maio 201302

Ouvir a População, Construir o Futuro

Uma operação munici­pal inédita sem pre­cedentes em Portugal

aproximou, como nunca, a população da gestão autár­quica. Os problemas mais urgentes de cada freguesia de Setúbal foram resolvidos, com rapidez e eficácia, no âmbito de um levantamento exaustivo que identificou as principais necessidades dos munícipes.

Com visitas ao terreno en­tre fevereiro de 2010 e julho de 2011, o projeto “Ouvir a População, Construir o Fu­turo”, liderado pela Câmara

Ouvir ajuda a resolverde Setúbal, percorreu, minu­ciosamente, cada ponto do concelho, juntando Executi­vo municipal, corpo técnico da edilidade, autarcas das freguesias e população local.

Esta metodologia, adota­da no âmbito da filosofia de município participado, transversal a todo o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal de Setúbal, possi­bilitou apurar com precisão o que, em cada freguesia, cada bairro, cada rua, podia ser feito em prol da qualidade de vida das populações e da imagem urbana do concelho.

As visitas, traduzidas em quase cem dias, permitiram ouvir os anseios dos cida­dãos e dos autarcas locais, mas também dos comer­ciantes, do pequeno e grande empresário, dos dirigentes associativos e escolares, dos responsáveis de instituições.

A componente de terreno desta que é uma das mais complexas jornadas de par­ticipação cidadã promovi­das por uma autarquia em Portugal originou o registo de mais de duas mil situa­ções com necessidade de intervenção.

O levantamento dos proble­mas detetados foi apresen­tado em reuniões públicas, duas por freguesia, entre ja­neiro de 2011 e abril de 2012, nas quais os moradores dis­cutiram com o Executivo mu­nicipal as questões que con­sideraram mais oportunas.

Algumas das anomalias ve­rificadas, em particular re­ferentes à necessidade de obras de pequena dimen­são, foram resolvidas de imediato pelas juntas de fre­guesia graças à capacidade operacional resultante da delegação de competências

da Câmara Municipal de Se­túbal e da transferência dos meios financeiros respeti­vos. Outras obedeceram a um plano de intervenções a cargo da Autarquia.

Este projeto inédito, cujo lema é ouvir as populações, partilhar dificuldades e en­contrar soluções, tem resul­tado no solucionamento da grande maioria das situa­ções. Em março, a taxa de resolução do total das ques­tões registadas era um pou­co superior a 80 por cento. Um valor em permanente atualização.

União por um concelho melhorOitenta por cento dos pro­

blemas detetados nas fre­guesias do concelho, identifi­cados ao longo de ano e meio através do “Ouvir a População, Construir o Futuro”, já foram re­solvidos, sendo expectável que a totalidade das anomalias seja superada até ao próximo ano.

No total, em resultado de um trabalho conjunto que aproxi­mou os munícipes da gestão camarária, foram identificadas 2194 anomalias nas oito fre­guesias do concelho, tendo já sido regularizadas, de acordo com dados apurados até mar­ço deste ano, 1756 situações.

Restam menos de 20 por cento de problemas por ul­trapassar, sendo que a taxa de êxito está em permanente atua lização. Os números ates­tam o êxito desta iniciativa mu­nicipal nunca vista em qual­quer território nacional.

A freguesia de São Sebastião, com quase um milhar de situa­ções identificadas, é aquela que apresenta, ainda, o maior número de problemas por so­lucionar, com 229, facto que a Autarquia espera reverter ain­

da no decorrer deste ano, com a resolução de 175 problemas.

No âmbito do “Ouvir a Popu­lação, Construir o Futuro” foram visitados, no total, 169 bairros e urbanizações, 690 ruas, 127 es­tabelecimentos de ensino, 257 coletividades e instituições de so­lidariedade social e 91 empresas.

Em complemento, presidente e vereadores da Câmara Municipal ouviram e responderam às soli­citações colocadas pelos 361 munícipes que se inscreveram nas sessões de atendimento personalizado e descentralizado realizadas durante os períodos de visita a cada freguesia.

Os munícipes foram entretan­to informados, por carta, sobre a capacidade de resposta da Autar­quia e das juntas de freguesia na resolução dos problemas identifi­cados, sendo que a totalidade das anomalias deve estar, previsivel­mente, resolvida até 2014.

Este projeto é promovido pela Câmara Municipal de Setúbal, através do Gabinete de Apoio às Freguesias e do Gabinete da Participação Cidadã, em estrei­ta parceria com as oito juntas de freguesia do concelho.

SÃO JULIÃO

Habitantes 16.740Território 4,85 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 11 bairros e urbanizações, 66 ruas, 15 escolas, creches e jardins de infância, 44 coletividades e instituições de solidariedade social e 2 em­presas, realizadas de 5 a 8 de abril de 2011.

Dias de visita 14Problemas 331Resolução* 257 (78%)Atendimento 36 munícipesA resolver 67 em 2013, 1 em 2013/2014e 6 em 2014

* Atualização a 18 de março de 2013

SÃO SEBASTIÃO

Habitantes 52.542Território 25,78 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 49 bair­ros e urbanizações, 261 ruas, 52 escolas, cre­ches e jardins de infância, 88 coletividades e ins­tituições de solidariedade social e 20 empresas, realizadas de 2 de junho a 26 de julho de 2011.

Dias de visita 26Problemas 845Resolução* 616 (73%)Atendimento 74 munícipesA resolver 174 em 2013, 25no biénio 2013/2014 e 30 em 2014

* Atualização a 18 de março de 2013

DOSSIER ESPECIAL Ouvir a População, Construir o Futuro

maio 201302

União por um concelho melhor

GÂMBIA, PONTES E ALTO DA GUERRA

Habitantes 5885 Território 32,97 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 14 bairros e urbanizações, 49 ruas, 8 escolas, cre­ches e jardins de infância, 11 coletividades e instituições de solidariedade social e 5 empre­sas, realizadas entre 9 e 25 de fevereiro de 2010.

Dias de visita 7Problemas 73 Resolução* 59 (81%)Atendimento 26 munícipesA resolver 12 em 2013 e 2 em 2014

* Atualização a 18 de março de 2013

SÃO LOURENÇO

Habitantes 11.638Território 47,24 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 22 bairros e urbanizações, 76 ruas, 8 escolas, cre­ches e jardins de infância, 17 coletividades e instituições de solidariedade social e 3 empre­sas, realizadas de 9 a 23 de março de 2010.

Dias de visita 7Problemas 204Resolução* 188 (92%)Atendimento 40 munícipesA resolver 10 em 2013, 5 em 2013/2014e 1 em 2014

* Atualização a 18 de março de 2013

SÃO SIMÃO

Habitantes 7239 Território 22,07 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 32 bair­ros e urbanizações, 85 ruas, 11 escolas, creches e jardins de infância, 14 coletividades e institui­ções de solidariedade social e 18 empresas, rea­lizadas de 7 de junho a 9 de julho de 2010.

Dias de visita 9Problemas 190 Resolução* 170 (89%)Atendimento 55 munícipesA resolver 12 em 2013, 1 em 2013/2014e 5 em 2014

* Atualização a 18 de março de 2013

SADO

Habitantes 5783 Território 65,49 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 15 bair­ros e urbanizações, 52 ruas, 7 escolas, creches e jardins de infância, 14 coletividades e institui­ções de solidariedade social e 36 empresas, rea­lizadas de 9 a 27 de setembro de 2010.

Dias de visita 10Problemas 204 Resolução* 174 (85%)Atendimento 59 munícipesA resolver 24 em 2013, 2 em 2013/2014e 1 em 2014

* Atualização a 18 de março de 2013

NOSSA SENHORA DA ANUNCIADA

Habitantes 13.738Território 29,17 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 16 bairros e urbanizações, 56 ruas, 7 escolas, creches e jar­dins de infância, 43 coletividades e instituições de solidariedade social e 5 empresas, realizadas de 4 a 19 de novembro de 2010 e a 4 de janeiro de 2011.

Dias de visita 12Problemas 199Resolução* 165 (83%)Atendimento 44 munícipesA resolver 31 em 2013, 2 em 2013/2014e 1 em 2014

* Atualização a 18 de março de 2013

SANTA MARIA DA GRAÇA

Habitantes 7620Território 2,74 Km2

Visitas, nalguns casos com reuniões, em 10 bairros e urbanizações, 45 ruas, 10 escolas, creches e jardins de infância, 26 coletividades e instituições de solidariedade social e 2 empre­sas, realizadas de 14 a 25 de fevereiro de 2011.

Dias de visita 9Problemas 148Resolução* 127 (86%)Atendimento 27 munícipesA resolver 15 em 2013 e 6 em 2013/2014

* Atualização a 18 de março de 2013

DOSSIER ESPECIAL Ouvir a População, Construir o Futuro

maio 201302

Moradores, comerciantes, empresários, dirigentes associativos, responsáveis de instituições, todos puderam

participar no levantamento das necessidades sentidas em cada freguesia. Visitas e reuniões ajudaram

a identificar e a resolver os problemas. O trabalho de terreno promovido pela Câmara Municipal volta a dar frutos

Proximidade potencia êxito

O território de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra foi o primei­

ro a receber os intervenientes do projeto “Ouvir a População, Construir o Futuro”, um périplo de visitas iniciado em fevereiro de 2010, no dia 9, que só viria a terminar mais de um ano depois, já na freguesia de São Sebastião, a 26 de julho de 2011.

A primeira fase do projeto, em trabalho de campo, levou uma comitiva com a presidente da Câ­mara Municipal de Setúbal, verea­dores, presidentes das juntas de freguesia e técnicos autárquicos a percorrer cada ponto do concelho.

Organizadas por freguesia, se­guindo um calendário previa­mente definido, as deslocações de trabalho percorreram rua a rua, bairro a bairro, verificando as necessidades sentidas pelas populações.

As visitas, efetuadas durante todo o dia e incidindo em locais com informação prévia da exis­tência de problemas, traduziram­­se num levantamento exaustivo de cada freguesia nas mais va­riadas áreas de intervenção.

Executivo, técnicos da edili­dade e autarcas das juntas de

freguesia tiveram oportunidade de ouvir das próprias pessoas e de responsáveis de empresas, coletividades e instituições pú­blicas e privadas as principais necessidades sentidas no quo­tidiano, numa ação que propor­cionou uma maior perceção da realidade do concelho.

Muitas vezes, pequenas situa­ções comunicadas pela popula­ção à comitiva eram de imediato reportadas aos serviços técni­cos competentes e resolvidas num curto espaço de tempo.

A requalificação de espaços devolutos, calçadas e zonas ver­des, o reforço da iluminação pú­blica e a manutenção de redes

los serviços municipais respe­tivos, ficando definida uma ca­lendarização para execução das intervenções.

Após a validação da listagem dos problemas, realizaram­se em 2011 e 2012 sessões públicas em que os munícipes presentes receberam um documento com referência a cada problema iden­tificado nessa freguesia, com indicação de local, assunto, solu­ção e ponto de situação.

A população ficou a conhecer, da boca dos responsáveis da Câmara Municipal, a capacidade de res­posta na resolução das situações, as opções tomadas e o calendá­rio das intervenções. Os plenários, dois por freguesia, muito participa­dos, foram espaços de partilha e debate, nos quais a população so­licitou esclarecimentos adicionais e discutiu outras necessidades.

Em mais de duas mil situações identificadas no “Ouvir a Popula­ção, Construir o Futuro”, restam pouco mais de quatro centenas por solucionar em todo o conce­lho, estando estas intervenções programadas até 2014, o que atesta a valia deste programa as­sente na participação cidadã.

de água e saneamento foram algumas das várias questões registadas pelo “Ouvir a Popula­ção, Construir o Futuro”, as quais puderam, em muitos casos, ser solucionadas com intervenções que, apesar de pequenas, se tra­duziram em ações de melhoria da qualidade de vida.

O parque escolar, transversal a todas as freguesias, foi outra das áreas estratégicas a centrar atenções neste projeto. As ne­cessidades identificadas, a maior parte já resolvida, incidiram em obras ao nível do edificado e de melhoria e aquisição de equipa­mentos lúdicos e recreativos.

As questões de maior com­

plexidade e que exigem um investimento financeiro signifi­cativo foram, à semelhança de obras estruturantes, incorpora­das pela Câmara Municipal em planos de atividades anuais devidamente orçamentados.

Durante a fase de visitas no ter­reno, a Autarquia realizou, a partir do fim da tarde, sessões de aten­dimento público com munícipes. O dia de trabalho, longo, culmina­va em reuniões com representan­tes do movimento associativo, que, regra geral, se prolongavam até depois da meia­noite.

Finalizada essa primeira fase do projeto, a inventariação das necessidades foi analisada pe­