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EIXO TEMÁTICO: ( ) Biodiversidade e Unidade de Conservação ( ) Gestão e Gerenciamento dos Resíduos ( ) Campo, Agronegócio e as Práticas Sustentáveis ( X ) Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos ( ) Cidades Sustentáveis ( ) Saúde Pública e o Controle de Vetores ( ) Educação e Práticas Ambientais
SIG IDRISI APLICADO NA OBTENÇÃO DE CARTAS TEMÁTICAS VISANDO O PLANEJAMENTO DOS RECURSOS
NATURAIS
GIS IDRISI APPLIED IN CHARTS OF OBTAINING THEMES TARGETING THE PLANNING OF NATURAL RESOURCES
SIG IDRISI APLICADO EN LETRAS DE TEMAS OBTENCIÓN DIRIGIDOS A
LA PLANIFICACIÓN DE RECURSOS NATURALES
Sérgio Campos Prof. Dr., UNESP, Brasil
Felipe de Souza Nogueira Tagliarini Discente do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Energia na Agricultura, UNESP, Brasil
Bruno Timóteo Rodrigues Discente do Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Energia na Agricultura, UNESP, Brasil
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RESUMO: A microbacia do Córrego do Petiço situada no município de Botucatu (SP) e entre as
coordenadas geográficas: 22o 46’ 54” a 22o 51’ 51” de latitude S e 48o 15’ 12” a 48o 20’ 23” W
Gr, com uma área de 3385,2ha. Os mapas temáticos foram obtidos através do SIG Idrisi Selva.
A análise dos resultados permitiu inferir que as classes de declive de 0 a 3% (áreas planas) e de
3 a 6% (áreas suavemente onduladas) representam mais de 65% da área. A unidade de solo
Latossolo Vermelho Distroférrico ocorreu em mais de 45% da área. O SIG mostrou-se uma
excelente ferramenta na determinação da carta clinográfica, demonstrando que a utilização do
geoprocessamento facilita e agiliza a obtenção dos dados, além de permitir seu
armazenamento, que poderão ser utilizados para outras análises em futuros planejamentos
ambientais.
Palavras chaves: geoprocessamento, microbacia, classes de declive, unidade de solo,
capacidade de uso do solo.
ABSTRACT: The catchment Stream Petiço located in Botucatu (SP) and between the
geographical coordinates: 22o 46 '54 "to 22o 51' 51" S latitude and 48o 15' 12"to 48o 20' 23" W
Gr with a 3385,2ha area. Thematic maps were obtained through the GIS Idrisi. The results
allow us to infer that the slope classes 0 to 3% (flat areas) and from 3 to 6% (gently corrugated
areas) represent more than 65% of the area. The ground unit Hapludox occurred in over 45%
of the area. GIS proved to be an excellent tool to determine the clinográfica letter,
demonstrating that the use of GIS facilitates and expedites data collection, and allows storage,
which can be used for further analysis in future environmental planning
Key words: geoprocessing, watershed, slope classes, soil unit, land use capacity.
RESUMEN: La corriente de captación Petiço ubicada en Botucatu (SP) y entre las coordenadas
geográficas: 22o 46' 42" a los 22o 51' 51" de latitud S y 48o 15' 12 "a 48o 20' 23" W Gr con una
3385,2ha área. Los mapas temáticos se obtuvieron a través del SIG Idrisi. Los resultados
permiten inferir que las clases de pendiente 0 a 3% (zonas planas) y de 3 a 6% (áreas
suavemente onduladas) representan más del 65% de la superficie. La unidad de la planta
Hapludox se produjo en más de 45% de la superficie. GIS demostró ser una excelente
herramienta para determinar la letra clinográfica, lo que demuestra que el uso de los SIG
facilita y agiliza la recogida de datos, y permite el almacenamiento, que puede ser usado para
su posterior análisis en la planificación futura del medio ambiente
Palabras clave: geoprocesamiento, las cuencas hidrográficas, clases de pendiente, la unidad de
suelo, capacidad de uso de la tierra.
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Introdução
Os problemas ambientais vivenciados no mundo têm mostrado níveis alarmantes de
depauperamento dos recursos naturais, principalmente do solo e da água, assoreamento e
poluição dos rios e córregos, afetando a saúde dos animais e da humanidade, causando
problemas de disponibilidade de água, queda dos níveis de produção agropecuária,
comprometendo a economia global e a qualidade de vida da população.
Além disso, vivemos um modelo socioeconômico no qual o desenvolvimento urbano
apresenta permanente conflito com o meio ambiente, devido à ausência, em muitas vezes, de
uma ocupação planejada. Neste contexto, o conhecimento das áreas de uso de uma
determinada região, além de possibilitar o direcionamento adequado do tipo de manejo,
permite identificar possíveis problemas acarretados pelo efeito das ações antrópicas sobre
essas regiões, tendo relação direta com a conservação e a exploração sustentável dos recursos
naturais.
Os sistemas de informação geográfica são considerados tipos especiais de sistemas
de informação, automatizados para armazenar, analisar e manipular dados geográficos. Essas
ferramentas revolucionaram o monitoramento e a gestão dos recursos naturaiçãoo do solo,
devido à capacidade de análise de grande quantidade de informação de diversas origens, de
forma simultânea (Câmara et al., 1996).
O presente trabalho visou a utilização de ferramentas de geoprocessamento na
geração de cartas temáticas para fins de planejamento da microbacia do Córrego Comur,
Botucatu-SP, buscando contribuir para futuras fiscalizações ambientais.
Material e Métodos
A microbacia do Córrego do Petiço está situada no município de Botucatu (SP). A
situação geográfica é definida pelas coordenadas: latitude 22o 46’ 54” a 22o 51’ 51” S e
longitudes 48o 15’ 12” a 48o 20’ 23” W Gr, com uma área de 3385,2ha.
O clima predominante do município, classificado segundo o sistema Köppen é do
tipo Cfa - clima temperado chuvoso e a direção do vento predominante é a sudeste (SE).
Os pontos de controle (coordenadas) para o georreferenciamento e os pontos de
máxima altitude para digitalização do limite da área da microbacia tiveram como base a Carta
Planialtimétrica em formato digital, editada pelo IBGE (1969), folha de Botucatu (SF-22-R-IV-3),
em escala 1:50000.
A delimitação de uma bacia hidrográfica é dada pelas linhas divisoras de água que
demarcam seu contorno foram definidas pela conformação das curvas de nível existentes nas
cartas planialtimétricas e ligam os pontos mais elevados da região em torno da drenagem.
Posteriormente, foi scannerizado e importado para o Sistema de Informações
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Geográfica – IDRISI no formato .BMP, gerado no processo de scannerização, para o formato
.IMG pelo módulo File/Import, para ser georreferenciado.
No georreferenciamento foram utilizados dois arquivos de pontos de controle, sendo
o primeiro da imagem digital e o outro, da carta topográfica de Botucatu. Foram determinadas
as coordenadas de cada ponto e com estes dados foi feito um arquivo de correspondência,
através do comando Edit do menu Database Query, presente no módulo Analysis.
Posteriormente, foi realizado a digitalização do limite foi realizada via tela do computador
através do módulo de digitalização (Digitalize).
Para elaboração do mapa de uso e ocupação do solo em imagem de satélite de 2013,
primeiramente foi elaborada uma composição falsa cor com a combinação das bandas 4, 5 e 6,
obtidas a partir da imagem do satélite LANDSAT-8, sensores OLIS e TIR, da órbita 220, ponto
76, com passagem em 23 de agosto de 2013, obtidas no catálogo de imagens do U.S.
Department of the Interior/U.S. Geological Survey. Esta composição apresenta os corpos
d’água em tons azulados, as florestas e outras formas de vegetações em tons esverdeados e os
solos expostos em tons avermelhados, pois estas apresentam um melhor conforto visual e
melhor discriminação dos alvos. O processo de composição da imagem RGB (Red Green Blue),
foi realizado utilizando-se do comando Composite do menu Display do IDRISI, combinando as
bandas na ordem 6, 5 e 4.
A seguir, foi realizado o georeferenciamento da composição, utilizando-se para isso
do módulo Reformat/Resample do SIG – IDRISI, sendo os pontos de controle obtido nas cartas
planialtimétricas do IBGE, referente ao município de Botucatu. Após o georreferenciamento,
foi feito o corte, extraindo-se apenas a área da microbacia. Para o georreferenciamento,
também foi utilizado o sistema de coordenadas planas, projeção UTM, datum Córrego Alegre.
Porém, foi utilizado dois arquivos de pontos de controle, sendo o primeiro da imagem de
satélite e o outro, da carta topográfica de Botucatu a qual, já estava georreferenciada pela
etapa anterior. Desta forma, foram determinadas as coordenadas de cada ponto e com estes
dados foi feito um arquivo de correspondência.
Após o georreferenciamento foi feito o recorte da imagem através da opção
Reformat/Window extraindo assim apenas a área da bacia como apresentado na Figura 2.
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Figura 2. Imagem georreferenciada com composição das bandas 6, 5 e 4 dos sensores OLIS e TIR do LANDSAT-8, na qual foi adicionada o limite da microbacia
Em seguida, no software CartaLinx através do comando File/Image Conversion
buscou o arquivo georreferenciado e salvou, em seguida, em File/New/Coverage/Coverage
Based Upon Bitmap abriu o mesmo arquivo para começar o processo de delimitação dos
elementos (limite, da rede de drenagem e das áreas de uso e cobertura). Para o limite e as
áreas de uso e cobertura foram criados polígonos enquanto que para a rede de drenagem,
linhas.
Quanto a elaboração dos polígonos de uso e cobertura, criou-se uma tabela, através
do menu Tables/Add Fields e em cada polígono colocou-se o número correspondente aos
elemento (ex: Mata = 1, Reflorestamento = 2, e assim sucessivamente).
Posteriormente, exportou-se estes arquivos criados para o IDRISI. A tabela de uso e
ocupação também foi exportada e transformada para raster. Através do comando Area do
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menu Database Query, pertencente ao módulo Analysis, foram determinadas as áreas e as
porcentagens de cada uso.
O mapa de solos da microbacia, extraído do mapa de solos do Município de Botucatu
(Piroli, 2002) foi importado para o SIG Idfrisi Selva pelo módulo File/Import num formato
passível de entrada, para determinação das áreas e as porcentagens de cada classe de solo
através do comando Area do menu Database Query pertencente ao módulo Analysis, bem
como, a hidrografia foi obtida da carta topográfica de Botucatu.
As classes de declividade foram obtidas através da digitalização em tela e
interpolação das curvas de nível da microbacia, sendo exportadas para o Software Arcgis 9.2,
onde foram digitalizadas e identificadas de acordo os valores de suas altitudes. Depois, foram
exportadas para o SIG Idrisi, para realização da interpolação das curvas de nível, utilizando-se
do comando TIN (Triangular Irregular Network). Tal processo consistiu no uso do arquivo
vetorial contendo as curvas de nível no módulo TIN interpolation, que efetuou a interpolação.
Posteriormente, fez-se o cálculo de declives no módulo surface e finalmente usando-se o
módulo de reclassificação de valores, reclass, os valores interpolados foram agrupados nos
intervalos de classes de declividade de 0- 3, 3-6, 6-12, 12-20, 20-40 e >40%. O mapa de
declividade foi criado a partir do modelo digital de elevação, conforme as classes de declive
utilizadas para conservação do solo.
Resultados e Discussão
A hidrografia da microbacia do Córrego do Petiço (Figura 1) mostrou que o
comprimento do canal principal tem uma extensão de 7,54 km, que vem sendo ocupado com
cana-de-açúcar em área de preservação permanente do curso d’água (Moreira et al., 2010),
provocando o assoreamento da nascente do córrego, em virtude do manejo inadequado do
solo pela usina.
Figura 1 – Áreas de Preservação de Permanente do Córrego do Petiço – Botucatu (SP).
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O mapeamento do uso da terra a partir das imagens de satélite do LANDSAT–8
permitiu identificar seis classes de uso e ocupação do solo, como podem ser observados na
Tabela 1, onde a principal ocorrência de uso do solo corresponde ao reflorestamento com
43,70 % seguido pela mata ciliar e pastagem com 28,56 % e 24,56 % respectivamente.
As áreas de mata (fragmentos de vegetação nativa) apresentam apenas vestígios de
sua cobertura vegetal original, totalizando apenas 0,68 % (23,07 ha) da área total da bacia,
onde vestígios de Mata Atlântica e as planícies de Cerrados diminuem progressivamente
devido principalmente a expansão de atividades como o reflorestamento (eucalipto), com uma
área de 1479,22 ha e a criação extensiva de gado, com área de 831,42 ha (Figura 2).
Figura 2 – Uso e ocupação da terra em Áreas de Preservação de Permanente do Córrego do
Petiço – Botucatu (SP).
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Tabela 1. Mapa de uso e ocupação do solo obtido por imagens de satélite de 2013.
Apesar de porcentagens elevadas nos mais diversos usos da terra e praticamente a
inexistência de práticas conservacionistas de solo nas áreas de pastagem, as áreas de mata
ciliar e mata (fragmentos de vegetação nativa) se encontram na ordem de 29,34% (989,98 ha)
da cobertura da do microbacia do Córrego do Petiço, pois além da existência de APP e reservas
legais, torna-se fundamental que esteja coberta por tais grupos de vegetação, onde estes
reduzem o transporte de material nos cursos d'água, o assoreamento em suas margens,
minimizando processos erosivos (SILVA, 1996).
As APP dos leitos dos rios e suas respectivas nascentes estão ocupadas por poucos
usos conflitantes da terra, porém que representam expressiva área, assim sendo considerado
de grande impacto negativo, pois essas áreas se mal manejadas podem causar contaminação
das águas, comprometendo sua qualidade, além de assoreamento dos cursos d’água afetando
no futuro a demanda hídrica da microbacia.
Vale ressaltar que no desenvolvimento do presente estudo, os conflitos de uso da
terra em áreas de preservação permanente foram analisados somente ao longo da rede de
drenagem e nascentes da bacia (APP hídricas), não sendo analisadas as categorias de APP
situadas no terço superior dos morros e encostas com declividade superior a 45°, conforme
itens dos artigos 2º e 3º da Resolução nº 303 do CONAMA.
Do total de APP, estão sendo utilizadas de maneira incorreta, principalmente no que
se refere à proteção dos cursos d’água com base na Lei Florestal, 19,86 % (56,54 ha), como
pode ser observado na Tabela 2. A vegetação nativa vêm sendo alvo das atividades antrópicas,
Classes de Uso do solo Uso e Ocupação do Solo
2013
ha %
Mata ciliar 2056,71 60,75
Reflorestamento 811,56 23,97
Pastagem 360,47 10,65
Solo exposto 156,46 4,63
Várzea - -
Mata - -
Represa - -
Total 3385,20 100
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gerando interesses conflitantes de uso e ocupação do solo, ocasionando na supressão de parte
da vegetação ao longo dos cursos d’água e nas nascentes, principalmente nas áreas que fazem
divisa com pastagens (Figura 4).
O total de APP na microbacia do Córrego do Petiço, somando-se os 30 m de cada
margem dos cursos d’água mais os 50 m de raio em cada nascente, conforme a Lei nº 12.727
rege, tem-se um total de 284,77 ha (Figura 3).
Como pode ser observado, dos 100 % das áreas de preservação permanente do
Córrego do Petiço, 67,32 % são referentes à mata ciliar. A pastagem invadiu boa parte da área,
contribuindo na ordem de 15,01%, ocorrendo tanto em nascentes como ao longo de cursos
d’água, onde a mesma se constitui como cobertura vegetal totalmente indevida por ser um
agente degradante devido à menor proteção do solo, lenta regeneração natural e manejo
indevido.
Além das pastagens, outra atividade de caráter conflitante encontrada ocupando as
nascentes e margens dos cursos d’água, porém em menor escala de degradação é o
reflorestamento com 4,85 % (13,80 ha), tendo como pressuposição de que conforme a
legislação vigente, os valores de conflito de uso do solo em APP deveriam ser iguais à zero.
Porém vale resaltar que onde há divisa de APP com áreas de reflorestamento há uma maior
proteção e integralidade das APP, principalmente devido às certificações que as empresas
desse ramo possuem que prezam pela manutenção da biodiversidade e o seguimento da
legislação florestal vigente.
Figura 3 – Conflitos de uso da terra em Áreas de Preservação de Permanente do Córrego do
Petiço – Botucatu (SP).
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Fica evidenciada a notória necessidade de um projeto que possua técnicas
mitigatórias para a recomposição da vegetação nativa na APP, devido à degradação ambiental
relacionada com a falta de planejamento do uso do solo, causando fragilidade nas zonas de
conflito. Deste modo, ressalta-se a necessidade da recomposição da vegetação arbórea nas
matas ciliares (SOARES et. al., 2002), tanto ao longo das margens dos cursos d'água quanto das
nascentes, utilizando-se de técnicas de recuperação de áreas degradadas e restauração
florestal, assim preservando o meio ambiente de maneira a unificar o contexto jurídico frente
ao código florestal.
As curvas de nível da microbacia (Figura 4) demonstram que houve uma variação de
altitudes de 480 a 760 m, sendo que as maiores altitudes prevaleceram nas nascentes dos
cursos d’água.
Figura 4 - Planialtimetria da microbacia do Córrego do Petiço – Botucatu (SP).
As áreas com relevo ondulado e declive de 6 a 12% (Figura 5), representando 13,21%
da área total da microbacia (227,24 ha) são indicadas para o plantio de culturas anuais com o
uso de práticas de conservação do solo, segundo Lepsch et al (1991).
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Figura 5. Clinografia da microbacia do Córrego do Petiço – Botucatu (SP).
O relevo forte ondulado (declive de 12 a 20%), indicado para a exploração de
culturas permanentes, que proporcionam proteção ao solo, apresenta 1,94% (33,40 ha) da
área da microbacia, enquanto que o relevo acidentado (declive de 20 a 40%), indicado para o
desenvolvimento da pecuária e da silvicultura, predominou em apenas 0,91% (15,75 ha).
As áreas com mais de 40% de declividade representaram 16,53% (284,25 ha) da área
da microbacia. Essas áreas, classificadas como relevo montanhoso por Chiarini & Donzeli
(1973) e por Lepsch et al. (1991) são terras propícias para o cultivo com silvicultura e
pastagens, com limitações.
Pode-se dizer que a microbacia apresenta-se com grande potencial agricultável, pois
apresenta quase 82,55% propício para o cultivo com culturas anuais e permanentes, ou seja,
com declividade variando de 0 a 20%.
As regiões planas (declive de 0 a 3 %) e suave onduladas (declive de 3 a 6 %)
representam 23,18 % (784,56 ha) da área total, nessas classes onde o trabalho mecanizado
usual é de fácil operação, é indicado o uso de culturas anuais com práticas simples de
conservação do solo, como o plantio em nível que pode controlar o processo erosivo do solo.
As áreas com relevo ondulado (declive de 6 a 12 %) com 45,59 % (1543,21 ha), que são as mais
abundantes na área de estudo, são indicadas para o plantio de culturas anuais com o uso de
práticas complexas de conservação do solo, de acordo com Lepsch et al. (1991).
O relevo forte ondulado (declive de 12 a 20 %) indicado para a exploração de culturas
permanentes, que proporcionam proteção ao solo, predomina em 22,83 % (772,87 ha) da área
da microbacia, enquanto que o relevo montanhoso (declive de 20 a 40 %), indicado para
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culturas perenes, podendo ainda ser utilizado para preservação ambiental, evitando-se dessa
maneira a erosão do solo, predominou em 8,15% (275,75 ha) da área. As áreas com
declividade maior que 40 %, relevo escarpado, representaram somente 0,26 % (8,81 ha) da
área da microbacia. Essas áreas são terras propícias para o cultivo com silvicultura e pastagens,
porém com limitações (LEPSCH et al., 1991). Na Figura 2 e Tabela 3 estão representadas as
classes de declividade ocorrentes na microbacia.
Com base nesses resultados, pode-se inferir que as classes de declive de 0 a 12 %,
classificadas como relevo plano a suave ondulado e que segundo Lepsch et al. (1991) são
terras propícias para exploração com culturas anuais, com uso da mecanização, predominaram
em 68,77 % (2327,77 ha) da área da microbacia.
Os solos (Figura 6) ocorrentes na área estudada mostram que a unidade de solo mais
significativa na área é o Latossolo Vermelho Distroférrico (45,64%). As outras unidades de solo
encontradas foram: Nitossolo Vermelho Distroférrico (23,35%); o Neossolo Litólicos Eutrófico
(15,27%), o Neossolo Quartzarênico Órtico (9,16%) e o Gleissolo Háplico Tb (6,59%).
Figura 6. Classes de Solos da microbacia do Córrego do Petiço – Botucatu (SP).
O tipo de solo mais significativo encontrado na microbacia foi o RQotípico, que possui
textura arenosa, com 84,58 % (2863,33 ha) de abrangência. Os solos com baixa fertilidade
natural, como o RQotípico e o GXbd, são os que predominam na área de estudo, representando
96,12 % (3254,08 ha) da microbacia (Figura 3 e Tabela 4).
Os solos de textura arenosa, RQotípico e PVAd2, são predominantes na área com 88,37
% (2991,64 ha) de abrangência, estes solos apresentam estruturas frágeis e são susceptíveis a
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erosão, além de possuírem baixa fertilidade natural (CAMPOS et., 2002). Para esses solos, a
probabilidade de erosão aumenta com a diminuição de sua cobertura vegetal, pelas
características apresentadas, os melhores usos visando uma melhor proteção do solo, seriam
manutenção da vegetação nativa, reflorestamento com culturas como eucalipto e pinus, ou
pastagens.
Os solos hidromórficos, representado pelo GXbd, que está presente em 11, 54 %
(390,75 ha) de área da microbacia, é encontrado em baixadas, no entorno de cursos d’água,
geralmente em áreas encharcadas e alagadiças, apresentando baixa fertilidade natural. Para
esse tipo de solo o melhor uso de acordo com suas características, visando à conservação do
solo, é a manutenção da vegetação ciliar nativa.
A classificação do solo pelo sistema de subclasses de capacidade de uso fundamenta-
se na classificação quantitativa das terras, baseado no cruzamento das classes de solo com as
de declividade, sendo voltada para suas limitações e utilizações segundo os princípios da
conservação de solo (LEPSCH et al., 1991). Na sequência os demais parâmetros foram
avaliados através da tabela de julgamento até se obter as classes e subclasses de capacidade
de uso da terra, de acordo com Zimback e Rodrigues (1993).
A subclasse IIIs com 28,86 % e 706,25 há (Figura 7) apresenta limitação por
problemas de solo, de acordo com Lepsch et al. (1991), são terras com problemas complexos
de conservação e/ou de manutenção, recomenda-se práticas de conservação do solo com
destaque para as de caráter edáfico, pois o seu maior problema é relativo a fertilidade natural
do solo, não apresentando maiores restrições quanto à ocupação por culturas agrícolas.
Figura 7. Capacidade de uso das terras da microbacia do Córrego do Petiço – Botucatu (SP).
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A subclasse IIIs,e com 41,12 % (1391,83 ha) da área da microbacia foi a mais
representativa, mostrando se tratarem de terras que podem ser utilizadas para fins agrícolas,
desde que cultivadas com cuidados especiais, como práticas conservacionistas de solo de
caráter vegetativo, edáfico e mecânico, pois apresenta limitações por problemas de solo (baixa
fertilidade natural) e erosões, já que estas terras ficam sujeitas a severos riscos de
depauperamento, principalmente quando os solos ficam expostos (sem cobertura vegetal), de
acordo com Lepsch et al. (1991).
Na subclasse IVs, com 0,08 % (2,81 ha) de área (Figura 4 e Tabela 5), estão localizados
os solos limitados pela profundidade efetiva, rasa e apresentando pedregosidade (LEPSCH et
al., 1991). Estas características causam problemas a mecanização. Os solos podem apresentar
ainda problemas de baixa capacidade de retenção de água e problemas de fertilidade, sendo
que práticas de caráter vegetativo e edáfico são as mais adequadas para a proteção destes
solos sob a ótica conservacionista, apesar das dificuldades que estes oferecem ao manejo.
Conclusões
Os resultados permitiram concluir que a cana-de-açúcar vem ocupando áreas de
preservação permanente, provocando o assoreamento da nascente do córrego, devido ao
manejo inadequado do solo pela usina.
A classe de declive de 3 a 6 % (suavemente ondulado) e a unidade de solo Latossolo
Vermelho Distroférrico foram as mais significativas na microbacia.
A imagem de satélite e o SIG Idrisi Selva demonstraram ser uma excelente
ferramenta para determinação dos mapas temáticos que poderão ser utilizados para outras
análises em futuros planejamentos da área.
Referências Bibliográficas
CÂMARA, G.; FREITAS, U. M.; SOUZA, R. C. M.; GARRIDO, J. SPRING: Integrating Remote
Sensing and GIS by Object – Oriented Data Modelling. Computers and Graphics, vol. 15, n. 6,
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LEPSCH, I. F.; BELLINAZZI Jr., R.; BERTOLINI, D.; ESPÍNDOLA, C. R. Manual para levantamento
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Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1991. 175 p.
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MOREIRA, K. F. ; CAMPOS, S. ; CAVASINI, R. ; SILVA, M. G. ; ARAUJO, D. M. . Adequabilidade das
áreas de vegetação riparia da microbacia do Córrego Comur - Botucatu (SP) em função da
legislação ambiental. In: XXII Congresso de Iniciação Científica da UNESP, 2010, Botucatu - SP.
Anais.. Botucatu: UNESP, 2010.
PIROLI, E.L. Geoprocessamento na determinação da capacidade e avaliação do uso da terra
do município de Botucatu – SP. Botucatu, 2002, 108 p. Tese (Doutorado em
Agronomia/Energia na Agricultura), Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual
Paulista.