sÃo paulo, 22 a 25 de outubro de 2016. · 2016-10-25 · 24/10/2016 assista a matéria aqui....

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SÃO PAULO, 22 A 25 DE OUTUBRO DE 2016.

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SÃO PAULO, 22 A 25 DE OUTUBRO DE 2016.

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Guia SP | Praça do Pôr do Sol e Praça Panamericana

24/10/2016

Assista a matéria aqui.

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'Gangue dos vira-latas' invade área de mata atlântica e apavora índios

em SP

24/10/2016

Em todos os lugares para onde se olha, eles estão lá. Até dentro das casas, existe

sempre o risco de ser atacado. Cachorros, de todos os tipos, tamanhos e raças (ainda

que a maior parte seja mesmo vira-lata).

Para os índios guarani das quatro aldeias do Jaraguá, na zona norte de São Paulo, a

companhia canina, cada vez menos amigável, vem se tornando bastante presente.

Tanto que, pela estimativa dos índios, há um cão para cada morador. Ou seja, 800

cachorros habitam aquele pedaço de mata atlântica.

Arredios, eles estão sempre prontos para matar uma galinha, iniciar uma briga ou

avançar sobre as crianças.

Os pequenos guaranis já estão acostumados com dezenas deles correndo e pulando ao

mesmo tempo nas capoeiras e se misturando aos sacos de lixo -para a loucura das

mães.

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Na volta da escola, além das mochilas, os meninos normalmente levam um pedaço de

pau à mão: uma defesa contra as temidas "gangues caninas".

"Eu mesmo já foi mordido quatro vezes recentemente, quando chegava da escola",

reclama Jeferson Xondaro, 17.

Como são muitos, afirma Jurandir Martin, 40, neto do cacique que iniciou a aldeia em

meados do século 20, os cachorros andam em matilhas. Com afinco e dentes afiados,

cada um defende "seu território" como pode.

"Os problemas por causa dos cães se multiplicam, não se limitam a brigas", diz Martin,

professor do ensino fundamental da escola estadual Djekupe Amba Arandy, que

funciona no local.

"Às vezes aparecem com sarnas e pulgas e entram em casa para fuçar nas coisas.

Precisamos deixar tudo fechado. Um dia desses estavam destruindo fraldas da minha

filha. Além de revirar muito o lixo", completa.

'DESOVA' DE CÃES

Já faz alguns anos que o local, cortado pela Estrada Turística do Jaraguá, que leva ao

parque e ao pico de mesmo nome, virou um lugar de "desova" dos animais. "A

situação piorou bastante ultimamente", diz Martin.

Segundo Márcia Venicio, 24, cacique da aldeia Ytu, os cachorros são abandonados na

estrada até durante o dia. A comunidade é a única em terras demarcadas. "Eles são

atirados pela janela do carro", diz a cacique.

Um dos líderes de outra aldeia, Vitor Guarani, diz que não é raro que os cães mais

bravos impeçam as crianças de chegar à casa de reza.

Apesar de manterem suas tradições –entre elas, as casas de reza e a língua guarani

ensinada aos pequenos na escola– os índios do Jaraguá vivem em condições precárias.

No riacho, antes usado para nadar, hoje ninguém se atreve a entrar de tão sujo.

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Os indígenas vivem de doações –e não são os únicos. Um grupo de defesa dos animais

visita as aldeias duas vezes por mês. "Eles doam ração suficiente para alimentar todos

os cachorros. E fazem as castrações", afirma Martin.

Funcionários da prefeitura, dizem os moradores, também costumam vacinar os cães. O

problema, diz Martin, é que os animais não param de chegar. "Às vezes não dá tempo

de castrar ou vacinar."

Como muitos dos cachorros descartados pelos donos estão doentes, é fácil vê-los

perambulando pelas aldeias com as costelas à mostra, o pelo falhado e feridas

aparentes.

"Não queremos transferir o nosso problema para os outros. E muito menos que eles

sejam mortos. Muitos aqui acabaram adotando alguns, mas seria interessante que a

população de cachorros caísse pelo menos pela metade", afirma o professor.

Segundo ele, a melhor forma de resolver o problema seria a adoção. Enquanto isso,

melhor não descuidar.

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Pesquisa desvenda como nuvens de chuva se formam na Amazônia

Mecanismo era estudado havia 25 anos sem sucesso; descoberta foi possível graças a

dados obtidos a 15 km do solo

25/10/2016

Por suas características especiais, as grandes massas de nuvens que provocam chuvas

na Amazônia influenciam o clima de todo o continente, mas até agora a ciência não

sabia explicar como elas se formam e como se desenvolvem. Um novo estudo,

publicado nesta terça-feira, 25, na revista Nature, acaba de acrescentar a peça que

faltava no quebra-cabeças.

De acordo com um dos autores do estudo, o físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física

da Universidade de São Paulo (USP), havia 25 anos que os cientistas tentavam

descobrir como se formavam as partículas que permitem a formação das nuvens de

chuva na região amazônica.

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“Para que as nuvens de chuva se formem, é preciso que existam partículas em

suspensão - os aerossóis - que servem como núcleo para a formação das gotas. Mas há

25 anos temos medido a distribuição dessas partículas sobre a floresta e elas não

existiam em quantidade suficiente para permitir tantas chuvas. As contas não

fechavam. Era um grande mistério”, disse Artaxo ao Estado.

A própria chuva, segundo Artaxo, “lava” os aerossóis no ar sobre a floresta, tornando

teoricamente impossível a formação de novas nuvens. “Descobrimos que as partículas

que permitem a chuva estavam se formando, sim, mas não onde pensávamos: elas se

formam na alta atmosfera, a cerca de 15 quilômetros da superfície”, disse.

De acordo com o cientista, o processo começa quando os gases orgânicos voláteis que

são emitidos pela floresta são levados à alta atmosfera pelas correntes ascendentes

que existem dentro das nuvens. “Naquela altitude, encontramos nanopartículas que

têm de 1 a 10 nanômetros de diâmetro. Com a baixa pressão e os 55 graus negativos

da alta atmosfera, essas nanopartículas se fundem aos compostos orgânicos que

vieram da floresta e formam partículas 10 vezes maiores”, disse.

As correntes descendentes das nuvens, então, fazem com que as novas partículas,

formadas nas alturas, desçam até a floresta. “Esse mecanismo repõe os aerossóis que

haviam sido eliminados pelas chuvas - e assim permite a formação de novas nuvens”,

explicou o cientista.

Segundo Artaxo, a descoberta só foi possível graças à utilização de um avião científico

a jato, da Alemanha, equipado com sensores de alta tecnologia e capaz de voar a até

18 quilômetros de altitude. “Antes, só tínhamos medidas feitas por aviões

convencionais, que coletam dados a até quatro quilômetros”, disse. Segundo ele, os

estudos com o avião fazem parte do projeto internacional Green Ocean Amazon

(GOAmazon), que tem o objetivo de mapear as emissões urbanas na química da

atmosfera da floresta. “O objetivo do projeto é outro, mas acabamos desvendando

esse importante mecanismo.”

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Secretário defende inspeções veiculares

22/10/2016

Na abertura de Seminário Internacional sobre Qualidade do Ar, realizado em Brasília nesta sexta-feira (21/10), o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Ricardo Soavinski, defendeu a implantação imediata, pelos estados e municípios, dos programas de inspeção veicular. Criados para fazerem parte da rotina do licenciamento dos automóveis, medindo o nível de poluição que sai dos escapamentos, os programas enfrentaram dificuldades na sua implementação.

O evento realizado pela Diretoria de Qualidade do Ar do Ministério do Meio Ambiente é parte da estratégia para retomada das discussões sobre as medidas necessárias ao cumprimento dos novos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, da Organização das Nações Unidas (ONU). Os entendimentos entre governo federal, indústria e sociedade civil foram interrompidos em 2014 na reunião do Conselho Nacional de Meio Ambiente, órgão responsável por normatizar os níveis das emissões de poluentes no ambiente.

Soavinski destacou a importância da redução das emissões veiculares para a saúde da população dos grandes centros urbanos e regiões metropolitanas. “É uma medida necessária para assegurar a redução de problemas de saúde que afetam principalmente os segmentos mais vulneráveis da população, como idosos e crianças”. Ele reconheceu que há dificuldades em vários estados onde o sistema não foi implantado. A medida implica em custos para os proprietários de carros e para os governos estaduais. “Mas temos que encontrar formas de implementar a inspeção onde ainda não está sendo feita”, salientou.

Revisão - As regras atuais para qualidade do ar nas cidades, que incluem a emissão veicular, estão na resolução 03/1981, do Conama. Elas são estabelecidas pelo Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve), que caminha para sua oitava fase em 27 anos de atuação. Veículos novos já contam com motores mais eficientes e menos poluentes e a redução dos níveis de poluição causados pelos automóveis caiu em vários centros urbanos. Mas a inspeção dos órgãos de automóveis usados pelos órgãos licenciadores é necessária para assegurar que os motores e escapamentos em uso se mantenham dentro das especificações quanto às emissões. De acordo com Letícia Carvalho, diretora de qualidade ambiental do MMA, o seminário deverá apresentar sugestões para que se possa encaminhar soluções para a revisão dos padrões brasileiros. “O Brasil tem padrões de qualidade do ar, mas precisa atualizá-los para que fiquem dentro da revisão feita pela OMS”. De forma mais ampla, segundo ela, é preciso também estudar maneiras de integrar as normas para a

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qualidade do ar às demais políticas voltadas para o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.

O Seminário reuniu os ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, Meio Ambiente e representantes dos estados e municípios e da sociedade civil, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A ação integra o projeto “Diálogos Setoriais Brasil-União Europeia”, criado para promover o aprofundamento da parceria estratégica e das relações bilaterais e coordenado pela Delegação da União Europeia no Brasil (Delbra). (Fonte: MMA

Concentração de gases atinge recorde e ONU anuncia 'nova era

climática'

Dados da organização indicam que esforços internacionais ainda não estão sendo

suficientes para reverter tendência de emissões

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24/10/2016

Apesar de todo o discurso de líderes internacionais sobre as ações que estão adotando

para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, dados publicados nesta segunda-

feira, 24, pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que nunca o volume

desses gases atingiu tais proporções. Em 2015, a concentração de CO2 e outros

elementos bateu um novo recorde. Para a ONU, essa tendência vai deixar o mundo

"mais perigoso".

Segundo os cálculos, a concentração de CO2 atingiu pela primeira vez, em 2015, a

marca simbólica de 400 partes por um milhão (ppm) e continua a "disparar em 2016".

A taxa já havia sido atingida em algumas partes do mundo em 2015, "mas nunca em

uma dimensão mundial durante um ano inteiro". Os estudos também revelam que a

concentração de CO2 permanecerão "acima de 400 ppm durante todo o ano de 2016 e

não serão reduzidas para baixo desse nível durante muitas gerações".

O fenômeno do El Nino teria colocado de forma decisiva para que houvesse uma

aceleração na concentração. As secas em regiões tropicais acabaram afetando a

capacidade dessas regiões em absorver os gases. Essas regiões, de uma forma geral,

são responsáveis por absorver metade do CO2. Além disso, os incêndios causados

justamente como consequência doo fenômeno do El Niño acabaram intensificando as

emissões.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), houve um incremento de 37%

do efeito de aquecimento do clima entre 1990 e 2015. Isso foi causado pela longa

duração e pela acumulação de gases como o CO2, o metano (CH4) e o N2O gerados

por atividades industriais, agricultura e residências.

"O ano de 2015 inaugurou uma nova era de otimismo e de ação pelo clima, com o

acordo sobre mudanças climáticas, atingido em Paris", disse Petteri Taalas, secretário-

geral da OMM. "Mas também fará história por haver marcado uma nova era climática,

nas quais a concentração de gases alcançaram níveis sem precedentes", alertou.

O CO2 é responsável por 65% do aumento do efeito estufa nos últimos dez anos. Em

comparação ao período pré-industrial, ele sofreu aumento de 144%. "O verdadeiro

problema é o dióxido de carbono, que permanece na atmosfera por milhares de anos e

pelos oceanos por muito mais", afirmou Taalas. "Se não limitarmos essas emissões,

não podemos limitar o aumento de temperaturas", disse.

Na avaliação da OMM, se o tratado de mudanças climáticas não se transformar em leis

vinculantes nos diferentes Estados que o assinaram, a concentração de gases vai

continuar aumentando. "Temos de passar das palavras para os fatos", indicou o

secretário.

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"As reduções de emissões terão de ser feitas de forma radical", disse. "Essa é a única

maneira de reduzir a curva de crescimento das temperaturas."

Clima no Brasil, nas Filipinas e nos EUA está para lá de Marrakech

24/10/2016

Por Marcelo Leite

Após ratificar Acordo de Paris, Congresso dá passo atrás e abre espaço para as

poluentes usinas termelétricas a carvão

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No último dia 12 de setembro, o governo brasileiro ratificou o Acordo de Paris por

meio de decreto assinado pelo presidente Michel Temer (PMDB), após voto nesse

sentido pelo Congresso Nacional. Palmas para ambos.

Com isso, a meta internacional de impedir que o aquecimento global ultrapasse 2°C

tornou-se lei doméstica. O Brasil ajudou a compor o lote de 55 países responsáveis por

pelo menos 55% das emissões mundiais de carbono, e o acordo entrou em vigor

quatro anos antes do prazo.

O Acordo de Paris foi fechado na COP-21, a 21ª conferência das partes da Convenção

sobre Mudança do Clima adotada no Rio de Janeiro em 1992.

A COP-22 começa em 15 dias (7 de novembro) em Marrakech, Marrocos, sob a

atmosfera otimista criada pela ratificação em tempo recorde. Mas o Congresso

brasileiro já deu um jeito de pisar na bola.

Jabuti não sobe em árvore; se um aparece lá, é porque alguém pôs. No caso, o lobby

do setor carvoeiro da região Sul do país conseguiu que parlamentares incluíssem na

medida provisória número 735, aprovada em votação definitiva no Senado na última

quarta-feira (19), a previsão de construir usinas termelétricas a carvão a partir de

2023.

Está lá, no artigo 20 da MP 735 : "O poder concedente deverá criar programa de

modernização do parque termelétrico brasileiro movido a carvão mineral nacional

para implantar novas usinas que entrem em operação a partir de 2023 e até 2027, com

o intuito de preservar no mínimo o nível de produção de carvão mineral nacional

estabelecido no § 4º do art. 13 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, e incentivar a

eficiência de geração".

A desculpa para elevar o jabuti a lei é obrigar que as usinas geradoras de eletricidade a

partir do carvão, a partir de 2023, se tornem 10% mais eficientes em emissões de

carbono. Ou seja, que reduzam nessa proporção o lançamento de gases do efeito

estufa (apelido dos compostos de carbono que contribuem para reter radiação solar

na atmosfera, aquecendo-a).

Ora, há maneira muito mais simples e direta de economizar as emissões de

termelétricas a carvão, a forma mais poluente de gerar eletricidade: começar a

desmontar as que existem e não construir novas. É o caminho que pretendem seguir

vários países, como China e EUA, para cumprir suas metas de redução de carbono no

Acordo de Paris.

Por que raios logo o Brasil vai querer promover novas termelétricas poluentes, sem

dúvida com gordos subsídios no tal "programa de modernização"? O país já conta com

uma matriz elétrica limpa, na comparação com outras nações: a hidroeletricidade é

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campeã, a geração eólica está bombando, e ainda nem começamos a explorar o

enorme potencial fotovoltaico (energia solar).

Por essas razões duas dezenas de ONGs entregam nesta segunda-feira (24) ao

presidente Temer uma carta pedindo seu veto ao artigo 20. A ver se ele vai seguir no

rumo certo.

Se não o fizer, cederá aos interesses tacanhos de grupos que, no espectro

climatológico-político, estão mais próximos de bufões populistas como Donald Trump,

nos EUA, e Rodrigo Duterte, nas Filipinas.

O candidato Trump já disse que a mudança climática é uma fraude maquinada pela

China para prejudicar a economia dos EUA.

O presidente filipino, aquele que chamou Barack Obama de "filho da puta", seguiu no

mesmo diapasão ao discursar para os moradores de Tuguegarao -ironicamente, gente

afetada de modo duro pelo tufão Lawin, o tipo de evento climático extremo que pode

tornar-se mais frequente com o aquecimento global.

Segundo reportagem de Alexis Romero no jornal "The Philippine Star", Duterte atacou

os países desenvolvidos por supostamente pretender impedir o desenvolvimento de

seu país.

"Eu falei para eles: vocês usaram carbono por um tempo enorme e, agora que nós

queremos ser como vocês, vão nos parar? Isso é estupidez", disse o político que

incentiva seus compatriotas a matar com as próprias mãos traficantes, viciados e

bandidos, campanha que já resultou em cerca de 2.500 mortes até agosto (Duterte

assumiu a Presidência em 30 de junho).

No Brasil, há cidadãos e políticos que subscrevem os mesmos argumentos -quanto ao

carbono, não aos assassinatos. Decerto alguns deles também advogam a segunda

solução, "bandido bom é bandido morto", espera-se que em menor número, assim

como no caso dos adeptos das termelétricas a carvão.

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