sillcose

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Silicose A silicose é causada por inalação de poeira de sílica livre cristalina (quartzo). Caracteriza-se por um processo de fibrose, com formação de nódulos isolados nos estágios iniciais e nódulos conglomerados e disfunção respiratória nos estágios avançados. Atinge trabalhadores de vários ramos produtivos: como jateamento, fabricação de cerâmica, azulejos, pisos, mineração subterrânea e a céu aberto, fundição de ferro aço e minerais entre outras A silicose é causada por inalação de poeira de sílica livre cristalina (quartzo). Caracteriza-se por um processo de fibrose, com formação de nódulos isolados nos estágios iniciais e nódulos conglomerados e disfunção respiratória nos estágios avançados 2,3,4,5 . Atinge trabalhadores inseridos em diversos ramos produtivos como: Indústria extrativa (mineração subterrânea e a céu aberto, perfuração de rochas e outras atividades de extração, como pedreiras e beneficiamento de minérios e rochas que contenham o mineral); Fundição de ferro, aço ou outros metais onde se utilizam moldes de areia; Cerâmicas onde se fabricam pisos, azulejos, louças sanitárias, louças domésticas e outros; Produção e uso de tijolos refratários; Fabricação de vidros (tanto na preparação como também no uso de jateamento de areia usado para opacificação ou trabalhos decorativos); Perfuração de rochas na construção de túneis, barragem e estradas; Moagem de quartzo e outras pedras contendo sílica livre e cristalina; Jateamento de areia (utilizado na indústria naval, na opacificação de vidros, na fundição, polimento de peças na industria metalúrgica e polimento de peças ornamentais); Execução de trabalho em marmorial com granito, ardósia e outras pedras decorativas. Fabricação de material abrasivo. Escavação de poços. É importante destacar, que é na Construção Civil, onde os trabalhadores podem estar expostos a grande quantidade de poeiras finas de sílica. Exemplo disso são as operações como talhar, utilizar marteletes, perfurar, cortar, moer, serrar, movimentar materiais e carga, trabalho de pedreiro, demolição, jato abrasivo de concreto (mesmo se a areia não for usada como abrasivo), varredura a seco, limpeza de concreto ou alvenaria com ar comprimido.

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Texto descrevendo as atividades associadas com o desenvolvimento da silicose

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Silicose

A silicose é causada por inalação de poeira de sílica livre cristalina

(quartzo). Caracteriza-se por um processo de fibrose, com formação

de nódulos isolados nos estágios iniciais e nódulos conglomerados e

disfunção respiratória nos estágios avançados. Atinge trabalhadores de

vários ramos produtivos: como jateamento, fabricação de cerâmica,

azulejos, pisos, mineração subterrânea e a céu aberto, fundição de

ferro aço e minerais entre outras

A silicose é causada por inalação de poeira de sílica livre cristalina

(quartzo). Caracteriza-se por um processo de fibrose, com formação

de nódulos isolados nos estágios iniciais e nódulos conglomerados e

disfunção respiratória nos estágios avançados 2,3,4,5

. Atinge

trabalhadores inseridos em diversos ramos produtivos como:

Indústria extrativa (mineração subterrânea e a céu aberto,

perfuração de rochas e outras atividades de extração, como pedreiras e

beneficiamento de minérios e rochas que contenham o mineral);

Fundição de ferro, aço ou outros metais onde se utilizam moldes

de areia;

Cerâmicas onde se fabricam pisos, azulejos, louças sanitárias,

louças domésticas e outros;

Produção e uso de tijolos refratários;

Fabricação de vidros (tanto na preparação como também no uso

de jateamento de areia usado para opacificação ou trabalhos

decorativos);

Perfuração de rochas na construção de túneis, barragem e

estradas;

Moagem de quartzo e outras pedras contendo sílica livre e

cristalina;

Jateamento de areia (utilizado na indústria naval, na

opacificação de vidros, na fundição, polimento de peças na industria

metalúrgica e polimento de peças ornamentais);

Execução de trabalho em marmorial com granito, ardósia e

outras pedras decorativas.

Fabricação de material abrasivo.

Escavação de poços.

É importante destacar, que é na Construção Civil, onde os

trabalhadores podem estar expostos a grande quantidade de poeiras

finas de sílica. Exemplo disso são as operações como talhar, utilizar

marteletes, perfurar, cortar, moer, serrar, movimentar materiais e

carga, trabalho de pedreiro, demolição, jato abrasivo de concreto

(mesmo se a areia não for usada como abrasivo), varredura a seco,

limpeza de concreto ou alvenaria com ar comprimido.

Para se ter idéia, em 1988, constatou-se um foco da doença na

região da Ibiapaba no Ceará (Brasil) entre cavadores de poços. Dos

1.202 cavadores de poços da região, 687 de cinco municípios

selecionados para o estudo foram submetidos à IEPP (Educação

Preventiva Educativa Primária) e, destes, 283 participaram do estudo

do papel da IEPP no controle da silicose. Todos eram homens, com

idades variando de 18 a 78 anos; 115 eram silicóticos, 122 não

silicóticos e 46 ignoravam o diagnóstico1.

Os cavadores adoeciam porque inalavam poeira com conteúdo de

97,4% de sílica, uma concentração no ambiente de trabalho que

ultrapassava em até 344 vezes o limite de tolerância permitido pelas

leis trabalhistas brasileiras1.

1. ALCÂNTARA, Márcia Alcântara, et al. Silicose em cavadores de poços da

região da Ibiapaba (CE): da descoberta ao controle. Disponível em:

<http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/1999_25_1_3_portugues.pdf

.> Acessado em: 27 de Mar. 2009.

2.

3. CASTRO, Hermano Albuquerque de; SILVA, Carolina Gimenes da;

VICENTIN, Genésio. Estudo das internações hospitalares por

pneumoconioses no Brasil, 1984-2003. Revista brasileira de

epidemiologia, São Paulo, v. 8, n. 2, Jun. 2005. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-

790X2005000200007&lng=en&nrm=iso >. Acesso em: 27 Mar. 2009. doi:

10.1590/S1415-790X2005000200007.

4. MARTINS, Sérgio Pinto. CLT Universitária. 9ª Ed. São Paulo-SP. Atlas.

2009.

5. MENDES, René. Asbesto (amianto) e doença: revisão do conhecimento

científico e fundamentação para uma urgente mudança da atual política

brasileira sobre a questão. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n.

1, Fev. 2001. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X2001000100002&lng=en&nrm=iso >. Acesso em: 27 Mar. 2009. doi:

10.1590/S0102-311X2001000100002.

6. MENDES, René. Atualização sobre doenças respiratórias ocupacionais:

silicose. 14 (56):19-27,out.-dez.1986. Revista brasileira de saúde

ocupacional, Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILA

CS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=40281&indexSearch=ID>

Acesso em: 24 Mar. 2009.

Valéria Araújo Cavalcante