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Página 1 TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOS Setembro/2012 Setembro/2012 PARABÉNS 36 anos de serviços à advocacia guarulhense A Casa do Advogado está em festa, e não é para menos, comemoramos 36 anos de vida como Subseção, a 57ª; é hoje a segunda maior do Estado de São Paulo, somos aproximadamente 5.000 operadores do direito, entre advogados, advogadas e estagiários, e a todos eles a OAB Guarulhos tem acolhido e prestado zelosos serviços para o seu bem estar quer profissional e ou de ordem pessoal. Dra. Patricia Alves Felipe Dr. Álvaro Bernardino II Circuito Jurídico de Guarulhos PALAVRA DO PRESIDENTE Pág. 03 A importância do estágio profissional ANO IV - Nº 63

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Page 1: Setembro/2012 PARABÉNS 36 anos de serviços à advocacia … · Mensagens dos Diretores da OAB PALAVRA DO PRESIDENTE 57ª SUBSEÇÃO DA OAB: 36 anos de serviços à advocacia guarulhense

Página 1TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSSetembro/2012

Setembro/2012

PARABÉNS36 anos de serviços à

advocacia guarulhenseA Casa do Advogado está em festa, e não é para menos,comemoramos 36 anos de vida como Subseção, a 57ª;

é hoje a segunda maior do Estado de São Paulo, somosaproximadamente 5.000 operadores do direito, entre

advogados, advogadas e estagiários, e a todos eles a OABGuarulhos tem acolhido e prestado zelosos serviços para o

seu bem estar quer profissional e ou de ordem pessoal.

Dra. Patricia Alves Felipe Dr. Álvaro Bernardino

II Circuito Jurídico de Guarulhos

PALAVRA DO PRESIDENTE

Pág. 03

A importância doestágio profissional

ANO IV - Nº 63

Page 2: Setembro/2012 PARABÉNS 36 anos de serviços à advocacia … · Mensagens dos Diretores da OAB PALAVRA DO PRESIDENTE 57ª SUBSEÇÃO DA OAB: 36 anos de serviços à advocacia guarulhense

TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSPágina 2 Setembro/2012

Presidente: Fábio de Souza Santos

Vice-presidente: Rogério Martir

Secretário-Geral: Antonio Carlos Kazuo Maeta

Secretária Adjunta: Clarice Vaitekunas Arquely

Tesoureira: Selma Regina Grossi de Souza

EXPEDIENTE

Boletim Informativo da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 57ª Subseção GuarulhosSede: Rua Luiz Faccini, 16 - Centro - CEP 07110-000 - Guarulhos - SP - Fone: 2468-8199Site: www.oabguarulhos.org.brE-mail: [email protected] Responsável: Dra. Selma Regina Grossi de SouzaRevisão de Texto:Rogério MartirCoordenação: Marlon Lelis de OliveiraDiagramação: Alice MonteiroEditora Mantovani Ltda - CNPJ: 10.503.053/0001-96

DIRETORIA

SelmaRegina

Grossi deSouza

ClariceVaitekunas

ArquelySecretária

Adjunta Tesoureira

AntonioCarlos Kazuo

MaetaSecretário

Geral

RogérioMartir Vice-

Presidente

Mensagens dos Diretores da OAB

PALAVRA DO PRESIDENTE

57ª SUBSEÇÃO DA OAB:36 anos de serviços à advocacia guarulhenseA Casa do Advogado esté em fes-

ta, e não é para menos, comemora-mos 36 anos de vida como Subseção,a 57ª; é hoje a segunda maior do Es-tado de São Paulo, somos aproxima-damente 5.000 operadores do direito,entre advogados, advogadas e esta-giários, e a todos eles a OAB Guaru-lhos tem acolhido e prestado zelososserviços para o seu bem estar querprofissional e ou de ordem pessoal.

Não é por caso que nossa ordem,chama-se “A CASA DO ADVOGA-DO”, pois quer e esmera-se para terum sentido de família, que agrega eprotege. Somos um órgão de classeque a todos atende, cada um na suanecessidade profissional, e sempre te-mos buscado ampliar os horizontes daCasa do Advogado para melhor aten-der aos nossos estimados e laborio-sos colegas.

Quem estava naquele momento dahistória quando tudo se iniciou, hoje decerto pode vislumbrar o quão grandeaquele sonho, de alguns abnegados

colegas, chegou. Cada grão plantadono chão da história desta nossa subse-ção, transformou-se em farta colhei-ta, dos frutos da justiça e, da melhorpresença dos operadores de direito nasociedade guarulhense e paulista.

Neste interregno temporal vive-mos grandes transformações no cam-po do direito, a redemocratização doPaís, a Constituição Cidadã, novo Có-digo Cível, ECA, Lei do Ficha Lim-pa... E, por ai afora vai, como bem sediz “o direito é dinâmico”, sendo-o as-sim exige também operadores igual-mente aptos a atender sua demanda,e não sem titubear a OAB Guarulhossempre se posicionou como entidadena defesa do estado democrático dedireito e por conseguinte no preparoe capacitação dos colegas para aten-derem ao chamado constitucional:“Sem advogado não se faz justiça”.

Em festa estamos, permanecere-mos e por isso queremos estender nos-sos efusivos parabéns, a cada presi-dência e diretoria que passou pela

CASA e deram sua contribuição parao lustro da classe dos advogados einserção a OAB Guarulhos na dinâ-mica jurídica e político-social danossa comarca. Nem Precisocitar nominalmente nenhum,basta um rápido olhar na gale-ria dos presidentes, posta emnosso auditório para vermosquantos foram e seus perío-dos, sendo que cada um dei-xou como legado uma CASADO ADVOGADO melhorpreparada para atender a to-dos, cada um no seu tempolevou a OAB Guarulhos aser um referência na defe-sa inconteste do direito e dacidadania, por tanto a todoseles e a suas diretorias ma-nifestamos nosso mais sin-ceros votos e nosso muitoobrigado pela historiaconstruída e que agorasegue com esta diretoria2010-2012.

Fábio de Souza Santos - Presidente da 57ª Subseção daOrdem dos Advogados do Brasil - Guarulhos

“Todos querem o perfume das

flores, mas poucos sujam as

suas mãos para cultivá-las”.

Augusto Cury

“ Quando aprendemos a usar ainteligência e a bondade ou afetoem conjunto, todos os atos huma-

nos passam a ser construtivos”Dalai Lama.

“Vagas no STF - Até quando

vamos ignorar a forma de

escolha de juízes para a mais

alta Côrte do país?”

“Eu não posso mudar a direção

do vento, mas eu posso ajustar as

minhas velas para sempre alcan-

çar o meu destino.” Jimmy Deam

Page 3: Setembro/2012 PARABÉNS 36 anos de serviços à advocacia … · Mensagens dos Diretores da OAB PALAVRA DO PRESIDENTE 57ª SUBSEÇÃO DA OAB: 36 anos de serviços à advocacia guarulhense

Página 3Setembro/2012 TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOS

II Circuito Jurídico de Guarulhos

A FIG-Unimesp promoveu, em par-ceria com o Instituto Brasileiro de Di-reito Constitucional (IBDC), Secreta-ria de Assuntos Jurídicos de Guarulhos(SAJ) e 57ª Subseção da Ordem dosAdvogados de Guarulhos (OAB), o IICircuito Jurídico de Guarulhos.

O evento foi dividido em quatromódulos, que aconteceram às quintas-feiras do mês de agosto de 2012. Cadaum dos encontros trouxe um tema derelevância jurídico-acadêmica. Na pau-ta, figuraram assuntos como políticaspúblicas, sistema prisional, relação en-tre educação e internet e experiênciase desafios profissionais.

Em cada ocasião, também foramprestadas homenagens a nomes impor-tantes pela contribuição e dedicação àárea do Direito, na cidade de Guaru-lhos, a saber:

I Módulo (09/08): Homenagem àMagistratura Federal, na pessoa da ju-

íza Bárbara de Lima Iseppi, realizadona Secretaria de Assuntos Jurídicos deGuarulhos. Tema: Judicialização de po-líticas públicas. Expositora: Bárbara deLima Iseppi, Juíza Federal e Ex-Procu-radora do Município de Guarulhos”.Debatedor: Severino José da Silva Fi-lho, Secretário de Assuntos Jurídicos deGuarulhos licenciado e Mestrando emDireito Constitucional PUC/SP.

II Módulo (16/08): Homenagem aoAdvogado, Professor, Ex-Presidentedo TJ e Ex-Desembargador CelsoLuiz Limongi, realizado na 57ª Subse-ção da Ordem dos Advogados de Gua-rulhos. Tema: Experiências e desafioscomo Ex-Presidente do TJ e Ex-De-sembargador convocado para a 6ª tur-ma do STJ e no exercício atual da ad-vocacia. Expositor: Celso Luiz Limongi,Advogado, Ex-Mininistro do STJ, Ex-Presidente do TJ e Ex-Presidente daAMAB. Debatedor: Clóvis Brasil Pe-

reira, Advogado, Professor Universi-tário, Diretor da ESA/GRS e Mestreem Direito UMIMES.

III Módulo (23/08): Homenagem àmagistratura estadual, na pessoa dajuíza diretora do fórum de GuarulhosCarolina Nabarro Munhoz Rossi, rea-lizado na Penitenciária Desembarga-dor Adriano Marrey. Tema: O siste-ma prisional brasileiro e a ressociali-zação do preso. Expositor: Jorge LuizCarnitti, secretário de Assuntos Jurí-dicos do Município de Guarulhos.

Apresentação de peça teatral.IV Módulo (29/08): Homenagem à

Professora Universitária, Mestra, Dou-toura e Livre-Docente da PUC/SP,Diretora do IBDC e Ex-Procuradorado Estado Maria Garcia. Tema: Direi-to à educação: desconstruindo o co-nhecimento pela “internet”. Exposito-ra: Maria Garcia, Mestre, Doutoura eLivre-Docente PUC/SP, Diretora doIBDC e Ex-Procuradora do Estado.Entrega de livros às bibliotecas comu-nitárias do Jardim Munira e Vila União.

Entrega de carteiras aos novos advogados e estagiáriosA OAB Guarulhos, nos dias 08 e 29 de agosto de 2012, teve a honra de realizar solenidade para a entrega das carteiras aos novos advo-

gados e estagiários de Direito inscritos em nossa Subseção. Nos eventos foram compromissados 28 advogados e 40 estagiários.

Advogados - dia 08/08/2012Adriana Ferreira da SilvaAline Thais da CunhaAntonio Alibernandes TorresFlavia Assunção R. RomaroPatrícia Furtado C LazzareschiPaulo Cesar Dantas CastroPriscila Pitorre D. SantosRodrigo Alves FachettiIlda Dos Santos Soares

EstagiariosAlexandra de Moraes BarbosaAlexandra Mendes dos SantosDebora Uchoa A. de OliveiraFagner Luiz CaetanoGlauco Aparecido F. dos SantosJanaina Carla de Alquino

Lilian Gomes de AlquinoMaria Criseuda de S. OliveiraMonalisa Luiza Silva PimentelNatalia Freitas VicensotoSimone Sueli dos Santos PontesThais Frizzo BeltranPriscila Martins Rodrigues

Dia 29/08/2012Ademilson BarcosAline de Araujo SantolinBruna Helena Gois Paes AlvesBruna Rodrigues FerreiraBruno Garcia FontesCarla de Sousa FernandesCarlito Rodrigues de Assis FilhoCleber Mendes CamurçaEvandro Henrique Favaro

Fernanda Oliveira BarbosaFernando Lima FernandesFlavio Cunha GalvesGeiziany Gomes do NascimentoGeralice Ferreira Bueno FregolãoHelaine Neves EvangelistaIngrid Rodrigues do CarmoJackeline Mendes de OliveiraJefferson Santos de SousaLeandro Arruda MunhozLuciano BassiMaria Antonia CiocaMuriel Maria da SilvaRenata Régia Sousa B. de OliveiraRosemeire Matos RibeiroTelma de Jesus BatistaADVOGADOSAmanda Zanarelli Merighe

Arthur Felipe BernardiDaniela Alcantara de MeloDaniela Jacobina NemethEdgard Frota Escobar NetoJose de Almeida PessoaLeticia Romualdo SilvaLuiz Claudio DiasMariana da Costa MonteiroPaula Martins RonquiPaulo Henrique Pinto JunqueiraRafael Escanhoela VicenteRafael Lopes GonçalvesRenan Mendonça PivaRicardo PellegrinoSidnei Massaiti YashiroThais Karine Almeida TerecianoThiago Theodoro dos SantosWladimir Teruel Baena

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TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSPágina 4 Setembro/2012

Quanto tempo o senhor éformado ? Se formou onde?

Sou formado em direito há trinta enove anos pelas Faculdades Metropoli-tanas Unidas. Tive a sorte de contar comprofessores extraordinários como o Ál-varo Villaça de Azevedo e o Melo Almadaem Direito Civil, Rogério Lauria Tucci emProcesso Civil,e Amauri Mascaro Nasci-mento em Direito do Trabalho, e tantosoutros que me mostraram os caminhos doDireito. Quando me formei já era estagiá-rio do Departamento Jurídico da Texaco,onde permaneci advogando cerca de umano após a formatura.

Quais características que um bomadvogado deve ter?

O advogado precisa: a) dedicar-se per-manentemente ao estudo; b) ser organi-zado; c) ter coragem de enfrentar os de-mais operadores do direito, sempre comserenidade; d) ser aguerrido, lutando pelocliente até o fim; e) ser cauteloso (inclu-sive com os próprios clientes); f) conhe-cer as normas judiciais e extrajudiciais doConselho Superior da Magistratura; g)acompanhar, quase que diariamente, asinovações legislativas e os julgamentosrelevantes do STF, STJ e TJ; h) observare conhecer a vida jurídica que existe forado Judiciário, como Tribunal de Contas,Tribunal de Impostos e Taxas, Conselhosde Contribuintes, etc.; i) estar permanen-temente atualizado através da leitura dejornais, revistas, sites de notícias, etc.; j)participar sempre que possível das co-missões da OAB e demais atividades ins-titucionais.

Fazendo o curso de direito poderiater seguido como juiz, delegado

desembargador e promotor. Sendoassim por que preferiu ser advogado?

Iniciei minha vida profissional comoadvogado interno de grandes empresas,como a Texaco e depois na Telesp. Porum acaso virei promotor de justiça. È que,certo dia acompanhei um colega que tam-bém era advogado da Telesp até o cursi-nho preparatório do Damásio. Na épocaainda era um curso com poucos alunos efiquei encantado com a conversa do Da-másio sobre Direito Penal. Assim matri-culei-me no curso apenas para fazer umareciclagem. Mas, no primeiro concursoque apareceu, eu me inscrevi e fui apro-vado. Foi uma experiência muito boa. Masanos depois eu me aposentei e não tivedúvidas, voltei imediatamente para a ad-vocacia . Falei para o então presidente danossa Subsecção: aqui é o meu lugar.Tenho muito orgulho de ser advogado.

Qual o ramo em que atua?Por que escolheu essa área?

Atuo na área do Direito Público e, na

área do Direito Penal nas infrações impu-tadas a agentes públicos, detentores demandato ou servidores. Gosto muito deexercer a defesa nas ações de improbida-de administrativa. Em todas essas açõesé necessário o domínio do direito consti-tucional e administrativo. Exerço tambéma advocacia no campo do direito imobili-ário, notarial e registral. Na verdade nãoescolhi essas áreas, mas são campos doDireito dos quais sempre gostei e estu-dei muito. Temos no escritório causas deDireito Eleitoral, mas nessas quem atuapreponderantemente é meu filho, Dr. Ál-varo Bernardino Filho, que conhece mui-to bem a matéria.

Já recusou a pegaralgum caso por ir contra aos

seus principios morais?Não, Nunca fui procurado para uma

causa que me obrigasse a questionar prin-cípios morais. Talvez porque o meu cam-po de trabalho seja limitado. Mas não hánenhuma causa no universo jurídico queseja moralmente indefensável. Em todasé necessária a presença do advogado, atémesmo para que a espada da Justiça nãofira além do que a lei permite.

O que o Sr. acha do Exame de Ordem,qual sua real importância

no âmbito jurídico?É essencial para a defesa da coletivi-

dade. As faculdades de direito formambacharéis, não necessariamente advoga-dos. A existência do exame de ordem éuma garantia para o cliente de que aqueleprofissional ostenta, ao menos, os requi-sitos mínimos exigidos para o exercícioprofissional. É uma conquista fundamen-tal da advocacia e deve ser preservada.Algumas pessoas falam que o exame deordem é mera reserva de mercado. È por-que desconhecem como é complexo omundo jurídico e os meandros dos Juízose Tribunais. Quem não estiver capacita-do não pode advogar.

O que acarretaria se oExame de Ordem fosse extinto?

Certamente os direitos de muitos seri-am jogados na lata do lixo. Alguns retru-carão dizendo que se o advogado é fracoo juiz pode corrigir, equilibrando a conten-da judicial. Mas isso não é verdade.O ad-vogado é quem elabora a inicial ou a con-testação, definindo os pontos controver-tidos da lide, aos quais o magistrado estáadstrito. Nem sempre o magistrado conhe-ce o direito aplicável, pois nossa legisla-ção é um emaranhado de normas, e aí cabeao advogado apontar. O advogado inep-to perde prazos prescricionais e proces-suais, argumenta mal, induz o cliente aaventuras judiciárias, não sabe produziras provas necessárias, orienta mal, não

sabe sustentar oralmente, não sabe pes-quisar a jurisprudência adequada, nãosabe introduzir novas teses construídassob o mesmo arcabouço do direito posi-tivo. É preciso aquele mínimo de capa-citação atestado pelo exame de ordem.

Como o Sr. analisa a questão dasuspeição e da imparcialidade do

Juiz? Na prática realmente ocorre?Certamente que ocorrem casos de

suspeição e parcialidade. Mas, graçasa Deus, a esmagadora maioria dos ma-gistrados é composta por gente séria,equilibrada e serena. O que prejudica éo excesso de serviço. É absolutamenteimpossível o juiz trabalhar bem em to-dos os processos, havendo que cuidarde milhares de feitos. Por isso algunspequenos senões devem ser perdoadose creditados ao volume de trabalho.Mas, para isso é que os advogadosdevem estar permanentemente vigilan-tes.

O que levou o Sr. a atuar neste ramodo direito e não em outros? Vc se

sente realizado, mudaria algo paramelhorar? Como é sua relação com

os outros advogados?O campo em que atuo é o campo que

conheço, é o Direito que eu gosto. Nãotem nada a ver com compensação finan-ceira. Aliás é um erro o jovem advoga-do encaminhar-se para determinada áreaque ele entenda ser lucrativa. Bastaacompanhar seu pendor, suas qualifi-cações e o reconhecimento profissio-nal virá a seu tempo. Intimamente es-tou realizado com a profissão. Externa-mente, porém, há muito para mudar, paraaperfeiçoar. A advocacia de hoje é dife-rente daquela praticada alguns anosatrás. O advogado deve evoluir, acom-panhar as novas tecnologias, estudaros novos ramos do conhecimento jurí-dico que estão surgindo. Quanto aorelacionamento com os outros advoga-dos, confesso que é muito pouco. Otempo é escasso, sou pessoa dedicadaà leitura e à família. Gostaria de ter maiscontacto com os colegas. Nos proces-sos e audiências respeito muito o pro-fissional e jamais o confundo com a cau-sa ou com a parte contrária.

Quais os problemas que vcenfrenta no cotidiano?

Os mesmos que os outros advoga-dos: os processos não andam, o atendi-mento nos cartórios é precário, audiênci-as que não começam no horário marcado,a necessidade de constante atualização,o rigoroso controle dos prazos, a dificul-dade de encontrar tempo para a vida pes-soal . E por aí afora.O que vc diria para um aluno que está

cursando o primeiro mês de direito?1)Estude atentamente cada um dos

manuais, você não terá tempo depois paravoltar a esses estudos, pois virão os ma-nuais das outras disciplinas; 2) Não sepreocupe em decorar textos de lei. Elesestão sempre disponíveis. O importanteé procurar entender bem os institutos decada área do direito. Por exemplo, enten-da bem o que é livramento condicionalmas não se preocupe em conhecer todosos requisitos, pois isso está na lei.Bastaconsultar; 3) Escreva no seu caderno, noseu quarto, no seu escritório a seguintefrase: o direito se exerce pensando. Mui-tos operadores do direito se esquecemdisso e imaginam que advogar é copiarpetições, repetir nos autos bobagens ju-rídicas encontrada na Internet, etc. Cadaato praticado deve ser pensado.

Qual foi a pior dificuldadeque vc já enfrentou?

Com certeza foram os anos de facul-dade. Profissionalmente a dificuldade,às vezes, está no encontro ou na escolhada melhor solução jurídica. A notícia boaé que tudo tem solução no mundo jurídi-co. Algumas são mais demoradas ou cus-tosas, mas solução sempre há.

Como é o mercado de trabalho para advogados recém formados?O mercado está muito competitivo,

muito seletivo. Apesar disso há muito es-paço para gente boa. O jovem advogadoencontra lugar nos departamentos jurídi-cos ou nos médios e grandes escritóriosde advocacia. É um bom caminho. Ele po-derá se tornar sócio ou, depois de algumtempo, abrir o próprio escritório em parce-ria com outros colegas. Recomendo tra-balhar no começo com profissionais expe-rientes. Quanto à continuidade dos estu-dos, os cursos de especialização são maiseficientes nesse começo de vida do queos cursos de mestrado. É bom acompa-nhar as palestras das entidades de classee é muito importante fazer os cursos pro-movidos pela ESA, especialmente os mi-nistrados por colegas já calejados por anosde batente e que entregam ao jovem cole-ga, de bandeja, a experiência acumuladaem muitos anos de advocacia.

Dr. Álvaro Bernardino

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Página 5TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSSetembro/2012

O Código de defesa do Consumidor(CDC), indubitavelmente trouxe ao direitobrasileiro um novo “plus” às demandas queenvolvem as chamadas “relações de con-sumo”, ou seja, aquelas existentes entre osconsumidores (art. 2º CDC) e os fornece-dores (art. 3º CDC). Ressalte-se que o legis-lador consumerista, teve nítida preocupa-ção com os direitos ou interesses coletivos(assim entendidos os difusos e coletivos).

Nesse diapasão, na hipótese de julga-mento de improcedência da ação coletiva,seja por falta de provas ou pelo não reco-nhecimento do direito pleiteado, referidadecisão, não vinculará os consumidoresindividualmente , exatamente porque con-trariará os seus interesses, afastando-se,portanto, do critério disposto no § 1º doart. 103 do CDC.

Registre-se que o CDC contempla ain-da nesse tocante uma ressalva relativa àação coletiva, que tenha por objeto a de-fesa de direitos individuais homogêneos(aqueles que embora individuais por te-rem relevância social são equiparados aoscoletivos), neste caso, seja qual for o fun-damento para o julgamento de improce-dência, nos termos do § 2º do art. 103, oconsumidor que tiver integrado a lide comolitisconsorte, estará impedido de proporsua demanda individual, uma vez que, esteconsumidor se vincula plenamente aosefeitos da decisão judicial . Os demais con-sumidores, conforme disposto no mesmodispositivo legal, estarão livres para pro-por suas ações individuais.

NO QUE SE REFIRA À SENTENÇAFAVORÁVEL AO CONSUMIDOR

Os incisos I, II e III do art. 103 do CDC,disciplinam os efeitos da sentença na açãocoletiva. Logo, é correto asseverar que,um processo coletivo, só terá sentido se,em algum momento, a decisão nele profe-

Da coisa julgada e seus efeitos na previsãodo código de defesa do consumidor

rida, vier a atingir também uma coletivida-de de consumidores, (determinada ou in-determinada).

Assim, torna-se relevante analisarquais são os efeitos da sentença em açãocoletiva quando favorável ao consumidor.Cediço, que a sentença desfavorável nãopode prejudicar o consumidor individual-mente considerado, o julgado favorávelnecessariamente vai beneficiar esse con-sumidor.

Assim, de acordo com o art. 103 CDC,os efeitos da sentença coletiva, serão ergaomnes (quando o objeto da ação coletivafor direitos difusos), ultrapartes , (quandoo objeto da ação coletiva for direitos cole-tivos), e erga omnes (quando o objeto daação coletiva for

Naquilo que se refira aos direitos difu-sos, não há duvidas, que, pela própria na-tureza desse direito, não haveria comonegar o efeito erga omnes para esta sen-tença. Porquanto, esses direitos ou inte-resses, são indivisíveis, e não têm titula-res determinados, não haveria como a sen-tença ter seus efeitos determinados a pes-soas específicas ou até mesmo a regiões.É que todas as pessoas que estão ligadasentre si por uma circunstância de fato sebeneficiarão necessariamente desta deci-são. Na hipótese de uma publicidade abu-siva veiculada por uma rede de TV aberta.Imaginemos que um juiz de Direito de umdeterminado Estado da federação, aco-lhendo uma ação coletiva, determina a re-tirada da publicidade do ar. Logo, ante ascaracterísticas do veículo de comunicaçãoem análise, torna-se cediço que essa pu-blicidade não atingiria apenas os consu-midores daquele Estado. Se assim não ofosse, seria como se o Magistrado disses-se que esses direitos têm titulares deter-minados, o que conflitaria com a próprianatureza desses direitos. Neste sentido,evidente que não há como a referida sen-tença favorável deixar de produzir efeitoserga omnes.

Ainda sobre o conteúdo disciplinadono artigo 103, quanto aos efeitos da sen-tença favorável em direitos coletivos, olegislador não disse que seus efeitos seri-am erga omnes, mas, sim, ultrapartes. Ora,se esses direitos, ao contrário dos difu-sos, têm titulares determinados, somenteesses titulares podem beneficiar-se, nãohavendo como dizer que, nesse caso, osefeitos seriam erga omnes. Esse efeito podeextrapolar as partes envolvidas, mesmoquando se trata de ação coletiva propostapor uma associação. Não são apenas osassociados desse substituto processualque se beneficiam, mas também todo equalquer consumidor, que, mesmo não in-tegrando a associação, faz parte da rela-ção jurídica base (liame jurídico existenteentre eles). Por isso, diz-se que a sentençatem efeito ultrapartes. Os consumidoresque se encontram ligados entre si por essarelação jurídica base, é que poderão sebeneficiar dos efeitos desta sentença.

Por outro lado, o legislador, ao cuidar,no inciso III do art. 103 do CDC, dos efei-

tos da sentença procedente em direitosindividuais homogêneos, diz que os mes-mos seriam erga omnes. Evidente que, pelaprópria natureza do direito envolvido, queé divisível e de titularidade determinada,apenas os consumidores envolvidos narelação jurídica, que nasce a partir de umaorigem comum, é que podem se beneficiardos efeitos dessa sentença. O termo ergaomnes, nesse caso, foi utilizado de formainadequada pelo legislador, pois não hácomo uma sentença que atinge pessoasdeterminadas ter um efeito para além des-ses consumidores. Há, necessariamente,um efeito coletivo; pode-se, inclusive, di-zer ultrapartes, nos mesmos termos dosefeitos da sentença indicados para os di-reitos coletivos, mas não há fundamentojurídico para que os mesmos possam serconsiderados erga omnes.

DA COISA JULGADA NA AÇÃOCOLETIVA EM RELAÇÃO À LEI

NÚMERO 9.494/97 ( que disciplina aaplicação da Tutela Antecipada contra a

Fazenda Pública, altera a lei número7.347 de 24 de julho de 1985)

Neste contexto, tem-se discutido a des-peito dos limites territoriais da coisa julga-da da ação coletiva. Por exemplo tomandopor base uma ação coletiva julgada proce-dente por um Juiz Estadual de determina-do Estado brasileiro. indaga-se: “ O cum-primento desta decisão, pode ser reclama-do para além daquela localidade , ou sejaatingir outros Estados da federação? Emconsonância com o espírito do CDC, noque pertine aos direitos coletivos, essadelimitação territorial nem existiria, em res-peito à coisa Julgada, assim, a coisa julga-da atingiria sim, todos os consumidoresrelacionados com os direitos difusos co-letivos ou individuais homogêneos, vio-lados, residam ou não os consumidoresna localidade de onde a decisão fora pro-manada. Entretanto após o advento da leinúmero 9.494/97 de 10 de janeiro de 1.997que disciplina a aplicação da Tutela Ante-cipada contra a Fazenda Pública, e altera alei número 7.347 (a qual disciplina a AçãoCivil Pública de responsabilidade por da-nos causados ao meio ambiente, ao con-sumidor, a bens e direitos de valor artísti-co, estético, histórico, turístico, e paisa-gístico) , de 24 de julho de 1.985 , discute-se se a coisa julgada em tais hipóteses deação coletiva, não deveria estar limitadaao território do juiz que a julgou .

Nessa esteira, é certo que a Lei núme-ro 9.494/97, deu nova redação ao art. 16da Lei da Ação Pública, quando prediz :

“A sentença civil fará coisa julgadaerga omnes, nos limites da competênciaterritorial do órgão prolator, exceto se opedido for julgado improcedente por in-suficiência de provas, hipótese em quequalquer legitimado poderá intentar outraação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova”

Como se denota, a atual redação do

artigo 16, tem por objetivo impedir qual-quer efeito da sentença , na ação civil pú-blica, para além da área inerente à compe-tência territorial do magistrado julgador.Porém é de se ressaltar que a doutrina pa-cificamente tem defendido o entendimen-to de que a modificação na redação do art.16 da Lei n. 7.347/85, não atinge as açõescoletivas para a defesa dos interesses dosconsumidores.

Isto se dá porque não é toda alteraçãoda lei, n. 7.347/85, que vai obrigatoriamen-te atingir as ações coletivas disciplinadaspela Defesa do Consumidor em Juízo, por-quanto o art. 21 da LAP (Lei da Ação CivilPública), manda aplicar o CDC, mais preci-samente nesse tópico (Titulo III), no quetoca aos direitos difusos, coletivos e indi-viduais, no que for “cabível”. Logo, é dese concluir que o CDC, poderá aplicar sub-sidiariamente as disposições da LAP, bemcomo na aplicação da LAP pode-se utili-zar subsidiariamente o CDC, naquilo quefor “cabível”.

Ressalte-se que há dissenso quanto aaplicação subsidiaria do art. 16 da LAP, àsações coletivas regidas pelo CDC , vez queo artigo 93 do CDC, já disciplina exatamenteo mesmo assunto, qual seja, o da compe-tência territorial do órgão prolator da sen-tença em ação coletiva.

Nesse diapasão, o artigo 93 do CDC,define a competência, excepcionando oscasos de competência absoluta da JustiçaFederal (na hipótese da União integrar opolo passivo da demanda coletiva), aforatais circunstancias, a competência serásempre da Justiça comum. Essa competên-cia vai ser ditada pela extensão dos danosgerados ou que possam ser gerados antea violação do direito difuso, coletivo ouindividual homogêneo, que pode ser noâmbito local, regional ou nacional. Se es-ses danos são de âmbito local, o Juiz Esta-dual competente é do lugar da ocorrênciados mesmos; se os danos são de âmbitoregional ou nacional, o Juiz competenteserá o da capital do Estado ou do DistritoFederal, conforme o caso.

BIBLIOGRAFIA :SAAD, Eduardo Gabriel, Comentários

ao Código de Defesa do Consumidor, Lein. 8078 de 11.9.90, Editora LTR, 1991;

MARQUES, Lima Cláudia, BENJA-MIN, V. Herman Antônio, Comentários aoCódigo de Defesa do Consumidor – Arts.1º a 74 – Aspectos Materiais, Editora Re-vista dos Tribunais, 2003;

FINKELSTEIN, Maria Eugênia , SAC-CO, Neto, Manual de Direito do Consumi-dor, Editora Campus Jurídico, 2010;

KHOURI, Paulo Roberto Antonio, Di-reito do Consumidor, Contratos, Respon-sabilidade Civil e Defesa do Consumidorem Juízo, Editora Atlas, 2005;

NUNES, Luis Antonio Rizzato, Cursode Direito do Consumidor, Editora Sarai-va, 2009;

ANDRADE, Ronaldo Alves de, Curso deDireito do Consumidor, Editora Manole, 2006.

Helcio Benedito Nogueira é advo-gado professor universitário dasdisciplinas de direito ProcessualCivil , Direito Civil e Direitos do

consumidor da UniversidadeGuarulhos

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TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSPágina 6 Setembro/2012

1) Como está sendo seu inicioda carreira?

Está sendo ótimo, sempre quis ad-vogar, após a aprovação no exame deordem fui indicada por uma amigapara ingressar no escritório GrossiEsmeraldo que me deram a oportuni-dade de iniciar minha carreira, estoufascinada pela advocacia.

Dra. Patricia Alves Felipe2) Qual á área do direito está

atuando?Estou mais envolvida com a traba-

lhista que a área que tenho mais afini-dade, devido ter trabalhado durantesete anos em depto de pessoal lidandocom o direito do trabalho diariamen-te, por isso me sinto mais a vontadecom a matéria, pretendo me especi-alizar nessa área, mas também ampli-ar meus conhecimentos em outrasáreas que estão em alta no mercado,como imobiliário e tributário.

3) Qual foi a pior dificuldadeque já enfrentou como advogada?

Na verdade não encaro como difi-culdade, mas como desafios, todos osdias me deparo com o novo mesmopor que sou inexperiente, o dia a diade uma advogada iniciante não temrotina, mas poderia citar como maiordificuldade da profissão em si é a mo-rosidade do judiciário.

4) O que é imprescindível paraser um bom advogado?

Acredito que é necessário gostarde advogar, e não pensar só no dinhei-ro, pois demanda muita dedicação, énecessário gastar tempo com estudo,abrir mão de momentos de lazer e des-canso, e claro não poderia deixar decitar a ética que é essencial para qual-quer profissional.

5) Você teve alguma influenciafamiliar para estudar direito?

Não, sou a primeira da família, eué quem tenho influenciado agora, te-nho um primo que está cursando o pri-meiro ano de direito, eu o aconselheia casar-se com os livros, por que eletrabalha em outra área assim como eutrabalhava em outra área na época queestudava, ou seja, não era estagiáriacomo a maioria dos colegas de sala, oque dificultava o entendimento em de-terminadas matérias optei por não es-

tagiar por que a empresa onde eu tra-balhava custeava meu curso.

6) Quando que começou a au-tuar na área jurídica?

Iniciei no final do curso em 2011,um mês antes de terminar a faculda-de, passei no concurso para estagiá-rio da Defensoria Pública do Estado,foi quando sai da empresa onde eutrabalhava, e comecei a me dedicarsomente ao direito, adorei a experi-ência, percebi que a prática é dife-rente da teoria e também a importân-cia do advogado na sociedade.

7) O que achou da recepção daOrdem dos Advogados?

Fui bem recepcionada, os funcio-nários são prestativos, e as salas daordem nos fóruns são funcionais sousempre bem assistida, sempre quepossível estou participando dos even-tos e cursos da casa, pois, acho deextrema valia para o advogado.

As prerrogativas, a ética e a advocaciaA nossa Constituição Federal afirma e

assegura que o advogado é essencial àadministração da justiça, o que reforça asua legitimidade para atuar na luta pelosdireitos sob seu patrocínio, destarte, naimportância de seu mister, que, aliás,tem status de múnus público, de modo quenão poderá ser atingido por qualquer abu-so de poder, sob pena de estarem sendoatingidos, em primeiro plano, o exercíciodo múnus do Advogado, como profissio-nal, e o da Advocacia e, em segunda aná-lise, o direito de seu próprio constituinte,ferindo frontalmente o principio constitu-cional da isonomia.

Deste modo podemos afirmar que aconduta do Advogado terá tão ou maislegitimidade quanto à vinculação de seusatos à norma jurídica, posto que, acober-tado pelas regras de conduta previstas emlei está imune a qualquer censura ou abu-so dos seus direitos no exercício de seuofício. É claro que mesmo assim vimosconstante e costumeiramente o Advoga-do sendo alvo e vitima de restrições detoda ordem, no exercício de sua profissão,contudo, deve, cada vez mais e com maisafinco e força, utilizar-se dos meios paraque se coíba, suprima e cesse o abuso,vez que sua ação se pauta pela lei.

De outro lado a justificar as prerrogati-vas, temos que o Estado Constitucional émais do que um Estado Democrático deDireito e neste cerne não há mais espaçopara o abuso de poder em qualquer de suasvertentes. O elemento democrático do Es-

tado não foi apenas introduzido para equi-librar poder, mas, também pela necessida-de de legitimação e manutenção do pró-prio poder. Se quisermos um Estado cons-titucional assente em fundamentos não me-tafísicos, temos de distinguir claramenteduas coisas: Primeiro é a legitimidade dodireito, dos direitos fundamentais e do pro-cesso de legislação no sistema jurídico;Segundo, é a da legitimidade de uma or-dem de domínio e da legitimação do exer-cício do poder político, e estas premissaspor muitas vezes se tornam visões turvase deturpadas do próprio Estado, do Di-reito lato sensu e do exercício e garanti-as constitucionais dos quais se inserem onobre ofício da advocacia e as prerroga-tivas do Advogado.

Por ser a ciência do Direito de cunhoeminentemente axiológico ou valorativofundada predominantemente nos valores davida, segurança e justiça,o advogado defronta-se com duas realida-des que devem constituir sua conduta diá-ria, qual sejam, a moral e a ética. Logo, ocomportamento do advogado deve, sem-pre, estar vinculado à ética e à moral, quesão guias de conduta cuja não observân-cia poderá provocar situações de abuso depoder em face do mau uso desuas prerrogativas. Por esta razão temos aaplicabilidade do Código de Ética da OABde 13 de fevereiro de 1995, que regulamen-ta o exercício da profissão de advogado eem seu artigo 2º, parágrafo único, inciso Idispõe que o advogado deve “preservar em

sua conduta, a honra, a nobreza e a digni-dade da profissão, zelando pelo seu caráterde essencialidade e indispensabilidade”Não há que se confundir, portanto, a con-duta do advogado e a violação de suas prer-rogativas profissionais, como, também, emais especialmente, não havemos de con-fundir ofensa e violação de prerrogativascom o indeferimento de pleitos submetidosem juízo, que se refere ao direito não acolhi-do da parte que o constituiu e desafia re-curso em medida própria e não ofensa àsprerrogativas do profissional.

É certo, pois, que o Advogado, no exer-cício de vital função ao Estado Democráti-co de Direito, deve ter seu exercício vincu-lado ao princípio da legalidade, à isono-mia, à honra, ética e moral, para que entãopossa exigir suas prerrogativas e evitar queoutrem as viole. O abuso de poder decorreessencialmente da não observância des-ses princípios, pois o agente exaczerba-sena conduta de forma a transgredir a nor-ma, atingindo o direito do Advogado.

O abuso de poder que anule quaisquerdas prerrogativas do advogado deve sercoibido de imediato e continuamente, nãoapenas pelo profissional do direito, mastambém e, sobretudo, por toda a classedos Advogados, como prevê o artigo 44,II do Estatuto da Advocacia e da OAB, epelo próprio Estado, pois vai de encontroaos fundamentos e princípios de sua es-trutura orgânica, podendo trazer prejuízosirreparáveis aos patrimônios da parte, dosadvogados e da própria administração

pública, o que repercute na harmonia quedevem ter os seres humanos no convívioem sociedade.

Afirmo que as prerrogativas do Advo-gado são verdadeiros direitos humanos,decorrentes dos direitos invioláveisà liberdade, dignidade e ao livre exercíciode trabalho lícito, alçados a nível constitu-cional, constituindo a sua defesa em face doabuso de poder, em luta legítima, constantee incessante em favor do exercício da advo-cacia, da legalidade e do estado democráti-co, cuja existência e observância passa, se-não, pelos crivos vigorosos da Advocacia edos Advogados.

Dr. Jose Pedro Chebatt Junior

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Página 7TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSSetembro/2012

A Exclusão das empresas do Refis da Crise Lei 11.941/09e a possibilidade de um novo Refis agora em 2012

Dr. ALEXANDRE PARRA

Após dois anos de adesão ao pro-grama fiscal titulado Refis da Crise,como já era previsto, uma quantidadeexpressiva de empresas vem sendo,atualmente, excluída do programa deparcelamento. Conforme a Procura-doria Geral da Fazenda Nacional(PGFN), dos quase 250 mil contribu-intes que realizaram a consolidação aoRefis, mais de 130 mil tiveram seusparcelamentos cancelados por erros equase duas mil empresas questionam,por meio judicial, suas exclusões doprograma.

Mesmo a pena de exclusão, pre-vista no parcelamento fiscal, decisõesde primeira e segunda instâncias ga-

rantem a reinclusão de empresas aoRefis. O Judiciário tem mostrado en-tendimento que erros na consolidaçãoou perca de prazo pela pessoa jurídicanão justificam uma pena tão severa.Atualmente, importantes decisões de-terminaram a volta de empresas aoRefis, considerando muito abuso naburocracia, afinal a PGFN publicou 11portarias conjuntas nos últimos doisanos sobre a matéria.

Em muitos casos, contribuintes es-tão sendo excluídos automaticamentesem notificação prévia, atitude consi-derada inconstitucional por violar oprincipio do devido processo legal.

Notadamente muitas empresas quejá foram excluídas do referido refis,sequer estão cientes da referidas ex-clusão, ante a ausência de notificaçãode sua exclusão e basicamente são sur-preendidas com a inclusão dos débitosobjeto do parcelamento no Cadin, bemcomo quanto citados de uma execu-ção fiscal.

Fica cada vez mais evidente, sobo ponto de vista jurídico, que várias ex-clusões vêm extrapolando a vontadeexpressa pelo legislador e ferindo oprincipio da legalidade, razoabilidade e,principalmente, da isonomia entre con-tribuintes, uma vez que os órgãos fis-cais, por meio de portaria conjunta, de-cidiram prorrogar o prazo para conso-lidar os débitos apenas para as pesso-as físicas sem dar o mesmo tratamen-to às pessoas jurídicas.

Em recente consulta a Receita Fe-deral, verificamos que esta já está mu-dando o seu entendimento, conforme

assim ficou publicado na Solução deConsulta nº 14/2012.

Na referida consulta, onde o obje-to é justamente os parcelamentos dedébitos fiscais perante a Receita Fe-deral em andamento (ordinário ou es-pecial), a retroatividade benéfica pre-vista no artigo 106, II, “c”, do CTN,ou seja, o contribuinte que tiver umparcelamento em andamento, sobre-vindo uma legislação nova com maisbenefícios voltados ao parcelamentode débitos (ex.: Refis, Paes, Paex,PPI), o parcelamento em andamentotambém deverá sofrer automaticamen-te as (maiores) reduções previstas pelanova lei, independentemente de migra-ção ou desistência.

Por outro lado, a referida Soluçãode Consulta não autoriza a retroaçãorelativamente às parcelas já pagas, masapenas sobre o saldo devedor existen-te à época da nova lei mais benéfica.

Nesta toada Receita Federal tam-bém já deu o seu parecer favorávelpara a aprovação do Projeto de Lei3.091/2012, que reabre por dois me-ses o prazo para as empresas inscri-tas no programa consolidarem as in-formações necessárias sobre as dívi-das a serem parceladas. O prazo é deaté 15 anos, com desconto de até 90%nas multas e 40% nos juros.

A provável abertura do prazo deadesão ao Refis da Crise foi delibera-do neste mês pelo relator na Comis-são de Finanças e Tributação de doisprojetos de lei sobre o tema, que argu-menta que irá dar parecer favorável àproposta de Novo Parcelamento por

já constar na previsão orçamentária de2013 a renúncia fiscal relativa ao be-nefício.

Sobre o mesmo Prisma ainda exis-tem duas emendas, dos senadores JoãoVicente Claudino (PTB-PI) e CyroMiranda (PSDB-GO) apresentadas à

Medida Provisória 574, do Execu-tivo, propõem que a data de adesão aoRefis da Crise seja estendida para 31de dezembro de 2012. Se as emendasforem aprovadas e sancionadas pelapresidente Dilma Rousseff, as empre-sas e pessoas físicas poderão pagar,em até 360 meses (30 anos), dívidastributárias, vencidas até 31 de dezem-bro de 2011, com descontos nas mul-tas e juros.

A Receita Federal, em princípio, écontrária a este tipo de proposta, quetem sido aprovada rigorosamente acada três anos, desde 2000, e justa-mente em período de disputa eleitoral.Mas num cenário de turbulência inter-nacional e de eleições, a proposta pa-trocinada por dois senadores e um de-putado pode ganhar impulso.

Entendemos de que ainda este ano,seja publicado um novo Refis (REFISDA COPA), com uma nova roupagem,com novos descontos, porém acredi-tamos mais simples para ser aderidodo que os anteriores que levaram maisde dois anos para serem consolidados.

Fones: DCI – Equipe Leite Melo& Camargo – RefisdaCrise.com –Daniel Moreira – Roberto Rodriguesde Morais – ABDT.

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TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSPágina 8 Setembro/2012

A ação regressiva de indenização,inserta no artigo 120 da Lei n.º 8.213/9,é o instrumento processual que viabili-za a autarquia previdenciária a alcançaro ressarcimento financeiro, em razãodas despesas realizadas com o pagamen-to de benefícios.

O INSS já vem se utilizando desserecurso em dois casos: Acidente de Tra-balho e Acidente Doloso de Transito.

No primeiro caso, cobram uma in-denização da empresa que não cumpriunormas de Segurança e Medicina doTrabalho; na segunda situação acionamo motorista que cometeu infração gra-ve desrespeitando leis terá que pagarpelos gastos do INSS.

Em 7 de agosto deste ano, o Institu-to Nacional do Seguro Social (INSS)ajuizou a primeira ação regressiva rela-cionada à violência doméstica e familiarpraticada contra a mulher.

Data esta escolhida por ser o ani-versário da Lei Maria da Penha (Lei nº11.340/2006), iniciando a 3ª geração deações regressivas propostas pelo INSS.

Por ano, cada caso de agressão custaR$ 13.350. Entre 2006 e 2011, a Justi-ça recebeu 685.905 processos enqua-drados na Lei Maria da Penha, sendoque 30.562 resultaram em prisões.

Com o manejo de tais ações regres-sivas, a Previdência Social ventila doisgrandes objetivos: diretamente, zelarpela integridade econômica do fundosocial resultante da arrecadação dascontribuições sociais, o qual não pode,

A nova geração de Ações Regressivas do INSSsimplesmente, deixar-se lesar por atosilícitos praticados por outrem, ao arre-pio do art. 7o, XXII, da CF/88; e, indi-retamente, de caráter pedagógico.

Segundo a opinião da advogada, pro-fessora, e presidente da Comissão deSeguridade Social da OAB Guarulhos,Dra. Tatiana Conceição Fiore de Almei-da, ao analisar de forma sumária, ob-serva que a ação de regresso resvala emquestões socioculturais e jurídicas eexplica: “sociocultural porque a agres-são doméstica e familiar não se resol-ve com atos e ação judicial ou comlei, porque se trata de uma questão queenvolve análise da formação do cida-dão; e jurídico que esbarra no quesitolegalidade, encontra respaldo no pró-prio nome da Ação REGRESSO, nadamais plausível que assegurar, à Previ-dência Social, o direito de ver-se res-sarcida pelas despesas que, injustifica-damente, terá que arcar em razão danegligência de outrem e em prejuízoda integridade dos recursos públicos,pois o erário é, em última análise, asociedade que o custeia, não podemassumir o prejuízo decorrente do atoilícito”.

Já o Dr. Adriano Elias Farah, con-templa outro posicionamento que podeser considerado para análise da questãoe esse é o fundamento dos que não ad-mitem a condenação, “por enquantopenso que a nova cobrança beira à ile-galidade, porque já há o financiamen-to pela sociedade à seguridade social,

através de contribuição aos cofres doINSS”, finaliza o advogado e vice- pre-sidente da Comissão de Seguridade So-cial da OAB Guarulhos.

Outro ponto, que se abre uma ce-leuma, no caso em comento é acercado prazo prescricional da ação de re-gresso a ser considerado.

Prescrição é a perda da oportunida-de de ajuizamento de uma ação em ra-zão do seu não exercício em determi-nado lapso temporal.

A Dra. Tatiana entende que: “porexpressa previsão constitucional, a pre-tensão de ressarcimento ao erário éimprescritível, nos termos do artigo 37,§5º, da CF/88, pois os ilícitos pratica-dos por qualquer agente que causemprejuízo ao erário submetem-se à pres-crição estabelecida em lei, exceto asrespectivas ações de ressarcimento. Poresse motivo, tem-se que o fundo dedireito da pretensão de ressarcimentonas chamadas Ações Regressivas Aci-dentárias é imprescritível. Quanto aisso, nada se discute”.

Dr. Adriano, diz: “como é cediço, nocaso das pretensões deduzidas pela Fa-zenda e contra ela, o prazo prescricio-nal fixado é o de cinco anos, consoanteo disposto no artigo 1° do Decreto20.910, de 06/01/1932: “nas hipótesesde inexistência de norma sobre pres-crição, quando se trata de ação judici-al do Poder Público em face do admi-nistrado, o Superior Tribunal de Jus-tiça vem adotando a aplicação princi-

piológica da isonomia, estabelecendoum paralelo entre o prazo de que dis-põe o administrado para acionar aAdministração com o que a FazendaPública poderia ter contra o particu-lar, aplicando as disposições constan-tes do Decreto n. 20.910/32, que esta-belece prazo qüinqüenal”.

Como podemos verificar muitos en-frentamentos jurídicos vão surgir sobreessa Cobrança ao Agressor do Benefí-cio Previdenciário pago pelo INSS avítima de violência doméstica e famili-ar, ainda mais quando mexe no órgãomais sensível do ser humano, o bolso.

Tatiana C. Fiore de Almeida(Presidente)

Adriano Elias Farah(Vice-Presidente)

A importância do estágio profissional

O estágio profissional, sem sombra dedúvidas, tem relevante importância no pro-cesso de aprendizado dos acadêmicos,uma vez que é o responsável por introdu-zir experiências práticas ao conhecimento

teórico adquirido nas faculdades.É sabido que atualmente existem está-

gios realizados junto à advocacia, facul-dades e órgãos públicos, como a JustiçaFederal e a Justiça Estadual, os quais pos-suem cada um, sua devida contribuiçãopara a formação dos futuros bacharéis eadvogados.

Por meio do estágio profissional, o aca-dêmico tem ciência de inúmeros conheci-mentos, os quais, muitas vezes, apenas ateoria não é capaz de fornecer, além decontribuir significativamente para a com-preensão da rotina jurídica.

A partir do 7° semestre os acadêmicosde Direito podem inscrever-se como Esta-giários junto a OAB, sendo ato opcional.Contudo, mesmo não efetuando a inscri-ção junto à entidade é necessário que rea-lizem o estágio junto à instituição de ensi-no, assistindo audiências cíveis, criminaise trabalhistas, e fazendo relatórios paracumprir as atividades complementares ne-cessárias para sua formação.

Inscrevendo-se como estagiário peran-te a OAB, o acadêmico passa a contar cominúmeros benefícios, como utilizar-se dosserviços da CAASP (farmácia, livraria,odontologia e outros serviços com des-

contos) e ter a Comissão do Estagiário dis-ponível para eventualidades, aumentando,também seu networking, já que a OABGuarulhos possui, atualmente, mais de4.500 inscritos, dentre advogados e esta-giários.

Ao efetuar o estágio profissional oacadêmico lida com a rotina da advocacia,efetuando atividades que apenas a práti-ca pode lhe fornecer, como por exemplo,visualizar processos reais, onde existemcasos concretos e não fictos, despacharpetições junto aos magistrados, efetuarcargas de autos, melhorar o vocabuláriojurídico e acompanhar em tempo real osandamentos processuais.

É necessário dizer que o estágio é ca-paz de melhorar, e muito, o saber técnicodos acadêmicos, uma vez que estarão,concomitantemente, aprendendo a teoriae a prática, conhecendo macetes, técnicasde argumentação, teses de recursos e ou-tros. Tem-se como exemplo a obrigatorie-dade de cópia do CPF da parte autora paradistribuir qualquer demanda perante a Jus-tiça Federal, o que, na maioria das vezes, éum conhecimento que apenas quem efe-tua estágio tem.

Ser estagiário não é, e nunca deverá

ser um demérito, pois, apenas estagiandose pode aprender a prática de forma céleree sem percalços futuros. Ora, é durante aprática que as dúvidas aparecem, princi-palmente aquelas que não são suscitadasnas academias. É no estágio que se devequestionar, debater e compreender comofunciona o judiciário, pois, após a forma-tura e a aprovação no Exame de Ordem, obacharel será advogado e precisará des-ses conhecimentos para a boa prática daadvocacia.

Por esse motivo, o estagiário precisaestar atento às oportunidades que lhe apa-recem, pois não é recomendável que sejamero mensageiro jurídico, muito menossimples boy jurídico. Não, é preciso queaprenda!

Ser estagiário é ser aprendiz e isso nãoquer dizer que não deva ir ao fórum, poisesse, também, é um tipo de aprendizado,devendo conciliar a rotina como um todo,elaborando peças, utilizando os serviçosinformatizados, debatendo a aplicação doDireito nos casos concretos e demais ocor-rências, já que é necessário que aprendaefetivamente a prática, sob pena de ter umestágio vazio, sem conteúdo, e o pior, semaprendizado.

Rodrigo Prates - Coordenador daComissão do Estagiário

da OAB Guarulhos

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Página 9TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSSetembro/2012

Chega um dia na vida de todos nósem que começamos a entender certasatitudes dos nossos pais. Isto geralmen-te acontece naqueles momentos emque temos um problema a enfrentar ea primeira idéia que nos vem à mentepara sairmos daquela situação é justa-mente a forma como nossos pais jáhaviam nos ensinado, e como todo jo-vem - naquela ocasião - não demosouvidos ao “velho”.

Viver em democracia é como vi-ver em uma grande família. A diferen-ça é que nesta última os pais são vita-lícios e naquela nós escolhemos nos-sos pais a cada eleição.

Em casa os pais fazem as regras eensinam seus filhos a cumpri-las, aquiloque antigamente se chamava “educa-ção de berço”. Na sociedade – damesma forma – quem faz as regrassão os nossos “pais eleitos”, porémestes não estão educando seus “filhos”para cumpri-las e isto é preocupante.

Pois, aquela saudável separaçãoque existia entre as regras criadas pe-los nossos pais vitalícios e aquelas cri-adas pelos nossos “pais eleitos” come-çou a se fundir de uns tempos para cá,ou melhor, nossos “pais eleitos” come-çaram a intervir nas regras de nossospais vitalícios.

Na esteira da Constituição Federalde 1988, começaram a surgir algumasleis e ações afirmativas que realiza-ram verdadeiras intervenções nas an-tigas regras que eram passadas degeração a geração nos seios familia-res, uma destas intervenções foi so-

O Trabalho Infantil no “País do Faz de Conta”bre como as famílias educavam seusfilhos para o Trabalho.

De forma sutil, mudaram a imageme o conceito que os pais tinham sobreo trabalho.

Faço parte de uma geração que ou-via constantemente a famosa frase: “Oque você vai ser quando crescer?”.Cresci recebendo incentivos para tra-balhar. Minha mente amoldou-se à estedogma e hoje tenho a convicção de queo trabalho engrandece o homem e namedida do possível, procuro passar estamensagem aos mais jovens.

Percebo que é uma mensagem es-tranha aos ouvidos de muitos jovens,que estão sendo educados pelos nos-sos “pais eleitos” para uma vida emque o mérito não tem tanto valor.

A adoção desta política populistatrouxe ao nosso ordenamento jurídicoalgumas leis que reduziram a possibili-dade de que o trabalho pudesse co-meçar a fazer parte da vida de um in-divíduo até os dezoito anos de idade.

Porém, não trouxe nada em trocapara preencher este tempo em que ummenor poderia estar “trabalhando”.

Não discuto as razões que leva-ram nossos “pais eleitos” a adotaresta política. Com certeza o objetivoera acabar com o trabalho infantil pre-judicial ao menor. Porém, passadosvinte e dois anos da vigência do ECA(por exemplo) assistimos a uma as-sombrosa participação de menores nosubmundo do crime. Muito bem as-sistidos por maiores de idade que nas-ceram ou cresceram sob a “tutela”destas leis de primeiro mundo.

Aumentada a criminalidade come-tida por menores, “magos do mundodas leis” querem agora diminuir a mai-oridade penal para a aplicação de pe-nas mais duras a estes jovens que pra-ticam crimes de adultos.

Atitude tão discutível quando fa-cilitar o acesso aos cursos superioressem melhorar o ensino básico.

É hora do Estado devolver o mú-nus da educação dos filhos aos ver-dadeiros legitimados para transmitir aestes os valores morais e a constru-ção do caráter.

E, para isto é necessário que o Es-tado priorize as verdadeiras políticaspúblicas voltadas aos núcleos familia-res para que estas voltem a viver dig-

namente, e isto envolve valorizar o tra-balho.

Estas entidades familiares e prin-cipalmente os jovens devem apren-der que o trabalho dignifica e engran-dece e não devem esperar nada doGoverno, senão aquilo que a Consti-tuição expressamente determina.

É hora de mostrarmos nossa in-dignação com estes “pais eleitos” quetrocam ações afirmativas verdadeiraspor ações de cunho evidentementepopulistas.

Resultado desta política “do faz deconta” é vermos um potencial empre-gador arredio à contratação de me-nores e um Estado não oferecendonada a estes jovens brasileiros.

É triste vermos pessoas optando

Antonio Carlos Kazuo Maeta

por um emprego informal (lícito ou ilí-cito) para não perder o direito à aju-da assistencialista do governo.

Porém, nada mais triste do que veros nossos jovens buscando subsistên-cia no “estado paralelo” que passoua utilizar desta mão de obra barata einimputável.

Acredito que cada um de nós deveaproveitar aquele minuto que aquelegaroto fica fazendo malabarismo nafrente de nosso carro para refletir:“Eu não deixaria meu filho fazer isto,se aquele “pai” que eu elegi não pen-sa desta forma, ele não pode me re-presentar.

E, assim participarmos efetiva-mente de uma cruzada pela consci-entização do exercício do voto.

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TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSPágina10 Setembro/2012

A função do homem que atua emqualquer das carreiras jurídicas, desdeas cátedras universitárias até a efetivafunção do julgador, deve ser orientadapelas múltiplas diretrizes do sistema so-cial humano.

É perceptível, principalmente nostempos modernos, que o bacharel emDireito tem esquecido sua função maisáurea, não mais se atentando à necessi-dade de, antes da importância do cargoou função que desempenha, se em car-go ou exercício de múnus público, seportar como jurista, analisando consci-enciosamente o reflexo que sua atuaçãoprofissional gera na esfera social e nodesenvolvimento filosófico das relaçõeshumanas.

A principio, percebe-se que as ino-vações modernas, advindas de uma des-culpa generalizada e forma de facilita-dora da vida humana, tem espremido ohomem social de tal forma que o tempode sua vida se torna exíguo para pensare teorizar sobre o movimento histórico,a filosofia e a ontologia, sendo certo queisto deveria fazer parte de seu trabalho,tanto quanto a militância forense, en-

O jurista e a filosofiatretanto, acaba por enterrar suas boasvontades em virtude do sentimento daausência de Justiça nas decisões de suaslides e, quando já no auge de carreira,desiste da tentativa de modificar o mun-do no qual vive através da luta aplicabi-lidade das Leis, correndo o risco de setornar mais egoísta na busca do suces-so pelo entendimento elitista do Orde-namento Jurídico e das reiteradas deci-sões dos Órgãos Judicantes.

Ocorre que, de maneira infeliz, des-de os bancos universitários, tem o Ba-charel se iludido na idéia de que as Leiscontém em seu escopo o mais puro sen-tido da justiça social e humana, faltandoapenas a aplicação delas por parte doEstado, esquecendo-se que este, comojá bem descreveu Hobbes, é o Leviatã.Ao inverso, se utiliza da concepção he-geliana de ser este Centro de Poder aúltima “ratio”, superior a tudo, comosíntese de tudo, proveniente da maiorcapacidade humana de desenvolvimen-to de organização.

Por suas decepções, o advogado seretira de sua necessária posição de ju-rista e se coloca apenas como um téc-nico de Leis, a serviço da primazia daordem pública, sem qualquer julgamen-to zeetético e propedêutico acerca darealidade que compõe a sociedade quevive. Bem em exemplo como Chaplindescreve o homem operário, em “Tem-pos Modernos”, o advogado tem seposicionado apenas colocando parafu-sos e apertando botões em máquinasjudicantes, procurando um resultadopré-determinado, sem pensar, pois faltatempo, no verdadeiro sentido de seu“mister”.

Não admirável que seja assim, em-bora muitos não admitam.

Uma causa da conseqüência ora des-crita é a falta de planejamento de estu-dos, a maior parte dos cursos jurídicosnacionais possui, tanto em filosofia,

quanto em sociologia, quando muito,apenas um ano de sua grade, na maiorparte apenas um semestre.

Há que se comparar, como disse oMestre Alysson Mascaro em uma con-ferência sobre Direito e Poder, no es-tudo do Código Civil, que possui 2046artigos, a grade tem início no primeiroano, se estendendo ao longo de todo ocurso, sem contar a repetição em Di-reito Empresarial, na certeza de que obacharelando aprenderá a Lei que de-fende a propriedade de forma que issose fixe em sua mente pelo resto da vida,já no estudo da CLT, que 918 artigos,além de Orientações e Súmulas maisvariadas, a grade jurídica destina, quan-do muito, um ano de estudos, pois quevisa a defesa do proletário, daquele que,na quase totalidade dos casos, nada pos-sui.

O sentido de Justiça deve ser vis-lumbrado por um horizonte muito mai-or que a relação entre o Direito e a Mo-ral, ou entre aquele e a Ética, deve serverificado nos atos de Justiça, mais doque atribuir a cada qual o que lhe per-tence, deve ser o sentido de dar a cadaser humano vivente a capacidade detransformar todo o seu potencial emato, que é ensinamento tão almejado etão confuso para o jurista, apesar daantiguidade deste ensinamento de Aris-tóteles.

Ainda, o olhar do advogado, paraque possa ser considerado um jurista,deve ir além da antiguidade, perpassar ahistória do mundo através da ótica filo-sófica e compreender as palavras deRousseau, no Discurso Sobre o Surgi-mento da Desigualdade Entre os Ho-mens, pelo qual diz o filósofo que talsurge no momento em que o primeirohomem cercou o primeiro espaço dizen-do – Isso é Meu! – e achou pessoassimples o suficiente para acreditarem.A partir deste momento, a capacidade

Michelangelo Calixto Perrella

da transformação em ato da maioria seprendeu nas mãos de poucos.

No desafio do campo político- jurí-dico brasileiro, o jurista, em regra, cos-tuma elogiar a Constituição Cidadã, de1988, sabedor de que esta é espelho detransformação no modelo Well FaireState.

Ocorre que, instado a se manifestarsobre o antigo Estado Soviético, costu-ma tecer da mais variadas críticas, mui-tas vezes incorretas, pois que a verda-deira seria dizer que tal Estado detur-pou idéias marxistas, propagando cer-tos pensamentos sobre a forma de pro-paganda negativa do pensamento mar-xiano de abolição do proveito de mão-de-obra, esquecendo-se que o modeloWell Faire surge em exato paradigma aoSoviético.

O jurista não pode correr o risco deter a mente tão fria e calculista da lega-lidade quanto exemplo da personagemInspetor Javert, criado por Vitor Hugo.

Entender que o trabalho é Ontoló-gico, diferencia o homem dos demaisanimais, sem que possa haver qualquerdistinção de importância por meio daforma de execução e observar a me-lhor maneira de construir a Justiça éfunção precípua do Jurista, que deve-ria tecer suas críticas ao exemplo deCastro Alves que, ao perceber ser aescravidão considerada justa por meiodos Códigos Legais e do Direito Re-gistral, fechou seus livros jurídicos ebrilhantemente denunciou a injustiça desua época com a expoente obra “Na-vio Negreiro”.

Essa é a meta proposta ao jurista,compreender os motivos geradores dacaracterística da sociedade, verificaratentamente a injustiça, mesmo que sejalegal, e modificar seu pensamento comrazão única de alcançar o entendimentodo justo, do necessário, mesmo que talseja só uma esperança, aparentementede cunho diáfano e etéreo, mas na cer-teza de sua futura materialização pormais consciência da mente dos homense mais justiça em seus atos.

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Página 11TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSSetembro/2012

Para maiores informaçõesacesse:www.oabguarulhos.org.br

PROGRAMAÇÃO 2012

PALESTRAS OABGUARULHOS

Palestra: Acordo Ortográfico –Tudo sobre o novo acordo orto-gráficoData: 03 e 04/10/2012 às 19h.(Duração: 1h. e 30 min.)Expositor: Dr. Clóvis Gualber-toInscrição: 1 Brinquedo Novo(No Valor Mínimo de R$ 5,00)

Palestra: Tramitação Proces-sual na Vara da Infância e Juven-tudeData: 16/10/2012 às 19h.Expositor: Juiz Dr. Daniel Iss-lerInscrição: 1 Brinquedo Novo(No valor mínimo de R$ 5,00)

Palestra: Direito Sucessóriono Novo Código CivilData: 22/10/2012 às 19:30h.Expositor: Dr. Wilson RicardoLigieraInscrição: 1 Brinquedo Novo(No valor mínimo de R$ 5,00)

Palestra: Advogado – Estrutu-rar para a ModernidadeData: 25/10/2012 às 19:00h.Expositor: Alexandre MottaInscrição: 1 Brinquedo Novo(No valor Mínimo de R$ 5,00)

Palestra: Função Social daEmpresa e Direito do TrabalhoData: 27/11/2012 às 19h.Expositor: Túlio Tayano Afon-soInscrição: 1 Brinquedo Novo(No valor mínimo de R$ 5,00)

CORALTodas as segundas-feiras

às 19h.

Local: Casa do Advogadode GuarulhosRua Luiz Faccini, nº 16 -Centro Guarulhos – SP [email protected]

PARTICIPEM:

GRUPO DE TEATROTodas as

sextas-feiras às 19h.

Local: Casa doAdvogado de GuarulhosRua Luiz Faccini, nº 16- Centro Guarulhos – SPContatos: Marlon Lelis -(11) - 2885-6997

email: [email protected] ou [email protected]

OUTUBRO - DIAS 08, 10, 15, 17 – 19:00h. às 22:00h.TEMA: CURSO PRÁTICO DE PROCESSO DO TRABALHOPROFESSOR: DR. ERALDO TEIXEIRA RIBEIRO

NOVEMBRO - DIAS 07, 14, 21, 28 – 19:00h. ÀS 22:00h.TEMA: PRÁTICA DE DIREITO DE FAMÍLIAPROFESSOR: DR. NELSON SUSSUMU SHIKICIMA

NOVEMBRO DIAS 05, 06, 12, 13 – 19:00h. às 22:00h.TEMA: CERTIFICADO DIGITAL E PROCESSO ELETRÔNICOPROFESSORES: DR. CARLOS ROCHA LIMA DE TOLEDO NETO eDR. CASSIO NAHAS TAVARO

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TRIBUNA DOS ADVOGADOS - 57ª SUBSEÇÃO GUARULHOSPágina12 Setembro/2012

A Ordem dos Advogados do Brasil, seção de São Paulo, convida asadvogadas e os advogados inscritos nas subseções de Arujá, Ferraz

de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mairiporã,Mogi das Cruzes, Poá, Santa Isabel e Suzano para participar do

18° ENCONTRO REGIONAL DE ADVOGADOS- GUARULHOS E REGIÃO -

8h30 - Recepção dos Inscritos - Café da Manhã

9h30 - Palavra do Presidente da Caixa de Assistência dos AdvogadosDr. Fábio Romeu Canton Filho

10h - Palavra do Presidente em Exercício da Ordem dos Advogados do Brasil Seção de São Paulo - Dr. Marcos Da Costa

11h - Aspectos Polêmicos e Relevantes no Direito Trabalhista

29 de setembro (sábado) - das 8h30 às 13h

Expositor - DR. GERSON SHIGUEMORIAdvogado Trabalhista; Professor Universitário da ESA; Palestrante na AASP

DEBATES ENTRE OS PRESENTESDiretoria da OAB SP, Diretoria da CAASP, Comissão de Direitos e Prerrogativas, Comissão de Assistência Judiciária,

Tribunal de Ética e Disciplina, Comissão do Jovem Advogado, Comissão do Acadêmico de Direito, Comissão da MulherAdvogada, Escola Superior de Advocacia, OAB Prev e CREFITO-SP.

Informações / Inscrições - Secional São Paulo - Vice-Presidência - Telefones: (011) 3291-8250/3291-8251

Traje esporte - Inscrições Gratuitas - Inscreva-se pelo e-mail: [email protected]ção Anfitriã: Guarulhos - Presidente: Dr. Fabio de Souza Santos

Apoio: Departamento de Cultura e Eventos da OAB SP - Diretor: Dr. Umberto Luiz Borges D´UrsoCoordenação Geral - Dr. Marcos da Costa - Presidente em exercício da OAB SP

Compareça e participe dos debates12h30 - encerramento dos debates - 13h00 - encerramento do encontro

Local - Hotel Mercure Guarulhos Rua Barão de Mauá, 450 - Guarulhos - SP

***Serão conferidos certificados de participação - retirar em até 90 dias*** - *** Vagas limitadas***

CIRCUITO SAÚDE - Durante o evento os presentes terão a oportunidade de participar das Campanhas de Prevenção ao Colesterol,Hipertensão, Diabetes e Hepatite C, submetendo-se a testes de resultados imediatos, verificação da pressão arterial com orientação

médica e massagens anti-estresse (quick massage).