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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORIA DE ENSINO DIRETORIA DE ENSINO – CAMPUS RECIFE Projeto Pedagógico Técnico em Eletrônica Integrado Ano/Sem: 2014.2) SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO CAMPUS RECIFE DIRETORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE SISTEMAS, PROCESSOS E CONTROLES ELETROELETRÔNICOS DASE - Departamento Acadêmico de Sistemas, Controle e Processos Eletroeletrônicos 1

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    PR-REITORIA DE ENSINO

    DIRETORIA DE ENSINO CAMPUS RECIFE

    Projeto Pedaggico

    Tcnico em Eletrnica Integrado

    Ano/Sem: 2014.2)

    SERVIO PBLICO FEDERAL

    MINISTRIO DA EDUCAO

    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO

    CAMPUS RECIFE

    DIRETORIA DE ENSINO

    DEPARTAMENTO ACADMICO DE SISTEMAS, PROCESSOS E CONTROLES ELETROELETRNICOS

    DASE - Departamento Acadmico de Sistemas, Controle e Processos Eletroeletrnicos 1

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    Projeto Pedaggico

    Tcnico em Eletrnica Integrado

    Ano/Sem: 2014.2)

    PROJETO PEDAGGICO

    CURSO TCNICO EM ELETRNICA INTEGRADO

    2014.2

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    Tcnico em Eletrnica Integrado

    Ano/Sem: 2014.2)

    CNPJ 10475689000164

    Razo Social: Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco

    Nome de Fantasia: Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco

    Esfera Administrativa: Federal

    Endereo (Rua, N):Av. Prof. Luiz Freire, 500

    Recife PE CEP: 50740-540

    Telefone/Fax: (81) 21251600 Fax: (81) 21252338

    E-mail de contato: [email protected]

    Site da unidade: www.ifpe.edu.br

    Eixo Tecnolgico: Controle e Processos Industriais

    HABILITAO, QUALIFICAES E ESPECIALIZAES

    HABILITAO: TCNICO EM ELETRNICA

    Perodo Carga horria Estgio Qualificao Especializao

    I 405,0 h/r Sem qualificao Sem especializao

    II 405,0 h/r Sem qualificao Sem especializao

    III 459,0 h/r Sem qualificao Sem especializao

    IV 486,0 h/r Sem qualificao Sem especializao

    V 486,0 h/r *1 Sem qualificao Sem especializao

    VI 486,0 h/r Sem qualificao Sem especializao

    VII 486,0 h/r Sem qualificao Sem especializao

    VIII 405,0 h/r *2 Sem qualificao Sem especializao

    *1. Estgio opcional a partir do quinto perodo. Sem certificao.

    *2. Estgio obrigatrio de 360h/r: concomitante com o oitavo perodo ou aps concluso do curso.

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    Ano/Sem: 2014.2)

    DADOS GERAIS DO CURSO PROPOSTO

    EIXO TECNOLGICO: CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS

    DENOMINAO: CURSO TCNICO EM ELETRNICA

    FORMA DE ARTICULAO: INTEGRADO AO ENSINO MDIO

    REGIME DE MATRCULA: POR PERODO

    PERIODOCIDADE LETIVA: SEMESTRAL

    CARGA HORTIA TOTAL : 3.978 horas relgio (com estgio)

    CERTIFICAO FINAL: TCNICO EM SEGURANA DO TRABALHO

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    Ano/Sem: 2014.2)

    Cludia Sansil

    Reitora

    Edilene Guimares de Souza

    Pr-Reitora de Ensino

    Valbrico de Albuquerque Cardoso

    Diretor do Campus Recife

    Moacir Martins Machado

    Diretor de Ensino

    Rogrio Arruda de Moura

    Diretor do Departamento Acadmico de Sistemas, Processos e Controles Eletroeletrnicos

    COMISSO DE ELABORAO DO PCC

    (portarias No 413/2013-DGCR, No 037/2013-DGCR, No 193/2010-DGCR)

    Paulo Srgio Brando do Nascimento

    Presidente da Comisso de Reformulao do Curso

    Fernando Ferreira de Carvalho

    Membro da Comisso e Coordenador do Curso

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    Antnio Jorge de Oliveira Carvalho

    Membro da Comisso

    Cristina Ramos do Nascimento

    Membro da Comisso

    Domingos Svio de Assis Beserra

    Membro da Comisso

    Hamilton Jos Rodrigues

    Membro da Comisso

    Orlando Ferreira de Lima

    Membro da Comisso

    Ruth Malafaia Pereira

    Membro da Comisso e Assessoria Pedaggica

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    SUMRIO

    1. BREVE HISTRICO E CONTEXTO ATUAL PARA O CURSO TCNICO

    1.1- HISTRICO DA INSTITUIO

    1.2- O IFPE NO CONTEXTO REGIONAL

    1.3- HISTRCO DO SETOR ELETRNICO NO PAS

    1.4- PAPEL DO IFPE E O ATUAL CEloNRIO DO SETOR DE ELETRNICA

    1.5- O IFPE COMO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS, PROJETOS E INOVAO

    2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS DO CURSO TCNICO EM ELETRNICA

    2.1- JUSTIFICATIVA

    2.2- A EDUCAO PROFISSIONAL TCNICA ARTICULADA COM O ENSINO

    MDIO NA FORMA INTEGRADA ........

    2.3- CURSOS TCNICOS INTEGRADOS: CONCEPO

    2,4- OS CURSOS INTEGRADOS AO ENSINO MDIO NOS INSTITUTOS FEDERAIS

    2.5- ELEVAO DA ESCOLARIDADE E RENDA .......

    2.6- OBJETIVOS

    2.6.1- OBJETIVO GERAL

    2.6.2- OBJETIVOS ESPECFICOS

    3- REQUISITOS DE ACESSO

    4.- PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSO

    4.1- PERFIL GERAL DE FORMAO

    4.2- COMPETNCIAS GERAIS DA BASE COMUM

    5. FUNDAMENTAO LEGAL

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    6. ORGANIZAO CURRICULAR

    6.1- PRTICAS PEDAGGICAS PREVISTAS

    6.2- VISO GERAL DA ESTRUTURA CURRICULAR

    6.3- ESPAO AMPLIADO DE APRENDIZAGEM (EAA)

    6.4- PRTICA PROFISSIONAL (Estgio Curricular Supervisionado)

    6.5- DETAHAMENTO DA ESTRUTURA CURRICULAR E FLUXOGRAMA DO CURSO

    6.6- EMENTRIO DO CURSO

    6.7- MATRIZ CURRICULAR

    6.8- MATRIZ DE PR-REQUISITOS PARA COMPONENTES CURRICULARES

    7. CRITRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E

    EXPERINCIAS ANTERIORES

    8. CRITRIOS DA AVALIAO DA APRENDIZAGEM

    8.1- AVALIAO DOPROJETOPEDAGGICO

    8.2- AVALIAO EXTERNA

    8.3- AVALIAO INTERNA

    9. INFRAESTRUTURA DO CURSO

    10. RECURSOS HUMANOS (Pessoal Docente e Tcnico Envolvido no Curso

    11. CERTIFICADOS E DIPLOMAS

    APNDICE I GRUPO DE PESQUISA

    APNDICE II DESCRIO DETALHADA DOS COMPONENTES

    CURRICULARES DA FORMAO BSICA

    APNDICE III - DESCRIO DETALHADA DOS COMPONENTES

    CURRICULARES DA FORMAO DIVERSIFICADA

    APNDICE IV - DESCRIO DETALHADA DOS COMPONENTES

    CURRICULARES DA FORMAO TCNICA

    APNDICE V DESCRIO DETALHADA DA INFRAESTRUTURA

    LABORATORIAL

    ANEXO I BIBLIOTECA (ACERVO DE ELETRNICA)

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    1. BREVE HISTRICO E CONTEXTO ATUAL PARA O CURSO TCNICO

    1.1 HISTRICO DA INSTITUIO

    Em 23 de setembro de 1909, pelo Decreto n 7.566, o Presidente Nilo Peanha criava em

    cada uma das capitais dos Estados do Brasil uma escola de aprendizes artfices destinadas a ministrar o

    ensino profissional primrio gratuito. As escolas tinham o objetivo de formar operrios e contramestres.

    O estudante devia ter idade entre 10 e 13 anos para ingresso no curso que seria oferecido sob o regime

    de externato, funcionando das 10 s 16 horas. A inspeo das Escolas de Aprendizes Artfices ficava a

    cargo dos Inspetores Agrcolas, uma vez que no existia Ministrio da Educao e Cultura.

    A Escola de Aprendizes Artfices de Pernambuco iniciou suas atividades no dia 16 de

    fevereiro de 1910, estando assim lavrada a ata de inaugurao do estabelecimento:

    No primeiro ano de funcionamento (1910) a Escola teve uma matrcula de setenta alunos,

    com uma frequncia regular de, apenas, 46 estudantes. O professor Celso Suckow da Fonseca diz que

    "os alunos apresentavam-se s escolas com to baixo nvel cultural que se tornou impossvel a formao

    de contra-mestre includa no plano inicial de Nilo Peanha". O pouco preparo e as deficincias na apren-

    dizagem deviam ter como causa principal o tipo de estudantes recrutados que, de acordo com as nor-

    mas adotadas, deviam ser preferencialmente "os desfavorecidos da fortuna". Desse modo, as escolas

    tornaram-se uma espcie de asilo para meninos pobres.

    As Escolas de Aprendizes Artfices, conservando o carter de instituio destinada aos meni-

    nos pobres, foram reformuladas em 1918 (Decreto n 13.064, de 12 de junho), no havendo, contudo

    grandes modificaes. Em 1937, as Escolas de Aprendizes Artfices, pela Lei 378, de 13 de janeiro, passa-

    ram a ser denominadas Liceus Industriais.

    A Lei orgnica do Ensino Industrial (Decreto-Lei n 4.073, de 30 de janeiro de 1942) veio

    modificar completamente as antigas Escolas de Aprendizes Artfices, que passaram a oferecer Ensino

    Mdio e, aos poucos, foram se integrando como instituies abertas a todas as classes sociais. A partir

    de 1942 o Ensino Industrial, abrangendo os dois ciclos, bsico e tcnico, foi se ampliando, passando a ser

    aceito como necessidade imprescindvel para o prprio desenvolvimento do Pas.

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    Em 1959, a Lei n 3.552, ofereceu estruturas mais amplas ao Ensino Industrial, sinalizando

    para uma poltica de valorizao desse tipo de ensino. Nessa direo, a Lei de Diretrizes e Bases da Edu-

    cao Nacional, Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961 e, na sequncia, a Lei n 5.692, de 11 de agosto

    de 1971, ao focalizar na expanso e melhoria do ensino, tambm contriburam para a reformulao do

    Ensino Industrial.

    Durante esse longo perodo, a Escola do Recife, teve as denominaes sucessivas de: "Esco-

    la de Aprendizes Artfices, "Liceu Industrial de Pernambuco", "Escola Tcnica do Recife", "Escola Tcnica

    Federal de Pernambuco" e Centro Federal de Educao Tecnolgica de Pernambuco (CEFET/PE). Muitas

    vezes, a mudana de denominao acompanhou tambm mudanas de endereo. Ao longo de sua hist-

    ria, o Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco (IFPE, assim denominado na

    atualidade), j funcionou em trs locais: 1910-1923 teve como sede o antigo Mercado Delmiro Gouveia

    (local onde est atualmente o quartel da Polcia Militar de Pernambuco, no Derby); a segunda sede foi a

    parte posterior do antigo Ginsio Pernambucano, na Rua da Aurora; a partir do incio do ano letivo de

    1933, passa a funcionar na rua Henrique Dias, 609 - Derby, sendo a sede oficialmente inaugurada em 18

    de maio de 1934. Atualmente, desde 17 de janeiro de 1983, funciona em nova sede na Avenida Profes-

    sor Lus de Barros Freire, 500, no Bairro do Curado, em instalaes modernas, projetadas e construdas

    com o esforo conjunto de professores, funcionrios e estudantes.

    A nova sede est implantada num terreno de 130.000 m2. Tem uma rea construda de

    25.035m2, dos quais 16.000m2 j se encontram construdos, restando, para construo, 9.035m2 nesse

    local que, finalmente, nasceu o Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Pernambuco

    (IFPE).

    importante ressaltar que a criao do IFPE se deu no contexto das polticas nacionais de

    expanso da Educao Profissional e Tecnolgica, implementadas pelo Governo Federal a partir da pri-

    meira dcada deste Sculo. Por meio da Lei 11.892, publicada em 29/12/2008, o Ministrio da Educao

    instituiu a Rede Federal de Educao Profissional e Tecnolgica. Os Institutos Federais de Educao, Cin-

    cia e Tecnologia aglutinaram os Centros Federais de Educao Tecnolgica (CEFETs), as Escolas Tcnicas e

    as Agrotcnicas Federais e escolas vinculadas s Universidades Federais. A partir dessa legislao, as fi-

    nalidades e caractersticas, objetivos e estrutura organizacional foram ampliados significativamente.

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    No que concerne constituio do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de

    Pernambuco (IFPE) o processo se deu a partir da adeso das antigas Escolas Agrotcnicas Federais de

    Barreiros, Belo Jardim e Vitria de Santo Anto e a construo dos campi de Afogados da Ingazeira, Caru-

    aru e Garanhuns, que se integraram ao antigo CEFET-PE, unidades de Recife, Ipojuca e Pesqueira. Na

    prxima fase de expanso tambm sero construdos os Campi de Cabo de Santo Agostinho, Jaboato

    dos Guararapes, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu e Palmares, com previso de incio das ativida-

    des em 2014.

    Cumprindo as finalidades estabelecidas pela poltica pblica que instituiu a Rede Federal de

    Educao Tecnolgica e Profissional, o IFPE assumiu a funo social e misso institucional de promover a

    educao profissional, cientfica e tecnolgica, em todos os seus nveis e modalidade, com base na Indis-

    sociabilidade das aes de Ensino, Pesquisa e Extenso, comprometida com uma prtica cidad e inclusi-

    va, de modo a contribuir para a formao integral do ser humano e o desenvolvimento sustentvel da

    sociedade (IFPE/PDI, 2009, p. 20).

    Como possvel observar, o IFPE tem por objetivo fundamental contribuir com o desenvol-

    vimento educacional e socioeconmico do conjunto dos municpios pernambucanos, onde est difun-

    dindo o conhecimento a um pblico historicamente colocado margem das polticas de formao para o

    trabalho, da pesquisa e da democratizao do conhecimento, considerando a comunidade em todas as

    suas representaes. Nesses termos, o IFPE se coloca como um instrumento do Governo Federal para

    promover a Educao Pblica, gratuita e de qualidade, com vistas a contribuir para o desenvolvimento

    local, apoiado numa melhor qualidade de vida e na autonomia intelectual dos seus estudantes.

    No cumprimento de sua funo social, em consonncia com esse novo quadro de referncia

    em que se insere o IFPE e diante da atual Poltica do Governo Federal, que atribui aos Institutos Federais

    a responsabilidade de oferecer cursos de formao de professores, o IFPE tem criado cursos de licencia-

    tura em vrios Campi.

    Nesse sentido, j esto em funcionamento no Campus Pesqueira a Licenciatura em Fsica e

    a Licenciatura em Matemtica. O Campus Belo Jardim oferece a Licenciatura em Msica, com duas habi-

    litaes: Canto e Instrumento. Nos Campi Vitria de Santo Anto, Barreiros e Ipojuca, funcionam os cur-

    sos de Licenciatura em Qumica.

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    O IFPE tambm possui experincia na oferta de cursos de Licenciatura na modalidade de

    Educao Distncia (EaD). Atualmente, esto em funcionamento os cursos de Geografia e Matemtica.

    Essa experincia de oferta de cursos de formao de professores refora ainda mais a misso deste Insti-

    tuto, de oferecer Educao Pblica, gratuita e de excelncia, conforme consta no seu Plano de Desenvol-

    vimento Institucional do ano de 2009.

    Por sua vez, IFPE Campus Recife vem ampliando sua oferta na Educao Superior. Inscreve-

    se nesse cenrio, a oferta do curso de Licenciatura em Geografia que se deu a partir do semestre 2011.2,

    constituindo a primeira licenciatura presencial ofertada no Campus. Nessa mesma perspectiva, a consoli-

    dao crescente do Curso Superior de Tecnologia em Gesto Ambiental oferecido pelo IFPE, com um n-

    mero expressivo de pesquisas concludas e em andamento, aliado ao Curso Superior de Tecnologia em

    Anlise e Desenvolvimento de Sistemas, ambos com mais de 10 (dez) anos de existncia, constituem um

    exemplo da maturidade da Educao Superior na Instituio, particularmente no que se refere trade

    Ensino-Pesquisa-Extenso. O IFPE Campus Recife tambm oferta os Cursos Superiores de Tecnologia em

    Design Grfico, de Radiologia e o Curso Superior de Engenharia de Produo Civil.

    Alm dessa experincia na oferta de cursos superiores, atualmente, o IFPE vem procurando

    consolidar sua atuao na Ps-Graduao. Nesse sentido, os trs primeiros cursos de ps-graduao lato

    senso oferecidos pela instituio so os seguintes: Especializao em Educao Profissional Integrada

    Educao Bsica na Modalidade Educao de Jovens e Adultos, concludo em 2010; Especializao em

    Gesto Pblica na modalidade de Ensino Distncia, que se encontra em andamento; e Especializao

    em Gesto Pedaggica em Educao Profissional, resultante de um convnio de cooperao tcnica en-

    tre o IFPE e o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP).

    No que se refere pesquisa, atualmente, esto cadastrados no IFPE 37 Grupos de Pesquisa

    no CNPq, todos certificados pela Instituio, nas seguintes grandes reas: Cincias Agrrias (02), Cincias

    Exatas e da Terra (04), Cincias Humanas (08), Engenharias (14), Cincias Sociais Aplicadas (03), Cincias

    Biolgicas (04), Lingustica, Letras e Artes (01) e Cincias da Sade (01). Com essa oficializao e produ-

    o de pesquisa, a Instituio passou a ser reconhecida pela Comunidade Cientfica, o que tem possibili-

    tado ampliar parcerias com instituies de fomento como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Ci-

    entfico e Tecnolgico (CNPq) e a Fundao de Amparo Cincia e Tecnologia do Estado de Pernambuco

    (FACEPE).

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    Em relao Extenso, o IFPE pauta sua ao no Plano Nacional de Extenso Universitria

    (PNE), aprovado em 1999 pelo Frum de Pr-Reitores de Extenso das Universidades Pblicas Brasilei-

    ras, criado em 1987, e que se configura como o principal documento sobre a Extenso Universitria Bra-

    sileira. Pelo exposto acima, depreende-se que o Bacharelado em Engenharia de Produo Civil, no Cam-

    pus Recife, mais uma ao que se prope a ampliar os horizontes acadmicos do IFPE como instituio

    educacional e a contribuir para o cumprimento de sua funo social e misso institucional junto socie-

    dade, particularmente no atual cenrio de desenvolvimento econmico e social do Estado de Pernambu-

    co.

    1.2- O IFPE NO CONTEXTO REGIONAL

    A Capital Pernambucana encontra-se num intenso processo de desenvolvimento, com os

    novos empreendimentos em SUAPE. Os empregos que sero gerados com os mega projetos previstos,

    como a Refinaria, o Estaleiro e o Polo de Polister, no vo dinamizar apenas os dois municpios vizinhos

    - Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. Acredita-se que haver um impacto considervel tambm no Recife

    e Jaboato dos Guararapes e, por conseguinte, em seus principais bairros: Pina, Boa Viagem, Piedade,

    Candeias, Barra de Jangada, etc., onde a procura por endereos residenciais deve se intensificar.

    Para evitar o estrangulamento do trfego na rea, uma via expressa j est sendo planejada

    com o objetivo de facilitar o deslocamento para o Complexo Industrial Porturio. Os empreendimentos

    industriais, da ordem de 8 bilhes, em implantao em Pernambuco, esto gerando uma nova demanda

    para a construo civil. As grandes empresas que envolvem cerca de 10.500 hectares, alguns com aproxi-

    madamente seis quilmetros margeando a BR-101, sendo uma parte situada em Jaboato dos Guarara-

    pes (algo como 40% do terreno) e outra no Cabo de Santo Agostinho. No local, esto sendo construdos

    galpes de logstica, escritrios, bem como unidades habitacionais para os funcionrios das empresas

    que vo se instalar em SUAPE e no seu entorno.

    Esses projetos, pensados para dez anos, preveem a construo de verdadeiros bairros, cen-

    tros comerciais e de servios. A inteno atrair supermercados, agncias bancrias, restaurantes e to-

    das as facilidades para atender s necessidades das empresas e moradores. Haver inclusive, reas insti-

    tucionais doadas para o municpio instalar equipamentos pblicos. A perspectiva ter creches, escolas,

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    postos da polcia e de sade no local. O projeto residencial tambm envolver reas de lazer, com qua-

    dras poliesportivas, quadras de tnis, praas, parques, ciclovias dentre outros.

    Assim, Recife se configura como uma cidade em constante movimento ascendente. nesse

    contexto que o IFPE se insere, concentrando esforos ao longo de sua histria, a fim de proporcionar as

    condies necessrias a esse desenvolvimento. Nesse sentido, a opo pela rea de Engenharia Civil,

    est em conformidade com a vocao da Instituio de formar profissionais altamente qualificados para

    atuar nas reas de tecnologia atualmente necessrias. Com a maturidade dos seus mais de 100 (cem)

    anos, o IFPE dispe de capacidade tcnica e infraestrutura adequada para iniciar mais uma etapa e desa-

    fio, agora na Formao Profissional na rea das Engenharias.

    Alm do Curso de Engenharia de Construo Civil, esto em fase de projeto cursos de Enge-

    nharia Eltrica, Engenharia Mecnica e Especializao em Projetos de Sistemas Eletrnicos Embarcados,

    ampliando o campo de atuao do IFPE nas reas das engenharias, em funo das demandas criadas

    pelo desenvolvimento observado na regio.

    1.3- HISTRICO DO SETOR ELETRNICO NO PAS

    A histria da evoluo dos cursos na rea de Eletrnica no IFPE, ao longo dos anos, se entre-

    laa com a histria do desenvolvimento do setor Eletrnico no Brasil. Nesta seo, apresentado um le-

    vantamento histrico, focado nas polticas de governo, extrado do estudo intitulado A Indstria Eletr-

    nica no Brasil e seu Impacto sobre a Balana Comercial, produzido no final do ano de 2001 pela pesqui-

    sadora Walkyria M. Leito Tavares, consultora legislativa da rea XIV Comunicaes, Informtica, Cin-

    cia e Tecnologia da Cmara dos Deputados Federais de Braslia e em um conjunto de documentos gover-

    namentais que descrevem as polticas e aes estabelecidas pelo Governo Federal neste setor.

    O conhecimento da Evoluo Histrica do Setor Eletrnico no Brasil ajudar a compreender

    a importncia do Curso de Tcnico em Eletrnica proposto no IFPE e a necessria direo que este deve

    tomar, tendo em vista o novo momento positivo que a conjuntura atual do setor propicia para novos in-

    vestimentos na rea de Eletrnica, no seu Complexo Industrial, na rea de Projetos de Sistemas e Cria-

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    o de Novos Negcios, no Setor Industrial em Geral e de bens de consumo, visando os agentes da soci-

    edade consumidores de produtos e servios na rea da Eletrnica e suas aplicaes.

    Os quatros setores que compem o Complexo Eletrnico, Setor de Informtica, Setor de Te-

    lecomunicaes, Setor de Eletrnica de Consumo e Setor de Componentes Eletrnicos, receberam em

    nosso Pas tratamento diferenciado no tocante Poltica Setorial. Como resultado comum, as diversas

    polticas levaram instalao de um parque industrial, com grande presena de empresas multinacio-

    nais, no qual prevaleceu a montagem final de equipamentos.

    A aplicao de diversos tipos de incentivos permitiu a instalao de muitos empreendimen-

    tos nos setores de Informtica, Telecomunicaes e Eletrnica de Consumo, que foram capazes de aten-

    der em grande parte demanda interna por produtos acabados, porm sempre com elevado contedo

    de importaes e, praticamente, sem a realizao de exportaes. A Indstria de Componentes Eletrni-

    cos foi a nica que no conseguiu se consolidar no Pas, em parte devido falta de uma poltica industri-

    al de longo prazo.

    Durante a dcada de setenta, comearam as primeiras articulaes para o estabelecimento

    de uma Poltica de Informtica em nosso Pas. No mbito do esforo empreendido pelo Governo Federal

    de criao de uma infraestrutura de Pesquisa e Ensino de Ps-Graduao nas reas de Cincia e Tecnolo-

    gia, o nascente setor de Informtica foi um dos que recebeu mais ateno.

    De incio, os projetos realizados nos laboratrios das universidades ligados a cursos de ps-

    graduao visavam basicamente ampliar o conhecimento de um setor que estava ganhando crescente

    importncia no mundo e cujos impactos sobre a sociedade j eram antevistos. Essa tentativa alcanou

    resultados expressivos, tendo sido construda no Brasil uma capacidade, limitada, mas significativa, de

    Concepo, Projeto e Integrao de Produtos de Informtica de visvel potencial de comercializao.

    Para que se chegasse industrializao local desses produtos era necessrio, contudo, envolver ainda o

    capital privado e construir uma Poltica Industrial para o setor.

    Pouco tempo depois, em 1977, era implantada a Reserva de Mercado para o desenvolvi-

    mento da Tecnologia de Minicomputadores, concebida no mbito de uma comunidade formada por es-

    pecialistas em computao, oriundos das universidades, das Foras Armadas e das empresas estatais de

    processamento de dados. Referida poltica, posta em prtica pela CAPRE, rgo da Secretaria de Planeja-

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    mento da Presidncia da Repblica, responsvel pela racionalizao do uso dos computadores no mbi-

    to do Governo Federal, promoveu concorrncia internacional para selecionar as empresas que poderiam

    entrar no mercado brasileiro.

    Mesmo com o advento dos Microcomputadores nos anos oitenta, fato que alterou sobre-

    maneira a conformao do Mercado de Informtica, a poltica de reserva de mercado foi mantida. Alte-

    rou-se apenas o rgo coordenador, que passou a ser a ento recm-criada Secretaria Especial de Infor-

    mtica, ligada diretamente Presidncia da Repblica e o arcabouo normativo que passou a ser basea-

    do na Lei n 7.232, de 29 de outubro de 1984.

    A reserva de mercado foi mantida at 1991, quando foi aprovada a Lei n 8.248, que esta-

    beleceu uma nova poltica para o setor, baseada em instrumentos de incentivo produo interna de

    bens e servios de Informtica, Automao e Telecomunicaes de base digital, incluindo os Componen-

    tes Eletrnicos a Semicondutores. O foco inicial dessa poltica foi o mercado interno, atendido com ele-

    vado contedo de importao, e sem que houvesse claro incentivo exportao. Os incentivos foram

    sendo restringidos ao longo do tempo e acabaram limitados preferncia na compra de rgos governa-

    mentais e iseno de IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados sobre os bens produzidos no Pas.

    A concesso dos benefcios fiscais estipulados estava condicionada aprovao pelo Gover-

    no Federal do Processo Produtivo Bsico, que consiste na definio de um conjunto mnimo de opera-

    es industriais realizadas no Pas para cada produto ou famlia de produtos, conceito que veio substituir

    o ndice de nacionalizao, adotado anteriormente, que obrigava os produtores a utilizarem um percen-

    tual mnimo de partes, peas e componentes fabricados no Pas, como mecanismo de desenvolvimento

    de uma indstria local. Ademais, era exigida das empresas beneficirias contrapartida de aplicao de

    5% do seu faturamento bruto em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia da Informa-

    o, a serem realizadas no Pas, sendo que no mnimo 2% em projetos realizados em convnio com Cen-

    tros ou Institutos de Pesquisa ou Entidades Brasileiras de Ensino, oficiais ou reconhecidas. Como conse-

    quncia da poltica industrial adotada no Setor de Informtica, a Indstria de Hardware, atingida pela Lei

    de Informtica, faturou anualmente cerca de 22 bilhes de reais, empregando 40 mil pessoas e com ren-

    ncia fiscal prevista, no oramento de 2001 em 1,2 bilho de reais.

    A poltica aplicada no Setor de Eletrnica de consumo tambm foi baseada em incentivos

    produo local de equipamentos e exportao, mas no pode ser considerada uma poltica setorial,

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    pois buscou, na realidade, o estabelecimento de um Plo de Desenvolvimento Industrial, Comercial e

    Agropecurio na Regio Norte do Pas. A par de sua justificativa econmica, a Zona Franca em Manaus

    foi concebida por razes de ordem estratgica, relacionadas ocupao do vazio representado pela

    Amaznia Ocidental, de uma forma geral, e pelo Estado do Amazonas, em particular.

    Para compensar as desvantagens locacionais da Amaznia, a legislao que criou a ZFM, De-

    creto-Lei n 288, de 28 de fevereiro de 1967 (alterado pelo Decreto-Lei n 1.435, de 16 de dezembro de

    1975 e pela Lei n 8.387, de 30 de dezembro de 1991), definia a ZFM como rea de livre comrcio de im-

    portao e exportao, alm de aplicar incentivos fiscais especiais.

    Os benefcios aplicados Zona Franca de Manaus na dcada de sessenta foram garantidos

    at 2013 pela Constituio de 1988. A ZFM como um todo movimentou cerca de 20 bilhes de reais

    (84% do faturamento devido aos bens eletrnicos), gerou 46 mil empregos diretos, e sua renncia fis-

    cal, prevista no oramento de 2001 foi de 3,3 bilhes de reais.

    O Decreto-lei n 288 estabeleceu, entre outros incentivos: reduo do Imposto de Importa-

    o incidente sobre insumos utilizados na fabricao de produtos destinados ao resto do pas; equipara-

    o exportao, para efeitos fiscais, da venda de mercadorias do restante do pas para a ZFM, com-

    preendendo iseno do IPI e do ICMS sobre as compras das empresas da ZFM; iseno do IPI e do ICMS

    sobre as vendas de produtos da ZFM ao exterior e ao restante do pas e reduo de 25% para 10% no

    IOF sobre operaes de cmbio relativas s importaes. Alm dos incentivos de mbito federal, existem

    tambm incentivos de mbito estadual e municipal e relativos SUDAM.

    A iseno de Imposto de Importao e de Imposto sobre Produtos Industrializados sobre a

    entrada de mercadorias destinadas industrializao, tinha sua aplicao apenas condicionada aprova-

    o do Processo Produtivo Bsico. Nesse caso, no havia a exigncia de contrapartidas das empresas

    para estas usufrurem dos referidos benefcios fiscais.

    Com a aprovao da Lei n 10.176, de 11 de janeiro de 2001, que prorrogou a vigncia da

    Poltica de Informtica do setor, os fabricantes que cumpriram as exigncias do Processo Produtivo Bsi-

    co continuaram sendo beneficiados com a iseno de IPI, com uma reduo gradual dos incentivos at

    sua extino em 2009. No perodo de 1/01/2001 a 31/12/2001, a reduo foi de 95% do imposto devi-

    do. A cada ano a reduo foi 5% menor, at atingir 75% do imposto devido para o perodo de

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    1/01/2006 a 31/12/2009, data em que foi prevista a extino dos incentivos de informtica. Para os

    bens produzidos nas regies de influncia da Sudam, Sudene e na regio Centro-Oeste, o benefcio de

    iseno foi estendido at 2003. No perodo de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2004, a reduo de

    95%. A cada ano, a reduo fica 5% menor, at atingir 85% para o perodo de 1/12/2006 a 31/12/2009.

    Na nova lei, o mecanismo de contrapartida tambm foi mantido, com pequenos ajustes, ca-

    bendo destacar a destinao de parcela dos recursos de Pesquisa e Desenvolvimento s regies Norte,

    Nordeste e Centro-Oeste e ao FNDCT Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico. Re-

    ferida legislao estendeu, ainda, a exigncia de contrapartidas s empresas beneficirias dos incentivos

    do Decreto-lei n 288, que tem como finalidade a produo de bens de Informtica e Automao na

    Zona Franca de Manaus, que passaram tambm a ser obrigadas a aplicar percentual de seu faturamento

    bruto em Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia da Informao, na Amaznia.

    Por cerca de trinta anos, de meados da dcada de sessenta at 1998, enquanto operou o

    Monoplio Estatal, a Indstria de Equipamentos de Telecomunicaes definiu suas reas de atuao e

    estratgias em funo das polticas e diretrizes do Ministrio das Comunicaes e da Telebrs. Na dcada

    de setenta, a Telebrs estabeleceu uma cooperao estreita com a indstria de equipamentos, com vri-

    as universidades (Unicamp, USP, ITA e PUC/RJ) e centros de pesquisa (Inpe), que produziu resultados al-

    tamente favorveis, tais como a formao e expanso de seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento e o

    desenvolvimento de importantes tecnologias, das quais cabe destacar: as centrais de comutao da fa-

    mlia Trpico, os telefones pblicos a Carto Indutivo e as Fibras pticas.

    A Telebrs tambm era responsvel pela aplicao da poltica de compras governamentais

    que resultou na instalao de um parque industrial dominado por empresas multinacionais, instaladas

    no pas, para as quais se estabeleceu, a partir de 1981, uma reserva de mercado regional para o forneci-

    mento de centrais de comutao, as CPA temporais. Outro instrumento de poltica, usado pela Telebrs

    antes da privatizao, era a homologao e registro de equipamentos que poderiam ser usados pelas

    operadoras. Por meio desse mecanismo, somente os equipamentos sujeitos a uma anlise prvia de

    conformidade com padres e normas por ela estabelecidos, podiam ser adquiridos pelo Sistema Tele-

    brs.

    Com o advento da Lei n 8.248, as empresas fabricantes de equipamentos de telecomunica-

    es passaram a se beneficiar dos incentivos da Poltica de Informtica, uma vez que esses equipamen-

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    tos, com a crescente digitalizao dos sistemas, passaram a estar englobados nas definies daquela le-

    gislao. Alis, mais recentemente, esse o nico instrumento de poltica industrial disponvel no setor e

    que no sequer administrado pelo Ministrio das Comunicaes, mas sim pelo Ministrio da Cincia e

    Tecnologia. Os benefcios associados a esse instrumento tm sido um dos principais motivos levados em

    conta pelas empresas estrangeiras quando decidem investir na produo local de equipamentos de tele-

    comunicaes.

    Alguns representantes do Governo Federal defenderam a aplicao dos incentivos da Lei de

    Informtica produo de monitores de televiso e celulares, em substituio aos incentivos da Zona

    Franca de Manaus, o que poderia reduzir a importao de componentes em cerca de 50% e a renncia

    fiscal em cerca de 20%. O art. 16-A, da Lei n 8248, introduzido pela Lei n 10.176, j autorizava, em seu

    pargrafo 2, o Presidente da Repblica a incluir esses bens no gozo dos benefcios da referida legisla-

    o.

    O segmento de Componentes Eletrnicos, como j dissemos, o nico setor do Complexo

    Eletrnico que no chegou a contar com uma poltica industrial de longo prazo, embora tanto a Poltica

    de Informtica como a de Telecomunicaes tenham sido fortes indutoras de seu desenvolvimento.

    A nica iniciativa de poltica que merece destaque, apesar de no ter chegado a termo, foi

    tomada pela Secretaria Especial de Informtica que selecionou, na dcada de oitenta, trs grupos em-

    presariais nacionais (Ita, Elebra Microeletrnica e Sharp) para a produo de Circuitos Integrados, reali-

    zando todas as etapas de fabricao no Pas, em conjunto com o CTI Centro Tecnolgico para Inform-

    tica. As negociaes, no sentido da aprovao de um conjunto de incentivos futura indstria, enfrenta-

    ram inmeras dificuldades relacionadas com a conjuntura daquele momento, em especial as presses

    no sentido de eliminar a Reserva de Mercado, que era o principal instrumento da Poltica Nacional de In-

    formtica naquela poca.

    Apesar disso, duas das empresas citadas desenvolveram alguma capacidade de produo de

    Circuitos Integrados no Pas. A Itaucom, subsidiria do grupo Ita, criou uma infraestrutura de projeto de

    ASICs (Circuitos Integrados de Aplicao Especifica) e uma linha de encapsulamento de memrias para

    atender as empresas de informtica. A SID Microeletrnica, criada pelo grupo Sharp, constituiu a Vrtice,

    para projeto de ASICs e adquiriu uma linha de fabricao de semicondutores da RCA, capaz de fundir e

    encapsular circuitos digitais de baixa complexidade.

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    A AsGa, empresa controlada por um executivo oriundo da Elebra Microeletrnica, instalou

    linha de produo de componentes optoeletrnicos, cuja tecnologia foi desenvolvida no CPqD da Tele-

    brs.

    O Setor de Eletrnica de Consumo operou quase que totalmente instalado na Zona Franca

    de Manaus, sendo a nica exceo de porte a fbrica de auto-rdios da Ford, localizada em Guarulhos,

    no Estado de So Paulo. Este setor engloba os segmentos de vdeo: televisores, videocassetes, cmaras

    de vdeo e videodiscos; udio: rdios, auto-rdios, sistemas compactos e integrados, toca-discos a laser,

    toca-discos, toca-fitas digitais, componentes de sistemas e etc. e outros produtos tais como calculadoras,

    instrumentos musicais eletrnicos, fornos de microondas, etc.

    Durante a dcada de noventa, para fazer face abertura comercial, as empresas passaram

    por fortes transformaes relacionadas com a busca de maior qualidade e produtividade de seu proces-

    so produtivo. A queda de custos na indstria provocou significativa diminuio do preo dos bens finais,

    que aliada reincorporao ao mercado de consumidores de menor nvel de renda, provocou um au-

    mento significativo das vendas nos anos de 1995 e 1996. Nos anos seguintes, houve sucessivas quedas

    nas vendas. Esse desaquecimento da demanda interna obrigou as empresas a realizarem outro processo

    de reestruturao com reduo de quadros e venda de ativos.

    Em 2001, o setor teve uma participao significativa de iniciativas controladas por capital

    nacional (Gradiente, CCE, Sharp e Semp) que atuou na produo de televisores a cores, sistemas com-

    pactos de udio e fornos de microondas, diretamente ou por meio de associao com o capital estran-

    geiro, mas contou tambm com grande nmero de empresas multinacionais, entre as quais se desta-

    cam: Phillips, Philco e Toshiba (televisores a cores); Aiwa e Sony (sistemas compactos de udio); e Bras-

    temp e Panasonic (fornos de microondas).

    A Eletros Associao Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrnicos, em trabalho

    intitulado Capacidade Competitiva do Complexo Eletrnico incluiu entre os bens eletrnicos de consu-

    mo a linha branca e os portteis. A maioria dos autores, no entanto, no consideram esses produtos em

    seus estudos do Complexo Eletrnico, talvez porque no possuam claramente a mesma base tecnolgi-

    ca, embora venham incorporando cada vez mais inovaes baseadas na Microeletrnica.

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    Em termos de qualidade, esse segmento da eletrnica de consumo tem conseguido ofere-

    cer ao mercado interno produtos de qualidade semelhante a dos demais produtores internacionais, a

    preos, que segundo a Eletros, no so mais competitivos devido carga tributria.

    Essa mudana no perfil dos produtos eletrnicos comercializados no Pas foi feita com pre-

    juzo do valor agregado localmente. Os produtos passaram a ter maior contedo importado e isso provo-

    cou o aumento das importaes, na medida em que alguns tipos de componentes que passaram a ser

    utilizados no so fabricados no Pas.

    O advento dos televisores de telas grandes foi outro fator que contribuiu para o aumento

    das importaes, uma vez que os cinescpios destinados a esses equipamentos no eram produzidos no

    Brasil.

    O Setor de Informtica e Automao englobam a produo de hardware e software e a

    prestao de servios. A Indstria de Hardware ficou praticamente toda localizada no Centro-Sul do Pas,

    com exceo de duas pequenas plantas em Manaus e de uma de mdio porte em Ilhus. Nesse segmen-

    to, a grande nfase da produo local na montagem, em nvel CKD (Completely Knocked Down), de mi-

    crocomputadores e monitores. muito comum tambm a utilizao pelos fabricantes de kits completos

    de componentes e peas trazidas do exterior, sendo usual inclusive a importao de gabinetes e outras

    partes e peas de plstico injetadas. Dentre as partes e peas com maior volume de importaes pelo

    setor, cabe destacar os Circuitos Integrados a Semicondutores, os Discos Rgidos, os Cinescpios e as Pla-

    cas de Circuito Impresso.

    O Setor de Informtica tambm foi afetado pela abertura comercial promovida nos anos no-

    venta, sofrendo uma profunda reestruturao com o fim da reserva de mercado. Assistiu-se ao desapa-

    recimento ou transformao em prestadores de servios de grande parte dos fabricantes independentes

    de microcomputadores e perifricos (Prolgica, Scopus, Labo, Microlab etc.), alm de diversas associa-

    es e fuses com empresas estrangeiras (Edisa/HP, IBM/Itautec, SID/AT&T, Microtec/DEC, Rima/Elebra

    Informtica, Monydata/AT&T, DEC/Elebra Computadores etc.) impulsionadas pela mudana da legisla-

    o. Dezenas de empresas nacionais desapareceram ou foram deslocadas para algum nicho de mercado

    e instalaram-se no pas diversos fabricantes de atuao internacional, como a Compaq, a Hewlett

    Packard e a Dell Computers.

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    Ao contrrio do que ocorreu no setor de bens de consumo eletrnico, os preos dos micro-

    computadores no apresentaram quedas significativas. O setor como um todo apresentou na dcada de

    90 crescimento muito acima da mdia de outros setores, da ordem de 16% em 1995, 22% em 1996, e

    10% no resto do perodo.

    No Setor de Equipamentos de Telecomunicaes, de incio, estabeleceram-se no Pas algu-

    mas das empresas lderes mundiais de fabricao de equipamentos de comutao Ericsson, Siemens e

    NEC. O poder de compra estatal foi utilizado para gerar encomendas para essas empresas e, a partir da

    disponibilidade de tecnologia local, tambm para empresas brasileiras que absorveram a tecnologia Tr-

    pico desenvolvida pelo CPqD/Telebrs, que foi utilizada em 29% da base instalada no Brasil. O restante

    da base instalada foi dividida entre as trs outras tecnologias trazidas pelas empresas estrangeiras.

    Essa fragmentao de mercado, que no foi comum na maioria dos pases desenvolvidos,

    aumentou ainda mais nos anos seguintes, particularmente nos equipamentos auxiliares, como decorrn-

    cia da legislao de licitao pblica, objeto da Lei n 8666, de 1993.

    Um segmento do Setor de Equipamentos de Telecomunicaes que se desenvolveu inde-

    pendentemente das polticas do Ministrio das Comunicaes e da Telebrs foi a Comutao Privada.

    Alm dos fabricantes que tambm atuavam na comutao pblica, esse segmento contava com outra

    empresa multinacional, a Phillips, e com empresas brasileiras como a Batik e a Zetax que depois tambm

    passaram a produzir equipamentos para a comutao pblica.

    A abertura comercial de 1990 pouco afetou o setor de equipamentos de telecomunicaes

    que possua mercado cativo e que continuava a ter regras prprias de homologao e aquisio de pro-

    dutos estabelecidas pela Telebrs. O setor sofreu mais com uma certa paralisao de investimentos com

    o prenncio das privatizaes, mas, ao final da dcada de 2000, assistiu a um verdadeiro boom provoca-

    do pelo crescimento vertiginoso da Planta de Telefones Fixos e Celulares em nosso Pas.

    Com a privatizao, passaram a atuar no Mercado Brasileiro de Equipamentos de Telecomu-

    nicaes as empresas Motorola, Lucent, Alcatel e Nortel, fornecedores tradicionais no exterior das novas

    operadoras de telecomunicaes. O que se observou nesse setor foi a queda expressiva do valor adicio-

    nado localmente, uma vez que as indstrias passaram a atuando, na prtica, como montadoras. Os in-

    vestimentos que foram realizados no desenvolvimento local de tecnologia, especialmente no CPqD da

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    Telebrs, praticamente se perderam, pois as empresas que j atuavam e as novas que se instalaram pas-

    saram a trazer toda a tecnologia necessria de suas matrizes no exterior.

    Essa mudana brusca de trajetria no Modelo Brasileiro de Telecomunicaes praticamente

    eliminou as empresas nacionais. A SPLICE, nica empresa de capital nacional includa entre as dez maio-

    res, passou a operar apenas como integradora e a Trpico (produtora das centrais de comutao da fa-

    mlia Trpico) passou a apresentar constantes quedas de receita.

    Os anos de 2001 a 2013 assistiram a mais uma tentativa de estabelecer no Pas a capacida-

    de de desenvolver Componentes Semicondutores, em especial Circuitos Integrados (CIs), e incentivar

    uma Indstria de Equipamentos Eletrnicos e Bens de Consumo, com um conjunto significativo de resul-

    tados positivos. Aes do MCT (Ministrio da Cincia e Tecnologia) visaram, principalmente, a Formao

    de Recursos Humanos (mestres, doutores, especialistas em projetos e processos), Investimentos em Fa-

    bricao de Semicondutores e Empresas de Projeto (Design Houses), apoio no Projeto de CIs para seto-

    res industriais diversos, criao e modernizao de infraestrutura de laboratrios e centros de Pesquisa e

    criao do CEITEC (Centro de Excelncia em Tecnologia Eletrnica).

    O CEITEC foi concebido com o objetivo de implantar o primeiro centro local com estrutura

    fsica e recursos humanos para a realizao de projetos e fabricao de Circuitos Integrados com tecnolo-

    gia CMOS. O CEITEC tambm atua na formao de recursos humanos qualificados em tecnologia CMOS,

    de modo a fornecer a mo de obra qualificada que credencie o Pas a atrair investimentos externos no

    setor de CIs. O CEITEC j se encontra em operao sendo suas instalaes apresentadas na Figura 1.

    As aes em microeletrnica envolvem iniciativas como o Programa CI-Brasil, cujos objeti-

    vos visam explorar oportunidades de inserir o Pas na cadeia de negcios de semicondutores, via o pro-

    jeto de CIs, buscando apoio na Capacidade Acadmica Nacional. Para isso, o CI-Brasil busca recuperar a

    importncia da Microeletrnica no contexto da Poltica Nacional de TI, por meio de fomento s ativida-

    des com menores barreiras tecnolgicas e econmicas. A estratgia bsica adotada busca promover ati-

    vidades e projetos que agreguem valor a diferentes setores industriais e econmicos, incluindo o Com-

    plexo Eletrnico.

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    Figura 1: Atuais Instalaes da CEITEC em Porto Alegre/RS, concepo e fabricao de Circuitos

    Integrados e formao de recursos humanos: (1) Fabrica (2) Centro de Projetos (fonte: CEITEC

    relatrio anual de 2012).

    O CI-Brasil vem buscando promover empresas de projeto locais, atradas do estrangeiro,

    como o caso da Freescale em Campinas/SP (antiga Motorola), estabelecendo sinergia com outros in-

    centivos governamentais como: Lei de Informtica, PADIS (poltica para semicondutores e displays), pro-

    gramas de subveno da FINEP e do BNDES e projetos com recursos do FUNTTEL (2007/2008).

    Em 2007 estavam em operao os seguintes centros de projeto: CENPRA e Centro Wernher

    Von Braum, ambos em Campinas/SP; LSI-TEC em So Paulo/SP; CEITEC em Porto Alegre/RS; CESAR (Cen-

    tro de Estudos Avanados do Recife), CETENE (Centro de Tecnologias Estratgicas) e LINCS (Laboratrio

    de Integrao de Circuitos e Sistemas), ambos em Recife/PE; CT-PIM em Manuas/AM.

    1.4- PAPEL DO IFPE E O ATUAL CENRIO DO SETOR DE ELETRNICA

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    A Formao de Tcnicos na rea de Eletrnica no Campus Recife do IFPE precisa vislumbrar

    um horizonte geogrfico, para o Emprego da Mo de Obra Formada, mais amplo, compreendido em uma

    escala que vai desde a sua cidade sede Recife, passando pelo Estado de Pernambuco, Regio Nordeste e

    Territrio Nacional, mas sempre respeitando uma Poltica de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Lo-

    cais (APLs).

    Neste sentido, o Curso Tcnico em Eletrnica Integrado, que est sendo proposto, poder

    exercer um papel importante como indutor do fortalecimento do setor de eletrnica , tanto no nvel lo-

    cal como no nvel regional e nacional, tendo em vista a importncia do estado de Pernambuco na Econo-

    mia da Regio (17,9% do PIB do Nordeste/2009) e na Economia Brasileira (2,4% do PIB Nacional/2009),

    acumulando em 2009 um PIB de 78 bilhes de reais.

    As formas modernas de concepo e projeto de sistema, permitem que agentes distribudos

    geograficamente pelo Territrio Nacional, e at fora do Pas, possam trabalhar em regime de parceria,

    em projetos comuns de concepo de sistemas e produtos. Um exemplo desta possibilidade, que pode-

    mos visualizar em um horizonte futuro, seria a realizao de Projetos de Placas Eletrnicas de Circuito

    Impresso em Recife, com mo de obra tcnica formada localmente no Curso em Eletrnica do IFPE, para

    clientes na Europa, com a produo em massa destes componentes feita em indstrias do setor localiza-

    das em So Paulo, como a CADService, por exemplo, sediada em Campinas/SP.

    No Estado de Pernambuco, existem oportunidades para o emprego de tcnicos em eletrni-

    ca que vo desde os setores tradicionais ligados aos servios de manuteno de equipamentos, passndo

    pelo Parque Industrial em e expanso, at os setores de alta tecnologia, ligados a Concepo de Produ-

    tos e Componentes.

    No que diz respeito aos Setores de Alta Tecnologia, as iniciativas locais representadas pelo

    Porto Digital, CESAR, CETENE/LINCS, ParqTel e Startups como a SiliconReef, na rea de Projetos de CIs

    Analgicos e Digitais, entre outros empreendimentos, indicam a abertura de espao para a atuao de

    nossos tcnicos na rea da Eletrnica Embarcada Microprocessada, em nveis que vo desde a concep-

    o de Chips, at o Projeto de equipamentos integrando solues de Hardware e Software, em diversas

    aplicaes, para suprir diversas demandas e colaborao em Projetos e Empreendimentos de carter

    inovador.

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    Com relao aos empreendimentos na Indstria, vemos o surgimento de um novo Pernam-

    buco Industrial, com a chegada de grandes investimentos, carreando o crescimento econmico local,

    com oportunidades de emprego e visibilidade para o Estado. O IFPE deve, assim, congregar esforos para

    qualificar os seus estudantes e capacitar trabalhadores em programas de formao continuada, incenti-

    vando a sociedade, em geral, para que possam atuar como profissionais competentes nas indstrias.

    Neste horizonte, os profissionais de Eletrnica tero a oportunidade de atuarem nas atividades industri-

    ais, no que diz respeito ao Projeto, Instalao, Operao e Manuteno de vrios Sistemas Industriais,

    que utilizam a Tecnologia Eletrnica e os Sistemas Informatizados. Estas reas envolvem em especial os

    Sistemas de Controle de Processos, Automao e Instrumentao, Controles da Qualidade de Energia,

    Gerao e Eletrnica de Potncia e Acionamento de Mquinas.

    Entre diversos investimentos, que vem atraindo plantas industriais modernas e que confir-

    mam este conjunto de oportunidades, podemos destacar os investimentos nas indstrias dos seguintes

    setores: txtil moderno, com os polos dos municpios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe;

    setor automobilstico, com a instalao da fbrica da Fiat no municpio de Goiana/PE, com possibilidades

    crescentes de chegada de outras montadoras e a atrao de cerca de 100 indstrias fornecedoras de

    componentes; Setor Naval e Offshore, com o Estaleiro Atlntico Sul j em operao e previso de outros

    dois novos estaleiros; Petrleo e Gs, com a implantao da Refinaria Abreu e Lima, Fbrica de Hemode-

    rivados Hemobrs em Goiana/PE; nova planta industrial da Ambev no municpio de Itapissuma/PE; Polo

    Gesseiro do Araripe/PE; Industrias Farmacoqumica, como o LAFEPE;

    1.5- IFPE COMO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS, PROJETOS E INOVAO

    Com a transformao do CEFET-PE em IFPE, a instituio teve o seu escopo de atuao am-

    pliado alm do papel de mero fornecedor de mo de obra, atravs dos seus diversos cursos tcnicos e

    tecnolgicos, para tambm atuar nos setores de pesquisa e desenvolvimento, dentro do princpio da In-

    dissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extenso.

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    Neste sentido, o IFPE vem buscando atravs de atitude inovadora e transformadora, ampliar

    e fortalecer a integrao entre ensino, pesquisa e extenso, enquanto processo formativo sistmico. As-

    sim, considerando o universo e a complexidade da formao humana, pressupe-se a necessidade de vi-

    abilizar aprendizagens significativas, produzidas a partir da aquisio do conhecimento cientfico contex-

    tualizado na prtica social, geradora de novos saberes e novos fazeres.

    Para tanto, a instituio tem procurado estimular o desenvolvimento de pesquisas cientfi-

    cas, tecnolgicas e/ou inovadoras buscando cadastrar projetos que visem contribuir significativamente

    para o desenvolvimento cientfico e tecnolgico em qualquer rea do conhecimento.

    O IFPE Campus Recife possui um nmero considervel de grupo de pesquisa cadastrados

    no Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), dentre estes o GRAPS (Grupo

    de Automao e Prototipao de Sistemas), desde o ano de 2012 e que vem atuando no DASE (Departa-

    mento Acadmico de Processos, Controles e Sistemas Eletroeletrnicos), no desenvolvimento de proje-

    tos envolvendo o uso de Sistemas Eletrnicos Embarcados em diversas aplicaes.

    O GRAPS tem por objetivo realizar atividades de Pesquisa, desenvolvimento e inovao em

    sistemas automticos, baseados em Tecnologias de Instrumentao e Componentes de Hardware e

    Software Embarcados, desenvolvendo competncia para a Prototipao de Sistemas, que inclui a aquisi-

    o dos conhecimentos e habilidades para executar as atividades de Projeto e caracterizao de circuitos

    eletrnicos analgicos e digitais, discretos e na forma de circuitos integrados; Projeto, confeco e mon-

    tagem de circuitos impressos e Projeto e desenvolvimento e confeco de equipamento em diversas

    aplicaes.

    A atividade de pesquisa desenvolvida no GRAPS essencial para a consolidao da compe-

    tncia do IFPE Campus Recife, para que este possa ministrar os seus cursos, tcnicos, tecnolgicos, supe-

    riores de graduao e de ps-graduao, em diversos nveis, com o lastro de conhecimento e capacidade

    tcnica necessria, nas reas de Eletrnica Automao/Instrumentao e Sistemas Eletrnicos Embarca-

    dos e reas correlacionadas s linhas de pesquisa do grupo, desde a Especializao at futuros cursos de

    Mestrado e Doutorado.

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    Desta forma, para demonstrar a capacidade de pesquisa do IFPE, que est sendo implemen-

    tada no DASE, Campus Recife, feito, um detalhamento das atividades do grupo de pesquisa GRAPS des-

    crita no apndice I, grupo de pesquisa GRAPS.

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    2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS DO CURSO TCNICO EM ELETRNICA

    2.1- JUSTIFICATIVA

    Nos ltimos anos o Estado de Pernambuco vem registrando um crescimento dos

    investimentos no Setor Industrial, nos seus diversos distritos e polos industriais. Atualmente, o Estado

    vem sofrendo uma forte expanso do nmero de indstrias instaladas e da sua economia no geral,

    destacando-se, a nvel nacional, como um dos Estados com maiores investimentos. Estas grandes

    transformaes, observadas nas ltimas dcadas, exigem uma melhoria na Educao e Qualificao

    Profissional dos cidados e trabalhadores, visando formao de mo de obra qualificada para

    ocupao dos postos de trabalho gerados, garantindo, inclusive, a oferta de profissionais, necessria ao

    funcionamento e expanso destes setores. Neste sentido, os profissionais da rea de Eletrnica tm um

    importante papel.

    O Estado de Pernambuco vem se destacando como um polo de alta Tecnologia. A capital do

    nosso estado, Recife, reconhecida como uma cidade voltada para a Cincia e Tecnologia, com projeo

    nacional e internacional, tendo em vista o desenvolvimento do Porto Digital que congrega diversas

    empresas do setor de Tecnologia da Informao e Comunicao (TIC). Atualmente, existem cerca de

    duzentas empresas atuantes no Porto Digital, com capacidade de absorver mo de obra especializada.

    Em especial, empresas deste setor esto atuando na rea de desenvolvimento de Sistemas Eletrnicos

    Embarcados, envolvendo projetos integrados de hardware, que envolve as partes eletrnicas de um

    sistema e os componentes de software.

    A lista apresentada no Tabela 6 representa alguns exemplos de empresas atuantes no

    Recife, regio cede do maior Campus do IFPE. Isto demonstra que a nossa regio j entrou, de forma

    significativa, nas atividades econmicas produtivas na rea da Eletrnica Embarcada, com Tecnologia de

    Microeletrnica e de sistemas que integram hardware e software em diversas aplicaes. Estas

    empresas empregam de forma decisiva a criatividade e a capacidade contnua de inovao como

    elementos fundamentais dos seus negcios.

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    Na Tabela 6, abaixo, temos algumas Empresas do Porto Digital atuantes na rea de Sistemas

    Eletrnicos Embarcados e usas Aplicaes:

    EMPRESA REA DE ATUAO PRODUTOS DE TECNOLOGIA EMBARCADA

    ProcegenSistemas de Gesto Administrativa e

    Apoio a Tomada de Deciso.

    Gesto de Leitura e Telemetria (gua, luz,

    gs); AcquaGIS, PowerGIS.

    Serttel Gerenciamento do Transito,

    Transporte e Segurana Urbana.

    Redes Semafricas, Eletrnica Urbana,

    Operao de Estacionamentos Pblicos,

    Controle de Acesso de Veculos.

    30Ideas Software Embarcado. Procedimentos SUS e Procedimentos TSUS

    para IPhone.

    SiliconReef

    Startup em Microeletrnica

    Projeto de Circuitos Integrados

    Analgicos e Digitais, Prototipao e

    Sistemas Embarcados.

    Amplificadores de Transcondutncia, Buck-

    Boost DC-DC Converter, Chip para

    gerenciamento de utilizao de energia

    difusa.

    CESARProjeto de Circuitos Integrados e

    Sistemas Embarcados.

    Tellemetria Troller, Modulador de TV Digital,

    Monitor de Irrigao.

    Fonte: http://www.portodigital.org/

    Outra iniciativa, na nossa regio, que no pode deixar de ser citada, consiste no Parqtel, que

    um empreendimento pblico-privado, sustentvel, voltado para criar um ambiente para Empresas de

    Base Tecnolgica nos campos da Eletroeletrnica, criando e articulando competncias, infraestrutura e

    estmulos de polticas pblicas, visando aumentar a competitividade do Estado de Pernambuco nesse se-

    tor da economia e do conhecimento. O Parqtel cria condies para o desenvolvimento de Inovaes Tec-

    nolgicas e suprimento do mercado com Tecnologias de Sistemas Eletroeletrnicos em diversos setores,

    inclusive na rea de Sistemas Eletrnicos Embarcados, Eletroeletrnica e Automao, setores em que o

    Tcnico em Eletrnica pode atuar.

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    Na Tabela 7, temos a listagem das empresas que atualmente esto instaladas no Parqtel e

    seus principais produtos.

    Tabela 7: Empresas do Parqtel atuantes na rea de Sistemas Eletroeletrnicos

    EMPRESA: REA DE ATUAO:PRODUTOS DE TECNOLOGIA EMBARCA-

    DA:

    ALMEC Iluminao.Material para iluminao pblica, decora-

    tiva e colonial.

    Elcoma Computadores.Montagem de Computadores e Perifri-

    cos.

    Fabk Inovao Prototipagem rpida impresso 3D.

    JPW Engenharia El-

    trica LDTA

    Instalaes Eltricas e de Mqui-

    nas.Projetos, Montagens e Servios.

    NeivasInstalaes Eltricas e Automa-

    o Industrial.

    Projeto de Montagem de Painis, QGBTs,

    CCMBTs, Controle de fator de Potncia e

    Distribuio.

    Penta Automao Automao Industrial. Projetos de Automao Industrial.

    SerttelFbrica de equipamentos Eletr-

    nicos.Equipamentos para controle de transito.

    Tron Controles Eltricos.

    Controladores de Temperatura, Rels Ele-

    trnicos, Chaves de Partida, Dosadores e

    Diluidores.

    Fonte: http://www.parqtel.org.br/

    Combinando a presena do Parqtel com as aes j citadas com relao ao Porto Digital, as

    informaes que foram colocadas no levantamento histrico feito neste projeto de curso, fica

    estabelecido, no estado de Pernambuco, um ambiente muito propcio para que aes de investimento

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    na rea de Eletrnica e suas Aplicaes sejam bastante atrativas. Neste contexto, a oferta do Curso

    Tcnico em Eletrnica, refora o papel do IFPE como um elemento ativo neste ambiente.

    Com a expanso Industrial, plantas fabris modernas esto sendo implantadas no estado

    incorporando modernas tecnologias de instrumentao, automao e de processos. Estas tecnologias,

    por sua vez, envolvem o uso de Sistemas Eletrnicos Complexos e Microprocessados. Estes Sistemas

    Eletrnicos Modernos esto incorporados na Eletrnica Industrial, no Acionamento de Mquinas,

    Controles Automticos baseados em Servomecanismos, Processamento Digital de Sinais, automatizao

    baseada em Microcontroladores e outros Dispositivos Programveis e Sistemas de Controle Distribudos.

    Desta forma, necessrio impulsionar e motivar a capacitao dos nossos estudantes

    nestas tecnologias, para que estes sejam competitivos e tornem-se mo de obra qualificada para

    atuao na indstria como Tcnicos em Eletrnica, sendo capazes de atuar na instalao, operao,

    calibrao e manuteno dos diversos equipamentos encontrados nas plantas industriais modernas,

    realizando testes, verificaes em campo e manuteno destes equipamentos em bancada. Alm de

    poder atuar em Projetos e desenvolvimento de equipamentos e sistemas.

    Entende-se, assim, que o curso de nvel Tcnico em Eletrnica, com competncias

    especficas que garantam a empregabilidade e, ao mesmo tempo, prepare estes novos profissionais para

    as futuras inovaes tecnolgicas exigidas pelo mercado, importante para atender as necessidades

    atuais e futuras, locais, regionais e nacionais.

    Em funo deste cenrio, de modo algum o IFPE pode omitir-se do seu papel de importante

    ator para o desenvolvimento regional, tanto sobre o ponto de vista acadmico do Ensino e da Pesquisa,

    como do ponto de vista de sua capacidade de Formao Profissional para suprir o mercado. A partir da

    constatao destas tendncias e necessidades, que foi elaborada a proposta de Curso Integrado em

    Eletrnica, a ser ministrado pelo IFPE.

    2.2- A EDUCAO PROFISSIONAL TCNICA ARTICULADA COM O ENSINO MDIO NA FORMA

    INTEGRADA

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    A Lei n 11.741/2008, em Seo acrescida Lei de Diretrizes e Bases da educao nacional,

    Lei 9.394/1996, assim como os demais marcos legais da Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio,

    define que as formas possveis de articulao entre a Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio e o

    Ensino Mdio ser feita nas formas Articulada com o Ensino Mdio e Subsequente. A educao

    profissional tcnica de nvel mdio articulada com o Ensino Mdio pode ser desenvolvida na forma

    Concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino mdio ou j esteja cursando, e na forma Integrada,

    ofertada para aqueles que j concluram o Ensino Fundamental.

    No que concerne forma Integrada de oferta dos cursos tcnicos os ordenamentos legais

    em vigor tambm sinalizam para a necessidade de ampliar a carga horria total do curso, a fim de

    assegurar, simultaneamente, o cumprimento das finalidades estabelecidas para a formao geral e as

    condies de preparao para o exerccio de profisses tcnicas (Art. 4 2 da Resoluo CNE/CEB n

    06/2012). Sendo assim, admite-se que os cursos tcnicos integrados situam-se na confluncia dos

    marcos legais e pedaggicos que fundamentam tanto o Ensino Mdio quanto os Cursos Tcnicos, uma

    vez que Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio uma das modalidades da Educao Bsica,

    conforme define a Resoluo CNE/CEB n 4/2010 (Captulo II, Modalidades da Educao Bsica, Seo III,

    Educao Profissional e Tecnolgica).

    A ampliao da carga horria total do curso indicado pela legislao no significa a

    somatria da carga horria do Ensino Mdio com a do Curso Tcnico. Trata-se, como bem define o

    Parecer CNE/CEB n 11/2012, de uma abordagem metodolgica de modo que

    Se este curso for articulado mediante efetiva integrao da formao tcnica

    com o Ensino Mdio, com o planejamento das atividades de ensino

    efetivamente integrado e no com duas formaes distintas e meramente

    justapostas, no h como discordar que tais contedos, devidamente

    relacionados e contextualizados uns com outros, deixem de ser repetidos

    numa e noutra suposta parte, propiciando, assim, contrao da carga horria

    total do curso (p. 39).

    No que se refere formao geral propiciada no Ensino Mdio, a legislao nacional prev

    um currculo obrigatoriamente organizado em quatro reas de conhecimento abordadas

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    metodologicamente de modo a evidenciar os princpios da contextualizao e da interdisciplinaridade ou

    outras formas de interao e articulao entre diferentes campos de saberes especficos, a saber:

    Linguagens (Lngua Portuguesa; Lngua Materna, para populaes indgenas; Lngua Estrangeira

    moderna; Arte, em suas diferentes linguagens: cnicas, plsticas e, obrigatoriamente, a musical; e

    Educao Fsica); Matemtica; Cincias da Natureza (Biologia; Fsica; Qumica); e Cincias Humanas

    (Histria; Geografia; Filosofia; e Sociologia).

    Alm da organizao curricular por rea de conhecimento, a legislao tambm prev a

    obrigatoriedade de uma base nacional comum e de uma parte diversificada que devem constituir no

    blocos distintos, mas um todo integrado. Com isso a legislao sinaliza para a necessria integrao de

    conhecimentos gerais e profissionais, na perspectiva da articulao entre saberes especficos. O que

    supe uma concepo pedaggica sobre integrao curricular.

    2.3- CURSOS TCNICOS INTEGRADOS: CONCEPO

    De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educao Tcnica de Nvel Mdio, o

    currculo integrado constitui pressuposto fundante dos cursos tcnicos integrados. Com um currculo

    definido nesses termos, o que se pretende a superao do dualismo entre o ensino propedutico e

    profissional a partir de uma abordagem pedaggica que d um sentido unitrio formao. Para tanto,

    o trabalho pedaggico requer uma organizao do conhecimento e de um desenvolvimento do processo

    de ensino-aprendizagem que privilegie a aprendizagem dos conceitos como sistema de relaes de uma

    totalidade concreta que se pretende explicar e compreender, de sorte que o estudante desenvolva um

    crescente processo de autonomia em relao aos objetos do saber (Parecer CNE/CE n 11/2012, pag.

    29).

    No Brasil, a integrao entre a Formao Geral e a Educao Profissional partiu da ideia de

    buscar a superao do dualismo entre a sociedade e a educao brasileira e as lutas pela democracia nos

    anos 1980, logo aps a elaborao do primeiro projeto da LDB em consonncia com os princpios de

    educao na Constituio de 1988.

    Nesse projeto, segundo Frigotto, Ciavatta e Ramos (2010), buscava-se assegurar uma

    formao bsica que superasse a dualidade entre cultura geral e cultura tcnica, procurando estender ao

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    ensino mdio processos de trabalho que possibilitassem aprender no apenas a teoria, mas, tambm, a

    prtica dos princpios cientficos, num sentido de politecnia. Politecnia diz respeito ao domnio dos

    fundamentos cientficos das diferentes tcnicas que caracterizam o processo de trabalho moderno

    (SAVIANI, 2003, p. apud BRASIL, 2007). Esse iderio buscava romper com a dicotomia entre educao

    bsica e tcnica, resgatando o princpio da formao humana em sua totalidade.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN n 9.394/96), no captulo que trata

    do Ensino Mdio, determina que Art. 35 O ensino Mdio, etapa final da educao bsica, com durao

    mnima de trs anos, ter como finalidades:

    I a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino

    fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

    II a preparao bsica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar

    aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condies de

    ocupao ou aperfeioamento posteriores;

    III- o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e

    desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico;

    IV- a compreenso dos fundamentos cientfico-tecnolgicos dos processos produtivos,

    relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina.

    Essas finalidades explicitam com clareza a inteno do legislador: superar a dualidade

    socialmente definida entre educao em geral e educao para a formao profissional.

    Para Kuenzer (2007), o Ensino Mdio no Brasil tem-se constitudo ao longo da histria como

    o nvel de mais difcil enfrentamento, em termos de sua concepo, estrutura e formas de organizao,

    em decorrncia de sua prpria natureza de mediao entre a educao fundamental e a formao

    profissional stricto sensu, por isso constitui-se numa proposta pedaggica confusa e insatisfatria para

    atender suas finalidades: o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental e a

    preparao bsica para o trabalho e para cidadania por meio da autonomia intelectual e moral.

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    Essa dupla funo o que lhe confere ambiguidade no apenas por questes pedaggicas,

    mas, por questes polticas determinadas pelas mudanas nas bases de produo que se definem a

    partir da relao entre trabalho e educao.

    Como as funes essenciais do mundo da produo originam classes sociais diferenciadas

    com necessidades especficas, essas classes criam para si uma camada de intelectuais, que sero

    responsveis pela sua homogeneidade, conscincia e funo, nos campos econmico, social e poltico.

    Formar esses intelectuais funo da escola, a partir das demandas de cada classe e das funes que

    lhes cabe desempenhar na diviso social e tcnica do trabalho (KUENZER, 2007).

    Um aspecto bsico norteador da atual proposta do governo atravs da oferta de cursos

    tcnicos integrados romper com a dualidade estrutural cultura geral versus cultura tcnica, situao

    que viabiliza a oferta de uma educao academicista para os filhos das classes favorecidas

    socioeconomicamente e uma educao instrumental voltada para o trabalho para os filhos da classe

    trabalhadora, o que se tem chamado de uma educao pobre para os pobres.

    Nesta concepo de educao integrada o que se busca superar o ser humano dividido

    historicamente pela diviso social do trabalho entre a ao de executar e a ao de pensar. Trata-se de

    ultrapassar o conceito de preparao para o trabalho, reduzido ao aspecto operacional simplificado, para

    elevar dimenso intelectual do trabalho como princpio educativo e formar trabalhadores capazes de

    atuar como cidado integralmente desenvolvido em suas potencialidades. Essa reflexo sobre o trabalho

    como princpio educativo est relacionada intencionalidade de que, por meio da ao educativa, os

    indivduos/coletivos compreendem enquanto vivenciam e constroem sua prpria formao (BRASIL,

    2006).

    Um dos desafios que envolvem essa proposta de formao integrada que os cursos sejam

    organizados com itinerrios formativos que possam transpor a oferta fragmentada e descontnua de

    formao profissional que no auxiliava os trabalhadores, seja para fins de exerccio de uma ocupao,

    seja para o prosseguimento de estudos.

    A formao integrada denota inovao pedaggica, caracterizada pela mudana do foco do

    mercado para a formao integrada dos sujeitos, como o Documento Base explicita (BRASIL, 2007, p.

    41). O que se pretende uma integrao epistemolgica de contedos, de metodologias e de prticas

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    educativas. Refere-se a uma integrao teoria-prtica, entre o saber e o saber-fazer. Em relao ao

    currculo, pode ser traduzido em termos de integrao entre uma formao humana mais geral, uma

    formao para o ensino mdio e uma formao profissional.

    oportuno ressaltar que a Educao profissional Tcnica de Nvel Mdio contribui para o

    cumprimento dos direitos fundamentais do cidado ao possibilitar, simultaneamente, o direito

    educao e o direito ao trabalho. Nessa direo, os Institutos Federais assumem, no cenrio nacional,

    uma posio estratgica na garantia do direito ao Ensino Mdio de qualidade social.

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    2.4- OS CURSOS INTEGRADOS AO ENSINO MDIO NOS INSTITUTOS FEDERAIS

    A Lei n 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que Institui a Rede Federal de Educao

    Profissional, Cientfica e Tecnolgica e criou os Institutos Federais de Educao, Cincia e Tecnologia, ao

    definir os objetivos dos Institutos Federais, ressalta a prioridade de atendimento da educao

    profissional tcnica de nvel mdio, prioritariamente na forma de cursos integrados para os concluintes

    do ensino fundamental e para o pblico da educao de jovens e adultos. Esta prioridade est

    materializada na atual legislao, mediante o estabelecimento da garantia de, no mnimo, 50%

    (cinqenta por cento) das vagas para atender aos cursos integrados.

    Com essa poltica alinha-se a outros ordenamentos legais que preceituam a universalizao

    do Ensino Mdio. Com efeito, a Emenda Constitucional n 59/2009, alterou a Constituio Federal,

    ampliando a escolaridade obrigatria de modo a assegurar o atendimento da populao de 4 aos 17

    anos de idade, a ser implementado de forma gradativa at 2016, nos termos do Plano Nacional de

    Educao (PNE 2011/2020). A obrigatoriedade, que anteriormente contemplava apenas o Ensino

    Fundamental, passa a ser para toda a Educao Bsica, o que significa um importante avano na direo

    da democratizao do ensino e da universalizao do Ensino Mdio gratuito.

    Sob esta tica, os Institutos Federais, ao reservarem 50% de suas vagas para os cursos

    tcnicos integrados, do uma importante contribuio para a universalizao do Ensino Mdio e para

    elevao do nvel de escolarizao da populao brasileira. Com isso, tambm contribuem duplamente:

    para a formao de profissionais com efetivas possibilidades de insero no mundo produtivo e para o

    crescimento da renda real da populao via aumento da escolaridade.

    2.5- ELEVAO DA ESCOLARIDADE E RENDA

    De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) h uma

    relao entre renda e escolaridade. De fato, estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econmica

    Aplicada (IPEA), utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD) 2012,

    apontam para uma evoluo da renda real mdia da populao brasileira, considerando o nvel de

    escolarizao. A PNAD 2012 tambm mostrou que o rendimento mdio real cresceu 6,3%, sendo que o

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    Nordeste apresentou o maior aumento, de 8,7%. A taxa de desemprego voltou a cair e atingiu seu

    menor nvel nos ltimos 17 anos.

    De acordo com o IPEA, o aumento da escolaridade est vinculado ao o crescimento da

    renda porque cada ano a mais de estudo tende a garantir ao trabalhador um ganho extra de

    remunerao. A crescente universalizao da Educao Bsica, especialmente no Ensino Mdio,

    contribui de forma significativa para reduzir a desigualdade no pas. Por outro lado, os dados da PNAD

    2012 tambm indicam um crescimento na oferta de mo de obra qualificada, como pode ser observado

    no Grfico a seguir.

    Grfico 12 Oferta relativa de mo de obra por diferentes nveis de qualificao (Estudo

    relatado no documento Comunicado do IPEA n 160: Um retrato de duas dcadas do

    mercado de trabalho)

    O grfico 12 mostra que durante todo o perodo analisado h uma expanso substancial da

    oferta relativa de mo de obra mais qualificada (em relao ao grupo de menor qualificao),

    especialmente nos grupos de ensino mdio completo (EMC) e com algum ensino superior (11 a 14 anos

    de escolaridade). Ao longo dos anos 2000, especialmente a partir da segunda metade da dcada, as

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    ofertas relativas de trabalhadores com pelo menos ensino superior completo (15+) e com algum

    superior (11 a 14) apresentam uma acelerao em seu crescimento. Uma anlise desse cenrio permite

    inferir que, cada vez mais, exigido dos trabalhadores, uma maior e melhor qualificao.

    2.6- OBJETIVOS

    2.6.1- OBJETIVO GERAL

    Formar e qualificar profissionais para atuar como Tcnicos em Eletrnica, tanto nas

    aplicaes gerais da Eletrnica, como nas aplicaes especificas e nas Indstrias, visando tambm rea

    emergente de Microeletrnica e Sistemas Embarcados.

    2.6.2- OBJETIVOS ESPECFICOS

    Desenvolver competncias profissionais necessrias para atuar na rea de Projetos, Instalao,

    Manuteno, Operao e Gerenciamento de Sistemas Eletrnicos em Geral, Sistemas

    Embarcados e Sistemas Industriais, incentivando o esprito criativo e inovador;

    Capacitar o estudante para utilizar e aplicar as novas tecnologias relativas ao campo de atuao,

    aliando a teoria prtica, valorizando os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso;

    Capacitar o estudante, em especial, para a utilizao de Tecnologias emergentes de

    Microeletrnica, focadas no desenvolvimento de aplicaes de Circuitos Integrados em suas

    diversas modalidades, na forma de Sistemas Integrados Programveis (Microprocessadores),

    Dispositivos Programveis (como FPGAs) e Plataformas Embarcadas envolvendo componentes

    de Hardware e Software;

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    Desenvolver habilidades comportamentais, tcnicas e organizacionais, objetivando a formao

    de um profissional competente, com viso de futuro e esprito empreendedor e de inovao,

    aliando estas caractersticas responsabilidade social;

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    3. REQUISITOS DE ACESSO

    Para ingresso no Curso Tcnico Integrado em Eletrnica, o candidato dever ter concludo o