001) Sobretudo a adoção de taxa de lotação
compatível com a capacidade de suporte da pastagem. Estudos apontam que o
principal efeito provocado pelos animais na pastagem é o da desfolhação, reduzindo
a área foliar, com consequências sobre os carboidratos de reserva, perfilhamento,
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crescimento das raízes e de novas folhas, comprometendo o seu desenvolvimento.
Com tudo, a diminuição na produção de matéria seca, reduz drasticamente o
sistema radicular, perfilhamento, expansão de novas folhas e reservas nas raízes
(PERON, EVANGELISTA, 2004).
1.5 Sinais de degradação das pastagens
Os sinais da degradação de pastagens são visíveis e "invisíveis". É muito
difícil sabermos qual a primeira causa da degradação, mas ela provoca uma reação
em cadeia. A queda na produção de massa verde é a principal causa da redução na
produtividade (kg de produto animal/área) e da renda do produtor, que podem ser
considerados invisíveis, caso o pecuarista não tenha uma boa e rápida
contabilidade. Alguns outros fatores são pouco perceptíveis aos olhos do produtor
como a morte da fauna do solo, o início da degradação e da compactação
(PAULINO, 1993 apud RODRIGUES, 2000).
Estudos evidenciam menores taxas de reservas de nutrientes no solo,
alteração estrutural do solo, comprovada pelo aumento da densidade, diminuição da
porosidade total e dos índices de infiltração de água. Apontam também a diminuição
do número de raízes no perfil do solo e de uma concentração do sistema radicular
próximo à superfície (MULLER et al., 2001).
Segundo Soares Filho (1993), com o processo de degradação das pastagens
a produção de forragem diminui, observando-se a redução na qualidade e
quantidade de forragem, mesmo nas épocas favoráveis ao seu crescimento. Com a
redução de cobertura do solo, torna-se propicio o surgimento de invasoras,
compactação e erosão do solo e menor resistência das forrageiras ao ataque de
pragas e doenças, podendo levar a morte das pastagens (KICHEL, 2012).
.
1.6 Técnicas de recuperação de pastagens
A técnica empregada na recuperação de pastagens mais adequada depende
do diagnóstico realizado sobre a situação real da pastagem degradada, da
disponibilidade ou possibilidade da utilização de implementos e insumos, do nível
técnico adotado e da estrutura da propriedade (SPAIN, 1991 apud RODRIGUES,
2002). A recuperação de uma pastagem consiste em utilizar a população de plantas
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existentes e empregar técnicas que promovam a recuperação daquela pastagem
degradada, eliminando gastos com preparo do solo e aquisição de sementes, fato
que explica o menor custo da recuperação, mas, não é toda pastagem degradada
que aceita a recuperação (OLIVEIRA,2005)
Em termos conceituais, a recuperação de pastagens consiste no
restabelecimento da produção forrageira mantendo-se a mesma espécie ou cultivar.
Já a renovação preconiza o restabelecimento da produção de forragem com a
introdução de uma espécie ou cultivar na aérea. O objetivo das técnicas
agronômicas desenvolvidas tanto para recuperação ou renovação de pastagens, são
o reestabelecimento da biomassa das plantas em um ínterim determinado, com
custo possível para o produtor. Outro termo frequentemente utilizado é reforma de
pastagem, este mais apropriado para designar correções ou reparos após o
estabelecimento da forrageira (KICHEL, 2012).
Presentemente existem dois grupos de alternativas para recuperação ou
renovação e manutenção das pastagens degradadas, sendo ela direta ou com uso
de sistemas de integração, especialmente a integração lavoura-pecuária e a
integração lavoura-pecuária- floresta (MACEDO, 2001).
1.7 Principais causas e estratégias para recuperá-las
1.7.1 recuperação sem preparo de solo
Segundo Kichel (2011), quando degradação ocorre devido a erros de manejo
de pastagem que conduziram a grande ocorrência de plantas invasoras e baixa
produção de forragem, porém, a forrageira está adaptada às condições
edafoclimáticas locais e, eventualmente, o estande possui uma boa densidade de
plantas desejadas. Neste caso, talvez, o controle químico das plantas invasoras
associado à adubação possa recuperar a produção de biomassa, sem a
necessidade da utilização de máquinas para o preparo do solo. A retirada dos
animais da área é importante para permitir o descanso da pastagem até a completa
recuperação das plantas forrageiras (VIEIRA & KICHEL, 1995).
Para a recuperação de uma pastagem degradada de Urochloa brizantha cv.
Marandu (30 a 50% de plantas invasoras) em um Latossolo Amarelo de baixa
fertilidade da região de Porto Velho, COSTA et al., (2000) testaram doses de
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nitrogênio (0, 50 e 100 kg de N/ha) e fósforo (0, 50 e 100 kg de P2O5/ha). A dose de
100 kg de P2O5/ha e 50 kg de N/ha reduziram significativamente a participação de
invasoras e incrementaram a produção de massa seca e teores de fósforo na
forragem, em relação à pastagem não recuperada.
Conforme mencionado pelos autores acima, a utilização de métodos de
controle de plantas invasoras em conjunto com a adubação pode contribuir para a
diminuição da competição interespecífica (luz, água, nutrientes), principalmente na
fase inicial de revigoramento das plantas forrageiras na pastagem.
1.7.2 Tratamentos fisico-mecânicos do solo
Quando muito baixa, a densidade de plantas encontra-se muito abaixo da
necessária para boa produção de forragem, acarretando em áreas sem cobertura e
com acentuada compactação do solo, o uso de tratamentos físico-mecânico do solo
torna-se uma alternativa, em conjunto com a ressemeadura e novo estabelecimento,
seja da mesma, ou outra espécie forrageira (ARRUDA et al., 1987).
Estudos em solos de tabuleiros costeiros do extremo sul da Bahia, testaram
várias formas de tratamentos físico-mecânico e fertilização na recuperação de
pastagens de Urochloa Decubens. Observaram que a simples aração, aração mais
gradagem, cultivador, queima, queima mais gradagem e queima mais cultivador não
foram eficazes na recuperação da pastagem. A fertilização, notadamente a
fosfatada, foi imprescindível, ao retorno da produtividade e abafamento das
invasoras. Não havendo a ressemeadura, contando apenas com o recrutamento do
banco de sementes. Quando a planta já possui um sistema radicular mais
desenvolvido, a adubação nitrogenada é necessária para o rápido crescimento da
parte aérea (RODRIGUES et al., 2002).
1.7.3 Associação agricultura - pecuária
De acordo com Carvalho et al. (2005), a integração da agricultura-pecuária
compreende-se na diversificação da produção, elevando eficiência de utilização dos
recursos naturais e a preservação do ambiente, que resulta em incrementos e maior
estabilidade da renda do produtor rural.
A integração agricultura-pecuária beneficia duas atividades de importância
econômica, proporcionando ganhos múltiplos segundo SALTON et al. (2001), além
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de benefícios como queda de incidência de plantas infestantes e quebras no ciclos
de pragas e doenças, ocasionando o aumento da produtividade, maior atividade
biológica do solo e maior quantidade de nutrientes (MACHADO, 1998)
É importante enfatizar que a rotação da pastagem exclusiva de gramíneas e
lavoura de grãos, em sistema de plantio direto, a cobertura de palha, o tipo de
forrageira e o nível de fertilidade do solo são fundamentais. Isso é facilmente
conseguido no segundo ano após a recuperação da pastagem com culturas anuais
em consórcio, que reduz o custo de recuperação do pasto (RODRIGUES et al.,
2002).
2 USO DE LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS
A utilização de leguminosas forrageiras na recuperação de pastagens é uma
pratica que necessita nível tecnológico médio da propriedade, e pode ser
recomendada para pequenos, médios e grandes produtores que buscam por
alternativas técnica, ecológica e economicamente mais viáveis (COSTA et al., 2004).
Através da simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio, as leguminosas
enriquecem o sistema com esse nutriente de extrema importância para a produção
forrageira, bem como proporcionam a melhoria na dieta dos animais. Existem
diversas possibilidades de uso de leguminosas após tratamentos físico-mecânico
que podem ser plantadas em consórcio com as gramíneas; exclusivas para uso na
época seca como banco de proteína, depois de certo tempo a área é plantada com
gramíneas e o banco é usado para recuperar uma nova pastagem degradada;
cultivo, posterior incorporação e plantio da gramínea em sistemas silvipastorís
(KICHEL, 2012).
Certas leguminosas são indicadas como adubo verde, dentre elas, Mucuna,
labe - labe, crotalária. No caso específico do calopogônio, é vantajoso para ser
plantado em consórcio com gramíneas na pastagem para fornecimento de
nitrogênio, (BARCELOS, 1990 apud RODRIGUES et al., 2002).
Existem leguminosas forrageiras nativas do Brasil e do continente americano,
ex: estilosantes (Stylosanthes spp.), amendoim forrageiro (Arachispintoi) e leucena
(Leucaena leucocephala); e outras exóticas bem adaptadas às diferentes regiões do
país, Ex: guandu (Cajanus cajan), soja perene (Neotoniawigtii) e calopogônio
(Calopogonium mucunoides) (ZIMMER et al., 1994). Apresentando assim a
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possibilidade do plantio simultâneo da cultura anual, mais gramíneas e leguminosas
forrageiras, apresentando melhores resultados do que a gramínea exclusiva (VEIGA,
2006).
Em sistemas de recuperação com culturas anuais de gramíneas, a
necessidade da leguminosa é interessante, principalmente quando houver menor
possibilidade de utilização de fertilizantes nitrogenados (KICHEL, 1994).
O guandu plantado em faixas em pastagem degradadas de Urochloa
decubens promoveu a descompactação do solo, devido ao vigoroso sistema
radicular, proporcionando redução na densidade global, aumento na porosidade e na
capacidade de infiltração de água no solo (VALE et al., 2000).
As leguminosas em consórcio com gramíneas geralmente apresentam
problema de persistência na pastagem, que pode ser atenuado com o manejo, ou
com a sua utilização como banco de proteína. Em faixas, o estabelecimento mais
lento da leguminosa não é tão limitante se a pastagem for vedada para uso na seca
ou no ano agrícola seguinte (ZIMMER et al., 1994).
Pastagens com bom manejo de gramíneas consorciadas a leguminosas têm
vida útil longa e são mais produtivas, principalmente pela disponibilidade de
nitrogênio fixado por associações leguminosas – Rhizobium (ALVES & MEDEIROS,
1997).
Na região de Mato Grosso do Sul, os estilosantes são uma das alternativas
recomendadas para a recuperação de pastagens degradadas de Urochloa
Decubens sem solos arenosos, mostrando ganhos de até 3 anos a mais do que em
pastagens sem a leguminosa (VALLE et al., 2000 citados por ANDRADE & KARIA,
2000).
3 SISTEMAS SILVIPASTORÍS - SSP
Dias (2007), ressalta implantação de SSP como uma das principais
estratégias indicadas para a recuperação da produtividade de pastagens
degradadas. A possibilidade de uma dada estratégia de recuperação condicionando-
se às condições agroecológicas locais, à finalidade do empreendimento e à
disponibilidade de capital e mão-de-obra. Tornando a implantação de SSP uma
alternativa de recuperação das pastagens que sofreram degradação tanto agrícola
como biológica.
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Por meio da implantação de SSP, onde o plantio de arvores e arbustos é
vinculado ao processo de recuperação de pastagens ou estimulado a regeneração
natural das espécies nativas por manejo da vegetação secundaria, ocasiona em
aumento da eficiência econômica, biológica e agronômica (DIAS-FILHO, 2006)
aspectos de estabilidade dos sistemas e vantagens no controle da erosão e
recuperação com melhoria das condições do solo e da produtividade animal
(CASTRO & CARVALHO, 1999).
Os SSP têm despertado considerável interesse na comunidade científica
devido a necessidade de conceber novas possibilidades de exploração agrícola que
sejam biológica, econômica e ecológicamente mais sustentáveis que os sistemas
convencionais em uso da terra, como o monocultivo de pastagem de gramíneas.
Esses sistemas apresentam também elevado potencial para recuperação de áreas
de pastagens degradadas, por conciliarem a aptidão pastoril dos produtores
detentores da posse da terra à recomposição da paisagem natural (CARVALHO,
1999)
As espécies arbóreas a serem plantadas submetem-se aos objetivos a serem
alcançados, pois além do produto madeireiro as espécies tentem a fornecer
subprodutos aumentando a chance de sucesso do sistema. Leguminosas arbóreas
contribuem para uma recuperação mais rápida da pastagem e fornecem nitrogênio,
principalmente quando se utilizam técnicas como a inoculação de micorrizas e/ou de
rizóbios. O uso de madeiras de alto valor comercial pode, em longo prazo, constituir-
se numa boa reserva econômica (BUNGENSTAB, 2011)
Souto (2007) destaca a implantação de SSP como uma das três principais
estratégias recomendadas para a recuperação da produtividade de pastagens
degradadas. A opção por uma dada estratégia de recuperação estaria condicionada
às condições agroecológicas locais, à finalidade do empreendimento e à
disponibilidade de capital e mão-de-obra. Nesse caso, pastagens que sofreram
degradação tanto agrícola como biológica poderiam ter a produtividade recuperada
mediante a implantação de SSP.
CONCLUSÃO
Com base nas informações obtidas pode-se concluir que:
Quando diagnosticado o processo de degradação nas pastagens deve-se
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realizar um levantamento dos fatores a ele associados, buscando assim estratégias
de recuperação. Levando em consideração as praticas manejo e o emprego de
técnicas que ocasione a restauração da capacidade produtiva
A implantações do sistema silvipastoril em recuperações de áreas
degradadas mostrou-se viável tanto no âmbito ecológico, agronômico e econômico.
Sendo assim uma boa alternativa, mediante o planejamento, em áreas pastoris
degradadas.
REFERÊNCIAS
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ANDRADE, R.P.; KARIA, C.T. Uso de Stylosanthes em pastagens no Brasil. In: EVANGELISTA, A.R.; BERNARDES, T.F.; SALES, E.C.J. (Eds.). Simpósio de Forragicultura e Pastagens: temas em evidência. Lavras. Anais... Lavras: UFLA. 2000. p. 51-68.
ARRUDA, N.G.; CANTARUTTI, R.B.; MOREIRA, E.M. Tratamentos físico-mecânico e fertilização na recuperação de pastagens de Brachiaria Decubens em solos de tabuleiro. PasturasTropicales. v. 9. p. 36-39. 1987.
BERNARDINO, F.S., et al. Produção de forragem e desempenho de novilhos de corte em um sistema silvipastoril: efeito de doses de nitrogênio e oferta de forragem. R. Bras. Zootec. [online]. 2011, vol.40, n.7, pp. 1412-1419. .
BUNGENTAB, D.J. (Ed.). Sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta: a produção sustentável. Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2011. ISBN: 978-85-297-02551
CARVALHO, G.G.P., et al. Integração agricultura-pecuária: um enfoque sobre cobertura vegetal permanente. REDVET. Revista Electrónica de Veterinária, v. 6, n. 8, p. 1-19, 2005.
CARVALHO, M.C.S. Práticas de recuperação de uma pastagem degradada e seus impactos em atributos físicos, químicos e microbiológicos do solo. 1999. 101 p. (Tese - Doutorado. Escola Superior de Agricultura "Luís de Queiroz". Piracicaba.).
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