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SUGESTÕES DE QUESTÕES Texto 1 O complexo 05 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 No meu distante tempo de rapaz falava-se muito em complexo de inferioridade e superioridade. Caiu de moda, não sei bem por quê. Talvez seja até politicamente incorreto dizer que alguém tem complexo, essas questões ficam cada vez mais complicadas. Mas, naquele tempo, não. Todo mundo tinha complexo, se bem que fosse uma condição de diagnóstico problemático, porque se alegava que quem ostentava ares de melhor que os outros estava, na verdade, mascarando um complexo de inferioridade e, por seu turno, quem agia com excessiva humildade e timidez era no fundo um descomunal arrogante, que temia exibir sua convicção de que pairava muito acima do semelhante. No meu caso pessoal, jamais houve consenso, embora, em retrospecto e a julgar pelo meu desempenho em namoros e correlatos, tendo a crer que nem complexo de inferioridade eu tinha realmente – era inferior mesmo, condição enfatizada com acabrunhante regularidade pelas moças que tentava cortejar. Quanto aos brasileiros em geral, contudo, o complexo de inferioridade era reconhecido quase com unanimidade. Segundo nossa visão, não valíamos nada, tudo de fora era melhor e Deus se mostrara injusto conosco, fazendo-nos nascer aqui. Em comportamento típico do complexado, ensaiávamos alguns esforços para nos livrarmos disso, desde escrever livros mostrando como éramos abençoados, a proclamar convicções exaltadas de que tínhamos as mulheres mais elegantes do mundo, os melhores pilotos de avião, os melhores arquitetos e até a melhor gente, cortês, alegre, hospitaleira e despida de preconceitos. Mas a verdade é que o complexo se manifestava o tempo todo. Nada fabricado no Brasil, por exemplo, funcionava direito, a ponto de ter havido casos patéticos, como brasileiros trazendo do exterior produtos de marca estrangeira, mas fabricados aqui mesmo e exportados. E qualquer comentário estrangeiro sobre o Brasil, por mais imbecilóide, ganhava manchetes na imprensa, tratava-se de opinião sempre relevantíssima, que nos engrandecia no concerto das nações ou, bem mais comumente, nos recolocava no nosso lugar apropriado, ou seja, a quinta ou sexta categoria. Agora olhamos em torno e vemos que, embora não usemos a palavra, continuamos complexadíssimos. Não nos expomos mais a espetáculos ridículos, tais como o deslocamento maciço de torcedores fanáticos para concursos de misses aos quais ninguém, a não ser nós, dava importância e já reconhecemos que algumas das coisas produzidas aqui são de boa qualidade, mas persistimos numa postura de rabo entre as pernas. Sou veterano em congressos, conclaves, seminários e quejandos internacionais e já assisti, entre deprimido e envergonhado, a brasileiros ouvindo, cabisbaixos e contritos, sermões de representantes de povos muito mais desenvolvidos (o que lá queira dizer isto) do que nós, a respeito, por exemplo, das mortes de crianças de rua no Brasil. Claro, o problema das crianças de rua é sério e vergonhoso, mas não se podem aceitar palavras santimoniais de quem, tão adiantado e desenvolvidíssimo, já matou crianças em escala industrial e sistematicamente. O mesmo ocorre em praticamente todas as áreas. Fala-se em favelas, outra vergonha, mas esquecem-se os guetos raciais, religiosos ou econômicos do país de quem está falando. Continuamos inferiores e nem a nossa língua presta, como se observa em toda parte e como é manifestado em comentários de que ela é inexpressiva, não serve para cinema e, mesmo na música, o inglês soa melhor. Nossas lideranças e nossos formadores de opinião (o que lá seja isso outra vez) agem de conformidade com o complexo. Basta um porreta americano qualquer fazer uma classificação econômica do Brasil negativa para esquecermos que isto é regido pelos interesses e critérios dele, as bolsas ficarem nervosíssimas, os comentaristas financeiros alarmados e o Governo cada vez mais disposto a se comportar bem, ou seja, de acordo com o que lá de fora querem que façamos. Do contrário, afundaremos em abismo perpétuo e talvez até acabemos como nação, transformados num bando de miseráveis definitivos, o buraco negro de Calcutá da Humanidade. Temos de nos enquadrar, ou as conseqüências serão apocalípticas. Temos de nos enquadrar p. nenhuma, a verdade é completamente oposta. Quem precisa de nós é o grande capital internacional e não nós dele, primordialmente. A economia brasileira, cujo controle fazemos tudo para entregar de mão beijada ou até pagando, representa mais de 40% daquela da América Latina toda, inclusive o México. Estou chutando um pouco, mas creio que a economia da América Central inteira cabe no bolsinho pequeno da grande São Paulo, num bairro talvez. O Brasil não só não vai quebrar (pode apenas tomar sustos intencionalmente pregados, para que cedamos a interesses imediatistas ou episódicos, o que é normalmente o caso), como não pode quebrar e não deixarão jamais que quebre, é tudo careta para assustar complexado. Se quebrar, para começar o resto da América Latina 1 1

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SUGESTÕES DE QUESTÕES

Texto 1

O complexo

05

10

15

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25

30

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45

50

55

No meu distante tempo de rapaz falava-se muito em complexo de inferioridade e superioridade. Caiu de moda, não sei bem por quê. Talvez seja até politicamente incorreto dizer que alguém tem complexo, essas questões ficam cada vez mais complicadas. Mas, naquele tempo, não. Todo mundo tinha complexo, se bem que fosse uma condição de diagnóstico problemático, porque se alegava que quem ostentava ares de melhor que os outros estava, na verdade, mascarando um complexo de inferioridade e, por seu turno, quem agia com excessiva humildade e timidez era no fundo um descomunal arrogante, que temia exibir sua convicção de que pairava muito acima do semelhante. No meu caso pessoal, jamais houve consenso, embora, em retrospecto e a julgar pelo meu desempenho em namoros e correlatos, tendo a crer que nem complexo de inferioridade eu tinha realmente – era inferior mesmo, condição enfatizada com acabrunhante regularidade pelas moças que tentava cortejar.

Quanto aos brasileiros em geral, contudo, o complexo de inferioridade era reconhecido quase com unanimidade. Segundo nossa visão, não valíamos nada, tudo de fora era melhor e Deus se mostrara injusto conosco, fazendo-nos nascer aqui. Em comportamento típico do complexado, ensaiávamos alguns esforços para nos livrarmos disso, desde escrever livros mostrando como éramos abençoados, a proclamar convicções exaltadas de que tínhamos as mulheres mais elegantes do mundo, os melhores pilotos de avião, os melhores arquitetos e até a melhor gente, cortês, alegre, hospitaleira e despida de preconceitos. Mas a verdade é que o complexo se manifestava o tempo todo. Nada fabricado no Brasil, por exemplo, funcionava direito, a ponto de ter havido casos patéticos, como brasileiros trazendo do exterior produtos de marca estrangeira, mas fabricados aqui mesmo e exportados. E qualquer comentário estrangeiro sobre o Brasil, por mais imbecilóide, ganhava manchetes na imprensa, tratava-se de opinião sempre relevantíssima, que nos engrandecia no concerto das nações ou, bem mais comumente, nos recolocava no nosso lugar apropriado, ou seja, a quinta ou sexta categoria.

Agora olhamos em torno e vemos que, embora não usemos a palavra, continuamos complexadíssimos. Não nos expomos mais a espetáculos ridículos, tais como o deslocamento maciço de torcedores fanáticos para concursos de misses aos quais ninguém, a não ser nós, dava importância e já reconhecemos que algumas das coisas produzidas aqui são de boa qualidade, mas persistimos numa postura de rabo entre as pernas. Sou veterano em congressos, conclaves, seminários e quejandos internacionais e já assisti, entre deprimido e envergonhado, a brasileiros ouvindo, cabisbaixos e contritos, sermões de representantes de povos muito mais desenvolvidos (o que lá queira dizer isto) do que nós, a respeito, por exemplo, das mortes de crianças de rua no Brasil. Claro, o problema das crianças de rua é sério e vergonhoso, mas não se podem aceitar palavras santimoniais de quem, tão adiantado e desenvolvidíssimo, já matou crianças em escala industrial e sistematicamente. O mesmo ocorre em praticamente todas as áreas. Fala-se em favelas, outra vergonha, mas esquecem-se os guetos raciais, religiosos ou econômicos do país de quem está falando. Continuamos inferiores e nem a nossa língua presta, como se observa em toda parte e como é manifestado em comentários de que ela é inexpressiva, não serve para cinema e, mesmo na música, o inglês soa melhor. Nossas lideranças e nossos formadores de opinião (o que lá seja isso outra vez) agem de conformidade com o complexo. Basta um porreta americano qualquer fazer uma classificação econômica do Brasil negativa para esquecermos que isto é regido pelos interesses e critérios dele, as bolsas ficarem nervosíssimas, os comentaristas financeiros alarmados e o Governo cada vez mais disposto a se comportar bem, ou seja, de acordo com o que lá de fora querem que façamos. Do contrário, afundaremos em abismo perpétuo e talvez até acabemos como nação, transformados num bando de miseráveis definitivos, o buraco negro de Calcutá da Humanidade. Temos de nos enquadrar, ou as conseqüências serão apocalípticas.

Temos de nos enquadrar p. nenhuma, a verdade é completamente oposta. Quem precisa de nós é o grande capital internacional e não nós dele, primordialmente. A economia brasileira, cujo controle fazemos tudo para entregar de mão beijada ou até pagando, representa mais de 40% daquela da América Latina toda, inclusive o México. Estou chutando um pouco, mas creio que a economia da América Central inteira cabe no bolsinho pequeno da grande São Paulo, num bairro talvez. O Brasil não só não vai quebrar (pode apenas tomar sustos intencionalmente pregados, para que cedamos a interesses imediatistas ou episódicos, o que é normalmente o caso), como não pode quebrar e não deixarão jamais que quebre, é tudo careta para assustar complexado. Se quebrar, para começar o resto da América Latina vai para a cucuia em coisa de dez a quinze minutos. E vão para a cucuia investimentos internacionais de arregalar os olhos de qualquer brasileiro, pois todo mundo, menos brasileiro, investe cada vez mais aqui. Tudo besteira, essa empulhação que nos enfiam goela abaixo para obter vantagens descabidas, quando nós somos – surpresa – até um dos

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maiores mercados de cosméticos, eletrodomésticos e comunicações do mundo. Aliás, somos um dos mercados mais importantes do mundo e ponto final. Sexta ou sétima população do mundo também, com todo o potencial em cima. Ninguém nos pode ignorar, sob pena de quebrar a cara. "Eles" sabem disso, mas não lhes interessa que saibamos, e mantemos o péssimo hábito de prestar atenção no que eles falam, não no que fazem. Só quem não sabe somos nós, a começar pelo Governo. Ninguém nos faria favor nenhum em nos paparicar e o complexo tem que, finalmente, acabar. De minha parte, como imagino que da sua, quero ser paparicado bastante e, quando der, acredito também que prefiramos nossa parte em dinheiro.

(RIBEIRO, João Ubaldo. O complexo. O Globo, 26 mar 2000, c. 1, p. 6)

QUESTÃO 01 -UFV 2003 (Descritor: identificar o objetivo do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Tendo em vista o sentido geral do texto, pode-se afirmar que o objetivo principal do autor é:

a) criticar a tendência dos brasileiros de se considerarem inferiores em relação às nações desenvolvidas.b) explicar as estratégias usadas pelos países desenvolvidos para manterem seu domínio sobre os países

subdesenvolvidos.c) descrever a mudança de mentalidade dos brasileiros, que de inferiores passaram a julgar-se superiores

aos demais povos.d) incitar os brasileiros a se insurgirem contra os países desenvolvidos, impondo-lhes a superioridade já

conquistada pelo Brasil.e) apresentar as raízes históricas do complexo de inferioridade assumido pelos brasileiros no seu

relacionamento com outras nações mais desenvolvidas.

QUESTÃO 02 -UFV 2003 (Descritor: localizar informação no texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

O autor considera ridículas algumas práticas típicas dos brasileiros, usadas para encobrir nosso complexo de inferioridade. Das práticas abaixo, aquela que NÃO é reveladora do complexo referido pelo autor é:

a) proclamar a elegância de nossas mulheres.b) escrever livros exaltando nossa grandeza.c) participar de forma fanática de concursos de beleza feminina.d) reconhecer que algumas das coisas produzidas aqui são de boa qualidade.e) atribuir relevância excepcional a observações de estrangeiros sobre o Brasil.

QUESTÃO 03 -UFV 2003 (Descritor: inferir estratégia discursiva do autor)

Assunto: Construção textual e produção de sentido

“Temos de nos enquadrar p. nenhuma” (linha 47)

Com relação à idéia expressa no final do terceiro parágrafo (linha 46), pode-se afirmar que a sentença do autor acima transcrita serve para:

a) ratificá-la.b) ironizá-la.c) retificá-la.d) esclarecê-la.e) exemplificá-la.

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QUESTÃO 04 -UFV 2003 (Descritor: inferir informação implícita no texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

O autor às vezes se vale do discurso irônico, de modo que o que ele diz não é o que ele de fato pensa. Das passagens abaixo, aquela que, com base no sentido global do texto, NÃO traduz o pensamento do autor é:

a) “o problema das crianças de rua é sério e vergonhoso” (linha 33).b) “Temos de nos enquadrar, ou as conseqüências serão apocalípticas.” (linha 46).c) “a economia da América Central inteira cabe no bolsinho pequeno da grande São Paulo” (linhas 49-50).d) “somos um dos mercados mais importantes do mundo” (linhas 59-60).e) “Ninguém nos pode ignorar, sob pena de quebrar a cara.” (linha 61

QUESTÃO 05 –UFV 2003 (Descritor: reconhecer o sentido de expressões populares)

Assunto: Variação lingüística

. Aparecem no texto algumas expressões típicas da linguagem coloquial. Assinale a alternativa em que aparece INDEVIDAMENTE explicitado o sentido da expressão utilizada:

a) “mas persistimos numa postura de rabo entre as pernas.” (linhas 28-29)/ressentida.b) “cujo controle fazemos tudo para entregar de mão beijada” (linhas 48-49/sem nada receber em troca.c) “Estou chutando um pouco” (linha 50)/arriscando a resposta, tentando acertar.d) “E vão para a cucuia investimentos internacionais de arregalar os olhos de qualquer brasileiro.” (linhas

55-56)/vão malograr-se, não vão adiante.e) “essa empulhação que nos enfiam goela abaixo” (linhas 57-58)/nos impõem.

QUESTÃO 06 -UFV 2003 (Descritor: inferir o valor semântico de palavras no contexto)

Assunto: Significação das palavras

A alternativa em que a palavra ou expressão em destaque NÃO é sinônima da que aparece sublinhada em passagem do texto é:

a) “a proclamar convicções exaltadas de que tínhamos as mulheres mais elegantes do mundo, os melhores pilotos de avião, os melhores arquitetos e até a melhor gente, cortês, alegre, hospitaleira e despida de preconceitos.” (linhas 16-18)/inclusive.

b) “tais como o deslocamento maciço de torcedores fanáticos para concursos de misses aos quais ninguém, a não ser nós, dava importância” (linhas 26-28)/salvo.

c) “pois todo mundo, menos brasileiro, investe cada vez mais aqui.” (linhas 56-57)/exceto.d) “nós somos – surpresa – até um dos maiores mercados de cosméticos, eletrodomésticos e

comunicações do mundo. Aliás, somos um dos mercados mais importantes do mundo e ponto final.” (linhas 58-60)/ou melhor.

e) “tendo a crer que nem complexo de inferioridade eu tinha realmente – era inferior mesmo” (linhas 9-10)/também.

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QUESTÃO 07 -UFV 2003 (Descritor: identificar os elementos do texto retomados pelos pronomes)

Assunto: Coesão por remissão

A alternativa em que se destaca ERRADAMENTE a palavra ou expressão a que se refere o termo sublinhado é:

a) “Segundo nossa visão, não valíamos nada” (linha 13)/dos brasileiros.b) “(o que lá queira dizer isto)” (linhas 31-32)/povos muito mais desenvolvidos.c) “cujo controle fazemos tudo para entregar de mão beijada” (linhas 47-48)/da economia brasileira.d) “isto é regido pelos interesses e critérios dele” (linhas 40-41)/de um porreta americano.e) “De minha parte, como imagino que da sua, quero ser paparicado bastante” (linha 64)/do Governo.

QUESTÃO 08 - UFV 2003 (Descritor: analisar alteração semântica decorrente da mudança da ordem dos termos na oração)

Assunto: Construção textual e produção de sentido

Assinale a alternativa em que a alteração na ordem da sentença pode acarretar substancial MUDANÇA de sentido:

a) “No meu distante tempo de rapaz falava-se muito em complexo de inferioridade e superioridade.” (linha 1)/Muito se falava em complexo de inferioridade e superioridade no meu distante tempo de rapaz.

b) “era inferior mesmo, condição enfatizada com acabrunhante regularidade pelas moças que tentava cortejar.” (linhas 10-11)/era inferior mesmo, condição enfatizada pelas moças que tentava cortejar com acabrunhante regularidade.

c) “Claro, o problema das crianças de rua é sério e vergonhoso” (linha 32)/Claro, é sério e vergonhoso o problema das crianças de rua.

d) “Quem precisa de nós é o grande capital internacional e não nós dele, primordialmente.” (linhas 46-47)/É o grande capital internacional quem precisa de nós e não nós dele, primordialmente.

e) “Se quebrar, para começar o resto da América Latina vai para a cucuia em coisa de dez a quinze minutos.” (linhas 53-54)/Se quebrar, para começar vai o resto da América Latina para a cucuia em coisa de dez a quinze minutos.

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Fazer o que se gosta

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A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos tios, pais e orientadores vocacionais acabam recomendando “fazer o que se gosta”, um conselho confuso e equivocado.Empresas pagam a profissionais para fazer o que a comunidade acha importante ser feito, não aquilo que os funcionários gostariam de fazer, que normalmente é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia.Seria um mundo perfeito se as coisas que queremos fazer coincidissem exatamente com o que a sociedade acha importante ser feito. Mas, aí, quem tiraria o lixo, algo necessário, mas que ninguém quer fazer? Muitos jovens sonham trabalhar no terceiro setor porque é o que gostariam de fazer. Toda semana recebo jovens que querem trabalhar em minha consultoria num projeto social. “Quero ajudar os outros, não quero participar desse capitalismo selvagem.” Nesses casos, peço que deixem comigo os sapatos e as meias e voltem para conversar em uma semana.É uma arrogância intelectual que se ensina nas universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros e aos trabalhadores dizer que eles não ajudam os outros. A maioria das pessoas que ajudam os outros o faz de graça.As coisas que realmente gosto de fazer, como jogar tênis, velejar e organizar o Prêmio Bem Eficiente, eu faço de graça. O “ócio criativo”, o sonho brasileiro de receber um salário para “fazer o que se gosta”, somente é alcançado por alguns professores felizardos de filosofia que podem ler o que gostam em tempo integral.O que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque alguns membros da sociedade só querem “fazer o que gostam”? Pediatras e obstetras atendem às 2 da manhã. Médicos e enfermeiras atendem aos sábados e domingos não porque gostam, mas porque isso tem de ser feito.Empresas, hospitais, entidades beneficentes estão aí para fazer o que é preciso ser feito, aos sábados, domingos e feriados. Eu respeito muito mais os altruístas que fazem aquilo que tem de ser feito do que os egoístas que só querem “fazer o que gostam”.Então teremos de trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida profissional chata e opressiva? Existe um final feliz. A saída para esse dilema é aprender a gostar do que você faz. E isso é mais fácil do se pensa. Basta fazer seu trabalho com esmero, bem feito. Curta o prazer da excelência, o prazer estético da qualidade e da perfeição.Aliás, isso não é um conselho simplesmente profissional, é um conselho de vida. Se algo vale a pena ser feito na vida, vale a pena ser bem feito. Viva com esse objetivo. Você poderá não ficar rico, mas será feliz. Provavelmente, nada lhe faltará, porque se paga melhor àqueles que fazem o trabalho bem feito do que àqueles que fazem o mínimo necessário.Se quiser procurar algo, descubra suas habilidades naturais, que permitirão que realize seu trabalho com distinção e o colocarão à frente dos demais. Muitos profissionais odeiam o que fazem porque não se prepararam adequadamente, não estudaram o suficiente, não sabem fazer aquilo que gostam, e aí odeiam o que fazem mal feito.Sempre fui um perfeccionista. Fiz muitas coisas chatas na vida, mas sempre fiz questão de fazê-las bem feitas. Sou até criticado por isso, porque demoro demais, vivo brigando com quem é incompetente, reescrevo estes artigos umas quarenta vezes para o desespero de meus editores, sou superexigente comigo e com os outros.Hoje, percebo que foi esse perfeccionismo que me permitiu sobreviver à chatice da vida, que me fez gostar das coisas chatas que tenho de fazer.Se você não gosta de seu trabalho, tente fazê-lo bem feito. Seja o melhor em sua área, destaque-se pela precisão. Você será aplaudido, valorizado, procurado, e outras portas se abrirão. Começará a ser até criativo, inventando coisa nova, e isso é um raro prazer.Faça seu trabalho mal feito e você odiará o que faz, odiando a sua empresa, seu patrão, seus colegas, seu país e a si mesmo.

Stephen Kanitz - Veja. São Paulo. Abril, ed. 1881, 24/ 11/ 2004, p.22

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QUESTÃO 09 (Descritor: inferir o valor semântico das palavras no contexto)

Assunto: Significação das palavras

Assinale a alternativa em que o significado da palavra ou expressão destacada NÃO está identificado corretamente:

a) “seria um mundo perfeito se as coisas que queremos fazer coincidissem exatamente com o que a sociedade acha importante ser feito.” (linhas 7 e 8)/CASO

b) “...o sonho brasileiro de receber um salário para “fazer o que se gosta”, somente é alcançado...” (linhas 18 e 19)/REALMENTE

c) “Aliás, isso não é um conselho simplesmente profissional, é um conselho de vida.” (linha 31)/OU MELHOR

d) “Fiz muitas coisas chatas na vida, mas sempre fiz questão de fazê-las bem feitas.” (linhas 39 e 40)/ENTRETANTO

e) “Começará a ser até criativo, inventando coisa nova, e isso é um raro prazer.” (linhas 46 e 47)/INCLUSIVE

QUESTÃO 10 (Descritor: reconhecer a intencionalidade do locutor do texto)

Assunto: Fatores de produção de sentido

“Nesses casos, peço que deixem comigo os sapatos e as meias e voltem para conversar em uma semana.”

Todas as alternativas evidenciam a intencionalidade do locutor do texto no trecho acima, EXCETO:

a) Quebrar a arrogância intelectual dos jovens.b) Reconhecer que todo trabalho dignifica as pessoas.c) Criticar a moda de trabalhar em projetos sociais.d) Evidenciar a presunção de ser remunerado por trabalhar num projeto social.e) Submeter os jovens a uma atitude de humildade.

QUESTÃO 11 (Descritor: analisar a estrutura do texto)

Assunto: Construção textual

Observando a estrutura do texto, constata-se que:

a) Há preponderância da narração, com o objetivo de contar a trajetória profissional do locutor.b) Dá-se ênfase às exemplificações, para comprovar a veracidade do tema abordado.c) Recai o interesse sobre o interlocutor, com o objetivo de convencê-lo a aderir ao ponto de vista

defendido pelo locutor.d) Há argumentação em torno da escolha profissional, persuadindo o leitor a fazer o que se gosta.e) Notam-se algumas passagens descritivas disseminadas ao longo da argumentação.

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QUESTÃO 12 (Descritor: identificar o objetivo do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

Tendo em vista o sentido geral do texto, pode-se afirmar que o objetivo principal do autor é:

a) Aconselhar os jovens, na escolha profissional, a fazer aquilo de que se gosta.b) Criticar as universidades brasileiras quando condicionam os jovens a optar por trabalhar num projeto

social.c) Descrever como se processa atualmente a escolha profissional entre os jovens.d) Incentivar os jovens, independentemente da profissão escolhida, a executarem o seu trabalho da melhor

forma.e) Incitar os jovens a preservarem os valores sociais em relação à escolha profissional.

QUESTÃO 13 (Descritor: identificar palavras ou expressões retomadas)

Assunto: Coesão por remissão

Assinale a alternativa em que a palavra ou expressão a que se refere o termo sublinhado NÃO foi identificada corretamente:

a) “A maioria das pessoas que ajudam os outros o faz de graça.” (linhas 15 - 16) (o = ajudar os outros)b) “...somente é alcançado por alguns professores de filosofia que podem ler o que gostam em tempo

integral.” (linhas 19 -20) (que = professores de filosofia)c) “...mas porque isso tem que ser feito.” (linha 23) (isso = atender aos sábados e domingos)d) “Basta fazer seu trabalho com esmero, bem feito.” (linha 29) (seu = do jovem)e) “,,, me permitiu sobreviver à chatice da vida, que me fez gostar...” (linhas 43 - 44) (que = chatice da vida)

QUESTÃO 14 (Descritor: identificar o valor semântico do articulador)

Assunto: Articulação das orações coordenadas

“Você poderá não ficar rico, mas será feliz”

Assinale a alternativa em que a substituição da palavra grifada acarretou alteração significativa de sentido.

a) Você poderá não ficar rico, porém será feliz.b) Você poderá não ficar rico, portanto será feliz.c) Você poderá não ficar rico, entretanto será feliz.d) Você poderá não ficar rico, contudo será feliz.e) “Você poderá não ficar rico, todavia será feliz.

QUESTÃO 15 (Descritor: inferir o perfil dos leitores virtuais do texto.)

Assunto: O texto como interlocução

O destinatário básico de um texto corresponde a seu leitor virtual: aquele que concorda com a perspectiva ideológica do enunciado básico do texto

Todas as alternativas caracterizam leitores virtuais do texto lido, EXCETO:

a) Jovens preocupados com a escolha da profissão.b) Pais de filhos em idade de optar por uma carreira.c) Orientadores vocacionais preocupados no exercício consciente de sua profissão.d) Educadores que compartilham com seus alunos da dificuldade de optar por uma profissão.e) Assinantes da revista Veja interessados em aprender a fazer o que se gosta.

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QUESTÃO 16 (Descritor: identificar pontos de vista assumidos pelo locutor do texto)

Assunto: O texto como interlocução

Em todas as alternativas abaixo, percebe-se uma avaliação do locutor do texto sobre o que está dizendo, EXCETO:

a) “A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente.”b) “Toda semana recebo jovens que querem trabalhar em minha consultoria num projeto social.”c) “Então teremos de trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida profissional chata e

opressiva?”d) “E isso é mais fácil do que se pensa.”e) “Provavelmente, nada lhe faltará, porque se paga melhor àqueles que fazem o trabalho bem feito...”

QUESTÃO 17 (Descritor: identificar alteração semântica decorrente de mudança de posição dos termos na oração)

Assunto: O construção textual e produção de sentido

Assinale a alternativa em que a alteração na ordem das palavras acarreta MUDANÇA de sentido:

a) “Muitos jovens sonham trabalhar no terceiro setor porque é o que gostariam de fazer.”(linha 10) Porque é o que gostariam de fazer, muitos jovens sonham trabalhar no terceiro setor.b) “...o sonho brasileiro de receber um salário para “fazer o que se gosta”, somente é alcançado por alguns

professores...” linhas 18-19) ...é alcançado por alguns professores o sonho brasileiro de receber um salário somente para “fazer o

que se gosta”...c) “Médicos e enfermeiras atendem aos sábados e domingos não porque gostam, mas porque isso tem de

ser feito.” (linhas 22-23) Médicos e enfermeiras não atendem aos sábados e domingos porque gostam, mas porque isso tem de

ser feito.d) “Empresas, hospitais, entidades beneficentes estão aí para fazer o que é preciso ser feito, aos sábados,

domingos e feriados.” (linhas 24- 25) Aos sábados, domingos e feriados, para fazer o que precisa ser feito, estão aí empresas, hospitais,

entidades beneficentes.e) “Se algo vale a pena ser feito na vida, vale a pena ser bem feito.” (linhas 31 – 32) Se na vida algo vale a pena ser feito, ser bem feito vale a pena.

QUESTÃO 18 (Descritor: analisar valor semântico de uma oração)

Assunto: Valor semântico de orações subordinadas

“o que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque...” (linha 21)

A condição expressa pela oração destacada indica:

a) Um fato verdadeiro acontecido noutra época.b) Um fato imaginário com chances de se tornar verdadeiro.c) Um fato suposto cujas possibilidades de realização assustam.d) Um fato provável de se concretizar, caso a sociedade assim o queira.e) Um fato hipotético criado como argumentação.

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Informação não basta

Muitas vezes o jovem esquece ou abandona tudo o que sabe em algum lugar da cabeça. E isso o coloca cara a cara com o risco.

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Um ponto que une a atual geração de jovens é a grande quantidade de informação a que ela é exposta desde muito cedo. O conhecimento está sempre ali, à distância de poucos toques e tecladas dos dedos. O jovem aprende, de forma surpreendente e precoce, a lidar com várias fontes de informação ao mesmo tempo. Ele funciona como uma grande antena, sempre ligada, sempre captando. E faz tudo isso muito bem. O quarto de dormir virou uma espécie de quartel general da informação. De posse de controles remotos, botões, teclado e mouse, o mundo das notícias e das novidades se abre para o jovem de hoje como os adultos, no passado, descascavam uma banana. Ficou muito mais fácil ter o conhecimento. Por outro lado, o que se vê é que muito pouco dessa informação é aproveitada pelo jovem para a construção de um mundo melhor e mais seguro para ele mesmo. Não que a informação não esteja ali, fincada de forma definitiva em seus neurônios. Mas, muitas vezes, ela é esquecida ou propositadamente abandonada, ali mesmo, dentro da cabeça. Do saber para o fazer, cria-se um abismo, diversas vezes, intransponível. E essa distância pode colocar o jovem cara a cara com o risco. Alguns trabalhos recentes que investigaram o comportamento dos jovens, principalmente em relação à sexualidade e ao uso de drogas, revelam melhor essa situação. Pesquisa do Ministério da Saúde em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), de 1999, mostra que a faixa dos 16 aos 25 anos é a mais bem informada sobre Aids. No entanto, esse conhecimento não parece refletir-se em comportamento seguro. Apesar de ser a faixa etária que melhor conhece a camisinha, o uso regular ainda está longe do desejado. Quarenta e quatro por cento dizem usar sempre – garotos usam mais que garotas (53% contra 35%). A informação não impede que os jovens sejam aqueles que mais se expõem a risco sexual.No campo das drogas, o fenômeno não é muito diferente. Em um estudo do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), de 1997, o uso de drogas ente os jovens também se revelou elevado. Vinte e cinco por cento dos estudantes de ensino fundamental e médio de escolas públicas já experimentaram algum tipo de droga na vida, além do tabaco e do álcool. As campanhas e o bombardeio de informações sobre esse assunto são freqüentes, mas parecem enfrentar uma resistência ainda maior que no campo da sexualidade. Como trabalhar a informação de maneira que ela seja acessada e utilizada na hora em que for necessária? Se apenas a informação e a razão não parecem segurar o ímpeto desafiador e imprudente do jovem, o que fazer? As apostas se voltam para o impreciso e pantanoso mundo das emoções. Pode ser que aí repouse a chave para o entendimento do que se passa.No sexo, o medo de falhar, a angústia de não saber fazer, vergonha, timidez, a sensação de que a paixão imuniza contra tudo e contra todos, a tentativa de forçar um pacto de fidelidade, a troca de um risco pretensamente calculado pela vivência mais intensa do prazer, tudo isso faz com que, na hora H, a informação fique no fundo da gaveta, junto com o pacote intacto da camisinha. Com a droga não é muito diferente: a pressão dos amigos, o desejo de experimentar sensações diferentes, a promessa do passaporte para pertencer a uma turma, o desafio, a transgressão de regras e limites, o alívio de uma angústia, o prazer, a falta de opção para o lazer, o vácuo emocional nas famílias são fatores que condenam as campanhas e os trabalhos de prevenção ao esquecimento. Em São Paulo não há fim de semana em que não se leia uma notícia de acidente fatal com jovens embriagados. Poucos meses atrás, uma batida de carro em uma das marginais da cidade chamou a atenção de especialistas. Um grupo de jovens morreu em mais um acidente. No bolso e na carteira de todos eles, camisinhas foram encontradas. Por que, de um lado, a prevenção estava lá no bolso, ao alcance das mãos, e, de outro, a imprudência de guiar embriagados acabou com a vida deles? Por que esse risco óbvio e imediato não foi enxergado? É como se uma pequena chave, um controle do racional tivesse sido mudada de posição. A informação traz o mundo da razão, o mundo das regras, o mundo do real para a vida do jovem. Talvez em alguns momentos ele queira justamente esquecer esse mundo real para viver em outro, mais livre, sem limites, mais lúdico, mais emocional, onde possa fazer o que bem quiser. Dentro dessa percepção distorcida, ele vê a informação como empecilho, como obstáculo, não como apoio e ajuda. Nessa hora, ele entende que a informação atrapalha e, assim, desliga esse filtro e deixa a vida exposta ao risco de acontecer. Os tempos modernos, nesse aspecto, também são mais cruéis. Talvez algumas décadas atrás, descontados certos mecanismos de controle social mais rígidos, o grau de transgressão (se é que esse indicador pode ser calculado) entre os jovens fosse muito próximo do que é hoje. Mas o mundo era menos agressivo e menos violento. As drogas menos disponíveis e menos potentes, os carros menos velozes e em menor quantidade, as ruas mais tranqüilas, a vida mais calma e menos competitiva. Tudo isso, arranjado de outra maneira, em pleno século XXI, aproxima o jovem do risco. Mas o paradigma continua. Se hoje não existem limites em nossa capacidade de gerar

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informação, há um limite claro em nossa possibilidade de transformar essa informação em objeto prático de uso e proteção da vida dos jovens. Algumas pistas são claras: a emoção tem peso fundamental nessa equação, a informação deve ultrapassar o campo da razão, o jovem de hoje, precoce e antenado, não aceita um discurso pronto e acabado, a simples proibição ou a radicalização de limites e regras é inoperante no mundo atual a alguns valores fundamentais para a vida ficaram atolados na pressa e na competição do mundo atual. Um pouco de tudo isso pode orientar a qualidade das informações para um novo rumo. Talvez essa não seja uma tarefa imediatamente possível. Talvez só essa própria geração, escapando de suas derrapadas, consiga amadurecer e ampliar os elos entre a razão e a emoção para seus filhos.

Bouer, Jairo. Veja, edição especial, São Paulo, nº 24, p.62-63, agosto de 2003, ano 36

QUESTÃO 19 (Descritor: inferir o sentido de uma palavra no contexto)

Assunto: Significação das palavras

Em todas as alternativas, o significado da palavra destacada foi identificado corretamente, EXCETO:

a) “Se apenas a informação e a razão não parecem segurar o ímpeto desafiador e imprudente do jovem...” (linhas 27-28) – impulso

b) “...a tentativa de forçar um pacto de fidelidade, a troca de um risco pretensamente calculado...” (linhas 32- 33) - supostamente

c) “...esquecer esse mundo real para viver em outro mais livre, sem limites, mais l údico ...” (linhas 46- 47) - excitante / subversivo

d) “Talvez algumas décadas atrás, descontados certos mecanismos de controle social mais rígidos, o grau de transgressão...” (linhas 51- 52) infração / violação

e) “Mas o paradigma continua.” (linha 60) - modelo

QUESTÃO 20 (Descritor: fazer inferências a partir da leitura do texto)

Assunto: Texto e produção de sentido

A partir da leitura do texto pode-se inferir que, EXCETO:

a) O jovem, alienado no mundo onde vive, comporta-se irresponsavelmente.b) O conhecimento necessário para se ter uma vida saudável está ao alcance de todos.c) O comportamento do jovem de hoje não se diferencia significativamente do de algumas décadas atrás.d) A dificuldade de aplicar os conhecimentos adquiridos no dia-a-dia deixa o jovem vulnerável.e) O conhecimento, para ser operante, precisa ser assimilado pela razão e pela emoção.

QUESTÃO 21 (Descritor relacionar causa e conseqüência)

Assunto: Texto e produção de sentido

Considerando o texto lido, qual das alternativas abaixo NÃO estabelece corretamente uma relação de causa e cosnequencia entre fatos?

a) O jovem esquece ou abandona tudo o que sabe __ ele fica cara a cara com o risco.b) A faixa etária dos 16 aos 25 anos não usa regulamente preservativo __ a exposição ao risco sexual.c) Medo de falhar, vergonha, timidez, angústia de não saber fazer... __ a desconsideração do

conhecimento adquirido.d) Construção de uma vida mais equilibrada e responsável __ capacidade de manipular as informações

recebidas.e) Pressão dos amigos, transgressão de regras e limites, a falta de opção para o lazer... __ anulação d o

efeito das campanhas de prevenção às drogas.

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QUESTÃO 22 (Descritor: analisar as relações entre o título e o texto)

Assunto: Relação título/texto

Observe as relações entre o título e o corpo do texto e analise as seguintes assertivas:

I- O título antecipa a tese defendida no texto, segundo a qual apenas a razão não é suficiente para o jovem manipular a informação.

II- O título anuncia o tema a ser abordado no texto.III- O título induz o leitor, por se tratar de um texto extenso, a perseverar na leitura do mesmo até o fim.

A afirmativa está correta em:

a) I apenasb) II apenasc) III apenasd) I e II apenase) II e III apenas

QUESTÃO 23 (Descritor: analisar recursos de construção textual)

Assunto: Construção textual

Todos os recursos abaixo foram usados na construção do texto a fim de reforçar a tese, EXCETO:

a) Argumentos baseados em dados estatísticos.b) Argumentos baseados em fatos reais.c) Argumentos baseados em experiência profissional.d) Argumentos baseados em fatos históricos.e) Argumentos baseados em estudos comportamentais.

QUESTÃO 24 (Descritor: identificar os elementos retomados no texto)

Assunto: Coesão por remissão

Em todas as opções, identificou-se corretamente a expressão a que se refere o termo destacado, EXCETO em:

a) “Ele funciona como uma grande antena, sempre ligada, sempre captando.” (linha 4) (ele = o jovem)b) “ E faz tudo isso muito bem.”(linhas 4-5) ( isso = lidar com várias fontes de informação ao mesmo

tempo)c) “Pode ser que aí repouse a chave para o entendimento do que se passa.” (linhas 29-30) (aí = o

impreciso e pantanoso mundo das emoções)d) “ (...)ele queira esquecer justamente esse mundo real para viver em outro mais livre, sem limites (...),

onde possa fazer o que bem quiser. (linhas 46- 47) (onde = mundo real)e) “Se hoje não existem limites em nossa capacidade de gerar informação...” (linhas 56- 57) (nossa = da

sociedade)

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Texto 4

SOLIDÁRIO COM TODOS VOCÊS (YOUS), DESPEDE-SE DE 2004 ESPERANDO TER

SAUDADE DELE EM 2005 (eu, hein?)

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Veja Retrospectiva. São Paulo. Abril, ed.1885, 22 de dezembro de 2004 p.14 - 15

QUESTÃO 25 (Descritor: inferir uma informação implícita levando em consideração o contexto)

Assunto: Fatores de produção de sentido

Observe o trecho abaixo: “Solidário com todos vocês (yous), despede-se de 2004 esperando ter saudade dele em 2005 (eu, hein?)

Considerando o contexto, que efeito causa a expreção “(eu, hein?)”

QUESTÃO 26 (Descritor: estabelecer relações de intertextualidade)

Assunto: Intertextualidade

Muitas vezes, um texto só faz sentido e nos parece coerente quando interpretado em relação a algum outro. O texto 4 explora a intertextualidade com o filme “Scarface”, que retrata a Chicago dos “gangsters”.

Comente a intertextualidade estabelecida entre a situação do Brasil e o filme.

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QUESTÃO 27 (Descritor: perceber a intencionalidade na escolha do vocabulário)

Assunto: Fatores de produção de sentido

A frase que abre o mês de janeiro traz três palavras cognatas (indignidade – indignos – indignadas). Explique o efeito de sentido estabelecido pelo jogo dessas palavras no contexto.

As questões 28 a 30 referem-se ao mês de fevereiro do calendário.

QUESTÃO 28 (Descritor: relacionar o significado de um termo ao contexto)

Assunto: Fatores de produção de sentido

Explique por que o personagem do quadrinho foi caracterizado com a palavra sucinto.

QUESTÃO 29 (Descritor: estabelecer a relação entre texto verbal e não-verbal)

Assunto: Linguagem verbal/não-verbal

Analise a imagem e, levando em conta o contexto, explique a diferença estabelecida entre o “cinto de rico” e o “cinto de pobre”

QUESTÃO 30 (Descritor: inferir uma informação implícita)

Assunto: Fatores de produção de sentido

Em “cinto” muito, ainda precisamos apertar o cinto” ocorreu uma infração ortográfica. Explique a intencionalidade decorrente dessa infração.

QUESTÃO 31 (Descritor: redigir parágrafo dissertativo a partir de um texto dado)

Assunto: Produção de texto

Observe o mês de abril do calendário e faça um parágrafo dissertativo a partir do tema abordado nele.

QUESTÃO 32 (Descritor: inferir a alteração semântica produzida pela eliminação de um termo)

Assunto: Construção textual e produção de sentido

No mês de maio, o locutor-presidente afirma: “Eu sou mais eu. Ele só fala inglês. Eu falo português em todas as línguas.

Explique o efeito semântico produzido pela eliminação do termo grifado.

QUESTÃO 33 (Descritor: analisar a intencionalidade de estratégia discursiva do autor)

Assunto: Construção textual e produção de sentido

A crítica contida no mês de julho inverteu causa e conseqüência em relação ao meio ambiente, como se pode notar na passagem abaixo:

“A meteorologia é a grande ameaça”Aponte o efeito dessa inversão.

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QUESTÃO 34 (Descritor: inferir informação implícita)

Assunto: Fatores de produção de sentido

No mês de dezembro, a informação de que se descobriu o homem mais otimista do mundo, acontecimento inusitado por sua raridade, contrapõe-se ao programa Fome Zero do governo Lula.Explique como se construiu a crítica.

Texto 5

http://www.bundasnet.com.br/index.htm - 07 de outubro 2001

QUESTÃO 35 (Descritor: analisar o texto)

Assunto: Texto produção de sentido

Explique o efeito humorístico da tirinha acima.

QUESTÃO 36 (Descritor: analisar o texto, atualizando-o)

Assunto: Texto produção de sentido

Sabendo que a tirinha foi publicada em outubro de 2001, portanto num contexto econômico diferente, atualize suas informações para os dias de hoje.

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Texto 6

Lula tem o corpo do Brasil

Raras vezes se viu no Brasil caso tão extraordinário de desinformação coletiva, a começar do presidente da República.

Na quinta-feira passada, pesquisa do IBGE informou que o problema alimentar do país não é o excesso de gente comendo pouco, mas gente que come muito, ameaçada de sofrer as graves conseqüências da obesidade. A verdade é que o Brasil está mais para a silhueta de Lula do que para a dos miseráveis nordestinos pintados por Portinari.

É uma reviravolta de proporções históricas na autopercepção de um país. Cerca de 40% dos brasileiros, segundo a pesquisa, têm peso acima do ideal; 4%, os desnutridos, têm déficit de peso. O problema de saúde pública está, portanto, no excesso -não na falta- de calorias.

Dados ainda vão ser atualizados para medir a desnutrição de crianças e adolescentes. Mas certamente não vão mudar a seguinte lição: informações erradas, fenômeno tão corriqueiro na área social, levam a políticas públicas desastradas, ou seja, ao desperdício de dinheiro.

Daí se tira uma idéia de como se jogam fora recursos destinados à redução da pobreza.Quando a desinformação se junta ao marketing, soma-se o insulto à ignorância. Para vender o

Fome Zero como sua principal bandeira, o presidente Lula chegou a trabalhar com números da ordem de 45 milhões de desnutridos. Tal dimensão justificaria a urgência da implantação do programa. Empresários, solícitos, participaram da arrecadação de fundos; celebridades se mobilizaram em torno da campanha.

Lula conseguiu fazer o combate à fome aparecer, nas pesquisas de opinião, em primeiro lugar entre as ações bem-sucedidas de sua gestão. Ele saiu pelo mundo empunhando essa bandeira, impressionando estadistas e a imprensa internacional.

O governo chegou a suspender a fiscalização da contrapartida da bolsa-escola de que os alunos não faltassem às aulas com o seguinte argumento: o importante é que o dinheiro está ajudando a combater a fome.

Muitos técnicos, porém, não se surpreenderam com as descobertas do IBGE. Quando se lançou a campanha contra a fome, advertiu-se -até mesmo num seminário realizado pela Folha com o Ipea- que os números da desnutrição estavam errados. Mesmo sem renda, famílias conseguiam comida suficiente; seja por entrar numa rede de solidariedade (inclusive as bolsas oficiais), seja porque comiam o que plantavam, caçavam ou pescavam. Tal fato foi mostrado detalhadamente por Ricardo Paes de Barros, economista que usa a matemática para avaliar políticas sociais. "Erraram na dimensão do problema e vão errar na tentativa de resolução", dizia.

O efeito "obesidade" serve de sinal de que políticas sociais podem até ganhar foguetório em seu anúncio, conferindo aos governantes uma imagem de sensibilidade para com os pobres, mas a questão central não é a decisão de acabar com a pobreza, algo com que todos concordam, e sim a maneira de fazer a gerência desses projetos.

Tome-se um exemplo da semana passada. A Prefeitura de São Paulo gastou cerca de R$ 20 milhões para construir cada CEU (Centro Educacional Unificado). Esses "escolões" são como oásis em regiões desoladas. Dados oficiais mostram que os recursos para a sua manutenção e operação não vêm sendo liberados. Há várias semanas, professores protestam por causa de atraso no pagamento dos salários.

O brasileiro ficaria horrorizado se pudesse acompanhar, com um pouco mais de profundidade, casos desse tipo, em que são feitos investimentos em prédios, mas a gerência do programa é falha. Ou projetos que se perdem por falta de foco, baseados em informações erradas. Muitas vezes, as informações estão certas, mas é tamanho o nível de fragmentação das ações, sem conexões com os diversos níveis da administração pública, que se tornam pouco eficientes ou mesmo ineficientes. Outras vezes, programas que funcionam são simplesmente interrompidos por causa de mudanças no governo ou por causa das vaidades.

A novidade positiva é que começa a ser formada nas universidades e no chamado terceiro setor uma geração de técnicos em setor público, especializados em mecanismos de monitoramento e avaliação de políticas públicas. Essas pessoas é que, no futuro, vão dar o tom da cobertura da imprensa nessas questões e dos debates eleitorais.

É um assunto árido, chato até, mas, sem isso, vamos acabar dando mais comida a quem já está gordo -e, ainda por cima, ainda vamos aplaudir.

(...)

Coluna originalmente publicada na Folha de S. Paulo, 19/12/2004 na editoria Cotidiano.

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QUESTÃO 37 (Descritor: identificar o objetivo do texto lido)

Assunto: Texto produção de sentido

Aponte o objetivo principal do autor do texto lido.

QUESTÃO 38 (Descritor: identificar diferentes vozes no texto)

Assunto: O texto como interlocução

Num mesmo texto, o locutor pode dar a palavra a outros locutores. Identifique, no texto lido, além da voz principal, duas outras vozes e indique com que intenção elas foram usadas.

QUESTÃO 39 (Descritor: relacionar o título com o texto)

Assunto: Relação título/texto

Os títulos dos textos cumprem papéis importantes junto ao leitor, por isso merecem atenção especial. Relacione o título com o texto lido.

QUESTÃO 40 (Descritor: justificar o emprego dos tempos verbais solicitados e analisar a modalização verbal )

Assunto: Modalização

O texto “Lula tem o corpo do Brasil” tece comentários sobre uma situação atual que afeta a nação.

a) Nota-se maior incidência de dois tempos verbais: presente e pretérito perfeito do indicativo. Volte ao texto, observe o emprego desses dois tempos verbais e formule uma justificativa para o uso de cada um deles.

b) Identifique o valor discursivo do futuro do pretérito do indicativo na passagem abaixo:

“O brasileiro ficaria horrorizado se pudesse acompanhar, com mais profundidade, casos desse tipo...”

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GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS

QUESTÃO 01 A QUESTÃO 13 E

QUESTÃO 02 D QUESTÃO 14 B

QUESTÃO 03 C QUESTÃO 15 E

QUESTÃO 04 B QUESTÃO 16 B

QUESTÃO 05 A QUESTÃO 17 B

QUESTÃO 06 E QUESTÃO 18 E

QUESTÃO 07 E QUESTÃO 19 C

QUESTÃO 08 B QUESTÃO 20 A

QUESTÃO 09 B QUESTÃO 21 D

QUESTÃO 10 C QUESTÃO 22 D

QUESTÃO 11 C QUESTÃO 23 D

QUESTÃO 12 D QUESTÃO 24 D

GABARITO DAS QUESTÕES ABERTAS

QUESTÃO 25

É esperado que o aluno perceba que, com essa expressão, o locutor retifica o desejo anteriormente formulado e critica o ano de 2004, marcado por vários acontecimentos negativos.

QUESTÃO 26

Espera-se que o aluno associe as situações de corrupção e violência, tão comuns no dia-a-dia nacional e que provocam ondas de indignação até no mais pacato brasileiro, com as cenas de corrupção e violência do filme “Scarface”. Assim como, no filme, Chicago viveu dias de terror, no Brasil, o Rio de Janeiro foi cenário das mais terríveis atrocidades. É interessante também que o aluno observe que não só a violência, como também a corrupção, não se restringiram apenas ao mês de janeiro. Durante todo o ano elas ocuparam o cenário nacional.

QUESTÃO 27

É importante que o aluno perceba que, ao repetir o mesmo radical, o locutor reforça o sentimento de indignação, que toma conta até das pessoas não merecedoras de crédito, provocado pela “onda” de corrupção e violência que assola o país.

QUESTÃO 28

Primeiramente, é preciso considerar o significado do termo sucinto e inferir que o personagem tem essa característica porque conseguiu, de forma breve, relatar uma situação complexa do cenário nacional. É interessante também observar o jogo estabelecido entre os vocábulos sucinto/cinto.

QUESTÃO 29

Professor, o aluno deve perceber que, além de menor, o “cinto do pobre” contém poucos furos e distantes um do outro. Isso significa que, por ser economicamente muito vulnerável, a cada oscilação do mercado financeiro, sua situação piora muito; o que é caracterizado por um aperto profundo no cinto. Já o “cinto do rico” é mais comprido e cheio de furos muito próximos um do outro. Assim, pode-se inferir que o rico possui muita “gordura” e que a oscilação na economia repercute pouco em sua vida.

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QUESTÃO 30

Lula é um presidente que saiu da camada popular. Como a maioria das pessoas desse universo, ele teve pouco acesso à escolaridade e, por essa razão, é justificável que confunda as homógrafas sinto e cinto. Ao tomar uma pela outra, o autor critica essa característica do presidente.

QUESTÃO 31

Espera-se que o aluno discuta o efeito da violência dos traficantes que coage os moradores a se trancarem em casa.

QUESTÃO 32

É importante que o aluno perceba que a eliminação do termo “só” altera substancialmente o efeito de sentido desejado de diminuir a importância de Bush e, ao mesmo tempo, exaltar a própria figura (Lula).

QUESTÃO 33

Espera-se que o aluno perceba que o agente causador da grande ameaça (o homem) foi intencionalmente omitido, recaindo a culpa sobre a meteorologia que, na realidade, é conseqüência da devastação ambiental causada pelo homem.

QUESTÃO 34

O aluno precisa perceber que ser otimista hoje em dia é muito difícil, principalmente porque as pessoas estão mais conscientes a respeito dos acontecimentos. Por isso, a descoberta do otimista foi anunciada como se fosse o último espécime existente a acreditar na eficiência do Fome Zero. Lula elegeu-se dando ênfase aos programas sociais, mas não conseguiu fazê-los deslanchar como se esperava.

QUESTÃO 35

Para perceber o humor na tirinha, o aluno precisa identificar que o personagem-locutor do último quadrinho está há tanto tempo na fila aguardando emprego que não resistiu e morreu, conservando ali, entretanto, o seu esqueleto na expectativa de conseguir o desejado emprego.

QUESTÃO 36

Professor, o aluno pode defender a tese de que, apesar de estarmos num contexto diferente, a dificuldade de obter emprego ainda persiste, portanto, a situação muito pouco mudou; ou, diferentemente, mencionar que os dados estatísticos atuais apontam melhoria nesse aspecto.

QUESTÃO 37

Professor, há diversas respostas possíveis, desde que o aluno mencione a dissociação entre a situação real da fome no Brasil e a implementação do Programa Fome Zero.

QUESTÃO 38

O locutor principal lança mão da voz do IBGE, quando comenta os resultados da pesquisa recente, de técnicos participantes do seminário Folha-IPEA e do economista Ricardo Paes de Barros. Percebe-se que todas essas vozes têm por intenção corroborar a argumentação desenvolvida.

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QUESTÃO 39

O texto afirma que o brasileiro está com sobrepeso e critica a inadequação do Programa Fome Zero. O título estabelece a relação entre o tipo físico do presidente Lula e o do brasileiro.

QUESTÃO 40

a) Percebe-se que o presente do indicativo é usado, no texto, quando se argumenta usando dados atuais em relação ao momento da fala do locutor. O pretérito perfeito é usado quando se relataram fatos ocorridos anteriormente ao momento da fala.

b) Na passagem transcrita, o futuro do pretérito expressa incerteza, probabilidade, suposição em relação ao sentimento do brasileiro.

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