sessão: ‘paternidade e cuidado’ · Ÿ dissipar a crença que os homens não são por natureza...

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INCENTIVOS AO EXERCÍCIO DA PATERNIDADE RESPONSÁVEL Ÿ Dissipar a crença que os homens não são por natureza sensíveis aos meninos . Ÿ Combater o machismo que despreza os homens que se dedicam ao cuidado dos seus filhos. Ÿ Envolver não só os homens mas também as mulheres, famílias e provedores de serviços para superar os obstáculos à paternidade. Ÿ Introduzir leis e políticas no setor de emprego para assegurar a paternidade participativa. Ÿ Mobilizar a opinião em prol de que a licença de paternidade seja um direito legal. Ÿ Motivar os homens a participar nas consultas de assistência pré-natal. Só para circulação interna Síntese das discussões do 2º Simpósio Mundial MenEngage de 2014 Sessão: ‘PATERNIDADE E CUIDADO’ Superando os Obstáculos Mitos sobre os pais como cuidadores Caminho para exercer melhor a paternidade e o cuidado Reforçar a participação dos homens no cuidado das crianças Como é bom para o negócio ser um pai melhor ·Série 'Desafiar as Masculinidades e Criar Novas Realidades '

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Page 1: Sessão: ‘PATERNIDADE E CUIDADO’ · Ÿ Dissipar a crença que os homens não são por natureza sensíveis aos meninos . Ÿ Combater o machismo que despreza os homens que se dedicam

OS CINCO PRIMEIROS PAÍSES QUE TÊM UM AMBIENTE FAVORÁVEL PARA OS PAIS

O Relatório de 2015 sobre a Situação dos Pais identifica cinco país em que realizou-se um trabalho positivo com a

implementação dum sistema de licenças de paternidade bem desenhado que inclui as quotas não-transferíveis e o

financiamento adequado que pode levar à maior utilização das licenças:

Espanha: A introdução de duas semanas da licença de paternidade bem paga em 2007 resultou num aumento marcado na utilização das

licenças, de 15% a 58% em 2010.

Estónia: Depois do aumento nos benefícios das licenças de paternidade a 100% do salário anterior em 2008, financiado pela tributação geral,

a utilização das licenças aumentou de 14% em 2007 a 50% dos pais elegíveis.

Noruega: Antes da introdução do quota do pai em 1993, apenas 4% dos pais faziam uso da licença. Em 2003, 89% fizeram uso dela.

Islândia: Em 2001, antes da quota do pai, os pais utilizavam em média, 39 días da sua licença da paternidade. Até 2008, este número

aumentou para 103 dias. Embora, em média, os pais utilizaram só um terço da licença total de paternidade disponível com eles, um em cinco

pais aproveitou a parte do tempo que podia ser utilizado por qualquer dos pais.

Alemanha: Em 2006, o ano antes da reforma da política de licenças só 3% dos pais tiraram licença. Com a fixação de quotas designadas para

seus filhos que eles deixaram nos seus países de origem. Ele

ajuda a criar um melhor ambiente no local de trabalho,

envolvendo os empregados num diálogo sobre vários assuntos

incluindo a paternidade.

O fenômeno dos filhos de migrantes deixados nos países de

origem pode ser observado em todo o mundo e Lannini

desenvolveu um produto para a comunicação à distância que

visa assegurar o exercício efetivo da paternidade pelos

trabalhadores, que vivem afastados dos seus filhos. “As

empresas e os empregados estão começando a ver que o seu

envolvimento com o seu pessoal em torno de “assuntos

brandos”,como estes, beneficia o negócio, disse ele. Lannini

disse que com base nas discussões produtivas que teve com os

empregados, ele está ajudando a montar creches e jardins de

infância numa fábrica em China, o qual provavelmente resultaria

em que os trabalhadores fiquem mais tempo com a empresa. Isto

por sua vez envolveria aos pais no cuidado dos filhos já que

estariam mais em contato com eles.

INCENTIVOS AO EXERCÍCIO DA PATERNIDADE RESPONSÁVEL

Ÿ Dissipar a crença que os homens não são por natureza sensíveis aos meninos .

Ÿ Combater o machismo que despreza os homens que se dedicam ao cuidado dos seus filhos.

Ÿ Envolver não só os homens mas também as mulheres, famílias e provedores de serviços para superar os obstáculos à paternidade.

Ÿ Introduzir leis e políticas no setor de emprego para assegurar a paternidade participativa.

Ÿ Mobilizar a opinião em prol de que a licença de paternidade seja um direito legal.

Ÿ Motivar os homens a participar nas consultas de assistência pré-natal.

Só para circulação interna

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ID)

Síntese das discussões do 2º Simpósio Mundial MenEngage de 2014

Sessão: ‘PATERNIDADE E

CUIDADO’

Superando os Obstáculos

Mitos sobre os pais como cuidadores

Caminho para exercer melhor a paternidade

e o cuidado

Reforçar a participação dos

homens no cuidado das crianças

Como é bom para o negócio ser um pai

melhor· Este documento de síntese também está disponível em Urdu, Bengali, Inglês, Francês, Espanhol e Hindi

Para mais detalhes entre em contato com:CENTRE FOR HEALTH AND SOCIAL JUSTICE

Basement of Young Women's Hostel No. 2, Avenue 21, G Block, Saket, New Delhi – 110017Website: www.chsj.org, www. menengagedilli2014.net

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Page 2: Sessão: ‘PATERNIDADE E CUIDADO’ · Ÿ Dissipar a crença que os homens não são por natureza sensíveis aos meninos . Ÿ Combater o machismo que despreza os homens que se dedicam

Esta sessão examinou os temas da pesquisa, as abordagens políticas, o ativismo e as reformas empresariais que procuram

desenvolver e aumentar a participação dos homens e dos meninos na prestação de cuidado, ajudando-os a tornar-se pais e

companheiros afetuosos no exercício da paternidade. Isso pode reforçar a igualdade de gênero, fomentar a harmonia social e

potenciar o crescimento e o desenvolvimento dos meninos. Como disse a moderadora Nikki van der Gaag, uma

consultora independente do Reino Unido “Esta sessão aborda a mudança individual, a transformação política e legal,

assim como a mudança estrutural que é preciso para o melhor exercício da paternidade e do cuidado”.

Francisco Aguayo

Caribe, Granada, disse que uma caraterística importante na

região é o fenômeno do absentismo do pai, porque muitos

homens trabalham em países distantes. Uma cultura machista

considera que se um homem tem muitos filhos com várias

mulheres ele deve ser orgulhoso do fato. Pois é um desafio

trabalhar com homens para os tornar em cuidadores sensíveis.

Além disso, as formas de arte como a música de calipso e

reggae, quando comentam sobre as realidades sociais,

frequentemente objetivam as mulheres mentras que celebram a

sexualidade dos homens. “O Reggae”, disse Buckmire,” tem

degenerado a um estilo de dança que promove o

patriarcado, a proeza sexual e o consumo de álcool e drogas

entre homens.”

Buckmire disse que as suas redes criam programas efectivos

para ajudar aos homens reconhecer a necessidade dum

envolvimento contínuo nas vidas dos seus filhos.

SAINDO DAS SOMBRAS DO PATRIARCADO

Em Chile, como no resto da América Latina, onde a paternidade

foi definida pela cultura machista, estão ocorrendo grandes

mudanças sociais.

O Psicólogo Francisco Aguayo que trabalha com

CulturaSalud, Chile, disse que embora a legislação quase não

assegure o papel do pai no cuidado dos filhos, os homens cada

vez mais estão participando nos assuntos que às mulheres

AS BARREIRAS DE CRENÇAS QUE ABUNDAM SOBRE OS PAISUma tarefa fundamental na campanha para ajudar aos homens a ser pais é de desmontar os mitos que representam obstáculos na transformação de relações sociais e familiares:

· Um homem não é capaz de cuidar das crianças sem a ajuda duma mulher

· Os homens não estão interessados nas crianças. O seu principal interesse é o seu trabalho.

· Os homens não podem ou não querem mudar.

· As mães têm mais influência do que os pais no desenvolvimento dos seus filhos.

· Os homens são menos capazes de realizar várias tarefas simultâneas.

As mulheres são, por natureza, mais sensíveis aos bebês e crianças que os homens

tradicionalmente tratavam. Os jovens qualificados em particular

agora são mais participativos no cuidado das crianças já que

cada vez mais mulheres o exigem.

As mudanças sociais em Chile também podem ser observadas

no número crescente dos homens que exigem a guarda dos

filhos nos casos da separação e divórcio.

Aguayo disse, “A pesquisa realizada pela minha organização

revela que nos últimos sete anos, 90% dos nascimentos no

país foram acompanhados pelos companheiros

masculinos.” Ele sugere que as pessoas que trabalham no setor

de saúde podem desempenhar um papel decisivo já que estão

em posição de encorajar os pais a tomar mais responsabilidades.

Isto é especialmente importante, concordou Gary Barker de

Promundo e a Alianza MenEngage durante as discussões

interactivas, dado que na realidade os provedores de serviços

não costumam a falar com os pais. Buckmire acrescentou,

“Precisamos de leis e políticas no setor de saúde e também no

local de trabalho, por exemplo a licença de paternidade.”

PROMOVENDO OS NEGÓCIOS LIGADOS À PATERNIDADE

“Os negócios podem beneficiar de ter pais mais efectivos”,

Michael Lannini, Especialista em Comunicações,

Breakthrough, EEUU. Ele desenvolve “produtos e serviços”

para trabalhadores migrantes que querem comunicar com os

Michael Lannini

AS MÃES NÃO SÃO CUIDADORAS NATURAIS

Adrienne Burgess, Co-Diretora Executiva e Chefe de

Pesquisa, The Fatherhood Institute, Reino Unido

desmistificou alguns preconceitos comuns que existem em todas

partes do mundo– particularmente o mito que as mulheres são,

por natureza, mais sensíveis aos bebês e meninos em

comparação com os homens. Referindo-se à pesquisa

antropológica realizada nos últimos 20 anos, ela disse que o

papel do pai varía substancialmente entre distintas culturas. Nas

comunidades dos pigmeus do Amazonas, por exemplo, os

homens são muito evoluídos, quando falamos da paternidade.

Eles são os melhores pais no exercício do cuidado. No

Amazonas o pai carrega o bebê muito mais que a mãe e quando

vão caçar juntos, é ele que carrega o bebê – uma das razões é

porque os bebês dos pigmeus são relativamente grandes e os

homens têm mais força na parte superior do seu corpo. É muito

menos frequente que os irmãos maiores cuidem dos seus irmãos

menores porque são os pais que cuidam mais dos bebês. Ela

disse “A pesquisa mostra que parece que não há nenhuma

diferença biológica entre os sexos em relação à sua

capacidade de cuidar das crianças e se um homem tenha a

oportunidade, ele também será tão sensível ao um recém-

nascido como a mãe.”

HUM BEBÊ PODE ALTERAR AS HORMONAS DO PAI Exemplificando o ponto, Burgess disse que a pesquisa realizada

nos últimos 10 anos mostra que sucedem alterações hormonais

num homem – qualquer homen – quando ele segura um bebê

durante pelo menos 15 minutos. As hormonas prolactina e

ocitocina – as quais ajudam no cuidado do bebê – estão

Adrienne Burgess

Tyrone Buckmire

presentes nos homens de mesma forma que nas mulheres

quando eles cuidam do bebê

Estas hormonas estão presentes nas mulheres grávidas e

lactantes em grandes quantidades. Mas quando as mulheres

adotivas seguram e cuidam do bebê, estas hormonas estão

presentes nelas também – e igualmente nos homens.

Além disso, os níveis de testosterona baixam nos homens

durante os primeiros anos de vida do seu filho, ajundado-os a ser

mais sensíveis aos bebês. É importante assegurar que os pais

também tenham contato com os bebês. Devem ter a

oportunidade de ser os pais que eles são capaces de ser.

Um membro da audiência disse que a pesquisa mostra que

cuando um pai está envolvido na vida duma jovem rapariga, ela

atinge a menstruação mais tarde na sua vida e também torna-se

sexualmente ativa mais tarde

PAIS INDIGNADOSOutro membro da audiência levantou o ponto que há uma

necessidade de abranger a crença entre muitos homens que as

leis apenas protegem os direitos das mães e quando há um

conflito entre os pais, o pai se-sente muito indignado . Burgess

respondeu dizendo que os tribunais se comportam desta maneira

porque é geralmente considerado que a mãe é a pessoa mais

importante na vida do bebê desde o momento em que nasce.

“Todos devemos promover uma campanha para a inclusão

dos direitos dos pais nas leis nacionais, nas políticas sobre a

licença de paternidade e a participação dos pais” ela disse.

LIDANDO COM OS PAIS AUSENTES E A CULTURA MACHISTADescrevendo a sua experiência no Caribe, Tyrone Buckmire,

Vice-presidente Regional, Red de Acção Masculina do

Page 3: Sessão: ‘PATERNIDADE E CUIDADO’ · Ÿ Dissipar a crença que os homens não são por natureza sensíveis aos meninos . Ÿ Combater o machismo que despreza os homens que se dedicam

Esta sessão examinou os temas da pesquisa, as abordagens políticas, o ativismo e as reformas empresariais que procuram

desenvolver e aumentar a participação dos homens e dos meninos na prestação de cuidado, ajudando-os a tornar-se pais e

companheiros afetuosos no exercício da paternidade. Isso pode reforçar a igualdade de gênero, fomentar a harmonia social e

potenciar o crescimento e o desenvolvimento dos meninos. Como disse a moderadora Nikki van der Gaag, uma

consultora independente do Reino Unido “Esta sessão aborda a mudança individual, a transformação política e legal,

assim como a mudança estrutural que é preciso para o melhor exercício da paternidade e do cuidado”.

Francisco Aguayo

Caribe, Granada, disse que uma caraterística importante na

região é o fenômeno do absentismo do pai, porque muitos

homens trabalham em países distantes. Uma cultura machista

considera que se um homem tem muitos filhos com várias

mulheres ele deve ser orgulhoso do fato. Pois é um desafio

trabalhar com homens para os tornar em cuidadores sensíveis.

Além disso, as formas de arte como a música de calipso e

reggae, quando comentam sobre as realidades sociais,

frequentemente objetivam as mulheres mentras que celebram a

sexualidade dos homens. “O Reggae”, disse Buckmire,” tem

degenerado a um estilo de dança que promove o

patriarcado, a proeza sexual e o consumo de álcool e drogas

entre homens.”

Buckmire disse que as suas redes criam programas efectivos

para ajudar aos homens reconhecer a necessidade dum

envolvimento contínuo nas vidas dos seus filhos.

SAINDO DAS SOMBRAS DO PATRIARCADO

Em Chile, como no resto da América Latina, onde a paternidade

foi definida pela cultura machista, estão ocorrendo grandes

mudanças sociais.

O Psicólogo Francisco Aguayo que trabalha com

CulturaSalud, Chile, disse que embora a legislação quase não

assegure o papel do pai no cuidado dos filhos, os homens cada

vez mais estão participando nos assuntos que às mulheres

AS BARREIRAS DE CRENÇAS QUE ABUNDAM SOBRE OS PAISUma tarefa fundamental na campanha para ajudar aos homens a ser pais é de desmontar os mitos que representam obstáculos na transformação de relações sociais e familiares:

· Um homem não é capaz de cuidar das crianças sem a ajuda duma mulher

· Os homens não estão interessados nas crianças. O seu principal interesse é o seu trabalho.

· Os homens não podem ou não querem mudar.

· As mães têm mais influência do que os pais no desenvolvimento dos seus filhos.

· Os homens são menos capazes de realizar várias tarefas simultâneas.

As mulheres são, por natureza, mais sensíveis aos bebês e crianças que os homens

tradicionalmente tratavam. Os jovens qualificados em particular

agora são mais participativos no cuidado das crianças já que

cada vez mais mulheres o exigem.

As mudanças sociais em Chile também podem ser observadas

no número crescente dos homens que exigem a guarda dos

filhos nos casos da separação e divórcio.

Aguayo disse, “A pesquisa realizada pela minha organização

revela que nos últimos sete anos, 90% dos nascimentos no

país foram acompanhados pelos companheiros

masculinos.” Ele sugere que as pessoas que trabalham no setor

de saúde podem desempenhar um papel decisivo já que estão

em posição de encorajar os pais a tomar mais responsabilidades.

Isto é especialmente importante, concordou Gary Barker de

Promundo e a Alianza MenEngage durante as discussões

interactivas, dado que na realidade os provedores de serviços

não costumam a falar com os pais. Buckmire acrescentou,

“Precisamos de leis e políticas no setor de saúde e também no

local de trabalho, por exemplo a licença de paternidade.”

PROMOVENDO OS NEGÓCIOS LIGADOS À PATERNIDADE

“Os negócios podem beneficiar de ter pais mais efectivos”,

Michael Lannini, Especialista em Comunicações,

Breakthrough, EEUU. Ele desenvolve “produtos e serviços”

para trabalhadores migrantes que querem comunicar com os

Michael Lannini

AS MÃES NÃO SÃO CUIDADORAS NATURAIS

Adrienne Burgess, Co-Diretora Executiva e Chefe de

Pesquisa, The Fatherhood Institute, Reino Unido

desmistificou alguns preconceitos comuns que existem em todas

partes do mundo– particularmente o mito que as mulheres são,

por natureza, mais sensíveis aos bebês e meninos em

comparação com os homens. Referindo-se à pesquisa

antropológica realizada nos últimos 20 anos, ela disse que o

papel do pai varía substancialmente entre distintas culturas. Nas

comunidades dos pigmeus do Amazonas, por exemplo, os

homens são muito evoluídos, quando falamos da paternidade.

Eles são os melhores pais no exercício do cuidado. No

Amazonas o pai carrega o bebê muito mais que a mãe e quando

vão caçar juntos, é ele que carrega o bebê – uma das razões é

porque os bebês dos pigmeus são relativamente grandes e os

homens têm mais força na parte superior do seu corpo. É muito

menos frequente que os irmãos maiores cuidem dos seus irmãos

menores porque são os pais que cuidam mais dos bebês. Ela

disse “A pesquisa mostra que parece que não há nenhuma

diferença biológica entre os sexos em relação à sua

capacidade de cuidar das crianças e se um homem tenha a

oportunidade, ele também será tão sensível ao um recém-

nascido como a mãe.”

HUM BEBÊ PODE ALTERAR AS HORMONAS DO PAI Exemplificando o ponto, Burgess disse que a pesquisa realizada

nos últimos 10 anos mostra que sucedem alterações hormonais

num homem – qualquer homen – quando ele segura um bebê

durante pelo menos 15 minutos. As hormonas prolactina e

ocitocina – as quais ajudam no cuidado do bebê – estão

Adrienne Burgess

Tyrone Buckmire

presentes nos homens de mesma forma que nas mulheres

quando eles cuidam do bebê

Estas hormonas estão presentes nas mulheres grávidas e

lactantes em grandes quantidades. Mas quando as mulheres

adotivas seguram e cuidam do bebê, estas hormonas estão

presentes nelas também – e igualmente nos homens.

Além disso, os níveis de testosterona baixam nos homens

durante os primeiros anos de vida do seu filho, ajundado-os a ser

mais sensíveis aos bebês. É importante assegurar que os pais

também tenham contato com os bebês. Devem ter a

oportunidade de ser os pais que eles são capaces de ser.

Um membro da audiência disse que a pesquisa mostra que

cuando um pai está envolvido na vida duma jovem rapariga, ela

atinge a menstruação mais tarde na sua vida e também torna-se

sexualmente ativa mais tarde

PAIS INDIGNADOSOutro membro da audiência levantou o ponto que há uma

necessidade de abranger a crença entre muitos homens que as

leis apenas protegem os direitos das mães e quando há um

conflito entre os pais, o pai se-sente muito indignado . Burgess

respondeu dizendo que os tribunais se comportam desta maneira

porque é geralmente considerado que a mãe é a pessoa mais

importante na vida do bebê desde o momento em que nasce.

“Todos devemos promover uma campanha para a inclusão

dos direitos dos pais nas leis nacionais, nas políticas sobre a

licença de paternidade e a participação dos pais” ela disse.

LIDANDO COM OS PAIS AUSENTES E A CULTURA MACHISTADescrevendo a sua experiência no Caribe, Tyrone Buckmire,

Vice-presidente Regional, Red de Acção Masculina do

Page 4: Sessão: ‘PATERNIDADE E CUIDADO’ · Ÿ Dissipar a crença que os homens não são por natureza sensíveis aos meninos . Ÿ Combater o machismo que despreza os homens que se dedicam

OS CINCO PRIMEIROS PAÍSES QUE TÊM UM AMBIENTE FAVORÁVEL PARA OS PAIS

O Relatório de 2015 sobre a Situação dos Pais identifica cinco país em que realizou-se um trabalho positivo com a

implementação dum sistema de licenças de paternidade bem desenhado que inclui as quotas não-transferíveis e o

financiamento adequado que pode levar à maior utilização das licenças:

Espanha: A introdução de duas semanas da licença de paternidade bem paga em 2007 resultou num aumento marcado na utilização das

licenças, de 15% a 58% em 2010.

Estónia: Depois do aumento nos benefícios das licenças de paternidade a 100% do salário anterior em 2008, financiado pela tributação geral,

a utilização das licenças aumentou de 14% em 2007 a 50% dos pais elegíveis.

Noruega: Antes da introdução do quota do pai em 1993, apenas 4% dos pais faziam uso da licença. Em 2003, 89% fizeram uso dela.

Islândia: Em 2001, antes da quota do pai, os pais utilizavam em média, 39 días da sua licença da paternidade. Até 2008, este número

aumentou para 103 dias. Embora, em média, os pais utilizaram só um terço da licença total de paternidade disponível com eles, um em cinco

pais aproveitou a parte do tempo que podia ser utilizado por qualquer dos pais.

Alemanha: Em 2006, o ano antes da reforma da política de licenças só 3% dos pais tiraram licença. Com a fixação de quotas designadas para

seus filhos que eles deixaram nos seus países de origem. Ele

ajuda a criar um melhor ambiente no local de trabalho,

envolvendo os empregados num diálogo sobre vários assuntos

incluindo a paternidade.

O fenômeno dos filhos de migrantes deixados nos países de

origem pode ser observado em todo o mundo e Lannini

desenvolveu um produto para a comunicação à distância que

visa assegurar o exercício efetivo da paternidade pelos

trabalhadores, que vivem afastados dos seus filhos. “As

empresas e os empregados estão começando a ver que o seu

envolvimento com o seu pessoal em torno de “assuntos

brandos”,como estes, beneficia o negócio, disse ele. Lannini

disse que com base nas discussões produtivas que teve com os

empregados, ele está ajudando a montar creches e jardins de

infância numa fábrica em China, o qual provavelmente resultaria

em que os trabalhadores fiquem mais tempo com a empresa. Isto

por sua vez envolveria aos pais no cuidado dos filhos já que

estariam mais em contato com eles.

INCENTIVOS AO EXERCÍCIO DA PATERNIDADE RESPONSÁVEL

Ÿ Dissipar a crença que os homens não são por natureza sensíveis aos meninos .

Ÿ Combater o machismo que despreza os homens que se dedicam ao cuidado dos seus filhos.

Ÿ Envolver não só os homens mas também as mulheres, famílias e provedores de serviços para superar os obstáculos à paternidade.

Ÿ Introduzir leis e políticas no setor de emprego para assegurar a paternidade participativa.

Ÿ Mobilizar a opinião em prol de que a licença de paternidade seja um direito legal.

Ÿ Motivar os homens a participar nas consultas de assistência pré-natal.

Só para circulação interna

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Síntese das discussões do 2º Simpósio Mundial MenEngage de 2014

Sessão: ‘PATERNIDADE E

CUIDADO’

Superando os Obstáculos

Mitos sobre os pais como cuidadores

Caminho para exercer melhor a paternidade

e o cuidado

Reforçar a participação dos

homens no cuidado das crianças

Como é bom para o negócio ser um pai

melhor· Este documento de síntese também está disponível em Urdu, Bengali, Inglês, Francês, Espanhol e Hindi

Para mais detalhes entre em contato com:CENTRE FOR HEALTH AND SOCIAL JUSTICE

Basement of Young Women's Hostel No. 2, Avenue 21, G Block, Saket, New Delhi – 110017Website: www.chsj.org, www. menengagedilli2014.net

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