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Sessão 2 – Os desafios e a evolução da regulação audiovisual AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA - ANCINE Rosana dos Santos Alcântara Diretora Agosto de 2016

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Sessão 2 – Os desafios e a evolução da regulação audiovisual

AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA - ANCINE

Rosana dos Santos Alcântara Diretora

Agosto de 2016

• Do ponto de vista econômico, a regulação se desenvolve a partir decaracterísticas essenciais dos bens audiovisuais, como a de bens de experiência,a não rivalidade, a geração de externalidades positivas e o alto custo deprodução

• Do ponto de vista constitucional, ela se baseia no conjunto de direitos eprincípios trazidos pela Constituição, cuja implementação pode demandaratuação regulatória (seja ela comissiva ou omissiva)

• Assim, a regulação do audiovisual se consubstancia em mecanismos queservem, ao mesmo tempo, à correção de falhas de mercado e a demandas denatureza constitucional

A regulação do Audiovisual

A regulação do Audiovisual

Bases principiológicas

Mecanismos Regulatórios

Liberdade de expressão

Diversidade

Pluralismo

Acesso à informação

Regulação da concorrência

Proteção do mercado nacional

Desenvolvimento industrial

Falhas de mercado

Cotas de conteúdo nacional

Fomento à produção nacional independente

Regras de concentração (vertical e diagonal)

Restrição ao capital estrangeiro

Limite de ocupação

No âmbito do mercado de TV Paga, essa lógica regulatória foi implementada através da Lei 12.485/11 (e sua regulamentação pela ANCINE)

A regulação do Audiovisual

Lei 12.485/11

Regulação por camadas: infraestrutura e conteúdos

Desverticalização da cadeia e atenção às produtoras e programadoras independentes

Criação de demanda potencial para a produção nacional (cotas de conteúdo)

Criação de demanda potencial para a programação nacional (cotas de canal)

Lei 12.485/11: implementação

• A Lei 12.485/11 é marco fundamental da regulação da comunicação eletrônica de massa no Brasil

• Primeira lei convergente, que institui mecanismos voltados para odesenvolvimento da indústria audiovisual, no âmbito dos mercados dedistribuição, empacotamento e produção audiovisual

• Após a promulgação da Lei, a ANCINE promoveu sua implementação através deregulamentação, monitoramento e fiscalização dos seus termos

• Esta regulação se mostrou aderente, tendo resultados positivos para oaudiovisual

Lei 12.48512/09/2011

Lei 12.485/1109/2011

2016IN 95/2011

Registro de obra publicitária

IN 96/2011 CONDECINE Teles

IN 100/2012 12.485/11

IN 104/2012 CPB

IN 105/2012 Registro de obra não publicitária

IN 109/2012Fiscalização e

Sanções

RDC 53/2013Sigilo

IN 121/2015Revisão IN 100 e

outras

Portaria 306/2012Dispensa de cota

Lei 12.485/11: regulação

Resultados gerais: aumento dos licenciamentos de obras brasileiras para TV Paga

Fonte: Superintendência de Registro – SRE/ANCINE

17 191 352 678 738 594 584 652 808 760 1.059

3.2062.590

3.662

1531.218

1.5481.873 1.705 1.751

3.772

2.2422.689 2.461 2.310

3.964

6.4705.085

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

ESTR

BRA

Lei 12.485/11: resultados

Resultados gerais: aumento da produção brasileira

2201

804

2.797

1.752 1.785

1.530 1.623

2.1221.926

1.710

3.297 3.2523.501

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Total CPB - ano a ano*

Fonte: Superintendência de Registro – SRE/ANCINE*Total CPB até 30 de julho – em 2015: 2.155 / em 2016: 2.001

Lei 12.485/11: resultados

Lei 12.485/11, art. 16: cotas de conteúdo brasileiro e brasileiro independente no horário nobre (3h30/semana)

Tempo de programação que ultrapassa a cota legal de conteúdo brasileiro – 2015Média percentual por canal e por mês (sem infantis) 2015:

Considerando a programação total dos canais monitorados, a

quantidade de conteúdo brasileiro veiculado superou a

obrigação prevista na cota

Lei 12.485/11: resultados

42,0%

26,5%

45,6% 43,8%

54,0% 56,0%

68,4% 68,5%

50,8%

65,6%

74,6% 73,9%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

Fonte: Superintendência de Análise de Mercado – SAM/ANCINE

Lei 12.485/11, art. 16: cotas de conteúdo brasileiro e brasileiro independente no horário nobre (3h30/semana)

Tempo de programação que ultrapassa a cota legal de conteúdo brasileiro – 2015Média percentual por canal e por mês (infantis) 2015:

Considerando a programação total dos

canais infantismonitorados, a quantidade de

conteúdo brasileiro veiculado superou a

obrigação prevista na cota

Lei 12.485/11: resultados

77,8%

65,6%

103,0%

87,0%

101,6%90,7% 90,5%

95,8% 98,8%

114,7%

93,3%102,0%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

120,0%

140,0%

Fonte: Superintendência de Análise de Mercado – SAM/ANCINE

IN 100/12, art. 13: Definição do horário nobre (18h-24h geral / 11h-14h e 17h-21h para canais infantis)

Horas em canais de espaço qualificado no horário nobre – 2015*

(sem infantis)

12,2%

71,2%

6,1%

10,5%

Brasileira

Estrangeira

Outras

Publicitária

Média semanal de 5:57 horas de conteúdo brasileiro no horário nobre, por canal

Horas em canais infantis de espaço qualificado no horário nobre – 2015

12,5%

71,2%

4,5%

11,9%

Brasileira

Estrangeira

Outras

Publicitária

Média semanal de 6:12 horas de conteúdo brasileiro no horário nobre, por canal infantil

*57 canais de espaço qualificado** 9 canais infantis de espaço qualificado

Lei 12.485/11: resultados

Fonte: Superintendência de Análise de Mercado – SAM/ANCINE

Distribuição percentual da programação brasileira em canais de espaço qualificado por faixa horária do horário nobre – 2015

(sem infantis)

14,74%

15,39%

26,73%

43,14%

22:30 até 00:00

21:00 até 22:30

19:30 até 21:00

18:00 até 19:30

ENTRE AS 18:00 E 19:30Maior concentração da programação brasileira

ENTRE AS 21:00 E 00:00Menor concentração da programação brasileira

Lei 12.485/11: resultados

Fonte: Superintendência de Análise de Mercado – SAM/ANCINE

Lei 12.485/11, art. 17: cota de pacote (a cada 3 canais de espaço qualificado, ao menos 1 brasileiro.

Percentual indicativo de pacotes que cumpriram a cota de empacotamento nos períodos aferidos – 2015/2016

21%

79%

Indícios de nãocumprimento

Cumprimento

Dados consolidados de acordo com ações de monitoramento

realizadas em 2015 e 2016.

75 pacotes foram analisados.

Lei 12.485/11: resultados

Lei 12.485/11, art. 2º, XI e XX: empacotamento e programaçãoIN 100/12: registro de empacotadoras, programadoras e canais

63 empacotadoras

102 programadoras 235 canais

7.826 produtoras 4.790 independentes

Lei 12.485/11: resultados

235 canais119 SD 17 HD

99 simulcast

Aperfeiçoando mecanismos

• Aperfeiçoamento do SRPTV com consulta direta por áreas diversas da casa

• Implementação de sistema de business inteligence para aferição dos relatórios de programação enviados via SRPTV

Aferição passa a ser 100% automática Mais veloz, segura e completa

• Ampliação do escopo do Plano Anual de Fiscalização – PAF Otimização do uso do MPSeAC Digitalização dos processos

• Aperfeiçoamento de metodologias de fiscalização Na comunicação com o regulado e em procedimentos internos Elaboração de novos modelos de relatório de aferição do cumprimento das obrigações normativas,

destacando a ação de fiscalização realizada, sua metodologia e resultados

A Regulação Audiovisual no Horizonte

• Cabe à ANCINE garantir o desenvolvimento do mercado audiovisual brasileiro Os desafios futuros sempre serão voltados a garantir a permanência e

segurança desse desenvolvimento, em diferentes segmentos de mercado e emdiferentes partes da cadeia produtiva

• No âmbito dos segmentos de mercado, simbolizam esses desafios aregulamentação dos serviços de VOD, da publicidade na Internet e daacessibilidade nas salas de exibição

• Pensando na cadeia produtiva, a Agência também vem se dedicando àregulamentação de direitos de exploração de obras produzidas com recursospúblicos

VOD

• Não há dúvidas sobre os impactos que o VOD promoveu no mercado audiovisual(concorrência, lógica de janelas etc.)

• A necessidade de uma regulação aderente ao modelo já foi identificada; noentanto, os serviços devem se coadunar com as diretrizes da política audiovisualprevista em leis já existentes

• Aderência das obrigações vigentesEx.: Registro de obra (MP 2.228-1/2001, art. 28) Registro de Agente Econômico (MP 2.228-1/2001, art. 22)CONDECINE (MP 2.228-1/2001, art. 33, I “e”)

Revisão das INs 95 e 105: “Publicidade Audiovisual na Internet”

VOD

PRINCIPAIS DESAFIOS

Harmonização com regulação existente

Definição de escopo

Extraterritorialidade

Concorrência com lineares

POSSÍVEIS CRITÉRIOS

Similaridade com TV Principal propósito

Responsabilidade editorial

Enforcement sobre serviços no exterior

Desregulação?Adaptação das obrigações existentes a novas mídias?

Similaridade com TV Principal propósito

Acessibilidade

• Fundamentação legal: CF, arts. 23, V e 24, XIV: competência da União para acesso à cultura e integração social das

pessoas portadoras de deficiência Decreto nº 6.949/2009: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - ONU Lei nº 13.146/2015: Estatuto da Pessoa com Deficiência

• Medidas já implementadas pela ANCINE: Desde 2013 os editais do Fundo Setorial do Audiovisual - FSA já preveem a inclusão de

recursos de acessibilidade nos projetos contemplados; Instrução Normativa nº 116/2014: projetos de produção financiados com recursos públicos

federais têm a obrigação de contemplar nos seus orçamentos de pós-produção serviços de legendagem descritiva, audiodescrição e LIBRAS

Acessibilidade nas salas de exibição

• Promoção da Acessibilidade Visual e Auditiva em Salas De Exibição Consulta Pública do AIR encerrada em 01/08

• Recomendações do relatório de AIR relativas à tecnologia: Recursos Acessíveis: Disponibilização de LIBRAS, legendagem descritiva e audiodescrição. Natureza do acesso: Modalidade fechada individual. Escolha tecnológica: Neutralidade tecnológica.

• Atenção à heterogeneidade do parque exibidor brasileiro, composto por desde grandes grupos

exibidores multinacionais até pequenos proprietários de salas de cinema, que vivem realidades tecnológicas e econômicas distintas

à neutralidade tecnológica, de forma que os agentes tenham a liberdade de escolher a tecnologia a ser utilizada

Direitos

ATENÇÃO AO

DESENVOLVIMENTO DE

TODA A CADEIA

Regulação dos direitos de exploração de obras realizadas com recursos públicos

Atual Deliberação 95

NOVA REGULAMENTAÇÃO

• Garantir os direitos patrimoniais do produtor• Permitir a circulação da obra em diferentes janelas,

potencializando a remuneração do produtor • Estímulo à etapa de desenvolvimento• Definir os critérios de remuneração do parceiro

investidor ou coprodutor • Previsibilidade e maior segurança do investimento

Conclusão

• A implementação das políticas públicas voltadas ao audiovisual demanda doregulador a consideração de uma base principiológica de natureza econômica econstitucional

• Assim, a atuação da ANCINE, sempre voltada para o desenvolvimento da indústriaem sua totalidade, vem empreendendo esforços de melhoramento dos processosjá existentes e de tratamento dos desafios que se apresentam

• Hoje, a abordagem dos serviços não lineares, a acessibilidade em salas de exibiçãoe a revisão da disciplina de direitos de exploração sobre obras realizadas comrecursos públicos são alguns dos elos fundamentais desta meta