setembro 2019 fevereiro 2020§ão...— o teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui...

51
Setembro 2019 Fevereiro 2020

Upload: others

Post on 16-Mar-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Setembro 2019Fevereiro 2020

Page 2: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Teatro Nacional São João

Teatro Carlos Alberto

MosteiroSão Bento da Vitória

Page 3: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Noto que as alegorias que pontificam na frontaria estão assinadas por Diogo de Macedo. Os estudos, todavia, são inconclusivos quanto à autoria da pletórica ornamentação das fachadas, apontando para o concurso de vários escultores, de várias oficinas. Algo análogo ocorre com uma temporada teatral, ao chamar artistas e companhias de ciência vária e proveniência múltipla. É de esperar que, sob a profusão de acontecimentos que esta agenda de programação noticia, se leiam os cinco eixos programáticos da nossa acção: Criação, com o progressivo recentramento da actividade na produção própria, sem se perder de vista a nossa vocação de co ‑produtor referencial; Descentralização, por via de uma expressiva circulação nacional e do desenvolvimento de projectos educativos que envolvam escolas da área metropolitana e da região; Internacionalização, mediante a renovação do vínculo à União dos Teatros da Europa e a criação de um programa de cooperação modelar como o que desenvolveremos com Cabo Verde; Património, com acções de conservação e projectos de valorização dos edifícios que nos cabe gerir e programar; e Edição e Mediação Cultural, através de um projecto editorial simultaneamente consistente e ousado e de um programa educativo que privilegia o universo escolar, envolve a comunidade e multiplica as possibilidades de acesso à experiência teatral. Ideais?

Desço à terra, finalmente. Piso de novo o chão da Batalha, diria que não tem já a mesma consistência. Pessoas e edifícios parecem ‑me ligeiramente transfigurados, como que tocados por uma outra luz. — O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo deste caderno, estaremos prestes a celebrar os 100 anos do Teatro São João, com as suas carrancas, a sua orquestra e as suas grinaldas de “pedra fingida”. — No teatro é tudo a fingir, no teatro é tudo a valer.

Bem ‑vindos.

No momento em que rascunho este texto, encontramo ‑nos a intervir nas fachadas do São João, reabilitando carrancas, grinaldas e outros ornatos. Sob o cimento armado, que recobre a alvenaria feita com as pedras herdadas do Real Theatro, há uma silenciosa sublevação em curso: as armaduras destes objectos escultóricos estão num acelerado processo de corrosão. O ferro expande ‑se, em alguns casos duplica de tamanho, e faz eclodir a peça, expulsando as argamassas. — Todo o teatro é estável, todo o teatro está em perigo. O que os técnicos de restauro fazem é tanto um ofício de ourives, recuperando pacientemente peças degradadas, quanto uma operação de desminagem: removem artefactos perigosos, engenhos em risco de desintegração e queda. — O teatro pode cair ‑nos em cima, o teatro eleva ‑nos.

Subo mais de trinta metros na cesta de uma grua sacolejante, que alguém manobra, do solo, com a destreza de uma criança ao comando da sua Playstation. (Suspeito que, lá de baixo, se divirta com a minha mal disfarçada aflição.) Sinto ‑me azoado, é difícil concentrar ‑me nas explicações de Esmeralda Paupério, engenheira do Instituto de Construção que supervisiona a intervenção. Invejo os pedestres — “a vida ali deve ser feliz”. Dou de caras com a Dor e o Ódio, com a Bondade e o Amor também, mulheres que, curvadas e de joelhos flectidos, atingem dois metros de altura. Apanha ‑me desprevenido a miríade de elementos que povoam a fachada: tambores e bandolins, a partitura de uma marcha militar, manuscritos de Goethe, um leão ou animal fabuloso, cornucópias, um bobo, uma gárgula, um fauno? Eu julgava conhecer o teatro, habito ‑o há vinte anos já. Não é assim, afinal. — O teatro dá ‑se todo em espectáculo, o teatro guarda os seus segredos. Seres de cuja existência não suspeitava olham ‑nos frontalmente ou de viés, alguns de órbitas vazias como Édipo. Vigiam‑‑nos, aterrorizados, compadecidos, ou deitando ‑nos a língua de fora. — O teatro é um lugar para vermos, o teatro olha ‑nos. Fosse na Batalha, a fotografia de Paulo Pimenta que envolve este caderno teria sido tirada da óptica de uma carranca.

O que nós vemos, o que nos olha*

Pedro Sobrado Presidente do Conselho de Administração

* Aproprio ‑me de um título de Georges Didi ‑Huberman. — Todo o teatro é um roubo, todo o teatro é uma dádiva.

Page 4: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Espaço Schengen

Schengen Area

Nuno Cardoso Director Artístico

Nuno Cardoso Artistic Director

O segredo da liberdade é o de iluminar os homens… Robespierre

A caminho de Setembro, Greta Thunberg viaja pelo oceano à força do vento e do sol, no bolso leva um discurso sobre o elefante na assembleia das Nações Unidas, o Aquecimento Global.

A caminho de Setembro, um político italiano em tronco nu viaja pelas praias do Adriático em campanha eleitoral, no bolso leva o medo e a exclusão, que espalham a morte num qualquer bote lotado de migrantes a meio do Mediterrâneo.

A caminho de Setembro, noutras praias de falésias brancas, um povo rachado ao meio leva no bolso o dia 31 de Outubro e o destino das gerações vindouras.

A caminho de Setembro, milhões de mulheres despedem ‑se dos seus colegas homens, no bolso levam as mesmas horas de trabalho mas um salário diferente.

A caminho de Setembro, passeamos todos o olhar pelo browser de eleição entre guerras, manifestações, massacres, intolerâncias, salpicados de gatinhos fofos, socialites e contratações do defeso. Tudo misturado com pop ups, cookies e add‑ons que nos palitam a privacidade com o fastio e incessante espalhafato das redes sociais. Tudo embrulhado na dormência dos 280 caracteres que o Oráculo Alaranjado tornou a letra sibilina do outro lado do Atlântico.

E o mundo gira, despedindo ‑se do Verão, dizendo olá ao Outono e a todas as Estações que se lhe seguem, numa revolução inexorável, aparentemente imperturbável ao tremor e ruído da sua superfície.

E Setembro chega e com ele uma nova temporada. Uma temporada assimétrica, interrompida em Fevereiro por uma surpresa guardada shakespeareanamente para os Idos de Março.

A questão é que Temporada, que Teatro, que rosto pode o Teatro Nacional São João oferecer ao seu Público, à Cidade, ao Mundo?

O teatro, fazer e fruir teatro, é um fenómeno particular, desafia as leis da física. O Espaço, o Tempo e a Gravidade ganham outras propriedades, o mundo roda ao contrário e as Estações são convocadas desordenadamente ao gosto do gesto, da palavra ou do olhar. O teatro cria uma respiração que se dilata em imaginação e nos dá a nesga, o ínfimo espaço de manobra, para que no silêncio nos possamos reencontrar, aos outros e a nós mesmos. É o ensejo deste sortilégio que encerra a nossa programação.

De Setembro a Fevereiro passamos por textos, companhias, criadores e espetáculos que nos falam da Revolução, do que existe nas Margens, da possibilidade dos Géneros, fazendo uma Viagem na rotação contrária, no sentido de um possível Sentido.

A nossa programação é o desejo e o esforço de um LUGAR, escrito em caixa alta com letras T N S J.

Um LUGAR SCHENGEN de livre circulação de ideias, passagem, palavras e afectos.

Um LUGAR onde não há géneros ou classes, onde há humanidade, onde há tempo para que a Alma exista. ALMA, espectáculo emblemático de Nuno Carinhas, meu predecessor, companheiro de sempre neste caminho que começamos agora.

The secret of freedom is to enlighten men…Robespierre

As September approaches, Greta Thunberg travels across the ocean powered by wind and sun; in her pocket, she carries a speech about the elephant in the United Nations’ room: Global Warming.

As September approaches, a bare ‑chested Italian politician walks the beaches of the Adriatic in an election campaign; in his pocket, he carries fear and exclusion, spreading death across migrant ‑laden boats in the midst of the Mediterranean.

As September approaches, on other, white ‑cliffed beaches, a people split in half carry in their pocket the date of 31 October and the fate of the coming generations.

As September approaches, millions of women say goodbye to their male co‑‑workers; in their pocket, they carry the same work hours, but a different salary.

As September approaches, we all glance through our chosen browser at wars, demonstrations, massacres and intolerances, sprinkled with cute kitties, celebrities and football hirings. All this mixed with pop ups, cookies and add ‑ons that pick at our privacy with the deadening, ceaseless razzle ‑dazzle of social networking. All this wrapped in the numbness of the 280 characters that make up the sibylline messages of the Orange Oracle who lies across the Atlantic.

And the world spins, saying goodbye to Summer and hello to Autumn and to all the Seasons that follow it, in relentless revolution, seemingly undisturbed by the tremor and noise on its surface.

And September comes, and with it a new season. An asymmetrical season, interrupted in February by a surprise that has been Shakespeareanly kept in store for the Ides of March.

The question is: what Season, what Theatre, what face can Teatro Nacional São João offer to its Audience, to the City, to the World?

Theatre, the making and enjoyment of theatre, is a very peculiar phenomenon, which challenges the laws of physics. Space, Time and Gravity take on new qualities, the world’s rotation is reversed and the Seasons are summoned with no reason nor rhyme, according to the whims of gesture, word or look. The theatre generates a breathing that expands itself as imagination, giving us that tiny space, that infinitesimal wiggle room that allows us to silently come again in contact with ourselves and others. Such is the intent of this incantation enclosed in our programme.

From September to February, we will visit texts, companies, creators and shows that tell us of Revolution, of what exists in the Margins and of the possibility of Genders, in a reverse Journey towards a possible Meaning.

Our programme is the desire and struggle for a PLACE, written with the capitals T N S J.

A SCHENGEN AREA for the free circulation of ideas, words and affections.An AREA where there are no genders or classes, where there is humanity,

where there is time for the Soul to exist. As in ALMA [SOUL], that emblematic stage creation of Nuno Carinhas, my predecessor, our constant companion on this path we now enter.

Page 5: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Cá dentro, lá foraInside, outsideBraga e Aveiro, Lisboa e Almada, mas também Madrid, Cluj ‑Napoca e Mindelo. Este não é um Teatro Nacional no Porto, é um Teatro Nacional do Porto. Sentimos que o nosso raio de ação deve exceder o perímetro da Invicta, afirmando ‑se como um instrumento relevante de uma verdadeira política de descentralização cultural. O aumento de espetáculos de produção própria permite‑‑nos um novo fôlego na circulação da identidade artística do TNSJ por território nacional. Ao mesmo tempo, damos passos seguros na reafirmação da nossa vocação internacional. Reforçamos o vínculo com a União dos Teatros da Europa, marcando presença no próximo Festival da UTE, em Cluj ‑Napoca. Reativamos uma parceria ibérica com o Teatro de la Abadía. E lançamos âncora em Cabo Verde, onde nos estreamos no Festival Mindelact. De Braga ao Mindelo, são muitas as Casas deste Nacional – do Porto, a Norte, e mais além.

Braga and Aveiro, Lisbon and Almada, but also Madrid, Cluj‑Napoca and Mindelo. Ours is not a National Theatre in Porto; it is a National Theatre of Porto. We feel that our operating range must exceed the limits of the Unvanquished City, asserting itself as an important element in a genuine cultural decentralisation policy. The increase in the number of our stage productions has brought a new intensity to the circulation of the TNSJ’s artistic identity across the Portuguese territory. At the same time, we are taking firm steps towards reasserting our international vocation. We have reinforced our ties with the Union of the Theatres of Europe, and we will be present at the next UTE Festival, in Cluj‑Napoca. We have revived our Iberian partnership with the Teatro de la Abadía. And we have sailed to Cape Verde, where we will take part for the first time in the Mindelact Festival. From Braga to Mindelo, this National Theatre has many Houses – from Porto, in the North, and beyond.

Theatro Circo (Braga) · 4 out oct Teatro Aveirense (Aveiro) · 18 out oct Teatro Húngaro de Cluj (Cluj‑Napoca, Roménia Romania) · 23 nov Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa Lisbon) · 9-19 jan

A Morte de Dantonde by Georg Büchnerencenação directed by Nuno Cardosoprodução produced by TNSJ

Teatro de la Abadía (Madrid, Espanha Spain) · 1 -3 nov * Festival Mindelact (Centro Cultural do Mindelo, Cabo Verde Cape Verde) · 6 nov Auditório da Assembleia Nacional (Praia, Cabo Verde Cape Verde) · 9 novTeatro Municipal Joaquim Benite (Almada) · 7 dez dec

Bella Figurade by Yasmina Rezaencenação directed by Nuno Cardosoprodução produced by TNSJ

* com o apoio de with the support of Embaixada de Portugal em Madrid

Alaím (Mindelo, Cabo Verde Cape Verde) · 7 novPalácio da Cultura Ildo Lobo (Praia, Cabo Verde Cape Verde) · 10 nov

Achadiçode by Nuno Cardosoprodução produced by TNSJ

Page 6: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

O TNSJ em Cabo Verde, Cabo Verde no TNSJThe TNSJ goes to Cape Verde, Cape Verde comes to the TNSJPara além da reafirmação do TNSJ no quadro europeu – por via da renovação do vínculo com a União dos Teatros da Europa –, o projeto internacional do TNSJ passa por Cabo Verde e por um novo capítulo desse romance inacabado que mantemos com outros países de língua oficial portuguesa. Após um ano de encontros e diálogo, TNSJ e Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde assinam um acordo de cooperação para os próximos anos, que começa pela apresentação de espetáculos do São João no arquipélago africano, mas que excede a mera circulação de produções teatrais. Este programa de cooperação envolverá também intercâmbios e ações de formação, estendendo ‑se, já em 2020, ao desenvolvimento de projetos artísticos partilhados pelos dois países. Por agora, apresentamo ‑nos nas ilhas de Santiago e São Vicente com dois espetáculos: Bella Figura, de Yasmina Reza, o terrivelmente humorado “teatro de nervos” que Nuno Cardoso encenou há um ano e que será o espetáculo de abertura do Mindelact, e Achadiço, um solo que o diretor artístico do TNSJ concebe especialmente para Cabo Verde. Não se trata apenas de afirmar o Nacional do Porto e seus fazedores no plano internacional, mas também de desencadear uma experiência de crioulização artística, assente na abundante herança polimórfica da Língua Portuguesa.

Besides reaffirming the TNSJ’s position within the European scene – via the renewal of its UTE membership –, our international project also encompasses Cape Verde and a new chapter in our unfinished romance with other Portuguese ‑speaking countries. After one year of meetings and dialogue, the TNSJ and the Cape Verdean Ministry of Culture and Creative Industries have signed a cooperation agreement for the next few years, which will begin with the presentation of TNSJ shows in the African archipelago, but transcends the mere circulation of stage productions. Indeed, this cooperation programme will also comprise cultural exchanges and training courses, as well as, from 2020 on, the development of artistic projects between the two countries. For now, we are bringing two productions to the islands of Santiago and São Vicente: Yasmina Reza’s Bella Figura, a frightfully humorous instance of her “theatre of nerves”, in a staging by Nuno Cardoso that originally premiered one year ago and will now provide the Mindelact festival with its opening show, and Achadiço, a solo piece specifically created for Cape Verde by the artistic director of the TNSJ. Our intentions go beyond simply promoting the TNSJ and its creators on the international stage: we also wish to initiate an experiment in artistic creolisation, founded on the rich polymorphic legacy of the Portuguese Language.

Page 7: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Setembro'19Fevereiro'20September'19February'20

Teatro Carlos Alberto · 19-21 set sep

O MEXE no TNSJMEXE at the TNSJ

19 set sep · qui thu 21:00

Empty the Spacecoreografia e interpretação choreographed and performed by Antonio Bukhar Ssebuuma & Faizal Mostrixx Ddambaprodução produced by Kuenda Productions (Uganda)

20 set sep · sex fri 21:00

Synectikoscoreografia e produção choreography and production by Colectivo Lisarco (Espanha Spain)

21 set sep · sáb sat 21:00

Isto é um Negro?direção directed by Tarina Quelhoprodução produced by EQuem ÉGosta? (Brasil Brazil)

19 set sep · qui thu 9:00-12:30

Oficina Colectivo Lisarco

Mosteiro de São Bento da VitóriaSala do Tribunal · 4+5 out octEstreia Premiere

Locker Room Talkde by Gary McNairencenação directed by Jorge Andradeprodução produced by Mala Voadora

sex fri 21:00 sáb sat 19:00

O FIMP no TNSJFIMP at the TNSJ

Mosteiro de São Bento da Vitória 17-20 out octEstreia Premiere

Alecrim vs Manjeronade by António José da Silva (O Judeu)direção directed by Ana Saltão e and Rui Oliveiracoprodução co‑produced by Jangada Teatro, TNSJ

qui thu 21:00 sex fri 15:00+21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Teatro Carlos Alberto · 19+20 out oct

Alma Nómadaencenação e interpretação direction and performance Magali Chouinardcoprodução co‑produced by Magali Chouinard, Festival International des Arts de la Marionnette à Saguenay (Canadá Canada), Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville-Mézières (França France)

sáb sat 21:00 dom sun 16:00

Teatro Carlos Alberto · 30 out oct – 2 nov

Niet Hebben [Carta Rejeitada]criação e interpretação created and performed by Crista Alfaiatecoprodução co‑produced by LU.CA – Teatro Luís de Camões, TNSJ

qua+sáb wed+sat 19:00 qui thu 15:00 sex fri 21:00

Teatro Nacional São João Salão Nobre · 9-12 out oct

Ver a Odisseia Para Chegar a Ítacaa partir de based upon Odisseia, de by Homerocriação created by Jorge Loureiro e and Leonor Barataprodução produced by Projecto D – Pedagogia e Criação Artísticas

qua‑sex wed‑fri 10:30+15:00 sáb sat 16:00

Teatro Nacional São João · 11-20 out oct Estreia Premiere

A Tragédia de Júlio Césarde by William Shakespeareencenação directed by Luís Araújocoprodução co‑produced by Ao Cabo Teatro, São Luiz Teatro Municipal, TNSJ

qua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00Teatro Nacional São João · 18-29 set sepEstreia Premiere

A Morte de Dantonde by Georg Büchnerencenação directed by Nuno Cardosoprodução produced by TNSJ

qua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:0018 set sep qua wed 21:00

Page 8: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Teatro Nacional São João · 7-10 novEstreia Premiere

Could Be Worse: The Musicalcriação created by Cão Solteiro & André Godinhocoprodução co‑produced by São Luiz Teatro Municipal, TNSJ

qui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Teatro Nacional São João · 14 nov – 1 dez dec

Vidas Íntimasde by Noël Cowardencenação directed by Jorge Silva Melocoprodução co‑produced by Artistas Unidos, Centro Cultural de Belém, TNSJ

qua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00

Mark O’Rowe, carago!Mark O’Rowe, feck!

Teatro Carlos Alberto · 21-30 novEstreia Premiere

Os Nossos Dias Poucos e Desalmadosde by Mark O’Roweencenação directed by João Cardosoprodução produced by TNSJ

qua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00

Mosteiro de São Bento da Vitória Sala do Tribunal · 25+26 nov

Made in Chinade by Mark O’Roweencenação directed by Pedro Friasprodução produced by ASSéDIO

seg+ter mon+tue 21:00

Mosteiro de São Bento da VitóriaSala do Tribunal · 2-4 dez dec

Sarnade by Mark O’Roweencenação directed by João Cardosoprodução produced by ASSéDIO

seg+ter mon+tue 21:00 qua wed 19:00

Mosteiro de São Bento da Vitória Centro de Documentação · 18 novLeituras Readings + Lançamento de livro Book launch

Terminus, Ossárioseg mon 19:00

Teatro Nacional São João · 5-7 dez dec

Reinar Depois de Morrerde by Luis Vélez de Guevaraencenação directed by Ignacio Garcíaprodução produced by Companhia de Teatro de Almada

qui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00

Teatro Carlos Alberto · 11-13 dez dec

O Convidador de Pirilampostexto text Ondjakiencenação directed byAntónio Jorge Gonçalvescoprodução co‑produced by Centro Cultural Vila Flor, São Luiz Teatro Municipal, Culturproject, TNSJ

qua‑qui wed‑thu 10:00+15:00 sex fri 11:00+15:00

Teatro Carlos Alberto · 20-22 dez dec

VÃOdireção artística artistic direction Vasco Gomescoprodução co‑produced by Companhia Erva Daninha, Rede 5 Sentidos

sex fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Teatro Carlos Alberto · 9-19 janEstreia Premiere

Um Plano do Labirintode by Francisco Luís Parreiradireção directed by João Garcia Miguelcoprodução co‑produced by Companhia João Garcia Miguel, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Ibérico, Sanpapié, TNSJ

qua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00

Teatro Nacional São João · 17+18 jan

Western Societyconceito e produção conceived and produced by Gob Squad (Alemanha, Inglaterra Germany, UK)

sex fri 21:00 sáb sat 19:00

Teatro Carlos Alberto · 30 jan – 2 fev feb

Margemdireção directed by Victor Hugo Pontescoprodução co‑produced by Nome Próprio, CCB – Fábrica das Artes, Teatro Aveirense

qui‑sex thu‑fri 10:30+21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Teatro Carlos Alberto · 6-9 fev feb

Ua partir de based upon Ulissesde by Maria Alberta Menérestexto e encenação written and directed by Joana Magalhãesprodução produced by Comédias do Minho

qui+sex thu+fri 15:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Teatro Nacional São João · 6-9 fev feb

A Dama das Caméliasde by Alexandre Dumas, filhoencenação directed by Miguel Loureirocoprodução co‑produced by São Luiz Teatro Municipal, Gonçalo Waddington & Carla Maciel, Lda., TNSJ

qui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Page 9: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Teatro Carlos Alberto · 14+15 fev feb

MDLSXencenação directed by Enrico Casagrande, Daniela Nicolòprodução produced by Motus (Itália Italy)

sex fri 21:00 sáb sat 19:00

Teatro Carlos Alberto · 20-23 fev feb

O Dia do Juízode by Ödön von Horváthencenação directed by Cristina Carvalhalcoprodução co‑produced by Causas Comuns, São Luiz Teatro Municipal, TNSJ

qui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Mosteiro de São Bento da VitóriaCentro de Documentação17 set sep + 15 out oct + 19 nov + 17 dez dec + 21 jan + 18 fev feb

Leituras no MosteiroDimítris Dimitriádis + Andreas Flourakis, Lucy Kirkwood, Mark Ravenhill, Dramaturgia Portuguesa Contemporânea, Neda Nezhdana + Mikhail Heifets, Zdrava Kamenova e and Gergana Dimitrova + Gianina Carbunariu

ter tue 21:00

Teatro Viriato (Viseu) · 18 out oct

Sequências Narrativas Completasa partir de based upon Álvaro Lapacriação e interpretação created and performed by João Sousa Cardosocoprodução co‑produced by Confederação, TNDM II, Teatro Viriato, Centro Cultural Vila Flor, TNSJ

Teatro Municipal Sá de Miranda (Viana do Castelo) · 19 out oct

Ter Razãotexto e encenação written and directed by Ricardo Alvescocriação co‑creation Ensemble, Teatro da Palmilha Dentadacoprodução co‑produced by Ensemble – Sociedade de Actores, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, TNSJ

Cine -Teatro Louletano (Loulé) · 31 out oct + 1 novTeatro Municipal da Guarda · 8 novTeatro Aveirense (Aveiro) · 6 dez decTeatro Diogo Bernardes (Ponte de Lima)14 dez decCine -Teatro Garrett (Póvoa de Varzim) · 4 jan Fórum Municipal Luísa Todi (Setúbal) · 11 janTeatro Municipal Sá da Bandeira (Santarém)18 janTheatro Circo (Braga) · 25 janTeatro José Lúcio da Silva (Leiria) · 6 fev febConvento de São Francisco (Coimbra) · 8 fev febTeatro Sá de Miranda (Viana do Castelo)15 fev febTeatro Virgínia (Torres Novas) · 29 fev feb

Vidas Íntimasde by Noël Cowardencenação directed by Jorge Silva Melocoprodução co‑produced by Artistas Unidos, Centro Cultural de Belém, TNSJ

Fora de Portas Abroad

Cine-Teatro Curvo Semedo (Montemor‑o‑Novo) · 14 set sep

A Meio da Noitedireção directed by Olga Rorizcoprodução co‑produced by Companhia Olga Roriz, Teatro Municipal de Bragança, Teatro Municipal de Vila Real, TNSJ

Teatro Municipal da Guarda · 14 set sep Teatro Bergen (Alemanha Germany) · 16 nov Teatro Viriato (Viseu) · 24 nov

Lento e Largode by Jonas Lopes & Lander Patrick coprodução co‑produced by Rede 5 Sentidos

Teatro Viriato (Viseu) · 28 set sep Teatro Académico de Gil Vicente (Coimbra) · 4 out oct Teatro Municipal da Guarda · 12 out oct Centro de Arte de Ovar · 18 out oct Teatro Virgínia (Torres Novas) · 26 out oct Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) · 2 nov Teatro Micaelense (Ponta Delgada) · 30 nov

VÃOdireção artística artistic direction Vasco Gomescoprodução co‑produced by Companhia Erva Daninha, Rede 5 Sentidos

São Luiz Teatro Municipal (Lisboa Lisbon)17-24 fev feb

Cattivoequipa team Marlene Monteiro Freitas, André Calado, Miguel Figueira, Tiago Cerqueira, Yannick Fouassierprodução produced by BoCA – Biennial of Contemporary Arts, P.OR.K coprodução co‑produced by São Luiz Teatro Municipal, TNSJ

Page 10: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Revolução? “O que quer dizer essa palavra?”

Page 11: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

A pergunta ecoa em A Morte de Danton, sucessão de

“quadros vivos” da mãe de todas

as revoluções. “Pedir o impossível”

é uma boa definição de “revolução”.

Isto é um Negro? é um

espetáculo‑pergunta, e perguntar

é uma forma de negar as estruturas

que sustentam o racismo. Só podemos

aplicar o adjetivo “revolucionário”,

aprendemos com o Marquês de

Condorcet, se a revolução tiver como

objetivo a liberdade, um dos assuntos

de A Tragédia de Júlio César. As “guerras amorosas” do

Alecrim vs Manjerona

travam‑se agora num reality show.

Western Society também

se joga aí, as janelas virtuais como

sonho e pesadelo: demasiado real

e demasiado falso. Donald Trump

conseguiu meter o mundo dentro de

um tweet: sem as suas inconfidências

não teríamos Locker Room Talk. A revolução, como na canção

de Gil Scott‑Heron, não vai ser

televisionada? Vai ser ao vivo, em

carne e osso, nas ruas, nos teatros?

This question echoes across Danton’s Death, a sequence of tableaux from the mother of all revolutions. “To ask for the impossible” is a good definition of “revolution”. Is this a Black? is a show that is a question, and to ask questions is one way to negate the structures that sustain racism. We can only use the adjective “revolutionary”, the Marquis de Condorcet tells us, if the revolution’s goal is freedom, one of the subjects of The Tragedy of Julius Caesar.

The “love wars” of Rosemary vs. Marjoram are now waged in a “reality show”. Western Society also takes place within those virtual windows that are both dreams and nightmares: too real and too fake at once. Donald Trump managed to put the world inside a tweet: without his indiscretions we would not have Locker Room Talk. Will the revolution, to quote Gil Scott‑Heron’s song, not be televised? Will it be live, in the flesh, in the streets, in the theatres?

Page 12: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

A Morte de Danton

tradução translated by Francisco Luís Parreiracenografia set design F. Ribeirofigurinos costumes Nelson Vieiradesenho de luz lighting design José Álvaro Correiasonoplastia sound João Oliveiravídeo video Fernando Costavoz voice Carlos Meirelesmovimento movement Elisabete Magalhãesdramaturgia dramaturgy Ricardo Braunassistência de encenação direction assistance Nuno M Cardoso

com with Afonso SantosAlbano JerónimoAntónio Afonso ParraJoana CarvalhoJoão MeloMafalda LencastreMargarida CarvalhoMaria LeiteMário SantosNuno NunesPaulo CalatréRodrigo SantosSérgio Sá Cunha

produção produced by TNSJ

dur. aprox. playing time 2:30 com intervalo with intermissionM/12 anos Ages 12 and up

“Este relógio não tem descanso?”, pergunta Danton, o tempo acelera, a História parece começar violentamente de novo, é esse o sentido primeiro de “revolução”, enfrentar o problema do começo. A Morte de Danton (1835) mergulha‑nos no caos poético e sangrento da Revolução Francesa, mas esta peça é também ela revolucionária. Georg Büchner opera uma feroz fragmentação da forma teatral tradicional, lançando cenas curtas e longas, agitadas e meditativas num entrechocado fluxo narrativo que antecipa a montagem cinematográfica. É com ela que Nuno Cardoso inaugura uma nova temporada, a primeira enquanto diretor artístico do TNSJ. Através dela, o encenador vê um corpo social em permanente estado de convulsão e decomposição, uma orgia de carne humana. Mas as ruas de Paris, em 1789, são as mesmas por onde corre agora a revolta dos Coletes Amarelos. Ruas que desaguam nas margens do Mediterrâneo ou do Rio Grande, no regresso dos muros, na potência do ódio, no avanço dos populismos. “Tão maus os tempos que correm. Quem poderá fugir‑lhes?” A Morte de Danton continua, ainda e sempre, a confrontar‑nos com perguntas difíceis, terríveis. “Até quando continuará a humanidade a devorar o seu próprio corpo?” “Este relógio não tem descanso?”

“Will this clock never stop?”, Danton asks, as time speeds up and history appears to violently begin anew. Such is the primary meaning of “revolution”: to face the challenges of beginning. Danton’s Death (1835) plunges us into the poetic and bloody chaos of the French Revolution, while being a revolutionary play itself. Georg Büchner operates a ferocious fragmentation of traditional theatrical form, mixing scenes of greatly varying length and tone, short and long, frantic and meditative, into a clashing narrative flux that anticipates cinematic montage. With it, Nuno Cardoso inaugurates a

new season, his first as artistic director of the TNSJ. Through it, he looks at a social body in permanent convulsion and decomposition, an orgy of human flesh. But the Paris streets of 1789 are the same through which the Yellow Vests’ rebellion runs now. Streets that flow into the Mediterranean or the Rio Grande, into the return of walls, the power of hatred, the rise of populism. “Such evil times are these. Who can escape them?” Danton’s Death has always confronted us with difficult, frightening questions. “How long will humankind continue to devour their own body?” “Will this clock never stop?”

Teatro Nacional São João18-29 set sep18 set sep qua wed 21:00qua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00

de by Georg Büchnerencenação directed by Nuno Cardoso

Língua Gestual Portuguesa + AudiodescriçãoPortuguese Sign Language + Audio Description 29 set sep dom sun 16:00

Conversa pós-espetáculoPost-show talk19 set sep

preço dos bilhetes ticket prices € 7,50 – € 16,00

estreia premiereenglish subtitles

Page 13: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

A quinta edição do MEXE – Encontro Internacional de Arte e Comunidade tem como tema agregador “o comum”, trazendo ao TeCA três espetáculos de coletivos de diferentes geografias percorridos por inquietações similares. A um tempo que se diz de vivência coletiva, mas que está (conta)minado pelo “êxtase do sucesso” e pelo “imperialismo do individual”, o MEXE propõe um tempo de encontro das vertentes artística, social, política e ética, celebrando, em trabalhos criados a várias mãos, a inevitabilidade do que partilhamos. Em Synectikos, o Colectivo Lisarco, de Espanha, continua a pesquisa em torno do conceito de espaço, aplicando‑lhe o método da técnica Synectics, processo sinérgico de estimulação do pensamento criativo através da combinação de elementos vários, aparentemente insignificantes e desconexos, tema certamente a incluir na oficina que o grupo promove no dia anterior ao espetáculo. Nesta peça coreográfica feita da interação entre dança, música e artes visuais, os criadores‑performers geram uma contínua construção‑destruição‑reconstrução do espaço físico, sugerindo nessa metamorfose novas

lógicas de relacionamento de grupo e criando um espaço poético entre diferentes imaginários. Interrogar um sistema aniquilador da diferença, o do racismo num Brasil mestiço e excludente, está na raiz de Isto é um Negro?. Neste estudo sobre a negritude, o palco é um lugar de luta contra o silenciamento da fala, um espaço onde se diluem os limites entre autobiografia e ficção, humor e constrangimento, e se misturam linguagens e formatos, do stand‑up ao videoclipe. Empty the Space propõe uma reflexão sobre a partilha de espaço no espaço global do mundo moderno. Num palco vazio, dois bailarinos‑coreógrafos ugandeses dançam, representam, negoceiam, explorando a relação entre a coreografia europeia contemporânea e a dança tradicional africana, numa poderosa proposta de diálogo intercultural.

The fifth edition of MEXE – International Art and Community Festival, which takes place under the thematic aegis of “the common”, brings to TeCA three shows by collectives from different parts of the world, but moved by similar concerns. To a time that presents itself as a collective experience but is actually infected by the “ecstasy of success” and the “imperialism of the individual”, MEXE brings a chance to contact with its artistic, social, political and ethical aspects, celebrating through a number of collective productions the inevitability of all that we share. In Synectikos, Spain’s Colectivo Lisarco continues its inquiry into the concept of space, applying to it the methodology of Synectics, a synergetic process for stimulating creative thought through the combination of various seemingly insignificant and disconnected elements, a theme that will surely be featured in the workshop the group presents on the day before the show. The performer‑creators of this choreographic piece based on the interaction of dance, music and visual arts generate a continuous construction‑‑destruction‑reconstruction of the physical space, conveying through that metamorphosis new forms of group dynamics and creating a poetic space where different imaginative realms come together. The questioning of a system that denies

difference, the racist system of a mixed‑race and yet exclusionary Brazil, lies at the root of Isto é um Negro? [Is this a Black?]. In this study on blackness, the stage is a place of opposition against the silencing of speech, a space where the borders separating autobiography and fiction, humour and constraint become blurred, and where various languages and formats (from stand‑up comedy to video‑clips) mix. Empty the Space brings us a reflection on how space is shared in the modern world’s global space. On an empty stage, two Ugandan choreographer‑dancers dance, perform and trade, exploring the connections between contemporary European choreography and African traditional dance in a powerful demonstration of intercultural dialogue.

Isto é um Negro?

5.º Encontro Internacional de Arte e Comunidade5th International Art and Community Festival

direção artística artistic direction Hugo Cruzorganização organisation PELE e and MEXE – Associação Culturalcolaboração collaboration TNSJ

Teatro Carlos Alberto19-21 set sep

O MEXE no TNSJ MEXE at the TNSJ

Page 14: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Empty the SpaceTeCA · 19 set sep · qui thu 21:00

coreografia e interpretação choreographed and performed by Antonio Bukhar Ssebuuma & Faizal Mostrixx Ddambadramaturgia dramaturgy Cindy Jänickeprodução produced by Kuenda Productions (Uganda)dur. aprox. playing time 1:00M/6 anos Ages 6 and up

Synectikos TeCA · 20 set sep · sex fri 21:00

coreografia choreography Colectivo Lisarcomúsica music David Quiggle, Jordi Cresus e and Lola Díezartes visuais visual arts Ícaro Maiterenacriação e interpretação created and performed by Marcos Lázaro, Aiala Urcelay, Marta Navarrete, Javier Alameda, Guiomar Campos, Ícaro Maiterena, David Quiggle, Jordi Cresus e and Lola Díezprodução produced by Colectivo Lisarco (Espanha Spain)com o apoio de with the support of Mostra Espanha 2019dur. aprox. playing time 1:00M/6 anos Ages 6 and up

Isto é um Negro?TeCA · 21 set sep · sáb sat 21:00

direção directed by Tarina Quelho codireção, arte gráfica e vídeo co‑direction, graphics and video Lucas Brandãointerpretação performed by Ivy Souza, Lucas Wickhaus, Mirella Façanha, Raoni Garcia dramaturgia dramaturgy Mirella Façanha, Tarina Quelhosom sound Tom Monteiroluz lighting Denilson Marques, Lucas Brandãoprodução produced by EQuem ÉGosta? (Brasil Brazil)dur. aprox. playing time 1:40M/18 anos Ages 18 and upLíngua Gestual Portuguesa Portuguese Sign Language

Oficina Colectivo LisarcoTeCA · 19 set sep · qui thu 9:00-12:30

Inscrições obrigatórias Compulsory [email protected]

preço dos bilhetes (espetáculos) ticket prices (shows) € 5,00 (preço único set price)

Synectikos

Empty the Space

Page 15: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

tradução translated by Marco Mendonçadesenho de luz lighting design Rui Monteirofigurinos costumes José Capela

interpretação cast Crista AlfaiateIsabel ZuaàTânia AlvesTeresa Sobral

produção produced by Mala Voadora

dur. aprox. playing time 45’M/18 anos Ages 18 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

produção produced by Projecto D – Pedagogia e Criação Artísticas

estreia opening 8Mar2016 Teatro da Cerca de São Bernardo (Coimbra)dur. aprox. playing time 1:00M/6 anos Ages 6 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00 (adultos adults) € 5,00 (crianças children)

A mala voadora, projeto artístico que vive no Porto desde 2013, estreia‑‑se na programação do TNSJ com esta “conversa de balneário”, uma tradução possível de Locker Room Talk (2017). O dramaturgo escocês Gary McNair construiu esta peça a partir de centenas de entrevistas, onde pediu a homens que falassem desassombradamente sobre mulheres, ou melhor, sobre o que dizem eles sobre elas quando elas não estão presentes. O resultado foi uma tagarelice vil e violenta. Pior ainda: mais generalizada e naturalizada do que aquilo que gostaríamos de pensar ou aceitar. Locker Room Talk é uma contundente resposta teatral à expressão “grab her by the pussy”, que o presidente norte‑‑americano Donald Trump disse em privado e que entretanto se tornou pública. Mas o interesse de Locker Room Talk não se esgota nesta notória atualidade, isto porque McNair resolveu colocar mulheres em palco a reproduzir esta litania da misoginia. Ao deslocá‑la para um “lugar de fala” feminino, ao fazer coincidir a enunciação das palavras com o seu objeto, criou um irónico mecanismo de questionamento dos medos e equívocos que enformam uma tóxica “identidade masculina”.

As aventuras de Ulisses no seu longo e atribulado regresso a casa, narradas por Homero no clássico grego Odisseia, foram o ponto de partida para a construção de Ver a Odisseia para Chegar a Ítaca. O espetáculo integra as memórias e ideias de um Clube de Leitura, Ler a Odisseia para Chegar a Ítaca, no qual os participantes analisaram várias possibilidades de encenar as palavras lidas. Entre ler e ver, entre ver‑ouvir e ouvir‑ver, joga‑se a mesma tradição milenar, a da narração de histórias. Em Ver a Odisseia para Chegar a Ítaca, Leonor Barata é a única intérprete num palco despido e negro, um só corpo habitado por múltiplas personagens e vozes, reconstruindo, pelo movimento, pela dança e pela palavra, uma viagem mitológica e clássica. Numa pequena mala vermelha, no tampo da qual desafiará os presentes a desenhar a giz, transporta animais de miniatura, bonecos, figuras de papel, fios de lã, velas, adereços de qualquer quarto de criança. Com esses parcos objetos e a participação ativa do público, este espetáculo faz‑se na vivência lúdica e coletiva do próprio exercício de narrar, já que, nas próprias palavras de Homero, “leve é a tarefa quando muitos dividem o trabalho”.Mala Voadora, an artistic project that has

been living in Porto since 2013, comes to the TNSJ for the first time with this Locker Room Talk (2017). Scottish playwright Gary McNair created this piece out of hundreds of interviews, in which he asked men to speak their unfiltered mind about women, or more precisely about what they say about women when they are not around. The result was a lot of chatter that was vile, violent and, even worse, more widespread and common than we would have liked to think or accept. Locker Room Talk is a blunt theatrical response to

“grab her by the pussy”, those words that American president Donald Trump said in private but have since then become public. But the interest of Locker Room Talk is not limited to this notorious topicality, because McNair decided to have women replicate on stage the statements in his play. By transplanting this litany of misogyny to female voices, thus causing the words’ enunciation to coincide with their objects, he has created an ironic device to probe the fears and misapprehensions behind a toxic “male identity”.

Ulysses’ adventures during his long and eventful return home, as narrated by Homer in Greek literary classic Odyssey, provided the starting‑point for the construction of Ver a Odisseia para Chegar a Ítaca [Watching the Odyssey to Reach Ithaca]. The show integrates memories and concepts from Ler a Odisseia para Chegar a Ítaca, a Reading Club whose members experimented with various ways of acting the words they had read. Between reading and seeing, between seeing‑hearing and hearing‑seeing, we find the same ages‑old tradition of storytelling. In Watching the Odyssey to Reach Ithaca, Leonor Barata is

the only performer on a stark black stage, a single body inhabited by a multitude of characters and voices that reconstructs through movement, dance and words a classic mythological journey. In a small red suitcase, on which she will invite the viewers to draw with a piece of chalk, she carries miniature animals, dolls, paper figures, woollen yarn, candles; such props as can be found in any child’s room. With these few objects and the audience’s active participation, this show emerges out of the playful, collective experience of storytelling itself; after all, as Homer himself tells us, “light is the task where many share the toil”.

Mosteiro de São Bento da VitóriaSala do Tribunal

Teatro Nacional São JoãoSalão Nobre

4+5 out octsex fri 21:00 sáb sat 19:00

9-12 out octqua‑sex wed‑fri 10:30+15:00 sáb sat 16:00

estreia premiere A Família Inglesa no TNSJ An English Family at the TNSJ

Locker Room Talkde by Gary McNairencenação directed by Jorge Andrade

Ver a Odisseia para Chegar a Ítacaa partir de based upon Odisseia Odyssey, de by Homerocriação created by Jorge Loureiro e and Leonor Baratainterpretação performed by Leonor Barata

Page 16: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

tradução translated by Fernando Villas-Boascenografia set design F. Ribeirodesenho de luz lighting design Nuno Meiravídeo video Tiago Guedessonoplastia sound design Pedro Augustofigurinos costumes Nelson Vieiraassistência de encenação direction assistance Manuel Tur

interpretação cast Ana BrandãoCarolina RochaDiana SáJoão CastroJorge MotaLuís AraújoMaria Inês PeixotoMiguel DamiãoNuno PretoPedro AlmendraRafaela Sáe a participação de and the participation of Afonso SantosAlbano JerónimoAntónio DurãesAntónio Afonso ParraCarla MacielJoana CarvalhoMaria LeiteTónan Quito

coprodução co‑produced by Ao Cabo TeatroSão Luiz Teatro MunicipalTNSJ

M/12 anos Ages 12 and up

O encenador Luís Araújo e a Ao Cabo Teatro levam‑nos de volta aos fatídicos “idos de março” de William Shakespeare e de A Tragédia de Júlio César, assinalando assim o início da gestão artística da nova direção da companhia. Peça‑problema, densa e controversa, ambientada no tempo‑charneira da sangrenta metamorfose da República Romana no Império Romano, A Tragédia de Júlio César, mais do que a tragédia de um homem ou do poder, é a tragédia de Roma enquanto Cidade, palco e epítome expressivo da vida em comum dos homens. Alienada e podre, abate um tirano para apaziguar a culpa de si que não admite, e ergue uma outra, ainda mais feroz, tirania. A Tragédia de Júlio César é também a tragédia de um “tempo estranho”, cego, volátil, tenso, de ambíguos vínculos entre a vida privada e a responsabilidade pública e entre política e moral – estranheza essa que é metonímia possível e implacável do negrume que caracteriza o nosso tempo. Com a releitura que a nova tradução de Fernando Villas‑Boas propicia e potenciando as características autorreflexivas da peça, A Tragédia de Júlio César quer “interrogar os mecanismos da História e do Presente”. O palco é assim o lugar privilegiado onde nos (re)vemos e pensamos enquanto sociedade, aproximando o teatro de um desígnio de reinvenção, de “laboratório social dos futuros possíveis”.

Stage director Luís Araújo and Ao Cabo Teatro take us back to the fateful “ides of March” of William Shakespeare’s The Tragedy of Julius Caesar, thus marking the beginning of the company’s new artistic direction. A dense and controversial problem‑play that takes place in the time of the bloody transition from the Roman Republic to the Roman Empire, The Tragedy of Julius Caesar is more than the tragedy of one man or of power: it is the tragedy of Rome as City, that stage and expressive epitome of collective human life. Alienated and corrupt, it kills a tyrant to appease a self‑‑guilt it will not acknowledge and ushers in a new and crueller tyranny. The Tragedy of

Julius Caesar is also the tragedy of an unseeing, volatile and tense “strange time” with ambiguous ties between private life and public responsibility, between politics and morals – a strangeness that is a possible, ruthless metonymy for the darkness of our own time. Drawing on the re‑reading made possible by Fernando Villas‑Boas’ new translation and enhancing the play’s self‑reflective qualities, The Tragedy of Julius Caesar intends to “question the mechanics of History and Power”. The stage becomes thus the privileged location in which we (re)view and think ourselves as a society, making the theatre a place for reinvention, a “social laboratory of possible futures”.

Teatro Nacional São João11-20 out octqua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00 A Tragédia de

Júlio Césarde by William Shakespeareencenação directed by Luís Araújo

estreia premiereenglish subtitles

Língua Gestual PortuguesaPortuguese Sign Language 20 out oct dom sun 16:00

Conversa pós-espetáculoPost-show talk 18 out oct

preço dos bilhetes ticket prices € 7,50 – € 16,00

Page 17: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Géneros. “Posso mudar em palco, porque não posso na vida real?”

Page 18: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Pergunta Silvia Calderoni, a propósito

de MDLSX. O seu set‑manifesto

reclama um deslocamento que

Alma Nómada também

persegue, um reset que permita

aceder a uma mitologia interior

múltipla. A música é a féerie

comum a ambos, um espaço de

liberdade, a liberdade de sermos

quem descobrimos ser, em que

Could Be Worse: The Musical assenta

também a sua pesquisa. Nas cartas

de Niet Hebben [Carta Rejeitada] mora uma

resistência a qualquer moldura

binária que nos restringe e domestica.

A Marguerite Gautier de A Dama das Camélias e a Inês

de Castro de Reinar Depois de Morrer viveram, e

morreram, por desejarem esse

excesso. Inês voltará em março

para nos assombrar com o apelo

que ressoa em Castro:

“Olhai esta mulher, vede o que há nela.”

Silvia Calderoni asks, on the subject of MDLSX. Her manifesto‑set upholds a dislocation that Nomad Soul also pursues: a reset mode that will allow access to a manifold interior mythology. Music is the fantastical element common to both productions, a space of freedom, the freedom of being whoever we find ourselves to be, that Could Be Worse: The Musical equally explores. The letters in Niet Hebben [Rejected Letter] contain

a resistance to any sort of binary frame that may repress and tame us. Both the Marguerite Gautier of The Lady of the Camelias and the Inês de Castro of To Reign after Death have lived, and died, because they desired that excess. In March, Inês will once again astound us with the appeal that reverberates throughout Castro: “Look at this woman, consider what there is in her.”

Page 19: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

dramaturgia e adaptação dramaturgy and adaptation Jorge Palinhosdireção musical musical direction Paulo Piresfigurinos costumes Cláudia Ribeiromarionetas puppets Sandra Neves/Colectivo Montecenografia set design Nuno Guedes, Carlos Pinheiro/Colectivo Montedesenho de luz lighting design Jorge Ramalhoprodução executiva executive production Alejandrina RomeroSusana Morais

interpretação cast Vítor FernandesLuiz OliveiraRui OliveiraSónia RibeiroTeresa Alpendurada

coprodução co‑produced by Jangada Teatro, TNSJ

dur. aprox. playing time 1:00M/12 anos Ages 12 and up

Língua Gestual PortuguesaPortuguese Sign Language 19 out oct sáb sat 19:00

Sessão DescontraídaRelaxed Session20 out oct dom sun 16:00

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

banda sonora original original soundtrack design Julien Robertassistência de encenação direction assistance Richard Morincolaboração na escrita cénica e consultoria de manipulação contributing scenic writer and manipulation advisor Myriame Larosecolaboração na dramaturgia e consultoria de manipulação dramaturgy and manipulation advisor Karine St-Arnaudcolaboração na edição de vídeo video edition advisor Olivier Bochenek

coprodução co‑produced by Magali Chouinard, Festival International des Arts de la Marionnette à Saguenay (Canadá Canada), Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville--Mézières (França France)

estreia opening 11Mar2018 Théâtre Outremont/Festival de Casteliers (Canadá Canada)dur. aprox. playing time 55’M/12 anos Ages 12 and up

Conversa pós-espetáculoPost-show talk 20 out oct

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

A Jangada Teatro cumpre vinte anos de atividade. Uma companhia com um projeto multidisciplinar que tem vindo a colocar em relação textos e temas de cariz universal, atores e marionetas, formas animadas e música ao vivo. Alecrim vs Manjerona é uma reescrita contemporânea de As Guerras do Alecrim e Manjerona, a “ópera joco‑séria” que António José da Silva (O Judeu) estreou em 1737. “Farsante de génio”, António José da Silva foi um autor‑cidadão que “feriu sarcasticamente” os valores da sociedade setecentista, oferecendo‑nos personagens ridículas e divertidas, movidas por intrigas e disfarces. A Jangada parte deste património intemporal e adapta‑o ao universo dos reality shows que enxameiam os nossos dias televisivos, lugares onde traficamos ilusões e realidades. Com encenação de Ana Saltão e Rui Oliveira, Alecrim vs Manjerona é uma espécie de concurso televisivo. Nele, cada personagem tem como propósito enganar os outros concorrentes para atingir os seus objetivos e “ganhar o jogo”, dentro de uma sucessão de situações estabelecidas por uma todo‑poderosa “Voz”, que vai impondo desafios cada vez mais absurdos. Um teatro corrosivo e artificioso, de onde nos espreita a “vida como ela é”.

Quando criança, a artista multidisciplinar Magali Chouinard ficou marcada pelo clássico de Júlio Verne, Viagem ao Centro da Terra. Na sua última criação, Alma Nómada, quis recrear “essa vertigem de ir de etapa em etapa, cada vez mais fundo, até chegar à criança que somos e fomos, esse coração que bate”. Inspirada pelas paisagens naturais de floresta e de água e pela espiritualidade dos indígenas do seu Quebeque natal, Chouinard ergue um pessoalíssimo teatro visual que combina máscaras, marionetas, projeções vídeo em ecrãs translúcidos e curtas animações. Sem o uso de qualquer palavra, Alma Nómada é uma fábula tão abstrata quanto sensorial, com um lobo‑guia e um corvo‑consciência a guiarem a aventura de uma mulher rumo à sua interioridade múltipla. A linguagem híbrida de Magali Chouinard, ao permitir uma variação de escalas e de materiais, lança Alma Nómada no domínio da poesia, potenciada pela trama sonora e pelo onírico preto e branco deste teatro de sombras. “O que construí é da ordem da mitologia interior. É algo de muito rico e é preciso abrir a porta. É uma viagem que se faz… que é preciso ousar fazer.” Ousemos então.

Jangada Teatro is a company that has over the past twenty years developed a multidisciplinary approach that combines texts and subjects of universal appeal with actors, puppets, animated forms and live music. Alecrim vs Manjerona [Rosemary vs. Marjoram] is a contemporary rewrite of The Wars of Rosemary and Marjoram, a “jocoserious” opera by António José da Silva (The Jew) that originally premiered in 1737. “A genius buffoon”, António José da Silva was a citizen‑author who “sarcastically offended” the values of 1700s Portuguese society, leaving us a number of ridiculous and amusing characters, driven by intrigues and disguises. Jangada takes this timeless

legacy as a starting‑point, adapting it to the universe of the “reality shows” that flood our TV viewing, places where we traffic in illusions and realities. Staged by Ana Saltão and Rui Oliveira, Alecrim vs Manjerona is a sort of game show, in which every character sets out to trick the other contestants in order to achieve his goals and “win the game”, a series of situations established by an all‑powerful “Voice”, who keeps offering increasingly absurd challenges. A corrosive, ingenious theatre, from which “life as it is” gazes upon us.

As a child, multidisciplinary artist Magali Chouinard fell under the spell of Jules Verne’s classic book, Journey to the Centre of the Earth. In her latest creation, Nomad Soul, she wished to recreate “that dizzy feeling of going from stratum to stratum, ever deeper, until we reach the child we are and were, that beating heart”. Inspired by the natural landscapes of forest and water and by the spirituality of the indigenous populations of her native Quebec, Chouinard created an extremely personal visual theatre that combines masks, puppets, video projections on translucent screens and short animations.

Without the use of a single word, Nomad Soul is an abstract and sensorial fable, in which a guide‑wolf and a conscience‑crow preside over one woman’s adventurous journey towards her multiple interiority. With its varying scales and materials, Magali Chouinard’s hybrid language brings Nomad Soul into the realm of poetry, enhanced by the sound design and dreamlike black‑and‑white of her shadow theatre. “What I have constructed amounts to an interior mythology. It is something very rich, and we need to open the door. It is a journey we make… that we must dare make.” Let us dare, then.

Mosteiro de São Bento da Vitória Teatro Carlos Alberto17-20 out octqui thu 21:00 sex fri 15:00+21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

estreia premiere

19+20 out octsáb sat 21:00 dom sun 16:00

O FIMP no TNSJ FIMP at the TNSJ

Alecrim vs Manjeronade by António José da Silva (O Judeu)direção directed by Ana Saltão e and Rui Oliveira

O FIMP no TNSJ FIMP at the TNSJ

Alma Nómadaencenação, curta‑metragem, cenografia e interpretação direction, short film, set design and performance Magali Chouinard

Page 20: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

texto text by Crista Alfaiate e and Diogo Bentoapoio à criação creation support Cláudia Gaiolas e and Diogo Bentodesenho de luz lighting design Rui Monteirobanda sonora music Sérgio Martins e and Rui Limaconteúdos gráficos e visuais visual contents Catarina Leeconceção do figurino costume concept Aldina Jesusprodução executiva executive production Joana Costa SantosLuna Rebelo

coprodução co‑produced by LU.CA – Teatro Luís de CamõesTNSJapoio support Fundação GDALargo Residências

estreia opening 9Mar2019 LU.CA – Teatro Luís de Camões (Lisboa Lisbon)dur. aprox. playing time 50’ M/12 anos Ages 12 and up

Sessão DescontraídaRelaxed Session2 nov sáb sat 19:00

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

Em cena, uma atriz algema‑se porque se sente uma criminosa. Vasculhou indevidamente correspondência alheia, tem remorsos, mas apresenta‑se ao público e quer falar‑lhe sobre o que leu, como se escrevesse uma carta enquanto fala. Em Niet Hebben [Carta Rejeitada], a criadora e intérprete Crista Alfaiate resgata o riquíssimo género epistolar como material dramático, tomando como inspiração uma carta nunca lida, escrita por uma cantora de ópera há 300 anos, encontrada entre muitas outras num velho baú na Holanda. Partindo de textos conhecidos como Carta do Achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha, Carta ao Pai, de Kafka, Carta a Bosie, de Oscar Wilde, Cartas Portuguesas, de Mariana Alcoforado, e Novas Cartas Portuguesas, de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, Niet Hebben [Carta Rejeitada] pretende repensar temas como o feminismo, a guerra, o pós‑colonialismo, a arte, a censura ou o amor num tempo em que é a imediatez das redes sociais a dar cartas. Espetáculo‑carta assumidamente fora do baralho, que tanto pode ser um discurso ou um e‑mail, é uma correspondência a ser trocada entre toda a família e para maiores de 12 anos, sem medo do passado e de olhos postos no futuro.

On stage, an actress handcuffs herself because she feels like a criminal. Having improperly rummaged through other people’s letters, she feels remorseful; yet, she presents herself to the audience and wishes to speak to them of what she read, as if she were writing a letter while she speaks. In Niet Hebben [Rejected Letter], author and performer Crista Alfaiate uses the extremely rich epistolary genre as dramatic material, drawing inspiration from an unread letter written by an opera singer 300 years ago, found among many other missives in an old trunk in Holland. Taking its starting‑point from such well‑known texts as Pero Vaz de

Caminha’s The Discovery of Brazil, Kafka’s Letter to His Father, Oscar Wilde’s De Profundis, Mariana Alcoforado’s Letters of a Portuguese Nun and Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno and Maria Velho da Costa’s New Portuguese Letters, Niet Hebben [Rejected Letter] proposes to rethink such subjects as feminism, war, post‑colonialism, art, censorship or love in a time dominated by the immediacy of social media. This openly out‑of‑the‑‑box show‑letter, which can be as much a speech as an e‑mail message, is a correspondence open to all people over 12, who fear not the past and have their sights set on the future.

Teatro Carlos Alberto30 out oct – 2 novqua+sáb wed+sat 19:00 qui thu 15:00 sex fri 21:00

Niet Hebben [Carta Rejeitada]criação e interpretação created and performed by Crista Alfaiate

Page 21: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

música original music PZmúsica original adicional additional music Rodrigo Vaiapraiatexto text José Maria Vieira Mendes cenografia set design Vasco Araújofigurinos costumes Mariana Sá Nogueiracoreografia choreographySónia Baptistadesenho de luz lighting design Daniel Worm D’Assumpçãodesenho de som sound designJoão Moreira

acompanhamento musical musical accompaniment Rui Baetaprodução e fotografia production and photography Joana Dilão

interpretação cast André GodinhoCecília HenriquesGonçalo EgitoJoão Duarte CostaPatrícia da SilvaPaula Sá NogueiraRodrigo VaiapraiaSónia BaptistaTiago Jácome

coprodução co‑produced by São Luiz Teatro Municipal TNSJresidência artística artistic residencies O Espaço do Tempoapoios support AGECOP – SPA Câmara Municipal de Lisboa Polo Cultural Gaivotas Boavista

preço dos bilhetes ticket prices € 7,50 – € 16,00

Saudemos a estreia no palco do São João de uma criação do Cão Solteiro, plataforma de artistas que desenvolve projetos de teatro desde 1997. O coletivo estabeleceu desde então um processo de trabalho suportado pela construção de imagens, ao qual é inerente a transferência de códigos entre disciplinas artísticas. Could Be Worse: The Musical é o mais recente capítulo de uma parceria com o cineasta André Godinho, na qual vêm explorando pontos de interseção do cinema com o teatro. No centro dessa pesquisa encontramos uma interrogação de Susan Sontag em “Film and Theatre” – “Existe alguma coisa genuinamente cinematográfica?” –, pergunta a que eles contrapõem outra pergunta: “E, nesse caso, existe alguma coisa genuinamente teatral?” As peças entretanto produzidas exploram diversos pressupostos do cinema e do teatro, desde a relação entre as imagens e a narrativa (3, 2007), passando pela exposição dos mecanismos de construção, desafiando o lugar do espectador (Play The Film, 2011), à reflexão sobre a continuidade de lugar, sequência e montagem (We’re Gonna Be Alright, 2017, construído a partir dos efeitos especiais usados nos blockbusters). Em Could Be Worse, com a cumplicidade da música de PZ e de Rodrigo Vaiapraia, abordam um dos géneros mais amados do cinema clássico norte‑americano: o Musical. Não podia ser melhor.

We welcome the premiere, on the São João stage, of a creation by Cão Solteiro, an artists’ collective that has been developing theatrical projects since 1997. From that year on, they have defined a work process that relies on the construction of images as well as on artistic interdisciplinarity. Could Be Worse: The Musical is the most recent chapter in a partnership with film‑maker André Godinho, in which the intersection points between film and theatre are being explored. At the centre of that research we find a question Susan Sontag asked in “Film and Theatre” – “Is there something genuinely cinematic?” –, to which they reply with another question: “And, in

that case, is there something genuinely theatrical?” The previously produced pieces explore various premises of film and theatre, such as the relationship between images and narrative (3, 2007), the display of the construction mechanisms, challenging the position of the viewer (Play The Film, 2011), and a reflection on continuity of place, sequencing and editing (We’re Gonna Be Alright, 2017, created from special effects used in blockbuster films). In Could Be Worse, helped by the music of PZ and Rodrigo Vaiapraia, they take on one of the most loved genres of classic American cinema: the Musical. It couldn’t be better.

Teatro Nacional São João7-10 novqui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00 Could Be

Worse: The Musicalcriação creation Cão Solteiro & André Godinho

estreia premiere

Page 22: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

tradução translated by Miguel Esteves Cardosocenografia set design Rita Lopes AlvesJosé Manuel Reisfigurinos costumesRita Lopes Alvesdesenho de luz lighting design Pedro Domingosdesenho de som sound design André Piresassistência de encenação direction assistanceNuno Gonçalo Rodrigues

com with Isabel Muñoz CardosoRita DurãoRúben GomesTiago MatiasVânia Rodrigues

coprodução co‑produced by Artistas Unidos, Centro Cultural de Belém, TNSJ

estreia opening 31OutOct2019 Teatro Municipal de Vila Realdur. aprox. playing time 1:45M/12 anos Ages 12 and up

Língua Gestual PortuguesaPortuguese Sign Language17 nov dom sun 16:00

Conversa pós-espetáculoPost-show talk15 nov

preço dos bilhetes ticket prices € 7,50 – € 16,00

Jorge Silva Melo e os Artistas Unidos abrem‑nos uma inesperada janela sobre o sofisticado e genial Noël Coward (1899‑1973), um dos autores mais representados no mundo anglo‑saxónico durante os anos 1920‑30. O dramaturgo britânico foi depois negligenciado e mais tarde “recuperado” (Harold Pinter, em gesto de homenagem, encenou‑lhe uma peça no National Theatre em 1976), sendo hoje de uma inatualidade insolente. Vidas Íntimas (1930) é uma daquelas peças a que associamos um cortejo de adjetivos e proezas. Senão vejamos: escrita em apenas três dias, foi o seu mais duradouro sucesso de crítica e bilheteira, o exemplo mais eloquente da sua arte. É uma peça sobre o brilho e a opacidade da linguagem, sobre as alegrias e os malefícios do casamento e do divórcio, sobre casais que não são felizes juntos nem separados, sobre as luzes que se apagam quando acaba o champanhe. A épica leveza de Coward não deverá nunca confundir‑se com ligeireza, a sua frivolidade é inquietante. Philip Hoare, um dos seus biógrafos, notou que “apesar de todo o brilhantismo cómico, Coward pode ter sido um dos maiores trágicos da sua época”. Vidas Íntimas, defende, é um “divertimento sombrio”. E acrescenta: “Faz‑nos rir tanto que nos esquecemos de chorar.”

Jorge Silva Melo and Artistas Unidos offer us an unexpected view of the sophisticated and brilliant Noël Coward (1899‑1973), one of the most successful playwrights in the Anglo‑Saxon world during the 1920s and 1930s. Afterwards, the British author’s work fell into neglect, but it was later “revived” (as a tribute, Harold Pinter staged one of Coward’s plays at the National Theatre in 1976) and remains defiantly old‑fashioned today. Private Lives (1930) is one of those plays to which we associate a series of adjectives and accomplishments. Let us see: written in just three days, it was his most impressive critical and box‑office hit, the most

eloquent instance of his art. The play is about the sparkle and opaqueness of language, the joys and evils of marriage and divorce, couples that are never happy be they together or apart, and the lights that go out when the champagne runs out. Coward’s epic lightness must never be mistaken for thoughtlessness: his frivolity is disturbing. Philip Hoare, one of his biographers, pointed out that “[f]or all his comic brilliance, Coward may have been one of the greatest tragedians of his time”. Private Lives, he tells us, is a “dark amusement” that “make[s] us laugh so much we forget to cry”.

Teatro Nacional São João14 nov – 1 dez decqua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00

Vidas Íntimasde by Noël Coward encenação directed by Jorge Silva Melo

Page 23: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Margens. “As minhas feridas. Tal qual um guerreiro. Tudo bem contigo, amor?”

Page 24: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Lança Rookie Lee à sua imagem

no espelho, treinando o engate

antes do confronto final de

Sarna. “Os hábitos não

mudam assim, tenho o meu estilo.”

E um código também, como o do

kung fu em Made in China.

Os jovens de Margem não

têm a mesma história, mas chamam‑

‑lhe a mesma coisa: sobreviver.

No teatro moral de O’Rowe,

o amor e o pecado vivem paredes‑

‑meias. Por exemplo, na sala de

estar de Os Nossos Dias Poucos e Desalmados.

Como viver com a culpa?

Horváth e Coward respondem

de forma oblíqua e inesperada.

A tragédia de O Dia do Juízo remata ‑se em parábola,

enquanto a frivolidade cómica

de Vidas Íntimas deixa

transparecer um remorso igualmente

trágico. “Nunca lhe ocorreu que

a leviandade possa encobrir um

embaraço muito sincero?”Asks Rookie Lee to his reflection in the mirror, practising seductive moves before the final conflict in Howie the Rookie. “Habits die hard, I'm stylish.” And living by a code too, like that of kung fu in Made in China. The young people in Margin do not have the same story, but they give it the same name: surviving. In O’Rowe’s moral theatre, love and sin live side by side. For instance, they share the living room in Our Few and Evil Days. How

can we live with guilt? Horváth and Coward answer that question in oblique, unexpected terms. The tragedy of Judgement Day ends as a parable, while the comical frivolity of Private Lives is touched by an equally tragic remorse. “Has it ever struck you that flippancy might cover a very real embarrassment?”

Page 25: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Mark O’Rowe, carago!

Mark O’Rowe,

feck!

Cinco peças, cinco!, do dramaturgo irlandês Mark O’Rowe, em traduções de Francisco Luís Parreira, serão apresentadas em menos de quinze dias, em palcos e formatos diversos. Na génese deste atrevimento está a ASSéDIO, companhia que vem exercitando O’Rowe por vários palcos do Porto. Compartimos o rasgo estreando, numa produção própria, Os Nossos Dias Poucos e Desalmados. “Muita malaico, não é?”

Five works by Irish playwright Mark O’Rowe, translated into Portuguese by Francisco Luís Parreira, will be performed over about a fortnight, on various stages and in a variety of formats. At the root of this daring endeavour is ASSéDIO, a company that has already brought O’Rowe to several stages in Porto. We share their boldness by premiering our own production of Our Few and Evil Days. “D’you get it?”

Teatro Carlos Alberto Mosteiro de São Bento da Vitória

18 nov – 4 dez dec

Page 26: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

tradução translated by Francisco Luís Parreiracenografia e figurinos set design and costumes Sissa Afonsodesenho de luz lighting design Nuno MeiraFilipe Pinheirodesenho de som sound design Francisco Lealvídeo video Fernando Costa

interpretação cast Ângela MarquesCatarina GomesPaulo FreixinhoPedro FriasPedro Galiza

produção produced by TNSJ

M/14 anos Ages 14 and up

“Se eu falo nisso, as coisas entre nós mudam para sempre.” Entramos na idiossincrática “O’Rowelândia” pela sua penúltima peça, Os Nossos Dias Poucos e Desalmados (2014), numa encenação de João Cardoso. No percurso de Mark O’Rowe, este texto rompe um hiato de sete anos desde Terminus (2007), período em que o dramaturgo se dedicou a adaptações de Shakespeare e Ibsen e à escrita de argumentos para televisão e cinema. O monólogo como máquina de narração e rememoração, tão caro a O’Rowe nas peças anteriores, dá aqui lugar a uma simétrica e concatenada sucessão cronológica de seis cenas, igualmente distribuídas por dois atos, com um prólogo e um interlúdio. A potência da contracena e a cadência dos diálogos que as animam, curtos e naturalistas, sobrepostos ou truncados, é um dispositivo de desnudamento de um passado que consome as personagens. Em vez da torrente de palavras de outrora, a linguagem é agora quase ascética. É que há um segredo funesto a assombrar a família‑protagonista de Os Nossos Dias Poucos e Desalmados, cujos contornos se desenham por detalhes, pausas, silêncios, como num puzzle. Com um lastro cinematográfico na forma como suspende cada cena, trabalha as elipses e os fundidos a negro, este drama familiar sobre a culpa, o sacrifício e o amor tem a claustrofobia de um thriller psicológico percorrido por uma tristeza palpável. “Porque é que não me amas?”

“If I say it, things will change between us.” We enter the idiosyncratic “O’Roweland” via his penultimate play, Our Few and Evil Days (2014), under the direction of João Cardoso. In the career of Mark O’Rowe, this text marks the end of a seven‑year hiatus since Terminus (2007), a time during which the playwright focused on several adaptations of Shakespeare and Ibsen, as well as on writing TV and film scripts. The monologue as a narration and recollection device, which had been so used by O’Rowe in the previous plays, is here replaced with a symmetrical, concatenated chronological sequence of six scenes, evenly divided into two acts, with a prologue and an interlude. The power of the performances and the

cadence of the brief, naturalistic dialogue, now overlapping, now truncated, that animates them, are a means to unveil a past that gnaws away at the characters. Instead of the flood of words of past works, the language is almost ascetic now. This is because a dark secret haunts the family in Our Few and Evil Days: its outlines make themselves visible as details, pauses and silences, like the patterns in a jigsaw puzzle. With a cinematic flair in the way it suspends each scene, develops ellipses and fades‑to‑black, this family drama about guilt, sacrifice and love possesses the claustrophobic feel of a psychological thriller shot through with a palpable sadness. “Why don’t you love me?”

Teatro Carlos Alberto21-30 novqua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00 Os Nossos

Dias Poucos e Desalmadosde by Mark O’Roweencenação directed by João Cardoso

estreia premiereenglish subtitles

Língua Gestual Portuguesa Portuguese Sign Language 24 nov dom sun 16:00

Conversa pós-espetáculoPost-show talk22 nov

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

Page 27: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

tradução translated by Francisco Luís Parreiradesenho de luz lighting design Nuno Meiracenografia e figurinos set design and costumes Sissa Afonsosonoplastia sound design Francisco Lealprodução executiva executive production Marta Lima

interpretação cast João Cravo CardosoManuel NabaisPedro Quiroga Cardoso

produção produced by ASSéDIO

estreia opening 11OutOct2017 Sala de Bolso (Porto)dur. aprox. playing time 1:40M/16 anos Ages 16 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

“Não tens népia virilidade nesse coiro, não? Nepes irmandade máscula para ires lá abaixo à esquina?” Pedro Frias retoma a sua bem‑sucedida encenação do universo toxicamente masculino e marginal de Made in China (2001). Nesta primeira peça dialogada de Mark O’Rowe, estamos no espaço confinado de um apartamento mas a cidade ruge ao fundo. Somos atirados de cabeça numa profusão de falas entre três personagens que discutem a lealdade passada e presente às insígnias do seu “esquadrão”. Na “porra de um blusão escrito em chinês”, made in china, essa lealdade pode afinal revelar‑se corrompida. A linguagem que O’Rowe põe na boca das suas personagens, “as caralhadas” que elas têm consciência de dizer a toda a hora porque são só essas as palavras a que têm acesso, é tão importante quanto os seus punhos. As personagens medem‑se entre si por essa burlesca eloquência. E medem‑se também pela obediência ou recusa de um sistema de regras. Na coreográfica luta final jogam uma parada de morte, tal qual como se estivessem num filme de karaté das suas cassetes vídeo favoritas. “Um gajo faz aquilo que lhe convém… desde que depois se aguente à bronca. ‘Tá certo ou não?”

“Have you no sense of manhood, no? No sense of the machiz, you couldn’t go ‘round the corner?” Pedro Frias goes back to his successful staging of the toxically male and marginal universe of Made in China (2001). In this play by Mark O’Rowe, the first of his stage works to feature dialogue, we find ourselves in the cramped space of an apartment, while the city roars in the background. We are plunged headfirst into a profusion of talks between three characters who discuss past and present loyalty to the insignia of their “squad”. On a “fuckin’ chink writin’ jacket”, made in china,

that loyalty may in the end prove corrupted. The language O’Rowe puts on the lips of his characters, those “cusses” they are aware of saying constantly because that is all the vocabulary they know, is just as important as their fists. The characters measure one another by means of their ludicrous eloquence. And they also measure one another in terms of their obedience to or refusal of a particular system of rules. Their choreographic final fight is potentially deadly, like something out of one of their favourite karate video tapes. “You do what’s right for yourself, man. Long as you’re able to hack it. That right?”

Mosteiro de São Bento da VitóriaSala do Tribunal

25+26 novseg+ter mon+tue 21:00

Made in Chinade by Mark O’Roweencenação directed by Pedro Frias

Made in China

Sarna

Page 28: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

tradução translated by Francisco Luís Parreiraespaço cénico e figurinos set design and costumes Sissa Afonsodesenho de luz lighting design Filipe Pinheirobanda sonora soundtrack Francisco Lealprodução executiva executive production Marta Lima

produção produced by ASSéDIO

estreia opening 2DezDec2016 Sala de Bolso (Porto)dur. aprox. playing time 1:45M/16 anos Ages 16 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

produção executiva executive production Marta Lima

com with Joana CarvalhoJoão Cravo CardosoSara Barros LeitãoMaria Teresa Barbosa

coorganização co‑organisation ASSéDIO, TNSJ

dur. aprox. playing time 1:00

entrada livre free entrance

Howie Lee e Rookie Lee, as personagens de Sarna, de Mark O’Rowe, iguais “na Lee‑nidade”, espelhos mútuos como o título original Howie the Rookie (1999) sugere, regressam na encenação de João Cardoso depois do sucesso de apresentações anteriores. O título Sarna revela‑‑se feliz porque não só refere o núcleo metafórico desta peça, aquela que revelou O’Rowe, como sugere um contágio que se propaga pelas suas personagens e que as reúne sob um efeito de irmandade ou família. De certa forma, é também para a família, de sangue ou de gang, para a sua desagregação e violência, que as suas peças apontam. Os monólogos de Sarna dão‑nos dois pontos de vista de uma mesma história, trágica e comovente, contada numa linguagem de autor, também ela contaminada, fora de qualquer convenção. E tão contagiada pelo jargão da rua, pela sua escatologia e misoginia, como pela poesia, literatura ou cinema. Ninguém fala como as suas personagens e o exercício muscular da linguagem é aqui posto a nu pelo virtuosismo de um só ator num espaço minimal. Somos testemunhas, confidentes e depositários das suas memórias, neste épico de bolso, marginal e sublime. “Isto agora é até ao tutano.”

Francisco Luís Parreira, a quem se deve a reinvenção em português da linguagem de Mark O’Rowe, dirigirá uma leitura de excertos de Terminus (2007) e de Ossário (2003). Peças dir‑se‑ia quase em espelho, entrelaçam três monólogos – essa “ilusão da presença através das vozes”, como se diz num deles. Estas escatológicas experiências linguísticas deixam‑se atravessar pela potência da poesia e do mito e desenham uma narrativa poliédrica a que o leitor/espectador acede através de uma espécie de montagem cinematográfica mental. Consanguíneas no desamparo e na catástrofe, as personagens, aqui com particular atenção às personagens femininas, dizem‑se “vergadas por uma carência potente e profunda”. A única redenção possível talvez esteja numa mais terna consciência de si. A rematar este programa de leituras, lançamos o 31.º volume da nossa coleção com a editora Húmus, que reúne três peças de O’Rowe: Os Nossos Dias Poucos e Desalmados, Made in China e Ossário.

Howie Lee and Rookie Lee, the two characters in Mark O’Rowe’s Sarna, namesakes “in Lee‑ness”, mutual mirrors of one another as the play’s original English title Howie the Rookie (1999) suggests, return in João Cardoso’s staging, after a number of successful previous presentations. The Portuguese title Sarna [Nuisance/Scabies] is an inspired choice, because besides referencing the metaphorical core of this play, which gave O’Rowe his breakthrough, it also suggests a contagion that spreads across its characters, gathering them together in a sort of fraternity or family. Indeed, O’Rowe's plays are also about family,

be it by blood or in the form of a gang, and its disintegration and violence. The monologues in Howie the Rookie give us two viewpoints on the same tragic and moving story, told in the author’s style, free from any conventions, just as contaminated by street jargon’s scatology and misogyny as by poetry, literature and cinema. Nobody speaks like O’Rowe’s characters: the muscular workings of his language are here laid bare by one skillful actor in a minimal set. We become the witnesses, confidants and trustees of Howie/Rookie’s memories in this sublime pocket‑sized outsider epic. “It's blood an' bone.”

Francisco Luís Parreira, the Portuguese translator of Mark O’Rowe’s texts, will direct a reading of excerpts from Terminus (2007) and Crestfall (2003). These two plays, which appear to almost mirror one another, interweave three monologues – that “illusion of presence through voices”, as is said in one of them. These eschatological linguistic experiments, shot through with the power of poetry and myth, combine into a polyhedral narrative to which the reader/viewer gains access via a sort of mental film editing. Closely

related in terms of destitution and disaster, the characters (largely female here) describe themselves as “overcome with a want that’s potent and profound”. Their only hope of redemption lies perhaps in a more tender self‑awareness. As a conclusion to this reading programme, we will launch the 31st volume of our collection, a joint project with the Húmus publishing house, which contains three plays by O’Rowe: Our Few and Evil Days, Made in China and Crestfall.

Mosteiro de São Bento da Vitória Sala do Tribunal

Mosteiro de São Bento da VitóriaCentro de Documentação

2-4 dez decseg+ter mon+tue 21:00 qua wed 19:00

18 novseg mon 19:00

Sarnade by Mark O’Roweencenação directed by João Cardosointerpretação performed by Pedro Frias

Leituras Readings + Lançamento de livro Book launch

Terminus, Ossáriode by Mark O’Rowetradução e direção translated and directed by Francisco Luís Parreira

Page 29: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

tradução translated by Nuno Júdicecenografia set design José Manuel Castanheirafigurinos costumes Ana Paula Rochadesenho de luz lighting design Guilherme Frazãoadaptação adapted by José Gabriel Antuñanovoz e elocução voice and elocution Luís Madureiraassistência de encenação direction assistance João Farraia

interpretação cast Ana CrisJoão LagartoJosé NevesLeonor AlecrimMargarida Vila-NovaMaria FradePedro Walter

produção produced by Companhia de Teatro de Almada

espetáculo inserido na show included in Mostra Espanha 2019

estreia opening 25OutOct2019 Teatro Municipal Joaquim Benite (Almada)dur. aprox. playing time 1:30M/12 anos Ages 12 and up

Conversa pós-espetáculoPost-show talk6 dez dec

preço dos bilhetes ticket prices € 7,50 – € 16,00

realização plástica visual direction António Jorge GonçalvesPaula Delecave

interpretação cast Cláudia Semedo (narradora narrator)José Conde (clarinete baixo e música original bass clarinet and original music)

coprodução co‑produced by Centro Cultural Vila Flor, São Luiz Teatro Municipal, Culturproject, TNSJ

estreia opening 4Jun2019São Luiz Teatro Municipal (Lisboa Lisbon)dur. aprox. playing time 40’M/6 anos Ages 6 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00 (adultos adults) € 5,00 (crianças children)

A lendária e trágica história de amor de D. Pedro e D. Inês de Castro deu origem a uma rica linhagem artística ao longo dos tempos, não apenas portuguesa. Depois de Garcia de Resende (no Cancioneiro Geral, 1516), Camões (no Canto III de Os Lusíadas, 1572) e sobretudo António Ferreira (em Castro, 1587), o dramaturgo espanhol Luis Vélez de Guevara (1579‑1644) glosou o tema em Reinar Depois de Morrer (1635), peça em três atos que a Companhia de Teatro de Almada recupera, numa adaptação de José Gabriel Antuñano e encenação de Ignacio García. O texto de Guevara, uma das comedias mais representativas do chamado século de ouro do teatro espanhol, foi publicado em Portugal pela primeira vez em 1652. Com tonalidades intensamente líricas, a peça encena este famoso episódio histórico, no qual a razão de Estado – a que se poderia hoje chamar uma razão politicamente correta – se opõe e se sobrepõe ao amor e à liberdade individual. Centrando‑se na forma como essa oposição se agudiza nas quatro personagens principais, moldando as suas ações, dilemas e sofrimentos, Reinar Depois de Morrer convida o espectador a refletir sobre um tema perene: “O da supremacia das conveniências sobre o indivíduo – sempre mais frágil – que as questiona.”

Como é que as imagens de um livro podem ganhar vida num palco? O Convidador de Pirilampos começou por existir nas palavras do escritor angolano Ondjaki e nos desenhos do ilustrador, cartoonista e performer visual António Jorge Gonçalves. Juntos, já nos haviam oferecido o livro Uma Escuridão Bonita, título que encontra um eco em O Convidador de Pirilampos, história, também ela, “sem luz elétrica”, vizinha dos mistérios da natureza e do humano, da luz e da noite, do medo e do espanto. Agora, e num palco perto de nós, vamos ver e ouvir um menino que gostava de passear na Floresta Grande, “mesmo quando já fazia quase‑escuro”. É um menino muito curioso, que gosta de cientistar coisas, verbo que designa o que os cientistas e os inventores e as crianças fazem: cientistam as coisas, os animais, o mundo. Este menino inventou, por exemplo, um “aumentador de caminhos” e um “convidador de pirilampos”. E, de caminho, vai aprender a ser amigo do escuro. Com encenação de António Jorge Gonçalves, que também desenha ao vivo, este espetáculo é narrado pela atriz Cláudia Semedo, acompanhada pelo clarinetista José Conde e pelas imagens em retroprojetor de Paula Delecave. Um sonho sonhado em palavras, imagens e sons, num palco coberto por uma escuridão assustadora e bonita.

The legendary and tragic love story of Dom Pedro and Dona Inês de Castro begetted a rich line of artistic creations, not all of them Portuguese. In the wake of Garcia de Resende (in Cancioneiro Geral, 1516), Camões (in Canto III of The Lusiads, 1572) and especially António Ferreira (in Castro, 1587), Spanish playwright Luis Vélez de Guevara (1579‑1644) dealt with the subject in Reinar Depois de Morrer [To Reign after Death, 1635], a three‑act play that the Companhia de Teatro de Almada now brings back to the stage, in an adaptation by José Gabriel Antuñano and under the direction of Ignacio García. Guevara’s play, one of the most

representative comedias of the Spanish Golden Age, was published in Portugal for the first time in 1652. It presents an intensely lyrical version of this famous historical episode, in which the reason of State – which could be called today a politically correct reason – opposes and overwhelms love and individual freedom. Focusing on how that opposition dominates the four main characters, shaping their actions, dilemmas and pains, Reinar Depois de Morrer invites the viewer to meditate on a perennial subject: “The supremacy of social rules over the (always weaker) individual who questions them.”

How do the pictures in a book come to life on stage? O Convidador de Pirilampos [The Firefly Inviter] originally existed as the words of Angolan writer Ondjaki and the drawings of illustrator, cartoonist and visual performer António Jorge Gonçalves. The pair had already offered us Uma Escuridão Bonita [A Pretty Darkness], a book whose title is somewhat echoed in O Convidador de Pirilampos, another story “with no electric light”, close to the mysteries of nature and humanity, of light and night, of fear and awe. Now, on a stage close to us, we will see and hear a little boy who liked to walk in the Great Forest, “even when it was near‑dark”.

He is a very curious little boy, who likes scientifying things; to scientify is a verb that describes what all scientists, inventors and children do: they scientify things, animals, the whole world. This little boy’s inventions include a “path enlarger” and a “firefly inviter”. In the process, he will learn how to be a friend of the darkness. Directed by António Jorge Gonçalves, who also live draws onstage, this show is narrated by actress Cláudia Semedo, accompanied by clarinettist José Conde and the rear‑projected images of Paula Delecave. A dream dreamed in words, pictures and sounds, on a stage blanketed by a scary and pretty darkness.

Teatro Nacional São João Teatro Carlos Alberto5-7 dez decqui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00

11-13 dez decqua‑qui wed‑thu 10:00+15:00 sex fri 11:00+15:00Reinar Depois

de Morrerde by Luis Vélez de Guevaraencenação directed by Ignacio García

O Convidador de Pirilampostexto text Ondjakiencenação directed by António Jorge Gonçalves

Page 30: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

assistência de direção e conceção plástica direction assistance and visual concept Julieta Guimarãescomposição sonora sound design Baltazar Molinaluz light Romeu Correia Guimarãesprodução executiva executive production Adelaide Osórioapoio à construção construction support Jorge Soares

coprodução co‑produced by Companhia Erva Daninha, Rede 5 Sentidos: Centro de Arte de Ovar, Centro Cultural Vila Flor, Espaço do Tempo, Teatro Académico de Gil Vicente, Teatro Micaelense, Teatro Municipal da Guarda, Teatro Municipal do Porto, Teatro Nacional São João, Teatro Viriato, Teatro Virgínia

estreia opening 28SetSep2019 Teatro Viriato (Viseu)dur. aprox. playing time 1:00M/12 anos Ages 12 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

coreografia choreography Lara Guidettimúsica music Rui Gatofigurinos costumes Rute Osório de Castrodireção técnica technical direction Roger Madureiradireção de produção general production Georgina Piresassistência de encenação direction assistance Rita Costa

interpretação cast Miguel BorgesSara RibeiroPaulo MotaRui M. SilvaDuarte Melomarionetista puppeteer André André

coprodução co‑produced by Companhia João Garcia Miguel, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Ibérico, Sanpapié, TNSJapoios support Teatro Aveirense, Teatro-Cine de Torres Vedras, Junta de Freguesia do Beato, Instituto do Emprego e Formação Profissional

dur. aprox. playing time 1:20M/16 anos Ages 16 and up

Conversa pós-espetáculoPost-show talk17 jan

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

A companhia Erva Daninha apresenta em VÃO, um projeto da Rede 5 Sentidos, um peculiar espetáculo de circo contemporâneo, dando continuidade ao seu trabalho de pesquisa de novas formas de fazer e dar a ver esta arte. Em cena, duas personagens partilham o palco como se este fosse uma estrada de sentido único, congestionada de informação, ilusão e influências. Ao longo do espetáculo, esse espaço unívoco vai sendo transformado num espaço‑laboratório. Nele, as personagens tentam superar o vão entre o real e o imaginário. Os seus tumultos interiores e a imprevisibilidade dos acontecimentos colocam‑nas ora em cooperação ora em conflito. No ambiente tenso e inesperado de VÃO, o risco e a ilusão conduzem o espectador pelo virtuosismo da acrobacia e da manipulação de objetos, elevando‑os a um meio de comunicação de emoções e ideias. Encontro de dois criadores de gerações, técnicas e experiências distintas – Vasco Gomes, malabarista e diretor artístico da Erva Daninha, e Leonardo Ferreira, acrobata recém‑formado pelo Centre National des Arts du Cirque –, VÃO é uma investigação sobre os percursos a que almejamos e aqueles a que a vida nos conduz, e sobre as transformações do corpo nas adversidades desses caminhos.

Sabemos da irreverência das encenações de João Garcia Miguel. Refira‑se, por exemplo, o desassombro das suas operações sobre Shakespeare em Burgher King Lear (2007) ou Calderón de la Barca em La Vida Es Sonho (2015). Regressa com Um Plano do Labirinto, adaptando um texto da lavra de Francisco Luís Parreira (na que é já a quarta criação conjunta de “uma estreita e durável relação”), para quem a reverberação das situações históricas ou dos textos antigos que elege é um revelador do que somos hoje – é sua a espantosa tradução do poema babilónico Épico de Gilgameš, um dos textos mais antigos do mundo. Depois de Lilith, associado à crise na Grécia/Europa, de Três Parábolas de Possessão, impregnado de referências bíblicas e do conflito israelo‑árabe, e de uma versão livre de Medeia, Um Plano do Labirinto é um polifónico conto mitológico sobre a diáspora portuguesa no século XX, no Oriente e em África, interrogando‑se/nos sobre a verdade e a mentira de muitas histórias recolhidas da “nossa” guerra no “Ultramar”. Uma delas, exemplar na sua “indiferença à verdade”, conta um imaterial confronto entre soldados de uma patrulha e uma manada de antílopes na savana inexplorada. “Por que razão mentem estas histórias tão ostensivamente?”

The Erva Daninha company brings us VÃO [GAP], a Rede 5 Sentidos project that is a unique contemporary circus show, continuing their research work into new ways of making and showing this art. Two characters share the stage like it was a one‑way road, congested with information, illusion and influences. Throughout the show, this univocal space is being turned into a laboratory space. In it, the characters attempt to cross the gap between reality and imagination. Their interior turmoil and the unpredictability of events cause them to now cooperate, now fight among themselves. In the tense, unexpected

atmosphere of VÃO, risk and illusion lead the viewer through skilful acrobatics and object manipulation, turning them into means for the communication of emotions and ideas. The meeting‑point of two creators from different generations, each with his own technique and life experience – Vasco Gomes, a juggler who is also the artistic director of Erva Daninha, and Leonardo Ferreira, an acrobat who has just graduated from the Centre National des Arts du Cirque –, VÃO is an enquiry into the paths we desire and those that life offers us, as well as into the transformations the body undergoes while facing the adversities of those paths.

We are familiar with the irreverence of João Garcia Miguel’s stage creations. There are, for instance, his bold treatments of Shakespeare in Burgher King Lear (2007) or of Calderón de la Barca in La Vida Es Sonho (2015). Now, he returns with Um Plano do Labirinto [A Plan of the Labyrinth], in which he adapts a text by Francisco Luís Parreira (marking the fourth joint creation by their “close and durable relationship”), to whom the reverberation of his chosen historical situations or ancient texts acts as a revelation of what we are today – he is responsible for an amazing Portuguese translation of Babylonian poem The Epic of Gilgamesh, one of the oldest texts in

the world. After Lilith, which looked at the crisis in Greece/Europe, Três Parábolas de Possessão, filled with Biblical references and the Israeli/Arab conflict, and a free version of Euripides’ Medea, Um Plano do Labirinto is a polyphonic mythological tale about the 20th‑century Portuguese diaspora in the Orient and in Africa, questioning itself/us about the truth and falsity in many collected stories that originated in “our” war “overseas”. One of them, quite remarkable in its “indifference to truth”, tells of an immaterial confrontation between soldiers in patrol and an antelope herd in the unexplored savanna. “Why do these stories lie so brazenly?”

Teatro Carlos Alberto Teatro Carlos Alberto20-22 dez decsex fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

9-19 janqua+sáb wed+sat 19:00 qui+sex thu+fri 21:00 dom sun 16:00VÃO

direção artística artistic direction Vasco Gomescocriação e interpretação co‑created and performed byLeonardo Ferreira, Vasco Gomes

Um Plano do Labirintode by Francisco Luís Parreiradireção e espaço cénico direction and set design João Garcia Miguel

estreia premiere

Page 31: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Viagem. “Que terra é esta? Quem aqui habita?”

Page 32: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Viajar é investigar o mundo,

a identidade, a relação com o outro,

o “ser outro constantemente”,

e aqui já estamos no teatro, a viajar

no palco vazio de Empty the Space ou no palco‑floresta

de O Convidador de Pirilampos, viagem iniciática.

Viajar é inventar estratégias para

estarmos juntos num espaço que

é sucessivamente construído, destruído

e reconstruído, e esse lugar chama‑se

Synectikos. É como aprender

a contar histórias de novo, é isso que se

faz em Ver a Odisseia para Chegar a Ítaca, ou em

Um Plano do Labirinto,

onde se conta sem prestar contas

à “verdade”. Mas há mais Ulisses por

aqui: U é um Ulisses de uma só letra,

um herói do tamanho das pessoas

comuns. Nas suas viagens, Ulisses

pergunta: “O que há de novo na cidade?”

Viajar é interrogar a cidade e essa coisa

de ser cidadão. É abrir um VÃO entre

coisas, é intervalo. “Vão” é a terceira

pessoa do plural do verbo “ir”, passar

de um lugar a outro, circular. Vamos?To journey is to inquire into such concepts as the world, identity, our relationship with the other, “being constantly an other” – and here we find ourselves in the theatre, travelling through the empty stage of Empty the Space or the forest‑stage of The Firefly Inviter, that initiatic journey. To journey is to come up with strategies that allow us to stay together in a space that is being constantly built, destroyed and rebuilt: that place’s name is Synectikos. It is like learning how to tell stories all over again: that is what happens in Watching the Odyssey to Reach Ithaca, or in

A Plan of the Labyrinth, where you tell without being tied up to the “truth”. But there are other Ulysses around here: U is a single‑letter Ulysses, a hero on the same scale as the common people. During his journeys, Ulysses asks: “Is there any news in the city?” To journey is to inquire into the city and all that being‑a‑citizen stuff. It opens a GAP [VÃO], an interval between things. “Vão” is also the third‑person plural of the Portuguese verb “ir” [to go], i.e. to move from one place to another, to circulate. Shall we go?

Page 33: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

vídeo video design Miles Chalcraftdesenho de som sound design Jeff McGrorydesenho de luz e direção técnica technical coordinator and lighting design Chris Umneyfigurinos costumes Emma Cattell & Kerstin Honeitcenografia set design realisation Lena Modydramaturgia e direção de produção dramaturgy and production management Christina Rungeassistência artística artistic assistance Mat Handadministração Gob Squad management Eva Hartmann

criação e interpretação devised and performed by Johanna FreiburgSean PattenDamian RebgetzTatiana SaphirSharon SmithBerit StumpfSarah ThomBastian TrostSimon Will (o elenco varia a cada apresentação the cast varies with each performance)

produção produced by Gob Squad (Alemanha, Inglaterra Germany, UK)

estreia opening 5Out Oct2013 HAU Hebbel am Ufer (Alemanha Germany)dur. aprox. playing time 2:00M/12 anos Ages 12 and up

Espetáculo em língua inglesa e alemã, legendado em português Show in English and German, Portuguese subtitles

preço dos bilhetes ticket prices € 7,50 – € 16,00

Damos as boas‑vindas a 2020 com Western Society, uma odisseia de trazer por casa, onde a civilização do século XXI cabe por inteiro no interior de uma sala de estar. É uma oportunidade imperdível para o público do TNSJ conhecer os Gob Squad, um coletivo de artistas fundado nos anos 1990 em Nottingham, Inglaterra, mas que opera presentemente a partir de Berlim, Alemanha. Habitam um território em que a banalidade coexiste com a utopia e onde a presença física é amplificada pelas tecnologias digitais, ferramentas que otimizaram para introduzir o mundo real da vida quotidiana no mundo artificial do teatro. Em Western Society, reconstituem em palco a gravação de um vídeo caseiro de uma reunião familiar. Este dispositivo, que convoca a participação ativa dos espectadores, é um revelador dos recantos mais luminosos e escabrosos da cultura contemporânea. Sim, a solidão, o consumismo, a procura de formas alienadas de intimidade, o sortilégio das canções pop, a obscenidade dos reality shows, a Internet como céu e inferno. Western Society é uma sucessão disfórica de janelas que se abrem e se fecham, do palco de teatro ao ecrã de um telemóvel, do maior ao mais pequeno. O mundo encolheu? É isto a felicidade?

We welcome 2020 with Western Society, a homely odyssey, where the whole world fits into a living room. This is an unmissable opportunity for the TNSJ audience to meet Gob Squad, an artists’ collective that was founded in the 1990s in Nottingham, England, and currently operates in Berlin, Germany. They inhabit a territory where banality coexists with utopia, where one’s physical presence is amplified by digital technologies, which they have optimised in order to bring the real world of everyday life into the artificial world of the theatre. Here and now, they present a stage reconstruction

of the taping of a family reunion’s home video. This device, in which the viewers are invited to participate, reveals the most luminous and salacious corners of contemporary culture. Yes: loneliness, consumerism, the search for alienated forms of intimacy, the enticement of pop songs, the obscenity of “reality shows”, the Internet as heaven and hell. Western Society is a dysphoric series of windows that open and close, from the theatre stage to a smartphone screen, from the largest to the smallest. Has the world shrunk? Is this happiness?

Teatro Nacional São João17+18 jansex fri 21:00 sáb sat 19:00

Western Societyconceito concept Gob Squad

Page 34: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

texto text Joana Craveirocenografia set design F. Ribeiromúsica music Marco Castro e and Igor Domingues (Throes + The Shine)desenho de luz lighting design Wilma Moutinhoconsultoria artística art consulting Madalena Alfaiadireção de produção general production Joana Ventura

interpretação cast Alexandre TavaresAndré CabralDavid S. CostaHugo FidalgoJoão Nunes MonteiroJosé SantosMagnum SoaresMarco OlivalMarco TavaresNara GonçalvesRui Pedro SilvaVicente Campos

coprodução co‑produced by Nome Próprio, CCB – Fábrica das Artes, Teatro Aveirenseapoio à residência residency support Centro Cultural Vila Flor

estreia opening 27Jan2018 Centro Cultural de Belém (Lisboa Lisbon)dur. aprox. playing time 1:20M/12 anos Ages 12 and up

Brecht falava de margens e dizia‑as tão “violentas” como a violência do “rio que tudo arrasta”, porque o comprimem. Margem, com direção de Victor Hugo Pontes, fala de uma violência similar, a de jovens em risco na periferia da vida, como a dos Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, livro que lhe serviu de inspiração e “guia para o caminho”, desconstruído e reconstruído aqui pela escrita de Joana Craveiro. Ao diálogo entre a linguagem coreográfica de Victor Hugo Pontes e o livro sobrepôs‑se uma segunda camada, a das histórias de vida, recolhidas em pesquisa prévia, de crianças institucionalizadas da Casa Pia e do Instituto Profissional do Terço, e ainda uma terceira, feita das memórias e experiências dos próprios intérpretes e do seu processo de construção do espetáculo – todas estas camadas se entrecruzam no texto original desta criação. Um elenco de miúdos dos 14 aos 20 anos (mais um bailarino e um ator profissional) habita o palco‑‑casa‑abrigo, colchões espalhados pelo chão, o oásis (sonhado?) de uma palmeira, como um espaço vital de (sobre)vivência de si em grupo, em família, até. Margem, a meio caminho entre a dança e o teatro documental, movido por uma banda sonora urgente e tribal, é assumidamente um trabalho “muito político”. Racismo, sexo, revolução e morte afloram igualmente, mas há uma energia vibrante a percorrer Margem, e essa energia persiste e resiste.

Brecht said that margins are as “violent” as the violence of the “river that drags everything”, because they confine it. Margem [Margin], under the direction of Victor Hugo Pontes, tells us of a similar violence, associated with young people at risk in the periphery of life, like the characters in Jorge Amado’s Captains of the Sands (1937), a book that acted as his inspiration and “guide”, here deconstructed and reconstructed by Joana Craveiro’s writing. Over the dialogue between Victor Hugo Pontes’ choreographic language and the book a second layer was laid, i.e. the life stories, collected previously, of children living in such institutions as Casa Pia and Instituto Profissional do Terço, and yet a third one, consisting of the memories and

experiences of the performers themselves regarding their construction of the show – all these strata interweave in the original text behind this creation. A cast of kids, aged from 14 to 20 years (plus a dancer and a professional actor), inhabit the stage‑house‑shelter, mattresses scattered across the floor, the (dreamed?) oasis of a palm‑tree, like a vital space for the preservation of oneself in a group, a family even. Margem, a production midway between dance and documentary theatre, moved by an urgent, tribal soundtrack, is admittedly a “very political” piece. Racism, sex, revolution and death also make appearances, but a vibrant energy runs through Margem, an energy that persists and resists.

Teatro Carlos Alberto30 jan – 2 fev febqui‑sex thu‑fri 10:30+21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00 Margem

direção directed by Victor Hugo Pontes

Língua Gestual Portuguesa Portuguese Sign Language 2 fev feb dom sun 16:00

Conversa pós-espetáculoPost-show talk31 jan

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

Page 35: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

cenografia e figurinos costumes and set design Catarina Barrosvídeo video André Martinsdesenho de luz lighting design Vasco Ferreira

interpretação cast Isabel CarvalhoIvo Romeu BastosJoão CostaTiago Araújo

produção produced by Comédias do Minho

estreia opening 4Fev Feb2019 Casa da Cultura (Melgaço)dur. aprox. playing time 1:35M/10 anos Ages 10 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00 (adultos adults) € 5,00 (crianças children)

tradução translated by João Paulo Esteves da Silvacenografia set design André Guedesfigurinos costumesCatarina Graçadanças dances Miguel Pereiradesenho de luz lighting design Daniel Worm d’Assumpçãoassistência de encenação direction assistance Leonor Buescuprodução production Nuno Pratas/Culturproject com o apoio de with the support of Manuel Poças e and Vítor Alves Brotas/Agência 25

interpretação cast Álvaro Correia, António Durães, Carla Bolito, Carla Maciel, Gonçalo Waddington, Leonor Buescu, Miguel Mateus, Miguel Sopas, Rita Rocha, Sonja Valentina

coprodução co ‑produced by São Luiz Teatro Municipal, Gonçalo Waddington & Carla Maciel, Lda., TNSJapoios support Museu dos Coches Museu de Lisboa Teatro Nacional de São Carlos

estreia opening 6SetSep2019 São Luiz Teatro Municipal (Lisboa Lisbon)dur. aprox. playing time 2:45M/12 anos Ages 12 and up

Língua Gestual Portuguesa Portuguese Sign Language 9 fev feb dom sun 16:00

Conversa pós-espetáculo Post-show talk7 fev feb

preço dos bilhetes ticket prices € 7,50 – € 16,00

U narra a epopeia de um muito peculiar Ulisses, não o herói sobre‑‑humano da Odisseia de Homero, mas um enorme urso‑branco, um urso‑polar. Partindo da adaptação para a infância de Ulisses, de Maria Alberta Menéres, a encenadora Joana Magalhães deixou‑se inspirar pela frase inicial desse livro: “Quem conta um conto acrescenta um ponto.” Assim, contrariando a tendência unívoca da história que glorifica o herói e os seus feitos, optou por colocá‑la em diálogo com um conto de sua autoria, A Educação de Um Ditador. U é raptado pelos habitantes de um certo país dos animais domésticos, educado segundo os princípios democráticos para ser um ditador. Líder a contragosto, U foge e enceta a viagem de regresso à sua Ítaca, a terra dos selvagens, em busca da identidade perdida, mas aí é novamente acolhido como um messias. Através da deambulação do seu protagonista num mundo a preto e branco, U questiona o conceito de herói e a tendência fácil de aderirmos à ideia de um salvador que nos desculpabilize e salve do desastre. É que a verdadeira catástrofe, a de Penélope, o planeta Terra, continua a acontecer, sempre à espera de salvação. No fundo, é sobre democracia, enquanto projeto coletivo e participativo, que U nos põe a pensar.

De origem humilde, ascendeu a cortesã refinada e disputada, uma demi‑mondaine generosamente estouvada e amante das artes, minada por uma doença, a tuberculose, que a tradição novecentista reservava com um carinho mórbido às raparigas puras. Marguerite Gautier é o coração de A Dama das Camélias, que Alexandre Dumas, filho começou por escrever em forma de romance e que mais tarde, em 1852, haveria de desviar para o palco. A obra é um dos cumes da doentia imaginação tardo‑romântica, matéria apetecível para Miguel Loureiro, criador cénico que gosta de dar novos palcos a fantasmas e assombrações do passado. No seu percurso recente, A Dama das Camélias avizinha‑se de Paris – Sarah – Lisboa (2017), “fabulosa rêverie” sobre Sarah Bernhardt, atriz que foi enorme como Fedra, Hamlet e… Marguerite Gautier. Em vez de correr atrás da sineta da atualidade, o ator e encenador interessa‑se mais por sondar mistérios e enigmas. Diante de uma personagem tão esfíngica, Miguel Loureiro não resiste a lançar‑lhe pontos e mais pontos de interrogação. “O que há de excessivo em Marguerite Gautier que ainda nos serve também? Enunciação clara de um insondável estado de alma? Pequeno ensaio filosófico sobre a vertigem da beleza? Hino à decadência do amor? Teatro eroticizado pela polidez romântica?”

U tells the epic journey of a very peculiar Ulysses, not the superhuman hero of Homer’s Odyssey but a huge polar bear. Taking as her starting‑point Maria Alberta Menéres’ Ulisses, a children’s version of the Odyssey, stage director Joana Magalhães drew inspiration from that book’s opening line: “Who tells a tale, adds a detail.” Thus, going against the univocal slant of the tale, which glorifies the hero and his deeds, she decided to make it dialogue with a short story she had written, The Education of a Dictator. U is kidnapped by the inhabitants of a certain domestic‑animal‑ruled country, and educated in the principles of democracy to become a dictator. Made a leader against his will, U escapes and sets

off on a journey back to Ithaca, the land of savages, in search of his lost identity, but on arriving there he finds himself once again welcomed as a messiah. U uses the wanderings of its main character through a black‑and‑white world to question the concept of the hero and our lazy attachment to the notion of a saviour who can forgive us and save us from disaster. In fact, a very real catastrophe, Penelope’s catastrophe, the planet Earth, continues to unfold, while we wait for a saviour. U’s basic intention is to set us thinking about democracy, as a collective, inclusive project.

From humble beginnings, she rose to the condition of a sophisticated and desired courtesan, a recklessly extravagant, art‑loving demi‑mondaine mined by tuberculosis, a sickness the 1800s traditionally saw, with morbid tenderness, as exclusive to truly pure girls. Marguerite Gautier is the heart of The Lady of the Camelias, which Alexandre Dumas fils had originally written as a novel and later, in 1852, adapted to the stage. This text is a pinnacle of unwholesome late Romantic imagination, and thus highly interesting to Miguel Loureiro, a scenic creator who enjoys giving new venues to ghosts and hauntings from the past. His A Dama das Camélias is close to another one of his recent productions: Paris – Sarah – Lisboa

(2017), “a fabulous reverie” about the actress Sarah Bernhardt, whose greatest roles include Phaedra, Hamlet and… Marguerite Gautier. Instead of chasing modernity’s every whim, this actor and director is more interested in exploring mysteries and enigmas. Confronted with such a sphinx‑like character, Miguel Loureiro cannot keep himself from throwing more and more question marks her way. “Which excesses in Marguerite Gautier can still be of use to ourselves? The clear enunciation of an unfathomable state of mind? A brief philosophical essay on the vertigo of beauty? A paean to love’s decay? The eroticisation of the theatre by Romantic smoothness?”

Teatro Carlos Alberto Teatro Nacional São João6-9 fev febqui+sex thu+fri 15:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

6-9 fev febqui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00

Utexto original e encenação text and direction Joana Magalhãesa partir de based upon Ulisses, de by Maria Alberta Menéres

A Dama das Caméliasde by Alexandre Dumas, filhoencenação directed by Miguel Loureiro

Page 36: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

dramaturgia dramaturgy Daniela Nicolòdesenho de luz e vídeo lighting design and video Alessio SpirliSimone Palmalegendas subtitles Daniela NicolòEnrico Casagrande em colaboração com in collaboration with Paolo PanellaDamiano Bagli produção production Elisa BartolucciShaila Chenetcomunicação communication Marta LovatoMariagloria Posanicirculação internacional international distribution Lisa Gilardino

produção produced by Motus (Itália Italy)em colaboração com in collaboration with  La Villette – Résidences d’Artistes, Create to Connect, Bunker/Festival Mladi Levi, Festival de Santarcangelo, L’Arboreto, Marche Teatro com o apoio de with the support of Instituto Italiano de Cultura, Mibact, Região Emilia Romagna

estreia opening 11Jul2015 Festival de Santarcangelo (Itália Italy)dur. aprox. playing time 1:20M/16 anos Ages 16 and up

Espetáculo em língua italiana, legendado em português Show in Italian, Portuguese subtitles

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

“Nasci duas vezes: primeiro fui uma coisa, depois outra.” Estas são as palavras iniciais de MDLSX, um caleidoscópico solo de Silvia Calderoni, com encenação de Enrico Casagrande e Daniela Nicolò, fundadores da companhia italiana Motus. Performance intensa e desafiadora, entrelaça evocações literárias de Middlesex, de Jeffrey Eugenides, de Orlando, de Virginia Woolf, de textos de Pasolini, e de livros seminais da teoria queer, como Problemas de Género, de Judith Butler, ou Manifesto Contrassexual, de Paul B. Preciado. Com a acutilância da sua presença andrógina e num formato que remete para um set de DJ/VJ, Silvia Calderoni urde essas alusões literárias com a sua biografia, vídeos caseiros e a pop que a marcou, dos Smiths aos Placebo, dos Talking Heads aos Vampire Weekend e Dresden Dolls. Estilhaçando os conceitos de género e de narrativa, MDLSX é um hino à liberdade de tornar‑se e ser‑se outro, para lá de qualquer fronteira e preconceito.

encenação directed by Enrico Casagrande, Daniela Nicolòinterpretação performed by Silvia Calderoni

“I was born twice: I was first one thing, and then the other.” These are the opening words of MDLSX, a kaleidoscopic solo performance by Silvia Calderoni, with direction and dramaturgy by Enrico Casagrande and Daniela Nicolò, the founders of Italian company Motus. Intense and defying, it contains literary evocations from Jeffrey Eugenides’ Middlesex, Virginia Woolf’s Orlando, several texts by Pasolini, and such seminal queer theory volumes as Judith Butler’s Gender Trouble or Paul B. Preciado’s

Countersexual Manifesto. Using the power of her androgynous presence and a format reminiscent of a DJ/VJ set, Silvia Calderoni weaves all these literary references with her biography, home videos and the pop music that influenced her, from The Smiths to Placebo, from Talking Heads to Vampire Weekend and The Dresden Dolls. A performance art piece that shatters the concepts of gender and narrative, MDLSX is a paean to the freedom of becoming and being an other, beyond any border or prejudice.

Teatro Carlos Alberto14+15 fev febsex fri 21:00 sáb sat 19:00

MDLSX

Page 37: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

É uma forma mais personalizada e menos apocalíptica de dizer Conversas com o Público ou Conversas Pós‑‑Espetáculo. Alterámos a denominação mas estas Conversas com o Jorge mantêm o conceito e os propósitos. Ao longo da temporada 2019‑20, Jorge Louraço Figueira assume a condução das conversas informais que promovemos no final dos espectáculos, colocando em relação os que fazem e os que veem. Conversar é uma bela maneira de prolongar os espetáculos nas nossas cabeças. Dramaturgo, encenador e professor de Dramaturgia na ESMAE, Jorge Louraço Figueira foi crítico de teatro no jornal Público. É um homem do meio capacitado para estar no meio, espécie de provedor dos artistas e dos espectadores. Ou seja, aquele que fornece pistas de leitura, faz perguntas, democratiza intervenções e, tão ou mais importante, termina conversas. Uma arte exigente, melindrosa, colaborativa: como colocar um ponto final depois de lançar uma série de pontos de interrogação?

TNSJ 19 set sep · A Morte de Danton TNSJ 18 out oct · A Tragédia de Júlio CésarTeCA 20 out oct · Alma NómadaTNSJ 15 nov · Vidas Íntimas TeCA 22 nov · Os Nossos Dias Poucos e DesalmadosTNSJ 6 dez dec · Reinar Depois de Morrer TeCA 17 jan · Um Plano do LabirintoTeCA 31 jan · Margem TNSJ 7 fev feb · A Dama das Camélias

versão e dramaturgia adaptation and dramaturgy by Cristina CarvalhalPedro Filipe Marquesassistência de encenação direction assistance Sara Carinhasparticipação em vídeo on video Álvaro CorreiaIsac GraçaNuno Nunes Sara Carinhascenografia e figurinos set design and costumes Ana Limpinho & Maria João Castelovídeo video Pedro Filipe Marquesdesenho de luz lighting design José Álvaro Correiamúsica music Sérgio Delgadoprodução production Bruno Reis, Sofia Bernardo

interpretação cast Carlos MalvarezCucha CarvalheiroEduardo FrazãoIvo AlexandreManuela CoutoPaulo PintoPedro Lacerda

coprodução co‑produced by Causas Comuns São Luiz Teatro MunicipalTNSJ

estreia opening 10Out Oct2019 São Luiz Teatro Municipal (Lisboa Lisbon)dur. aprox. playing time 1:40M/12 anos Ages 12 and up

preço dos bilhetes ticket prices € 10,00

It is a more personal and less apocalyptical variation on such titles as Conversations with the Audience or Post‑show Conversations. We have changed the name, but not the concept and purpose of these Conversations with Jorge. Throughout our 2019‑20 season, Jorge Louraço Figueira will host the informal talks we hold at the end of the shows, bringing together the people who make them and the people who watch them. To talk about the shows is a fine way of prolonging their memory in our minds. A playwright, stage director and Playwriting teacher at ESMAE, Jorge Louraço Figueira was also a theatre critic for the Público newspaper. His experience in the dramatic field makes him an ideal ombudsman to artists and viewers. He suggests interpretations, asks questions and expertly brings the conversation to a close. This is a demanding, delicate, collaborative task: where do you place a full stop after a series of question marks?

A encenadora Cristina Carvalhal visitou‑nos em 2018 com a adaptação teatral de Elizabeth Costello, um romance de J.M. Coetzee. Dois anos depois, vamos reencontrá‑la a braços com uma peça de Ödön von Horváth. Poderíamos começar por falar deste dramaturgo citando‑lhe uma frase lapidar: “Em todas as minhas peças tentei afrontar impiedosamente a estupidez e a mentira.” Se acrescentarmos a esta brutalidade uma ternura pelas insuficiências humanas e um corrosivo sentido de humor, abeiramo‑nos do tom dominante da obra de Horváth, cidadão do império Austro‑Húngaro que se fixou em Berlim nos anos 1920, para a partir daí reinventar o teatro popular de língua alemã. Escrita em 1935‑36, a intriga de O Dia do Juízo poderia facilmente confundir‑se com um vulgar drama burguês, protagonizado por um imprevisto triângulo “amoroso”. Mas a peça vai adquirindo, à medida que progride, a densidade de uma parábola sobre a culpa e a inocência, problematizando a responsabilidade individual no dia a dia de uma comunidade. O recurso à linguagem vídeo é um dos elementos estruturantes do espetáculo. Assinado pelo realizador Pedro Filipe Marques, o vídeo será decisivo na concretização da dimensão fantasmática da culpa ou, dito de outro modo, na “materialização” da presença inusitada do “além”…

In 2018, stage director Cristina Carvalhal brought us a stage adaptation of Elizabeth Costello, a novel by J.M. Coetzee. Two years later, we find her tackling a play by Ödön von Horváth. We could approach this author by quoting one of his pithy statements: “In all my plays, I have attempted to be as disrespectful as possible towards stupidity and lies.” If we add to this abruptness a love for human insufficiencies and a corrosive sense of humour, we will begin to grasp the dominant tone of the writings of this citizen of the Austro‑Hungarian empire who came to live in Berlin in the 1920s, where he set himself to the task

of reinventing German‑speaking popular theatre. O Dia do Juízo [Judgement Day] is a play written in 1935‑36, whose basic plot could easily cause it to be confused with a run‑of‑the‑mill bourgeois drama, led by an unexpected “love” triangle. However, as it progresses the play develops into a profound parable on guilt and innocence, inquiring into the place of individual responsibility within the daily life of a community. Video pieces, created by director Pedro Filipe Marques, are one of the show’s building‑blocks, instrumental in achieving the phantasmagoric dimension of guilt or, in other words, “materialising” the unusual presence of the “beyond”…

Teatro Carlos Alberto20-23 fev febqui+sex thu+fri 21:00 sáb sat 19:00 dom sun 16:00 O Dia do Juízo

de by Ödön von Horváthencenação directed by Cristina Carvalhal

Conversas com o JorgeConversations with Jorge

Page 38: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Centro Educativo Educational Centre

Page 39: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Vicente e Pessoa, visitaçõesVicente and Pessoa, visitationscoordenação artística artistic coordination Mickaël Oliveiradestinatários target Clubes de Teatro das escolas ou grupos escolares Drama Clubs in schools or school groups n.º máximo de participantes maximum number of participants 200inscrição gratuita free registration

Calendário Calendar 9 set sep – 6 out oct inscrição registration novembro november início dos trabalhos nas escolas beginning of work at schools7+8 dez MSBV sáb‑dom sat‑sun 10:00-13:00 + 14:30-17:30 Atelier 200 jan – mar trabalho nas escolas work at schools28+29 mar MSBV apresentação pública public presentation

Dedicada a Gil Vicente, a primeira edição de Visitações, o projeto‑âncora do Centro Educativo, concluiu‑se em março passado e revelou‑se uma aliança feliz entre as escolas e o TNSJ. Cento e cinquenta e um alunos de nove estabelecimentos do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Chaves, sob a orientação dos seus professores e dinamizados por uma equipa artística que connosco trabalha, iniciaram em novembro último percursos múltiplos pela obra de Vicente, culminando numa apresentação pública de nove trabalhos no TeCA.Neste segundo ano, porque a potência da obra o reclama, damos continuidade ao desafio de visitar Vicente, mas alargamos o espetro do repto a um outro nome maior da nossa literatura, Fernando Pessoa, cuja densidade heteronímica constituirá certamente incentivo de monta. O TNSJ desafia alunos e professores do ensino básico, secundário ou profissional a construírem um projeto de representação em torno dos universos destes dois autores. Através do Clube de Teatro da escola, ou constituindo um grupo, o projeto contará com o apoio de uma equipa de artistas/formadores do TNSJ.

The first edition of Visitations (dedicated to Gil Vicente), the cornerstone project of our Educational Centre, came to a close last March, having proved itself a felicitous way of bringing schools and the TNSJ together. Under the guidance of their teachers and supported by an in‑house artistic team, 151 students from schools in Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos and Chaves began last November a series of explorations of Gil Vicente’s work, which culminated with the public presentation of nine productions at TeCA.In this second year, because the power of his creations demands it, we continue the challenge of visiting Vicente, but we widen the challenge’s scope to include another major name of Portuguese literature, Fernando Pessoa, whose heteronymic density will certainly provide an important incentive. The TNSJ defies students and teachers from primary, secondary or professional schools to create a stage project around the universes of these two writers. The project, organised by the school’s Drama Club or by a specially formed group, will have the support of a team of artists/trainers from the TNSJ.

Page 40: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Teatro Carlos Alberto · Sala de Ensaios5, 12, 19, 26 out oct2, 9, 16, 23 novsáb sat 15:00-17:0030 nov sáb sat 10:00-13:00 + 15:00-17:00

18+25 jan1, 8, 15, 22, 29 fev feb sáb sat 15:00-17:00

(continua até until jun)

Clube de Teatro Sub 18U-18 Drama Cluborientação guidance Nuno Cardoso, Nuno M Cardoso, Emílio Gomesdestinatários target jovens dos 13 aos 18 anos young people from 13 to 18 years oldduração duration 20 + 42 horas hoursn.º máximo de participantes maximum number of participants 20 inscrição fee gratuita free (mediante a compra de um bilhete por mês a preço especial para espetáculos da temporada with the monthly purchase of a special‑price ticket for the season’s shows)

Após a sua criação na temporada passada, o TNSJ quer consolidar os passos dados na formação de um Clube de Teatro, com o intuito de fazer dele um espaço de acolhimento, permanência e progressão de jovens menores de 18 anos atraídos por esta arte. Sob a orientação de Nuno Cardoso, Nuno M Cardoso e Emílio Gomes, as improvisações a que os jovens vão ser desafiados são o ponto de partida para um trabalho em torno da peça Sonho de Uma Noite de Verão, de Shakespeare. O Clube de Teatro Sub 18 estende‑se até junho, retoma em setembro e terminará em dezembro com a apresentação do espetáculo Once Upon a Time na Cantina.

After founding it in the past season, the TNSJ wishes to consolidate this Drama Club, which should become a space where young people under 18 who feel attracted by this art will be welcomed, encouraged to stay and learn. Under the guidance of Nuno Cardoso, Nuno M Cardoso and Emílio Gomes, the participants will be challenged to perform a series of improvisations that will provide a starting‑point for a work around Shakespeare’s A Midsummer Night’s Dream. The U‑18 Drama Club will continue until June, return in September and end in December, with the presentation of the show Once Upon a Time na Cantina.

Teatro Carlos Alberto · Sala de Ensaios1, 8, 15, 22, 29 out oct5, 12, 19, 25, 26 novter tue 19:00 -21:00

orientação guidance Nuno Cardoso, Nuno M Cardoso, Emílio Gomesduração duration 20 horas hours

14, 21, 28 jan 4, 11, 18 fev feb ter tue 19:00 -21:00

(continua até until jun)

orientação guidance Nuno Cardoso, Nuno M Cardosoduração duration 44 horas hours

Clube de Teatro Sub 88U-88 Drama Club destinatários target dos 16 aos 88 anos people from 16 to 88 years oldn.º máximo de participantes maximum number of participants 20 inscrição fee gratuita free (mediante a compra de um bilhete por mês a preço especial para espetáculos da temporada with the monthly purchase of a special ‑price ticket for the season’s shows)

Desdobrando ‑se em blocos temporais sucessivos, o Clube de Teatro Sub 88 pretende fazer, em outubro e novembro, a iniciação ao trabalho de ator e a improvisações a partir da análise de textos dramáticos clássicos e contemporâneos. Às competências adquiridas será dada continuidade, a partir de janeiro de 2020, desenvolvendo ‑se um trabalho a partir das personagens do quinto ato das tragédias de Shakespeare. O Clube de Teatro Sub 88 estende ‑se até junho, retoma em setembro e terminará em dezembro com a apresentação do espetáculo Once Upon a Time no Autocarro.

Unfolding in successive blocks of time, the U ‑88 Drama Club will focus, during October and November, in familiarising its users with acting and improvisation, via the study of classic and contemporary dramatic texts. The skills acquired by the participants will be developed from January 2020 on, featuring work on the characters in the fifth act of Shakespeare’s tragedies. The U ‑88 Drama Club will continue until June, return in September and end in December, with the presentation of the show Once Upon a Time no Autocarro.

Clubes de TeatroDrama Clubs

Page 41: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Teatro Carlos Alberto · Sala de Ensaios26 out oct + 25 jan + 18 abr apr sáb sat 10:00-13:00

Oficina de MicropedagogiasMicropedagogies WorkshopFormação 10x10 Ensaios entre Arte e Educação10x10 training Rehearsals between Art and Education

conceção conceived by Nuno M Cardoso, Rosário Costaorientação guidance Rosário Costa com with Ana Mafalda Pereira, Helena Silva, Susana Madeiran.º máximo de participantes maximum number of participants 20destinatários target professores dos ensinos básico e secundário teachers in primary and secondary educationduração duration 3 horas hours inscrição fee € 10,00*

Nesta ação de formação concebida a partir do projeto 10x10 da Fundação Calouste Gulbenkian de que o TNSJ foi parceiro, apresentam‑se estratégias pedagógicas a partir de práticas artísticas, designadas por “micropedagogias”, as quais têm por finalidade promover a aprendizagem de qualquer conteúdo curricular, contribuir para o desenvolvimento do grupo e de relacionamentos interpessoais, e fomentar atitudes de motivação, atenção e concentração dos alunos em sala de aula.

This training initiative, which came out of the Calouste Gulbenkian Foundation’s 10x10 project, on which the TNSJ was a partner, focuses on a number of art‑based pedagogical strategies, known as “micropedagogies”, whose aim is to enhance the learning of any curricular content, develop group dynamics and strengthen interpersonal relationships, besides fostering the students’ motivation, attention and focus in the schoolroom.

Teatro Carlos Alberto · Sala de Ensaios9+16 nov; 8+15 fev feb sáb sat 10:00-13:00 + 14:30-17:30

Ação de Formação Professor e ArtistaTeacher and Artist training initiative Práticas colaborativas em sala de aulaCollaborative practices in the classroom

conceção conceived by Nuno M Cardoso, Catarina Lacerda, Rosário Costa a partir de um guião de from a script by Maria Giln.º máximo de participantes maximum number of participants 20duração duration 12 horas hoursdestinatários target professores dos ensinos básico, secundário e universitário teachers in primary, secondary and universitary educationinscrição fee € 40,00*

Criada pela Fundação Calouste Gulbenkian a partir do projeto 10x10, esta ação de formação possui um caráter transdisciplinar no âmbito das práticas artísticas aplicáveis aos conteúdos dos programas curriculares dos ensinos básico e secundário, e surge como uma resposta às constantes necessidades de formação da comunidade docente. Visa divulgar experiências, ideias, ferramentas e estratégias que possibilitem o desenvolvimento de uma prática de investigação e inovação educacional, contribuindo designadamente para a formação no domínio da organização e gestão da sala de aula.

Developed by the Calouste Gulbenkian Foundation out of the 10x10 project, this training initiative covers all the artistic practices applicable to the curricular contents of basic and secondary education, in order to fulfill the teaching community’s constant need for training. Its aim is to divulge experiences, ideas, tools and strategies that facilitate the development of a practice of educational research and innovation, namely by offering training in the field of schoolroom organisation and management.

* As ações de formação estão acreditadas pelo Conselho Científico‑‑Pedagógico de Formação Contínua para o Centro de Formação Guilhermina Suggia e foram objeto de candidatura ao POCH – Programa Operacional Capital Humano. Só haverá lugar a pagamento caso o financiamento não seja atribuído. The training initiatives are accredited by the Guilhermina Suggia Training Centre’s Scientific and Paedagogic Council for Continual Training and have applied for funding from the HCOP – Human Capital Operational Programme. Payment will only be necessary in case the funding is not granted.

Leituras DramatizadasDramatised Readingsconceção conceived by Nuno M Cardosoorientação guidance Ana Mafalda Pereira, Rita Pinheiro, Rosário Costalocal location sala de ensaios do TeCA ou outro a indicar TeCA rehearsal room or other to be announceddestinatários target alunos dos ensinos básico e secundário primary and secondary studentsduração duration 3 horas hoursseg‑sex mon‑fri 10:00-13:00 + 14:30-17:30n.º máximo de participantes maximum number of participants uma turma one classinscrição fee € 1,00 aluno student

Sessões com a duração de três horas, numa sala de ensaios do Teatro ou na Escola, em que alunos dos ensinos básico e secundário dramatizam uma peça de teatro ou um texto dos programas curriculares e do Plano Nacional de Leitura. Contos Populares Portugueses, de Adolfo Coelho (2.º ano), Teatro às Três Pancadas, de António Torrado, Os Piratas, de Manuel António Pina (6.º ano), ou a Breve História da Lua, de António Gedeão (8.º ano), A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente (10.º ano), ou Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (11.º ano), são exemplos de alguns dos textos que foram dramatizados. Concebidas pelo ator e encenador Nuno M Cardoso, estas Leituras Dramatizadas são interpretadas pelos próprios alunos.

In these 3‑hour sessions, which will take place in a rehearsal room of the Theatre or School, basic and secondary students dramatise a theatre play or some other text included in their study programme and the National Reading Plan. Adolfo Coelho’s Contos Populares Portugueses (2nd grade), António Torrado’s Teatro às Três Pancadas, Manuel António Pina’s Os Piratas (6th grade) or António Gedeão’s Breve História da Lua (8th grade), Gil Vicente’s A Farsa de Inês Pereira (10th grade) or Almeida Garrett’s Frei Luís de Sousa (11th grade), are some of the texts that have been dramatised. Conceived by actor and stage director Nuno M Cardoso, these Dramatised Readings are performed by the students themselves.

Teatro Carlos Alberto18-22 dez decqua‑sex wed‑fri 9:00-18:00 sáb sat 10:00-17:00dom sun 10:00-13:30

Oficina Natal no TeatroChristmas in the Theatre Workshoporientação guidance Marta Freitas/Mundo Razoáveldestinatários target crianças dos 6 aos 9 anos children between 6 and 9 years oldinscrição fee € 70,00

O Natal é um tempo propício à fantasia e ao sonho. Viver cinco dias dessa época festiva na envolvência de um teatro e da arte que aí se faz – palco e ofício de encenação de sonhos – é uma ocasião duplamente feliz. Nesta oficina, a cargo da dramaturga, atriz e encenadora Marta Freitas, os pequenos participantes usufruem de uma experiência teatral construída a partir da fantasia de cada um.

Christmas is a time of fantasy and dreams. To spend five days of that festive period in the atmosphere of a theatre, surrounded by the art created there – the place where dreams are staged – is a doubly joyous opportunity. This workshop, led by playwright, actress and stage director Marta Freitas, will offer its little participants a theatrical experience built out of their dreams.

Page 42: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Who are the neighbours of the TNSJ spaces? And what about those who never visited them? Those who pass by, without noticing them? Those who go there once in a while, whenever they are able to, or feel like it? What groups move through the urban fabric of the TNSJ’s three houses? Do they see themselves, or not, in the city’s high culture places, especially those that make up this Theatre?Neighbours is a new programme of our Educational Centre. We intend to potentiate the relationship of the three spaces that constitute our universe with their neighbours, by inviting them to take part in a number of activities.Neighbours wants to be a space where people and collectives meet and contact, encouraging them to participate in activities connected with our shows, and sending actors, creators and educators who work with us to our neighbouring spaces.Neighbours is based on the participants' choice; in other words, we want to be challenged by our neighbours in the selection of the activities to be pursued. Open rehearsals, masterclasses, readings of texts from the shows, talks with creators and performers, backstage tours and improv workshops based on the shows themselves are some of the activities we intend to provide, whenever there is a demand for them and they can be harmosined with our work calendar.Neighbours 2019‑20 is propelled by four thematic cores: Power, Love, Revolution and Memory.

Revolução Revolutionset sep A Morte de Danton Danton’s Death (ensaio aberto open rehearsal)

Memória Memoryout oct Ver a Odisseia para Chegar a Ítaca Watching the Odyssey to Reach Ithaca fev feb U(encontro com os artistas meeting with the artists)

Amor e Poder Love and Powermar + abr apr Castro (pequenos grupos trabalham uma cena do espetáculo com atores do elenco small groups will work on a scene from the show with actors from the cast)

Quem são os vizinhos e as vizinhas dos espaços do Teatro Nacional São João? E quem nunca lá entrou? Quem passa sem ver? Quem vai às vezes, quando pode ou quando quer? Que coletivos se cruzam no tecido urbano das três casas do TNSJ? Como se reveem, ou não, nos lugares da cultura cultivada da cidade e em particular nos deste Teatro?Vizinhanças é um novo programa do Centro Educativo. Queremos potenciar as relações de vizinhança dos três espaços que formam o nosso universo, articulando a presença e participação destes nossos vizinhos num conjunto de atividades propostas. Vizinhanças quer ser um espaço de encontro e de contacto entre pessoas e coletivos, estimulando a sua participação em atividades ligadas à nossa temporada de espetáculos, deslocando aos espaços atores, criadores e educadores que connosco trabalham. Vizinhanças tem uma vertente à escolha, isto é, queremos ser desafiados pelos nossos vizinhos na escolha da(s) atividade(s) a desenvolver. Ensaios abertos, masterclasses, leitura de textos dos espetáculos, conversas com os criadores e elencos, visitas aos bastidores e oficinas de improvisação com base em estímulos dos próprios espetáculos são algumas das nossas propostas, sempre que solicitadas e conciliáveis com o calendário dos nossos espaços. Vizinhanças 2019‑20 tem quatro focos temáticos a servir‑lhe de aguilhão: Poder, Amor, Revolução, Memória.

VizinhançasTão perto, tão próximo!

NeighboursSo near, so close!conceção conceived by Samuel Guimarãesdestinatários target Associações, Grupos ou Escolas Associations, Groups or Schoolsinscrição fee gratuita free (mediante a compra de bilhete para um espetáculo upon purchasing a ticket for one show)

AcessibilidadesAccessibilitiesVisitas‑oficina prévias aos espetáculos com tradução em língua gestual portuguesa, audiodescrição e sessão descontraída. Para público (grupos escolares ou associações) que integre pessoas com deficiência auditiva, visual ou intelectual. Estas visitas‑oficina realizam‑se mediante marcação prévia, solicitada para [email protected].

Pre‑show workshop‑tours featuring translation into Portuguese sign language, audio description and relaxed session. Aimed at public (school groups or associations) including people with hearing, visual or intellectual impairments. These workshop‑tours are by application only: please contact [email protected].

orientação guidance Rosário Costadestinatários target público que integre pessoas com deficiência auditiva, visual ou intelectual public including people with hearing, visual or intellectual impairments n.º máximo de participantes maximum number of participants 20duração duration 1:30inscrição fee gratuita free (mediante a compra de bilhete para o espetáculo upon purchasing a ticket for the show)

Atividades com um número limitado de participantes. Inscrição prévia junto do Centro Educativo: T 22 339 50 66 + [email protected] e fichas de inscrição disponíveis em www.tnsj.pt (Centro Educativo).

All events have a limited number of participants, so a prior appointment must be made with our Educational Centre: T 22 339 50 66 + [email protected]. Applications and registration forms available at www.tnsj.pt (Educational Centre).

Page 43: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

As Leituras no Mosteiro vão dar a ler nos próximos seis meses uma pequena mas representativa amostra do trabalho desenvolvido pela EURODRAM, uma rede informal que promove a tradução, circulação e divulgação de textos dramáticos contemporâneos. Apesar do “prefixo” Euro, a rede estende o seu raio de ação a línguas e estruturas do Mediterrâneo e da Ásia Central, inscrevendo‑se numa dinâmica de residência de autores, acompanhamento de tradutores e procura de parcerias internacionais. Os textos que vão preencher as noites das terceiras terças‑feiras de cada mês são devedores de uma seleção mais vasta promovida pelo Comité Português da EURODRAM, coordenado por Maria João Vicente e composto por, entre outros, Fernando Matos Oliveira, Alexandra Moreira da Silva e Nuno M Cardoso. Há, desde logo, quatro dramaturgos que podemos injustamente destacar, como o grego Dimítris Dimitriádis, o britânico Mark Ravenhill, a ucraniana Neda Nezhdana ou a romena Gianina Carbunariu. Das suas vozes, ganhas e perdidas nas traduções, se fazem estas jornadas por mundos sem fronteiras, cosmopolitas, plurais, babélicos.

EURODRAM

17 set sep Objetivamente, Um Diálogo Monológico ou Um Monólogo Dialógico, de by Dimítris Dimitriádis + Quero Um País de by Andreas Flourakis

15 out oct Senti Um Vaziode by Lucy Kirkwood

19 nov Acabar Contigo de by Mark Ravenhill

17 dez dec Dramaturgia Portuguesa Contemporânea Contemporary Portuguese Dramaturgy

21 jan Perdidos no Nevoeirode by Neda Nezhdana + Cabaret Astoria, de by Mikhail Heifets

18 fev feb Cinderelas Ltd.de by Zdrava Kamenova e and Gergana Dimitrova + Gente como Nósde by Gianina Carbunariu

coordenação coordination Nuno M Cardoso, Paula Bragaorganização organisation TNSJ

entrada livre free entrance

Over the next six months, our Readings at the Monastery will focus on a small but representative sample of the work carried out by EURODRAM, an informal network that promotes the translation, circulation and divulgation of contemporary dramatic texts. In spite of the Euro “prefix”, the network’s scope also encompasses Mediterranean and Central Asian languages and structures, in a dynamics of authors’ residencies, translators’ support and promotion of international partnerships. The texts that will fill every third Tuesday night in each month have come from a larger selection provided by the Portuguese Committee of EURODRAM, directed by Maria João Vicente and featuring such names as Fernando Matos Oliveira, Alexandra Moreira da Silva and Nuno M Cardoso. Right from the start, four playwrights struck us as especially noteworthy: Dimítris Dimitriádis (Greece), Mark Ravenhill (UK), Neda Nezhdana (Ukraine) and Gianina Carbunariu (Romania). Their voices, with all that can be gained and lost in translation, make up these journeys through cosmopolitan, plural, Babelian worlds without frontiers.

Mosteiro de São Bento da VitóriaCentro de Documentação

17 set sep + 15 out oct + 19 nov + 17 dez dec 2019 + 21 jan + 18 fev feb 2020ter tue 21:00

Leituras no MosteiroReadings at the Monastery

A 11 de novembro de 2019 assinalamos o décimo aniversário da instalação e abertura ao público do Centro de Documentação (CD) no Mosteiro de São Bento da Vitória. Em 2009, cumpriu‑se um dos propósitos que o animaram desde a primeira hora: a partilha com outros profissionais e com o público em geral de uma biblioteca especializada em artes performativas. O início desta aventura remonta ao ano 2000, quando o CD surgiu para dar início a um sempre inacabado processo de recolha e tratamento do material de carácter documental criado pelo TNSJ. O CD gere, desde 2001, uma base de dados, o Cinfo – Centro de Informação (alojado em www.tnsj.pt), que referencia os documentos fisicamente existentes, funcionando igualmente como biblioteca online, já que grande parte desses documentos está disponível no seu formato digital. Mas o CD tem promovido outros modos de convivência com as palavras, escritas e ditas: sessões de lançamento de livros, aulas teóricas, encontros com criadores. É também lá que moram as Leituras no Mosteiro, espaço que congrega uma comunidade de pessoas que gostam de ler com os livros sempre em volta.

11 November 2019 marks the tenth anniversary of the installation and opening to the public of our Documentation Centre (DC), at the São Bento da Vitória Monastery. 2009 saw the fulfilment of one of the Centre’s original objectives: sharing a library specialised in the performing arts with other professionals and the public at large. This adventure started back in 2000, when the DC began its never‑finished task of gathering and organising documental materials created by the TNSJ. Since 2001, the DC has been managing a database, Cinfo – Centro de Informação (hosted at www.tnsj.pt), which lists all extant documents while also acting as an online library, since many of these materials are also available in digital format. But the DC has promoted other forms of engaging with written and spoken words: book launches, theory classes, meetings with creators. It also hosts Readings at the Monastery, a space for a community of people who like to read surrounded by books.

Centro de Documentação: 10 anosDocumentation Centre: 10 years

Page 44: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

O TNSJ já tinha um lugar de destaque na Poetria, essa minúscula (e, no entanto, imensa) livraria do Porto exclusivamente devotada à poesia e ao teatro, em cuja montra e estantes encontramos os títulos da coleção TNSJ na editora Húmus. Desde setembro de 2018, a livraria dirigida por Francisco Garcia Reis e Nuno Queirós Pereira ocupa um lugar de destaque no São João. Em dias de espetáculo, a Poetria habita o foyer do Teatro com um catálogo de obras que dialogam com a programação do TNSJ. Amigos da casa – leia ‑se: detentores do Cartão Amigo TNSJ – beneficiam de 10% de desconto em todos os títulos.

A Poetria no São João

Coleção TNSJ/Húmus

Poetria at São João TNSJ/Húmus Collection

The TNSJ already held pride of place at Poetria, that tiny (and yet immense) Porto bookshop entirely dedicated to poetry and drama: its window display and shelves regularly feature the TNSJ books under the Húmus imprint. Since September 2018, the library run by Francisco Garcia Reis and Nuno Queirós Pereira has been holding pride of place at the TNSJ. On performance days, Poetria inhabits the TNSJ hall, with a selection of books that engage in dialogue with the TNSJ’s programming. Friends of the TNSJ – i.e. holders of the TNSJ Friend Card – will enjoy a 10% discount on all titles.

Horário de abertura (dias de espetáculo) Opening hours (performance days)qua+sáb wed+sat 18:00qui+sex thu+fri 19:00dom sun 15:00

Informações e encomendas Information and orderspoetria ‑[email protected]

Há um tema recorrente nos títulos mais recentes da Coleção TNSJ/Húmus. Rosencrantz e Guildenstern estão marcados para morrer e a peça é toda ela uma dança com um espetro imorredoiro, o Hamlet de Shakespeare. De Danton seguimos os seus últimos dias, a guilhotina como horizonte. O destino da personagem está selado desde o início e alguém reparou, com sagacidade, que a peça bem poderia chamar‑se A Agonia de Danton. O título da peça de O’Rowe tem uma ressonância escatológica, de algo que remete para os últimos dias. Com Tom Stoppard, Georg Büchner e Mark O’Rowe – aqui na estimável companhia dos tradutores João Paulo Esteves da Silva e Francisco Luís Parreira – prosseguimos a nossa particular “política de autores”: clássicos (desde que contemporâneos) e contemporâneos (desde que classicizantes). Sob a influência da morte, celebramos a vitalidade de uma coleção de textos dramáticos que contará até ao final de 2019 com 31 volumes.

There is a recurring theme in the latest volumes of the TNSJ/Húmus Collection. Rosencrantz and Guildenstern are marked to die, and the whole play is a dance with a deathless spectre: Shakespeare’s Hamlet. We follow Danton’s final days, while the guillotine beckons. The character’s fate is sealed from the start; indeed, someone sagaciously commented that the play could be titled Danton’s Dying. The title of O’Rowe’s play has an eschatological flavour, suggestive of the end days. With Tom Stoppard, Georg Büchner and Mark O’Rowe – here in the worthy company of translators João Paulo Esteves da Silva and Francisco Luís Parreira – we continue our personal criteria for the selection of authors, both classic (provided they are also contemporary) and contemporary (provided they also have classic features). Under the aegis of death, we celebrate the vitality of a collection of dramatic texts that will reach 31 volumes by the end of 2019.

Rosencrantz e Guildenstern Estão MortosRosencrantz and Guildenstern Are Dead (1967) de by Tom Stoppardtradução translated by João Paulo Esteves da Silva

A Morte de Danton Danton’s Death (1835) de by Georg Büchnertradução translated by Francisco Luís Parreira

Os Nossos Dias Poucos e Desalmados e outras peças Our Few and Evil Days (2014) and other plays [Made in China (2001) + Ossário Crestfall (2003)]de by Mark O’Rowetradução translated by Francisco Luís Parreira

Page 45: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

The title of this collection (Forklift, in English) is the result of a managing decision, whereby a sum of money originally destined to the purchase of a forklift was used to finance a new collection of books. Let us salute this small triumph of the spirit over the empire of machinery. A joint project of the TNSJ and the Húmus publishing house, Empilhadora will feature works dealing with theatrical history and aesthetics, as well as essays, memoirs and biographies. November will witness the launch of the first two volumes. Disowning Knowledge in Seven Plays of Shakespeare is a collection of essays by Stanley Cavell, a recently

deceased American philosopher, a highly learned book that is also a fascinating commentary on Shakespeare’s tragedies. Look at the Falling Snow: Impressions of Chekhov is an invaluable biographical essay by Roger Grenier on a writer for whom the theatre was a “sophisticated, vociferous, impudent, exhausting mistress…” In 2020, our “Forklift” will carry in more books, beginning with James Knowlson’s Damned to Fame: The Life of Samuel Beckett, quite probably the most important and thorough book ever written about a playwright who revolutionised drama writing and the stage.

O Repúdio do Conhecimento em Sete Peças de Shakespeare Disowning Knowledge in Seven Plays of Shakespeare (2003) de by Stanley Cavelltradução translated by Alda Rodriguesprefácio with a preface by Daniel Jonas

Olhai a Neve a Cair: Impressões Sobre Tchékhov Look at the Falling Snow: Impressions of Chekhov (1992)de by Roger Greniertradução translated by Manuel de Freitasprefácio with a preface by Pedro Mexia

ColeçãoEmpilhadoraO título resultou de um ato de gestão: o dinheiro reservado à compra de uma empilhadora foi investido numa nova coleção de livros. Assinalemos aqui este pequeno triunfo do espírito sobre o império das máquinas. Projeto partilhado pelo TNSJ e pela editora Húmus, a Empilhadora vai reunir títulos que atravessam os âmbitos da história e estética teatral, do ensaio, das memórias e da biografia. Em novembro saem os dois primeiros volumes. O Repúdio do Conhecimento em Sete Peças de Shakespeare colige ensaios de Stanley Cavell, filósofo norte‑americano recentemente desaparecido, sendo simultaneamente uma obra de grande erudição e um comentário fascinante sobre as tragédias de Shakespeare. E Olhai a Neve a Cair: Impressões Sobre Tchékhov, um precioso ensaio biográfico de Roger Grenier sobre um escritor para quem o teatro era uma “amante sofisticada, ruidosa, insolente, esgotante…” Em 2020, a Empilhadora transportará outros títulos, desde logo Falhar Melhor: A Vida de Samuel Beckett, de James Knowlson, muito provavelmente a mais importante e completa obra alguma vez escrita sobre um dramaturgo que revolucionou a escrita dramática e a cena.

Empilhadora Collection

Page 46: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Um Teatro, três casasPrimeiro, foi o Teatro Carlos Alberto, em 2002. Cinco anos depois, foi o Mosteiro de São Bento da Vitória a ser integrado na estrutura do TNSJ. Ao longo dos anos, com a gestão de três espaços distintos na cidade, o Teatro Nacional do Porto assumiu crescentes responsabilidades patrimoniais. A par de uma clarificação estratégica no quadro da atividade do TNSJ, estes edifícios – dois dos quais são Monumentos Nacionais – reclamam atenção e intervenção. Começámos o ano realizando uma obra de reabilitação dos tetos das galerias do magnífico Claustro Nobre do Mosteiro (bem como da Sala do Capítulo), revertendo a sua degradação e debelando o desprendimento de argamassas das abóbadas. Em junho, vimos aprovado pelo POSEUR um projeto de eficiência energética para o TeCA, que envolverá, em 2020‑21, a substituição da iluminação existente por iluminação LED e a instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura do edifício para produção de energia, entre outras medidas. Nos primeiros dias de setembro, concluímos uma nova obra de restauro das figuras e carrancas das fachadas do Teatro São João, com o objetivo de evitar o risco de queda de elementos escultóricos e decorativos já em destacamento. Um preâmbulo a uma mais ambiciosa intervenção de conservação, a realizar no quadro das comemorações do Centenário do teatro projetado por José Marques da Silva.

One Theatre, three buildingsIt all started with Teatro Carlos Alberto, in 2002. Five years later, the São Bento da Vitória Monastery also joined the TNSJ structure. As time went by, with three separate spaces in the city under its management, the Porto National Theatre’s property responsibilities increased. Besides a strategic clarification of the TNSJ’s activities, these buildings – two of which are National Monuments – demand our attention and care. We began the year by carrying out rehabilitation work on the ceilings of the galleries of the Monastery’s magnificent Major Cloister (and also of its Chapter Room), thus reversing their deterioration and putting an end to mortar fragments falling from the vaults. In June, the POSEUR – Operational Programme for Sustainability and Efficient Use of Resources approved an energy efficiency project for TeCA, which will involve, during 2020 ‑21, replacing existing light fixtures with LED ones and the installation of photovoltaic panels on the building’s roof for energy production, among other measures. In the early days of September, we concluded a new restoration work on the figures that decorate the Teatro São João’s façade, in order to avoid the risk of such elements falling down. All this is a preamble to a more ambitious conservation campaign, part of the commemorations of the Centenary of the building, a creation of architect José Marques da Silva.

Reabilitação, restauro, eficiência energéticaRehabilitation, restoration, energy efficiency

Page 47: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Em março, o TNSJ festejará o seu centenário. A visita guiada a este monumento nacional, projetado por Marques da Silva, continua a oferecer um olhar íntimo do edifício, incluindo as suas salas de espetáculos e ensaios, camarins e áreas técnicas. A visita guiada ao MSBV, o nosso outro monumento nacional, passou a integrar há precisamente um ano a Igreja de São Bento da Vitória. No seu conjunto, Mosteiro e Igreja constituem o maior edifício eclesiástico da cidade do Porto, construído nos séculos XVII e XVIII pelos monges da antiga Congregação Beneditina Portuguesa. Construção de grande riqueza arquitetónica e ornamental, da Igreja de São Bento da Vitória destacam‑se o retábulo de talha da capela‑mor, o magnífico órgão de tubos em talha e o coro alto, com os seus relevos narrativos da vida de São Bento. Da visita ao MSBV constam ainda o monumental Claustro Nobre, o Centro de Documentação do TNSJ e a exposição Noites Brancas, que surge reformulada com novos elementos cenográficos. As visitas guiadas têm audioguia em inglês, francês e espanhol e videoguia em língua gestual portuguesa.

In March, the TNSJ celebrates its centenary. The guided tour of this national monument, designed by Marques da Silva, continues to offer an intimate look at the premises, namely the theatre’s auditoriums and rehearsal rooms, dressing rooms and technical departments. The guided tour of the São Bento da Vitória Monastery (MSBV), our other national monument, began including the São Bento da Vitória Church precisely one year ago. The Church and Monastery make up the largest ecclesiastic complex in Porto, built during the 1600s and 1700s by the monks of the former Portuguese Benedictine Congregation. The Church’s architectural and ornamental wealth includes such elements as the gilded and carved altarpiece in its main chapel, a magnificent gilded and carved pipe organ and the choir loft, with its reliefs narrating the life of St Benedict. The MSBV guided tour also includes the monumental Grand Cloister, the TNSJ Documentation Centre and the Noites Brancas [White Nights] exhibition, which has been reformulated and now includes new set design materials. The guided tours feature English, French and Spanish translations, as well as a videoguide with Portuguese Sign Language.

organização organisation TNSJ em parceria com in partnership with Direção Regional de Cultura do Norte, Mosteiro de Singeverga

Visitas GuiadasGuided Tours

Teatro Nacional São João

Mosteiro São Bento da Vitória

Público em geralTeatro Nacional São JoãoDe terça ‑feira a sábado, às 12:30, para um número não superior a 20 pessoas.Preço: € 6,00 por pessoa.

Mosteiro de São Bento da VitóriaDe segunda ‑feira a sábado, às 10:30 e às 12:30, para um número não superior a 30 pessoas.Preço: € 6,00 por pessoa.

Entrada gratuita para crianças até aos 10 anos, desde que acompanhadas por adultos.

As Visitas Guiadas em LGP ao TNSJ e ao MSBV realizam ‑se mediante marcação prévia, solicitada para [email protected].

Bilhete conjunto TNSJ+MSBV: € 10,00

Grupos escolaresDe segunda a sexta ‑feira, mediante reserva prévia, para grupos não superiores a 20 (TNSJ) ou 30 (MSBV) pessoas.

Entrada gratuita.

O TNSJ reserva ‑se o direito de não realizar a visita, caso se verifique incompatibilidade com outras atividades do teatro.

Para efetuar a sua reserva, contacte o Centro Educativo (T 22 339 50 66; endereço eletrónico [email protected]).

General publicTeatro Nacional São JoãoFrom Tuesday to Saturday, at 12:30, for groups of up to 20 people.Price: € 6,00 per person.

São Bento da Vitória MonasteryFrom Monday to Saturday, at 10:30 and 12:30, for groups of up to 30 people.Price: € 6,00 per person.

Free entrance for children up to 10 years of age, provided they are accompanied by an adult.

The Guided Tours in Portuguese Sign Language to TNSJ and MSBV require prior appointment, requested to [email protected].

Joint ticket TNSJ+MSBV: € 10,00

School groupsFrom Monday to Friday, by previous reservation, for groups of up to 20 (TNSJ) or 30 (MSBV) people.

Free entrance.

The TNSJ reserves the right to not carry out the guided tour, in the event of it interfering with the theatre’s other activities.

To make your reservation, please contact our Educational Centre (call +351 22 339 50 66; e ‑mail [email protected]).

Page 48: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Na hora de batizar os renovados bares dos teatros São João e Carlos Alberto tropeçámos na “pança imensa” de Dom Ubu, personagem inventada pelo dramaturgo francês Alfred Jarry. Ubu existe porque tem barriga, porque é barriga: “Que superfície, senhores!” Os bares Ubu existem porque pensamos no conforto das barrigas de todos aqueles que nos visitam, antes e depois dos espetáculos. Creme de legumes, quiches, sandes, tartes, brigadeiros e outros doces. Servimos comida caseira nos bares que levam o nome de uma criatura icónica da universal casa do teatro. Comida feita cá em casa por gente desta casa. Com copos de vinho Niepoort ou de limonada na mão, os bares Ubu são lugares de encontro e de conversa, lugares onde gostamos de ficar sem andar com a barriga a dar horas. “Que estás a comer, Dom Ubu?”

Bar UbuUbu Bar

At the time of naming the renovated bars of the São João and Carlos Alberto theatres, we stumbled upon the “huge belly” of Pa Ubu, the character created by French playwright Alfred Jarry. Ubu exists because he has a belly, because he is a belly: “What an expanse, gentlemen!” The Ubu bars exist because we think of the comfort of the bellies of all those who visit us, before and after the shows. Vegetable soup, quiches, sandwiches, pies and a variety of desserts. We serve home ‑made food in our bars, named after an iconic resident of the universal house of theatre; our food is made in our house, by our people. The Ubu bars are meeting‑‑places where we can talk, holding glasses of Niepoort wine or lemonade in our hands, places where we enjoy spending time without ever going hungry. “What are you eating, Pa Ubu?”

Assinaturas Set. 2019 Fev. 2020

Subscriptions Sep. 2019 Feb. 2020

5 espetáculos shows € 30,00

7 espetáculos shows € 45,00

10 espetáculos shows € 65,00

Assinaturas válidas para espetáculos em cena nas salas dos teatros São João e Carlos Alberto até fevereiro de 2020. Deverão contemplar, no mínimo, 2 espetáculos no Teatro Carlos Alberto. The subscriptions are valid for shows held at the São João and Carlos Alberto theatres until February 2020. They must be used for at least 2 shows at Teatro Carlos Alberto.

A assinatura deverá ser trocada por bilhetes individuais. De forma a garantir a sessão e o lugar pretendidos, ela deverá ser trocada com a devida antecipação, até ao limite de lotação da sala. The subscription is to be exchanged for individual tickets. To ensure that the show’s hour and the seat are to your satisfaction, please exchange your subscription as soon as possible, within the limits of the room’s maximum capacity.

Campanha não acumulável com outros descontos, nem com o sistema de pontos do Cartão Amigo TNSJ. This campaign is not cumulative with other discounts, nor with the points system of the TNSJ Friend Card.

Cartão Amigo TNSJ

TNSJ Friend CardWe do our best to treat our friends well. We want to have them with us again and again, on all occasions – shows, workshops, conferences, readings, open rehearsals – and in all of our houses: Teatro São João, Teatro Carlos Alberto and São Bento da Vitória Monastery. That is why your Friend Card gives you so many benefits: discounts on the purchase of tickets, special conditions on picking up reserved tickets, invitations to open rehearsals and other activities, discounts on the purchase of books and DVDs, and other advantages.

Application form: Ticket offices (TNSJ and TeCA)/Public Relations Dept. (T 22 340 19 56 + [email protected]).

Pela nossa parte, esforçamo ‑nos por tratar bem os amigos. Queremos tê ‑los connosco uma e outra vez, em todas as ocasiões – espetáculos, oficinas, conferências, leituras, ensaios abertos – e em qualquer uma das nossas casas: Teatro São João, Teatro Carlos Alberto e Mosteiro de São Bento da Vitória. Por essa razão, o Cartão Amigo confere ‑lhe um conjunto de benefícios: descontos na aquisição de bilhetes, condições excecionais no levantamento de reservas, convites para ensaios abertos e outras atividades, descontos na compra de livros e DVD, entre outras vantagens.

Ficha de inscrição: Bilheteiras TNSJ e TeCA/Dep. Relações Públicas (T 22 340 19 56 + [email protected])

Page 49: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Atendimento e BilheteiraReception and Box -office

Informações Information800 ‑10 ‑8675 (Número grátis a partir de qualquer rede Toll ‑free number)[email protected]

Terça -feira a sábado From Tuesday to SaturdayTNSJ13:00 ‑19:00 (ou até às 19:30, nas quartas‑‑feiras e sábados; ou 21:30, nos restantes dias em que há espetáculos em exibição)13:00 ‑19:00 (until 19:30 on Wednesdays and Saturdays; or 21:30 on the other performance days)

TeCA14:00 ‑19:00 (ou até às 19:30, nas quartas‑‑feiras e sábados; ou 21:30, nos restantes dias em que há espetáculos em exibição) 14:00 ‑19:00 (until 19:30 on Wednesdays and Saturdays; or 21:30 on the other performance days)

Domingo SundayTNSJ/TeCA14:00 ‑17:00

Bilhetes Tickets

Condições especiais Special conditions

desconto discount 30%. Grupos (entre 10 e 20 pessoas)

Groups (10 to 20 people) . Cartão Estudante Student Card. Maiores de 65 anos Over 65 years old . Profissionais de Teatro

Theatre Professionals. Quarta ‑feira Wednesday

desconto discount 40%. Grupos (+20 pessoas)

Groups (+20 people)

desconto discount 50%. Cartão Jovem Youth Card. Quinta ‑feira Thursday. Desempregados (com documento

comprovativo) Unemployed (with supporting document)

. Pessoas com deficiência comprovada e acompanhante People with proven disability and their accompanying person

. Famílias (mínimo de 4 elementos; válido à quarta ‑feira e domingo) Families (at least 4 members; valid on Wednesdays and Sundays)

Escolas Schools € 5,00 Grupos de Teatro Amador Amateur Theatre Groups € 6,00

Crianças <12 anos (válido para espetáculos infantis) Children aged 12 and under (applies only to children’s shows) € 5,00

Preço do bilhete para espetáculos – IVA incluído à taxa de 6% Show ticket price – 6% VAT rate addedPreço das atividades de cariz educacional e formativo – Isento de IVA Educational and training activities price – VAT free

Os eventos de entrada gratuita estão sujeitos ao limite de lotação da sala. Free entrance events are limited to the room’s maximum capacity.

Info

Informações Information 800 -10 -8675Número grátis a partir de qualquer redeToll ‑free number

Como chegar aos teatrosHow to reach the venues

STCPTeatro Nacional São João Elétrico Tram ‑car 22 Autocarros Buses 207, 303, 400, 904, 905

Teatro Carlos AlbertoElétrico Tram ‑car 18, 22 Autocarros Buses 200, 201, 207, 300, 302, 304, 305, 501, 601, 602, 703, 904

Mosteiro de São Bento da VitóriaElétrico Tram ‑car 18, 22 Autocarros Buses 200, 207, 300, 301, 305, 501, 507, ZH

Metro do PortoEstações Stations Aliados, Bolhão, Trindade, São Bento

Teatro Nacional São JoãoPraça da Batalha, 4000 ‑102 Porto

Teatro Carlos AlbertoRua das Oliveiras, 43, 4050 ‑449 Porto

Mosteiro de São Bento da VitóriaRua de São Bento da Vitória 4050 ‑543 Porto

www.tnsj.pt · [email protected] +351 22 340 19 00

apoios sponsors

apoios à divulgação divulgation support

media partner

agradecimentos thanksCâmara Municipal do PortoPolícia de Segurança PúblicaMr. Piano/Pianos – Rui Macedo

Edição Published byDepartamento de Edições do TNSJcoordenação coordination João Luís PereiraFátima Castro Silva Ana Almeidadocumentação documentation Paula Bragatraduções translations José Gabriel Floresdesign gráfico graphic design Dobrafotografia photography João TunaSusana Neves (separador Centro Educativo, Vicente e Pessoa, visitações)Paulo Pimenta (capa, separadores Revolução, Géneros, Margens, Viagem)Rodrigo de Oliveira (Isto é um Negro?)Sara Pazos (A Tragédia de Júlio César)Alípio Padilha (Niet Hebben [Carta Rejeitada]) Mariana Sá Nogueira a partir de uma fotografia de Elliott Erwitt (Could Be Worse: The Musical)Jorge Gonçalves (Vidas Íntimas)António Alves (Made in China, Sarna)David Baltzer (Western Society)José Caldeira (Margem)Simone Stanislai (MDLSX)impressão printing Rainho & Neves, Lda.

TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO · PALCO

TEATRO CARLOS ALBERTO · PALCO

Page 50: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

Direção Artística Artistic Direction Nuno Cardoso

Conselho de Administração Board Pedro Sobrado (Presidente President) Susana Marques Sandra Martins

Assessor de Direção Artística Consultant Nuno M Cardoso

Assistente da Administração Assistant Paula Almeida

Motoristas Drivers António Ferreira Carlos Sousa

Direção de Produção Production Department Maria João Teixeira Alexandra Novo Eunice Basto Maria do Céu Soares Mónica Rocha Cristina Guerreiro

Cenografia Scenography Teresa Grácio

Guarda ‑roupa e Adereços Costumes and Props Elisabete Leão Nazaré Fernandes Virgínia Pereira Isabel Pereira Guilherme Monteiro Dora Pereira

Direção de Palco Stage Technical Department Emanuel Pina Diná Gonçalves

Cena Stage Pedro Guimarães Cátia Esteves Ana Fernandes

Som Sound Francisco Leal António Bica Joel Azevedo João Oliveira

Luz Lighting Filipe Pinheiro Adão Gonçalves Alexandre Vieira José Rodrigues Nuno Gonçalves Rui M. Simão

Maquinaria Stage Machinery Filipe Silva António Quaresma Adélio Pêra Carlos Barbosa Joaquim Marques Joel Santos Jorge Silva Lídio Pontes Paulo Ferreira

Vídeo Video Fernando Costa

Direção de Comunicação, Relações Externas e Mediação Cultural Communication, External Relations and Cultural Mediation Department Pedro Sobrado

Comunicação e Promoção Communication and Divulgation Patrícia Carneiro Oliveira Carla Medina Joana Guimarães

Edições Publishing João Luís Pereira Ana Almeida Fátima Castro Silva

Centro de Documentação Documentation Centre Paula Braga

Legendagem Subtitles Cristina Carvalho

Fotografia Photography João Tuna Susana Neves

Centro Educativo Educational Centre Luísa Corte -Real Teresa Batista

Relações Públicas Public Relations Rosalina Babo Ana Dias

Frente de Casa Front of House Fernando Camecelha

Bilheteiras e Atendimento Público Box Office and Costumer Queries Sónia Silva (TNSJ) Patrícia Oliveira (TeCA) Manuela Albuquerque Sérgio Silva Telmo Martins Patrícia Teixeira

Bar Cafeteria Júlia Batista

Direção de Edifícios e Manutenção Facilities and Maintenance Department Carlos Miguel Chaves Liliana Oliveira

Cedência de Espaços Rental of Facilities Luísa Archer

Manutenção Maintenance Celso Costa Abílio Barbosa Manuel Vieira Paulo Rodrigues Nuno Ferreira Ernesto Lopes

Limpeza Cleaning Beliza Batista

Direção de Contabilidade e Controlo de Gestão Accountancy and Management Department Domingos Costa Carlos Magalhães Fernando Neves Goretti Sampaio

Sistemas de Informação Information and Technology André Pinto Paulo Veiga Susana de Brito

Direção de Recursos Humanos Human Resources Department Sandra Martins Helena Carvalho

Teatro Nacional São João

Page 51: Setembro 2019 Fevereiro 2020§ão...— O teatro aliena ‑nos da realidade, o teatro restitui ‑nos à realidade. Dentro de seis meses, quando o pano cair sobre o último espectáculo

www.tnsj.pt