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Edição 588 - 04.09.2015 Informativo eletrônico semanal do mandato A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA* Manifestação ocupou a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini PÁGINA 02 Diogo Baigorra SERVIDORES CONTRA O DESMONTE DE SARTORI ADÃO VILLAVERDE** uando o debate acerca das dificul- dades das contas públicas gaúchas se dá em bases racionais e fundamentado em conteúdo, temos a unani- midade de que estamos diante de um problema que remonta a quase 40 anos em solo gaúcho. Mas se a inflexão é de mera disputa política, faz-se circular recor- rentemente a ideia de que a situação financeira só se agravou nos últimos quatro anos. De duas, uma: ou é uma enorme injustiça com o gestor passado ou impõe-se uma lógica de interesses reproduzindo a caracterização. Como Tarso Genro não era nenhum mágico nem tinha uma maquininha de fabricar dinheiro e, alertado pelas difi- culdades, usou os depósitos judiciais, garantiu os 12% da Saúde, pagou em dia os servidores, recuperou salários e propôs reajustes dignos, lutou ardua- mente para diminuir a dívida pública e ainda abriu novo espaço fiscal para não paralisar o Estado, é evidente que, por trás das dificuldades das contas públi- cas há, sim, uma estratégia, portanto, interesses em jogo. Como forma de questionarmos esse aforismo irrefutável, é necessário ava- liarmos a prática do atual governo, e não só seu discurso. Q CONTINUE LENDO NA PÁGINA SEGUINTE -> ARTIGO

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Edição 588 - 04.09.2015Informativo eletrônico semanal do mandato

A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA*

Manifestação ocupou a Praça da Matriz, em frente ao Palácio PiratiniPÁGINA 02

Diogo Baigorra

SERVIDORES CONTRA O DESMONTE DE SARTORI

ADÃO VILLAVERDE**

uando o debate acerca das dificul-dades das contas públicas gaúchas sedá em bases racionais e fundamentadoem conteúdo, temos a unani- midadede que estamos diante de um problemaque remonta a quase 40 anos em sologaúcho. Mas se a inflexão é de meradisputa política, faz-se circular recor-rentemente a ideia de que a situaçãofinanceira só se agravou nos últimosquatro anos. De duas, uma: ou é uma

enorme injustiça com o gestor passadoou impõe-se uma lógica de interessesreproduzindo a caracterização.

Como Tarso Genro não era nenhummágico nem tinha uma maquininha defabricar dinheiro e, alertado pelas difi-culdades, usou os depósitos judiciais,garantiu os 12% da Saúde, pagou emdia os servidores, recuperou salários epropôs reajustes dignos, lutou ardua-mente para diminuir a dívida pública e

ainda abriu novo espaço fiscal para nãoparalisar o Estado, é evidente que, portrás das dificuldades das contas públi-cas há, sim, uma estratégia, portanto,interesses em jogo.

Como forma de questionarmos esseaforismo irrefutável, é necessário ava-liarmos a prática do atual governo, enão só seu discurso.

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ARTIGO

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NÃO À FRAGILIZAÇÃODAS FUNÇÕES PÚBLICAS

“Deputados têm que mostrarcontrariedade na hora do voto”

o se manifestar na sessão plenária de quarta-feira (2), o deputado Adão Villaverde(PT) reforçou que a bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia é contra oaumento linear de impostos proposto pelo governo Sartori, afirmando que esta inici-ativa penalizará a sociedade gaúcha.

Também cobrou dos parlamentares que, em recente enquete divulgada por jornalda capital, disseram-se contra o aumento de impostos. “Esta posição tem que setraduzir na prática, na hora do voto aqui no Parlamento”, sustentou.

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Assista ao vídeo em https://goo.gl/GrzcZu

Mariana Carlesso - Agência ALRS

Aumenta a mobilização dos servidorespúblicos contra o desmonte do Estado

ervidores públicos de todo o RS mobi-lizaram-se desde cedo, nesta quinta-feira(3), para protestar contra o parcelamentoe o arrocho salarial, o corte de investi-mentos sociais, o aumento de impostos,a fragilização das funções públicas do Es-tado e as privatizações. Em grande ato naPraça da Matriz, em frente ao PalácioPiratini, milhares de servidores reforça-ram o compromisso com a qualificação dasfunções públicas do Estado.

Antes do evento na praça, ocorreu aaudiência pública da Comissão de Cons-tituição e Justiça (CCJ) sobre o Projetode Lei Complementar (PLC) 206/2015,que lotou o Teatro Dante Barone daAssembleia. Na ocasião, servidores, lí-deres sindicais e deputados assinaramdocumento que pede a imediata retira-da do PLC. O documento foi entregueno Palácio Piratini, carregando a con-trariedade com o ataque às funções

públicas de Estado.Para o deputado Adão Villaverde (PT)

que, junto com a deputada Stela Farias(PT) intermediou encontro na Casa Ci-vil, “Sartori, com novas normas das fi-nanças públicas do RS, sob a alegaçãode obediência à responsabilidade dagestão fiscal, cria mecanismosprudenciais de controle que diminuemo Estado, desvalorizam o trabalhadorpúblico e penalizam toda a sociedade”.

S

Diogo Baigorra

Diogo Baigorra

Vanessa Vargas

Primeiro foram os cortes de paga-mentos aos fornecedores, iniciando aparalisar os serviços públicos; depois aLei de Diretrizes Orçamentárias retiran-do reajustes dos servidores já aprova-dos na Assembleia; na sequência, equi-vocados projetos de extinção das fun-dações. Ainda não contentes com istotudo, promovem o parcelamento de sa-lários e, finalmente, o projeto de au-mento de impostos, ou seja o tarifaço,

penalizando toda a sociedade.Em síntese, caos para os servidores

e o serviço público, resistência na am-pliação do uso dos depósitos judiciais,para exacerbar o quadro de dificulda-des; e envio ao parlamento de bloco deprojetos com repercussão delonguíssimo prazo sem nenhuma eficá-cia imediata (como o caso da Previdên-cia). Instituindo a inércia, a falta deiniciativas e inaptidão de gestão como

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 4 de se-

tembro de 2015

**Professor, engenheiro e deputado estadual (PT-RS)

CONTINUAÇÃO DO ARTIGO

seu modo de governar, para, por fim,como num passe de mágica, num tru-que surrado e conhecido, apresentaruma espécie de modernização conser-vadora como única saída: aumento deimpostos e privatizações.

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ARTIGOS

A DIGNIDADE ULTRAJADA*

eceber salário parcelado, além deser uma indecente quebra de contrato,provoca um enorme constrangimento fi-nanceiro. Desorganiza a dinâmica fa-miliar, acarreta endividamento, insegu-rança, afeta em cheio a autoestima dapessoa etc. Como os servidores irãohonrar os compromissos domésticosrecebendo salário a conta-gotas? Comoencarar a família, os vizinhos, os ami-gos mais próximos, sendo manchetesde jornais como descartáveis e até va-dios? De onde tirar ânimo para iniciaruma jornada de trabalho depois de me-ses de ameaças e agora sabendo queos seus salários virão parcelados?

Não é possível que a solução para acrise das finanças do RS seja oachincalhamento dos servidores. É obri-gação de Sartori e dos poderesLegislativo e Judiciário encontrar ou-

RCLAUDIR NESPOLO**

tras saídas. O governo está usando aforma mais cruel e vil para convencer asociedade da inviabilidade do Estado ejustificar os projetos de aumento line-ar de impostos, extinção de fundaçõese as iminentes privatizações. Para isso,não há qualquer escrúpulo em sacrifi-car os servidores públicos e prejudicaráreas como educação, saúde e seguran-ça, tão essenciais à população.

A histórica crise das finanças nãoserá resolvida com Estado mínimo nemcom gestão privada da coisa pública.Só será efetivamente enfrentada sehouver um combate sistemático da so-negação fiscal, com ações eficazes defiscalização, assim como a revisão dasisenções e renúncias fiscais. É urgenteabrir novos canais de renegociação dadívida do Estado com a União. É possí-vel, sim, discutir mecanismos tributá-

rios que não incidam sobre o consumo,mas sobre a renda, o patrimônio e asgrandes fortunas. É fundamentalreorientar o Estado em torno de ummodelo de desenvolvimento baseado napromoção da indústria, agricultura, co-mércio e serviços. Tudo isso com de-mocracia, diálogo social e transparên-cia. Para isso, o governador precisa seconvencer, mesmo que com muita pres-são popular, de que os serviços públi-cos são vitais para os mais pobres, queo patrimônio do povo gaúcho é neces-sário para o Estado e os servidores sãoindispensáveis.

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 3 de

setembro de 2015

**Presidente da CUT/RS

A crise: quem vai pagar o pato?*

ANTÔNIO ESCOSTEGUY CASTRO**

gosto chegou ao fim desnudandocompletamente a crise econômica pelaqual passam o Brasil e o Rio Grande,em toda sua profundidade e extensão.

A queda da bolsa da China e o agra-vamento do cenário internacional quese seguiu , mostrou a permanência e aintensidade da crise que começou em2008. Este vendaval liquidou, também,com o discurso de setores da oposiçãoe da grande imprensa de que passáva-mos por uma crise local , causada peloerros do governo do PT. Afora algumassub-celebridades do jovemempresariado neoliberal gaudério naspáginas da Zero Hora , ninguém maisdefende esta estultice. Mas o encolhi-mento de quase 2% do PIB no trimestremostrou, igualmente, que a situação émuito mais séria e grave do que se su-punha e esperava.

No Rio Grande, um novoparcelamento de salários, mas agoracom uma prestação inicial de apenas600 reais , muito embora o estado nãotenha pago nem a dívida nem seus com-promissos , mostra a total incompetên-cia do governo de Sartori, que em 9meses não foi capaz de montar um pla-no coerente seja de enfrentamento à

crise , seja de contigenciamento fren-te às dificuldades. O estado está para-do e tudo agora parece depender deuma liminar do STF que, na verdade ,afora algum ganho político, libera cer-ca de insuficientes 300 milhões de re-ais… O Estado está diante de uma com-pleta incapacidade de gestão .

Estamos , portanto, numa crise gra-ve e profunda, nacional e regionalmen-te, e não mais tem sentido tentar negá-la ou focar-se em achar os culpados. Éhora do movimento sindical e popular,admitindo a necessidade de ajustes naeconomia , apresentar um programa quedispute seu caráter e distribua seuscustos de forma mais justa.

Nacionalmente , a estabilização con-servadora da conjuntura , que afastouo fantasma do impeachment e deu fô-lego ao governo, se deu exatamentepela necessidade de paz política para oimplementar o ajuste econômico. Maso fato é que o ajuste de Levy não estáfuncionando e a retração do PIB e o or-çamento deficitário em 30 bilhões para2016 são a prova. A questão, pois, édisputar o conteúdo do ajuste , ou seja,sobre quem se faz recair os principaiscustos. Os movimentos sindical e po-

pular devem , de imediato, apresentaruma pauta de medidas para incentivara economia e o emprego e onerar aossetores mais abastados da nação como peso do déficit. Nestas medidas de-vem estar a volta da CPMF e o impostosobre grandes fortunas . A CPMF é umtributo justo , que há de ser propostocom um corte salarial alto ( não incidesobre contas-salário e aposentadoriasinferiores a 5 mil reais, por exemplo) eainda terá o efeito de reduzir drastica-mente a sonegação. Esta, aliás, é a prin-cipal razão pela qual é tão odiado pornossas elites. O imposto sobre grandesfortunas, taxando o patrimônio e não arenda ou o consumo, será o início realde uma reforma tributária pela qual opaís clama há décadas. Com um con-junto de propostas neste sentido, res-ponde-se à Agenda Brasil, que oempresariado deu a Renan Calheiros, ese faz disputa pelo conteúdo do ajustea ser aplicado.

Leia mais em http://goo.gl/NhY4w2

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 3 de setembro de 2015**Advogado

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Governo deixou de pagar R$ 778 a mais paraservidores, afirma líder da bancada petista

íder da bancada do PT naAssembleia Legislativa, o deputadoLuiz Fernando Mainardi denunciou queo governo do Estado tinha recursos àdisposição para pagar R$ 778,00 amais para cada matrícula de servido-res ativos e inativos referentes aosalário de agosto.

“Na segunda-feira (31), havia R$270 milhões disponíveis na conta dosdepósitos judiciais. Isso porque nosdias anteriores a atual gestão repas-sou recursos do caixa único para a con-ta administrada pelo Judiciário”, afir-mou Mainardi. Para ele, o governo op-tou por deixar R$ 270 milhões paradosna conta dos depósitos judiciais.

O governo poderia ter ampliado ovalor pago aos servidores de R$ 600,00para R$ 1.378,00, além da possibili-dade de utilizar os recursos para pa-gar a parcela da dívida do Estado coma União (estimada em R$ 265,4 mi-lhões), o que teria evitado o bloqueiodas contas estaduais.

“O governador Sartori não pagoua totalidade dos salários dos servido-res públicos, que deveria ter sido fei-to na semana passada, nem honrou aparcela da dívida. Fez esta manobrapara aumentar as dificuldades finan-ceiras do Estado e conduz a situaçãopara o caos”, declarou o líder petista.

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(DES)GOVERNO SARTORI

O jornal Correio do Povo desta sexta-feira(4) veiculou matéria em que mostra que Sartoritinha verbas referentes aos depósitos judiciaisno valor de R$ 270 milhões, mas optou por dei-xar este montante parado e não utilizá-lo parapagar os servidores públicos em dia.

Para Villaverde, Sartori "fez isto para mantera linha cruel e vil com os servidores, fragilizandoo serviço púbico para implementar sua estraté-gia política que alguns, intencional ou ingenua-mente, ainda não entenderam: aumento linearde impostos que penaliza toda a sociedade eprivatização de patrimônio público".

Mainardi afirma que o governo querpressionar os parlamentares a apro-varem medidas impopulares, como oaumento do ICMS. “Estamos perce-bendo que quanto pior a situação me-lhor para o governo atingir seu prin-cipal objetivo: criar toda essa indig-nação da sociedade para que os depu-tados não tenham alternativa a nãoser aprovar o aumento dos impostos”disse ele.

Na próxima terça-feira (8), a ban-

cada petista junto com as demais ban-cadas de oposição irão ao Tribunal deJustiça pedir acesso à movimentaçãoda conta dos depósitos judiciais. Emseguida, levarão os dados ao Ministé-rio Público de Contas e ao presidentedo Tribunal de Contas do Estado paraque apurem a responsabilidade da es-colha. “Se ele diz que o pagamento sónão é maior por impossibilidade ma-terial, queremos uma investigação”,finalizou.

NA IMPRENSA

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PLENÁRIA

Mandato faz balanço das ações em 2015

s militantes, vereadoras, verea-dores, líderes sindicais e representan-tes de entidades e movimento sindicaise sociais que apoiam o deputado AdãoVillaverde (PT) lotaram o Plenarinho daAssembleia Legislativa, na manhã desábado (29), para uma avaliação dosprimeiros meses do mandato de 2015.

Logo no início, o chefe de gabinete,Inacio Beninca, apresentou as principaisações realizadas nesse período. Em se-guida, a presidenta do Cpers Sindica-to, professora Helenir Aguiar Schurer,destacou que o projeto que o governoSartori tenta implementar no RSfragiliza as funções públicas do Estado,penalizando os servidores públicos e asociedade. Ao anunciar que o Piratinidepositou apenas R$ 600 referente àfolha de pagamento do mês de agosto,ela pontuou que a categoria já estarámobilizada a partir de segunda-feiracontra as propostas de desmonte doEstado.

A coordenadora da bancada do PT naAssembleia Legislativa, Mari Perusso,expressou que o nosso mandato tem for-te atuação na defesa dos principais te-mas que estão sendo debatidos no es-tado, destacando-se como articuladorjunto aos servidores públicos, lideran-ças sindicais e representantes de mo-vimentos sociais.

Em nome da Central Única dos Tra-balhadores do RS (CUT/RS), o presiden-te Claudir Nespolo reforçou o compro-misso da entidade com as lutas sociaise elogiou o mandato em relação à pos-

O tura de apoio aos direitos trabalhistas.Depois de agradecer a presença e o

apoio das companheiras e dos compa-nheiros, Villa observou que amobilização dos movimentos sociaisprecisa ser permanente contra as ten-tativas de golpe em nível nacional e acontra a política de arrocho salarial, au-mento de impostos e privatização depatrimônio público do governo Sartori.Salientou que a resistência social é fun-damental para impedir retrocessos con-servadores e garantir avanços no for-talecimento da democracia. “O centrodo debate atual é definir a agenda polí-tica, que deve contemplar aqueles quemais precisam. Ao finalizar, o destaqueique o confronto com governo Sartori vaise agudizar e se alongar no estado. Paraisto é preciso muita pressão como estáocorrendo com a unidade de 44 entida-des sindicais contra o desmonte do RSque não tinha acontecido antes na nos-sa história”, afirmou o parlamentar.

Após a explanação Villa, abriu-seespaço para as manifestações do públi-co, que contemplaram análises das con-junturas políticas no estado e no país ereafirmaram as posições de defesa dademocracia, dos direitos sociais e dasfunções públicas.

O futuro já começou

Entre os participantes da plenária –que dedicaram o sábado, da manhã aoinício da tarde para debater política ecidadania – dois jovens vereadores do

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No sábado (29), o Partido dos Trabalhadores promoveu uma sériede encontros nas zonais de Porto Alegre para debater a conjunturapolítica e as ações do PT em defesa da democracia e dos direitossociais conquistados ao longo dos anos. Nos encontros também sediscutiu como o Partido deve se articular nas lutas sociais locais,conectando-as com as demandas da cidade por moradia, por trans-porte de qualidade, por acesso à saúde, educação, cultura, contra ocercamento da Redenção e por uma melhor qualidade de vida.

Outro tema discutido foi a eleição para o conselho tutelar, queocorrerá em 4 de outubro. Ocorreram encontros nas zonais 1ª, 2ª,111ª, 112ª, 113ª, 114ª, 160ª e 161ª.

Partido realiza encontrosnas zonais de Porto Alegre

PT manifestaram-se mostrando posi-ções firmes e bem articuladas, que ani-mam certezas na renovação das rela-ções do mandato e esperanças darevitalização do próprio partido.

Gislaine Ziliotto veio da região daserra, mais precisamente de Ipê onde,aos 23 anos, é a presidenta da Câmarade Vereadores, comandando uma ges-tão inovadora que tem surpreendido oseleitores e a comunidade.

Do Vale dos Sinos, Eduardo Moraes,mais conhecido como Dudu, é vereadorsuplente que já assumiu a titularidadeda Câmara de Vereadores de SãoLeopoldo.

Na primeira vez no cargo, Dudu jáprotocolou a versão municipal da LeiVillaverde, legislação de controle doenriquecimento ilícito e da evoluçãopatrimonial de agente público ordenadorde despesa.

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PLANO PLURIANUAL

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A audiência pública realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente debateuas políticas públicas para promoção e conservação da biodiversidade do Rio Gran-de do Sul. A defesa da Fundação Zoobotânica, ameaçada de extinção pelo governoSartori, foi o principal tema discutido no encontro, que ocorreu no Plenarinho daAssembleia Legislativa na manhã de quarta-feira (02), por proposição do deputa-do Valdeci Oliveira.

O deputado Adão Villaverde (PT) volta a reiterar que “nosso mandato é contrá-rio à extinção da FZB, importante instituição que cumpre um relevante papel napesquisa, na educação ambiental, na defesa da fauna e da flora de nossoecossistema e no fortalecimento e qualificação das políticas ambientais do RS. Amobilização dos servidores e defensores da Fundação fez com que o Executivo

gaúcho recuasse e retirasse o PL que propõe a extinção do órgão do regime de urgência. Mas a luta em defesa da FZB precisase manter unificada e forte contra este retrocesso”.

Audiência pública debate políticasambientais e reforça defesa da FZB

Diogo Baigorra

Equívocos do PPA repercutirão nasociedade e no desenvolvimento do RS

embrando que a bancada do PT jáencaminhou um conjunto de emendasao Plano Plurianual (PPA), o deputadoAdão Villaverde (PT) observou “que seusequívocos e limitações repercutirão emtodas as áreas da sociedade,engessando recursos e impedindo o pró-prio desenvolvimento do Rio Grande. OPPA é, com a LDO e o Orçamento, umdos três instrumentos vitais para pro-jetar todo o planejamento do estado.Ao mudar seus critérios de contabilida-de orçamentária, o governo altera tam-bém os cálculos de salários, despesas einvestimentos. Ainda produzirá sançõese punirá gestores quando ocorrer au-mento de gastos com pessoal, além deengessar os reajustes salariais”.

Para Villa, o governo Sartori elimina qual-quer possibilidade de se planejar a longoprazo, especialmente quanto à política devalorização e capacitação do servidor públi-co. “Mas há um outro ponto que é o daintencionalidade de incidir sobre orçamentopúblico não mais para qualificar o estado,mas para atender outros interesses”. Estaopinião foi manifestada na audiência daComissão de Finanças, Planejamento, Fis-calização e Controle sobre PL 283/2015, oPPA, na manhã de quinta-feira (03).

No acanhado Espaço ConvergênciaAdão Pretto, no pavimento térreo daAssembleia Legislativa, insuficientepara abrigar todos os interessados, osrepresentantes de servidores públicosdeixaram evidente a total contrarieda-

de com a proposta do governo do esta-do defendida pelo secretário estadualdo Planejamento e DesenvolvimentoRegional, Cristiano Tatsch, com a pre-missa que o Rio Grande do Sul gastamais do que arrecada, é o mais endivi-dado do país e, por isso, não tem comorealizar investimentos.

A presidente do CPERS Sindicato,Helenir Aguiar, cuja entidade apresen-tou emenda relacionada ao piso do ma-gistério, prometeu ao governante que ostrabalhadores estarão em todas as fren-tes de debate e combate às propostasdo governo para impedir perdas para asociedade. Ela disse que tinha muitasdificuldades para entender o projeto doPPA em seu conteúdo e mesmo na suaconcepção matemática, que determina,

COMISSÃO DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Leia mais em http://goo.gl/gRne9p

por exemplo, reajuste zero aos servido-res, congelamento os salários até 2019.

“Como o PPA pode destinar R$ 159, 2milhões para a Casa Civil fazer assistên-cia social ? É este o papel da Casa Civil?”,indagou Helenir, salientando que os de-putados da situação são representantesdo povo, antes de ser integrantes da basepolítica do governo do estado.

A dirigente sindical aproveitou tam-bém para criticar a definição de Tatschsobre o período do regime ditatorial queele definiu como processo revolucioná-rio. “Foi golpe militar o que tivemos enão processo revolucionário ”, senten-ciou Helenir em meio a aplausos.

Diogo Baigorra

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EXPOINTER

Pavilhão da Agricultura Familiarapresenta diversidade dos produtos do campo

deputado Adão Villaverde (PT) participou da abertura do Pavilhão da Agri-cultura Familiar na Expointer na tarde de quinta-feira (3). A atividade contoucom a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. ParaVilla, a agricultura familiar é um importante instrumento de inclusão, geraçãode emprego e renda e fortalecimento da economia.

Ao se manifestar, o ministro Ananias afirmou que “este pavilhão mostra aforça da agricultura brasileira aqui no Rio Grande do Sul. Mostra que estamosavançando aqui e no Brasil para consolidar a agricultura familiar”.

A Feira da Agricultura Familiar é uma das grandes atrações da Expointerneste ano, apresentando a diversidade de produtos de agroindústrias famili-ares, produtores de flores e plantas e artesanato.

Paulo H. Carvalho/ Ascom MDA O

a tarde desta sexta-feira (4), na 38ª Expointer, no Parque de Exposi-ções Assis Brasil, em Esteio, o deputado Adão Villaverde (PT) participoudo lançamento oficial do 39º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho,promovido pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) queocorrerá em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, entre os dias 23 e 28 deoutubro de 2016.

O Congresso da OIV define as diretrizes para o setor, estipulandorecomendações para boas práticas de produção de uvas e vinhos. Em2014, o evento foi realizado na Argentina e em 2015 na Alemanha.

Para Villa, que tem fortes vínculos com a cadeia da vitivinicultura, “arealização do OIV no Rio Grande do Sul é de fundamental importânciapara o fortalecimento do setor, que agrega valor significativo ao PIB gaúcho, gerando emprego e renda para mais de 20 milfamílias no estado, o que significa mais de 100 mil pessoas empregadas de maneira direta”.

Na ocasião, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, também assinou acordo para criação do Cadastro Vitivinícola ÚnicoNacional. Segundo ela, “este instrumento é da maior importância para organização do setor, pois com ele será possívelsaber quem está produzindo, onde está produzindo e qual a qualidade da produção”.

O ato, que ocorreu na casa da Embrapa da Expointer, contou com a presença do prefeito de Bento Gonçalves, GuilhermePasin; do secretário da Agricultura do RS, Ernani Polo; do presidente do Ibravin, Carlos Paviani; de produtores, agricultorese demais representantes de entidades ligadas ao setor.

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39º Congresso Mundial da Vinhae do Vinho será em Bento Gonçalves

Diogo Baigorra

GHC é a primeira instituição a comprarprodutos certificados com Selo Quilombos do Brasil

uatro toneladas de alimentos, entre arroz, feijão, abóbo-ra, batata doce e alho, produzidas por cem famílias de cincocomunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, serão utiliza-das no preparo das refeições de trabalhadores e usuários doSUS das unidades do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Estessão os números da primeira compra institucional de produtosde comunidades quilombolas feita no país.

Na tarde de quinta-feira (3), na Expointer, Antonio LeonelSoares da Federação Quilombola entregou uma cesta com pro-dutos da primeira compra aos diretores do GHC, SandraFagundes, Gilberto Barichello e José Fossari. O ato fez parteda abertura oficial do Pavilhão da Agricultura Familiar.

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Nanda Duarte

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GOVERNO DILMA

“Cada centavo investido no Pronatec vale apena e dá imenso retorno ao país”, diz presidenta

urante encontro com os medalhistasbrasileiros da WorldSkills 2015, apresidenta Dilma Rousseff destacou aimportância do Programa Nacional deAcesso ao Ensino Técnico (Pronatec)para o país. Das 27 medalhas conquis-tadas pelo Brasil durante a competição,25 tiveram a participação de estudan-tes do Pronatec, incluídos os 11 jovensque ganharam medalha de ouro.

Segundo a presidenta, o Pronatectem sido decisivo para garantir forma-ção técnica e profissionalizante de qua-lidade e que esse tipo de mão de obra éestratégica para o País.

“Um país como o Brasil, que tem odesafio de entrar no novo ciclo de cres-cimento, ele precisa muito de educa-ção. Ele precisa de educação, da cre-che à pós-graduação, e precisa, sobre-tudo, de educação técnica – tanto denível médio quanto de educação do ní-vel profissionalizante”, afirmou apresidenta.

Dilma destacou que o sucesso naexecução do Pronatec se deve à parce-ria com as entidades do Sistema S. Esalientou que os investimentos feitospelo governo federal têm trazido resul-

D

tados positivos.“Cada centavo que o governo fede-

ral investiu no programa Pronatec, elevale a pena e dá um imenso retorno aonosso país, para todos os brasileiros e,sobretudo, eles nos orgulham, porquenós vemos que o que nós estamos fa-zendo é, justamente, construir hoje ofuturo do Brasil”, garantiu.

Segundo a presidenta, as transfor-mações estruturais que o país almejadevem passar, necessariamente, pelo

incentivo à educação e à qualificaçãoprofissional. “Nenhum país do mundose transformou em uma grande econo-mia sem a educação técnicaprofissionalizante. Esse caminho deoportunidade que o Pronatec abre, queo Senai abre, ele faz parte também detoda uma trajetória que nós queremosque os jovens percorram. Para nós esseensino técnico-profissionalizante, ele éuma das maiores alavancas do cresci-mento futuro”, finalizou.

Roberto Stuckert Filho/PR

Em 20 anos, o Pronaf transformou avida de mais de 2,6 milhões de famílias

O crédito rural do ProgramaNacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar (Pronaf)transformou, ao longo de duasdécadas, a realidade de mais de2,6 milhões de unidades famili-ares de produção, gerou rendae potencializou o uso da mãode obra familiar. O crédito foiutilizado para a ampliação daárea plantada e a utilização detecnologias que propiciaram oaumento da produção e da pro-dutividade de mais de 55 ali-mentos consumidos pelos bra-sileiros.

Na trajetória do programa foi

ampliado o número de tomadoresdos financiamentos e a capilaridadeda política pública, com o aumentodos contratos efetuados e do volu-me de recursos utilizados. A agri-cultura familiar mantém cerca de12 milhões de pessoas economica-mente ativas no campo, produzin-do, gerando renda, interiorizandoo desenvolvimento e alimentandoos brasileiros.

A iniciativa também foi impor-tante para a agregação de valorà produção, pelo apoio à indus-trialização dos produtosagropecuários dos empreendedo-res familiares individuais e das co-

operativas da agricultura fami-liar, bem como para o turismorural e a produção de artesa-nato.

Segundo o diretor de Finan-ciamento e Proteção à Produ-ção da Secretaria da Agricultu-ra Familiar do MDA, João LuizGuadagnin, o Pronaf comemo-ra 20 anos com indicadores deexcelência. A inadimplência émenor que 1%, o que demons-tra que os agricultores familia-res sabem gerenciar seus em-preendimentos, produzir,comercializar, obter renda ehonrar seus compromissos.

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MEMORIAL

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“Celebrar e lembrar a democracia élutar para manter direitos”, afirma Lula

ex-presidente Luiz Inácio Lula daSilva apresentou, na noite de terça-fei-ra (1º), o portal Memorial da Democra-cia, acervo histórico online que temcomo objetivo registrar as lutas do povobrasileiro por um país mais justo eigual. Os primeiros módulos publicadoscontém documentos, vídeos, fotos edepoimentos sobre o período da dita-dura (1964-1985) e a redemocratizaçãoaté 2002. Nas próximas etapas serãoregistradas as lutas de outros períodos,até compreender os 515 anos do país.O ato de lançamento aconteceu no Sin-dicato dos Metalúrgicos do ABC, ondeteve início a trajetória política de Lula,para mais de 2.000 pessoas.

Visite o Memorial da Democracia:www.memorialdademocracia.com.br

Participaram do evento Ivo Herzog,filho do jornalista Vladimir Herzog efundador do Instituto de educação emdireitos humanos que leva seu nome,Carina Vitral, presidenta da União Na-cional dos Estudantes (UNE), Guilher-me Boulos, do Movimento dos Traba-lhadores sem Teto (MTST), o rapperRappin’ Hood, o ator Sérgio Mambertie o jornalista Franklin Martins.

Em sua fala, Lula destacou que oMemorial da Democracia é, além de umaexposição permanente da história das lu-tas do povo brasileiro, uma ferramentapara combater a “irracionalidade emocio-nal” que se instalou em parte da socieda-de brasileira. O ex-presidente comparouas motivações das manifestações de ódiocontra o PT e os governos Lula e Dilma eas manifestações por mais direitos.

“Isso é democracia. Se manifestarcontra, se manifestar a favor. Aplaudir,vaiar. Torcer para um time, torcer paraoutro. E aqui neste sindicato, ninguémpode reclamar, porque todo mundo jáxingou alguém e já carregou uma faixacontra alguém. Então, a gente não podeestar nervoso por manifestações con-tra nós. Temos de encarar isso com umacerta normalidade”, ponderou. “Agora,a gente tem de saber por que eles es-tão se manifestando. Aqui tem genteque foi presa, que foi torturada, e emtorno de que a gente lutava? Sempreque fomos para a rua, fomos reivindi-car melhores condições de vida para opovo brasileiro”.

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“A gente ia para a rua para valori-zar o salário mínimo; tem gente agoraindo pra rua contra o aumento do salá-rio mínimo. Nós cansamos de ir pra ruatentando melhorar a condição de vidada empregada doméstica; tem genteindo à rua agora contra as melhoriaspara as empregadas, que eles preferemchamar de secretária, mas não querempagar direitos. Fomos para a rua de-fender as cotas para o povo negro nasfaculdades. Tem gente indo para a ruacontra”, ressaltou.

“Contra esses, a gente tem que lutar”,concluiu o ex-presidente. “Se a gente nãofizer esse debate, estaremos enfraquecen-do o processo democrático neste país.Vocês estão vendo o que está acontecen-do com a crise de imigração na Europa, eaqui no Brasil também, com os haitianos.Existe uma política de preconceito contraas pessoas mais humildes do mundo in-teiro”.

Em seu discurso, o presidente do Ins-tituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou quefortalecer a democracia não apenas noBrasil, mas na América Latina e em todo omundo , é um legado do governo do ex-presidente Lula e uma das missões do ins-tituto. E, para isso, a memória é essenci-al. “Eu ficava imaginando se a gente pu-desse de alguma forma fazer com que aspessoas sentissem um pouquinho do chei-ro do gás lacrimogêneo que teve aqui nasnossas greves, naquela época. O barulhodo helicóptero naquele 1º de maio extra-ordinário que aconteceu aqui. Certamen-te faria nossa juventude pensar na nossademocracia”, contou.

“Aqui, neste espaço que estamos lan-çando hoje, eu tinha 22 anos quando co-mecei a militar ao lado do companheiroLula. Com 22 anos, eu não sabia muitacoisa, e muita coisa eu aprendi aqui. Apren-di que democracia é liberdade, verdade,justiça. É a possibilidade de criar oportu-nidades para todos. É aprender a ter tole-rância. É combater a corrupção. Tudo issoeu aprendi pela nossa gente, pelo nossopovo”, afirmou. “O companheiro Lula,para milhões de brasileiros como eu, é omaior inspirador para a gente construiruma prática democrática”.

Colaboradora do Memorial da Demo-cracia, a historiadora Heloisa Starling dis-se que “o memorial propõe uma reflexãosobre o nosso passado, mas tem de sensi-bilizar a imaginação de cada visitante paraque ele se emocione com os acontecimen-tos da história”. “A história não é finita,ela é cheia de perguntas. Ela é necessari-amente inconclusa. Então, será que va-mos consolidar as conquistas sociais dosúltimos anos? Que papel teremos no mun-do daqui para frente? Vamos consolidar osvalores da República, de compartilhamentode tudo que é comum? Essa história seráfeita de escolhas e consequências. Essa étambém a história que se vê nomemorial”.

Ivo Herzog celebrou, em sua fala, asdiversas iniciativas de memória e direi-tos humanos em andamento tanto por meiodo Instituto Vladimir Herzog quanto peloInstituto Lula e outras organizações, como apoio de governos com compromisso comtais questões, como o do prefeito de SãoPaulo, Fernando Haddad (PT).

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MEMÓRIA

A greve que marcou a Praça da Matriz

texto abaixo de autoria do jornalis-ta Olides Canton registrou, em seu blog“De olhos e ouvidos”, a chamada “Gre-ve dos 100 dias” realizada pelos pro-fessores em 1987 durante o governoPedro Simon. Agora, passados quase trêsdécadas, outro mandatário do mesmoPMDB não desmoraliza apenas os edu-cadores mas todos os servidores do Exe-cutivo com uma indigna política de des-valorização dos trabalhadores públicosgaúchos.

Pedro Simon estava lá dentro do audi-tório Dante Barone no sábado passado, diada convenção do PMDB, que indicou JoséFogaça candidato ao governo do Estadomas seguramente quando saiu pra rua ouquando chegou deve lhe ter passado pelamemória o distante ano de 1987,quandoele, no Governo aguentou 100 dias de gre-ve (na verdade foram 96 dias) mas o mo-vimento paredista ficou mais conhecidocomo a greve dos 100 dias.

“Avente, professores de pé” foi o hinoque ecoou nas praças e ruas do Rio Gran-de do Sul durante esta grande greve dacategoria dos professores. Ela entrou prahistória do magistério como uma das mai-ores greves do Brasil e quiçá da AméricaLatina.

Os professores pediam o cumprimen-to da lei 8026 que determinou 2,5 saláriosmínimos. Contrariando suas expectativas,o governador Pedro Simon, não cumpriu alei que o mesmo havia avalizado em 1985,e argüi sua inconstitucionalidade. Quandoos 25 mil educadores ergueram os doisbraços em 10 de baril no Gigantinho, di-zendo sim a greve por tempoindeterminado, não imaginavam segura-mente que o movimento paredista ultra-passasse 3 meses.

Os professores enfrentaram aquelagreve com criatividade e bom humor. Logosurgiram as figuras do movimento, osmarajás, os fantasmas, os palhaços e asviúvas da democracia, que de forma satí-rica ironizavam a atuação de um governoque era(ou se dizia) democrático.

Segundo os professores, Pedro Simonteria dificultado os canais de diálogo pro-telando as soluções que elespediam.Durante a greve, ele reuniu-se 3vezes com o comando de greve.

Na primeira quinzena da greve, Pedro

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Simon nomeou uma comissão denomidadede “ alto nível” integrada pelo secretárioda educação, Bernardo de Souza(falecidodias atrás) César Schirmer,d a Fazenda,Sanchotene Felice dos Recursos Humanos,José Ivo Sartori, do Trabalho e Ação Sociale o procurador geral do Estado, ManoelAndré da Rocha. Do encontro com os pro-fessores, com o comando de greve, nãosaiu nenhuma solução

Os professores se disseram surpresoscom o descaso com que foramtratados.Segundo eles, a face sisuda dogoverno fez-se presente pelaintransigência, pela força e por ameaças.

Foi preciso que houvesse intervençãoda Frente Ampla de Apoio ao Magistério,da igreja e dos deputados pra que o diálo-go fosse reaberto.

ACAMPAMENTO

O já famoso acompamento da Praçada Matriz deu-se no dia 26 de maio quevirou o palco dos acontecimentos até ofim da greve.

Na Praça da Sineta, como o local pas-sou a ser chamado, foram instaladas 75barracas, uma pira de resistência e a rá-dio do Sem Piso, que nada mais era doque um potente equipamento de som como propósito de manter os professores in-formados sobre o que vinha ocorrendo nosbastidores.

O soar das sinetas e o rufar dos tam-bores da “ Banda Furiosa”, pedindo o cum-primento da lei, foram suspensos após aassembleia geral do dia 14 de julho( coin-cidência, dia da queda da Bastilha, na Fran-ça) que encerrou a paralisação e deu cartabranca aos deputados para a votação doprojeto.

Foram 96 dias de intensa atividade.Para deixar clara sua inconformidade como descumprimento da lei, os professoresocuparam o prédio da SEC no dia 28 deabril. Estrategicamente estudada pelo co-mando geral de greve, a ocupação do pré-dio da SEC iniciou às 8 horas quando gru-pos de professores entraram no edifícioespalhando-se por 11 andares.

Os professores queriam demonstrarunião. Das janelas dos prédios largarampapéis picados enquanto os colegas fazi-am soar as sinetas.

Às 17 horas realizaram o enterro sim-bólico do secretário Bernardo Souza.

Muitos foram os eventos que acontece-ram durante esta greve histórica, mas cabedestacar o passeatão dos 40 mil que partiudo Julinho, a caminhada que saiu da Esta-ção Rodoviária e a passeata “ Luz dasTrevas”quando professores carregandovelas, lamparinas, candelabros e lampiõesconfeccionados com papel celofane colori-do invadiram as ruas no dia 29 de maio.

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Em 1987, outro governo do PMDB revoltou os professores gaúchos