sequência fedathi e as tecnologias da informação e comunicação colaborando na dinamicidade do...
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Trabalho de conclusão de curso apresentado por Jéssyka dos Santos como disciplina obrigatória para obter título de graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Federal do Ceará. Tema: Sequência Fedathi e as tecnologias da informação e comunicação colaborando na dinamicidade do ensino de Matemática: uma análise de algumas aulas do Portal do ProfessorTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁCENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICACURSO DE LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA
Maria Jéssyka Almeida dos Santos
Sequência Fedathi e as tecnologias da informação e comunicação colaborando na dinamicidade do ensino de Matemática: uma análise de algumas aulas do Portal do
Professor
Fortaleza - CE2013
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Maria Jéssyka Almeida dos Santos
Sequência Fedathi e as tecnologias da informação e comunicação colaborando na dinamicidade do ensino de Matemática: uma análise de algumas aulas do Portal do
Professor
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Coordenação do curso
de Licenciatura em Matemática da
Universidade Federal do Ceará
como requisito para obtenção do
título de licenciado em Matemática.
Orientador: Prof. Fábio da Costa Ribeiro
Fortaleza - CE2013
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Sequência Fedathi e as tecnologias da informação e
comunicação colaborando na dinamicidade do ensino de
Matemática: uma análise de algumas aulas do Portal do
Professor
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de Licenciatura
em Matemática da Universidade Federal do Ceará como requisito para obtenção do
título de licenciado em Matemática.
Orientador: Prof. Fábio da Costa Ribeiro
Aprovado em: _____/_____/______
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Ao menos leve uma certeza
você me deixa doído
mas só não me deixará doido
porque isso sou, isso eu já sou.
Novos Baianos – Vagabundo não é fácil
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por me permitir ficar de braços dados com Ele.
A mamãe e papai, por me gerarem, me terem, não me abandonarem, me criarem (muito
bem por sinal), me incentivarem a estudar e me amarem apesar de minhas
insuficiências.
A todos do M-tai, por serem responsáveis pelas mudanças benéficas em mim e por me
lembrarem que eu sempre preciso “sorrir e acenar”.
Aos meus amigos da faculdade, em especial Mary (por entender o meu eu), Ronery (por
ser meu conforto e por nunca me negar atenção) e Renan (por ser meu amigo-mestre-
irmão e por me ensinar 80% do que eu aprendi na faculdade). Sem vocês minha vida
não teria sentido.
A todos do Laboratório de Pesquisas Multimeios, da FACED UFC, em especial à
Viviane Silva, por todo treinamento que lá me foi dado, no qual renderá este trabalho.
Ao Guilherme Kneipp, por, além de ser um artista que adoro, ainda ser meu amigo, pela
descontração nas conversas, por me fazer refletir sobre qual é o naipe de minha vida e
por fazer parte da trilha sonora desse meu momento, assim como Novos Baianos,
Selvagens à Procura de Lei, Validuaté e toda essa nova MPB que está por aí.
E por último, mas não menos importante, ao Sam, por me ouvir, por ler o que escrevo,
por tentar pôr juízo em mim, por me aturar, pelas broncas, pelo chocolate, pelo
incentivo e por me cobrar trabalhar e terminar logo este trabalho.
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RESUMO
Um dos grandes desafios do ensino atual diz respeito ao modo como os
conteúdos são abordados em sala de aula. Quando se fala no ensino de Matemática este
desafio se torna ainda mais delicado. Historicamente esta disciplina é vista pelos alunos
como um “bicho de sete cabeças”, uma vez que a mesma exige uma série de
conhecimentos adquiridos anteriormente para um aprendizado futuro. O uso de redes
sociais vem se tornando um importante aliado na elaboração de conteúdo didático,
permitindo dar significado à Matemática através de ferramentas do mundo virtual.
Diante disso, este trabalho busca apresentar a utilização da Sequência Fedathi e das
tecnologias da informação e comunicação na produção de aulas para o ensino de
Matemática. Estas, são desenvolvidas pelo Laboratório de Pesquisas Multimeios da
Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com o Ministério da Educação
(MEC) e a Secretaria de Educação Básica (SEB) no projeto de extensão ProBIOE -
PORTAL DO PROFESSOR E BANCO INTERNACIONAL DE OBJETOS
EDUCACIONAIS. A proposta é atrelar as etapas da Sequência Fedathi, a saber, tomada
de posição, maturação, solução e prova com as especificidades das redes sociais e blogs,
procurando dinamizar os assuntos e despertar o interesse dos alunos de forma
inovadora. A produção das aulas envolve a busca dos recursos digitais adequados ao
conteúdo abordado, a elaboração e escrita das atividades, bem como o acompanhamento
do processo de submissão e publicação das aulas no Portal do Professor. A partir dessas
experiências é possível evidenciar a incorporação e aceitação de propostas didáticas que
utilizam ferramentas de suporte digital, fazendo com que a sala de aula se torne um
lugar agradável e propício a um processo de ensino-aprendizagem desenvolvido de
forma mais crítica e criativa. Assim, podemos concluir que o Laboratório de Pesquisas
Multimeios funciona como facilitador no desenvolvimento de estudos relacionados à
didática, mostrando que o ensino da Matemática pode se renovar e se adaptar de acordo
com o desenvolvimento de novas tecnologias da informação e comunicação, cada vez
mais presentes no cotidiano dos discentes.
Palavras-chaves: matemática, uso de tecnologias, tecnologias da informação e
comunicação, sequência Fedathi.
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LISTA DE IMAGENS
IMAGEM 1 – Aula que usa enquete no Facebook 11
IMAGEM 2 – Winplot 19
IMAGEM 3 – Geogebra 20
IMAGEM 4 – Enquete sobre gosto musical 23
IMAGEM 5 – Tabela da enquete sobre intenção de voto 23
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SUMÁRIO
Introdução 09
1. Sequência Fedathi 13
1.1. O que é a Sequência Fedathi? 13
1.2. Etapas da Sequência Fedathi 13
2. Uso de tecnologias de informação e comunicação na educação 16
2.1. Apresentação 16
2.2. Conhecimento tecnológico em sala de aula 16
2.3. Softwares, outros dispositivos tecnológicos e o comportamento do
docente para o ensino de Matemática 19
3. Proposta do TCC 22
3.1. Analisando uma aula do Portal do Professor 22
4. Conclusão 25
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1. INTRODUÇÃO
O ensino de Matemática é considerado por muitos uma arte, pela difícil
compreensão e repasse de conteúdos que é dada à matéria. Muitos alunos reclamam de
como os assuntos referentes à disciplina são abordados, alegando não saberem pra que
estuda aquilo ou até dizendo que não aprendem, só decoram.
Por muito tempo o ensino de Matemática foi dado com base na mnemonização,
em especial para séries iniciais. Pode-se ver isso bem forte no ensino das operações
básicas através de tabuadas. Seu trabalho consiste em repetir para memorizar e assim
aprender. O aprendizado muitas vezes até ocorre, mas não se torna algo prazeroso, o que
faz com que muitos alunos deixem o processo de lado.
Com base nisso, o Laboratório de Pesquisa Multimeios da Faculdade de
Educação da Universidade Federal do Ceará busca a incorporação e aceitação de
propostas didáticas que utilizam ferramentas de suporte digital, fazendo com que a sala
de aula se torne um lugar agradável e propício a um processo de ensino-aprendizagem
desenvolvido de forma mais crítica e criativa.
1.1. Problema
A Matemática é vista por muitos como uma disciplina não atrativa e
complicada. Aliado a forma como diversos professores dão aula (expositivas, utilizando
quadro, pincel e livro didático, além de não gerarem discussões ou dinamicidade em
sala), o aprendizado dos alunos por muitas vezes acaba não sendo satisfatório e cada vez
mais o seu interesse por essa disciplina é perdido.
Mas o que fazer para solucionar este problema? Será que há solução? O que os
professores de hoje podem fazer para conseguirem dar aulas, visto que os alunos estão
tão desinteressados e só se interessam por tecnologias atuais? Será que há um jeito de
unir sala de aula, tecnologias e aprendizado?
Com base nestas questões o Laboratório de Pesquisa Multimeios, juntamente
com o Portal do Professor, visam, a partir da produção de aulas que se utilizam da
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Sequência Fedathi como metodologia de ensino/aprendizagem e do uso das tecnologias
de informação e comunicação (TIC), gerar uma dinamicidade e colaborar com o
aprendizado do aluno, tanto quantitativamente como qualitativamente.
1.2. Objetivo
Este trabalho tem como objetivo mostrar as etapas da Sequência Fedathi, a
saber, tomada de posição, maturação, solução e prova atrelada às especificidades das
redes sociais e blogs, procurando dinamizar os assuntos e despertar o interesse dos
alunos de forma inovadora em todas as disciplinas, a tratar neste trabalho, a Matemática.
1.3. Metodologia
A produção das aulas envolve três etapas:
1. a busca dos recursos digitais adequados ao conteúdo abordado;
2. a elaboração e escrita das atividades, bem como o acompanhamento do
processo de submissão;
3. a publicação das aulas no Portal do Professor.
A partir dessas experiências é possível evidenciar a incorporação e aceitação de
propostas didáticas que utilizam ferramentas de suporte digital, como mostrado através
da enquete da imagem 1, fazendo com que a sala de aula se torne um lugar agradável e
propício a um processo de ensino-aprendizagem desenvolvido de forma mais crítica e
criativa.
Imagem 1 – Aula de Estatística que utiliza uma enquete no Facebook
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Fonte: Portal do Professor
(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=43928)
Aspectos importantes neste tipo de proposta de atividade é o dinamismo e a
assimilação de conteúdos de uma forma clara e prática, atrelando conteúdos a questões
do cotidiano dos alunos ou aplicações em alguma área de trabalho, para gerar assim
uma curiosidade sobre os fatos expostos nas aulas.
1.4. Organização do texto
O presente trabalho se divide em quatro capítulos. O primeiro fornece uma
apresentação sobre seu conteúdo, expondo uma breve contextualização e apresentando
a problemática vislumbrada, como também o objetivo geral.
No segundo há a abordagem da metodologia aplicada nas aulas, que é a
Sequência Fedathi. Neste capítulo encontra-se sua definição, suas etapas, o que significa
cada uma delas e qual seu objetivo.
11
No terceiro capítulo encontra-se uma explanação sobre as tecnologias da
informação e comunicação (TIC) e como elas podem estar aliadas a práticas docentes,
visando chamar a atenção do aluno apar o assunto estudado, de uma forma dinâmica e
crítica.
No quarto capítulo há, com base na Sequência Fedathi e no uso das TIC's, uma
apresentação de algumas aulas de Matemática produzida pelo Laboratório de
Multimeios da FACED-UFC, ao qual fiz parte por um ano.
Por fim, no quinto e último capítulo encontram-se as considerações finais deste
trabalho como também a bibliografia utilizada.
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1. Sequência Fedathi
1.1. O que é a Sequência Fedathi?
A Sequência Fedathi constitui uma proposta metodológica desenvolvida por
professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Ceará. Estas pessoas constituem o Grupo Fedathi. O mesmo
foi formado no início dos anos 1990 com o intuito de tratar questões relativas à didática
da Matemática, uma disciplina mal vista por muitos alunos. O nome da metodologia,
como também do grupo, veio de uma homenagem de BORGES NETO a seus filhos:
Felipe, Daniel e Thiago (FE-DA-THI).
Entre 1997 e 1998, BORGES NETO, matemático e coordenador do Grupo
Fedathi, havia desenvolvido uma sequência didática com base em sua experiência como
professor e pesquisador da área, de forma que possibilitasse aos professores criar
condições e formas viáveis para que os estudantes de Matemática na Educação Básica e
no Ensino Superior pudessem ter uma experiência significativa e não dolorosa de
aprendizagem matemática.
A ideia básica consistia em colocar o estudante na posição de um matemático,
por meio do processo de resolução de problemas. O aluno seria instigado pelo professor
a pensar sobre o problema em questão de forma que viesse a resolvê-lo, mesmo com
demora e com sucessivos erros. Cabe ressaltar aqui que o erro não é mal visto, pelo
contrário, é visto como uma forma de amadurecimento do aluno diante da resolução de
problemas. Neste aspecto não há grandes novidades, pois POLYA (1978) propunha a
resolução de problemas e o desenvolvimento heurístico como uma didática.
No entanto, o diferencial da proposta da Sequência Fedathi está na
compreensão da relação ensino/aprendizagem com base nas posturas do docente,
enquanto que a preocupação de POLYA está centrada no desenvolvimento de estratégias
de resolução de problemas dos alunos.
1.2. Etapas da Sequência Fedathi
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A Sequência Fedathi é uma sequência didática que pode parecer contraditória
ao leitor porque em essência, pretende não só conciliar a liberdade no desenvolvimento
de atividades por parte dos alunos, como também permitir ao professor intervir em
certos momentos com exemplos e/ou contra-exemplos matemáticos, de modo que os
objetivos de uma atividade didática proposta não se percam. Entretanto, mesmo que o
professor tenha um objetivo específico, não se pode menosprezar que ao aluno cabe
construir seus conhecimentos frente o saber matemático que se pretende ensinar.
As fases da Sequência de Fedathi são:
i) Tomada de Posição ou Apresentação: Como o nome já diz, é a apresentação
de um problema matemático para o aluno, através de uma forma didática. Não se trata
de um enunciado, mas sim de um modo de mostrar o problema. É importante salientar,
que todo o processo depende da transposição didática. Também aqui estabelece-se o
contrato didático da atividade com o aluno, ou seja, professor dá um problema e o aluno
o recebe e o cumpre;
ii) Maturação ou Debruçamento: É o desenvolvimento da atividade pelo aluno.
Neste contexto a postura didática do professor é a de não intervenção (chamaremos de
mão-no-bolso, tomando este gesto como representativo da postura do professor diante
dos alunos) para que o estudante possa pensar, tentar, errar e colaborar com seus colegas
se for possível, pois assumimos que a Matemática é uma atividade coletiva. Neste
momento ainda algumas questões podem ser levantadas pelo professor, visando levar o
aluno para o caminho da resolução de seu problema. Vale salientar que a resposta para
tal não será dada pelo docente, mas isso não o impede de dar questionamentos aos
alunos a cerca do problema em questão;
iii) Solução: É a formalização e a confrontação matemática das ideias do(s)
aluno(s). Trata-se então do processo de sistematização e organização matemática.
Entretanto, a confrontação requer o uso de argumentos matemáticos por meio de contra-
exemplos locais e globais. Se a solução do aluno apresentar problemas, este deve
retornar ao debruçamento. Caso contrário, significa que a atividade foi desenvolvida
com regularidade e as etapas de cumprimento da mesma foram satisfeitas e realizadas
com êxito.
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iv) Prova: Neste momento a solução proposta pelo aluno é formalizada, e as
ideias são mais uma vez revisadas.
Na Teoria de Fedathi, mais relevante que uma atividade estar ou não correta, é
o fato do aluno poder viver o processo de construção do conhecimento matemático, daí
não se importar com os erros cometidos, pois eles representam o caminho do aluno até a
descoberta de seu aprendizado.
Por tais motivos a “metodologia mão-no-bolso”, desenvolvida em laboratório
de informática, torna-se essencial, pois ela consiste em deixar o trabalho de
aprendizagem para o aluno. O professor aqui não dá respostas, apenas norteia o aluno
com possíveis questionamentos.
Ocorre que caso o trabalho do professor não seja bem feito, pode acontecer que
a aprendizagem irá acontecer, mas não como se pretendia fazer. Portanto, o
desenvolvimento de um bom preceptorado a partir de uma sequência didática
apropriada é essencial para o aluno e o professor.
Em suma, na Teoria de Fedathi o dever de casa é do professor e não do aluno.
No entanto, torna-se um ledo engano pensar que na “metodologia mão -no-bolso”,
significa que a turma será abandonada pelo professor. Pelo contrário, ele deve marcar
sua presença, pois na Sequência Fedathi a confrontação torna-se um momento
conflituoso para o aluno. Além disto, no ensino de Matemática é essencial para
formação matemática do estudante.
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2. AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE MATEMÁTICA
2.1. Apresentação
Hoje, a velocidade de processamento e distribuição de informações via rede
virtual está muito acelerada e faz com que as relações das pessoas com suas atividades e
pessoas de seu convívio cresçam de forma assustadora. A partir disso pode-se dizer que
o computador, o meio tecnológico do momento, tornou-se um instrumento
indispensável para as realizações humanas, sejam elas presenciais ou virtuais.
Com seu uso já consolidado em tantas áreas, muito se pergunta qual sua
contribuição para o ensino, aprendizagem e a construção do conhecimento em geral.
Além do computador em si, existem também os recursos que podem ser utilizados
através dele, como softwares pra diversos fins e a própria internet.
Ao surgir uma discussão sobre internet, muito se fala sobre seu uso como meio
de comunicação com outras pessoas através das redes sociais, informações sobre jogos,
filmes e afins, ambiente para obter informações de forma rápida. Com tudo isso torna-se
possível gerar o seguinte questionamento: será que a internet e suas ferramentas
poderiam ajudar seus usuários a obterem um aprendizado mais eficaz sobre determinado
assunto, tal como também despertar-lhes o interesse em se aprofundar mais em algumas
questões?
Neste capítulo haverá uma explicação sobre a influências das TIC no processo
de ensino-aprendizagem de Matemática, uma disciplina vista por muitos como um
“bicho de sete cabeças”, tornando-a mais dinâmica através da inclusão das mesmas e de
uma apresentação das informações, aliada a uma forte relação com o cotidiano dos
alunos.
2.2. Conhecimento tecnológico em sala de aula
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A tecnologia e a informação se tornaram fundamental para o crescimento e o
desenvolvimento tanto do conhecimento matemático como do bem estar da sociedade e
está cada vez mais presente na vida das pessoas. Todos os recursos tecnológicos fazem
com que a comunicação seja feita por máquinas (computador, tablets, celulares...),
sendo para o professor uma ferramenta, de grande importância, no processo de ensino-
aprendizagem de cada aluno.
Essa mudança pode ser percebida nos mais diversos campos do conhecimento.
A grande sofisticação tornou possível o acesso a uma gama de informações de maneira
qualificada, fácil e ágil. Uma espécie de universo paralelo invade a vida dos
espectadores fazendo com que eles sejam manipulados por tal sofisticação.
Há uma necessidade muito grande em preparar pessoas que saibam ler,
interpretar, analisar as informações recebidas, porém, a sociedade está carente de
recursos técnicos e educacionais. Nesse mundo de tecnologias, serão consideradas
analfabetas todas as pessoas que não souberem ler e interpretar imagens geradas através
de meios eletrônicos.
Neste âmbito, o uso da tecnologia no contexto escolar mais especificamente no
ensino de Matemática e áreas afins requer a formação, o envolvimento e o compromisso
de todos que atuam no processo educacional seja eles professores, diretores,
supervisores, coordenadores pedagógicos ou até o próprio aluno, pois o processo de
ensino e aprendizagem precisa ser repensado. Estes protagonistas têm papéis diferentes
e, portanto, o uso da tecnologia deve atender às suas especificidades, de tal forma que,
no âmbito global, suas ações sejam articuladas com vistas a favorecer o
desenvolvimento do aluno como um ser que participa e que critica para lidar com as
inovações tecnológicas.
De acordo com Valente (1995), as tecnologia s de informação e comunicação
foram inicialmente introduzidas na educação Matemática para dinamizar e assim
aumentar o interesse e a busca do conhecimento por parte do aluno.
Posteriormente, as TIC começaram a influenciar no ensino e na aprendizagem
como modos gerais. Além de serem métodos para chamar a atenção, também se
tornaram úteis graças à grande agilidade que elas fornecem a todos os profissionais de
educação que se utilizam dessas ferramentas, tanto em sala de aula em forma de
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atividades adicionais, como aulas no laboratório de informática, ou como projetos para
além sala de aula.
Tais atividades levaram à compreensão de que o uso das tecnologias de
informação e comunicação na escola, tanto na Matemática como em qualquer outra
disciplina, principalmente com o acesso à Internet, contribui para expandir o acesso à
informação atualizada. Permite principalmente promover a criação de comunidades
colaborativas que privilegiam a comunicação. Estabelece-se assim novas relações com o
saber que ultrapassam os limites dos materiais tradicionais e rompem com os muros da
escola, articulando-os com outros espaços produtores do conhecimento, o que poderá
resultar em mudanças substanciais em seu interior.
Criam-se então possibilidades de redimensionar o espaço escolar, tornando-o
aberto e flexível, propiciando a gestão participativa, o ensino e a aprendizagem em um
processo colaborativo, no qual professores e alunos trocam informações e experiências
entre eles e entre as outras pessoas que atuam no interior da escola, bem como com
outros agentes externos.
É o que acontece com ações escolares integradas com a comunidade em que a
mesma está situada. As atividades realizadas em ambiente escolar ajudam na
socialização dos membros (estudantis ou comunitários) e geram espaço de
conhecimento mútuo, pois não se deve deixar de lado o fato que todos possuem uma
bagagem de conhecimentos, seja de estudos ou de vivência.
Um grande desafio para o uso intenso de tecnologias de informação e
comunicação na educação é o de implantar uma infra-estrutura adequada em escolas e
outras instituições de ensino. Esta infra-estrutura deveria ser composta basicamente de
computadores , dispositivos especiais e softwares matemáticos nas salas de aula e nos
laboratórios das instituições; em conjunto com a rede, viabilizada por algumas linhas
telefônicas. Na prática pouco acontece.
A instalação de uma infra-estrutura do ponto de vista econômico é pouco
atraente, pois a demanda de tráfico na rede é baixa, o número de usuários é grande e os
serviços necessários são muitos. O grande problema dessa infra-estrutura é o custo, pois
demanda um investimento inicial alto, bem como para a manutenção e atualização.
Além dos custos com os serviços de comunicação e acesso a internet.
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Algumas ações na educação visam mudar este quadro. Estas disponibiliza em
algumas escolas públicas um laboratório de informática com acesso a internet e também
televisores com leitores de pendrives e cartões de memória para reprodução de imagens
e vídeos. Além de um aparato impecável, as ações contam com profissionais habilitados
a produzir aulas com esses recursos ou mesmo a levar seus alunos para uma aula
demonstrativa sobre algum conteúdo específico, o que requer tempo e dedicação por
parte das diligências e dos próprios profissionais da educação.
2.3. Softwares, outros dispositivos tecnológicos e o comportamento do docente para
o ensino de Matemática
Hoje em dia existem inúmeros softwares para os mais diversos campos da
Matemática. Esses sistemas educacionais são de grande importância para o ensino tanto
da Álgebra como o da Geometria. Um bom exemplo disso é a utilização de slides com
movimentos que, mesmo não sendo especificamente matemáticos, chamam a atenção e
demonstram com maior facilidade algumas abstrações existentes na Matemática. Por
exemplo, utilizando o software Wimplot (ver imagem 2) podemos estabelecer
animações com os parâmetros de uma função mostrando diversas características e
propriedades que somente com a utilização de quadro negro e livros dificilmente
alcançaríamos tal entendimento por parte dos alunos. Ou mesmo com outros vários
títulos disponíveis como Cabri Géomètre II, Graphmatica, Matlab, Geogebra (ver
imagem 3), Maple e Poly.
Imagem 2 – Winplot
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Fonte: http://iensafisica.blogspot.com.br/2011/04/winplot.html
Imagem 3 – Geogebra
Fonte: http://ftp.multimeios.ufc.br/~geomeios/geogebra/imagem/geogebra.jpg
Outros dispositivos como a própria calculadora, que hoje se tem acesso com
baixo custo relacionado com os demais dispositivos de TIC, pode ser utilizada de
maneira a estimular o aluno em situações onde ela os auxilie no desenvolvimento de
estratégias de resolução de problemas em que o foco principal não seja as manipulações
numéricas.
Uma opção de aula extremamente atrativa para o aluno é a de utilização de
slides com o uso de projetor ou mesmo televisores. Assim através de animações e
movimentos pode-se alcançar o principal objetivo de todo esse estudo que é uma
aprendizagem de maneira prazerosa e efetiva por parte do aluno com relação à
Matemática.
O professor que utiliza a tecnologia como ferramenta e como metodologia
deve sempre saber o momento de introduzir essas mídias em aula. Não basta apenas
usar esses recursos, é preciso encontrar uma maneira de fazer com que o seu aluno
pense de forma a construir uma linha de raciocínio a partir de uma demonstração, ou
movimentação de uma imagem, para que essa ferramenta não seja como uma outra já
utilizada antes.
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Baldin (2002), propõe que os recursos computacionais na Matemática podem
ser classificados de acordo com o papel exercido por professor e aluno, como usuário da
informática da seguinte forma:
I) Numa aula expositiva tradicional: o usuário ativo da tecnologia é o professor
que pode apresentar melhores exemplos, melhores ilustrações, modelagens de
problemas com dados mais realistas;
II) Numa aula de laboratório: o usuário ativo é o aluno, e a tecnologia é
auxiliar nos exercícios de fixação de conceitos, em atividades que enfatizam o
raciocínio, que envolvem cálculos difíceis para lápis e papel, em atividades -
experiências, modelagens e simulações, e também atividades de avaliação;
III) Numa aula diferenciada: os usuários ativos são ambos professor e aluno,
desenvolvendo projetos, aulas interdisciplinares, trabalhos em equipe, jogos educativos,
modelagens e simulações, resolução de problemas, verificações e demonstrações, etc.
O papel do professor de Matemática além de ensinar o conteúdo existente em
diversos livros didáticos tem como objetivo desenvolver uma capacidade de
desenvolver estratégias e formas de resoluções de problemas criativas e objetivas para
as mais diversas situações da vida do aluno. Para Almeida (2000, p.110), a formação
desse professor em tecnologias informáticas deve ser um processo que o prepare para
incitar seus educandos a:
“Aprender a aprender; ter autonomia para solucionar
as informações pertinentes à sua ação; refletir sobre
um a situação - problema e escolher a alternativa
adequada de atuação para resolvê - la; refletir sobre
os resultados obtidos e depurar seus procedimentos,
reformulando suas ações; buscar compreender os
conceitos envolvidos ou levantar hipóteses”. (Almeida,
2000, p.110)
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3. Proposta do TCC
3.1. Analisando uma aula do Portal do Professor
Neste capítulo será dada uma análise de uma aula elaborada pelo Laboratório
de Pesquisa Multimeios, na área de Matemática, que está disponível no Portal do
Professor. A aula aqui exposta tem como metodologia a Sequência Fedathi e o uso das
TIC. A análise será feita entendendo como a sequência é utilizada na prática e de que
forma o uso das TIC e mídias influenciam no aprendizado e gera curiosidade no aluno.
AULA - Utilizando o Facebook para abordar o significado e aplicações de porcentagem
em situações do cotidiano
Autor: Maria Jéssyka Almeida dos Santos (disponível em
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=44515)
Esta aula fala sobre porcentagens e usa a rede social Facebook como
ferramenta de ensino pra estudar o assunto. Além do espaço de discussão gerado pela
criação de um grupo na rede, os alunos estudam o assunto através da criação de
enquetes sobre gosto musical e intenção de voto, temas do cotidiano (a aula foi
publicada em 06/11/2012, período de eleições para prefeitos e vereadores).
A proposta desta aula é, antes de pedir atividades sobre como calcular
porcentagem, que seria o usual numa aula tradicional, perguntar aos alunos o que eles
acham que é porcentagem, se eles já viram em algum lugar ou se conhecem alguém que
trabalha com isso. Assim busca-se trazer o assunto estudado para o cotidiano do aluno, o
que tornará seu aprendizado mais rápido e prazeroso, pois ele saberá uma aplicação para
o assunto em questão.
Logo após os alunos fazem pesquisa na internet e em ambientes fora da escola
sobre porcentagem e socializam e discutem os resultados encontrados no grupo no
Facebook. Percebe-se então o uso das TIC nessa atividade, pois os alunos buscaram
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material em sites, blogs, vídeos e também puderam tirar fotos de alguma imagem que
encontrassem na rua, como por exemplo alguma promoção no supermercado.
Após buscar material sobre porcentagens, os alunos realizam cálculos para
efetivar aprendizado do assunto estudado. É também utilizado um vídeo no qual há
explicação sobre cálculos de porcentagem. A partir da explicação do video, os alunos
realizam uma pesquisa em lojas ou supermercados das redondezas da escola e
comparam preços, descobrem descontos e analisam a porcentagem de descontos ou de
economia ao comprar em determinado estabelecimento.
Na atividade 3, a Sequência Fedathi aparece, juntamente com o uso de duas
enquetes no Facebook: uma sobre gosto musical, na qual é permitido votar mais de uma
vez (ver imagem 4); outra sobre opção de voto para prefeito de sua cidade, na qual é
permitido votar uma vez só (ver imagem 5). Com essas duas enquetes pode-se estudar a
representação de total de uma pesquisa e identificar em que ocasiões o total e igual ou
não a 100% dos pesquisados.
IMAGEM 4 – Enquete sobre gosto musical
Fonte: Criação do autor
IMAGEM 5 – Tabela feita a partir da enquete de intenção de voto para prefeito de
sua cidade
23
Fonte: Criação do autor
Na apresentação, os alunos tomam consciência do que eles terão que fazer, que
é construir as tabelas, votar, colocar os dados em planilhas e calcular as porcentagens de
cada voto e do total. No momento do aluno, eles realizam o que foi pedido. Na
discussão, os alunos apresentam os seus resultados obtidos e os discutem. Neste caso,
eles discutiram sobre o motivo de em uma pesquisa o total de votos ter sido igual ao
total de participantes e em outra não, ou seja, em uma o total foi 100% enquanto na
outra não.
Para finalizar o assunto, na aula, os alunos fazem uma paródia sobre
porcentagem. Eles usam como modelo uma outra paródia mostrada na aula.
Percebe-se então todas as etapas da Sequência Fedathi atuando na aula e
levando os alunos a pensarem sobre o assunto. Os mesmos não se encontrar com os
dados logo de início; pra obtê-los é preciso pensar sobre os questionamentos levantados
pelo professor. Isso será o norte para a realização das atividades.
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CONCLUSÃO
Atualmente as tecnologia tem se tornado cada vez mais importante na vida das
pessoas. Estas tornam-se quase dependentes de seus recursos e suas usabilidades. O
mundo preza cada vez mais por pessoas que saibam utilizar esses recursos, seja de
forma séria (em trabalhos, por exemplo), seja para descontração.
Tendo em vista que o mundo está mais tecnológico que há 10 anos, existe
então a preocupação em as pessoas que não estão tão acostumadas a isso se adequarem,
visto que saber usar os recursos tecnológicos é de suma importância. Esses recursos
chegaram até as escolas e se tornaram aliados de toda a comunidade escolar no quesito
fornecer informação e otimizar o aprendizado.
No ensino de Matemática o uso das TIC e da Sequência Fedathi, proposta do
Laboratório de Pesquisas Multimeios da UFC, permite que os alunos possam interagir
entre eles, tenham curiosidade pelo assunto, aprendam além do que aprenderiam com
aulas expositivas no quadro e usando apenas livro didático, além de agirem como ser
crítico e atuarem como matemáticos ao resolverem problemas.
O Laboratório de Pesquisas Multimeios funciona então como um facilitador no
desenvolvimento de estudos relacionados à didática, mostrando que o ensino da
Matemática pode se renovar e se adaptar de acordo com o desenvolvimento de novas
tecnologias da informação e comunicação, cada vez mais presentes no cotidiano dos
discentes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENNEMANN, Marcio; ALLEVATO, Norma Suely Gomes. A Utilização das
Tecnologias de Informação e Comunicação nas aulas de Matemática na
Perspectiva da Educação Matemática Crítica.
SIMOKA, Marcos Alexandre. Mídias e Tecnologias no Ensino de Matemática.
BRAGA, Marcelo; PAULA, Rosa Monterio. O Ensino de Matemática mediado pelas
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